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- 1 - Data: 13/03/19 Professor: Tainá Disciplina: Arte Turma: 3º Ano e Curso Arte Pré-histórica Em sua origem, a palavra arte indicava a habilidade técnica necessária à produção de um objeto ou ao exercício de determinada atividade. Assim, a arte era o trabalho do ferreiro e dos sapateiros, mas também dos poetas ou dos escultores. Para as artes que tinham a ver com a produção de objetos úteis, com o tempo preferiu-se usar o termo “ofício”. Durante muitos séculos, a palavra “arte” limitou-se a indicar as denominadas belas-artes, ou seja, aquelas que tinham uma finalidade estética (a busca do belo): no campo das artes visuais e figurativas, essas artes eram principalmente a arquitetura, a escultura e a pintura. Em tempos mais recentes nos demos conta de que a ideia do que é belo e do que não o é pode ser muito diferente entre os diversos povos, e que ainda para um mesmo povo ela pode mudar ao longo do tempo. Por isso hoje, no campo visual-figurativo, definimos como artística qualquer atividade que, por meio das imagens, procure comunicar sensações, emoções, sentimentos. Para que se possa fala verdadeiramente de arte e de obras-de-arte é preciso que o artista procure dar (e seja capaz de dar) também um valor estético ao seu trabalho: com efeito, a ideia de belo, apesar de mutável, permanece fortemente ligada a ideia de produção artística. Texto extraído do livro Para entender a arte, de Maria Cala Prete. Ed. Globo, 2008. São do Paleolítico as primeiras manifestações artísticas de que se tem registro, como as pinturas encontradas nas cavernas de Chauvet e Lascaux, na França, e de Altamira, na Espanha. As primeiras expressões da arte consistiam em traços feitos nas paredes das cavernas, ou nas mãos em negativo. Somente muito tempo depois de dominar a técnica das mãos em negativo é que o ser humano da Pré-História começou a desenhar e a pintar animais. A principal característica dos desenhos e pinturas do período é o naturalismo (imagem a esquerda): o artista do paleolítico reproduzia a natureza tal qual sua visão captava. Uma das explicações mais freqüentes para a produção dessas pinturas rupestres é que seriam obra de caçadores, como parte de rituais de magia. Talvez o pintor-caçador acreditasse que, “aprisionando” a imagem do animal, teria poder sobre ele. Assim, se o representasse mortalmente ferido no desenho, conseguiria abatê-lo na vida real. É claro que essa é apenas uma hipótese, pois não há como comprová- la. Em pinturas como essa, o ser humano das cavernas utilizava óxidos minerais, ossos carbonizados, carvão, vegetais e sangue de animais. Os elementos sólidos eram esmagados e dissolvidos na gordura dos animais caçados. Como pincel, ele utilizava inicialmente o dedo, mas há indícios também do emprego de ‘pincéis’ feitos com penas e pêlos de animais. O artista do Paleolítico fez também esculturas. Porém, essa produção ficou restrita às mulheres. Nessas esculturas, nota-se o predomínio das figuras femininas e a ausência de figuras masculinas. Entre esses trabalhos, destaca-se a Vênus de Willendorf (imagem à direita). Essa pequena escultura de pedra foi encontrada pelo arqueólogo Josef Szombathy, em 1908. perto de Willendorf, na Áustria, e data de aproximadamente 24 mil anos atrás. No período Neolítico o ser humano criou técnicas como a da tecelagem e a da cerâmica e construiu as primeiras moradias. Como ele também havia conseguido produzir fogo pelo uso do atrito, pôde, com o tempo, derreter e trabalhar materiais. O estilo naturalista foi substituído por um estilo mais simples e geométrico, com sinais e figuras que mais sugerem do que reproduzem os seres. Eis, aí, a primeira grande transformação da história da arte. A preocupação com o movimento levou á criação de figuras cada vez mais leves, ágeis, pequenas, com poucas cores (figura à esquerda). Com o tempo, tais figuras reduziram-se a traços e linhas muito simples, mas capazes de transmitir sentido a quem as via. Delas surgiria depois a primeira forma de escrita: a escrita pictográfica, na qual os seres e as idéias são representados por desenhos. Arte Pré-histórica no Brasil O território brasileiro possui um valioso patrimônio arqueológico. Em Minas Gerais, por exemplo, encontra-se o sítio arqueológico de Lapa da Cerca Grande, localizado no município de Matozinhos, a aproximadamente 50km de Belo Horizonte. Ele foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, o que atesta sua importância e aumenta suas chances de preservação. Nas pinturas do interior de grutas e abrigos de Lapa da Cerca Grande, podem ser vistas figuras zoomorfas, antropomorfas e geométricas. Predomina nas figuras a cor vermelha, mas observa-se também a amarela, a branca e a preta. Outro importante sítio arqueológico, também tombado pelo IPHAN, encontra-se no Parque Nacional da Serra da Capivara, município de São Raimundo Nonato, Piauí. Diversos pesquisadores vêm trabalhando nele desde 1970. Em 1978, uma missão franco- brasileira coletou no local uma grande quantidade de dados e vestígios arqueológicos. Os cientistas chegaram a conclusões esclarecedoras a respeito dos grupos humanos que habitaram a região por volta do ano 6mil a.C., ou talvez em épocas mais remotas.

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Page 1: Data: Professor: Tainá Disciplina: Arte Turma: 3º Ano e Curso...deixar de citar também como elementos centrais da cultura indígena a pintura corporal e a arte plumária. A pintura

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Data: 13/03/19

Professor: Tainá Disciplina: Arte Turma: 3º Ano e Curso

Arte Pré-histórica Em sua origem, a palavra arte indicava a habilidade técnica

necessária à produção de um objeto ou ao exercício de determinada atividade. Assim, a arte era o trabalho do ferreiro e dos sapateiros, mas também dos poetas ou dos escultores. Para as artes que tinham a ver com a produção de objetos úteis, com o tempo preferiu-se usar o termo “ofício”.

Durante muitos séculos, a palavra “arte” limitou-se a indicar as denominadas belas-artes, ou seja, aquelas que tinham uma finalidade estética (a busca do belo): no campo das artes visuais e figurativas, essas artes eram principalmente a arquitetura, a escultura e a pintura.

Em tempos mais recentes nos demos conta de que a ideia do que é belo e do que não o é pode ser muito diferente entre os diversos povos, e que ainda para um mesmo povo ela pode mudar ao longo do tempo. Por isso hoje, no campo visual-figurativo, definimos como artística qualquer atividade que, por meio das imagens, procure comunicar sensações, emoções, sentimentos. Para que se possa fala verdadeiramente de arte e de obras-de-arte é preciso que o artista procure dar (e seja capaz de dar) também um valor estético ao seu trabalho: com efeito, a ideia de belo, apesar de mutável, permanece fortemente ligada a ideia de produção artística.

Texto extraído do livro Para entender a arte, de Maria Cala Prete. Ed. Globo, 2008.

São do Paleolítico as primeiras manifestações artísticas de que se tem registro, como as pinturas encontradas nas cavernas de Chauvet e Lascaux, na França, e de Altamira, na Espanha. As primeiras expressões da arte consistiam em traços feitos nas paredes das cavernas, ou nas mãos em negativo. Somente muito tempo depois de dominar a técnica das mãos em negativo é que o ser humano da Pré-História começou a desenhar e a pintar animais.

A principal característica dos desenhos e pinturas do período é o naturalismo (imagem a esquerda): o artista do paleolítico reproduzia a natureza tal qual sua visão captava. Uma das explicações mais freqüentes para a produção dessas pinturas

rupestres é que seriam obra de caçadores, como parte de rituais de magia. Talvez o pintor-caçador acreditasse que, “aprisionando” a imagem do animal, teria poder sobre ele. Assim, se o representasse mortalmente ferido no desenho, conseguiria abatê-lo na vida real. É claro que essa é apenas uma hipótese, pois não há como comprová-la.

Em pinturas como essa, o ser humano das cavernas utilizava óxidos minerais, ossos carbonizados, carvão, vegetais e sangue de animais. Os elementos sólidos eram esmagados e dissolvidos na gordura dos animais caçados. Como pincel, ele utilizava inicialmente o dedo, mas há indícios também do emprego de ‘pincéis’ feitos com penas e pêlos de animais.

O artista do Paleolítico fez também esculturas. Porém, essa produção ficou restrita às mulheres. Nessas esculturas, nota-se o predomínio das figuras femininas e a ausência de figuras

masculinas. Entre esses trabalhos, destaca-se a Vênus de Willendorf (imagem à direita). Essa pequena escultura de pedra foi encontrada pelo arqueólogo Josef Szombathy, em 1908. perto de Willendorf, na Áustria, e data de aproximadamente 24 mil anos atrás.

No período

Neolítico o ser humano criou técnicas como a da tecelagem e a da cerâmica e construiu as primeiras moradias. Como ele também já havia conseguido produzir fogo pelo uso do atrito, pôde, com o tempo, derreter e trabalhar materiais.

O estilo naturalista foi substituído por um estilo mais simples e geométrico, com sinais e figuras que mais sugerem do que reproduzem os seres. Eis, aí, a primeira grande transformação da história da arte.

A preocupação com o movimento levou á criação de figuras cada vez mais leves, ágeis, pequenas, com poucas cores (figura à esquerda). Com o tempo, tais figuras reduziram-se a traços e linhas muito simples, mas capazes de transmitir sentido a quem as via. Delas surgiria depois a primeira forma de escrita: a escrita pictográfica, na qual os seres e as idéias são representados por desenhos.

Arte Pré-histórica no Brasil O território brasileiro possui um valioso patrimônio

arqueológico. Em Minas Gerais, por exemplo, encontra-se o sítio arqueológico de Lapa da Cerca Grande, localizado no município de Matozinhos, a aproximadamente 50km de Belo Horizonte. Ele foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, o que atesta sua importância e aumenta suas chances de preservação.

Nas pinturas do interior de grutas e abrigos de Lapa da Cerca Grande, podem ser vistas figuras zoomorfas, antropomorfas e geométricas. Predomina nas figuras a cor vermelha, mas observa-se também a amarela, a branca e a preta.

Outro importante sítio arqueológico, também tombado pelo IPHAN, encontra-se no Parque Nacional da Serra da Capivara, município de São Raimundo Nonato, Piauí. Diversos pesquisadores vêm trabalhando nele desde 1970. Em 1978, uma missão franco-brasileira coletou no local uma grande quantidade de dados e vestígios arqueológicos. Os cientistas chegaram a conclusões esclarecedoras a respeito dos grupos humanos que habitaram a região por volta do ano 6mil a.C., ou talvez em épocas mais remotas.

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Os pesquisadores classificaram essas pinturas e gravações em dois grandes grupos: obras com motivos naturalistas e obras com motivos geométricos.

As pesquisas científicas sobre as antigas culturas que existiram no Brasil abrem um novo panorama tanto para a historiografia como para a arte brasileiras. Por meio delas, podemos ver com mais clareza nossa história inserida em um contexto maior, na história humana. Além disso, podemos constatar que nossas origens antecedem em muito os séculos XV e XVI, período em que se deu o início oficial da “História do Brasil”.

Bibliografia: PROENÇA, Graça. História da Arte. Ática, São Paulo: 2009.

Considerações acerca da Arte indígena Em qualquer livro de história da arte brasileira, encontraremos um capítulo dedicado à “arte indígena”. Mas a consideração de certos objetos produzidos por culturas que não possuem o conceito de “arte” da mesma forma como nós o entendemos, como “arte”, apresenta variados problemas. Para nós, “arte” (no sentido mais tradicional) é uma atividade ligada à produção de um certo tipo de objetos que têm como principal função a de serem contemplados; esta contemplação ocorre, preferencialmente, em locais separados e específicos, distantes das interferências do mundo cotidiano. O museu e a galeria são ambientes limpos, silenciosos, onde as obras de arte podem ser apreciadas da forma que se considera a mais adequada à sua função maior, que é a contemplação estética. Quando falamos de “arte indígena”, porém – ou de “artes indígenas”, termo mais adequado por atentar para a imensa variedade de estilos e manifestações que cabem na definição −, as coisas são completamente outras. Isso porque, se a considerarmos em relação ao seu “habitat” natural, os objetos das assim chamadas “artes indígenas” não “funcionam” da mesma forma que a arte com que estamos hoje acostumados, ou seja, a arte ocidental, que nasce a partir da experiência européia. Não se pode negar, porém, que a contemplação de variados produtos e artefatos indígenas (sem falar da pintura corporal, da dança, da música etc.) revela evidentes qualidades formais de beleza, equilíbrio e elaboração formal que são típicas daquilo que chamamos “arte” – especialmente para a sensibilidade moderna, mais inclinada a reconhecer a artisticidade da produção das sociedades ditas “primitivas”. Por outro lado, reconhecer algo como “arte” também possui um sentido de qualificação positiva, de atribuição de importância, de forma que muitas vezes a compreensão da arte das sociedades “primitivas” tem algo de um mea culpa da cultura ocidental, condescendente e paternalista com relação a culturas que sofrem um processo de dissolução frente ao domínio econômico e cultural do “homem branco”. (...)A consideração das artes indígenas traz à tona, portanto, uma problemática relacionada à forma como entendemos e operamos com o conceito de arte. Para vários antropólogos, o grande diferencial é o fato de que, entre os povos indígenas inexiste uma esfera específica de objetos que possuem uma função exclusivamente estética, ou seja, existem apenas para serem contemplados (cf. MELATTI, 1993, p. 163). O “objeto estético”, ou seja, o objeto cuja única função é, supostamente, servir à contemplação, é uma invenção ocidental que veio se formando a partir do Renascimento e se constitui positivamente no século XVIII (DIAS in AGUILAR, 2000, p. 40): neste processo, a arte veio deixando, progressivamente, de assumir outros papéis que não o de proporcionar a contemplação estética, tornando-se arte autônoma. Nas sociedades indígenas não existe uma arte “autônoma”, que só serve para ser contemplada. Uma abordagem possível da arte indígena é fornecida pelo antropólogo Darcy Ribeiro:

Que é arte índia? Com esta expressão designamos certas criações conformadas pelos índios de acordo com padrões prescritos, geralmente para servir a usos práticos, mas buscando alcançar a perfeição. Não todas elas, naturalmente, mas aquelas entre todas que alcançam tão alto grau de rigor formal e de beleza que se destacam das demais como objetos dotados de valor estético. Neste caso, a expressão estética indica certo grau de satisfação dessa indefinível vontade de beleza que comove e alenta aos homens como uma necessidade e um gozo profundamente arraigados. Não se trata de nenhuma necessidade imperativa como a fome ou a sede, bem o sabemos; mas de mas de uma sorte de carência espiritual, sensível, onde faltam oportunidades para atendê-la; e de presença observável, gozosa e querida, onde floresce (RIBEIRO in ZANINI, 1983, p. 49).

Para ler o texto na íntegra procure “AS ARTES INDÍGENAS E A DEFINIÇÃO DA ARTE” de Fabricio Vaz Nunes, disponível na internet. Cultura material indígena No que diz respeito especificamente à cestaria indígena, podemos defini-la como o conjunto de objetos, geralmente chamados de “cestas”, obtidos por meio do trançado de elementos vegetais, e usados para diversos fins. Entre estes fins, podemos citar: peneirar, coar, armazenar, transportar e guardar coisas, entre outros. Em algumas sociedades indígenas, a confecção da cestaria é responsabilidade de ambos os sexos, enquanto em outras é exclusivamente masculina ou feminina. Outros itens a serem destacados na cultura material indígena são as peças de cerâmica. Realizadas manualmente, as peças são na maioria dos casos confeccionadas a partir de roletes de argila moldados com o auxílio de instrumentos rústicos. Há, em muitos casos, também a pintura da superfície das peças com pincéis feitos de penas de aves, por exemplo. Nas sociedades indígenas brasileiras, a confecção da cerâmica é geralmente atribuição das mulheres. São produzidos vários tipos de objetos: potes, panelas, instrumentos musicais, objetos de adorno etc. Os estilos das peças mudam bastante de cultura para cultura indígena. Não se pode deixar de destacar, entretanto, exemplos famosos tais como o da cerâmica marajoara. Passando à arquitetura, não podemos deixar de dizer que praticamente a sua única função entre os indígenas brasileiros era, e é, a confecção de moradias e, mesmo assim, moradias em que não há a preocupação de grande durabilidade, podendo-se facilmente construir novamente quando uma moradia antiga já se encontra deteriorada. A grande unidade arquitetural indígena é a oca. As ocas são grandes construções destinadas a abrigar várias famílias, entre 300 e 400 pessoas. Sustentadas com varas, com telhados de palha e folhas, duram no máximo cinco anos. No interior das construções não há divisões, o que reflete bem o modo comunal de vida dos índios. Em cada aldeia ou taba, há de quatro a dez ocas, construídas em torno de uma praça central chamada de ocara. Não se pode deixar de citar também como elementos centrais da cultura indígena a pintura corporal e a arte plumária. A pintura corporal, realizada por meio de produtos derivados de matérias-primas como o urucum, entre outras, tem função ritualística, além de ornamental, por ser parte das tradições relativas à caça, à pesca, à guerra etc. Já a arte plumária, nos chamados cocares, por exemplo, tem, além de função ornamental, o papel de indicar a posição social do indivíduo que utiliza determinadas peças dentro da aldeia.

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Questões 1. Quem examina com atenção a arte nos dias atuais confronta-se com uma desconcertante profusão de estilos, formas, práticas e programas. Não parece haver nenhum material particular que desfrute do privilégio de ser imediatamente reconhecível como material da arte: a arte recente tem utilizado não apenas tinta, metal e pedra, mas também ar, luz, som, palavras, pessoas, comida e muitas outras coisas. Hoje, existem poucas técnicas e métodos de trabalho, se é que existem, que podem garantir ao objeto acabado a sua aceitação como arte. Inversamente, parece, com frequência, que pouco se pode fazer para impedir que mesmo o resultado das atividades mais mundanas seja erroneamente compreendido como arte. Embora a pintura possa continuar sendo importante para muitos, ao lado dos artistas tradicionais há aqueles que utilizam fotografia e vídeo, e outros que se engajam em atividades tão variadas como caminhadas, apertos de mão ou cultivo de plantas. Com a ampliação dos meios e procedimentos, os artistas contemporâneos encontram no meio urbano uma forma de problematização das instituições artísticas.

(Adaptado de: ARCHER, M. Arte Contemporânea: uma história concisa. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p.IX.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre arte contemporânea, considere as afirmativas a seguir. I. O significado de uma obra de arte não está necessariamente contido nela, no entanto pode emergir do contexto específico em que ela existe. II. Profundas mudanças ocorreram na arte do Ocidente a partir da Pop Art e do Minimalismo. O pós-minimalismo inclui o conceitualismo, a Land Art, a Performance, a Body Art e as primeiras instalações. III. Na arte conceitual, a ideia torna-se arte. O dado principal é o conceito; o artista desvincula-se da matéria e passa a lidar com a ideia. A importância da obra passa a ser a concepção do trabalho e não a materialização da sua ideia. Esse processo de arte transforma o espectador em integrante ativo. IV. Na arte contemporânea, valoriza-se e prioriza-se o novo, o original na composição formal dos objetos de arte, como ocorria nos movimentos vanguardistas do modernismo. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

2. (ENEM 2015) Na exposição “A Artista Está Presente”, no MoMA, em Nova Iorque, a performer Marina Abramovic fez uma retrospectiva de sua carreira. No meio desta, protagonizou uma performance marcante. Em 2010, de 14 de março a 31 de maio, seis dias por semana, num total de 736 horas, ela repetia a mesma postura. Sentada numa sala, recebia os visitantes, um a um, e trocava com cada um deles um longo olhar sem palavras. Ao redor, o público assistia a essas cenas recorrentes.

ZANIN, L. Marina Abramovic, ou a força do olhar. Disponível em: http://blogs.estadao.com.br.

Acesso em: 4 nov. 2013

O texto apresenta uma obra da artista Marina Abramovic, cuja performance se alinha a tendências contemporâneas e se caracteriza pela A) inovação de uma proposta de arte relacional que adentra um museu. B) abordagem educacional estabelecida na relação da artista com o público. C) redistribuição do espaço do museu, que integra diversas linguagens artísticas. D) negociação colaborativa de sentidos entre a artista e a pessoa com quem interage. E) aproximação entre artista e público, o que rompe com a elitização dessa forma de arte.

3. (ENEM 2014 2ªaplicação) TEXTO I

BANKSY. Disponível em: www.banksy.co.uk. Acesso em: 4 ago. 2012.

TEXTO II Só Deus pode me julgar

Soldado da guerra a favor da justiça , Igualdade por aqui é coisa fictícia Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo Mas tenta me imitar se olhando no espelho Preconceito sem conceito que apodrece a nação Filhos do descaso mesmo pós-abolição

MV BILL. Declaração de guerra. Manaus:BMG, 2002 (fragmento).

O trecho do rap e o grafite evidenciam o papel social das manifestações artísticas e provocam a A) consciência do público sobre as razões da desigualdade social. B) rejeição do público-alvo à situação representada nas obras. C) reflexão contra a indiferença nas relações sociais de forma contundente. D) ideia de que a igualdade é atingida por meio da violência. E) mobilização do público contra o preconceito racial em contextos diferentes.

4. Chris Burden é personagem central de uma geração de artistas norte-americanos dos anos 1960 e início dos 1970. A instalação Samson consiste em um macaco mecânico conectado a um sistema de transmissão e uma catraca. O macaco pressiona duas grandes vigas apoiadas contra as paredes da galeria. Para entrar no espaço expositivo, o visitante deve passar pela catraca e esta, a cada passagem, aciona quase imperceptivelmente o macaco. No limite, se

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o número de visitantes for grande o suficiente, Samson poderá, teoricamente, destruir o espaço da galeria.

(Adaptado de: <www.inhotim.org.br>. Acesso em: 15 jun. 2015.)

Chris Burden, Samson, instalação, 1985

Com base no texto, na imagem e nos conhecimentos sobre arte contemporânea, assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o alvo da crítica posto por esse trabalho. a) A hegemonia da pintura no mercado das artes. b) A utilização das multimídias na arte contemporânea. c) A postura ativa e participativa do público de arte contemporânea. d) Os espaços institucionais da arte. e) Os princípios da arte e da arquitetura moderna.

5. (UEL 2017)

Alex Flemming, Estação Sumaré, instalação,

fotografias e textos impressos com tinta vinílica sobre vidro, 44 peças de 1,75 m × 1,25 m cada, 1998.

Leia o texto a seguir. Uma das obras de Alex Flemming é a instalação realizada na Estação Sumaré do Metrô de São Paulo, constituída por vinte e dois retratos frontais, do tipo fotos para documentos de identidade, impressos sobre vidro, contendo vinte e dois poemas de autores brasileiros. (Adaptado de: <http://www.metro.sp.gov.br/cultura/arte-metro/livro-ital/arquivos/assets/downloads/publication.pdf>. Acesso em: 12 maio 2016.) Sobre o trabalho de Flemming, considere as afirmativas a seguir. I. O sentido da proposição de Flemming permaneceria inalterado em museus e galerias de arte. II. A instalação remete à questão da identidade e, ao mesmo tempo, da alteridade. III. Embora a estação de metrô seja um espaço de trânsito, o artista evidencia outro modo de relação com ele, conferindo aos passantes e às imagens a possibilidade de pertencimento. IV. As imagens em grande escala, para um espaço público determinado, resultam em uma instalação de impacto visual que sugere sentidos políticos sob forma plástica. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são corretas. b) Somente as afirmativas I e IV são corretas. c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

6. (ENEM 2017)

ERNESTO NETO. Dengo. 2010. MAM-SP, 2010.

A instalação Dengo transformou a sala do MAM-SP em um ambiente singular, explorando como principal característica artística a a) participação do público na interação lúdica com a obra. b) distribuição de obstáculos no espaço da exposição. c) representação simbólica de objetos oníricos. d) interpretação subjetiva da lei da gravidade. e) valorização de técnicas de artesanato.

7. (ENEM 2017) Texto I

SPETO. Grafite. Museu Afro Brasil, 2009.

Disponível em: www.diariosp.com.br. Acesso em: 25 set. 2015.

TEXTO II Speto Paulo César Silva, mais conhecido como Speto, é um grafiteiro paulista envolvido com o skate e a música. O fortalecimento de sua arte ocorreu, em 1999, pela oportunidade de ver de perto as referências que trazia há tempos, ao passar por diversas cidades do Norte do Brasil em uma turnê com a banda O Rappa.

Revista Zupi. n. 19, 2010. O grafite do artista paulista Speto, exposto no Museu Afro Brasil, revela elementos da cultura brasileira reconhecidos a) na influência da expressão abstrata. b) na representação de lendas nacionais. c) na inspiração das composições musicais. d) nos traços marcados pela xilogravura nordestina. e) nos usos característicos de grafismos dos skates.

8. (ENEM 2016)

Espetáculo Romeu e Julieta, Grupo Galpão. GUTO MUNIZ.

Disponível em: www.focoincena.com.br. Acesso em: 30 maio 2016.

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A principal razão pela qual se infere que o espetáculo retratado na fotografia é uma manifestação do teatro de rua é o fato de a) dispensar o edifício teatral para a sua realização. b) utilizar figurinos com adereços cômicos. c) empregar elementos circenses na atuação. d) excluir o uso de cenário na ambientação. e) negar o uso de iluminação artificial.

9. (UNESP 2019) Consideram-se arte rupestre as representações feitas sobre rochas pelo homem da pré-história, em que se incluem gravuras e pinturas. Acredita-se que essas pinturas, em que os materiais mais usados são sangue, saliva, argila e excrementos de morcegos (cujo hábitat natural são as cavernas), têm cunho ritualístico.

(www.portaldarte.com.br. Adaptado.)

Todos os materiais utilizados para as pinturas, citados no texto, são (A) substâncias compostas puras. (B) de origem animal. (C) misturas de substâncias compostas. (D) de origem vegetal. (E) misturas de substâncias simples.

10. (ENEM 2011 PPL) Gravuras e pinturas são duas modalidades da prática gráfica rupestre, feitas com recursos técnicos diferentes. Existem vastas áreas nas quais há dominância de uma ou outra técnica no Brasil, o que não impede que ambas coexistam no mesmo espaço. Mas em todas as regiões há mãos, pés, antropomorfos e zoomorfos. Os grafismos realizados em blocos ou paredes foram gravados por meio de diversos recursos: picoteamento, entalhes e raspados.

Nas figuras que representam a arte da pré-história brasileira e estão localizadas no sítio arqueológico da Serra da Capivara, estado do Piauí, e, com base no texto, identificam-se a) imagens do cotidiano que sugerem caçadas, danças, manifestações rituais. b) cenas nas quais prevalece o grafismo entalhado em superfícies previamente polidas. c) aspectos recentes, cujo procedimento de datação indica o recuo das cronologias da prática pré-histórica. d) situações ilusórias na reconstituição da pré-história, pois se localizam em ambientes degradados. e) grafismos rupestres que comprovam que foram realizados por pessoas com sensibilidade estética.

11. (UEG 2017) A produção artística no Paleolítico se caracteriza pelo a) uso de pedras polidas, a partir da descoberta de que, mediante o atrito, as pedras poderiam ser polidas e utilizadas no processo de confecção artística. b) naturalismo, pois as imagens da época são naturalistas, ou seja, representam os seres conforme a visão que os homens da época tinham da natureza. c) uso dos metais, o que foi possibilitado a partir do domínio do fogo, com o qual os homens derretiam o metal para, depois, trabalharem-no artisticamente. d) naturalismo, uma vez que as imagens do período estavam intimamente ligadas à religião, servindo de veículo para propagação de crenças religiosas. e) uso de pedras preciosas e de metais nobres, o que propiciou a criação de artefatos imponentes e valiosos, tanto do ponto de vista artístico quanto material.

12. O título “Arte pré-histórica” não é do agrado de alguns estudiosos. Dizer que o homem pré-histórico era um artista e que o que ele produzia (gravuras, pinturas, peças em cerâmica ou marfim, etc.) deve ser considerado “arte” é, para alguns especialistas, um equívoco. Estes, em geral, argumentam que a história da arte começa depois do aparecimento da escrita, ou seja, por volta de 4000 a.C. sendo assim, não devem ser considerados objetos artísticos porque não era intenção de seus produtores “fazer arte”, uma vez que estava apenas cumprindo necessidades ritualísticas ou práticas, como no caso da confecção de utensílios ou armas.

Fonte: Arte – Coleção Ético, ed. Saraiva.

Desta maneira, o conceito de arte a) se refere a transmissão de dados socioculturais universais a respeito de determinada época da história da humanidade. b) é muito complexo e, na verdade, não é possível chegar a um consenso a esse respeito uma vez que cada época define os critérios para classificar o que é arte. c) é definido já na pré-história, pois não se refere a progressos ou proficiências técnicas, mas a convenções estéticas já identificadas naquele período. d) não se aplica a pré-história, uma vez que, aqueles vestígios são insuficientes para compreender qualquer maneira de transmissão de ideias, concepções e necessidades. e) foi desenvolvido pelos gregos que classificaram o apelo estético de determinados objetos, diferenciando-os de peças utilitárias, tornando-se, assim, a referência absoluta em todo o mundo.

13. (ENEM 2015) As narrativas indígenas se sustentam e se perpetuam por uma tradição de transmissão oral (sejam as histórias verdadeiras dos seus antepassados, dos fatos e guerras recentes ou antigos; sejam as histórias de ficção, como aquelas da onça e do macaco). De fato, as comunidades indígenas nas chamadas “terras baixas da América do Sul” (o que exclui as montanhas dos Andes, por exemplo) não desenvolveram

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sistemas de escrita como os que conhecemos, sejam alfabéticos (como a escrita do português), sejam ideogramáticos (como a escrita dos chineses) ou outros. Somente nas sociedades indígenas com estratificação social (ou seja, já divididas em classes), como foram os astecas e os maias, é que surgiu algum tipo de escrita. A história da escrita parece mesmo mostrar claramente isso: que ela surge e se desenvolvem qualquer das formas – apenas em sociedades estratificadas (sumérios, egípcios, chineses, gregos etc.). O fato é que os povos indígenas no Brasil, por exemplo, não empregavam um sistema de escrita, mas garantiram a conservação e continuidade dos conhecimentos acumulados, das histórias passadas e, também, das narrativas que sua tradição criou, através da transmissão oral. Todas as tecnologias indígenas se transmitiram e se desenvolveram assim. E não foram poucas: por exemplo, foram os índios que domesticaram plantas silvestres e, muitas vezes, venenosas, criando o milho, a mandioca (ou macaxeira), o amendoim, as morangas e muitas outras mais (e também as desenvolveram muito; por exemplo, somente do milho criaram cerca de 250 variedades diferentes em toda a América).

D’ANGELIS, W. R. Histórias dos índios lá em casa: narrativas indígenas e tradição oral popular no Brasil.

Disponível em: www.portalkaingang.org. Acesso em: 5 dez. 2012.

A escrita e a oralidade, nas diversas culturas, cumprem diferentes objetivos. O fragmento aponta que, nas sociedades indígenas brasileiras, a oralidade possibilitou a) a conservação e a valorização dos grupos detentores de certos saberes. b) a preservação e a transmissão dos saberes e da memória cultural dos povos. c) a manutenção e a reprodução dos modelos estratificados de organização social. d) a restrição e a limitação do conhecimento acumulado a determinadas comunidades. e) o reconhecimento e a legitimação da importância da fala como meio de comunicação.

14. (UEG 2012) Analise a imagem.

Uma das pinturas rupestres pré-históricas mais conhecidas do paleolítico europeu é a de um bisonte, encontrada numa das grutas de Altamira, Espanha. Qual característica sociocultural pode ser vislumbrada por intermédio da pintura? a) O sedentarismo, já que apenas um grupo fixo de agricultores teria tempo de produzir uma pintura desse tipo. b) O ritualismo, visto que indica a existência de rituais mágicos para aprisionar animais por meio da pintura para facilitar a caça. c) O matriarcalismo, considerando que a suavidade dos traços indica que as pinturas eram feitas exclusivamente pelas mulheres. d) O zoomorfismo, uma vez que a pintura indica que os bisontes eram animais sagrados e proibidos de serem caçados pela comunidade.

15. (ENEM)

A pintura rupestre mostrada na figura anterior, que é um patrimônio cultural brasileiro, expressa a) o conflito entre os povos indígenas e os europeus durante o processo de colonização do Brasil. b) a organização social e política de um povo indígena e a hierarquia entre seus membros. c) aspectos da vida cotidiana de grupos que viveram durante a chamada pré-história do Brasil. d) os rituais que envolvem sacrifícios de grandes dinossauros atualmente extintos. e) a constante guerra entre diferentes grupos paleoíndios da América durante o período colonial.

16. (UFG) As pinturas rupestres são evidências materiais do desenvolvimento intelectual dos seres humanos. Embora tradicionalmente estudadas pela Arqueologia, elas ajudaram a redefinir a concepção de que a História se inicia com a escrita, pois a) funcionam como códices velados de uma comunidade à espera de decifração. b) expressam uma concepção de tempo marcada pela cronologia. c) indicam o predomínio da técnica sobre as forças da natureza. d) atestam as relações entre registros gráficos e mitos de origem. e) registram a supremacia do indivíduo sobre os membros de seu grupo.

17. (ENEM 2011)

Toca do Salitre – Piauí

Arte Urbana. Foto: Diego Singh

O grafite contemporâneo, considerado em alguns momentos como uma arte marginal, tem sido comparado às pinturas murais de várias épocas e às escritas pré-históricas. Observando as imagens apresentadas, é possível reconhecer elementos comuns entre os tipos de pinturas murais, tais como A) a preferência por tintas naturais, em razão de seu efeito estético.

Page 7: Data: Professor: Tainá Disciplina: Arte Turma: 3º Ano e Curso...deixar de citar também como elementos centrais da cultura indígena a pintura corporal e a arte plumária. A pintura

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B) a inovação na técnica de pintura, rompendo com modelos estabelecidos. C) o registro do pensamento e das crenças das sociedades em várias épocas. D) a repetição dos temas e a restrição de uso pelas classes dominantes. E) o uso exclusivista da arte para atender aos interesses da elite.

18.

A pintura egípcia pode ser caracterizada como uma arte que: a) definiu os valores passageiros e transitórios como forma de representação privilegiada. b) elegeu os valores eternos, presentes nos monumentos funerários, como objeto de representação. c) adornou os palácios como forma de representação pública do poder político. d) valorizou a originalidade na criação artística como possibilidade de experimentação de novos estilos. e) concebeu as imagens como modelo de conduta, utilizando-as em rituais profanos.

19. (UEG 2013) Observe a imagem a seguir

Esfinge de Gizé. Disponível em: <http://www.infoescola.com/civilizacao-

egipcia/esfinge-de-gize/>. Acesso em: 11 mar. 2013.

A Esfinge de Gizé é uma das mais imponentes esculturas da antiguidade. Ela indica que a civilização egípcia da antiguidade foi uma sociedade a) antropozoomórfica, uma vez que a representação do sagrado utilizava-se da mistura de formas animais e humanas. b) influenciada culturalmente pelos gregos, uma vez que modelo de escultura em formato de esfinge é típica da estética grega clássica. c) dominada militarmente pelos persas, uma vez que a esfinge foi construída para homenagear Cambises, considerado o “Leão da Ásia”. d) matriarcal, já que o rosto feminino da esfinge é uma homenagem a uma célebre líder religiosa que ocupou o cargo de faraó.

20.

O Tribunal de Osíris

“Tu choraste em presença da morte? Na presença da morte choraste? Não descende o cobarte do forte; Pois choraste, meu filho não és!”

A morte sempre esteve no contexto das representações dos povos desde a antiguidade até a Idade Contemporânea. As visões e atitudes diante a morte podem ser percebidas pelo homem, em cada momento da história. Nesse sentido, pode-se afirmar que a) quando um faraó egípcio morria, ele não era julgado no Tribunal de Osiris. Pelo poder acumulado, estes faraós já tinham entrada garantida no reino dos céus ou no reino do além. b) eram comuns, tanto no Egito como na Europa medieval, as práticas de embalsamamento dos corpos dos Faraós e sacerdotes. c) segundo a religião do Egito, quando alguém morria era julgado pelo tribunal de Osiris. Lá, seu coração era colocado em uma parte da balança e, na outra, uma pluma de avestruz de Maát, representando a justiça. A pesagem era registrada pelo escriba dos deuses, o deus Thot. Se a balança se equilibrasse, o morto era conduzido, por Osíris, para o além. d) Na Idade Média tratou-se da morte não como um rito de passagem para a morada definitiva da alma, a derradeira peregrinação do homem-viajante medieval, mas como o momento de ressurreição para a vida eterna.

21. O índio do Xingu, que ainda acredita em Tupã, assiste pela televisão a uma partida de futebol que acontece em Barcelona ou a um show dos Rolling Stones na praia de Copacabana. Não obstante, não há que se iludir: o índio não vive na mesma realidade em que um morador do Harlem ou de Hong Kong, uma vez que são distintas as relações dessas diferentes pessoas com a realidade do mundo moderno; isso porque o homem é um ser cultural, que se apoia nos valores da sua comunidade, que, de fato, são os seus. GULLAR. F. Folha de S. Paulo. São Paulo 19 out. 2008 (adaptado). Ao comparar essas diferentes sociedades em seu contexto histórico, verifica-se que a) pessoas de diferentes lugares, por fazerem uso de tecnologias de vanguarda, desfrutam da mesma realidade cultural. b) o índio assiste ao futebol e ao show, mas não é capaz de entendê-los, porque não pertencem à sua cultura. c) pessoas com culturas, valores e relações diversas têm, hoje em dia, acesso às mesmas informações. d) os moradores do Harlem e de Hong Kong, devido à riqueza de sua História, têm uma visão mais aprimorada da realidade. e) a crença em Tupã revela um povo atrasado, enquanto os moradores do Harlem e de Hong Kong, mais ricos, vivem de acordo com o presente.

Gabarito: 1-D. 2-D. 3-C. 4-D. 5-E. 6-A. 7-D. 8-A. 9-C. 10-A. 11-B. 12-B. 13-B. 14-B. 15-C. 16-A. 17-C. 18-B. 19-A. 20-C. 21-C.