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Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Divisão de Informação e Documentação Pereira, Anne Priscila Alves

Um Método para a Formalização da Manufatura Digital no Planejamento de Processos de uma Fábrica / Anne

Priscila Alves Pereira.

São José dos Campos, 2012.

128f.

Tese de mestrado – Curso de Engenharia Aeronáutica e Mecânica, Área de Sistemas Aeroespaciais e

Mecatrônica – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, 2012. Orientador: Prof. Dr. Jefferson de Oliveira Gomes.

1.Manufaturas; 2.Automação; 3.Planejamento de processos automatizados por computador; 4.Indústria

automobilística; 5.Engenharia de produção. I. Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Divisão de Engenharia

Mecânica. II. Um Método para a Formalização da Manufatura Digital no Planejamento de Processos de uma

Fábrica.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

PEREIRA, Anne Priscila Alves. Um Método para a Formalização da Manufatura Digital

no Planejamento de Processos de uma Fábrica. 2012. 130f. Tese (Mestrado em Sistemas

Aeroespacias e Mecatrônica) – Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos.

CESSÃO DE DIREITOS

NOME DO AUTOR: Anne Priscila Alves Pereira.

TÍTULO DO TRABALHO: Um Método para a Formalização da Manufatura Digital no

Planejamento de Processos de uma Fábrica

TIPO DO TRABALHO/ANO: Tese / 2012

É concedida ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica permissão para reproduzir cópias

desta tese e para emprestar ou vender cópias somente para propósitos acadêmicos e

científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta tese

pode ser reproduzida sem a sua autorização do autor.

___________________________

Anne Priscila Alves Pereira

Rua André Osvaldo da Rosa, 120. Carianos.

CEP: 88047-740, Florianópolis – SC

[email protected]

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PROPOSTA DE UM MÉTODO PARA A FORMALIZAÇÃO DA

MANUFATURA DIGITAL NO PLANEJAMENTO DE

PROCESSOS DE UMA FÁBRICA

Anne Priscila Alves Pereira

Composição da Banca Examinadora:

Prof. Dr. Anderson Vicente Borille Presidente ITA

Prof. Dr. Jefferson de Oliveira Gomes Orientador ITA

Prof. Dr. João Carlos Ferreira Espíndola UFSC

Prof. Dr. Luís Gonzaga Trabasso ITA

ITA

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Dedico este trabalho ao meu amado marido

José Trein Litaiff, minha fonte de

motivação.

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Agradecimentos

Agradeço a Deus, o autor da vida, por seu amor, por tão grandiosas bênçãos

concedidas e por me ajudar a vencer todos os meus desafios.

Ao meu orientador, Professor Jefferson Gomes, pelos ricos conselhos, pela ajuda

no meu crescimento profissional e acadêmico, por abrir as portas do CCM - ITA e por sua

orientação.

Ao meu amado José Trein Litaiff, por me apoiar nas minhas escolhas, pelos

conselhos amigos, por me ajudar nas dificuldades, por fazer suas as minhas conquistas e por

me fazer muito feliz.

Aos meus queridos pais, Adelson e Christina, pelos seus esforços ao apoiarem

minha educação e por torcerem pelo meu sucesso.

À querida família Fonseca, Ivanilde, Elói, Marcus e Matheus, por me apresentar

ao ITA, pelo carinho e por me acolher em sua casa.

Aos meus irmãos, Patrick e Patrícia, por torcerem pelo meu sucesso.

Aos colegas do CCM-ITA, da WHB e da Mercedes-Benz, pela troca de

conhecimento e pela colaboração durante a realização deste trabalho.

À Janete Guska, pela amizade e pelo auxílio nos tramites internos do CCM e do

ITA.

Ao ITA, pela oportunidade de desenvolvimento deste trabalho.

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"Não sabendo que era impossível, foi lá e fez."

Jean Cocteau

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Resumo

A fim de superarem os desafios e permanecerem competitivas em meio ao turbulento mercado

global, as empresas líderes de mercado estão implantando a manufatura digital em suas

corporações. Para tanto, é necessário adequar os fluxos de atividades de planejamento, de

forma que o uso das ferramentas digitais seja sistematizado e, simultaneamente, esteja

alinhado com as necessidades corporativas. Este trabalho apresenta um método para a

formalização do uso das ferramentas de manufatura digital no planejamento de processos de

uma empresa. Inicialmente, busca-se aperfeiçoar o fluxo de planejamento de processos, em

seguida propõe-se o uso evolutivo das ferramentas e, por fim, os pontos de atenção durante a

implantação são destacados. Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados,

o método proposto foi aplicado a uma empresa de manufatura do segmento automotivo, que

está em processo de implantação das ferramentas de manufatura digital no seu planejamento

de processos.

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Abstract

In order to overcome challenges and stay competitive in the turbulent global market, leading

companies are implementing digital manufacturing. Therefore, it is necessary to adjust the

planning activities workflow so that the use of digital tools is systematized and

simultaneously aligned with the business needs. This thesis aims to present the development

of a method for the standardization of the digital manufacturing tools in the process planning

of a company. At the beginning, the method seeks to improve the process planning workflow,

then proposes the evolutionary use of digital tools and, finally, highlights the points of

attention during the implementation project. To investigate the applicability, limitations and

results, the proposed method was applied to a company of the automotive segment, which is

implementing digital manufacturing tools at its process planning department.

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Lista de Ilustrações

Figura 1.1 – Limitações da Pesquisa. .................................................................................... 17

Figura 2.1 – Complexos do modelo de planejamento 0 + 5 + X. (Adaptado de SCHENK, et

al., 2010) ............................................................................................................................. 28

Figura 2.2 – Desenvolvimento Contínuo do Produto, da fábrica e do Plano de Processos

(Adaptado de CONSTANTINESCU, et al., 2009) ................................................................ 33

Figura 2.3 – Sistemas de Geração do Plano de Processos. .................................................... 38

Figura 2.4 – Formas de Geração CAPP. (KERRY, 1997). .................................................... 40

Figura 3.1 – A manufatura digital integra a fábrica virtual e a fábrica real. (Adaptado de

KUHEN, 2006) .................................................................................................................... 46

Figura 3.2 – Manufatura Digital: Benefício e Esforço. (Adaptado de KUHEN, 2006) .......... 47

Figura 3.3 – Principais funções da Manufatura Digital. (Adaptado de MILLER, 2006) ........ 48

Figura 3.4 – Fases de implantação de Manufatura Digital de De Carli(2010). ....................... 57

Figura 4.1 – Fluxograma do Método de formalização do uso das ferramentas de manufatura

digital no planejamento de processos.................................................................................... 61

Figura 4.2 – – Fluxograma da Etapa 1 – Análise do Modus Operandi................................... 62

Figura 4.3 – Modelo do Fluxograma .................................................................................... 64

Figura 4.4 – Modelo do Macro Fluxograma ........................................................................ 65

Figura 4.5 – Fluxograma da Etapa 2 – Aplicação das ferramentas de manufatura digital. ..... 68

Figura 4.6 – Modelo de tabela de aplicação das ferramentas de manufatura digital nas macro

atividades de planejamento. ................................................................................................. 69

Figura 4.7 – Fluxograma da Etapa 3 – Definição do Modelo inicial. ..................................... 71

Figura 4.8 – Modelo de Checklist. ........................................................................................ 73

Figura 4.9 – Fluxograma da Etapa 4 – Proposta do modelo futuro. ....................................... 75

Figura 4.10 – Fluxograma da Etapa 5 – Análise do Modelo. ................................................. 77

Figura 4.11 – A Matriz SWOT.(Adaptado de: KUAZAQUI et. al., 2005)............................. 78

Figura 5.1 – Identificação da função e tipo de projeto no fluxograma. .................................. 83

Figura 5.2 – Identificação dos componentes do fluxograma. ................................................. 84

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Figura 5.3 – Macrofluxograma C1. ...................................................................................... 85

Figura 5.4 – Ícones de identificação das ferramentas de manufatura digital. ......................... 96

Figura 5.5 – Exemplo de uso dos ícones nos fluxogramas .................................................... 97

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Lista de Quadros

Quadro 3.1 – Priorização das fases de implantação de Manufatura Digital. .......................... 57

Quadro 3.2 – Identificação e Priorização dos Fatores Críticos de Sucesso na Implantação de

Manufatura Digital. .............................................................................................................. 58

Quadro 5.1 – Funções de Planejamento. .............................................................................. 81

Quadro 5.2 – Tipos de Projeto de Planejamento. .................................................................. 81

Quadro 5.3 – Distribuição dos fluxogramas de planejamento. .............................................. 85

Quadro 5.4– Literatura Consultada sobre Métodos de Planejamento de Processos. ............... 87

Quadro 5.5– Literatura Consultada sobre Sistemas de Geração do Plano de Processos. ........ 88

Quadro 5.6 – Critérios de Comparação ................................................................................. 89

Quadro 5.7 – Quadro Comparativo entre as formas de geração do Plano de Processos. ........ 90

Quadro 5.8 – Fontes de Informação sobre os aplicativos de software. ................................... 93

Quadro 5.9 – Vantagens incorridas das alterações de sistema ............................................. 101

Quadro 5.10 – Matriz SWOT do modelo de planejamento de processos com manufatura

digital da Empresa A. ......................................................................................................... 105

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Lista de Abreviaturas e Siglas

AHP Analitic Hierarchy Process

AIT Acessible Information Technology

BOM Bill of Materials

BOP Bill Of Processes

CAD Computer Aided Design

CAE Computer Aided Engineering

CAPP Computer Aided Process Planning

CCM Centro de Competência em Manufatura

CIO Chief Information Officer

EBOM Engineering Bill Of Materials

EMPA Engenharia de Manufatura de Produtos A

EMPB Engenharia de Manufatura de Produtos B

ERP Enterprise Resource Planning

GEM Grid Engineering for Manufacturing

ITA Instituto Tecnológico de Aeronáutica

MBOM Manufacturing Bill Of Materials

MES Manufacturing Execution System

MRP Manufacturing resource Planning

PDM Product Data Management

PLM Product Life Cycle Management

SWOT Strenghts, Weaknesses, Opportunities and Threats

TI Tecnologia da Informação

TG Tecnologia de Grupo

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Sumário

Lista de Ilustrações ............................................................................................................. viii

Lista de Quadros .................................................................................................................... x

Lista de Abreviaturas e Siglas ............................................................................................... xi

1. Introdução..................................................................................................................... 14

1.1. Motivação .............................................................................................................. 14

1.2. Objetivos ............................................................................................................... 16

1.3. Limitações da Pesquisa .......................................................................................... 17

1.4. Proposta Metodológica .......................................................................................... 18

1.5. Organização do Texto ............................................................................................ 19

2. Planejamento de Processos ............................................................................................ 20

2.1. Conceito de Planejamento de Processos ................................................................. 21

2.2. Métodos de Planejamento de Processos.................................................................. 22

2.3. Sistemas de Geração do Plano de Processos ........................................................... 36

3. Manufatura Digital ........................................................................................................ 45

3.1. Conceito de Manufatura Digital ............................................................................. 45

3.2. Implantação de Manufatura Digital ........................................................................ 55

4. O Método...................................................................................................................... 59

4.1. Etapa 1 – Análise do Modus Operandi ................................................................... 61

4.2. Etapa 2 – Aplicação das ferramentas de manufatura digital .................................... 67

4.3. Etapa 3 – Definição do modelo inicial .................................................................... 70

4.4. Etapa 4 – Proposta do modelo futuro ...................................................................... 73

4.5. Etapa 5 – Análise do modelo .................................................................................. 76

5. Aplicação do Método e Análise..................................................................................... 80

5.1. Etapa 1 – Análise do Modus Operandi ................................................................... 80

5.2. Etapa 2 – Aplicação das ferramentas de manufatura digital .................................... 91

5.3. Etapa 3 – Definição do modelo inicial .................................................................... 94

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5.4. Etapa 4 – Proposta do modelo futuro ...................................................................... 98

5.5. Etapa 5 – Análise do modelo ................................................................................ 103

6. Considerações Finais .................................................................................................. 112

6.1. Cumprimento dos Objetivos Propostos................................................................. 112

6.2. Conclusões .......................................................................................................... 114

6.3. Sugestões para trabalhos futuros .......................................................................... 117

Referências ........................................................................................................................ 119

Apêndice I. Questionário de Análise do Modus Operandi ................................................ 123

Apêndice II. Tabela de Aplicação das Ferramentas de Fábrica Digital ............................... 125

Apêndice III. Checklist das Atividades de Manufatura Digital ........................................ 126

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1. Introdução

1.1. Motivação

Com o objetivo de se manterem competitivas e sobreviver, as fábricas devem se

adaptar constantemente ao turbulento mercado global, o qual tem exigido cada vez mais

qualidade, produtos mais baratos, tempos menores de entrega, produtos customizados e

rapidez no lançamento de novos produtos.

A Engenharia de processos é o elo entre a Engenharia de Produto e a área de

Produção, é ela a responsável por determinar os fluxos que transformarão o projeto do

produto no produto real. Com isso, é necessário que as atividades e ferramentas de análise de

processos e fluxos de materiais sejam sistematizadas.

É neste contexto que as equipes de engenharia de processos precisam utilizar

informações de maneiras simples, organizá-las de acordo com as etapas sequenciais do

processo, e acessar dados atualizados que auxiliem as tomadas de decisões.

As ferramentas de manufatura digital possuem soluções de gerenciamento de

dados do processo e documentos para suportar as etapas de planejamento do processo, que são

caracterizadas pelo dinamismo das modificações e gerenciamento complexo de informações.

Além disso, com o uso de ferramentas digitais os custos e o tempo de planejamento são

reduzidos, os erros de planejamento são identificados e corrigidos antecipadamente, bem

como os investimentos em instalações produtivas são reduzidos.

No novo paradigma da manufatura do ano 2020 sugerido pela Manufuture (2004),

manufatura digital é definida como uma linha de pesquisa chave para a implementação da

fábrica baseada no conhecimento. Ela será um elemento chave para a obtenção de

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conhecimento do produto e do processo, ajudando a traduzir o conhecimento implícito para o

conhecimento explícito.

Em termos gerais, a manufatura digital é uma suíte de aplicativos de software para

o gerenciamento de dados do produto e do processo e para a simulação do produto e do

processo. De acordo com Chryssolouris, et al. (2009), esta suíte de tecnologias é altamente

promissora para a redução do tempo e do custo de desenvolvimento de produtos bem como

para identificar a necessidade de customização, aumentar a qualidade do produto, e para trazer

respostas mais velozes ao mercado.

No entanto, para alcançar os benefícios trazidos pela manufatura digital é

necessário que o conceito esteja instalado adequadamente na empresa, o que não significa

apenas instalar os aplicativos de software corretamente. Ter o conceito de manufatura digital

instalado na empresa significa ter um fluxo de atividades de planejamento que sistematize o

uso das ferramentas digitais e que esteja alinhado com as necessidades de abastecimento do

banco de dados do novo sistema.

De Carli (2010) define cinco etapas para a implantação de manufatura digital, nas

quais ele aponta a necessidade de que os fluxos de planejamento atuais da empresa sejam

alterados e adequados ao sistema de manufatura digital. Porém, alterar os fluxos de

planejamento não é uma tarefa trivial, pois além da necessidade de se definir o novo fluxo, os

planejadores já estão habituados com os sistemas existentes na fábrica e quebrar este hábito

requer aceitação dos usuários, treinamento e adequação.

De acordo com Dan Remenyi et. al. (2000), as distorções que ocorrem com a

satisfação na implantação dos serviços de TI, como a manufatura digital, são denominadas

gaps. Um dos gaps ocorre quando a entrega do serviço não é realizada com aderência e

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coerência com a situação organizacional, seja por falta de preparação ou de tratamento

adequado das variáveis, ou pela estratégia adotada não ser mais a adequada.

Este trabalho apresenta um método para a definição do novo fluxo de

planejamento de processos coerente com a situação corporativa, o qual traz estratégias para a

melhor aderência dos usuários ao novo sistema de planejamento com manufatura digital.

São duas as contribuições pretendidas com esta pesquisa. A primeira é a

disseminação de informações sobre manufatura digital bem como as dificuldades e soluções

relacionadas à sua implantação. A segunda contribuição está relacionada aos resultados

práticos trazidos pelo método aqui apresentado, com o qual gestores poderão fundamentar o

planejamento da implantação de manufatura digital em suas corporações.

A principal motivação para a elaboração deste método foi o projeto cooperativo

entre o CCM-ITA (Centro de Competência em Manufatura) e uma corporação de grande

porte, multinacional e do segmento automotivo. O projeto constituiu em formalizar o uso das

ferramentas de manufatura digital no planejamento de processos desta empresa, com

estratégias para que o novo fluxo de planejamento fosse aplicado pelos usuários do sistema.

1.2. Objetivos

O objetivo geral deste trabalho é desenvolver um método para a formalização do

uso das ferramentas de manufatura digital no planejamento de processos de uma fábrica.

Para a consecução do objetivo geral, são definidos os seguintes objetivos

específicos:

Aperfeiçoar os fluxos de planejamento de processos atuais;

Identificar as etapas de uso das ferramentas digitais;

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Definir um modelo de planejamento de processos contemplando as

ferramentas de manufatura digital;

Elaborar estratégias para a melhor adesão ao uso das ferramentas digitais

pelos usuários do sistema;

Levantar os pontos de controle durante o processo de implantação do novo

modelo de planejamento de processos;

Aplicar o método proposto para a formalização do uso de ferramentas de

manufatura digital no planejamento de processos de uma empresa de

manufatura.

1.3. Limitações da Pesquisa

Tal como será apresentado no Capítulo 4 – Manufatura Digital deste trabalho, a

manufatura digital possui um conceito amplo o qual envolve a engenharia do produto e a

engenharia de processos. No entanto, o método sugerido neste trabalho contempla apenas a

engenharia de processos (Figura 1.1), pois esta foi a necessidade apontada pela empresa do

estudo de caso.

Figura 1.1 – Limitações da Pesquisa.

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1.4. Proposta Metodológica

Este trabalho trata do desenvolvimento de um método para a formalização do uso

das ferramentas de manufatura digital no planejamento de processos, o qual visa atender as

necessidades para o uso adequado das ferramentas de manufatura digital. Para tanto, são

definidas as seguintes ações:

Desenvolver um embasamento teórico sobre Planejamento de Processos,

buscando entender as funções do planejamento de processos, os métodos

de planejamento de processos e as tecnologias para a geração do plano de

processos, com o objetivo de verificar e comparar à tecnologia aplicada na

empresa do estudo de caso realizado;

Desenvolver um embasamento teórico sobre Manufatura Digital, buscando

entender, primeiramente, qual o conceito desta tecnologia, suas funções e

os potenciais benefícios do uso desta tecnologia. Em seguida, desenvolver

um referencial teórico sobre a implantação de manufatura digital, com

foco nos trabalhos de implantação já desenvolvidos, observando-se as

principais etapas de implantação e os pontos de atenção para uma

implantação de sucesso;

Desenvolver um embasamento teórico sobre análise SWOT, com o

objetivo de entender melhor esta técnica de análise de cenários e aplicá-la

na análise do modelo de planejamento de processos proposto, e , assim,

destacar os pontos de controle durante a implantação do novo modelo;

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Aplicar o método proposto para a formalização do uso de ferramentas de

manufatura digital no planejamento de processos de uma empresa de

manufatura;

Analisar os resultados obtidos.

1.5. Organização do Texto

Este trabalho é constituído de seis capítulos, que são brevemente descritos a

seguir, com exceção deste primeiro que constitui a introdução.

Capítulo 2 – Planejamento de Processos- Apresenta a revisão teórica sobre

os conceitos de planejamento de processos, métodos e sistemas para a

geração do plano, relacionados aos objetivos deste trabalho.

Capítulo 3 – Manufatura Digital- Apresenta a revisão teórica sobre os

conceitos de manufatura digital e aspectos sobre sua implantação.

Capítulo 4 – O Método - Descreve o método elaborado para a

formalização do uso das ferramentas de manufatura digital no

planejamento de processos de uma fábrica;

Capítulo 5 – Aplicação do Método e Análise - Apresenta a aplicação do

método, por meio de um estudo de caso realizado em uma empresa

multinacional de manufatura do setor automotivo, e apresenta os

resultados obtidos.

Capítulo 6 – Considerações Finais - traz as conclusões e comentários sobre

os resultados apresentados, assim como as recomendações para futuros

trabalhos.

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2. Planejamento de Processos

Para uma organização produzir um produto que atenda as especificações de

projeto, a manufatura de cada componente do produto deve ser cuidadosamente planejada. No

entanto, meramente garantir que o produto atenda as especificações de projeto e a qualidade

desejada não é o suficiente. A manufatura de um produto deve ser maximizar o valor

agregado e atender os prazos acordados. Desta forma, o planejamento de processos deve

garantir que o produto seja fabricado com as especificações corretas, com o menor custo e no

tempo certo (SCALLAN, 2003).

Neste contexto, este capítulo apresenta a revisão teórica sobre planejamento de

processos. Primeiramente, aborda-se o conceito de planejamento de processos, a suas funções

e sua importância. Em seguida, apresentam-se os métodos de planejamento de processos

encontrados na literatura científica e os sistemas de geração do plano de processos, com o

objetivo de compará-los, no Capítulo 4 – Aplicação do método, às práticas da empresa do

estudo de caso, bem como com o objetivo de evidenciar os principais desafios do

planejamento de processos.

Este capítulo está dividido em três seções, a saber:

Conceito de Planejamento de Processos;

Métodos de Planejamento de Processos;

Sistemas de Geração do Plano de Processos.

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2.1. Conceito de Planejamento de Processos

O planejamento de processo é uma atividade de ligação entre a Engenharia de

Produto e a área de Produção, sendo que sua importância reside em ser via obrigatória no

fluxo de atividades que determinam a produção de determinada peça ou bem, pois em

qualquer empresa de manufatura é necessário planejar para produzir um bem.

Scallan (2003) define planejamento de processos como o ato de preparar

instruções detalhadas de trabalho para transformar a matéria-prima em produto acabado, o que

inclui a seleção e o sequenciamento de processos e operações, a definição de máquinas e

equipamentos entre outras atividades.

De acordo com Groover & Zimmers (1988) o planejamento de processo em uma

indústria diz respeito à definição dos parâmetros das atividades da manufatura a partir do

desenho do produto e de restrições estratégicas da empresa e do mercado, tais como:

necessidades de materiais, planejamento e cálculo de capacidade, informações para controle

de fábrica, padrões de desempenho e rendimento etc. Isso se torna prático e opercional sob a

forma de arranjos físicos de máquinas e da configuração de postos de trabalho, da estimativa

de tempos padrões e de métodos, da avaliação de carga-máquina e da necessidade de compra

ou substituição de equipamentos, da definição de parâmetros de processo como regulagens de

máquinas, capacidade de um carregador e limites para estoques intermediários, entre outros,

além de especificações de ferramental empregado, dispositivos e procedimentos para controle

de qualidade.

Araujo (1997) explica que a tarefa fundamental do planejamento de processos é

executar o chamado Plano de Produção ou de Processo, que contém as descrições do processo

completo de fabricação com as máquinas, operações, tempos padrão e ferramentas com as

devidas regulagens.

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Groover & Zimmers (1988) define três funções típicas do planejamento de

processos: a determinação da sequência de operações, a determinação das condições

apropriadas para o processo e a fixação dos tempos padrões.

Melo (2003) afirma que devido à diversidade e ao volume das informações

envolvidas nos planos de processo dos variados segmentos da indústria, cada empresa executa

o seu plano da maneira que melhor lhe convém. No entanto, pode-se identificar na maioria

dos planos dois conjuntos de informações comuns: Plano Macro e Detalhamentos das

Operações.

O Plano Macro determina a sequência de operações executadas em uma peça na

sua fabricação, ele especifica a rota na qual a peça passa a ser fabricada. Este plano utiliza a

carta analítica de processo para traçar o caminho que os componentes do produto irão passar,

desde a entrada na empresa até a sua saída (MELO, 2003).

Detalhamento das Operações é um plano com informações utilizadas pela área de

manufatura para auxiliar na fabricação do produto (instruções e croquis para montagem de

máquinas e do ferramental, lista de ferramentas instruções de qualidade etc.) (MELO, 2003).

Nesta seção, verificou-se na literatura científica o conceito do planejamento de

processos, sua função e sua importância dentro de uma corporação. A seguir, será

apresentado, de acordo com a literatura científica, como o planejamento é realizado.

2.2. Métodos de Planejamento de Processos

Nesta seção serão abordados métodos de planejamento de processos apresentados

na comunidade científica. O objetivo é entender como o planejamento de processos é

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realizado, identificar as etapas de planejamento e, posteriormente, no Capítulo 5 – Aplicação

do Método, compará-los ao método praticado pela empresa do estudo de caso.

Na literatura científica é possível encontrar diversos métodos para o planejamento

de processos. Estes métodos nem sempre são abordados como uma sequência de atividades,

mas tão somente como atividades necessárias ao planejmento de processos.

As principais atividades de planejamento apresentadas pela literatura científica

são:

i. Interpretação geométrica do desenho do produto – o primeiro passo para

planejar a fabricação de qualquer produto ou componente é consultar os

desenhos de engenharia. A interpretação do desenho inclui analisar a geometria

da peça, dimensões e suas tolerâncias, especificações de acabamento de

superfície, especificação de materiais e o número de componentes necessários.

Desta interpretação, os fatores críticos do processo podem ser identificados e é

possível indicar o processo de manufatura a ser utilizado.

ii. Seleção dos processos primários – nesta etapa, os processos de fabricação

primários da peça são definidos (usinagem, fundição, conformação etc.) de

acordo com os fatores de projeto. Os fatores de projeto que mais têm influência

sobre a escolha do processo são: quantidade de peças, complexidade da peça,

natureza do material da peça, tamanho da peça, espessura, precisão dimensional,

custo do material bruto, preço da sucata, possibilidade de defeitos e processos

subsequentes.

iii. Avaliação dos materiais – embora o engenheiro de produto especifique o

material a ser utilizado, o planejador de processos irá, ocasionalmente estudar

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junto ao engenheiro de produto outras alternativas em virtude da disponibilidade

do material ou do processo de fabricação.

iv. Desenho da peça bruta – nesta etapa, o desenho e o projeto de fabricação da

peça bruta a ser utilizada como matéria-prima é analisado para se definirem os

subprocessos necessários para a fabricação da peça.

v. Seleção de máquinas e ferramentas – uma vez que o planejador definiu os

processos que serão utilizados, o equipamento de produção específico deve ser

selecionado. Fatores típicos a serem considerados são: o tamanho e peso da

peça, as dimensões e montagem da máquina. Em seguida, as ferramentas a

serem utilizadas no equipamento selecionado devem ser escolhidas.

vi. Definição de parâmetros dos processos – com as máquinas e as ferramentas

selecionadas, parâmetros específicos devem ser estabelecidos para cada

operação para cada máquina. Além disso, normalmente calcula-se o tempo de

cada operação baseado na geometria da peça e nos parâmetros do processo

previamente calculados.

vii. Definição de dispositivos de fixação – nesta etapa, os dispositivos de fixação

devem ser selecionados. Os dispositivos de fixação podem ser classificados em

duas categorias: dispositivos de fixação de uso geral, tais como mandris e

pinças, e dispositivos de fixação de uso específico, que são os dispositivos de

fixação específicos de cada máquina. Da interpretação do desenho, o planejador

de processos identifica as posições em geral e seus requisitos restritivos e

qualquer posição crítica e seus requisitos restritivos. Os requisitos gerais estarão

baseados nas tolerâncias dimensionais e ou nas tolerâncias geométricas

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especificadas no projeto, enquanto os requisitos críticos estarão fundamentados

em qualquer instância nas tolerâncias geométricas e dimensionais em conjunto.

viii. Selecionar métodos de garantia da qualidade – com os fatores críticos do

processo como tolerâncias geométricas e dimensionais e especificações de

acabamento de superfície já identificados na etapa de interpretação do projeto,

nesta etapa o planejador deve definir os critérios de inspeção para todos os

fatores críticos bem como a tolerância à variabilidade das medições. Em alguns

casos, o planejador é responsável por definir as ferramentas e técnicas a serem

utilizadas para garantir a aderência à especificação. No entanto, normalmente os

critérios de inspeção serão definidos por um engenheiro de qualidade.

O planejador também deverá fazer o balanço entre a garantia da qualidade do

produto e checagens desnecessárias, pois o excesso de inspeções pode tornar o

processo oneroso.

ix. Definição de custos – o planejador de processos também é responsável por

estimar os custos de manufatura de um componente ou produto fundamentado

nos dados de custos disponíveis e tempo das operações.

As informações de custo serão utilizadas no plano de processo para determinar

as relações custos e volume de produção, decisões podem ser tomadas sobre qual

material utilizar em determinada operação, decisões sobre fazer ou comprar etc.

x. Preparar documentos do plano de processos – existem dois documentos

principais envolvidos na preparação do planejamento de processos: a Folha de

Rotas e a Lista de Operações.

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A Folha de Rotas especifica a rota que o material bruto segue pelos processos de

manufatura. Nela normalmente estão contidos os equipamentos e ferramentas a

serem usados na produção, bem como informações sobre o caminho que a peça

deve fazer no chão-de-fábrica.

Uma vez que a rota de produção da peça está definida, um plano detalhado de

cada operação pode ser feito por meio de uma lista de operações. A Lista de

Operações especifica em mais detalhes cada operação individualmente.

Normalmente uma lista de operações é preparada para cada estação de trabalho

listada na Folha de Rotas, embora ela possa abranger um grupo de máquinas

contidas numa célula de produção.

Schenk, et al. (2010), apresenta o modelo de planejamento de processos 0+5+X,

o qual contém complexos que englobam desde as áreas de processamento do problema e

aquisição do pedido do cliente (ou investidor) e definição do projeto até o desenvolvimento,

implementação e execução do projeto.

O método de planejamento 0+5+X é composto por três complexos de

planejamento (complexo I – Definição do Projeto, Complexo II – Desenvolvimento do

Projeto e Complexo III – Implementação do projeto), os quais estão resumidos na Figura 2.1

(Schenk, et al., 2010) e são descritos a seguir:

Complexo I – Definição do Projeto: este complexo tem como objetivo a

definição do projeto, a qual compreende os requisitos em geral do cliente.

Um canal de comunicação entre o cliente, a equipe de projeto e os

parceiros do projeto deverá ser criado para avaliar mudanças de curto

prazo e as suas consequências e derivar inferências para o trabalho

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posterior. Durante o processo deste complexo, cinco atividades de

concepção do projeto são necessárias, a saber:

o 01 – Especificação das variáveis de entrada – as variáveis de

entrada são configuradas de acordo com a meta de projeto. No

caso, por exemplo, em que a instalação de produção já existe e

deve ser reconstruída, analisam-se os dados do cenário atual

(documentos, desenhos, produtos, quantidades de produção,

tecnologias, processos, localização e estrutura dos sistemas de

produção e logística e planos de construção), compara-se com a

meta e identificam-se as melhorias.

o 02 – Especificação do escopo de análises e objetivos

corporativos – nesta atividade as políticas e diretrizes básicas da

empresa são analisadas para que as decisões do projeto sejam feitas

de acordo com os objetivos corporativos. Os principais objetivos

analisados são:

Objetivos mercadológicos (market share, novos mercados

etc.);

Objetivos de rentabilidade (lucro, retorno sobre o

investimento etc.);

Objetivos sociais (satisfação dos funcionários,

desenvolvimento profissional dos funcionários etc.);

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Prob

lem

as

e

Obj

etiv

osAnálise da

situação/

status atual

Status

da

Meta

01

Especificação das variáveis de entrada

Status atual da meta

02

Especificação do escopo das análises e objetivos

corporativos

mercado, produto, produção, recursos humanos e

rentabi l idade

03

Classificação do tipo de projeto de planejamento

Novas construções , modificações , expansão, desativações

04

Especificação de escopo de planejamento

Es tágios e fases do planejamento

Objetos de planejamento

Instrumentos de planejamento

05 Especificação dos princípios de concepção do projeto

COM

PLEX

O II

Des

env.

do P

roje

to

5

Fases de implementação do planejamento 5/1 Programa de Produção e Desempenho

5/2 Determinação das funções

5/3Dimensionamento

5/4 Estruturação

5/5 Layout

x6Avaliação da rentabilidade

x7

Implementação Planejamento de implementação

Planejamento de teste

Planejamento de comissionamento

x8

Operação

Monitoramento e controle

Planejamento de Mudanças

Adaptação

x9

Desmontagem e reciclagem Remodelação

Desligamento e remoção

Utilização, reutilização e reciclagem posterior

x10Documentação geral

CO

MP

LEX

O I

De

fin

ição

do

Pro

jeto

CO

MP

LEX

O II

I

Imp

lem

en

taçã

o d

o P

roje

to

Pedido doCliente

- Aquisição do Pedido- Trabalhos preparatórios- Requisitos e especificações técnicas

Figura 2.1 – Complexos do modelo de planejamento 0 + 5 + X. (Adaptado de SCHENK, et

al., 2010)

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o 03 – Classificação do tipo de projeto de planejamento – esta

etapa constitui na definição do tipo de projeto de planejamento a

ser realizado, eles podem ser de quatro tipos:

Desenvolvimento de novas instalações de produção;

Reconfiguração das instalações existentes (projetos de

melhoria de processos);

Aumento da capacidade produtiva;

Supressão das instalações produtivas.

o 04 – Especificação do escopo de planejamento – nesta atividade

as fases de planejamento estarão definidas em um conceito com

três dimensões (a fase de planejamento, os objetos de planejamento

e os instrumentos de planejamento). Assim, para cada fase de

planejamento são definidos os objetos e instrumentos de

planejamento. As fases de planejamento são: planejamento,

construção, iniciação, operação e encerramento. Os objetos de

planejamento são: recursos humanos, estruturas (estações de

trabalho, divisões etc.), objetos móveis (maquinário, equipamentos

etc.) e bens imóveis (prédios, terrenos etc.). Os instrumentos de

planejamento são: métodos, modelos, ferramentas, teorias etc.

o 05 – Especificação dos princípios de concepção do projeto – os

princípios e regras de concepção do projeto são fundamentados nas

experiências de projetos anteriores. As decisões deverão ser

tomadas de acordo com a aplicação de cada princípio específico.

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Schenk, et al.(2010) cita onze princípios (princípio da totalidade,

princípio da fase, princípio do estágio, princípio das variáveis,

princípio da lucratividade, princípio da constância do projeto,

princípio da ordem, princípio da flexibilidade, princípio da

melhoria constante, princípio da situação e princípio da sinergia),

porém não é objetivo desta tese descrevê-los (mais detalhes em

Shenk et. al., 2010).

Complexo II – Desenvolvimento do Projeto: o objetivo deste complexo

é desenvolver o projeto, cinco atividades de planejamento (5/1 a 5/5)

consecutivas são necessárias, a saber:

o 5/1 – Programa de Produção e de Desempenho – nesta atividade

os programas de produção e desempenho são desenvolvidos. O

ponto inicial para a definição do programa de produção é a

definição de tarefas de acordo com as especificações definidas no

complexo I, e em seguida os processos de fabricação são definidos

por meio de um planejamento eficiente da manufatura e da

montagem. O programa de desempenho é a meta de desempenho

da produção a ser alcançada, o qual é derivado diretamente do

programa de produção.

o 5/2 – Determinação das funções – os objetivos desta atividade

são: definir a sequência de operações e montagem dos

componentes, definir as máquinas e os equipamentos e definir a

qualificação necessária da mão-de-obra para a execução das

operações.

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o 5/3 – Dimensionamento – nesta atividade quantificam-se todos os

recursos produtivos, tais como: equipamentos, máquinas, áreas de

produção, mão-de-obra, investimentos, capital de giro etc.

o 5/4 – Estruturação – o objetivo desta etapa é otimizar o tempo e a

área de produção. Nela, as principais atividades executadas são: a

seleção do tipo de estrutura da fábrica, a formulação e a avaliação

de estruturas ideais, a formulação e a avaliação de estruturas reais e

a otimização das estruturas reais.

Nesta atividade são definidos: as regras dos fluxos de processos, o

tipo de coordenação logística, o tipo de layout, o Block Layout

ideal, o fluxograma e os esquemas de layout.

o 5/5 – Layout – esta etapa tem a função de integrar os itens

planejados neste complexo, observando as restrições econômicas,

ambientais e de segurança do trabalho. Nela, o fluxo de atividades

e o layout final de produção são definidos.

As principais entregas desta etapa são: o layout real, o plano de

implantação, o plano de progressão, as descrições das funções, as

instruções para implantação e a lista de equipamentos.

Complexo III – Implementação do Projeto: Neste complexo, o projeto é

implementado com base nas avaliações de rentabilidade por meio de uma

análise de investimentos, que considera todas as etapas do processo, desde

a implementação até a desmontagem e reutilização de recursos.

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Para implementação do projeto são necessárias cinco especificações (x6 –

x10), a saber:

o X6 – Avaliação da rentabilidade – aqui, avaliações de

rentabilidade são realizadas para cada fase de planejamento e para

o conjunto delas por meio de métodos de avaliação de investimento

(payback, valor presente, valor presente líquido, ponto de Fischer,

taxa interna de retorno, índice benefício custo etc.).

o X7 – Implementação (setup) – nesta etapa são executados os

planos de implementação do projeto, os planos de testes de

desempenho e funcionamento, o plano de comissionamento. Além

disso, as licenças requeridas (seguranças ambiental, segurança do

trabalho etc) deverão ser providenciadas.

o X8 – Operação – Aqui, são monitorados os indicadores de

desempenho da fábrica dos planos de implementação, testes e

comissionamento. Deste modo, a produção é monitorada para que

possíveis melhorias sejam identificadas e implantadas na fábrica.

o X9 – Desmontagem e reciclagem (revitalização) – nesta etapa, o

planejamento se precavi para manter a fábrica sustentável e

economicamente compatível com o meio-ambiente por meio da

reutilização de recursos, tais como: equipamentos, edifícios etc.

Isto é feito na seguinte ordem: remediação, desmontagem,

reutilização, usos futuros e reciclagem, incluindo o

recondicionamento de instalações industriais abandonadas

(revitalização).

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o X10- Documentação geral – nesta etapa, como o próprio nome

sugere, as documentações gerais do projeto são arquivadas. Isto

inclui os registros mais importantes e a documentação de toda a

instalação produtiva (equipamentos, plantas, sistemas de serviço,

fluxogramas, projetos individuais, decisões e aprovações etc).

Além de informações dos clientes, do contratante e dos parceiros

do projeto.

Constantinescu, et al. (2009) cita o método de planejamento de processos GEM,

acrônimo do idioma inglês Grid Engineering for Manufacturing (Engenharia integrada para

Manufatura). A abordagem GEM engloba o conceito de fábrica digital para o planejamento

integrado do produto e seus processos.

A Figura 2.2 apresenta as principais funções da fábrica digital na abordagem

GEM.

Figura 2.2 – Desenvolvimento Contínuo do Produto, da fábrica e do Plano de Processos

(Adaptado de CONSTANTINESCU, et al., 2009)

Page 35: Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) metodo para a... · Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, ... informações de maneiras

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A abordagem GEM de planejamento integrado do produto e do processo é

composta por sete etapas, a saber:

i. Gerenciamento das informações do Produto (Product Data

Management -PDM) durante o ciclo de vida do produto – nesta etapa,

um sitema PLM é usado para administrar a estrutura, os arquivos CAD e

os documentos do produto. As diferentes funções do sistema PLM

auxiliam o time de projeto do produto por meio do gerenciamento de

diferentes versões, variantes e configurações do produto.

ii. Planejamento de Processos, Recursos e Layout Fabril – esta etapa trata

do planejamento do layout bruto da fábrica por meio da utilização de um

aplicativo de software de gerenciamento de dados do processo, tal como o

Process Designer (Siemens™). Modelos estáticos dos processos de

fabricação e montagem são construídos com os links concordantes para a

estrutura do produto e para o layout da fábrica.

iii. Otimização Estática e Dinâmica de Fábrica – nesta etapa o Block layout

bruto é detalhado em um software de CAD. A otimização estática da

fábrica é feita com o auxílio de um aplicativo de software para análise dos

fluxos de fabris, tal como FactoryFlow (Siemens™). Para a otimização

dinâmica da fábrica, um modelo de simulação é gerado com os dados do

processo e do projeto de layout. Os indicadores de desempenho chave,

como tempo de processamento, utilização da capacidade de meios de

produção e flutuações da intensidade do fluxo de material, são os

resultados das simulações que dão suporte à otimização dinâmica da

fábrica.

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iv. Simulação do processo – em alguns processos os parâmetros variam

muito. Por isso esses processos são simulados. Com os resultados da da

simulação, o ajuste ideal dos equipamentos pode ser determinado.

v. Planejamento Participativo do Layout Fabril – nesta etapa, especialistas

de diferentes áreas trabalham em conjunto no layout da fábrica para aplicar

seus diferentes conhecimentos experiências. Então, a fábrica deverá ser

projetada em um ambiente 3D.

vi. Manutenção e Monitoramento das Operações – esta etapa é executada

quando os processos já estão instalados na fábrica. Aqui, tecnologias

avançadas de processamento de voz são utilizadas para a emissão de

mesnsagens de erro em determinados processos nas operações da fábrica.

O fácil manuseio de destas tecnologias possibilita níveis elevados de

automação pela execução dos processos.

vii. Gestão de Dados de Fábrica – um aplicativo de software de

gerenciamento de dados da fábrica é utilizado, por exemplo o Team Center

(Siemens™), como uma plataforma para a administração central e

integrada das informações da fábrica, dos produtos, dos processos e dos

recursos produtivos.

Nesta seção foram apresentadas as etapas de planejamento de processos indicadas

pela literatura científica, além do método de planejamento 0+5+x e o método de planejamento

GEM. Assim, é possível entender como o planejamento de processos é realizado. A seguir,

serão apresentados os sistemas para a geração do plano de processos, elaborados de acordo

com as etapas de planejamento apresentadas nesta seção.

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2.3. Sistemas de Geração do Plano de Processos

Nesta seção, será apresentada a revisão teórica sobre as formas de geração do

plano de processos. Aqui, será abordada a classificação fundamental para os sistemas de

planejamento de processos quanto à forma de sua geração. Os objetivos da abordagem deste

tema são:

Evidenciar os principais desafios da geração do plano de processos;

Apresentar as formas de geração do plano de processos existentes e,

posteriormente, no Capítulo 5 – Aplicação do método, compará-los ao

sistema de planejamento de processos da empresa do estudo de caso.

2.3.1. Contexto

O desenvolvimento do plano de processos tradicional de uma indústria depende

da capacidade de julgamento do corpo técnico e de engenheiros especialistas. Eles são

responsáveis por determinar uma rota de produção ótima para cada projeto de um novo

componente ou novo produto. Entretanto, com a enorme quantidade de variáveis e dados

envolvidos na avaliação de um processo de fabricação, esta não é uma tarefa simples e o que

se constata, segundo Groover & Zimmers (1988), é que uma proporção significante do

número total de planos de processo encontrados nas fábricas não são ótimos. Outro problema

encontrado no sistema de planejamento tradicional é que muitas inconsistências são geradas

ao se confrontar os planos de processos gerados por diferentes planejadores. E, por último, no

sistema tradicional de planejamento o conhecimento gerado pelo setor de planejamento de

processos fica retido com o processista, tornando a memória dos processos totalmente

dependente do planejador.

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Podem-se identificar alguns desafios para a geração do plano de processos, em

uma lista não exaustiva, a saber:

Dificuldade de gerenciamento dos dados de processo – engloba as

dificuldades de se encontrar dados corretos e atualizados, de manipular as

informações, bem como as dificuldades de arquivar as informações;

Dificuldade de gerar planos ótimos – com a grande quantidade de

variáveis envolvidas no processo torna-se difícil gerar planos ótimos com

relação a fatores de custos de produção, investimentos e ergonomia;

Dificuldade de padronização dos planos de processos;

Falta de agilidade no planejamento – isto ocorre principalmente pela falta

de padronização de gerenciamento de dados e a das atividades, fazendo

com que o planejador não esteja focado apenas na atividade de

planejamento.

Dificuldade de reutilização – engloba a dificuldade de reutilização de

dados (como plano de processos), de equipamentos, de máquinas etc.

Na literatura são várias as possíveis soluções para o planejamento de processo

visando solucionar ou amenizar os problemas do sistema de geração do plano de processos

tradicional. De forma geral, a literatura científica adota uma classificação fundamental para os

sistemas de planejamento quanto à forma de sua geração (Figura 2.3).

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Figura 2.3 – Sistemas de Geração do Plano de Processos.

2.3.2. Planejamento de Processos Manual

A criação do plano de processo de forma manual pode ser feita de duas formas: a

tradicional e a com manuais.

Na forma de geração chamada “tradicional” a análise do componente ou produto

projetado é feita por meio dos desenhos de engenharia. Nela o planejador se vale dos

desenhos de componentes similares de arquivos ou até mesmo de sua memória, recuperando

seus planos de processo, modificando-os e adaptando-os manualmente com o objetivo de

atender o projeto do novo componente ou produto.

A forma de geração de plano de processos com manuais é feita com o auxílio de

um ou mais manuais elaborados visando a simplificação do trabalho de planejamento para um

certo conjunto similar de componentes. Os manuais possuem uma seleção de sequências pré-

arquivadas de operações para dados tipos de componentes, as quais podem ser rapidamente

selecionadas e sequenciadas. O planejador apenas deverá trancrevê-las e adaptá-las para o

novo componente. Em geral, esta forma geração do plano de processo manual é mais eficiente

do que a forma tradicional.

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Para Araújo (1997) as principais vantagens das abordagens manuais são o baixo

investimento e a flexibilidade obtida. No entanto, o autor destaca que a existência de

planejadores experientes é crucial para a obtenção de bons planos de processo.

2.3.3. Planejamento de Processos Auxiliado por Computador

O planejamento de processos auxiliado por computador, também conhecido por

CAPP (Computer Aided Process Planning), é utilizado desde meados da década de sessenta

como solução às dificuldades encontradas no planejamento de processos manual, tais como:

dificuldade de gerenciamento de numerosas variáveis de planejamento, dificuldade de

padronização dos planos e falta de agilidade na geração de planos.

Rozenfeld (1993) apud Araujo (1997) busca explicar a adoção dos sistemas CAPP

por meio de alguns fatores, a saber:

Integração e harmonia com outras áreas da empresa que utilizam

computadores, tal como a Engenharia de Produto e a geração de modelos via

CAD;

Existência de bases de informações que, ao serem criadas, possibilitam o

reaproveitamento de informações para peças similares ou alterações para uma

determinada mudança nas condições de fabricação;

Padronização de informações de processo assim como o seu domínio através

de uma linguagem comum e sistemática. Por exemplo, na determinação dos

valores de tempo e de custo para as famílias específicas de componentes;

Escassez de especialistas (planejadores de processos ou processistas) reais, ou

seja, com conhecimento e experiência suficientes para permitir a obtenção de

bons planos de fabricação;

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Necessidade e consistência nos critérios de planejamento visando eliminar

planos díspares para a mesma peça ou peças similares.

Segundo Detand (1993), a geração do plano de processos assistida por

computador pode ser feita de duas formas fundamentais: a variante e a generativa. No entanto,

alguns sistemas apresentam uma combinação das anteriores dando origem à abordagem

híbrida, ou semi-generativa. A Figura 2.4 apresenta um esquema das duas formas principais,

variante e generativa, de abordagens de CAPP.

Figura 2.4 – Formas de Geração CAPP. (KERRY, 1997).

Abordagem Variante

De acordo com Benavente (2007), esta abordagem de geração de plano de

processos está fundamentada no conceito de que peças similares terão planos de processos

similares. Assim, para a geração do plano, as peças são agrupadas em famílias de peças,

distinguidas de acordo com suas características de fabricação e para cada família de peças um

plano de processos padrão é estabelecido e armazenado em arquivos de computador. O

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plano de processos padrão é recuperado a cada nova peça que pertencem àquela família, é

modificado pelo planejador e, então o novo plano de processos é gerado.

Segundo Araujo (1997), uma das filosofias utilizadas como base para os sistemas

variantes é a denominada Tecnologia de Grupo (TG), na qual peças similares são

identificadas e agrupadas com o objetivo de tomar a vantagem das suas similaridades tanto no

seu projeto quanto na sua fabricação. Esta filosofia é tanto mais abrangente na medida em que

não envolve o conceito de igualdade, abrigando, portanto, a perspectiva de agrupamento em

famílias. Uma família é, assim, uma coleção de peças que são similares por causa da forma

geométrica ou tamanho, ou ainda por causa dos passos de processamento requeridos em sua

fabricação.

Rodrigues (1993), no entanto, ressalta que a aplicação da TG não é obrigatória

nos sistemas variantes. É possível que o sistema seja baseado em planos semelhantes, sem a

necessidade da formação de famílias de peças. Isso pode ocorrer, por exemplo, em empresas

que, apesar de ter planos padrões e famílias de peças definidas, têm alguns componentes que

não se enquadram em nenhumas delas. Assim, se neste caso existir um plano semelhante, este

será tomado como base. Contudo, de acordo com Wang e Li (1991) a grande desvantagem de

se trabalhar somente com planos semelhantes, é que estes sistemas normalmente devem ser

muito modificados para cada nova peça.

As principais vantagens da aplicação da abordagem variante são:

Poder-se-á utilizar a TG para aumentar a eficiência do processo podutivo por

meio do arranjo físico dos equipamentos, o qual se adequará conforme a

família de peças. Assim, uma determinado grupo de máquinas é selecionado

para a produção de uma família de peças. O arranjo físico é projetado de modo

a permitir um trabalho eficiente dentro da célula de manufatura, o que implica

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em parâmetros de processo, ferramentas e demais condições similares que

possibilitam reduções no custo de produção (ARAUJO, 1997);

A manipulação de informações é mais simples do que a abordagem manual e

os planos de processos podem ser padronizados (BENAVENTE, 2007);

Simplificação e rapidez na determinação do processo de fabricação do produto,

com redução nos tempos operacionais das tarefas e no número de

especificações em arquivo, com o aumento das facilidades de estimativa de

custo, padronização de ferramentas e dispositivos, etc. (ARAUJO, 1997);

Redução do ferramental necessário à preparação das máquinas pela sua

padronização para cada família de peças (ARAUJO, 1997);

As principais desvantagens da aplicação da abordagem variante são:

A questão fundamental que se coloca perante os sistemas variantes é como

encontrar uma peça similar dentre as famílias, tarefa esta que pode ser dificil e

levar um tempo precioso (ARAUJO, 1997);

A qualidade final do plano do processo ainda depende, fundamentalmente, da

habilidade do processista que realiza as modificações necessárias às

particularidades de cada peça, sendo o computador apenas uma ferramenta de

auxílio às atividades de planejamento do processo (ARAUJO, 1997).

Abordagem Generativa

Nesta abordagem, um plano completamente novo é desenvolvido para cada novo

componente (SCALLAN, 2003). Segundo Ferreira (1996) apud Benavente (2007), o

planejamento do processo generativo pode ser definido como um sistema que sintetiza a

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informação dos processos visando gerar automaticamente um plano de processo para uma

nova peça. No entendimento de Logan (1990) um sistema generativo é todo aquele com

capacidade de gerar planos de processos através da seleção de elementos em banco de dados e

sua utilização na realização de cálculos, baseando-se em regras de decisão e fornecendo

resultados nos formatos requeridos pelos sistemas que os utilizarão.

O sistema generativo sintetiza o projeto ótimo da sequência de processamento,

baseando-se na análise da geometria, material e outros fatores da peça, além da

disponibilidade das máquinas e outros recursos para atender às especificações desejadas.

Nele, o computador emprega um conjunto de algorítimos, sistemas de lógicas de decisão,

fórmulas e análises geométicas para gerar o plano de processos.

Em teoria, não deveria haver a necessidade da intervenção humana na abordagem

generativa, porém, na prática, existe a necessidade de alguma intervenção (SCALLAN, 2003).

Por isso, cabe fazer uma distinção a duas formas desta abordagem:

A interativa – nesta abordagem há o envolvimento do planejador na

geração do plano de processos, o qual deverá responder algumas perguntas

efetuadas pelo sistema.

Por se tratar de um sistema simples e genérico, a grande vantagem desta

abordagem é sua alta flexibilidade, sendo a maior flexibilidade dentre os

sistemas CAPP. É possível planejar qualquer peça e qualquer processo,

pois qualquer mudança nos recursos requeridos apenas implicam no seu

cadastramento na base de dados.

A automática – nesta abordagem, a interação com o processista é

dispensável. Nela o plano de processos é gerado automaticamente pelo

computador o qual possui regras de fabricação.

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Esta é a forma de CAPP mais cobiçada pelos pesquisadores, “o

planejamento de processo automático é o objetivo maior de todas as

pesquisas em CAPP existentes. Quase 60% dos trabalhos publicados em

CAPP tratam desse assunto” (ROZENFELD, 1992).

Abordagem Híbrida

Esta abordagem surgiu por causa da dificuldade de se criar sistemas puramente

generativos. Assim, uniu-se as vantagens dos sistemas generativos às vantagens dos sistemas

variantes, e denominou-se de abordagem híbrida ou semi-generativa.

Nesta abordagem um pré-plano é desenvolvido e, se for o caso, modificado antes

do plano ser utilizado num ambiente de fabricação real (ARAUJO, 1997). Kerry (1997)

explica que em uma peça totalmente nova, não existente na história da empresa, inicia-se o

planejamento através do modo generativo interativo, e em determinados pontos pode-se

requisitar que o sistema faça uma inferência automática (cálculo de tempos, cálculo de

condições de usinagem, geração de comando numérico para um feature conhecido etc.).

Araujo (1997) destaca que a aplicação de sistemas híbridos tem possibilitado

aumentar a rapidez na elaboração de planos, reduzir a participação do processista, garantir a

qualidade do plano de processo pela uniformização de critérios dentro da empresa.

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45

3. Manufatura Digital

Este capítulo apresenta a revisão teórica sobre manufatura digital. Em sua

primeira seção, são abordados: os conceitos de manufatura digital, suas funções, seus

principais benefícios e sua aplicação na indústria nacional. Em seguida, apresentam-se os

aspectos sobre a implantação desta tecnologia em uma corporação, onde são destacados: os

desafios da implantação, as etapas de implantação, a priorização dessas etapas e os fatores

críticos para uma implantação de sucesso.

3.1. Conceito de Manufatura Digital

Nesta seção, serão abordados: o conceito de manufatura digital, suas funções, as

principais vantagens da utilização desta tecnologia, bem como o estado atual de sua aplicação

em empresas nacionais. O objetivo de abordar este tema é justificar o uso desta tecnologia no

planejamento de processos em uma corporação.

Para Kuhen (2006) manufatura digital é um conceito amplo, o qual é composto

pela integração entre a fábrica virtual e a fábrica real (Figura 3.1, Kuhen (2006)). Nela, os

dados da fábrica real são utilizados na composição dos dados de entrada da fábrica virtual, de

tal forma que a fábrica real, por meio do uso de dados estocásticos, é simulada e aperfeiçoada

em um ambiente virtual. Então, a melhor configuração encontrada no ambiente virtual é

utilizada no ambiente real.

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Figura 3.1 – A manufatura digital integra a fábrica virtual e a fábrica real. (Adaptado de

KUHEN, 2006)

A VDI 4499 (2006) afirma que o conceito de manufatura digital visa a integração

de métodos e ferramentas disponíveis em diferentes níveis para planejar e testar o produto

desde a fase inicial de planejamento até o controle operacional da fábrica. Por meio da

integração dos dados de manufatura o processo de planejamento se torna mais ágil, uma vez

que não há mais a necessidade da busca ou espera por dados. Além disso, dados atualizados

são obtidos, evitando-se erros de planejamento por inadequação de dados. Desta forma,

acelera-se o time-to-market dos produtos tornando as empresas mais competitivas. A Figura

3.2 ilustra este conceito.

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47

Figura 3.2 – Manufatura Digital: Benefício e Esforço. (Adaptado de KUHEN, 2006)

De acordo com Westkämper (2007), o conceito de manufatura digital refere-se a

sistemas de gerenciamento dos dados da produção e tecnologias de simulação (layout,

ergonomia, robôs etc), as quais são usadas em conjunto para a otimização da manufatura antes

mesmo do início da produção e para auxílio às fases de ramp-up. Além disso, por meio de um

banco de dados eficiente onde as informações geradas (planos de processos, planos de

produção, simulações, lista de materiais etc.) são organizadas e gerenciadas, é possível validar

projetos futuros e a diminuir o tempo gasto com futuras modificações para melhorias dos

processos produtivos.

De acordo com a consultoria norte americana em PLM (Product LifeCycle

Management – Gerenciamento do ciclo de vida do produto) CIMdata, Manufatura Digital é

um conjunto de soluções que favorecem a integração entre as disciplinas de engenharia, desde

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o projeto do produto até o planejamento da manufatura. As soluções utilizam as melhores

práticas de processos e permitem acesso à definição digital completa do produto, incluindo

planejamento de meios de produção e o planejamento de processos. Manufatura Digital é, na

prática, um conjunto de aplicativos de software integrados que trabalham com os dados de

definição do produto para apoiar o projeto de ferramentas, o planejamento de processos,

visualização, simulação, e outras análises necessárias para otimizar os processos de

manufatura (GRIEVES, 2006).

Miller (2006) cita as principais funções da manufatura digital (Figura 3.3), a saber:

Figura 3.3 – Principais funções da Manufatura Digital. (Adaptado de MILLER, 2006)

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49

Sincronização de dados – os dados são sincronizados desde a concepção

do produto até a manufatura por meio de um sistema de gerenciamento de

dados corporativos, incluindo a interligação e a integração entre dados

CAD, CAM, concepção de ferramentas, ERP, MES e outros aplicativos de

software.

Planejamento de processos auxiliado por computador – objetivo é obter a

melhor solução para os processos por meio da definição e catalogação das

restrições de manufatura, dos custos de fabricação, das taxas de produção e

das boas práticas de processos.

Planejamento de células de manufatura, estações de trabalhos, linhas de

produção e instalações produtivas – com as ferramentas de manufatura

digital é possível detalhar as linhas de produção, as células produtivas e as

estações de trabalho. Além disso, as tarefas de manufatura e o processo de

montagem são concebidos em um ambiente digital. E, por fim, planejam-

se as instalações produtivas e o layout.

Simulação de operações e do fluxo de material – utilizam-se simulação a

eventos discretos das operações de manufatura e fluxo de materiais para a

visualização, validação e otimização de processos. Além disso, simulação

é utilizada para a avaliação dos movimentos de humanos, proporcionando

ergonomia, segurança e desempenho do trabalho de acordo com os

padrões e as normas corporativas.

Gerenciamento de recursos e da informação – a manufatura digital

proporciona a manutenção e gerenciamento das informações de recursos

de manufatura, utilizando ferramentas de software para fomentar o

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50

commonization1 e o reuso de: componentes, montagens, equipamentos e

processos. Além disso, é possível gerar a documentação dos processos de

manufatura, determinar as instruções de chão-de-fábrica, visualizar

melhor o fluxo de materiais, ter uma comunicação efetiva entre os diversos

departamentos da empresa e aumentar a colaboração entre os operários;

Programação da Fábrica e Garantia da Qualidade – por meio dos

aplicativos de software de manufatura digital é possível elaborar a

programação de robôs, da soldagem e da pintura. Além disso, é possível

coordenar as máquinas de medição e outros equipamentos de fábrica, bem

como é possível criar, testar, otimizar e gerenciar as placas de circuito

impresso e montagem do produto.

O planejamento da qualidade, a inspeção de produtos, o controle da

variação dimensional, bem como uma avaliação contínua da qualidade

também são proporcionados pela manufatura digital.

Diversos autores citam os benefícios da aplicação das ferramentas de manufatura

digital na indústria. Vidal (2006) aplicou as ferramentas de manufatura digital na área de

armação de carroçarias da Volkswagen do Brasil para os modelos Polo e Fox e cita em sua

dissertação de mestrado os benefícios alcançados: “As vantagens para planejar e projetar uma

nova linha de armação com a utilização das ferramentas do uso da Fábrica Digital são

evidentes, pois, além de possibilitarem uma ação mais precisa, permitem antecipar a busca

por novas alternativas e soluções para a manufatura, contribuindo inegavelmente para

abreviar o prazo no lançamento de novos produtos, melhorar a qualidade do projeto das

1 Commonization – De acordo com Thorne et al. (2007) o conceito do “ Commonization” engloba os fatores que

fomentam a reutilização de componentes, subconjuntos, bens de produção, etapas do processo, conhecimentos de

engenharia etc.. Neste conceito, estratégias como a padronização , a modularização e a organização são

utilizadas para a manutenção e ampliação do número de recursos reutilizáveis.

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51

instalações, garantir o atendimento das premissas do programa e reduzir os custos

relacionados com a fabricação do produto.” (VIDAL, 2006).

A CIMdata (2010) cita os potenciais beneficios da aplicação da manufatura

digital:

• Reduz o time-to-market ao encurtar o tempo necessário para iniciar a

produção;

• Apressa o tempo para receitas ao acelerar os processos de produção;

• Melhora a satisfação dos clientes ao aumentar as iterações de projeto

e melhorar a produção;

• Reduz a perda de conhecimento por meio da captura de

conhecimento de forma organizada, administrada e prontamente

acessível;

• Melhora a integração, tanto interna como com os fornecedores, por

proporcionar o acesso antecipado ao projeto, processo, e as fontes de informação em um ambiente controlado;

• Reduz custos de planejamento em geral ao acelerar o processo de

planejamento;

• Melhora o design for manufacturability ao integrar projeto do produto e do processo;

• Confirma a fabricação por meio da simulação das operações de

manufatura antes do início da produção;

• Reduz o número de protótipos por meio do uso do digital mock up e simulações da linha de produção;

• Aumenta a qualidade por meio da verificação do processo de

produção e permitindo que isto impacte no projeto do produto;

• Aumenta o foco de trabalho ao permitir que os profissionais gastem seu tempo com trabalhos produtivos ao invés de busca por dados.

• Influencia os dados de definição do produto no processo de

engenharia da manufatura para maximizar o uso dos dados do produto

e assegurar um plano de produção mais preciso e completo;

• Descobre e resolve problemas antecipadamente, assim reduz-se

custos;

• Gerencia os dados do processo de manufatura, auxiliando a

reutilização de processos e a padronização;

• Gerencia as revisões e as configurações dos processos de

manufatura;

• Gerencia as características de manufatura, tais como: pontos de

solda, pontos de referência, pontos de inspeção, etc.

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• Antecipa o início do planejamento de processos durante o projeto do

produto, diminuindo o time-to-production;

• Auxilia a integração entre a EBOM e a MBOM e automatização da

transferência dos dados da BOM;

• Permite o uso de simulação de ergonomia e de máquinas para a

verificação de máquinas ferramenta, robôs, células de trabalho, e

linhas para a validação dos processos de manufatura;

• Gera automaticamente e distribui a documentação de processos;

• Reduz desentendimentos ao melhorar a comunicação com os

fornecedores;

• Efetua o balanceamento da capacidade global de manufatura;

• Vincula arquivos CAD aos processos de manufatura, tempos de

montagem, e custo de materiais;

• Reutiliza as informações de manufatura para guiar futuros projetos,

executar análises de valor agregado, e validar cenários alternativos;

• Prover informações de ordem de material e de ferramentas para as

operações de produção de maneira mais rápida e fácil;

• Promove processos em ciclos fechados – por meio do uso de dados

integrados, mudanças na BOP e outros processos são efetivamente

administrados e implantados;

• Alavanca o conhecimento da empresa – por meio da reutilização de

informações de outros planejamentos, as quais podem ser facilmente

acessadas em um ambiente de dados gerenciados;

• Melhora o gerenciamento de configurações – gerencia a estrutura de

processos de manufatura e automaticamente transfere as estruturas de

produtos para a MBOM, permitindo que BOP sejam construídas com uma configuração gerenciada e consistente;

• Gera esboços de listas de operações de montagens – reutilizam-se

planos e informações de layout para gerar automaticamente as

documentações do chão-de-fábrica;

• Otimiza os layouts de linhas de produção;

• Otimiza as estruturas de ferramental e equipamentos;

• Reduz os setups de linha e os custos de instalação;

• Reduz os custos de layout – valida e otimiza layouts e processos

antes que a produção inicie por meio de simulações de equipamentos,

de linhas, de ergonomia, e de entrega de material;

• Possibilita o planejamento do armazenamento interno de materiais;

• Otimiza o fluxo de materiais;

• Melhora a comunicação com fornecedores;

• Reduz erros de fornecedores;

• Melhora a precisão das ofertas de venda pelos fornecedores;

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Miller et al.(2006) sugere que as empresas de manufatura podem atingir os

seguintes benefícios, por meio da aplicação de manufatura digital:

Encurtar o tempo de desenvolvimento do produto;

Antecipar a validação dos processos de manufatura;

Adiantar o ramp-up de produção;

Acelerar time to market;

Reduzir custos de manufatura;

Melhorar a qualidade de produção;

Melhorar a disseminação dos conhecimento sobre o produto;

Reduzir erros;

Aumentar a flexibilidade.

Chryssolouris, et al. (2009) cita que empresas que já exploram esses benefícios

estão demonstrando um grande potencial de crescimento no futuro. A Daimler Chrysler,

General Motors, Boeing, e a Lockheed Martin declararam publicamente que as tecnologias

digitais já lhes economizaram milhões de dólares em apenas alguns anos.

Segundo Miller (2005), enquanto muitas abordagens buscam soluções para áreas

bem delimitadas de negócios, a Manufatura Digital é uma das poucas alternativas com

potencial para transformar, de forma radical, os negócios, tornando-os mais competitivos.

Pois como afirma CIMdata (2006), as vantagens de se implantar a Manufatura Digital vão

muito além de redução de custos. Resultados de algumas empresas sugerem que a longo prazo

a Manufatura Digital pode afetar muitos custos indiretos e produzir substanciais benefícios

que impactam nas receitas da empresa a longo prazo. Isto pode ter um profundo efeito nas

empresas, permitindo que elas se transformem ou cresçam de maneiras jamais imaginadas.

Algumas dessas vantagens são listadas abaixo:

Melhora a qualidade de produtos;

Aumenta o market share;

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Cria novas oportunidades de ganhos;

Aumenta a variação de produtos.

A AIT (Accessible Information Technology) e os projetos lançados durante a

década de 1990 pela indústria automotiva e aeroespacial na Europa foram pioneiros nos

avanços das tecnologias de manufatura digital, com o objetivo de aumentar a competitividade

da indústria por meio do uso avançado de tecnologia da informação em projetos e na

manufatura (AIT, 2001 apud CHRYSSOLOURIS, et al., 2009).

Tal como na Europa, no Brasil as indústrias automotiva e aeroespacial lideram o

uso da manufatura digital. A Volkswagen do Brasil, por exemplo, tem alcançado

significativos resultados com a implantação da Manufatura Digital. Em entrevista realizada

por Pavani (2007), o CIO da empresa afirma: “Já conseguimos com o com o projeto uma

economia de um milhão de reais, uma vez que os processos e os testes físicos passaram a ser

realizados virtualmente”. Segundo Freitas (2010), a Volkswagen do Brasil começou a utilizar

simulações computadorizadas para desenvolver novas linhas de montagem há cerca de 10

anos. Segundo o Gerente de Engenharia da empresa, as simulações geraram uma redução de

cerca de trinta por cento nos custos de planejamento das novas linhas, sem contar a

diminuição do nível de retrabalho devido aos inevitáveis erros de projeto, que somente eram

percebidos quando os equipamentos estavam instalados (Freitas, 2010).

A Dassault Systèmes anunciou a implantação da Fábrica Digital nas facilidades da

Embraer S.A. (Monitor Mercantil, 2011). Segundo Moreira (2011) a Embraer, quarta maior

fabricante de aviões do mundo, deu adeus aos papéis em suas fábricas em São José dos

Campos (SP-Brasil) e de Melbourne (Flórida-EUA). Cita a autora que com o crescente

interesse do mercado pelos jatos executivos, a Embraer passou a demandar tecnologias

flexíveis capazes de assegurar operações de manufatura mais ágeis. Isso para atender

rapidamente às mudanças do segmento, sem deixar de garantir que o trabalho fosse feito em

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conformidade com as exigências do setor tanto em qualidade quanto em velocidade de

produção (Moreira, 2011). “Nosso objetivo é criar um modelo único de fabricação para

aumentar a eficiência, reduzir custos e oferecer um ambiente colaborativo para que os

designers, engenheiros, projetistas e profissionais de chão de fábrica trabalhem como uma

equipe”, afirma Alexandre Baulé, vice-presidente da área de Sistemas de Informação da

Embraer, em entrevista realizada por Moreira (2011). Segundo ele, ao seguir um único roteiro

de produto, esses profissionais podem tomar decisões mais rapidamente e garantir a precisão

dos dados e a perfeição dos processos que são cruciais para assegurar o excelente desempenho

dos jatos Phenom e Legacy 500 (MOREIRA, 2011).

3.2. Implantação de Manufatura Digital

Esta seção aborda os seguintes aspectos relativos à implantação de manufatura

digital em uma corporação: os desafios da implantação, as etapas de implantação, a

priorização dessas etapas e os fatores críticos para uma implantação de sucesso. O principal

objetivo da abordagem deste tema é contextualizar o método desenvolvido neste trabalho.

Para De Carli (2008), tal como na implantação de sistemas CAD, MRP, PLM

entre outros em que há uma mudança abrupta dos sistemas usuais da empresa, a implantação

dos sistemas de manufatura digital em uma empresa pode não ser uma tarefa simples. Muitos

autores relatam casos de insucessos nas implantações de sistemas. Krasner (2000) afirma que

falhar em aprender com as implementações de sistemas já realizadas é um problema comum.

A implantação das ferramentas de manufatura digital requer mais do que

simplesmente a instalação de aplicativos de software. É necessário alterar a rotina de trabalho

dos departamentos da fábrica envolvidos, para que o sistema opere adequadamente e, assim,

produza resultados satisfatórios à sua aplicação na corporação.

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O núcleo dos sistemas de manufatura digital é sua base de dados, a qual depende

de que o profissional de planejamento insira os dados do processo adequadamente. O sistema

não deixa de operar caso os dados não sejam colocados devidamente. Assim, é possível, por

exemplo, que o profissional execute uma simulação e não a associe a um determinado produto

ou processo, e desta forma, a simulação não pode ser reaproveitada em outro projeto. Da

mesma forma, dados de projetos, sequências de operações etc.

Portanto, além da instalação dos aplicativos de software é necessário adequar os

fluxos de trabalho corporativos para receber o novo sistema, e, assim, proporcionar o uso mais

vantajoso à corporação dos benefícios oferecidos pela manufatura digital.

Para De Carli (2010), as atividades de implantação de manufatura digital podem

ser agrupadas em cinco fases (Figura 3.4), a saber:

1a Fase – Preparação do projeto. Esta fase contempla as

definições iniciais do projeto como planejamento geral,

cronograma, escopo, objetivos, requisitos de negócio,

parceiros, equipes, papéis e responsabilidades, aplicativos de

software, aplicativos de hardware e a arquitetura básica de

funcionamento dos softwares. Aqui são aprovadas as

aquisições mais significativas de softwares, hardwares e

serviços. Também são iniciados os treinamentos para a equipe

do projeto;

2a Fase – Definição dos processos futuros. Nesta fase é feito o

mapeamento dos processos em prática na empresa, dos

principais problemas, das oportunidades, dos requisitos

funcionais e dos processos. Os parceiros (consultores)

recomendam as melhores práticas a serem seguidas. São

levantadas as diferenças entre os processos mapeados e as

melhores práticas recomendadas, e definidos os planos para

tratamento dessas diferenças. Também são identificadas as interfaces com os sistemas legados. O produto final aqui é a

definição dos processos futuros a serem implantados;

3a Fase – Configuração do sistema. Nesta fase o sistema é

configurado conforme os processos futuros, e os requisitos

definidos na fase anterior. Os sistemas complementares e

interfaces, caso existam, também são construídos. Documenta-

se a configuração construída;

4a Fase – Testes de validação final e treinamento. Nesta fase

são realizados os testes de integração da solução construída. O

atendimento dos requisitos de negócios é validado. Toda a

solução estabelecida na fase de definição dos processos futuros

(2a fase) é testada de forma integrada. Também têm início o

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treinamento dos usuários e o carregamento dos dados dos

sistemas antigos para os sistemas novos;

5a Fase – Preparação para go live, go live e suporte. Nesta fase

é planejado o início de operação da nova solução nos novos

sistemas e com os novos processos. São desligados os sistemas

antigos e acionados os novos. Equipes de suporte da empresa e

da consultoria são preparadas para dar o apoio pós-implantação.

Figura 3.4 – Fases de implantação de Manufatura Digital de De Carli(2010).

De Carli (2010) priorizou as fases de implantação de manufatura digital (Quadro

3.1). Para tanto, o autor aplicou os métodos Delphi e Analytic Hierarchy Process, em

profissionais de empresas que implantam projetos de manufatura digital, os quais definiram a

ordem de importância das fases do projeto de implantação.

Quadro 3.1 – Priorização das fases de implantação de Manufatura Digital.

Prioridade Fase de Implantação

1º Fase 1 - Preparação do Projeto

2º Fase 2 - Definição de Processos Futuros

3º Fase 3 - Configuração do Sistema

4º Fase 4 - Testes de validação final e treinamento

5º Fase 5 - Preparação go live, go live e suporte

Priorização das Fases de Implantação

Este trabalho está focado na segunda fase de implantação – Definição de

processos futuros, a qual, segundo a classificação de De Carli, é a segunda etapa em ordem de

prioridade.

De Carli (2008) em seu trabalho de mestrado, “Identificação, priorização e análise

dos fatores críticos de sucesso na implantação da fábrica digital em uma empresa”, cita os

fatores críticos de sucesso na implantação de manufatura digital ( ou fábrica digital), os quais

foram identificados por meio de uma pesquisa exploratória em implantações de sistemas

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como o ERP (Enterprise Resource Planning) e PLM (Product Life Cycle Management) entre

outros. Por meio dos métodos AHP e Delphi, esses fatores críticos foram ranqueados. O

resultado da pesquisa foi a identificação e a priorização de nove fatores críticos de sucesso

(Quadro 3.2 – Identificação e Priorização dos Fatores Críticos de Sucesso na Implantação de

Manufatura Digital.).

No Quadro 3.2, pode-se observar que existem tanto fatores técnicos (abrangente

reengenharia do negócio, parceiros com conhecimento e experiência, testes de aceitação de

software e bugs de software) quanto não técnicos (apoio e comprometimento contínuo da alta

gerência, adequado papel do líder de projeto, participação e comprometimento do usuário,

gerenciamento da mudança ao longo do projeto e confiança entre os parceiros do projeto).

Conforme De Carli (2008), frequentemente gerentes de projeto têm foco nos fatores técnicos

e negligenciam em considerar as questões não técnicas, o que pode ocasionar em

implantações mal sucedidas.

Quadro 3.2 – Identificação e Priorização dos Fatores Críticos de Sucesso na Implantação de

Manufatura Digital.

Prioridade Fatores Críticos de Sucesso

1º Apoio e comprometimento contínuo da alta gerência.

2º Abrangente reengenharia do negócio.

3º Parceiros com conhecimento e experiência.

4º Adequado papel do líder do projeto.

5º Participação e comprometimento do usuário.

6ºGerenciamento efetivo da mudança ao longo do projeto

(Preparação das pessoas para a mudança).

7º Confiança entre parceiros do projeto.

8º Testes de aceitação do software.

9º Bugs do software.

Identificação e Priorização dos Fatores Críticos de Sucesso

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4. O Método

Este capítulo apresenta o desenvolvimento do método para a formalização do uso

de ferramentas de manufatura digital no planejamento de processos. Inicialmente, o método

busca aperfeiçoar o modelo de planejamento de processos utilizado na empresa. Em seguida,

propõe-se o uso evolutivo das ferramentas de manufatura digital, no qual, primeiramente,

define-se o uso dos aplicativos sem alterações no sistema de informação corporativo e,

posteriormente, a evolução do uso desses aplicativos com alterações sistema de informação.

Por fim, faz-se a análise do uso dos aplicativos na empresa, a fim de que os devidos cuidados

sejam tomados durante a execução do projeto de implantação.

Este método está estruturado em cinco etapas, a saber:

Etapa 1 – Análise do Modus Operandi2;

Etapa 2 – Aplicação das ferramentas de manufatura digital;

Etapa 3 – Definição do modelo inicial;

Etapa 4 – Proposta do modelo futuro;

Etapa 5 – Análise do modelo.

A Figura 4.1 apresenta o fluxograma das atividades executadas no Método de

formalização do uso das ferramentas de manufatura digital no planejamento de processos.

2 Modus Operandi – é uma expressão em latim que significa “modo de operação” e é utilizada para designar uma

maneira de executar uma atividade seguindo procedimentos pré- estabelecidos.

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60

Mapear atividades de

planejamento

Validar mapeamento das

atividades

Mapa

Validado?

Corrigir

inconsistências

Pesquisar melhores

práticas de planejamento

de processos

Comparar os métodos

de planejamento de

processos

Identificar melhorias no

Modus Operandi

N

S

Estudar aplicativos de

software selecionados

Identificar a aplicação

das ferramentas de

software nas

macroatividades

Definir sequência de

procedimentos de

planejamento com

manufatura digital

Elaborar o checklist com

os procedimentos de uso

das ferramentas de MD.

Elaborar critérios de

aplicação das

ferramentas de

manufatura digital

Definir a nova sequência

de procedimentos de

planejamento com

manufatura digital

Elaborar novos critérios

de aplicação das

ferramentas de

manufatura digital

Fim

Identificar pontos de

melhoria

Análise SWOT

Início

Etapa 3 - Definição do conceito idealEtapa 1 - Análise do Modus Operandi

Etapa 2 - Aplicação das ferramentas de

Manufatura Digital

Etapa 4 – Proposta de evolução do

conceito ideal

Etapa 5 - Análise do Modelo

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Figura 4.1 – Fluxograma do Método de formalização do uso das ferramentas de manufatura

digital no planejamento de processos.

Os principais atores3 para a execução das etapas deste método são: o líder do

projeto, consultores e usuários.

O líder de projeto é um membro interno da corporação em estudo, o qual deve

conhecer todo andamento do projeto. É ele quem vai nortear as ações, definir requisitos e

critérios durante todo o projeto.

A principal função dos consultores é designar em quais etapas do planejamento de

processos as ferramentas de manufatura digital deverão ser utilizadas e criar estratégias para

isso. É necessário que eles tenham um bom conhecimento das ferramentas de manufatura

digital, bem como do fluxo de planejamento de processo da empresa em estudo.

Os usuários do sistema são os planejadores de processo da empresa. Eles têm a

função de informar quais são os procedimentos nas etapas de planejamento e as principais

dificuldades encontradas no processo.

4.1. Etapa 1 – Análise do Modus Operandi

Esta etapa tem por objetivo o alinhamento do entendimento dos procedimentos de

planejamento de processos da empresa e a proposição de melhorias nesse sistema, a fim de

que a empresa esteja preparada para receber as ferramentas de manufatura digital. Para tanto,

as seguintes atividades de planejamento devem ser cumpridas:

Atividade I – Mapear as atividades de planejamento do sistema atual;

Atividade II – Benchmarking;

Atividade III – Identificar os pontos de melhoria no Modus Operandi.

3 Atores – pessoas envolvidas no projeto.

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A Figura 4.2 apresenta o fluxograma das atividades realizadas na Etapa 1 – Análise do

Modus Operandi.

Símbolo Descrição

Atores envolvidos na

atividade

Ferramentas/ Técnicas

utilizadas

Legenda

Fim

Início

Mapear atividades

de planejamento

Validar

mapeamento das

atividades

Mapa

Validado?

Corrigir

inconsistências

Pesquisar melhores

práticas de

planejamento de

processos

Comparar os

métodos de

planejamento de

processos

Identificar

melhorias no

Modus Operandi

Consultores

Usuários

Líder do Projeto

Consultores

Usuários

Líder do Projeto

Consultores

Pesquisa

Bibliográfica;

Benchmarking.

Entrevistas semi-

estruturadas;

Fluxograma;

MacroFluxograma

.

N

S

Atividade I – Mapear as

atividades de planejamento.

Atividade II – Benchmarking

Atividade III – Identificar os

pontos de melhoria no

Modus Operandi.Benchmarking

Análise do fluxo

de valor

Figura 4.2 – – Fluxograma da Etapa 1 – Análise do Modus Operandi.

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63

4.1.1. Atividade I – Mapear as atividades de planejamento do sistema atual

Esta atividade constitui o mapeamento das atividades de planejamento de processos,

feito por meio de entrevistas semi-estruturadas4, conduzidas pelos consultores, com os

planejadores de processos.

Para execução da entrevista semi-estruturada, deve-se elaborar um questionário

alinhado com as necessidades da corporação (Apêndice I). Assim, os consultores deverão pré

avaliar as necessidades da corporação em estudo e elaborar questões visando: entender as sub-

divisões do sistema, avaliar o alinhamento dos planejadores com os objetivos corporativos,

entender os desafios encontrados pelo planejamento de processos etc.

Os fluxos de planejamento de processos devem ser documentados em fluxogramas. De

acordo com Borba (2007), o fluxograma é uma representação gráfica mostrando todos os

passos de um processo. Ele apresenta uma excelente visão do processo e pode ser útil para

verificar como os vários passos do processo se relacionam, bem como para detectar

oportunidades de melhoria de processos.

Lins (1993) apud Vergueiro (2002) afirma que os principais elementos do fluxograma

são: a atividade (representada por um retângulo), a decisão (representada por um losângo) e

atividade início ou fim (representado por um retângulo com bordas arredondadas, busca

evidenciar o início e o fim de um processo). Neste caso, os fluxogramas ainda deverão conter

informações sobre: os dados de entrada, os dados de saída, os principais aplicativos de

software envolvidos e as áreas da corporação envolvidas em cada etapa de planejamento.

A Figura 4.3 ilustra o modelo de fluxograma com os elementos de dados de entrada e

saída, aplicativos de software e as áreas da corporação envolvidas.

4 Entrevista semi-estruturada – é o tipo de entrevista que combina perguntas abertas e fechadas, onde o

informante tem a possibilidade de discorrer sobre o tema proposto. O pesquisador deve seguir um conjunto de

questões previamente definidas.

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64

Decisão?

N

Fim

Entrada 1

Atividade 1InícioS

Atividade 2

Saída 1

Entrada 2

Software 1

Software 2

Saída 2Area x

Area y

Software 3

Saída 3

Figura 4.3 – Modelo do Fluxograma

No caso de empresas com grandes demandas de planejamento, os fluxogramas

poderão ser divididos por tipo de atividade de planejamento e tipo de projeto de planejamento.

Recomenda-se também que os mapas sejam descritos em relatórios técnicos, para que

os detalhes ocultados no fluxograma sejam evidenciados na forma escrita.

Para facilitar a execução dos comparativos e análise das atividades de planejamento

nas etapas seguintes deste método, macro fluxogramas são construídos contendo informações

de dados de entrada e dados de saída da macro atividade. A Figura 4.4 apresenta um modelo

de macro fluxograma com informações de entrada (entradas) e informações de saída (saídas).

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65

Figura 4.4 – Modelo do Macro Fluxograma

Ao final desta atividade, faz-se uma reunião com a equipe de planejadores para a

validação dos fluxogramas construídos e correção de inconsistências.

4.1.2. Atividade II – Benchmarking

O objetivo desta atividade é criar uma base de conhecimento de planejamento de

processos para o auxílio da atividade de identificação dos pontos de melhoria no Modus

Operandi.

Primeiramente, realiza-se uma pesquisa sobre os métodos de planejamento de

processos, que pode ser feita por meio de revisão da literatura científica ou benchmarking5

entre empresas do mesmo segmento.

Feita a pesquisa de métodos de planejamento de processos, o próximo passo é analisá-

las e averiguar se existe alguma estratégia utilizada nos métodos da literatura científica que

possa ser agregada ao Modus Operandi.

A seguir, devem-se buscar na literatura científica sistemas de geração do plano de

processos, e compará-los entre si e com o Modus Operandi da empresa em estudo.

5 Benchmarking – é uma ferramenta para a verificação das melhores práticas apresentadas pelo mercado.

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66

Os critérios utilizados para a consecução deste comparativo são identificados por meio

da análise das características do planejamento de processos mais importantes para a

corporação em estudo.

Por fim, os sistemas de geração do plano de processos encontradas na literatura

científica e o Modus Operandi são conceituados de acordo com os critérios de comparação

estabelecidos em níveis ímpares, por exemplo: três níveis (alto, médio e baixo).

4.1.3. Atividade III – Identificar pontos de melhoria no Modus Operandi

Esta atividade tem por objetivo identificar os pontos de melhoria no Modus Operandi

de planejamento de processos corporativo, para que ele esteja preparado para receber as

ferramentas de fábrica digital.

Para a identificação das melhorias, o primeiro passo é efetuar uma análise do fluxo de

valor6 nos fluxogramas do Modus Operandi. Assim, as atividades que agregam valor ao plano

de processos são mantidas e as que não agregam são descartadas ou substituídas.

A seguir, os consultores se valerão do Benchmarking, realizado na Atividade II desta

etapa, e das observações feitas durante as entrevistas com os planejadores para aperfeiçoar o

fluxo de planejamento de processos.

Além disso, os consultores deverão conhecer os requisitos e as restrições para

aplicação das ferramentas de manufatura digital e contemplá-los durante a análise do Modus

Operandi corporativo.

Por meio destas três análises, os pontos de melhoria identificados deverão ser

documentados em um relatório técnico e aprovados pelo líder de projeto.

6 Fluxo de Valor – Um fluxo de valor é toda ação (agregando valor ou não) necessária para trazer um produto

por todos os fluxos essenciais a cada produto: (1) o fluxo de produção desde a matéria-prima até os braços do

consumidor, e (2) o fluxo do projeto do produto, da concepção até o lançamento (Rothere & Shook, 2003)

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67

Caso haja pontos de melhoria reprovados pelo líder do projeto, os impactos destes

pontos deverão ser analisados e documentados para que se conheçam as restrições do sistema.

4.2. Etapa 2 – Aplicação das ferramentas de manufatura digital

O objetivo desta etapa é verificar em quais macro atividades de planejamento de

processos (mapeadas na primeira etapa descrita neste método), as ferramentas de manufatura

digital (previamente selecionadas pela empresa durante a primeira etapa de implantação –

preparação do projeto) são aplicáveis.

O principal ator para execução desta etapa é o consultor, o qual deverá conhecer os

aplicativos de software, bem como as atividades de planejamento da empresa.

Para que o objetivo proposto nesta etapa seja cumprido, determinam-se as seguintes

atividades:

Atividade I – Estudo dos aplicativos de software selecionados;

Atividade II – Identificação da aplicação das ferramentas de software nas macro

atividades de planejamento.

A Figura 4.5 apresenta o fluxograma das atividades realizadas na Etapa 2 – Aplicação

das ferramentas de manufatura digital.

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Fim

Início

Estudar aplicativos de

software selecionados

Identificar a aplicação

das ferramentas de

software nas

macroatividades

Consultores

Símbolo Descrição

Atores envolvidos na

atividade

Ferramentas/ Técnicas

utilizadas

Legenda

Consultores

Pesquisa

Bibliográfica;

Estudo aplicado.

Macroflugrama;

Tabelas.

Figura 4.5 – Fluxograma da Etapa 2 – Aplicação das ferramentas de manufatura digital.

4.2.1. Atividade I – Estudo dos aplicativos de software selecionados

Esta atividade visa o entendimento das funcionalidades dos aplicativos de software à

empresa. Com isso, faz-se necessário o estudo dos aplicativos e a seleção das funcionalidades

mais relevantes à empresa.

A atividade de estudo dos aplicativos de software poderá ser feita por meio de

pesquisa em sites da internet de empresas especializadas em manufatura digital,

esclarecimentos com o fornecedor e pesquisa bibliográfica de casos onde ferramentas de

manufatura digital foram utilizadas.

A seleção de funcionalidades relevantes ao planejamento de processos da empresa em

estudo é feita com base nas principais necessidades identificadas pelo consultor durante o

processo de mapeamento (realizado na etapa um deste método). As funcionalidades devem ser

descritas e documentadas em um relatório técnico.

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4.2.2. Atividade II – Identificação da aplicação das ferramentas de software

nas macro atividades de planejamento

Com as principais funcionalidades dos aplicativos de software estudadas e

documentadas na atividade anterior, o passo final para concluir esta etapa é a identificação do

uso destes aplicativos nas macro atividades de planejamento.

Para tanto, analisam-se as macro atividades de planejamento de processos

(identificadas na etapa um deste método), listam-se todos os casos em que as ferramentas

selecionadas podem ser aplicadas.

Por fim, gera-se uma tabela (Figura 4.6) com as macro atividades de planejamento,

suas principais informações de entrada e de saída e as ferramentas de manufatura digital que

podem ser utilizadas. A tabela gerada é o principal resultado desta etapa. Um exemplo de

tabela é apresentado também no Apêndice II.

Aplicação de Manufatura Digital

Atividade Entradas Saídas Ferramentas

1 Interpretação

geométrica do desenho Desenhos de

Engenharia

Especificação de

Materiais;

Especificação de

acabamento de

superfície

k

2 Macro Atividade 2 b f k y

3 Macro Atividade 3 c g x y

4 Macro Atividade 4 d h k x y

Figura 4.6 – Modelo de tabela de aplicação das ferramentas de manufatura digital nas macro

atividades de planejamento.

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4.3. Etapa 3 – Definição do modelo inicial

O objetivo desta etapa é definir um método de planejamento de processos que

contemple as ferramentas de manufatura digital e que se adeque ao Modus Operandi da

empresa, bem como criar uma estrutura para que os usuários se adequem às novas rotinas

de planejamento.

O método definido, ou modelo inicial, apresenta os procedimentos para o

planejamento de processos com os aplicativos de manufatura digital, sem que haja

mudanças nos sistemas de informação da empresa. Nesta etapa, os aplicativos de software

são instalados sem interfaces com os sistemas corporativos.

Para a consecução do modelo inicial, as seguintes atividades ocorrem:

Atividade I – Elaborar critérios de aplicação das ferramentas de fábrica

digital;

Atividade II – Definir a sequência de procedimentos de planejamento de

processos contemplando as ferramentas de fábrica digital;

Atividade III – Elaborar o checklist7 com os principais procedimentos de

uso das ferramentas de fábrica digital.

A Figura 4.7 apresenta o fluxograma das atividades executadas na Etapa 3 –

Definição do Modelo inicial.

7 Checklist – ou lista de verificação. É uma lista de atividades, processos, objetos etc; utilizada universalmente

para compensar as limitações da atenção e da memória humana.

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Fim

Início

Definir sequência de

procedimentos de

planejamento com

manufatura digital

Elaborar o checklist

com os procedimentos

de uso das ferramentas

de MD.

Consultores

Símbolo Descrição

Atores envolvidos na

atividade

Ferramentas/ Técnicas

utilizadas

Legenda

Consultores

Fluxogramas;

Macrofluxogramas

Macroflugramas;

Checklist.

Elaborar critérios de

aplicação das

ferramentas de

manufatura digital

Líder do Projeto

Consultores

Brainstorming

Figura 4.7 – Fluxograma da Etapa 3 – Definição do Modelo inicial.

4.3.1. Atividade I – Elaborar critérios de aplicação das ferramentas de

fábrica digital

A atividade de elaboração dos critérios de aplicação das ferramentas de fábrica digital

consiste em definir os requisitos e as restrições do uso das ferramentas na empresa.

Os critérios são definidos por meio de reuniões de brainstorming8 entre os consultores

e o líder de projeto, os quais devem estudar em quais circunstâncias o uso destas ferramentas

é viável para a empresa na ocasião de implantação destas ferramentas.

8 Brainstorming – termo em inglês que significa “tempestade de ideias”. É um método de resolução de

problemas em que os participantes são estimulados a emitir suas ideias de forma livre, sem críticas e em um

curto espaço de tempo.

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Durante a definição dos critérios de aplicação das ferramentas, o líder de projeto tem a

função de apresentar as restrições da empresa, e os consultores têm o papel de conhecer as

funcionalidades e as limitações do software. Estes dois atores devem, então, unir suas

competências e definir os critérios de aplicação dos aplicativos de software.

Ao final desta atividade, os critérios elaborados são documentados em um relatório

técnico.

4.3.2. Atividade II – Definir a sequência de procedimentos de planejamento

de processos contemplando as ferramentas de fábrica digital

Esta etapa consiste na inserção dos procedimentos de fábrica digital no planejamento

de processos da empresa – o Modus Operandi.

Para tanto, os consultores se valem do relatório descritivo e do fluxograma do Modus

Operandi (documentados na etapa um deste método – Preparação do Modus Operandi), do

estudo das ferramentas de manufatura digital (elaborado na etapa dois deste método –

Aplicação das ferramentas de Manufatura Digital) e dos critérios de aplicação definidos nesta

fase.

Ao final desta atividade, os procedimentos deverão ser descritos em um relatório

técnico e um novo fluxograma deverá ser estabelecido.

4.3.3. Atividade III – Elaborar o checklist com os principais procedimentos

de uso das ferramentas de fábrica digital

A elaboração do checklist das atividades de manufatura digital contempladas no

Modelo inicial visa criar uma base de conhecimento para que os planejadores de processos

utilizem adequadamente as ferramentas implantadas. De modo que, as utilidades destas

ferramentas sejam aplicadas com maior confiabilidade.

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No checklist estão contidas as seguintes informações sobre cada macro atividade de

planejamento:

Informações de entrada e saída – essas são as informações de entrada e

saída já contidas no macro fluxograma elaborado na Etapa 1 deste método;

Atividades de manufatura digital – são as atividades de manufatura digital

a serem executadas em cada macroatividade de planejamento;

Conexão – são as ligações entre as subdivisões dos fluxogramas (no caso

em que os fluxogramas forem subdivididos).

Estas informações deverão ser organizadas em uma tabela para que o usuário entenda

a atividade a ser realizada. A Figura 4.8 ilustra um modelo de checklist. Um exemplo de

Checklist é apresentado no Apêndice III.

ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

a

b

c

d

ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

f

g

ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

h

i

j K

X• S1;

• S2.B2

Y

Checklist de Manufatura Digital

Etapa

1Macro

Atividade 1

-

Etapa

2Macro

Atividade 2Z • S3; C2

Etapa

3Macro

Atividade 3

W • S4;

• S5.

Figura 4.8 – Modelo de Checklist.

4.4. Etapa 4 – Proposta do modelo futuro

Esta etapa constitui na elaboração de uma proposta de evolução do uso das

ferramentas de manufatura digital, é nela que as mudanças nos sistemas de informação

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corporativos são definidas. O objetivo é explorar melhor os benefícios que estas ferramentas

oferecem ao planejamento de processos da empresa, e, assim, aperfeiçoa-lo.

As atividades desta etapa são bastante similares às da etapa anterior (Etapa 3 –

Definição do Modelo Inicial), pois o objetivo de ambas é formular um método de

planejamento de processos. A diferença entre elas são os critérios de aplicação das

ferramentas de fábrica digital e o uso do checklist.

O checklist não é utilizado nesta etapa, pois se espera que neste momento os

planejadores já estejam habituados às atividades de manufatura digital.

Com isso, as seguintes atividades são definidas para a consecução desta etapa:

Atividade I – Elaborar novos critérios de aplicação das ferramentas de

fábrica digital;

Atividade II – Definir a nova sequência de procedimentos de planejamento

de processos contemplando as ferramentas de fábrica digital.

A Figura 4.9 apresenta o fluxograma das atividades executadas na Etapa 4 – Proposta

do modelo futuro.

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Fim

Início

Definir a nova sequência

de procedimentos de

planejamento com

manufatura digital

Consultores

Símbolo Descrição

Atores envolvidos na

atividade

Ferramentas/ Técnicas

utilizadas

LegendaFluxogramas;

Macrofluxogramas

Elaborar novos

critérios de aplicação

das ferramentas de

manufatura digital

Líder do Projeto

Consultores

Brainstorming

Figura 4.9 – Fluxograma da Etapa 4 – Proposta do modelo futuro.

4.4.1. Atividade I – Elaborar novos critérios de aplicação das ferramentas de

fábrica digital

Já que nesta etapa os aplicativos de manufatura digital podem apresentar interfaces

com o sistema corporativo ou até mesmo substituir alguns sistemas, o primeiro passo para a

elaboração dos novos critérios de aplicação das ferramentas é identificar quais alterações no

sistema são viáveis.

Assim, os consultores do projeto deverão verificar as funcionalidades dos aplicativos

que não puderam ser implantadas devido à necessidade de alguma alteração no sistema.

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Então, os consultores e o líder do projeto deverão estudar as alterações nos sistemas

juntamente aos benefícios trazidos por elas, e definir quais alterações são vantajosas à

empresa.

A seguir, tal como na etapa anterior, os novos critérios de aplicação deverão ser

definidos por meio de reuniões de brainstorming entre os consultores e o líder do projeto.

Ao final desta atividade, os critérios elaborados são documentados em um relatório

técnico.

4.4.2. Atividade II – Definir a nova sequência de procedimentos de

planejamento de processos contemplando as ferramentas de fábrica

digital

Com os critérios de aplicação das ferramentas de fábrica digital definidos e as

alterações no sistema de informação aprovadas, define-se o novo método de aplicação de

ferramentas de fábrica digital.

Nesta atividade, além dos critérios de aplicação, os consultores se valem dos

fluxogramas elaborados na Etapa 1- Preparação do Modus Operandi e na Etapa 3 – Definição

do modelo inicial. Então, o novo método de planejamento de processos é definido.

O novo método de planejamento de processos deverá ser documentado em um

relatório técnico e o novo fluxograma deverá ser formulado.

4.5. Etapa 5 – Análise do modelo

Nesta etapa de análise do modelo, são identificados os pontos fortes e pontos fracos,

nos cenários interno e externo, do novo modelo de planejamento de processos com

manufatura digital.

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Através da identificação desses pontos, são elencados pontos de controle durante a

implantação do modelo para que ela seja bem sucedida, bem como pontos de melhoria são

propostos.

Esta etapa é composta por duas atividades, a saber:

Atividade I – Análise SWOT;

Atividade II – Identificar pontos de melhoria.

A Figura 4.10 ilustra o fluxograma de atividades desenvolvidas na Etapa 5 – Análise

do Modelo.

Fim

Início

Identificar pontos de

melhoria

Consultores

Símbolo Descrição

Atores envolvidos na

atividade

Ferramentas/ Técnicas

utilizadas

Legenda

Análise SWOT

Líder do Projeto

Consultores

SWOT

Figura 4.10 – Fluxograma da Etapa 5 – Análise do Modelo.

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4.5.1. Atividade I – Análise SWOT

A análise do novo método de planejamento de processos visa identificar os

principais ganhos e perdas gerados por este método, bem como identificar os principais

pontos de controle durante a implantação do modelo para que ela seja bem sucedida.

De acordo com Hill & Westbrook (1997), o termo SWOT é um acrónimo do

idioma inglês que significa: forças (strengths), fraquezas (weaknesses), oportunidades

(opportunities) e ameaças (threats). A análise SWOT propõe a análise de cenários segundo

esses quatro fatores. Por sua simplicidade, esta é uma ferramenta para fazer análises de

qualquer tipo de cenário (DAYCHOUW, 2007).

A análise SWOT normalmente é apresentada em forma de uma matriz – a Matriz

SWOT, a qual está ilustrada na Figura 4.11.

Am

bien

te

Inte

rno

Forças Fraquezas

Am

bien

te

Ext

erno

Oporunidades Ameaças

SWOT

Figura 4.11 – A Matriz SWOT.(Adaptado de: KUAZAQUI et. al., 2005)

A análise de cenários está dividida em: Ambiente interno (Forças e Fraquezas) e

Ambiente Externo (Oportunidades e Ameaças).

A análise do ambiente interno visa identificação de fatores característicos da

empresa, suas forças e fraquezas. As forças geradas pelo novo modelo de planejamento de

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processos devem ser monitoradas para que seus benefícios se perpetuem na empresa. Já as

fraquezas encontradas no modelo devem ser controladas e estratégias devem ser traçadas para

que elas sejam amenizadas.

A análise do ambiente externo são os fatores que fogem do domínio da empresa, são

eles as oportunidades e ameaças. As oportunidades suscitadas pelo novo modelo de

planejamento de processos devem ser identificadas para que suas vantagens sejam bem

aplicadas pela empresa. Já as ameaças devem ser controladas para que as perdas geradas, caso

ocorram, sejam minimizadas.

Assim, o modelo de planejamento de processos projetado deve ser analisado de

acordo com a técnica de análise SWOT para que se potencializem os ganhos do projeto de

implantação e as perdas sejam amenizadas.

4.5.2. Atividade II – Identificar pontos de melhoria

Com a análise feita na atividade anterior é possível identificar quais são os principais

pontos de melhoria no novo modelo de planejamento de processos. Isto inclui não só a

sequência de atividades determinada, mas também as atividades de suporte ao novo modelo

tais como: tipo de licença dos aplicativos de software, interfaces de implantação, suporte do

fornecedor, treinamentos etc.

Assim, nesta atividade os fatores que impactam o novo sistema deverão ser analisados

e, caso haja alguma deficiência ou potencial de melhoria estes são reportados.

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5. Aplicação do Método e Análise

Neste capítulo, apresenta-se uma aplicação do método proposto e descrito no Capítulo

4 desta tese, com o objetivo de demonstrar a sua aplicabilidade, limitações e resultados.

O método proposto foi aplicado a uma empresa que está em processo de implantação

das ferramentas de manufatura digital no seu planejamento de processos. Para manter o sigilo

das informações da empresa em estudo, ela será denominada de “Empresa A”.

A Empresa A é uma multinacional do segmento automotivo, que produz caminhões,

chassis e plataformas para ônibus, bem como eixos, motores, peças e componentes para

aplicações industriais. A fábrica conta com cerca de onze mil colaboradores e tem

aproximadamente um faturamento líquido de quinze bilhões de reais.

Nas seções subsequentes deste capítulo apresenta-se a aplicação da sequência de

atividades proposta no Capítulo 4 – O Método.

5.1. Etapa 1 – Análise do Modus Operandi

Esta etapa foi iniciada por uma reunião entre os atores do projeto (líder do projeto,

consultores e usuários do sistema). Nela o líder do projeto apresentou a equipe formada e o

papel de cada ator no projeto.

Nesta reunião, o líder do projeto apresentou aos consultores o fluxograma das

atividades padrão de planejamento, bem como o nível de detalhamento dos mapas requerido

pelo sistema de planejamento. Assim, foram definidas três funções de planejamento (Quadro

5.1) e oito tipos de projeto de planejamento (Quadro 5.2), totalizando vinte e quatro

fluxogramas de atividades de planejamento.

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Quadro 5.1 – Funções de Planejamento.

Atividades de Planejamento

A. Processos

B. Especificação Técnica

C. Layout

Quadro 5.2 – Tipos de Projeto de Planejamento.

Tipos de Projeto Descrição

1. Produto Novo / Alteração

de Produto

Planejamento de processos para um novo produto ou alteração

de um existente.

2. Aumento de Capacidade Projeto de aumento da capacidade de produção de determinado

produto ou componente.

3. Substituição de

Máquinas

Projeto de substituição de máquinas, por motivos de defeitos,

obsolescência da máquina etc.

4. Qualidade Projeto de melhoria da qualidade dos produtos fabricados,

normalmente requisitado pelo departamento de qualidade.

5. Melhoria das Condições

de Trabalho

Este projeto visa atender questões ergonômicas do chão-de-

fábrica.

6. Racionalização São projetos que visam a otimização da produção, busca-se

melhorar os processos produtivos para a economia de recursos.

7. Atendimento à Produção

Este tipo de projeto acontece quando a capacidade de produção

real da fábrica não atende à capacidade planejada. Então, o

planejamento de processos busca soluções para que a

capacidade de produção real atenda à capacidade planejada.

8. Estudos

São os projetos de estudo dos investimentos necessários

(instalações, máquinas etc.) para a produção de um novo

produto ou aumento de capacidade de produção de um produto

existente.

A análise do Modus Operandi foi feita em duas áreas de planejamento da Empresa A.

Para se manter a confidencialidade dos dados da empresa, as áreas de: Engenharia de

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Manufatura de Produtos A (EMPA) e Engenharia de Manufatura de Produtos B (EMPB).

Sendo que os Produtos A são entradas para a fabricação dos Produtos B.

5.1.1. Atividade I – Mapear as atividades de planejamento do sistema atual

Nesta atividade foi de grande importância que os usuários do sistema informassem

adequadamente as atividades executadas durante o planejamento de processos, bem como

suas principais restrições, para que os consultores as compreendessem e potencializassem o

uso das soluções de manufatura digital de acordo com as restrições existentes no sistema

apresentado.

Com isso, o questionário para as entrevistas foi um elemento chave para o sucesso

desta etapa. Ele foi montado de acordo com as subdivisões de projeto requisitadas e buscou-se

encontrar as principais restrições do sistema. O Apêndice I apresenta o questionário utilizado

para as entrevistas.

Os consultores utilizaram o questionário e o fluxograma padrão para nortear as

entrevistas com os planejadores de processos, porém as entrevistas ocorreram livremente para

que as características do sistema fossem identificadas.

Inicialmente, as entrevistas foram feitas em grupos com três pessoas de cada área de

planejamento (EMPA e EMPB) e com a mesma atividade de planejamento (Processos ou

Especificação Técnica ou Layout). Contudo, observou-se que entrevistas com um número

muito grande de planejadores não são eficientes, pois o foco da entrevista é perdido por

conversas paralelas ou, algumas vezes, apenas um usuário fala e os outros ficam ociosos.

Então, decidiu-se fazer entrevistas com apenas dois planejadores, um planejador de cada área

(EMPA e EMPB) com a mesma atividade de planejamento (Processos ou Especificação

Técnica ou Layout).

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Deste modo, foram realizadas cerca de quarenta entrevistas para o mapeamento das

atividades de planejamento da Empresa A e quatro reuniões finais de validação dos

fluxogramas e dos macro fluxogramas das atividades de planejamento.

Nos fluxogramas, identificou-se a função de planejamento (Quadro 5.1 – Funções de

Planejamento), o tipo de projeto (Quadro 5.2 – Tipos de Projeto de Planejamento.), as

entradas e saídas de cada atividade, áreas da empresa envolvidas na atividade de planejamento

e aplicativos de software utilizados. A Figura 5.1 apresenta como a função e tipo de projetos

foram identificados nos fluxogramas e a Figura 5.2 apresenta como os dados de entrada,

dados de saída, aplicativos de software e as áreas da empresa envolvidas na atividade de

planejamento foram inseridos no fluxograma.

Figura 5.1 – Identificação da função e tipo de projeto no fluxograma.

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Figura 5.2 – Identificação dos componentes do fluxograma.

No total foram feitos doze fluxogramas diferentes, pois algumas atividades de

planejamento de mesma função de planejamento se repetiam entre os diferentes tipos de

projetos de planejamento. O Quadro 5.3 apresenta a distribuição dos fluxogramas de

planejamento.

Por fim, os macro fluxogramas foram elaborados, eles contêm as macro atividades de

planejamento, os dados de entrada e saída de cada macro atividade e apresentam as conexões

entre as atividades de planejamento. Para exemplificar os macro fluxogramas construídos, a

Figura 5.3 apresenta o macro fluxograma C1.

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Quadro 5.3 – Distribuição dos fluxogramas de planejamento.

Atividade/

Projeto

A. Planejamento de

Processos

B. Especificação

Técnica

C. Planejamento de

Layout

1. Produto Novo / Alteração

de Produto A1 B1 C1

2. Aumento de Capacidade A2 B2 = B1 C2

3. Substituição de Máquinas A3 B3 = B1 C3 = C2

4. Qualidade A4 B4 = B1 C4 = C2

5. Melhoria das Condições

de Trabalho A5 = A4 B5 = B1 C5 = C2

6. Racionalização A6 B6 = B1 C6 = C2

7. Atendimento à Produção A7 B7 = B1 C7 = C2

8. Estudos A8 B8 C8

Figura 5.3 – Macrofluxograma C1.

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86

5.1.2. Atividade II – Benchmarking

Para criar a base de conhecimento sobre planejamento de processos proposta nesta

atividade, houve uma tentativa de fazer um benchmarking com empresas do mesmo segmento

da Empresa A. No entanto, as empresas que atenderam o pedido de benchmarking não tinham

as mesmas atividade de fabricação da Empresa A (montagem) e os fluxos de planejamento

não apresentavam o mesmo nível de complexidade dos fluxos da Empresa A. Então, o

benchmarking corporativo foi descartado e as informações sobre as melhores práticas de

planejamento de processos foram encontradas na literatura científica.

Os métodos de planejamento de processos foram pesquisados entre artigos dos

principais eventos de planejamento da manufatura e livros especializados no tema e são

apresentados no Capítulo 2 – Planejamento de Processos. O Quadro 5.4 apresenta os

principais títulos pesquisados para a consecução desta atividade.

As atividades de planejamento de processos encontradas foram analisadas e verificou-

se que as atividades de planejamento apresentadas nos métodos da literatura em geral já são

executadas no planejamento de processos da Empresa A.

As atividades apresentadas no Método de planejamento 0+5+X englobam todo o as

atividades de planejamento desde a preparação do projeto até a implantação na fábrica, as

quais se valem de técnicas de gerenciamento de projetos semelhantes às técnicas do PMBOK.

A Empresa A utiliza técnicas do PMBOK para o gerenciamento de todos os seus projetos,

inclusive para o gerenciamento de projetos de planejamento de processos. E, portanto, já

utiliza as estratégias sugeridas por este Método.

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87

Quadro 5.4– Literatura Consultada sobre Métodos de Planejamento de Processos.

Literatura Consultada

Método Tipo de

Obra Título da Obra Autores Ano Publicação

1

Grid

Engineering

for

Manufacturing

Artigo

Manufacturing

Grid: Needs,

Concept and

Architecture

Yushun FAN,

Dazhe ZHAO

et al.

2004

Lecture Notes in

Computer

Science

Artigo

Durchgängige

und integrierte

Fabrik- und

Prozessplanung

Constantinescu,

Eichelberger,

Westkämper.

2009

Werkstattstechnik

online Jahrgang

99 (2009) H. 3

2

0+5 Modelo

de

Planejamento

de Processos

Livro Factory Planning

Manual Schenk et al. 2010 Springer-Verlag

3

Atividades

relatadas na

literatura

científica em

geral

Livro Process Planning Peter Scallan 2003 Elsevier

Dissertação

de

mestrado

Desenvolvimento

e aplicação de um

sistema de

planejamento de

processos

auxiliado por

computador em

um ambiente de

usinagem

Sávio Pacheco

Melo 2003

Universidade

Federal do Rio

Grande do Sul

Dissertação

de

mestrado

Planejamento de

Processos

Automático para

Peças

Paramétricas

Haroldo

Thomaz Kerry

Jr.

1997 USP São Carlos

As atividades de planejamento de processos apresentadas no Método GEM já

contemplam manufatura digital. No entanto, são genéricas e não contemplam todas as

atividades necessárias para o planejamento de processos na Empresa A. Porém, podem-se

verificar algumas estratégias relevantes ao planejamento de processos da Empresa A, a saber:

observa-se neste método que os planejadores são especializados em sua área de conhecimento

de processos (processos, especificação técnica, layout). Ao mesmo tempo, observam-se

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88

momentos que as atividades de planejamento são feitas em conjunto, para que o se descubram

pontos ótimos globais. E, por último, infere-se que as atividades de planejamento sejam

padronizadas, pois este sistema aborda o uso de sistemas de manufatura digital, que depende

de trabalhos padronizados para funcionar adequadamente.

Da mesma forma que os métodos de planejamento foram encontrados, os sistemas

para a geração do plano de processo foram pesquisados na literatura científica (Quadro 5.5) e

são apresentadas no Capítulo 2 – Planejamento de Processos.

Durante as entrevistas realizadas na atividade anterior (Mapear as atividades de

planejamento do sistema atual) elencaram-se as características mais importantes para o

sistema de planejamento na Empresa A, as quais estão listadas no Quadro 5.6.

Quadro 5.5– Literatura Consultada sobre Sistemas de Geração do Plano de Processos.

Literatura Consultada

Tipo de Obra Título da Obra Autores Ano Publicação

1 Dissertação

de mestrado

Desenvolvimento e aplicação

de um sistema de

planejamento de processos

auxiliado por computador em

um ambiente de usinagem

Sávio Pacheco

Melo 2003

Universidade

Federal do

Rio Grande

do Sul

2 Dissertação

de mestrado

. Sistema de apoio à decisão

na escolha de condições

operacionais para processos

de usinagem

Geraldo

Accetturi de

Araujo

1997 USP - Escola

Politécnica

3 Dissertação

de mestrado

Planejamento de Processos

Automático para Peças

Paramétricas

Haroldo

Thomaz Kerry

Jr.

1997 USP São

Carlos

4 Dissertação

de mestrado

Um sistema para o projeto e

fabricação remota de peças

prismáticas via internet

Júlio César

Ticona

Benavente

2007

Universidade

Federal de

Santa Catarina

Page 90: Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) metodo para a... · Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, ... informações de maneiras

89

Quadro 5.6 – Critérios de Comparação

Descrição

1 Custo

São os custos decorrentes da instalação, conservação e

permanência de funcionamento dos sistemas utilizados

para desenvolvimento dos processos de planejamento.

2Especialização de mão-de-

obra

Este critério avalia a necessidade de planejadores de

processos especialistas em sua atividade de

planejamento (processos, especificação técnica,

layout ).

3 Nível de experiência

Este critério avalia a necessidade de planejadores

experientes para a execução da atividade de

planejamento.

4Nível de centralização de

informações

Processo que permite o direcionamento único das

informações geradas do início ao fim do processo

5Velocidade na obtenção

das informações

Processo pela qual se obtém de forma rápida e sucinta

informações relevantes no momento certo e com a

qualidade necessária para desenvolvimento de

atividades futuras.

6 Integração da informação é o nível em que as informações associadas a um dado

assunto estão integradas.

7Nível de armazenamento

de informações em papel

É o critério em que avalia-se a necessidade de arquivos

físicos de informações.

8Facilidade de recuperação

de informação

Processo em que a busca de informações é facilitada

através de sistemas inteligentes.

9Nível de padronização de

procedimentos

Processo que permite a execução das atividades de

planejamento de processo de forma normatizada, com

procedimentos, e políticas. Este define o que deve ser

feito para executar os processos.

10 Nível de customização

Este critério avalia a necessidade de customização do

sistema de planejamento de processos para os diversos

tipos de planos existentes

Critério

Critérios de Comparação

Então, elaborou-se um quadro comparativo (Quadro 5.7) entre os sistemas de geração

do plano de processos encontrados na literatura científica e o sistema mapeado na Empresa A,

o qual deu suporte à consecução da próxima atividade desta etapa – Identificar pontos de

melhoria no Modus Operandi.

Page 91: Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) metodo para a... · Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, ... informações de maneiras

90

Quadro 5.7 – Quadro Comparativo entre as formas de geração do Plano de Processos.

Característica

Sistemas de Geração do Plano de Processos

Manual CAPP Empresa A

Tra

dic

ional

Com

Man

uai

s

Var

iante

Gen

erat

ivo

Inte

rati

vo

Gen

erat

ivo

Auto

mát

ico

Híb

rido

Modus

Oper

andi

Custo Baixo Baixo Médio Médio Alto Médio Baixo

Especialização de mão-

de-obra Médio Médio Médio Baixa Baixa Médio Médio

Nível de experiência Alta Alta Médio Baixa Baixa Baixa Alta

Nível de centralização de

informações Baixo Médio Médio Alto Alto Alto Baixo

Velocidade na obtenção

das informações Baixa Baixa Média Alta Alta Alta Baixa

Integração da

informação Baixa Baixa Alta Alta Alta Alta Baixa

Armazenamento de

informações em papel Alta Alta Baixa Baixa Baixa Baixa Alta

Facilidade de

recuperação de

informação

Baixa Baixa Média Alta Alta Alta Baixa

Nível de padronização de

procedimentos Baixo Médio Alto Alto Alto Alto Baixo

Nível de customização Baixo Médio Médio Baixo Alto Médio Baixo

5.1.3. Atividade III – Identificar pontos de melhoria no Modus Operandi

Esta atividade trata das oportunidades de melhoria no método de planejamento de

processos praticado na Empresa A. O objetivo é gerar uma discussão sobre as propostas de

melhoria, que darão suporte à implantação do método de planejamento de processos com

ferramentas de fábrica digital.

Para a consecução desta atividade realizou-se uma análise de fluxo de valor das

atividades de planejamento da Empresa A. Identificaram-se atividades que agregam valor e

atividades que não agregam valor. No entanto, as atividades que não agregam valor são

necessárias para a consecução do plano no sistema atual. Porém, essas atividades serão

Page 92: Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) metodo para a... · Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, ... informações de maneiras

91

excluídas automaticamente no novo modelo de planejamento de processos com manufatura

digital.

A seguir, analisaram-se as observações feitas durante as atividades I e II desta etapa e

relatam-se as seguintes oportunidades de melhoria:

Padronização da forma de trabalho de planejamento entre as áreas (EMPA e

EMPB) – este é um requisito fundamental para que o sistema de manufatura digital

opere adequadamente, pois como foi visto na Seção 3.2 - Implantação de

Manufatura Digital o sistema necessita ser alimentado corretamente;

Centralização e padronização da forma de armazenamento das informações – esta

é uma necessidade do sistema atual que será automaticamente solucionada pelo

uso correto das ferramentas de manufatura digital;

Especialização da mão-de-obra – verificou-se no método de planejamento de

processos GEM que planejadores especialistas em sua área de planejamento

dominam melhor o seu tema e quando integrados para tomada de decisão em

conjunto os pontos ótimos de planejamento são somados;

Integrar as atividades de planejamento (Processos, Especificação Técnica e

Layout). De tal forma que os planejadores tenham uma visão holística do projeto e

desenvolvam o ótimo global do processo, não apenas ótimos isolados de cada

atividade de planejamento.

5.2. Etapa 2 – Aplicação das ferramentas de manufatura digital

Esta etapa tem a função de identificar em quais etapas do planejamento de processos

as ferramentas de manufatura digital são aplicáveis, nela as seguintes atividades foram

executadas:

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92

Atividade I – Estudo dos aplicativos de software selecionados;

Atividade II – Identificação da aplicação das ferramentas de software nas macro

atividades de planejamento.

5.2.1. Atividade I – Estudo dos aplicativos de software selecionados

O objetivo desta atividade é identificar as principais funcionalidades dos aplicativos de

software de manufatura digital de interesse da Empresa A relacionadas às atividades de

planejamento de processos.

A Empresa A selecionou três aplicativos de software fornecidos pela Siemens®, a

saber:

Process Designer™ – trata-se de um ambiente para gerenciamento das atividades

de planejamento de processo;

Process Simulate™ – fornece um ambiente 3D para a simulação e validação de

sequência de processos de fabricação, e está integrado ao Process Designer™;

Plant Simulation™ – é um aplicativo de simulação a eventos discretos 9utilizado

para criar modelos digitais de sistemas logísticos como, por exemplo, efetuar a

simulação de fluxos materiais e pessoas em um sistema produtivo.

Para a consecução desta atividade informações sobre os aplicativos de software foram

pesquisadas em livros, revistas eletrônicas, sites da internet de empresas especializadas no

tema e no site do próprio fornecedor, a Siemens® (Quadro 5.8 – Fontes de Informação sobre

os aplicativos de software.). Além disso, os consultores realizaram uma pesquisa exploratória

dos aplicativos de software.

9 Simulação a eventos discretos – Simulação é um processo de experimentação que utiliza um modelo detalhado

de um sistema real para determinar respostas às mudanças provocadas em sua estrutura,ambientes ou condições

de contorno (BATEMAN & HARREL, 2002). A simulação de eventos discretos é utilizada para modelar

sistemas que mudam o seu estado em momentos discretos no tempo, a partir da ocorrência de eventos. (CHWIF

& MEDINA, 2007).

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93

Quadro 5.8 – Fontes de Informação sobre os aplicativos de software.

Fontes de Informação sobre os aplicativos de Software

Fonte Descrição

1

BANKS, J.; CARSON, J.;

NELSON, B. Discrete-event system

simulation. New Jersey: Prentice

Hall, 1996.

É um livro de simulação a eventos discretos,

ele faz uma breve descrição de aplicativos de

simulação, dentre eles: ProModel , Arena ,

AutoMod , Deneb/QUEST , Extend ,

MicroSaint , WITNESS , Plant Simulation -

Siemens.

2

LAW, A. M.; KELTON, W. D.

Simulation modeling and analysis. 2 ed. New York: McGraw-Hill,

1991.

É um livro já consagrado no mundo da

simulação à eventos discretos. Apresenta os

principais aplicativos de software utilizados no

tema.

3 Site da CIMdata

(http://www.cimdata.com/)

A CIMdata é uma consultoria em tecnologias

PLM. No site é possível encontrar artigos a

respeito dos principais aplicativos de software

de manufatura digital.

4

Site da Argesim

(http://www.argesim.org/comparison

s/index.h l

Neste site são apresentados doze modelos de

simulação resolvidos por, no mínimo, dois

diferentes aplicativos, permitindo comparações

de desempenho.

5 Revista eletrônica OR/MS Today

(http://lionhrtpub.com/orms/)

Apresenta a cada dois anos uma pesquisa com

os principais aplicativos de software de

simulação, relacionando vendedores,

principais custos, clientes, sistema operacional

utilizado etc.

6

Site da Siemens

(http://www.plm.automation.siemens

.com/pt_br/)

Apresenta as principais funcionalidades dos

aplicativos de software Siemens PLM.

Desta forma, as características dos aplicativos de software de interesse da Empresa A

foram descritas em um relatório técnico.

5.2.2. Atividade II – Identificação da aplicação das ferramentas de software

nas macro atividades de planejamento

O objetivo proposto nesta atividade é identificar em quais etapas do planejamento de

processos as ferramentas de fábrica digital selecionadas são aplicáveis, sem se verificar os

Page 95: Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) metodo para a... · Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, ... informações de maneiras

94

casos em que a aplicação das ferramentas estudadas é vantajosa aos diversos projetos e

atividades de planejamento de processos.

Para tanto, os consultores analisaram o macro fluxograma do Modus Operandi feito na

Etapa 1 – Análise do Modus Operandi e, por meio do estudo dos aplicativos de software

realizado na atividade anterior, identificaram em quais atividades de planejamento as

ferramentas de fábrica digital são aplicáveis.

Com isso, tabelas com as macro atividades de planejamento, suas principais

informações de entrada e de saída e as ferramentas de manufatura digital que podem ser

utilizadas foram construídas de acordo com o projeto e atividade de planejamento. (Apêndice

II).

5.3. Etapa 3 – Definição do modelo inicial

Nesta etapa as ferramentas de manufatura digital foram inseridas nas atividades de

planejamento por meio do cumprimento das três atividades propostas nesta etapa, a saber:

Atividade I – Elaborar critérios de aplicação das ferramentas de fábrica

digital;

Atividade II – Definir a sequência de procedimentos de planejamento de

processos contemplando as ferramentas de fábrica digital;

Atividade III – Elaborar o checklist com os principais procedimentos de

uso das ferramentas de fábrica digital.

5.3.1. Atividade I – Elaborar critérios de aplicação das ferramentas de

fábrica digital

Esta atividade foi realizada por meio de uma reunião de Brainstorming entre os

consultores e o líder do projeto, na qual a questão a ser respondida era: “Quando a aplicação

Page 96: Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) metodo para a... · Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, ... informações de maneiras

95

das ferramentas de Fábrica Digital é viável ao sistema atual da Empresa A?”. Ao final da

reunião definiram-se três critérios, a saber:

Sempre que não houver necessidade de alterações nos sistemas

corporativos atuais;

Deseja-se apenas instalar as ferramentas e utilizá-las sem a preocupação de

potencializar o seu uso por meio de alterações de integrações aos sistemas

atuais;

Utilizar as ferramentas sempre que os dados gerados puderem ser

reutilizados para aplicações futuras.

Ao final desta atividade, os critérios elaborados foram documentados em um relatório

técnico.

5.3.2. Atividade II – Definir a sequência de procedimentos de planejamento

de processos contemplando as ferramentas de fábrica digital

Nesta atividade a nova sequência de procedimentos de planejamento de processos foi

definida por meio da inserção dos procedimentos de fábrica digital no Modus Operandi da

Empresa A.

A inserção dos procedimentos de fábrica digital está fundamentada nos critérios de

aplicação definidos na atividade anterior, no estudo das características das ferramentas de

manufatura digital (elaborado na etapa dois deste método – Aplicação das ferramentas de

Manufatura Digital) e no fluxo de atividades atual.

Assim, as etapas de planejamento do estado atual foram analisadas em conjunto com

as características das ferramentas de fábrica digital e, com base nos critérios de aplicação,

uma nova sequência de atividades foi definida.

Page 97: Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) metodo para a... · Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, ... informações de maneiras

96

As atividades foram modificadas acrescentando-se o uso das ferramentas de

manufatura digital tanto para agilizar a consecução das macro atividades quanto para se

manter um banco de dados dos projetos de planejamento de processos.

Para facilitar a visualização das etapas de aplicação das ferramentas de fábrica digital

no fluxograma, ícones representando cada uma delas foram alocados nos fluxogramas. A

Figura 5.4 apresenta os ícones utilizados para identificar as ferramentas de manufatura

utilizadas e a Figura 5.5 mostra como os ícones foram inseridos nos fluxogramas.

Figura 5.4 – Ícones de identificação das ferramentas de manufatura digital.

Ao final desta atividade, o novo fluxo de atividades foi descrito em um relatório

técnico e um novo fluxograma foi desenhado especificando-se os aplicativos de software de

manufatura digital a serem utilizados em cada atividade de planejamento.

Page 98: Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) metodo para a... · Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, ... informações de maneiras

97

Figura 5.5 – Exemplo de uso dos ícones nos fluxogramas

Page 99: Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) metodo para a... · Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, ... informações de maneiras

98

5.3.3. Atividade III – Elaborar o checklist com os principais procedimentos

de uso das ferramentas de fábrica digital

Nesta atividade um checklist para cada tipo de projeto e para cada atividade de projeto

foi elaborado, com o objetivo de guiar as ações dos planejadores quanto aos novos

procedimentos de planejamento com manufatura digital. Neles estão listados as macro

atividades, suas entradas e saídas, seus procedimentos de manufatura digital e sua conexão

com as subdivisões dos fluxogramas.

O checklist foi elaborado por meio da análise da nova sequência de atividades de

planejamento de processos definida na atividade anterior (Atividade II – Definir a sequência

de procedimentos de planejamento de processos contemplando as ferramentas de fábrica

digital) e do Macro fluxograma com as principais entradas e saídas de cada macro atividade

(definido na primeira atividade da Etapa um deste método). No Apêndice III apresenta-se o

checklist elaborado para a atividade de planejamento de processos do projeto de processos de

um novo produto.

O uso do checklist torna o sistema de manufatura digital mais confiável. Uma vez que,

ao cumprir as atividades estipuladas no checklist, as ferramentas de simulação e de

gerenciamento de dados do processo são utilizadas corretamente e uma base de dados com

informações históricas de projetos é formada, a qual poderá ser utilizada em projetos futuros.

5.4. Etapa 4 – Proposta do modelo futuro

Nesta etapa as mudanças nos sistemas de informação corporativos foram definidas

com o objetivo de explorar melhor os benefícios que as ferramentas de manufatura digital

oferecem ao planejamento de processos da empresa.

Page 100: Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) metodo para a... · Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, ... informações de maneiras

99

Por causa das mudanças incorridas do aperfeiçoamento do uso das ferramentas de

manufatura digital, um novo fluxo de atividades de planejamento de processos foi definido.

As seguintes atividades foram realizadas para a consecução desta etapa:

Atividade I – Elaborar novos critérios de aplicação das ferramentas de

fábrica digital;

Atividade II – Definir a nova sequência de procedimentos de planejamento

de processos contemplando as ferramentas de fábrica digital.

5.4.1. Atividade I – Elaborar novos critérios de aplicação das ferramentas de

fábrica digital

O primeiro passo para a consecução desta atividade foi o levantamento das

funcionalidades das ferramentas de manufatura digital que poderiam ser exploradas com

alterações no sistema de informação corporativo. Então uma reunião de brainstorming entre

os consultores definiram-se duas funcionalidades a serem exploradas, a saber:

Gerenciamento de dados de processos – o aplicativo de software Process

Designer uma ferramenta eficaz para o gerenciamento de dados do processo.

Este aplicativo de software traz num ambiente colaborativo ao planejador

informações sobre linhas de produção, estações de trabalho, fluxos de material

etc. Neste ambiente, os planejadores de processo podem trocar informações e

acessar bibliotecas com conteúdo de projetos anteriores. Este software também

é capaz de gerenciar o sistema de aprovação de projeto, no qual todas as

informações ficam arquivadas eletronicamente (aprovação, motivo de

aprovação ou reprovação etc.).

Page 101: Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) metodo para a... · Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, ... informações de maneiras

100

Esta funcionalidade não é explorada, pois os sistemas de manufatura digital

não estão integrados entre si no sistema corporativo.

Gerenciamento de arquivos de Processos – O aplicativo de software Process

Designer™, permite o controle do acesso de edição/leitura dos projetos,

gerando um maior controle da informação.

Esta funcionalidade não é utilizada, pois necessita-se que a base de dados

Oracle do sistema de manufatura digital seja configurada para exercer esta

função.

Em seguida, os consultores em conjunto com o líder do projeto identificaram as

alterações de sistema viáveis para a aplicação das funcionalidades a serem exploradas. Assim,

duas mudanças necessárias ao sistema foram definidas, a saber:

Criar uma interface de comunicação entre o aplicativo de software Process

Designer™ e o sistema de informação corporativo.

Esta alteração é necessária uma vez que somente o departamento de

planejamento de processos utilizará as ferramentas de manufatura digital e suas

informações estão interligadas com os demais departamentos da Empresa A.

Desta forma, torna-se necessário a coexistência do sistema corporativo e do

sistema de manufatura digital para que a funcionalidade de gerenciamento dos

dados do processo seja mais bem explorada.

Controle do acesso aos projetos por meio da base de dados Oracle.

Esta alteração visa à utilização da função de gerenciamento de arquivos de

processo, a qual o planejador que distribui os planos deverá gerenciar os

acessos aos arquivos dos projetos.

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101

A seguir, houve a necessidade de justificar as alterações de sistema junto à alta

gerência das áreas de planejamento. Com isso, os consultores elaboraram um quadro (Quadro

5.9 – Vantagens incorridas das alterações de sistema) com as principais vantagens incorridas

da aplicação de cada alteração de sistema.

As justificativas foram então apresentadas e aprovadas pela alta gerência e as

informações foram incorporadas ao histórico do projeto.

Quadro 5.9 – Vantagens incorridas das alterações de sistema

Vantagens das alterações de sistema

Alteração de Sistema Vantagens

Interface de comunicação entre o

sistema de manufatura digital e o atual

sistema corporativo

Potencializa o gerenciamento

dos dados do processo;

Evita tarefas duplicadas;

Melhora a comunicação;

Agiliza o planejamento de

processos.

Controle do acesso aos projetos por

meio da base de dados Oracle

Melhora o controle do fluxo de

informações;

Controle de acesso aos arquivos

(quem fez?, quando fez?, o que

fez?, como fez?, onde fez?)

Em seguida, uma reunião de brainstorming foi realizada entre os consultores e a líder

de projeto para se definir os critérios de aplicação das ferramentas de manufatura digital. Com

a qual se chegou a três critérios de aplicação, a saber:

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102

Potencializar o uso das funcionalidades de gerenciamento de dados do processo

por meio da alteração de sistema de interface de comunicação entre o sistema

de manufatura digital e o atual sistema corporativo;

Utilizar o controle de acesso a arquivos de processos por meio da base de

dados Oracle;

Utilizar as ferramentas sempre que os dados gerados puderem ser reutilizados

para aplicações futuras.

Ao final desta atividade, os critérios elaborados foram documentados em um relatório

técnico juntamente com as justificativas para as alterações no sistema.

5.4.2. Atividade II – Definir a nova sequência de procedimentos de

planejamento de processos contemplando as ferramentas de fábrica

digital

Esta atividade tem por objetivo a inserção das funcionalidades das ferramentas de

fábrica digital que não puderam ser utilizadas no modelo inicial devido às restrições de

sistemas.

Com os novos critérios de aplicação das ferramentas de manufatura digital definidos

um novo fluxo de atividades de planejamento de processos com manufatura digital foi

elaborado.

Para a consecução desta atividade os consultores se valeram não só dos fluxogramas

do Modelo inicial (definido na etapa três deste método), mas também dos fluxogramas do

Modus Operandi (definido na etapa um deste método). Isto porque toda a sequência de

procedimentos de planejamento foi revista e refeita para se chegar ao modelo mais adequado

aos novos critérios de aplicação.

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103

Tal como na elaboração dos fluxogramas do modelo inicial, onde havia ícones

representando as ferramentas de manufatura digital, estes ícones foram utilizados no desenho

dos fluxogramas do modelo futuro.

Ao final desta atividade, a nova sequência de atividades foi descrita em um relatório

técnico e um novo fluxograma foi desenhado especificando-se os aplicativos de software de

manufatura digital a serem utilizados em cada atividade de planejamento.

5.5. Etapa 5 – Análise do modelo

Nesta etapa efetuou-se uma análise SWOT do novo modelo de planejamento de

processos proposto. Com a análise foi possível identificar os pontos fortes e pontos fracos

incorridos do uso do modelo de planejamento de processos com ferramentas de manufatura

digital, bem como os principais pontos de controle durante a implantação.

Ao final da análise do modelo, pontos de melhoria foram identificados e propostos.

Para a consecução das análises propostas nesta etapa, as seguintes atividades foram

efetuadas:

Atividade I – Análise SWOT;

Atividade II – Identificar pontos de melhoria.

5.5.1. Atividade I – Análise SWOT

O objetivo desta análise é elencar os fatores de forças, fraquezas, oportunidades e

ameaças do uso das ferramentas de fábrica digital (Process Designer, Process Simulate e

Plant Simulation), os quais são pontos de controle durante a implantação do projeto.

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104

Os fatores encontrados foram organizados na matriz SWOT e deverão ser controlados

durante a implantação do projeto. Desta forma, busca-se maximizar os efeitos das forças e das

oportunidades, e minimizar os efeitos das fraquezas e ameaças.

O Quadro 5.10 apresenta a matriz SWOT elaborada nesta atividade e nas seções

subsequentes os fatores são descritos.

Forças

As forças representam, dentro do cenário interno do negócio, as caraterísticas que

devem ser aperfeiçoadas e exploradas em benefício da Empresa A.

Foram elencadas onze forças, a saber:

I. Gerenciamento dos dados do processo.

Com o uso das ferramentas de manufatura digital, todos os dados do processo e seu

histórico são armazenados e organizados em um ambiente integrado. E, assim, os dados do

processo são gerenciados por esta ferramenta de software.

II. Rápido acesso aos dados do projeto.

As ferramentas de manufatura digital proporcionam um ambiente de pesquisa de

dados amigável. Além disso, com todos os dados do processo organizados e gerenciados por

uma ferramenta de software específica, o planejador não desperdiça tempo na busca por dados

do processo.

III. Visualização do processo virtual 3D.

Os aplicativos de software de manufatura digital selecionados pela Empresa A

permitem a modelagem e a visualização do processo em 3D, antes mesmo do processo real

existir.

Page 106: Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) metodo para a... · Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, ... informações de maneiras

105

Quadro 5.10 – Matriz SWOT do modelo de planejamento de processos com manufatura

digital da Empresa A.

SWOT

Am

bie

nte

In

tern

o

Forças

Fraquezas

Gerenciamento dos dados do processo;

Rápido acesso aos dados do projeto;

Visualização do processo virtual 3D;

Modelagem de processos e linhas de

montagem;

Identificação da melhor sequência de

operações;

Análise ergonômica digital;

Configuração e otimização do layout

sem causar distúrbios ao sistema real;

Viabilização de custos de

experimentação;

Balanceamento de linha;

Análise de fornecedores;

Replicação dos modelos simulados.

Falta de aderência dos planejadores

ao sistema de fábrica digital;

Necessidade de capacitação dos

planejadores ao uso dos aplicativos

de software;

Inexperiência do uso das

ferramentas;

Falta de suporte às ferramentas;

Falta de padronização das

atividades de planejamento;

Dificuldade de mudança de

mentalidade.

Am

bie

nte

Exte

rno

Oportunidades Ameaças

Redução do Time-to-Market;

Redução dos custos de fabricação;

Melhoria da qualidade de fabricação

dos produtos.

Customização dos aplicativos de

software;

Fornecimento dos aplicativos de

software.

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106

IV. Modelagem de processos e linhas de montagem.

As ferramentas de fábrica digital são interoperáveis. De tal forma que, é possível

modelar os processos e as linhas de montagem, por meio do intercâmbio de dados entre os

aplicativos de software.

V. Identificação da melhor sequência de operações.

Por meio de simulações estáticas (Process Designer) ou simulações dinâmicas

(Process Simulate) do processo, é possível identificar a melhor sequência de operações do

processo.

VI. Análise ergonômica digital.

O módulo Human do Process Simulate permite a modelagem e a simulação de

atividades realizadas por humanos. Atributos, como comprimento e peso de indivíduos podem

ser definidos. Pode-se obter uma estimativa aproximada sobre questões ergonômicas, fadiga e

acessibilidade de operadores em atividades de processos distintos.

VII. Configuração e otimização do layout sem causar distúrbios ao sistema real.

Utilizando o aplicativo de software Plant Simulation, podem-se simular diferentes

configurações de layout. Sendo possível uma visão holística do processo e identificar recursos

de capacidade restritiva. Deste modo, o layout é aperfeiçoado sem causar distúrbios ao

sistema real, ou até mesmo antes do sistema real existir.

VIII. Viabilização de custos de experimentação.

O custo para experimentação direta (física) de um projeto pode se tornar inviável sua

realização. No entanto, as ferramentas de manufatura digital possibilitam testes virtuais com

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107

custos inferiores ao experimento real. Desta forma, torna-se viável a realização de

experimentos.

IX. Balanceamento de linha.

Com o conjunto de aplicativos de software de manufatura digital, é possível obter o

balanceamento das linhas de produção e, quando todos os dados necessários para o

balanceamento não estiverem disponíveis, estimativas dos dados inexistentes podem ser

obtidas.

X. Análise de fornecedores.

A Manufatura Digital permite a avaliação projeto de equipamentos quanto à sua

viabilidade técnica no processo em questão, por meio de simulações das operações destes

equipamentos no processo produtivo.

XI. Replicação dos modelos simulados.

Uma vez que o processo é modelado, ele pode se reconfigurado para diferentes

cenários. Sendo assim, o modelo simulado pode ser reaproveitado em futuros projetos.

Fraquezas

As fraquezas representam, dentro do cenário interno do negócio, as caraterísticas que

devem ser controladas e minimizadas para que não afetem negativamente o negócio da

Empresa A.

Foram elencadas seis fraquezas, a saber:

I. Falta de aderência dos planejadores ao sistema de fábrica digital.

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108

É necessário que os dados do processo sejam cadastrados adequadamente nos

aplicativos de Fábrica Digital. A falta de aderência dos planejadores (principais usuários)

resulta na deficiência de informações do processo cadastradas no sistema.

II. Necessidade de capacitação dos planejadores ao uso dos aplicativos de

software.

Os planejadores deverão aprender a utilizar os aplicativos de software de acordo com

suas áreas de conhecimento.

III. Inexperiência do uso das ferramentas.

A utilidade da análise dependerá diretamente da qualidade do modelo desenvolvido e

das habilidades do modelador. Com a falta de experiência os resultados podem ser

questionáveis.

Além disso, a falta de experiência dos planejadores pode tornar a modelagem e a

análise das simulações dispendiosas, em termos de recursos financeiros e de tempo.

IV. Falta de suporte às ferramentas.

Estas ferramentas de software possuem alguns bugs, os quais podem ser mais

facilmente corrigidos quando se tem o suporte local à ferramenta.

A Empresa A recebe suporte apenas da sua matriz no exterior, o que pode tornar o

suporte às ferramentas demorado. Com isso, o sistema de manufatura digital pode até ser

paralisado.

V. Falta de padronização das atividades de planejamento.

Os planejadores devem seguir um método de planejamento padrão. Quando

discordarem de alguma etapa de planejamento, deve-se gerar um esforço para a alteração do

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109

método padrão. Assim, assegura-se que os dados do processo sejam gerenciados e

perpetuados pelos aplicativos de software de manufatura digital.

VI. Dificuldade de mudança de mentalidade.

Conforme Tondaladinne et al. (2006), mudanças nos sistemas existentes provocam

reações psicológicas em várias pessoas. Normalmente elas não entendem por que substituí-

los, uma vez que funcionam tão bem e estão trabalhando com os mesmos durante tantos anos.

Além disso, existe o desconforto de aprender a trabalhar com novos sistemas.

A Empresa A apresenta um quadro de planejadores com cerca de 20 anos de trabalho

na corporação. Mudar a forma de trabalho desses funcionários será um grande desafio. Serão

necessárias ações para que os funcionários concordem com o novo sistema.

Oportunidades

As oportunidades (cenário externo do negócio) devem ser identificadas para que suas

vantagens sejam bem aproveitadas pela empresa.

Foram elencados três oportunidades, a saber:

I. Redução do Time- to- Market.

Uma vez que o planejamento de processos se torna mais ágil com o uso das

ferramentas de fábrica digital, reduz-se o tempo de resposta às modificações do mercado.

II. Redução dos custos de fabricação.

A manufatura digital permite a otimização do uso dos recursos produtivos.

Consequentemente, os custos de fabricação dos produtos são reduzidos.

III. Melhoria da qualidade de fabricação dos produtos.

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110

Com a simulação é possível identificar erros de fabricação. Desta forma melhora-se a

qualidade dos produtos fabricados.

Ameaças

As ameaças (cenário externo do negócio) devem ser identificadas e controladas para

que as perdas geradas, caso ocorram, sejam minimizadas

Foram elencadas duas ameaças, a saber:

I. Customização dos aplicativos de software.

Deve-se tomar cuidado com as customizações, pois as atualizações para aplicativos de

software customizados são mais custosas em termos monetários, de tempo e de qualidade.

II. Fornecimento dos aplicativos de software.

Há sempre o risco dos aplicativos se tornarem obsoletos, sair de linha e não serem

mais atualizados.

Outro risco é o dos altos custos da renovação da licença, o que pode tornar o uso dos

aplicativos de software inviável.

5.5.2. Atividade II – Identificar pontos de melhoria

Nesta atividade, por meio da análise SWOT realizada na atividade anterior, os fatores

que impactam o novo sistema foram analisados e os pontos de melhoria foram reportados.

I. Integrar as atividades de planejamento (Processos, Especificação Técnica e

Layout). De tal forma que os planejadores tenham uma visão holística do projeto e

desenvolvam o ótimo global do processo, não apenas ótimos isolados de cada atividade de

planejamento.

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II. Padronizar a forma de trabalho de planejamento na Engenharia de Manufatura

de Produtos A (EMPA) e na Engenharia de Manufatura de Produtos B (EMPB).

Observa-se que as atividades de planejamento das áreas EMPA e EMPB são similares.

No entanto, são executadas de formas distintas nas áreas de planejamento.

Deve-se chegar a um consenso da melhor forma de execução das atividades, a fim de

gerar um entendimento único das atividades de planejamento na Empresa A. Com isso, os

planejadores estarão alinhados sobre suas atividades de planejamento.

III. Adquirir suporte local das ferramentas de manufatura digital.

Conforme relatado na matriz SWOT (fraquezas), a Empresa A não possui suporte local

às ferramentas de manufatura digital, o que pode até paralisar o sistema.

IV. Treinar os planejadores para o uso das ferramentas de manufatura digital.

Os planejadores da Empresa A não estão habituados às ferramentas de manufatura

digital. Portanto, existe a necessidade de treiná-los para o uso do novo modelo de

planejamento de processos.

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112

6. Considerações Finais

Este capítulo apresenta as considerações finais sobre o trabalho realizado. Nele serão

apresentados os seguintes itens:

Cumprimento dos objetivos propostos – visa relacionar os objetivos propostos na

seção 1.2 desta tese ao conteúdo apresentado;

Conclusões – apresenta os principais pontos de destaque deste trabalho;

Sugestões para trabalhos futuros – apresenta os potenciais temas de pesquisa

relacionados ao assunto desta tese.

6.1. Cumprimento dos Objetivos Propostos

O objetivo principal definido para este trabalho foi o desenvolvimento de um

método para a formalização do uso das ferramentas de manufatura digital no planejamento de

processos de uma fábrica. Os objetivos específicos para o atendimento do objetivo principal

foram: aperfeiçoar os fluxos de planejamento de processos atuais, identificar as etapas de uso

das ferramentas digitais, definir um modelo de planejamento de processos contemplando as

ferramentas de manufatura digital, elaborar estratégias para a melhor adesão ao uso das

ferramentas digitais pelos usuários do sistema, levantar os pontos de controle durante o

processo de implantação do novo modelo de planejamento de processos e, por fim, aplicar o

método proposto para a formalização do uso de ferramentas de manufatura digital no

planejamento de processos de uma empresa de manufatura.

Deste modo, os objetivos estabelecidos foram cumpridos conforme apresenta-se a

seguir:

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113

Aperfeiçoar os fluxos de planejamento de processos atuais – este objetivo

foi cumprido na Etapa 1 do Método Proposto (Capítulo 4), por meio da

aplicação de ferramentas de benchmarking e análise do fluxo de valor das

atividades de planejamento;

Identificar as etapas de uso das ferramentas digitais - este objetivo foi

cumprido na Etapa 2 do Método Proposto (Capítulo 4), por meio de um

estudo das ferramentas digitais e da análise da aplicabilidade das

ferramentas na macro atividades de planejamento;

Definir um modelo de planejamento de processos contemplando as

ferramentas de manufatura digital - este objetivo foi cumprido nas Etapas

3 e 4 do Método Proposto (Capítulo 4), de forma que dois modelos de

planejamento foram definidos para as diferentes etapas de implantação das

ferramentas digitais;

Elaborar estratégias para a melhor adesão ao uso das ferramentas digitais

pelos usuários do sistema – duas estratégias foram efetuadas para a melhor

adesão do novo modelo de planejamento: o uso de checklists e a

proposição do uso evolutivo das ferramentas digitais;

Levantar os pontos de controle durante o processo de implantação do novo

modelo de planejamento de processos - este objetivo foi cumprido na

Etapa 5 do Método Proposto (Capítulo 4), por meio da análise SWOT foi

possível destacar os pontos de controle;

Aplicar o método proposto para a formalização do uso de ferramentas de

manufatura digital no planejamento de processos de uma empresa de

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114

manufatura – este objetivo foi cumprido no Capítulo 5, onde o método

proposto foi aplicado na Empresa A.

6.2. Conclusões

Esta sessão aborda as conclusões deste trabalho segundo dois tópicos, a saber:

Pontos Positivos do Método;

Restrições do Método;

Experiências da Aplicação do Método.

6.2.1. Pontos Positivos do Método

Pode-se destacar como pontos positivos do método elaborado:

Abordagem de uso evolutivo das ferramentas de manufatura digital – no

método proposto preveem-se dois estágios da implantação, em um

primeiro momento, no conceito inicial, as ferramentas são instaladas de tal

forma que os usuários têm a oportunidade de se adaptar ao novo sistema e

entender como ele funciona. Apenas no segundo estágio, previsto no

conceito futuro, é que as ferramentas são implantadas definitivamente e o

uso delas é avançado, proporcionando maiores benefícios do uso da

manufatura digital.

A existência de estratégias para a melhor aderência dos usuários – na

elaboração do fluxo de atividades de planejamento com ferramentas de

manufatura digital inicial, o conceito inicial, propôs-se o uso de checklists

como estratégia para que os usuários do novo sistema se habituassem ao

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115

uso da manufatura digital e, assim, alimentassem o banco de dados do

sistema adequadamente.

Análise dos principais pontos de controle para a implantação das

ferramentas – o método apresenta uma etapa de análise do novo fluxo de

atividades, a análise SWOT, onde os principais pontos de controle durante

a implantação do nosso fluxo são evidenciados. Assim, o gerente do

projeto de implantação sabe os pontos de cuidado específico durante o

projeto e se prevenir quanto aos riscos apontados pela análise.

6.2.2. Restrições do Método

Como restrições do método, podem-se destacar os seguintes pontos:

Para a execução do método existe a necessidade de consultores altamente

experientes no uso das ferramentas de software de manufatura digital

selecionadas pela empresa, caso contrário não é possível apontar com

precisão em quais etapas de planejamento as ferramentas são aplicáveis;

O método não contempla a formalização do uso de manufatura digital no

planejamento do produto integrado ao planejamento do processos, o que

implica que o benefício da manufatura digital de fomento à engenharia

simultânea não seja alcançado.

6.2.3. Experiências da Aplicação do Método

Nesta seção pretende-se destacar as experiências vivenciadas durante a aplicação

do método aqui proposto, a saber:

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116

As entrevistas de mapeamento do Modus Operandi inicialmente foram

feitas com mais de um membro de cada área de planejamento da Empresa

A (EMPA e EMPB). No entanto, observou-se que alguns planejadores

ficavam dispersos, havia conversas paralelas e que as entrevistas não eram

produtivas. Por isso, decidiu-se fazer entrevistas com apenas um

planejador de cada área.

Para a execução das entrevistas, apesar do líder de projeto já ter

apresentado os atores do projeto, houve a necessidade de reforçar o papel

dos consultores a cada entrevista. De outro modo, os planejadores ficavam

desconfiados e não davam detalhes sobre o sistema de planejamento de

processos da corporação.

Para a consecução da atividade de Benchmarking, houve tentativas de

verificação do fluxo de planejamento em outras empresas do mesmo

segmento da Empresa A. No entanto, as empresas que aceitaram a

execução do Benchmarking não tinham as mesmas atividades de

manufatura da Empresa A e não foi possível comparar os fluxos de

planejamento de processos;

Para a consecução da atividade de estudo das ferramentas de software, as

fontes de pesquisa que mais foram úteis foram: a consulta ao fornecedor e

a pesquisa exploratória das ferramentas de software;

Na atividade de definição do modelo futuro, foi de fundamental

importância um relatório dos consultores para que as mudanças sugeridas

fossem aprovadas pela Empresa A.

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117

Na Etapa 5 – Análise do Modelo, alguns pontos de melhoria foram

sugeridos. Estes pontos de melhoria foram apresentados à diretoria da

matriz da Empresa A pelos consultores do projeto e, segundo o relato do

líder de projeto, eles não teriam sido aceitos sem o laudo da equipe de

consultores.

6.3. Sugestões para trabalhos futuros

Verificou-se a necessidade da realização de três pesquisas complementares a este

trabalho, a saber:

i. Formular um método para a formalização do uso das ferramentas de

manufatura digital no planejamento do produto e de processos em

conjunto – uma das limitações do método apresentado é o fato dele não

contemplar a formalização do uso das ferramentas de manufatura digital

no planejamento do produto. Portanto, propõe-se a adaptação do método

aqui apresentado para a implantação de manufatura digital no

planejamento do produto e do processo em conjunto verificando se há

necessidade de novas etapas ou alterações nas existentes. Além disso,

propõe-se averiguar a necessidade de novas estratégias de aderência ao uso

do sistema de manufatura digital.

ii. Analisar as fases de implantação de manufatura digital apresentada

na revisão teórica e verificar as melhores estratégias para executá-las

– tal como houve a necessidade da elaboração de um método para a

execução da Fase 2- Definição de Processos Futuros da sequência de

atividades de implantação apresentada por De Carli (2008), existe a

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118

necessidade de verificar estratégias para melhor executar as demais fases

de implantação dos sistemas de manufatura digital.

iii. Propor uma nova sequência de implantação das ferramentas de

manufatura digital – como na literatura científica só existe uma

sequência de atividades de implantação de manufatura digital, propõe-se

verificar se a sequência apresentada é a ideal ou se há outra sequência

alternativa à proposta por De Carli (2008).

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119

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123

Apêndice I. Questionário de Análise do Modus Operandi

QUESTIONÁRIO DE ANÁLISE DO MODUS OPERANDI

1. Quantas pessoas participam do processo de planejamento na sua área?

2. Quais são as áreas da empresa que você julga influenciar no planejamento de processos da sua

área? Por quê?

3. Quais áreas são impactadas pela sua atividade de planejamento de processos? Por quê?

4. Qual atividade de planejamento você exerce?

a. Processos

b. Especificação Técnica

c. Layout

5. Quais são as fases do planejamento de processos que você utiliza para cada tipo de projeto?

6. Qual o tempo estimado de trabalho para cada fase?

7. Quais são as entradas e saídas para cada fase?

8. Quais são as ferramentas utilizadas em cada fase?

9. Como você arquiva as informações?

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10. Como essas informações são integradas com as outras áreas?

11. Quais são os software disponíveis? Quais deles você utiliza nas suas atividades de planejamento?

Quais são os principais benefícios/dificuldades para utilizá-lo?

12. Quais são os principais desafios para conclusão do trabalho em cada fase?

13. Se você pudesse ter qualquer ferramenta para ajudá-lo no planejamento de processos, como ela

seria?

14. Você conhece o método de planejamento padrão da empresa?

15. Você utiliza esse método para o planejamento de processos? Qual o percentual de uso?

16. Quais são as principais dificuldades para aplicação do método padrão de planejamento de

processos?

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Apêndice II. Tabela de Aplicação das Ferramentas de Fábrica Digital

Atividade A. Planejamento de Processos

Projeto(s) 2. Aumento de Capacidade

Etapa Entradas Saídas Ferramentas

1 Análise Desenho da peça Análise do desenho da peça • Process Designer

2 PFMEA x2 y2 • Process Designer • Process Simulate

3 Matéria-Prima x3 y3 • Process Designer

4 Meios de Produção

x4 y4 • Process Designer

5 Layout x5 y5 • Process Designer • Process Simulate • Plant Simulation

6 Plano de Produção

x6 y6 • Process Designer • Plant Simulation

7 Plano de Processo

x7 y7 • Process Designer • Process Simulate • Plant Simulation

8 Mapafluxograma x8 y8 • Process Designer

9 Programação de

máquinas e robôs x9 y9

• Process Designer • Process Simulate • Plant Simulation

10 Try Out x10 y10 • Process Simulate

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126

Apêndice III. Checklist das Atividades de Manufatura Digital

Atividade A. Planejamento de Processos

Projeto(s) 1. Produto Novo

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

1

Pré-Análise da Solicitação de

Projeto

Prazo

• Cadastrar dados no

Process Designer • Planejador

Responsável;

• Centro de Custo;

• Cadastro dos

Planejadores

Responsáveis.

-

Volume de Produção

Mix de Produção

Recursos Financeiros

Desenho da Peça

• Importar desenho

para o Process

Designer

Desenho da Peça

• Verificar se o

planejador tem acesso

ao Process Designer

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

2 Análise do Prazo

Desenho da Peça • Analisar se o prazo

determinado na

solicitação de projeto

é factível e atualizá-lo

no Process Designer

• Prazo factível

cadastrado -

Prazo

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

3

Análise da

Solicitação de

Projeto

Desenho da Peça

• Analisar dados;

• Elaborar plano de

processo preliminar

(sequência de

operações e tempos)

utilizando o Process

Designer;

• Simular o processo

preliminar no Process

Simulate.

• Plano de Processo

Preliminar;

• Necessidade de

PFMEA;

• Necessidade de

Matéria-Prima;

• Necessidade de

Recursos de Produção;

• Necessidade de Plan.

de Layout;

• Necessidade de Plano

de Produção;

• Necessidade de Plano

de Processo;

• Necessidade de

Mapafluxograma;

• Necessidade de

programação de

máquinas e robôs;

• Plano de

gerenciamento das

atividades detectadas.

-

Prazo

Mix de Produção

Volume de Produção

Processos Similares

Recursos Financeiros

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

4 PFMEA

Plano de processo

preliminar

• Simular processo no

Process Simulate,

com o objetivo de se

visualizar o processo

e possíveis falhas

sejam identificadas.

• Simulação do

Processo;

• Planilha PFMEA;

• Solicitação de

PFMEA à Qualidade;

• PFMEA recebido e

arquivado.

-

Características críticas

do processo

Desenho do Produto

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

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127

5 Matéria-Prima

Características do

Processo

• Analisar a

necessidade de

matéria-prima

utilizando os software

de CAD e dados

cadastrados no

Process Designer

• Qualidade da MP;

• Dimensões da MP. -

Características do

Produto

MPs existentes

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

6 Recursos de

Produção

Recursos Financeiros

- • Solicitação de

Recursos Financeiros

Final;

• Cadastro da

solicitação da

atividade no Process

Designer;

• Recebimento do

meio de produção.

B1

Recursos de Produção

existentes

Projeto cadastrado no

Process Designer

• Disponibilizar

dados do projeto no

Process Designer e as

simulações no

Process Simulate para

o planejador de

Especificação

Técnica

Simulações no Process

Simulate

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

7 Layout

Recursos de Produção

necessários

• Disponibilizar

dados do projeto no

Process Designer e as

simulações no

Process Simulate para

o planejador de

Layout

• Solicitação de

planejamento de layout

cadastrada no Process

Designer;

• Recebimento do

Projeto de Layout.

C1

Plano de processo

preliminar

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

8 Plano de

Produção

Processo Preliminar • Analisar planos de

produção similares e

processo preliminar

no Process Designer

• Sequência das

operações;

• Simulação em

Process Simulate;

• Tempos das

operações;

• Cadastro do plano de

produção no Process

Designer;

• Plano de produção

disponível às áreas

interessadas.

- Planos de produção

similares

Sequência de operações

• Simular operações

no Process Simulate

para obter os tempos

das operações

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

9 Plano de

Processo

Desenho do Produto

- • Fotos do processo

(real / simulação);

• Plano de processo

aprovado;

• Plano de processo

disponível ao

Departamento de

Produção.

-

PFMEA

Recursos de Produção /

Rel. Dimensional

Resultados do Try Out

Planos de processos

similares

• Analisar planos de

produção similares no

Process Designer

Sequência de operações • Simular operações

no Process Simulate e

obter fotos/ filmes

das operações Simulações em Process

Simulate

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

10 Mapafluxograma

Plano de produção

- • Mapafluxograma. -

Layout/ postos de

trabalho

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128

Desenho do Produto

Recursos de Produção

Plano de processo

Simulação do Processo

• Simular fluxo de

materiais no Plant

Simulation e obter

fotos/filmes do fluxo

de materiais. Simulação do Layout

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

11 Programação de

Máquinas e

Robôs

Recursos de Produção

-

• Solicitação de

programação;

• Programa instalado. -

Desenho do Produto

Plano de processo

Plano de produção

Simulação Process

Simulate

• Simular sequência

de operações do robô

e identificar a melhor

sequência de

movimentos. Simulação Plant

Simulation

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

12 Try Out Virtual

Simulação Process

Simulate • Simular processo

instalado e verificar

possíveis falhas.

• Simulação Final do

Processo;

• Lista de Correções -

Simulação Plant

Simulation

Etapa ok? Entradas Atividade Saídas Conexão

13 Try Out Físico

Plano de Processo

- • Lista de Correções;

• FEA. -

Layout instalado

Recursos de Produção

instalados

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FOLHA DE REGISTRO DO DOCUMENTO 1. CLASSIFICAÇÃO/TIPO

DM

2. DATA

14 de maio de 2012

3. REGISTRO N°

DCTA/ITA/DM-020/2012

4. N° DE PÁGINAS

128 5. TÍTULO E SUBTÍTULO:

Um método para a formalização da manufatura digital no planejamento de processos de uma fábrica.

6. AUTOR(ES):

Anne Priscila Alves Pereira 7. INSTITUIÇÃO(ÕES)/ÓRGÃO(S) INTERNO(S)/DIVISÃO(ÕES):

Instituto Tecnológico de Aeronáutica – ITA 8. PALAVRAS-CHAVE SUGERIDAS PELO AUTOR:

Implantação de Manufatura Digital, Manufatura Digital, Planejamento de Processos

9.PALAVRAS-CHAVE RESULTANTES DE INDEXAÇÃO:

Manufaturas; Automação; Planejamento de processos automatizados por computador; Indústria

automobilística; Engenharia de produção. 10. APRESENTAÇÃO: X Nacional Internacional

ITA, São José dos Campos. Curso de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Aeronáutica

e Mecânica. Área de Sistemas Aeroespaciais e Mecatrônica. Orientador: Prof. Jefferson de Oliveira

Gomes. Defesa em 14/05/2012. Publicada em 2012.

11. RESUMO:

A fim de superarem os desafios e permanecerem competitivas em meio ao turbulento mercado global, as

empresas líderes de mercado estão implantando a manufatura digital em suas corporações. Para tanto, é

necessário adequar os fluxos de atividades de planejamento, de forma que o uso das ferramentas digitais

seja sistematizado e, simultaneamente, esteja alinhado com as necessidades corporativas. Este trabalho

apresenta um método para a formalização do uso das ferramentas de manufatura digital no planejamento

de processos de uma empresa. Inicialmente, busca-se aperfeiçoar o fluxo de planejamento de processos,

em seguida propõe-se o uso evolutivo das ferramentas e, por fim, os pontos de atenção durante a

implantação são destacados. Para a verificação de sua aplicabilidade, limitações e resultados, o método

proposto foi aplicado a uma empresa de manufatura do segmento automotivo, que está em processo de

implantação das ferramentas de manufatura digital no seu planejamento de processos.

12. GRAU DE SIGILO:

(X ) OSTENSIVO ( ) RESERVADO ( ) CONFIDENCIAL ( ) SECRETO