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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO – OESTE UNICENTRO

NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PATO BRANCO ESCOLA ESTADUAL IRMÃO ISIDORO DUMONT PROFESSORA PDE: NEIVA LANZARINI ZUCHI

LINGUAGEM E INTERAÇÃO EM LETRAMENTO LITERÁRIO

ITAPEJARA D’ OESTE - PR 2009/2010

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO – OESTE UNICENTRO

PROFESSORA PDE: NEIVA LANZARINI ZUCHI ÁREA : LÍNGUA PORTUGUESA

ORIENTADORA: Drª NÍNCIA C. RIBAS BORGES TEIXEIRA

LINGUAGEM E INTERAÇÃO EM LETRAMENTO LITERÁRIO

Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola apresentado como requisito parcial à Secretaria do PDE da Unicentro Orientadora:

Profª Dr.ª Nincia Cecília Ribas Borges Teixeira.

ITAPEJARA D’OESTE – PR 2009/2010

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SUMÁRIO

1. Apresentação ................................... .................................................... 02

2. Sinopse ........................................ ......................................................... 03

3. O Menino Azul ................................. .................................................... 04

4. Tema ..................................................................................................... 05

5. Problemática .................................. ..................................................... 05

6. Objetivos ..................................... ........................................................ 05

6.1 Objetivos Geral .............................. ............................................... 05

6.2 Objetivos Específicos ........................ .......................................... 05

7. Justificativa .................................. ........................................................ 06

8. Metodologia .................................... ..................................................... 09

9. Cronograma das Atividades Desenvolvidas ....... ............................. 11

10. Letramento Literário .......................... .................................................. 12

11. Letramento Literário x Horizontes da Escola ... ................................. 13

12. Considerações Finais .......................... ................................................ 19

Referências ....................................... ......................................................... 22

13. Os Roedores de Livro em Letramento Literário... ............................. 23

14. Oficinas de Implementação Pedagógica na Escola. ......................... 24

15. Apoio Didático Pedagógico ..................... ........................................... 39

16. Fábulas ....................................... .......................................................... 51

17. Galeria de Fotos .............................. .................................................... 59

18. Ficha Catalográfica............................ .................................................. 73

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PATO BRANCO

PROFESSORA: NEIVA LANZARINI ZUCHI ORIENTADORA: NÍNCIA CECÍLIA RIBAS BORGES TEIXEIRA

DISCIPLÍNA: LINGUA PORTUGUESA PDE 2009 ALUNOS: 8ª SÉRIE “A”

PROJETO: LINGUAGEM E INTERAÇÃO EM LETRAMENTO LITERÁ RIO TEMA: OS ROEDORES DE LIVROS EM LETRAMENTO LITERÁRIO

Neste material, reunimos a produção final num livro eletrônico

“Fábulas em Áudio” as quais fazem referência ao projeto LINGUAGEM E

INTERAÇÃO EM LETRAMENTO LITERÁRIO.

Estudamos a origem da literatura e realizamos leitura crítica dos

contos clássicos, contação de histórias, serenatas em noites de lua cheia.

Enfim, planejamos as histórias e mergulhamos na produção escrita das fábulas

com os ingredientes adequados para o tempero essencial de estímulo à leitura

do Letramento Literário no ensino Fundamental.

As “Fábulas em Áudio”, são produções das leituras realizadas durante

a implementação pedagógica na escola. Pensamos que o gênero fábulas

poderá assessorar o educador na leitura, na produção textual e na análise

linguistica. Esperemos que este material contribua como mais um recurso

didático para a educação do Paraná.

Professora PDE: Neiva Lanzarini Zuchi

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2. SINOPSE

A pesquisa visa promover reflexões sobre o Letramento Literário. Para

tanto, analisamos fábulas como: O Patinho Feio (Hans Christian Andersen), O

Menino Azul (Cecília Meireles), além da narrativa O Menino Marrom (Ziraldo). A

discussão, inicialmente, envolveu educadores que cultivam os ingredientes da

leitura da literatura como tempero essencial e prazeroso de estímulo ao aluno,

tendo como referencial teórico principal, os estudos de Alice Áurea Penteado

(2005), Regina Zilberman (2008) e Rildo Cosson (2009). Em seguida,

realizamos leitura crítica das fábulas, por meio de debates; planejamos as

histórias e mergulhamos na produção de contos, criando novos enredos com

alunos da Escola Estadual Irmão Isidoro Dumont, de Itapejara D’Oeste - Pr. As

ilustrações ficaram por conta dos alunos. Com o auxílio da Mídia eletrônica,

elaboramos um livro com a produção de fábulas. Por fim, houve momentos de

integração com outros colegas da escola para socializar o conhecimento

adquirido. Este material fará parte do acervo pedagógico cultural do

Departamento Estadual de Educação do Paraná (SEED-PR).

PALAVRAS-CHAVE : Letramento Literário, fábulas, ensino da literatura.

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3. O MENINO AZUL

O menino azul quer um burrinho para passear.

Um burrinho que saiba inventar historias bonitas,

com pessoas e bichos e barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo, Como se o mundo fosse um jardim, um jardim sem fim... Você sabe onde conseguir

Um burrinho assim?

(Cecília Meireles)

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4.. TEMA: Os Roedores de Livros em Letramento Literário.

5. PROBLEMÁTICA

Sabemos que há uma grande dificuldade na escola de se trabalhar

com obras literárias. Sendo assim, é essencial que os educadores encontrem

alternativas para que se promova o encontro do aluno com a leitura literária

prazerosa. O letramento Literário é uma abordagem especificamente literária,

que colabora no incentivo e orientação da leitura pelos alunos. É fundamental

que o leitor estabeleça uma relação com a obra lida, para depois, compartilhá-

la e se possível aumentar seu campo de visão de mundo. A leitura

compartilhada da obra literária não só possibilita o contato do leitor com a

literatura, mas também proporciona uma situação de contato da obra literária

com o leitor; assim, ambos se transformam e constroem conjuntamente o

sentido do texto. A atividade de leitura deve ser aguçada, acompanhada e

orientada; Dessa forma, um projeto literário favorável à leitura, se faz

necessário para incentivar o hábito da leitura e dos bons textos literários.

6. OBJETIVOS

6.1. Objetivo Geral

• Possibilitar aos alunos/leitores estabelecer relações entre a obra literária

e suas experiências pessoais e sociais.

6.2 Objetivos Específicos

• Oportunizar aos alunos um contato com o texto narrativo, mais

especificamente o gênero fábula.

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• Levar os alunos a lançarem um olhar sobre as características do gênero

fábula, no ato de experiência da leitura, interpretação e compreensão do

mesmo.

• Proporcionar aos alunos/leitores não só a leitura mecanicista, mas a

vivência da leitura da obra literária, incentivando a atividade de

interpretação e compreensão.

• Promover situações em que os alunos possam compartilhar de suas

leituras e interpretações.

7. JUSTIFICATIVA

Uma historia não é mais que Um grão de trigo. É ao ouvinte ao leitor, que compete fazê-lo germinar. Se não germina, é questão de falta de ar, de sol, de liberdade de solidão.

(MICHEL DÉON)

De acordo com Bakhtin,”[...] a verdadeira substância da língua não é

constituída por um sistema abstrato de formas lingüísticas nem pela

enunciação monológica isolada, nem pelo ato psicofisiológico de uma

produção, mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através da

enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade

fundamental da língua”. (1979, p. 109).

E, nesta perspectiva, a literatura possui o poder da palavra como tal, tem

na linguagem verbal a sua matéria-prima. E, pode ser expressa e tornar-se

acessível aos leitores por meio das palavras escritas ou orais, no caso, a

contação de histórias, poesia popular, contos de fadas entre outros gêneros.

Esta é a razão pela qual escolhemos neste projeto o tema: Letramento

Literário, e iremos discutir “As Fábulas”, tema que expressa a arte e o poder da

palavra, partindo do trabalho artístico com a linguagem.”

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Contudo, nestes momentos de interação verbal, o Letramento Literário

coloca-nos em confronto com três componentes inseparáveis no texto: o autor,

a obra e o leitor. No momento em que o autor vai tecendo o seu texto, ele usa a

imaginação em linguagem criativa, busca a seiva que irá alimentar a sua obra

literária em muitas fontes e propõe ao leitor um desafio e um contrato. Portanto,

esse contrato já compromete o leitor que está encantado com a linguagem,

pois o letramento literário coloca em primeiro lugar “a Linguagem”. E esta se

apóia na integração, na emoção, na percepção, na reflexão, na harmonia seja

ela ficcional ou verossímil. O grande desafio é viver a aventura de mergulhar na

leitura das fábulas como é o propósito deste estudo.

Portanto, nossa proposta é ler as fábulas, compartilhar conhecimentos

com o autor do texto e com os colegas, imaginar personagens, contar histórias,

revelar segredos, seduzir o ouvinte, convidá-lo a se apaixonar pelo livro e pelo

Letramento Literário. É isso que a criançada curte, seja onde for, o importante é

o envolvimento com a história. O bom gosto aflora e une-se, como já citamos a

tríade indissociável: o autor, a obra e o leitor. E, da sintonia entre ambos

acontece o Letramento Literário.

À medida que o leitor deixa aflorar suas emoções e sentimentos no

diálogo – mediado pelo texto literário vai se consolidando a função estética da

literatura e, consequentemente, da leitura. “O segredo maior da literatura é

justamente o envolvimento único que ela nos proporciona em um mundo feito

de palavras”, afirma Cosson (In: COSTA, p. 146, 2007).

O desejo de Cosson é uma escola preparada para preparar os jovens a

enfrentarem os obstáculos da vida através da literatura, e a escola também

pode excluir ou matar inúmeras possibilidades de contato com o universo

imaginário da criança ou do jovem. Poder falar das historias, se identificar com

as personagens, rir e se emocionar com os contos, poemas e com as imagens

contidas nos livros, ou até mesmo em narrações ouvidas, proporciona para o

educando de qualquer idade um espaço para imaginar, criar e brincar.

Desse modo, percebemos que aprender a ler literatura, não é algo que

nasce pronto, não é atávico, não é inato, nem é dom. O leitor de literatura, não

apenas lê, como também faz uma aprendizagem desta leitura literária, atribui

valores e habilidades, fortalecendo e ampliando a educação literária no ensino

básico, acrescentando desafios, para que ambos, os educadores e os

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educandos sintam o sabor, da diferença entre o texto literário e o texto

informativo.

A pesquisa em questão está em busca de “Roedores de Livros”

satisfeitos com leituras; visa promover reflexões sobre o Letramento Literário

envolvendo educadores sensíveis e comprometidos com a formação de leitores

críticos, reflexivos, oportunizando aos nossos educandos, momentos de

interação, satisfação e realização pessoal por meio de leitura de fábulas,

histórias e debates.

Para isso, Cosson (2009, p.68), expressa que é necessário “dar ao

aluno a oportunidade de fazer uma reflexão acerca da obra lida e externalizar

essa reflexão de forma explícita, permitindo o estabelecimento do diálogo entre

os leitores da comunidade escolar”.

Em face ao exposto, o objetivo deste trabalho é incentivar e promover

discussão entre educadores que curtem essa literatura. Propondo uma prática

diferente a colegas educadores, que atuam na escola que resiste a mudanças.

Faremos a leitura crítica das fábulas com os alunos da 8ª”A”, e buscaremos a

integração social dos mesmos por meio das atividades que propusemos.

A ideia surgiu por sentirmos que muitos alunos na escola não leem, ou

deduzimos que eles não gostam de ler, no momento que propomos uma aula

de leitura; percebemos que ficam folhando livros, olhando figuras, olhando para

o relógio; enfim, são muitos os argumentos dos educadores que giram em

torno deste tema.

Zilberman, em Sim, a literatura educa (1990), lembra-nos, a esse

respeito, que as tragédias gregas tinham o princípio básico de educar moral e

socialmente o povo.

Enfim, estamos propondo um encantamento literário, inicialmente, para

professores envolvidos neste estudo, para que levem às suas práticas

pedagógicas, reflexões e análises prazerosas que ficarão como uma semente a

germinar no estímulo ao Letramento Literário, e, que este estudo venha a

contribuir com a formação de muitos alunos das escolas do Paraná. Faremos

com os alunos num segundo momento, o estudo referente ao projeto de

intervenção pedagógica na escola Estadual Irmão Isidoro Dumont Ensino

Fundamental, de Itapejara D ‘O este PR. Podemos dizer que já estamos

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colhendo bons frutos com a socialização dos conhecimentos entre os

educadores no GTR.

8. METODOLOGIA

Ler faz bem?

Mas leio, leio. Em filosofias Tropeço e caio cavalgo de novo Meu verde livro, em cavalarias me perco, medievo: em contos, poemas me vejo viver. Como te devoro, verde pastagem. Ou antes carruagem de fugir de mim e me trazer de volta à casa a qualquer hora num fechar de páginas?

(Carlos Drummond de Andrade)

Para a metodologia planejamos inicialmente, expor para o grupo em

estudo toda a nossa proposta pedagógica, a intenção do projeto de intervenção

pedagógica assim como as expectativas com referência a participação destes.

Na aula seguinte, chegaremos à sala de aula com um carrinho cheio de

livros. Os livros são para olhar, folhar, ler, cheirar, brincar ou simplesmente

deixar de lado, enfim, os são para provocá-los, ou desafiá-los. É um dia de

conversas e organização do ambiente de estudo na sala de aula e na

biblioteca. Sobre os livros teceremos comentários somente se formos

indagados. E, assim iniciaremos uma retrospectiva no tempo histórico para

mergulhar na leitura da literatura das fábulas, partindo da premissa de que o

letramento literário é uma prática social e esta é a parte mais importante do

estudo, a integração do grupo. Então, solicitaremos que os participantes

tragam na próxima aula objetos para comporem histórias. Haverá um baú à

disposição para que os alunos coloquem seus ingredientes, de acordo com o

gosto da equipe.

Na sequência, todos vão analisar os personagens, imaginar o cenário e

criar a história usando os objetos do baú. Uns participam mais, outros menos e

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vão interpretando, desinibindo-se e conquistando seus espaços, sentindo-se

parte integrante e essencial neste jogo.

Com isso, procuraremos conhecer a realidade da clientela para melhor

desempenho do trabalho. Após, iniciaremos a pesquisa, propondo desafios:

pesquisar as fábulas, as histórias mais assustadoras e/ou engraçadas que eles

já leram, contaram ou ouviram em qualquer tempo. Quem nunca leu, ouviu, ou

contou algo para alguém? E, desse modo mergulhamos na busca. Serão

muitos os encontros para leitura, discussão, opinião, escolha das fábulas. Além

disso, faremos a análise de: O Menino Azul, O Menino Marron e, O Patinho

Feio.

Haverá momentos de integração, leitura, análise crítica, socialização de

conhecimentos com ilustração de personagens, teatralização, criação de

diferentes enredos a fim de compartilhar com os demais colegas na escola a

aprendizagem adquirida. Na sequência, criaremos as nossas próprias histórias,

fábulas encantadoras ilustradas, e, com o auxilio da mídia, as produziremos em

Livro eletrônico. Fábulas em Áudio.

O projeto se estende para fora da escola, expressando a nossa

realização como “Roedores de Livros” por meio de serenatas em noites

enluaradas. Essas serenadas serão programadas com famílias, colegas,

educadores da escola. O mais bonito disso tudo com certeza será o

encantamento do grupo pela literatura.

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9. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA ESCOL A

Era uma vez uma cor muito rara e muito triste que se chamava Flicts não tinha a força do Vermelho, não tinha a imensa luz do Amarelo nem a paz que tem o Azul.

(Ziraldo)

Meses/ Ano

Atividades

09/

09

10/

09

11/

09

12/

09

01/

10

02/

10

03/

10

04/

10

05/

10

06/

10

07/

10

08/

10

Elaboração

do Projeto X X X X X

Apresentação

do Proj. na

escola

X

Projeto de

intervenção

Ped. na

Escola

X

Preparação

.do Material

Didático

Pedagógico

X X

Produção de

Fábulas em

Áudio.

Eletrônico

X

Integração na

Escola. X

Serenatas X X

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10. LETRAMENTO LITERÁRIO

Ninguém educa ninguém como tampouco, ninguém educa a si mesmo: os homens se Educam em comunhão, midiatizadas pelo Mundo (...). A leitura do mundo precede a Leitura da palavra e a leitura desta implica a Continuidade da leitura daquela.

(Paulo Freire)

Letramento Literário pode ser iniciado nas histórias, nos provérbios,

nas parlendas, advinhas, ou ditos populares. Enfim, supõe um processo que

pode ser iniciado até mesmo antes da criança aprender ler e escrever.

Revela-se aí o estado de quem faz literatura, usando textos ficcionais e

poéticos. É o uso da oralidade por meio de muitas vozes; desse modo, na

escola durante a prática da leitura e escrita, no envolvimento com os livros,

revistas, jornais e a mídia eletrônica que contribui com os textos literários; o

leitor interage mais com a cultura da escrita literária que o cerca, adquirindo

segurança e autonomia.

O avesso do livro é a escola, que sufoca ou reprime a imaginação, instaurando a rotina. Olavo Bilac e Raul Pompéia elegem Verne para escapar à opressão da sala de aula, conforme depõe a crônica do poeta, já referida. Quando não é a escola, é o cotidiano que insatisfaz, de modo que a literatura apresentar-se-á na condição de alteridade e transformação do dia-a-dia, nunca coincidindo com o habitual e imutável. (Zilberman, p. 46, 2008).

Para entender a citação acima é necessário realizar uma retrospectiva no

tempo histórico, cujo exemplo de libertação é a obra “Júlio Verne”, (Olavo

Bilac), a qual faz com que o leitor sinta-se salvo e liberto para o mundo da

fantasia e das imaginações, os caminhos da libertação se abrem para o jovem

leitor. Diante desta realidade, compreendemos que para haver letramento

literário no contexto escolar, o educador precisa ter clareza sobre a sua

concepção de linguagem. Considerando que a leitura na escola é um ato

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dialógico e o leitor se utiliza de suas experiências e vivências; se isso não for

considerado, as aulas tornam-se rotineiras e rejeitadas.

Por isso é que o Educador no processo de leitura deve propiciar um

trabalho pedagógico criativo, se utilizando de inúmeras formas de mediação,

estabelecendo recursos materiais e metodológicos apropriados de acordo com

o contexto social do educando, proporcionando interação professor/aluno.

Nesse sentido, antes de tudo é preciso haver uma comunicação entre

professor/aluno, sobretudo a respeito dos conhecimentos que este já possui

por viver em uma sociedade. A partir disso, o educador já possui alguns

ingredientes para suas histórias. Discretamente, o próprio aluno escolhe os

livros que deseja ler, começa a cultivar as práticas sociais que envolvem a

escrita e a oralidade.

11. LETRAMENTO LITERÁRIO X OS HORIZONTES DA ESCOLA

Os livros que têm resistido “Ao tempo são os que possuem uma essência de verdade capaz de satisfazer a inquietação humana por mais que séculos passem”

(Cecília Meireles) O objetivo deste estudo é discutir os fundamentos teóricos sobre os

processos de Letramento Literário e a formação do leitor, especialmente no

âmbito das instituições escolares. É preciso, pois, refletir a questão da literatura

infantil e infanto-juvenil na sala de aula, buscando articular a relação do

educador com essa literatura e a de ambos com a escola. O desafio é viver a

aventura de ler e conhecer, estabelecendo contrato, visto que o leitor concorda

em considerar como verossímil o texto que leu, mesmo sabendo que é

ficcional.

Cosson (2009, p.68), em Letramento Literário, anuncia um olhar

diferenciado para os educadores que desejam fazer desse estudo uma

atividade significativa para si e para seus alunos. Ele propõe reformular,

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fortalecer e ampliar o estímulo à leitura no ensino básico para além das

práticas cotidianas.

E, dessa forma, ele desata os nós da relação entre literatura e

educação, propondo a construção de uma comunidade de leitores nas salas de

aula e sugere oficinas para que o professor possa adaptar sua prática

pedagógica ao letramento literário.

Sabemos que somos frutos de um país que se forjou sob a égide da

exclusão social, econômica, educacional e cultural. A formação de professores

esteve historicamente voltada para atender a uma minoria privilegiada de

crianças e jovens que já chegavam à escola com um entorno cultural

alimentado na família pela convivência informal com as artes e as ciências. E

os professores, oriundos do mesmo grupo social, desempenhavam a tarefa de

organizar e apontar horizontes aos indivíduos, tudo dentro do mesmo contexto

social.

Desse modo, é necessário reconhecer que é difícil para os educadores

abandonarem alguns conceitos, de uma cultura escolar enraizada durante a

formação profissional, os quais definem seus hábitos, concepções e métodos

pedagógicos. Mas, se a intenção é construir uma sociedade mais justa e

democrática, na qual todos tenham acesso à educação, à cultura, ao esporte,

ao emprego, à moradia, ao saneamento básico, à saúde, uma sociedade em

que haja efetivamente participação democrática (inclusive nas discussões

sobre elaboração de políticas públicas), é preciso rever várias concepções.

Além de sistematizarem os conhecimentos, cabe à escola e ao

educador a função de apontar caminhos para o acesso aos bens culturais,

entre eles a leitura de textos literários, que possibilita, em parte, a superação

das diferenças sociais e atua concretamente sobre os mecanismos de

exclusão. Ou seja, o acesso a textos produzidos e sistematizados

historicamente pelos homens é uma das formas de fazer uso dos bens culturais

produzidos pela humanidade e de direito de todos. Por isso, o Letramento

Literário precisa ser encarado pela escola como “uma arte de aprender”, para

funcionar como instrumento na superação de diferenças culturais.

A pluralidade cultural presente na moderna literatura infantil e juvenil

poderá chegar ao contexto escolar através do texto literário de qualidade, do

texto que possibilite a formulação de perguntas, indagações, que não

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apresente estereótipos como ponto de chegada e sim como ponto de partida

para outras leituras, e também outras descobertas de situações cada vez mais

inesperadas.

Através da leitura das fábulas é possível o pleno desenvolvimento dos

alunos, que passam assim a ter maior consciência da importância de sua

participação nas decisões coletivas, sobretudo naquelas que contemplam os

diferentes grupos sociais e culturais.

Zilberman (1985, p.21), confirma a importância da literatura na escola,

ao afirmar:

“A escola e a literatura podem provar sua utilidade quando se tornarem o espaço para a criança refletir sobre sua condição pessoal”. E acrescenta: “Propor a abolição da literatura na escola ou mesmo a abolição da escola representa tão somente abandonar, a criança à sua própria sorte, após tê-la feito adotar a imagem de sua impotência e incapacidade.

Conforme consta no projeto inicial de Regina Zilberman, obra pioneira

da autora “A literatura infantil na escola”, publicada em 1981, o trabalho com a

literatura deve contar com um educador apto “à escolha de obras apropriadas

ao leitor infantil e juvenil; ao emprego de recursos metodológicos que

estimulem a leitura, provocando a compreensão das obras e a verbalização,

pelos alunos, no sentido apreendido.”

Logo, percebemos que, para essas duas tarefas serem cumpridas é

necessário nos instrumentalizar de um conjunto de aprendizagens que possa

dar subsídios às nossas práticas pedagógicas. O educador comprometido irá

buscar aprimoramento satisfatório a fim de socializar o conhecimento com seus

educandos.

No entanto, é essencial o conhecimento de um acervo literário

representativo que permita a seleção de obras de valor do conjunto literário

destinado às crianças ou aos jovens aos quais irá propor as atividades de

incremento de estímulo à leitura, entre elas é essencial que haja a curiosidade

de professor/aluno, aprender a ler, isto é: aprendendo a ler dando sentido ao

texto e sentindo a emoção e a satisfação de exercer controle sobre a sua

aprendizagem.

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De acordo com Silva (1989), em relação ao leitor, não se questiona

quais são as suas expectativas. Segundo o autor, as expectativas dos leitores

constituem assunto ainda pouco discutido nas escolas, uma vez que é comum

encontrar preocupação com métodos ou modelos de leituras. Parece que há

uma atenção maior em como ensinar e não em saber como o aluno aprende.

Outro ponto forte que ele questiona são as expectativas da escola em relação

ao aluno, ao invés de ser: as expectativas do aluno em relação ao saber.

Silva (1981, p.12) assevera: “Cada vez mais nos convencemos de que

a formação do aluno-leitor é o resultado da prática do professor e da política

educacional vigente”.

Desse modo, o autor indiretamente nos diz que antes do educador

atuar pedagogicamente ele deve ser um leitor, pois, transferir a leitura pessoal

para uma prática docente de letramento literário é uma ação suave,

modestamente prazerosa, caso contrário, a tarefa torna-se um fardo pesado,

com dificuldades e indagações frustradas. Será que é possível dar aquilo que

não possuímos a alguém? Nesse caso, a formação de novos leitores poderá se

comprometer com a dependência de fórmulas, receitas, dúvidas e cópias. Aí o

professor passa a ser o intermediário, jamais o criador.

Não estamos aqui criticando nossos colegas, mas, os estudos apontam

que é possível afirmar que há escolas cujo processo ensino-aprendizagem

ainda não está contribuindo para a formação integral do educando uma vez

que priorizam, no trabalho com a língua e a literatura, práticas

descontextualizadas de leitura, nas quais a maior preocupação diz respeito aos

aspectos formais da língua escrita. Dessa forma, o texto é usado como álibi

para o desenvolvimento de exercícios ortográficos e gramaticais simplesmente

mecânicos. Veja a seguir;

Estamos adiante da falência do ensino da literatura. Seja em nome da ordem, da liberdade ou do prazer, o certo é que a literatura não está sendo ensinada para garantir a função essencial de construir e reconstruir a palavra que nos humaniza. Em primeiro lugar porque falta um objeto próprio de ensino. Os que se prendem aos programas curriculares escritos a partir da história da literatura precisam vencer uma noção conteudista do ensino para

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compreender que, mais que um conhecimento literário, o que se pode trazer ao aluno é uma experiência de leitura a ser compartilhada. No entanto, para aqueles que acreditam que basta a leitura de qualquer texto convém perceber que essa experiência poderá e deverá ser ampliada com informações específicas do campo literário e até fora dele. (COSSON, 2009 p. 23).

Nas palavras do autor, podemos nos munir de textos literários

agradáveis ao bom gosto da clientela e promover um envolvimento literário

abrindo caminhos para a cultura da arte, da atividade criativa, que faz parte do

cotidiano como ferramenta adequada e necessária à linguagem. Também vale

lembrar que, enquanto arte, o Letramento Literário se utiliza da linguagem

principalmente para sensibilizar o leitor.

A razão que leva muitos e muitos alunos a não lerem e,

consequentemente, a não produzirem textos escritos é que eles não vivem no

espaço escolar a realidade que os cerca. E os textos apresentados a eles pela

escola não acrescentam nada à sua vida, isto é, nada é novidade, nada causa

expectativa e motivação.

Não há envolvimento espiritual, apenas pessoal, em respeito ao seu

mestre e à escola. E, muitas vezes ouvimos palavras assim: “aquele aluno não

quer nada”. O que acontece é que o educador desconhece as suas

expectativas com relação à escola. Precisamos contemplar o seu

conhecimento, partindo para o desconhecido; cabe a nós fortalecer essa

resistência do educando propondo o diferente para ampliar o seu repertório

cultural.

Queirós (2001), afirma: “A literatura é feita de fantasias. O que move a

gente é o desejo. Só desejamos o que não temos. Eu nunca vou ser inteiro.

Vou sempre buscar outros pedaços, afinal, é na falta que a gente dialoga, é na

falta que a gente encontra, é na falta que a gente ama”.

Esse é o desafio do educador consciente de que se deve produzir

conhecimento. É preciso, em parceria com a escola, criar mecanismos para

mostrar a importância do Letramento na formação dos indivíduos. O objetivo a

ser perseguido é fazer com que haja um envolvimento maior de todas as

pessoas envolvidas na escola as quais se identifiquem com as situações de

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leitura, percebendo criticamente como se produzem as práticas cotidianas e

como elas excluem muitos indivíduos.

Dizia Descartes (1984, p.12) que a leitura de todos os bons livros é

como uma conversa entre as pessoas mais honestas dos séculos passados,

que forma os seus autores. Essa afirmação denota que o acesso a boas

fábulas pode assegurar ao leitor que a verdade extraída do texto resulta da

leitura que se faz do mesmo. Eis então a importância da descoberta: o

entendimento de que o texto pode transmitir ao leitor o que é a verdadeira

essência.

A literatura tem como finalidade provocar o prazer estético, o que

acontece à medida que o leitor desenvolve o seu senso de criação. Ela atribui

diferentes funções na escola assim como: informar, educar, entreter, persuadir,

expressar opiniões, ideias, entre outros. Requer inovação, comprometimento e

clareza dos princípios básicos da linguagem verbal. É dela que o homem se

serve, entre outros processos, para construir seu mundo e sua história. Ela

ensina a serenidade diante da vida, à paciência, a compreensão e a reflexão e

nós, aprendemos.

Esclarece Coelho (2000, p 66), há uma ciranda de textos em cada obra

literária que lemos. Essa concentração faz com que quanto mais o leitor entra

em contato com os textos da história e da contemporaneidade, mais ele é

capaz de estabelecer vínculos, de descobrir relações de semelhança entre

diferentes textos. Portanto, nenhum texto é totalmente original, pois estão

sempre em conexão uns com os outros.

Neste estudo, as fábulas precisam ser interpretadas e, interpretar é

dialogar, é uma rodovia de mão dupla, e o limite é o contexto, o qual é dado

pelo texto ou pelo leitor do mesmo atribuindo-lhe sentidos. Nesse sentido, a

linguagem é o material da literatura, tal como a pedra e/ou o bronze são

materiais da escultura; as tintas, da pintura; os sons da música. Importa saber

que a linguagem, em si própria, é uma criação humana e, como tal, herança

cultural de um grupo lingüístico.

Contudo, é importante que fique claro o que o educador pensa e

propõe fazer, como fazer e para quê fazer, como ele se organiza e planeja,

quais são seus objetivos e intenções, que podem fornecer elementos que

subsidiem a compreensão da sua proposta pedagógica diante da literatura.

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Por falta talvez, de esclarecimentos, algumas questões relacionadas à

prática docente são, no mínimo, intrigantes: como o que foi pensado pelo

professor efetivamente se concretiza? O que é que o professor pretende com

uma determinada proposta de letramento em sala de aula? Neste sentido, a

escola, a equipe pedagógica está dando suporte?

Pensando nisso, concluímos que a metodologia é um referencial muito

importante neste cenário; planejar as aulas procurando atender as expectativas

dos alunos assim como a sua realidade no contexto em que estão inseridos.

Educar no espaço da sala de aula implica formar um homem reflexivo, crítico,

criativo, consciente, participativo, comprometido socialmente e transformador

da sociedade.

É preciso ter competência técnica e política, habilidades e

comprometimento. Ninguém se faz educador de uma hora para outra, sem

aprendizagem e preparação específica para exercer tal função. No entanto,

nossas discussões neste texto sugerem um repensar pedagógico, um olhar

clínico diferenciado.

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

“É preciso ensinar aos alunos a beleza da língua e reafirmar a noção de que o livro é um amigo que está sempre ao nosso lado”.

(Ana Maria Machado)

As discussões abordadas neste estudo provocam um repensar sobre a

dinâmica da sala de aula e seu cotidiano. Percebemos que o letramento

literário implica na aprendizagem, e o leitor, ao mesmo tempo em que perde

ganha sua identidade ao interagir com o texto. Letramento Literário mais

especificamente no gênero fábula, neste contexto, é marcado pela beleza da

linguagem, no entanto, aprofundar, conhecer e entender significa mergulhar na

história da cultura de um povo.

Procuramos apresentar algumas reflexões sobre as relações

estabelecidas no interior da sala de aula, a qual é um espaço de mediação uma

vez que a realidade da escola pesquisada clamava por um projeto de

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intervenção pedagógica desta natureza. Considerando que, é na escola que o

educador vai tecendo a interação com seus alunos. É nesse espaço de ação

de sua prática educativa que ele pode realizar mudanças em relação às

concepções de seus alunos no que se refere à leitura e a intimidade deles com

a mesma. Contudo, Cosson, (2009, p.51), propõe para a sequência básica do

letramento literário na escola, quatro passos: motivação, introdução, leitura e

interpretação. Porém, se o educador seguir as recomendações do autor, com

certeza colherá bons frutos, visto que, isso ele chama de sequência básica, é

essencial.

No entanto, as sugestões a seguir, também poderão contribuir no

sentido de que as aulas sejam motivadas, ganhem relevo e importância.

• Uma nova postura do professor e aluno frente à leitura do letramento

literário;

• Nova maneira de compreender e ver a leitura colocando-a como

cerne das aulas de língua portuguesa e literatura;

• Elaboração de uma proposta coletiva de ação (professor-

professor/professor-aluno) para o desenvolvimento de um trabalho

com a leitura, no intuito de haver um compromisso concreto entre

ambos;

• Repensar a metodologia docente com a leitura implica profundos

questionamentos sobre as próprias ações, posições políticas e

epistemológicas do educador;

• Não temer em ousar, ter consciência que a prática pedagógica é

constituída por uma constante análise do processo vivido, por uma

constante análise dos resultados, encaminhamentos e reflexões.

Além da reflexão entre os educadores em estudo a proposta visa a

interação e o acesso à leitura da literatura a adolescentes, aqueles que se

sentem excluídos na escola, muitas vezes esquecidos pela família e

discriminados pela sociedade. Parece comprometedora essa expressão, mas

realmente existem, e muitos. São preconceitos que surgem.

A metodologia proposta foi adequada para que o educador tivesse

maior acessibilidade à clientela escolhida e para que os resultados fossem

satisfatórios com relação ao envolvimento da equipe. Na turma escolhida para

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o estudo, haverá alunos motivadores, os quais darão impulso às leituras

incentivando os colegas e, consequentemente resgatando a confiança desses,

valorizando-os e associando esta prática de leitura com o seu conhecimento de

mundo, a fim de contribuir com a realização pessoal e a formação de leitores.

Comprovamos com este estudo, que, o bom docente, em sala de aula

precisa alimentar um pesquisador, um pesquisador movido pela curiosidade e

pela insistência em conhecer e buscar o desconhecido.

A partir das leituras e discussões desencadeadas neste projeto, teremos

maior bagagem para analisar, acompanhar e entender o letramento literário

como um fenômeno social da linguagem, Ainda, concluímos dizendo que o

letramento literário, embora esteja chegando de “mansinho” em nossas

escolas, e em processo de discussão ainda no Brasil. Está a contribuir com

uma sociedade justa, digna e livre de preconceitos; com ele, educadores e

educandos vão sentir o saber e o sabor da liberdade de expressão.

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REFERÊNCIAS

BAKHTIN, Mikhail Marxismo e Filosofia da Linguagem. Trad. De Michel

Lahud e Yara Frateschi. 9 ed. São Paulo: Hucitec, 1979.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura: arte, conhecimento e vida . São Paulo: Peirópolis, 2000. In: COSTA, Marta Morais da. Metodologia do ensino da Literatura infantil. Curitiba: Ibepex, 2007.

COSSON, Rildo. Letramento literário : teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006. In: COSTA, M. M. da. Metodologia do ensino da Literatura Infantil. Curitiba: Ibpex, 2007.

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: contexto 2009. 1ª Ed. 3ª reimpressão. Editora Contexto. São Paulo, 2009.

DESCARTES, René. Discurso do método: as paixões da alma.

13. Ed. Lisboa: Sá da Costa, 1984.

QUEIRÓS, Bartolomeu Campos. Folha proler, Rio de Janeiro, n° 21. Dez/ 2001.

MARTHA, Alice Áurea Penteado. Mercado Editorial Brasileiro e Produção Literária Infanto-Juvenil Contemporânea. Disponível em: http://www.alb.com.br/anais16/sem08pdf/sm08ss11_01.pdf - acesso: 12/03/2010.

SILVA, Ezequiel Teodoro da.O ato de ler: fundamentos psicológicos para uma nova pedagogia da leitura. São Paulo: Cortez, 1981.

____________ A criança e leitura da obrigação ao lazer. Revista leitura: teoria e prática. Porto Alegre, 1989.

ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na Escola. São Paulo: Global. 4 ed. 1985.

___________. Fim do livro, fim dos leitores? São Paulo: Ed. SENAC, 2008, p.16.

___________. Sim, a literatura educa. In: Zilberman, Regina; Silva, Ezequiel Theodoro. Literatura e pedagogia. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1990.

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13. OS ROEDORES DE LIVROS EM LETRAMENTO LITERÁRIO

AUTORES:

Anna Julia Zucchi Gabriel S. Szpak

Gabriela Conte

Orientadora Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira

Letícia Samara Gnoatto

Mariane Godoy Ribeiro Marco Antônio Chiosi.

Profª Neiva Lanzarini Zuchi

Silvia Letícia Bevilacqua Jorge Luis Pivotto

Graziela Fabiani

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14. OFICINAS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO PATO BRANCO

PROFESSORA: NEIVA LANZARINI ZUCHI ÀREA: LÍNGUA PORTUGUESA - PDE 2009/2010

ESCOLA EST. IRMÃO ISIDORO DUMONT ENS. FUNDAMENTAL INTERVENÇAO PEDAGÓGICA NA ESCOLA

TURMA: 8ª “A” PROJETO: Linguagem e Interação em Letramento Literário. TEMA: Os Roedores de Livros em Letramento Literário.

Para realizar a Intervenção pedagógica na escola Est. Irmão Isidoro

Dumont em Itapejara D’O sobre o Gênero Fábulas, planejei dez oficinas em

horário extraclasse com aproximadamente 32/h/aula propostas. O cronograma

encontra-se descrito na sequência didática deste texto. O projeto de

intervenção foi apresentado ao corpo pedagógico da escola citada. O material

proposto para as atividades está disponível (em anexo).

Minha expectativa é que este material utilizado nas oficinas

pedagógicas do projeto de Intervenção Pedagógica dessa escola, assim como

o material produzido como produto final dessa etapa de estudos, possa ser útil,

no sentido de fomentar e fortalecer a Educação do Estado do Paraná. Procurei

produzir o material pedagógico, “Fábulas em Áudio”, num livro eletrônico, o

qual estará disponível no acervo cultural da SEED. (Secretaria de Estado da

Educação), a fim de cultivar na escola, o tempero essencial e prazeroso de

estímulo ao aluno, o Letramento Literário. Contudo, considero mais uma

alternativa de ferramenta pedagógica, sugestões, para o educador do ensino

fundamental da escola pública.

Desse modo, farei a intervenção pedagógica acreditando na escola. [...]

“é justamente para ir além da simples leitura que o Letramento Literário é

fundamental no processo educativo”. (Cosson, 2009, p.30).

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ESCOLA EST. IRMÃO ISIDORO DUMONT ENS. FUNDAMENTAL PROJETO: Linguagem e Interação em Letramento Literário. TEMA: Os Roedores de Livros em Letramento Literário. OBJETIVO: Possibilitar aos alunos leitores momentos de interação e socialização.

1ª Oficina: PREPARANDO O TERRENO

Dia 26/03/2010

03/h/aula

• Consideramos este momento de extrema importância para o bom

desenvolvimento do projeto, assim como a integração da equipe, pois na turma

há alunos que necessitam sentir-se incluídos e valorizados, percebemos que, é

um momento delicado, de acolhida e preparação e o objetivo é mantê-los

atentos e envolvidos. A oficina propõe diálogo, esclarecimentos e integração.

• A seguir, apresentamos a proposta de trabalho, o cronograma,

esclarecendo os objetivos, o desafio de trabalhar com o diferente e a

oportunidade deles em participarem do referido estudo. Relatamos que, foram

os escolhidos e que esperávamos deles uma resposta satisfatória, explicamos

sobre a produção do material, dando ênfase e importância ao

comprometimento deles para com as atividades.

• Na sequência; umas abordagens sobre a origem das histórias

usaram multimídia para ilustrar as explicações procurando despertar o gosto e

o encantamento pela linguagem literária. O texto foi elaborado pela professora

responsável por este projeto encontra-se em anexo.

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ESCOLA EST. IRMÃO ISIDORO DUMONT ENS. FUNDAMENTAL PROJETO: Linguagem e Interação em Letramento Literário. TEMA: Os Roedores de Livros em Letramento Literário. OBJETIVO : Despertar o interesse e o encantamento pela arte literária.

2ª Oficina: LIVROS: O MUNDO NUMA REDE ENCANTADA

Dia 31/03/10

04/h/aula

• Quer viajar comigo? Venha!

Pegue o seu Passaporte.

• Seguindo sugestões de Rildo

Cosson, adotamos como princípio do

Letramento Literário, nesta atividade a

formação de uma comunidade de leitores.

• Para tanto, usamos o texto “Livros:

O Mundo Numa Rede Encantada,” da escritora, Ana Maria Machado. Este foi

um momento de incentivo, provocação, um desafio maior, partindo do

conhecido para o desconhecido. (fragmento do texto encontra-se em anexo).

• Na mesma oportunidade lemos as narrativas:

• “O Menino Azul”, (Cecília Meireles) “O Menino Marrom”, (Ziraldo).

Enfim, um convite para viajar pelo mundo da fantasia e imaginação.

Viajando com a Literatura

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ESCOLA EST. IRMÃO ISIDORO DUMONT ENS. FUNDAMENTAL PROJETO: Linguagem e Interação em Letramento Literário. TEMA: Os Roedores de Livros em Letramento Literário. OBJETIVO : Levar o aluno a compartilhar e expressar suas histórias de vida a partir de um ambiente acolhedor.

3ª Oficina: MINHA VIDA & MINHAS HISTÓRIAS

Dia: 05/04/10

03/hora/aula

• Esta é uma oficina

muito valorosa, propõe um

trabalho individual.

• Convidamos- os

para contar as suas histórias.

Afinal, quem não tem histórias

para contar?

• Nós somos feitos de

histórias, movidos por elas,

ouvimos, contamos, criamos, encenamos.

• Nesta atividade, é importante que o aluno primeiro faça um

levantamento de suas principais características, tentando olhar para dentro de

si mesmo.

• Para dar maior liberdade de expressão aos participantes iniciaremos

pela aventura de desenhar suas histórias, depois, podem ser contadas,

encenadas, parodiadas.

• Deixamos livre, por conta do interesse, da criatividade e da

imaginação de cada individuo.

• Na continuidade inicia-se a exibição das histórias de vida, relatam

suas experiências e vivências, opinam, sugerem com depoimentos próprios. É

Histórias de Vida

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muito bom poder falar dos desejos, sonhos, expectativas, lugares, objetos,

animais e pessoas que nos envolvem.

• As histórias devem ser ilustradas e, em forma de painéis expostas

na sala de estudo a fim de aquecer o espaço com vida e cores.

• Dessa forma, estamos aproximando as nossas histórias, criando

uma sintonia maior entre todos. É um ambiente “nosso”, e que, para outros,

não terá nenhum significado, mas, para nós será inesquecível, é o ambiente

que serve de cenário, é ele que determina as circunstâncias que dão realidade

e verossimilhança às narrações.

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ESCOLA EST. IRMÃO ISIDORO DUMONT ENS. FUNDAMENTAL PROJETO: Linguagem e Interação em Letramento Literário TEMA: Letramento Literário OBJETIVO: Conduzir o aluno ao mundo virtual através do gênero Blog.

4ª Oficina: BLOG HISTÓRIAS

Dia: 06/04/2010

03/h/aula

• Nessa oficina nos utilizamos do gênero

Blog, como mais uma ferramenta dentro do

contexto virtual, para o desenvolvimento do nosso

trabalho, ele foi útil para o autor das fábulas postar

suas produções, comunicar-se com o grupo, ou

incluir comentários. É uma espécie de diário

pessoal.

• Dentro de uma história sempre nasce outra e, uma história pode ser

criada, inventada, ou contada. Nós criamos o nosso Blog histórias com o

propósito de marcar a experiência pessoal pela forte presença do diálogo

interior, incluímos também nossas ações, sentimentos e sensações.

• Contudo, foi necessário incluir no Blog o perfil pessoal dos usuários

para facilitar a interação e comunicação. Esse foi um instrumento valioso, no

sentido de facilitar a comunicação entre o grupo. A professora deixava tarefas,

recados e provocações. Os alunos interagiram, contavam causos e, faziam

suspenses em determinados momentos, fantasiando histórias.

• Nessa oficina além dos alunos comprometidos com o Blog, tivemos

a participação de um profissional da área, voluntário que ofereceu a sua ajuda

para o trabalho ganhar mais qualidade e eficiência.

Blog Histórias

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ESCOLA EST. IRMÃO ISIDORO DUMONT ENS. FUNDAMENTAL PROJETO: Linguagem e Interação em Letramento Literário. TEMA: Os Roedores de Livros em Letramento Literário. OBJETIVO: Proporcionar ao aluno um confronto da leitura com o Letramento Literário.

5ª Oficina: QUEM É PATINHO FEIO?

Dia: 09/04/2010

03/h/aula

• Você não está curioso para ler esta obra?

• Nessa oficina, as sugestões são:

• Ler “O Patinho Feio” (Hans Christian Andersen),

• Entender o contexto histórico da época,

• Procurar compreender o motivo que levou os irmãos do Patinho a

rejeitá-lo.

• Discutir os valores que precisamos ter para viver em sociedade.

• Analisar as múltiplas faces do

comportamento dos personagens.

• Na sequência didática, explorar, ainda,

com esta obra a questão de desigualdade social,

a superioridade de uma minoria, os indiferentes, a

ironia das comadres.

• Como atividade textual, a reescrita da

obra, Quem é o Patinho feio?

• Vamos reinventar a história?

• Os alunos brincaram com a linguagem,

se divertiram, seduziram o autor e recriaram a

obra.

Encontro para análise de narrativas.

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ESCOLA EST. IRMÃO ISIDORO DUMONT ENS. FUNDAMENTAL PROJETO: Linguagem e Interação em Letramento Literário. TEMA: Os Roedores de Livros em Letramento Literário. OBJETIVO: Promover situações em que o grupo compartilhe suas leituras e interpretações.

6ª Oficina: UM ENCONTRO INESQUECÍVEL

Dia: 12/04/2010

03/h/aula

• Este momento é importante

para outras leituras, vários livros a

disposição dos alunos, Eles devem

conhecer, folhar, cheirar, apreciar,

comentar, olhar figuras.

• Além disso, vamos ler: É uma

aula que exige tempero, cuidado e bons

encaminhamentos.

• Fábulas de La Fontaine,

• “A Moça e o Copo de Leite.”

• É conveniente o professor explicar os títulos em destaque, para que

o aluno entenda o Contexto da época.

• A fábula é muito antiga, em Calila e Dimna, com o título: “O Eremita

e a Jarra de Manteiga”,

• Ela está na cena dos pastores, em busca do gado.

• Auto de Mofina Mendes, Gil Vicente no século (XVI).

• A mesma fábula aparece na coletânea ocidental “As Mil e Uma

Noites”, com o nome: “O Asceta e a Jarra de Manteiga”, Monteiro Lobato

reescreveu-a dando o título de: “A Menina do Leite”. Aqui houve um

confronto entre: A intenção seria observar os elementos que mudaram, nas

duas fábulas.

A “Moça e o Copo de Leite” “A Menina do Leite”

La Fontaine ����LEITOR���� Monteiro Lobato

Obras Literárias

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ESCOLA EST. IRMÃO ISIDORO DUMONT ENS. FUNDAMENTAL PROJETO: Linguagem e Interação em Letramento Literário. TEMA: Os Roedores de Livros em Letramento Literário. OBJETIVO: Proporcionar ao grupo momentos de reflexão e criação textual.

7ª Oficina: NOSSAS NARRATIVAS

Dia: 14/04/2010

03/h/aula

• Nessa oficina, reunimos a

produção de fábulas, as mais lindas, dos

fabulistas famosos da Escola Est. Irmão

Isidoro Dumont. Os protagonistas são

animais, eles falam e pensam como os

humanos.

• Aqui está a nossa comunidade

de leitores composta na oficina n° 2,

deste projeto, e que vai além da escola.

• Cada membro desta comunidade possui o seu jeito próprio de ver e

viver o mundo,

• Acreditamos que, as reflexões desencadeadas durante as leituras

venham contribuir com a importância do Letramento Literário em nossa

sociedade.

• Chegou o momento da produção textual, a tarefa inicial é uma

reflexão sobre a nossa proposta de estudo, assim como a ação didática

desempenhada no decorrer das atividades.

• Para iniciar, a professora aqueceu o ambiente com alguns lembretes

das histórias que foram lidas e comentadas durante o projeto de intervenção na

escola. Propôs um instante de conversação.

• Feito isso, partimos para o mundo das fantasias, estamos

preparados para soltar a imaginação, escrever, criar, desenhar, sem medo de

errar.

Reflexão e Avaliação

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• Afinal quem não gosta de escrever sobre temas divertidos e

interessantes e até assustadores.

• Vamos lá, produzir as fábulas, dar a elas, vida, cor, alimento, cheiro

e sabor.

• Se preferirem, poderão trabalhar em duplas.

• Neste encontro, produziram-se as fábulas, para a produção do livro

eletrônico.

Narrando as Fábulas

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ESCOLA EST. IRMÃO ISIDORO DUMONT ENS. FUNDAMENTAL PROJETO: Linguagem e Interação em Letramento Literário. TEMA: Os Roedores de Livros em Letramento Literário. OBJETIVO: Levar a alegria e a satisfação do conhecimento adquirido às pessoas que convivemos.

8ª Oficina: OS SERESTEIROS DA NOITE

9ª Oficina: OS ROEDORES DE LIVROS

03/h/aula

Dia: 17/04/10

Dia: 16/04/10

03 /h/aula

• Nestas oficinas foi possível

sentir o sabor do saber em

Letramento Literário, pois, em noites

enluaradas saímos para serões,

serenatas, cantando a nossa alegria

para as pessoas da comunidade

escolar. Podemos dizer que, esses

foram os melhores momentos,

palavras dos alunos participantes.

• Houve momentos de preparação e ensaios, agendamos um roteiro

com horário marcado antecipado, já estavam nos esperando.

• Levamos um som agradável para o encontro, na acolhida das

famílias visitadas.

• Para o encantamento das pessoas narramos às histórias da

coletânea oriental “As Mil e Uma Noites”,

• Foram duas noites de serenatas, de emoção, porém, em ambientes,

espaços diferentes.

• A seleção de contos está em anexo.

Preparando as Serenatas

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ESCOLA EST. IRMÃO ISIDORO DUMONT ENS. FUNDAMENTAL PROJETO: Linguagem e Interação em Letramento Literário. TEMA: Os Roedores de Livros em Letramento Literário. OBJETIVO: Promover um encontro agradável na escola para socializar o conhecimento.

10ª Oficina: SOCIALIZAÇÃO - UMA NOITE DIFERENTE

04/h/aula

Dia 23/04/10

• Esta proposta exigiu um

número maior de pessoas envolvidas,

teremos a colaboração de outros

professores da área, mas, como o

nosso aluno gosta do diferente,

resolvemos desafiá-lo.

• Para tal, organizamos quatro

aulas de trinta e cinco minutos no

período noturno com início às dezoito horas e, distribuímos assim:

• Inicialmente fizemos a abertura do evento, houve a exposição do

trabalho realizado com a pesquisa na escola. As Fábulas em Áudio. (produto

final), foram vistas no telão.

• Seguimos o cronograma, a visita a feira de livros organizada pelo

grupo com ambiente decorado, planejado, atraindo a atenção dos estudantes e

visitantes.

• O grupo de alunos que participou do projeto se caracterizou como

personagens da literatura clássica, conforme as leituras desenvolvidas em

estudo.

• Depois disso, aconteceram algumas oficinas de: “Roda de Leitura”,

(contação de histórias) nas quais as personagens caracterizadas foram

monitoria com o auxilio de um professor regente.

Feira do Livro - Convivência

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• Enquanto isso, a feira de livros

era visitada por outras pessoas

interessadas pela leitura. Essa feira

continuou exposta na escola por mais

dois dias.

• Foi emocionante, as rodas de

leitura, com contação de histórias,

aconteceram em barracas no campo esportivo da escola. A iluminação ficou

por conta das lamparinas.

• Os conteúdos foram os seguintes:

• Quem sabe histórias, conta, quem não sabe, inventa, ou lê.

• Também levamos os textos, as leituras preparadas anteriormente

utilizadas nas oficinas.

• As histórias das “As Mil e Uma Noites”, essas são encantadoras e

envolventes. Todos se encantaram e, contaram.

• Os pais automaticamente passaram por uma oficina de contos

maravilhosos apreciaram e elogiaram a beleza e o encantamento dos alunos

com a leitura dos contos clássicos.

• Os alunos convidaram: pai, mãe, avós para apreciar e participar da

noite que foi marcada pela leitura dos contos.

• Estendendo para a comunidade, recebemos as visitas dos pais e

demais representantes da sociedade.

Rodas de Leitura

Dia Inesquecível – Confraternização na Escola

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As pinturas acrescentam harmonia e maior beleza.

Muita alegria com contação de histórias.

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O INÍCIO DE UM TRABALHO

“Nosso trabalho atingiu os objetivos propostos, foram oficinas agradáveis. O grupo se divertiu e estudou muito, porém, sabemos que temos muito a trilhar ainda no estudo do Letramento Literário em nossas escolas. Aqui está apenas um convite, uma amostra do nosso empenho no sentido de aprimorar nas políticas educacionais do ensino-aprendizagem o estudo do Letramento Literário”.

(Neiva L. Zuchi)

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15. APOIO DIDÁTICO PEDAGÓGICO

LIVROS: O MUNDO NUMA REDE ENCANTADA

(Fragmento do texto da escritora Ana Maria Machado)

O MENINO AZUL

O menino quer um burrinho para passear. Um burrinho manso...

MEIRELES, Cecília. O MENINO AZUL. Ed. Global. Coleção Magias Infantil. 2008.

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O MENINO MARROM (Ziraldo)

Esta é a história de três meninos. em primeiro lugar, é a história de um menino marrom...

Ziraldo. O MENINO MARROM. Ed. Melhoramentos. 2005.

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O PATINHO FEIO

Na fazenda, escondido pela grama alta, havia um ninho cheio de ovos. A mãe pata sentava-se nele para chocar os ovos a espera dos patinhos...

ANDERSEN. Hans Christian. O PATINHO FEIO. Contos Clássicos. Ed. Ciranda Cultural.

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A MENINA DO LEITE

Laurinha no seu vestido novo de pintas vermelhas, e chinelos de bezerro, treque, treque, treque, lá ia para o mercado com uma lata de leite à cabeça – o primeiro leite da sua vaquinha mocha...

LOBATO . Monteiro. A MENINA DO LEITE. Ed. Brasiliense.1997.

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A MOÇA E O POTE DE LEITE

...Quem não constrói castelos em Espanha? Picrocole, Pirro, a leiteira, enfim todos sejam sábios ou tolos. Todos sonham acordados; não há nada mais doce. Um doce errar leva então nossas almas. Temos todos os bens do mundo, todas as honras, todas as mulheres. Quando estou só, desafio o mais corajoso. Destrono o Sofi. Sou eleito rei, meu povo me ama. Chove diademas sobre minha cabeça. Qualquer acidente faz com que eu volte a mim mesmo: Sou João ninguém, como dantes.

(Uma das mais famosas narrativas da antiguidade).

AUTOR La Fontaine. Editado no livro: COELHO. Nelly Novaes. LITERATURA INFANTIL TEORIA ANÁLISE DIDÁTICA . Ed. Moderna. 2000.

A menina do Leite.

Intertextualidade com a narrativa: A Moça e o Pote de Leite.

La Fontaine x Monteiro Lobato.

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A PRINCESA SHERAZADE

Filho de um sábio e prudente sultão do Oriente, Shariar cresceu alegre e tornou-se um príncipe Justo e admirado pelo povo... BRAIDO. Eunice. A PRINCESA SHERAZADE. Coleção Mil e Uma Noites. Ed. FTD. Ano 1995.

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SIMBAD, O MARUJO

Simbad era um jovem muito esperto que vivia com o pai na cidade de Bagdá. Um dia, porém, o pai de Simbad veio a falecer... BRAIDO. Eunice. SIMBAD, O MARUJO. Coleção Mil e Uma Noites. Ed. FTD. 1995

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O CASAMENTO DA PRINCESA

A PRINCESA Nuriar era a única sobrinha de um antigo sultão das Índias. Era formosa e delicada, portadora de todas as virtudes que uma verdadeira princesa poderia ter...

BRAIDO. Eunice. O CASAMENTO DA PRINCESA. Coleção Mil e Uma Noites. Ed. FTD. 1995.

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O DESTINO DE CASSIM E ALI-BABÁ

Coleção Mil e Uma Noites, adaptação de:

BRAGA. Edson Rocha. ALI-BABÁ E OS QUARENTA LADRÕES. Editora Scipione. 2000.

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ALADIM E A LÂMPADA MARAVILHOSA

O maior tesouro do mundo

Coleção Mil e Uma Noites, adaptação de:

BRAGA. Edson Rocha. ALADIM E A LÂMPADA MARAVILHOSA. Editora Scipione. 2001.

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O PESCADOR E O GÊNIO

Havia uma vez um pescador muito velho e muito pobre, que vivia com sua mulher e seus três filhos... Coleção Histórias das 1001 Noites, por: ROCHA. Ruth. O PESCADOR E O GÊNIO. Ed: FTD. 1997.

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FÁBULAS COMPLEMENTARES :

• O burro, o boi e o lavrador. • Um estranho acordo. • O vitelo encantado. • O velho dos cães pretos. • Simbad e o cavalo do mar. • A Ilha dos diamantes. • Vencendo os perigos. • Paixão e ciúme. • A troca de noivos. • O Barbeiro de Bagdá.

Coleção Histórias das 1001 Noites, adaptado por:

LADEIRA. Julieta de Godoy. AS MIL E UMA NOITES. Ed: Scipione. 2000.

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16. FÁBULAS

FILISBINA: A GALINHA

Filisbina era uma galinha muito atrevida. Gostava de se meter na vida

de todos, dava sua opinião em tudo por esse motivo era considerada

intrometida e ninguém gostava dela.

Quando chegou à escola, encontrou várias galinhas, mas nenhuma

quis se aproximar dela por causa de seu comportamento esquisito. Num

determinado dia ao chegar na escola foi surpreendida.

As outras galinhas haviam decidido dar uma lição em Filisbina. E

assim fizeram:

Chamaram ela na quadra para uma conversa durante o recreio. Uma

Simples conversa!

Fizeram um círculo ao seu redor e, 4 colegas, começaram a conversar

com Filisbina como se fossem “amigas,” e de repente, uma lata de tinta roxa foi

jogada na cabeça de Filisbina. Ninguém sabe quem foi!

Houve suspeitas... “Não hà provas suficientes”. Mas, a tinta surgiu de

repente, do nada. Ninguém viu pessoas estranhas por ali naquele momento.

Ficou um mistério.

Que susto!!!

Depois dessa lição Filisbina percebeu os erros que havia cometido,

querendo ser superior às outras e, a partir desse momento, decidiu que nunca

mais menosprezaria as colegas. E desse dia em diante todas começaram a

gostar dela como pessoa, amiga e colega. Tornaram-se amigas para sempre.

Autoras : Anna Julia Zucchi e Letícia Samara Gnoatto

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KARLINHA

Era uma vez, uma vaca Karlinha,

que era muito arrogante e invejosa; sentia

inveja de tudo o que via. Mas ela tinha

ciúmes mesmo! Pense!... Até uma pata

com as penas brancas, ela invejava.

Pobre vaca! E a pata se chamava

Yasmim. Yasmim, para Karlinha era linda!

Mas linda!...

Em um belo dia, elas estavam indo

para uma festa na fazenda vizinha...

E, a vaca Karlinha com sua

maldade planejou uma desgraça para a pata Yasmim. Ela teve a infeliz ideia,

de empurrá-la numa ribanceira, mas, quem acabou tropeçando e caindo na

ribanceira, foi ela. Hahahahahahahaha!

Ao cair. Que falta de sorte! Disse ela:

Então, acabou percebendo que o feitiço sempre volta para o feiticeiro.

E nunca mais teve inveja de alguém principalmente da pata Yasmim.

Ficaram amigas para sempre, e hoje, a vaca Karlinha, só pratica o bem para o

mundo inteiro.

Autora : Mariane Godoy Ribeiro

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GARIBALDI

Era uma vez um cachorro muito inteligente, pobre, feio e maltratado por

seus amigos. Nasceu em uma comunidade onde as pessoas só davam valor

para quem tinha dinheiro.

Porém, sofria muito com isso, parecia que tudo o que ele fazia não

tinha valor algum para aquele povo egoísta.

Durante toda sua vida, Garibaldi sonhou em mudar o jeito de ser

daquele povo malvado. Passaram-se os anos e um belo dia, apareceu um

simpático Cachorro, jovem e com bela aparência. Estava com sua família, veio

trazê-los para conhecerem o lugar onde nasceu. Todos admiraram e acolheram

aquele jovem diferente, porém, ninguém suspeitou que era o Cachorro

Garibaldi. Mas uma marca havia ficado no rosto de Garibaldi, uma mordida

forte.Muito forte mesmo.

Então, no meio daquele povo, uma senhora gritou: é Garibaldi aquele

cachorro marrom, é muito inteligente. Ele morava aqui. É ele, tenho certeza...

Garibaldi exclamou:

Vim apenas visitá - los! O dever me espera. Sou um defensor da

Pátria!

Naquele momento, salvou seu povo, pois fez todos perceberem que o

dinheiro não era tudo, e que as pessoas têm seu valor pessoal e moral com

direitos iguais. Disse ainda que a felicidade não tem preço. Todos devem ser

felizes, independente da posição social.

Depois disso, as pessoas vinham pedir conselhos para o cachorro

Garibaldi que era humilde e sábio. Passou a ser respeitado e amado por todos.

“A sabedoria supera a riqueza”, falaram eles, com tom de simplicidade e

arrependimento.

Autor: Marco Antônio Chiosi.

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NÃO EXISTE COMO MUDAR

Era uma vez um burrico chamando

Juan que saiu pelo mundo. Sendo um

burrico, sofria muito com seus amigos.

Não aguentava mais ser discriminado. Foi

pedir ajuda a um cavalo.

- Hei João! Não dá mais para suportar

tanta humilhação! Sou motivo de riso a

todo lugar. O que posso fazer? Não sei

mais como me livrar desse povo ingrato.

- Olha Juan! A única solução seria

você ser cavalo, mas isso é impossível.

Você nasceu burro!

Não existe jeito de mudar e as

pessoas precisam aceitar como você é. Você é assim e ponto. Diga isso a

todos. Eu sou assim e ponto! O Burrico repetiu, Eu... sou assim e .

O burrico ficou confuso, confuso, mas tentou compreender, pensou, até

que decidiu procurar sua família, pois lá, sabia que seria aceito do jeito que ele

era.

Depois, de tanto procurar, encontrou sua família. Lá, ele viu que cada

um de seus irmãos era de um jeito: um maior, outro mais gordo, mais velho, e

todos de cores diferentes. Então, aí percebeu que ninguém era igual a

ninguém, mesmo sendo a própria família e que nunca podia mudar, pois era

especial do jeito que era.

Autora : Graziela Fabiani

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SONHO

Era uma vez, um esquilo

chamado Tiago que sonhava em ser

reconhecido por algo importante que

fizesse. Mas o que poderia fazer? O

que poderia ser tão importante a ponto

de todos se lembrarem dele?

Ele já havia tentado de tudo,

mas nada conseguia fazer para

alcançar seu objetivo. Cortou o cabelo,

tingiu os pelos, pintou as unhas e

sempre tentava fazer de tudo para

chamar a atenção. Mas, pelo contrário,

ele sempre era motivo de piada.

Certo dia na escola, sua

professora comentou sobre Jacinto, um

antigo guerreiro que lutava para defender seu povo. Ele ficou muito

impressionado pela maneira como todos o lembravam após tanto tempo. O

tempo ia passando e ele estava cada vez mais convencido de que poderia se

tornar como Jacinto.

O tempo passava, e Tiago desanimava. Até que um dia, andando pela

floresta, percebeu uma fumaça do outro lado, e todos os outros esquilos muito

desesperados corriam e corriam. Teve a impressão de que poderia ser naquela

hora que seu sonho se realizaria.

Ele percebeu que ficou sozinho naquele incêndio, pois, todos estavam

com medo. Então, arranjou um balde muito grande e de balde, em balde,

apagou o fogo sozinho..., arriscando sua própria vida para salvar seu povo, e

finalmente, foi reconhecido e lembrado por todos.

Autoras : Silvia Letícia Bevilacqua e Gabriela Conte.

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A FANTÁSTICA HISTÓRIA DAS HISTÓRIAS

Certo dia, houve uma festa na floresta, era uma festa para toda a

comunidade. Ninguém sabia o que ia

acontecer naquele encontro. Quem

organizou esse evento foram os

lideres da floresta, 1º Leão, 2º Urso 3º

os pássaros. Era só surpresa e todos

estavam apreensivos, pois nunca

tinha havido uma festa tão grande,

mas era grande...

Os cânticos dos pássaros envolveram a recepção dos convidados.

Depois, só alegria, todos se cumprimentaram, não existia nenhuma maldade

em ninguém.

Quando de repente eu olho lá no meio das árvores altas, muito altas,

vejo lamparinas acesas dentro das tendas, com um pouco de medo me

aproximei, no caminho encontrei um papagaio que me conduziu até aquele

lugar, mas era fria, muito fria, aquela noite. A escuridão me assustava, mas,

dentro daquela tenda estava aconchegante, um som acolhedor fazia a gente

delirar de alegria, mas quanta alegria!

_Então, perguntei para a serpente: o que fazem essas pessoas?

_ Estão contando casos disse ela. Suas histórias...

_ Você sabe! Por aqui sempre há essas reuniões, nós somos feitos de

histórias, temos necessidade de falar, contar, expressar. Cada um com o seu

jeito. E ainda mais... é uma forma de educador o povo, isso é muito, mas muito

antigo. É da antiguidade, minhas bisavós, já contavam para às minhas avós,

que contavam para os meus pais, que me contaram...

E os mais velhos contam para os jovens, e os jovens contam para

outros... e assim, muitas histórias se sucedem.

Os temas eram variados, acontecimentos, viagens, sonhos, terror,

assombrações, essas me dão medo, tinha cada uma que me dá arrepio.

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E as pessoas iam chegando, chegando, as histórias se desenrolando,

alguma delas entremeadas nas danças; tinha até crianças com fantasias de

adultos.

Quando Sherazade chegou, já era madrugada, nem percebemos o

tempo passar. Aí sim ela tomou conta da festa, contou, contou, mas contou

tantas histórias que a gente dormia e acordava e ela não parava de contar, até

parecia que uma história entrava na outra.

Tinha umas de susto, medo arrepiante, fantasia. Quer saber mesmo a

verdade?

Ela inventava as narrativas, recriava e amarrava uma na outra. É uma

moça muito, mas muito culta.

_A gente também pode ficar assim?

Disse a coruja:

_Com certeza, mas vamos passar muito tempo nos livros.

_Para aí, se a Lygia Bojunga mora nos livros nós também podemos

morar, não acha?

_ É, vale a pena, contando história dá para a gente denunciar a injustiça

social da nossa sociedade, é um jeito de alertar nosso povo.

Todos os bichos ficavam atentos, queriam saber mais, e passavam de

tenda em tenda para ouvir outras narrativas diferentes. Ninguém, mas

ninguém perdeu tempo naquela noite.

De repente, chegou o Leão e nos apresentou algumas pessoas

convidadas, entre elas: La Fontaine, Perroalt, Irmãos Grimm. Imagine o que

vieram fazer! Coletar nossas narrativas.

_Veja! Então eram mesmo maravilhosas!...

Eles escreveram as narrativas, disseram que iam transformar em livros.

Quando vimos, o sol raiando.... Sherazade disse:

“Veja! O dia já vai raiar e ainda falta o melhor da história para contar!”

E assim, passaram-se dias e dias, noites e noites, e o povo cada vez

mais encantado com as narrativas. O tempo passou. As 1001 Noites

permaneceram e as histórias se propagaram.

Autora : Profª Neiva Lanzarini Zuchi

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A ESCOLA DE MIKIE

O pássaro era Mikie, filho de um sultão muito rico e respeitado na

sociedade.

Tudo o que Mikie queria, seu pai comprava e dava-lhe: bolas, vídeos,

carros, brinquedos e outros acessórios...

O filho do Sultão vivia sozinho com os pais, não brincava com ninguém.

Só ficava olhando para o alto.

Certo dia, o pai percebeu que seu filho, não estava feliz, com todo

aquele dinheiro.

_Meu filho! O que está faltando para você ser feliz e brincar com tantos

brinquedos que você tem?

Mikie não era feliz, mas não queria magoar seu pai.

O Pássaro tinha uma brilhante ideia, mas não falou ao seu pai. Deixou

para depois...

Quero amigos! Não sei viver sozinho. A sua fortuna não me realiza

como um verdadeiro pássaro.

Quero voar, brincar, curtir a vida com outros pássaros da minha idade.

O pai logo compreendeu. “Se meu filho tem asas, não posso cortá-las”.

E, dirigindo-se ao único filho que ele tinha, disse:

_ O que posso fazer então? Já lhe dei tudo o que eu tinha.

_Mikie diz: quero ir à escola.

Vamos reunir outros pássaros e construir uma escola de verdade!

Que tal papai! Quantos amigos eu terei para brincar e aprender coisas

novas.

O pai, sensibilizado fez uma festa na floresta, reuniu todos os bichos e

propôs a escola de Mikie

E, a partir daquele dia, na floresta sempre teve boas escolas e

brinquedos à vontade. Todos os pássaros da floresta de Mikie estudaram com

muitos amigos.

Autores : Jorge Luis e Gabriel S. Szpak

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17. GALERIA DE FOTOS

Contando Histórias

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Contando Histórias

Gravação em Áudio

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Gravação em Áudio

Gravação em Áudio

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Gravando Fábulas

Construindo o Livro Eletrônico

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63

Serenatas

Serenatas

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Serenatas

Narrativas dos Contos 1001 Noites

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Serenatas

Serenatas

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Narração de Histórias

Leituras

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Leituras

Leituras

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Socialização na Escola

Socialização na Escola

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Ouvindo Narrativas

Arte x Narrativas

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Gravação em Áudio

Serenatas

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Serenatas

Serenatas

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Um Momento de Pesquisa

Serenata

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18. FICHA CATALOGRÁFICA

Projeto : Linguagem e Interação em Letramento Literário

Autores : Anna Julia Zucchi

Gabriela Conte Gabriel S. Szpak Graziela Fabiani Jorge Luis Pivotto Letícia Samara Gnoatto Marco Antônio Chiosi. Mariane Godoy Ribeiro Silvia Letícia Bevilacqua

Profª PDE Neiva Lanzarini Zuchi Orientadora: Profª Drª. Níncia Cecília Ribas Borges Teixeira Prof° Ms. Marcio Fernandes (Unicentro) – Colaborador na Produção do Livro Eletrônico Gravação em Áudio : Luana Danieli Hoffman