daniel profeta moreira santos · pdf filerealizada a defesa do trabalho de conclusão de...
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DANIEL PROFETA MOREIRA SANTOS
Mapeamento da Evasão no Instituto Federal Minas Gerais Campus
Governador Valadares
Monografia apresentada ao Curso de
Engenharia de Produção do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Minas
Gerais como parte dos requisitos para a
obtenção do Grau de Engenheiro de Produção.
Orientador (a): Débora Rosa Nascimento
Governador Valadares
Janeiro de 2015
1
ATA DE DEFESA
Aos 14 dias do mês de janeiro de 2015, às 11 horas, na sala de Cartografia deste instituto, foi
realizada a defesa do Trabalho de Conclusão de Curso pelo (a) aluno Daniel Profeta Moreira
santo, sendo a comissão examinadora constituída pelos professores: Debora Rosa Nascimento,
Rodrigo Marques de Oliveira e Rafael Lucas Machado Pinto.
O (a) aluno (a) apresentou o trabalho intitulado: Mapeamento da evasão no Instituto Federal
Minas Gerais campus Governador Valadares. A comissão examinadora deliberou, pela
________________ do (a) aluno (a), com a nota_______. Na forma regulamentar foi lavrado a
presente ata que é assinada pelos membros da comissão examinadora e pelo (a) aluno (a).
Governador Valadares, 14 de janeiro de 2015.
___________________________________
Msc. Débora Rosa Nascimento-Professora Orientadora
____________________________________
PhD. Rodrigo Marques de Oliveira-Convidado
____________________________________
Msc. Rafael Lucas Machado Pinto-Convidado(a)
____________________________________
Daniel Profeta Moreira Santos-Aluno
2
TERMO DE RESPONSABILIDADE
O texto do trabalho de conclusão de curso intitulado “Mapeamento da evasão no
Instituto Federal campus Governador Valadares” é de minha inteira responsabilidade. Declaro
que não há utilização indevida de texto, material fotográfico ou qualquer outro material
pertencente a terceiros sem o devido referenciamento ou consentimento dos referidos autores.
Governador Valadares-MG, 14 de janeiro de 2015
______________________________________
Daniel Profeta Moreira Santos
3
Dedico esse trabalho aos meus
queridos pais, Maria da
Conceição e Valdemar Moreira
aos meus irmãos, Carlos,
Daniele e Hernando e a todos os
meus amigos.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço,
A Deus por propiciar essa vitória na minha vida.
Aos meus pais pelo amor incondicional, por me apoiarem em todas as situações da minha vida.
Mesmo sem saber o que é uma universidade sempre me impulsionaram a estudar e me deram
forças para não desistir do curso, agradeço-os, principalmente por me ensinar os principais
fundamentos na vida de uma pessoa, honestidade e humildade.
Aos meus tios Antônio e helena pelo incentivo e principalmente pelo carinho.
A Professora Débora, não só pela orientação, mais por toda dedicação e apoio durante toda a
graduação.
Ao Professor Sandro, por ser um exemplo de profissionalismo e por me empolgar nas
realizações das atividades acadêmicas. Foi um prazer trabalhar com você e ver os seus olhos
brilharem de empolgação e apreço pelos trabalhos de pesquisas.
Aos companheiros de República (Chassi, Batoré, Bunito, e o Jow) por ter compartilhado
comigo os momentos de alegria e adversidade. Espero que nossa amizade seja eterna.
A todos os mestres professores pelo ensinamento, por me fazer mais sábio e critico.
A todos os funcionários do IFMG-GV pelo carinho e amizade constituída.
Aos meus irmãos Carlos Cesar, Daniele e Hernando por fazerem parte da minha vida.
Aos meus amigos Raphael, Gabriel, Anderson, Wallace, Thiago, Thiago Vaz, Romário,
Gustavo, Arthur, Jucian,Willian, Flávio, Josiel, Fábio e o Shelme, pois sem o apoio de vocês
não seria possível ter realizado essa conquista.
5
R E S U MO
A política de formação de profissionais é de grande relevância para um país, uma vez que
fortalece a economia com a oferta de mão de obra qualificada e auxilia na redução das
desigualdades sociais. Um dos graves problemas da educação brasileira refere-se à evasão dos
estudantes do curso de origem. Embora seja difícil quantificar, é evidente que a evasão escolar
causa prejuízos aos cofres públicos e aos cidadãos, seja pelo não aproveitamento efetivo de
todas as vagas ofertadas pelas instituições de ensino ou pelo mau direcionamento do dinheiro
público. O fenômeno de evasão acontece por vários fatores, identificar esses fatores nem
sempre é tarefa fácil. Nesse trabalho de conclusão de curso, entende-se evasão como sendo o
índice de saída definitiva do estudante do seu curso de origem sem concluí-lo. O objetivo dessa
pesquisa é realizar uma análise dos índices de evasão dos estudantes do IFMG campus
Governador Valadares, avaliando as principais causas que levam os estudantes a deixar o curso,
bem como propor alternativas pra melhorar os atuais indicadores.
Palavras-chave: Evasão escolar; Estatística descritiva; Educação.
6
ABSTRACT
The professional training policy is very important for a country, as it strengthens the economy
with the labor supply of skilled labor and can help reduce social inequalities. One of the serious
problems of Brazilian education refers to the evasion of undergraduate students of origin.
Although difficult to quantify, it is clear that the dropout causes damage to public funds and
citizens, to be not the actual use of all vacancies offered by the schools or by the poor
directioning of public money. The dropout phenomenon happens by several factors, identify
these factors is not always easy. In this course conclusion work, evasion is understood as the
definitive exit rate student of his course of origin without completing it. The objective of this
research is to analyze the dropout rates of students IFMG campus Governador Valadares,
assessing the main causes leading students to leave the course and propose alternatives to
improve current indicators.
Key-words: Truancy; Descriptive statistics ; education.
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 Evolução do número de ingressantes na educação superior de
graduação, por categoria administrativa Brasil 2003-2013.
16
Figura 02
Figura 03
Evolução do número de ingressantes na educação superior de graduação,
por categoria administrativa Brasil 2003-2013.
Valores empenhados no Programa Desenvolvimento da Educação
Profissional e Tecnológica, de 2008 a 2011.
16
17
Figura 04 Fluxograma das fases de realização da pesquisa. 26
Figura 05
Figura 06
Figura 07
Figura 08
Figura 09
Figura 10
Figura 11
Figura 12
Evasão Engenharia de Produção.
Evasão curso de Gestão Ambiental.
Índice de conclusão, evasão e matriculado de gestão ambiental.
Evasão curso Técnico em Segurança do Trabalho( 2013-01 e 2014-01)
Índice de conclusão, evasão e matriculado do técnico em segurança do
trabalho.
Resposta do questionário investigatório sobre as causa de evasão no
IFMG.
Taxa de escolha das possíveis causas da evasão na visão dos professores
e técnicos administrativos do IFMG-GV.
Mapafluxograma processo de desligamento de estudantes no IFMG
campus de Governador Valadares-MG
28
30
30
32
33
35
36
37
8
LISTA DE EQUAÇÕES
Equação 2.1 Equação de numero de integrantes 15
Equação 2.2 Equação de Evasão proposta pela Comissão Especial 15
Equação 3.1 Equação de Evasão utilizada no trabalho 33
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1
Tabela 2
Taxa de titulação/evasão dos cursos de engenharia no Brasil
Proposta de melhoria a partir das causas investigadas no questionário
29
45
10
ABREVIATURAS, SIGLAS E CONVENÇÕES
ABRUEM
Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e
Municipais
ANDIFES
Associação Nacional do Dirigente das Instituições Federais de
Ensino
Fadivale Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEPS Instituições de Ensino Superior Públicas
IF’s Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia
IFMG Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia Minas Gerais
IFMG-GV
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Minas Geral
campus Governador Valadares
INEP Instituo Nacional de Ensino e Pesquisa
MEC Ministério da Educação e Cultura
Nd Número de Estudantes desligados
Ni Número de Estudantes Ingressantes
Nr Número de Estudantes Regulamente Matriculado
PET Programa especial de Treinamento
PIBEX Programa Institucional de Bolsas de Extensão
Polo UAB
Polo de Apoio Presencial de Educação à Distância de Governador
Valadares
PROUNI Programa Universidade Para Todos
FIES Financiamento Estudantil
SESU Secretaria de Educação Superior
TCU Tribunal de Contas da União
11
Sumário
Sumário ..................................................................................................................................... 11
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 12
1.1 A PROBLEMÁTICA EM TORNO DA EVASÃO ........................................................... 13
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 15
1.3 OBJETIVOS ................................................................................................................. 17
1.3.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 17
1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 17
2 FUNDAMENTAÇÃ TEÓRICA ........................................................................................... 18
2.1 ANÁLISE DA COMISSÃO ESPECIAL DE ESTUDOS SOBRE A EVASÃO NAS
UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS ................................................................... 18
2.2 POSSÍVEIS CAUSAS DA EVASÃO EM CURSOS SUPERIORES NO BRASIL ......... 20
3 METODOLOGIA .................................................................................................................. 23
3.1CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................... 24
4 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................. 25
4.1 A CIDADE DE GOVERNADOR VALADARES E O INSTITUTO FEDERAL MINAS
GERAIS CAMPUS GOVERNADOR VALADARES. ............................................................ 25
4.2 ÍNDICES DE EVASÃO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ........................ 26
4.3 APRESENTAÇÕES DOS INDICES DE EVASÃO DO CURSO DE TÉCNOLOGIA EM
GESTÃO AMBIENTAL .......................................................................................................... 28
4.4 APRESENTAÇÕES DOS INDICES DE EVASÃO DO CURSO TÉCNICO EM
SEGURANÇA DO TRABALHO ............................................................................................ 31
5 ANÁLISES DAS PRINCIPAIS CAUSAS QUE LEVAM OS ESTUDANTES
ABANDOREM O CURSO ...................................................................................................... 33
6 ANÁLISE DE RESULTADOS E PROPOSTA DE MELHORIAS ..................................... 35
6.1 ANÁLISES DOS ÍNDICES DE EVASÃO NO IFMG-GV ............................................... 36
6.2 PROPOSTAS DE NOVA ROTINA NO PROCESSO DE DESLIGAMENTO DO
ESTUDANTE ........................................................................................................................... 36
7 DISCUSSÃO DE MEDIDAS DE CONTROLE DA EVASÃO ........................................... 39
8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................. 42
9. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 44
ANEXOS .................................................................................................................................. 46
Anexo 01: Questionário investigativo das causas de evasão .................................................... 46
12
1 INTRODUÇÃO
A política de formação de profissionais é de grande relevância para um país, uma
vez que fortalece a economia com a oferta de mão de obra qualificada e auxilia na redução das
desigualdades sociais. Neste contexto, para oferecer uma educação tecnológica e profissional
de qualidade, que seja capaz de suprir parte da demanda por profissionais capacitados nos mais
diversos setores da economia, em 29 de dezembro de 2008, através da Lei 11.892, criou-se o
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia Minas Gerais-IFMG, que além da
formação profissional tem por finalidade a formação de cidadãos.
A partir do plano nacional de expansão da educação profissional no ano de 2009
o município de Governador Valadares foi contemplado com um campus do IFMG, sendo a
primeira instituição pública de ensino técnico e superior da cidade. O IFMG campus
Governador Valadares oferece atualmente os cursos de bacharelado em Engenharia de
Produção, Tecnologia em Gestão Ambiental, o curso técnico subsequente em Segurança do
Trabalho e ensino médio integrado com ênfase técnica em Segurança do Trabalho e Meio
Ambiente.
Um problema que vem prejudicando o desempenho da educação brasileira no que
se refere aos índices de formação de profissionais constitui-se o fato de uma grande parcela de
estudantes que ingressam nas instituições de ensino abandonam o curso antes da devida
titulação.
Segundo Santana et al (1996), a evasão escolar é um dos maiores e mais
preocupantes desafios do Sistema Educacional, pois é fator de desequilíbrio, desarmonia e
desajustes dos objetivos educacionais pretendidos.
Sabe-se que, embora seja difícil quantificar, é evidente que a evasão causa
prejuízos e danos econômicos aos cofres públicos bem como aos cidadãos, seja pelo déficit de
aproveitamento de todas as vagas ofertadas pelas instituições de ensino ou pelo mau
direcionamento do dinheiro público.
Nas universidades públicas brasileiras, a evasão leva ao desperdício de recursos
econômicos públicos e familiares e ao desperdício de tempo do indivíduo, da família, dos
trabalhadores da educação e do Estado (ADACHI, 2009).
A comissão especial de estudos sobre a evasão nas universidades públicas
brasileiras definiu a evasão de curso como sendo a saída definitiva do aluno do curso de origem,
sem concluí-lo (BRASIL/MEC/SESu/ABRUEM/ANDIFES, 1996). Nesse trabalho serão
13
apresentados os cálculos dos índices de evasão do IFMG campus Governador Valadares dos
cursos de engenharia de produção, tecnologia em gestão ambiental e do curso técnico em
segurança do trabalho. Nesse trabalho tomaremos por base os conceitos e definições propostas
pela Comissão Especial de estudos sobre a evasão escolar nas universidades brasileiras.
Além do cálculo das taxas de evasão apresenta-se também uma análise das causas da
evasão do IFMG campus de governador Valadares, bem como uma proposta de alteração na
rotina de desligamento de estudantes e uma discussão acerca de possíveis implantações de
melhoria voltada para a minimização das taxas de evasão.
1.1 A PROBLEMÁTICA EM TORNO DA EVASÃO
A evasão em todos os níveis do ensino causa prejuízos e representa um fator de
retrocesso para a educação. As consequências são inúmeras, constituindo-se em aspectos
econômicos, sociais e tecnológicos, que estão intimamente relacionados. Neste contexto,
destaca-se a falta de mão de obra qualificada no mercado, que afeta diretamente a economia,
sobretudo deixando as empresas brasileiras menos competitivas e colaborando para o
crescimento das desigualdades sociais.
De acordo com dados relatados por ADACHI (2009), embasado em dados de
pesquisa efetuada pelo Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Educação, 49% dos
estudantes matriculados nos curso de graduação deixa a universidade antes de concluir o curso.
A educação tecnológica, mais especificamente os Institutos Federais de
Educação, Ciência e Tecnologia (IF’s), não fogem dessa tendência. Um levantamento do
Tribunal de Contas da União (TCU, 2013) constatou que a taxa de conclusão dos cursos
oferecidos pelos Institutos Federais é de 46,8% para o médio integrado, 37,5% para o Proeja,
25,4% para a Licenciatura, 27,5% para o Bacharelado e 42,8% para os cursos de tecnólogo e
49,3 para os cursos técnicos subsequente.
14
Figura 01: Evolução do número de ingressantes na educação superior de
graduação, por categoria administrativa Brasil 2003-2013.
Fonte: Censo da educação superior MEC/INEP (2013).
Os resultados apresentados na figura 01 demonstram o crescimento dos
ingressantes em cursos de graduação nas universidades brasileiras de acordo com a categoria
administrativa, numa análise do ano 2003 até o ano de 2013 onde é possível constatar um
crescimento 80,6% no ingresso de estudantes na graduação nas universidades privadas, ao passo
que as universidades públicas esse índice de crescimento foi de 19,4% , aponta a pesquisa
realizada pelo MEC.
Figura 02: Evolução do número de diplomados na educação superior de graduação, por
categoria administrativa Brasil 2003-2013.
.Fonte: Censo da educação superior MEC/INEP(2013).
15
Ao analisar os resultados da figura 02, verifica-se que o número de diplomados nas
universidades brasileiras tanto no que se refere às publicas quanto às privadas apresentaram um
desempenho muito aquém do que o número que estudantes ingressantes, vide figura 01.
Realizando um comparativo entre o número de estudantes que ingressaram no ano de 2008 e o
numero de estudantes que concluíram o curso no ano de 2013, considerando que os estudantes
teriam que concluir o curso matriculado em 5 anos, verifica-se que em 2008 ingressaram mais
de 500000 estudantes em curso de graduação nas universidades públicas, ao passo que cerca de
200000 concluíram o curso. A comparação dos ingressantes e diplomados das universidades
particulares pode ser analisada de maneira análoga a das universidades públicas, pois a situação
é equivalente.
Essa divergência entre o índice de estudantes que ingressam em cursos de graduação
com os que concluem, decorrem das elevadas taxas de evasão de estudantes das universidades
brasileiras sem concluir o curso de origem. O sistema de seleção de estudantes pelas
universidades públicas ( Sistema de Seleção Unificado-SISU) colabora para que estudante
venha a matricular-se em um curso e quando o é chamado em outra instituição de ensino o
mesmo abandona o curso anteriormente matriculado.
1.2 JUSTIFICATIVA
É notório que nos últimos anos o Brasil vem aumentando os investimentos no ensino
superior criando vários programas, tais como: Programa Universidade Para Todos (PROUNI),
Financiamento Estudantil (FIES), expansão das Universidades Públicas e a criação e expansão
dos Institutos Federais. Todavia, devido ao fato do fenômeno da evasão, as instituições de
ensino não conseguem converter esse investimento em números reais de profissionais
formados. Fato este, que causa prejuízo para os cofres públicos e denota uma situação de
decepção por parte do estudante evadido.
16
Figura 03: Valores empenhados no Programa Desenvolvimento da Educação
Profissional e Tecnológica, de 2008 a 2011
. Fonte: Relatório de auditória do TCU.
A figura 03 demonstra o montante dos investimentos empenhados no
desenvolvimento na educação profissional e tecnológica do ano de 2008 até o ano de 2011.
Nota-se que o montante investido nessa modalidade de ensino o qual o IFMG-GV faz parte é
bem significativo.
A realização de estudos no qual busque o entendimento da evasão escolar é
fundamental para propositura de medidas que possam diminuir os índices desse entrave da
educação e, por conseguinte, melhorar o aproveitamento dos recursos investidos.
No ano de 2009 os IF’s assinaram um termo de acordo de metas e compromissos
junto ao ministério da educação por intermédio da secretária de educação, ciência e tecnologia,
nesse acordo as duas primeiras clausulam referem-se ao controle da evasão por parte da
Instituição de Ensino. Na primeira clausula, os IF’s se comprometeram a atingirem uma meta
mínima de 75% de eficiência em 2013 e até o ano de 2016 essas instituições de ensino devem
trabalhar com eficiência mínima de 90%, no qual, essa meta de eficiência deve ser medida
semestralmente, sendo que, a eficiência deve ser calculada pela relação entre o número de
alunos regularmente matriculados e o número total de vagas de cada turma, o total de vagas é
resultado da multiplicação das vagas ofertadas no processo seletivo pelo número de períodos
letivos para cada uma dessas turmas.
Na segunda clausula acordada, os IF’s se comprometeram a alcançar uma taxa
mínima de 80% de eficácia até o ano de 2016, e uma meta intermediária de 70% no ano de
2013. Definindo-se que índice de eficácia da Instituição será calculado pela média aritmética
da eficácia de cada turma, medida pela relação entre o número de alunos concluintes e o número
17
de vagas ofertadas no processo seletivo para cada uma dessas turmas. O termo de acordo de
metas e compromisso também estabelece a meta da relação de 20 estudantes regularmente
matriculados nos cursos presenciais por docente.
O acordo celebrado entre as partes mencionadas acima, prevê sanções caso a
Instituição de Ensino não cumpra as clausulas do acordo. Os efeitos do descumprimento são: a
suspensão do envio do recurso da parcela orçamentária programada, no ano subseqüente a
constatação do descumprimento das metas e suspensão do acréscimo de professores ao banco
de professores equivalentes da instituição, quando da atualização anual do mesmo.
Uma política de controle da evasão por parte do IFMG campus Governadores
Valadares é importante também para contribuição no cumprimento do acordo de metas e
compromissos. Nesse âmbito esse trabalho apresenta relevância, haja vista, que o estudo aqui
constituído possibilitará uma verificação dos atuais índices de evasão da instituição, além da
proposição de uma nova rotina de desligamento de estudante que contribuirá para obtenção de
dados relativos às causas que levam os estudantes a deixarem o IFMG-GV.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Objetivo Geral
Objetivo deste trabalho de conclusão de curso é realizar um estudo da evasão escolar
dos estudantes do IFMG campus Governador Valadares, apresentando os principais índices
com base na estatística descritiva.
1.3.2 Objetivos Específicos
Entender melhor a evasão escolar, destacando os prejuízos desse fenômeno para o país;
Obter base para futuros estudos;
Comparar a evasão com médias nacionais;
Propor uma nova rotina no pedido de desligamento de estudantes.
Apresentar as possíveis causas que levam os estudantes a abandonar o curso sem concluí-lo.
18
2 FUNDAMENTAÇÃ TEÓRICA
Nesse capitulo relatam-se importantes estudos referente à temática da evasão. Onde
são analisados os resultados e a metodologia de um estudo pioneiro realizado pela Comissão
Especial de Estudos sobre a Evasão. Nesse capitulo também apresenta uma discussão acerca
das possíveis causas da evasão.
2.1 ANÁLISE DA COMISSÃO ESPECIAL DE ESTUDOS SOBRE A EVASÃO NAS
UNIVERSIDADES PÚBLICAS BRASILEIRAS
A comissão especial de estudos sobre a evasão nas universidades públicas brasileiras foi
criada em março de 1995 por uma portaria baixada pela Secretaria de Educação
Superior/Ministério da Educação e do Desporto (SESU/MEC) e é considerado um marco de
iniciação sobre estudos da evasão escolar nas universidades públicas. De acordo com Martins
e Rocha (2011) a criação da comissão especial decorreu-se do fato das instituições envolvidas
necessitarem medir o desempenho real das Instituições de Educação Superior Pública (IESP)
no âmbito federal e estadual, por meio de uma metodologia confiável, uma vez, que havia um
movimento denunciando essas instituições de ensino por constituírem altos índices de evasão e
retenção e, por conseguinte, baixa taxa de diplomação em muitos cursos de graduação
brasileira.
Embora sempre existisse, a evasão de estudantes se tornou alvo das
políticas públicas, quando passou a figurar entre os indicadores da planilha de
alocação de recursos para as universidades do sistema federal, na segunda
metade da década de 1990. Nesse contexto, o tema da evasão entrou para a
agenda de conhecimentos e estudos a serem efetuados [...] (ADACHI, 2009,
p.15).
[...] Desde o ano de 1995, a evasão se tornou um objeto de políticas públicas,
transformando-se num indicador para a alocação de recursos nas instituições
universitárias públicas. Atualmente, de acordo com a mais recente proposta
do governo federal, de expansão da educação superior – o REUNI, a
universidade deverá atingir uma meta de 90% de diplomação em seus cursos
de graduação a fim de obter recursos para se reestruturar dentro do sistema
[...] (ADACHI, 2009, p. 33).
O estudo realizado pela comissão especial em conjunto com diversas IESP
buscou-se o desenvolvimento de uma metodologia adequada e única o qual possibilitaria
quantificar a evasão e determinar as principais causas em diversas universidades. No final do
19
trabalho a comissão especial publicou um relatório o qual quantificava os índices de evasão e
apontava as possíveis causas do fenômeno.
Os objetivos do estudo pioneiro proposto pela Comissão Especial consistiram em
determinar o quantitativo da evasão nos cursos universitários com base em:
1) Aclarar o conceito de evasão, considerando suas dimensões concretas: a evasão
de curso, de instituição e do ensino superior;
2) Definir e aplicar uma metodologia homogênea de coleta e tratamento de dados;
3) Identificar as taxas de diplomação, retenção e evasão dos cursos de graduação
das IESP do país;
4) Apontar causas internas e externas da evasão,considerando as peculiaridades dos
cursos das regiões do país;
5) Definir estratégias de ação voltadas à redução dos índices de evasão nas
universidades públicas brasileiras.
Após a definição dos objetivos da pesquisa a comissão passou a fase de
conceituação dos parâmetros importantes para realização do estudo. Nesta conjuntura
conceituou-se a evasão de curso como sendo a saída definitiva do aluno do curso de origem,
sem concluí-lo. Definiu-se também, diplomação como sendo a condição que o aluno concluiu
o curso de graduação e, conceituou-se retenção como sendo a situação que o aluno se mantém
ou consta matriculado na universidade tendo o tempo de integralização do curso esgotado.
O cálculo da taxa de evasão, diplomação e retenção seguiram a metodologia da
conceituação de geração completa dos cursos estudados. Defini-se geração (equação 01)
completa como sendo o número de estudantes ingressantes (Ni), o qual se constitui da soma do
número de diplomados (Nd) com número evadidos (Ne), mais o número de alunos retidos (Nr).
Ni = Nd + Ne + Nr (2.1)
Nesse sentido, no levantamento da evasão, consideraram-se os dados amostrais
como sendo a base histórica de dados sobre uma geração/turma de alunos ingressantes e o
tempo máximo de integralização curricular. A equação 02 expressa o cálculo da evasão, sendo
que, para o cálculo da retenção e diplomação segue uma metodologia análoga.
%Evasão =(Ni−(Nd+Nr))∗100
Ni (2.2)
20
2.2 POSSÍVEIS CAUSAS DA EVASÃO EM CURSOS SUPERIORES NO BRASIL
O trabalho realizado pela Comissão Especial de Estudos sobre a Evasão nas
Universidades Públicas Brasileiras (BRASIL/MEC/SESU/ABRUEM/ANDIFES, 1996) relata
as principais causas que levam os estudantes de graduação a deixarem o curso matriculado. Os
estudos da comissão também descrevem algumas medidas que podem contribuir para a
diminuição dos índices de evasão. A comissão Especial relata três classes de fatores possíveis
na tomada de decisão que leva o estudante a evadir a universidade, são eles: fatores referentes
às características individuais do estudante; fatores internos às instituições e fatores externos às
instituições. Nesse contexto, associam-se vários fatores a essas classes, de acordo como
proposto pela Comissão especial:
a) Fatores referentes às características individuais do estudante:
• relativos às habilidades de estudo;
• relacionados à personalidade;
• decorrentes da formação escolar anterior;
• vinculados à escolha precoce da profissão;
• relacionados a dificuldades pessoais de adaptação à vida universitária;
• decorrentes da incompatibilidade entre a vida acadêmica e as exigências do mundo
do trabalho;
• decorrentes do desencanto ou da desmotivação dos alunos com cursos escolhidos
em segunda ou terceira opção;
• decorrentes de dificuldades na relação ensino-aprendizagem, traduzidas em
reprovações constantes ou na baixa frequência às aulas;
• decorrentes da desinformação a respeito da natureza dos cursos;
• decorrente da descoberta de novos interesses que levam à realização de novo
vestibular.
b) Fatores internos às instituições:
• peculiares a questões acadêmicas: currículos desatualizados, alongados; rígida
cadeia de pré-requisitos, além da falta de clareza sobre o próprio projeto pedagógico do curso;
21
• relacionados a questões didático-pedagógicas: por exemplo, critérios impróprios
de avaliação do desempenho discente;
• relacionados à falta de formação pedagógica ou ao desinteresse do docente;
• vinculados à ausência ou ao pequeno número de programas institucionais para o
estudante, como Iniciação Científica, Monitoria, programas PET (Programa Especial de
Treinamento), etc;
• decorrentes da cultura institucional de desvalorização da docência na graduação;
• decorrentes de insuficiente estrutura de apoio ao ensino de graduação: laboratórios
de ensino, equipamentos de informática, etc;
• inexistência de um sistema público nacional que viabilize a racionalização da
utilização das vagas, afastando a possibilidade da matrícula em duas universidades.
c) Fatores externos às instituições:
• relativos ao mercado de trabalho;
• relacionados ao reconhecimento social da carreira escolhida;
• relacionados à qualidade da escola de primeiro e a de segundo grau;
• vinculados a conjunturas econômicas específicas;
• relacionados à desvalorização da profissão, por exemplo, o caso das Licenciaturas;
• vinculados a dificuldades financeiras do estudante;
• relacionados às dificuldades da universidade atualizar-se frente aos avanços
tecnológicos, econômicos e sociais da contemporaneidade;
• relacionados à ausência de políticas governamentais consistentes e continuados,
voltados ao ensino de graduação (BRASIL/MEC/SESu/ABRUEM/ANDIFES, 1996, p. 117-
124).
A Comissão especial enfatiza que é quase impossível uma taxa de evasão igual
a zero, haja vista, a dificuldade de controlar os fatores externos às instituições. Todavia, arguiu
a possibilidade de melhoria dos fatores internos a instituição. Na discussão dos resultados a
Comissão ainda elencou algumas situações que corroboraram para os elevados índices de
evasão das universidades pesquisadas, são elas:
Cursos em que se permite a concomitância de mais de uma habilitação,
retardando a diplomação;
Cursos com encadeamento rígido de pré-requisitos, nos quais a reprovação
em apenas uma disciplina da cadeia dificulta o desenvolvimento do curso no
22
tempo normal (tanto mais forte é o fenômeno quanto se trata de cursos nos
quais o acesso ao ciclo profissional supõe a conclusão do ciclo básico);
Universidades que adotam o regime seriado, no qual a eventual ruptura do
fluxo normal da grade curricular provoca retardo mínimo de um semestre
letivo;
Exigência de trabalho final (projeto ou monografia) sem a necessária
preparação do estudante;
Alta flexibilidade nas IESP no trato da questão da integralização dos cursos;
este dado é significativo ao se considerar as disparidades de especificações
e cumprimento das normas de jubilamento ou de recusa de matrícula;
Cursos em que algumas disciplinas são responsáveis por um alto índice de
reprovação, retendo o aluno por vários períodos, como sistematicamente
acontece nas disciplinas iniciais básicas de Matemática, Química ou
Física,... (BRASIL/MEC/SESU/ABRUEM/ANDIFES, 1996, p. 124).
A partir do trabalho pioneiro da Comissão o tema evasão começou a ser
pesquisado por diversas Instituições de ensino brasileiras. Exemplo disso refere-se o livro “A
evasão escolar na educação tecnológica: O embate entre as percepções subjetivas e objetivas”
escrito por Edson Detregiachi Filho, neste trabalho o autor faz um estudo qualitativo da evasão
na educação tecnologia e destaca algumas causas preponderantes para a evasão, tais como:
Questões financeiras;
Falta de conhecimento prévio de disciplinas necessárias para o bom
desempenho no curso matriculado;
Falta de identificação ou escolha errônea do curso matriculado;
Dificuldade em conciliar trabalho com as atividades escolares.
Adachi (2009) argumenta em sua pesquisa de mestrado que a evasão se trata de um
processo de exclusão do estudante, haja vista, as desigualdades existentes no país refletem no
sistema educacional e defende que, uma vez que o estudante tomasse a decisão de abandonar o
curso, o mesmo teria a oportunidade de escolher entre a transferência para outro curso de maior
interesse, tanto na mesma instituição ou em outra.
23
3 METODOLOGIA
A metodologia desse trabalho pode ser dividida em cinco partes de acordo com a
seqüência que segue: revisão bibliográfica, coleta de dados, quantificação das taxas e
parâmetros da evasão, análise dos resultados e conclusão. O fluxograma demonstrativo das
fases de realização da pesquisa encontra-se explanado na figura 04.
Na revisão bibliográfica foi realizado um estudo do tema a fim de entender o
problema, adquirir um pensamento crítico sobre o assunto e possibilitar uma análise a respeito
da problemática.
Na fase de coleta de dados foram recolhidos informações acerca da situação a qual
se encontravam os estudantes dos cursos de engenharia de produção, tecnologia em gestão
ambiental e do curso técnico em segurança do trabalho, ou seja, se o estudante encontrava-se
matriculado, formou-se, estava com a matrícula trancada ou se o mesmo abandonou o curso,
esses dados foram coletados junto à secretária de ensino do campus. Nessa fase, também, foram
coletadas as informações se os estudantes evadidos eram assistidos por algum programa da
assistência estudantil durante sua permanência na instituição.
Na fase de cálculo dos índices de evasão não foi possível utilizar a equação proposta
pela comissão Especial, apresentada no referencial bibliográfico, tendo em vista, que o método
da Comissão Especial leva em consideração apenas as turmas formadas e nesse estudo calcula-
se as taxas de evasão do curso de engenharia de produção onde não se formou turma ainda,
nesse caso, a evasão é calculada no decorrer do semestre. A seguir, a equação 03 utilizada para
medir a taxa de evasão dos cursos do IFMG-GV:
%evasão =(Ni−(Nm+NF+Nt))∗100
Ni (3.1)
Onde:
Ni = Número de ingresso no curso;
Nm = Número de estudante regularmente matriculado no curso;
NF = Número de estudante formado no curso;
Nt = úmero de estudante com matricula trancada.
Utilizaram-se métodos de estatística descritiva para realizar o quantitativo do índice
de evasão e para fazer os gráficos e tabelas apresentadas ao longo do trabalho.
24
De posse das taxas e parâmetros da evasão dos estudantes do IFMG-GV, passou-se
para a fase de análise desses índices onde foram realizados comparativos desses índices com
índices nacionais. Nessa fase também, foi realizado uma análise das principais causas que
levam os estudantes a deixarem o seu respectivo curso, tomando como base de estudo, o projeto
de extensão intitulado “Estudo Estatístico da Evasão e Caracterização do Perfil do Estudante
no IFMG-GV”, projeto que faz parte do Programa Institucional de Bolsas de Extensão (PIBEX)
vinculado a Coordenação de Extensão do IFMG, o qual o autor desse trabalho foi integrante.
Figura 04: Fluxograma das fases de realização da pesquisa.
Os dados analisados nessa pesquisa foram coletados entre os anos de 2013 e
2014. Não foi possível analisar dados anteriores ao ano de 2013 devido a instituição de ensino
não prover de um controle de estudantes que deixaram a instituição sem concluir o curso.
3.1CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Esse trabalho se classifica como pesquisa bibliográfica, pois se buscou entender o
problema a partir de estudos da literatura da área. De acordo com Cervo, Bervian e Da Silva
(2011), pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referencial biográfico
Revisão Bibliográfica
Iníci
Coleta dos dados
Calculo dos índices
Analise dos resultado
Conclusões
Fim
25
publicados em livros, tese, artigos e dissertações. Por essa pesquisa realizar uma análise do
índice de evasão dos estudantes do IFMG-GV, realizando um comparativo desses índices com
taxas nacionais, pode-se classificá-la também como uma pesquisa descritiva, assim como versa
Cervo, Bervian e Da Silva (2011). A pesquisa também pode ser classificada como quantitativa
e qualitativa, pois foi quantificado os índices de evasão e além disso buscou-se os fatos que
levaram os estudantes a deixarem a instituição de ensino.
4 ESTUDO DE CASO
Nesse capitulo serão apresentadas as taxas de evasão dos estudantes dos cursos de
engenharia de produção, tecnologia em gestão ambiental e do curso técnico em segurança do
trabalho ofertados no IFMG campus Governador Valadares, considerando os dados dos 2010 à
2014, realizando uma comparação dos índices da instituição com médias nacionais. Será
realizada também uma descrição sobre as possíveis causas que levam esses estudantes a
abandonarem seu respectivo curso, bem como um breve relato sobre a cidade de Governador
Valadares e a criação do IFMG-GV.
4.1 A CIDADE DE GOVERNADOR VALADARES E O INSTITUTO FEDERAL
MINAS GERAIS CAMPUS GOVERNADOR VALADARES.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG),
foi criado pela Lei 11.892, de 29 de dezembro de 2008, através integração dos Centros Federais
de Educação de Ouro Preto, de Bambuí e da Escola Agrotécnica de São João Evangelista.
A partir do plano nacional de expansão da educação profissional a cidade de
Governador Valadares, situada na região Leste do estado de Minas Gerais, município com uma
população estimada em 263.594 habitantes de acordo com IBGE (2010), no dia 09 de outubro
de 2009 foi lançada a pedra fundamental do IFMG campus Governador Valadares, sendo a
primeira instituição de ensino público federal da cidade.
O Instituto Federal Minas Gerais campus Governador Valadares realizou o primeiro vestibular
em dezembro de 2009, no qual foram ofertadas cadeiras para os cursos de Bacharelado em
Engenharia de Produção, Tecnólogo em Gestão Ambiental e Técnico Subsequente em
Segurança do Trabalho, sendo que as aulas vieram a iniciar-se no dia 26 de abril de 2010.
As atividades do IFMG campus Governador Valadares iniciou-se em local
improvisado, ou seja, desde o princípio as questões estruturais abriram margens para
26
questionamentos. De abril até outubro de 2010, o campus funcionou no Polo UAB – Polo de
Apoio Presencial de Educação à Distância de Governador Valadares, situada na Rua Sete de
Setembro, nº2479, Centro da cidade. De outubro de 2010 a março de 2012, as atividades do
campus funcionaram no prédio da Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce (FADIVALE),
situada na Rua Dom Pedro II, 244, centro.
A fim de seguir a temática pré-concebida pelos Institutos Federais, o qual denota o
compromisso de ofertar desde curso profissionalizante até alcançar o nível de pós-graduação,
neste sentido, no ano de 2011 iniciou-se a oferta vagas para o ensino médio integrado com
ênfase em duas modalidades técnicas, sendo elas Técnico Integrado em Segurança do Trabalho
e Técnico Integrado em Meio Ambiente,
No dia 26 de março de 2012 o campus inicia suas atividades na sede própria, situada
na Avenida Minas Gerais, 5189, bairro Ouro Verde. De acordo com um levantamento realizado
pela Comissão Permanente de Auto Avaliação (2013) a estrutura do campus constitui-se de um
prédio principal com 24 salas de aulas, 2 laboratórios didáticos, 2 laboratórios de informática,
1 biblioteca, 1 sala de estudos e 1 sala de professores. O prédio administrativo acolhe a
secretária de ensino, o gabinete do diretor, sala de reuniões e videoconferências, almoxarifado,
setor de tecnologia da informação, sala de coordenações e sala da administração, além de um
pequeno auditório.
4.2 ÍNDICES DE EVASÃO CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Os cálculos dos índices de evasão tomaram como base a equação 03 apresentada na
metodologia desse trabalho. É importante mencionar que nessa pesquisa o levantamento da
evasão foi realizado de forma estratificada por tipo de curso e turma. Devido à instituição de
ensino não possuir banco de dados de estudantes evadidos anteriores ao ano de 2013,neste
sentido, não foi possível realizar cálculos da evasão apenas no segundo semestre de 2013 e no
primeiro semestre 2014. O mais viável é realizar o acompanhamento dos índices de evasão de
forma continua durante todos os dias de duração dos períodos letivos.
27
Figura 05: Evasão Engenharia de produção IFMG-GV
De acordo com o gráfico apresentado na Figura 05, as taxas de evasão do curso de
engenharia de produção, calculado de forma estratificada por turma no segundo semestre de
2013 e no primeiro semestre de 2014. Nota-se que a turma 2012-01 que na ocasião do cálculo
se encontrava no quinto período, apresenta os índices de evasão mais elevadas do que em
comparação com as demais turmas, alcançando uma taxa de 63% de abandono do curso. O
gráfico também aponta um crescimento da evasão no decorrer do período analisado, com
exceção da turma 2010-01 que na data do levantamento encontrava-se no décimo período, todas
as outras apresentaram um aumento da evasão.
0%
20%
40%
60%
80%
51%
42%47%
60%
44%
18%
0%
46%48%
63%56%
30%
17% 18%
EVOLUÇÃO DA EVASÃO 2013-2014
EVASÃO CURSO DE ENG.DEPRODUÇÃO(2013)
EVASÃO CURSO DE ENG.DEPRODUÇÃO(2014)
28
Tabela 1 - Taxa de titulação/evasão dos cursos de engenharia no Brasil
TAXA DE TITULAÇÃO E EVASÃO DOS CURSOS DE ENGENHARIA NO
BRASIL, CONSIDERANDO DADOS DE INGRESSOS TOTAIS.
Ano Ingresso/Ano
conclusão
Titulação em
instituição
Pública
Titulação em
instituição
Privadas
Total
Conclusão
Total
Evasão
2001/2005 56,12 % 35,36 % 43,19 % 56,81 %
2001/2006 57,21 % 35,47 % 43,01 % 55,88 %
2003/2007 56,4 % 36,74 % 44,12 % 55,88 %
2004/2008 53,92 % 36,56 % 43,28 % 56,72 %
2005/2009 60,06 % 41,44 % 47,91 % 52,09 %
2006/2010 56,38 % 41,68 % 46,73 % 53,27 %
2007/2011 56,02 % 36,52 % 42,59 % 57,41 %
Fonte: Analise do senso da educação superior INEP (2013).
A tabela 01 mostra a taxa de conclusão e evasão dos cursos de engenharia no Brasil,
a tabela apresenta também o percentual de titulação em universidades públicas e privadas. Se
compararmos os dados de evasão do curso de engenharia de produção ofertado no IFMG-GV
apresentados no gráfico 01 com as taxas introduzidas na tabela, verifica-se que algumas das
turmas do curso do IFMG-GV apresentam taxas maiores que os índices nacionais de evasão na
engenharia. Levando em consideração que a evasão calculada no IFMG-GV é parcial, acha
vista, que a mesma foi calculada a partir de dados de turmas que ainda não tiveram estudantes
formados e seguindo a tendência de crescimento apresentado no gráfico 01 os índices de evasão
do curso de engenharia de produção tendem a aumentar ainda mais.
4.3 APRESENTAÇÕES DOS INDICES DE EVASÃO DO CURSO DE TÉCNOLOGIA EM
GESTÃO AMBIENTAL
As taxas de evasão do curso de tecnologia em gestão ambiental ofertado pelo IFMG-
GV apresentam resultados piores ainda se compararmos com o curso de engenharia de
produção. Veja o gráfico abaixo:
29
Figura 06: Evasão curso de gestão ambiental (2013-01 e 2014-01).
De acordo com os dados apresentados na Figura 06 se verifica o quão as taxas de
evasão do curso de gestão ambiental estão elevadas, nota-se também que todas as turmas
aumentaram os índices de evasão durante o período analisado. É possível identificar também
um crescimento dos índices de evasão em relação às turmas, ou seja, a cada semestre a turma
que entra tem maior evasão que a turma anterior.
No período de realização estudo, foi possível analisar o índice de conclusão de
estudantes do curso tecnologia. A amostra constitui-se de três turmas o qual se tinham formado
estudantes. O gráfico apresentado na Figura 07 demonstra esses resultados:
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
21%
38%
49%
65%
59%
38%
0%
37%42%
60%
67% 67% 67%
57%
10%
EVOLUÇÃO DA EVASÃO 2013-2014
EVASÃO CURSO GEST.AMBIENTAL(2013)
EVASÃO CURSO GEST.AMBIENTAL(2014)
30
Figura 07: Índice de conclusão, evasão e matriculado de gestão ambiental turmas
(2010-01 2010-02 e 2011-01).
A Figura 07 apresentada acima mostra o índice de estudante do curso de tecnologia
em gestão ambiental que concluíram, evadiram o curso ou encontra-se retido.
Os dados demonstram que a turma 2010-01 apresentou uma taxa de conclusão de
61%, já turma 2010-02 56% dos estudantes concluiu o curso. Ao passo que a turma 2011-01
apenas 13% dos estudantes concluiu curso. É possível analisar também o percentual de
estudantes que se encontram retidos, ou seja, aqueles que até o momento do levantamento dos
dados não conseguiram terminar o curso, todavia, continuam regularmente matriculados, sendo
que nas turmas 2010-01 e 2010-02 esse índice é de 2%, já a turma 2011-01 o índice é de 27%.
É importante mencionar que devido às elevadas taxas de evasão deste curso, dados estes
apresentados na Figura 07, as próximas turmas não conseguirão formar mais de 50% dos
estudantes.
De acordo com o relatório de auditória do TCU divulgado no ano de 2012, a taxa
média de conclusão dos cursos de tecnologia nos IF’s é de 42,8%, se compararmos esse
percentual com os índices do curso tecnologia em gestão ambiental apresentados no gráfico 03
verifica-se que as duas primeiras duas turmas formadas no IFMG-GV apresentaram um
resultado melhor que essa taxa média, contudo, a turma 2011-01 constitui um desempenho pior.
Condigno aos altos índices de evasão que o curso de gestão ambiental ofertado pelo IFMG-GV
vem apresentando, pode-se atestar que as próximas turmas que vierem a concluir o curso
apresentaram índices de diplomação menor que a taxa média nacional.
0%
20%
40%
60%
80%
TGA2010-01 TGA2010-02 TGA2011-01
61%56%
13%2% 2%
27%37% 42%
60%
TAXA DE CONCLUSÃO,EVASÃO E MATRICULADO DO CURSO GESTÃO
AMBIENTAL CONLUINTES
RETIDOS
EVASÃO CURSO GEST.AMBIENTAL(2014)
31
4.4 APRESENTAÇÕES DOS INDICES DE EVASÃO DO CURSO TÉCNICO EM
SEGURANÇA DO TRABALHO
Os índices de evasão do curso técnico em segurança do trabalho são os mais
preocupantes, onde as taxas de abandono do curso são as mais altas entre os três cursos
analisados. A Figura 08 apresenta esses índices:
Figura 08 : Evasão curso Técnico em Segurança do Trabalho (2013-01 e 2014- 01).
A Figura 08 apresenta os percentuais da evasão do curso técnico em
segurança do trabalho ofertado no IFMG-GV. Ao analisar esse gráfico verifica-se uma elevada
evasão em todas as turmas do curso, coincidentemente as três primeiras turmas apresentam o
mesmo índice de abandono do curso 75%. Constata-se também um crescimento da taxa de
evasão entre as duas análises realizadas no primeiro semestre de 2013 e no primeiro semestre
de 2014.
A partir dos dados coletados foi possível quantificar o número de estudantes que
concluíram o curso técnico em segurança do trabalho, o resultado encontra-se apresentado na
Figura 0
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80% 75%71% 70%
48%
61%
6%
75% 75%
54%
65%
45%
29%
EVOLUÇÃO DA EVASÃO 2013-2014
EVASÃO DO CURSOTÉCNICO EM SEG.DOTRABALHO(2013)
EVASÃO DO CURSOTÉCNICO EMSEG.DOTRABALHO(2014)
32
Figura 09: Índice de conclusão, evasão e matriculado de Técnico em Segurança do
Trabalho turmas (2010-01 2010-02 e 2011-01).
Ao analisar os resultados da Figura 09 verifica-se o quão baixo é o percentual de
estudantes que concluem o curso técnico em segurança do trabalho, sendo que a maior taxa de
conclusão é observada na turma 2012-01, sendo equivalente a 27%, o que ainda é uma taxa de
aproveitamento muito baixa.
O TCU relatou na auditória realizada no IF’s em 2012 que o índice médio de
titulação nos cursos técnicos subsequente é 49,3%, ao comparar essa taxa com os índices de
conclusão do curso técnico em segurança apresentado no gráfico 05 constata-se que as taxas de
formação no curso técnico em segurança do trabalho no IFMG campus Governador Valadares
são significativamente menores que os percentuais nacionais apresentados pelo TCU.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
TST 2010-01 TST 2010-02 TST2011-01 TST2012-01 TST2012-02
25%
11%
23%27%
12%
0%
14%
0
14%
23%
0% 0% 3% 5%0
75% 75% 75%
54%
65%
TAXA DE CONCLUSÃO,EVASÃO E MATRICULADO DO CURSO TEC. SGURANÇA DO TRABALHO
CONCLUITESMATRICULADOTRANCAMENTOEVASÃO DO CURSO TÉCNICO EM SEG.DO TRABALHO(2014)
33
5 ANÁLISES DAS PRINCIPAIS CAUSAS QUE LEVAM OS
ESTUDANTES ABANDOREM O CURSO
A maior dificuldade em propor ações que venham a amenizar os indicadores da
evasão refere-se à falta de conhecimento sobre os motivos que impulsionam o estudante a deixar
uma instituição de ensino sem concluir o curso matriculado. Determinar essas causas não é uma
tarefa fácil, haja vista, a vasta gama de motivos que podem ocasionar que um estudante
abandone uma instituição de ensino, muito dessas causas está relacionada com motivos
pessoais, sociais ou culturais do cotidiano do estudante, o que torna a identificação mais
complexa ainda.
Nessa etapa do trabalho, toma-se como base de estudo o levantamento das possíveis
causas da evasão no IFMG-GV realizado a partir do projeto de extensão denominado “Estudo
Estatístico da Evasão e Caracterização do Perfil do Estudante no IFMG-GV”, projeto que faz
parte do Programa Institucional de Bolsas de Extensão (PIBEX) vinculado a Coordenação de
Extensão do IFMG.
A metodologia utilizada no processo de investigação das causas que levam os
estudantes a abandonarem os cursos do IFMG-GV, empenhada no projeto de extensão que
estuda a evasão, consistiu na aplicação de um questionário eletrônico junto aos estudantes
evadidos. Nesse questionário foi perguntado o que motivou o estudante a abandonar o curso e
o estudante teria que escolher no máximo três dos quesitos que seguem abaixo:
Questões financeiras;
Ingresso em outra instituição de ensino, sendo pública ou privada;
Falta de identificação com o curso;
Falta de aptidão com o curso;
Insatisfação com a estrutura do IFMG-GV;
Dificuldade de conciliar os estudos com outras atividades;
Dificuldades na aprendizagem;
Localização da instituição e
Falta de oportunidades para os profissionais da área.
O questionário aplicado deixou espaço aberto para que o estudante evadido
mencionasse sobre os reais motivos que o conduziram a deixar a instituição. Foi questionado
também se o estudante era assistido por algum programa da assistência estudantil. Esse
34
questionário pode ser conferido na integra no Anexo I. A figura 05 demonstra o resultado do
desse questionário.
Figura 10: Resposta do questionário investigatório sobre as causa da evasão no IFMG
.Fonte: Estudo Estatístico da Evasão no IFMG-GV (2014).
Realizando uma análise a Figura 10 percebe-se que o resultado da escolha das causas
que levaram o estudante a deixar o IFMG-GV ficou distribuído de forma heterogênea, ou seja,
os percentuais não ficaram concentrados em apenas uma ou duas causas. Destaca-se que a causa
mais apontada foi à dificuldade de conciliar os estudos com outras atividades perfazendo um
percentual de 39%, seguido da localização da instituição com um índice de 32%.
No intuito de obter outras visões sobre as causas da evasão o projeto de extensão
que estuda a evasão no IFMG-GV aplicou o mesmo questionário ao corpo docente e
administrativo da instituição. O resultado pode ser visualizado na Figura 11.
35
Figura 11: Taxa de escolha das possíveis causas da evasão na visão dos
professores e técnicos administrativos do IFMG-GV.
Fonte: Estudo Estatístico da Evasão no IFMG-GV(2014).
Como se podem observar na Figura 12, a visão dos professores e técnicos
administrativos as causas que mais impulsionam a evasão dos estudantes no IFMG-GV
referem-se à falta de identificação com o curso e a dificuldade na aprendizagem, ambas as
causas denotaram o mesmo índice de 30,3 %.
6 ANÁLISE DE RESULTADOS E PROPOSTA DE MELHORIAS
Neste capitulo será realizado uma análise dos índices de evasão, bem como, a
apresentação de uma proposta de mudança na rotina do processo de desligamento dos
estudantes que vierem a realizar o pedido de desligamento do IFMG-GV. Nesse capitulo
também, se apresentam algumas propostas de controle da evasão.
4,5%
30,3% 27,3% 30,3%
6,1%
1,5%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
Índice de escolhas da possiveis causas da evasão no IFMG-Gv
36
6.1 ANÁLISES DOS ÍNDICES DE EVASÃO NO IFMG-GV
Como foi visto na apresentação dos índices de evasão no capitulo anterior todos os
cursos ofertados pelo IFMG-GV convivem com elevadas taxas de evasão de estudantes. As
taxas de evasão apresentadas no IFMG-GV são mais elevadas que as médias nacionais, sendo
que as taxas de formandos no curso técnico em segurança do trabalho são consideravelmente
menores em comparação com cursos da mesma categoria. Esses índices exacerbados de
abandono escolar configuram-se como fatores contrários ao desenvolvimento da instituição de
ensino, caracterizam-se também como elementos opostos ao desenvolvimento regional.
A proposta de cálculo aqui realizada, o qual buscou calcular a evasão de cada turma
é interessante, pois possibilita uma visão estratificada do problema. O ideal é realizar o cálculo
desses índices de forma contínua durante todos semestres letivos e ao término de semestre
desenvolver um balanço a fim de verificar a amplitude dos índices, bem como analisar se
alguma medida de melhoria anteriormente implantada teve ou não êxito na minimização da
evasão.
Para propor medidas de diminuição do abandono escolar é importante conhecer as
causas da evasão. Nesse sentido, o questionário aplicado ao estudante, docentes e técnicos
administrativos foi importante para verificar quais causas essa população aponta como
motivadoras da evasão no campus.
6.2 PROPOSTAS DE NOVA ROTINA NO PROCESSO DE DESLIGAMENTO DO
ESTUDANTE
Toda proposta de controle da evasão escolar deve começar pelo conhecimento das
taxas de abandono, bem como identificar o que está levando o estudante a deixar a instituição
de ensino sem concluir o curso. Hoje no IFMG-GV não existe um programa de
acompanhamento contínuo dos índices e das causas de evasão. Devido esse fato, são poucos os
dados referentes a essa temática.
Propõe-se nesse trabalho como ação de melhoria no que tange a obtenção e
arquivamento de dados referentes aos índices e causas do abandono dos cursos do IFMG-GV,
a alteração no mecanismo de desligamento dos estudantes que requerem a saída da instituição.
Essa proposta baseia-se na implantação de um subprocesso na qual o estudante que for requerer
37
o desligamento do curso junto à secretária de ensino, o mesmo terá que responder um
questionário o qual investigue as causas que motivou a solicitar o cancelamento da matricula,
questionário este desenvolvido no projeto de extensão “Estudo estatístico da evasão no IFMG-
GV” o qual pode ser visualizado no anexo 01 desta pesquisa.
Nessa nova rotina antes do estudante realizar o cancelamento da matricula, o mesmo
deverá deslocar-se até a coordenação de curso e solicitar o questionário ao respectivo
coordenador do curso o qual o aluno encontra-se matriculado, nessa ocasião o estudante
responderá o questionário sob as orientações do coordenador. Será função do coordenador de
curso, além de prestar orientação quanto ao preenchimento correto do questionário, conversar
com o estudante a fim de entender o porquê o referido está deixando o curso, se julgar
necessário o mesmo anotará as observações no verso do questionário. Se possível o coordenador
realizará uma proposta visando à permanência do estudante na instituição.
A secretária de ensino caberá a responsabilidade de lançar as respostas do
questionário em uma planilha do Excel, tendo em vista, que o software utilizado pela instituição
de ensino não inclui essa rotina, após esse lançamento o questionário deve ser arquivado junto
com formulário de pedido de desligamento na pasta do estudante em questão.
No sentido de orientar tanto os estudantes quanto os servidores envolvidos no
processo, foi desenvolvido um projeto onde foram detalhados os procedimentos que devem ser
seguidos para realização de desligamento de estudantes no IFMG-GV. Essas etapas podem-se
ser visualizada na figura 06 e projeto completo encontra-se no anexo 01.
Figura 12: Mapafluxograma processo de desligamento de estudantes no IFMG campus de Governador Valadares-MG
39
O objetivo da nova rotina é a obtenção de dados relativos às causas que estão
gerando a evasão no IFMG-GV. Um fato que impede a eficiência máxima da obtenção dos
dados a partir da nova rotina proposta refere-se ao fato de muitos estudantes ao abandonarem
o curso não solicitam o devido cancelamento da matricula junto à secretária de ensino.
Todavia, coletando os dados dos estudantes que solicitam esse cancelamento espera-se
conseguir amostras que sejam representativas da população dos estudantes da instituição.
A realização de cálculos constantes dos índices de evasão e aquisição de dados
referentes aos motivos que estão ocasionando esses índices dará base para realização de
propostas mais eficientes no combate e controle da evasão.
O mapeamento dessa rotina bem como detalhamento das atividades a serem
seguidas, propiciará uma padronização da atividade facilitando o entendimento dos
funcionários e estimulando-os a executarem a rotina de maneira correta.
7 DISCUSSÃO DE MEDIDAS DE CONTROLE DA EVASÃO
É quase impossível uma instituição de ensino reduzir a zero as taxas de evasão,
isso porque os fatores que conduzem o estudante a deixar o curso antes da conclusão são
inúmeros e realizar ações de eliminação ou controle desses fatores denota-se grande
complexidade, principalmente no que tange a eliminação do fatores referente a características
individuais e referente a fatores externos a instituição e geralmente essas ações estão além da
capacidade da instituição em solucionar o problema.
Uma estratégia que a instituição de ensino pode adotar para tentar amenizar os
índices de evasão constitui-se em focar em melhorar os fatores internos, ou seja, estabelecer
políticas de melhoria contínua da instituição. Propõe-se nessa pesquisa que a partir do
apontamento das causas geradoras da evasão o IFMG campus de Governador Valadares
planeje as ações corretivas.
As respostas do questionário aplicado aos estudantes, o qual os dados foram
apresentados na Figura 11, as causas mais apontadas como motivadoras da evasão, foram à
40
dificuldade de conciliar os estudos com outras atividades e localização da instituição. Duas
causas difíceis de combater, pois ambas estão além da capacidade da IFMG-GV.
No caso da dificuldade de conciliar estudo com outra atividade apresentada
pela maioria dos estudantes de acordo com a resposta do questionário é difícil propor uma
ação que tenha êxito, devido ao fato de que geralmente o estudante que abandona o IFMG-
GV por esse motivo, ser o principal responsável em garantir o sustento de seus familiares e
a simples concessão de bolsa pelo programa de assistência estudantil não é o suficiente para
o aluno dedicar-se apenas as atividades acadêmicas.
Quanto ao apontamento de ser a localização da instituição os motivos do
abandono dos estudantes, essa questão surge devido às condições de acesso ao campus, desde
a mudança para sede própria em março de 2012 os estudantes e corpo docente vêm
vivenciando transtornos devido ao fato da estrada que dá acesso a instituição não possuir
pavimentação.
As duas causas que tiveram maior indicação, segundo a visão dos professores
e técnicos administrativos, foram à falta de identificação com o curso e a dificuldade na
aprendizagem. Medidas que podem ser empenhado para minimizar a ocorrência da evasão
por questões de falta de identificação com o curso versam em melhorar a publicidade dos
cursos ofertados, através da realização de amostras de profissões, explanação do curso em
escolas do ensino médio e ou campanhas de divulgação na internet e televisão, dessa forma,
pode-se aumentar o número de estudantes que se identifiquem com o curso escolhido. Para
amenizar os índices de evasão devido ao quesito dificuldade na aprendizagem propõe que
seja criado um sistema de nivelamento estudantil, que deverá funcionar da seguinte forma,
assim que o aluno iniciar o curso o mesmo receberá um conteúdo para realização de revisão,
decorrido duas semanas o estudante será avaliado e a partir do resultado dessa prova o
professor aferirá a necessidade do estudante participar de aulas de reforço ou mesmo se o
estudante precisará de acompanhamento especial.
A tabela 02 apresenta algumas propostas para as demais causas que não foram
mencionados no texto acima.
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Quadro 01- Proposta de melhoria a partir das causas investigadas no
questionário.
Causa de evasão Proposta de melhoria
Questões financeiras Identificar se os estudantes que
estão evadindo enquadram-se no perfil para
ser assistido pelo programas do IFMG.
Aumentar o número de bolsas
da assistência estudantil.
Insatisfação com a estrutura do
IFMG-GV
Buscar melhoria contínua da
instituição.
Melhorar estruturas dos
laboratórios, salas de aula, biblioteca,
compra de software e aperfeiçoamento de
professores dentre outras medidas.
Falta de oportunidades para os
profissionais da área
Desenvolver parcerias com
empresas da região.
Realizar eventos a fim de
divulgar os cursos para empresas.
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8 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A evasão é um fenômeno comum a todas as universidades brasileiras motivadas por
fatores internos ou externos à instituição e por fatores de características individuais do
estudante. Esses fatores podem variar dentro da própria instituição de ensino, de acordo com
curso, modalidade do curso, podem associar-se em diferentes fatores conforme o turno que o
curso é ofertado, bem como pode variar conforme o tipo de instituição de ensino, pública ou
privada, esses fatores podem variar também de acordo com a região geográfica de localização da
instituição.
Um planejamento de controle da evasão deve começar pelo acompanhamento
contínuo das taxas da evasão bem como a averiguação dos fatores que estão ocasionando os
índices. A propositura de medidas eficientes no combate à evasão nem sempre é tarefa fácil e
nem sempre estão ao alcance da Instituição de ensino. Nesse planejamento é importante que se
constitua uma equipe responsável pela realização dos cálculos das taxas de evasão e identificação
das fontes geradoras do problema e a partir daí propor ações que amenizem o problema.
O levantamento realizado nessa pesquisa apontou elevada taxa de evasão em todos
os cursos ofertados pelo IFMG campus Governador Valadares, esses índices manifestam
contrariadamente ao desenvolvimento do IFMG-GV, pois uma das bases para o aumento do
repasse de verbas para instituições de ensino público federal refere-se a um bom desempenho de
titulação de estudantes. Os elevados índices de evasão manifestados no IFMG campus de
Governador Valadares representam fatores oposto para o desenvolvimento da região, tendo em
vista, que depreciam o número de profissionais disponíveis no mercado de trabalho. Evasão
também representa um sentimento de decepção por parte do estudante.
Com a implantação da nova rotina aqui proposta acredita-se ser possível criar um
banco de dados com as causas geradoras da evasão no IFMG campus de Governador Valadares.
Esse fato possibilitará propor medidas direcionadas ao combate dessas causas, assim pode-se vir
a diminuir os índices atuais.
Para futuros trabalhos, caso a proposta de mudança na rotina do processo de
desligamento de estudantes aqui apresenta for instaurada, recomenda-se que seja realizada uma
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análise da eficiência da proposta, ou seja, identificar se com a nova rotina o IFMG campus
Governador Valadares possui dados das causas da evasão.
Recomenda-se para futuros trabalhos a realização de cálculos da evasão nos cursos
técnicos de modalidade integrado o qual não foi calculado nesse trabalho. Além de um estudo de
aceitação do mercado de trabalho dos estudantes formandos no IFMG, ou seja, realizar uma
pesquisa onde investigue qual a taxa de estudantes que estão trabalhando na sua área de formação.
Conclui-se que, através da elaboração do trabalho de conclusão de curso nessa área
temática por um estudante de engenharia de produção denota a oportunidade do mesmo colocar
em ação os conhecimentos adquiridos ao longo do curso, evidenciando sua capacidade de
organizar uma metodologia apropriada e ou viável para analisar e propor soluções para os
diferentes tipos de problemas.
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9. REFERÊNCIAS
ADACHI, A. A. C. T. Evasão e evadidos nos cursos de graduação da Universidade
Federal de Minas Gerais. 214f. Dissertação (Mestrado em Educação). Faculdade de
Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.
BRASIL. Lei nº 11892, de 29 de dezembro de 2008. Decreto. Criação da Rede Federal da
Educação Profissional, Ciência e Tecnologia.
BRASIL/MEC/SESu/ABRUEM/ANDIFES. Comissão Especial de Estudos Sobre a
Evasão nas Universidades Públicas Brasileiras. Brasília-DF, 1996.
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A.; SILVA, Roberto Da. Metodologia científica. 6.
ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
COMISSÃO PERMANENTE DE AVALIAÇÃO. Avaliação do IFMG Campus
Governador Valadares. Governador Valadares, 2013.
DISTRITO FEDERAL. Inep. Ministério da Educação e Cultura. Índice da Educação
Brasileira. Brasilia, 2013.
FILHO, D. E. A Evasão Escolar na Educação Tecnológica. São Paulo: Cultura Acadêmica
Editora, 2012.
SANTANA, A. P.; PEROSSO, JENY, DA. E. C.; MACEDO, K. L. O.; FARIAS, S. P. D.
DE. Evasão escolar em escolas públicas municipais rurais localizadas em Montes
Claros. 20 p.. Dissertação (Trabalho de Conclusão de Curso) - Universidade Estadual de
Montes Claros, Montes Claros, 1996.
MARTINS, O.G; Rocha, S.H. Evasão e tempo de permanência no curso de estatística da
universidade federal do Paraná: Um estudo sobre os alunos que ingressaram no período
45
de 1991 a 2011. Dissertação (Teste de Conclusão de Curso) - Universidade Federal do
Paraná, Curitiba, PR, 2011.
NASCIMENTO, Débora Rosa; SANTOS, Daniel Profeta Moreira; MELENDEZ,
Kathelen. Projeto de Extensão: Estudo Estatístico da Evasão no IFMG campus
Governador Valadares. Governador Valadares: IFMG, 2014. 5 p.
TRUBUNAL DE CONTAS DA UNIAO-TCU: Relatório de auditória. Secretaria de
Educação Profissional e Tecnológica - MEC, Brasília, 2012.
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ANEXOS
Anexo 01: Questionário investigativo das causas de evasão.
Professora e Alunos do Instituto Federal de Minas Gerais desenvolvem o projeto
de extensão, "ESTUDO ESTATÍSTICO DA EVASÃO DO INSTITUTO FEDERAL DE
MINAS GERAIS, CAMPUS GOVERNADOR VALADARES" que tem como objetivo
estudar as principais causas que levam os alunos a deixarem a instituição e posteriormente
propor ações que venham a amenizar o atual cenário. O êxito dessa proposta esta diretamente
ligado à sua participação nesse estudo, respondendo o questionário abaixo.
Contamos com sua colaboração, e colocamo-nos a disposição para esclarecimento de
quaisquer dúvidas e acatar sugestões.
E-mail: [email protected].
*Obrigatório
Parte superior do formulário
Sobrenome: *
1) Em qual curso você estava matriculado no IFMG-GV? *
Técnico em Meio Ambiente - Integrado
Técnico em Segurança do Trabalho - Integrado
Técnico em Segurança do trabalho - Subsequente
Tecnologia em gestão ambiental
Engenharia de produção
Nome: *
2) Qual motivo levou você a abandonar o curso do IFMG-GV? *
Questões financeiras
Falta de identificação com o curso
Insatisfação com a estrutura do IFMG-GV.
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Dificuldade de conciliar os estudos com outras atividades
Dificuldades na aprendizagem
Localização da instituição
Falta de oportunidades profissionais na área.
Outro:
3) Você abandonou o curso do IFMG-GV, pois ingressou em outra Instituição de
Ensino? *
Sim, ingressei em uma instituição pública
Sim, ingressei em uma instituição privada como bolsista
Sim, ingressei em uma instituição privada
Não
4) Você pensa em voltar a estudar no IFMG-GV ?
Sim
Não
5) Você foi assistido por algum programa de assistência estudantil enquanto
esteve na instituição? Qual?
Auxílio alimentação
Auxílio atividade
Auxílio creche
Auxílio moradia
Auxílio transporte municipal e/ou intermunicipal
Nenhum
6) O fato de você não ter recebido auxílio da assistência contribuiu para que
deixasse a instituição?
Sim
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Não
7) Você tem alguma sugestão de mudança para a instituição? Qual?
Parte inferior do formulário.