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Anais do Congresso de Administração, Sociedade e Inovação - CASI 2016 - ISSN: 2318-698 | Juiz de fora/MG - 01 e 02 de dezembro de 2016 - 1 - ARTIGO - ADP ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A AVALIAÇÃO DA POLÍTICA PUBLICA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DA FAETEC TRÊS RIOS DANILO DE CASTRO LOPES OLIVEIRA, LUIZ ALBERTO DE LIMA LEANDRO, EVERLAM ELIAS MONTIBELER, ALINE PEREIRA NEVES DA COSTA O presente estudo buscou utilizar a ferramenta CAGED Estatístico como instrumento auxiliar no processo de avaliação de políticas públicas. Para tal foi selecionada a política pública de formação profissional a partir do caso da FAETEC Três Rios. O estudo foi elaborado a partir da análise da hipótese de que a instituição faz uma adequação da oferta de seus cursos profissionalizantes em atendimento ao crescimento econômico vivido pela cidade de Três Rios nos últimos anos. A pesquisa, de natureza quantitativa, se desenvolveu a partir do Princípio de Pareto por meio de documentos da referida instituição e dos dados coletados na ferramenta CAGED estatístico. O estudo mostrou que as implementações de novos cursos ocorridas em 2013 foram pouco direcionadas para atender às principais ocupações ocorridas no referido período. Palavras-Chave: Políticas Públicas; Desenvolvimento Local; Ensino Profissionalizante; CAGED; 1. Introdução Na década de 1990, o Brasil vivenciou transformações estruturais profundas no cenário socioeconômico (MORAIS; SAAD-FILHO, 2011; GONÇALVES; SILVA, 2013). A política de privatização e a abertura econômica, juntamente com a crescente estabilidade da moeda, trouxeram um forte estímulo aos investimentos internos e externos, proporcionando a progressão da reestruturação industrial, especialmente no início dos anos 2000 (YANO, 2008; ALMEIDA, 2011). Fatores esses que permitiram a retomada do crescimento a partir do referido período. (TORRES FILHO, 2007; MATTEI, 2012). Neste sentido, Para Schultz (1973), Schumpeter (1982) e Peixoto Filho (2014) um dos fatores essenciais para o crescimento e desenvolvimento econômico de um país é a adequada qualificação profissional da sua mão de obra. Esta qualificação deve ser dada por meio do

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ARTIGO - ADP – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

A AVALIAÇÃO DA POLÍTICA PUBLICA DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DA

FAETEC TRÊS RIOS

DANILO DE CASTRO LOPES OLIVEIRA, LUIZ ALBERTO DE LIMA LEANDRO,

EVERLAM ELIAS MONTIBELER, ALINE PEREIRA NEVES DA COSTA

O presente estudo buscou utilizar a ferramenta CAGED Estatístico como instrumento auxiliar

no processo de avaliação de políticas públicas. Para tal foi selecionada a política pública de

formação profissional a partir do caso da FAETEC Três Rios. O estudo foi elaborado a partir

da análise da hipótese de que a instituição faz uma adequação da oferta de seus cursos

profissionalizantes em atendimento ao crescimento econômico vivido pela cidade de Três

Rios nos últimos anos. A pesquisa, de natureza quantitativa, se desenvolveu a partir do

Princípio de Pareto por meio de documentos da referida instituição e dos dados coletados na

ferramenta CAGED estatístico. O estudo mostrou que as implementações de novos cursos

ocorridas em 2013 foram pouco direcionadas para atender às principais ocupações ocorridas

no referido período.

Palavras-Chave: Políticas Públicas; Desenvolvimento Local; Ensino Profissionalizante;

CAGED;

1. Introdução

Na década de 1990, o Brasil vivenciou transformações estruturais profundas no

cenário socioeconômico (MORAIS; SAAD-FILHO, 2011; GONÇALVES; SILVA, 2013). A

política de privatização e a abertura econômica, juntamente com a crescente estabilidade da

moeda, trouxeram um forte estímulo aos investimentos internos e externos, proporcionando a

progressão da reestruturação industrial, especialmente no início dos anos 2000 (YANO, 2008;

ALMEIDA, 2011). Fatores esses que permitiram a retomada do crescimento a partir do

referido período. (TORRES FILHO, 2007; MATTEI, 2012).

Neste sentido, Para Schultz (1973), Schumpeter (1982) e Peixoto Filho (2014) um dos

fatores essenciais para o crescimento e desenvolvimento econômico de um país é a adequada

qualificação profissional da sua mão de obra. Esta qualificação deve ser dada por meio do

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desenvolvimento de especialidades com habilidades e conhecimentos pertinentes ao mundo

do trabalho (SCHULTZ,1973; SCHUMPETER, 1982; PEIXOTO FILHO, 2014).

Segundo Silvestre (2006) é possível observar o reflexo do fenômeno do crescimento

econômico e da evolução tecnológica brasileira do início dos anos de 2000 no estado do Rio

de Janeiro. Neste contexto, destaca-se o papel da Secretaria de Ciência, Tecnologia e

Inovação do estado do Rio de Janeiro (SECTI-RJ), responsável por responder aos desafios

criados pela rápida difusão dos avanços tecnológicos enfrentados pelo setor produtivo e pela

sociedade (RIO DE JANEIRO, 2002). Esta secretaria, à época, constituída por doze

instituições estaduais, sendo quatro instituições de ensino, dentre as quais está a Fundação de

Apoio à Escola Técnica - FAETEC. A FAETEC tem por finalidade promover e gerenciar a

política de educação profissional e tecnológica no Estado do Rio de Janeiro com vista à

inclusão no mundo do trabalho (RIO DE JANEIRO, 2012a). Assim, sua finalidade aponta

para o seu papel de contribuição para o crescimento econômico, já que a educação

profissional está diretamente associada a este fim (SCHULTZ, 1973; SCHUMPETER, 1982;

PEIXOTO FILHO, 2014).

Em seu estudo sobre o desenvolvimento econômico da Microrregião de Três Rios, no

período de 2004 a 2010, Baylão (2013) constatou que a lei de incentivo fiscal (Lei 4.854 de

20061) proporcionou um expressivo crescimento econômico para referida região. No quesito

emprego e renda, no referido período, a cidade de Três Rios apresentou o maior desempenho

no Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal2 (IFDM).

Atualmente, pode-se dizer que para a cidade de Três Rios, a lei de incentivo fiscal de

2006 somada às vantagens estruturais e de localização3 projetou a cidade no cenário

econômico do estado, abrindo suas portas para futuros investimentos de novas empresas na

cidade. No período de 2009 a 2014 o governo municipal tomou uma série de iniciativas de

incentivo ao empreendedorismo local que dinamizou a economia da cidade. Tais iniciativas

para o empreendedorismo local, somadas às ações do governo estadual expandiram as

vantagens ofertadas pela cidade de Três Rios e vem mantendo o crescimento econômico da

cidade e região até o momento (SEBRAE, 2014).

Ferraz (2000) explica que o elemento principal de uma iniciativa de desenvolvimento

local padrão é a participação das forças e representações locais, especialmente do prefeito

municipal. “A intensidade, o grau de abrangência e a qualidade dos resultados dependem do

engajamento dessas lideranças e da máquina pública” (FERRAZ, 2000, p. 178).

1 Lei nº 4.854, de 25 de setembro de 2006: dá nova redação ao caput do artigo 1º da lei nº 4.533/05, com o objetivo de incluir

os municípios de três rios e paraiba do sul na política de recuperação econômica de municípios fluminenses e dá outras

providências. O incentivo fiscal dado pela referida lei foi revogado pela lei 5.701 de 2010. 2 O IFDM – Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal – é um estudo do Sistema FIRJAN que acompanha anualmente o

desenvolvimento socioeconômico de todos os mais de 5 mil municípios brasileiros em três áreas de atuação: Emprego &

renda, Educação e Saúde. Criado em 2008, ele é feito, exclusivamente, com base em estatísticas públicas oficiais,

disponibilizadas pelos ministérios do Trabalho, Educação e Saúde. (http://www.firjan.com.br/ifdm/) 3 A cidade de Três Rios apresenta um dos mais importantes entroncamentos rodo-ferroviários do estado do Rio de Janeiro,

conectando os estados de Minas Gerais e São Paulo ao Rio de Janeiro.

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Diante do exposto, é possível observar o potencial da educação profissional e

tecnológica proporcionada pela FAETEC como uma atividade colaboradora para o

desenvolvimento local da cidade de Três Rios. Pois a partir do crescimento econômico são

abertas novas oportunidades de trabalho e para ocupar essas vagas se faz necessário uma

melhor qualificação profissional que atenda a essa demanda. Assim, um estudo que analise a

hipótese de que a instituição faz uma adequação da oferta de seus cursos profissionalizantes

para o atendimento ao crescimento econômico vivido pela cidade pode contribuir para avaliar

a efetividade da política pública implementada.

2. Fundamentação Teórica

2.1 Desenvolvimento Econômico

Não é de hoje que a evolução das indústrias e do padrão de consumo da sociedade

capitalista têm aberto discussões acerca dos efeitos do processo de crescimento econômico na

qualidade de vida da sociedade (SOUZA, 2012). Também, não é de hoje, que os conceitos de

crescimento e desenvolvimento econômico provocam discussões acerca de suas relações

(SACHS, 2007; SOUZA, 2012; BRESSER-PEREIRA, 2014).

Para Vieira, Albert e Bagolin (2007) o crescimento econômico se dá pelo aumento da

capacidade produtiva da economia, isso se refere à produção dos bens e serviços de um

determinado país ou área econômica. Este crescimento é calculado pela evolução do

crescimento anual do Produto Nacional Bruto (PNB) ou Pelo Produto Interno Bruto (PIB).

Brue (2006) resume a definição de crescimento econômico como o aumento da produção real

de um país (PIB) que ocorre durante determinado período. Este crescimento pode ser indicado

pela mensuração da sua força de trabalho, receita nacional poupada e investida e o grau de

aperfeiçoamento tecnológico.

Fonseca (2004) lembra que os manuais têm convencionado crescimento como “taxas

positivas de crescimento do PIB”, enquanto desenvolvimento, além de supor crescimento,

exige melhoria dos indicadores sociais e de bem-estar (FONSECA, 2004). Deste modo, Brue

(2006) entende o desenvolvimento econômico como o crescimento econômico seguido da

melhoria do padrão de vida da população de uma localidade e por essenciais modificações na

estrutura econômica e social permitindo uma justa distribuição das riquezas produzidas.

Vasconcellos e Garcia (1998) explicam que o desenvolvimento deve incluir a melhora nos

indicadores de bem estar econômico e social, citando a redução da pobreza, do desemprego,

da desigualdade, assim como melhoria nas condições de saúde, alimentação, moradia e

educação.

Amartya Sen (2010) explica que o desenvolvimento para uma dada sociedade deve ser

observado na perspectiva do Desenvolvimento como Liberdade, ou seja, através das

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liberdades substantivas que os indivíduos dessa determinada sociedade usufruem. Para ele

dentre as liberdades substantivas estariam as capacidades de se evitar desnutrição, fome,

mortalidade precoce, o analfabetismo e o aumento da participação ativa da vida política na

sociedade.

2.2 A Educação Tecnológica e o Desenvolvimento Local

É possível notar em Souza (2012) que não é de hoje que a tecnologia e inovação são

importantes fatores no processo de crescimento e desenvolvimento econômico. Deste modo, a

trajetória de estudos sobre a utilização de meios tecnológicos e inovação para alcançar o

crescimento e o desenvolvimento econômico podem ser percebidos em autores como Adam

Smith, David Ricardo, Stuart Mill, destacando-se as contribuições de Karl Marx e Joseph

Alois Schumpeter, neste processo (COSTA, 2006; SOUZA, 2012).

Costa (2006, p.1) explica que “Schumpeter é considerado, par excellence, um

estudioso do papel da tecnologia na sociedade, ao fazer dessa variável o motor do

desenvolvimento econômico”. Em seus estudos Schumpeter buscava o entendimento dos

movimentos da economia e o destino do capitalismo. Observando este como o modo

particular de produzir de uma sociedade (COSTA, 2006). Em seus estudos, Schumpeter,

observando o progresso técnico demonstrava uma visão diferente sobre os fatores

determinantes de crescimento segundo os economistas clássicos (o crescimento da população,

o aumento da produção e o acúmulo de recursos) (COSTA, 2006).

A teoria do capital humano de Schultz (1973) também alimenta a valorização da

qualificação profissional e destaca a ideia de investimento em educação. Consequentemente

ao aumentar a qualidade da força de trabalho haverá ganho de produtividade e a diminuição

da precarização dos postos de trabalho priorizando uma melhor qualidade neste, além de

contribuir para o crescimento econômico (BALASSIANO; SEABRA; LEMOS, 2005).

Deste modo a qualificação do trabalhador, pode ser entendida como potenciadora do

crescimento econômico e das chances individuais de acesso a melhores postos de trabalho.

Isso faz do capital educacional um garantidor da maior produtividade e da melhor

oportunidade de ocupação e remuneração para o trabalhador (BALASSIANO; SEABRA;

LEMOS, 2005).

Deste modo, para a localidade promover esse tipo de condição, é necessário o

desenvolvimento local. Wittmann, Dotto e Boff (2008) explicam que o desenvolvimento local

depende da forma como as empresas e instituições participam numa localidade específica e de

que maneira a competitividade é afetada pela eficiência e eficácia da articulação entre os

agentes. Assim, compreende-se a necessidade de reinventar a forma como se explora os

fatores que contribuem para o desenvolvimento das localidades.

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2.3 Políticas Públicas

No século XX o Estado recebe uma nova e importante função perante a sociedade, o

de provedor do bem-estar social (TUDE, 2010). Esta nova função requer do Estado uma

atuação mais distinta e inteirada aos problemas cotidianos da sociedade. Assim, surgem as

Políticas Públicas, visando atender as necessidades advindas da sociedade (TUDE, 2010).

Para Tude (2010) as Políticas Públicas incluem, tradicionalmente, as decisões e ações

propostas, convencionalmente, por um ente estatal, em um determinado segmento (saúde,

educação, transportes e etc.) de iniciativa própria ou combinando esforços com determinada

comunidade ou setores da sociedade civil.

Segundo Junquilho (2010) é a Administração Pública a responsável por executar as

políticas públicas que chegam à sociedade por meio do serviço público. As políticas públicas

podem ser originadas por políticas de governo ou políticas de Estado (JUNQUILHO, 2010;

OLIVEIRA, 2011). As políticas de Estado são aquelas estabelecidas em lei, originadas da

relação entre Executivo e Legislativo (JUNQUILHO, 2010). Oliveira (2011) acrescenta que

estas políticas incidem em setores mais amplos da sociedade. As políticas de governo são

definidas a partir dos objetivos traçados pelos governantes por meio dos planos

governamentais atendendo a uma determinada orientação política (JUNQUILHO, 2010).

Oliveira (2011) acrescenta que a formulação e implementação dos planos e programas devem

responder às demandas da agenda política interna.

Para Bernardoni (2010, p.28) planejar é “[...] saber o que fazer, quando fazer, onde

fazer, como fazer, com quanto fazer e para quem fazer”. Neste sentido, o planejamento pode

ser entendido como um processo lógico que permite uma atuação racional no processo de

tomada de decisões da administração e na intenção de realizar atividades no futuro. Este

processo lógico de planejar é dividido em duas principais fases, fase de preparação e de

execução (BERNARDONI, 2010).

Assim, Matias Pereira (2009) define eficiência como o fazer corretamente as ações,

atividades a que se propõe e da melhor maneira possível. Assim, dá-se ênfase aos métodos e

procedimentos internos. Para a eficácia, o autor define, como a capacidade da Administração

Pública no que tange o cumprimento das necessidades de uma determinada coletividade por

meio da prestação de serviços públicos (MATIAS-PEREIRA, 2009). Já a efetividade é a

expressão da qualidade que deve ser obtida por esses mesmos serviços prestados. Para

Andrade (2005), as consequências do planejamento atingem diretamente à qualidade do

serviço público prestado à sociedade, assim, ele afirma que planejar é uma atividade essencial

ao administrador público responsável.

Para Turi (2010) a implementação seria a fase imediatamente posterior a de elaboração

dos planos, programas e decisões, nela estariam as alternativas definidas que a realizaria como

uma ação política. Silva (2009) diz que a implementação compreende um processo de

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interação entre os objetivos definidos e as ações necessárias para o seu atingimento. O que

equivale ao planejamento e organização da máquina pública com seus respectivos recursos,

como recursos humanos, financeiros, materiais e tecnológicos, para a realização da política

pública.

Após a implementação se faz necessário a análise da mesma. A análise de políticas

públicas é uma etapa do processo formada por elementos que permitem uma percepção mais

explicativa e normativa sobre o processo de elaboração de Políticas Públicas. Este campo é

um estudo sobre a ciência do Estado em ação, ou seja, uma análise da forma da atuação real

da autoridade pública. Este campo é importante, pois permite compreender a adequação das

políticas públicas em geral (nacional, estadual ou municipal) e a complexidade que a ela é

intrínseca (BAPTISTA; RESENDE, 2011).

3. Método de Pesquisa

A presente pesquisa, de natureza quantitativa, foi elaborada a partir de documentos e

dados oriundos de site específico disponibilizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Segundo Leandro (2013), é possível e significativo estabelecer uma relação entre o material

oriundo da coleta de dados com o processo de esclarecimento do problema pesquisado.

Conforme Gerrhardt e Silveira (2009) a pesquisa quantitativa, está fundamentada no

pensamento positivista lógico, com um direcionamento ao raciocínio dedutivo, obedecendo a

regras lógicas e às características mensuráveis. Nesse sentido, “os procedimentos estatísticos

fornecem considerável reforço às conclusões obtidas, sobretudo, mediante a experimentação e

a observação” (PRODANOV; FREITAS; 2010).

A presente pesquisa foi elaborada em duas etapas, o primeiro baseado num estudo

teórico observando as teorias sobre desenvolvimento, políticas públicas e educação

profissionalizante. Na segunda etapa, o levantamento de dados a partir de fontes primárias

(dados do CAGED Estatístico) e secundária (dados da instituição).

Para analisar os dados obtidos com a pesquisa foi utilizado o Princípio de Pareto. Este

método foi criado pelo economista Vilfredo Pareto em seu estudo sobre a distribuição de

renda. Através deste estudo, percebeu-se que a distribuição de riqueza não se dava de maneira

uniforme, havendo grande concentração de riqueza (80%) nas mãos de uma pequena parcela

da população (20%) (BRUE, 2006). Neste sentido, foram analisados os dados obtidos pelos

documentos da FAETEC Três Rios e os dados do GAGED Estatístico a fim de apresentar o

grupo de ocupações com maior número de pessoas e assim sugerir a oferta de cursos para tais

ocupações.

4. A utilização do CAGED Estatístico no auxilio da avaliação da política pública de

formação profissional: o exemplo da FAETEC Três Rios

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A Região Centro-Sul Fluminense, a exemplo do Noroeste Fluminense, teve seu

apogeu à época da cultura cafeeira, e desde sua decadência vem galgando os degraus do

crescimento, principalmente na indústria. Três Rios é o principal município desta região,

destacando-se na fabricação de produtos de metal e de material plástico (CEPERJ, 2014).

Historicamente Três Rios tem sido participativa nos objetivos logísticos do estado do

Rio de Janeiro e do Brasil. Diferenciada na região, possui um dos entroncamentos mais

importantes do país, ligando a BR-040 (conexão do Rio de Janeiro com Belo Horizonte e

Brasília) à BR-393, (trecho da chamada Rio-Bahia) principal ligação do Sudeste, região de

maior concentração de produção e renda do país, com o Nordeste brasileiro.

Tais fatores logísticos somaram-se a uma política de desenvolvimento local iniciada

em 2009 que rendeu à cidade o título de cidade empreendedora (SEBRAE, 2014). Os dados

da tabela abaixo apresentam a continuidade do crescimento econômico da cidade até 2013.

Tabela 1– PIB a preços correntes – Três Rios

Ano Valor do PIB (mil reais) Variação anual (%)

2009 1.376.758 -

2010 1.849.009 34,3

2011 1.946.294 5,3

2012 2.410.833 23,9

2013 2.886.137 19,7

Fonte: http://cidades.ibge.gov.br

Para diversos autores o PIB é um importante indicador de crescimento econômico

(VIEIRA, ABERT, BAGOLIN, 2007; BRUE, 2006). Vieira, Albert e Bagolin (2007)

explicam que o crescimento econômico se dá pelo aumento da capacidade produtiva da

economia, isso se refere à produção dos bens e serviços de um determinado país ou área

econômica. Brue (2006) acresce que o crescimento econômico pode ser indicado pela

mensuração da sua força de trabalho, receita nacional poupada e investida e o grau de

aperfeiçoamento tecnológico.

Cário e Pereira (2000) explicam que com o aumento da produtividade, aumenta-se a

riqueza, obtendo maiores resultados com o trabalho com o mesmo número de pessoas ou

reduz-se esse número. Neste sentido, identifica-se a formação profissional como um

promovedor do aumento dessa capacidade produtiva e o crescimento das atividades

econômicas como um cenário propício para a inclusão de profissionais mais qualificados para

atingir tal objetivo.

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A FAETEC Três Rios, antigo Centro Vocacional Tecnológico (CVT), dispõem de

cursos de nível básico, denominados de cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC),

cursos de nível técnico e de nível superior. Em 2015 a grande maioria dos cursos passou a

atender a codificação utilizada na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), o que

permite a relação do curso ofertado com a ocupação destinada. O quadro a seguir apresentam

os cursos com o CBO e a sua evolução de oferta na FAETEC Três Rios.

Quadro 1 – Cursos ofertados pela FAETEC Três Rios – 2001 – 2016

CBO

Correspondente Cursos Tipo

Antes

de

2013

A

partir

de

2013

3421-25 Tecnologia em Logística Superior X

2394-15 Licenciatura em Pedagogia Superior X

3513 Técnico em Administração Técnico X

3121-05 Técnico em Edificações Técnico X

3171-10 Técnico em Informática Técnico X

2123-10 Auxiliar em Administração de

Redes FIC X

2624-10 Operador de Editoração

Eletrônica FIC X

4110-05 Auxiliar de Recursos

Humanos FIC X

3172-05 Informática FIC X

4141-05 Almoxarife FIC X

4141-05 Almoxarife de Obras FIC X

4221-05 Recepcionista FIC X

4223-10 Operador de Teleatendimento FIC X

7152-30 Pedreiro de Alvenaria FIC X

7155-25 Carpinteiro de obras FIC X

7156-10 Eletricista instalador predial

de baixa tensão FIC X

7165-10 Aplicador de revestimento

cerâmico FIC X

7166-10 Pintor de imóveis FIC X

7241-10 Encanador instalador predial FIC X

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7311-10 Montador e Reparador de

Computadores FIC X

- Espanhol FIC X

- Inglês FIC X

- Inglês Aplicado a Serviços

Turísticos FIC X

- Auto CAD 2D FIC X

- Francês FIC X

Fonte: FAETEC (2016)

Conforme pode-se observar no quadro 1 o ano de 2013 foi um divisor de águas pra a

FAETEC Três Rios que recebeu uma série de cursos para serem ofertados para a cidade.

Observando o crescimento econômico vivido pela cidade, pode-se dizer que o PIB Municipal

cresceu de 2009 a 2013 em torno de 63,5% (tabela 1). A partir de Cacciamali, Portella,

Lacerda e Pires (1995) pode-se dizer que o crescimento econômico é responsável por gerar

vagas de empregos. Assim, o momento vivido em Três Rios apresentou um aumento nas

oportunidades de trabalho. Segundo Balassiano, Seabra e Lemos (2005) as oportunidades de

trabalho são ocupadas por profissionais qualificados com maior capital educacional. Neste

sentido, a avaliação da implementação da política pública de formação profissionalizante

pode auxiliar no direcionamento de esforços de oferta de cursos para sociedade contribuindo

para a manutenção do crescimento econômico alcançado. Assim, em função da

representatividade na implementação de novos cursos, o período escolhido para analise da

política pública de formação profissional da FAETEC Três Rios foi o ano de 2013.

A análise utilizou a base do CAGED Estatístico. O Ministério do Trabalho

disponibiliza uma ferramenta online chamada Base Estatísticas RAIS e CAGED, a partir do

site http://bi.mte.gov.br/. Esta ferramenta é composta de duas bases de dados estatísticas a

partir das declarações enviadas pelas empresas. Seriam o Cadastro Geral de Empregados e

Desempregados (CAGED) e a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Ambas de

caráter obrigatório, sendo que o primeiro é fornecido mensalmente pelas empresas, enquanto

o segundo anualmente.

A partir da seleção da opção Tabelas a ferramenta lhe dá acesso ao sistema de

pesquisa na base dados com opções de construção da tabela a ser exportada em diversos

formatos. As opções são divididas em duas áreas: seleções e seleções por assunto. A primeira

traz os valores, chamado de conteúdo. A segunda traz as variáveis disponíveis para

construção da tabela. Nesta é possível escolher variáveis como: delimitação geográfica

(região, estado, município), os municípios, os setores utilizados pelo IBGE e CNAE, a

classificação de ocupação (CBO) e outros.

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A avaliação da política pública de formação profissional da FAETEC Três Rios inicia

com a pesquisa no CAGED Estatístico sobre a quantidade de pessoas ocupadas conforme o

CBO Família no ano de 2013 (valores mensais). Foram geradas 164 ocupações das diversas

áreas econômicas. Para a apresentação das ocupações mais pertinentes a serem avaliadas e

atendidas pela política pública de formação profissional foi utilizado o Princípio de Pareto

(Princípio 80/20). Assim, o resultado obtido com a análise de Pareto está demonstrado na

tabela 2 abaixo, com 32 ocupações que correspondem a 20% do total das ocupações

analisadas com 80% do total de pessoas ocupadas (relação ocupação/número de pessoas).

Tabela 2 – Relação das ocupações analisadas pelo Princípio de Pareto - 2013

Item Código Ocupação Média

%

Indiv.

%

Acumul.

Curso

FAETEC

TR

1 5211 Vendedores e Demonstradores em

Lojas ou Mercados 6470 10,3% 10% NÃO

2 7842 Alimentadores de Linhas de Produção 6209 9,9% 20% NÃO

3 7170 Ajudantes de Obras Civis 4799 7,6% 28% NÃO

4 4110

Escriturários em Geral, Agentes,

Assistentes e Auxiliares

Administrativos.

4082 6,5% 34% SIM

5 7825 Motoristas de Veículos de Cargas em

Geral 3472 5,5% 40% NÃO

6 5142

Trabalhadores nos Serviços de

Manutenção e Conservação de

Edifícios e Logradouros /

Trabalhadores nos serviços de coleta

de resíduos, de limpeza e conservação

de áreas públicas.

2292 3,6% 43% NÃO

7 9922

Trabalhadores Operacionais de

Conservação de Vias Permanentes

(Exceto Trilhos)

2128 3,4% 47% NÃO

8 7632 Operadores de Maquinas para Costura

de Pecas do Vestuário 1954 3,1% 50% NÃO

9 5174 Porteiros, Guardas e Vigias 1674 2,7% 53% NÃO

10 7152 Trabalhadores de Estruturas de

Alvenaria 1644 2,6% 55% SIM

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11 4211 Caixas e Bilheteiros (Exceto Caixa de

Banco) 1430 2,3% 57% NÃO

12 7832 Trabalhadores de Cargas e Descargas

de Mercadorias 1416 2,3% 60% NÃO

13 5143 Trabalhadores nos Serviços de

Manutenção de Edificações 1415 2,2% 62% NÃO

14 7823 Motoristas de Veículos de Pequeno e

Médio Porte 1095 1,7% 64% NÃO

15 7155

Trabalhadores de Montagem de

Estruturas de Madeira, Metal e

Compositos em Obras Civis

1025 1,6% 65% SIM

16 7841 Trabalhadores de Embalagem e de

Etiquetagem 875 1,4% 67% NÃO

17 5134 Garcons, Barmen, Copeiros e

Sommeliers 863 1,4% 68% NÃO

18 5132 Cozinheiros / Cozinheiros 790 1,3% 69% NÃO

19 4141 Almoxarifes e Armazenistas 696 1,1% 70% SIM

20 7242

Trabalhadores de Tracagem e

Montagem de Estruturas Metálicas e

de Compositos

652 1,0% 72% NÃO

21 5112 Fiscais e Cobradores dos Transportes

Públicos 545 0,9% 72% NÃO

22 5163 Tintureiros, Lavadeiros e Afins, À

Maquina 521 0,8% 73% NÃO

23 4122 Continuos 484 0,8% 74% NÃO

24 7153 Montadores de Estruturas de Concreto

Armado 471 0,7% 75% NÃO

25 7824 Motoristas de Ônibus Urbanos,

Metropolitanos e Rodoviários 470 0,7% 75% NÃO

26 8117

Operadores de Instalações e Maquinas

de Produtos Plásticos, de Borracha e

Parafinas

464 0,7% 76% NÃO

27 4221 Recepcionistas 461 0,7% 77% SIM

28 7163 Vidraceiros (Revestimentos Rígidos) 450 0,7% 78% NÃO

29 8232

Operadores de Instalações e

Equipamentos de Fabricação de

Cerâmicas, Vidros e Porcelanas

428 0,7% 78% NÃO

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30 7166 Pintores de Obras e Revestidores de

Interiores (Revestimentos Flexíveis) 423 0,7% 79% SIM

31 8621 Operadores de Maquinas a Vapor e

Utilidades 420 0,7% 80% NÃO

32 3222 Técnicos e Auxiliares de Enfermagem 402 0,6% 80% NÃO

As 164 ocupações somam uma média de 62.896 pessoas no ano de 2013. Das 164

ocupações obtidas a partir do CAGED Estatístico, a FAETEC Três Rios atende à 20

ocupações diferentes com cursos específicos de qualificação. Isso equivale a ser capaz de

atender a aproximadamente 12% das ocupações identificadas.

No entanto, as 32 ocupações selecionadas a partir do Princípio de Pareto (tabela 2)

referem-se a 20% das ocupações com 80% das pessoas ocupadas, somando uma média de

50.517 pessoas no ano de 2013. Dessas 32 ocupações selecionadas com a análise de Pareto, a

FAETEC Três Rios atende à 6 ocupações diferentes com cursos específicos de qualificação.

Isso equivale a ser capaz de atender a aproximadamente 19% das principais ocupações

selecionadas.

Dos 25 cursos ofertados pela FAETEC Três Rios, 20 tem um CBO correspondente.

Desses 20, 6 cursos estão dentro da classificação A. A classificação A corresponde a 20% das

ocupações com 80% do total de pessoas ocupadas no período.

Os outros 14 cursos estão na classificação B, onde encontra-se 30% das ocupações

que correspondem a 15% das pessoas ocupadas. O que ainda pode ser considerado com

representatividade para a análise. A FAETEC Três Rios não disponibiliza cursos para a

classificação C, com 50% das ocupações com 5% das pessoas ocupadas. Sendo assim,

verificou-se uma maior concentração dos cursos da FAETEC Três Rios atendendo à

classificação B.

5. Conclusões

O estudo leva a conclusão que a implementação de novos cursos pela política pública

de formação profissional realizada pela FAETEC Três Rios, em 2013, conseguiu promover

para 19% das principais ocupações identificadas a possiblidade de fazer um curso com

direcionamento à sua ocupação. Essas pessoas ocupadas, ao terem a possibilidade de fazer um

curso específico e direcionado ao seu tipo de ocupação conseguem alcançar o que Balassiano,

Seabra e Lemos (2005) citaram sobre as chances individuais de acesso a melhores postos de

trabalho, maior produtividade e remuneração.

No entanto, vê-se um caminho longo a percorrer para atender às demais ocupações.

Claro que este é um estudo preliminar, é necessário complementar este estudo com outras

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informações, por exemplo, quanto a área e o nível de formação dessas ocupações não

atendidas, será que a FAETEC Três Rios tem know-how para atendê-los? Será que faria parte

da missão da FAETEC atender esse tipo de ocupação? Então são muitos questionamentos que

complementariam a pesquisa e fariam com que ela aumentasse a sua assertividade no

processo da busca da efetividade do serviço público.

Esse tipo de avaliação auxilia o gestor público que quer otimizar o uso dos recursos e

direcionar os investimentos. Assim, é alcançada a efetividade no serviço público e a

aproximação com a realidade da sociedade que este gestor atende. Atendendo também à

missão da FAETEC, instituição estadual de cunho tecnológico, que visa a formação

profissional para o mercado de trabalho. Assim como, a sua contribuição para a inserção no

mercado de trabalho. Não somente atendendo àqueles que já estão empregados, qualificando,

assim aumentando sua produtividade, mas também, qualificando para inserir novos

profissionais no mercado de trabalho.

Deste modo, a partir deste estudo foi possível identificar a potencialidade da

ferramenta utilizada, abrindo espaço para novos estudos aplicando-a. Ao analisar os dados de

quantidade de pessoas ocupadas e direcionar, a partir do Princípio de Pareto, a importância da

ocupação em função desta quantidade, expande-se a avaliação ou os recursos complementares

para a mesma, associando ou analisando outros tipos de variáveis como valor da remuneração

média, grau de escolaridade e outros. Assim como, manter as análises para os períodos

seguintes e acompanhar periodicamente as flutuações das demandas por cursos disponíveis

pelas áreas ocupacionais de maior número de pessoas.

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