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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO

UNIDADE DIDÁTICA

Autor: Professor PDE – Solaine da Silva Santos NRE: Londrina Escola: Colégio Estadual Machado de Assis - Londrina Disciplina: Língua Portuguesa –1º ano do Ensino Médio Conteúdo estruturante: Discurso enquanto prática social Conteúdo específico: Leitura, interpretação e produção de crônicas Tema: O gênero discursivo crônica Título: A crônica: aperfeiçoamento da leitura, interpretação e escrita Professor Orientador: Luiz Carlos Santos Simon IES: UEL – Universidade Estadual de Londrina

A

CRÔNICA

O DIA A DIA...

O INUSITADO... O FATO MIÚDO...

A IRONIA...

A CRÍTICA SOCIAL...

O INESPERADO...

TUDO ISSO

“VIRA”CRÔNICA.

3

APRESENTAÇÃO

O Gênero Discursivo Crônica será o instrumento utilizado para promover

o interesse quanto à leitura, interpretação e escrita dos alunos do primeiro ano do

ensino médio.

Acredita-se na eficácia do gênero para desenvolver o gosto e o prazer pela

leitura. Trabalhar o texto escrito é bastante difícil. O aluno crê-se incapaz de

escrever e acaba por negar-se a ler; ou não acredita na leitura como algo capaz de

interferir na escrita.

O que acontece é que, para ser capaz de escrever, o aluno deverá aceitar a

leitura como um caminho para a escrita, quase que, obrigatório a ser trilhado. Não

há como aprender a ler se não for lendo. Assim como não se aprende a escrever, se

não for escrevendo. Não se pode obrigar uma pessoa a ler e esperar que ela goste.

O educador francês Daniel Pennac consegue fazer-nos entender muito

bem essa relação de ler por prazer, sem obrigação, no trecho citado abaixo:

“O verbo ler não suporta o imperativo, tal como os verbos sonhar e amar. Não é possível ser obedecido quando se ordena a alguém: Ame! Sonhe! ou Leia! Por isso, para que se consiga conquistar alguém para que nos ame ou para que leia, é preciso seduzir esse alguém. É preciso fasciná-lo para a leitura”.

É essa “sedução” o que se espera que a crônica promova no aluno.

A crônica traz consigo a leveza do dia a dia, a tranquilidade do fato banal,

corriqueiro, rápido... Ela é capaz de, sendo apenas “miolo”, ilustrar o momento

político, ironizar o empresário bem sucedido, criticar o funcionário público,

desmascarar a farsa econômica, relatar uma experiência doméstica ou familiar,

denunciar um crime...

É na leveza e brevidade da crônica que o aluno será levado a crer-se

capaz de escrever aquilo que, para ele, até então, não era interessante o suficiente

para ser considerado algo a preencher as páginas de um jornal, revista ou mesmo

de um livro.

4

1 Bate-papo

“Todo dia, você acorda de manhã e pega um jornal para saber as últimas novidades enquanto toma café. Em seguida, vai até a caixa de correio e descobre que recebeu folhetos de propaganda e (surpresa!) uma carta de um amigo que está morando em outro país” (Nova Escola- ano XXIV – nº. 224 – Agosto de 2009, pág. 49.)

A essa carta que recebemos de um amigo e mesmo aos folhetos de

propaganda chamamos de gênero. É impossível se comunicar verbalmente a não

ser por algum gênero, assim como é impossível se comunicar verbalmente a não ser

por um texto.

Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias

conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição e injunção.

Já os gêneros textuais são abrangentes e infinitos. Aparecem no dia a dia

das pessoas quando se comunicam. Podem ser: correspondência, charge, blog, e-mail, propaganda, telegrama, carta, fábula, conto, cartum, canções, poemas e

tantos outros que nos rodeiam.

Quando alguém utiliza a língua sempre o faz apoiado em um tipo de texto,

ainda que inconscientemente. Ao escolher um tipo de texto deu o primeiro passo

para que ocorra um processo de comunicação.

O ser humano utiliza-se dos gêneros o tempo todo: quando lê o jornal, ao

apanhar e ler sua correspondência, no trânsito, no trabalho, quando assiste a um

filme... Os gêneros o “perseguem” pelo dia afora.

Para começar, uma crônica sobre a crônica, de Machado de Assis (1994):

“Há um meio certo de começar a crônica por uma trivialidade. É dizer: Que calor! Que desenfreado calor! Diz-se isto, agitando as pontas do lenço, bufando como um touro, ou simplesmente sacudindo a sobrecasaca. Resvala-se do calor aos fenômenos atmosféricos, fazem-se algumas conjeturas acerca do sol e da lua, outras sobre a febre amarela, manda-se um suspiro a Petrópolis, e la glace est rompue está começada a crônica”.

5

2 Observe a charge abaixo

Esta charge traz um fato ocorrido no dia a dia do brasileiro.

a) Observe a personagem central. Como ela se comporta?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

b) Em sua opinião, a imagem criada pela autora corresponde ao momento atual?

Por quê?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

c) Um dos recursos utilizados para provocar humor é o exagero. Que exagero

você identifica na imagem?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

3 Sobre o próximo texto:

Você vai ler a seguir uma crônica.

a) Você já leu uma crônica? Quais as características desse gênero?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

6

b) Essa crônica fala de um comportamento próprio dos brasileiros. Você

consegue imaginar qual comportamento é?

______________________________________________________________

______________________________________________________________

Prova Falsa (Stanislaw Ponte Preta)

“Quem teve a idéia foi o padrinho da caçula __ ele me conta. Trouxe o

cachorro de presente e logo a família inteira se apaixonou pelo bicho. Ele até que

não é contra isso de se ter um animalzinho em casa, desde que seja obediente e

com um mínimo de educação.

__ Mas o cachorro era um chato __ desabafou.

Desses cachorrinhos de caça, cheios de nhenhenhém, que comem

comidinha especial, precisam de muitos cuidados, enfim, um chato de galocha.

E, como se isto não bastasse, implicava com o dono da casa.

[...]” Observação: desta crônica e todas as constantes neste material foram colocados apenas fragmentos. Em sala de

aula, é preciso que ela seja apresentada na íntegra aos alunos. Vide referências.

01. Que qualidades o cachorro deveria possuir para ser agradável ao dono?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

02. Como a mulher recebia as reclamações do marido sobre o animal?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

03. O cachorro abalou a estrutura familiar? Como?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

04. Por que, para o marido, o cachorro era um cínico?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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05. “Venceu a guerra fria com o cachorro graças à má educação do

adversário”. De acordo com o texto, essa frase é verdadeira? Por quê?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

06. O comportamento próprio dos brasileiros que você imaginou corresponde ao que

leu no texto? Qual é?

___________________________________________________________________

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4 Leia, no boxe abaixo, uma apresentação sobre crônica. Assim, você conhecerá melhor suas características e auxiliará quando for redigir a sua.

- A palavra crônica deriva do Latim chronica que significava, no início da era

cristã, o relato de acontecimentos em ordem cronológica;

- no século XIX, com o desenvolvimento da imprensa, a crônica passou a fazer

parte dos jornais, tendo aparecido pela primeira vez em 1799, em Paris;

- a crônica é uma narrativa segundo a ordem temporal, cronologicamente, e traz

consigo personagens reais ou imaginários;

- a princípio ela foi escrita apenas para ser publicada nos jornais;

- com o passar dos tempos, ela passou a integrar também as páginas das

revistas e, há bastante tempo, ela foi para os livros;

- está relacionada aos acontecimentos diários;

- é a expressão do acontecimento diário sob a visão criativa do escritor, com uma

visão recriada da realidade;

- o cronista é, principalmente, um observador, capaz de, como espectador, narrar

literariamente a visão da sociedade em que vive, através dos fatos do dia a dia;

- na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o

próprio escritor está “dialogando” com o leitor, fazendo com que a crônica

apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do

cronista;

- geralmente apresenta linguagem simples, espontânea, situada entre a

linguagem oral e a literária.

8

5 Saiba a definição de alguns autores sobre crônica

- Antônio Cândido cita que a

crônica não foi feita para ficar

“aprisionada” em um livro, e sim

para “rechear” a página de algum

jornal que, no dia seguinte, teria o

mesmo destino de qualquer outra

matéria constante nele: papel de

embrulho ou forramento para o

chão. Ele ainda diz que encara de

forma positiva o novo espaço

ocupado pela crônica – quando

passa de jornal ao livro – pois sua

durabilidade pode ser maior.

- Davi Arrigucci Jr adverte sobre

divergências quanto à crônica: por

fazer parte do jornal ela, às vezes,

parece ser incerta, indeterminada.

Porém ela acaba duelando com

essa indeterminação e saindo-se

vitoriosa, graças ao seu valor

literário inerente.

- Afrânio Coutinho compara a

crônica aos animais que podem

viver tanto na água quanto na terra

ao citar, metaforicamente, que ela é

anfíbia, pois a mesma é capaz de

viver tanto na coluna de um jornal

quanto na página de um livro. Conta

ainda que “A crônica tem caráter de

relato histórico”. Foi o feitio que

assumiu a historiografia da Idade

Média e renascimento, em todas as

partes da Europa, a princípio em

Latim e depois em outros idiomas.

- Massaud Moisés defende que a

crônica perde se for lida em série,

isto é: o bom é ler uma a uma,

saboreando-se a imprevisibilidade,

o elemento surpresa, o imprevisto,

que só é possível nas páginas do

jornal, jamais nos livros. Fica bem

claro pela explicação quanto à

origem da palavra, relativo a tempo

sem necessariamente

aprofundamentos ou explicações.

Ela deve ter um estilo entre oral e

literário com temas do dia-a-dia,

deve ser subjetiva, breve e

ambígua. - Luiz Carlos Santos Simon afirma

que se as crônicas não fossem de

grande valor literário, e não

tivessem ocupado um espaço

importante junto a um público leitor

e consumidor, não estariam já há

quase cinquenta anos dentro das

páginas dos livros, e não apenas

nas páginas dos jornais e revistas.

Não ocorrem prejuízos e sim por

vezes até durabilidade e

permanência.

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a) Qual dos autores acima você achou que melhor definiu o gênero crônica?

____________________________________________________________

____________________________________________________________

b) Crie uma definição sua baseada nas informações deles.

____________________________________________________________

____________________________________________________________

6 Agora, leia outra crônica. Esta aborda um fato corriqueiro, para alguns até banal, porém acaba por desencadear o início

de um relacionamento. a) Você arriscaria um palpite quanto ao fato que será abordado? ____________________________________________________________

____________________________________________________________

Lixo (Luís Fernando Veríssimo)

“Encontram-se na área de serviço. Cada um com o seu pacote de lixo. É

a primeira vez que se falam.

__ Bom dia...

__ Bom dia.

__ A senhora é do 610.

__ E o senhor do 612.

__ É.

__ Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...

__ Pois é...

__ Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...

__ O meu quê?

[...]”

01. No início da conversa, o tratamento entre os dois é cerimonioso ou

informal? Que pistas o texto nos dá para isso?

_______________________________________________________________

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_______________________________________________________________

02. Qual é a primeira coisa que a moça observa no lixo do vizinho?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

03. Que fato leva o homem a descobrir a profissão da mãe da vizinha?

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

04. Damos nome de inferência quando uma pessoa decide algo sobre a vida

de alguém só por ver ou ouvir algo sobre ela. Localize trechos de inferência no

texto e explique o que sugerem.

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_______________________________________________________________

05. Você observou que as personagens não possuem nomes, mas números de

apartamento? Por que será?

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06. Dessa vez você acertou quanto ao fato que seria abordado? O que achou

de algo tão banal acabar por transformar-se em uma crônica?

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_______________________________________________________________

7 A crônica a seguir é baseada em algo mais inusitado ainda. a) Será que você, novamente, conseguirá adivinhar seu conteúdo ou pelo

menos chegará perto?

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Recado ao Senhor 903 (Rubem Braga) “Vizinho __

Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a

visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o

barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal __

devia ser meia-noite __ e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que

estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio

é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia.

Quem trabalha o dia inteiro tem direito ao repouso noturno e é impossível

repousar no 903 quando há vozes, passo e músicas no 1003.

[...]”

01. Dá para perceber no decorrer do texto a oposição entre submissão x autonomia. Explique:

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_______________________________________________________________

02. Pode-se dizer que o 1003 é irônico em dado momento. Localize e explique

essa ironia.

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03. Quando o vizinho, que recebeu a reclamação diz “Entra, vizinho, e come de meu pão e bebe de meu vinho.” ele está fazendo uma referência a qual

texto conhecido? Por quê?

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04. O narrador utiliza várias vezes numeral para se referir ao cotidiano do seu

vizinho e ao modo de vida que os cerca. Que efeito de sentido produz esse

recurso?

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05. Qual é o ponto de semelhança entre o narrador e o Oceano Atlântico?

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06. Qual o elemento em comum entre Lixo e Recado ao senhor 903?

Justifique.

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8 Você consegue imaginar algo mais banal ainda? Parece impossível que exista, mas existe. A crônica a seguir trará

outro fato assim, porém com um pouco de ironia. a) Vai arriscar outro palpite?

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O Pingo (Marcos Rey)

“Um escritor famoso, já falecido, entrevistado por mim, como jornalista,

disse-me em tom de confissão e mágoa:

__ Todos me imaginam sempre concentrado no preparo de livros e

conferências. Infelizmente, não é verdade. Gasto a maior parte do tempo com

problemas domésticos como, por exemplo, acidentes hidráulicos do meu

apartamento. Canos que furam, torneiras que gotejam, ralos que entopem,

válvulas que soltam, privadas que vazam. Não é com intelectuais que mais

converso ou discuto, é com encanadores.

[...]”

01. Logo no princípio temos a impressão que o narrador relatará um fato

acontecido com um famoso escritor já falecido. Esse fato se concretiza? Que

fato é narrado e com quem ele ocorre?

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02. Pensar que algo tão pequeno possa perturbar tanto uma pessoa. Parece

mentira, porém acontece. Algum fato pequeno já incomodou você? Como?

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03. O narrador do texto nos fala do vizinho, do apartamento de cima, que viajou

para o Japão, por isso não será possível resolver o problema por enquanto.

Será uma dose de ironia o que ele usa aqui? Japão? Outro lado do mundo? Foi

intencional?

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04. O que quis o narrador do texto dizer com “estranho prazer neurastênico”?

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05. Depois de certo tempo o personagem “acha” uma suposta solução. Ela

resolve o problema? E quando, finalmente, a solução chega, o que acontece?

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06. Agora acredito que você está se acostumando aos temas, então diga:

conseguiu dessa vez acertar o fato que seria narrado? O que achou dos temas

escolhidos em cada uma das crônicas que leu?

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9 A atividade a seguir será de interpretação escrita. Vocês se

dividirão em grupos e cada grupo interpretará uma das

crônicas abaixo. Depois, lerão a crônica para os colegas da turma e farão a exploração oral junto com todos. Mãos à obra!

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GRUPO 01: A velha contrabandista (Stanislaw Ponte Preta)

“Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela

passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da

lambreta. O pessoal da alfândega __ tudo malandro velho __ começou a

desconfiar da velhinha.

Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da

alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim

pra ela:

__ Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse

saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?

[...]”

01. Trace um perfil das personagens: a velha e o fiscal.

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02. O tempo em que se passa a história é determinado pelo narrador?

Justifique sua resposta transcrevendo trechos do texto.

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03. O que intrigava o pessoal da alfândega?

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04. De que artifício se utilizava a velhinha para disfarçar a sua atividade?

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05. No começo do texto o narrador usa: “Diz que”..., e depois volta a usar

“Diz que...”. Qual o sentido dele usar essa forma?

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06. Em vez de dizer apenas “velha” o narrador usa a forma “velhinha” várias

vezes. Explique essa escolha.

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07. Qual o momento que mais indica humor ou algo inesperado?

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08. Por que o narrador diz “maldito” com relação ao saco?

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09. O texto explora bastante um estilo coloquial, informal, marcado pelo uso

deliberado de gírias (tudo malandro velho, muamba, manjo, pra burro, diz

que era, pra ela chateou). Entretanto, em certas passagens, o enunciador

emprega um vocábulo mais formal (fiscal da alfândega, odontólogo),

imprevisível e em contraste com as características gerais do texto. Por quê?

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10. Qual terá sido a intenção do narrador ao utilizar “espáia” em dado

momento do texto?

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11. Relacione o fato narrado nessa crônica a alguma das outras crônicas

analisadas anteriormente e explique.

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GRUPO 02: Um pé de milho (Rubem Braga)

“Os americanos, através do radar, entraram em contato com a Lua, o

que não deixa de ser emocionante. Mas o fato mais importante da semana

aconteceu com o meu pé de milho.

Aconteceu que, no meu quintal, em um monte de terra trazida pelo

jardineiro, nasceu alguma coisa que podia ser um pé de capim __ mas descobri

que era um pé de milho. Transplantei-o para o exíguo canteiro da casa.

Secaram as pequenas folhas; pensei que fosse morrer. Mas ele reagiu.

[...]”

01. Qual o motivo que levou o autor a escrever a crônica?

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02. A introdução do texto fala do que é mais importante no mundo do narrador?

O que é?

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03. Por que as pessoas tinham opiniões diversas sobre o que era a planta?

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04. Por que o cronista ficou tão contente com o nascimento de uma flor no pé

de milho?

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05. A flor do milho não é a mais linda do mundo, conforme o próprio narrador

diz. Em que se acha o valor da flor do pé de milho, na visão dele?

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06. O que existe em especial em o narrador comparar a emoção de os

americanos terem ido à Lua com a importância do pé de milho do texto?

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07. Por que será que o narrador fala que um pé de milho é diferente de um

milharal?

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_______________________________________________________________

08. “Um pé de milho... não é um número... é um ser vivo e independente”.

Explique.

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09. “Sou um ignorante, um pobre homem da cidade”. Por que o autor

expressou-se assim?

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10 “Detesto comparações surrealistas”. O que é surreal? Por que, apesar de

detestar essas comparações, o narrador as faz?

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11. Relacione o fato narrado nessa crônica a alguma das outras crônicas

analisadas anteriormente e explique.

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GRUPO 03: O Coração Roubado (Marcos Rey)

“Eu cursava o último ano do primário e como já estava com o diplominha

garantido, meu pai me deu um presente muito cobiçado: O coração, famoso

livro do escritor italiano Edmondo de Amicis, best-seller mundial do gênero

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infanto-juvenil. Na página de abertura lá esta a dedicatória do velho, com sua

inconfundível letra esparramada.

[...]”

01. Qual foi o delito supostamente praticado pelo Plínio?

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02. Esse equívoco provocou consequências? Quais?

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03. Pode-se dizer que, após uma primeira leitura do texto, descobrimos o erro

de julgamento cometido pelo narrador. Relendo, você deve localizar pistas que

foram sendo deixadas, ao longo do texto, para que o leitor imaginasse o

desfecho.

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04. Quem, indiretamente, tornou-se o verdadeiro ladrão do texto. Por quê?

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05. Você já ouviu falar em dano moral? Sabe o que é? Acha que serviria para

esse caso? Por quê?

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06. “O coração roubado”, sem ler o texto, você pensaria em qual

tema?Justifique.

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07. “Curioso, a decepção prolongou-se ao livro de Amicis,...” O narrador

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diz isso por quê?

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08. “Não, eu amargava minha primeira decepção.” Você observa aqui que

ele, de fato, gostava do amigo e por isso sofria. Comente.

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09. O que significa toldar a sua crença na humanidade?

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10. Em uma parte do texto o narrador cita “o menino é o pai do homem”. A

qual significado podemos chegar com esse comentário?

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11. Relacione o fato narrado nessa crônica a alguma das outras crônicas

analisadas anteriormente e explique.

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GRUPO 04: O Nariz (Luís Fernando Veríssimo)

“Era um dentista, respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos,

um filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões

surpreendentes, mas de uma sólida reputação como profissional e cidadão. Um

dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o susto, a mulher e a

filha sorriram com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de borracha com

óculos de aros pretos, sobrancelhas e bigodes que fazem a pessoa ficar

parecida com o Groucho Marx.

[...] ”

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01. O enredo da crônica é baseado na vida de um respeitado dentista que, um

belo dia, passou a usar um nariz postiço. Como todos encararam o fato?

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02. Por mais que a esposa e a filha o pedissem continuava irredutível: queria

usar o nariz postiço, por quê?

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03. Aos poucos as pessoas foram se afastando dele, como ele reagia a isso?

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04. Qual o sentido de “sorriram com fingida tolerância”?

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05.“Pense nos vizinhos” “Pense nos clientes”. A que interpretação pode-se

chegar com essas duas expressões da mulher?

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06. Apesar de ser casado há muito tempo, quem o incentivou a procurar um

psiquiatra foram os amigos. A que conclusão é possível chegar?

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07. Pode-se observar pela crônica uma crítica social bastante acentuada.

Justifique.

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08. Julgar pela aparência é o que a maioria das pessoas faz. O preconceito,

apesar de muitos pensarem ao contrário, não é apenas com relação a credo ou

cor. Aqui fica claro o preconceito quanto ao posicionamento da personagem.

Comente isso.

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09. Agora não é mais uma questão de nariz. Agora é uma questão de

princípios. Que princípios e por quê?

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10. Qual a temática da crônica lida?

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11. Relacione o fato narrado nessa crônica a alguma das outras crônicas

analisadas anteriormente e explique.

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10 Até aqui você leu e interpretou crônicas que relatavam fatos corriqueiros, banais, surpreendentes, engraçados... Agora

iremos procurar por esses fatos. Que tal sairmos todos juntos para um passeio? Nada melhor que “buscar”, pelas ruas, temas

que, depois, utilizaremos na produção de uma crônica.

11 Agora você é o escritor! Lembre-se do que viu, ouviu ou falou durante o passeio. Pense nas situações rotineiras que o

cercam, nos fatos que vivencia no seu dia a dia e produza uma

crônica. Não se esqueça de por título e o nome do autor.

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Título:_____________________

Autor:_______________________

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12 Tarefas cumpridas, metas atingidas. É hora de socializar

nossas preciosas produções. Como? Unam-se novamente aos

seus grupos e montem um painel que contenha pequenos trechos ilustrativos sobre a vida e a obra dos autores vistos

por vocês. Lembrem-se de colocar, também, um pequeno trecho das crônicas produzidas por vocês. A escola adorará

ver o trabalho por vocês realizado.

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