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1 Boletim 908/2016 – Ano VIII – 21/01/2016 Dados da OIT: País é o vilão do continente No Brasil, segundo a instituição, o desemprego aumentou 1,5% - Como presidente da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf), fico muito preocupado ao analisar os dados que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) acaba de divulgar: a taxa de desocupação na América Latina e no Caribe chegou a 6,7% em 2015, ante 6,2% em 2014. Trata-se do índice mais alto registrado em cinco anos. Isso significa que cerca de 1,7 milhão de trabalhadores perderam o emprego no ano. O número total de desempregados na região chegou a 19 milhões. Se os números continentais assustam-me como dirigente da Conlatingraf, os dados específicos sobre o País estarrecem-me como brasileiro e presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf): segundo a OIT o desemprego aumentou 1,5%. E pior, o nosso indicador, considerado o tamanho da economia e volume demográfico, teve fortes reflexos nas médias regionais. É triste verificar a conclusão da análise da OIT: apesar da taxa geral indicar uma deterioração dos mercados de trabalho da região, nem todos os países apresentaram aumentos tão expressivos quanto o Brasil. Estima-se que o desemprego aqui tenha passado de 6,9% para 8,4%, entre 2014 e 2015. Na América Central e no México, porém, observou-se uma queda do desemprego, de 5,2% para 4,8%, no mesmo período. No Caribe, a taxa aumentou apenas 0,3%, de 8,2% para 8,5%. A influência negativa de nossa economia é ainda mais acentuada na América do Sul, onde o desempenho do Brasil teve direto impacto no aumento da média regional da perda de postos de trabalho, de 6,8% para 7,6%. Para se constatar o peso do País e o quanto a crise é danosa, basta observar o seguinte: ao ponderar os índices dos países do Cone Sul, sem incluir o Brasil, a OIT registrou queda de 0,3% no desemprego. Já a OIT identificou que também ocorre maior precariedade dos postos de trabalho na A. Latina e Caribe. A informalidade atinge cerca de 130 milhões de trabalhadores na região. Há, ainda, elevação da taxa regional de desocupação entre os mais jovens que aumentou de 14,5% para 15,3%, de 2014 a 2015. No tocante a essa tendência, contudo, o Brasil não é o principal influenciador.

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Boletim 908/2016 – Ano VIII – 21/01/2016

Dados da OIT: País é o vilão do continente

No Brasil, segundo a instituição, o desemprego aume ntou 1,5%

- Como presidente da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf), fico muito preocupado ao analisar os dados que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) acaba de divulgar: a taxa de desocupação na América Latina e no Caribe chegou a 6,7% em 2015, ante 6,2% em 2014. Trata-se do índice mais alto registrado em cinco anos. Isso significa que cerca de 1,7 milhão de trabalhadores perderam o emprego no ano. O número total de desempregados na região chegou a 19 milhões.

Se os números continentais assustam-me como dirigente da Conlatingraf, os dados específicos sobre o País estarrecem-me como brasileiro e presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf): segundo a OIT o desemprego aumentou 1,5%. E pior, o nosso indicador, considerado o tamanho da economia e volume demográfico, teve fortes reflexos nas médias regionais.

É triste verificar a conclusão da análise da OIT: apesar da taxa geral indicar uma deterioração dos mercados de trabalho da região, nem todos os países apresentaram aumentos tão expressivos quanto o Brasil. Estima-se que o desemprego aqui tenha passado de 6,9% para 8,4%, entre 2014 e 2015. Na América Central e no México, porém, observou-se uma queda do desemprego, de 5,2% para 4,8%, no mesmo período. No Caribe, a taxa aumentou apenas 0,3%, de 8,2% para 8,5%.

A influência negativa de nossa economia é ainda mais acentuada na América do Sul, onde o desempenho do Brasil teve direto impacto no aumento da média regional da perda de postos de trabalho, de 6,8% para 7,6%. Para se constatar o peso do País e o quanto a crise é danosa, basta observar o seguinte: ao ponderar os índices dos países do Cone Sul, sem incluir o Brasil, a OIT registrou queda de 0,3% no desemprego.

Já a OIT identificou que também ocorre maior precariedade dos postos de trabalho na A. Latina e Caribe. A informalidade atinge cerca de 130 milhões de trabalhadores na região. Há, ainda, elevação da taxa regional de desocupação entre os mais jovens que aumentou de 14,5% para 15,3%, de 2014 a 2015. No tocante a essa tendência, contudo, o Brasil não é o principal influenciador.

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É constrangedor ver a deterioração dos fundamentos da economia brasileira e constatar o crescente desgaste global da imagem de um país que tinha tudo para figurar entre os campeões. Somos os responsáveis pelas estatísticas continentais negativas do desemprego e do desempenho econômico e temos nossas notas seguidamente rebaixadas. Como se não bastasse, a comédia diária dos poderes Executivo e Legislativo e as intermináveis denúncias de improbidade são manchetes na mídia internacional e motivo de chacota e ironia. Somos os novos vilões do continente!

O mais grave é a inércia das autoridades. Nada fazem a não ser o esforço para manter seus cargos em Brasília. Enquanto brigam pelo poder, milhares de trabalhadores são demitidos, engrossando a dívida social e agravando o círculo vicioso da recessão.

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é presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo

Fabio Arruda Mortara

Greve na GM de São José dos Campos entra no terceir o dia - A greve na General Motors de São José dos Campos entrou no terceiro dia ontem (20) sem uma nova proposta da montadora em relação ao valor da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de 2015, informou o sindicato dos metalúrgicos da região. Eles reivindicam R$ 6,4 mil, já a GM propõe apenas R$ 5 mil e não marcou nova reunião. "Os trabalhadores sabem o que produzem e que a empresa tem condições de melhorar essa proposta", afirma o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros./ Da Redação

(Fonte: DCI dia 21-01-2016).

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INSS diz que tempo médio de espera para perícia pas sou de 20 para 89 dias

DE SÃO PAULO

O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) informou que, com a greve dos médicos peritos iniciada em setembro, o tempo médio de espera para o agendamento da perícia médica passou de 20 dias, antes do início do movimento, para 89 dias.

A categoria decidiu nesta segunda-feira (18) que 100% dos médicos peritos retornarão ao trabalho no próximo dia 25, mas vai manter o estado de greve, segundo informações da Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP).

Isso significa que os peritos voltam a atender, mas continua negociando suas reivindicações com o governo e pode cruzar os braços novamente. Durante o movimento, 30% da categoria continuou trabalhando.

A perícia é exigida para conseguir o auxílio-doença, aposentadoria especial por invalidez e para voltar ao trabalho depois da licença. Com a greve, muitos segurados estão sem receber os benefícios porque não conseguem ser atendidos por um médico perito.

O INSS estima que 1,3 milhão de perícias não tenham sido realizadas desde o início da paralisação. Outras 1,1 milhão de perícias médicas foram atendidas.

De setembro a dezembro, segundo o instituto, foram concedidos quase 608 mil benefícios por incapacidade das espécies auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e benefício de prestação continuada. O órgão calcula que cerca de 830 mil pedidos de concessão de benefícios estejam represados.

O INSS informou que o retorno dos médicos peritos ao trabalho permitirá ao órgão atuar para regularização do atendimento. "Muitos servidores já retomaram suas atividades, por isso, em boa parte das unidades do Instituto, o atendimento pericial já vem sendo

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realizado normalmente", diz, em nota.

"ATENDIMENTO ESSENCIAL"

De acordo com INSS, a regra de priorização do atendimento é definida pelo próprio instituto e "está estabelecida nos seus normativos".

"Com o objetivo de assegurar os direitos dos segurados, o INSS reafirma que os efeitos financeiros decorrentes dos benefícios concedidos retroagem à primeira data agendada, mesmo que a perícia médica tenha sido remarcada no período de paralisação."

O diretor da ANMP, Luiz Carlos Argolo, havia afirmado na segunda-feira que os peritos vão priorizar o que eles chamam de atendimento essencial. "Vamos priorizar o trabalhador que não está contemplado com auxílio-doença da Previdência, ou seja, que está requerendo o benefício pela primeira vez."

JORNADA DE TRABALHO

Na nota divulgada hoje, INSS diz ainda que foram oferecidas à categoria as mesmas condições e reajustes apresentados às demais carreiras com acordos já firmados ao final de 2015.

"O principal ponto de discordância, e que motivou o não retorno de parte dos peritos à atividade, é a exigência de redução da jornada de trabalho, de 40 horas para 30 horas semanais, sem a correspondente redução da remuneração", afirma.

"O governo já sinalizou com a possibilidade de estudar a implantação da jornada de 30 horas, mas propõe que isso ocorra em um contexto de reestruturação da carreira", acrescenta.

Além da redução da carga horária, os médicos peritos pedem aumento salarial de 27,5% em, no máximo, duas parcelas anuais, a recomposição do quadro de servidores e o fim da terceirização da perícia médica.

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País deve encerrar o ano com 1,4 mi de vagas formai s de trabalho a menos

O Brasil deve perder cerca de 1,4 milhão de postos formais de trabalho até o fim deste ano, após encerrar 2015 com um saldo negativo de 1,6 milhão, de acordo com estimativas da consultoria LCA.

Pelas previsões, a indústria ficará com cerca de 558 mil postos a menos, liderando entre os setores com maiores baixas no número de vagas.

Desde 1999, o país não tinha um segundo ano seguido com fechamento líquido de empregos, pelos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

"Os números também são mais impactantes que naquela época, mas hoje o estoque de vagas formais é maior do que nos anos 1990. Parte dos registrados foi devolvida à informalidade", lembra Fabio Romão, economista da LCA.

Em boa medida, segundo a consultoria, esse resultado aconteceu porque o setor de serviços vinha de bons resultados. "Mas tudo passou a piorar rapidamente. É uma reação às baixas dos outros setores e à perda de renda."

As projeções da consultoria apontam que o rendimento médio do brasileiro deve ter neste ano a segunda baixa consecutiva -retração de 2,5%, depois de fechar o ano passado com queda de 3,9%.

Apesar de liderar a perda de vagas, a indústria é o segmento com maior capacidade de reação, diz Romão.

"Em 2008, muitos postos sumiram, mas naquele período ficou claro que os efeitos da crise mundial não seriam severos no Brasil e se contratou de novo em 2009 e 2010."

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Corra, Brasil, Corra

A Codere, especializada em apostas em jogos, investiu R$ 4 milhões em um site brasileiro de corridas de cavalo, o Suaposta.com.

A plataforma, que será lançada nos próximos dias, é uma parceria do negócio espanhol com o Jockey Club do Rio Grande do Sul.

No Brasil, a lei 7.291, de 1984, permite a exploração da aposta no turfe por hipódromos ou agências credenciadas. Para criar a página, a Codere teve autorização do Ministério da Agricultura.

"A concorrência nessa área é pequena", diz André Gelfi, diretor da empresa no Brasil. "Queremos capturar o público que hoje aposta em sites estrangeiros."

Para reforçar a estrutura brasileira do site, ele trará as cores verde e amarela.

A empresa está de olho não só nos turfistas, estimados em cerca de 12 mil, mas também no público de quem gosta de jogar on-line, calculado em 5,6 milhões.

O jogador poderá apostar tanto em corridas nacionais, no Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, quanto em disputas em países como África do Sul, México e Austrália.

A Codere recebe uma porcentagem, que não revela, do valor da aposta. O restante fica com o hipódromo.

Desde 2005, a empresa tem seis casas de apostas no país, no Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro.

Empregados por um tempo

Para atender à demanda extra gerada pelas festas de fim de ano durante a crise econômica, a indústria e o comércio contrataram como temporários trabalhadores de níveis hierárquicos que costumavam ser fixos.

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Isso teve um efeito na remuneração dos temporários. Uma pesquisa da federação das empresas de RH desse setor mostra que, na média, o pagamento foi 30% maior em 2015 do que no ano anterior.

No entanto, houve uma queda de 36% no volume de contratações.

Esse tipo de contrato curto deve aumentar neste ano, na avaliação de Wander Morales, presidente da federação.

"As empresas podem ter uma demanda extraordinária, mas não é possível saber se ela irá se sustentar. E, por isso, os empregadores vão chamar mais temporários."

As efetivações foram de 6%, um acréscimo de três pontos percentuais em relação a 2014. No entanto, é uma proporção muito menor do que o nível histórico, que costuma ser de 15%.

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Carrinho Seletivo

Mais de 71% das categorias de produtos vendidos em drogarias não têm a preferência do consumidor pela compra nesses estabelecimentos, segundo o ICTQ (que pesquisa o mercado farmacêutico). Os tipos de produtos que mais levam clientes à farmácia são os medicamentos (100%) e os produtos para a pele (55%), como protetor solar e hidratante.

As demais categorias, como produtos capilares e as linhas de consumo para uso masculino, são procuradas sobretudo nos supermercados, onde o consumidor é menos objetivo. "Os xampus e as lâminas de barbear são comprados mais em mercados por questão de hábito, não por preço", diz Marcus Vinícius Andrade, diretor do instituto. "Apesar da concorrência, a linha de suplementos alimentares, por exemplo, não se encontra disponível em todas as farmácias, mas tem se tornado uma tendência."

Venda na baixa A Apex fará nesta quinta-feira (21) evento em Davos, na Suíça, para mostrar o Brasil como destino para investimentos. Sociedade... O escritório de direito L.O. Baptista, Schmidt, Valois, Miranda, Ferreira, Agel tem seis novos sócios desde o início deste ano.

...maior Os nomes são Cassia Cascione, Esther Jerussalmy Cunha, Renata Castro Veloso, Silvia de Miranda, Paulo Garcia Neto e Rafael Alves.

(Fonte: Folha de SP dia 21-01-2016).

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