apostila danilo russo

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WORKSHOP BOOK, MODA E RETRATO

Patrocinador oficial:Realização: Co-patrocinador:

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O primeiro passo para se realizar qualquer imagem fotográfica é ter um objetivo.Sem um resultado para alcançar, não é possível planificação.

No caso da fotografia profissional o objetivo é absorver as exigências do cliente. Os conhecimentos, habilidades e capacidades do fotógrafo permitirão que essas exigências expressas e às vezes até não expressas se concretizem na forma de uma comunicação visual.

Visto deste jeito o trabalho criativo do fotógrafo assume uma direção bem especifica.

ADVERTÊNCIA

Lembramos que tudo o que está dito aqui funciona em relação à fotografia comercial, especialmente de pessoas.

As técnicas, em modo particular, partem do pressuposto que o nosso sujeito fotográfico seja um ser humano!!!

É importante frisar isso porque outras áreas da fotografia utilizam técnicas, recursos e conceitos que podem chegar a ser contraditórios com aqueles usados em fotografia de pessoas.

Comunicação visual.Sentido fotográfico.

Produção.Marketing.

I – 1. COMUNICAÇÃO VISUAL

Composição, iluminação e informação são os elementos que caracterizam a comunicação visual.

A condição necessária para a definição de uma linguagem é a existência de um código e de um repertório codificados. Isso não existe em relação às imagens, mas na prática, nós fotógrafos nos comunicamos diariamente através delas.

O código e o repertório que não são codificados formalmente existem na dinâmica da visão humana (teoria da Gelstald), na profundeza da genética, e radicadas nos costumes sociais e culturais. A partir do estudo ou do conhecimento empírico desses códigos foram criadas regras de composição e iluminação que produzem sensações específicas e que devemos considerar nas nossas fotos. Além disso, falando de conteúdo ou

CONCEITOS E ATUAÇÃO I - HABILIDADES E CAPACIDADES

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I – 3. PRODUÇÃO

A realização de um trabalho fotográfico se compõe de fases sucessivas que podem ser descritas deste modo:

· Captação e definição do briefing· Produção· Realização das imagens fotográficas· Edição· Apresentação do trabalho para o cliente

I – 3. a. Captação e definição do briefing

Em primeiro lugar devemos entender com exatidão o que o cliente precisa é a isso que se chama de captação de briefing.O pedido do cliente tem que ser entendido para depois ser analisado em função da realização fotográfica. Na maioria das vezes, o cliente conhece o próprio produto ou desejo, mas não sabe como isso pode ficar bem em fotografia. É nossa obrigação oferecer sugestões que façam o resultado fotográfico render ao máximo possível.O cliente pode querer uma coisa que você já sabe que o resultado será feio, inutilizável ou até impossível de realizar fotograficamente.Por isso a nossa consultoria é indispensável.Antes de começar qualquer trabalho devemos ter certeza de estar em acordo com o cliente. Quando esse acordo é conquistado define-se ‘como a foto tem que ser’. Isso é o briefing.

informação da imagem fotográfica, não podemos esquecer a comunicação silenciosa do corpo que, através de posturas e atitudes, completa a nossa comunicação.

I – 2. SENTIDO FOTOGÁFICO

Sentido fotográfico é uma qualidade que todos nós fotógrafos devemos cultivar e que diz respeito à relação entre o que o SER HUMANO VÊ E O QUE A FOTOGRAFIA PODE REPRODUZIR.

A visão humana enxerga muito além daquilo que uma câmara fotográfica pode captar. O fotógrafo tem que se adaptar a essa realidade para poder imortalizar o que ele está percebendo.

Visão Humana X Câmara Fotográfica

Olho CâmaraVisão seletiva Visão objetivaVisão periférica Visão objetivaVisão tridimensional Visão bidimensionalPanfocus Mecanicamente controlada através da profundidade de campo e objetivaSensibilidade à luz Sensibilidade às variações de luminosidade (latitude de exposição)Temperatura das cores Captação do movimento (congelamento da imagem, tremido e panning)Perspectiva corrigida Perspectiva real

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Nós somos consultores e como tais temos que conhecer a melhor linguagem fotográfica para cada área em que estamos atuando.

Aqui entra um outro conceito que iremos desenvolver em seguida: PREPARAÇAO E INFORMAÇÃO QUE UM FOTÓGRAFO TEM QUE TER.

Voltando à realização do nosso trabalho fotográfico, depois de ter definido o briefing, temos que preparar a foto.

I – 3. b. Produção

A produção é a fase durante a qual estaremos preparando o necessário para a foto. Em moda, por exemplo, devemos escolher os colaboradores. No caso de um casamento, devemos conhecer os locais (igreja e salão de festas, estudar onde realizar as fotos de externa e os retratos posados). Em fotografia de ambiente, fazer uma visita ao local a fotografar para conhecer as condições de luz e preparar ao máximo, levando o equipamento e escolhendo o melhor horário para fotografar com luz natural, etc.Esta fase de produção é muito importante e depende dela o resultado do trabalho. Não devemos ceder à tentação de subestimar esta fase, por achar que na hora conseguiremos as idéias de que precisamos. Apesar de acontecer de fazer, às vezes, coisas totalmente diferentes

das planejadas, esta preparação dá uma certeza e tranqüilidade sobre os resultados que são as bases do sucesso da foto.

I – 3. c. Realização das imagens fotográficas

Ao chegar neste ponto a maior parte do trabalho já foi feita. A tarefa do fotógrafo é combinar toda a técnica dominada com a sua arte e criatividade, sentindo como se cada imagem fosse única e dando o melhor de si para que os outros (modelos e equipe eventuais) desejem fazer o mesmo.

I – 3. d. Edição:

A edição é uma fase delicada do processo, as seqüências de imagens produzidas são variações sobre um tema. Na prática da análise a primeira coisa que se olha é a correção técnica da imagem: foco, exposição, nitidez, composição, aparência do produto, relação do sujeito com o segundo plano, etc. Depois dessa primeira “peneirada” se focaliza a atitude, ou seja, de que modo o produto, o modelo ou a situação é interessante, diferente, com “aquela coisa diferente” que faz a foto. Uma sugestão prática é fazer esta análise acompanhado de um colaborador, normalmente o assistente, que possa oferecer um ponto de vista diferente e talvez mais objetivo sobre cada imagem. Outra indicação prática é sobre a

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quantidade de imagens a entregar para o cliente. Temos que apresentar opções em número suficiente para que ele possa escolher, isso varia muito em função do tipo de foto realizada.

Enfim uma importante anotação sobre os originais do trabalho: ELES SEMPRE SÂO PROPRIDADE DO FOTÓGRAFO.

I – 3. e. Apresentação para o cliente

Fotógrafo trabalha com imagem. A apresentação do material deve ser correspondente a todo o empenho e cuidado até então empregados. Idealmente o fotógrafo deve apresentar pessoalmente o resultado do trabalho. Cromos são montados em molduras individuais e para filmes negativos são apresentados apenas os contatos escolhidos e montados em “print files” ou em folha de papel timbrado.

I - 4. MARKETING

O fotógrafo é artesão, artista ou empreendedor?

A profissão de fotógrafo pouco consegue se enquadrar em uma categoria profissional, tendo elementos de várias áreas de atuação. Os papéis de artesão, artista, profissional liberal e empreendedor têm que ser cobertos no dia a dia da nossa atividade. É objetivamente muito difícil lidar com tudo isso.

Combinar a criatividade e a inspiração com as exigências e às vezes com as vontades do cliente é uma empresa complexa. De outro lado, devemos planejar a nossa estratégia de marketing pessoal e calcular perfeitamente os custos fixos e variáveis da atividade e planejar o futuro.

Não existe uma receita mágica nem uma solução definitiva, mas existe uma atitude propositiva e vencedora.Nos dias de hoje não podemos fechar nossos horizontes, limitar a nossa ambição nem conhecer só parcialmente a nossa área de atuação.

Vamos ver agora o que temos que conhecer além da fotografia:

I – 4. a. O nosso produto

O nosso produto somos nós mesmos!!!!Qualidade: Qualidade hoje não significa apenas uma foto exposta corretamente, qualidade é ter informação e idéias inovadoras, atender bem ao cliente e resolver os problemas dele. Surpreenda: A maioria das vezes o nosso cliente não sabe exatamente o que deseja, ou está acostumado a uma coisa, mas estaria aberto à inovação. Ofereça, todas vezes que for viável, opções: o que ele pediu, o que você sabe que pode funcionar e o que você acha que será um sucesso.Paixão: trabalhe com paixão. A nossa profissão mexe tanto com os nossos sentimentos que não é possível fazer as coisas sem envolvimento.

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I – 4. b. Mercado

Devemos conhecer os próprios colegas ou concorrentes para podermos confrontá-los profissionalmente.Analisar o sucesso e as derrota dos outros permite tomar posturas eficazes e não cometer erros que outros já fizeram. Preço: hoje quem faz o preço é o cliente. O cliente neste momento é informado, exigente, e com um amplo leque de ofertas (pensemos em nós mesmos quando passamos a ser clientes, a nossa atitude é a mesma que podemos esperar dos nossos clientes).

I – 4. c. Marketing pessoal

O marketing prevê a promoção pessoal do fotógrafo e o crescimento das vendas. O primeiro ponto é desenvolvido através da presença na cena social e profissional local. O crescimento das vendas é conseguido através da divulgação do serviço oferecido diretamente ao cliente. Podemos conhecer possíveis clientes em eventos sociais ou por amizade, mas paralelamente, devemos mostrar formalmente o nosso trabalho, marcando visitas para apresentar o portfólio e com o envio de mala-direta.

I – 5. CONTROLE CONTÁBIL E PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Um grande erro de muitos fotógrafos é achar que sendo um artista não se deve preocupar por dinheiro. Isso não é certo, temos que ter uma idéia clara de quanto precisamos faturar por mês, quais são as despesas fixas e variáveis, ter uma projeção para o ano inteiro, calcular o valor do desgaste do nosso equipamento, etc. Já que é o cliente que faz o preço, temos que ter idéia de quantos clientes precisamos por mês, por ano e etc.

I – 6. PLANEJAMENTO EMPRESARIAL

É importante estabelecer metas para desenvolvimento da carteira de clientes e da infraestrutura (equipamento, funcionários, colaboradores e estrutura do estúdio) a curto, médio e longo prazo. Esse plano deve ser feito por escrito, conferido periodicamente e redefinido em função da sua realização e das possibilidades que se consolidam. Sabendo da sua meta em longo prazo, você pode definir os objetivos que, em médio prazo vão possibilitar essas metas. Esses objetivos também podem ser ‘quebrados’ em objetivos menores, que vão guiar a atividade do dia a dia.É aconselhável estabelecer metas realistas, porque isso faz crescer a motivação.

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IntroduçãoA luz é uma das principais ferramentas no trabalho de criação do fotógrafo, pois não apenas torna visível a imagem aos nossos olhos e permite registrá-la nos filmes, mas cria emoções específicas no ser humano.

Em seguida, analisaremos as principais características da luz e como usá-la para criar as sensações desejadas no espectador.

A nossa análise estará voltada especialmente para fotografias que tenham como sujeito seres humanos.

II – 1. LUZ

A luz é uma fatia do espectro eletromagnético que é percebida por receptores presentes no olho (foto-receptores).

A luz se propaga em linha reta.

“Originalmente a luz é pontual, dura, reta, crua, implacável e dispersiva”.

(Edgar Moura, 50 anos Luz, Câmera, Ação p. 15 editora SENAC)

Clareia onde chega e deixa na escuridão a sombra. Mas não é assim que a percebemos nem que a usamos em fotografia.

Para fins fotográficos, a luz tem quatro características: intensidade; direção; natureza e cor.

II - ILUMINAÇÃO

(como deixar o modelo bonito e iluminar o ambiente como queremos

em externa, estúdio e locação)

A melhor luz para fotografar uma pessoa

Fotografia em externa.

Luz direta, lateral, contraluz e sombra,

características e resultados.

Os horários do dia.

Uso do rebatedor, utilidade e erros freqüentes.

Fotografia em estúdio, criar a luz.

Luz principal.

Luz de compensação.

Luz de efeito.

Luz do fundo.

Fotografia em locação: uma combinação das

técnicas de externa e estúdio

Técnicas especiais: flash em externa, luz de

cores diferentes, etc.

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II – 1. a. Intensidade

Em relação à exposição do filme, ela pode estar na quantidade certa, insuficiente ou excedente. Devemos balancear a quantidade de luz para uma exposição correta do filme, através da combinação do diafragma e do obturador e/ou regulando a quantidade de luz emitida em caso de luz artificial. Independentemente do efeito que se quer conseguir, isto é, uma imagem com predominância de tons claros ou tons escuros, devemos trabalhar com o nível de exposição correta.

II – 1. b. Direção

A luz se propaga em linha reta. Ela pode chegar ao sujeito de qualquer posição nos planos horizontal e vertical. As combinações possíveis da direção da luz influenciam a visibilidade do sujeito e o efeito psicológico da imagem criada.A direção é descrita em função da posição da câmera. Os pontos cardeais para descrever a disposição da luz são seis: frontal, quarenta e cinco graus (direita ou esquerda), lateral (90º à direita ou esquerda), contra luz, de cima e de baixo.As direções do eixo horizontal e do eixo vertical se somam, dando origem a muitas combinações. Para facilitar a explicação, analisaremos separadamente cada tipo.Frontal: é a direção que dá maior visibilidade ao sujeito inteiro, cria poucas sombras e não valoriza a textura. É muito

usada para beauty e em imagens onde a legibilidade do produto é a exigência principal. Luz de 45º: esta posição de luz cria uma sombra discreta, que acentua o efeito tridimensional do sujeito e evidencia a textura. É a melhor para fotografar rostos e figuras humanas. Da direita, cria uma sensação de abertura da imagem por acompanhar a direção de leitura escrita. Quando usada da esquerda induz uma sensação mais intimista.Lateral 90º: evidencia só um lado do sujeito enquanto o outro lado fica escuro. Dá uma grande sensação de textura e geralmente tem uma conotação dramática. Da mesma forma que a de 45º, quando vinda da direita, cria uma sensação de abertura da imagem por acompanhar a direção de leitura escrita. Quando usada da esquerda, induz a uma sensação mais intimista.Contra luz: esta direção evidencia o contorno do sujeito. Em externa, esta direção de iluminação recria uma suavidade de iluminação,pois estamos fotografando o sujeito em sombra. Em estúdio, dificilmente é utilizada para iluminar o sujeito e sim para criar efeitos em sets com mais de um ponto de luz. De cima: é a direção de luz natural para nós, por ser a direção o sol. As imagens produzidas têm um aspecto natural. De baixo: as sombras projetadas por essa luz geralmente deformam o sujeito, pois a posição da sombra projetada não é interpretada de forma natural para nós. Cria efeito dramático e surrealista.

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II – 2. NATUREZA

Em relação à natureza temos luz direta, rebatida ou filtrada.

II – 2. a. Direta

É a luz solar em dia claro, a luz direta produzida pelos refletores e pelos flashes. As características principais da luz direta são: ter muito contraste, criar sombras escuras e evidenciar os detalhes e as texturas.Na fotografia em luz natural se aproveita a luz direita só nas primeiras horas da manhã e no fim da tarde, quando a luz refletida pelo ambiente cria um efeito de preenchimento que balanceia as sombras duras. Em estúdio não se usa o refletor direto, mas sempre acoplado a um acessório que direciona ou modifica a qualidade da luz.

II – 2. b. Rebatida ou refletida

É a luz que, depois de ter saído do refletor, bate numa superfície que redireciona o feixe luminoso.

II – 2. c. Filtrada

A luz vinda do refletor encontra uma superfície ou filtro que modifica as suas características. Normalmente os filtros têm a função de difundir a luz ou mudar a sua cor.

II – 3. COR

Nesta parte não vamos tratar da temperatura de cor, mas da cor da luz sob o aspecto psicológico. Chamamos dominante fria a predominância de tons azul e dominante quente aquela em que predominam os tons amarelos. Psicologicamente a dominante fria induz sensações de distância, de frio, de falta de contato, enquanto a dominante quente dá uma sensação de bem estar e de proximidade com o sujeito.

II – 4. PRÁTICA DA ILUMINAÇÃO EM FOTOGRAFIA

Vimos que a luz é por natureza dura e implacável, as sombras pretas e fundas.

Como ela se transforma na suave e variável iluminação que estamos acostumados a viver no nosso dia-a-dia?Como podemos conseguir estes resultados no nosso trabalho em estúdio? Como adaptar a luz natural às exigências da fotografia?

Para responder a essas perguntas temos que introduzir na nossa vida, na nossa experiência e na nossa fotografia, uma fonte luminosa, invisível e onipresente na iluminação natural. Chamaremos esta fonte de luz secundária de preenchimento.

Nosso dia é iluminado pelo sol. Ele emite um feixe de luz que se propaga em linha

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reta, atinge os objetos que encontra no caminho, modifica sua trajetória e continua até terminar a sua energia. Nós percebemos o feixe original, mas passa despercebido pelos nossos olhos o restante do caminho. Este caminho que a luz faz ilumina o objeto e o ambiente de forma indireta.

Esta é a luz secundária em natural.

A relação entre a quantidade de luz que atinge diretamente o objeto e o quanto ele é iluminado indiretamente produz o nível de SUAVIDADE da luz.

Em outras palavras, podemos dizer que quanto maior a fonte luminosa em relação ao sujeito, mas ela é suave.

Isso acontece em natureza e pode acontecer no nosso estúdio. A forma para suavizar a luz é aquela de transformar o feixe duro e direto que sai da fonte em um feixe amplo e abrangente, onde o sujeito é muito iluminado pela luz secundária. Este resultado é conseguido através de acessórios que filtrem a luz ou através da reflexão da luz em uma grande superfície.

Uma outra técnica é utilizar uma segunda fonte luminosa para iluminar a parte escura do sujeito.

Aqui entra uma prática freqüente da fotografia em estúdio e um conceito psicológico muito importante na prática fotográfica.

A luz do sol é naturalmente a primeira fonte de iluminação humana. O sol está sobre as nossas cabeças, e cria uma iluminação do alto para baixo. Temos somente o sol para iluminar a Terra. Isso criou um outro costume. Estamos acostumados a uma só sombra para cada objeto. Podemos aceitar a falta de sombra (por exemplo, em um dia nublado), mas não a presença de duas sombras. Duas sombras sempre denunciam a presença de uma iluminação não natural.

Estes dois elementos: iluminação de cima para baixo e presença de uma só sombra criam um código para ser respeitado ou quebrado, mas que tem que ser conhecido.

Sombras múltiplas e iluminação de baixo para cima criam uma tensão no observador que reconhece a situação apresentada como antinatural. Uma atmosfera dramática ou surreal será induzida por um esquema de iluminação deste tipo.

II – 5. A MELHOR LUZ PARA FOTOGRAFAR UMA PESSOA

Depois de tudo que foi dito até agora vamos indagar qual é a melhor forma para iluminar uma pessoa.Uma luz direta e dura evidenciará os detalhes e a textura da pele e deixará a parte em sombra escura. Será perfeita se quisermos um efeito dramático. Na maioria dos casos a fotografia comercial, a

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fotografia pedida pelos nossos clientes, não deve ser dramática, muito pelo contrário, a imagem deve ser convidativa e atraente. Conseguiremos isso com uma iluminação suave, disposta a um ângulo em volta de 45 graus à direita ou à esquerda do sujeito. Aqui é importante lembrar também que a disposição à direita dará uma ampliação do horizonte de leitura da foto e uma sensação de liberdade e espaço, enquanto a disposição à esquerda criará uma sensação mais intimista e fechada do espaço da foto.Esta regra de disposição vale tanto para estúdio quanto em externa. Em externa temos ainda a opção da iluminação de contraluz, que cria uma imagem luminosa cheia de altas luzes e com o sujeito mergulhado em uma claridade mais ou menos acentuada. Ideal para fotografia de criança, a iluminação em contraluz teve momentos de alto e baixo na história da fotografia. Usada para fotografar mulheres, cria facilmente uma conotação romântica e sonhadora. Atualmente uma evolução da técnica da contraluz é muito aplicada na fdm. Consiste em fotografar o sujeito iluminado com um fonte luminosa artificial (flash normalmente) com uma iluminação natural de contraluz que cria altas luzes. Essa iluminação tem impacto, mas é bastante irreal para os olhos humanos, que percebem uma ‘antinaturalidade’ ainda que não consiga entender o que seja.

II – 6. FOTOGRAFIA EM EXTERNA

A fotografia em externa é totalmente influenciada pela luz natural, a luz solar direta ou indireta (sombra ou dia nublado).

Tudo o que falamos sobre direção e qualidade da iluminação, o seu significado psicológico e o seu resultado se aplica à fotografia externa. Por exemplo: o sol do meio dia é uma fonte direta e dura, e como tal não é a melhor para ser usada sem “acessórios” ou macetes. Uma solução é procurar uma sombra e fotografar a luz que chega indiretamente ao sujeito neste horário, ou parar de fotografar. Por outro lado, as luzes solares do amanhecer e do entardecer são luzes diretas, mas suaves, utilizáveis pela sua qualidade. Neste horário iremos ter um problema de balanceamento cromático, já que estas luzes têm uma dominante quente. Isso pode ser corrigido com um leve filtro azul, ou não corrigido e utilizado como recurso criativo.

Entre os horários até agora indicados (meio dia e as primeiras e últimas horas do dia) temos um intervalo de tempo com uma ótima iluminação, que pode ser bem aproveitado.Nesta faixa horária um acessório pode ser muito útil para completar a iluminação do nosso sujeito: o rebatedor.Felicidade ou cruz dos fotógrafos, o rebatedor é um acessório versátil que sempre acompanha a fotografia em externo. A sua utilização também teve

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momentos de alta e baixa.Na prática, quando e como utilizaremos o rebatedor?Podendo esperar pela melhor luz natural NÃO USAREMOS REBATEDOR.Tendo que fotografar, e fotografar muito, em um dia, sem poder esperar que a luz seja perfeita, o rebatedor, USADO CORRETAMENTE, viabilizará o nosso trabalho.A luz do rebatedor serve para clarear as sombras da luz principal. Portanto, tem que ser uma luz suave. Não pode ser o reflexo do sol no rosto do modelo. O rebatedor, como todas as luzes secundárias, ficará perto da câmera o máximo possível, iluminando o sujeito frontalmente DE CIMA PARA BAIXO. Cuidado com o rebatedor usado de baixo para cima, ele clareará as sombras da luz principal, mas criará uma segunda sombra indesejada e feia. Esta sombra pode ser leve, mas sem ser percebida, pode mudar os traços do rosto.

Outra característica da fotografia em externa é a presença de um ambiente, locação, cenário ou simplesmente, fundo. Devemos combinar a melhor luz possível com o ambiente. Isso significa efetuar uma atividade de produção. Escolher os fundos, criar um roteiro para chegar a fotografar este fundo quando a luz é ótima para iluminar o sujeito e este cenário.

II – 7. FOTOGRAFIA EM ESTÚDIO, CRIAR A LUZ

Em estúdio o fotógrafo detém o total controle sobre a iluminação. No espaço vazio e escuro do estúdio o fotógrafo modela a iluminação escolhendo direção, intensidade, qualidade e função de cada fonte.

O esquema de iluminação clássico prevê quatro funções distintas para fontes luminosas:

Luz principal.Luz de compensação.Luz de efeito.Luz do fundo.

II – 7. a. Luz principal

Ilumina o sujeito, deixando-o visível, influencia a leitura da textura e fornece o impacto psicológico da iluminação através da direção.

II – 7. b. Luz de compensação ou preenchimento

Clareia as sombras criadas pela luz principal. É responsável pela relação de iluminação através da proporção com a luz principal, criando o tom fotográfico.A fonte luminosa usada para compensar pode até ser um simples rebatedor que, recolhendo a luz existente no ambiente, a reflete no sujeito.

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II – 7. c. Luz de efeito

Com esse termo definimos todas as fontes que não são utilizadas para iluminar ou compensar o sujeito, mas que, apontadas para ele, tenham uma outra função. A contraluz é o exemplo clássico. As características e a função de iluminação de contraluz se modificaram muito através dos anos. Além da contraluz, qualquer iluminação que acrescentarmos na foto, a não ser a principal, compensação ou fundo será de efeito.

II – 7. d. Luz de fundo

As fontes de iluminação explicadas até aqui têm seu enfoque no sujeito. O cenário ou fundo não estão recebendo iluminação ou estão recebendo a iluminação dessas fontes, mas elas não são moldadas para valorizá-lo. Responsáveis pela iluminação do fundo são as fontes dispostas para isso.

II – 7. e. Novos conceitos

Este esquema de iluminação é o clássico e proporciona ótimos resultados, mas em uma gama visual já conhecida. Perfeito para a maioria dos trabalhos de retrato e de publicidade, até hoje teve várias evoluções no âmbito da fotografia de moda.

O primeiro conceito que se contrapôs a este esquema foi aquele de criar uma grande luz suave, como a luz de uma grande janela não exposta diretamente ao sol.

Essas fontes são conseguidas através de acessórios como haze ou através da reflexão da luz sobre uma grande superfície. O primeiro efeito desta iluminação foi a eliminação da luz de compensação. Esta linguagem não combinava também com a contraluz, que parou de ser usada. A iluminação virou uma só fonte dirigida ao sujeito. Em função desta iluminação até o fundo recebia só a iluminação dirigida para o modelo.Evolução desta iluminação é uma iluminação suave, caindo do alto sem nenhum reflexo nos olhos do modelo.

II – 8 - PROCEDIMENTO DE ILUMINAÇÃO EM ESTÚDIO

A preparação da iluminação do estúdio começa SEMPRE pela luz principal.Escolhida a direção, qualidade e intensidade da luz principal, vamos acrescentar a luz de compensação. A luz de compensação deve SEMPRE ser uma luz ‘invisível’. Para isso ela não pode criar sombras. Evitamos as sombras dispondo a luz de compensação frontalmente, e o mais próxima possível à câmera. Além disso, procuraremos fazê-la o mais suave possível (rebatida em uma superfície grande. Depois da escolha OBRIGATÓRIA da direção e qualidade da luz de compensação, vamos tratar da intensidade. A luz de compensação terá uma intensidade proporcional à luz principal. Ela será de uma até cinco vezes menor do que a principal. Uma intensidade menor que isso será praticamente inexistente na exposição

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do filme (saindo da latitude de exposição da maioria dos filmes). Em caso de ser igual ou maior que a luz principal, perderá a função de clarear as sombras, passando a iluminar o sujeito. Uma relação de 2:1 produz uma luz com tons muito claros, sombras legíveis e sensação de iluminação diurna. Aumentando o valor da relação 8:1 – 16:1 criaremos um tom de iluminação mais contrastado, com sombras escuras (ainda que legíveis). É importante notar que a relação 16:1 é já muito alta para cromo.Acertada a intensidade da compensação vamos acrescentar mais uma fonte luminosa: a luz de efeito. Esta luz normalmente se adiciona à luz principal, iluminando parte do sujeito. A direção, qualidade e intensidade desta luz são bastante livres já que é o elemento criativo e diferencial do esquema de iluminação. Em geral a luz de efeito cria uma outra luz, acrescentada à iluminação principal em uma parte do sujeito, ou usada para reforçar o contorno do sujeito na parte mais escura, criando um ‘contorno luminoso’ do sujeito.Por último se dispõe a luz do fundo. Não há regras especiais em relação à qualidade e direção desta luz. A intensidade desta fonte é regulada com base na seguinte regra:

INTENSIDADE RESULTADO

Intensidade Fundo menor ou igual à principal Ilumina o fundo sem evidenciar a fonte

Intensidade Fundo maior do que a principal Ilumina o fundo evidenciando a existência

de uma iluminação específica

II – 9. NORMAS MAIS COMUNS PARA DISPOR A ILUMINAÇÃO EM ESTÚDIO

II – 9. a. Distância entre sujeito e luz

Esta distância tem que ser tal que permita iluminar a inteireza do sujeito que se quer fotografar. A distância luz-sujeito influencia muito a suavidade da iluminação. Uma fonte suave (de grande dimensão) disposta longe do sujeito, se comporta como uma pequena posta perto, perdendo a sua prerrogativa de suavidade. Por exemplo: um hazy 80 x 120 cm é uma fonte suave se disposto a dois metros do sujeito. Já a uma distancia de 6 metros perde a prerrogativa de ser uma luz suave.

II – 9. b. Distância entre o sujeito e fundo

A sombra projetada do sujeito para o fundo depende da distância entre eles. Para evitar complemente sombra do sujeito no fundo, este deve estar cerca de 3 metros do fundo. Distâncias menores produzem uma sombra. Esta sombra tem que ser considerada na composição quando aparece.

II – 9. c. Altura da luz principal

A altura certa é conseguida através da análise das sombras, em particular a sombra do nariz que deve ser deixada abaixo do nariz. De forma nenhuma uma sombra pode subir.

II – 9. d. Iluminação do olho do modeloUma luz refletida na pupila dá vitalidade ao olhar. Esta característica tem que ser considerada na escolha da iluminação. Normalmente usamos a luz principal para criar este reflexo. A disposição desta luz influenciaria o ponto onde este reflexo aparece. Um efeito sombrio será produzido eliminando este reflexo.

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Na fotografia de gente a informação é a pessoa: Está provado experimentalmente que o ser humano observa como primeiro elemento de uma imagem a figura humana se ela estiver presente, e mais ainda, a figura humana se confirma sujeito principal de cada imagem onde apareça.

Tendo bem presente esse fato devemos construir as nossas imagens de modo que a “informação” ou seja, a figura humana, comunique o que queremos.

A direção de modelo é a ferramenta através da qual desenvolvemos esta comunicação.

REGRA FUNDAMENTAL PARA DIREÇÃO DE MODELO

1 SABER exatamente o que queremos que ele transmita

2 CONHECER como desenvolver esta comunicação através da expressão

corporal

3 CONSEGUIR a expressão desejada do modelo

III – 1. O CORPO FALA

Nós estamos acostumados a interpretar inconscientemente as mensagens que as outras pessoas transmitem através do corpo. É trabalho do fotógrafo aprender esta linguagem e usá-la nas suas imagens.

II - DIREÇÃO DE MODELO

(como fotografar gente e capturar emoções)

Comunicação não verbal.Conhecer o corpo humano e as poses que pode assumir.Significados das posturas.Análise de imagens e de revistas.Como induzir o modelo a assumir as posturas desejadas.Análise de imagens e de revistas.Modelo profissional e modelo não profissional.Como interagir com a pessoa fotografada.Regras gerais para fotografar:· Book de modelo.· Fotografia de moda: revista, catálogo e publicidade.· Fotografia de glamour ou sensual.· Retrato fotográfico: crianças, mulheres, homens e famílias.· Retrato institucional.· Personalidades.· Artistas e inteletuais.Tempo e recursos à disposição para fotografar: truque e macetes para conseguir sempre uma foto boa. A comunicação fotográfica se desenvolve através de três elementos: a composição, a iluminação e a informação.

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São três os elementos principais:Quantidade de corpo exposta e posição,Posição da cabeça,Direção do olhar.

Em relação à quantidade de corpo exposta e posição podemos considerar:Oferecer-se: apresentar uma grande superfície do corpo sem proteção.Protege-se: fechar o corpo.Minimizar-se: oferecer o perfil do corpo ou outra técnica para reduzir a superfície. Exibir-se: mostrar-se tocando parte do próprio corpo.

As posições da cabeça viraram até estereótipo e são geralmente conhecidas. Isso aumenta a eficácia deste elemento:Reta: encarar a outra pessoa em um plano de paridade.Levantada: sugere sentimento de superioridade.Abaixada: indica sentimento de submissão.Inclinada lateralmente: mostra desejo de agradar.

Direção do olhar produz um elemento fundamental na comunicação corporal:Ele pode ser divididos em duas partes:

1. Ausência de contato ocular

A pessoa não está olhando para a gente. Esta situação cria o menor nível de tensão. Viramos observadores desapercebidos. Junto com esta condição de tranquilidade se instaura uma prazerosa sensação de voyerismo.

Dependendo da direção do olhar e da expressão do rosto do sujeito podemos caracterizar uma atitude, aqui alguns exemplos:reflexiva, intimista à olhar longe e expressão sonhadoradescontraída à olhar focalizado em um objeto e expressão atenta (ligada)concentrada à olhar focalizado em um objeto e expressão concentrada.

2. Contato ocular estabelecido

Neste específico caso o observador terá a reação que teria no viver a real experiência apresentada na imagem.

O contato visual pode ter uma função convidativa, agressiva, exploradora.

É quase impossível explicar os elementos do contato visual teoricamente. Neste texto queremos evidenciar a importância do contato visual na comunicação não verbal . É através da observação, do exercício e da tentativa de aplicá-lo nas nossas imagens que desenvolvemos uma habilidade em lidar com este elemento.

III – 2. POSES E ATITUDES

Para dirigir modelos devemos conhecer as posturas que o corpo pode assumir, e criar um repertório de poses e de significados.

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O corpo se movimenta através das articulações e são elas que o fotógrafo tem que conhecer, e utilizar, para criar a pose que deseja.

Devemos ser capazes de indicar para o modelo cada uma delas e explicar como atingi-las.

III – 2. a. Significados das posturas

Estudamos o significado das posturas, além das indicações básicas, através da ferramenta de análise de imagens abaixo indicada.

Outra indicação são os livros sobre comunicação gestual, em particular sugiro o livro “Os Gestos”, de Desmond Morris

III – 3. ANÁLISE DE IMAGENS

Uma ótima ferramenta para construir um grande repertório de poses, atitudes e expressão é a análise de imagens fotográficas. Esta prática pode parecer chata e inútil, mas se aplicada com dedicação, produz um resultado certo e eficaz que melhorará a habilidade em dirigir modelos.Consiste em anotar a sensação que uma imagem transmite para nós e depois estudar esta imagem em relação a suas características lingüísticas e técnicas.

ANÁLISE DE IMAGENSSensação que a imagem transmite:

ATITUDEPostura do corpo: Cabeça, Rosto, Olhar, Boca, Pescoço, Ombros, Braços, Cotovelos, Mãos, Cintura, Quadril, Pernas, Joelhos, Pés.Expressão do rosto.

ILUMINAÇÃODireção, qualidade (contraste), cor.Dominantes de luminosidade e de cor.

COMPOSIÇÃOCorte.Ponto de câmara.Perspectiva.Características de primeiro plano, segundo plano e fundo. Posição do sujeito.

AMBIENTAÇÃOEstúdio, externa ou locação.

III – 4. MODELOS

O modelo é um profissional que “empresta” a própria imagem para promover um produto ou uma idéia. A atividade profissional do modelo é regulada e protegida pela lei sobre o direito de imagens.

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III – 4. a. Modelo profissional e modelo não profissional

Qualquer pessoa que esteja sendo fotografada se torna um modelo fotográfico. A diferença principal entre o modelo profissional e não profissional é na disposição para lidar com uma pessoa que ‘te diz o que fazer’.

A coisa mais importante é a motivação. Um modelo não profissional, mas muito motivado e talentoso pode dar melhores resultados que outro modelo, profissional.Nós estamos lidando com pessoas, com sentimentos e emoções.

Como em cada circunstância da nossa vida é a nossa atitude que faz a diferença. Se mostrarmos segurança e habilidade, o nosso modelo confiará em nós e responderá de acordo.

Fotografar é na realidade se mostrar, se exibir, aparecer. Todos nós temos sentimentos contraditórios em relação a fazer isso. É trabalho do fotógrafo ampliar as sensações positivas em relação a isso e minimizar as negativas.

III – 4. b. Como agir com o modelo (educação e praxe)

Dois elementos compõem a interação entre fotógrafo e modelo.

As regras normais de relacionamento interpessoal e os cuidados específicos gerados pela intimidade especial e momentânea produzida pelo momento fotográfico.Na prática, devemos ser educados e gentis com a ‘pessoa modelo’. O fotógrafo é o ’dono de casa’ e seja em estúdio ou externa, deve deixar o modelo (como o resto da equipe) à vontade. Se o trabalho prevê um produtor executivo, ele cuidará disso e apresentará o fotógrafo à equipe e se preocupará com o bem estar de todos. Tudo isso com uma postura relaxada, sorrindo e com calma. Se estivermos muito ocupados ou atrasados será tarefa do fotografo se apresentar e endereçar o modelo a alguém que possa cuidar dele. Normalmente na equipe tem sempre alguém disponível para fazer isso. O assistente do fotografo se não atarefado deve ser a primeira escolha, outra opção valida é o maquiador que de modo geral vai ser o primeiro a interagir com modelo. Além das regras de educação, não há indicações específicas de comportamento. A única regra fundamental no relacionamento com modelo é a sinceridade e a disponibilidade. A coisa mais importante é ser autêntico. A pessoa vai sentir a nossa atitude e o melhor jeito que qualquer um pode ter é o seu próprio e verdadeiro SER.Não precisa, por exemplo, tentar ser expansivo tendo um caráter introvertido. Nem, por outro, lado precisa existir um perfil específico ou otimal para trabalhar fotografando gente.

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Importante é ser fiel a si mesmo e estar disponível ao relacionamento fotográfico.Antes de começar a sessão fotográfica, é útil explicar sinteticamente o trabalho (freqüentemente as agências não fazem) e o próprio estilo de fotografar. A proximidade física, ótica e emocional que se ativa entre fotógrafo e modelo requer alguns cuidados na hora de fotografar. Precisando arrumar roupa ou cabelos do modelo é melhor chamar o profissional adequado para fazer isso. Caso seja você a arrumar (por simplicidade, rapidez, etc), peça licença ao chegar perto e tocar o modelo.Indicando a pose a assumir o ideal é conversar, só no último caso mostrar a pose pessoalmente. Evitar tocar o modelo para compor uma pose.A pose indicada deve ser natural. Se, depois de ter assumido uma posição indicada esta parece antinatural, devemos pedir para o modelo repetir sozinho a pose sugerida.O relacionamento, as emoções, as tensões que se desenvolvem durante uma sessão fotográfica não são endereçadas à pessoa do fotografo, mas ao momento fotográfico. É importante lembrar disso para não fazer confusão entre o profissional e o pessoal.

III – 4. c. Como enfrentar a inexperiência dos modelos

A direção de modelo se constrói sobre a confiança recíproca. Um modelo inexperiente não sabe como reagir na

frente da câmera. O nosso trabalho é explicar a pose que queremos que assuma. Convidá-lo a repetir várias vezes a pose “naturalmente”. Ser paciente e disponível.

III – 4. d. Interação com o modelo. Quem manda, o fotógrafo ou o modelo? Como, quando e por que esta dúvida?

Idealmente a fotografia de modelo é uma interação paritária entre quem fotografa e quem é fotografado. Neste relacionamento existe um acordo não expresso segundo o qual o fotógrafo sugere ao modelo as atitudes a desenvolver.Existem algumas circunstâncias onde a interação entre modelo e fotógrafo pode não funcionar. São casos específicos que não têm solução, mas que têm que ser contornados.

Modelo muito mais conceituada que o fotógrafo: Neste caso pode acontecer que a modelo não sinta confiança na direção do fotógrafo, ou querer fotografar como está acostumada.Neste caso devemos ver se a linha que a modelo está desenvolvendo combina com o briefing e deixar mais liberdade, intervindo nas poses só por motivações técnicas e explicando isso. Normalmente se o cliente quis uma modelo muito conhecida não quer nada além de que ela seja fotografada como ela normalmente aparece e com a melhor técnica, e isso será o nosso objetivo.

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Modelo muito mais experiente que o fotógrafo: Aqui não existe má vontade ou receio da parte da modelo, simplesmente acontece que ela naturalmente tome o controle da sessão fotográfica, desenvolvendo atitudes e poses que o fotógrafo acha ótimas. Durante a sessão o fotografo não percebe isso, e até fica muito empolgado com o andamento do trabalho. Normalmente percebe só depois de reveladas as fotos o quanto foi ´dirigido’ pelo modelo. Pode até ter aprendido muitas coisas, e se tiver sorte, e o trabalho do modelo combinar com o briefing do cliente otimo!!! Terá boas imagens, uma boa lição e os parabéns do cliente. Poderá dar problemas se o estilo do modelo não combina com o que foi programado com o cliente, porque será difícil justificar esta diferença de tendência.

Modelo com perfil diferente ao briefing: Isso acontece errando a escolha do modelo. O modelo apresenta um portfólio com vários trabalhos já efetuados, este é já uma boa indicação, além disso, conversando é possível perceber ainda mais o caráter do modelo. O fotógrafo dificilmente erra no casting, mas normalmente a escolha do modelo é feita em conjunto com o cliente. O gosto pessoal e o enfoque concentrado sobre como o modelo veste a roupa influencia muito o parecer do cliente. Aqui a habilidade do fotógrafo é aquela de assessorar o cliente a escolher um modelo que tenha naturalmente a atitude prevista no briefing.

Esse tipo de inadequação pode criar muitos problemas durante a sessão e depois na hora de apresentar o trabalho. Tentar dirigir o modelo em uma direção muito distante da suas tendências naturais pode fazer com que ela/ele perca a segurança, não haja espontaneamente e não consiga segurar a tensão. É muito difícil mudar radicalmente o perfil de um modelo, muito mais fácil adaptar o briefing às características do modelo.Neste caso é importante avisar o cliente assim que percebido o problema, explicando a grande dificuldade para realizar o trabalho seguindo o briefing programado, e propondo a alternativa de mudar o briefing de acordo com a capacidade do modelo.

Modelo com vícios ou hábitos errados: Aqui estamos em uma área de mais fácil resolução, mas um pouco “chata”. Modelos experientes às vezes têm hábitos errados, ou muito particulares que podem não combinar com a nossa direção. Neste caso, depois de ter corrigido três ou quatro vezes, percebida a dificuldade é melhor para um segundo, conversar, explicar que está tudo certo, que tem só um pequeno detalhe que não combina. Falar gentilmente e voltar a trabalhar. Isso não terá resolvido o problema, mas você continuará fazendo notar o problema no decorrer da sessão. É importante fazer tudo isso sem criar tensão e insegurança no modelo, fotografando às vezes sem comentar, criar series de fotos, repetir a correção, e voltar a fotografar. Diplomacia e paciência são a solução neste caso.

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Modelo polêmico, chato ou fresco: Esta eventualidade é muito mais freqüente que as anteriores, mas é também a mais fácil de resolver. Aqui a diplomacia sugere de deixar correr um pouco. Ainda mais se a modelo é boa, conceituada ou se esta dando o resultado que você quer nas fotos não é aconselhável enfrentar o problema frontalmente. Afinal, normalmente se trata de poucas horas de convivência. No caso de o problema ser maior e a atitude estar atrapalhando toda a equipe e pondo em perigo o trabalho inteiro, aí deve ser tomada uma posição. É praxe que o produtor de moda converse tentando de resolver em primeira instância. Avisar a agência da modelo expondo o problema e pedindo para o booker tentar resolver é o segundo passo, é já muito extremo e cria uma grande tensão no set. O fotografo intervirá só em ultimo caso, explicando as problemática e convidando a pessoa a escolher entre mudar de atitude ou interromper o trabalho.

III – 5. REGRAS GERAIS PARA FOTOGRAFAR:

III – 5. a. Book de modelo

O book de modelo tem como objetivo APRESENTAR O MODELO. Para que isso seja feito da melhor forma devemos deixar ele o mais bonito possível, valorizando os lados positivos e escondendo e minimizando os defeitos.

Existe uma tendência de fazer books conceituais, com o modelo que não aparece, mas copia o estilo mais da moda no momento. Isso é possível só com uma grande interação com a agência que irá cuidar do modelo. Em caso de dúvida sempre optar por um estilo limpo e bonito.Imagens de book de modelos são realizadas indiferentemente em externa e estúdio, mas em todos casos os fundos têm que ser simples.NA FOTOGRAFIA DE BOOK TEM QUE CHEGAR À MAIOR SIMPLICIDADE POSSÍVEL.Em relação à roupa, o padrão geral pede uma produção de biquini ou shorts para poder mostrar o corpo da modelo, uma produção clássica e uma em estilo casual.A maquiagem tem que ser leve.

III – 5. b. Fotografia de moda: revista, catálogo e publicidade

Na fotografia comercial o enfoque principal é, como já dito antes, entender e aperfeiçoar o briefing do cliente. No caso da fotografia comercial de moda a fase de produção se reveste de uma importância fundamental porque a escolha da equipe, dos modelos, da locação e acertar a linguagem fotográfica são dados fundamentais que serão acertados nesta fase.

III – 5. c. Fotografia de glamour ou sensual

As sessões fotográficas de glamour ou sensuais precisam de um cuidado especial para deixar o modelo à vontade. Pelo

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assunto específico tratado, a interação entre o fotógrafo e o modelo deve ser de cumplicidade, mas com “distância”. Devemos mostrar interesse e prazer em fotografar, mas sem criar ”intimidade”. É importante explicar a matéria antes de começar e conversar sobre os limites de sensualidade que serão utilizados. É interessante saber o que mais a pessoa gosta em si mesma, e o que não gosta, de modo a evidenciar as primeiras e minimizar as últimas.

III – 5. d. Retrato fotográfico. Crianças e famílias. Mulheres. Homens

Crianças e família: devemos conseguir uma atmosfera de naturalidade e simpatia. Como sempre seja sincero, mas trabalhe para criar uma atmosfera de cumplicidade e jogo. Além disso, em situações descontraídas o fotógrafo deve desaparecer um pouco deixando as coisas acontecer. Intervir ativamente com dicas e sugestões só quando a situação sai muito do programado ou as condições técnicas viram realmente proibitivas.Além do retrato descontraído, da foto instantânea, existe a opção do retrato clássico. Neste caso a situação já fica mais posada, a interferência do fotógrafo será maior, mas o caminho predefinido a posição estática junto com os aspecto técnicos comporão a linguagem da imagem e o fotografo trabalhará só para captar o momento melhor durante a sessão.

Mulheres: Transmitir confiança nela mesma e no trabalho do fotografo.A pessoa estará provavelmente tensa, nervosa e insegura. Devemos trabalhar para dar segurança, tranqüilizar, encorajar. É interessante ressaltar os aspectos técnicos como a qualidade da luz suave, a perfeição de maquiagem e da escolha da roupa. A personalidade da pessoa se exprime devagar, geralmente as fotos melhores serão no final da sessão.

Homens: A fotografia de retrato masculina é a mais simples de realizar. Os elementos externos como maquiagem e roupa são mínimos, devemos escolher o ângulo melhor da pessoa, ir conversando, aproveitar um pouco os padrões da fotografia clássica na escolha da iluminação e da pose.

ADVERTÊNCIA: No caso do retrato não estamos lidando com modelo profissional, a sessão fotográfica deve ser rápida, não podemos dirigir muito nos detalhes mas só procurar junto com o retratado a pose que melhor o exprima. A sessão deve durar por volta de meia hora ou pouco mais, e são clicados mediamente entre 3 e 5 filmes 120 neste intervalo de tempo.

III – 5. f. Retrato institucional

É a fotografia da função. Não estamos procurando a psicologia da pessoa, mas a representação do que ela faz. O uso do ambiente ajuda este trabalho, assim como uma certa utilização dos estereótipos.

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As regras de composição reforçam o uso de estereótipos fotográficos.

III – 5. g. Personalidades

Normalmente disponibilizam pouco tempo para fotografar. É indispensável preparar o set antes na hora marcada, prevendo eventuais mudanças se a foto for realizada em locação e ser o mais rápido e objetivo possível ao clicar. É fundamental transmitir confiança e segurança. O relacionamento será formal e a atitude do fotógrafo de um profissional preparado, eficiente e concentrado na tarefa.

III – 5. h. Artistas e intelectuais

É a fotografia de retrato mais divertida e a mais fácil (não sempre). Aqui se misturam as indicações sobre o retrato institucional e o retrato pessoal. Normalmente estas pessoas criam uma máscara, uma função que devemos aproveitar para criar o lait motif da foto. Daí, com paciência, ‘distraindo’ a pessoa em conversas e divagações, ir além da função e encontrar a personalidade profunda. Normalmente estas pessoas não têm um tempo apressado, e, com uma interação agradável, conseguiremos envolvê-los até que eles deixem cair um pouco a máscara da função e do raciocino.

III – 6. TEMPO E RECURSOS À DISPOSIÇÃO PARA FOTOGRAFAR, TRUQUES E MACETES PARA CONSEGUIR SEMPRE UMA FOTO BOA A imagem fotográfica é criada pelo fotografo muito mais que pelas condições externas. O truque?

PROGRAMAÇÃO PAIXÃO PSICOLOGIA RESPEITO

IV - EXPOSIÇÃO

(acertar a exposição do filme)

Uso do fotômetro de luz refletida

(interno ou externo da câmara).

Uso do fotômetro de luz incidente

(externo).

Como fotometrar em externa e estúdio.

Fotometrar em sobra, contra luz,

dia de sol e nublado.

Fotometria em estúdio.

Fotometria com várias fontes luminosas.

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Fotômetro (definição)

O fotômetro é um aparelho eletromecânico ou eletrônico que mede a intensidade da luz. Existem vários modelos, mas todos funcionam através do princípio de uma célula fotossensível coligada a um medidor de tensão. Esta célula fotossensível é um material que transforma, de maneira fixa e proporcional, a energia luminosa (luz) que recebe em energia elétrica. A energia elétrica produzida pela transformação da luz na célula fotossensível é lida por um voltímetro, e finalmente, um sistema analógico ou eletrônico transformam a medição de eletricidade em valores de exposição fotométrica (tempo e diafragma), produzindo assim uma medição de luz.

IV – 1. FOTÔMETRO DE LUZ INCIDENTE E FOTÔMETRO DE LUZ REFLETIDA

Em relação a ONDE é captada a luz, os fotômetros se dividem em duas categorias: FOTÔMETROS DE LUZ INCIDENTE e FOTÔMETROS DE LUZ REFLETIDA. O primeiro lê a quantidade de luz que CHEGA ao sujeito, o segundo lê a quantidade de luz que, depois de ter chegado ao sujeito, é dele refletida.

Cada tipo de fotômetro é utilizado de maneira especifica e a medição da luz efetuada tem que ser interpretada tendo em vista que tipo de fotômetro está sendo usado.

IV – 2. LEITURA FOTOMÉTRICA (TAMANHO DA ÁREA MEDIDA)

Em relação ao tamanho da área de leitura existem vários tipos de leitura fotométrica.Novamente temos diferenças entre o tamanho e a utilização entre FOTÔMETRO INCIDENTE e REFLETIDO.

IV – 2. a. Exposímetro de luz incidente

Leitura a 180 graus (acessório semiesfera) e leitura pontual (acessório plano).

A leitura a 180 graus capta contemporaneamente todas as fontes luminosas que estão iluminando o sujeito (a não ser contraluz) e calcula a sua média.A leitura pontual é efetuada com um acessório plano que substitui a calota semiesférica do fotômetro. Esta capota plana recebe a iluminação apenas de um ângulo muito pequeno.

IV – 2. b. Exposímetro de luz refletida

Podemos sintetizar três tipos: leitura pontual, matricial e total:A leitura pontual analisa uma área extremamente pequena do sujeito.A leitura matricial considera uma ampla área em volta do centro do fotograma e calcula o valor desta área. A área de leitura não é exatamente um círculo, mas se expande na direção de um lado do fotograma. Cada fabricante estuda um esquema particular de fotômetro matricial,

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por isso é muito importante conhecer exatamente aquele do seu equipamento.A leitura total considera a totalidade do fotograma como campo de leitura.Existem vários outros esquemas de área de leitura disponíveis nos equipamentos eletrônicos mais modernos, mas são somente variações sobre estes três tipos de áreas de medição.

IV – 3. INTERPRETAÇÃO DA LEITURA FOTOMÉTRICA

O fotômetro lê a luz como se estivesse chegando ou fosse refletida por um objeto cinza de tamanho médio.A maioria dos nossos sujeitos não é de tal tonalidade. Devemos por isso fazer uma interpretação da leitura que o nosso fotômetro indica.Por exemplo: estamos fazendo o retrato de uma noiva em sombra em uma externa com um fundo claro, lendo com o fotômetro da nossa câmera (LUZ REFLETIDA). O fotômetro lê a luz que o vestido branco e o fundo claro estão refletindo. CONSIDERA QUE ESTA LUZ SEJA REFLETIDA POR UM SUJEITO DE TOM CINZA e calcula a quantidade de luz que está chegando neste sujeito e indica a fotometria. Na realidade, o nosso sujeito é branco e ele está refletindo mais luz do que o fotômetro ‘imagina’. Isso significa o fotômetro esta ACHANDO que chega mais luz do que realmente está batendo no sujeito. O fotômetro dará uma indicação fotométrica mais fechada do que o necessário, e a nossa

foto será escura, com o maravilhoso vestido BRANCO no tom cinza do cartão que é a referência de balanceamento do fotômetro.POR ESTE MOTIVO TEMOS QUE INTERPRETAR A LEITURA FOTOMÉTRICA EM RELAÇAO AO SUJEITO FOTOGRAFADO E NO CASO DA NOSSA NOIVA EM FUNDO CLARO, ABRIR 1 (UM) PONTO A MAIS DO QUE O INDICADO PELA LEITURA FOTOMÉTRICA.

No caso do fotômetro de luz incidente, este estará medindo o valor de luz que chega ao sujeito, e não vai ser influenciado pela cor do que está sendo fotografado. A luz analisada será aquela certa para expor um objeto cinza. O nosso sujeito (a noiva de branco) é bem mais claro que o tom de cinza de referência, e por este motivo o fotômetro dará uma indicação de iluminação mais aberta do que realmente teremos que usar.

A seguir uma tabela de referência de correção da leitura fotométrica:

Tipo de luz / Tipo de fotômetro Predominância Predominância de

de tons CLAROS de tons ESCUROS

Fotômetro de luz refletida ABRIR ½ A 1 PONTO FECHAR DE ½ A 1 PONTO

Fotômetro de luz incidente FECHAR DE ½ A 1 PONTO ABRIR DE ½ A 1 PONTO

IV – 4. FOTOMETRIA COM FOTÔMETRO POR LUZ REFLETIDA

Vistas as informações anteriores, vamos agora tratar de como efetuar a fotometria.

O fotômetro por luz refletida lê a luz que o sujeito reflete.

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O mais comum é aquele interno na câmera, mas existe no mercado um fotômetro externo de luz refletida, faz leitura pontual e é muito usado em fotografia de still life.

Vamos analisar agora brevemente todos os sistemas de leitura:

· A medição pontual é ideal para fotografia de still life, e pode ser usada em arquitetura. Para calcular a fotometria com este tipo de fotômetro devemos escolher vários pontos na cena a fotografar: o mais claro, o mais escuro, os tons de branco e preto mais iluminados e os tons de branco e preto menos iluminados. Depois é feita a média.

E = soma dos valores exposimétricos divididos pelo número de valores medidos.

· Calculado o valor de exposição média (a pôr na câmera) temos que verificar se todos valores medidos estão dentro da latitude de exposição do filme usado ou adaptar a exposição à área que se deseja evidenciar (abrir a exposição para ter leitura nas sombras, fechar a exposição caso se queira ter detalhe nas luzes mais intensas).

· A medição total é usada em fotografia de arquitetura de internos. Em caso de paisagem ou externo de arquitetura, temos que ficar muito atentos se o enquadramento prevê grande parte de céu. Este tipo de medição é o mais complicado de interpretar e precisa de maior atenção na utilização.

· Vamos ver agora mais detalhadamente a medição que mais interessa ao nosso caso. A fotografia de gente e de moda é normalmente feita com o fotômetro da câmera (FOTÔMETRO DE LUZ REFLETIDA) na opção matricial.

IV – 5. FOTOMETRIA REFLETIDA MATRICIAL

Este leitura funciona otimamente na maioria das condições de luz, precisando de correções mínimas.

Considerando as indicações de interpretação em relação à tonalidade luminosa da cena mencionadas acima, vamos ver agora como a leitura fotométrica refletida matricial funciona em relação ao tipo de iluminação.

LUZ FRONTAL OU LATERAL: A leitura fotométrica da cena inteira será correta tendo-se o cuidado de efetuar a medição com o sujeito principal na parte central do fotograma. No caso de ele não estar nesta posição na composição desejada, é necessário efetuar a medição com o sujeito na parte central, manter este valor no setting automático da exposição da sua câmera ou inserir o valor apurado desta forma no setting manual, e enquadrar como desejado.

NÃO FUNCIONA COM CONTRALUZ: Em caso de fotografia em contraluz esta leitura fotométrica não dá resposta correta. Para efetuar a medição de um sujeito

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iluminado em contraluz há um artifício muito eficaz. Desconsideramos o fundo e fazemos a leitura fotométrica fechando o enquadramento no sujeito. Praticamente estaremos lendo a luz “em sombra” criada pelo sujeito, o resultado dessa leitura é o valor exposimétrico real a utilizar. Depois de ter efetuado esta medição bem próximo ao sujeito com o corpo dele preenchendo todo o enquadramento, memorizamos este valor no setting automático ou o selecionamos no setting manual da câmera.

SUJEITO EM SOMBRA: Para sujeitos em sombra a medição será correta na maioria dos casos. Temos só que prestar atenção no caso de o fundo ser muito mais claro que o sujeito (ex: sujeito em sombra e fundo em sol), aí temos uma condição de iluminação de contraluz. Resolveremos isso novamente tirando o fundo do campo de composição para calcular a exposição correta. Inserida esta medição na câmera podemos voltar à composição desejada e fotografar com tranqüilidade.

Em geral, se não precisamos de rapidez para mudar o setting da exposição, o ideal é trabalhar com setting da câmera em manual e colocar manualmente os dados indicados pelo fotômetro e, quando necessário, mudá-los em função das regras de interpretação.

IV – 6. FOTOMETRIA INCIDENTE

Fotômetros incidentes são externos, normalmente com a opção de captar luz

continua e luz flash.O fotômetro incidente é usado especialmente para fotografia em estúdio.

IV – 6. a. Utilização do fotômetro incidente

Em externa:O fotômetro incidente se usa geralmente com o acessório semiesférico de maneira a captar em uma única medição todas as fontes luminosas.

O fotômetro deve sempre ser apontado para a câmera do ponto onde o sujeito está.A única precaução ao usar o fotômetro incidente é no caso de dia muito nublado. Neste caso, a luz do céu é proporcionalmente muito mais alta do que aquela que ilumina o sujeito e que é refletida pelo ambiente. A calota semiesférica lê esta luz do céu e a considera no cálculo da exposição. Na realidade esta luz não ilumina o sujeito na maneira preponderante que o fotômetro esta lendo. Resolve-se isso apontando o fotômetro para o chão ou cobrindo com a mão a parte superior do fotômetro, barrando assim a luz do céu.Em outras condições de iluminação este fotômetro é uma ótima referência para exposição em externa.

Em estúdio, o fotômetro incidente é muito útil, permitindo medir facilmente a intensidade de cada fonte luminosa individualmente. Esta medição permite calcular perfeitamente a relação de iluminação entre uma fonte e outra.

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Em estúdio:1O. Medição da intensidade das fontes luminosas individualmente:Para esta medição se utiliza o acessório plano, apontando-o do sujeito para a fonte luminosa. Diferentemente do acessório semiesférico usado para medição geral, o acessório plano é apontado para a fonte luminosa e não para a câmera. Esta medição com o acessório plano é feita para medir a intensidade da luz no ponto onde o sujeito está.Mede-se primeiro a luz principal e depois as outras fontes. A luz secundária, uma luz de efeito ou qualquer fonte apontada para o sujeito vão ser analisadas com o acessório plano. A relação entre a luz principal e as outras condiciona o efeito produzido.Ex: luz principal 45o à direita. Luz de 90o.à esquerda usada para criar um efeito de contorno na lateral do sujeito (sem ser um contraluz). A intensidade da principal é f 11, para ter um efeito visível, a intensidade da luz lateral tem que ser de f 16 ou mais. No caso de a medida a fonte lateral não alcançar este valor, o efeito não será visível no filme.Uma vez balanceada a relação de iluminação de todas as fontes, é o momento de medir a intensidade delas juntas sobre o sujeito. Para fazer isso vamos trocar o acessório plano pela calota semiesférica. Apontando-a da posição do sujeito para câmera temos todas fontes (excluído eventual contraluz) captadas pelo acessório de medição.Definimos na câmera valor de exposição indicado pelo fotômetro.

Este valor será com certeza mais fechado do que qualquer valor que tenha sido medido separadamente (porque é a soma de várias fontes). Usando tal valor, estamos expondo corretamente o filme, mas não mudamos a relação de iluminação que havíamos criado antes.

IV – 7. LUZ MISTA: CONTÍNUA MAIS FLASH

Acontece em várias ocasiões precisar combinar luz contínua (natural ou artificial) com flash.Esta técnica precisa de um cuidado especial na hora de realizar a leitura fotométrica.Vamos agora analisar as peculiaridades desta técnica. Fotografando com luz flash teremos que considerar exclusivamente a variável diafragma para regular a exposição.Com luz contínua a dupla tempo/diafragma entra em jogo. Ao usar esta opção de regulagem devemos adaptar o nosso método de medição para melhor aproveitar da potencialidade desta técnica.

1º. Calcular a luz contínua disponível no ambiente2º. Adaptar a dupla tempo/diafragma de maneira que o diafragma seja condizente com o setting que queremos fazer na luz flash.3º. Ajustar no equipamento flash o valor de diafragma evidenciado através da relação com a luz ambiente.

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Por exemplo:Fotografia de retrato ou casamento em externa. Estamos em sombra e queremos dar um brilho no sujeito deixando o ambiente exposto corretamente.Leitura exposimétrica do ambiente t 60 f8 (filme 100/21 ISO em sombra em dia de sol).Para ter um brilho no sujeito e não subexpor o ambiente teremos que dar ½ stop de luz a mais no flash, isso significa setar o flash e a câmera a 60 8 ½ .Analogamente podemos mudar a dupla tempo e diafragma passando para luz ambiente a 125 5.6. Neste caso a potência do nosso flash deverá ser menor (o tempo não irá influenciar a potência do flash). O setting do nosso equipamento para esta foto será câmera 125 5.6 ½ e flash para potência 5.6 ½ .

V – 1. CARACTERÍSTICA DE UM FILME

Sensibilidade à luz.Definição (granulosidade).Contraste.Latitude de exposição.Resposta cromática.

V – 1. a. Sensibilidade

Capacidade de resposta do filme a uma determinada quantidade de luz. Quantidade mínima de luz necessária para gravar uma imagem.

V – 1. b. Definição (granulosidade)

Característica da emulsão fotográfica de ser mais fina ou mais grossa (em relação à sensibilidade: quanto maior a sensibilidade, mais aparecem os grãos de prata que compõem a emulsão fotográfica). Quanto maior o tamanho dos grãos da emulsão, menor a quantidade de detalhe que o filme consegue gravar, diminuindo a definição da imagem produzida.

V – 1. c. Contraste

Diferente densidade de área do filme e grau de separação existente.

V – 1. d. Latitude de exposição

O filme tem a capacidade de reproduzir a luminosidade da cena dentro de um

V - FILMES

(que filme, em qual ocasião)

Características técnicas de filmes: sensibilidade,

latitude de exposição, contraste, cor.

Diferenças entre filmes negativos e cromo.

Filmes coloridos e preto e branco.

Filmes day light e tungstênio.

Utilização criativa do filme (mudanças de

balanceamento da luz e da revelação)

Filmes

Rolo de película composto de uma camada de material sensível à luz, disposta sobre de um suporte de acetato transparente.Os filmes podem registrar imagens em p/b ou cor, através de um sistema de negativo/positivo ou produzindo uma imagem original e única positiva (cromo).

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intervalo de iluminação. Fora deste campo, o excesso de luz será sempre registrado como branco e as áreas escuras serão pretas. O campo dentro do qual o filme reproduz proporcionalmente as variações de iluminação se chama latitude de exposição (LdE). A LdE varia em função do tipo de filme. Cromo colorido tem o intervalo menor (cerca 3 pontos), segue o negativo colorido (5 pontos) e enfim o negativo p/b de alta sensibilidade (cerca de 6 pontos de intervalo).

V – 1. e. Resposta cromática

Capacidade do filme de reproduzir as tonalidades de cor.

V – 2. TEMPERATURA DE COR

V – 2. a. Luz

Chamamos de Luz um campo de radiações eletromagnéticas, caracterizado por ser percebido pelo olho humano.

Enquanto radiação eletromagnética, as características da luz são estudadas através da freqüência e amplitude da onda.

V – 2. b. Cor

A cor da luz que nós vemos é a concretização das variações de amplitude e freqüência (energia) das ondas que formam o campo de radiação definido pela luz.

V – 2. c. Temperatura de cor

A temperatura de cor é um sistema de medição da cor da luz muito usado em fotografia.Através do valor da temperatura de cor, o fotógrafo pode controlar as predominantes de cor de uma fonte ou de uma situação atmosférica, relacionando-as com o filme que está usando ou criando efeitos especiais na imagem.

TABELA DAS TEMPERATURAS DE COR

FONTE TEMPERATURA Kº Luz do sol ao meio dia 5.400Céu azul 12.000-18.000Luz diurna média 5.500Lâmpada de flash (azulada) 4.950Flash eletrônico 5.500Lâmpada fotográfica tungstênio-alógena 3.200Lâmpada de iluminação de 200 watts 2.980Lâmpada deiluminação de 100 watts 2.900Lâmpada de iluminação de 40 watts 2.650Luz de vela 1.900 FILME E SENSIBILIDADE A COR

FONTE NATURAL FILMELuz diurna média, Cromo tipo Daylightflash eletrônico: 5.500 Kº Negativo Daylight ou SLâmpada de tungstênio- Cromo tipo Aalógena: 3.400 Kº Todos os tipos de negativoLâmpada de tungstênio- Cromo tipo Balógena: 3.200 Kº Negativo tipo L (long time)

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V – 3. DIFERENÇAS ENTRE FILMES NEGATIVOS E CROMO

Cromo e negativo são filmes caracterizados por diferentes composições químicas e procedimentos de revelação. O negativo é o resultado da exposição de uma cena em um filme p/b ou colorido. Apresenta todas tonalidades do sujeito invertidas. Partindo de um negativo é possível criar quantos positivos (cópias de cenas fotografadas) quisermos.O cromo é um original único da imagem produzida. Sinteticamente podemos considerá-lo como a ”ampliação do negativo realizada no mesmo filme do negativo”. Empiricamente é isso que acontece: depois da exposição do filme na câmera, na revelação se cria um negativo

p/b da cena fotografada. Quimicamente este negativo é re-fotografado no filme. Afinal, este segundo “negativo” é revelado em cores e o primeiro negativo preto e branco é cancelado. Todo esse procedimento de revelação, chamado de processo E6 ou de revelação de cromo, determina as características do filme como veremos abaixo.

Analisando nitidez, contraste e latitude de exposição etc. de negativo e cromo notamos:

O cromo é normalmente mais nítido do que o negativo. O negativo tem muito mais latitude de exposição, fato que ajuda em caso de exposição não perfeitamente acertada. Abaixo as principais diferenças:

Nitidez Contraste Contraste de cor Granulosidade Latitude de exposiçãoCromo baixa sensibilidade ALTÍSSIMA Médio Acentuado Baixa 3 pontosCromo alta sensibilidade MÉDIA Alto Baixo Alta 3 pontosNegativo baixa sensibilidade ALTA Medio Acentuado Baixa 5 pontosNegativo alta sensibilidade BAIXA Baixíssimo Médio Alta 6 pontos

Em relação à exposição, é importante evidenciar uma diferença fundamental entre cromo e negativo.O negativo tem a peculiaridade de poder ser moderadamente superexposto (entre ½ e 1 ponto). Assim, aumenta a nitidez, o contraste de cor e fica mais fácil de ampliar. Já o cromo se comporta de forma contrária. Ele aumenta a nitidez e o contraste da cor ao ser subexposto (máximo de ½ ponto). Na fase de revelação, enquanto o negativo

pode ser revelado normal, o cromo sempre ganha em qualidade ao ser sobre exposto entre 1/3 e ½ stop.

V – 4. FILMES COLORIDOS E PRETO E BRANCO

A diferença óbvia e ululante é a reprodução das cores da cena. O filme colorido reproduz a cena em uma gama mais ou menos fiel, o filme preto e branco transforma as cores da cena em preto,

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branco e tonalidades de cinza.Características técnicas dos filmes negativos são a alta latitude de exposição no caso de filme de alta sensibilidade e a especial nitidez e contraste nos filmes de baixíssima sensibilidade 36/17 e 50/18 ISO.

V – 5. FILMES DAYLIGHT E ‘TUNGSTÊNIO’

Esta diferenciação vale para os filmes cromo e para os filmes negativos de médio e grande formato. O filme Daylight é balanceado para fotografar em luz solar ou com flash eletrônico ou equipamento de luz continua que emite luz com temperatura de cor de 5500 K. Diferentemente, os filmes ‘tungstênio’ funcionam com lâmpadas de luz contínua de tipo tungstênio ou alógena, em geral caracterizadas pela incandescência de um filamento de tungstênio. Esse tipo de luz é caracterizado por um espectro eletromagnético de baixa freqüência (as tonalidades mais próximas do amarelo) e por isso os filmes ‘tungstênio’ são balanceados para ser muito mais sensíveis às freqüências do azul. Esta diferença de sensibilidade cromática do filme balança a iluminação, permitindo a reprodução correta das cores da cena.

V – 6. UTILIZAÇÃO CRIATIVA DO FILME (mudanças de balanceamento

da luz e da revelação)

Tudo quanto foi dito até agora sobre filmes nos permite utilizá-los do jeito mais correto. Além disso, conhecer as características dos filmes permite efetuar variações criativas de tratamento.Utilizando um cromo day light com luz tungstênio criaremos uma dominante quente no filme. O caso contrário, cromo tipo B usado em externa produz uma dominante azul muito forte que transfigura o sujeito.O filme cromo pode ser revelado em C 41. O resultado será um negativo muito denso, com contraste de cor muito forte. Uma dominante amarela estará presente (e corrigível em fase de ampliação), alguns tons de marrom se transformarão em preto.

O negativo pode ser também revelado em E6, mas é um procedimento que não teve muito sucesso.

Enfim podemos sobre expor um cromo até perder os detalhes nas altas luzes e conseguir uma imagem que vai dos tons claros até o estourado, não apresentando tonalidades escuras (isso se usa muito em foto de beleza).

Estas são as utilizações criativas mais utilizadas, mas cada um de nós pode pesquisar técnicas pessoais.

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VI – 1. ENQUADRAMENTO A percepção humana aproveita a mobilidade da cabeça e dos olhos para inserir cada elemento no contexto maior do ambiente existente ao redor.A imagem fotográfica representa uma porção do espaço definida e imutável.O limite da imagem fotográfica cria uma moldura que diferencia entre o interno (visível e existente) e o externo da imagem. O externo da foto pode acrescentar informações ou não. A sensação de “invisível, mas existente” pode ser criada através da escolha de uma parte do ambiente que aparece, assim como a ausência pode ser conseguida simplesmente excluindo elementos do campo do enquadramento. Além disso, a posição do elemento principal em relação ao espaço inteiro da imagem vai induzir a sensações diferentes:Posição central, simétrica à estabilidade.Posição lateral, assimétricaà instabilidade.O ar em volta do sujeito pode acrescentar a estas sensações quando usado na composição.

VI – 2. PONTO DE VISTA

O ponto de vista é a ‘sensação de posição’ que o observador tem em relação ao sujeito da imagem fotográfica. Pode ser de cima para baixo, altura do horizonte ou de baixo para cima.

VI - COMPOSIÇÃO

Compor é organizar no espaço limitado da imagem bidimensional uma porção de realidade. As ferramentas disponíveis para organizar o espaço representado são:

ENQUADRAMENTOPONTO DE VISTACORTE FOTOGRÁFICOLINHAS NAS IMAGENSRELAÇÃO ENTRE SUJEITO E FUNDOPRIMEIRO PLANO, SEGUNDO PLANO E FUNDOPERSPECTIVAS E LINHAS DE FUGAPONTO DE INTERESSE

Nesta nossa explicação o enfoque maior será para composição de imagens que contenham o sujeito humano como elemento principal.

Uma consideração de ordem geral é que pela sua condição de “bi-dimensionalidade e imobilidade” a fotografia sempre faz um esforço para induzir a terceira dimensão e a sensação do movimento através de ferramentas técnicas.

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A posição de cima para baixo tende a achatar os objetos, coloca a linha do horizonte na parte superior da foto e transmite geralmente uma sensação de fechamento e opressão. Uma posição de baixo para cima, por outro lado, cria uma sensação de abertura, liberdade, espaço e felicidade.A posição ao nível do horizonte cria estabilidade, homogeneidade e transmite tranqüilidade, mas também sugere falta de movimento e homogeneidade.

O ponto de vista é uma ferramenta extremamente importante em fotografia de moda para considerações sobre os costumes ou o relacionamento humano.O enquadramento de baixo para cima faz crescer o sujeito da foto, dando uma sensação psicológica de poder, força e superioridade. A posição contrária diminui a influência do sujeito que vira subordinado ao observador da foto; e novamente, a posição à altura de horizonte (altura do olhar) é caracterizada por uma menor pressão psicológica, indicando paridade e não induzindo emoções especiais.

VI – 3. CORTE FOTOGRÁFICO

Na representação da figura humana existem pontos codificados de exclusão de parte do corpo. Normalmente estes cortes seguem a regra de não cortar o corpo na metade das articulações. Recentemente cortes mais extremos e revolucionários estão sendo utilizados para criar sensações de impacto.

Os super detalhes são um exemplo, também estão virando elementos de linguagem cortes laterais, nos quais parte do corpo do sujeito fica fora da foto e essa assimetria produz sensação de movimento e instabilidade. Esta última técnica é às vezes combinada com enquadramento horizontal, onde um grande espaço é reservado a elementos secundários e/ou externos ao assunto principal da foto. Este tipo de enquadramento é chamado de “enquadramento cinematográfico” porque se inspira na linguagem de fotografia usada em cinema.

VI – 4. LINHAS NAS IMAGENS

É extremamente fácil incluir ou criar linhas nas imagens fotográficas.Em geral as linhas curvas são mais dinâmicas do que as retas. Além disso, pelo costume de leitura, nós exploramos as imagens segundo uma ordem precisa. As linhas, acompanhando ou não este movimento, criam sensação de estabilidade ou movimento interno na foto. Linhas com movimento interno muito forte são as diagonais.

Movimento de leitura das imagens:Da esquerda para a direita e em seguida de alto para baixo: Pessoas de cultura ocidental.De alto para baixo e em seguida da esquerda para direita: Pessoas de cultura oriental.De direita para esquerda e depois de alto para baixo: Pessoas de cultura árabe.

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Consideraremos apenas o primeiro caso:

Linha horizontal: induz um efeito estático e passivo no observador.A própria linha do horizonte, pela sua estrutura de linha horizontal, tem que ser tratada com muito cuidado. Em particular nunca deve estar no meio da fotografia. Uma boa solução é inclinar um pouco a linha do horizonte, criando uma linha com uma pequena tendência diagonal.

Linha diagonal: a linha diagonal irradia movimento e desejo de se mexer.Quando se desenvolve da esquerda em baixo para a direita em alto se chama de diagonal ascendente e cria uma sensação positiva, o desenvolvimento contrário induz uma sensação negativa.

Linha vertical: induz vigor, firmeza e vitalidade.

VI – 5. RELAÇÃO ENTRE SUJEITO E FUNDO

A distinção entre o sujeito principal e o fundo da foto é uma das preocupações menores no caso da fotografia de gente, já que o ser humano é sempre percebido como elemento principal de uma imagem. É importante anotar que para outros tipos de sujeito esta facilidade não existe e a presença de muitos elementos com tamanho e peso parecidos pode criar confusão na discriminação entre sujeito e fundo.

VI – 6. PRIMEIRO PLANO, SEGUNDO PLANO E FUNDO

No desenvolvimento de um espaço tridimensional em uma representação bidimensional é importante evidenciar a existência de planos diferenciados. Isso aumenta a sensação de movimento e profundidade e permite usar com maior criatividade os recursos da fotografia. Aproveitando de modo especial a característica da figura humana de ser sempre considerada o sujeito principal da foto, é possível desenvolver planos secundários que aumentem a sensação de profundidade. A escolha da objetiva vai influenciar muito na representação do espaço em planos:

Lente grande angular: oferece muitos planos de ação. É caracterizada por uma profundidade de campo elevada. Cria uma possível deformação do sujeito no primeiro plano. O sujeito no fundo fica muito pequeno em relação ao primeiro plano.Lente normal: tem o melhor desenvolvimento de perspectiva, distribuindo um espaço proporcional entre primeiro plano, segundo plano e fundo. Lente teleobjetiva: Desenvolve um só plano, provocado desfoque nos outros e achatando muito o fundo. O grande desfoque do fundo pode ser utilizado para acrescentar a atenção no primeiro plano.

VI – 7. PERSPECTIVA E LINHAS DE FUGA

A perspectiva é a técnica de reprodução bidimensional de um espaço tridimensional.Este fenômeno plástico pode ter uma aparência real (parecida com a sensação de espaço que estamos acostumados a ver); ou irreal no caso de perspectivas diferentes a nossa habitual; ou ainda de falta completa de perspectiva.Nas artes plásticas os artistas controlam a perspectiva através do estudo das linhas de fuga originadas de pontos que escolhem livremente em função da idéia que querem transmitir.

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Em fotografia a reprodução da perspectiva é controlada através do ponto de vista.Nós podemos intervir sobre o ponto de vista através da escolha da lente.Uma lente grande angular terá um ponto de vista muito próximo ao sujeito. Essa posição criará uma deformação (diferença entre a representação fotográfica e a visão normal do ser humano) mais ou menos acentuada do sujeito.A lente normal, reproduzindo basicamente as condições de visão humana produz a imagem com proporções corretas.A lente tele objetiva, aumentando a distância do ponto de vista, evita a deformação do sujeito, mas muda a percepção dos vários planos achatando-os

VI - 8. REGRA DOS TERÇOS

Existe uma área especifica da foto localizada no alto e à direita na imagem fotográfica que é o ponto onde o olho aponta naturalmente no primeiro contato com uma imagem. O sujeito principal da foto deveria estar sempre nesta área.Esta regra evoluiu em uma variável segundo a qual esta área deve conter um elemento de contraponto ao sujeito principal ou um elemento que conduza diretamente ao elemento principal.

VII - FOTOGRAFIA SOCIAL

(como fotografar gente em eventos)

Técnica prática e macetes para fotografar em convenções, vernissages, boates etc. Fotografia de casamento, formatura, batizado etc.

Casamentos, formaturas, baile de 15 anos, festa de confraternização de empresa etc, todos os eventos para os quais somos contratados para fotografar são momentos especiais, e às vezes até únicos na vida dos nossos clientes.Desta simples constatação surge uma importante consideração sobre a responsabilidade que o trabalho que estamos realizando acarreta e a confiança em nós reposta.

Temos que fazer o nosso melhor para criar imagens que não registrem só o evento, mas que contenham a emoção do momento.

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Para conseguir isso são necessárias ótimas técnicas, criatividade, envolvimento e enfim organização.

VII – 1. ORGANIZACÃO

VII – 1. a. Briefing

Em todos trabalhos fotográficos o momento do recebimento do briefing é importante, no caso da fotografia social dele depende o sucesso ou o fracasso do trabalho.Gosto pessoal, faixa socioeconômica, nível cultural, tradição familiar ou da instituição são elementos muito variáveis dos quais depende a estruturação do nosso trabalho.A linguagem fotográfica a ser desenvolvida é o resultado da análise das variáveis acima indicadas.

Atualmente existem duas tendências que o fotógrafo pode oferecer, e que definiremos como clássica e moderna. Pode ser também considerada uma terceira opção: uma combinação das duas, onde pequenos elementos diferenciais da linguagem moderna são inseridos na realização de um trabalho com linguagem clássica. Esta opção pode ser oferecida para inovar um pouco o visual de trabalhos destinados a clientes jovens, mas tradicionais.

É importante apresentar amostra de trabalhos (pode ser do próprio portfólio ou outras imagens de referência) para permitir que o cliente tenha uma idéia das opções entre as quais pode escolher e tirando assim dúvidas que explicações verbais podem deixar. Esta fase de pré-produção

não será tempo perdido mas nos permitirá compreender o perfil do cliente, deixando-o satisfeito com nosso produto.

VII – 1. b. Pré-produção

Visitar o local (ou locais) do evento é uma prática fundamental, que permite escolher o equipamento e os filmes mais adaptados à situação.É útil também para programar antecipadamente uma série de imagens a realizar durante o evento, assim como programar a seqüência dos eventos para poder antecipar as pessoas a serem fotografadas e colocar-se na melhor posição.

VII – 2. TÉCNICA Como indicado acima, existem atualmente duas tendências de fotografia social que utilizam técnicas e conceitos bem distintos. Vamos agora definir as tendências para depois discutir as técnicas.

VII – 2. a. Clássico e moderno

Imagens tradicionais são caracterizadas pela composição fotográfica e da cena, e iluminação clássica. A iluminação é principalmente realizada com flash eletrônico acoplado à câmera e freqüentemente acompanhado de um segundo flash, usado para clarear o ambiente ou criar uma contraluz. A composição é balanceada, as cenas compostas muito formais e bastante

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estáticas. Fotos de grupo posando para câmera são regra inevitável. Normalmente a cobertura fotográfica do evento é realizada inteiramente com filme colorido.

Alternativa a essa abordagem clássica, cada vez mais profissionais estão privilegiando uma leitura de fotorreportagem dos eventos. A luz disponível no ambiente e as luzes naturais são as mais usadas, em conjunto com filmes mais sensíveis e alternando imagens pretas e brancas a coloridas.A composição da cena prevê imagens ‘roubadas’, instantâneas e momentos descontraídos; permite jogar com a composição, inventar situações diferentes e dá espaço a fotos com técnicas mais extremas tipo flash com tempo baixo, cortes fotográficos e composições inusitadas.

É importante ressaltar que as diferenças se referem à linguagem das imagens e não aos sujeitos fotografados. Devemos sempre registrar os momentos importantes do evento (como a troca de alianças e o corte de bolo em um casamento, ou entrega do prêmio no caso de cerimônia de premiação). O diferencial se aplica à linguagem e não ao evento.

VII – 2. b. Clássico

CAMERA : É normalmente utilizado equipamento de médio formato. Os custos de materiais fotográficos e de equipamento

são bem maiores que no caso do 35mm, por outro lado, aumenta a qualidade para grandes ampliações e pôsters. Além disso é o tipo de equipamento que o cliente está acostumado a ver e define status.

LENTES: O kit básico de lentes consiste em uma grandangular, a normal e uma tele media, possivelmente macro. Usaremos a tele para os retratos, closes, detalhes de pessoas e coisas. A grandangolar será previlegiada para fotografar os ambientes. Os grupos e o restante do evento deverá ser fotografado com a lente normal.

FILMES: Preferir filmes negativo de baixa sensibilidade, (ideal 160 Asa),.As marcas mais usadas são Kodak e Fuji. Temos a opção de escolher filmes que privilegiem o tom da pele mantendo a cor fiel, ou com cores mais vívidas e saturadas.

COMPOSIÇÃO: As regras de composição já indicadas são aplicadas sem anotações especiais.

ILUMINAÇÃO: Um flash acoplado à câmera será sempre usado. É importante não deixá-lo no eixo da câmera. Isso é feito através de um acessório que existe tanto para 35mm quanto para médio formado. Além disso, deve ser usado um acessório que suavize a luz deste flash (existem sistemas para usar a luz do flash rebatida ou pequenos hazes que se montam no flash. O primeiro acessório é menor e de manuseio mais fácil). O flash será usado como luz de compensação nas externas,

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(1/2 stop abaixo do ambiente), combinado com a luz ambiente para fotografar grupos (mesmo valor de exposição do ambiente), o como luz principal em ambientes escuros.Um segundo flash sincronizado com fotocélula pode ser utilizado para clarear o ambiente.

DIREÇÂO: Fotografando grupos em festas e eventos o primeiro passo do fotografo é atrair a atenção do grupo a ser fotografado sobre si, capturando a concentração, dirigindo todos olhares para câmera e acertando eventualmente a posição de uma ou outra pessoa para completar a composição. Neste tipo de foto devemos ser bastante enérgicos e extrovertidos para conseguir “dominar o grupo”.

VII – 2. c. Moderno

CAMERA: equipamento de 35 mm, normalmente duas câmeras utilizando filmes p/b e cor são utilizadas contemporaneamente.

LENTES: As lentes zoom facilitam a composição e rapidez de trabalho. Zoom otimais: Uma zoom que vai de uma boa grandangular até uma pequena tele é 24-28 até 70-80 dependendo das marcas, uma segunda zoom mais teleobjetiva. Lente fixa normal e tele (200 mm). Possivelmente uma das lentes deveria ser macro.Durante o trabalho será montada a zoom com grandangular e uma segunda lente fixa (normal ou tele). A zoom vai ser utilizada com o tipo de filme (cor ou p/b) que vai ter preponderância. A lente fixa fica na outra

câmera. A tele é mais útil se se quiser usar a segunda câmera para closes, detalhes e fotos ‘roubadas’. A lente normal se preferir espaços, grupos e cena abertas.

FILMES: Negativos de sensibilidade média-alta. Kodak Tri-X no P/B. Cor: Kodak Gold 400; FUJI NPH 400 ou Fuji Press 800.

COMPOSIÇÃO: Campos abertos, enquadramentos assimétricos, imagens com espaço lateral, fotos tremidas e com movimento interno, enquadramento holandês, planos inclinados e superdetalhes são elementos diferenciais da composição desta linguagem. Como sempre devemos usar o bom senso e reservar as composições mais extremas para momentos não formais e utilizar uma linguagem mais ‘tranqüila’nas fotos ‘de rito’ (grupos de família, corte do bolo de casamento, etc).

ILUMINAÇÃO: Luz natural ou disponível no local é a regra principal deste tipo de trabalho. Os filmes indicados podem ser utilizados na sensibilidade nominal ou puxados 1 ponto sem grandes perdas de qualidade. Em ambientes muito escuros pode ser utilizado um flash e usado um tempo baixo (tipo 30 o 15 dependendo do sujeito), para dar a sensação do ambiente e não deixar o fundo totalmente preto.

DIREÇÃO: A prerrogativa desta linguagem é a fotorreportagem, assim podemos juntar momentos de foto espontânea com imagens de retrato. Em todo caso uma espécie de improvisação natural e espontânea tem que ser conseguida.

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A direção brinca bastante com o ponto de vista e com a composição em geral. O fotografo tem que ser protagonista, entrar no evento, sugerir, captar momentos, induzir situações. Em fotos de casamento um tempo especial tem que ser reservado neste sentido às fotos particulares do casal brincando com a especial cumplicidade e entusiasmo do momento. Sempre devemos ter uma atenção especial para as mães, rica fonte de momentos emocionantes e engraçados. Os amigos do casal, a ‘galera’ pode ser envolvida para criar uma atmosfera mais descontraída. Entre os convidados, retratos individuais de pessoas interessantes ou ligadas à família vão dar um toque especial e único ao seu trabalho.

VII – 3. CRIATIVIDADE E ENVOLVIMENTO

A fotografia social é uma área muito fotografada. O já visto, o comum, o estereotipado são a regra. Isso é inevitável. O próprio sujeito, a cerimônia, o motivo do registro, são a tradição e os ritos.Muitas coisas TÊM que ser fotografadas só de um jeito.Onde pode entrar a criatividade, qual é o diferencial que podemos dar para as nossas fotos serem únicas, para sermos procurados, contratados e bem pagos pelo nosso trabalho?A criatividade tem que estar em nós. Criar uma historinha, preparar um roteiro, criar imagens diferenciais para combinar com o trabalho tradicional.

Estar ligados, perceber as personalidades dos fotografados, dos convidados, o diferencial em cada formando, noivo, dos pais da criança do batizado, na debutante. Trabalhar com o material humano à disposição… e fazer tudo isso com dedicação, prazer, paixão e orgulho do próprio trabalho.

ADVERTÊNCIAS GERAIS:Não economizar em filmes (levar sempre uma boa sobra sobre a quantidade prevista a ser usada).Checar todo o equipamento, ter uma câmera e equipamento de reserva.Lembrar que os eventos que iremos fotografar são únicos e irrepetíveis!!!

VIII - NOVAS TECNOLOGIAS

(presente e futuro)

Convencional e digital.Fotografia digital.Digitalização das imagens.Photoshop.Outros programas que trabalham com imagens.Laboratório digital.Utilização da tecnologia digital em fotografia.

Conclui esta apostila uma rápida panorâmica sobre as inovações que a informática introduziu no campo da fotografia.

VIII – 1. CONVENCIONAL E DIGITAL

Atualmente é possível registrar as nossas imagens fotográficas em filmes ou em arquivos digitais. As imagens realizadas no suporte físico dos filmes fotográficos são ampliadas em cópias em papel ou em originais em cromo e esta é a forma final para usufruir da imagem. Na fotografia realizada com uma câmera de tipo digital a imagem é armazenada em um arquivo digital. Este arquivo será lido através de um programa de computador

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e transformado em uma imagem em uma tela.A imagem contida neste arquivo pode ser também revertida em um suporte físico através da impressão (fotográfica ou não) do arquivo.

VIII – 2. DIGITALIZAÇÃO DAS IMAGENS

Uma imagem já realizada em filme pode ser transformada em arquivo digital através do processo de scanneamento.Este arquivo digital pode ser visualizado e elaborado em programas de computador.

VIII – 3. PHOTOSHOP

O Photoshop é um programa que trabalha com imagens. Ele permite modificar as características de uma imagem ou criar uma imagem totalmente nova e ’virtual’através da fusão de duas ou mais imagens.

VIII – 4. OUTROS PROGRAMAS QUE TRABALHAM COM IMAGEM

Além do Photoshop existem outros aplicativos que trabalham com imagens permitindo combinar imagens com outras informações como texto, desenhos e tabelas. Estes programas são programas de diagramação.

VIII – 5. LABORATÓRIO DIGITAL.

O laboratório digital é um laboratório fotográfico equipado para imprimir imagens fotográficas partindo de arquivos digitais ou digitalizar imagens fotográficas partindo de negativo. O equipamento mais conhecido e difundido é chamado de FRONTIER e é um produto da marca FUJI.Os laboratórios digitais freqüentemente oferecem o serviço de tratamento de imagem aos clientes.

VIII – 5. UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DIGITAL EM FOTOGRAFIA.

VIII – 5. a. Câmeras digitais

O custo das câmeras digitais ainda é alto, principalmente para equipamentos capazes de produzir imagens com qualidade profissional.Atualmente há câmeras 35 mm capazes de criar arquivos para a maioria dos trabalhos comerciais (20 x 30 cm a 300 dpi). Além das câmeras de formato 35 mm existem back digitais para acoplar a câmeras de médio ou grande formato. Esse equipamento, proibitivo para maioria dos fotógrafos pelo alto custo, é capaz de resolver todos os trabalhos comerciais. O arquivo criado por um back pode produzir um cromo 5 x 5 cm (a 1028 dpi).Vantagem da câmera digital 35 mm: possibilidade de verificação imediata do resultado, velocidade na entrega do trabalho ao cliente, eliminação dos custos de materiais fotográficos, facilidade para

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tratar o arquivo, eliminação da fase de scannemento.Desvantagem: qualidade ainda não completamente comparável ao convencional, alto custo, e necessidade de conhecimento de elementos de informática e de um computador capaz de trabalhar com imagens e eventualmente um lap top.

VIII – 5. b. Digitalização das imagens

Esta prática é cada vez mais requisitada em trabalhos publicitários.A imagem passa por um tratamento de photoshop que permite melhorar a qualidade, corrigir erros, ou criar efeitos ou condições que não seriam possíveis de realizar fotograficamente.Por exemplo, na fotografia de carros: o carro é fotografado controlando todos os reflexos em estúdio e depois fundido com um fundo externo. O resultado será uma imagem em externa. Outra área que utiliza muito a fusão de imagens é a de comida.Na fotografia de gente o photoshop é muito usado para retocar defeitos na pele do sujeito.

Vantagem: alta qualidade.Desvantagem: procedimento caro e demorado.

VIII – 5. c. Outras utilizações

Além das utilizações em publicidade, outras relativas ao cliente direto e ao varejo permite oferecer novos produtos aos nossos clientes.

Criação de páginas diagramadas em eventos, restauração de fotos, foto-cartões com baixo custo, etc. Mais importante ainda, estamos lidando com a novidade e as idéias de cada um podem resultar numa nova e especial oportunidade de sucesso.

VIII – 7. CÂMERAS DIGITAIS

Existem atualmente em comércio vários tipos de sistemas de captação da imagem digital. O mais comum são as câmeras e o back digital. As câmeras fotográficas digi-tais se diferenciam em câmeras compactas e câmeras 35 mm por ser a evolução desses formatos convencionais.Apesar de poder conseguir bons resultados com as câmeras compactas e considerando o alto custo que atualmente ainda penaliza o investimento em back digitais concen-traremos a nossa explanação na fotografia digital com câmeras digitais 35 mm.

VIII – 8. SETTAGEM DA CÂMERA: SENSIBILIDADE, TEMPERATURA DE COR, RESOLUÇÃO E FORMATO DE ARQUIVO

Antes de começar a fotografar com câmera digital devemos efetuar a setagem da câmera. Isso é indispensável sendo que o sistema eletrônico de captação da imagem fotográfica é um instrumento flexível, que permite efetuar várias opções no momento da captação da imagem. Expressamente

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na área da fotografia de moda, podemos escolher o nível de sensibilidade a luz e o tipo de equilíbrio de cor. Alem disso temos que escolher dois parâmetros inerentes `a fotografia digital: a resolução da imagem e o tipo de arquivo no qual a imagem será gravada.Consideraremos a seguir as opções digitais sendo que os aspetos fotográficos podem diferir quanto tratados com o filme.

VIII - 8. a. Resolução

A resolução é a quantidade de informações que a imagem contém. Esta é expressa em Pixel e Mega pixel e praticamente influencia a possível utilização da imagem. Maior a resolução maior tamanho a imagem pode ser ampliada em papel fotográfico, e impressão off set.

VIII – 8. b. Formato de arquivo digital

As câmeras digitais tem geralmente 3 tipos de arquivos nos qual podem ‘escrever’ a informação: JPG, RAW e TIFF.

Vamos analisar cada um deles:

Arquivo JPG: A imagem é capturada pelos sensores da câmera e um software interno da câmera interpreta os pixels da imagem em função de cores, luminosidade e similitude entre eles, criando uma representação desta imagem.Os arquivos JPG apresentam uma compressão de arquivo. Outra peculiaridade é que os canais de cor RGB utilizados

em captação já foram elaborados pelos software internos da câmera apresentando a representação de tom e luminosidade que caracteriza a imagem.

Arquivo RAW (NEF para Nikon): O arquivo Raw é a gravação da resposta elétrica a realidade apresentada. Não é feita nenhum tipo de elaboração desta imagem, sendo por isso necessário a abertura do arquivo em um programa especifico que trasforma as informações luminosas/elétricas em uma realidade luminosa novamente. A imagem Raw é um arquivo em preto e branco. Todos os ajustes da imagem serão feitos manualmente pelo operador que converterá esta imagem RAW. Depôs da conversão o arquivo será gravado no formato JPG, TIFF ou PDS dependendo das utilizações. O tamanho do arquivo RAW é exatamente proporcional `a resolução da câmera, tratando-se de uma ‘cópia’ da mapa dos pixel dela.

Arquivo TIFF: análogamente ao RAW o arquivo TIFF registra a imagem bruta, sem que esta seja de maneira alguma elaborada por softawe da câmera. O arquivo TIFF é caracterizado por um grande tamanho sendo basicamente 3 vezes o tamanho do arquivo RAW. Praticamente o tamanho que a imagem assume quando abrimos um jpg no photoshop.

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VIII – 9. EXPOSIÇÃO E HISTOGRAMA

A leitura fotométrica para fotografia digital é feita da mesma maneira que para fotografia convencional, através do fotômetro interno na câmera ou com fotômetro externo. Efetuada a medição da luz podemos controlar que a exposição esteja correta conferindo o histograma que é a representação gráfica da disposição dos tons da imagem entre o range de captação da imagem. É importante evidenciar que no caso de captação em formato RAW não estamos vendo o histograma da imagem Raw (que praticamente ainda nem existe) quanto de um preview da mesma imagem em jpg. Pessoalmente considero a leitura do histograma como uma verificação que a fotometria está correta e que todos os tons da cena serão reproduzidos na imagem final.Uma última consideração sobre a fotometria é que o digital tem mais sensibilidade nas altas luzes e por isso podemos procurar o equilíbrio da nossa imagem na parte clara da curva de latitude de exposição, isso prestando atenção ao perigo de estourar as altas luzes, coisa crítica na captação digital porque impossíveis de recuperar.

VIII – 10. LATITUDE DE EXPOSIÇÃO

O conceito de latitude de exposição é pelo menos um pouco contraditório no mundo digital, sendo que a captação digital é uma função linear, mas para os fins práticos

eu gosto de considerar o campo da digital um pouco mais extenso do que o cromo. Analogamente considero o contraste menor do que o digital e maior do que o negativo, o que me faz pensar em colocar as características da captação digital no meio deste dois tipos de filmes. Tudo isto considerando una captação em formato JPG porque utilizando o sistema Raw chegamos a ter uma latitude de exposição de pelo menos 8 pontos e meio.

Outras considerações relativas a digitais tratadas durante o curso são:

Composição, Fator de corte, Direção de modelo, Utilização em eventos, Workflow digital.

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CONCEITOS E ATUAÇÃO 2

I – HABILIDADES E CAPACIDADES 2Comunicação visualSentido fotográficoProdução Marketing

II – ILUMINAÇÃO 7LuzNaturezaCorPrática da iluminação em fotografiaA melhor luz para fotografar uma pessoaFotografia em externa Fotografia em estúdio, criar a luzProcedimento de iluminação em estúdioNormas mais comuns para dispor a iluminação em estúdio

III – DIREÇÃO DE MODELO 15O corpo falaPoses e atitudesAnálise de imagens. ModelosRegras gerais para fotografar:Tempo e recursos à disposição para fotografar

IV – EXPOSIÇÃO 23

Fotômetro de luz incidente e fotômetro de luz refletidaLeitura fotométrica (tamanho da área medida)Interpretação da leitura fotométricaFotometria com fotômetro por luz refletidaFotometria refletida matricialFotometria incidenteLuz mista: contínua mais flash

ÍNDICE

V – FILMES 29Característica de um filme:Temperatura de corDiferenças entre filmes negativos e cromoFilmes coloridos e preto e brancoFilmes daylight e ‘tungstênio’Utilização criativa do filme

VI - COMPOSIÇÃO 33EnquadramentoPonto de vistaCorte fotográficoLinhas nas imagensRelação entre sujeito e fundoPrimeiro plano, segundo plano e fundoPerspectiva e linhas de fugaRegra dos terços

VII - FOTOGRAFIA SOCIAL 36OrganizacãoTécnicaCriatividade e envolvimento

VIII - NOVAS TECNOLOGIAS 40Convencional e digitalDigitalização das imagensPhotoshopOutros programas que trabalham com imagemLaboratório digitalUtilização da tecnologia digital em fotografiaCâmeras digitaisSettagem da câmeraExposição e histogramaLatitude de exposição