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CEM NORTE DE11562011GRC 4,00 euros (IVA incl.) JUNHO • 2ª QUINZENA ANO 80º • 2012 • N º 12 (Continua na pág. 467) Alterações ao Código do Trabalho reduzem absentismo O Presidente da República promulgou no dia 18 de junho a lei que procede às mais recentes alterações ao Código do Trabalho, resultantes do Acordo de Con- certação Social celebrado entre o Governo e parceiros sociais, em cumprimento das orientações constantes do Memorando de Entendimento com a “troika”. No comunicado divulgado pela Presidência da Re- pública, a propósito da eventual fiscalização preventiva da constitucionalidade do diploma, refere-se que, “na análise realizada no âmbito da Casa Civil da Presidência da República, não foram identificados indícios claros de inconstitucionalidade que justificassem a intervenção do Tribunal Constitucional em sede de fiscalização preventiva da constitucionalidade das leis”. No entanto, a CGTP (que não assinou o Acordo de Concertação Social) enviou um documento à Presidência da República em momento anterior à promulgação do diploma, no qual referia alegadas inconstitucionalidades da proposta de lei de revisão do Código do Trabalho. Como o Chefe de Estado não pediu a fiscalização preventiva da constitucionalidade do diploma, aquela central sindical vai brevemente pedir reuniões a todos os grupos parlamentares para lhes apresentar as incons- titucionalidades que detetaram no diploma e apelar para que tomem a iniciativa de solicitar a fiscalização sucessiva ao Tribunal Constitucional. Também Monteiro Fernandes (ex-secretário de Estado do Trabalho), e Júlio Gomes (docente univer- sitário) apreciaram o texto da proposta de lei, tendo NESTE NÚMERO: Programa de combate ao desemprego “Impulso jovem” Legislação Lei nº 19/2012, de 8.5 (Novo regime da concorrência – continuação) ................................................. 446 a 462 DL nº 117/2012, de 5.6 (Organização do tempo de trabalho de condutores independentes em atividades de transporte rodoviário) .......... 463 a 465 DL nº 119/2012, de 15.6 (Defesa do consumidor – segurança e qualidade alimentar – taxa de segurança alimentar mais) ............................... 443 a 445 Resoluções administrativas e Inf. vinculativas IRC: dedução de prejuízos fiscais - requisitos e limitações em caso de alteração do objeto social ou da alteração da titularidade do capital social da empresa; regime de neutralidade fiscal e aplicação das normas antiabuso.................... 437 e 438 IVA: regime de autoliquidação na aquisição de serviços de construção civil ........................ 438 a 442 Obrigações fiscais do mês e informações diversas . 430 a 436 Trabalho e Segurança Social Legislação, Informações Diversas e Regulamentação do Trabalho ..................................................... 463 a 473 Programa Impulso Jovem ................................... 468 a 473 Sumários do Diário da República.............................. 476 SUMÁRIO

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CEM NORTEDE11562011GRC

4,00 euros (IVA incl.)

JUNHO • 2ª QUINZENA ANO 80º • 2012 • Nº 12

(Continua na pág. 467)

Alterações ao Código do Trabalho reduzem absentismo

O Presidente da República promulgou no dia 18 de junho a lei que procede às mais recentes alterações ao Código do Trabalho, resultantes do Acordo de Con-certação Social celebrado entre o Governo e parceiros sociais, em cumprimento das orientações constantes do Memorando de Entendimento com a “troika”.

No comunicado divulgado pela Presidência da Re-pública, a propósito da eventual fi scalização preventiva da constitucionalidade do diploma, refere-se que, “na

análise realizada no âmbito da Casa Civil da Presidência da República, não foram identifi cados indícios claros de inconstitucionalidade que justifi cassem a intervenção do Tribunal Constitucional em sede de fi scalização preventiva da constitucionalidade das leis”.

No entanto, a CGTP (que não assinou o Acordo de Concertação Social) enviou um documento à Presidência da República em momento anterior à promulgação do diploma, no qual referia alegadas inconstitucionalidades da proposta de lei de revisão do Código do Trabalho.

Como o Chefe de Estado não pediu a fi scalização preventiva da constitucionalidade do diploma, aquela central sindical vai brevemente pedir reuniões a todos os grupos parlamentares para lhes apresentar as incons-titucionalidades que detetaram no diploma e apelar para que tomem a iniciativa de solicitar a fi scalização sucessiva ao Tribunal Constitucional.

Também Monteiro Fernandes (ex-secretário de Estado do Trabalho), e Júlio Gomes (docente univer-sitário) apreciaram o texto da proposta de lei, tendo

NESTE NÚMERO:

• Programa de combate ao desemprego “Impulso jovem”

LegislaçãoLei nº 19/2012, de 8.5 (Novo regime da concorrência – continuação) ................................................. 446 a 462DL nº 117/2012, de 5.6 (Organização do tempo de trabalho de condutores independentes em atividades de transporte rodoviário) .......... 463 a 465DL nº 119/2012, de 15.6 (Defesa do consumidor – segurança e qualidade alimentar – taxa de segurança alimentar mais) ............................... 443 a 445Resoluções administrativas e Inf. vinculativasIRC: dedução de prejuízos fi scais - requisitos e limitações em caso de alteração do objeto social ou da alteração da titularidade do capital social da empresa; regime de neutralidade fi scal e aplicação das normas antiabuso .................... 437 e 438IVA: regime de autoliquidação na aquisição de serviços de construção civil ........................ 438 a 442Obrigações fi scais do mês e informações diversas . 430 a 436Trabalho e Segurança SocialLegislação, Informações Diversas e Regulamentação do Trabalho ..................................................... 463 a 473Programa Impulso Jovem ................................... 468 a 473Sumários do Diário da República .............................. 476

SUMÁRIO

Page 2: DE11562011GRC CEM NORTE Alterações ao Código do Trabalho …jornalfiscal.pt/sites/all/files/editions/pdf/pdf_ve:bc... · 2012. 12. 30. · DE11562011GRC CEM NORTE 4,00 euros (IVA

Boletim do Contribuinte430JUNHO 2012 - Nº 12

I R S – Entrega do imposto retido no mês de maio sobre rendi-

mentos de capitais, prediais e comissões pela intermediação na realização de quaisquer contratos, bem como do imposto retido pela aplicação das taxas liberatórias previstas no art. 71º do CIRS. (Até ao dia 20 de junho)

(Arts. 98º, nº 3, e 101º do Código do IRS)

– Entrega do imposto retido no mês de maio sobre as remunerações do trabalho dependente, independente e pen-sões – com excepção das de alimentos (Categorias A, B e H, respetivamente). (Até ao dia 20 de junho)

(Al. c) do nº 3º do art. 98º do Código do IRS)

I R C– Entrega das importâncias retidas no mês de maio por

retenção na fonte de IRC, nos termos do art. 84º do Código do IRC. (Até ao dia 20 de junho)

(Arts. 106º, nº 3, 107º e 109º do Código do IRC)

I V A – Entrega do imposto liquidado no mês de abril pelos

contribuintes de periodicidade mensal do regime normal.* (Até ao dia 11 de junho)**

- Entrega do imposto liquidado no 1º trimestre de 2012 pelos contribuintes de periodicidade trimestral do regime normal. (Até ao dia 15)*

- Regime dos pequenos retalhistas - pagamento do imposto apurado relativo ao 1º trimestre de 2012 (Até ao dia 20 de junho).* A obrigação de envio da declaração periódica do IVA subsiste caso no período em referência não haja operações tributáveis. (art. 67º, nº 1, do Código do IVA)

*Obrigatoriedade de envio pela Internet das declarações periódicas do IVA.

O pagamento pode ser efectuado nas estações dos CTT, no Multibanco ou numa Tesouraria de Finanças com o sistema local de cobrança até ao último dia do prazo.

SEGURANÇA SOCIAL (De 11 a 20 de junho)- Pagamento de contribuições e quotizações referentes ao mês de maio de 2012.

IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO (Até ao dia 30 de junho)

– Liquidação, por transmissão eletrónica de dados, e paga-mento do Imposto Único de Circulação – IUC – relativo aos veículos cujo aniversário da matrícula ocorra no mês de junho.

IMPOSTO DO SELO (Até ao dia 20 de junho)– Entrega do imposto arrecadado no mês de maio. O

Imposto do Selo é pago mediante Documento de Cobrança de modelo ofi cial (Declaração de pagamento de retenções de IRS/IRC e de IS).

PAGAMENTOSEM JUNHO

IRSComunicação de rendimentos e retenções

Quando haja criação ou aplicação, em benefício de traba-lhadores ou membros de órgãos sociais, de planos de opções, de subscrição, de atribuição ou outros de efeito equivalente, a entidade patronal é obrigada a declarar a existência dessa situação, cujo conhecimento se presume em todos os casos, através de modelo 19, a enviar via internet, até 30 de junho do ano seguinte (Art. 119º, nº 8, do Código do IRS).

Instituições de crédito e sociedades fi nanceiras

Operações como instrumentos fi nanceiros

As instituições de crédito e sociedades fi nanceiras devem entregar à Autoridade Tributária (AT), via internet, até 30 de junho, a declaração modelo 13 relativamente a:

a) operações efetuadas com a sua intervenção, relativa-mente a valores mobiliários e “warrants” autónomos;

b) resultados apurados nas operações efetuadas com a sua intervenção relativamente a instrumentos fi nanceiros derivados (Art. 124º do Código do IRS).

IVAPedido de restituição do imposto

- Durante o mês de junho deverá ser efetuada a entrega, por transmissão electrónica de dados, do pedido de restituição do IVA pelos sujeitos passivos cujo impos-to suportado, no ano civil anterior ou no próprio ano, noutro Estado Membro ou país terceiro (neste caso em suporte de papel), quando o montante a reembolsar for superior a € 400 e respeitante a um período de três meses consecutivos ou, se período inferior, desde que termine em 31 de dezembro e o valor não seja inferior a € 50.

- Durante o mês de junho e e até ao dia 30 de setembro deve ser feita a entrega, por transmissão eletrónica de dados, do pedido de restituição de IVA pelos sujeitos passivos cujo imposto tenha sido suportado, no ano civil anterior, noutro Estado membro ou país terceiro (neste caso, em suporte de papel), desde que o montante a reembolsar seja igual ou superior a € 50.

(Cfr. DL nº 186/2007, de 12.8, no Boletim do Contribuinte, 2009, pág. 562, que aprovou o regime de reembolso do IVA a sujeitos passivos não estabelecidos no Estado-membro de reembolso)

OBRIGAÇÕESEM JUNHO

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte 431JUNHO 2012 - Nº 12

IRCEntidades isentas podem entregar a Modelo 22

até 15 de julho

O Ministério das Finanças decidiu alargar até 15 de julho o prazo de entrega da declaração periódica de rendimentos por parte das entidades isentas de IRC, nomeadamente instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e pessoas coletivas de utilidade pública. O prazo para entrega da declaração do Modelo 22 relativa a 2011 terminava a 31 de maio.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, explica o alargamento do prazo pela “obrigação de entrega desta declaração ter sido instituída pela Lei n.º 20/2012, a qual veio a ser publicada apenas no passado dia 14 de maio, quando já se encontrava a decorrer o prazo normal para a entrega da declaração”.

O prazo agora estabelecido para a entrega por estas entida-des da declaração Modelo 22 com dispensa de coima coincide com o prazo para a entrega da declaração anual de informação contabilística e fi scal, refere o despacho.

Regime Excecional de Regularização Tributária (RERT III)

Entrega da declaração até 30 de junho

A Declaração de Regularização Tributária, acompanhada dos documentos comprovativos da titularidade ou da quali-dade de benefi ciário, deverá ser entregue até ao próximo dia 30 de Junho.

Relembramos que a Lei do Orçamento de Estado para 2012 consagrou um novo Regime Excecional de Regularização Tributária (RERT III), relativamente a elementos patrimo-niais colocados no exterior, fi xando a aplicação de uma taxa especial de 7,5% – ao invés da taxa de 5% prevista no RERT II, deixando de ser necessário o repatriamento para território português dos elementos regularizados.

Poderão benefi ciar deste regime as pessoas singulares e as pessoas colectivas que possuam elementos patrimoniais que não se encontravam em território português em 31 de dezembro de 2010, e que consistam em depósitos, certifi cados de depósitos, partes de capital, valores mobiliários e outros instrumentos fi nanceiros, incluindo apólices de seguros do ramo «Vida» ligados a fundos de investimento e operações de capitalização do ramo «Vida».

Sobre este assunto os interessados poderão consultar infor-mação e esclarecimentos mais desenvolvidos publicados no Boletim do Contribuinte, 2012, 2ª quinzena de maio, pág. 359.

Agricultura e pecuáriaApoios fi scais a explorações afetadas pela seca

Através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 37/2012, de 27 de março, foi determinada a preparação de medidas urgentes para a mitigação dos impactos da seca, com particular incidência no setor agrícola.

Uma das medidas então previstas, no âmbito fi scal e pa-rafi scal, consistia na isenção ou diferimento do pagamento de contribuições sociais por parte dos agricultores e dos em-pregadores agrícolas, a qual foi agora consagrada através da Portaria n.º 178-A/2012, de 31 de maio.

Este apoio é concedido às explorações que tenham por objeto principal a produção agrícola, pecuária ou a apicultura e que tenham sofrido, devido à situação de seca no corrente ano, perdas de rendimento superiores a 30 %, sendo esta per-centagem apurada através da comparação da produção do ano de seca e a média dos últimos três anos.

As despesas que hajam sido efetuadas por razões não atinentes à situação de seca deverão ser deduzidas, de modo a evitar a sobrecompensação.

Podem benefi ciar da dispensa do pagamento de contribui-ções os produtores agrícolas enquadrados no regime dos traba-lhadores independentes em virtude do exercício exclusivo da atividade agrícola, bem como os cônjuges que com eles exerçam efetiva e regularmente atividade profi ssional na exploração.

Podem benefi ciar do pagamento diferido de contribuições as entidades empregadoras relativamente aos trabalhadores que exerçam atividade agrícola nas explorações abrangidas.

Para aceder aos apoios deverá ser apresentado requeri-mento, em modelo próprio, no prazo de 30 dias após a data da entrada em vigor da portaria (ou seja, até ao fi nal do corrente mês de junho), nos serviços competentes do Instituto da Se-gurança Social (ISS, I. P.), ou nas associações de agricultores nos termos a estabelecer em protocolo.

O ISS, I. P. emitirá decisão sobre o pedido no prazo máximo de 30 dias após a receção daquele requerimento.

Farmácias de ofi cinaPropriedade da farmácia

No Conselho de Ministros de 31 de Maio último foi aprovada uma proposta de lei que estabelece o regime jurídico das farmácias de ofi cina, no sentido de clarifi car o regime da propriedade de farmácia, nomeadamente quanto aos impedimentos decorrentes da obrigatoriedade de ações nominativas representativas do capital das sociedades co-merciais proprietárias de farmácias dizer também respeito às ações das sociedades que participem direta ou indire-tamente no capital, de modo a abranger as participações sociais encadeadas.

Também se clarifi ca o conceito do que se entende por pessoa que detém ou exerce a propriedade, a exploração ou a gestão indireta de uma farmácia, para efeitos do cumpri-mento do limite máximo de farmácias por pessoa.

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Boletim do Contribuinte432JUNHO 2012 - Nº 12

I R S (Até ao dia 20 de julho) – Entrega do imposto retido no mês de junho sobre ren-

dimentos de capitais, prediais e comissões pela intermediação na realização de quaisquer contratos, bem como do imposto retido pela aplicação das taxas liberatórias previstas no art. 71º do CIRS.

(Arts. 98º, nº 3, e 101º do Código do IRS)

– Entrega do imposto retido no mês de junho sobre as remunerações do trabalho dependente, independente e pen-sões – com exceção das de alimentos (Categorias A, B e H, respectivamente).

(Al. c) do nº 3º do art. 98º do Código do IRS)– 1º pagamento por conta do imposto relativo a 2012.(Art. 102º do Código do IRS, nºs. 1, 2, 3, 4 e 5)

I R C – Entrega das importâncias retidas no mês de junho por

retenção na fonte de IRC, nos termos do art. 84º do Código do IRC. (Até ao dia 20 de julho)

(Arts. 106º, nº 3, 107º e 109º do Código do IRC)– 1º pagamento por conta do imposto relativo a 2012. (Até

ao dia 31 de julho)(Arts. 96º, 97º e 99º do Código do IRC)

– 1º pagamento adicional por conta da derrama esta-dual devido por entidades residentes que exercem, a título principal, atividade de natureza comercial, industrial ou agrícola e por não residentes com estabelecimento estável que tenham no ano anterior um lucro tributável superior a 1500 000 €, com periodicidade coincidente com o ano civil. (Até ao dia 31 de julho)

(Cfr. informação página seguinte)

IRS/IRC e IVA

- IES - Informação Empresarial Simplifi cada (Até 15 de julho)

- Entrega da declaração anual, por transmissão eletróni-ca de dados, pelos sujeitos passivos de IRS, IRC, IVA que disponham de contabilidade organizada.

I V A – Entrega do imposto liquidado no mês de maio pelos

contribuintes de periodicidade mensal do regime normal. (Até ao dia 10 de julho)

- Envio da declaração periódica, por transmissão eletrónica de dados, acompanhada dos anexos que se mostrem devidos, pelos contribuintes do regime normal mensal, relativa às operações efectuadas em maio.

- Entrega da declaração recapitulativa por transmissão eletrónica de dados, pelos sujeitos passivos do regime normal mensal que tenham efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados-membros, no mês de junho, quando tais operações sejam aí localizadas nos termos do art. 6º do CIVA, e para os sujeitos passivos do regime normal trimestral quando o total das transmissões

PAGAMENTOSEM JULHO

Obrigações em julho

IRS e IRCRendimentos pagos ou colocados

à disposição de não residentes

As entidades devedoras de rendimentos a não residentes deverão, até 31 de julho, proceder à entrega, por transmis-são eletrónica de dados, à DGCI, da declaração modelo 30.

A entrega desta declaração é sempre obrigatória desde que sejam pagos ou colocados à disposição rendimentos a não residentes nos termos do nº 7 do art. 119º do Código do IRS.

Entidades registadoras ou depositárias de valores mobiliários

As entidades registadoras ou depositárias de valores mobiliários deverão proceder, até 31 de julho, à entrega da Declaração Modelo 33, por transmissão electrónica de dados, nos termos previstos no art. 125º do Código do IRS e do art. 120º-A do Código do IRC.

IRSEntidades devedoras de rendimentos isentos

ou sujeitos a taxa reduzida

As entidades devedoras de rendimentos isentos deverão proceder à entrega, até 31 de julho, da Declaração Modelo 31 por transmissão electrónica de dados, à DGCI, dos rendimentos isentos, dispensados de retenção ou sujeitos a taxa reduzida, nos termos previstos no nº 2 do art. 119º do Código do IRS.

A entrega desta declaração é sempre obrigatória desde que sejam pagos ou colocados à disposição rendimentos sujeitos a retenção na fonte pelas taxas previstas no art. 71º do Código do IRS cujos titulares benefi ciem de isenção, dispensa ou redução de taxas e sejam residentes em território nacional.

intracomunitárias de bens a incluir na declaração tenha no trimestre em curso excedido o montante de 100 000 € (Até ao dia 20 de Julho)

IMPOSTO ÚNICO DE CIRCULAÇÃO (Até ao dia 31 de julho)

– Liquidação, por transmissão eletrónica de dados, e paga-mento do Imposto Único de Circulação – IUC – relativo aos veículos cujo aniversário da matrícula ocorra no mês de julho.

SEGURANÇA SOCIAL (De 11 a 20 de julho)– Pagamento de contribuições e quotizações referentes ao

mês de junho de 2011.

IMPOSTO DO SELO (Até ao dia 20 de julho)– Entrega por meio de guia do imposto arrecadado no

mês de junho. (Arts. 43º e 44º do Código do Imposto do Selo)

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte 433JUNHO 2012 - Nº 12

Derrama estadualAumento da base de incidência

O Orçamento do Estado para 2012, aprovado pela Lei nº 64-B2011, de 31.12 (transcrito no Boletim do Contribuinte 2012, Suplemento à 1ª quinzena de janeiro), aumentou a base de incidência da derrama estadual, uma vez que esta incide agora sobre a parte do rendimento tributável superior a 1.500.000 euros, contrariamente ao que sucedia anteriormente, em que a derrama incidia apenas sobre a parte do rendimento tributável superior a 2.000.000 euros.

Por outro lado, verifi ca-se também um aumento da taxa de derrama estadual, que agora é de 3% (contra a taxa anterior de 2,5%) relativamente à parte do lucro tributável compre-endida entre 1.500.000 euros e 10.000.000 euros e de 5%,

Dupla tributaçãoConvenção com Emirados Árabes Unidos

já está em vigor

De acordo com o Aviso nº 59/2012, de 11.6, publicado na I série do Diário da República, a Convenção entre Portugal e os Emirados Árabes Unidos para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Ren-dimento encontra-se em vigor desde o passado dia 22 de maio.

Assim, foram emitidas notas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos e pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, em que se comunica terem sido cumpridas as respetivas formalidades constitucio-nais internas de aprovação da Convenção, assinada em Abu Dhabi, em 17 de janeiro de 2011, e aprovada pela Resolução da Assembleia da República nº 47/2012, de 13.4.

Nos termos da mesma Convenção, são considerados impos-tos sobre o rendimento todos os impostos incidentes sobre o rendimento total ou sobre elementos do rendimento, incluídos os impostos sobre os ganhos derivados da alienação de bens mobiliários ou imobiliários, os impostos sobre o montante global dos vencimentos ou salários pagos pelas empresas, bem como os impostos sobre as mais-valias.

Os impostos atuais a que a Convenção se aplica são:Portugal:• o imposto sobre o rendimento das pessoas singulares

(IRS);• o imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas

(IRC); • a derrama.Emirados Árabes Unidos:• o imposto sobre o rendimento; • o imposto sobre as sociedades.

Governo quer ligar pequeno comércio à Internet

O Executivo está a preparar um plano estratégico para levar novas ferramentas tecnológicas ao setor do comércio tradicio-nal, nomeadamente, correio eletrónico e páginas de internet.

A medida, preparada em articulação com os municípios, a Confederação do Comércio de Portugal e outras associações do setor, foi anunciada recentemente pelo Secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira, e pretende melhorar a competitividade do comércio tradicional através do apoio à entrada deste na economia digital.

O plano estratégico, a lançar ainda este ano, aposta assim na adesão do pequeno comércio de rua às novas tecnologias, dando aos aderentes a possibilidade de usufruírem de e-mail, software de faturação e de um website.

O secretário de Estado anunciou ainda que foram pagos 2,5 milhões de euros a pequenos empresários e associações de comerciantes respeitantes a verbas do MODCOM (programa de apoio à Modernização do Comércio), que estavam em atraso há vários meses.

Aprovada a proposta de criação do Programa de Apoio à Economia Local

Foi aprovada em Conselho de Ministros, no dia 14 de junho, a proposta de Lei que cria o Programa de Apoio à Economia Local (PAEL).

O PAEL tem por objeto a regularização do pagamento de dívidas dos municípios vencidas há mais de 90 dias e registadas na Direção-Geral das Autarquias Locais até 31 de março de 2012.

São abrangidas pelo PAEL todas as dívidas dos municípios que ultrapassem o referido prazo de vencimento, independen-temente da sua natureza comercial ou administrativa.

Os municípios que aderirem ao programa serão autorizados a celebrar um contrato de empréstimo com o Estado, não sendo aplicáveis neste âmbito os limites gerais de endividamento de médio e longo prazo previstos na Lei das Finanças Locais.

Para fi nanciar o PAEL será disponibilizado um fundo de € 1 000 000 000.

relativamente à parte do lucro tributável que ultrapasse os 10.000.000 euros.

Quando seja aplicável o regime especial de tributação dos grupos de sociedades, as referidas taxas incidem sobre o lucro tributável apurado na declaração periódica individual de cada uma das sociedades do grupo, incluindo a da sociedade dominante.

Estas novas taxas aplicam-se aos lucros tributáveis refe-rentes aos dois períodos de tributação que se iniciem em ou após 1 de Janeiro de 2012.

Lucro tributável TaxaDe mais de € 1.500.000 até € 10.000.000 3%Superior a € 10.000.000 5%

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte434JUNHO 2012 - Nº 12

Reprogramação do QREN será entregue em Bruxelas até meados de julho

O secretário de Estado adjunto da Economia e Desenvol-vimento Regional, Almeida Henriques, anunciou que o Go-verno entregará em Bruxelas o documento de reprogramação estratégica do QREN até 15 de julho.

O processo será concluído até ao fi nal deste mês, assim que terminar a ronda de contactos com as diversas autoridades regionais, adiantou o governante.

Logo que a reprogramação estiver concluída, será levanta-da a suspensão da aprovação de fi nanciamentos comunitários e de abertura de novos concursos anunciada em maio.

Numa conversa com jornalistas na CCDR-N (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte), Al-meida Henriques adiantou ainda que grande parte das medidas que estão previstas no documento de reprogramação poderão ser operacionalizadas assim que o mesmo seja entregue em Bruxelas, o que deverá suceder em meados de julho. Após a entrega do documento, a Comissão Europeia deverá responder num prazo de cerca de dois ou três meses.

No âmbito deste processo de reprogramação, as empresas das regiões de convergência (Norte, Centro, Alentejo e Açores) vão benefi ciar de um reforço global ao nível dos sistemas de incentivo de 705 milhões de euros.

O QREN é reorientado para o apoio ao investimento e fi nanciamento das empresas, para o emprego e para o aumento das comparticipações do investimento público, nomeadamente o municipal, esclareceu ainda o secretário de Estado.

Regime de apoio à aquicultura é objeto de nova revisão

Foi aprovada através da Portaria n.º 178/2012, de 31 de maio, a terceira alteração ao Regime de Apoio aos Investi-mentos Produtivos na Aquicultura, no âmbito do PROMAR (Programa Operacional Pesca 2007-2013).

As alterações introduzidas traduzem-se, designadamente:- na revisão das condições subjacentes à majoração dos

apoios a conceder, com o objetivo de valorizar o perfi l inovador dos investimentos e de promover a criação de unidades de reprodução, atento o facto de o núme-ro insufi ciente de maternidades de peixes e bivalves constituir um fator limitativo do desenvolvimento sustentável da aquicultura nacional;

- na restrição do requisito de acessibilidade relativo à au-tonomia fi nanceira pré-projecto, passando a exigir-se que seja igual ou superior a 15 % (redução de 5 pontos percentuais), e passando a prever-se a exigência de uma autonomia fi nanceira mínima pós-projeto igual ou superior a 20 %;

- no alargamento da comparticipação a despesas que, ainda que de valor reduzido, constituam investimentos de relevância fundamental;

- no reajustamento dos prazos de solicitação de adiantamen-tos e de início da execução e conclusão dos projetos, fazendo-os coincidir com o conhecimento, pelos pro-motores, da outorga do contrato de atribuição do apoio;

- na consagração da possibilidade de deslocalização dos estabelecimentos aquícolas e de prorrogação dos prazos de início e conclusão dos projetos, nos casos em que os promotores, por motivos que não lhes sejam imputá-veis, se vejam impossibilitados de cumprir esses prazos;

- na exigência de um menor volume de despesa como condição da disponibilização da primeira e da última prestação do apoio, a fi m de reduzir as necessidades de liquidez dos benefi ciários nas fases de início e con-clusão dos projetos.

Empreendedorismo jovemParlamento recomenda promoção de incentivos

A Assembleia da República recomendou ao Governo que proceda à criação de incentivos ao empreendedorismo jovem incluídos numa estratégia nacional de incentivo ao empreen-dedorismo e inovação.

Das medidas a adotar pelo Executivo, constantes da Reso-lução da Assembleia da República nº 58/2012, de 3.5, podem destacar-se as seguintes:

- promoção de uma maior sensibilização para o empreen-dedorismo em contexto escolar, desde o ensino básico e secundário até ao ensino superior, de modo a criar, desde cedo, oportunidades na escola para que os jovens se sintam empreendedores e motivados para o empre-endedorismo através, nomeadamente, da realização de concursos ou feiras de empreendedorismo, atribuição de prémios nacionais e internacionais relativos aos vários ciclos de ensino, bem como da realização de um concur-so a nível nacional para a criação de uma empresa virtual;

- reforço da ajuda técnica ou criação de gabinetes de apoio à elaboração de candidaturas, como, por exemplo, na estruturação da ideia e na defi nição de business e marketing plans, bem como no acompanhamento ao desenvolvimento do negócio nos primeiros anos – aceleradores de negócio;

- promoção e maior divulgação do Programa Erasmus para jovens empreendedores recentemente criado pela Comissão Europeia, conjugando ainda mais esforços ao nível da sua divulgação;

- incentivo à criação de linhas de crédito bonifi cadas para projetos promovidos por jovens empreendedores ou que criem emprego para jovens;

- promoção, através do QREN, de uma linha fi nanceira di-rigida ao empreendedorismo de base local promovendo a criação de centros de inovação e empreendedorismo nos municípios com menos de 30 000 habitantes, di-namizando e requalifi cando espaços desocupados (ex: fábricas antigas, escolas);

- alargamento da possibilidade de atribuição de subsídio de desemprego aos gestores/empresários de empresas que

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INFORMAÇÕESDIVERSAS

Boletim do Contribuinte 435JUNHO 2012 - Nº 12

sejam encerradas, de modo a corrigir a injustiça que atu-almente se verifi ca de um empresário que investiu e criou emprego não ter direito a qualquer apoio do Estado;

- criação de incentivos à investigação, permitindo envol-ver os jovens investigadores bolseiros em projetos de empreendedorismo e inovação;

- promoção da adoção de políticas municipais, intermunici-pais e regionais de fomento do empreendedorismo, em particular de incentivos ao empreendedorismo juvenil;

- promoção da criação de estágios curriculares para os alunos do ensino secundário que frequentem as vias profi ssionali-zantes, em empresas e instituições locais, os quais devem ter um forte envolvimento das empresas da respetiva área escolar.

Dupla tributaçãoRevisão da Convenção com Luxemburgo

em vigor

Entrou em vigor no dia 18 de maio de 2012 o Protocolo que alterou a Convenção celebrada entre Portugal e o Luxemburgo para Evitar as Duplas Tributações e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento e o Património, assinado em 7 de setembro de 2010, em Lisboa.

Assim, foram emitidas notas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo e pela Embaixada de Portugal no Luxemburgo, em que se comunica terem sido cumpridas as respetivas formalidades constitucionais internas de aprovação do Protocolo de revisão da Convenção assinada em Bruxelas em 25 de maio de 1999 e aprovada pela Resolução da Assem-bleia da República nº 56/2000, de 30.6.

Os impostos atuais a que esta Convenção se aplica são:• Relativamente ao Luxemburgo:- o imposto sobre o rendimento das pessoas singulares;- o imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas;- o imposto especial sobre as percentagens;- o imposto sobre o património;- o imposto comercial comunal;- o imposto predial. • Relativamente a Portugal:- o IRS, IRC a derrama e o IMI.

Receita fi scal caiu 3,5%

A receita fi scal do Estado caiu 3,5 por cento nos primei-ros cinco meses deste ano por comparação com o mesmo período de 2011, segundo o boletim de execução orçamental divulgado pela Direção-Geral do Orçamento (DGO).

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Boletim do Contribuinte436JUNHO 2012 - Nº 12

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ASSINATURA

Autor: Joaquim Fernando Ricardo

Páginas: 944

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Boletim do Contribuinte 437JUNHO 2012 - Nº 12

RESOLUÇÕESADMINISTRATIVAS

IRC Dedução de prejuízos fi scais

Requisitos e limitações

Alteração do objeto social ou alteração da titularidade de capital social

ou dos direitos de voto

Artigo 52º do Código do IRC

Com o objetivo de agilizar a análise dos casos especiais de reconhecido interesse económico a que se refere o nº 9 do art. 52º do Código do I RC, por meu despacho desta dala, divulga-se o seguinte:

1. Os prejuízos fi scais apurados em determinado período de tribulação podem ser dedutíveis aos lucros tributáveis, se os houver, do período a seguir ou até ao 5º período seguinte, desde que cumpridos os requisitos constantes dos nºs 2 a 6 do artigo 52º do Código do IRC.

2. Não obstante, esse direito deixa de se aplicar quando se verifi car, à data do termo do período de tributação em que é efetuada a dedução, que, em relação àquele a que respeitam os prejuízos, foi modifi cado o objeto social da entidade a que respeita ou alterada, de forma substancial, a natureza da ati-vidade anteriormente exercida ou que se verifi cou a alteração da titularidade de, pelo menos, 50% do capital social ou da maioria dos direitos de voto.

3. Pode, no entanto, em casos especiais de reconhecido interesse económico, ser autorizado pelo Ministro das Finanças, a requerimento dos interessados, a entregar antes da ocorrência de qualquer uma das alterações referidas no nº 8 do artigo 52º do Código do IRC ou nos prazos previstos nos nºs 10 e 12 desta disposição, que não seja aplicada aquela limitação do direito à dedução dos prejuízos fi scais obtidos em períodos anteriores.

4. Assim, no que respeita aos elementos necessários ao perfeito conhecimento jurídico-económico das operações e sem prejuízo de os Serviços da AT poderem solicitar, quando necessário, informações adicionais, os pedidos de autorização deverão ser acompanhados dos seguintes elementos:

a) Descrição pormenorizada do contexto económico em que a alteração da titularidade, da atividade ou do objeto social será realizada;

b) Certidão atualizada de teor da matrícula e das inscri-ções em vigor na Conservatória do Registo Comercial competente;

c) Informação, em caso de alteração da atividade, do ob-jeto social ou da titularidade que implique alteração da atividade, do peso relativo previsível das atividades anteriormente exercidas no volume de negócios futuro;

d) Previsão do volume de negócios, investimento e re-

sultados fi scais para os três períodos seguintes ao da verifi cação da alteração;

e) Número de postos de trabalho nos últimos três perío-dos e estimativa para os três períodos seguintes ao da verifi cação da alteração;

5. Adicionalmente, os pedidos deverão ainda ser acompa-nhados dos seguintes elementos, mas apenas quando o pedido respeitar à alteração da titularidade do capital social:

a) Identifi cação de relações especiais, nos termos do nº 4 do artigo 63º do Código do IRC, entre as partes envol-vidas na operação;

b) Preço previsto para a transação das partes sociais, bem como a data prevista para a realização da mesma.

(Circular n° 8/2012, de 30.5.2012, da DSIRC, da AT)

N.R. Estabelece ainda o artigo 52º do Código, na sua atual re-dação o seguinte:

A dedução a efetuar em cada um dos períodos de tributação não pode exceder o montante correspondente a 75 % do respetivo lucro tributável, não fi cando, porém, prejudicada a dedução da parte desses prejuízos que não tenham sido deduzidos, nas mesmas condições e até ao fi nal do respetivo período de dedução (nº 2 do art. 52º do CIRC).

Nos períodos de tributação em que tiver lugar o apuramento do lucro tributável com base em métodos indirectos, os prejuízos fi scais não são dedutíveis, ainda que se encontrem dentro do período referido no n.º 1, não fi cando, porém, prejudicada a dedução, dentro daquele período, dos prejuízos que não tenham sido anteriormente deduzidos (nº 3 do art. 52º do CIRC).

Quando se efetuarem correções aos prejuízos fi scais declarados pelo sujeito passivo, devem alterar-se, em conformidade, as dedu-ções efetuadas, não se procedendo, porém, a qualquer anulação ou liquidação, ainda que adicional, de IRC, se forem decorridos mais de cinco anos relativamente àquele a que o lucro tributável respeite (nº 4 do art. 52º do CIRC).

No caso de o contribuinte benefi ciar de isenção parcial e ou de re-dução de IRC, os prejuízos fi scais sofridos nas respetivas explorações ou atividades não podem ser deduzidos, em cada período de tributa-ção, dos lucros tributáveis das restantes (nº 5 do art. 52º do CIRC).

Os prejuízos fi scais respeitantes às sociedades mencionadas no n.º 1 do artigo 6.º são deduzidos unicamente dos lucros tributáveis das mesmas sociedades (nº 7 do art. 52º do CIRC).

O previsto no n.º 1 deixa de ser aplicável quando se verifi car, à data do termo do período de tributação em que é efectuada a dedução, que, em relação àquele a que respeitam os prejuízos, foi modifi cado o objeto social da entidade a que respeita ou alterada, de forma substancial, a natureza da atividade anteriormente exercida ou que se verifi cou a alteração da titularidade de, pelo menos, 50% do capital social ou da maioria dos direitos de voto (nº 8 do art. 52º do CIRC).

O Ministro das Finanças pode autorizar, em casos especiais de re-conhecido interesse económico e, mediante requerimento a apresentar na Direcção-Geral dos Impostos, antes da ocorrência das alterações referidas no número anterior, que não seja aplicável a limitação aí prevista (nº 9 do art. 52º do CIRC).

Quando as alterações previstas no n.º 8 sejam consequência da realização de uma operação de fusão, cisão ou entrada de ativos à qual se aplique o regime previsto no artigo 74.º, o requerimento referido no número anterior pode ser apresentado até ao fi m do mês seguinte ao do pedido de registo da operação na conservatória do registo comercial (nº 10 do art. 52º do CIRC).

Sempre que estejam em causa prejuízos fi scais relativos ao perío-do imediatamente anterior ao da ocorrência de alguma das alterações previstas no n.º 8 e esta ocorra antes do termo do prazo de entrega da respetiva declaração de rendimentos, o requerimento referido no n.º 9 pode ser apresentado no prazo de 15 dias contados do termo do prazo de entrega dessa declaração ou da data da respectiva entrega, se anterior (nº 12 do art. 52º do CIRC).

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438 Boletim do Contribuinte

INFORMAÇÕESVINCULATIVAS

JUNHO 2012 - Nº 12

IRCRegime de neutralidade fi scal e aplicação

das normas antiabuso

FICHA DOUTRINÁRIA Diploma: CIRC Artigo: 73º Assunto: Procedimento de aplicação das normas antiabuso

consagradas no Código do IRC Processo: 2890/2007, sancionado por despacho, de 2012.03.13,

do Subdiretor-Geral, como substituto legal do Diretor-Geral

Conteúdo: 1. De acordo com o nº10 do art.º 73º do CIRC, o legislador apenas considera que o regime de neu-tralidade fi scal não é aplicável, quando se conclua que as operações tiveram como principal objetivo ou como um dos principais objetivos a evasão fi scal, designadamente quando as operações não foram realizadas por razões económicas válidas, procedendo-se, se for caso disso, às correspondentes liquidações adicionais de imposto. Quer isto dizer que não é necessário desconsiderarem-se os efei-tos da operação, mas apenas retirar os benefícios previstos no regime especial.

2. Assim, a medida antiabuso prevista no nº10 do artigo 73º não está sujeita ao procedimento a que se refere o artigo 63º do Código de Procedimento e de Processo Tributário.

3. Acresce que, com a Lei nº64-B/2011, de 30/12, o artigo 63º foi alterado, sendo revogado o seu nº 2 e alterado o nº1, no sentido de ser apenas aplicável na liquidação de tributos com base na disposição antiabuso constante do nº 2 do artigo 38º da lei geral tributária.

4. Deste modo, encontra-se prejudicado o enten-dimento vertido na Ficha Doutrinária referente ao Processo nº 771/2002, sobre o mesmo assunto.

IVARegime de autoliquidação do IVA na aquisição

de serviços de construção civil

FICHA DOUTRINÁRIA Diploma: CIVA Artigo: 2º,nº1, j) Assunto: Regime de autoliquidação do IVA na aquisição de

serviços de construção civil – componente residual de trabalhos abrangidos pelo regime – prestação de serviços acessórios

Processo: A100 2007568 – despacho do SDG dos Impostos, substituto legal do Diretor -Geral, em 10-03-2009

Conteúdo: Tendo por referência um pedido de informação vinculativa formulado nos termos da alínea e) do n° 3 do art° 59° e do art° 68°, ambos da LGT, por “A”, quanto ao regime de liquidação do IVA aplicável à aquisição de serviços de instalação e manuten-ção de redes de telecomunicações com inclusão dos trabalhos de construção civil eventualmente necessários para a perfeição da obra, presta-se a seguinte informação.

I - SITUAÇÃO FACTUAL 1. A Requerente é uma empresa que desenvolve

a sua atividade na área das telecomunicações, abrangendo, nomeadamente, serviços de rede fi xa, comunicações de dados, teledifusão, videoconfe-rência e soluções de banda larga.

2. No âmbito da referida actividade, a Requerente celebra contratos de prestação de serviços de for-necimento, instalação, manutenção e reparação de equipamentos de telecomunicações, sendo relativamente a estes serviços que se suscitam as questões objeto do presente pedido de informação vinculativa.

3. As operações em apreço dizem respeito a serviços de carácter continuado, adquiridos pela Requerente porquanto se mostram necessários ao pleno desen-volvimento da sua atividade que, por razões de gestão de recursos e de racionalidade económica, se decidiu contratar a entidades terceiras.

4. Se até 1 de Abril de 2007 a Requerente se limi-tava a proceder ao pagamento da fatura que lhe era emitida, com IVA, pelos prestadores dos serviços em apreço, a partir desta data, face à entrada em vigor do novo regime, que veio fi xar a regra da inversão do sujeito passivo na liquidação do imposto devido por “serviços de construção civil”, levantam-se incertezas, quanto ao enquadramento a conferir a um conjunto de operações que indica, tais como:

a) Agenciamento, instalação, manutenção e des-montagem de equipamento terminal de cliente;

b) Instalação, manutenção e desmontagem de equipamento de transmissão;

c) Instalação e desmontagem de postos públicos (cabines);

d) Instalação, manutenção e desmontagem de PPCAE’s (central telefónica);

e) Instalação, manutenção e apeamento de redes de telecomunicações.

5. Por outro lado, segundo a Requerente, os referidos serviços, com especial ênfase aqueles mencionados no ponto e) supra, poderão comportar uma parte de trabalhos de subsolo, os quais incluem as seguintes atividades:

- Fornecimento e instalação de postes de betão; - Construção de condutas, que corresponde à ins-

talação de tubos em PVC no subsolo, envolvidos em betão ou pó de pedra;

- Construção de câmaras de visita subterrâneas; - Construção de pedestais destinados a apoio de

armários da rede exterior; - Escavações destinadas à instalação de câmaras

de visita ou condutas;

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Boletim do Contribuinte 439JUNHO 2012 - Nº 12

- Demolição e reposição de pavimentos. 6. Os serviços descritos nos pontos anteriores são

contratados globalmente, i.e., cada contrato abrange a totalidade dos serviços acima mencionados e existe uma facturação conjunta.

7. Dadas as especifi cidades associadas aos serviços em apreço, a Requerente celebra este tipo de contrato de prestação de serviços com várias entidades.

II - ENTENDIMENTO DA REQUERENTE 8. Em face dos serviços acima descritos, coloca-se

a questão de saber qual o correspondente tratamen-to fi scal, em sede de IVA, nomeadamente, se, se encontram, ou não, sujeitos ao regime de inversão do sujeito passivo.

9. Desde logo, a Requerente refere que os serviços contratados aos seus fornecedores não se encontram, em seu entender, abrangidos pela regra de inversão prevista na alínea j) do número 1 do artigo 2.° do Código do IVA.

10. Com efeito, tais serviços não se enquadram no conceito de “serviços de construção civil” tido em consideração pelo legislador aquando da delimi-tação do âmbito de incidência do novo regime de inversão do sujeito passivo.

11. Contudo, no que respeita aos trabalhos de subsolo, quando realizados no âmbito dos servi-ços de instalação, manutenção e desmontagem de equipamentos de telecomunicações, a Requerente questiona-se a respeito da aplicação da regra da inversão do sujeito passivo.

12. Na opinião da Requerente, importa ter presente que os mesmos se afi guram acessórios aos diversos serviços prestados, no âmbito do contrato celebrado com cada um dos prestadores indicados.

13. Neste contexto, a Requerente acrescenta que o Ofício-Circulado n.° 30 101 não esclarece quais as regras aplicáveis no caso de serviços considerados acessórios, nomeadamente, se tais serviços devem ser tratados individualmente ou se devem seguir o tratamento, em sede de IVA, aplicado à prestação principal, para efeitos da aplicação do regime de inversão do sujeito passivo.

14. Porquanto o Ofício-Circulado n.° 30 101 refere no seu ponto 1.4. que “Sempre que, no âmbito de uma obra, o prestador fatura serviços de construção propriamente dita ou quaisquer outros com ela relacionados e necessários à sua realização (v.g. aluguer ou colocação de andaimes, aluguer de gruas e de outros bens, serviços de limpeza, sinalização, fi scalização, remoção de entulhos, serviços de projectistas ou de arquitectura, etc), bem como materiais ou outros bens, entende-se que o valor global de fatura, independentemente de haver ou não discriminação dos vários itens e da faturação ser conjunta ou separada, é abrangido pela regra de inversão de sujeito passivo”.

15. Esclarecendo-se pois o enquadramento das situações em que existe igualmente prestações de serviços não abrangidos pelo regime, mas que são prestados no âmbito de uma “obra”.

16. Contudo, permanece a dúvida nas situações

em que se verifi ca o contrário da situação acima descrita, ou seja, quando os serviços não abrangidos pelo regime de inversão necessitarem de incluir uma componente, ainda que mínima, de “obra”.

17. Com efeito, considerando a componente redu-zida da “obra” face à prestação principal, maxime numa proporção de 10%, importa aferir em que medida a mesma pode determinar o seu tratamento diferenciado, dos restantes serviços prestados em conjunto, por se considerar “serviços de construção civil”, na acepção da alínea j) do número 1 do artigo 2.º do Código do IVA.

18. Assim, afi gura-se à Requerente ser relevante aferir quanto à eventual aplicação da teoria da acessoriedade aos trabalhos de subsolo face aos serviços prestados, por forma a concluir qual o correspondente tratamento fi scal em função dessa qualifi cação.

19. A este respeito, ou seja, quanto à temática da qualifi cação de determinada prestação como autónoma ou acessória da principal, considera a Requerente que a jurisprudência do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias (TJCE) se mostra pertinente para efeitos da análise e decisão da questão de determinação do enquadramento jurídico-tributário a conferir às operações em análi-se, citando para o efeito a jurisprudência constante dos seguintes acórdãos:

- Acórdão de 26 de Setembro de 1996 “Jurgen Dudda”, Processo C-327/94, no qual o TJCE ad-mite a possibilidade da existência de prestações de serviços acessórias, considerando como tais “todas as prestações que (...) constituem condição necessária à realização dessa mesma atividade”, concluindo que “trata-se, portanto, de prestações que são acessórias da atividade principal vista de um modo objetivo” ;

- Acórdão de 22 de Outubro de 1998 “T.P.Madgett, R.M. Baldwin e The Howden Court Hotel”, Proces-sos apensos C-308/96 e C-94/97, onde o Tribunal considerou que poderia haver prestações que, embora relacionadas com a prestação principal, “não constituem (...) um fi m em si, mais um meio de benefi ciar das melhores condições do serviço principal.”, concluindo nesse contexto que se trata de “prestações (...) puramente acessórias relativa-mente às prestações [efetuadas a título principal.]”;

- Acórdão de 25 de Fevereiro de 1999, “Card Protection Plan Ltd”, Processo C-349/96, através do qual o TJCE fi rmou o entendimento de que “uma prestação deve ser considerada acessória em relação a uma prestação principal quando não constitua para a clientela um fi m em si, mas um meio de benefi ciar nas melhores condições do serviço principal do prestador”.

III - O PEDIDO DA REQUERENTE 20. Em síntese, a Requerente pretende obter

confi rmação escrita, por parte da Administração Tributária, quanto ao tratamento jurídico-tributário, em sede de IVA, associado às operações acima descritas, designadamente:

(Continua na pág. seguinte)

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440 Boletim do Contribuinte

INFORMAÇÕESVINCULATIVAS

JUNHO 2012 - Nº 12

(A) Não aplicação da regra de inversão do sujeito passivo aos serviços mencionados no ponto 4. supra, em virtude de não consubstanciarem “serviços de construção civil”;

(B) Viabilidade de aplicação do critério da acesso-riedade, no caso dos serviços referidos no ponto 4. supra, nomeadamente, serviços de instalação, manutenção e desmontagem de equipamentos de telecomunicações, implicarem a realização de tra-balhos de subsolo cuja componente é insignifi cante, face à prestação principal, desde que a “obra” se encontre intimamente ligada ao bom funcionamento dos equipamentos. Nestas circunstâncias, estes serviços não estarão abrangidos pela expressão “serviços de construção civil”;

(C) Em decorrência da aplicação de um tal enten-dimento, a referida obra deverá seguir o enquadra-mento que, no caso, for atribuível à prestação dita “principal”;

1. Assim, se a prestação principal não implicar a inversão do sujeito passivo na liquidação e entrega do montante de imposto devido, então, a regra da inversão não operará em relação à totalidade da operação;

2. Para efeitos de determinação do carácter acessório da prestação, poderá atender-se a uma percentagem não superior a 10% do valor do cômputo geral da operação a efectuar;

(D) Caso a Administração Tributária se pronuncie pela não aplicação do critério da acessoriedade, nos termos supra descritos, a Requerente solicita a indi-cação do enquadramento que deverá ser conferido, em sede de IVA, às situações que motivam o pedido.

IV - ENQUADRAMENTO EM SEDE DE IVA DOS SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

21. Face aos artigos 1°, n° 1, alínea a) e 4°, n° 1, ambos do CIVA, os trabalhos de construção civil constituem operações sujeitas a IVA e dele não isentas.

22. Por sua vez, o art° 1° do Decreto Lei n° 21/2007, de 29 de Janeiro, aditou ao art° 2°, n° 1, do CIVA uma alínea j), cuja redação entrou em vigor em 1 de Abril de 2007.

23. Nos termos do referido preceito, são conside-rados sujeitos passivos de imposto “ As pessoas singulares ou coletivas referidas na alínea a) que disponham de sede, estabelecimento estável ou domicílio em território nacional e que pratiquem operações que confi ram o direito à dedução total ou parcial do imposto, quando sejam adquirentes de serviços de construção civil, incluindo a remo-delação, reparação, manutenção, conservação e demolição de bens imóveis, em regime de emprei-tada ou subempreitada.”

24. Tal signifi ca que, nos casos aí previstos, há inversão do sujeito passivo, cabendo ao adquirente a liquidação e entrega do imposto que se mostre devido, sem prejuízo do direito à dedução, nos termos gerais do CIVA, designadamente do previsto nos seus artigos 19° a 25°.

25. Tendo em vista o esclarecimento do enquadra-mento concetual do regime de inversão do sujeito passivo, nomeadamente dos serviços nele abran-gidos, foram emitidas instruções administrativas, através do Ofício-Circulado n° 30 101, de 24 de Maio de 2007, da DSIVA.

26. Aí se refere, no seu ponto 1.3. que a norma em causa é abrangente, no sentido de nela serem incluídos todos os serviços de construção civil, independentemente de os mesmos fazerem ou não parte do conceito de empreitadas ou subempreita-das a que se referem os artigos 1207° e 1213° do Código Civil.

27. Consideram-se, assim, serviços de construção civil todos os que tenham por objecto a realização de uma obra, englobando todo o conjunto de actos que sejam necessários à sua concretização.

28. Por outro lado, o conceito de obra administra-tivamente defi nido, abrange todos os trabalhos de construção, reconstrução, ampliação, alteração, reparação, conservação, reabilitação, limpeza, restauro e demolição de bens imóveis, incluindo qualquer outro trabalho que envolva processo construtivo, seja de natureza pública ou privada.

29. Tal conceito, colhido do Decreto Lei n° 12/2004, de 9 de Janeiro, confi rma que a interpretação da expressão “serviços de construção civil” deve efetuar-se à luz da noção constante daquele nor-mativo, que institui o regime jurídico do ingresso e permanência na actividade de construção, conju-gada com a Portaria n° 19/2004, de 10 de Janeiro, que enumera os tipos de trabalhos que são objeto de execução por parte de empresas de construção civil.

30. No entanto, conforme expressamente refere o referido Ofício-Circulado, tal não condiciona a aplicação da regra de inversão apenas às situações em que, seja necessário o prestador dos serviços possuir alvará ou título de registo ou quaisquer outras condições naquele decreto exigidas.

V - APRECIAÇÃO DA QUESTÃO COLOCADA 31. Questão que se coloca é saber se à requerente,

que adquire os serviços elencados nos pontos 4. e 5. desta informação, deve ser exigível a aplicação da regra de inversão do sujeito passivo relativamente a certos trabalhos que os respectivos fornecedores de serviços lhe prestam, os quais isoladamente podem consubstanciar trabalhos de construção civil na acepção do Ofício-Circulado n° 30 101 da DSIVA, nomeadamente os constantes do Anexo I - Lista exemplifi cativa de serviços aos quais se aplica a regra da inversão, mas cuja relevância no âmbito global do serviço prestado, assumem nos projetos desenvolvidos uma natureza diminuta e meramente residual.

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 441JUNHO 2012 - Nº 12

32. A este propósito, tomam-se por referência os seguintes aspetos:

- O conceito de “obra” constante do ponto 1.3. do Ofício-Circulado nº 30 101, de 24 de Maio de 2007, da DSIVA;

- A Jurisprudência emanada do Tribunal de Justiça das Comunidades Europeias.

VI - O CONCEITO DE OBRA CONSTANTE DO PONTO 1.3. DO OFÍCIO CIRCULADO N° 30 101, DE 24 DE MAIO DE 2007, DA DSIVA

33. Encontra-se preenchido o conceito de obra, desde que cumulativamente se verifi que que respeitam a:

- Qualquer trabalho de construção, reconstrução, ampliação, alteração, reparação, conservação, re-abilitação, limpeza, restauro, demolição, incluindo outros que envolvam processo construtivo;

- Bens imóveis. 34. No caso de trabalhos de manutenção de infra-

-estruturas de redes de telecomunicações móveis e de Internet, sendo certo que o objeto dos mesmos não é qualquer imóvel em que estejam instaladas, mas tão-só assegurar a funcionalidade e operaciona-lidade de um conjunto de elementos que constituem um sistema de telecomunicações, somos levados a concluir que o conceito de obra não se encontra verifi cado por falta de um requisito essencial – o imóvel.

35. Assim, porque apenas são considerados serviços de construção civil os que tenham por objeto a realização de uma “obra”, não devem os trabalhos antes referidos ser como tal considerados, porquanto não preenchem o conceito exigido.

36. Nessa medida, não devem considerar-se abran-gidos pelo âmbito do Anexo I do Ofício-Circulado n° 30 101, de 24 de Maio de 2007, da DSIVA -Lista exemplifi cativa de serviços aos quais se aplica a regra da inversão, nem do regime de inversão do sujeito passivo a que se refere a alínea j) do n° 1 do art° 2° do CIVA.

VI.I - A JURISPRUDÊNCIA EMANADA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DAS COMUNIDADES EUROPEIAS

37. Analisando a jurisprudência invocada pela Requerente, devemos considerar o seguinte:

38. O processo C-349/96 teve por objeto um pedido dirigido ao Tribunal de Justiça, nos termos do artigo 177._ do Tratado CE, pela House … (Reino Unido).

39. O pedido destinava-se a obter, a título pre-judicial, uma decisão sobre a interpretação dos artigos 2º, nº 1, e 13º, B, alínea a), da Sexta Di-rectiva 77/388/CEE do Conselho, de 17 de Maio de 1977, relativa à harmonização das legislações dos Estados-Membros respeitantes aos impostos sobre o volume de negócios – Sistema comum do imposto sobre o valor acrescentado: matéria colectável uniforme (JO L 145, p. 1; EE 09 F1 p. 54) num litígio que opôs a Card Protection Plan Ltd (CPP) e os Commissioners of Customs & Excise.

40. Através das duas primeiras questões colocadas, que o TJCE entendeu deverem ser analisadas em conjunto, o órgão jurisdicional de reenvio pergun-

tou, em substância, no que respeita a um plano como o fornecido pela CPP aos seus clientes, quais os critérios adequados para decidir, para efeitos de IVA, se uma operação composta por vários elemen-tos deve ser considerada uma prestação única ou duas ou mais prestações distintas que devem ser apreciadas separadamente.

41. A título preliminar, o TJCE reiterou ser impor-tante recordar que a questão relativa ao alcance de uma operação reveste uma importância particular, na perspetiva do IVA, tanto para determinar o local das prestações de serviços como para a aplicação da taxa de imposição ou, como no caso vertente, das disposições relativas à isenção previstas pela Sexta Directiva.

42. Além disso, considerou, importa sublinhar que, tendo em conta a diversidade das transações comerciais, é impossível dar uma resposta exaus-tiva quanto ao modo de abordar corretamente o problema em todas as situações.

43. No entanto, tal como o Tribunal de Justiça já havia decidido no acórdão de 2 de Maio de 1996, Faaborg-Gelting Linien (C-231/94, Colect., p. l-2395, nºs 12 a 14), a propósito da qualifi cação da operação de restauração, quando a operação em causa é constituída por um conjunto de elementos e de atos, devem começar por se tomar em conside-ração todas as circunstâncias em que se desenvolve a operação em questão.

44. A este propósito, tendo em conta a dupla circuns-tância de que decorre do artigo 2º, nº 1, da Sexta Directiva que cada prestação de serviços deve nor-malmente ser considerada distinta e independente e de que a prestação constituída por um único serviço no plano económico não deve ser artifi cialmente decomposta para não alterar a funcionalidade do sistema do IVA, importa procurar encontrar os elementos característicos da operação em causa para determinar se o sujeito passivo fornece ao consumidor – aqui entendido como consumidor médio – diversas prestações principais distintas ou uma prestação única.

45. Nessa medida, o Tribunal não deixou de sublinhar que se está perante uma prestação única, quando um ou vários elementos devem ser considerados a prestação principal, ao passo que, inversamente, um ou vários elementos devem ser considerados prestações acessórias que partilham do tratamento fi scal da prestação principal.

46. Uma prestação deve ser considerada acessória em relação a uma prestação principal quando não constitua para a clientela um fi m em si, mas um meio de benefi ciar nas melhores condições do serviço principal do prestador (acórdão de 22 de Outubro de 1998, Madgett e Baldwin, C-308/96 e C-94/97, Colect., p. l-6229, n._ 24).

47. Nestas condições, embora o facto de ser faturado um preço único ao cliente poder ser considerado um elemento importante a favor da existência de uma prestação única, tal não reveste importância decisiva.

(Continua na pág. seguinte)

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442 Boletim do Contribuinte

INFORMAÇÕESVINCULATIVAS

JUNHO 2012 - Nº 12

48. Assim, entendeu o TJCE, em resposta às duas primeiras questões colocadas, que é ao órgão de reenvio que compete determinar, se operações como as efectuadas pela CPP devem ser consideradas, para efeitos de IVA, no sentido de que comportam duas prestações independentes, isto é, uma presta-ção de seguro isenta e uma prestação tributável de registo de cartão ou se uma destas duas prestações é a prestação principal da qual a outra é acessória, partilhando esta do tratamento fi scal da prestação principal.

49. Face à jurisprudência que antecede, é de considerar-se, no caso em apreço, que a Reque-rente adquire serviços às entidades identifi cadas e casuisticamente restritas ao modelo de contrato fornecido, serviços únicos, que consistem, em serviços de instalação, manutenção e conservação de redes de telecomunicações.

50. Tais serviços, por via da teoria da acessoriedade, são sujeitos a IVA e dele não isentos, não abrangidos por qualquer regime particular de tributação, aí se incluindo o regime de “reverse charge”.

VII - CONCLUSÃO 51. No caso de aquisição de trabalhos que consistem

na instalação, manutenção e conservação de redes de telecomunicações, sendo certo que o objeto dos mesmos não é qualquer imóvel em que estejam instaladas, mas tão-só assegurar a funcionalidade e operacionalidade de um conjunto de elementos que constituem um sistema de telecomunicações, o conceito de obra não se encontra verifi cado por falta de um requisito essencial -o imóvel.

52. Porque apenas são considerados serviços de construção civil os que tenham por objeto a reali-zação de uma “obra”, não devem os trabalhos antes referidos ser como tal considerados, porquanto não preenchem o conceito exigido.

53. No caso em apreço, a Requerente adquire ape-nas serviços que consistem quanto aos contratos envolvidos, nos serviços já identifi cados.

54. Tais serviços são sujeitos a IVA e dele não isento, incumbindo a liquidação do imposto devido aos respetivos prestadores, em fatura ou documento equivalente que deverá emitir na forma legal.

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 443JUNHO 2012 - Nº 12

LEGISLAÇÃO

Defesa do ConsumidorFundo Sanitário e de Segurança Alimentar

Mais

Nova taxa de segurança alimentar mais

Decreto-Lei n.º 119/2012de 15 de junho

(in DR, nº 115, I Série, de 15.6.2012)

A prevenção constitui, atualmente, o lema da União Europeia na defi nição das suas políticas de saúde animal e proteção do consumidor.

Desta divisa resulta a consagração, em todos os normativos euro-peus relacionados com a proteção da cadeia alimentar e a saúde dos consumidores, do princípio da responsabilização de todos os agentes económicos intervenientes.

Emerge, assim, o conceito de responsabilidade partilhada na garantia da segurança entre os referidos operadores económicos e o Estado, através dos seus serviços ofi ciais, o qual contribui decisiva-mente para o cumprimento das rigorosas regras europeias em matéria de qualidade alimentar, conferindo às exportações nacionais adicio-nais condições de sucesso nos competitivos mercados internacionais.

Aqueles normativos consagram ainda a obrigação de fi nancia-mento dos custos referentes à execução dos controlos ofi ciais por parte dos Estados membros, conferindo a estes a possibilidade de obterem os meios fi nanceiros adequados através da tributação geral ou da criação de taxas ou contribuições especiais a suportar pelos operadores.

Em aplicação destas regras, encontram-se já instituídas diversas taxas destinadas a suportar fi nanceiramente os atos de verifi cação e controlo, tendo como referenciais os custos e as despesas relativas ao pessoal, designadamente as remunerações, instalações, instrumentos, equipamento, formação, deslocações e despesas conexas, incluindo as relativas à colheita e envio de amostras e análises laboratoriais.

Os produtores pecuários e os estabelecimentos que laboram produtos de origem animal encontram-se, assim, obrigados ao paga-mento de diversas taxas, designadamente a que se destina a fi nanciar o sistema de recolha de cadáveres de animais na exploração, as de-correntes da execução, pela autoridade sanitária veterinária nacional, do Plano Nacional de Saúde Animal, as cobradas às atividades de produção, preparação e transformação de produtos de origem animal e alimentos para animais, como sucede com a taxa cobrada pela inspeção sanitária, e ainda todas as que têm em vista a autorização do exercício daquelas atividades.

Importa, ainda, considerar todas as taxas cobradas aos produtores, distribuidores e comerciantes, designadamente pela verifi cação da conformidade dos alimentos para animais, de medicamentos veteriná-rios ou de produtos fi tofarmacêuticos, as quais, constituindo encargos sobre os fatores de produção, oneram igualmente os produtores.

Importa, por isso, estender a todos os operadores da cadeia ali-mentar a responsabilidade pelo referido fi nanciamento, através de uma contribuição fi nanceira obrigatória que assegure a equitativa repartição dos custos dos programas de controlo, na medida em que todos são destes benefi ciários. Neste âmbito, concretiza-se o princípio do «utilizador pagador», uma vez que a contribuição é exigida a todos aqueles que usufruem dos serviços ou sistemas, à qual corresponderá a atribuição de um dístico comprovativo.

Por fi m, no sentido de assegurar elevada qualidade e segurança alimentar ao consumidor, assim reforçando as boas práticas ao lon-go da cadeia alimentar, importa constituir um fundo fi nanceiro que

assegure o pagamento das compensações que possam ser exigidas no âmbito da defesa da saúde animal e da garantia da segurança dos produtos de origem animal e vegetal.

Foram observados os procedimentos previstos no n.º 3 do artigo 108.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, em matéria de auxílios do Estado.

.......................................................................................... ..........................................................................................

Artigo 1.ºObjeto

O presente diploma cria, no âmbito do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, o Fundo Sanitário e de Segurança Alimentar Mais, doravante designado por Fundo, bem como a taxa de segurança alimentar mais.

Artigo 2.ºNatureza

O Fundo é um património autónomo, sem personalidade jurídica e dotado de autonomia administrativa e fi nanceira.

Artigo 3.ºMissão e objetivos

São objetivos do Fundo, no quadro da proteção da segu-rança alimentar e da saúde do consumidor e do cumprimento das normas europeias em matéria de qualidade alimentar, nomeadamente:

a) Financiar os custos referentes à execução dos controlos ofi ciais no âmbito da segurança alimentar, proteção ani-mal e sanidade animal, proteção vegetal e fi tossanidade;

b) Apoiar a prevenção e erradicação das doenças dos animais e das plantas, bem como das infestações por parasitas, designadamente com controlos sanitários, testes e outras medidas de rastreio, compra e admi-nistração de vacinas, de medicamentos e de produtos fi tofarmacêuticos, abate e destruição de animais e destruição de culturas;

c) Apoiar a preservação do património genético ou em ma-téria de encefalopatias espongiformes transmissíveis;

d) Incentivar o desenvolvimento da qualidade dos produtos agrícolas.

Artigo 4.ºReceitas

1 - São receitas do Fundo:a) O produto da taxa de fi nanciamento do sistema de reco-

lha de cadáveres de animais mortos nas explorações, aprovada pelos Decretos-Leis n.os 244/2003, de 7 de outubro, 122/2006, de 27 de julho, 19/2011, de 7 de fevereiro, e 38/2012, de 16 de fevereiro, e que incide sobre os estabelecimentos de abate relativamente a bovinos, ovinos, caprinos, suínos e equídeos;

b) O produto da taxa de segurança alimentar mais, a que se refere o artigo 9.º;

c) 10 % do produto de outras taxas cobradas pela Direção--Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV);

(Continuação na pág.seguinte)

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Boletim do Contribuinte444JUNHO 2012 - Nº 12

LEGISLAÇÃO

d) O produto de outras taxas e contribuições que lhe seja afeto;

e) Quaisquer outras receitas que lhe sejam atribuídas por lei ou negócio jurídico.

2 - Para efeitos da alínea c) do número anterior, constituem receita do Fundo:

a) As taxas a cobrar às atividades de produção, preparação e transformação de produtos de origem animal e alimentos para animais, aprovadas pelo Decreto-Lei n.º 178/2008, de 26 de agosto, e disciplinadas pelas Portarias n.os 1073/2008, de 22 de setembro, e 1450/2009, de 28 de dezembro, e que incidem sobre os respetivos agentes económicos;

b) As taxas devidas pela classifi cação subjetiva das carcaças de suínos, realizada pelos classifi cadores que prestam serviço na DGAV, previstas pelo Decreto-Lei n.º 168/98, de 25 de junho, e aprovadas pela Portaria n.º 1419/2008, de 9 de dezembro, e que incidem sobre os proprietários ou responsáveis dos estabelecimentos;

c) As taxas devidas pelos atos relativos aos procedimentos e aos exames laboratoriais e demais atos e serviços presta-dos pela DGAV, previstas pelo Decreto-Lei n.º 148/2008, de 29 de julho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 314/2009, de 28 de outubro, e aprovadas pela Portaria n.º 27/2011, de 10 de janeiro, e que incidem sobre os requerentes;

d) As taxas devidas pela concessão das autorizações de fabrico e distribuição de alimentos medicamentosos, bem como pelas suas alterações e renovações, e pela autorização de ensaios experimentais, previstas pelo Decreto-Lei n.º 151/2005, de 30 de agosto, e aprovadas pela Portaria n.º 1273/2005, de 12 de dezembro, e que incidem sobre os requerentes e outros agentes econó-micos envolvidos;

e) As taxas devidas pela realização dos pedidos de auto-rização, alteração, renovação ou reavaliação dos pro-dutos de uso veterinário, bem como pela declaração e emissão de cópias ou certidões, aprovadas pela Portaria n.º 496/2010, de 14 de julho, e que incidem sobre os requerentes;

f) As taxas devidas pelos atos que sejam prestados pela DGAV no âmbito dos procedimentos de declaração prévia, de autorização prévia e respetivas alterações, previstos nos artigos 23.º, 25.º e 29.º do Decreto-Lei n.º 184/2009, de 11 de agosto, para os centros de aten-dimentos médico-veterinário, aprovadas pela Portaria n.º 1246/2009, de 13 de outubro, e que incidem sobre os requerentes;

g) As taxas de autorização prévia ou declaração prévia dos estabelecimentos industriais, previstas pelo Decreto-Lei n.º 209/2008, de 29 de outubro, na parte que constitua receita da DGAV, e que incidem sobre os requerentes;

h) As taxas do sistema em vigor relativo à recolha, ao trans-porte e abate sanitário, previstas na Portaria n.º 205/2000,

de 5 de abril, na parte que constitua receita da DGAV, e que incidem sobre os produtores pecuários;

i) As taxas devidas pela execução das intervenções sanitárias do Programa Nacional de Saúde Animal, aprovadas pela Portaria n.º 178/2007, de 9 de fevereiro, e que incidem sobre os criadores;

j) As taxas devidas pela autorização de colocação no mer-cado de produtos biocidas, previstas pelo Decreto-Lei n.º 121/2002, de 3 de maio, e aprovadas pela Portaria n.º 702/2006, de 13 de julho, e que incidem sobre os requerentes;

k) Os emolumentos devidos pelos exames realizados por peritos veterinários aos produtos alimentares de origem animal submetidos a despacho aduaneiro, previstos no Decreto-Lei n.º 433/89, de 16 de dezembro, e que inci-dem sobre os agentes importadores;

l) As taxas devidas pela emissão, alteração, renovação e atualização de licença ambiental, aprovadas pela Portaria n.º 1057/2006, de 25 de setembro, e que incidem sobre os produtores pecuários.

3 - Os saldos de receitas próprias que vierem a ser apurados no fi m do ano económico transitam para o ano seguinte, nos termos do decreto-lei de execução orçamental.

Artigo 5.ºDespesas

Constituem despesas do Fundo as resultantes dos encar-gos e responsabilidades decorrentes da prossecução das suas atividades, incluindo as despesas com o apoio administrativo e redes informáticas.

Artigo 6.ºAdministração do Fundo

1 - O Fundo rege-se pelo estabelecido no presente diploma e no respetivo regulamento de gestão.

2 - O Fundo é dirigido pelo diretor-geral de Alimentação e Veterinária, coadjuvado pelo diretor da unidade orgânica com competência em matéria fi nanceira da DGAV, que exercem essas funções em regime de inerência.

3 - Compete ao diretor-geral de Alimentação e Veterinária tomar todas as providências tendentes ao bom funcionamento do Fundo, nomeadamente:

a) Gerir as receitas do Fundo, aplicando-as aos respetivos encargos;

b) Aprovar o orçamento e prestar contas da sua gerência;c) Elaborar um relatório anual de atividades.4 - Colabora na gestão do Fundo uma comissão consultiva,

cujas constituição, composição e competências são estabele-cidas pelo regulamento referido no n.º 1.

5 - O regulamento de gestão do Fundo é aprovado por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das fi nanças e da agricultura e prevê, nomeadamente, a separação das receitas e das despesas por categorias.

Artigo 7.ºApoios fi nanceiros

Os apoios fi nanceiros a conceder pelo Fundo são efetua-dos nos termos do regulamento de gestão previsto no artigo anterior.

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 445JUNHO 2012 - Nº 12

Artigo 8.ºApoio técnico e administrativo

O apoio técnico e administrativo necessário ao funcionamento do Fundo é prestado pela DGAV.

Artigo 9.ºTaxa de segurança alimentar mais

1 - Como contrapartida da garantia de segurança e qualidade alimentar é devido o pagamento, pelos estabelecimentos de co-mércio alimentar de produtos de origem animal e vegetal, frescos ou congelados, transformados ou crus, a granel ou pré-embalados, de uma taxa anual, cujo valor é fi xado entre (euro) 5 e (euro) 8 por metro quadrado de área de venda do estabelecimento, por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das fi nanças e da agricultura.

2 - Estão isentos do pagamento da taxa a que se refere o número anterior os estabelecimentos com uma área de venda inferior a 2000 m2 ou pertencentes a microempresas desde que:

a) Não pertençam a uma empresa que utilize uma ou mais insígnias e que disponha, a nível nacional, de uma área de venda acumulada igual ou superior a 6000 m2;

b) Não estejam integrados num grupo que disponha, a nível nacional, de uma área de venda acumulada igual ou superior a 6000 m2.

3 - Para efeitos do presente diploma, entende-se por «esta-belecimento de comércio alimentar» o local no qual se exerce uma atividade de comércio alimentar a retalho, incluindo os estabelecimentos de comércio misto, tal como defi nidos na alínea l) do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 21/2009, de 19 de janeiro.

Artigo 10.ºPagamento da taxa

1 - Os agentes económicos obrigados ao pagamento da taxa prevista no artigo anterior devem proceder ao seu cumprimento nos termos e condições estabelecidos pela portaria referida no n.º 1 do artigo anterior.

2 - Para efeitos do disposto no número anterior, o pagamento deve ser efetuado, preferencialmente, através de meios eletró-nicos, cabendo à DGAV promover a sua utilização.

Artigo 11.ºComprovativo

O pagamento da taxa dá lugar à utilização de um dístico, cujos modelo, atribuição e uso são regulados por despacho do membro do Governo responsável pela área da agricultura.

Artigo 12.ºRegime sancionatório

1 - Constituem contraordenações:a) O não pagamento da taxa a que se refere o artigo 9.º;b) O incumprimento dos procedimentos de pagamento

previstos no artigo 10.º;c) A utilização do dístico referido no artigo 11.º sem que

tenha sido efetuado o pagamento da taxa.2 - As contraordenações referidas no número anterior são

puníveis com coima de (euro) 2500 a (euro) 44 890.3 - A tentativa e a negligência são puníveis, sendo os limites

referidos no número anterior reduzidos para metade.

Artigo 13.ºSanções acessórias

1 - Em função da gravidade da infração e da culpa do agente, podem ser aplicadas, simultaneamente com a coima, as seguintes sanções acessórias:

a) Perda de objetos, produtos, subprodutos animais e seus produtos transformados;

b) Suspensão de autorizações, concessões, licenças e alvarás.2 - A sanção referida na alínea b) do número anterior tem

a duração máxima de dois anos contados a partir da decisão condenatória defi nitiva.

Artigo 14.ºProduto das coimas

O produto da aplicação das coimas reverte a favor das seguintes entidades:

a) 60 % para os cofres do Estado;b) 20 % para a entidade que levantou o auto e instruiu o

processo;c) 20 % para a entidade que decidiu o processo.

Artigo 15.ºFiscalização

1 - A fi scalização do cumprimento do disposto nos artigos 9.º, 10.º e 11.º do presente diploma compete à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), sem prejuízo das competências atribuídas por lei a outras entidades.

2 - A instrução dos processos por infração compete aos serviços desconcentrados da ASAE.

3 - A decisão de aplicação das coimas e sanções acessórias compete ao diretor-geral de Alimentação e Veterinária.

Artigo 16.ºRegulamentação

As portarias previstas nos artigos 6.º e 9.º são aprovadas pelos membros do Governo competentes, no prazo de 30 dias a contar da data de entrada em vigor do presente diploma.

Artigo 17.ºNorma transitória

1 - Para efeitos da fi xação do valor da taxa para o ano de 2012, os montantes mínimo e máximo, previstos no n.º 1 do artigo 9.º, são reduzidos na proporção do número de meses completos decorridos no momento da entrada em vigor do presente diploma.

2 - O pagamento da taxa respeitante ao ano de 2012 deve ser efetuado no prazo de 60 dias a contar da data de entrada em vigor da portaria prevista no n.º 1 do artigo 9.º

Artigo 18.ºAplicação às Regiões Autónomas

O disposto no presente diploma não é aplicável nas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

Artigo 19.ºEntrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no dia seguinte ao da sua publicação.

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Boletim do Contribuinte446JUNHO 2012 - Nº 12

LEGISLAÇÃO

Novo regime jurídico da concorrênciaLei n.º 19/2012de 8 de maio

(in DR, nº 89, I Série, de 08.5.2012)

(Conclusão do número anterior)

Artigo 23.ºArquivamento mediante imposição

de condições no inquérito

1 - A Autoridade da Concorrência pode aceitar compromissos propostos pelo visado que sejam suscetíveis de eliminar os efeitos sobre a concorrência decorrentes das práticas em causa, arqui-vando o processo mediante a imposição de condições destinadas a garantir o cumprimento dos compromissos propostos.

2 - A Autoridade da Concorrência, sempre que considere adequado, notifi ca o visado pelo inquérito de uma apreciação preliminar dos factos, dando-lhe a oportunidade de apresentar compromissos suscetíveis de eliminar os efeitos sobre a concor-rência decorrentes das práticas em causa.

3 - A Autoridade da Concorrência ou os visados pelo inquérito podem decidir interromper as conversações a qualquer momento, prosseguindo o processo de contraordenação os seus termos.

4 - Antes da aprovação de uma decisão de arquivamento mediante imposição de condições, a Autoridade da Concorrência publica na sua página eletrónica e em dois dos jornais de maior circulação nacional, a expensas do visado pelo inquérito, resumo do processo, identifi cando a referida pessoa, bem como o con-teúdo essencial dos compromissos propostos, fi xando prazo não inferior a 20 dias úteis para a apresentação de observações por terceiros interessados.

5 - A decisão identifi ca o visado pelo inquérito, os factos que lhe são imputados, o objeto do inquérito, as objeções expressas, as condições impostas pela Autoridade da Concorrência, as obrigações do visado pelo inquérito relativas ao cumprimento das condições e o modo da sua fi scalização.

6 - A decisão de arquivamento mediante a aceitação de com-promissos e a imposição de condições nos termos do presente artigo não conclui pela existência de uma infração à presente lei, mas torna obrigatório para os destinatários o cumprimento dos compromissos assumidos.

7 - Sem prejuízo das sanções que devam ser aplicadas, a Autoridade da Concorrência pode, no prazo de dois anos, reabrir o processo que tenha sido arquivado com condições, sempre que:

a) Tiver ocorrido uma alteração substancial da situação de facto em que a decisão se fundou;

b) As condições não sejam cumpridas;c) A decisão de arquivamento tiver sido fundada em informa-

ções falsas, inexatas ou incompletas.8 - Compete à Autoridade da Concorrência verifi car o cum-

primento das condições.9 - A verifi cação do cumprimento das condições impede a

reabertura do processo, nos termos do n.º 7.

Artigo 24.ºDecisão do inquérito

1 - O inquérito deve ser encerrado, sempre que possível, no prazo máximo de 18 meses a contar do despacho de abertura do processo.

2 - Sempre que se verifi car não ser possível o cumprimento do prazo referido no número anterior, o conselho da Autoridade da Concorrência dá conhecimento ao visado pelo processo dessa circunstância e do período necessário para a conclusão do inquérito.

3 - Terminado o inquérito, a Autoridade da Concorrência decide:a) Dar início à instrução, através de notifi cação de nota de

ilicitude ao visado, sempre que conclua, com base nas investigações realizadas, que existe uma possibilidade razoável de vir a ser proferida uma decisão condenatória;

b) Proceder ao arquivamento do processo, quando as in-vestigações realizadas não permitam concluir pela pos-sibilidade razoável de vir a ser proferida uma decisão condenatória;

c) Pôr fi m ao processo, por decisão condenatória, em proce-dimento de transação;

d) Proceder ao arquivamento do processo mediante imposição de condições, nos termos previstos no artigo anterior.

4 - Caso o inquérito tenha sido originado por denúncia, a Autoridade da Concorrência, quando considere, com base nas informações de que dispõe, que não existe a possibilidade razoável de vir a ser proferida decisão condenatória, informa o denunciante das respetivas razões e fi xa prazo razoável, não inferior a 10 dias úteis, para que este apresente, por escrito, as suas observações.

5 - Se o denunciante apresentar as suas observações dentro do prazo fi xado e a Autoridade da Concorrência considerar que as mesmas não revelam, direta ou indiretamente, uma possibili-dade razoável de vir a ser proferida uma decisão condenatória, o processo é arquivado mediante decisão expressa, da qual cabe recurso para o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão.

6 - A decisão de arquivamento do processo é notifi cada ao visado e, caso exista, ao denunciante.

Artigo 25.ºInstrução do processo

1 - Na notifi cação da nota de ilicitude a que se refere a alínea a) do n.º 3 do artigo anterior, a Autoridade da Concorrência fi xa ao visado pelo processo prazo razoável, não inferior a 20 dias úteis, para que se pronuncie por escrito sobre as questões que possam interessar à decisão do processo, bem como sobre as provas produzidas, e para que requeira as diligências complementares de prova que considere convenientes.

2 - Na pronúncia por escrito a que se refere o número anterior, o visado pelo processo pode requerer que a mesma seja comple-mentada por uma audição oral.

3 - A Autoridade da Concorrência pode recusar, através de de-cisão fundamentada, a realização das diligências complementares de prova requeridas quando as mesmas forem manifestamente irrelevantes ou tiverem intuito dilatório.

4 - A Autoridade da Concorrência pode realizar diligências complementares de prova, designadamente as previstas no n.º 1 do artigo 18.º, mesmo após a pronúncia do visado pelo processo a que se refere o n.º 1 do presente artigo e da realização da audição oral.

5 - A Autoridade da Concorrência notifi ca o visado pelo pro-cesso da junção ao processo dos elementos probatórios apurados nos termos do número anterior, fi xando-lhe prazo razoável, não inferior a 10 dias úteis, para se pronunciar.

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Boletim do Contribuinte 447JUNHO 2012 - Nº 12

LEGISLAÇÃO

(Continua na pág. seguinte)

6 - Sempre que os elementos probatórios apurados em resultado de diligências complementares de prova alterem substancialmente os factos inicialmente imputados ao visado pelo processo ou a sua qualifi cação, a Autoridade da Concorrência emite nova nota de ilicitude, aplicando-se o disposto nos nºs 1 e 2.

7 - A Autoridade da Concorrência adota, ao abrigo dos seus poderes de regulamentação, linhas de orientação sobre a investi-gação e tramitação processuais.

Artigo 26.ºAudição oral

1 - A audição a que se refere o n.º 2 do artigo anterior decorre perante a Autoridade da Concorrência, na presença do requerente, sendo admitidas a participar as pessoas, singulares ou coletivas, que o mesmo entenda poderem esclarecer aspetos concretos da sua pronúncia escrita.

2 - Sendo vários os requerentes, as audições respetivas são realizadas separadamente.

3 - Na sua pronúncia escrita, o requerente identifi ca as questões que pretende ver esclarecidas na audição oral.

4 - Na audição oral, o requerente, diretamente ou através das pessoas referidas no n.º 1, apresenta os seus esclarecimentos, sendo admitida a junção de documentos.

5 - A Autoridade da Concorrência pode formular perguntas aos presentes.

6 - A audição é gravada e a gravação autuada por termo.7 - Da realização da audição, bem como dos documentos

juntos, é lavrado termo, assinado por todos os presentes.8 - Do termo referido no número anterior, dos documentos e

da gravação são extraídas cópias, que são enviadas ao requerente e notifi cadas aos restantes visados pelo processo, havendo-os.

Artigo 27.ºProcedimento de transação na instrução

1 - Na pronúncia à qual se refere o n.º 1 do artigo 25.º, o visado pelo processo pode apresentar uma proposta de transação, com a confi ssão dos factos e o reconhecimento da sua responsabilidade na infração em causa, não podendo por este ser unilateralmente revogada.

2 - A apresentação de proposta de transação, nos termos do número anterior, suspende o prazo do n.º 1 do artigo 25.º, pelo período fi xado pela Autoridade da Concorrência, não podendo exceder 30 dias úteis.

3 - Recebida a proposta de transação, a Autoridade da Con-corrência procede à sua avaliação, podendo rejeitá-la, por decisão não suscetível de recurso, se a considerar infundada, ou aceitá-la, procedendo à notifi cação da minuta de transação contendo a indi-cação dos termos de transação, incluindo as sanções concretamente aplicadas e a percentagem da redução da coima.

4 - A Autoridade da Concorrência concede ao visado pelo processo um prazo não inferior a 10 dias úteis para que este proceda à confi rmação por escrito que a minuta de transação

notifi cada nos termos do número anterior refl ete o teor da sua proposta de transação.

5 - Caso o visado pelo processo não proceda à confi rmação da proposta de transação, nos termos do número anterior, o processo de contraordenação segue os seus termos, fi cando sem efeito a decisão a que se refere o n.º 3.

6 - A proposta de transação apresentada nos termos do n.º 1 é considerada revogada decorrido o prazo referido no n.º 4 sem manifestação de concordância do visado pelo processo, e não pode ser utilizada como elemento de prova contra nenhum visado pelo procedimento de transação.

7 - A minuta de transação convola-se em decisão defi nitiva condenatória com a confi rmação pelo visado pelo processo, nos termos do n.º 4, e o pagamento da coima aplicada, não podendo os factos voltar a ser apreciados como contraordenação para efeitos da presente lei.

8 - Os factos confessados pelo visado pelo processo na decisão condenatória a que se refere o número anterior não podem ser judicialmente impugnados, para efeitos de recurso.

9 - A redução da coima nos termos do artigo 78.º no segui-mento da apresentação de um pedido do visado pelo processo para o efeito é somada à redução da coima que tem lugar nos termos do presente artigo.

10 - Para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 25.º, a Autori-dade da Concorrência concede acesso às propostas de transação apresentadas nos termos do presente artigo, não sendo delas permitida qualquer reprodução, exceto se autorizada pelo autor.

11 - Não é concedido o acesso de terceiros às propostas de transação apresentadas nos termos do presente artigo, exceto se autorizado pelo autor.

Artigo 28.ºArquivamento mediante imposição

de condições na instrução

No decurso da instrução, a Autoridade da Concorrência pode arquivar o processo, mediante imposição de condições, aplicando--se o disposto no artigo 23.º

Artigo 29.ºConclusão da instrução

1 - A instrução deve ser concluída, sempre que possível, no prazo máximo de 12 meses a contar da notifi cação da nota de ilicitude.

2 - Sempre que se verifi car não ser possível o cumprimento do prazo referido no número anterior, o conselho da Autoridade da Concorrência dá conhecimento ao visado pelo processo dessa circunstância e do período necessário para a conclusão da instrução.

3 - Concluída a instrução, a Autoridade da Concorrência adota, com base no relatório do serviço instrutor, uma decisão fi nal, na qual pode:

a) Declarar a existência de uma prática restritiva da concor-rência e, sendo caso disso, considerá-la justifi cada, nos termos e condições previstos no artigo 10.º;

b) Proferir condenação em procedimento de transação, nos termos do artigo 27.º;

c) Ordenar o arquivamento do processo mediante imposição de condições, nos termos do artigo anterior;

d) Ordenar o arquivamento do processo sem condições.

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Boletim do Contribuinte448JUNHO 2012 - Nº 12

4 - As decisões referidas na primeira parte da alínea a) do n.º 3 podem ser acompanhadas de admoestação ou da aplicação das coimas e demais sanções previstas nos artigos 68.º, 71.º e 72.º e, sendo caso disso, da imposição de medidas de conduta ou de caráter estrutural que sejam indispensáveis à cessação da prática restritiva da concorrência ou dos seus efeitos.

5 - As medidas de caráter estrutural a que se refere o número anterior só podem ser impostas quando não existir qualquer medida de conduta igualmente efi caz ou, existindo, a mesma for mais onerosa para o visado pelo processo do que as medidas de caráter estrutural.

Artigo 30.ºSegredos de negócio

1 - Na instrução dos processos, a Autoridade da Concorrência acautela o interesse legítimo das empresas, associações de em-presas ou outras entidades na não divulgação dos seus segredos de negócio, sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo seguinte.

2 - Após a realização das diligências previstas nas alíneas c) e d) do n.º 1 do artigo 18.º, a Autoridade da Concorrência concede ao visado pelo processo prazo, não inferior a 10 dias úteis, para identifi car, de maneira fundamentada, as informações recolhidas que considere confi denciais por motivo de segredos de negócio, juntando, nesse caso, uma cópia não confi dencial dos documentos que contenham tais informações, expurgada das mesmas.

3 - Sempre que a Autoridade da Concorrência pretenda juntar ao processo documentos que contenham informações suscetíveis de ser classifi cadas como segredos de negócio, concede à empresa, associação de empresas ou outra entidade a que as mesmas se referem a oportunidade de se pronunciar, nos termos do número anterior.

4 - Se, em resposta à solicitação prevista nos nºs 2 e 3 ou no artigo 15.º, a empresa, associação de empresas ou outra entidade não identifi car as informações que considera confi denciais, não fundamentar tal identifi cação ou não fornecer cópia não confi den-cial dos documentos que as contenham, expurgada das mesmas, as informações consideram-se não confi denciais.

5 - Se a Autoridade da Concorrência não concordar com a classifi cação da informação como segredos de negócio, informa a empresa, associação de empresas ou outra entidade de que não concorda no todo ou em parte com o pedido de confi dencialidade.

Artigo 31.ºProva

1 - Constituem objeto da prova todos os factos juridicamente relevantes para a demonstração da existência ou inexistência da infração, a punibilidade ou não punibilidade do visado pelo pro-cesso, a determinação da sanção aplicável e a medida da coima.

2 - São admissíveis as provas que não forem proibidas por lei.3 - Sem prejuízo da garantia dos direitos de defesa do visado

pelo processo, a Autoridade da Concorrência pode utilizar como meios de prova para a demonstração de uma infração às normas da concorrência previstas na presente lei ou no direito da União Europeia a informação classifi cada como confi dencial, por motivo de segredos de negócio, ao abrigo da alínea c) do n.º 1 e do n.º 3 do artigo 15.º e dos nºs 2 e 3 do artigo anterior.

4 - Salvo quando a lei dispuser diferentemente, a prova é apreciada segundo as regras da experiência e a livre convicção da Autoridade da Concorrência.

5 - A informação e a documentação obtida no âmbito da supervisão ou em processos sancionatórios da Autoridade da

Concorrência podem ser utilizadas como meio de prova num processo sancionatório em curso ou a instaurar, desde que as empresas sejam previamente esclarecidas da possibilidade dessa utilização nos pedidos de informação que sejam dirigidos e nas diligências efetuadas pela Autoridade da Concorrência.

Artigo 32.ºPublicidade do processo e segredo de justiça

1 - O processo é público, ressalvadas as exceções previstas na lei.

2 - A Autoridade da Concorrência pode determinar que o processo seja sujeito a segredo de justiça até à decisão fi nal, quando considere que a publicidade prejudica os interesses da investigação.

3 - A Autoridade da Concorrência pode, ofi ciosamente ou mediante requerimento do visado pelo processo, determinar a sujeição do processo a segredo de justiça até à decisão fi nal, quando entender que os direitos daquele o justifi cam.

4 - No caso de o processo ter sido sujeito a segredo de justiça, a Autoridade da Concorrência pode, ofi ciosamente ou mediante requerimento do visado pelo processo, determinar o seu levan-tamento em qualquer momento do processo, considerando os interesses referidos nos números anteriores.

5 - Sem prejuízo dos pedidos das autoridades judiciárias, a Autoridade da Concorrência pode dar conhecimento a terceiros do conteúdo de ato ou de documento em segredo de justiça, se tal não puser em causa a investigação e se afi gurar conveniente ao esclarecimento da verdade.

6 - A Autoridade da Concorrência deve publicar na sua página eletrónica as decisões fi nais adotadas em sede de processos por práticas restritivas, sem prejuízo da salvaguarda dos segredos de negócio e de outras informações consideradas confi denciais.

7 - Devem ser também publicadas na página eletrónica da Autoridade da Concorrência as sentenças e acórdãos proferidos pelos tribunais, no âmbito de recursos de decisões da Autoridade da Concorrência.

Artigo 33.ºAcesso ao processo

1 - O visado pelo processo pode, mediante requerimento, consultar o processo e dele obter, a expensas suas, extratos, cópias ou certidões, salvo o disposto no número seguinte.

2 - A Autoridade da Concorrência pode, até à notifi cação da nota de ilicitude, vedar ao visado pelo processo o acesso ao processo, caso este tenha sido sujeito a segredo de justiça nos termos do n.º 2 do artigo anterior, e quando considerar que tal acesso pode prejudicar a investigação.

3 - Qualquer pessoa, singular ou coletiva, que demonstre interesse legítimo na consulta do processo pode requerê-la, bem como que lhe seja fornecida, a expensas suas, cópia, extrato ou certidão do mesmo, salvo o disposto no artigo anterior.

4 - O acesso aos documentos referidos no n.º 3 do artigo 31.º é dado apenas ao advogado ou ao assessor económico externo e estritamente para efeitos do exercício de defesa nos termos do n.º 1 do artigo 25.º e da impugnação judicial da decisão da Autoridade da Concorrência na qual os referidos elementos te-nham sido utilizados como meio de prova, não sendo permitida a sua reprodução, total ou parcial por qualquer meio, nem a sua utilização para qualquer outro fi m.

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 449JUNHO 2012 - Nº 12

LEGISLAÇÃO

(Continua na pág. seguinte)

Artigo 34.ºMedidas cautelares

1 - Sempre que as investigações realizadas indiciem que a prática que é objeto do processo está na iminência de provocar prejuízo, grave e irreparável ou de difícil reparação para a concor-rência, pode a Autoridade da Concorrência, em qualquer momento do processo, ordenar preventivamente a imediata suspensão da referida prática restritiva ou quaisquer outras medidas provisórias necessárias à imediata reposição da concorrência ou indispensáveis ao efeito útil da decisão a proferir no termo do processo.

2 - As medidas previstas neste artigo podem ser adotadas pela Autoridade da Concorrência ofi ciosamente ou a requerimento de qualquer interessado e vigoram até à sua revogação, por período não superior a 90 dias, salvo prorrogação, devidamente funda-mentada, por iguais períodos, devendo a decisão do inquérito ser proferida no prazo máximo de 180 dias.

3 - A adoção das medidas referidas no n.º 1 é precedida de audição dos visados, exceto se tal puser em sério risco o objetivo ou a efi cácia das mesmas, caso em que são ouvidos após decretadas.

4 - Sempre que esteja em causa um mercado que seja objeto de regulação setorial, a Autoridade da Concorrência solicita o parecer prévio da respetiva autoridade reguladora, a qual, que-rendo, dispõe do prazo máximo de cinco dias úteis para o emitir.

5 - Em caso de urgência, a Autoridade da Concorrência pode determinar ofi ciosamente as medidas provisórias que se mostrem indispensáveis ao restabelecimento ou manutenção de uma con-corrência efetiva, sendo os interessados ouvidos após a decisão.

6 - No caso previsto no número anterior, quando estiver em causa mercado que seja objeto de regulação setorial, o parecer da respetiva entidade reguladora é solicitado pela Autoridade da Concorrência antes da decisão que ordene medidas provisórias.

Artigo 35.ºArticulação com autoridades reguladoras setoriais no âm-

bito de práticas restritivas de concorrência

1 - Sempre que a Autoridade da Concorrência tome conhe-cimento, nos termos previstos no artigo 17.º, de factos ocorridos num domínio submetido a regulação setorial e suscetíveis de ser qualifi cados como práticas restritivas, dá imediato conhecimento dos mesmos à autoridade reguladora setorial competente em ra-zão da matéria, para que esta se pronuncie, em prazo fi xado pela Autoridade da Concorrência.

2 - Sempre que estejam em causa práticas restritivas com incidência num mercado que seja objeto de regulação setorial, a adoção de uma decisão pela Autoridade da Concorrência nos termos do n.º 3 do artigo 29.º é precedida, salvo nos casos de arquivamento sem condições, de parecer prévio da respetiva autoridade reguladora setorial, que será emitido em prazo fi xado pela Autoridade da Concorrência.

3 - Sempre que, no âmbito das respetivas atribuições e sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 17.º, uma autoridade regu-ladora setorial apreciar, ofi ciosamente ou a pedido de entidades

reguladas, questões que possam confi gurar uma violação do disposto na presente lei, dá imediato conhecimento à Autoridade da Concorrência, juntando informação dos elementos essenciais.

4 - Antes da adoção de decisão fi nal, a autoridade reguladora setorial dá conhecimento do projeto da mesma à Autoridade da Concorrência, para que esta se pronuncie no prazo que lhe for fi xado.

5 - Nos casos previstos nos números anteriores, a Autoridade da Concorrência pode, por decisão fundamentada, suspender a sua decisão de instaurar inquérito ou prosseguir o processo, pelo prazo que considere adequado.

CAPÍTULO IIIOperações de concentração de empresas

SECÇÃO IOperações sujeitas a controlo

Artigo 36.ºConcentração de empresas

1 - Entende-se haver uma concentração de empresas, para efeitos da presente lei, quando se verifi que uma mudança du-radoura de controlo sobre a totalidade ou parte de uma ou mais empresas, em resultado:

a) Da fusão de duas ou mais empresas ou partes de empresas anteriormente independentes;

b) Da aquisição, direta ou indireta, do controlo da totalidade ou de partes do capital social ou de elementos do ativo de uma ou de várias outras empresas, por uma ou mais empresas ou por uma ou mais pessoas que já detenham o controlo de, pelo menos, uma empresa.

2 - A criação de uma empresa comum constitui uma concen-tração de empresas, na aceção da alínea b) do número anterior, desde que a empresa comum desempenhe de forma duradoura as funções de uma entidade económica autónoma.

3 - Para efeitos do disposto nos números anteriores, o controlo decorre de qualquer ato, independentemente da forma que este assuma, que implique a possibilidade de exercer, com caráter duradouro, isoladamente ou em conjunto, e tendo em conta as circunstâncias de facto ou de direito, uma infl uência determinante sobre a atividade de uma empresa, nomeadamente:

a) A aquisição da totalidade ou de parte do capital social;b) A aquisição de direitos de propriedade, de uso ou de fruição

sobre a totalidade ou parte dos ativos de uma empresa;c) A aquisição de direitos ou celebração de contratos que

confi ram uma infl uência determinante na composição ou nas deliberações ou decisões dos órgãos de uma empresa.

4 - Não é havida como concentração de empresas:a) A aquisição de participações ou de ativos pelo administrador

de insolvência no âmbito de um processo de insolvência;b) A aquisição de participações com meras funções de ga-

rantia;c) A aquisição de participações por instituições de crédito, so-

ciedades fi nanceiras ou empresas de seguros em empresas com objeto distinto do objeto de qualquer um destes três tipos de empresas, com caráter meramente temporário e para efeitos de revenda, desde que tal aquisição não seja realizada numa base duradoura, não exerçam os direitos de voto inerentes a essas participações com o objetivo de

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Boletim do Contribuinte450JUNHO 2012 - Nº 12

determinar o comportamento concorrencial das referidas empresas ou que apenas exerçam tais direitos de voto com o objetivo de preparar a alienação total ou parcial das referidas empresas ou do seu ativo ou a alienação dessas participações, e desde que tal alienação ocorra no prazo de um ano a contar da data da aquisição, podendo o prazo ser prorrogado pela Autoridade da Concorrência se as adquirentes demonstrarem que a alienação em causa não foi possível, por motivo atendível, no prazo referido.

Artigo 37.ºNotifi cação prévia

1 - As operações de concentração de empresas estão sujeitas a notifi cação prévia quando preencham uma das seguintes condições:

a) Em consequência da sua realização se adquira, crie ou reforce uma quota igual ou superior a 50 % no mercado nacional de determinado bem ou serviço, ou numa parte substancial deste;

b) Em consequência da sua realização se adquira, crie ou reforce uma quota igual ou superior a 30 % e inferior a 50 % no mercado nacional de determinado bem ou serviço, ou numa parte substancial deste, desde que o volume de negócios realizado individualmente em Portugal, no último exercício, por pelo menos duas das empresas que participam na operação de concentração seja superior a cinco milhões de euros, líquidos dos impostos com estes diretamente relacionados;

c) O conjunto das empresas que participam na concentração tenha realizado em Portugal, no último exercício, um volume de negócios superior a 100 milhões de euros, líquidos dos impostos com este diretamente relacionados, desde que o volume de negócios realizado individualmente em Portugal por pelo menos duas dessas empresas seja superior a cinco milhões de euros.

2 - As operações de concentração abrangidas pela presente lei devem ser notifi cadas à Autoridade da Concorrência após a conclusão do acordo e antes de realizadas, sendo caso disso, após a data da divulgação do anúncio preliminar de uma oferta pública de aquisição ou de troca, ou da divulgação de anúncio de aquisição de uma participação de controlo em sociedade emitente de ações admitidas à negociação em mercado regulamentado, ou ainda, no caso de uma operação de concentração que resulte de procedimento para a formação de contrato público, após a adjudicação defi nitiva e antes de realizada.

3 - Nos casos a que se refere a parte fi nal do número anterior, a entidade adjudicante regulará, no programa do procedimento para a formação de contrato público, a articulação desse proce-dimento com o regime de controlo de operações de concentração consagrado na presente lei.

4 - Quando as empresas que participem numa operação de concentração demonstrem junto da Autoridade da Concorrência uma intenção séria de concluir um acordo ou, no caso de uma oferta pública de aquisição ou de troca, a intenção pública de realizar tal oferta, desde que do acordo ou da oferta previstos resulte uma operação de concentração, a mesma pode ser objeto de notifi cação voluntária à Autoridade da Concorrência, em fase anterior à da constituição da obrigação prevista no n.º 2 do presente artigo.

5 - As operações de concentração projetadas podem ser objeto de avaliação prévia pela Autoridade da Concorrência, segundo procedimento estabelecido pela mesma.

Artigo 38.ºConjunto de operações

1 - Duas ou mais operações de concentração que sejam realiza-das num período de dois anos entre as mesmas pessoas singulares ou coletivas, e que individualmente consideradas não estejam sujeitas a notifi cação prévia, são consideradas como uma única operação de concentração sujeita a notifi cação prévia, quando o conjunto das operações atingir os valores de volume de negócios estabelecidos no n.º 1 do artigo anterior.

2 - A operação de concentração a que se refere o número anterior é notifi cada à Autoridade da Concorrência após a con-clusão do acordo para a realização da última operação e antes de esta ser realizada.

3 - Às operações de concentração a que se refere o n.º 1, que individualmente consideradas não estejam sujeitas a notifi cação prévia e que já tenham sido realizadas, não se aplica o disposto no n.º 4 do artigo 40.º e na alínea f) do n.º 1 do artigo 68.º

Artigo 39.ºQuota de mercado e volume de negócios

1 - Para o cálculo da quota de mercado e do volume de negó-cios de cada empresa em causa na concentração, previstos no n.º 1 do artigo 37.º, ter-se-á em conta, cumulativamente, o volume de negócios:

a) Da empresa em causa na concentração, nos termos do artigo 36.º;

b) Da empresa em que esta dispõe direta ou indiretamente:i) De uma participação maioritária no capital;ii) De mais de metade dos votos;iii) Da possibilidade de designar mais de metade dos

membros do órgão de administração ou de fi scalização;iv) Do poder de gerir os respetivos negócios;

c) Das empresas que dispõem na empresa em causa, isolada-mente ou em conjunto, dos direitos ou poderes enumera-dos na alínea anterior;

d) Das empresas nas quais qualquer das empresas referidas na alínea anterior disponha dos direitos ou poderes enu-merados na alínea b);

e) Das empresas em que várias empresas referidas nas alíneas a) a d) dispõem em conjunto, entre elas ou com empresas terceiras, dos direitos ou poderes enumerados na alínea b).

2 - No caso de uma ou várias empresas que participam na operação de concentração disporem conjuntamente, entre elas ou com empresas terceiras, dos direitos ou poderes enumerados na alínea b) do número anterior, no cálculo do volume de negócios de cada uma das empresas em causa na operação de concentra-ção, importa:

a) Não tomar em consideração o volume de negócios resul-tante da venda de produtos ou da prestação de serviços realizados entre a empresa comum e cada uma das em-presas em causa na operação de concentração ou qualquer outra empresa ligada a estas na aceção das alíneas b) a e) do número anterior;

b) Tomar em consideração o volume de negócios resultante da venda de produtos e da prestação de serviços realizados entre a empresa comum e qualquer outra empresa terceira, o qual será imputado a cada uma das empresas em causa na operação de concentração, na parte correspondente à

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 451JUNHO 2012 - Nº 12

LEGISLAÇÃO

(Continua na pág. seguinte)

sua divisão em partes iguais por todas as empresas que controlam a empresa comum.

3 - O volume de negócios a que se referem os números anteriores compreende os valores dos produtos vendidos e dos serviços prestados a empresas e consumidores no território por-tuguês, líquidos dos impostos diretamente relacionados com o volume de negócios, mas não inclui as transações efetuadas entre as empresas referidas no n.º 1.

4 - Em derrogação ao disposto no n.º 1, se a operação de concentração consistir na aquisição de elementos do ativo de uma ou mais empresas, o volume de negócios a ter em consideração relativamente à cedente é apenas o relativo às parcelas que são objeto da transação.

5 - O volume de negócios é substituído:a) No caso das instituições de crédito e sociedades fi nanceiras,

pela soma das seguintes rubricas de proveitos, tal como defi nidas na legislação aplicável:i) Juros e proveitos equiparados;ii) Receitas de títulos: Rendimentos de ações e de outros títulos de rendimento

variável; Rendimentos de participações; Rendimentos de partes do capital em empresas coli-

gadas;iii) Comissões recebidas;iv) Lucro líquido proveniente de operações fi nanceiras;v) Outros proveitos de exploração;

b) No caso das empresas de seguros, pelo valor dos prémios brutos emitidos, pagos por residentes em Portugal, que in-cluem todos os montantes recebidos e a receber ao abrigo de contratos de seguro efetuados por essas empresas ou por sua conta, incluindo os prémios cedidos às resseguradoras, com exceção dos impostos ou taxas cobrados com base no montante dos prémios ou no seu volume total.

Artigo 40.ºSuspensão da operação de concentração

1 - É proibida a realização de uma operação de concentração sujeita a notifi cação prévia antes de notifi cada ou, tendo-o sido, antes de decisão da Autoridade da Concorrência, expressa ou tácita, de não oposição.

2 - O disposto no número anterior não prejudica a realização de uma oferta pública de compra ou de troca que tenha sido no-tifi cada à Autoridade da Concorrência ao abrigo do artigo 37.º, desde que o adquirente não exerça os direitos de voto inerentes às participações em causa ou os exerça apenas tendo em vista pro-teger o pleno valor do seu investimento com base em derrogação concedida nos termos do número seguinte.

3 - A Autoridade da Concorrência pode, mediante pedido fundamentado das empresas em causa, apresentado antes ou depois da notifi cação, conceder uma derrogação ao cumprimento

das obrigações previstas nos números anteriores, ponderadas as consequências da suspensão da operação ou do exercício dos direitos de voto para as empresas em causa e os efeitos negativos da derrogação para a concorrência, podendo, se necessário, acom-panhar a derrogação de condições ou de obrigações destinadas a assegurar uma concorrência efetiva.

4 - Sem prejuízo da sanção prevista na alínea f) do n.º 1 do artigo 68.º, após a notifi cação de uma operação de concentração realizada em infração ao n.º 1 e antes da adoção de uma decisão pela Autoridade da Concorrência:

a) As pessoas, singulares ou coletivas, que adquiriram o controlo devem suspender imediatamente os seus direitos de voto, fi cando o órgão de administração obrigado a não praticar atos que não se reconduzam à gestão normal da sociedade e fi cando impedida a alienação de participações ou partes do ativo social da empresa adquirida;

b) A Autoridade da Concorrência pode, mediante pedido fundamentado das pessoas, singulares ou coletivas, que adquiriram o controlo e ponderadas as consequências dessa medida para a concorrência, derrogar a obrigação da alínea anterior, podendo, se necessário, acompanhar a derrogação de condições ou de obrigações destinadas a assegurar uma concorrência efetiva;

c) A Autoridade da Concorrência pode adotar as medidas a que se refere o n.º 4 do artigo 56.º

5 - Do deferimento ou indeferimento do pedido de derrogação a que se refere o n.º 3 e a alínea b) do n.º 4 cabe reclamação, não sendo admitido recurso.

6 - Os negócios jurídicos que violem o disposto no n.º 1 são inefi cazes.

Artigo 41.ºApreciação das operações de concentração

1 - As operações de concentração, notifi cadas de acordo com o disposto no artigo 37.º, são apreciadas com o objetivo de de-terminar os seus efeitos sobre a estrutura da concorrência, tendo em conta a necessidade de preservar e desenvolver, no interesse dos consumidores intermédios e fi nais, a concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste, sem prejuízo do disposto no n.º 5.

2 - Na apreciação referida no número anterior serão tidos em conta, designadamente, os seguintes fatores:

a) A estrutura dos mercados relevantes e a existência ou não de concorrência por parte de empresas estabelecidas nesses mercados ou em mercados distintos;

b) A posição das empresas em causa nos mercados relevantes e o seu poder económico e fi nanceiro, em comparação com os dos seus principais concorrentes;

c) O poder de mercado do comprador de forma a impedir o reforço, face à empresa resultante da concentração, de situações de dependência económica nos termos do artigo 12.º da presente lei;

d) A concorrência potencial e a existência, de direito ou de facto, de barreiras à entrada no mercado;

e) As possibilidades de escolha de fornecedores, clientes e utilizadores;

f) O acesso das diferentes empresas às fontes de abastecimento e aos mercados de escoamento;

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Boletim do Contribuinte452JUNHO 2012 - Nº 12

g) A estrutura das redes de distribuição existentes;h) A evolução da oferta e da procura dos produtos e serviços

em causa;i) A existência de direitos especiais ou exclusivos conferidos

por lei ou resultantes da natureza dos produtos transacio-nados ou dos serviços prestados;

j) O controlo de infraestruturas essenciais por parte das empresas em causa e a possibilidade de acesso a essas infraestruturas oferecida às empresas concorrentes;

k) A evolução do progresso técnico e económico que não constitua um obstáculo à concorrência, desde que da operação de concentração se retirem diretamente ganhos de efi ciência que benefi ciem os consumidores.

3 - São autorizadas as concentrações de empresas que não sejam suscetíveis de criar entraves signifi cativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste.

4 - Não são autorizadas as concentrações de empresas que sejam suscetíveis de criar entraves signifi cativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste, em particular se os entraves resultarem da criação ou do reforço de uma posição dominante.

5 - Presume-se que a decisão que autoriza uma concentração de empresas abrange igualmente as restrições diretamente rela-cionadas com a sua realização e à mesma necessárias.

6 - Nos casos previstos no n.º 2 do artigo 36.º, se a criação da empresa comum tiver por objeto ou como efeito a coordenação do comportamento concorrencial de empresas que se mantêm independentes, para além da fi nalidade da empresa comum, tal coordenação é apreciada nos termos previstos nos artigos 9.º e 10.º.

SECÇÃO IIProcedimento de controlo de concentrações

Artigo 42.ºNormas aplicáveis

O procedimento em matéria de controlo de operações de con-centração de empresas rege-se pelo disposto na presente secção e, subsidiariamente, pelo Código do Procedimento Administrativo.

Artigo 43.ºInquirição e prestação de informações

1 - No exercício dos seus poderes de supervisão, a Autoridade da Concorrência pode proceder à inquirição de quaisquer pessoas, singulares ou coletivas, diretamente ou através de representantes legais, cujas declarações considere pertinentes.

2 - A Autoridade da Concorrência pode solicitar documentos e outras informações a empresas ou a quaisquer outras pessoas, singulares ou coletivas, devendo o pedido ser instruído com os seguintes elementos:

a) A base jurídica e o objetivo do pedido;b) O prazo para o fornecimento dos documentos ou para a

comunicação das informações;c) A menção de que as empresas ou quaisquer outras

pessoas singulares ou coletivas devem identificar, de maneira fundamentada, atento o regime processual aplicável, as informações que consideram confiden-ciais no acesso legalmente determinado à informação administrativa, juntando, nesse caso, uma cópia dos

documentos que contenham tais informações, expur-gada das mesmas;

d) A indicação de que o incumprimento do pedido constitui contraordenação punível nos termos da alínea i) do n.º 1 do artigo 68.º.

3 - O disposto na alínea c) do número anterior aplica-se a todos os documentos apresentados voluntariamente pelas empresas ou quaisquer outras pessoas, singulares ou coletivas.

4 - A informação respeitante à vida interna das empresas pode ser considerada, pela Autoridade da Concorrência, confi dencial no acesso à informação administrativa quando a empresa demonstre que o conhecimento dessa informação pelos interessados ou por terceiros lhe causa prejuízo sério.

5 - A Autoridade da Concorrência pode ainda considerar confi dencial a informação relativa à vida interna das empresas que não releve para a conclusão do procedimento, bem como a informação cuja confi dencialidade se justifi que por motivos de interesse público.

Artigo 44.ºNotifi cação da operação

1 - A notifi cação prévia das operações de concentração de empresas é apresentada à Autoridade da Concorrência:

a) Conjuntamente pelas partes que intervenham numa fusão, na criação de uma empresa comum ou na aquisição de controlo conjunto sobre a totalidade ou parte de uma ou várias empresas;

b) Individualmente, pela parte que adquire o controlo exclu-sivo da totalidade ou de parte de uma ou várias empresas.

2 - As notifi cações conjuntas são apresentadas por representante comum, com poderes para enviar e receber documentos em nome de todas as partes notifi cantes.

3 - A notifi cação é apresentada mediante formulário aprovado por regulamento da Autoridade da Concorrência e contém todas as informações e documentos no mesmo exigidas.

4 - No caso de operações de concentração que, numa apreciação preliminar, não suscitem entraves signifi cativos à concorrência, de acordo com critérios a estabelecer pela Autoridade da Concorrên-cia, a notifi cação é apresentada mediante formulário simplifi cado aprovado por regulamento da Autoridade da Concorrência.

Artigo 45.ºProdução de efeitos da notifi cação

1 - Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, a noti-fi cação produz efeitos na data em que tenha sido apresentada à Autoridade da Concorrência, nos termos do regulamento referido no artigo anterior, acompanhada do comprovativo do pagamento da taxa prevista no artigo 94.º.

2 - Sempre que as informações ou documentos constantes da notifi cação estejam incompletos ou se revelem inexatos, te}ndo em conta os elementos que devam ser transmitidos, nos termos previstos nos nºs 3 e 4 do artigo anterior, a Autoridade da Con-corrência convida a notifi cante, por escrito e no prazo de sete dias úteis, a completar ou corrigir a notifi cação no prazo que lhe for fi xado, produzindo a notifi cação efeitos, neste caso, na data de receção das informações ou documentos pela Autoridade da Concorrência.

3 - Mediante requerimento fundamentado apresentado pela notifi cante, pode a Autoridade da Concorrência dispensar a apresentação de determinadas informações ou documentos, caso

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 453JUNHO 2012 - Nº 12

LEGISLAÇÃO

(Continua na pág. seguinte)

não se revelem essenciais, nesse momento, para que se inicie a instrução do procedimento.

4 - A dispensa de apresentação de informações ou documentos a que se refere o número anterior não prejudica a sua solicitação até à adoção de uma decisão.

Artigo 46.ºDesistência e renúncia

A notifi cante pode, a todo o tempo, desistir do procedimento ou de algum dos pedidos formulados, bem como renunciar aos seus direitos ou interesses legalmente protegidos, salvo nos casos previstos na lei.

Artigo 47.ºIntervenção no procedimento

1 - São admitidos a intervir no procedimento administrativo de controlo de concentrações os titulares de direitos subjetivos ou inte-resses legalmente protegidos que possam ser afetados pela operação de concentração e que apresentem à Autoridade da Concorrência observações em que manifestem de forma expressa e fundamentada a sua posição quanto à realização da operação.

2 - Para efeitos do disposto no número anterior, a Autoridade da Concorrência, no prazo de cinco dias úteis, contados da data em que a notifi cação produz efeitos, promove a publicação dos elementos essenciais da operação de concentração em dois dos jornais de maior circulação nacional, a expensas da notifi cante, fi xando prazo, não inferior a 10 dias úteis, para a apresentação de observações.

3 - A não apresentação de observações no prazo fi xado ex-tingue o direito de intervir na audiência prévia prevista no n.º 1 do artigo 54.º, salvo se a Autoridade da Concorrência considerar que tal intervenção é relevante para a instrução do procedimen-to e não prejudica a adoção de uma decisão expressa no prazo legalmente fi xado.

Artigo 48.ºDireito à informação

1 - Têm direito a obter informações contidas no procedimento administrativo de controlo de concentrações, nos termos previstos no Código do Procedimento Administrativo e no número seguinte, as pessoas, singulares ou coletivas, com interesse direto no mesmo ou que demonstrem interesse legítimo nas referidas informações.

2 - Entre o termo do prazo para a apresentação de observações a que se refere o artigo anterior e o início da audiência prevista no artigo 54.º, as pessoas, singulares ou coletivas, referidas no número anterior, com exceção da notifi cante, apenas têm direito a ser informadas sobre a marcha do procedimento.

3 - No caso previsto no número anterior, a audiência prévia deve ter uma duração mínima de 20 dias, salvo se, ao abrigo do n.º 1, a Autoridade da Concorrência tiver concedido aos contrain-teressados acesso integral ao processo, ressalvada a proteção dos segredos de negócio.

4 - No caso de operações de concentração que envolvam empresas cujas ações sejam admitidas à negociação em mercado

regulamentado nos termos do Código dos Valores Mobiliários, a Autoridade da Concorrência pode aplicar um prazo inferior ao mínimo previsto no número anterior.

Artigo 49.ºInstrução do procedimento

1 - A Autoridade da Concorrência conclui a instrução do pro-cedimento no prazo de 30 dias úteis contados da data de produção de efeitos da notifi cação.

2 - A Autoridade da Concorrência pode autorizar a introdução de alterações substanciais à notifi cação apresentada, mediante pedido fundamentado da notifi cante, correndo de novo o prazo previsto no número anterior para a conclusão da instrução, contado da receção das alterações.

3 - Se, no decurso da instrução, se revelar necessário o forne-cimento de informações ou documentos adicionais ou a correção dos que foram fornecidos, a Autoridade da Concorrência comunica tal facto à notifi cante, fi xando-lhe prazo razoável para fornecer os elementos em questão ou proceder às correções indispensáveis.

4 - A comunicação prevista no número anterior suspende o prazo referido no n.º 1, com efeitos a partir do primeiro dia útil seguinte ao do respetivo envio, terminando a suspensão no dia da receção, pela Autoridade da Concorrência, dos elementos solicitados, acompanhados da cópia expurgada dos elementos confi denciais, a que se refere a alínea c) do n.º 2 do artigo 43.º.

5 - No decurso da instrução, a Autoridade da Concorrência pode solicitar a quaisquer outras entidades, públicas ou privadas, as informações que considere convenientes para a decisão do processo, que são transmitidas nos prazos por aquela fi xados.

6 - Sem prejuízo do disposto na alínea i) do n.º 1 do artigo 68.º, as informações obtidas em momento posterior ao decurso do prazo fi xado no número anterior ainda podem ser consideradas pela Autoridade da Concorrência, quando tal não comprometa a adoção de uma decisão no prazo legalmente fi xado para a con-clusão do procedimento.

Artigo 50.ºDecisão

1 - Até ao termo do prazo referido no n.º 1 do artigo anterior, a Autoridade da Concorrência decide:

a) Não se encontrar a operação abrangida pelo procedimento de controlo de concentrações;

b) Não se opor à concentração de empresas, quando considere que a operação, tal como foi notifi cada, ou na sequência de alterações introduzidas pela notifi cante, não é suscetível de criar entraves signifi cativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste;

c) Dar início a uma investigação aprofundada, quando con-sidere que a operação em causa suscita sérias dúvidas, à luz dos elementos recolhidos, e em atenção aos critérios defi nidos no artigo 41.º, quanto à sua compatibilidade com o critério estabelecido no n.º 3 do artigo 41.º.

2 - As decisões tomadas pela Autoridade da Concorrência nos termos da alínea b) do número anterior podem ser acompanhadas da imposição de condições ou obrigações destinadas a garantir o cumprimento de compromissos assumidos pela notifi cante com vista a assegurar a manutenção da concorrência efetiva.

3 - Os negócios jurídicos realizados em desrespeito das con-dições a que se refere o número anterior são nulos, sem prejuízo do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 57.º e na alínea g) do n.º 1 do artigo 68.º.

4 - A ausência de decisão no prazo a que se refere o n.º 1 do

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Boletim do Contribuinte454JUNHO 2012 - Nº 12

artigo anterior vale como decisão de não oposição à concentração de empresas.

Artigo 51.ºCompromissos

1 - A notifi cante pode, a todo o tempo, assumir compromissos com vista a assegurar a manutenção da concorrência efetiva.

2 - A apresentação de compromissos a que se refere o número anterior determina a suspensão do prazo para a adoção de uma decisão pelo período de 20 dias úteis, iniciando-se a suspensão no primeiro dia útil seguinte à apresentação de compromissos e terminando no dia da comunicação à notifi cante da decisão de aceitação ou recusa dos mesmos.

3 - A Autoridade da Concorrência pode, durante a suspensão do prazo prevista no número anterior, solicitar, nos termos dos nºs 3 a 6 do artigo 49.º, as informações que considere necessárias para avaliar se os compromissos apresentados são sufi cientes e adequados para assegurar a manutenção da concorrência efetiva ou quaisquer outras que se revelem necessárias à instrução do procedimento.

4 - A Autoridade da Concorrência recusa os compromissos sempre que considere que a sua apresentação tem caráter mera-mente dilatório ou que as condições ou obrigações a assumir são insufi cientes ou inadequadas para obstar aos entraves à concor-rência que poderão resultar da concentração de empresas ou de exequibilidade incerta.

5 - Da recusa a que se refere o número anterior cabe reclama-ção, não sendo admitido recurso.

Artigo 52.ºInvestigação aprofundada

1 - No prazo máximo de 90 dias úteis contados da data de produção de efeitos da notifi cação a que se refere o artigo 45.º, a Autoridade da Concorrência procede às diligências de investigação complementares que considere necessárias.

2 - À investigação referida no número anterior é aplicável o disposto nos nºs 2 a 6 do artigo 49.º.

3 - O prazo a que se refere o n.º 1 pode ser prorrogado pela Autoridade da Concorrência, a pedido da notifi cante ou com o seu acordo, até um máximo de 20 dias úteis.

Artigo 53.ºDecisão após investigação aprofundada

1 - Até ao termo do prazo fi xado no n.º 1 do artigo anterior, a Autoridade da Concorrência decide:

a) Não se opor à concentração de empresas, quando considere que a operação, tal como foi notifi cada, ou na sequência de alterações introduzidas pela notifi cante, não é suscetível de criar entraves signifi cativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste;

b) Proibir a concentração de empresas, quando considere que a operação, tal como foi notifi cada, ou na sequência de alterações introduzidas pela notifi cante, é suscetível de criar entraves signifi cativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste.

2 - Caso a concentração já se tenha realizado, a Autoridade da Concorrência, na decisão de proibição a que se refere a alínea b) do número anterior, ordena medidas adequadas ao restabelecimento da concorrência efetiva, nomeadamente a separação das empresas ou dos ativos agrupados, incluindo a reversão da operação, ou a cessação do controlo.

3 - À decisão referida na alínea a) do n.º 1 aplica-se, com as devidas adaptações, o disposto nos nºs 2 e 3 do artigo 50.º e no artigo 51.º.

4 - Os negócios jurídicos realizados em desrespeito da alínea b) do n.º 1 ou do n.º 2 são nulos, sem prejuízo do disposto na alínea f) do n.º 1 do artigo 68.º.

5 - A ausência de decisão no prazo a que se refere o n.º 1 do artigo anterior vale como decisão de não oposição à realização da operação de concentração.

Artigo 54.ºAudiência prévia

1 - As decisões a que se referem os artigos 50.º e 53.º são to-madas mediante audiência prévia da notifi cante e dos interessados identifi cados no n.º 1 do artigo 47.º.

2 - As decisões ao abrigo do artigo 53.º são antecedidas de uma audiência prévia que terá lugar no prazo máximo de 75 dias úteis contados a partir da data de produção de efeitos da notifi cação a que se refere o artigo 45.º.

3 - Na ausência de interessados que se tenham manifestado contra a realização da operação, a Autoridade da Concorrência pode dispensar a audiência prévia sempre que pretenda adotar uma decisão de não oposição sem imposição de condições.

4 - A realização da audiência prévia suspende a contagem dos prazos referidos no n.º 1 dos artigos 49.º e 52.º.

Artigo 55.ºArticulação com autoridades reguladoras setoriais no âm-

bito do controlo de concentrações

1 - Sempre que uma concentração de empresas tenha incidência num mercado que seja objeto de regulação setorial, a Autoridade da Concorrência, antes de tomar uma decisão que ponha fi m ao procedimento, solicita que a respetiva autoridade reguladora emita parecer sobre a operação notifi cada, fi xando um prazo razoável para esse efeito.

2 - O prazo para a adoção de uma decisão que ponha termo ao procedimento suspende-se quando o parecer a emitir seja vinculativo.

3 - A suspensão prevista no número anterior inicia-se no primeiro dia útil seguinte ao do envio do pedido de parecer e termina no dia da sua receção pela Autoridade da Concorrência ou fi ndo o prazo defi nido pela Autoridade da Concorrência nos termos do n.º 1.

4 - A não emissão de parecer vinculativo dentro do prazo estabelecido no n.º 1 do presente artigo não impede a Autori-dade da Concorrência de tomar uma decisão que ponha fi m ao procedimento.

5 - O disposto no n.º 1 não prejudica o exercício pelas au-toridades reguladoras setoriais dos poderes que, no quadro das suas atribuições específi cas, lhes sejam legalmente conferidos relativamente à concentração em causa.

Artigo 56.ºProcedimento ofi cioso

1 - Sem prejuízo do disposto na alínea f) do n.º 1 do artigo 68.º e na alínea b) do artigo 72.º, são objeto de procedimento ofi cioso de controlo de concentrações as operações de cuja realização a Autoridade da Concorrência tome conhecimento, ocorridas há menos de cinco anos, e que, em incumprimento do disposto na lei, não tenham sido objeto de notifi cação prévia.

2 - O procedimento ofi cioso inicia-se com a comunicação da Autoridade da Concorrência às pessoas singulares ou coletivas

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 455JUNHO 2012 - Nº 12

LEGISLAÇÃO

(Continua na pág. seguinte)

em situação de incumprimento para que, num prazo razoável, procedam à notifi cação da operação de concentração nos termos previstos na presente lei.

3 - O procedimento ofi cioso deve ser concluído nos prazos previstos nos artigos 49.º e 52.º, contados da data de produção de efeitos da apresentação da notifi cação.

4 - A Autoridade da Concorrência pode adotar a todo o tempo as medidas que se revelem necessárias e adequadas para restabe-lecer, tanto quanto possível, a situação que existia antes da con-centração de empresas, nomeadamente a separação das empresas ou dos ativos agrupados, incluindo a reversão da operação, ou a cessação do controlo.

Artigo 57.ºRevogação de decisões

1 - Sem prejuízo da aplicação das correspondentes sanções e das invalidades previstas na lei, as decisões da Autoridade da Concorrência podem ser revogadas quando a concentração:

a) Tenha sido realizada em desrespeito de uma decisão de não oposição com condições ou obrigações;

b) Tenha sido autorizada com base em informações falsas ou inexatas relativas a circunstâncias essenciais para a deci-são, fornecidas pelas empresas em causa na concentração.

2 - As decisões previstas no número anterior são revogadas pela Autoridade da Concorrência, mediante procedimento admi-nistrativo ofi cioso, que observa as formalidades previstas para a prática do ato a revogar.

3 - Sem prejuízo da revogação da decisão, a Autoridade da Concorrência pode adotar a todo o tempo as medidas a que se refere o n.º 4 do artigo anterior.

SECÇÃO IIIProcesso sancionatório relativo a operações

de concentração

Artigo 58.ºAbertura de inquérito

No âmbito do controlo de concentrações de empresas, a Autoridade da Concorrência procede à abertura de inquérito, respeitando o disposto no artigo 7.º:

a) Em caso de realização de uma concentração de empresas antes de ter sido objeto de uma decisão de não oposição, em violação dos artigos 37.º e 38.º, do n.º 1 e da alínea a) do n.º 4 do artigo 40.º, ou que haja sido proibida por deci-são adotada ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 53.º; e

b) Em caso de desrespeito de condições, obrigações ou medi-das impostas às empresas pela Autoridade da Concorrên-cia, nos termos previstos no n.º 3 e nas alíneas b) e c) do n.º 4 do artigo 40.º, no n.º 2 do artigo 50.º, nos nºs 2 e 3 do artigo 53.º, no n.º 4 do artigo 56.º e no n.º 3 do artigo 57.º;

c) Em caso de não prestação de informações ou de prestação de informações falsas, inexatas ou incompletas, em res-posta a pedido da Autoridade da Concorrência, no uso dos poderes de supervisão;

d) Em caso de não colaboração com a Autoridade da Con-corrência ou obstrução ao exercício dos poderes previstos no artigo 43.º

Artigo 59.ºRegime aplicável

1 - Os processos a que se refere o artigo anterior regem-se pelo disposto na presente secção e nos artigos 15.º, 16.º, 18.º a 28.º e 30.º a 35.º e, com as devidas adaptações, nos nºs 2, 3 e 4 do artigo 17.º e no artigo 29.º da presente lei.

2 - Os processos desta secção regem-se, subsidiariamente, pelo regime geral do ilícito de mera ordenação social, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de outubro.

CAPÍTULO IVEstudos, inspeções e auditorias

Artigo 60.ºNormas aplicáveis

O procedimento em matéria de estudos, inspeções e audi-torias rege-se, subsidiariamente, pelo Código do Procedimento Administrativo.

Artigo 61.ºEstudos de mercado e inquéritos por setores económicos e

por tipos de acordos

1 - A Autoridade da Concorrência pode realizar estudos de mercado e inquéritos por setores económicos e por tipos de acordos que se revelem necessários para:

a) A supervisão e o acompanhamento de mercados;b) A verifi cação de circunstâncias que indiciem distorções ou

restrições de concorrência.2 - A conclusão dos estudos é publicada na página eletrónica

da Autoridade da Concorrência, podendo ser precedida de consulta pública a promover pela Autoridade da Concorrência.

3 - Nos casos em que os estudos de mercado e inquéritos a que se refere o n.º 1 digam respeito a setores económicos regulados por autoridades reguladoras setoriais, a sua conclusão deve ser precedida de pedido de parecer não vinculativo à respetiva auto-ridade reguladora setorial, fi xando a Autoridade da Concorrência um prazo razoável para esse efeito.

4 - A não emissão de parecer não vinculativo dentro do prazo estabelecido no número anterior não impede a Autoridade da Concorrência de concluir o estudo de mercado e inquérito a que o pedido de parecer diga respeito.

5 - A Autoridade da Concorrência pode solicitar às empresas ou associações de empresas ou a quaisquer outras pessoas ou entidades todas as informações que considere relevantes do ponto de vista jusconcorrencial, aplicando-se o disposto no artigo 43.º, com as necessárias adaptações.

Artigo 62.ºRecomendações

1 - Quando a Autoridade da Concorrência concluir pela exis-tência de circunstâncias ou condutas que afetem a concorrência nos mercados ou setores económicos analisados, deverá, no relatório de conclusão de estudos de mercado, inquérito setorial ou por tipo de acordo, ou no relatório de inspeções e auditorias:

a) Identifi car quais as circunstâncias do mercado ou condutas das empresas ou associações de empresas que afetam a concorrência, e em que medida;

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b) Indicar quais as medidas de caráter comportamental ou estrutural que considere apropriadas à sua prevenção, remoção ou compensação.

2 - Sempre que o estudo e o respetivo relatório incidirem so-bre um mercado submetido a regulação setorial, a Autoridade da Concorrência deve dar conhecimento às autoridades reguladoras setoriais das circunstâncias ou condutas que afetem a concorrência e das possíveis medidas para corrigir a situação.

3 - A Autoridade da Concorrência poderá recomendar a adoção de medidas de caráter comportamental ou estrutural adequadas à repo-sição ou garantia da concorrência no mercado, nos seguintes termos:

a) Quando se trate de mercados objeto de regulação setorial, e as circunstâncias identifi cadas na alínea a) do n.º 1 resultem da mesma, a Autoridade da Concorrência pode apresentar ao Governo e às autoridades reguladoras seto-riais as recomendações que entenda adequadas;

b) Nos demais casos, a Autoridade da Concorrência pode re-comendar ao Governo e a outras entidades a adoção das medidas de caráter comportamental ou estrutural referidas.

4 - A Autoridade da Concorrência acompanha o cumprimento das recomendações por si formuladas ao abrigo do número anterior, podendo solicitar às entidades destinatárias as informações que entenda pertinentes à sua implementação.

Artigo 63.ºInspeções e auditorias

1 - Verifi cando-se circunstâncias que indiciem distorções ou restrições de concorrência, a Autoridade da Concorrência deve realizar as inspeções e auditorias necessárias à identifi cação das suas causas.

2 - Na realização de inspeções e auditorias, a Autoridade da Concorrência atua de acordo com os poderes estabelecidos no artigo seguinte, depois de obtido o assentimento da entidade visada, no exercício do dever de colaboração.

3 - A Autoridade da Concorrência efetua inspeções e au-ditorias pontualmente ou em execução de planos de inspeções previamente aprovados.

4 - Se, em resultado de inspeções ou auditorias, a Autoridade da Concorrência detetar situações que afetam a concorrência nos mercados em causa, é correspondentemente aplicável o disposto no artigo anterior.

Artigo 64.ºPoderes em matéria de inspeção e auditoria

1 - A Autoridade da Concorrência pode efetuar inspeções e auditorias a quaisquer empresas ou associações de empresas.

2 - As ações inspetivas e auditorias a promover pela Autori-dade da Concorrência são notifi cadas às empresas e associações de empresas com a antecedência mínima de 10 dias úteis relati-vamente à sua realização.

3 - Os funcionários e outras pessoas mandatadas pela Autorida-de da Concorrência para efetuar uma inspeção e auditoria podem:

a) Aceder a todas as instalações, terrenos e meios de transporte das empresas ou associações de empresas;

b) Inspecionar os livros e outros registos relativos à empresa ou associação de empresas, independentemente do seu suporte;

c) Obter, por qualquer forma, cópias ou extratos dos docu-mentos controlados;

d) Solicitar a qualquer representante legal, trabalhador ou

colaborador da empresa ou da associação de empresas esclarecimentos sobre factos ou documentos relaciona-dos com o objeto e a fi nalidade da inspeção e auditoria e registar as suas respostas.

4 - Os representantes legais da empresa ou associação de em-presas, bem como os trabalhadores e colaboradores são obrigados a prestar toda a colaboração necessária para que os funcionários e as outras pessoas mandatadas pela Autoridade da Concorrência possam exercer os poderes previstos no número anterior.

5 - Os funcionários e as pessoas mandatadas pela Autoridade da Concorrência para efetuar uma inspeção e auditoria devem ser portadores de credencial, da qual consta a fi nalidade da diligência.

CAPÍTULO VAuxílios públicos

Artigo 65.ºAuxílios públicos

1 - Os auxílios a empresas concedidos pelo Estado ou qualquer outro ente público não devem restringir, distorcer ou afetar de forma sensível a concorrência no todo ou em parte substancial do mercado nacional.

2 - A Autoridade da Concorrência pode analisar qualquer auxílio ou projeto de auxílio e formular ao Governo ou a qualquer outro ente público as recomendações que entenda necessárias para eliminar os efeitos negativos sobre a concorrência.

3 - A Autoridade da Concorrência acompanha a execução das recomendações formuladas, podendo solicitar a quaisquer entidades informações relativas à sua implementação.

4 - A Autoridade da Concorrência divulga as recomendações que formula na sua página eletrónica.

CAPÍTULO VIRegulamentação

Artigo 66.ºProcedimento de regulamentação

1 - Antes da emissão de qualquer regulamento com efi cácia externa, a Autoridade da Concorrência procede à divulgação do respetivo projeto na sua página eletrónica, para fi ns de discussão pública, por período não inferior a 30 dias úteis.

2 - No relatório preambular dos regulamentos previstos no número anterior, a Autoridade da Concorrência fundamenta as suas opções, designadamente com referência às opiniões expressas durante o período de discussão pública.

3 - Os regulamentos da Autoridade da Concorrência com efi -cácia externa são publicados na 2.ª série do Diário da República.

CAPÍTULO VIIInfrações e sanções

Artigo 67.ºQualifi cação

Sem prejuízo da responsabilidade criminal e das medidas ad-ministrativas a que houver lugar, as infrações às normas previstas na presente lei e no direito da União Europeia cuja observância seja assegurada pela Autoridade da Concorrência constituem con-traordenação punível nos termos do disposto no presente capítulo.

Artigo 68.ºContraordenações

1 - Constitui contraordenação punível com coima:

(Continuação da pág. anterior)

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LEGISLAÇÃO

(Continua na pág. seguinte)

a) A violação do disposto nos artigos 9.º, 11.º e 12.º;b) A violação do disposto nos artigos 101.º e 102.º do Tratado

sobre o Funcionamento da União Europeia;c) O incumprimento das condições a que se refere a alínea c)

do n.º 3 do artigo 29.º;d) O incumprimento de medidas impostas nos termos do n.º

4 do artigo 29.º;e) O desrespeito de decisão que decrete medidas cautelares,

nos termos previstos no artigo 34.º;f) A realização de operação de concentração de empresas antes

de ter sido objeto de uma decisão de não oposição, em violação dos artigos 37.º e 38.º, do n.º 1 e da alínea a) do n.º 4 do artigo 40.º, ou que hajam sido proibidas por deci-são adotada ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 53.º;

g) O desrespeito de condições, obrigações ou medidas im-postas às empresas pela Autoridade da Concorrência nos termos previstos no n.º 3 e nas alíneas b) e c) do n.º 4 do artigo 40.º, no n.º 2 do artigo 50.º, nos nºs 2 e 3 do artigo 53.º, no n.º 4 do artigo 56.º e no n.º 3 do artigo 57.º;

h) A não prestação ou a prestação de informações falsas, ine-xatas ou incompletas, em resposta a pedido da Autoridade da Concorrência, no uso dos seus poderes sancionatórios;

i) A não prestação ou a prestação de informações falsas, ine-xatas ou incompletas, em resposta a pedido da Autoridade da Concorrência, no uso dos poderes de supervisão e no âmbito da realização de estudos, inspeções e auditorias;

j) A não colaboração com a Autoridade da Concorrência ou a obstrução ao exercício dos poderes previstos nos artigos 18.º a 20.º, 43.º, 61.º e 64.º;

k) A falta injustifi cada de comparência de denunciante, tes-temunha ou perito, em diligência de processo para que tenha sido regularmente notifi cado.

2 - Se a contraordenação consistir no incumprimento de um dever legal ou de uma ordem emanada da Autoridade da Concorrência, a aplicação da coima não dispensa o infrator do cumprimento do mesmo, caso tal ainda seja possível.

3 - A negligência é punível.

Artigo 69.ºDeterminação da medida da coima

1 - Na determinação da medida da coima a que se refere o artigo anterior, a Autoridade da Concorrência pode considerar, nomeadamente, os seguintes critérios:

a) A gravidade da infração para a afetação de uma concorrência efetiva no mercado nacional;

b) A natureza e a dimensão do mercado afetado pela infração;c) A duração da infração;d) O grau de participação do visado pelo processo na infração;e) As vantagens de que haja benefi ciado o visado pelo processo

em consequência da infração, quando as mesmas sejam identifi cadas;

f) O comportamento do visado pelo processo na eliminação

das práticas restritivas e na reparação dos prejuízos cau-sados à concorrência;

g) A situação económica do visado pelo processo;h) Os antecedentes contraordenacionais do visado pelo pro-

cesso por infração às regras da concorrência;i) A colaboração prestada à Autoridade da Concorrência até

ao termo do procedimento.2 - No caso das contraordenações referidas nas alíneas a) a

g) do n.º 1 do artigo anterior, a coima determinada nos termos do n.º 1 não pode exceder 10 % do volume de negócios realizado no exercício imediatamente anterior à decisão fi nal condenatória proferida pela Autoridade da Concorrência, por cada uma das empresas infratoras ou, no caso de associação de empresas, do volume de negócios agregado das empresas associadas.

3 - No caso das contraordenações referidas nas alíneas h) a j) do n.º 1 do artigo anterior, a coima determinada nos termos do n.º 1 não pode exceder 1 % do volume de negócios realizado no exercício imediatamente anterior à decisão por cada uma das empresas infratoras ou, no caso de associação de empresas, do volume de negócios agregado das empresas associadas.

4 - No caso das contraordenações referidas nas alíneas a) a g) do n.º 1 do artigo anterior, a coima aplicável a pessoas singulares não pode exceder 10 % da respetiva remuneração anual auferida pelo exercício das suas funções na empresa infratora, no último ano completo em que se tenha verifi cado a prática proibida.

5 - Na remuneração prevista no número anterior incluem-se, designadamente, ordenados, salários, vencimentos, gratifi cações, percentagens, comissões, participações, subsídios ou prémios, senhas de presença, emolumentos e remunerações acessórias, ainda que periódicas, fi xas ou variáveis, de natureza contratual ou não, bem como prestações acessórias, tal como defi nidas para efeitos de tributação do rendimento, que sejam auferidos devido à prestação de trabalho ou em conexão com esta e constituam para o respetivo benefi ciário uma vantagem económica.

6 - No caso das contraordenações referidas nas alíneas h) a j) do n.º 1 do artigo anterior, a Autoridade da Concorrência pode aplicar a pessoas singulares uma coima de 10 a 50 unidades de conta.

7 - No caso da contraordenação a que se refere a alínea k) do n.º 1 do artigo anterior, a Autoridade da Concorrência pode aplicar ao denunciante, à testemunha e ao perito uma coima de 2 a 10 unidades de conta.

8 - A Autoridade da Concorrência adota, ao abrigo dos seus poderes de regulamentação, linhas de orientação contendo a metodologia a utilizar para aplicação das coimas, de acordo com os critérios defi nidos na presente lei.

Artigo 70.ºDispensa ou redução da coima

A Autoridade da Concorrência pode conceder dispensa ou redução da coima que seria aplicada de acordo com o artigo anterior, nos termos previstos na presente lei.

Artigo 71.ºSanções acessórias

1 - Caso a gravidade da infração e a culpa do infrator o justifi -quem, a Autoridade da Concorrência pode determinar a aplicação, em simultâneo com a coima, das seguintes sanções acessórias:

a) Publicação no Diário da República e num dos jornais de maior circulação nacional, regional ou local, consoante o mercado geográfi co relevante, a expensas do infrator, de extrato da decisão de condenação ou, pelo menos, da

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parte decisória da decisão de condenação proferida no âmbito de um processo instaurado ao abrigo da presente lei, após o trânsito em julgado;

b) Privação do direito de participar em procedimentos de formação de contratos cujo objeto abranja prestações típicas dos contratos de empreitada, de concessão de obras públicas, de concessão de serviços públicos, de locação ou aquisição de bens móveis ou de aquisição de serviços ou ainda em procedimentos destinados à atribuição de licenças ou alvarás, desde que a prática que constitui contraordenação punível com coima se tenha verifi cado durante ou por causa do procedimento relevante.

2 - A sanção prevista na alínea b) do número anterior tem a duração máxima de dois anos, contados da decisão condenatória, após o trânsito em julgado.

Artigo 72.ºSanções pecuniárias compulsórias

Sem prejuízo do disposto nos artigos 69.º e 70.º, a Autoridade da Concorrência pode decidir, quando tal se justifi que, aplicar uma sanção pecuniária compulsória, num montante não superior a 5 % da média diária do volume de negócios no ano imediatamente anterior à decisão, por dia de atraso, a contar da data da notifi ca-ção, nos casos seguintes:

a) Não acatamento de decisão da Autoridade da Concorrência que imponha uma sanção ou ordene a adoção de medidas determinadas;

b) Falta de notifi cação de uma operação de concentração su-jeita a notifi cação prévia nos termos dos artigos 37.º e 38.º

Artigo 73.ºResponsabilidade

1 - Pela prática das contraordenações previstas na presente lei podem ser responsabilizadas pessoas singulares, pessoas co-letivas, independentemente da regularidade da sua constituição, sociedades e associações sem personalidade jurídica.

2 - As pessoas coletivas e as entidades equiparadas referidas no número anterior respondem pelas contraordenações previstas na presente lei, quando cometidas:

a) Em seu nome e no interesse coletivo por pessoas que nelas ocupem uma posição de liderança; ou

b) Por quem atue sob a autoridade das pessoas referidas na alínea anterior em virtude de uma violação dos deveres de vigilância ou controlo que lhes incumbem.

3 - Entende-se que ocupam uma posição de liderança os órgãos e representantes da pessoa coletiva e quem nela tiver autoridade para exercer o controlo da sua atividade.

4 - A fusão, a cisão e a transformação não determinam a extinção da responsabilidade da pessoa coletiva ou entidade equiparada, respondendo pela prática da contraordenação:

a) No caso de fusão, a pessoa coletiva ou entidade equiparada incorporante de outras ou a que resulte da operação;

b) No caso de cisão, as pessoas coletivas ou entidades equi-paradas que resultem da operação ou que benefi ciem de incorporações de património da sociedade cindida;

c) No caso de transformação, as pessoas coletivas ou entidades equiparadas que resultem da operação.

5 - No caso de extinção da pessoa coletiva ou entidade equi-

parada, pelas coimas em que a mesma for condenada respondem os antigos bens desta que tiverem sido adjudicados em partilha.

6 - Os titulares do órgão de administração das pessoas coletivas e entidades equiparadas, bem como os responsáveis pela direção ou fi scalização de áreas de atividade em que seja praticada algu-ma contraordenação, incorrem na sanção cominada no n.º 4 do artigo 69.º, quando atuem nos termos descritos na alínea a) do n.º 2 ou quando, conhecendo ou devendo conhecer a prática da infração, não adotem as medidas adequadas para lhe pôr termo imediatamente, a não ser que sanção mais grave lhes caiba por força de outra disposição legal.

7 - A responsabilidade das pessoas coletivas e entidades equiparadas não exclui a responsabilidade individual de quaisquer pessoas singulares, nem depende da responsabilização destas, nos casos de violação de deveres de colaboração.

8 - As empresas cujos representantes, ao tempo da infração, eram membros dos órgãos diretivos de uma associação de empre-sas que seja objeto de uma coima ou de uma sanção pecuniária compulsória, nos termos previstos nas alíneas a) a g) do n.º 1 do artigo 68.º, no n.º 2 do artigo 69.º e no artigo anterior, são solida-riamente responsáveis pelo pagamento da coima, exceto se, por escrito, tiverem lavrado a sua oposição à decisão que constitui a infração ou da qual a mesma resultou.

Artigo 74.ºPrescrição

1 - O procedimento de contraordenação extingue-se por pres-crição no prazo, contado nos termos do artigo 119.º do Código Penal, de:

a) Três anos, nos casos previstos nas alíneas h) a k) do n.º 1 do artigo 68.º;

b) Cinco anos, nos restantes casos.2 - O prazo de prescrição das sanções é de cinco anos a contar

do dia em que se torna defi nitiva ou que transita em julgado a decisão que determinou a sua aplicação, salvo nos casos previstos nos nºs 3, 6 e 7 do artigo 69.º, que é de três anos.

3 - A prescrição do procedimento por contraordenação interrompe-se com a constituição de visado ou com a notifi ca-ção a este de qualquer ato da Autoridade da Concorrência que pessoalmente o afete, produzindo a interrupção efeitos desde a notifi cação do ato a qualquer um dos visados pelo processo.

4 - A prescrição do procedimento por contraordenação suspende-se:

a) Pelo período de tempo em que a decisão da Autoridade da Concorrência for objeto de recurso judicial;

b) A partir do envio do processo ao Ministério Público e até à sua devolução à Autoridade da Concorrência, nos termos previstos no artigo 40.º do regime geral do ilícito de mera ordenação social.

5 - Nos casos em que a Autoridade da Concorrência tenha dado início a um processo de contraordenação por infração aos artigos 101.º e 102.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, o prazo de prescrição suspende-se quando a Autoridade da Concorrência, tendo tido conhecimento de que uma autoridade nacional de concorrência de outro Estado membro deu início, pelos mesmos factos, a um processo por infração aos mesmos artigos do Tratado, notifi que o visado pelo processo da decisão de suspensão do processo ao abrigo do n.º 1 do artigo 13.º do Regulamento (CE) n.º 1/2003, do Conselho, de 16 de dezembro de 2002.

6 - No caso referido no número anterior, a suspensão termina na data em que a Autoridade da Concorrência tome conhecimento

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LEGISLAÇÃO

(Continua na pág. seguinte)

da decisão proferida naquele processo.7 - A suspensão da prescrição do procedimento não pode

ultrapassar três anos.8 - A prescrição do procedimento tem sempre lugar quando

tiverem decorrido cinco ou sete anos e meio, respetivamente nos casos das alíneas a) ou b) do n.º 1, ressalvado o tempo de suspensão.

CAPÍTULO VIIIDispensa ou redução da coima em processos de contraorde-

nação por infração às regras de concorrência

SECÇÃO IDisposições gerais

Artigo 75.ºÂmbito objetivo

A dispensa ou a redução especial de coimas são concedidas no âmbito de processos de contraordenação que tenham por objeto acordos ou práticas concertadas entre duas ou mais empresas concorrentes proibidos pelo artigo 9.º da presente lei e, se apli-cável, pelo artigo 101.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, que visem coordenar os seus comportamentos concorrenciais no mercado ou infl uenciar variáveis concorrenciais relevantes, nomeadamente através de fi xação de preços de aqui-sição ou de venda ou outras condições de transação, atribuição de quotas de produção ou de venda, repartição de mercados, incluindo a concertação em leilões e concursos públicos, restrição de importações ou exportações ou ações anticoncorrenciais contra outros concorrentes.

Artigo 76.ºÂmbito subjetivo

Podem benefi ciar de dispensa ou de redução da coima:a) As empresas, na aceção do n.º 1 do artigo 3.º;b) Os titulares do órgão de administração das pessoas coleti-

vas e entidades equiparadas, bem como os responsáveis pela direção ou fi scalização de áreas de atividade em que seja praticada alguma contraordenação, responsáveis nos termos do disposto no n.º 6 do artigo 73.º.

SECÇÃO IIRequisitos

Artigo 77.ºDispensa da coima

1 - A Autoridade da Concorrência concede dispensa da coima aplicável, nos termos do disposto no artigo 70.º, à empresa que revele a sua participação num alegado acordo ou prática concertada, desde que essa empresa seja a primeira a fornecer informações e elementos de prova que, no entender da Autoridade da Concor-

rência, lhe permitam:a) Fundamentar o pedido para a realização de diligências

de busca e apreensão nos termos da alínea c) do n.º 1 do artigo 18.º e dos artigos 19.º e 20.º e, no momento da entrega da informação, a Autoridade da Concorrência não disponha ainda de elementos sufi cientes para proceder a essa diligência; ou

b) Verifi car a existência de uma infração prevista no artigo 75.º, desde que, nesse momento, a Autoridade da Con-corrência não disponha ainda de elementos de prova sufi cientes sobre a infração.

2 - A Autoridade da Concorrência concede a dispensa da coi-ma, nos termos do número anterior, desde que a empresa cumpra, cumulativamente, as seguintes condições:

a) Coopere plena e continuamente com a Autoridade da Con-corrência desde o momento da apresentação do pedido de dispensa ou redução da coima, estando a empresa obrigada, designadamente, a:i) Fornecer todas as informações e provas que tenha ou

venha a ter na sua posse ou sob o seu controlo;ii) Responder prontamente a qualquer pedido de infor-

mação que possa contribuir para a determinação dos factos;

iii) Abster-se da prática de quaisquer atos que possam difi cultar a investigação, nomeadamente a destruição, falsifi cação ou dissimulação de informações ou provas relacionadas com a infração;

iv) Abster-se de revelar a existência ou o teor da apresen-tação, ou da intenção de apresentação, do pedido de dispensa, salvo autorização escrita da Autoridade da Concorrência;

b) Ponha termo à sua participação na infração, até ao momento em que forneça à Autoridade da Concorrência as infor-mações e as provas a que se refere a alínea a), exceto na medida do que seja razoavelmente necessário, no entender da Autoridade da Concorrência, para preservar a efi cácia da investigação;

c) Não tenha exercido coação sobre as demais empresas para participarem na infração.

3 - As informações e provas referidas nos números anteriores devem conter indicações completas e precisas sobre o acordo ou a prática concertada e as empresas envolvidas, incluindo os objeti-vos, atividades e funcionamento, o produto ou serviço em causa, o âmbito geográfi co, a duração e informações específi cas sobre datas, locais, conteúdo e participantes em contactos efetuados e todas as explicações relevantes apresentadas em apoio do pedido.

Artigo 78.ºRedução da coima

1 - A Autoridade da Concorrência concede uma redução da coima que seria aplicada, nos termos do disposto no artigo 70.º, às empresas que, não reunindo as condições estabelecidas no n.º 1 do artigo anterior, cumpram, cumulativamente, as seguintes condições:

a) Forneçam informações e provas sobre uma infração referida no artigo 75.º, que apresentem valor adicional signifi cati-vo por referência às informações e provas já na posse da Autoridade da Concorrência;

b) Estejam verifi cadas as condições previstas nas alíneas a) e b) do n.º 2 e no n.º 3 do artigo anterior.

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2 - A Autoridade da Concorrência determina o nível da redução da coima da seguinte forma:

a) À primeira empresa que forneça informações e provas de valor adicional signifi cativo é concedida uma redução de 30 % a 50 %;

b) À segunda empresa que forneça informações e provas de valor adicional signifi cativo é concedida uma redução de 20 % a 30 %;

c) Às empresas seguintes que forneçam informações e provas de valor adicional signifi cativo é concedida uma redução até 20 %.

3 - Na determinação da redução da coima, a Autoridade da Concorrência considera a ordem pela qual foram apresentadas as informações e provas que preenchem os requisitos previstos na alínea a) do n.º 1 e o respetivo valor adicional signifi cativo para a investigação e prova da infração.

4 - Se o pedido de algum dos visados for apresentado após a notifi cação a que se refere a alínea a) do n.º 3 do artigo 24.º, os níveis referidos no n.º 2 são reduzidos a metade.

Artigo 79.ºTitulares

1 - Se cooperarem plena e continuamente com a Autoridade da Concorrência, nos termos do disposto na alínea a) do n.º 2 do artigo 77.º, os titulares do órgão de administração, bem como os responsáveis pela direção ou fi scalização de áreas de atividade em que seja praticada alguma infração prevista no artigo 75.º benefi ciam, relativamente à coima que lhes seria aplicada, nos termos do disposto no n.º 6 do artigo 73.º, da dispensa ou redução da coima, independentemente de terem requerido pessoalmente tais benefícios.

2 - As pessoas referidas no número anterior que apresentem pedido a título individual benefi ciam, com as devidas adaptações, do disposto nos artigos 77.º e 78.º.

SECÇÃO IIIProcedimento e decisão

Artigo 80.ºProcedimento

O procedimento administrativo relativo à tramitação do pedido de dispensa ou de redução da coima é estabelecido por regulamento a aprovar pela Autoridade da Concorrência, nos termos do artigo 66.º.

Artigo 81.ºDocumentação confi dencial

1 - A Autoridade da Concorrência classifi ca como confi dencial o pedido de dispensa ou de redução da coima, bem como todos os documentos e informações apresentados para efeitos de dispensa ou redução da coima.

2 - Para efeitos do disposto no n.º 1 do artigo 25.º, a Autoridade da Concorrência concede ao visado pelo processo acesso ao pedido de dispensa ou redução da coima, aos documentos e às informações referidos no número anterior, não sendo deles permitida qualquer reprodução, exceto se autorizada pelo requerente.

3 - O acesso de terceiros aos pedidos, documentos e informa-ções apresentados pelo requerente, para efeitos da dispensa ou redução da coima, carece de autorização deste.

4 - Ao visado pelo processo não será concedido acesso a cópias das suas declarações orais e aos terceiros será vedado o acesso às mesmas.

Artigo 82.ºDecisão sobre o pedido de dispensa

ou de redução da coima

1 - O pedido de dispensa ou de redução da coima é apreciado na decisão da Autoridade da Concorrência a que se refere a alínea a) do n.º 3 do artigo 29.º.

2 - A dispensa ou redução da coima incide sobre o montante que seria aplicado nos termos do artigo 69.º.

3 - Na determinação da coima que é aplicada, não é tido em consideração o critério previsto na alínea i) do n.º 1 do artigo 69.º.

CAPÍTULO IXRecursos judiciais

SECÇÃO IProcessos contraordenacionais

Artigo 83.ºRegime processual

Salvo disposição em sentido diverso da presente lei, aplicam-se à interposição, à tramitação e ao julgamento dos recursos previstos na presente secção os artigos seguintes e, subsidiariamente, o regime geral do ilícito de mera ordenação social.

Artigo 84.ºRecurso, tribunal competente e efeitos do recurso

1 - Cabe recurso das decisões proferidas pela Autoridade da Concorrência cuja irrecorribilidade não estiver expressamente prevista na presente lei.

2 - Não é admissível recurso de decisões de mero expediente e de decisões de arquivamento, com ou sem imposição de condições.

3 - Das decisões proferidas pela Autoridade da Concorrên-cia cabe recurso para o Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão.

4 - O recurso tem efeito meramente devolutivo, exceto no que respeita a decisões que apliquem medidas de caráter estrutural determinadas nos termos do n.º 4 do artigo 29.º, cujo efeito é suspensivo.

5 - No caso de decisões que apliquem coimas ou outras sanções previstas na lei, o visado pode requerer, ao interpor o recurso, que o mesmo tenha efeito suspensivo quando a execução da decisão lhe cause prejuízo considerável e se ofereça para prestar caução em substituição, fi cando a atribuição desse efeito condicionada à efetiva prestação de caução no prazo fi xado pelo tribunal.

Artigo 85.ºRecurso de decisões interlocutórias

1 - Interposto recurso de uma decisão interlocutória da Auto-ridade da Concorrência, o requerimento é remetido ao Ministério Público no prazo de 20 dias úteis, com indicação do número de processo na fase organicamente administrativa.

2 - O requerimento é acompanhado de quaisquer elementos ou informações que a Autoridade da Concorrência considere re-levantes para a decisão do recurso, podendo ser juntas alegações.

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LEGISLAÇÃO

(Continua na pág. seguinte)

3 - Formam um único processo judicial os recursos de deci-sões interlocutórias da Autoridade da Concorrência proferidas no mesmo processo na fase organicamente administrativa.

Artigo 86.ºRecurso de medidas cautelares

Aos recursos interpostos de decisões da Autoridade da Con-corrência, proferidas no mesmo processo na fase organicamente administrativa, que decretem medidas cautelares, nos termos do artigo 34.º, é aplicável o disposto no artigo anterior.

Artigo 87.ºRecurso da decisão fi nal

1 - Notifi cado de decisão fi nal condenatória proferida pela Autoridade da Concorrência, o visado pelo processo pode inter-por recurso judicial, no prazo de 30 dias úteis, não prorrogável.

2 - Interposto recurso da decisão fi nal condenatória, a Autori-dade da Concorrência remete os autos ao Ministério Público, no prazo de 30 dias úteis, não prorrogável, podendo juntar alegações e outros elementos ou informações que considere relevantes para a decisão da causa, bem como oferecer meios de prova, sem prejuízo do disposto no artigo 70.º do regime geral do ilícito de mera ordenação social.

3 - Tendo havido recursos de decisões da Autoridade da Concorrência, nos termos dos artigos 85.º e 86.º, o recurso da decisão fi nal é processado nos autos do único ou do primeiro recurso interposto.

4 - Aos recursos de decisões da Autoridade da Concorrência proferidas num processo, posteriores à decisão fi nal do mesmo, aplica-se o n.º 3 do artigo 85.º.

5 - A Autoridade da Concorrência, o Ministério Público ou o visado pelo processo podem opor-se a que o tribunal decida por despacho, sem audiência de julgamento.

6 - A desistência da acusação pelo Ministério Público depende da concordância da Autoridade da Concorrência.

7 - O tribunal notifi ca a Autoridade da Concorrência da sentença, bem como de todos os despachos que não sejam de mero expediente.

8 - Se houver lugar a audiência de julgamento, o tribunal decide com base na prova realizada na audiência, bem como na prova produzida na fase administrativa do processo de contraordenação.

9 - A Autoridade da Concorrência tem legitimidade para recorrer autonomamente das decisões que não sejam de mero expediente.

Artigo 88.ºControlo pelo tribunal competente

1 - O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão co-nhece com plena jurisdição dos recursos interpostos das decisões em que tenha sido fi xada pela Autoridade da Concorrência uma coima ou uma sanção pecuniária compulsória, podendo reduzir ou aumentar a coima ou a sanção pecuniária compulsória.

2 - As decisões da Autoridade da Concorrência que apliquem sanções mencionam o disposto na parte fi nal do número anterior.

Artigo 89.ºRecurso da decisão judicial

1 - Das sentenças e despachos do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão cabe recurso para o tribunal da relação competente, que decide em última instância.

2 - Têm legitimidade para recorrer:a) O Ministério Público e, autonomamente, a Autoridade da

Concorrência, de quaisquer sentenças e despachos que não sejam de mero expediente, incluindo os que versem sobre nulidades e outras questões prévias ou incidentais, ou sobre a aplicação de medidas cautelares;

b) O visado pelo processo.3 - Aos recursos previstos neste artigo é aplicável o disposto

no n.º 3 do artigo 85.º, no artigo 86.º e nos nºs 3 e 4 do artigo 87.º, com as necessárias adaptações.

Artigo 90.ºDivulgação de decisões

1 - A Autoridade da Concorrência tem o dever de publicar na sua página eletrónica a versão não confi dencial das decisões que tomar ao abrigo das alíneas c) e d) do n.º 3 do artigo 24.º, do n.º 3 do artigo 29.º, do n.º 1 do artigo 50.º e do n.º 1 do artigo 53.º, referindo se as mesmas estão pendentes de recurso judicial.

2 - A Autoridade da Concorrência pode publicar na sua página eletrónica a versão não confi dencial das decisões proferidas nos termos das alíneas h) a k) do n.º 1 do artigo 68.º, referindo se as mesmas estão pendentes de recurso judicial.

3 - A Autoridade da Concorrência deve ainda publicar na sua página eletrónica decisões judiciais de recursos instaurados nos termos do n.º 1 do artigo 84.º e do n.º 1 do artigo 89.º.

4 - A Autoridade da Concorrência pode também publicar, na sua página eletrónica, as decisões judiciais de recursos instaurados nos termos do n.º 1 do artigo 92.º e dos nºs 1 a 3 do artigo 93.º.

SECÇÃO IIProcedimentos administrativos

Artigo 91.ºRegime processual

À interposição, à tramitação e ao julgamento dos recursos referidos na presente secção é aplicável o disposto nos artigos seguintes e, subsidiariamente, o regime de impugnação conten-ciosa de atos administrativos, defi nido no Código de Processo dos Tribunais Administrativos.

Artigo 92.ºTribunal competente e efeitos do recurso

1 - Das decisões da Autoridade da Concorrência proferidas em procedimentos administrativos a que se refere a presente lei, bem como da decisão ministerial prevista no artigo 34.º dos Estatutos da Autoridade da Concorrência, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 10/2003, de 18 de janeiro, cabe recurso para o Tribunal da Con-corrência, Regulação e Supervisão, a ser tramitado como ação administrativa especial.

2 - O recurso previsto no número anterior tem efeito meramente devolutivo, salvo se lhe for atribuído, exclusiva ou cumulativa-mente com outras medidas provisórias, o efeito suspensivo por via do decretamento de medidas provisórias.

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Boletim do Contribuinte462JUNHO 2012 - Nº 12

Artigo 93.ºRecurso de decisões judiciais

1 - Das decisões proferidas pelo Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, nas ações administrativas a que se refere a presente secção, cabe recurso para o tribunal da relação competente.

2 - Se o recurso previsto no número anterior respeitar apenas a questões de direito, é interposto diretamente para o Supremo Tribunal de Justiça.

3 - Da decisão do tribunal da relação competente cabe recurso, limitado à matéria de direito, para o Supremo Tribunal de Justiça.

4 - Os recursos previstos neste artigo têm efeito meramente devolutivo.

CAPÍTULO XTaxas

Artigo 94.ºTaxas

1 - Estão sujeitos ao pagamento de uma taxa:a) A apreciação de operações de concentração de empresas,

sujeitas a obrigação de notifi cação prévia, nos termos do disposto no artigo 37.º;

b) A apreciação de operações de concentração a que se refere o n.º 4 do artigo 37.º;

c) A emissão de cópias e de certidões;d) Quaisquer outros atos que confi gurem uma prestação de

serviços, por parte da Autoridade da Concorrência, a entidades privadas.

2 - As taxas são fi xadas, liquidadas e cobradas nos termos defi nidos em regulamento da Autoridade da Concorrência.

CAPÍTULO XIDisposições fi nais e transitórias

Artigo 95.ºAlteração à Lei n.º 2/99, de 13 de janeiro

O artigo 4.º da Lei n.º 2/99, de 13 de janeiro, passa a ter a seguinte redação:

«ARTIGO 4.º[...]

1 - ...................................................................................2 - ...................................................................................3 - ...................................................................................4 - As decisões da Autoridade da Concorrência relativas

a operações de concentração de empresas em que participem entidades referidas no número anterior estão sujeitas a parecer prévio da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, o qual deverá ser negativo quando estiver comprovadamente em causa a livre expressão e confronto das diversas correntes de opinião, sendo neste caso vinculativo para a Autoridade da Concorrência.»

Artigo 96.ºEvolução legislativa

1 - O novo regime jurídico da concorrência, aprovado pela presente lei, deve ser revisto de acordo com a evolução do Regime Jurídico da Concorrência da União Europeia.

2 - A Autoridade da Concorrência é ouvida previamente à

adoção de medidas legislativas que alterem o disposto no novo regime jurídico da concorrência, aprovado pela presente lei, ou as atribuições e competências que lhe são conferidas para promoção e defesa da concorrência.

Artigo 97.ºReferências legais

As referências à Lei n.º 18/2003, de 11 de junho, e à Lei n.º 39/2006, de 25 de agosto, consideram-se feitas para a presente lei.

Artigo 98.ºDisposições transitórias

1 - Até à instalação do Tribunal da Concorrência, Regu-lação e Supervisão, as normas de competência previstas na Lei n.º 18/2003, de 11 de junho, são aplicáveis ao recurso das decisões proferidas pela Autoridade da Concorrência referidas nos artigos 84.º, 85.º, 86.º e 92.º da presente lei, bem como da decisão ministerial referida no artigo 92.º da mesma lei.

2 - Até à instalação do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão, as normas de competência previstas na Lei n.º 18/2003, de 11 de junho, são aplicáveis ao recurso das decisões referidas nos artigos 89.º e 93.º da presente lei.

Artigo 99.ºNorma revogatória

1 - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, é revogada a Lei n.º 18/2003, de 11 de junho, alterada pelo Decreto-Lei n.º 219/2006, de 2 de novembro, pelo Decreto-Lei n.º 18/2008, de 29 de janeiro, e pelas Leis nºs 52/2008, de 28 de agosto, e 46/2011, de 24 de junho, que estabelece o Regime Jurídico da Concorrência.

2 - É revogada a Lei n.º 39/2006, de 25 de agosto, que esta-belece o regime jurídico da dispensa e da atenuação especial da coima em processos de contraordenação por infração às normas nacionais de concorrência.

Artigo 100.ºAplicação da lei no tempo

1 - O novo regime jurídico da concorrência, aprovado pela presente lei, aplica-se:

a) Aos processos de contraordenação cujo inquérito seja aberto após a entrada em vigor da presente lei;

b) Às operações de concentração que sejam notifi cadas à Autoridade da Concorrência após a entrada em vigor da presente lei;

c) Aos estudos, inspeções e auditorias cuja realização seja deliberada pela Autoridade da Concorrência após a entrada em vigor do presente diploma;

d) Aos pedidos apresentados à Autoridade da Concorrência após a entrada em vigor da presente lei.

2 - O Regulamento n.º 214/2006, da Autoridade da Concor-rência, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 225, de 22 de novembro de 2006, mantém-se em vigor, com as necessárias adaptações, até que um novo regulamento sobre a matéria seja publicado, nos termos do disposto no artigo 66.º da presente lei.

Artigo 101.ºEntrada em vigor

A presente lei entra em vigor 60 dias após a sua publicação.

(Continuação da pág. anterior)

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Boletim do Contribuinte 463

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALJULHO 2012 - Nº 12

O presente diploma procede à transpo-sição para a ordem jurídica interna, na parte referente a condutores independentes, da Diretiva n.º 2002/15/CE, do Parlamento Eu-ropeu e do Conselho, de 11 de março de 2002, relativa à organização do tempo de trabalho das pessoas que exercem atividades móveis de transporte rodoviário.

A Diretiva n.º 2002/15/CE, do Parlamen-to Europeu e do Conselho, de 11 de março de 2002, visa aumentar a proteção da segurança e saúde das pessoas que exercem atividades móveis de transporte rodoviário, assim como a segurança rodoviária, e melhorar as con-dições de concorrência, estabelecendo um conjunto de regras relativas à organização do tempo de trabalho das pessoas que exercem atividades móveis de transportes rodoviários, regulando determinados aspetos da duração e organização do tempo de trabalho rodoviário efetuadas em território nacional e abrangidas pelo Regulamento (CEE) n.º 3820/85, do Conselho, de 20 de dezembro de 1985, ou pelo Acordo Europeu Relativo ao Trabalho das Tripulações dos Veículos que Efetuam Transportes Internacionais Rodoviários (AETR), aprovado para ratifi cação pelo De-creto n.º 324/73, de 30 de junho.

Após a entrada em vigor da Diretiva n.º 2002/15/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de março de 2002, foi publicado o Regulamento (CE) n.º 561/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de março de 2006, relativo à harmonização de determinadas disposições em matéria social no domínio dos transportes rodoviá-rios, que alterou os Regulamentos (CEE) n.º 3821/85 e (CE) n.º 2135/98, do Conselho, e revogou o Regulamento (CEE) n.º 3820/85, do Conselho.

O Decreto-Lei n.º 237/2007, de 19 de junho, procedeu à transposição para a or-dem jurídica interna da referida Diretiva n.º 2002/15/CE.

Contudo, dado que a mesma Diretiva n.º 2002/15/CE prevê igualmente, no artigo 2.º, a sua aplicação a condutores independentes a partir de 23 de março de 2009, cumpre

transpô-la para a ordem jurídica interna na parte relativa à organização do tempo de trabalho de condutores independentes em atividades de transporte rodoviário.

Tendo em conta o interesse numa harmo-nização dos regimes contraordenacionais e respetivos regimes procedimentais aplicáveis no âmbito dos tempos de trabalho no sector do transporte rodoviário, consagram-se para os condutores independentes regras idênticas às aplicáveis aos condutores dependentes. Com efeito, o regime contraordenacional e o respetivo regime de processamento das contraordenações aplicáveis aos condutores independentes devem acompanhar os regimes aplicáveis aos condutores dependentes, que estejam em igualdade de circunstâncias, sob pena de violação do princípio da igualdade de tratamento. Além disso, o Decreto-Lei n.º 237/2007, de 19 de junho, que regula determi-nados aspetos da organização do tempo de tra-balho dos trabalhadores móveis em atividades de transporte rodoviário efetuadas em territó-rio nacional e abrangidas pelo Regulamento (CE) n.º 561/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de março, ou pelo Acordo Europeu Relativo ao Trabalho das Tripula-ções dos Veículos Que Efetuam Transportes Internacionais Rodoviários (AETR), e a Lei n.º 27/2010, de 30 de agosto, que estabelece o regime sancionatório aplicável à violação das normas respeitantes aos tempos de condução, pausas e tempos de repouso e ao controlo da utilização de tacógrafos, remetem para o re-gime da responsabilidade contraordenacional previsto no Código do Trabalho e determinam expressamente a sua aplicação ao regime do procedimento das contraordenações laborais e de segurança social. Nesta medida, às contraordenações previstas neste diploma é aplicável, com as devidas adaptações, o re-gime contraordenacional previsto e disposto no Código do Trabalho, bem como o regime processual aplicável às contraordenações laborais e de segurança social, estabelecido na Lei n.º 107/2009, de 14 de setembro.

O diploma foi publicado para apreciação pública na separata do Boletim do Trabalho e Emprego, n.º 6, de 23 de dezembro de 2011.

Ponderados os pareceres emitidos pelas associações sindicais e de empregadores e as melhorias necessárias à concretização das disposições do diploma, foram alteradas e aditadas algumas disposições.

Foram ouvidos os órgãos de governo próprio das Regiões Autónomas.

Assim:Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo

198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:

ARTIGO 1.ºObjeto

O presente diploma regula a organi-zação do tempo de trabalho de condu-tores independentes em atividades de transporte rodoviário, transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2002/15/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de março de 2002, relativa à organização do tempo de traba-lho das pessoas que exercem atividades móveis de transporte rodoviário, na parte relativa a condutores independentes.

ARTIGO 2.ºÂmbito

O presente decreto-lei é aplicável a condutores independentes em atividades de transporte rodoviário abrangidas pelo Regulamento (CE) n.º 561/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de março de 2006, relativo à harmo-nização de determinadas disposições em matéria social no domínio dos transpor-tes rodoviários, adiante referido como Regulamento, ou pelo Acordo Europeu Relativo ao Trabalho das Tripulações dos Veículos Que Efetuam Transportes Internacionais Rodoviários, adiante designado por AETR, aprovado para ratifi cação pelo Decreto n.º 324/73, de 30 de junho.

ARTIGO 3.ºDefi nições

Para efeitos do presente diploma, entende-se por:

a) «Condutor independente», a pessoa cuja atividade profi ssional principal consista em, sem sujeição a contrato de trabalho ou situação legalmente equiparada, efetuar

TRANSPORTE RODOVIÁRIO Organização do tempo de trabalho de condutores

independentes em atividades de transporte rodoviárioTransposição da Diretiva n.º 2002/15/CE, do Parlamento

Europeu e do Conselho, de 11 de março de 2002

Decreto-Lei n.º 117/2012de 5 de junho

(in DR, nº 109, I Série, de 5.6.2012)

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Boletim do Contribuinte464

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALJULHO 2012 - Nº 12

transportes rodoviários de passa-geiros ou de mercadorias, mediante remuneração, ao abrigo de uma licença comunitária ou de outra para efetuar os referidos transpor-tes, com liberdade para organizar a atividade e para, individualmente ou conjuntamente com outros con-dutores independentes, estabelecer relações comerciais com os clientes e cujo rendimento dependa direta-mente dos lucros;

b) «Posto de trabalho»:i) O local onde se situam o estabe-

lecimento principal e os estabele-cimentos secundários da empresa do condutor independente;

ii) O veículo utilizado pelo condu-tor para efetuar trabalhos;

iii) Outro local em que o condutor exerça atividades relacionadas com o transporte;

c) «Semana», o período compreendi-do entre as 0 horas de segunda-feira e as 24 horas de domingo;

d) «Tempo de trabalho», o período compreendido entre o início e o fi m do trabalho, durante o qual o condutor independente se encontra no seu posto de trabalho a exercer a despectiva atividade, compreen-dendo:i) O período dedicado à atividade

de transporte rodoviário, nome-adamente condução, carga e des-carga, assistência a passageiros na entrada ou saída do veículo, limpeza e manutenção técnica e outras tarefas relacionadas com a segurança dos passageiros, da car-ga e do veículo ou a cumprir obri-gações legais ou regulamentares diretamente relacionadas com a operação específi ca de transporte em curso, incluindo o controlo da operação de carga ou descarga e formalidades administrativas junto de autoridades policiais, alfandegárias ou de imigração;

ii) O período durante o qual o con-dutor não dispõe livremente do seu tempo e permanece no seu posto de trabalho pronto para re-tomar o trabalho, nomeadamente aguardando a carga ou descarga cuja duração previsível não seja antecipadamente conhecida;

iii) O período durante o qual o condutor se encontra à disposição do cliente e no exercício das suas funções ou atividades, com ex-ceção de trabalho administrativo geral não diretamente ligado ao transporte em curso.

São excluídos do tempo de trabalho o intervalo de descanso, os perío-dos de repouso diário e semanal, o período durante o qual o condutor independente não permanece no seu posto de trabalho mantendo--se disponível para iniciar ou retomar a condução ou outros trabalhos, nomeadamente quando acompanha um veículo transpor-tado em transbordador (ferry) ou em comboio, ou o período de espera nas fronteiras ou devido a proibição de circulação e, ainda, caso o condutor independente conduza em equipa, o período passado ao lado de outro condutor ou num beliche, durante a marcha do veículo;

e) «Trabalho noturno», o trabalho prestado no período compreendido entre as 0 horas e as 5 horas.

ARTIGO 4.ºDuração semanal do tempo

de trabalho

1 - A duração semanal do tempo de trabalho do condutor independente não pode ser superior a 60 horas, nem a 48 horas em média num período de quatro meses.

2 - Os tempos máximos de condução estabelecidos no artigo 6.º do Regula-mento ou nos artigos 7.º e 8.º do AETR são aplicáveis sem prejuízo do limite da duração semanal do tempo de tra-balho previsto na parte fi nal do número anterior.

3 - Constitui contraordenação grave a violação do disposto no n.º 1 e na parte fi nal do número anterior.

ARTIGO 5.ºIntervalo de descanso

1 - O tempo de trabalho diário do condutor independente deve ser inter-

rompido por um intervalo de descanso de duração não inferior a 30 minutos, se o número de horas de trabalho estiver compreendido entre seis e nove, ou a 45 minutos se o número de horas de trabalho for superior a nove.

2 - O condutor independente não pode prestar mais de seis horas de tra-balho consecutivo.

3 - O intervalo de descanso referido no n.º 1 pode ser dividido em períodos com a duração mínima de 15 minutos cada.

4 - O disposto nos números anteriores não prejudica a aplicação do regime de interrupções de condução previsto no artigo 7.º do Regulamento ou no artigo 8.º do AETR.

5 - Constitui contraordenação grave a violação do disposto nos n.os 1, 2 e 3.

ARTIGO 6.ºTrabalho noturno

1 - O tempo de trabalho diário do condutor independente, caso compreenda trabalho noturno, não pode ser superior a 10 horas em cada período de 24 horas.

2 - Constitui contraordenação grave a violação do disposto neste artigo.

ARTIGO 7.ºRegistos

1 - O condutor independente não sujeito ao aparelho de controlo previsto no Regulamento (CEE) n.º 3821/85, de 20 de dezembro de 1985, alterado pelo Regulamento (CE) n.º 561/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de março de 2006, ou previsto no AETR, deve:

a) Registar os tempos de trabalho e os intervalos de descanso;

b) Conservar os suportes dos registos durante cinco anos após o termo do período a que se referem, à disposi-ção das entidades com competência fi scalizadora.

2 - A forma do registo a que se re-fere o número anterior é estabelecida por portaria dos membros dos Governo responsáveis pelas áreas laboral e dos transportes.

3 - Constitui contraordenação grave a violação do disposto no n.º 1.

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Boletim do Contribuinte 465

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALJULHO 2012 - Nº 12

ARTIGO 8.ºRegime da responsabilidade contra-

ordenacional

1 - Sem prejuízo do disposto nos artigos seguintes, às contraordenações previstas no presente diploma aplica-se, com as devidas adaptações, o regime contraordenacional previsto no Código do Trabalho.

2 - O processamento das contraor-denações segue, igualmente, o regime processual aplicável às contraordena-ções laborais e de segurança social, estabelecido na Lei n.º 107/2009, de 14 de setembro.

3 - Na aplicação do presente diploma às Regiões Autónomas são tidas em conta as competências legais atribuídas aos respetivos órgãos e serviços regionais.

ARTIGO 9.ºFiscalização

A fi scalização do cumprimento das disposições do presente diploma e da portaria prevista no n.º 2 do artigo 7.º é assegurada, no âmbito das respetivas competências, pelas entidades compe-tentes para fiscalizar o cumprimento da regulamentação comunitária sobre matéria social e aparelho de controlo no domínio dos transportes rodoviários e do AETR.

ARTIGO 10.ºGraduação e agravação das coimas

1 - Na determinação das coimas a aplicar deve ser tido em conta o grau de culpa do infrator.

2 - Em caso de transporte de merca-dorias perigosas ou de transporte pesado de passageiros, os limites mínimo e má-ximo da coima aplicável são agravados em 30 %.

ARTIGO 11.ºDestino das coimas

O produto das coimas aplicadas relativas às contraordenações previstas no presente diploma reverte para as seguintes entidades:

a) 35 % para a Autoridade para as Condições de Trabalho, a título de

compensação de custos de funcio-namento e despesas processuais;

b) 35 % para o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social;

c) 15 % para o Estado;d) 15 % para o organismo autuante.

ARTIGO 12.ºEntrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no dia um do segundo mês posterior à data da sua publicação.

/ 009, de

ente diplomadas em contaribuídas aoss regionais.

primento dasiploma e dado artigo 7.ºas respetivasades compe-umprimentonitária sobree controlo noodoviários e

das coimas

das coimas a

CONTRATO DE TRANSPORTE

RODOVIÁRIO NACIONAL DE MERCADORIASANOTADO E COMENTADO

U m c o m p l e t o e actualizado instrumento de informação e sensibiliação daqueles que fazem do transporte de mercadorias a sua profissão.

Nome

Morada

C. Postal

E-mail Nº Contribuinte

Solicito o envio de exemplar(es) do livro Contrato de Transporte Rodoviário Nacional de Mercadorias, com o PVP unitário de 15 €.

Para o efeito envio cheque/vale nº , s/ o , no valor de € ,

Solicito o envio à cobrança. (Acrescem 4€ para despesas de envio e cobrança).

ASSINATURA

(recortar ou fotocopiar)

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c • 4000-263 PORTO

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Boletim do Contribuinte466

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALJULHO 2012 - Nº 12

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) recomenda um aumento da idade da refor-ma aos países que integram a organização.

Um terço dos 34 Estados-membros da OCDE aumentaram ou vão aumentar brevemente a idade da reforma para os 67 ou mais anos.

De acordo com o relatório divulgado pela OCDE, tendo em consideração que nos próximos 50 anos a esperança média de vida deverá aumentar mais de 7 anos nas economias mais desenvolvidas, os gover-nos dos diversos países deverão trabalhar no sentido de adequar a idade da reforma à esperança média de vida.

A OCDE recomenda ainda que se incentivem as pensões privadas, mesmo com carácter obrigatório, prevendo que no futuro haja uma redução signifi cativa dos benefícios dos sistemas públicos. Os atuais trabalhadores e os do futuro terão que trabalhar mais tempo para requererem a reforma e irão usufruir de pensões públi-cas mais baixas.

Segundo o mesmo relatório, um indi-víduo que começa agora a trabalhar pode

esperar receber, em média, uma pensão pública equivalente a metade do seu sa-lário de referência quando chegar à idade da reforma.

Em Portugal, a atual idade de reforma situa-se nos 65 anos, pelo que a recomen-dação também visa o nosso país.

Refi ra-se que a OCDE avisa que as medidas adotadas por Portugal nos últimos cinco anos não garantem a sustentabilidade do sistema público de pensões.

O país cumpre apenas dois de sete pa-râmetros em análise, relativos à cobertura (coverage) e aos incentivos e à permanên-cia no ativo (work incentives).

Em Portugal, de fora fi caram os parâ-metros relativos à adequação aos rendimen-tos (adequacity), efi ciência administrativa (administrative effi ciency), diversifi cação/segurança (diversifi cation/security) e a rú-brica “outras medidas”. No que diz respeito à sustentabilidade do sistema público de pensões, a OCDE considera que existem três meios para conseguir reduzir os gastos nas pensões: indexação dos benefícios, aumento da idade da reforma e regras mais penalizadoras para reformas antecipadas.

OCDE RECOMENDA AUMENTO DA IDADE DA REFORMA

O Governo aprovou em Conselho de Ministros uma proposta de lei relativa aos regimes de acesso e de exercício das profi ssões de técnico superior de segurança do trabalho e de técnico de segurança do trabalho.

O novo diploma vem conformar os regimes referidos com a disciplina constante em diversos diplomas, no-meadamente no Sistema de Regulação de Acesso a Profi ssões (SRAP) e na lei relativa ao reconhecimento de qualifi ca-ções profi ssionais (Lei nº 9/2009, de 4.3).

As alterações a introduzir têm ainda por objetivo a simplifi cação, celeridade, desmaterialização e maior transparência de procedimentos e, portanto, a promoção da melhoria das condições de acesso ao

mercado de trabalho e da atividade de formação profi ssional, sem prejuízo da ga-rantia da qualidade dos serviços prestados.

O Executivo aprovou igualmente, na mesma reunião, uma proposta de lei rela-tiva ao reconhecimento das qualifi cações profi ssionais, que adota determinadas diretivas no domínio da livre circulação de pessoas.

Este diploma visa melhorar os pro-cedimentos no sistema de reconheci-mento de qualificações profissionais, nomeadamente pela atualização das denominações adotadas pelos Estados--membros da União Europeia para os títulos de formação, organismos que os emitem, certifi cados e títulos profi ssio-nais correspondentes.

TÉCNICOS DE SEGURANÇA DO TRABALHOAprovadas novas regras de acesso à profi ssão

Autores: Alcindo Ferreira dos Reis e Adalberto CostaPáginas: 96 | P.V.P.: A 10

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Boletim do Contribuinte 467

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALJULHO 2012 - Nº 12

(Continuação da pag. 429)

ambos considerado existirem disposições que violam regras da Constituição.

Ainda segundo o comunicado, “no juízo que formulou sobre a legislação em apreço o Presidente da República teve presente os compromissos assumi-dos por Portugal junto das instituições internacionais, a necessidade de pre-servar o consenso alcançado em sede de concertação social e a reduzida opo-sição que o presente diploma suscitou junto dos partidos com representação parlamentar.

Por fi m, a Presidência da República alega que “com a entrada em vigor desta reforma da legislação laboral, deverá assegurar-se, a partir de agora, a estabilidade das normas reguladoras das relações laborais, com vista à recupera-ção do investimento, à criação de novos postos de trabalho e ao relançamento sustentado da economia portuguesa”.

De acordo com a previsão do Gover-no, as novas medidas laborais entrarão em vigor nos próximos meses de Agosto ou Setembro.

Algumas alterações à legislação laboral

Eliminação da majoração das fériasO novo diploma a publicar breve-

mente no Diário da República determina a eliminação da majoração do período de férias em função da assiduidade do trabalhador. Assim, em vez dos possí-veis 25 dias de férias, os trabalhadores apenas irão gozar 22 dias úteis de férias.

CÓDIGO DO TRABALHOPresidente da República promulgou alterações

Esta medida será somente aplicada em 2013, porque o direito às férias ven-ce-se no dia 1 de Janeiro de cada ano.

A regra do acréscimo dos dias de férias mantém-se no caso dos trabalha-dores abrangidos por instrumento de regulamentação coletiva de trabalho celebrado até 2003 (ano de entrada em vigor do Código do Trabalho), que já fi xava dias de férias além dos 22 dias úteis.

Faltas ao trabalhoFaltar injustifi cadamente ao trabalho

nos dias que antecedem ou se seguem aos fi ns-de-semana e feriados implica a perda de remuneração do dia da falta e dos dias de descanso ou feriado ime-diatamente anteriores ou posteriores.

Encerramento nas pontes e desconto em férias

Sempre que os feriados forem à 3ª ou 5ª-feira, o empregador pode decidir proceder ao encerramento, total ou par-cial, do estabelecimento ou da empresa nos dias de ponte (2ª ou 6ª-feira), com consequente desconto no período de férias ou mediante compensação futura pelo trabalhador.

A decisão do empregador de utili-zar, ou não, esta faculdade e os termos da mesma deverá ser comunicada aos trabalhadores no início de cada ano, de modo a não prejudicar a marcação de férias pelos mesmos.

Eliminação de feriadosA partir de 2013 e por um período

de cinco anos são eliminados os feriados religiosos do Corpo de Deus (celebra-

do 60 dias depois da quinta -feira de Páscoa) e dia de Todos os Santos (1 de Novembro).

Por seu lado, são extintos os feriados civis de 5 de Outubro e 1 de Dezembro.

Banco de horasEstabelece-se a possibilidade de

o regime de banco de horas ser im-plementado mediante acordo entre o empregador e o trabalhador, admitindo o aumento de até duas horas diárias ao período normal de trabalho, com o limite de 50 horas semanais e de 150 horas anuais;

Importa referir que este regime não se encontra previsto no Código do Trabalho.

Será estabelecido o banco de horas grupal, em termos similares ao regime estabelecido para a adaptabilidade gru-pal, caso uma maioria de 60% ou de 75% dos trabalhadores esteja abrangida por regime de banco de horas estabele-cido por instrumento de regulamentação coletiva ou por acordo das partes, res-petivamente.

Atualmente, em sede de contratação coletiva, o período normal de trabalho pode ser aumentado até quatro horas diárias, 60 horas semanais e 200 horas anuais.

Trabalho suplementarA prestação de trabalho suplementar

passa a ser paga a metade relativamente aos valores atualmente em vigor.

Deste modo, a primeira hora de tra-balho extraordinário, ou fração desta, é paga com um acréscimo de 25%, en-quanto as horas ou frações subsequentes são pagas a 37,5%. Se o trabalho suple-mentar for prestado em dia de descanso semanal (obrigatório ou complementar) ou em feriado, a hora é paga com um acréscimo de 50%.

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Boletim do Contribuinte468

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALJULHO 2012 - Nº 12

Com o objetivo de combater o desemprego jovem em Portugal e res-ponder ao desafi o proposto pelo Presi-dente da Comissão Europeia de ajudar a solucionar este problema, o Governo vai implementar o Plano Estratégico “Impulso Jovem”, que assenta em três áreas: estágios profissionais, apoio à contratação e ao empreendedorismo e apoio ao investimento.

O Programa Impulso Jovem, aprova-do pela Resolução do Conselho de Mi-nistros nº 51-A/2012, de 14.6, reporta os seus efeitos a 6 do corrente mês de junho e vigora por um período de 18 meses.

Das medidas previstas no referido Programa, destacam-se as seguintes:

• adoção do Programa de Estágios Profi ssionais “Passaporte Empre-go”, destinado a integrar jovens desempregados em entidades com ou sem fi ns lucrativos, em especial as do setor de bens transacionáveis nas regiões Norte, Centro e Alen-tejo, e a facilitar a transição para o mercado de trabalho através de um mecanismo de estímulo à contrata-ção, incluindo um prémio de inte-gração dependente da contratação sem termo;

• lançamento do apoio à contratação de jovens desempregados de longa duração, através do reembolso das contribuições para a Segurança Social. Esta medida consiste no reembolso de contribuições pa-tronais para a Segurança Social, condicionado pela criação líquida de emprego, através da celebração de contratos de trabalho a termo.

São abrangidos desempregados inscritos há, pelo menos, 12 meses num

Centro de Emprego, com idade entre os 18 e os 30 anos.

O apoio, que terá uma duração má-xima de 18 meses, corresponde a 90% do montante da contribuição para a Segurança Social a pagar pela entidade empregadora, até um máximo de 175 euros por mês.

Esta nova medida é cumulável com a medida Estímulo 2012, em vigor desde o passado dia 14 de fevereiro, e que consiste na concessão às entidades empregadoras de um apoio fi nanceiro à celebração de contratos de trabalho com desempregados inscritos nos centros de emprego há, pelo menos, seis meses consecutivos, com a obrigação de pro-porcionar formação profi ssional;

• criação do “Passaporte para o Em-preendedorismo” e do Programa “Portugal Empreendedor”, abran-gendo um conjunto de medidas ar-ticuladas que desenvolvem projetos de empreendedorismo realizados por jovens ou por empresas que recrutem jovens desempregados há mais de quatro meses e com qualifi cações superiores;

• adoção do Programa “COOP Jo-vem”. Trata-se de um projeto de empreendedorismo jovem, que apoia a criação de cooperativas através do fi nanciamento direto por cada cooperante que tenha idade compreendida entre os 18 e os 30 anos e o 9º ano de escolaridade;

• desenvolvimento do programa na-cional de microcrédito, destinado a facilitar o acesso ao crédito, através da tipologia MICROINVEST, bem como a prestar apoio técnico na criação e na formação do empreen-

dedor durante os primeiros anos de vida do negócio, dando prioridade aos casos em que o benefi ciário ou contratado tenha idade compreen-dida entre os 16 e os 34 anos e seja um desempregado inscrito num centro de emprego há, pelo menos, quatro meses;

• apoio ao investimento, com uma componente de facilitação de acesso ao financiamento para pequenas e médias empresas. No essencial não se trata da criação de novos instrumentos fi nanceiros, mas sim de garantir a plena utilização dos instrumentos já criados podendo estes ser fi nanceiramente reforçados em função dos níveis de execução e do estímulo à inovação e interna-cionalização.

Constituem linhas de ação: reforçar os instrumentos fi nanceiros para capi-talização das empresas; desenvolver uma linha de fi nanciamento para apoio à realização de projetos de base produ-tiva cofi nanciados pelo FEDER; fundo de garantia mútuo, para garantia dos fi nanciamentos QREN; suporte à capi-talização das empresas com apoio do Fundo Europeu de Investimento (FEI); reforço dos instrumentos de engenharia fi nanceira do QREN.

Estágios profi ssionais e apoio à con-tratação

Dada a importância dos estágios profi ssionais na tentativa de integração dos jovens no mercado de trabalho e das medidas de apoio à contratação de jovens com a fi nalidade de reduzir sig-nifi cativamente a taxa de desemprego, seguem-se diversos quadros-síntese das medidas a implementar com referência aos seguintes dados: enquadramento e objetivos, descrição da medida, destina-tários e apoios fi nanceiros.

DESEMPREGO JOVEMGoverno aprova Programa Impulso Jovem

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Boletim do Contribuinte 469

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALJULHO 2012 - Nº 12

Estágios Profi ssionais

1. Passaporte Emprego

Enquadramento e Objetivos

Importa dotar os atuais jovens desempregados de competências que lhes irão permitir transitar para os sectores da economia mais produtivos, nomeadamente para sectores de bens transacionáveis, permitindo-lhes integrar-se e benefi ciar da melhor forma possível deste novo modelo de desenvolvimento.Pretende-se criar um novo programa de estágios que permita aos desempregados jovens uma (re) inserção célere no mercado de trabalho.

DescriçãoPrograma de Estágios Profi ssionais com uma duração de 6 meses que preveja a obrigatoriedade de prestação de formação profi ssional com uma duração mínima de 50 horas e atribua um prémio de integração.

Destinatários

Destina-se a jovens com uma idade compreendida entre os 18 e os 25 anos inscritos como desempregados nos Centros de Emprego há pelo menos 4 meses. Destina-se igualmente aos jovens com uma idade compreendida entre os 25 e os 30 anos, inscritos como desempregados nos Centros de Emprego há pelo menos 4 meses, desde que tenham obtido há menos de três anos uma qualifi cação de nível 2, 3, 4, 5, 6 e 7 do Quadro Nacional de Qualifi cações.O Programa Passaporte Emprego é destinado às regiões de convergência (Norte, Centro e Alentejo).Os promotores dos estágios serão entidades privadas a operar no setor de bens transacionáveis (defi nido através de CAE a 3 dígitos). As entidades empregadoras com 10 trabalhadores ou menos apenas poderão benefi ciar de 1 Passaporte Emprego de cada vez.

Apoios e Modelo de Incentivos

Será atribuída uma bolsa de apoio ao estagiário que irá depender da qualifi cação do estagiário:• Sem ensino secundário completo – 1 IAS (€419,22)• Com ensino secundário completo – 1,25 IAS (€524,03)• Pós secundário e superior – 1,65 IAS (€691,71)

Ficará ao encargo do empregador:• Subsídio de alimentação e de transporte.• Seguro de acidentes de trabalho• Contribuições de Taxa Social Única

A comparticipação da bolsa de apoio ao estagiário é de 100% no caso de entidades empregadoras com 10 traba-lhadores ou menos e de 70% no caso de entidades empregadoras com mais de 10 trabalhadores.Está previsto que após a conclusão do estágio, caso ocorra a celebração de um contrato de trabalho sem termo, haverá lugar a prémio de integração, não estando este prémio dependente da verifi cação de criação líquida de emprego. Este prémio de integração será de 14 montante variável, dependente da dimensão da entidade em-pregadora, da remuneração paga e da duração do contrato. Evidencia-se que o empregador pode manter a relação laboral com o estagiário através da medida “Estímulo 2012”.

2. Passaporte Emprego IndustrializaçãoEnquadramento e Objetivos

Este novo programa de estágios permitirá aos desempregados jovens uma (re) inserção célere no mercado de trabalho ao mesmo tempo que faculta o acesso das empresas a mão-de-obra qualifi cada que lhes permita uma aposta clara na industrialização.

Descrição Programa de Estágios Profi ssionais com duração de 6 meses que prevê a obrigatoriedade de prestação de formação profi ssional e atribui um prémio de integração.Salienta-se que a formação profi ssional é dividida em duas componentes:

• Unidades de formação de curta duração em soft skills como: comunicação nas organizações; construção de projetos pessoais e sociais e relações económicas.

• Formação em áreas relevantes para promover a industrialização das empresas como: competências em segurança e higiene no trabalho e organização da produção – gestão de stocks e logística.

Destinatários Jovens com uma idade compreendida entre os 18 e os 30 anos inscritos nos Centros de Emprego há pelo menos 4 meses.Os promotores serão empresas com projetos de investimento que visam a especialização da produção através da introdução de novos produtos e reforço da componente tecnológica, bem como de desenvolvimento de estratégias comerciais que permitam um aumento da produtividade e competitividade.

Apoios e Modelo de Incentivos

Será atribuída uma bolsa de apoio ao estagiário, comparticipada na sua totalidade, que irá depender da qualifi -cação do estagiário:

• Sem ensino secundário completo – 1 IAS (€419,22)• Com ensino secundário completo – 1,25 IAS (€524,03)• Mestrado e Licenciatura – 1,65 IAS (€691,71)

Únicos encargos do empregador: Subsídio de alimentação e de transporte; seguro de acidentes de trabalho; con-tribuições de Taxa Social Única.

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Boletim do Contribuinte470

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALJULHO 2012 - Nº 12

2. Passaporte Emprego IndustrializaçãoObrigações dos trabalhadores: IRS e pagamento de Taxa Social Única.Após a conclusão do estágio, com celebração de um contrato de trabalho sem termo, haverá lugar a prémio de integração de montante idêntico ao atribuído durante o estágio, com pagamento parcelar durante a primeira parte do contrato, não estando este prémio dependente da verifi cação de criação líquida de emprego.

3. Passaporte Emprego Inovação

Enquadramento e Objetivos

Atendendo à necessidade de promover o enraizamento dos mais habilitados e qualifi cados no tecido empresarial português, promove-se a inserção de mestrados doutorados nas empresas (PME), com o objetivo de promover a Investigação e Desenvolvimento (I&D) e a inovação e a ligação da Ciência com as empresas.Nestes termos, propõe-se a comparticipação degressiva nos custos de acordo com o grau de empregabilidade, com as retribuições suportadas pelas empresas por um período máximo de três anos.

Descrição

Programa de Estágios Profi ssionais com uma duração de 6 meses que prevê a obrigatoriedade de prestação de formação profi ssional e atribui um prémio de integração.Salienta-se que a formação profi ssional é composta por:• Unidades de formação de curta duração em soft skills como:

- Comunicação nas organizações;- Construção de projetos pessoais e sociais;- Relações económicas.

Destinatários

Jovens com uma idade compreendida entre os 23 e os 34 anos inscritos nos Centros de Emprego há pelo menos 4 meses.Os promotores serão empresas que visem reforçar a sua capacidade inovadora e integrar recursos humanos altamente qualifi cados.

Apoios e Modelo de Incentivos

Será atribuída uma bolsa de apoio ao estagiário, comparticipada na sua totalidade, que irá depender da qualifi -cação do estagiário:

• Mestrado – 1,65 IAS (€691,71)• Doutorado – 2,25 IAS (€943,25)

Ficará ao encargo do empregador apenas:• Subsídio de alimentação e de transporte.• Seguro de acidentes de trabalho• Contribuições de Taxa Social Única

Obrigações dos trabalhadores: IRS e pagamento de Taxa Social Única.Após a conclusão do estágio, com celebração de um contrato de trabalho sem termo, haverá lugar a prémio de integração de montante idêntico ao atribuído durante o estágio, com pagamento parcelar durante a primeira parte do contrato, não estando este prémio dependente da verifi cação de criação líquida de emprego.

4. Passaporte Emprego Internacionalização

Enquadramento e Objetivos

Numa perspetiva de diminuição da dependência do mercado interno e de diversifi cação dos mercados de expor-tação, urge dotar as empresas com competências e jovens qualifi cados que contribuam para melhorar todos os seus processos de gestão, desde a produção à comercialização, com vista a criar um ambiente de negócios mais competitivo e global.Desta forma, importa criar condições para que as empresas consigam realocar os seus processos de produção nos sectores que sejam mais produtivos, tornando esta reafetação o mais célere e o menos onerosa possível.Este novo programa de estágios permitirá aos desempregados jovens uma (re) inserção célere no mercado de trabalho, facultando o acesso das empresas a mão-de-obra qualifi cada que lhes induza a mudança tão necessária do seu padrão produtivo.

Descrição

Programa de Estágios Profi ssionais com uma duração de 6 meses que prevê a obrigatoriedade de prestação de formação profi ssional e atribui um prémio de integração.Salienta-se que a formação profi ssional é dividida em duas componentes:

• Unidades de formação de curta duração em soft skills como: comunicação nas organizações; construção de projetos pes-soais e sociais e relações económicas.

• Formação em áreas relevantes para promover a internacionalização das empresas como: competências em marketing e logística e multimédia e competências em línguas estrangeiras.

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Boletim do Contribuinte 471

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALJULHO 2012 - Nº 12

4. Passaporte Emprego Internacionalização

Destinatários

Jovens com uma idade compreendida entre os 18 e os 30 anos inscritos nos Centros de Emprego há pelo menos 4 meses.Os promotores serão empresas com projetos de investimento que visam implementar ou consolidar estratégias de internacionalização, designadamente através do aumento da sua capacidade exportadora.

Apoios e Modelo de Incentivos

Será atribuída uma bolsa de apoio ao estagiário, comparticipada na sua totalidade, que irá depender da qualifi -cação do estagiário:

• Sem ensino secundário completo – 1 IAS (€419,22)• Com ensino secundário completo – 1,25 IAS (€524,03)• Mestrado e Licenciatura – 1,65 IAS (€691,71)

Únicos encargos do empregador: subsídio de alimentação e de transporte; seguro de acidentes de trabalho; con-tribuições de Taxa Social Única.Obrigações dos trabalhadores: IRS e pagamento de Taxa Social Única.Após a conclusão do estágio, com celebração de um contrato de trabalho sem termo, haverá lugar a prémio de integração de montante idêntico ao atribuído durante o estágio, com pagamento durante a primeira parte do con-trato, não estando este prémio dependente da verifi cação de criação líquida de emprego.

5. Passaporte Emprego Economia Social

Enquadramento e Objetivos

Pretende criar-se um programa de estágios que permita aos desempre-gados jovens uma (re) inserção célere no mercado de trabalho ao mesmo tempo que permite às entidades da economia social o acesso a mão-de-obra qualifi cada, permitindo assim um maior desenvolvimento deste setor económico tão importante para a economia portuguesa

Descrição

Pretende-se criar um novo Programa de Estágios Profi ssionais com uma duração de 6 meses que preveja a obri-gatoriedade de prestação de formação profi ssional e atribua um prémio de integração.Salienta-se que a formação profi ssional é dividida em duas componentes:• Unidades de formação de curta duração em soft skills como:

- Comunicação nas organizações;- Construção de projetos pessoais e sociais;- Relações económicas.

• Formação em áreas relevantes para promover a economia social das empresas como:- Competências empreendedoras;- Competências em segurança e higiene no trabalho;

Destinatários No lado dos promotores do programa, estarão as entidades da economia social.

Apoios e Modelo de Incentivos

Será atribuída ao estagiário uma bolsa de apoio comparticipada na sua totalidade que irá depender da qualifi cação do estagiário:

• Sem ensino secundário completo – 1 IAS;• Com ensino secundário completo – 1,25 IAS;• Mestrado e Licenciatura – 1,65 IAS.

Irá ser aplicada uma majoração aos apoios apresentados em caso de jovem considerado pessoa com defi ciência e incapacidadeFicará ao encargo do empregador apenas:

• Subsídio de alimentação e de transporte.• Seguro de acidentes de trabalho• Contribuições de Taxa Social Única

Salienta-se que os trabalhadores têm a obrigação de cumprir com as obrigações de IRS e de pagamento de Taxa Social Única.Está previsto que após a conclusão do estágio, caso ocorra a celebração de um contrato de trabalho sem termo, haverá lugar a prémio de integração de montante idêntico ao atribuído durante o estágio, não estando este prémio dependente da verifi cação de criação líquida de emprego.Está previsto que após a conclusão do estágio, caso ocorra a celebração de um contrato de trabalho sem termo, haverá lugar a prémio de integração de montante idêntico ao atribuído durante o estágio, não estando este prémio dependente da verifi cação de criação líquida de emprego.Evidencia-se que o pagamento deste prémio de integração irá ser feito parcelarmente durante a primeira parte do contrato.

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Boletim do Contribuinte472

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALJULHO 2012 - Nº 12

6. Passaporte Emprego – Associações/Federações Juvenis e Desportivas

Enquadramento e Objetivos

Pretende-se criar um novo programa de estágios que permita aos desempregados jovens uma (re) inserção célere no mercado de trabalho ao mesmo tempo que permite às associações juvenis, coletividades desportivas e suas federações, com forte potencial de crescimento, o acesso a mão-de-obra qualifi cada, permitindo assim um maior desenvolvimento destes setores, quer demográfi co quer em termos de qualidade e segurança dos serviços prestados fruto da integração de recursos humanos altamente qualifi cados.

Descrição

Pretende-se assim, criar um novo Programa de Estágios Profi ssionais com uma duração de 1 ano que preveja a obrigatoriedade de prestação de formação profi ssional e atribua um prémio de integração.Salienta-se que a formação profi ssional é dividida em duas componentes:• Unidades de formação de curta duração em soft skills como:

- Comunicação nas organizações;- Construção de projetos pessoais e sociais;- Relações económicas;- Financiamento e Gestão de Projetos.

• Formação em áreas relevantes para promover a Atividade das Associações Juvenis e Desportivas, tais como:- Competências empreendedoras;- Competências de animação e dinamização desportiva, quer na vertente da promoção desportiva, quer do

treino, bem como da gestão.

Destinatários A presente medida destina-se a jovens com idade compreendida entre os 18 e os 30 anos inscritos nos Centros de Emprego há pelo menos 4 meses ou à procura do primeiro emprego.

Apoios e Modelo de Incentivos

Será atribuída uma bolsa de apoio ao estagiário, comparticipada na sua totalidade que irá depender da qualifi cação do estagiário:

• Sem ensino secundário completo – 1 IAS;• Com ensino secundário completo – 1,25 IAS;• Mestrado e Licenciatura – 1,65 IAS.

Irá ser aplicada uma majoração aos apoios apresentados em caso de jovem considerado pessoa com defi ciência e incapacidade.Ficará ao encargo do empregador apenas:

• Subsídio de alimentação e de transporte.• Seguro de acidentes de trabalho• Contribuições de Taxa Social Única

Salienta-se que os trabalhadores têm a obrigação de cumprir com as obrigações de IRS e de pagamento de Taxa Social Única.Está previsto que após a conclusão do estágio, caso ocorra a celebração de um contrato de trabalho com a dura-ção mínima de 2 anos, haverá lugar a prémio de integração de montante idêntico ao atribuído durante o estágio.

7. Passaporte Emprego AgriculturaEnquadramento e Objetivos

Pretende-se que o programa de estágios com formação profi ssional integrada seja aplicado à agricultura, com as especifi cidades constantes deste documento, de forma a atrair jovens para o setor agrícola.

Descrição

Componente formação profi ssional:As confederações agrícolas efetuam um levantamento anual das necessidades respeitantes à mão-de-obra agrícola, por regiões e perfi l, e identifi cando as empresas. É, então, desenhado um plano de formação e estágio consoante as necessidades assinaladas, com participação das referidas confederações.A formação deve ser ministrada com recurso aos centros de formação existentes nas confederações agrícolas, mu-nicípios e direções regionais de agricultura e pescas, através do IEFP e mediante bolsa de técnicos especializados.Esta componente pode ser desenvolvida por si, ou em conjunto com os estágios profi ssionais descritos infra. Pode, igualmente, ser aplicada aos jovens que se instalem em terras provenientes da bolsa de terras, que se demonstrem sem experiência signifi cativa neste setor.

Componente estágio profi ssional:Pretende-se que o Programa de Estágios Profi ssionais, previsto no IEFP, seja aplicado ao setor da agricultura. O estágio deverá ter uma duração de 6 meses. Prevê-se, ainda, a atribuição de um prémio de integração a conceder às empresas que decidam contratar os estagiários.

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Boletim do Contribuinte 473

TRABALHO E SEGURANÇA SOCIALJULHO 2012 - Nº 12

7. Passaporte Emprego Agricultura

DestinatáriosA presente medida destina-se a 6000 jovens com um idade compreendida entre os 18 e os 40 anos inscritos nos Centros de Emprego há pelo menos 4 meses.No lado dos promotores do programa estão as entidades empregadoras do setor agrícola.

Apoios e Modelo de Incentivos

Será atribuída uma bolsa de apoio ao estagiário, comparticipada na sua totalidade, que irá depender da qualifi -cação do estagiário:

• Sem ensino secundário completo – 1 IAS (419,22 € /mês);• Com ensino secundário completo – 1,25 IAS (524,025 €/mês);• Mestrado e Licenciatura – 1,65 IAS (691,71 €/mês).

Irá ser aplicada uma majoração aos apoios apresentados em caso de jovem considerado pessoa com defi ciência e incapacidade.Ficará ao encargo do empregador apenas:

• Subsídio de alimentação e de transporte.• Seguro de acidentes de trabalho• Contribuições de Taxa Social Única

Salienta-se que os trabalhadores têm a obrigação de cumprir com as obrigações de IRS e de pagamento de Taxa Social Única.Está previsto que após a conclusão do estágio, caso ocorra a celebração de um contrato de trabalho sem termo, haverá lugar a prémio de integração de montante idêntico ao atribuído durante o estágio. Evidencia-se que o pagamento deste prémio de integração irá ser feito parcelarmente durante a primeira parte do contrato.

8. Programa de Estágios Profi ssionais na Administração Pública

Enquadramento e Objetivos

Este programa apostam na promoção da empregabilidade, valorizando as qualifi cações e competências dos jovens licenciados, mediante o contacto com as regras, boas práticas e sentido de serviço público.Permitem promover a integração dos estagiários no mercado de trabalho, possibilitando-lhes o exercício de funções adequadas às suas qualifi cações em contexto real de trabalho, oferecendo a oportunidade aos jovens de adquirirem simultaneamente as competências de que necessitam e experiência profi ssional.No âmbito deste programa são também consideradas as particulares difi culdades de inserção profi ssional de pessoas com defi ciência, estabelecendo-se quotas mínimas de acesso aos estágios.

Descrição Estágio formativo em funções da carreira técnica superior (exigência de licenciatura), de acordo com interesse e disponibilidades dos serviços.

DestinatáriosJovens com idade até aos 30 anos, à procura do primeiro emprego, desempregados à procura de novo emprego, ou jovens à procura de emprego correspondente à sua área de formação e nível de qualifi cação, que possuam uma qualifi cação de nível superior correspondendo, pelo menos, ao grau de licenciado.

Apoios e Modelo de Incentivos

12 meses não prorrogáveis, com celebração de contrato de formação em contexto de trabalho, e uma bolsa men-sal correspondente a 1,5 IAS, bem como subsídio de refeição e seguro. Fica a cargo da entidade empregadora o pagamento das contribuições de Taxa Social Única.Não dá lugar à aquisição de relação jurídica de emprego público, mas confere, por exemplo, preferência em recrutamentos que tenham lugar no período de 2 anos após conclusão do estágio com aproveitamento.

9. Apoio à Contratação - Reembolso das Contribuições para a Segurança Social

Enquadramento e Objetivos

Aproximar o custo suportado pelo empregador e o benefício recebido pelo trabalhador através da redução da carga fi scal permite promover o recrutamento de novos trabalhadores de uma forma descentralizada e com custos administrativos baixos.

Descrição Reembolso de contribuições patronais para a Segurança Social, condicional à criação líquida de emprego, através de contratos de trabalho a termo.

Destinatários Desempregados inscritos há pelo menos doze meses num Centro de Emprego, com idade entre os 18 e os 30 anos.

Apoios e Modelo de Incentivos

O apoio, que terá uma duração máxima de 18 meses, corresponde a 90% do montante da contribuição para a Segurança Social, até um máximo de €175 por mês.Esta medida é cumulável com a medida Estímulo 2012. A contribuição fi nanceira do FSE será a diferença entre a contribuição devida à Segurança Social e a contribuição paga pelo empregador ao abrigo desta medida.

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JULHO 2012 - Nº 12

Boletim do Contribuinte474

Especial de Hong Kong da República Popular da China para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, assinado em Hong Kong em 22 de março de 2011.Madeira

Dec. Regul. Reg. n.º 7/2012/M, de 1.6 – Aprova a orgânica da Secretaria Regional dos Assuntos Sociais.

Dec. Leg. Reg. n.º 10/2012/M, de 14.6 – Procede à revogação de vários diplomas que instituíram o subsídio de fixação para os profissio-nais de enfermagem colocados nas zonas rurais, incentivos à fixação dos médicos das carreiras de saúde pública e de clínica geral e incentivos à fixa-ção na Região Autónoma da Madeira de médicos no Serviço Regional de Saúde.

Res. Assemb. Legisl. da RA da Madeiran.º 22/2012/M, de 12.6 – Delibera contra a extinção de freguesias.

Res. Assemb. Legisl. da RA da Madeiran.º 23/2012/M, de 12.6 – Recomenda conhecer e homenagear o passado de luta e resistência dos madeirenses e portossantenses à ditadura fascista de 1926-1974.

Res. Assemb. legisl. da RA da Madeiran.º 24/2012/M, de 14.6 - Recomenda ao Governo da República o cumprimento dos prazos de paga-mento previstos pela União Europeia, do POSEI - regime específico de abastecimento.Medicamentos – Prescrição e modelos de receita médica

Decl. de Retif. n.º 29/2012, de 14.6 – Re-tifica a Port. n.º 137-A/2012, de 11 de maio, do Ministério da Saúde, que estabelece o regime jurídico a que obedecem as regras de prescrição de medicamentos, os modelos de receita médica e as condições de dispensa de medicamentos, bem como define as obrigações de informação a prestar aos utentes, publicada no D.R., 1.ª série, n.º 92, de 11 de maio de 2012.Pesca

Port. n.º 180/2012, de 6.6 – Proíbe a captura, detenção, transporte e comercialização de enguia

(Anguilla anguilla) durante os meses de outubro, novembro e dezembro.Rádio e televisão

Res. Assemb. Legisl. da RA dos Açores n.º 17/2012/A, de 11.6 – Recomenda que o Governo da República cumpra integralmente as suas respon-sabilidades legais no âmbito do serviço público de rádio e televisão na R. A. Açores.Saúde

Dec. Leg. Reg. n.º 10/2012/M, de 14.6 – Procede à revogação de vários diplomas que instituíram o subsídio de fixação para os profissio-nais de enfermagem colocados nas zonas rurais, incentivos à fixação dos médicos das carreiras de saúde pública e de clínica geral e incentivos à fixação na R. A. Madeira de médicos no Serviço Regional de Saúde.Saúde – Transporte de doentes

Port. nº 178-B/2012, de 1.6 – (Supl.) – Pri-meira alteração à Port. nº 142-B/2012, de 15 de maio, que define as condições em que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) assegura os encargos com o transporte não urgente de doentes que seja instrumental à realização das prestações de saúde.

Decl. de Retif. nº 27-A/2012, de 1.6 – (Supl.) – Retifica a Port. nº 142-B/2012, de 15 de maio, do Ministério da Saúde, que define as condições em que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) assegura os encargos com o transporte não urgente de doentes que seja instrumental à realização das prestações de saúde, publicada no D.R., 1ª série, nº 94, 1º supl., de 15 de maio de 2012.

Decl. de Retif. n.º 30/2012, de 14.6 – Retifica a Port. n.º 178-B/2012, de 1 de junho, que procede à primeira alteração à Port. n.º 142-B/2012, de 15 de maio, que define as condições em que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) assegura os encargos com o transporte não urgente de doentes que seja instrumental à realização das prestações de saúde, publicada no D.R., 1.ª série, n.º 107, 1.º supl., de 1 de junho de 2012.

Decl. de Retif. n.º 31/2012, de 14.6 – Retifica a Port. n.º 178-B/2012, de 1 de junho, que procede à primeira alteração à Port. n.º 142-B/2012, de 15 de maio, que define as condições em que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) assegura os encargos

com o transporte não urgente de doentes que seja instrumental à realização das prestações de saúde, publicada no D.R., n.º 107, 1.ª série, 1.º supl., de 1 de junho de 2012.Trabalho e Segurança Social

DL n.º 117/2012 (1), de 5.6 – Regula a or-ganização do tempo de trabalho de condutores independentes em atividades de transporte ro-doviário, transpondo a Diretiva n.º 2002/15/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de março de 2002.

DL n.º 118/2012, de 15.6 – Procede à segunda alteração ao DL n.º 127/2010, de 30 de novembro, que aprova o regime jurídico aplicá-vel ao pessoal especializado do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e à primeira alteração ao DL n.º 165-B/2009, de 28 de julho, que aprova o regime jurídico aplicável ao pessoal dos centros culturais do Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I. P.

Port. n.º 185/2012, de 14.6 – Fixa a dotação máxima de chefes de equipas multidisciplinares da Inspeção-Geral do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social.

Port. n.º 186/2012, de 14.6 - Fixa a estrutura orgânica da Secretaria-Geral do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social.

Port. n.º 187/2012, de 14.6 – Fixa a estrutura orgânica do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social.

Res. Cons. Min. n.º 51-A/2012, de 14.6 – (Supl.) – Aprova o Plano Estratégico de Iniciativas de Promoção de Empregabilidade Jovem e Apoio às Pequenas e Médias Empresas - «Impulso Jovem».Transporte rodoviário

DL n.º 117/2012 (1), de 5.6 – Regula a or-ganização do tempo de trabalho de condutores independentes em atividades de transporte ro-doviário, transpondo a Diretiva n.º 2002/15/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 11 de março de 2002.

1.ª SÉRIE - DIÁRIO DA REPÚBLICA - JUNHO/2012

COMPILAÇÃO DE SUMÁRIOS - 1ª QUINZENA (De 1 a 15 de junho de 2012)

(Continuação da pág.476)

1 - Transcrito neste número.2 - Publicado no último número.

REGULAMENTAÇÃO DO TRABALHO

Compilação de sumários do Boletim do Trabalho e Emprego, 1ª Série, nºs 21, de 2012(Também disponível em www.boletimdocontribuinte.pt, menu Regulamentação do Trabalho)

Siglase

Abreviaturas

Feder. - FederaçãoAssoc. - AssociaçãoSind. - SindicatoInd. - IndústriaDist. - DistritoCT - Comissão Técnica

CCT - Contrato Colectivo de TrabalhoACT - Acordo Colectivo de TrabalhoPRT - Port. de Regulamentação de TrabalhoPE - Port. de ExtensãoAE - Acordo de Empresas

Calçado- Acordo de empresa entre o Centro de

Formação Profissional da Indústria do Calçado - CFPIC e o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Centro - STFPSC e outros - Alteração

(Bol. do TE, nº 21, de 8.6.2012)Instituições de Solidariedade

- Contrato coletivo entre a CNIS - Confede-ração Nacional das Instituições de Solidariedade e a FNE - Federação Nacional da Educação e outros

- Revisão global - Retificação(Bol. do TE, nº 21, de 8.6.2012)Produtos Químicos e Farmacêuticos - Contrato coletivo entre a NORQUIFAR - As-

sociação Nacional dos Importadores/Armazenistas e Retalhistas de Produtos Químicos e Farmacêuti-cos e o SINDEQ - Sindicato Democrático da Ener-gia, Química, Têxtil e Indústrias Diversas (produtos farmacêuticos) - Alteração salarial e outras

(Bol. do TE, nº 21, de 8.6.2012)- Contrato coletivo entre a NORQUIFAR - As-

sociação Nacional dos Importadores/Armazenistas e Retalhistas de Produtos Químicos e Farmacêu-ticos e o SINDEQ - Sindicato Democrático da Energia, Química, Têxtil e Indústrias Diversas (produtos químicos) - Alteração salarial e outras

(Bol. do TE, nº 21, de 8.6.2012)

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Boletim do Contribuinte 475JULHO 2012 - Nº 12

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JULHO 2012 - Nº 12

Boletim do Contribuinte476

AçoresLei Orgânica n.º 2/2012, de 14.6 – Sexta al-

teração à Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa da R. A. dos Açores.

Dec. Regul. Reg. n.º 15/2012/A, de 1.6 – Altera o Dec. Regul. Reg. n.º 9/2009/A, de 24 de julho, que regulamenta o Dec. Leg. Reg. n.º 10/2009/A, de 5 de junho, II Programa Regional de Apoio à Comunicação Social Privada - PROMEDIA II para o quadriénio de 2009-2012, alterado pelo Dec. Regul. Reg. n.º 11/2011/A, de 23 de maio.

Dec. Leg. Reg. n.º 24/2012/A, de 1.6 – Apro-va as normas que regulamentam a gestão de fluxos específicos de resíduos.

Dec. Leg. Reg. n.º 25/2012/A, de 1.6 – Pri-meira alteração ao Dec. Leg. Reg. n.º 7/2010/A, de 5 de março, que estabelece o regime jurídico aplicável ao transporte rodoviário de mercadorias por conta de outrem efetuado na R. A. dos Açores por meio de veículos com peso bruto igual ou superior a 2500 kg.

Decl. de Retif. n.º 28/2012, de 4.6 – Retifica o Dec. Leg. Reg. n.º 17/2012/A, de 11 de abril, da R. A. dos Açores, que eleva a vila de Lagoa, no concelho de Lagoa, à categoria de cidade, publicado no D.R., 1.ª série, n.º 72, de 11 de abril de 2012.

Res. Assemb. Legisl. da R. A. dos Açores n.º 15/2012/A, de 6.6 – Resolve atribuir várias insígnias honoríficas açorianas.

Res. Assemb. Legisl. da R. A. dos Açores n.º 16/2012/A, de 6.6 – Aprova a Conta da R. A. dos Açores referente ao ano de 2010.

Res. Assemb. Legisl. da R. A. dos Açores n.º 17/2012/A, de 11.6 – Recomenda que o Governo da República cumpra integralmente as suas respon-sabilidades legais no âmbito do serviço público de rádio e televisão na R. A. dos Açores.

Res. Assemb. Legisl. da R.A. dos Açores n.º 18/2012/A, de 12.6 – Recomenda o acompanha-mento do serviço público de rádio e televisão na R. A. dos Açores.

Res. Assemb. Legisl. da R.A. dos Açores n.º 19/2012/A, de 14.6 – Recomenda que a Comissão Europeia, no âmbito dos futuros acordos comer-ciais da União Europeia multilaterais e bilaterais, preveja estudos de impacto para regiões ultrape-riféricas, como os Açores.Administração pública - Compras públicas

DL n.º 117-A/2012, de 14.6 – (Supl.) – Apro-va a orgânica da Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, I. P. (ESPAP, I. P.), e extingue a Empresa de Gestão Partilhada de Recursos da Administração Pública, E. P. E. (GeRAP), e a Agência Nacional de Compras Públicas, E. P. E. (ANCP).Armas de fogo – formação técnica e cívica

Port. n.º 184/2012, de 12.6 – Quarta altera-ção à Port. n.º 934/2006, de 8 de setembro, que aprova o Regulamento de Taxas.Autarquias - extinção de freguesias

Res. Assemb. Legisl. da R. A. da Madeira n.º 22/2012/M, de 12.6 – Delibera contra a extinção de freguesias.Captação de águas

Port. n.º 182/2012, de 8.6 – Aprova a de-limitação dos perímetros de proteção de várias captações de águas subterrâneas situadas no concelho de Benavente.

Port. n.º 183/2012, de 11.6 – Aprova a de-

limitação do perímetro de proteção da captação PDH1 – Ronqueira localizada no concelho de Penacova.Cinema e Audiovisual

Port. n.º 189/2012, de 15.6 – Aprova os estatutos do Instituto do Cinema e do Audiovisual, I. P., e revoga a Port. n.º 375/2007, de 30 de Março.Comissão de Acesso aos Documentos Admi-nistrativos

Declaração n.º 4/2012, de 4.6 – Membros efetivos designados ou eleitos para a Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA).Convenção contra a dopagem no desporto

Aviso n.º 60/2012, de 11.6 – Torna público que os Estados Unidos da América depositaram o seu instrumento de ratificação à Convenção Internacional Contra a Dopagem no Desporto, adotada em Paris, na 33.ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO, em 19 de outubro de 2005.

Aviso n.º 61/2012, de 11.6 – Torna público que o Reino dos Países Baixos emitiu uma decla-ração a 12 de maio de 2009, relativa à Convenção Internacional Contra a Dopagem no Desporto, adotada em Paris, na 33.ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO, em 19 de outubro de 2005.

Aviso n.º 62/2012, de 14.6 – Torna público que o Reino dos Países Baixos emitiu uma decla-ração a 11 de julho de 2008 relativa à Convenção Internacional contra a Dopagem no Desporto, adotada em Paris, na 33.ª Sessão da Conferência Geral da UNESCO, em 19 de outubro de 2005.Convenções sobre dupla tributação - IRS e IRC

Aviso n.º 53/2012, de 1.6 – Torna público terem sido cumpridas as formalidades constitu-cionais internas de aprovação do Acordo entre a República Portuguesa e a Região Administrativa Especial de Hong Kong da República Popular da China para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, assinado em Hong Kong em 22 de março de 2011.

Aviso n.º 59/2012, de 11.6 – Torna público que foram cumpridas as formalidades constitucio-nais internas de aprovação da Convenção entre a República Portuguesa e os Emirados Árabes Unidos para Evitar a Dupla Tributação e Prevenir a Evasão Fiscal em Matéria de Impostos sobre o Rendimento, assinada em Abu Dhabi, em 17 de janeiro de 2011.Cooperação em matéria consular – Portugal--Marrocos

Aviso n.º 64/2012, de 15.6 – Torna público que foram cumpridas as formalidades constitu-cionais internas de aprovação do Acordo de Co-operação em Matéria Consular entre a República Portuguesa e o Reino de Marrocos, assinado em Marraquexe, a 2 de junho de 2010.

Crescimento e emprego na UERes. Assemb. da Rep. n.º 78/2012, de 8.6

– Recomenda ao Governo que proponha e apoie medidas de natureza institucional e políticas que vinculem juridicamente os Estados-membros da União Europeia e que conformem uma agenda de crescimento e de criação de emprego na União Europeia.

Res. Assemb. da Rep. n.º 79/2012, de 8.6 – Sobre o Documento de Estratégia Orçamental.Ensino – Fornecimento de refeições em refei-tórios escolares

Res. Cons. Min. n.º 51/2012, de 6.6 – Au-toriza a realização da despesa com a aquisição de serviços de fornecimento de refeições em refeitórios escolares no ano letivo de 2012-2013.Fundo Sanitário e de Segurança Alimentar Mais

DL n.º 119/2012(1), de 15.6 – Cria, no âmbito do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, o Fundo Sanitário e de Segurança Alimentar Mais, bem como a taxa de segurança alimentar mais.Gás natural

Port. n.º 181/2012, de 8.6 – Aprova o Re-gulamento de Armazenamento Subterrâneo de Gás Natural e revoga a Port. n.º 1025/98, de 12 de dezembro.Gás – seguro de responsabilidade civil

Port. n.º 190/2012, de 15.6 – Fixa o valor mínimo do seguro obrigatório de responsabilidade civil a celebrar pelas entidades inspetoras das redes, ramais de distribuição e instalações de gás e revoga a Port. n.º 138/2011, de 5 de abril.

Port. n.º 190/2012, de 15.6 – Fixa o valor mínimo do seguro obrigatório de responsabilidade civil a celebrar pelas entidades inspetoras das redes, ramais de distribuição e instalações de gás e revoga a Port. n.º 138/2011, de 5 de abril.Gestão de resíduos nos Açores

Dec. Leg. Reg. n.º 24/2012/A, de 1.6 – Apro-va as normas que regulamentam a gestão de fluxos específicos de resíduos.Incentivos

Res. Cons. Min. n.º 51-A/2012, de 14.6 – (Supl.) - Aprova o Plano Estratégico de Iniciativas de Promoção de Empregabilidade Jovem e Apoio às Pequenas e Médias Empresas - «Impulso Jovem».Instituto Internacional da Língua Portuguesa

Decreto n.º 12/2012, de 15.6 – Aprova os Estatutos do Instituto Internacional da Língua Por-tuguesa (IILP), aprovados pela Resolução sobre a Aprovação dos Estatutos e do Regimento Interno do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, na XV Reunião Ordinária do Conselho de Ministros da Comunidade de Países de Língua Oficial Portugue-sa, realizada em Luanda em 22 de julho de 2010.IRS e IRC

Aviso n.º 53/2012, de 1.6 – Torna público terem sido cumpridas as formalidades constitu-cionais internas de aprovação do Acordo entre a República Portuguesa e a Região Administrativa

1.ª SÉRIE - DIÁRIO DA REPÚBLICA - JUNHO/2012

COMPILAÇÃO DE SUMÁRIOS - 1ª QUINZENA (De 1 a 15 de junho de 2012)

R. Gonçalo Cristóvão, 14, r/c - 4000-263 PortoTelf. 223 399 400 • Fax 222 058 098

www.boletimdocontribuinte.ptImpressão: Uniarte Gráfica, S.A.Nº de registo na DGCS 100 299

Depósito Legal nº 33 444/89

Boletim do ContribuinteEditor: João Carlos Peixoto de Sousa

Proprietário: Vida Económica - Editorial, S.A. (Continua na pág. 474)