energia fileprofessor da unesp cria placa móvel de energia solar (estadão online 21:46h)...

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1 ENERGIA Governo tenta salvar disputa em Belo Monte (Folha de SP) 08/04/2010 ........................................................................ 3 Ministro descarta mudar edital de usina (Folha de SP) 08/04/2010 ................................................................................. 3 Serra analisa dados do PAC para discurso de pré-candidatura (Folha de SP) 08/04/2010 .......................................... 4 Consumo de energia cresce 8,5% em março, aponta NOS (Folha de SP) 08/04/2010 .................................................. 5 Procuradoria quer barrar leilão de hidrelétrica (Folha de SP) 08/04/2010 ...................................................................... 5 Projeto aumenta prazo para aviso de corte de energia (Folha de SP) 08/04/2010 ......................................................... 6 Painel Regional (Folha de SP) 08/04/2010 .......................................................................................................................... 6 Zimmermann confirma para o dia 20 leilão de Belo Monte (Estadão Online 7:54h) 08/04/2010................................... 7 Belo Monte corre o risco de perder mais um ano (O Estado de SP) 08/04/2010............................................................ 8 Governo diz que leilão está mantido em 20 de abril (O Estado de SP) 08/04/2010........................................................ 8 Projeto proíbe corte de serviços públicos básicos (O Estado de SP) 08/04/2010 ......................................................... 9 Leilão de Belo Monte corre risco (O Estado de SP) 08/04/2010 ..................................................................................... 10 Bertin forma grupo para disputar Belo Monte (Valor Econômico) 08/04/2010 ............................................................. 11 Advocacia Geral da União se prepara para batalha jurídica (Valor Econômico) 08/04/2010 ...................................... 12 Ministro diz que espera até três consórcios (Valor Econômico) 08/04/2010................................................................ 13 Degradação ambiental vai a debate em MG (Valor Econômico) 08/04/2010................................................................. 13 O pré-sal e o "gargalo" em Brasília (Valor Econômico) 08/04/2010 .............................................................................. 14 Renan propõe votação de royalties em 2011 (Valor Econômico) 08/04/2010............................................................... 15 A tributação dos 'gatos' de energia pelo ICMS (Valor Econômico) 08/04/2010 ........................................................... 16 Carga de energia (Valor Econômico) 08/04/2010 ............................................................................................................. 17 Ministério Público entra com ação hoje contra Belo Monte (Correio Popular) 08/04/2010 ........................................ 17 Presidente da Eletrobras se diz surpreso com empresas (Estadão Online 21:27h) 07/04/2010 ................................ 18 Professor da Unesp cria placa móvel de energia solar (Estadão Online 21:46h) 07/04/2010..................................... 18 Brasil oferece investimentos sem precedentes à Bolívia (Estadão Online 19:25h) 07/04/2010 ................................. 20 Alupar recebe elevação de rating pela Fitch (CanalEnergia) 07/04/2010 ...................................................................... 21 Light ON encerra em baixa de 1,89% (CanalEnergia) 07/04/2010 .................................................................................. 21 Light isenta consumidores de cobrança de juros em faturas que vencem nesta semana (CanalEnergia) 07/04/2010 ............................................................................................................................................................................ 21 Odebrecht e Camargo Corrêa desistem de Belo Monte (CanalEnergia) 07/04/2010 ................................................... 21 Pesquisa revela que apenas 6,3% das indústrias do RJ usam fontes renováveis (CanalEnergia) 07/04/2010 ........ 22 Rafael Figueiredo, advogado: Private equity e venture capital em energias renováveis e tecnologias limpas - o Brasil no cenário mundial (CanalEnergia) 07/04/2010 .................................................................................................... 23 Reservatórios do Norte atingem 99,3% do volume armazenado (CanalEnergia) 07/04/2010 ..................................... 25 MPF pede anulação da LP e cancelamento do leilão de Belo Monte (CanalEnergia) 07/04/2010 .............................. 25 Escelsa: MPF/ES pede suspensão de repasse da Cofins e do PIS/PASEP aos consumidores (CanalEnergia) 07/04/2010 ............................................................................................................................................................................ 26 TCU se reúne com presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara (CanalEnergia) 07/04/2010 ................ 26 Celesc PNB opera em queda de 2,59% (CanalEnergia) 07/04/2010 ............................................................................... 26 Carga do SIN apresenta elevação de 8,5% em março (CanalEnergia) 07/04/2010....................................................... 27 Aneel contrata empresa para pesquisa do IASC 2010 (CanalEnergia) 07/04/2010 ...................................................... 27 CEB esclarece ao MME providências tomadas para evitar desligamentos no DF (CanalEnergia) 07/04/2010 ........ 28 Copel investe R$ 16 milhões na construção da subestação Santa Felicidade (CanalEnergia) 07/04/2010 ............. 28

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ENERGIA Governo tenta salvar disputa em Belo Monte (Folha de SP) 08/04/2010 ........................................................................ 3 Ministro descarta mudar edital de usina (Folha de SP) 08/04/2010 ................................................................................. 3 Serra analisa dados do PAC para discurso de pré-candidatura (Folha de SP) 08/04/2010 .......................................... 4 Consumo de energia cresce 8,5% em março, aponta NOS (Folha de SP) 08/04/2010 .................................................. 5 Procuradoria quer barrar leilão de hidrelétrica (Folha de SP) 08/04/2010 ...................................................................... 5 Projeto aumenta prazo para aviso de corte de energia (Folha de SP) 08/04/2010 ......................................................... 6 Painel Regional (Folha de SP) 08/04/2010 .......................................................................................................................... 6 Zimmermann confirma para o dia 20 leilão de Belo Monte (Estadão Online 7:54h) 08/04/2010 ................................... 7 Belo Monte corre o risco de perder mais um ano (O Estado de SP) 08/04/2010 ............................................................ 8 Governo diz que leilão está mantido em 20 de abril (O Estado de SP) 08/04/2010 ........................................................ 8 Projeto proíbe corte de serviços públicos básicos (O Estado de SP) 08/04/2010 ......................................................... 9 Leilão de Belo Monte corre risco (O Estado de SP) 08/04/2010 ..................................................................................... 10 Bertin forma grupo para disputar Belo Monte (Valor Econômico) 08/04/2010 ............................................................. 11 Advocacia Geral da União se prepara para batalha jurídica (Valor Econômico) 08/04/2010 ...................................... 12 Ministro diz que espera até três consórcios (Valor Econômico) 08/04/2010 ................................................................ 13 Degradação ambiental vai a debate em MG (Valor Econômico) 08/04/2010 ................................................................. 13 O pré-sal e o "gargalo" em Brasília (Valor Econômico) 08/04/2010 .............................................................................. 14 Renan propõe votação de royalties em 2011 (Valor Econômico) 08/04/2010 ............................................................... 15 A tributação dos 'gatos' de energia pelo ICMS (Valor Econômico) 08/04/2010 ........................................................... 16 Carga de energia (Valor Econômico) 08/04/2010 ............................................................................................................. 17 Ministério Público entra com ação hoje contra Belo Monte (Correio Popular) 08/04/2010 ........................................ 17 Presidente da Eletrobras se diz surpreso com empresas (Estadão Online 21:27h) 07/04/2010 ................................ 18 Professor da Unesp cria placa móvel de energia solar (Estadão Online 21:46h) 07/04/2010 ..................................... 18 Brasil oferece investimentos sem precedentes à Bolívia (Estadão Online 19:25h) 07/04/2010 ................................. 20 Alupar recebe elevação de rating pela Fitch (CanalEnergia) 07/04/2010 ...................................................................... 21 Light ON encerra em baixa de 1,89% (CanalEnergia) 07/04/2010 .................................................................................. 21 Light isenta consumidores de cobrança de juros em faturas que vencem nesta semana (CanalEnergia) 07/04/2010 ............................................................................................................................................................................ 21 Odebrecht e Camargo Corrêa desistem de Belo Monte (CanalEnergia) 07/04/2010 ................................................... 21 Pesquisa revela que apenas 6,3% das indústrias do RJ usam fontes renováveis (CanalEnergia) 07/04/2010 ........ 22 Rafael Figueiredo, advogado: Private equity e venture capital em energias renováveis e tecnologias limpas - o Brasil no cenário mundial (CanalEnergia) 07/04/2010 .................................................................................................... 23 Reservatórios do Norte atingem 99,3% do volume armazenado (CanalEnergia) 07/04/2010 ..................................... 25 MPF pede anulação da LP e cancelamento do leilão de Belo Monte (CanalEnergia) 07/04/2010 .............................. 25 Escelsa: MPF/ES pede suspensão de repasse da Cofins e do PIS/PASEP aos consumidores (CanalEnergia) 07/04/2010 ............................................................................................................................................................................ 26 TCU se reúne com presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara (CanalEnergia) 07/04/2010 ................ 26 Celesc PNB opera em queda de 2,59% (CanalEnergia) 07/04/2010 ............................................................................... 26 Carga do SIN apresenta elevação de 8,5% em março (CanalEnergia) 07/04/2010 ....................................................... 27 Aneel contrata empresa para pesquisa do IASC 2010 (CanalEnergia) 07/04/2010 ...................................................... 27 CEB esclarece ao MME providências tomadas para evitar desligamentos no DF (CanalEnergia) 07/04/2010 ........ 28 Copel investe R$ 16 milhões na construção da subestação Santa Felicidade (CanalEnergia) 07/04/2010 ............. 28

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SINDICAL Benefícios à classe trabalhadora (CUT Nacional) 07/04/2010 ...................................................................................... 28 1º Seminário de Planejamento da Secretaria de Relações de Trabalho (CUT Nacional) 07/04/2010 ....................... 29 Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CUT Nacional) 07/04/2010...................................................... 31 Funcionalismo (CUT Nacional) 07/04/2010................................................................................................................... 32 Setor Farmacêutico (CUT Nacional) 07/04/2010 .......................................................................................................... 32 Defender a saúde com políticas públicas (CUT Nacional) 07/04/2010 ...................................................................... 33 HIV-AIDS, solidariedade e cidadania – o mundo do trabalho no combate à pandemia (CUT Nacional) 07/04/2010 .............................................................................................................................................................................................. 34 Carta aberta dos jornalistas aos trabalhadores do setor público (CUT Nacional) 07/04/2010 ................................ 35 As lições da crise e os anseios por renovação (CUT Nacional) 07/04/2010 ............................................................. 35 Contraf-CUT envia ofício para a Caixa e cobra suspensão da reestruturação (CUT Nacional) 07/04/2010 ............ 36 Folha de S. Paulo chora por Vox Populi favorável a Dilma e é desmoralizada (CUT Nacional) 07/04/2010 ......... 38 Produção da indústria cresce em sete das 14 áreas pesquisadas pelo IBGE (CUT Nacional) 07/04/2010 ............. 39 Santos: Eleição no Sindicato dos Metalúrgicos continua até quinta (CUT Nacional) 07/04/2010 ......................... 39 TST condena Bradesco a reintegrar bancário com doença cardíaca grave (CUT Nacional) 07/04/2010 .............. 39

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Governo tenta salvar disputa em Belo Monte (Folha de SP) 08/04/2010 Após desistência de Odebrecht e Camargo Corrêa, Planalto articula formação emergencial de novo consórcio para concorrer no leilão Construtoras discordam de condições de preço e prazo para o projeto da usina; novo grupo poderá ser formado por Alupar, Bertin e OAS MARCIO AITH AGNALDO BRITO DA REPORTAGEM LOCAL Um forte obstáculo surgiu ontem à possibilidade de competição no leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, principal vitrine de obras da pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. O consórcio liderado pelas construtoras Camargo Corrêa e Odebrecht desistiu de participar do leilão, previsto para o próximo dia 20, por não concordar com as condições de preço e prazo estipuladas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) -a desistência foi antecipada pela Folha Online na tarde de ontem. Nota divulgada pelo consórcio informa: "Após análise detalhada do edital de licitação da concessão, assim como dos esclarecimentos posteriores fornecidos pela Aneel, as empresas não encontraram condições econômico-financeiras que permitissem sua participação na disputa". Até ontem, com a saída das duas construtoras, restava apenas um único consórcio na disputa daquela que será a terceira maior hidrelétrica do mundo (depois de Três Gargantas, na China, e de Itaipu). O consórcio remanescente é formado por Andrade Gutierrez, Neoenergia (associação entre a Iberdrola, a Previ e o Banco do Brasil) e dois autoprodutores de energia: a Vale e a Votorantim. A desistência dos grupos Odebrecht e Camargo Corrêa gerou uma correria ontem dentro do governo a fim de viabilizar, de qualquer forma, um segundo concorrente para o leilão do próximo dia 20. Segundo a Folha apurou, uma alternativa era a de estimular a formação de um consórcio integrado pela Alupar, pela Bertin e pela construtora OAS. A Folha tentou ontem, sem sucesso, contato com a direção das três empresas. O mercado tem dúvidas sobre a capacidade financeira desse eventual consórcio de disputar o projeto da hidrelétrica de Belo Monte, estimado em R$ 19 bilhões. Outra alternativa do governo para liderar um terceiro consórcio, o grupo Suez também não apresentou proposta para se associar à Eletrobras, embora não descarte futura participação, "apesar de ser um projeto muito grande e ainda sem garantias de viabilidade", disse à Folha o presidente da empresa no Brasil, Maurício Bahr. A saída da Camargo e da Odebrecht deu-se no momento em que elas desistiram de aderir à convocação da Eletronorte, subsidiária da Eletrobras, que seria sócia com até 49%. A convocação da Eletronorte foi a forma de a holding Eletrobras dividir as subsidiárias para a composição com os grupos privados interessados no leilão. Sem uma parceria com as estatais, é praticamente descartada a participação de consórcios 100% privados. A rigor, Camargo e Odebrecht até poderiam vir a participar do leilão sem aderir à Eletronorte. Mas concluíram que, sem a estatal, não existe oxigênio financeiro para tanto. O motivo final que levou as duas empreiteiras a desistir do negócio foi a negativa da Aneel, divulgada ontem, aos últimos pleitos feitos para melhorar as condições do edital. O primeiro pleito dizia respeito à correção monetária, de dezembro de 2008 até a data do leilão, do preço-teto previsto no edital, de R$ 83,00 por megawatt-hora. O outro pedido era criar mecanismo para reduzir o risco da diferença de preço de energia entre o mercado do Norte, onde a usina será instalada, e o do Sudeste, onde há mais demanda. Sem esse mecanismo, o risco financeiro do negócio se ampliava sensivelmente, dizem as construtoras. A existência de apenas um grupo interessado torna extremamente comprometido o ambiente de forte competição que a ex-ministra Dilma Rousseff desejava dar ao processo licitatório de Belo Monte. No "mundo ideal" de Dilma, ao menos três consórcios entrariam na disputa pelo projeto, o que forçaria para baixo o preço-teto da energia negociada e também sinalizaria um benefício ao consumidor em pleno ano eleitoral. -------------------------------------------------------------------------------- Colaborou LEILA COIMBRA , da Sucursal de Brasília

Ministro descarta mudar edital de usina (Folha de SP) 08/04/2010 Novo titular de Minas e Energia diz que empresas se inscreveram de forma avulsa e que acredita na formação de mais consórcios

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Para Marcio Zimmermann, leilão de Belo Monte não corre riscos após a desistência de participação da Camargo Corrêa e da Odebrecht Crianças à beira de braço do rio Xingu em local no qual está prevista a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará LEILA COIMBRA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O governo minimizou a desistência da Camargo Corrêa e da Odebrecht de participar do leilão da usina de Belo Monte. O recém-empossado ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, descartou alteração no preço-teto da tarifa, estipulado em R$ 83 o megawatt-hora e considerado baixo pelos investidores. Segundo ele, também não haverá mudanças nas regras de comercialização da energia produzida pela usina, como pediram os agentes interessados na disputa. "Isso demandaria alterações no modelo, a edição de decretos e um novo edital, que atrasariam todo o processo. Está descartado." A notícia da desistência fez soar o alarme vermelho no Planalto assim que chegou aos gabinetes de Brasília. Zimmermann foi chamado às pressas à sala da também nova ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, para tratar do tema. Depois de mais de duas horas de reunião, ele disse, porém, que acredita que haverá, sim, competição no leilão da hidrelétrica. "Várias empresas se inscreveram avulsamente, e acreditamos que haverá dois ou três consórcios participando da licitação." O ministro não quis revelar quais empresas teriam se inscrito. Zimmermann afirmou que a Eletrobras vai analisar as afinidades entre as empresas inscritas para formar consórcios com suas subsidiárias Furnas, Eletronorte, Chesf e Eletrosul. Segundo a Eletrobras, mais de dez companhias se inscreveram no processo. A estatal também não informou os nomes e as formações dos consórcios. Para Zimmermann, o leilão da usina não corre riscos e, na visão dele, a usina de Belo Monte é um dos empreendimentos hidrelétricos mais baratos quando se observa a sua capacidade de geração de energia. "Eu tenho otimismo no leilão de Belo Monte. Já temos hoje um consórcio formal, o da Andrade Gutierrez, e pelo menos outro se formando", disse, novamente sem citar quais grupos estariam inscritos. O ministro não quis comentar rumores de que o governo estaria patrocinando um novo grupo para evitar o fracasso do leilão. A Folha apurou que o governo tentaria viabilizar um consórcio formado pela Alupar, pela Bertin e pela construtora OAS. Sobre o questionamento do Ministério Público Federal do Pará, que disse que vai entrar na Justiça contra o licenciamento ambiental prévio concedido para a construção da usina no rio Xingu (PA), Zimmermann disse acreditar na solidez do processo de licenciamento. "A legislação ambiental brasileira é uma das mais rigorosas do mundo. A partir do momento em que a usina de Belo Monte obtém licença prévia, é porque atendeu todos os requisitos."

Serra analisa dados do PAC para discurso de pré-candidatura (Folha de SP) 08/04/2010 Tucano também estuda "nós" do setor de energia, que já esteve sob comando de Dilma, para contrapor seu currículo ao dela Ex-governador quer mostrar "linhas de ação" e exaltar resultados obtidos por seu governo para destacar sua capacidade de investimento CATIA SEABRA DA REPORTAGEM LOCAL O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, se debruça sobre os buracos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para a redação do discurso de lançamento de sua candidatura, no sábado. Além do PAC -plataforma de lançamento da ex-ministra Dilma Rousseff (PT)-, Serra estuda os "nós" no setor de energia, que já esteve sob responsabilidade da ministra. Segundo seus interlocutores, a intenção não é expor números negativos. Mas contrapor o seu currículo ao da ex-ministra. Ao propor a superação dos problemas de infraestrutura, Serra lançará luz sobre os obstáculos para o crescimento do país. Apostando no lema "o Brasil pode mais", Serra pretende avançar um degrau em relação ao discurso de despedida do governo, semana passada. Além de manter a defesa de valores e princípios éticos na política - mesmo negando que o PT seja o destinatário do recado - Serra apresentará o que chama de "linhas de ação". Serra pediu a colaboradores dados sobre o crescimento do país em comparação ao resto do mundo, bem como os gargalos para o desenvolvimento.

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Ações em SP Defensor de um Estado ativo, mas enxuto, Serra deverá exaltar ações do seu governo como demonstração de capacidade de investimento. A política ambiental deverá ser exibida como contraponto a Dilma. Serra deverá enaltecer gastos sociais para deixar claro que, se eleito, não acabaria com o Bolsa Família. A educação profissionalizante surge como fonte de emancipação. Ele evitará ainda expressões como "corte de gastos". Segundo interlocutores, Serra está disposto a neutralizar a ideia de que intervirá na economia caso eleito. Mas não dá sinais de que pretenda se aprofundar em números no sábado.

Consumo de energia cresce 8,5% em março, aponta NOS (Folha de SP) 08/04/2010 DA SUCURSAL DO RIO O consumo de energia elétrica cresceu 8,5% em março ante igual período em 2009, segundo dados preliminares do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Em relação a fevereiro, a carga que circulou pelo sistema nacional foi praticamente estável, com leve variação negativa de 0,1%. Segundo o Boletim de Carga Mensal do ONS, a alta pode ser explicada pela retomada da produção industrial, afetada pela crise no início de 2009, aliada ao aumento do consumo residencial, com o uso de mais aparelhos de ar condicionado. A carga de energia é uma prévia do consumo de energia. O ONS mede o valor total que passa no sistema e não contabiliza as eventuais perdas de energia. Ao todo, a carga de energia elétrica em setembro totalizou 58.311 MW médios.

Procuradoria quer barrar leilão de hidrelétrica (Folha de SP) 08/04/2010 JOÃO CARLOS MAGALHÃES DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM Baseado em análises que apontam uma série de supostas ilegalidades no processo de licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte (PA), o Ministério Público Federal no Pará anunciou que vai hoje pedir na Justiça a anulação da licença prévia da obra e o cancelamento do leilão, marcado para o dia 20. De acordo com a Procuradoria, o governo federal, para fazer o projeto avançar, desrespeitou a Constituição, cujo artigo 176 obriga a criação de uma lei que regulamente a exploração hidrelétrica em terras indígenas (como no caso da usina de Belo Monte). A norma nunca foi feita. Além disso, diz o Ministério Público Federal no Pará, ao marcar o leilão o governo atropelou a resolução nº 6/1987 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente), pela qual as ofertas só podem ser feitas quando já há a licença de instalação -subsequente à licença prévia e ainda não concedida à usina. Por fim, os relatórios do Ministério Público Federal no Pará reforçam o que dizem acadêmicos e ambientalistas: a usina irá causar danos à fauna, à flora e a comunidades da região, sem necessariamente dar em troca quantidade estável de energia. Dentre os danos, o Ministério Público Federal no Pará destacou o "risco à vida" de pessoas, animais e plantas que vivem numa área do rio Xingu que deve praticamente secar com a construção. Para a Procuradoria, ainda não está explicado como será possível manter um nível mínimo de água a essas populações e, ao mesmo tempo, ter vazão suficiente para gerar a energia prometida. Ubiratan Cazetta, um dos procuradores, disse que a análise foi isenta e que há "componente eleitoral" na aceleração da aprovação da licença. Ibama Pedro Alberto Bignelli, diretor de licenciamento ambiental do Ibama, rebateu as críticas. Disse que não haverá área indígena diretamente afetada e que o que será leiloado será o "aproveitamento hidrelétrico", e não a obra -não se aplicando, portanto, a resolução do Conama. Bignelli afirmou também que os estudos do órgão demonstram a possibilidade de a vazão do rio prover, ao mesmo tempo, energia e volume necessário para a sobrevivência da fauna local. O Ministério Público Federal no Pará também deverá notificar o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), as empreiteiras envolvidas na disputa pela obra e a mineradora Vale sobre o risco de se tornarem coautores de eventuais danos ambientais. Todas são "pessoas jurídicas potencialmente interessadas no empreendimento", afirmou o MPF, em nota. Procurados, BNDES e empresas não comentaram.

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Projeto aumenta prazo para aviso de corte de energia (Folha de SP) 08/04/2010 Proposta aprovada no Senado e que segue agora para a Câmara estabelece 30 dias de antecedência, ante os 15 dias atuais Texto abrange outros serviços públicos, como água e telefonia, cujos prazos de aviso, hoje, variam de 15 a 30 dias NOELI MENEZES HUMBERTO MEDINA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Fornecedoras de serviços públicos como água, energia elétrica e telefonia poderão interromper o abastecimento em caso de inadimplência mediante notificação prévia de 30 dias, segundo projeto aprovado ontem pelo Senado. O texto diz que a notificação será feita com o envio de comunicado discriminando o valor da dívida, dos juros, das taxas e dos encargos, Hoje, para energia elétrica, por exemplo, a antecedência exigida para o aviso de corte é de 15 dias. O texto segue para votação na Câmara dos Deputados. A proposta original, do senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), vetava a inclusão dos inadimplentes em cadastro público de devedores (SPC e Serasa). Mas o relator Romero Jucá (PMDB-RR) acatou emenda de Delcídio do Amaral (PT-MS) excluindo esse trecho. "Não se pode negar às concessionárias de serviços públicos o exercício legítimo do seu direito de credoras, solicitando a anotação dos inadimplentes nos bancos de dados de proteção ao crédito", afirma Amaral ao justificar sua emenda. Prazos atuais Hoje, as distribuidoras de energia precisam avisar os inadimplentes 15 dias antes de efetuar o corte por falta de pagamento. Apesar de a legislação do setor elétrico não tratar do envio do nome aos serviços de proteção ao crédito, as concessionárias podem fazer isso. No caso da água, a regra fica a cargo de agências reguladoras municipais ou estaduais. Em São Paulo, a Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo), que atende 173 municípios (inclusive a capital), já usa a regra de 30 dias de antecedência para o aviso de corte. A regulamentação da Arsesp prevê que a notificação deve ser enviada em até 90 dias após o não pagamento da conta. Caso isso não ocorra, a empresa ficará impedida de cortar o abastecimento com base nesse débito. No setor de telefonia celular, passados 15 dias do vencimento da conta, a empresa pode bloquear chamadas originadas do aparelho do usuário e feitas para o seu número a cobrar. Depois de 30 dias, a empresa pode suspender completamente o serviço. Com 45 dias de atraso, o contrato pode ser rescindido. A partir daí, o nome do cliente pode ir aos serviços de proteção ao crédito. Na telefonia fixa, a concessionária pode suspender as chamadas originadas do aparelho do assinante com 30 dias de inadimplência, mas tem que avisá-lo com 15 dias de antecedência. Passados mais 30 dias, o serviço pode ser completamente cortado, mas, novamente, o usuário terá que ser avisado da medida 15 dias antes. Passados mais 30 dias, a concessionária pode rescindir o contrato, desde que avise o consumidor antes. Aí o nome do usuário pode ir para os serviços de proteção ao crédito. A proposta determina que, em caso de hospitais, escolas e usuários de baixa renda, a interrupção ou restrição dos serviços não poderá ser abrupta. -------------------------------------------------------------------------------- Com PAULA NUNES , colaboração para a Folha

Painel Regional (Folha de SP) 08/04/2010 ELIANE SILVA - [email protected] Livro de promotor O promotor do Meio Ambiente de Ribeirão, Marcelo Pedroso Goulart, que ficou conhecido nacionalmente por seu posicionamento polêmico em questões ligadas à reforma agrária e à reforma do Código Florestal, prepara o lançamento de um livro sobre a atuação do Ministério Público Estadual. Em 13 capítulos, Goulart defende a atuação da Promotoria como agente político transformador da sociedade e não apenas como um agente do processo. O título é mantido sob segredo. Goulart recebeu indicação de duas editoras, uma de São Paulo e outra de Minas Gerais. A expectativa é conseguir lançar o livro em junho, durante a Feira do Livro de Ribeirão. São Tomé. Começa a vigorar hoje a redução da tarifa de energia elétrica na região de Ribeirão. Para os consumidores residenciais, a queda será de 5,04%. Indústrias vão ter redução de 6,64%.

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Dólar. A conta mais baixa se deve à diminuição no custo da energia comprada em dólar pela CPFL da hidrelétrica de Itaipu. Na cola... A prefeita Dárcy Vera (DEM), de Ribeirão, "parafraseou" ontem o governador José Serra (PSDB), que, nas últimas visitas ao interior, evitou responder perguntas dos repórteres sobre qualquer assunto que não fosse o do evento em que estava. ...de Serra. Ontem, ao sair de um evento sobre cana, Dárcy não quis responder perguntas sobre o pedido de gratificação diferenciada feito pelos médicos. "Eu não vou falar sobre isso. Nós estamos conversando sobre produtividade da cana." Vitrine. Aliás, a mestre de cerimônias do evento sobre investimentos na cana que termina amanhã no Theatro Pedro 2º é justamente a vereadora Silvana Rezende, tucana como Serra e principal opositora de Dárcy. Dupla. O Sindicato das Indústrias de Calçados de Franca se reuniu com as duas entidades que representam os sapateiros e que travam batalha judicial para representar a categoria. Proposta. Os sindicatos pediram reajuste do salário, do piso e do abono escolar, além de dois dias para que o sapateiro leve familiares ao médico, entre outros. A diferença foi o índice pedido pelas entidades. Mas as propostas foram recusadas. Maluf. Quem virá a Ribeirão amanhã é o deputado federal Paulo Maluf (PP). Ele e o pré-candidato ao governo Celso Russomano participam do encontro regional do partido.

Zimmermann confirma para o dia 20 leilão de Belo Monte (Estadão Online 7:54h) 08/04/2010 GERUSA MARQUES E TÂNIA MONTEIRO Agencia Estado BRASÍLIA - Apesar da desistência da Camargo Corrêa e da Odebrecht de participarem da disputa da hidrelétrica de Belo Monte, está mantida a data de 20 de abril para o leilão da usina. O ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, assegurou ontem que está sendo montado um segundo consórcio de empresas privadas com subsidiárias da Eletrobrás, além da parceria anunciada entre Andrade Gutierrez, Vale, Votorantim e Neoenergia. Ele não citou nomes, mas disse que várias empresas se inscreveram na chamada promovida pela Eletrobrás, cujo prazo acabou ontem. "A expectativa é de que vá ter uma competição e que trará benefício para o consumidor", disse Zimmermann. O ministro disse ainda que não vai mudar o preço de R$ 83 por megawatt/hora fixado no edital. "Estamos otimistas com o leilão de Belo Monte no dia 20. Afinal, é um projeto que todos os técnicos do setor esperam por muitos anos e está tudo se encaminhando para que seja realizado o leilão." A desistência das duas grandes empreiteiras, contudo, causou preocupação no governo, que esperava contar com três consórcios na disputa. O sucesso do leilão é importante porque Belo Monte é o principal projeto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que, por sua vez, é a maior bandeira da campanha da ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência. Zimmermann, que havia dado declarações confiantes, no meio da tarde, passou quase três horas reunido ontem à noite com a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, depois que soube da desistência da Camargo Corrêa e Odebrecht. A articulação do governo é para garantir a participação de pelo menos dois consórcios. O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz, disse que ficou surpreso com a decisão da Camargo Corrêa e da Odebrecht. Ele ressaltou, entretanto, que o prazo de inscrição no leilão, junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ainda não acabou. "Elas declinaram de participar com a Eletrobrás mas o prazo vai até o dia 14", afirmou. Ele acrescentou que a condução do leilão de Belo Monte está sendo feita pelo governo, mas admitiu que "é complicado" se restar apenas um consórcio na disputa. "Aí não é leilão." O governo teve de se preocupar também com a nova investida do Ministério Público do Pará contra a concessão do licenciamento ambiental para a construção Belo Monte. O procurador da República Claudio Amaral anunciou que entra hoje com uma ação civil pública contra o licenciamento. "A legislação ambiental brasileira é uma das mais rigorosas que existem no mundo. A partir do momento em que uma usina, como Belo Monte, obteve a licença prévia, é porque atendeu todos os requisitos dessa legislação", reagiu Zimmermann.

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O ministro disse que o governo está seguro de que o processo de licenciamento de Belo Monte não tem nenhum problema. E evitou fazer uma avaliação se o Ministério Público, ao questionar judicialmente o licenciamento, estaria entrando em confronto com a Advocacia-Geral da União (AGU). Em fevereiro, a AGU ameaçou processar junto ao Conselho Nacional do Ministério Público os procuradores federais que abusassem de suas prerrogativas para impedir a construção de Belo Monte, movendo ações judiciais sem fundamento definido contra o projeto. Ontem, porém, a AGU não quis comentar o assunto. A assessoria da AGU informou que ainda vai definir que instrumento usará para contestar a nova ação na Justiça, mas já está certo que defenderá o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão responsável pela concessão da licença ambiental para a construção da usina. A ideia é garantir que a obra siga adiante e não sofra novos atrasos. Só depois de analisar detalhadamente os termos da ação é que a AGU poderá saber se é o caso de levar adiante a ameaça de denunciar os procuradores.

Belo Monte corre o risco de perder mais um ano (O Estado de SP) 08/04/2010 Renée Pereira Cenário: Uma das principais preocupações de um possível adiamento do leilão da Hidrelétrica de Belo Monte é o regime de chuvas da Região Norte. Se perder a janela hidrológica, o governo perde um ano inteiro de trabalho, como ocorreu no ano passado. A ideia inicial era fazer o leilão em dezembro de 2009 para que as vencedoras tivessem tempo de conseguir a licença de instalação durante o período chuvoso, que começa em janeiro. Mas a dificuldade para conseguir a licença prévia atrapalhou os planos e atrasou o cronograma de construção da usina. O risco de perder mais um ano voltou a rondar Belo Monte ontem, com a decisão do consórcio Odebrecht/Camargo Corrêa de desistir do leilão, marcado para o dia 20, e com a notícia de que o Ministério Público do Pará vai pedir a anulação da licença concedida pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). No setor, já se comenta que o leilão deverá ser adiado. O prejuízo disso tudo é que, se o cronograma sofrer alguma alteração, o governo terá de se virar para suprir a quantidade de energia que a hidrelétrica injetaria no sistema nacional a partir de 2015. As experiências anteriores não trazem boas lembranças. Em 2007 e 2008, quando havia uma escassez de projetos hidrelétricos para serem leiloados, o governo foi obrigado a contratar energia de usinas térmicas a óleo diesel e óleo combustível, caras e extremamente poluentes, para atender à demanda do mercado. Isso representou uma mudança na matriz energética brasileira, conhecida por ser predominantemente de energia renovável. No período, foram contratados cerca de 10 mil megawatts (MW). A intenção do governo é usar o leilão de Belo Monte, que terá capacidade de 11.233 MW, para reverter o processo. Mas, se houver atraso nas obras e dificuldade para licenciar outras 13 hidrelétricas previstas para ir a leilão este ano, não há garantias de que as térmicas não sejam requisitadas de novo. Outra grande preocupação é o avanço do consumo de eletricidade no País. A demanda dos serviços de energia elétrica já superou os níveis do pré-crise. Segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em fevereiro o consumo de energia avançou 10,7% em relação a igual mês do ano passado. No ano, o crescimento somou 9,9% e, em 12 meses, 1,1%. O resultado foi influenciado especialmente pela retomada do consumo industrial e residencial. Portanto, embora a situação hoje esteja razoavelmente tranquila, não se pode descuidar do setor de energia. Até porque a maioria da matriz elétrica é hídrica e depende do regime de chuvas, que neste ano está bastante generoso com o sistema nacional. Mas qualquer período seco pode complicar a situação. A expectativa do setor é que o governo federal use todo o know how conseguido no turbulento processo de licitação das hidrelétricas do Rio Madeira para superar os entraves de Belo Monte. E, na opinião de especialistas, vai usar todo o seu poder para tirar a usina do papel. Na opinião deles, porém, o governo também precisa lembrar de outras experiências e entender que o leilão de uma usina como essa não garante que a obra cumprirá os cronogramas previstos. Até porque as pressões ambientais continuarão.

Governo diz que leilão está mantido em 20 de abril (O Estado de SP) 08/04/2010 Expectativa era ter três consórcios na disputa, mas ministro diz que haverá uma segunda parceria com subsidiárias da Eletrobrás

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Tânia Monteiro, Gerusa Marques BRASÍLIA Apesar da desistência da Camargo Corrêa e da Odebrecht de participarem da disputa da hidrelétrica de Belo Monte, está mantida a data de 20 de abril para o leilão da usina. O ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann, assegurou ontem que está sendo montado um segundo consórcio de empresas privadas com subsidiárias da Eletrobrás, além da parceria anunciada entre Andrade Gutierrez, Vale, Votorantim e Neoenergia. Ele não citou nomes, mas disse que várias empresas se inscreveram na chamada promovida pela Eletrobrás, cujo prazo acabou ontem. "A expectativa é de que terá uma competição que trará benefício ao consumidor", disse Zimmermann. O ministro acrescentou que não vai mudar o preço de R$ 83 por megawatt/hora fixado no edital. "Estamos otimistas com o leilão de Belo Monte no dia 20. Afinal, é um projeto que todos os técnicos do setor esperam por muitos anos e está tudo se encaminhando para que seja realizado o leilão." A desistência das duas grandes empreiteiras, contudo, preocupa o governo, que esperava ter três consórcios na disputa. O sucesso do leilão é importante porque Belo Monte é o principal projeto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), maior bandeira da campanha da ex-ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência. Zimmermann, que havia dado declarações confiantes, no meio da tarde, passou quase três horas reunido ontem à noite com a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, depois que soube da desistência. A articulação do governo é para garantir a participação de pelo menos dois consórcios. O presidente da Eletrobrás, José Antonio Muniz, disse que ficou surpreso com a decisão da Camargo Corrêa e da Odebrecht. Ele ressaltou, entretanto, que o prazo de inscrição na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ainda não acabou. "Elas declinaram de participar com a Eletrobras mas o prazo vai até o dia 14", afirmou. Ele acrescentou que a condução do leilão de Belo Monte está sendo feita pelo governo, mas admitiu que "é complicado" se restar apenas um consórcio na disputa. "Aí não é leilão." Licença. O governo teve de se preocupar também com a nova investida do Ministério Público à concessão do licenciamento ambiental para a construção Belo Monte. O ministro disse que o governo está seguro de que o processo de licenciamento de Belo Monte não tem problema. E evitou avaliar se o Ministério Público, ao questionar judicialmente o licenciamento, estaria entrando em confronto com a Advocacia-Geral da União (AGU). Em fevereiro, a AGU ameaçou processar os procuradores federais que abusassem de suas prerrogativas para impedir a construção de Belo Monte, movendo ações judiciais sem fundamento contra o projeto. Ontem, porém, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, não quis comentar o assunto. A assessoria da AGU informou que ainda vai definir que instrumento usará para contestar a nova ação na Justiça, mas já está certo que defenderá o Ibama, responsável pela licença ambiental para a construção da usina. Para lembrar Usina pode custar R$ 30 bi A Usina Hidrelétrica de Belo Monte faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A obra envolve a construção de um desvio no curso do Rio Xingu e pode custar até R$ 30 bilhões. Quando pronta, ela será a maior hidrelétrica nacional e a terceira maior do mundo.

Projeto proíbe corte de serviços públicos básicos (O Estado de SP) 08/04/2010 Ana Paula Scinocca / BRASÍLIA Projeto de lei aprovado ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado proíbe a interrupção abrupta do fornecimento de energia elétrica, água e outros serviços públicos, como telefonia, para famílias de baixa renda, casas de saúde e hospitais, escolas, presídios e centros de internação de adolescentes, ainda que estejam inadimplentes. A proposta é terminativa na Casa e segue para a Câmara. "É preciso a manutenção mínima das atividades realizadas e a saúde das pessoas atingidas", defendeu o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), autor do projeto. "Não se pode admitir que a saúde pública seja colocada em risco em razão do corte abrupto de serviços púbicos, como os de fornecimento de água, energia elétrica e telefonia em relação à área da saúde e às instituições de ensino", afirmou o relator da matéria, senador Romero Jucá (PMDB-RR).

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Aviso prévio. Valadares explicou que, para os consumidores que não se enquadram nos estabelecimentos com proibição de corte de luz, a proposta torna obrigatória a notificação prévia - com pelo menos 30 dias de antecedência - do corte do serviço e o detalhamento ao consumidor do valor consolidado do débito, das parcelas que compõem a dívida. "Também antes do corte será preciso oferecer ao usuário oportunidade de parcelar a dívida", disse o senador. Valadares tentou ainda, pelo projeto, evitar que os inadimplentes tivessem seus nomes levados aos órgãos de proteção ao crédito. Mas Jucá, relator da proposta, recusou a proibição de registro, alegando que os cadastros de inadimplentes desempenham papel fundamental na proteção ao crédito. "Trata-se de mecanismo de grande importância para o desenvolvimento da economia do País", defendeu. Com isso, Jucá atendeu a uma observação, feita via emenda, do senador Delcídio Amaral (PT-MS), que justificou: "A inclusão de anotação de inadimplentes nos bancos de dados de proteção ao crédito visa proteger os futuros concedentes, evitando o aumento do risco de novo débito e contribuindo para a redução das taxas de juros".

Leilão de Belo Monte corre risco (O Estado de SP) 08/04/2010 Camargo Corrêa e Odebrecht anunciam desistência da disputa e Ministério Público Federal no Pará decide entrar com ação contra leilãoReação à usina. Índios participaram de sessão no Congresso Renée Pereira, Carlos Mendes, Wellington Bahnemann e Gerusa Marques A polêmica hidrelétrica de Belo Monte sofreu ontem novo revés. Numa decisão surpreendente, o consórcio Odebrecht/Camargo Corrêa anunciou que está fora da disputa pela terceira maior usina do mundo. Do Pará, veio outra notícia negativa: o Ministério Público Federal no Estado vai entrar hoje com uma ação civil pública na Justiça Federal de Altamira, pedindo a anulação da licença prévia da obra. Apesar das más notícias, o governo garante que o leilão será realizado dia 20. Uma das explicações para o otimismo é que, mesmo com a desistência da Odebrecht/Camargo Corrêa, haverá, pelo menos, dois consórcios na disputa da hidrelétrica, de 11.233 MW de potência. No mercado, no entanto, há quem aposte que o certame seja adiado, mais uma vez. A justificativa dada pelas duas construtoras para desistir do projeto foi que as condições econômico-financeiras impostas pelo governo não tornam o projeto viável. As empresas tentaram reverter o quadro fazendo reivindicações, como a revisão do preço previsto no edital. Mas não tiveram sucesso. Em resposta, enviada na madrugada de quarta-feira, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) afirmou não ser possível modificar as regras. Diante da negativa, o consórcio não fez o cadastramento na chamada pública realizada pela Eletronorte em nome da Eletrobrás. O prazo das inscrições, cujo objetivo era a formação de parcerias com as estatais, foi encerrado ontem, depois de ter sido adiado na semana passada exatamente porque Odebrecht/Camargo Corrêa não havia feito o cadastramento. Segundo um dos executivos que negociavam em nome do consórcio, a decisão de desistir do leilão ocorreu cerca de meia hora antes do fim do prazo das inscrições. Inscritos. Segundo a Eletrobrás, apesar da ausência do consórcio, mais de dez companhias fizeram o cadastramento. A estatal não informou os nomes e as formações dos grupos. Mas sabe-se que o consórcio formado por Andrade Gutierrez, Vale, Votorantim e Neoenergia fez a inscrição. Fontes garantem que a Suez também teria marcado presença na chamada pública, mas a empresa não confirmou. Outra notícia que circulou no setor ontem foi a de que a construtora OAS, a Alusa e a Bertin teriam se unido para formar um novo consórcio. Mas também não há confirmação se o grupo respondeu à chamada pública. Apesar de ser um passo importante, a inscrição não é garantia de participação no leilão. É apenas a declaração de interesse de se unir com uma estatal, que poderá ter até 49% de participação no consórcio. Para alguns investidores, o governo errou a mão no estudo de Belo Monte, assim como pode ter errado nas usinas do Rio Madeira, cujo preço-teto ficou bem acima do ofertado pelos consórcios. "Não haveria problema o governo colocar um preço-teto maior agora e deixar o mercado ajustar o valor", destaca uma fonte, que sugere a correção da tarifa calculada em 2008. A medida não exigiria mudança no edital. No momento do anúncio da desistência de Odebrecht/Camargo Corrêa, o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, estava em reunião com a ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, para discutir Belo Monte. Horas antes, o

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Ministério Público Federal no Pará havia anunciado que entraria hoje com uma ação civil pública para anular a licença prévia concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). De acordo com os procuradores, Belo Monte pode secar 100 km do Rio Xingu, comprometer a água e o alimento da população. Eles apontam oito problemas no licenciamento e afirmam ter havido "afronta à Constituição, às leis ambientais e às resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama)". Segundo os procuradores, o projeto só pode ir a leilão depois de emitida licença de instalação./ Infraestrutura: Odebrecht e Camargo Corrêa ficam fora de leilão; Andrade Gutierrez, Vale e Votorantim pressionam

Bertin forma grupo para disputar Belo Monte (Valor Econômico) 08/04/2010 Josette Goulart e Fernando Teixeira, de São Paulo Trecho do rio Xingu, proximo à casa de máquinas principal de Belo Monte: pressão para melhorar condições do leilão No mesmo dia em que as duas maiores construtoras do país, a Camargo Corrêa e a Odebrecht anunciaram que estão fora do leilão de Belo Monte, um outro grupo, formando um verdadeiro mutirão, se inscreveu para participar da disputa. A Bertin, junto com as construtoras Queiroz Galvão, OAS, Mendes Júnior e Serveng, e ainda com o apoio de um grupo chinês, se cadastrou na Eletrobras para ter a estatal como sócia. São pelo menos dois, portanto, os consórcios ainda interessados no leilão, já que o grupo da Andrade Gutierrez, Vale, Votorantim e Neoenergia também está cadastrado para ser sócio da Eletrobras. Algumas fontes do governo dizem que a Suez não se cadastrou, mas a empresa não quis informar a decisão que tomou. A pressão sobre o governo, para que ceda em alguns benefícios que melhorem as condições do leilão, só aumentou depois da saída das duas construtoras. Duas fontes importantes de diferentes empresas que compõem o grupo que tem a Vale, Votorantim e Neoenergia como sócios, dizem que o governo vai perder a queda de braço se continuar insistindo em não alterar as condições. Até mesmo a Previ, acionista da Vale e Neoenergia, está preocupada com os cálculos do retorno sobre o investimento que as condições do leilão impõem, segundo uma fonte próxima ao fundo. Na quarta-feira à noite, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou os esclarecimentos sobre o edital e afirmou que o preço-teto do leilão, de R$ 83 por MWh, não será corrigido pela inflação desde dezembro de 2008, como desejam as empresas. Se atendesse o pedido, o preço poderia ficar em R$ 89 por MWh. A Aneel também informou que não há nenhuma previsão do chamado "alívio de exposição de diferenças de submercados", que também era reivindicado. "Isso beneficia quem será sócio do empreendimento e pretende montar uma fábrica ao lado da usina", diz uma fonte das construtoras desistentes. O alívio de exposição era pedido em função do fato de que a energia será produzida no Norte do país, mas a maior parte dos grandes consumidores está no Sul e Sudeste. Há uma diferença de preços entre as regiões, risco que é assumido pelos consumidores. Ontem foi a cartada final das duas empreiteiras Odebrecht e Camargo para pressionar o governo. Durante o jogo nessa disputa por Belo Monte, as empresas já tinham tentado forçar alterações. Há cerca de um mês, às vésperas de a Aneel aprovar o edital do leilão, o presidente de uma das construtoras ligou pessoalmente ao presidente de uma das empresas que compõem o consórcio liderado pela Andrade Gutierrez para dizer que a empresa estava fora da disputa e oferecendo os serviços de construtora. O recado era para o governo e as construtoras sabiam que ele chegaria ao destino, pois a Previ é uma das donas de duas empresas que estão no consórcio. Aquela cartada, porém, não rendeu o efeito esperado. O edital não foi alterado em uma vírgula. Ontem veio nova rodada do jogo e a principal carta foi usada. Apesar de anunciarem a saída por entenderem que não existem condições econômico-financeiras para participar da disputa, as empresas deixaram em aberto a possibilidade de voltar ao páreo. O último parágrafo do comunicado oficial que fizeram ontem diz: "A Camargo Corrêa e a Odebrecht reafirmam o compromisso de contribuir com o sucesso do empreendimento, dado que nos últimos anos participaram ativamente dos estudos para o desenvolvimento da Usina Hidrelétrica Belo Monte." A volta poderia se dar caso o governo altere alguma condição, seja revendo a questão da exposição de submercados ou ainda concedendo benefícios fiscais e enquadrando o empreendimento nas regras da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). Ainda se espera também as condições de financiamento do BNDES. Para a Camargo foram dez anos de estudo, sob a liderança de um ex-funcionário que hoje é nada mais nada menos do que o presidente da Eletrobras, José Antonio Muniz. Nessa disputa, o governo conta com o fato de que as construtoras não vão querer ficar fora da obra que vai erguer a terceira maior hidrelétrica do mundo.

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De qualquer forma, mesmo que voltem, terão de enfrentar a concorrência de quatro construtoras que estão associadas à Bertin. O grupo Bertin está bem capitalizado desde que "vendeu" sua divisão de carnes, lácteos e couro - a maior empresa da holding - para grupo de frigoríficos JBS, gigante mundial das carnes. No setor de energia, é sócio da Equipav na Cibe Participações, que vai construir uma série de usinas termelétricas, cuja energia foi vendida nos últimos leilões do governo federal. Ao todo, são cerca de 5.500 MW de capacidade que terá a Bertin após a construção dessas termelétricas. Em tamanho, se suas usinas já tivessem operando, só perderia para a Tractebel, do grupo Suez, o título de maior empresa privado de geração de energia.

Advocacia Geral da União se prepara para batalha jurídica (Valor Econômico) 08/04/2010 Danilo Fariello, de Brasília Décadas depois de concebida e a 12 dias do leilão programado, a concessão da usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu (PA), novamente foi colocada em xeque, ontem, por questões jurídicas. Hoje, o Ministério Público Federal no Pará ajuizará a nona e a décima ações civis públicas contra o empreendimento desde 2001. Uma ação questiona termos técnicos do licenciamento e a outra o artigo 176 da Constituição, que determina que hidrelétricas em terras indígenas só podem ser feitas se houver lei específica. Preparando-se para esse e outros embates, a Advocacia Geral da União (AGU) acionará o batalhão de mais de cem procuradores dos seus quadros, de plantão, para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Esse grupo, o Gepac, tentará evitar que uma liminar de última hora barre o leilão da obra estimada em até R$ 30 bilhões, para gerar até 11 mil Megawatts (MW) de energia. O Gepac acompanha as obras que fazem parte do plano, atuando para torná-las viáveis. Ontem, a AGU respondeu que, "após ser intimada, tomará conhecimento oficialmente dos argumentos do MPF (nas novas ações previstas) para só então estudar os termos do recurso". A ação da AGU garantiu na Justiça, por exemplo, a décima rodada de licitações de blocos de petróleo e gás, os leilões das usinas de Santo Antônio, Jirau e Mauá. Ainda assim, medidas judiciais mantém travados mais de R$ 1 bilhão em obras do PAC. Para Belo Monte, em maio, a AGU conseguiu derrubar decisão da Subseção Judiciária de Altamira (PA), suspendendo as audiências públicas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em fevereiro, a AGU voltou a campo, logo após a publicação da licença prévia do Ibama, em nota que, em tom de ameaça, afirmou que os procuradores que abusassem de suas prerrogativas, por meio de ações destinadas a tumultuar o processo de construção da usina hidrelétrica poderiam ser processados. Consciente disso, o procurador da República no Pará Ubiratan Cazetta destaca que as ações não são levianas e foram muito bem fundamentadas, apontando falhas nos estudos do governo federal para permitir o leilão da obra. "A disputa judicial faz parte do jogo, mas não podemos aceitar imposições no grito." Entre as oito ações anteriores que o MPF-PA levou à Justiça, uma delas conseguiu fazer com que o Ministério de Minas e Energia refizesse grande parte o desenho da hidrelétrica, para aliviar os impactos socioambientais. Com isso, a usina que inicialmente geraria energia perto de sua capacidade-limite, de 11.233 MW agora gerará 4.571 MW de energia firme - que é assegurada o ano todo, independentemente dos períodos de chuva e seca. Com isso, ficou reduzida a atratividade da usina para os concorrentes privados do leilão. Se uma liminar estiver em vigor no momento do leilão, previsto para o dia 20, ele terá de sofrer novo atraso. A venda da usina já foi marcada para 2009, em balanços anteriores do PAC, mas a data foi comprometida por demora na publicação da licença prévia pelo Ibama. Depois de prevista para o dia 12 de abril no último balanço do PAC, teve sua data novamente prorrogada para o dia 20, após aprovação do edital pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Pedro Bingelli, diretor de licenciamento do Ibama, diz que, mesmo com a ação civil pública do MPF do Pará, "tecnicamente está muito tranquilo, porque o processo de licenciamento foi bastante cuidadoso". Durante o período de estudos da licença prévia e após a sua publicação, o Ibama foi alvo de diversas críticas de entidades privadas e do próprio governo, tendo como alvo maior o ex-ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que chegou a ter conflito direto com Roberto Messias Franco, então presidente do órgão. Nesta semana, após a saída do Ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, Messias Franco colocou seu cargo à disposição de Izabella Teixeira, a nova

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ministra. Ela aceitou seu pedido de exoneração e deverá decidir nos próximos dias o seu substituto. Com Messias Franco, deixaram cargos no Ibama o diretor de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas, José Humberto Chaves; e a diretora de Qualidade Ambiental, Sandra Regina Klosovski. Em dezembro, no auge das pressões sobre o Ibama acerca do licenciamento de Belo Monte, também pediram exoneração de seus cargos o diretor de licenciamento, Sebastião Custódio Pires, e o coordenador-geral de Infraestrutura de Energia Elétrica, Leozildo Tabajara da Silva Benjamin.

Ministro diz que espera até três consórcios (Valor Econômico) 08/04/2010 De Brasília O clima no governo acerca do leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte era de tranquilidade ontem. Depois de uma reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, que durou duas horas, o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que a expectativa é de que haja dois ou três consórcios, que serão associados à Eletrobras por suas controladas. "O que temos hoje é um consórcio e outros se formando. A Eletrobras já está procurando parceiros. Fez uma consulta e várias empresas se inscreveram. Agora ela vai conversar com essas empresas." Zimermmann afirmou, ainda, que a estatal deve ser minoritária no consórcio que será formado, embora com grande participação: de 40% a 49% das ações. Ele garantiu que não haverá alterações no edital do leilão, pois isso adiaria o processo. A desistência do consórcio formado por Camargo Corrêa e Odebrecht foi motivada por falta de alterações no edital que melhorassem as condições financeiras aos investidores. A interlocutores, porém, antes do anúncio da desistência do grupo empresarial, Zimmermann disse que alterações no sistema de financiamento definidos pelo BNDES já teriam sido um alívio financeiro relevante aos empreendedores. A tese é de que, depois da entrada em ação da primeira máquina, o risco do empreendimento cai, o que reduz a necessidade de garantia.

Degradação ambiental vai a debate em MG (Valor Econômico) 08/04/2010 Vera Saavedra Durão, do Rio Inguelore Scheunemann: gestão deve integrar o público com o privado A questão envolvendo a recuperação de regiões e áreas degradadas por modelos desenvolvimentistas que excluíam a questão social e ambiental, como a região da bacia do Rio Doce, em Minas, onde foram instaladas grandes siderúrgicas, será o tema do seminário internacional que o Instituto BioAtlântica (Ibio) promove a partir de amanhã até domingo, em Ipatinga, Minas Gerais. O evento, que contará com a presença de nomes como Eliezer Batista, do Conselho Deliberativo do Ibio, Roberto Cavalcanti, diretor-presidente do Instituto, além de figuras de renome internacional da sustentabilidade, como Luiz Oosterbeek, professor do Instituto Politécnico de Tomar e presidente do Instituto Terra e Memória de Portugal, vai tratar de Gestão Integrada de Território (GIT), um tema inovador, colocado na ordem do dia pelo Comitê Científico do Programa de Sustentabilidade da Comissão Europeia (CE). Inguelore Scheunemann, gaúcha de Pelotas, especialista em sustentabilidade e única latino-americana integrante do Comitê Científico da CE, é quem vai coordenar o evento, que contará com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a presença do governador de Minas Gerais, Antonio Augusto Anastasia, na sessão de abertura. Eliezer Batista, ex-presidente da Vale, membro do Conselho Deliberativo do Ibio, fará conferência sobre Viabilização do Desenvolvimento Sustentável pela aplicação do GIT, na qual defenderá um modelo de crescimento sem miséria. "O Brasil está virando um grande favelão por querer crescer seu Produto Interno Bruto (PIB) sem avaliar os efeitos sociais e ambientais dos grandes projetos", disse o guru da infraestrutura brasileira, que é casado com Inguelore. Durante os debates, será apresentado um estudo de caso para a recuperação da área de Região do Boi, na bacia do Rio Doce, cujas cidades de Coronel Fabriciano e Ipatinga sofreram um agressivo processo de favelização e erosão do solo rural durante a instalação de siderúrgicas, como a Usiminas e a Acesita. Esses grandes projetos, como lembra Eliezer Batista, citando também o projeto Carajás, da Vale, ignoravam a questão social e ambiental à época em que foram implantados e acabaram contribuindo para criar enormes favelas nos municípios próximos às usinas de aço, além de reduzir a oferta de recursos hídricos, desequilibrando o ecossistema no entorno desses municípios. "A vazão do Rio Doce, por exemplo, é hoje um quinto do que era há cinco anos", destacou.

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Inguelore informou que, na busca de um novo modelo sustentável para a região do Rio Doce, capaz de contribuir para a valorização do capital social local e a proteção dos ativos ambientais da região, será implementado um pacote de medidas pelo Ibio para tentar ganhar as empresas, os prefeitos e os moradores da região para sua proposta. "O seminário será um primeiro passo para o sucesso da nossa empreitada, que vai contar com o apoio da Usiminas e da comunidade local, que, como pretendemos, vão tocar o projeto de recuperação territorial através de uma gestão integrada do público com o privado." Os planos do Ibio incluem ainda um curso de gestão de território a ser ministrado durante os próximos 15 meses para qualificar técnicos e pessoas da sociedade civil. Ele terá 30 vagas para funcionários das empresas locais, de governo e órgãos públicos de Minas e Espírito Santo. A especialista em sustentabilidade disse que além do seminário e do curso, será criado na região um centro de recursos, com biblioteca e comunicação on-line, para sediar o projeto de recuperação regional. Inguelore crê que o mais difícil nesse trabalho é convencer as pessoas que habitam a região de que essa melhoria pode ser permanente se elas se mobilizarem. Gestão:

O pré-sal e o "gargalo" em Brasília (Valor Econômico) 08/04/2010 Roberta Lippi, para o Valor, de Nova York As empresas brasileiras que passaram ou enfrentam pela primeira vez um processo de internacionalização sabem do peso que a comunicação tem na estratégia do negócio fora do país. Afinal, a forma como elas se aproximam dos diferentes públicos pode ser determinante para o sucesso de uma empreitada internacional. Ontem, em Nova York, Natura e Petrobras falaram a uma plateia de 50 pessoas sobre suas experiências. O maior desafio da estatal tem sido explicar a estratágia de exploração do pré-sal, sem manchar a imagem de empresa sustentável que tenta construir. Para a maior empresa brasileira de cosméticos, as relações com o governo são o maior "gargalo". O encontro, batizado de "Brazilian Corporate Communications Day", foi realizado, ontem em Nova York, pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) em parceria com a Universidade de Syracuse. O responsável pela comunicação internacional da Petrobras, Izeusse Braga, contou que a empresa está presente em 29 países. Segundo Braga, um dos maiores desafios que a Petrobras enfrenta atualmente do ponto de vista de comunicação diz respeito à descoberta do pré-sal, assunto que pode arranhar a imagem de empresa sustentável que a estatal vem tentando estabelecer ao longo dos anos. A saída tem sido mostrar aos diferentes públicos, em eventos internacionais, as contrapartidas dessa descoberta e reforçar os novos investimentos que estão sendo realizados em biocombustíveis. Para a Natura, que construiu sua reputação baseada na sustentabilidade, a comunicação com o governo ainda é um dos principais gargalos. Rodolfo Gutilla, principal executivo de comunicação e relacionamento com o governo da fabricante de cosméticos, diz que uma de suas principais missões é, junto ao governo, tentar melhorar a legislação referente ao patrimônio genético dos produtos usados na produção de cosméticos. No que diz respeito à construção da marca no exterior, Gutilla diz que a participação em eventos como o da Aberje é um passo importante porque propicia um contato com formadores de opinião - jornalistas, professores, pesquisadores e relações públicas. Para a Universidade de Syracuse, a apresentação das empresas brasileiras ajuda a divulgar a imagem do Brasil. "Nós americanos costumamos achar que somos os melhores em tudo o que fazemos. Mas descobri no Brasil um altíssimo nível no trabalho de comunicação das empresas. Faltava apenas divulgá-los", diz a professora de Syracuse, Maria Russell. Quando esteve no Brasil pela primeira vez, em 2005, ela esperava conhecer um modelo de comunicação empresarial muito distante daquele que ela costumava estudar nos cursos de graduação e mestrado da escola. Ela se surpreendeu, no entanto, com o nível estratégico das discussões que enfrentavam os principais executivos de comunicação das empresas locais, muitas delas em franco processo de internacionalização. Desde então, após a Syracuse fechar uma parceria com a Aberje para a realização de um curso internacional, Maria voltou ao Brasil quase uma dezena de vezes e as organizações brasileiras tornaram-se presença freqüente entre os casos estudados nos cursos ministrados pela escola. "Este evento é resultado de um trabalho de quase dez anos", disse

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o presidente da Aberje, Paulo Nassar. Para 2011, a ideia é trazer presidentes de empresas brasileiras para falar no encontro internacional realizado pela Arhur Page Society.

Renan propõe votação de royalties em 2011 (Valor Econômico) 08/04/2010 De Brasília Renan: "Se for para ir para o lado errado, sinceramente, não adianta pressa. O lado errado seria a divisão do país, o estremecimento do pacto federativo" O líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), um dos relatores do projeto de lei que trata do sistema de partilha de produção como modelo de exploração do petróleo na camada pré-sal, expôs ontem, em discurso no plenário, sua posição favorável à proposta do governo, mas apresentou argumentos favoráveis à retirada do texto da parte relativa à regra de distribuição dos royalties. "O calendário eleitoral suscita, naturalmente, muitas generosidades, especialmente em se tratando de valores superlativos, que significam a redenção de vários entes federativos. O petróleo é de todos, e precisamos buscar um equilíbrio que não desestabilize a federação. Relevem o neologismo, mas não é patriótico nem sensato ´palanquizar´ o pré-sal", disse o senador. Renan tenta negociar a retirada da urgência constitucional da tramitação do projeto pelo governo, em troca da definição de um cronograma de votações com a oposição: "É preciso retirar a pressão sobre os royalties do pré-sal, porque o sal aumenta a tensão pré-eleitoral." Pelo regime de urgência, o projeto tranca a pauta de votações se não for votado em 45 dias. São quatro as propostas relativas ao pré-sal. A proposta de criação da empresa pública responsável pela gestão dos contratos de partilha foi a primeira a chegar ao Senado e tranca a pauta a partir de 19 de abril. Os demais projetos - da partilha como modelo de exploração, da capitalização da Petrobras e do fundo social - chegaram depois e o prazo de tramitação em regime de urgência termina em 6 de maio. "Se houver acordo, marcamos a data da votação. O calendário pressupõe o fim da urgência." O líder evitou defender diretamente o desmembramento do projeto da partilha, mas esse é o objetivo do entendimento que ele, como relator da proposta na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), está buscando com a oposição e o governo. "A questão dos royalties atrapalha, porque pode transformar o pré-sal em moeda eleitoral", afirmou em entrevista, antes do discurso. Outra sinalização dada pelo líder foi a lembrança de que a questão dos royalties não constava do projeto original enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso. "O desmembramento, na prática, significa restaurar a proposta do governo. A pressa colabora com o erro", disse. No discurso, Renan pregou "amplo, meticuloso e exaustivo" debate entre governadores, prefeitos e parlamentares em torno da repartição da receita dos royalties. "Se for para ir para o lado errado, sinceramente, não adianta pressa. O lado errado seria a divisão do país, o estremecimento do pacto federativo em um conflito evitável, verdadeiramente evitável", afirmou o senador, prometendo continuar a busca por acordo e uma relatoria "coletivizada". O pemedebista está empenhado em fazer um relatório que tenha condições de ser aprovado no plenário. Mas ele não é o único relator. O projeto tramita em três comissões simultaneamente - Constituição e Justiça (CCJ) e Infraestrutura (CI), além da CAE. Cada projeto tem um relator por comissão. O prazo da urgência está correndo, mas as discussões nem começaram. As comissões aprovaram a realização de audiências públicas conjuntas, que nem foram marcadas. No seu discurso, Renan definiu o modelo de partilha como "equilibrado, adequado, justo e patriótico". Segundo ele, o modelo atualmente adotado na exploração do petróleo, por meio de contratos de concessão, foi instituído em 1997 com o fim do monopólio da Petrobras, em um momento de incertezas. "A economia soluçava, o desemprego era elevado e o Brasil não podia acelerar nos investimentos, porque não tinha recursos próprios e tampouco conseguia captá-lo lá fora", disse. Para Renan, a partilha de produção é um modelo mais adequado à realidade atual, porque o baixo risco na exploração e a alta rentabilidade concede ao Estado maior lucro, autonomia estratégica e capacidade de gerenciamento da produção e na comercialização. "Além dos lucros maiores em prol do país, no modelo de partilha, o governo aumenta seu poder estratégico", afirmou.

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Para Renan, o sistema de partilha assegura o acesso à riqueza do pré-sal ao Estado, não transferindo a propriedade do óleo para as empresas privadas. "Vence a licitação quem oferecer a maior parcela de lucro para o Estado. A partilha será feita após apurado o custo de extração, momento no qual a empresa é ressarcida pelos investimentos feitos. Só após o cálculo do custo efetivo o lucro é dividido. O governo passa a ter, ao contrário de hoje, a maior parte da renda vinda da exploração petrolífera", definiu. (RU) Opinião Jurídica:

A tributação dos 'gatos' de energia pelo ICMS (Valor Econômico) 08/04/2010 Luiz Rogério Sawaya Batista Em um passado longínquo, na vigência da Constituição Federal de 1967 e Emenda Constitucional nº 01, de 1969, quando do surgimento do antigo ICM, imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos, consta um inusitado episódio na história jurídica brasileira. O Fisco, talvez até menos voraz anteriormente do que hoje, quase que iniciante em termos de imposto não-cumulativo, pretendia tributar pelo então ICM, muito semelhante ao nosso ICMS - imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior -, a mera saída física da mercadoria do estabelecimento dos contribuintes deste imposto. Por mais absurdo que possa parecer, a tese do Fisco resultaria na exigência do ICM em hipóteses tais como "roubo", "furto", "enchentes" e demais hipóteses similares que simplesmente gerassem a saída física da mercadoria do estabelecimento do contribuinte do imposto, fazendo, então, nascer a obrigação tributária e, por conseguinte, o posterior pagamento deste tributo ao Fisco. Imaginem se a moda pega nos dias de hoje! O que seria dos pobres comerciantes do castigado Jardim Pantanal ou ainda dos comerciantes localizados em regiões com altos índices de violência, pois além dos custos normais da atividade, ainda teriam que arcar com tributos (ICMS) sobre tais tristes fatos, justamente onde o Estado se faz pouco presente. Pois bem. Aliomar Baleeiro, citado por Alcides Jorge Costa , no passado, ao rebater a tese de que a simples saída física é fato gerador do antigo ICM, afirmou ter a impressão "de que essa arrojada tese, grata ao Fisco Estadual, porque até a saída pelo furto ou roubo seria fato gerador, não alcançou o sufrágio dos tributaristas e tribunais brasileiros." Felizmente, os estudiosos do direito tributário e os próprios tribunais afastaram por completo esta ideia, sobretudo porque o antigo ICM, assim como o nosso ICMS, incide sobre "operações", - negócios jurídicos empresariais -, relacionadas à "circulação" - que importem transferência de titularidade, - de "mercadorias", - bens móveis objeto de mercancia -, circunstâncias que, de nenhuma forma, se fazem presentes, por exemplo, no furto de mercadorias. Por mais evidente que seja tal constatação, o Estado de São Paulo, por meio do Decreto nº 55.421, de 2010, ao introduzir alterações no Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto nº 45.490, de 2000, previu a tributação, pelo ICMS, sobre a energia elétrica furtada (os "gatos") em rede de distribuição de energia elétrica! De acordo com o artigo 5º do mencionado decreto, a empresa distribuidora de energia elétrica deve emitir mensalmente a nota fiscal/conta de energia elétrica, modelo 6, com destaque de ICMS, relativamente ao fornecimento de energia elétrica, e inclusive à saída de energia elétrica objeto de furto, praticado por meio da rede de distribuição, cujo autor tenha sido identificado no mês imediatamente anterior. De igual maneira, a distribuidora de energia elétrica também fica obrigada a emitir mensalmente a nota fiscal, modelo 1 ou 1A, com destaque do ICMS, relativamente à saída de energia elétrica objeto de furto ocorrido no mês imediatamente anterior, cujo autor não tenha sido identificado. Em relação ao usuário identificado, dispõe o parágrafo 1º do referido dispositivo, que a distribuidora de energia elétrica poderá se creditar do ICMS após ter emitido a nota fiscal em favor do usuário. Contudo, no que se refere ao usuário não identificado pelo furto, não há nenhum mandamento autorizando o crédito do ICMS, sendo que a energia elétrica saída em decorrência de furto deverá corresponder exatamente à medição total da energia elétrica consumida, deduzias as perdas técnicas.

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O disposto no artigo 5º do RICMS/SP, além de não encontrar base na Lei Estadual nº 6.374, de 1º de março de 1989, e sequer na Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996, sendo, portanto, ilegal, pretende tributar um ato ilícito ("furto de energia"), contrariando anos de história de nosso sistema jurídico, e o que é pior, ofendendo a própria Constituição Federal. O ICMS, o mais importante imposto dos Estados e do Distrito Federal, possui como fato gerador (hipótese de incidência) não a mera movimentação de mercadorias de um local para outro, que importem saída do estabelecimento do contribuinte, mas sim a realização de negócios jurídicos com habitualidade que resultem na transferência de titularidade de bens móveis sujeitos ao comércio. Por essas razões, por exemplo, que o Superior Tribunal de Justiça, faz algum tempo, editou a Súmula nº 166, segundo a qual "não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte." De igual modo, o próprio STJ, no julgamento do Recurso Especial nº 222.810/ MG, julgando um caso de demanda reservada de energia elétrica, decidiu, de forma clara, que "o ICMS deve incidir sobre o valor da energia elétrica efetivamente consumida, isto é, a que for entregue ao consumidor, que tenha saído da linha de transmissão e entrado no estabelecimento da empresa." Tudo isso sem mencionar o disposto no clássico artigo 3º do Código Tributário Nacional, onde se encontra a singela previsão que o tributo, entre outras características, não constitui sanção de ato ilícito! Dessa forma, os denominados "gatos" voltaram à tona no direito tributário, sendo que a inusitada, para dizer o mínimo, forma de tributação criada pelo Fisco, por meio do Decreto nº 55.421 do Estado de São Paulo, pode ser qualificada, sem exageros, como um confisco, que em linguagem leiga se assemelharia ao próprio furto que o Fisco pretende tributar, podendo ser questionada judicialmente com prováveis chances de êxito! Luiz Rogério Sawaya Batista é sócio de Nunes, Sawaya, Nusman & Thevenard Advogados Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações

Carga de energia (Valor Econômico) 08/04/2010 A carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) subiu 8,5% em março, na comparação com março do ano passado, puxada pelo consumo industrial e pela continuidade no uso de aparelhos de ar-condicionado. No acumulado em 12 meses, a carga de energia subiu 3,3% na comparação com os 12 meses imediatamente anteriores. Na comparação com fevereiro, a carga de março, de 58.311 megawatts médios, caiu 0,1%. "O crescimento apresentado na carga de energia em relação ao mesmo mês do ano anterior pode ser explicado principalmente pela retomada da produção industrial e pela continuidade do uso de aparelhos de refrigeração pelas famílias", diz o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que divulgou ontem os dados. Economia

Ministério Público entra com ação hoje contra Belo Monte (Correio Popular) 08/04/2010 Procuradoria do MPF questiona o licenciamento ambiental da usina no Rio Xingu De São Paulo O Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA) entrará hoje com uma ação civil pública contra o licenciamento ambiental da hidrelétrica Belo Monte, no Rio Xingu (PA). De acordo com o procurador da República Cláudio do Amaral, a nova ação será ingressada na Justiça Federal de Altamira (PA). “O MPF não é contra Belo Monte. Buscamos apenas que o projeto respeite a Constituição, as leis e as determinações do Conama”, explicou o procurador. A ação pode representar um novo atraso no cronograma da licitação da hidrelétrica, que está marcado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) para ocorrer no dia 20 de abril. Após dois meses de análise da documentação que baseou a liberação da licença prévia (LP) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o MPF concluiu que o processo de licenciamento foi

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permeado por várias irregularidades. Isso motivou a ação civil pública que pede a anulação da licença concedida pelo órgão ambiental. Uma das falhas do processo seria o descumprimento do artigo n 176 da Constituição Federal, que estabelece que um aproveitamento hídrico com impacto em terras indígenas só pode ser autorizado pelo governo após aprovação de lei que regulamente a exploração dos recursos nessas áreas. “A questão é que o Congresso Nacional não regulamentou isso. A licença não deveria ter sido concedida pelo Ibama”, explicou o procurador. O MPF-PA também aponta que os técnicos do órgão federal não consideraram as contribuições das audiências públicas da hidrelétrica. “Está escrito na documentação que os técnicos do Ibama não consideraram as contribuições”, disse Amaral. A licença prévia foi concedida pelo Ibama em fevereiro deste ano, praticamente doze meses após os estudos ambientais de Belo Monte terem sido protocolados pelos empreendedores. O MPF-PA também concluiu que o MME desrespeitou a resolução n 06/1987, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), ao marcar o leilão sem obter a licença de instalação (LI). (Da Agência Estado) A FRASE “Os argumentos são contundentes. Houve um atropelamento no processo de licenciamento da usina.” CLÁUDIO DO AMARAL Procurador da República Para governo, concessão atendeu à lei O ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, rebateu ontem as críticas do Ministério Público do Pará à concessão do licenciamento ambiental para a construção da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). “A legislação ambiental brasileira é uma das mais rigorosas que existem no mundo. A partir do momento em que uma usina, como Belo Monte, obteve a licença prévia, é porque atendeu todos os requisitos dessa legislação”, afirmou o ministro ao deixar o Itamaraty onde participou de almoço oferecido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf. (AE)

Presidente da Eletrobras se diz surpreso com empresas (Estadão Online 21:27h) 07/04/2010 GERUSA MARQUES Agencia Estado BRASÍLIA - O presidente da Eletrobras, José Antonio Muniz, disse à Agência Estado que ficou surpreso com a desistência da Camargo Correa e da Odebrecht de formar parceria com subsidiárias da estatal para participar do leilão da hidrelétrica de Belo Monte, marcado para 20 de abril. Ele ressaltou, no entanto, que as empresas têm até o dia 14 para formalizar, junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os seus consórcios. Muniz não descartou a possibilidade de as empresas privadas entrarem sozinhas na disputa. "Elas declinaram de participar com a Eletrobras mas têm prazo até o dia 14", afirmou. Muniz disse que a Eletrobras é apenas um "player" do setor e acrescentou que a condução do leilão de Belo Monte está sendo feita pelo governo. Admitiu, no entanto, que "é complicado" se restar apenas um consórcio na disputa por Belo Monte. "Aí não é leilão", afirmou, reiterando que há uma equipe no governo tratando do assunto. Disse ainda que várias empresas se inscreveram para fazer parceria com a Eletrobras na chamada da Eletronorte. Ele, no entanto, evitou citar o nome dessas empresas.

Professor da Unesp cria placa móvel de energia solar (Estadão Online 21:46h) 07/04/2010 Movido por um motor de passo, o sistema gera 53% mais energia do que o convencional Karina Ninni - Especial para oestado.com.br O potencial brasileiro de energia solar é imenso, pois nosso País é privilegiado em matéria de radiação solar. De acordo com o Plano Nacional de Energia 2030, que reproduz dados do Atlas Solarimétrico do Brasil, o Nordeste brasileiro possui radiação comparável às melhores regiões do mundo nessa variável, como a cidade de Dongola, no deserto do Sudão, e a região de Dagget, no Deserto de Mojave, Califórnia.

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Alceu Ferreira AlvesPlaca fotovoltaica com motor acompanha o movimento do solEntretanto, a participação do sol na matriz energética nacional é mínima. No Banco de Informações de Geração (BIG), da Aneel, consta apenas uma usina fotovoltaica: Araras, no município de Nova Mamoré (RO), com potência instalada de 20,48 kW. Fora isso, existem sistemas isolados em comunidades e pequenas cidades, geralmente inseridos em projetos que têm algum tipo de financiamento do governo ou de ONGs. De acordo com a maioria dos especialistas, o grande problema é o custo dos sistemas fotovoltaicos, que ainda não cabe no bolso da maioria dos brasileiros. Some-se a isso o fato de que os sistemas convencionais, com placas fixas de captação de energia solar, têm eficiência que não chega a 20% (o Sol, em condições ideais, manda para a Terra o equivalente a 1000 Watts de radiação por metro quadrado. E só se consegue gerar 200 W de energia por m²). Com o objetivo de gerar mais energia no mesmo espaço, com os materiais já existentes no mercado, o professor Alceu Ferreira Alves, da Faculdade de Engenharia de Bauru (Unesp), criou um sistema para mover as placas ao longo do dia, acompanhando o “movimento do Sol” (na verdade, o movimento da Terra em redor do Sol). O Estado falou com ele sobre a novidade, que gera 53% mais energia do que o sistema convencional. Acompanhe a entrevista. O Estado – Já existem outros projetos de placas móveis no mundo. Qual é o diferencial do seu projeto? Alceu Ferreira Alves – Isso já existe sim, inclusive comercialmente. Mas é um sistema chamado de “solar tracking”: trabalha com sensores que rastreiam o Sol. Meu protótipo não tem sensores. Nós desenvolvemos um software que calcula a “posição aparente” do Sol. Usamos, para isso, equações astronômicas já conhecidas que relacionam variáveis como dia do ano, hora, latitude e longitude. A partir dos dados gerados por essas equações, consigo saber a posição do Sol. O sistema tem um motor, igual aos motores de impressora para papel, que movimenta a placa com base nesses dados. É mecânico. O Estado – Como é alimentado o motor? AFA – Pode ser alimentado pelo próprio sistema fotovoltaico. A placa carrega as baterias que alimentam o motor. No pior caso, um dia de pouco sol, o motor consumiria para movimentar a placa 0,0095% da energia gerada. O Estado – Esse sistema tem vantagens com relação ao sistema convencional, que utiliza placa fixa? Se sim, quais? AFA – Olha, tem vantagens e desvantagens. Entre as vantagens estão a facilidade de implementação e o controle do sistema, que é simples. Entre as desvantagens está a necessidade constante de manutenção, que no sistema de placa fixa não existe. Para saber realmente o quanto ele é mais vantajoso que o fixo em termos monetários, eu precisaria calcular os custos de manutenção. Isso eu ainda não fiz. Mas é claro que, por conta da movimentação da placa, a vantagem mais aparente é o ganho na produção de energia, que é da ordem de 53%. O Estado – E com relação ao sistema que utiliza o “solar tracking”, há alguma vantagem? AFA – Bem, não sei se é uma vantagem, vamos chamar de característica. Meu sistema não necessita de retroalimentação constante, que é o que os sensores fazem: eles têm de dizer para o motor, a todo momento, onde o Sol está. O sistema que criei trabalha com precisão pré-definida. O computador envia o número de pulsos e o motor movimenta a placa. Trabalhamos com um intervalo de 4 minutos, ou seja: a cada 4 minutos, a placa se movimenta 1 grau. Em uma hora, movimenta-se 15 graus, que é o equivalente a uma unidade de fuso-horário da Terra. O Estado – O próximo passo é tentar comercializar o sistema? AFA – Inicialmente a idéia não era essa. Mas, depois que cheguei à conclusão de que era mais vantajoso que o sistema de placa fixa, eu acredito que tenhamos boas chances no mercado. Se fosse comercializado, seria em forma de um kit. E, pelo que presumo, nosso produto poderia chegar ao mercado mais barato do que o sistema que utiliza sensores. O Estado – Já existe alguém interessado? AFA – Como agora é que eu divulguei os dados, ainda não recebi ofertas. Mas ontem chegou um e-mail de um empresário interessado em conhecer o sistema. O que eu quero agora realmente é tornar o sistema cada vez mais inteligente. Fazer com que a própria placa fotovoltaica funcione como um “sensor”, que nos diria, por exemplo, quando o céu está nublado. Porque, dependendo das condições do clima, a placa nem precisaria se mexer. Quando há nuvens e pouca radiação solar, não é vantagem gastar energia com o movimento da placa.

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Brasil oferece investimentos sem precedentes à Bolívia (Estadão Online 19:25h) 07/04/2010 CARLOS A. QUIROGA - REUTERS O governo brasileiro ofereceu nesta quarta-feira à Bolívia enormes investimentos públicos e privados para industrializar recursos naturais e desenvolver a infraestrutura, num sinal de maior aproximação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Evo Morales. O pacote, do qual não foram revelados valores, foi apresentado a Morales pelo Assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, e por executivos de empresas públicas e privadas, como Petrobras, Braskem, Eletrobrás, Vale e pelo menos três construtoras. "Não nos interessam novos Patiños aqui, que façam grandes buracos na Bolívia enquanto não criam empregos, não transmitem riqueza, não diversificam a economia boliviana", afirmou Garcia depois de almoçar com Morales, crítico feroz da "exploração neoliberal" dos recursos naturais. O assessor de Lula se referia a Simón Patiño, empresário local da mineração na primeira metade do século 20, que se tornou um dos homens mais ricos do mundo graças à exploração de estanho no agora miserável Altiplano boliviano. "O que nos interessa é uma Bolívia cada vez mais industrializada, cada vez mais desenvolvida", acrescentou Garcia. O pacote levado pelos brasileiros representa um trunfo para Morales, três dias depois de uma eleição na qual seus candidatos conquistaram a maioria dos governos regionais, mas foram derrotados na disputa pelas principais prefeituras. Questionado por jornalistas sobre o futuro da exportação de gás natural da Bolívia para o Brasil, garantida por contrato até 2019, Garcia reiterou o desejo brasileiro de manter tal comércio para além dessa data. "A ideia é de que o Brasil continue importando gás da Bolívia para além das descobertas que possamos fazer no âmbito (das reservas petrolíferas) do pré-sal", disse ele. "Não vamos prescindir de nenhuma maneira do gás boliviano, inclusive pelo fato de que a economia brasileira está crescendo, e quando uma economia cresce a demanda energética cresce." A ministra boliviana de Planejamento, Viviana Caro, disse que Morales aproveitou o encontro para propor formalmente a criação de uma empresa multinacional para construir em território boliviano uma ferrovia que ligue o Brasil a um porto chileno do oceano Pacífico, facilitando assim a exportação de produtos brasileiros para os mercados asiáticos. A ministra disse a jornalistas que os governos da China, Índia e Coreia do Sul também serão convidados. "O trem está em etapa de estudo, não temos um custo final, mas já tivemos um par de expressões de interesse. É muito prematuro falar, mas (o investimento) seria obviamente importante", declarou ela. Viviana afirmou que o pacote brasileiro de investimentos inclui uma indústria petroquímica da Braskem, já várias vezes anunciada, e a recém-divulgada intenção da Vale de explorar potássio e eventualmente lítio no salar de Uyuni, no Altiplano. "O princípio de levar mais em conta aquelas propostas que permitam um maior grau de industrialização do país continua vigente, e pedimos (à Vale) que faça uma apresentação formal da proposta", acrescentou. Garcia e Viviana disseram separadamente que a Petrobras também pretende realizar novos investimentos de prospecção e exploração de petróleo e gás na Bolívia. Fontes governamentais locais haviam dito anteriormente que o investimento da Braskem alcançaria 2 bilhões de dólares, o dobro do que estaria destinado pela Vale ao salar de Uyuni.

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Alupar recebe elevação de rating pela Fitch (CanalEnergia) 07/04/2010 Classificação vale também para segunda emissão de debêntures da companhia, no valor de R$ 250 milhões e vencimento em 2014 Da Agência CanalEnergia, Investimentos e Finanças A Fitch Ratings elevou de A (bra) para AA-(bra) o rating nacional de longo prazo da Alupar Investimentos. A mesma classificação foi dada à segunda emissão de debêntures da empresa, no valor de R$ 250 milhões e vencimento em 2014. De acordo com a agência classificadora, a perspectiva do rating corporativo é estável. Assinantes do CanalEnergia Corporativo podem pesquisar sobre outros ratings no Monitor Energia.

Light ON encerra em baixa de 1,89% (CanalEnergia) 07/04/2010 MPX Energia ON fecha com alta de 3,70%. Aos 24.226 pontos, IEE registra baixa de 0,45% Da Agência CanalEnergia, Noticiário A Light ON encerrou em baixa de 1,89% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo desta quarta-feira, 7 de abril. Assim como a Light ON, outras ações registraram resultados negativos no Índice de Energia Elétrica, entre elas a Celesc PNB (-2,67%). A MPX Energia ON encerrou em alta de 3,70%, seguida pela Tractebel ON (0,74%) e pela Transmissão Paulista UNT (0,23%). A CPFL Energia ON fechou com estabilidade pelo segundo dia consecutivo. O IEE chegou aos 24.226 pontos com baixa de 0,45%. O Ibovespa também registrou baixa, com -0,43% aos 70.792 pontos. Confira abaixo o desempenho das ações que compõem o IEE no pregão de hoje: AES Eletropaulo PNB: -0,86% AES Tietê PN: -0,56% Celesc PNB: -2,67% Cemig PN: -0,30% Cesp PNB: -0,46% Coelce PNA: -1,02% Copel PNB: -0,73% CPFL Energia ON: estável EDP Energias do Brasil ON: -1,16% Eletrobras PNB: -0,22% Equatorial ON: -1,77% Light ON: -1,89% MPX Energia ON: 3,70% Tractebel ON: 0,74% Terna Participações UNT: -0,03% Transmissão Paulista PN: 0,23%

Light isenta consumidores de cobrança de juros em faturas que vencem nesta semana (CanalEnergia) 07/04/2010 Devido às fortes chuvas na região metropolitana do Rio de Janeiro, empresa recebe pagamento de multas e acréscimos até próxima sexta-feira, 9 Da Agência CanalEnergia, Noticiário A Light (RJ) vai isentar da cobrança de multa e juros os consumidores com contas de energia que possuíam data de vencimento entre os dias 5 e 7 de abril. Segundo a empresa, o pagamento poderá ser feito se a cobrança adicional até a próxima sexta-feira, 9, e a medida foi adotada em decorrência das fortes chuvas ocorridas na região metropolitana do Rio de Janeiro, que impediram, entre outros problemas, os clientes de pagarem as faturas.

Odebrecht e Camargo Corrêa desistem de Belo Monte (CanalEnergia) 07/04/2010 Empresas afirmam que não encontraram condições econômico-financeiras que permitissem sua participação no leilão da UHE Fábio Couto, da Agência CanalEnergia, Planejamento e Expansão

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A Odebrecht e a Camargo Corrêa não vão disputar o leilão da hidrelétrica de Belo Monte (PA, 11.233 MW). Segundo comunicado conjunto, as empresas não efetivaram o cadastramento do consórcio para a chamada pública aberta pela Eletrobras - por meio da subsidiária Eletronorte. As companhias ressaltaram que "após análise detalhada do edital de licitação da concessão, assim como dos esclarecimentos posteriores fornecidos pela Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica], as empresas não encontraram condições econômico-financeiras que permitissem sua participação na disputa". As companhias foram concorrentes nos leilões das hidrelétricas de Santo Antônio (RO, 3.150 MW) e Jirau (RO, 3.450 MW) e se juntaram para disputar a usina com um consórcio que poderia contar ainda com o FI-FGTS - fundo de investimento voltado para projetos de infraestrutura, com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - e o Funcef, fundo de pensão da Caixa Econômica Federal. O outro consórcio, já cadastrado, é o formado por Andrade Gutierrez, Neoenergia, Vale e Votorantim. O leilão de Belo Monte está previsto para ocorrer no próximo dia 20 de abril e o preço teto é de R$ 83 por MWh.

Pesquisa revela que apenas 6,3% das indústrias do RJ usam fontes renováveis (CanalEnergia) 07/04/2010 Levantamento de 2009 é menor que registrado em 2008, quando utilização foi de 10,4%. Crise econômica pode ser principal razão para redução, diz Firjan Dayanne Jadjiski, da Agência CanalEnergia, Meio Ambiente Uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro revelou que apenas 6,3% das empresas do estado utilizam fontes renováveis de energia em seus processos industriais. O resultado é inferior ao registrado no ano de 2008, que marcou 10,4%. De acordo com o gerente de Meio Ambiente da companhia, Luiz Augusto Carneiro, a crise econômica é a principal razão para a redução na valorização das energias limpas. "A crise teve impactos bastante sensíveis em vários setores industriais e imaginamos que, por conta dessas obrigações necessárias de reduzir gastos, as empresas tenham optado por energias convencionais que ainda são, em sua maioria, mais baratas que as fontes alternativas", esclarece ele, ressaltando que a queda de quatro pontos percentuais não necessariamente seja uma tendência, porque este foi o segundo ano em que as empresas foram questionadas sobre fontes renováveis, embora a pesquisa seja realizada anualmente desde 2006. As principais fontes renováveis utilizadas pelas indústrias fluminenses no ano passado foram a energia solar, com 35,5%, seguida pela hidroeletricidade (25,8%), biocombustível (22,6%), eólica (9,7%) e biomassa (6,4%). Ao longo de 2009, 66,9% das empresas pesquisadas investiram na área ambiental, o que representa um acréscimo de 7 pontos percentuais com relação a 2008. As expectativas de investimento para os próximos 12 meses também aumentaram. Segundo a pesquisa, 80% do total das empresas pretendem investir em meio ambiente neste ano, que foi o maior percentual identificado desde 2005. De acordo com Carneiro, os investimentos estão ligados ao controle dos aspectos ambientais da empresa, modernização e adequação dos sistemas de tratamento de afluentes. "As empresas têm focado em iniciativas de educação ambiental, ações internas com os funcionários e promoção de uma cultura de valorização do ambiente, mas a maioria dos investimentos são medidas de controle aos impactos ambientais da empresa", indica. A pesquisa revelou ainda que os recursos naturais mais utilizados pelas empresas, em 2009, foram energia elétrica (98,4% dos entrevistados), água (89,3%) e combustíveis fósseis (39,1%). A ação mais desenvolvida no ano passado pelas empresas que utilizaram energia elétrica foi a campanha de conscientização dos funcionários. O estabelecimento de metas de redução da utilização de energia também foi uma outra iniciativa citada. Apesar de as indústrias incentivarem campanhas sobre utilização consciente de recursos pelos funcionários, uma das dificuldades encontradas pelas empresas para a melhoria ambiental em seus processos, no ano passado, é justamente a conscientização ambiental de pessoal. A falta de uma base escolar sobre conceitos de preservação ambiental é um dos obstáculos para que os funcionários absorvam a ideia, segundo Carneiro. "Os funcionários das empresas hoje não tiveram esse tipo de conceito na formação escolar, então as pessoas não têm o conceito enraizado. Os gestores já perceberam que se não tiverem colaboradores informados, que valorizem as iniciativas ambientais, o projeto não terá sucesso". O estabelecimento de metas de redução da utilização de energia também foi uma das ações implementadas por 48,3% das companhias entrevistadas.

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Outro tema perguntado na pesquisa foi o conhecimento sobre instituições ambientais. Inea e Ibama se mantiveram como os itens de maior retorno: 56,6% e 57,7% dos entrevistados afirmaram estar bem informados sobre os respectivos órgãos. Os temas relacionados a recursos hídricos continuam sendo os menos conhecidos pelas empresas. Em relação aos “Comitês de Bacia” e “outorga para uso da água”, 68,3% e 47,6% dos entrevistados, respectivamente, não sabem ou sabem muito pouco. O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo continua sendo pouco conhecido entre os participantes da pesquisa. Apenas 13,4% afirmaram estar bem informados, e outros 30,1% têm uma ideia sobre o tema. A pesquisa Gestão Ambiental 2009, que tomou como base um intervalo de confiança de 95%, apresentando uma margem de erro de 4,9%, contou com a participação de 366 empresas, sendo 65 delas de grande porte, 117 de médio porte e 184 de pequeno porte. Segundo Carneiro, as empresas entrevistadas são escolhidas, de forma aleatória, através do cadastro da Firjan. Realizada normalmente durante dois meses, a pesquisa do ano passado foi concluída no final do último mês de março.

Rafael Figueiredo, advogado: Private equity e venture capital em energias renováveis e tecnologias limpas - o Brasil no cenário mundial (CanalEnergia) 07/04/2010 os critérios utilizados para a tomada de decisões de investidores atuantes nestes setores diferenciam-se dos adotados pelos de setores econômicos que nas duas últimas décadas dominaram a indústria de fundos Rafael Figueiredo, advogado, Artigos e Entrevistas O rápido crescimento dos mercados de energias renováveis e tecnologias limpas tem alterado significativamente noções e conceitos tradicionais que norteam a mobilização de recursos por parte de fundos de private equity e venture capital. Da mesma forma, os critérios utilizados para a tomada de decisões de investidores atuantes no setor de tecnologias limpas diferenciam-se dos critérios adotados por investidores em setores econômicos que nas duas últimas décadas dominaram a indústria de private equity e venture capital como, por exemplo, o desenvolvimento de softwares, tecnologia de informação relacionada à internet e pesquisas farmacêuticas. Fatores como incentivos governamentais, legislação climática e capital humano com know-how específico nunca foram tão essenciais para fundos de investimento em venture capital e private equity na análise de planos de negócio de empresas-alvo à procura de recursos para financiar as suas atividades e atingir a competitividade e o crescimento esperados. Como é amplamente sabido, o Brasil encontra-se em uma posição econômica sólida e estável e, em decorrência disso, atualmente oferece a investidores um ambiente extremamente atrativo para oportunidades em private equity e venture capital. Além disso, políticas energéticas e ambientais adotadas pelo governo brasileiro ao longo das últimas décadas e que impulsionaram a exploração e geração de fontes limpas e renováveis de energia elétrica, alçaram o Brasil a uma posição de destaque no cenário internacional no que se refere a investimentos em energias limpas. Some-se isso ao importante fato do Brasil, além de ser um dos países mais empreededores do mundo, possuir centros e universidades de pesquisa e inovação tecnológica com qualidade comparável aos melhores centros do mundo. Porém, é importante salientar novamente que investimentos em tecnologias limpas, eficiência energética e energias renováveis possuem certas características peculiares e riscos normalmente não encontrados em investimentos mais “tradicionais” de private equity e venture capital. Particularidades e riscos de investimentos de private equity/venture capital em tecnologias limpas Fundos de private equity e venture capital “tradicionais” são norteados primordialmente pelo princípio de “inventar o futuro”, ou seja, encontrar uma empresa com uma idéia totalmente inovadora, disponibilizar recursos (tanto financeiros como gerenciais) para que essa idéia (ou produto) alcance o potencial esperado e a empresa cresça e ofereça ganhos expressivos de capital aos investidores. São os casos, por exemplo, do iPhone, Skype, Twitter e Google. Em contrapartida, o foco principal dos fundos de private equity e venture capital especializados em tecnologias limpas é o de “reinventar o passado”, ou seja, fazer com que uma indústria já consolidada e que vale trilhões de dólares, como é a industria de energia, passe por uma completa reformulação, não apenas tecnológica mas também de atitude. Convenhamos, não é tarefa fácil; e é exatamente aí que aparece a correlação tão direta mencionada acima entre investimentos em energia limpa e a necessidade de incentivos e políticas governamentais e legislação climática. A boa notícia está no fato de que nunca antes houve tamanho esforço e comprometimento por parte das maiores economias do mundo (tanto de países desenvolvidos como emergentes) no sentido de alavancar o mercado de energias renováveis e adotar diretrizes e metas específicas de redução de emissões de gases causadores do efeito estufa (GHGs, na sigla em inglês). Naturalmente, tem-se notado um número cada vez maior de investidores interessados em ingressar no

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mercado de tecnologias limpas, seja através do investimento direto em fundos geridos por veículos de private equity, seja através da aquisição de ações da própria empresa de tecnologia limpa uma vez que ela decida abrir seu capital por meio de uma oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês). Por exemplo, nos Estados Unidos (particularmente em Silicon Valley, na Califórnia), onde a cultura de capital empreendedor é mais forte e presente do que em qualquer outro país no mundo, via de regra fundos de venture capital e private equity mantinham distância do que acontecia no Congresso americano. Entretanto, com a contínua expansão da indústria de tecnologias limpas nos últimos anos (que atraiu US$ 5 bilhões somente em 2009, a despeito da crise econômica mundial), e a consequente possibilidade de obter excelentes retornos financeiros para os investidores, esse panorama tem se transformado drasticamente. Propostas de leis climáticas, o estabelecimento de Renewable Portfolio Standards (os quais determinam que uma porcentagem da eletricidade comercializada por concessionárias de energia elétrica seja proveniente de fontes alternativas de energia) e a concessão de subsídios governamentais influenciam diretamente no destino - e na rentabilidade - dos portfólios de fundos de investimento em private equity atuantes no setor de tecnologias limpas. Outra importante distinção entre áreas consideradas mais “tradicionais” de investimentos em private equity/venture capital e investimentos em tecnologia limpa diz respeito ao capital humano necessário para assegurar o crescimento da empresa investida. Sem dúvida, a falta de pessoal preparado representa um dos maiores desafios para fundos de private equity especializados em tecnologias limpas, eficiência energética e energias renováveis. Para se começar uma empresa que desenvolve softwares ou aplicativos de mídia eletrônica, são necessários apenas empregados e servidores. Todavia, empresas de energia limpa exigem mão-de-obra qualificada em áreas como física, geologia, química e biologia. Junto a esse déficit de qualificação profissional, aparece um dos riscos mais significativos encontrados por fundos de private equity e venture capital especializados em tecnologias limpas: a priori, não se sabe quando e, mais importante, se a tecnologia desenvolvida será viável. Uma vez que a grande maioria das tecnologias realmente inovadoras, a princípio mais atrativas para investidores, ainda se encontram em fases iniciais de desenvolvimento, o investidor em venture capital e private equity deve estar preparado para compartilhar esse importante risco com a empresa investida. Dessa forma, o que se nota é uma tendência em investir em empresas de energia limpa em estágios mais maduros que desenvolvam tecnologias já comprovadas e viáveis comercialmente. Além disso, uma outra maneira que os gestores de fundos de private equity tem encontrado para minimizar o chamado “risco da tecnologia” é através da formação de alianças com grandes corporações e conglomerados internacionais que auxiliam as empresas investidas a identificar e superar possíveis restrições e gargalos tecnológicos. Uma outra tendência, mais comportamental, está na preferência de gestores de fundos de private equity e venture capital em investir em setores que possuem uma relação mais próxima com os setores “tradicionais” mencionados acima. Smart grids, principalmente, mas também veículos elétricos, energia solar e iluminação LED são bons exemplos dessa tendência. Devido à falta de expertise específica por parte dos próprios gestores, outros setores igualmente promissores como, por exemplo, geração de energia geotérmica, acabam não recebendo a atenção que talvez merecessem. É importante destacar como um risco, porquanto relevante a quantidade de recursos que podem ser disponibilizados para o crescimento do mercado de tecnologias limpas, a volatidade do preço do petróleo e de outros combustíveis fósseis. Parece óbvio que quanto menor for o preço dos combustíveis fósseis, menos apetite o setor privado terá em direcionar investimentos para o desenvolvimento, pesquisa e expansão de tecnologias limpas e energias renováveis. Entretanto, a realidade é que combustíveis fósseis são uma fonte de energia finita, o que sem dúvida abre caminho para as fontes alternativas de energia. A principal questão é saber quando essas fontes alternativas se tornarão competitivas no mercado. O setor privado, em particular fundos de private equity e venture capital, pode ter um papel fundamental na aceleração desse processo de crescimento. O Brasil no cenário internacional O Brasil é visto internacionalmente como um mercado muito promissor no que se refere a investimentos em energias renováveis e tecnologias limpas. Em virtude do forte apoio político e regulatório ao longo dos anos, estudos publicados recentemente colocam o Brasil como um dos países mais atrativos e com menor risco para investidores, tendo como base de comparação o tamanho da economia e PIB do país. Salienta-se ainda que, especificamente em relação à inovações tecnológicas no setor de energias limpas (que tipicamente caminham lado-a-lado ao volume de investimentos de private equity e venture capital), impulsionado for maciços investimentos em energia eólica e etanol nos últimos anos, o Brasil ocupa uma honrosa segunda colocação (atrás apenas dos Estados Unidos).

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É interessante notar, finalmente, que apesar dos Estados Unidos estarem em uma posição de liderança absoluta em investimentos de private equity e venture capital no setor de energias limpas, muitas das inovações tecnológicas desenvolvidas em Silicon Valley acabam sendo utilizadas primeiro em outros mercados como a China, a Europa e o Brasil, o que torna esse tipo de investimento ainda mais fascinante. Rafael Del Bosco Figueiredo é advogado especializado em energia e direito ambiental, e membro do grupo de mudanças climáticas do escritório de advocacia americano Hunton & Williams LLP ([email protected])

Reservatórios do Norte atingem 99,3% do volume armazenado (CanalEnergia) 07/04/2010 Hidrelétrica de Tucuruí opera com 99,23% da capacidade, segundo dados do ONS Da Agência CanalEnergia, Noticiário A hidrelétrica de Tucuruí opera com 99,23% da capacidade, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico referentes à última terça-feira, 6 de abril. O nível dos reservatórios do Norte está em 99,3% do volume. Confira abaixo a situação de cada submercado: Submercado Sudeste/Centro-Oeste - Os reservatórios atingem 91,8% da capacidade, apresentando alta de 0,2%. O índice está 58,2% acima da curva de aversão ao risco. As usinas Nova Ponte e Corumbá I operam com 84,19% e 89,65%, respectivamente. Submercado Nordeste - Os reservatórios atingem 73,6% do volume, mantendo estabilidade%. O índice está 51,4% acima da curva de aversão ao risco. A hidrelétrica de Sobradinho trabalha com 74,82% da capacidade. Submercado Sul - O nível dos reservatórios está em 91,8%, com baixa de 0,4%. O índice está 64,4% acima da curva de aversão ao risco. A UHE Barra Grande registra 89,33% da capacidade de armazenamento. Submercado Norte - Os reservatórios registram 99,3% do volume acumulado, com baixa de 0,1%. A hidrelétrica de Tucuruí opera com 99,23% da capacidade.

MPF pede anulação da LP e cancelamento do leilão de Belo Monte (CanalEnergia) 07/04/2010 BNDES, Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Vale e três seguradoras podem ser notificadas. Ação será ajuizada na próxima quinta-feira, 8 Da Agência CanalEnergia, Meio Ambiente O Ministério Público Federal pedirá na próxima quinta-feira, 8 de abril a anulação da licença prévia da hidrelétrica de Belo Monte (PA, 11.233 MW). O órgão pede ainda o cancelamento do leilão da usina, previsto para o próximo dia 20. De acordo com o MPF, poderão ser notificados e responsabilizados por dano ambiental o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, além da Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Vale, J. Malucelli Seguradora, Fator Seguradora e a UBF Seguros. A ação será ajuizada na Justiça Federal de Altamira (PA). Entre os oito problemas encontrados no licenciamento até o momento, os procuradores da República apontam "afronta à Constituição, às leis ambientais e às resoluções do Conselho Nacional de Meio Ambiente". O MPF alega, entre outros pontos, que o projeto só pode ser leiloado depois da emissão da licença de instalação, conforme resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente. Segundo o MPF, o grupo que analisa o processo não descarta novas ações judiciais. O desvio de 100 quilômetros do rio Xingu é uma das principais dúvidas apontadas. Os questionamentos são em relação à quantidade de água que será liberada para esse trecho. “Se o Xingu não tiver água suficiente para gerar energia e, ao mesmo tempo, manter o volume exigido pelo Ibama, nos perguntamos o que será sacrificado, se a geração ou a vida das populações”, questiona o procurador da República Ubiratan Cazetta. O MPF aponta também o descumprimento ao artigo 176 da Constituição, que determina que aproveitamento de potencial hidráulico em terras indígenas só poderá ser feito mediante lei específica. Segundo a ação civil que será ajuizada amanhã, aprovar a LP com essas dúvidas ignora o princípio constitucional do desenvolvimento sustentável.

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O ministério pediu ainda a proibição da concessão de novas licenças sem a correção dos "vícios e dúvidas" apontados no licenciamento. Segundo o MPF, a "pressa em conceder a licença atropelou não só os ritos legais e os princípios democráticos, mas atentou contra o postulado da precaução, essencial para evitar desastres ambientais".

Escelsa: MPF/ES pede suspensão de repasse da Cofins e do PIS/PASEP aos consumidores (CanalEnergia) 07/04/2010 De acordo com o MPF, consumidores não podem ser onerados porque não possuem receita bruta nem faturamento, imprescindíveis para a cobrança do imposto Da Agência CanalEnergia, Regulação e Política O Ministério Público Federal no Espírito Santo ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, contra a Agência Nacional de Energia Elétrica e contra a EDP Escelsa (ES), pedindo a suspensão do repasse da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Programa de Integração Social (PIS/Pasep) aos consumidores da distribuidora. Com autorização da Aneel, a Escelsa está repassando aos consumidores, juntamente com o preço do serviço prestado, os valores de tributos que deveriam estar sendo suportados por ela. De acordo com o MPF/ES, como a base de cálculo da Cofins e do PIS/PASEP é a receita bruta operacional ou o faturamento da pessoa jurídica, os consumidores de energia elétrica não podem ser onerados porque não possuem nem receita bruta nem faturamento, imprescindíveis para a cobrança do imposto. Pela ação, assinada pelo procurador da República Frederico Lugon Nobre, o repasse indevido do ônus tributário aos consumidores dos serviços de eletricidade é insconstitucional e caracteriza prática abusiva que atenta contra os interesses dos usuários. Na ação civil pública, o MPF pede a imediata supensão de cobrança, sob o risco de dano irreparável ou de difícil reparação. Pede também que a Escelsa informe aos consumidores, nas respectivas faturas, que a suspensão da cobrança da Cofins e do PIS/PASEP está de acordo com decisão judicial proferida em ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal. Além disso, a ação pede que a Aneel seja impedida de autorizar aumento nas tarifas de energia elétrica para compensar a perda de receita que a Escelsa terá com a proibição do repasse das contribuições aos consumidores.

TCU se reúne com presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara (CanalEnergia) 07/04/2010 Secretário do Tribunal apresentaram trabalhos desenvolvidos na área de energia Da Agência CanalEnergia, Regulação e Política Representantes do Tribunal de Contas da União reuniram-se no último dia 24 de março com o novo presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, deputado Mário Negromonte (PP-BA). Os secretários Adalberto Santos de Vasconcelos, da Secretaria de Fiscalização de Desestatização, e Eduardo Nery Machado Filho, da 3ª Secretaria de Fiscalização de Obras, apresentaram os trabalhos desenvolvidos pelo Tribunal na área de energia. Relatórios da unidade técnica responsável pelos setores de regulação de energia elétrica e petróleo e a atuação do TCU nas principais obras da Petrobras foram alguns dos temas discutidos. Os leilões de energia de Belo Monte e do Complexo do Rio Madeira, a auditoria sobre os reajustes tarifários da distribuição de energia elétrica, e as obras da Petrobras com indícios de irregularidades detectadas pelo TCU também receberam destaque. O deputado ressaltou a importância da atuação preventiva do TCU no controle das contas públicas. "É enorme o benefício dessa atuação preventiva para assegurar a aplicação regular do recurso, assim como a transparência e a qualidade da gestão pública", afirmou Negromonte.

Celesc PNB opera em queda de 2,59% (CanalEnergia) 07/04/2010 MPX Energia ON registra alta de 2,26%. IEE atinge os 24.240 pontos com -0,40% Da Agência CanalEnergia, Noticiário A Celesc PNB está operando em queda de 2,59% no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo desta quarta-feira, 7 de abril. Além da Celesc PNB, outras ações também operam em baixa, como a Equatorial ON e a Copel PNB, com -1,64% e 1,27%, respectivamente. Enquanto isso, a MPX Energia ON registra alta de 2,26%, seguida pela Eletrobras PNB

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(0,91%) e pela Ceps PNB (0,63%). O IEE chega aos 24.240 pontos com baixa de 0,40%. O Ibovespa também registra queda, com 0,46%, aos 70.765 pontos. Confira abaixo o desempenho das ações que compõem o IEE no pregão de hoje: AES Eletropaulo PNB: -0,84% AES Tietê PN: -0,40% Celesc PNB: -2,59% Cemig PN: -0,14% Cesp PNB: 0,63% Coelce PNA: -0,13% Copel PNB: -1,27% CPFL Energia ON: -0,92% EDP Energias do Brasil ON: -0,12% Eletrobras PNB: 0,91% Equatorial ON: -1,64% Light ON: -0,49% MPX Energia ON: 2,26% Tractebel ON: -0,39% Terna Participações UNT: -0,08% Transmissão Paulista PN: -0,36%

Carga do SIN apresenta elevação de 8,5% em março (CanalEnergia) 07/04/2010 Dados do ONS indicam que percentual foi motivado por retomada da produção industrial e por demanda residencial - devido a altas temperaturas Fábio Couto, da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção O Operador Nacional do Sistema Elétrico informou nesta quarta-feira, 7 de abril, que a carga do Sistema Interligado Nacional em março alcançou 58.311 MWmed, representando uma elevação de 8,5% em relação ao mesmo mês em 2009. Em comparação com fevereiro deste ano, o montante foi 0,1% inferior, enquanto que no acumulado dos últimos 12 meses, a queda ficou em 3,3%. Segundo o ONS, os números podem ser explicados "principalmente pela retomada da produção industrial e pela continuidade do uso de aparelhos de refrigeração pelas famílias", apesar das temperaturas amenas registradas na primeira semana principalmente no submercado Sudeste/Centro-Oeste. Além disso, a incorporação de aproximadamente 400 MWmed ao SE/CO, oriunda do sistema isolado Acre-Rondônia, em outubro passado, contribuiu com aproximadamente 1% na taxa de expansão da carga. O submercado SE/CO apresentou elevação de 7,8% na carga (ao registrar 35.720 MWmed), em comparação com o mesmo mês em 2009. No acumulado dos últimos 12 meses, a variação ficou em 3,2%, e em relação a fevereiro, a carga teve queda de 0,7%. No Sul, que teve carga de 9.898 MWmed, a variação de carga ficou em 7%, ante a março de 2009; de 1,7% frente a fevereiro; e em 3,7%, contra o apurado no acumulado dos últimos 12 meses. Já o submercado Nordeste fechou o mês com carga de 8.735 MWmed, o que correspondeu a uma elevação de 13% ante março do ano passado, de 3,1% em comparação com fevereiro deste ano, e de 4,4% ao se analisar a carga frente ao acumulado dos últimos 12 meses. Ainda de acordo com o ONS, o subsistema Norte apresentou expansão de 9,2% na carga, em comparação com março do ano passado. Em relação a fevereiro, a carga cresceu 2,6%, e no acumulado dos últimos 12 meses, a taxa foi de 0,8% ante o mesmo período anterior.

Aneel contrata empresa para pesquisa do IASC 2010 (CanalEnergia) 07/04/2010 Interessados devem enviar propostas pela internet até 16 de abril Da Agência CanalEnergia, Recursos Humanos A Agência Nacional de Energia Elétrica abriu licitação para contratação de pessoa jurídica especializada em serviços de pesquisa de opinião. O objetivo é a realização da 11ª pesquisa de satisfação do consumidor residencial, visando instruir o cálculo do Indice de Satisfação do Consumidor (IASC 2010). Os interessados devem entregar propostas no site www.comprasnet.gov.br. A abertura das propostas ocorrerá às 15:00 horas do próximo dia 16 de abril.

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CEB esclarece ao MME providências tomadas para evitar desligamentos no DF (CanalEnergia) 07/04/2010 Crescimento do mercado e roubo de cabos no sistema subterrâneo foram responsáveis pelos blecautes, segundo companhia Da Agência CanalEnergia, Operação e Manutenção A diretoria da CEB (DF) se reuniu com o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, na última terça-feira, 6 de abril, para explicar as ações que estão sendo tomadas para evitar blecautes como os ocorridos nas últimas semanas no Distrito Federal. De acordo com a companhia, o crescimento do mercado e roubo de cabos no sistema subterrâneo foram os responsáveis pelos desligamentos. Para resolver a questão, segundo a CEB, já existe uma força-tarefa na empresa e já estão em curso investimentos de R$ 100 milhões para serem utilizados. No encontro, Zimmermann disse que a companhia tem condições de reverter o quadro de problemas na distribuição e acredita em uma solução rápida para solucionar os blecautes.

Copel investe R$ 16 milhões na construção da subestação Santa Felicidade (CanalEnergia) 07/04/2010 Unidade vai operar na classe de tensão de 69 mil volts, conectada à SE Pilarzinho por linha compacta de alta tensão com 5,3 quilômetros de extensão Da Agencia CanalEnergia, Investimentos e Finanças A Copel está investindo cerca de R$ 16 milhões na construção da subestação Santa Felicidade, que deverá entrar em operação nas próximas semanas. Segundo a companhia, o empreendimento vai operar na classe de tensão de 69 mil volts, conectada à subestação Pilarzinho por uma linha compacta de alta tensão com 5,3 quilômetros de extensão em circuito duplo, e será sustentada por 72 estruturas de concreto. Na SE Santa Felicidade, os investimentos chegam a R$ 11,96 milhões. Para a construção da linha, a Copel utilizará recursos da ordem de R$ 4 milhões. Inicialmente, ainda de acordo com a companhia, a subestação vai operar com um transformador de 41,6 MVA de potência, comportando a instalação de mais dois equipamentos idênticos em projetos futuros de expansão, e dará origem a 9 circuitos alimentadores de distribuição na tensão de 13,8 mil volts. Os comandos e equipamentos da subestação operam, segundo a Copel, dentro de edificações projetadas para garantir segurança ao seu funcionamento, além de silêncio aos vizinhos e inserção adequada à cena urbana. A obra beneficiará cerca de 100 mil moradores de quatro bairros de Curitiba, além do município de Campo Magro.

SINDICAL

Benefícios à classe trabalhadora (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por William Pedreira Sintapi-CUT realiza atendimento jurídico para os trabalhadores pensionistas Sindicato espera fazer 800 revisõesDesde a última segunda-feira (5), o Sintapi-CUT (Sindicato dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos da CUT) realiza, através de um grupo de advogados parceiros, atendimento jurídico para os trabalhadores pensionistas. A meta do Sintapi é fazer até quinta-feira (8) cerca de 800 revisões. Esta atividade abrange uma série de ações que o sindicato têm feito com objetivo de auxiliar os trabalhadores e suas famílias. Segundo o presidente do Sintapi, Epitácio Luiz Epaminondas (Luizão), até o momento já foram realizados atendimentos para a categoria dos aposentados. Agora, é a vez dos trabalhadores pensionistas de todo o estado de São Paulo. O atendimento, conforme relata o advogado Leandro Lolli, envolve o recebimento dos dados do beneficiário onde é possível saber se há alguma revisão a ser feita. Caso haja, a direção jurídica do Sindicato encaminha uma ação individual a Justiça.

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É o caso de Milton Rodrigues Pinheiro, de 29 anos, que está há um tempo sem receber a pensão do pai, falecido há três anos. “Ficou constatado que a minha pensão precisa ser revisada. Isto é uma vitória pra mim, já que este dinheiro vai para o meu irmão que mora em Pernambuco.” O presidente do Sintapi acredita que ações como esta fortalecem o movimento sindical. Para ele, “muitos dos presentes ao atendimento desconhecem a importância da atuação sindical. A partir do momento que mostramos a eles a estrutura do sindicato, suas ações em defesa dos interesses da classe trabalhadora e seus benefícios sociais, a sindicalização se torna um processo natural.” A aposentada Sonia Piatti, de 56 anos, confirma a retórica de Luizão. Ao procurar o atendimento jurídico do Sindicato fez questão de encaminhar o seu processo de sindicalização. Além da revisão da pensão do seu marido que faleceu há três anos, Sônia procurava informações sobre como deveria proceder para fazer a desaposentadoria, dúvida sancionada pelos assessores do Sintapi.

1º Seminário de Planejamento da Secretaria de Relações de Trabalho (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por Luiz Carvalho Defesa do trabalho decente é destaque no primeiro dia do encontro Conceição, Mouçouçah, Denise, Artur e MônicaDirigentes da Central Única dos Trabalhadores e secretários das CUTs estaduais e de ramos cutistas se reuniram nesta-terça feira (6), na região central de São Paulo, para promover o 1º Seminário de Planejamento da Secretaria de Relações de Trabalho. Na mesa inaugural do evento, que teve como tema "Democratizar é preciso", o Secretário Geral Nacional da CUT, Quintino Severo, apontou como um dos grandes desafios do encontro o avanço na definição de um modelo de negociação coletiva nacional unificada. Nesse sentido, ele destacou a necessidade da participação de todas as categorias no Dia Nacional de Mobilização pela Redução da Jornada de Trabalho, programado para 18 de maio. “A pauta dos trabalhadores tem encontrado muitas dificuldades para ser votada no Congresso nacional e por isso definimos essa data para realizamos passeatas, panfletagens e paralisações em defesa de uma de nossas principais reivindicações”, comentou. Presidente Nacional da CUT, Artur Henrique, também defendeu uma campanha salarial unificada organizada por cadeia de produtividade e falou sobre a redução da jornada de trabalho sem redução de salário como uma forma de dividir os ganhos de produtividade. O conceito foi reforçado pelo Secretário de Desenvolvimento Econômico e de Turismo da Prefeitura de São Bernardo do Campo, Jefferson José da Conceição. “Nos últimos 10 anos a produção cresceu 84%, enquanto a elevação do rendimento médio dos trabalhadores foi de 37%. Esse é um paradoxo que o movimento sindical deve levar em conta para reverter nos próximos anos”, disse Conceição. Segundo Artur, outro ponto prioritário da agenda sindical é a luta para que a Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) – que estabelece a negociação coletiva no setor público e foi recentemente aprovada – seja colocada em prática. “Todos sabem da enorme dificuldade que o funcionalismo tem para abrir um canal de negociação. Basta ver como o governo Serra e seus antecessores tucanos trataram os servidores.” Denise e Quintino durante a aberturaContrapartidas sociais e trabalhadores informais Ao falar sobre a legislação trabalhista, a facilidade para demitir e a consequente alta rotatividade no Brasil, o dirigente voltou a citar a exigência de contrapartidas sociais para quem recebe dinheiro público. “As empresas que são beneficiadas com nossos recursos não podem responder com a criação de qualquer tipo de emprego. É preciso que respeite certos critérios como trabalho decente, com carteira assinada, acordo coletivo e respeito ao meio ambiente.” O especialista da OIT no Brasil, Paulo Sérgio Muçouçah, explicou que o conceito de trabalho decente deve levar em conta a existência de remuneração adequada, liberdade para diálogo social e mecanismos de proteção social. Diante da deterioração do emprego promovido pelo processo de globalização empreendido no mundo, ele destacou que a organização resolveu construir uma agenda global de trabalho decente, implementada a partir de 2005 em diversos países, estados e municípios do mundo. “O conceito de trabalho decente foi uma forma de evitar que a precarização das relações de trabalho fosse usada pelas empresas como fator de competitividade, uma resposta a medidas protecionistas e um meio de colocar o trabalho no centro de desenvolvimento dos países ao invés do capital financeiro”

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De acordo com Artur, é necessário também que a Central fortaleça a discussão sobre a representação dos trabalhadores informais. “Nossa atuação não deve ser apenas contra a informalidade, mas também pela organização e representação de quem está fora do mercado, os outros 50% da população economicamente ativa”, afirmou. Delegados acompanham o encontroRepresentação e precarização Jefferson da Conceição destaca ainda que o movimento sindical precisa aproveitar o momento de geração de postos de trabalho em setores como construção civil, hotelaria e de transporte, por conta da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, para discutir a ampliação de direitos. “Podemos estabelecer no âmbito das multinacionais com sindicatos de outros países acordos marco global como ocorre na Europa para garantir empregos de qualidade na matriz, subsidiárias e toda a cadeira produtiva.” Secretária sub-regional da Internacional dos Serviços Públicos (ISP), Mônica Valente defende que o protagonismo da CUT também se extenda ao funcionalismo. “A crise recolocou na discussão do dia o papel do Estado como produtor do desenvolvimento, não apenas no Brasil, mas também no capitalista Estados Unidos. Devemos chamar o debate sobre negociação coletiva, direito de greve e imposto sindical, porque se não incluir na discussão o processo de transição para transformar o imposto em uma contribuição definida em assembleia, como ocorreu no setor privado, vamos ceder espaço para quem não tem base, mas consegue levar a disputa para o Congresso.” Para ela, a discussão sobre a terceirização e a precarização no setor privado avançaram muito no âmbito da Central, mas também é preciso progredir no setor público. “Em 1965, o Brasil ratificou a convenção 94 da OIT, que define direitos iguais, inclusive salários, para trabalhadores privados e aqueles que prestam serviço a autoridades públicas. Precisamos fazer com que isso seja aplicado na prática.” Denise, Messias e Jacy: atuação integradaAtuação além da cláusula econômica No período da tarde, os trabalhadores discutiram as interfaces de trabalho entre as diversas secretarias. Secretário Nacional de Organização e Política Sindical da CUT, Jacy Afonso de Melo, iniciou a intervenção indicando o papel importante das CUTs estaduais nos processos de negociação. “As CUTs nos estados devem liderar as negociações coletivas regionais e atuar ao lado dos sindicatos para que não se tornem meras tocadoras de demandas da CUT nacional.” Segundo ele, a Central deve estabelecer um projeto de planejamento a longo prazo para fortalecer os ramos e sindicatos de base. “Penso em uma programação para três mandatos. Nos três primeiros anos discutiríamos organização sindical dos ramos, nos três seguintes as confederações e após organizar esses dois setores, iríamos conversar sobre os sindicatos de base.” Em ano de eleição, ele defendeu ainda uma campanha unificada das centrais para eleger parlamentares comprometidos com a classe trabalhadora. “A maior parte da bancada atual está a favor da redução de direitos”, acredita. Após resgatar o histórico da criação da Secretaria Nacional de Relações de Trabalho da CUT (SRT), Denise Motta Dau, falou sobre a criação do Fórum Nacional do Trabalho, em 2003, que debateu por dois anos um projeto de reforma sindical. “Devido à pressão dos setores conservadores do movimento sindical que não desejam algumas mudanças como o fim do imposto sindical, os projetos não tramitaram e fizeram com que a Central adotasse a estratégia de ter maior atuação junto ao Congresso para aprovação de projetos de interesse da classe trabalhadora”, explicou. Entre as atribuição da SRT, Denise citou a atuação ao lado dos sindicatos para que incluam nos acordos e convenções coletivas pontos para além da cláusula econômica como a redução da jornada de trabalho e limitação de horas extras, o combate à terceirização e o combate à discriminação por raça e gênero. Tino, Rosana Aparecida, Carmen, Vagner (coord. da mesa), Rosana Silva, Solaney, Rosana de Deus e MessiasMobilização e igualdade: temas para todos Na última mesa, secretários cutistas apontaram as perspectivas e dois temas em comum: a necessidade de unidade e a luta por igualdade. Secretário Nacional de Formação, Celetinos Lourenço, o Tino, afirmou que a capacitação dos trabalhadores tem que ocorrer por meio de uma educação integral. A Secretária da Juventude, Rosana Sousa de Deus, defendeu a redução da jornada para que os jovens da periferia possam se qualificar e competir em igualdade de oportunidades com jovens que possuem melhores condições financeiras e entrada do jovem no mercado de trabalho, principalmente de modo informal e em relações de empregos disfarçadas.

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O Secretário de Políticas Sociais, Expedito Solaney, apontou temas definidos no seminário da secretária como a erradicação das formas de trabalho infantil e escrava, incluindo o boicote a quem usa trabalho escravo, o lançamento da campanha nacional dos trabalhadores com deficiência e da defesa de políticas públicas para a diversidade sexual. Representando a Secretária Nacional de Combate ao Racismo, Maria Júlia Nogueira, a Secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP, Rosana Silva, apontou a defesa das convenções 100 – igualdade de condições de trabalho e salários entre homens e mulheres – e 111 – combate à discriminação racial no ambiente de trabalho – da OIT como prioridades da secretaria. Já o Secretário de Saúde do Trabalhador, Manoel Messias, ressaltou a organização no local de trabalho como essencial para garantir a vigilância no local de trabalho. “Não é possível fazer a fiscalização das condições de saúde de nossos companheiros se a saúde não estiver na pauta dos sindicatos.” Para a Secretária da Mulher Trabalhadora, Rosane Silva, a redução da jornada deve vir acompanha de uma outra luta fundamental para as trabalhadoras: a ratificação da convenção 156 – que trata da igualdade de responsabilidades familiares para homens e mulheres. “O Brasil é o único país do Cone Sul que ainda não ratificou essa convenção e queremos tempo livre, mas não para aumentar as responsabilidades domésticas e reprodutivas, mas sim para podermos desfrutar de lazer e podermos nos qualificar.” Por fim, a Secretária do Meio Ambiente, Carmen Foro, afirmou que o tema ambiental deve ser papel estratégico no projeto da CUT para a construção de uma proposta de novo modelo de desenvolvimento. “Precisamos fazer com que as secretarias estaduais compreendam melhor o debate sobre sustentabilidade no País e se insiram nessas discussões que eram exclusiva das ONGs. Também devemos priorizar os debates sobre empregos verdes e trabalho decente, especialmente no que se refere a construções sustentáveis para a Copa e as Olimpíadas no Brasil.” Nesta quarta (7), a CUT encerra o seminário com o planejamento interno.

Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por Mariano Vásquez Trabalhadores se reúnem em Buenos Aires nesta quinta e sexta-feiras Nesta quinta (8) e sexta-feiras (9), o salão azul da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) sediará a primeira plenária da Coordenadora das Centrais Sindicais do Cone Sul (CCSCS) 2010. Estarão presentes secretários-gerais, presidentes e representantes das treze centrais da Argentina, Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai que compõem a Coordenadora. Desta vez, o debate vai centrar-se na questão mais importante neste momento para a região: a posição sindical frente às negociações comerciais da América Latina com a União Europeia. Também se debaterá o planejamento da X Cúpula Sindical do Cone Sul a ser realizada na Argentina, ao mesmo tempo que a reunião de Chefes de Estado do Mercosul e associados, no início de julho deste ano. "O tema principal desta plenária será discutir o acordo de livre comércio em negociação com a União Europeia a nível dos Estados. Será também uma oportunidade para rever os pontos aprovados no Plano de Ação da Cúpula Sindical do ano passado e avaliar o desenvolvimento de cada um deles por parte das centrais e da Coordenadora, para seguir avançando na implementação das prioridades da classe trabalhadora da região ", disse o secretário-geral da CCSCS, Adolfo Aguirre. A CCSCS nasceu em 1986 e é o ponto mais alto na organização dos trabalhadores a nível regional, representando cerca de 25 milhões de trabalhadores. Participa das Cúpulas de Presidentes e nas diferentes comissões setoriais do Mercosul, levantando propostas e articulando ações. Nos últimos anos, conseguiu transcender a órbita exclusiva do Mercosul por meio de debates e iniciativas, expressando uma posição consensual dos trabalhadores organizados do Cone Sul no âmbito de todos os projetos de integração regional. Contato: Adolfo Aguirre, Cel: 0221 155089411 - [email protected] endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o Javascript terá de estar activado para poder visualizar o endereço de email

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Funcionalismo (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por Condsef Dez categorias foram pauta de reunião entre Condsef e SRH do Ministério do Planejamento No final da tarde de segunda-feira, 5, a direção da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) foi recebida pelo secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Ferreira. Na pauta do encontro foram debatidos temas ligados a dez categorias da base da Condsef. Logo no início, Duvanier falou sobre a impossibilidade de tratar a reestruturação das tabelas do PGPE e CPST, carreiras que englobam mais de 500 mil servidores entre ativos, aposentados e pensionistas. Limitações orçamentárias foram colocadas como barreira para o debate. A Condsef insistiu e Duvanier concordou em avaliar o impacto orçamentário para instituição de uma gratificação de qualificação. No próximo dia 19, em reunião já agendada, a SRH deve dar uma resposta sobre a viabilidade da proposta. Confira a seguir demais itens discutidos na reunião desta segunda. Servidores de nível auxiliar do PECFAZ que aguardam a incorporação da GAE ao seu vencimento básico seguem aguardando solução para o problema. O secretário de RH informou que a correção vai acontecer por meio de um projeto de lei com impactos ainda para este ano. Já impacto dos valores retroativos será calculado e ainda não há uma decisão do governo se esses valores serão pagos. A Condsef protestou e exigiu que o pagamento dos retroativos fosse feito ainda este ano, pois a categoria não pode ser penalizada por uma falha exclusiva do governo. Também no dia 19 a SRH deve dar uma posição sobre a situação. Dnocs, HFA, Sudam e Sudene – A Condsef cobrou agendamento de reunião com a secretaria de Gestão para debater a reestruturação do Dnocs. O tema havia sido tratado em reunião anterior. Duvanier informou que ainda não havia feito contato com a secretaria, mas se comprometeu a viabilizar o encontro. Sobre a situação da carga horária de trabalho dos servidores do HFA e tabela dos celetistas, Duvanier preferiu marcar reunião na semana que vem para discutir as demandas. A Condsef cobrou também reunião para tratar das carreiras de Sudam e Sudene. O secretário informou que marcará nos próximos dias uma reunião para tratar do assunto. Outro tema que se arrasta desde o ano passado foi tratado na reunião. A Condsef cobrou uma definição sobre a redistribuição para o Ministério da Cultura (Minc) dos servidores da Ex-TVE. Muitos já foram entrevistados por órgãos ligados ao Minc. Duvanier disse que será dada preferência a esta questão. Nos próximos dias serão fornecidas informações mais detalhadas sobre a redistribuição. A Condsef lembrou ao secretário que esta indefinição vem causando sérios transtornos para a categoria. Duvanier reforçou que em alguns dias será dada solução para o problema. Greve – A Condsef informou ao governo sobre o início da paralisação de atividades no Ibama e Ministério do Trabalho e Emprego a partir desta semana. A entidade solicitou um espaço para tratar os conflitos dos setores em mobilização. Duvanier informou que não vai haver mudança nenhuma nas propostas apresentadas a esses setores e que a greve será tratada conforme orientação do governo. A Condsef voltou a insistir na importância da abertura de um espaço de negociações que busque solução dos conflitos. Sem ceder, Duvanier reafirmou que movimento de greve será tratado conforme orientação do governo. Agendas – A Condsef também cobrou de Duvanier reuniões para setores que tiveram agendas desmarcadas. O secretário se comprometeu a verificar setor por setor. Segundo ele, somente os setores que não tiverem na pauta tabelas remuneratórias serão re-agendados.

Setor Farmacêutico (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por Gislene Madarazo – Sindicato dos Químicos do ABC Diante da intransigência do patronato, químicos do ABC realizam assembleia para deliberar ações da Campanha Salarial As negociações da Campanha Salarial do Setor Farmacêutico, data-base 1º de abril, não estão nada fáceis para os trabalhadores químicos do estado de São Paulo. Na última rodada, a contraproposta patronal foi: - Reajuste de 4,6% - Aumento Real de 0,5% - Retirada da Cláusula de PLR da Convenção - Cesta básica de R$ 46,50 (hoje é R$ 45,00) - não negocia as demais propostas como férias em dobro entre outras.

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“O fato é que o setor farmacêutico teve excelentes resultados no período 2009/2010 e, por isso, tem condições de atender as nossas reivindicações. Ainda temos mais uma rodada esta semana e as mobilizações nos locais de trabalho são o nosso principal instrumento para garantir o sucesso da Campanha Salarial 2010”, afirma o diretor da secretaria geral e de imprensa, Sidney Araújo dos Santos, que acompanha as negociações do setor pelo Sindicato dos Químicos do ABC. Os trabalhadores reivindicam: 10% de aumento nos salários (inflação + aumento real); piso de R$ 1.158; PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de R$ 2.316 (dois pisos); férias pagas em dobro; além de outros benefícios. Na próxima sexta-feira, dia 9 de abril, às 18h, o Sindicato realizará assembleia com os trabalhadores do setor para discutir as contrapropostas e decidir os próximos encaminhamentos. No domingo, dia 11, será a vez do Sindicato dos Químicos e plásticos de São Paulo consultar sua base sobre o assunto.

Defender a saúde com políticas públicas (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por Expedito Solaney é secretário Nacional de Políticas Sociais da CUT “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas ausência de doenças” - Organização Mundial da Saúde (OMS) Desde 1950 que a Organização mundial da Saúde celebra a criação do Dia Mundial da Saúde em 7 de Abril. “1000 cidades, 1000 vidas” é com este lema que a OMS e todos os países do mundo celebram este dia. Para o Conselho Nacional de Saúde (CNS) - Brasil, a OMS caprichou, acertou no lema que é extremamente oportuno, pois destaca o efeito da urbanização sobre a saúde coletiva de maneira global, e para cada um de nós individualmente. Estudos apontam que na maioria das vezes o imenso contingente de doentes que superlotam os centros de saúde é proveniente de áreas sem saneamento básico ambiental. Onde vivem principalmente as camadas mais pobres e miseráveis da população do Brasil e do mundo. Isso eleva sobremaneira o custo com a oferta de serviços de saúde publica para população. É a velha tese: em vez de investir na prevenção, se gasta - e muito - na doença. Este ano temos a oportunidade de debater soluções de forma a contemplar o bem viver, cidades saudáveis, acessíveis, transporte público, em habitação e saneamento ambiental. Onde o controle do estado sobre o solo e o planejamento urbano, resultem em promoção de saúde e qualidade de vida para toda a população que vivem nas cidades. Não temos dúvidas que as políticas de saúde, como as ambientais, para o povo pobre e trabalhador, são negligenciadas no Brasil e no mundo com ou sem crise. Com a crise, a tendência é piorar. Para se ter uma ideia apenas, 21 novos medicamentos para as chamadas doenças negligenciadas foram registrados em 30 anos. Estes 21 medicamentos registrados são para doenças tropicais e tuberculose, ainda que estas doenças constituam mais de 11% da carga global de doença. Durante o mesmo período, pasmem, 1.535 medicamentos foram registrados para outras doenças, as doenças dos ricos que podem comprar remédios. Esses tristes dados reforçam a necessidade de políticas publicas, controle e orientação da produção científica e da indústria de fármacos que, naturalmente, só produzem e registram medicamentos para o mercado, para o modelo de saúde privada, para os ricos. Este debate certamente vai ser pauta na Conferência Mundial de Sistemas Universais de Saúde, agendada para o mês de dezembro deste ano aqui no Brasil, convocada pelo governo brasileiro junto com OMS e CNS. As chamadas doenças negligenciadas são doenças que afetam milhares de pessoas ao redor do mundo em países de clima tropical, em especial o Brasil, mas que não dispõem de tratamentos eficazes ou adequados. Em sua maioria, são doenças tropicais infecciosas que afetam principalmente pessoas pobres, trabalhadores rurais e urbanos a exemplo da leishmaniose, da doença do sono, da malária, e da doença de Chagas, que geram um impacto devastador sobre a humanidade. Há um grande volume de trabalhos científicos que tratam da biologia, imunologia e genética dos parasitas causadores destas doenças, porém todo esse conhecimento não consegue se reverter em novas ferramentas terapêuticas para as pessoas afetadas. Ao contrário, tais doenças têm sido progressivamente marginalizadas por aqueles encarregados pelos programas de pesquisa tanto do setor público quanto do privado, essencialmente porque as pessoas que sofrem de doenças negligenciadas são pobres, e não oferecem um retorno lucrativo suficiente para que a indústria farmacêutica invista em pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos voltados para essas doenças. Queremos superar este capitalismo selvagem, construir um bem viver, para um morrer bem. Uma sociedade onde o sujeito não valha pelo que tem na conta corrente, se pode ou não comprar um medicamento, se vai morrer por uma doença que podia ser evitada se tivesse o mínimo que o Estado pode garantir, que é moradia digna e saneamento ambiental de qualidade. Enfim, uma casa com rua e esgoto tratado.

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HIV-AIDS, solidariedade e cidadania – o mundo do trabalho no combate à pandemia (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por Manoel Messias é secretário nacional de Saúde do Trabalhador da CUT Artigo do secretário nacional de Saúde do Trabalhador da CUT, Manoel Messias Melo O Dia Mundial da Saúde, 7 de abril, é comemorado desde 1950 para celebrar a criação da Organização Mundial Saúde, fundada em 1948, ocasião em que também se reafirma a saúde como um direito soberano e busca-se chamar a atenção da sociedade para temas relacionados com a saúde mundial, que requerem maior centralidade na agenda política de movimentos sociais e dos governos. O tema proposto pela OMS para este ano é “1000 cidades – 1000 vidas”, campanha que visa incidir sobre as questões relacionadas com urbanização e saúde, em prol de maior qualidade de vida. Trata-se, sem dúvida, de um tema importante, contudo decidimos aproveitar as celebrações do Dia Mundial da Saúde deste ano para resgatar o combate ao HIV-AIDS na agenda sindical, grave problema de saúde pública que atinge trabalhadores e trabalhadoras de todo o mundo. De acordo com dados da OIT de 2004, em nível mundial estima-se que mais de 38 milhões de pessoas vivem com o HIV, a maioria delas com idade entre 15 e 49 anos. Do início da epidemia até 2005, 28 milhões de trabalhadores perderam suas vidas em conseqüência da Aids, podendo este número sofrer um aumento expressivo, caso o acesso a tratamento adequado não seja ampliado, podendo chegar a 74 milhões em 2015, o que transformaria o HIV/Aids em uma das maiores causas de mortalidade no mundo do trabalho. O acesso universal à prevenção, tratamento, atenção e apoio tem sido uma bandeira de luta do movimento sindical internacional, por meio da CSA-CSI, visando sensibilizar governos de todo o mundo para que desenvolvam políticas sistemáticas de prevenção, com ênfase à responsabilidade dos países mais desenvolvidos em contribuir para reverter o grave quadro por que passa alguns países, em especial os do continente africano. No Brasil, em que pese o SUS e, em especial, as políticas públicas de tratamento e atenção à Aids terem se tornado uma referência mundial, por assegurar acesso universal e integral ao sistema de saúde, além de oferecer medicamentos antirretrovirais a todos os soropositivos, desenvolver campanhas sistemáticas de conscientização e outras medidas para diminuir a incidência de doenças sexualmente transmissíveis entre a população brasileira, a Aids ainda apresenta uma tendência crescente em algumas regiões. De acordo com dados no Ministério da Saúde, nas regiões Sudeste e Sul e, mais recentemente na região Centro-oeste, verifica-se um lento processo de estabilização dos casos desde 1998, enquanto que as regiões Norte e Nordeste têm apresentado o crescimento do número de casos. Considerando a dinâmica nacional, a taxa de incidência de Aids no país mantém-se relativamente estabilizada, contudo os patamares são bastante elevados. Desde a identificação do primeiro caso em 1980 até 2008 foram identificados aproximadamente 506 mil casos da doença. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o perfil da epidemia vem se modificando ao longo do tempo. Se na década de 1980 atingia principalmente usuários de drogas, gays e outros homens que fazem sexo com homens e pessoas que receberam transfusão de sangue, na década de 1990 a transmissão heterossexual tem sido principal via de transmissão do HIV, com uma expressiva incidência entre mulheres. Contribuir para superar preconceitos em torno da sexualidade e barreiras culturais, morais e religiosas que dificultam a prevenção é uma tarefa de toda sociedade, contudo, por dialogar de forma direta com uma parcela significativa da população, o movimento sindical tem uma enorme potencialidade no combate à disseminação do vírus, seja por meio da difusão de informações, do desenvolvimento de programas de prevenção, do apoio a trabalhadores etc. seja na garantia e promoção dos direitos sociais e humanos nas relações de trabalho e nos espaços das políticas públicas. O reconhecimento do HIV-AIDS como uma questão relacionada com o trabalho; a não discriminação; a relação mais igualitária de gênero como medida preventiva; a garantia de um ambiente de trabalho saudável; a confidencialidade do diagnóstico e a continuidade da relação de emprego são alguns princípios que fazem parte do Repertório de Recomendações Práticas da OIT sobre o HIV-AIDS no Mundo do Trabalho, cuja institucionalização como direitos requer que os sindicatos os incorporem em suas campanhas reivindicatórias e nos processos de negociação coletiva.

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Assim, a exemplo da forte mobilização que houve do movimento sindical cutista nos anos 1990 em torno deste tema, vamos somar esforços para que a prevenção, o combate à discriminação e ao preconceito cheguem a todos os locais de trabalho do país, por meio dos nossos sindicatos e das organizações nos locais de trabalho.

Carta aberta dos jornalistas aos trabalhadores do setor público (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por José Augusto Camargo, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo Em 7 de abril é comemorado o Dia do Jornalista! A celebração foi instituída pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), em 1931, como uma dupla homenagem; à Líbero Badaró, jornalista assassinado em 1831 por partidários da monarquia devido à suas duras críticas contra o imperador e à liberdade de imprensa, simbolizada por este episódio. O debate sobre o papel do jornalista na sociedade continua atual, pois a grande imprensa brasileira age como partido político, com interesses econômicos e políticos bem definidos, sobretudo em ano eleitoral. É fato que as reportagens, principalmente sobre assuntos relativos aos movimentos sociais e sindicais, reflete compromisso ideológico e empresarial, que não é resultado da vontade dos jornalistas (repórteres de texto, rádio, fotógrafos e cinegrafistas), envolvidos nas coberturas diárias dos acontecimentos. A informação que a população recebe através dos jornais, rádios, TVs, internet, entre outros meios, passa por uma pré-filtragem, a chamada edição, que resulta, muitas vezes, em um texto completamente diferente daquele efetuado inicialmente pelo repórter. O caráter elitista da grande imprensa também se reflete nas relações de trabalho mantidas com os funcionários. Enquanto um pequeno número de jornalistas goza de situação privilegiada, a maioria da categoria convive com a precarização e baixos salários. Apenas como exemplo, o piso dos jornalistas que atuam em rádio e TV atualmente é de R$ 861,85 no interior (inferior a 2 salários mínimos). Essa situação é ainda mais alarmante quando se sabe que as TVS faturaram R$ 13 bilhões com publicidade em 2009, sobretudo a Rede Globo, que ficou com mais da metade deste montante. Essas são as empresas que, na campanha salarial dos jornalista que está em curso, interromperam as negociações por que se negam a pagar meio salário nominal a mais a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), valor bastante inferior ao que é normalmente concedido para outras categorias. Os empresários das grandes redes de comunicação (Globo, Record, Bandeirantes e SBT) não reconhecem que o respeito popular e o lucro só são possíveis quando o jornalista, detentor das informações – matéria-prima do jornalismo – tem condições dignas de trabalho e salário decente. O que não ocorre atualmente em São Paulo. Quem sofre com isso é a população que, mesmo com todo o esforço dos jornalistas, recebe informação de má qualidade e deturpada por interesses outros que não a defesa da verdade e da democracia. A solução desse impasse está na democratização da comunicação, na criação de uma Lei de Imprensa que defenda o caráter público da missão jornalística e uma nova regulamentação profissional que fortaleça e proteja a categoria, com direitos e deveres sociais bastante claros, principalmente no campo da ética jornalística. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo se solidariza com os companheiros do setor público, particularmente os professores, que, democraticamente, organizam um movimento em defesa de seus direitos. A luta dos jornalistas é a mesma dos professores e demais trabalhadores do Estado.

As lições da crise e os anseios por renovação (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por Aparecido Donizeti da Silva, pres do Instituto Observatório Social (IOS) e diretor da CUT Nacional O mundo nos últimos duzentos anos passou por modificações rápidas, profundas e radicais. A ascensão do capitalismo e a revolução industrial transformaram e aceleraram o modo de produção. A nascente indústria sugava o sangue, o suor, o sonho e a vida de homens, mulheres e crianças. Todos escravizados à necessidade de produção, de geração de mais valia, de lucro.

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O mecanismo perverso de acumulação de riqueza nas garras de poucos à custa de muitos desencadeou revoltas, protestos, lutas e produção teórica. Karl Marx certamente foi quem melhor desnudou esse mecanismo de exploração, influenciando a maioria dos movimentos e lutas da classe trabalhadora. Mobilizações, revoltas e revoluções fizeram com que o capitalismo, por necessidade de sobrevivência, realizasse reformas e concessões, de modo a disfarçar sua verdadeira e cruel face. Essas reformas resultaram na criação de direitos e conquistas sociais para os trabalhadores, embora a raiz do sistema ainda se baseie na exploração do trabalho. O capitalismo, por sua dinâmica própria, necessita de expansão e de acumulação. Assim criou uma sociedade voltada para o consumo desenfreado, utilizando-se de meios de comunicação eficientes, com a função de fabricar necessidades artificiais e vender essas necessidades. Para alimentar essa engrenagem, o sistema expandiu radicalmente a industrialização, os meios de transportes e, por fim, produziu grandes inovações tecnológicas, representadas mais emblematicamente pela internet, com a consequente redução de tempo, de espaço e o rompimento das fronteiras entre os países. Vivemos na era da simultaneidade e da instantaneidade, para atender assim o ritmo cada vez mais célere do sistema. Predador por essência, o capitalismo não poupou o meio ambiente. Primeiramente, na Europa e na América do Norte, depois no resto do mundo, florestas inteiras foram e continuam a ser devastadas. Hoje, enxames de automóveis tomam conta das ruas, chaminés industriais vomitam fumaça. As cidades continuam a inchar, com gente se espremendo, muitas vezes, em habitações precárias, sem saneamento. Enquanto isso, a mecanização predomina nas áreas rurais, substituindo a mão-de-obra humana. A terra fica cada vez mais concentrada, produtos químicos são usados para combater as pragas nas plantações, sem avaliar os efeitos na saúde humana, e alterações genéticas são feitas em legumes, frutas etc. A prioridade é a produção em larga escala, a redução de eventuais perdas e a geração de lucros às grandes corporações desse setor. Essa é, portanto, a crônica de uma tragédia anunciada. A recente crise econômica global mostrou o que a maioria já sabia, mas que alguns tentavam – e ainda tentam – esconder: que vivemos hoje uma crise mais profunda, civilizacional. O modelo de desenvolvimento econômico resultante do sistema capitalista caminha para um beco sem saída. Já as alternativas socialistas tradicionais acabaram ruindo na década de 80, sem apresentar caminhos diferentes de desenvolvimento. Isso nos obriga a buscar novos rumos urgentemente. A crise econômica mostrou que o gigantesco império estadunidense não está tão sólido assim. Aprendemos a lição de que tudo o que é sólido desmancha no ar. Há uma nova mentalidade entre as pessoas, um cansaço profundo desse sistema injusto, um anseio por renovação. De minha parte, ainda mantenho uma viva esperança. Governos, sociedade, movimentos sociais e sindicais já colocam em sua pauta a necessidade do “desenvolvimento sustentável”, embora existam diferenças de entendimento em relação a isso. Cabe a nós, militantes sociais, teóricos progressistas, defensores de um mundo justo e humano, fazer a ligação política entre o desenvolvimento social justo e sustentável e uma nova forma de sociedade, que não seja baseada na exploração. Nossa luta é por um desenvolvimento que priorize a vida, todas as formas de vida, e o espírito de solidariedade. Defendemos uma visão mais coletiva da sociedade, ao invés da individualidade exacerbada, do egoísmo, do espírito do salve-se quem puder. O desenvolvimento econômico sustentável e socialmente justo parte de uma relação solidária com o nosso próximo, com o meio ambiente e com a Terra. Só assim pode-se entender que recursos naturais são limitados, que a natureza não é para ser subjugada e que é preciso respeitar as mais diversas manifestações do ser vivo. Estas reflexões, entretanto, não podem deixar de lado questões candentes e vergonhosas para a humanidade, como os milhões de excluídos, legiões inteiras de seres relegados à fome, à miséria e à falta de perspectiva. Propomos um desenvolvimento que não seja refém da lógica do mercado. Nós nos pautamos por uma perspectiva de desenvolvimento democrático, com a participação na riqueza social e na distribuição e no controle sobre os recursos, entre os quais, os provenientes da natureza. Estamos diante de uma grande questão política e numa encruzilhada da humanidade. Há chance de mudar. O que hoje existe não é o definitivo. Vamos então lutar por essas mudanças!

Contraf-CUT envia ofício para a Caixa e cobra suspensão da reestruturação (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por Contraf-CUT A Contraf-CUT enviou nesta terça-feira (6), ofício à presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, solicitando a "imediata suspensão" do processo de reestruturação das filiais do banco, que vem causando

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insegurança entre os empregados envolvidos. A entidade nacional dos bancários cobra ainda esclarecimentos, transparência e discussões sobre o processo. Assinado pelo presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, o documento lembra que, no dia 26 de março, os bancários estiveram reunidos com banco para discutir o tema. "Nossa expectativa era de que essa reunião pudesse elucidar as dúvidas e dissipar a insegurança instalada a partir de informações passadas por gestores de algumas áreas aos empregados. Contudo, pouco foi acrescentado além do que já havia sido divulgado por meio da CI SURSE/SUAPE/SUDHU 012/10, informações essas insuficientes para restabelecer o equilíbrio necessário dos empregados para continuarem a exercer suas atividades, aguardando de forma serena os desdobramentos de tal reformulação administrativa." "As entidades sindicais e os empregados necessitam de informações seguras de quais áreas estão incluídas na reestruturação, quando terá início, onde serão centralizados os processos, o que acontecerá com os empregados detentores de cargos, entre outras", sintetiza a carta. No ofício, a Contraf-CUT propõe ainda: - imediata divulgação do conteúdo integral da proposta de reestruturação; - garantia de que os empregados envolvidos e suas famílias não sofrerão prejuízos; - retomada do processo apenas após os empregados das áreas afetas serem ouvidos em suas sugestões e críticas sobre as propostas de reestruturação. A correspondência lembra que "em administrações anteriores era comum as modificações estruturais caracterizarem-se por movimentos autoritários e unilaterais. Mas esse tipo de prática, a nosso ver, não se coaduna com as diretrizes da atual gestão." Trabalhadores da Daimler AG e Renault divulgam nota em defesa dos empregos e direitos (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por FEM-CUT Com informações da CNM-CUT Os representantes dos trabalhadores nos Conselhos de Administração da Daimler AG (proprietária da Mercedes-Benz) e do grupo Renault divulgaram uma declaração conjunta sobre a cooperação industrial e estratégica com participação acionária mútua entre as duas empresas. Os representantes dos trabalhadores, sobretudo alemães e franceses, saúdam a decisão estratégica contanto que ela tenha como foco a meta de expansão do volume de negócios e a garantia do emprego nas empresas a longo prazo. Vinculam a este apoio, a clara expectativa de que futuros projetos conjuntos abram oportunidades adicionais de emprego, distribuído de forma equitativa entre as empresas. Ambos os lados buscam um trabalho conjunto aberto e sincero. Segundo o representante brasileiro dos trabalhadores no Conselho de Administração da Daimler e secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Valter Sanches, os trabalhadores terão participação ativa nas decisões tomadas pela empresa. "Todo e qualquer eventual reflexo para o Brasil será negociado com os representantes dos trabalhadores", afirmou. "Com a nossa declaração conjunta, nós damos um sinal de solidariedade e força. Para nós é de central significado que ambas as empresas tenham como base a confiança e respeito mútuos e que essa atitude se manifeste no trabalho em projetos conjuntos. Os representantes dos trabalhadores de ambos os lados esperam que a cooperação garanta, em primeiro lugar, que os empregos nas empresas participantes seja assegurado e expandido. Os representantes dos trabalhadores no Conselho de Administração da Daimler AG só chegaram a este acordo sob a condição de que a direção da empresa esteja comprometida com este objetivo. Isto deve ser concretizado na forma de Acordos e compromissos de produtos a nível das fábricas", disse o vice-presidente do Conselho de Administração e coordenador geral das Comissões de Fábrica na Daimler AG, Erich Klemm. Abaixo, a declaração conjunta: Declaração conjunta dos representantes dos trabalhadores no Conselho de Administração da Daimler e da Renault Após intensas negociações, Daimler e Renault-Nissan chegaram a um acordo para uma cooperação estratégica e industrial com participação cruzada. Os representantes dos trabalhadores nos Conselhos de Administração da Daimler e da Renault-Nissan adotam a presente posição conjunta. Saudamos a cooperação, pois conduz à expansão do volume de negócios e à segurança dos atuais e futuros postos de trabalho em ambos os parceiros. Os projetos futuros são baseados em um justo compartilhamento e um trabalho conjunto aberto e sincero.

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Com esta declaração, nós expressamos a nossa solidariedade e o desejo de continuar a moldar o futuro de ambas as empresas baseado na confiança e respeito mútuo. Assinam: Yves Audvard, Patrick Biau, Alain Champigneux, Heinrich Flegel, Jörg Hofmann, Thomas Klebe, Erich Klemm, Jürgen Langer, Ansgar Osseforth, Michel Sailly, Valter Sanches, Stefan Schwaab, Jörg Spies e Uwe Werner.

Folha de S. Paulo chora por Vox Populi favorável a Dilma e é desmoralizada (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por Rede Brasil Atual Diante dos questionamentos a respeito dos resultados da pesquisa eleitoral do Vox Populi, o diretor-presidente do instituto João Francisco Meira critica a cobertura da Folha de S.Paulo e enseja ir ao ataque. “Quem tem de se explicar é o Datafolha”, afirma em entrevista à Rede Brasil Atual. Por Anselmo Massad, na Rede Brasil Atual Divulgada no sábado pela Band, o levantamento mostrou ascensão da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, que empatou tecnicamente com o nome do PSDB ao cargo, José Serra. O ex-governador de São Paulo aparece com 34% das intenções de voto contra 31% da ex-ministra da Casa Civil. A margem de erro é de dois pontos percentuais. Um dos principais questionamentos ao levantamento do Vox Populi diz respeito à ordem das perguntas. Primeiro, os entrevistados eram interrogados sobre o conhecimento prévio dos pré-candidatos. Depois, demandava-se a intenção de voto. “Nossos levantamentos são feitos da mesma forma há anos, sem alteração”, defende-se Meira. Admitindo-se irritado com “essa conversa sobre nosso questionário”, ele defende a opção adotada pelo instituto. “Quem disse que perguntar sobre o conhecimento do candidato influencia na intenção de voto? O contrário é que sim”, critica. Para o cientista político, a ordem é necessária porque as questões sobre a preferência do eleitor incluem apresentar diferentes listas de candidatos aos entrevistados. Depois de ler os nomes nas cartelas, os participantes poderiam dizer que ouviram falar de um dos concorrentes apenas porque viram seu nome entre as opções apresentadas. A diferença de metodologia entre os realizadores de pesquisas eleitorais poderiam ser reduzidas, na visão de Meira, com diálogo entre as empresas, mas não há disposição para isso. “É uma discussão que deveria estar no plano técnico mas, por uma opção editorial, dão outro rumo”, lamenta. “O Vox Populi tem um modelo, falamos na casa das pessoas, damos tempo para elas responderem, nossas pesquisas podem ser auditadas a qualquer tempo”, pondera. “O Datafolha faz entrevistas na rua, sem verificar se a pessoa mora mesmo na cidade”, compara. Meira lembra que outros institutos como o Sensus e o Ibope trouxeram tendências semelhantes às contatadas pelo Vox Populi. Ainda segundo ele, o único com dados divergentes foi o Datafolha. “Na pesquisa de março, (os técnicos do Datafolha) não publicam detalhes, e as explicações que deram não batem”, critica. As mudanças no cenário, relacionadas ao fim dos problemas com as chuvas em São Paulo e o crescimento sem causas específicas na região Sul foram as razões apresentadas pelo Datafolha. Segundo Meira, a principal diferença entre os institutos é que o Datafolha faz parte de um grupo de comunicação que tem um jornal de grande circulação. “Não posso brigar com um jornal como esse”, sustenta. “Enviamos uma nota ainda no sábado para o jornal (Folha), mas nenhuma linha foi publicada. Queria saber se o manual de jornalismo que eles dizem respeitar está sendo respeitado neste caso”, ataca. Apesar das duras críticas, Meira defende que os quatro principais institutos de pesquisa do país têm capacidade de projeção semelhante nas proximidades do pleito. Para isso, cita estudos de Marcos Figueiredo, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj). Resultados Para João Francisco Meira, o levantamento de abril é um marco no processo de campanha porque é o último produzido antes da desincompatibilização dos candidatos. Nas próximas edições, os eleitores lidarão com personalidades na

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condição de pré-candidatos e não ministro ou governador — no caso dos dois primeiros colocados. “Agora, ambos estão livres da condição de mandatários para se movimentar em debates pelo país ou dar entrevistas na TV e no rádio”, aposta. Em relação a Dilma e Serra, os percentuais estão relacionados à projeção obtida nas propagandas políticas obrigatórias de seus respectivos partidos. De um lado, a pré-candidata petista conseguiu um importante embalo pela exposição da propaganda partidária de dezembro. Mais recentemente, recebeu um impulso ligado ao maior conhecimento de que seu nome é endossado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Do outro lado, José Serra conteve a queda também por contar com maior espaço nas inserções de TV e rádio. Esse conjunto, segundo Meira, explicaria os quatro pontos percentuais a mais recebidos por Dilma e a estabilização de Serra.

Produção da indústria cresce em sete das 14 áreas pesquisadas pelo IBGE (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por Agência Brasil A produção industrial brasileira cresceu de janeiro para fevereiro em sete das 14 áreas da Pesquisa Industrial Mensal divulgada nesta quarta-feira (7) pelo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As regiões em que a indústria cresceu acima da média nacional (1,5%) foram: Pernambuco (11,1%), Goiás (8,3%), Rio de Janeiro (2,3%), São Paulo (2,2%) e Minas Gerais (2,0%). Das sete áreas em que a produção da indústria caiu, Rio Grande do Sul (-5,3%) e Amazonas (-3,9%) registraram as quedas mais elevadas. Na comparação com fevereiro de 2009, todas as áreas pesquisados apresentaram crescimento na produção, com destaque para o Espírito Santo (37,9%), Goiás (31,6%), Minas Gerais (26,0%), Pernambuco (24,7%), Amazonas (22,5%) e São Paulo (20,9%), que ficaram acima da média nacional (18,4%), na comparação anual. O indicador acumulado nos 12 meses fechados em fevereiro (anualizado) para o total da indústria avançou 4,8 pontos percentuais em fevereiro (-2,6%), na comparação com o fechamento de 2009 (-7,4%) e todas as áreas pesquisadas registraram avanço.

Santos: Eleição no Sindicato dos Metalúrgicos continua até quinta (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por FEM-CUT A eleição do Sindicato dos Metalúrgicos e Siderúrgico da Baixada Santista iniciou na segunda, 5, e termina na quinta, dia 8 em primeiro turno. O segundo turno acontecerá nos dias 26, 27, 28 e 29 de abril. A Oposição Metalúrgica da CUT é encabeçada pelo metalúrgico, Jorge Loureiro (Usiminas). "As eleições serão uma grande oportunidade para resgatar a dignidade dos trabalhadores metalúrgicos, que perderam a referência devido ao abandono da categoria e a falta de credibilidade da atual diretoria", afirma. O Sindicato dos Metalúrgicos representa cerca de 20 mil trabalhadores da ativa, nas cidades da Baixada Santista, Litoral Sul e Litoral Norte, com cerca de dois mil trabalhadores associados e mais de seis mil trabalhadores aposentados, sendo que apenas dois mil com direito a voto. A principal empresa da base é a atual Usiminas (antiga Cosipa). A base também é formada por trabalhadores das pequenas empresas e das oficinas metalúrgicas.

TST condena Bradesco a reintegrar bancário com doença cardíaca grave (CUT Nacional) 07/04/2010 Escrito por TST O Bradesco terá que reintegrar empregado portador de cardiopatia grave dispensado de forma discriminatória por causa da doença. Na prática, esse é o resultado da decisão unânime da Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho de rejeitar (não conhecer) o recurso de revista da empresa.

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Na opinião do relator, ministro Vieira de Mello Filho, embora o banco tenha argumentado que inexistia fundamento legal para a reintegração do trabalhador na empresa, conforme determinado pelas instâncias ordinárias da Justiça do Trabalho, por outro lado, não apresentou arestos (exemplos de julgados) com hipóteses de dispensa discriminatória para autorizar a análise do mérito do recurso no TST. O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas (15ª Região) concluiu que não se tratava de pedido de reintegração decorrente de doença profissional, mas sim de dispensa discriminatória, tendo em vista a doença grave do empregado. Além do mais, a doença cardíaca do empregado era de conhecimento da empresa, e a demissão ocorreu justamente quando o quadro clínico se agravara. Ainda de acordo com o TRT, dois meses após a despedida, o trabalhador passou a receber auxílio previdenciário com sugestão médica de aposentadoria, dada a gravidade da doença que poderia levá-lo à morte súbita. Para o TRT, portanto, o ato de dispensa foi discriminatório, assemelhando-se a casos de reintegração de empregados portadores do vírus HIV. O ministro Vieira observou que, apesar de inexistir legislação que assegure a permanência no emprego de empregado portador de cardiopatia grave, a reintegração determinada pela Justiça em resposta à dispensa arbitrária e discriminatória (pois, no caso, não houve motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro) não afronta a garantia constitucional de que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (artigo 5º, II). Na interpretação do relator, a ordem jurídica nacional repudia o sentimento discriminatório, e na medida em que a discriminação precedeu o ato da dispensa do trabalhador, esse ato é ilícito. Também segundo o ministro, o direito de demitir do empregador encontra limitações quando desrespeita os valores sociais do trabalho e a dignidade da pessoa humana (artigo 1º, III e IV, da Constituição). (RR- 18900-65.2003-5.15.0072)

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