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CARNAVAL DE 1949 DANÇA DA TERRA-CHÃ (OS DESCOBRIMENTOS (DANÇA DOS MARINHEIROS) – 2 Versões Francisco Ferreira dos Santos (O Ferreirinha das Bicas) O Ferreirinha das Bicas nasceu a 25 de Outubro de 1914, na Boa Hora, freguesia da Terra-Chã. Filho de José Ferreira dos Santos e de Maria das Mercês. Hortelão. Sabe ler e escrever. Começou a cantar aos 19 anos, em S. Mateus, num rancho, em casa de pessoas amigas, por ocasião duma matança. Para cantar, deslocou-se quatro vezes aos Estados Unidos da América, a convite dos emigrantes. Para o mesmo fim, esteve nas Ilhas da Pico, S. Jorge, Graciosa e S. Miguel. Casou com Esperança de Jesus Fagundes no ano de 1941. Dos seus quatro filhos, o Luís Carlos é também improvisador. Tem-se dedicado, com assiduidade, à História de Portugal e conhece também muitos poetas e escritores da literatura portuguesa. Ferreirinha fez versos para danças populares: “Dança dos Marinheiros", "Dança de Camões", "D. Miguel e D. Pedro IV" e outras de que já não se recorda. Também publicou alguns opúsculos sobre variados temas. Colaborou no jornal "O Irresponsável" da Casa de Saúde de S. Rafael, com poemas da sua autoria. É um cantador conhecido em toda a Ilha Terceira, tendo cantado com os melhores improvisadores do seu tempo, dos quais se destacam, o Charrua, o Bravo, o Tenrinho, a Turlu, o João Vital, o Gaitada, e outros. Este cantador compôs quadras de alcance humano-social. A sua linguagem tem um certo sabor profético, que transparece em tudo o que escreve e diz. O seu canto, livre de preconceitos e respeitos inúteis, contribuiu para que ele fosse o porta voz dos problemas da nossa gente. Já muito rico acabou O oiro da fortuna sua, E nos seus restos andou Mendigando pela rua. Não te fies no teu ter Porque isso é esperança vã. Não sabes se podes ser Um pobrezinho amanhã. Se houvesse cristianismo No mundo em mais abundância; Não havia terrorismo, Desaparecia a ganância. Há homem tão criminoso Quando pelo pobre passa; Faz-se tanto caridoso. 1

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Page 1: DANÇA DE ENTRUDO – 1949 - culturacores.azores.gov.pt · Das estátuas encantadas Com o seu génio encantadas Com o seu génio fecundo ... Que o pregara na cruz. Mestre Os anjos

CARNAVAL DE 1949 DANÇA DA TERRA-CHÃ (OS DESCOBRIMENTOS (DANÇA DOS MARINHEIROS) – 2 Versões Francisco Ferreira dos Santos (O Ferreirinha das Bicas) O Ferreirinha das Bicas nasceu a 25 de Outubro de 1914, na Boa Hora, freguesia da Terra-Chã. Filho de José Ferreira dos Santos e de Maria das Mercês. Hortelão. Sabe ler e escrever. Começou a cantar aos 19 anos, em S. Mateus, num rancho, em casa de pessoas amigas, por ocasião duma matança. Para cantar, deslocou-se quatro vezes aos Estados Unidos da América, a convite dos emigrantes. Para o mesmo fim, esteve nas Ilhas da Pico, S. Jorge, Graciosa e S. Miguel. Casou com Esperança de Jesus Fagundes no ano de 1941. Dos seus quatro filhos, o Luís Carlos é também improvisador. Tem-se dedicado, com assiduidade, à História de Portugal e conhece também muitos poetas e escritores da literatura portuguesa. Ferreirinha fez versos para danças populares: “Dança dos Marinheiros", "Dança de Camões", "D. Miguel e D. Pedro IV" e outras de que já não se recorda. Também publicou alguns opúsculos sobre variados temas. Colaborou no jornal "O Irresponsável" da Casa de Saúde de S. Rafael, com poemas da sua autoria. É um cantador conhecido em toda a Ilha Terceira, tendo cantado com os melhores improvisadores do seu tempo, dos quais se destacam, o Charrua, o Bravo, o Tenrinho, a Turlu, o João Vital, o Gaitada, e outros. Este cantador compôs quadras de alcance humano-social. A sua linguagem tem um certo sabor profético, que transparece em tudo o que escreve e diz. O seu canto, livre de preconceitos e respeitos inúteis, contribuiu para que ele fosse o porta voz dos problemas da nossa gente. Já muito rico acabou O oiro da fortuna sua, E nos seus restos andou Mendigando pela rua. Não te fies no teu ter Porque isso é esperança vã. Não sabes se podes ser Um pobrezinho amanhã. Se houvesse cristianismo No mundo em mais abundância; Não havia terrorismo, Desaparecia a ganância. Há homem tão criminoso Quando pelo pobre passa; Faz-se tanto caridoso.

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Saiu na Boa-Hora (????) com gente do lugar – o mestre chamava-se “Zita” (????, caiador); entravam: Leonel Santiago, José Santiago, Manuel Catrina, Argaldo “???”, António “Nosso”, o Alvarino Rasteiro. Músicos da Filarmónica da Terra-Chã. Manuel “?????”, José ?? dançavam na rua, vestidos de marinheiros (branco).

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(1ª Versão) ???????? 1 O mestre Rapazes no tempo de D.Diniz Valorizou-se armada do paiz Fêz-se algumas embarcações Claro, em pobres condições Dum pinhal que avia em Leiria Leiria é perto da Cova da Iria onde apareceu a Virgem Maria Mais tarde como sabem O infante fêz milhagres Na escola nautica de sagres Lá formou homens do mar Para desvendar Terras desertas Gloriosas descobertas Nem toda a gente canta O que fêz a luza gente Este lindo Portugal É grande eu sei mas cabe Dentro do nosso coração Cada qual, diz o que sabe À cerca da navegação 2 O Infante D. Henrique Deu luzes novas á ciencia Abrio novos horizontes Á geografia universal Abrio aos homens do mar As portas da inteligencia Para poderem hourar O nome de Portugal Seu nome heroico e houroso É digno de grande gloria Será sempre glorioso Nas paginas da nossa historia 3 Em mil quatrocentos e desanove Gonçalo Zarco e Vaz Teixeira Descobriram o Porto Santo E a linda ilha da Madeira

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Hoje a cidade do Fouchal É uma perola de Portugal O seu clima saudavel Fáz atrair o turismo Seu povo réto e notavel De nobre patriotismo 4 Gil Eanes fêz desaparser A lenda do Cabo Bojador Mostrando ao mundo inteiro Como grande marinheiro E épico descobridor

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Fêz desaparecer patranhas Das estátuas encantadas Com o seu génio encantadas Com o seu génio fecundo Depois seguiram façanhas Que istão em paginas douradas Invejadas pelo o mundo 5 Assim deu êste homem horado Ao mundo, outro mundo egnorado Seguiram-se os descobrimentos Cabo Branco, Cabo Verde, Guiné Grande foi o povo Português Defendendo a patria e a fé A Cruz de Cristo e o arnêz Eram a sua defeza Que feitos gloriosos Fêz a gente portuguesa Os Albuquerques E Antonio de Saldanha Não á outra patria que tenha Nomes tão valorosos Duarte Pacheco Pereira Foi um heroi emortal Mostrou à nação inteira Seu amor por Portugal CÔRO Defender a patria amada É dever da nossa armada ?????? de tantas nobrezas mostrando nosso passado dum povo predistinado Às facanhas Portuguesas O grande Vasco da Gama Lembra-me tantas vezes Que gloria que honra e fama Pra todos nós Portugueses 6 O grande Vasco da Gama Lembra-me tantas vezes Que gloria que houra e fama Pra todos nós Portugueses

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Bem haja seu irmão ????? Que tanto amou a terra (patria) mãe Bem haja a terra luza Que ditosos filhos tem A nossa bandeira santa ???? Portugal, infinito Tanto seu orgulha e encanta Meu Portugal, sê bendito

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7 Digo ao meu comandante Admiro um heroi brilhante Que me encanta e seduz É Pedro Alvares Cabral Que aumentou Portugal Com terras de Véra Cruz O seu nome é um tesouro A sua gloria é infinda Istá gravado a ouro Na nossa historia tão linda 8 O Grande Bartolomeu Dias Marinha aventuroso Que conseguiu desdobrar O Cabo tormentoso Que notavel heroismo Que patriotismo É da gente de ??????? Á patria rendo meu peito Embora ficasse ezangne Jurava-lhe lealdade Porque tenho dentro do peito Escrito em letras de sangue A minha nacionalidade

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Apresentação da dança Bôas festas meus senhores A nossa dança deseja Que Deus em seus esplendores E sua graça aqui esteja. CÔRO Sobre o cimo do calvario Sofrendo istava Jesus, Devido ao povo falsario Que o pregara na cruz. Mestre Cantemos com alegria Cheio de fé e d’amor P’ra comemorar o dia Da ressureição do Senhor! CÔRO Sobre o cimo do calvario Sofrendo istava Jesus, Devido ao povo falsario Que o pregara na cruz. Mestre As aves nas florestas Tem trinado que seduz Ligando-se as bôas festas Da ressureição de Jesus CÔRO Sobre o cimo do calvario Sofrendo istava Jesus, Devido ao povo falsario Que o pregara na cruz. Mestre Os anjos cantam prosanas, Ao amavel redentor E as criaturas homanas Unam-se ao mesmo amor. Para o velho Tambem sou homem do mar Ando à pesca da sardinha É bem triste o meu penar Pra bem de poder ganhar Pra beber um pinguinha

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Soufre tanta tempestade De dinheiro ando têzo Que grande infelissidade Porque o senhores da cidade Querem é sardinha ao pêzo Do mar sofro vagalhões Mas há dias de ????? Apanho abroteas e camarões Mas que grandes ralações Eu ver tudo na balança Apanho lapas nos calhaus Eu fáço tanto sarilho Sofro velhas de génios maus Por quererem cem carapaus Por suas socas de milho

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Bodiões vão escondidos Não apregou por caminho À mulheres de pensáres queridos Que sonham coisas aos maridos Pra trocar por um peixinho Fim da dança Despedida Mestre A gente vai treminar Todos devem disculpar Esta nossa confiança Pra outra parte seguimos Todos disculpas pedimos Dos êrros da nossa dança CÔRO Diz adeus os marinheiros A pais mães nóras e genros A casados e solteiros A damas e cavalheiros Perdoai os nossos êrros Os nossos lábios de adossam Não tenho palavras que possam Dar meu reconhecimento Agradeço vossa bondade E fina amablidade Que vejo neste momento CÔRO Diz adeus os marinheiros A pais mães nóras e genros A casados e solteiros A damas e cavalheiros Perdoai os nossos êrros Agóra vamos marchar Em vos vir cá visitar Eu grande gosto senti Porque sois almas modestas Para vos dar bôas festas É que a gente veio aqui CÔRO Diz adeus os marinheiros A pais mães nóras e genros A casados e solteiros

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A damas e cavalheiros Perdoai os nossos êrros Os nossos lábios de adossam Não tenho palavras que possam Dar meu reconhecimento Agradeço vossa bondade E fina amablidade Que vejo neste momento 8 Gaspar e Miguel Corte Real Martins Homem, com franquesa Fôram p’ra Portugal Herois d’alta nobreza Seus nomes tem prestigio Na nautica Portuguesa

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CÔRO Defender a patria amada É dever da nossa armada ?????? de tantas nobrezas mostrando nosso passado dum povo predistinado Às facanhas Portuguesas O grande Vasco da Gama Lembra-me tantas vezes Que gloria que honra e fama Pra todos nós Portugueses 9 Pátria que ditosos filhos tens Como Fernão de Magalhães Que conheceu nautica a fundo Êsse navegador ágil Em pequena nau, tão frágil Conseguio dar volta ao mundo 10 Tambem me sinto houroso Desta farda de marujo Ao ver o mar revoltoso Conheço exemplos de brilho Em Carvalho de Araujo E no Augosto de Castilho Bendito sejas ó Patria Porque os teus feitos são tantos Berço de herois e de santos És tu lindo Portugal Bem haja Camões que cantou Tuas glorias Tuas vitorias Teu nome imortalisou Serás sempre imortal Meu velhinho Portugal 11 Amo todo o heroi Que foi por terras desertas Êste Portugal foi Paiz das descobertas Portugal velhinho é Contem lições tão belas Porque em nossa caravelas Viajou homem de fé

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Levamos ao Japão O Terceirense S. João Batista Machado Que mostrou aos Japonezes O valor dos Portugueses Um povo sevelisado Em naus, de rudes velas Foi João de Brito, e Xavier Santos apostolos de Gôa E Antonio de Lisbôa Foi em nossas caravelas Bendito seja! Almas belas

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CÔRO Defender a patria amada É dever da nossa armada ?????? de tantas nobrezas mostrando nosso passado dum povo predistinado Às facanhas Portuguesas O grande Vasco da Gama Lembra-me tantas vezes Que gloria que honra e fama Pra todos nós Portugueses 13 O descobridor devinal Entre todos os descobridores Para mim o prensipal Foi Gonçalo Velho Cabral Que descobrio os Açôres Pois estes Açôres são De beleza sem egual É a continuação Das belezas de Portugal Sua gente tem moral Como o mundo tem visto O nosso povo é audáz Amo o meu torrão natal Por ser a ilha de Cristo Dos amores e de liláz 14 Vejo nestes Açôres Duma beleza sem par Nove açafates de flores De lirios cravos amores Plantados à beira mar São nove ilhas valiosas A todas quero bem É boquer de nove rosas Ou nove perolas pressiosas Do colar da pátria mãe Deste povo terceirense Nossa marinha de ofana É gloria que pertença À patria Açôriana 15

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Viva os herois d’outróra seus filhos tem tal grandesa gloria seja dada aos filhos da marinha Portuguesa 16 Somos firmes marinheiros Sempre liais companheiros De critério e de brio Passamos horas de vegilia Mas somos uma familia Lá a bordo do navio

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Mestre É assim rapazes Contando a historia dos antepassados Sois marinheiros honrados Segui o exemplo Dos antigos marinheiros Eu contemplo Todos vos, que sois ordeiros

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Marcha dos marinheiros CÔRO Ó! Marinheiro Aventureiro O mar traiçoeiro Tua vida aceita A tua sorte De sul a norte É veres a morte Que no mar te espreita Em grande lida Anda o mar traiçoeiro A ver se te tira a vida Arujado marinheiro As tuas glorias Alcansaste com nobreza Arecadando vitoria À marinha Portuguesa Do mar água azulada Pra nós é divinal Vem depor beijos de fada Nas praias de Portugal Olha o mar olha o mar Olhar o mar traiçoeiro Que vem a praia espreitar Tua vida marinheiro

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(2ª Versão) ????? 8 Que fouse historiador Que soubesse dar o valor Que ????? Portugal Minha Patria sem egual Ó! Meu Portugal velhinho Para mim sempre novo ???? Teráz sempre um cantinho Dentro do meu coração 9 Gaspar e Miguel Corte Real Foram para Portugal Herois de alta nobreza Pois a Pátria Portuguesa Pra êles tem um lugar No meio do seu altar 10 CÔRO Pátria que ditosos filhos tem Como Fernão de Magalhães Que conheceu nautica a fundo Êsse navegador agil Em pequena nau, tão fragil Consiguio dar volta ao mundo 11 Também me cinto houroso Desta farda de marujo Ao ver o mar revoltoso Conheço exemplos de brilho Em Carvalho d’Araujo No Augusto de Castilho Bem dito sejas ó, Patria Porque os teus feitos são tantos Berço de herois e de santos És tu lindo Portugal Bem haja Camões que cantou Tuas glorias Tuas vitorias Teu nome imortalisou Serás sempre imortal Ó meu santo Portugal

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12 Amo todo o heroi Que foi por terras desertas Êste Portugal foi O pais das descobertas Levamos ao Japão O terceirense S. João Batista Machado Que mostrou aos Japonezes O valor dos Portugueses E lá foi materisado

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E em naus de rudes velas Viajou almas tão belas João de Brito e Xavier Santos apotulos de Gôa Não há patria tão gloriosa Pra urgulho duma pessoa 13 Portugal continental Portugal ultramarino E Portugal insular Jurei que serei leal A êste pais divino Istou pronto o sangue dar O presente fáz lembrar Mostrando-nos tantas vezes No exemplo de ???? Como éram os Portugueses 14 O descubridor divinal Entre os descobridores Para mim o principal Foi Gonçalo Velho Cabral Que descobriu os Açôres Pois estes Açôres são De beleza sem egual É a continuação Das belezas de Porgugal Sua gente tem moral Muito ??? se tem visto Um povo nobre e audáz Como nesta ilha de Cristo Dos amores e de liláz 15 Vejo nestes Açores Duma beleza sem par Nove açafates de flores Plantados à beira mar Nos Açôres à marinheiros Leais firmes e ordeiros Que não mancham os seus nomes A toda a hora contemplo Um ??? me serve de exemplo O grande Azevedo ???? 16

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Um terceirense Foi num barco de papel Da Terceira a S. Miguel Que audacia, que valentia Mesmo a ilha terceira É em heroismo a primeira Seu povo tem galhardia 17 Deste povo terceirense Nossa marinha ???? Pois é gloria que pertense Á patria Açoriana Somos firmes marinheiros Sempre bons companheiros De critério e de brio E nas horas de vigilia É como se fora uma familia Lá abordo do navio O mestre Rapazes Feitos de extraordinario valor Fiseram nossos avós Porque tinham mais amor À patria de que nós Podesse lá isquecer Essa grandessa moral De beleza espiritual Que bem alto quiz erguêr O nome de Portugal A grandesa do passado Se refléte na nossa historia Dum povo predestinado À conquista da vitoria Separata do 9 volume do Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira de 1951 Casa da Cultura da Terceira Processado em computador por Jorge Borges, a partir do documento existente na Colecção JNB. Angra do Heroísmo, Julho de 2001.

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