da formacao dos contratos

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DA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS

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aula de Direito Contratual

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DA FORMAO DOS CONTRATOS

DA FORMAO DOS CONTRATOS

Os contratos se formam a partir da manifestao de vontade (expressa ou tcita). Ser expressa quando for verbal, mmica ou escrita. Ser tcita quando, por meio de atitude positiva ou por meio do silncio, uma das partes evidenciar a sua vontade de contratar.

Na formao dos contratos, distinguimos trs fases: negociaes preliminares, proposta e aceitao.

So conversas prvias, debates, sondagens, tendo em vista o contrato futuro.

Ainda no h vinculao jurdica entre os contratantes, mesmo existindo projetos ou minutas. identificvel em contratos de grande vulto econmico, principalmente nos contratos internacionais do comrcio. Tambm so identificadas em contratos banais.

Ex. Quando um indivduo se dirige a loja de variedade e pede ao vendedor sugesto para determinado presente. No se criou, at este momento, nenhum vnculo entre ele, comprador e vendedor. Alis, nem foi feita proposta concreta. O vendedor apenas ir oferecer-lhe leque de sugestes.

1.1 Negociaes preliminares

Como no h vnculo jurdico, as negociaes preliminares, em princpio, no obrigam as partes. O que pode ocorrer que uma delas possa vir a ser obrigada a indenizar a outra pelos danos que haja causado, em determinadas circunstncias.

A natureza dessa responsabilidade por danos motivo de grave controvrsia doutrinria. Autores h que a consideram extracontratual. Em outras palavras, teria como base no um contrato, mas um ato ilcito em sentido estrito, extracontratual.

Assim, quando uma das partes induz na outra a crena de que o contrato ser celebrado, levando-a a despesas, ou a no contratar com terceiros e depois recua, causando-lhe dano, incorre genericamente em ilcito, por estar quebrando a ordem e a segurana do trfego negocial. Deve, pois, indenizar a outra de todos os prejuzos causados, por ter praticado ato ilcito.

Roberto Senise Lisboa arrola os elementos que devem estar presentes para que se configure a responsabilidade pr-contratual:

Existncia de relao pr-contratual, ou seja, de negociaes preliminares;A conduta de uma das partes deve ser antijurdica, violando a paz, a ordem e a harmonia, a honestidade, a boa-f, a dignidade humana etc;Ocorrncia de dano seja material ou moral;Existncia de dolo ou culpa por parte de quem causa o dano;Nexo causal entre a conduta culpvel do agente e o dano.

Responsabilidade pr-contratual

Segunda fase, tambm chamada de oferta.

Partes: policitante ou proponente (autor da proposta); oblato (destinatrio).

O policitante se obriga pelos termos da proposta. Ex. Produtos expostos em vitrine com o preo mostra; os produtos nas prateleiras do supermercado (desde que etiquetados); as correspondncias que recebemos em domiclio, oferecendo-nos a mais variada sorte de bens e servios.

2. PROPOSTA

A proposta deve conter as linhas estruturais do negcio em vista, alm de ser sria e precisa.

Deve ser dirigida a uma pessoa ou ao pblico em geral, de forma coletiva (produtos na vitrine, anncios nos jornais, TV, rdio, etc) ou difusa (correspondncia individual, tambm chamada mala direta, ofertando, por exemplo, a assinatura de revista).

A proposta obriga, sendo o proponente forado a perdas e danos, caso no a mantenha.

Se contiver clusula de no-obrigatoriedade;

Se nela houver clusula de no contratar (aquela que impe condies para a contratao). Ex. H hotis de descanso que no aceitam crianas e adolescentes at certa idade; h companhias areas que no transportam animais. As clusulas de no contratar tm que ser lcitas, sob pena de no valerem, gerando, inclusive, responsabilidade civil e penal, como a clusula de no alugar ou no vender para pessoas de tal raa.

Se for em aberto, sujeita cotao do dlar, por exemplo. Como a cotao varivel, no se pode, necessariamente, obrigar o policitante a aceitar a do dia que a proposta foi expedida, a no ser que concorde.

2.1 Excees obrigatoriedade da proposta:

Por fora de circunstncias especiais que so as seguintes:

1 Feita pessoa presente, sem concesso de prazo, dever ser aceita de imediato, desobrigando-se o policitante se no o for.

de se ressaltar que as conversas telefnicas consideram-se entre presentes, aplicando-se sempre que possvel, o mesmo princpio ao telefax, ao telex e internet. Aqui a noo de presena e ausncia nada tem a ver com a distncia. Presentes so aqueles que podem se comunicar diretamente. Ausentes so aqueles entre os quais impossvel a comunicao direta. Portanto, tanto no fax quanto no telex ou internet, a comunicao pode ser direta, imediata. Sendo este o caso, o contrato ser considerado celebrado entre presentes. Mas, caso o destinatrio da proposta no esteja do outro lado da linha, a proposta se considerar entre ausentes.

2 Feita pessoa ausente dever decorrer certo prazo para que o oblato a receba. Se no houver estipulado prazo certo para a resposta, o policitante h de esperar prazo razovel, tambm chamado prazo moral, para que o oblato responda.

3 Se o policitante se retratar, desde que o faa antes que a proposta chegue s mos do oblato, ou, pelo menos, junto com ela.A proposta poder ser por prazo certo, aps o qual desobriga o proponente.

A obrigao se transmite aos herdeiros ou ao representante do incapaz (doutrina majoritria). Transmitindo-se a proposta aos herdeiros, respondem eles apenas nas foras da herana (intra vires hereditatis).

2.1.1 E se o proponente morrer ou se tornar incapaz?

Nas negociaes preliminares ou na fase da proposta, as partes podem anotar os principais pontos sobre os quais versar o acordo final.

Essas notas se denominam minuta (documento escrito, em que as partes esboam, com maior ou menor completitude, o contedo do contrato a ser celebrado).

A minuta pode se referir a toda a matria do contrato em formao (completa ou perfeita) ou poder conter apenas partes dela (incompleta ou preparatria).

Como regra, tem valor jurdico apenas a minuta completa, autntica e ntegra.

A) Completa: por consistir num esboo integral do contrato em celebrao. B) Autntica: por ser assinada pelas partes. C) ntegra: por ser incontestvel, que no foi alterada unilateralmente, depois de subscrita.

A terceira e ltima fase a da aceitao da proposta pelo oblato, formando-se da o contrato.

Pode ser expressa (verbal, escrita ou mmica) ou tcita (atitude, silncio conclusivo).

A aceitao deve realizar-se dentro do prazo estipulado na proposta.

Quando adicionar modificaes ou restries oferta, ser considerada nova proposta, que poder ser aceita ou no.

Pode haver retratao da aceitao, desde que o oblato a faa chegar s mos do policitante antes dela ou ao mesmo tempo.

Poder ser entre presentes e entre ausentes.

Se feita entre presentes, considera-se aceita de imediato, reputando-se o contrato celebrado nesse momento.

3. ACEITAO

a) Teoria da declarao ou agnio: d-se por celebrado o contrato no momento em que o oblato aceita a proposta.

b) Teoria da expedio: o contrato se forma quando o oblato expede, envia a aceitao.

c) Teoria da recepo: entende o contrato celebrado no momento em que o proponente recebe a aceitao, mesmo que dela no tome conhecimento recebe e no l.

d) Teoria da informao ou cognio: o contrato se forma no momento em que o policitante toma conhecimento da aceitao.O Cdigo Civil adota a ltima teoria.

3.1 Mas e entre ausentes, quando se consideraria celebrado o contrato?

O Art. 435 do C.C. considera celebrado o contrato no local em que foi formulada a proposta.

Tal regra dispositiva, admite conveno em contrrio.

4. Local de celebrao do contrato

Celebram-se da mesma forma que qualquer outro contrato. Pode haver negociaes preliminares ou no; ocorre a proposta e a aceitao que pode ser entre presentes ou entre ausentes.

5. Contratos celebrados pela internet

Normalmente possvel imprimir um documento comprobatrio do negcio, que ter validade se for autntico (cuja autoria seja indisputvel) e ntegro (que no admite alteraes inseridas por uma das partes).

Como regra, os documentos comprobatrios, que podem ser impressos aps a celebrao do contrato, so autnticos e ntegros, mostrando at mesmo a hora em que ocorreu o negcio.

5.1 Como prov-los?