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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Superintendência da Educação Departamento de Políticas e Programas Educacionais

Coordenação Estadual do PDE

A PRESENÇA DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA (PARAPLEGIA E TETRAPLEGIA) NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE 5ª SÉRIE NA

MODALIDADE BASQUETEBOL DO ENSINO REGULAR

PROFESSORA PDE: Clery Terezinha Gomes

ORIENTADOR DA IES: Dr. Nilton Munhoz Gomes

LONDRINA – PR

2011

1

A PRESENÇA DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA FÍSICA (PARAPLEGIA E TETRAPLEGIA) NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE 5ª SÉRIE NA

MODALIDADE DE BASQUETEBOL DO ENSINO REGULAR

Clery Terezinha Gomes 1

Dr. Nilton Munhoz Gomes 2

RESUMO: O objetivo deste trabalho foi discutir propostas metodológicas para

a inserção de alunos com DF (paraplegia e tetraplegia) na modalidade de

basquetebol nas aulas de Educação Física regular a partir das perspectivas de

alunos sem deficiência. O estudo se caracteriza como pesquisa qualitativa do tipo

descritiva, no qual foi aplicado um questionário aberto contendo 3 questões

subjetivas, para 30 alunos de 5ª série da rede estadual, em duas etapas, anterior e

posterior a aplicação do projeto. Os resultados mostraram que antes da aplicação do

projeto, quase todos os alunos achavam que uma pessoa com deficiência física só

poderia jogar basquetebol se pudesse mexer com os braços e as mãos, mas não

concordavam que uma pessoa DF (paraplégica/tetraplégica) que não anda e não

mexe os braços, pudesse jogar basquetebol. Mas após a aplicação do projeto,

todos os alunos com exceção de um, concordaram com a possibilidade dessas

pessoas participarem do jogo de basquetebol, bem como apresentaram atividades

pedagógicas visando a participação desses alunos deficientes físicos nas aulas de

basquetebol e participarem do processo ensino aprendizagem.

PALAVRAS CHAVES: Inclusão; Deficiência Física; Basquetebol; Educação Física.

_______________

1 Professora da Rede Estadual de ensino, participante ao programa de

Desenvolvimento educacional, ano 2009.

2 Professor Orientador pertencente ao Curso de Educação Física da

UEL, campus da Universidade Estadual de Londrina.

2

ABSTRACT: The objective was to discuss methodological proposals for the inclusion

of students with SCD (paraplegia and quadriplegia) in the sport of basketball in the

regular physical education classes from the perspectives of students without

disabilities. The study is characterized as a descriptive qualitative research, which

was applied a questionnaire consisting of three subjective questions for 5th grade

students from the state in two steps, before and after the implementation of the

project. The results showed that before the implementation of the project, almost all

students felt that a person with disabilities could only play basketball if he could move

his arms and hands, but disagreed that a person DF (paraplegic / quadriplegic) who

does not walk and does not move his arms, he could play basketball. But after the

implementation of the project, all students except one, agreed with the possibility of

these people play the game of basketball, as well as educational activities were

aimed at the participation of disabled students in classes of basketball and participate

in the learning process.

KEY WORDS: Inclusion, Disability, Basketball, Physical Education.

3

INTRODUÇÃO

Quando nos deparamos com alunos com necessidades especiais,

especialmente os cadeirantes (Paraplégicos/tetraplégicos), sentimos muitas

dificuldades de inseri-los nas atividades práticas de Educação Física. Esta pesquisa

de caráter descritivo tem como objetivo discutir propostas metodológicas para a

inserção de alunos com DF (paraplegia e tetraplegia) na modalidade de basquetebol

nas aulas de Educação Física regular a partir das perspectivas de alunos sem

deficiência. A pesquisa de campo teve cunho qualitativo, utilizando como

instrumentos de coleta de dados, a observação sistemática e o registro em diário de

campo. A prática pedagógica aqui sistematizada e descrita consiste numa primeira

referência para futuras discussões sobre a modalidade. Uma experiência de

investigação-ação no que concerne a conscientização e levando em consideração a

construção de metodologias aplicáveis acerca da inclusão de alunos com DF

(paraplégicos/tetraplégicos) nas aulas de basquetebol do ensino regular, tomando

como base a opinião de alunos sem deficiência.

Referencial Teórico

Entende-se por inclusão a garantia do acesso contínuo ao espaço comum

da vida em sociedade.

Sociedade essa que deve estar orientada por relações de acolhimento a

diversidade humana, de aceitação das diferenças individuais.

Aceitar a inclusão é ter a capacidade de entender e reconhecer o outro e,

assim ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós,

afinal, todos somos diferentes.

O processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais, e simultaneamente estas se preparam para assumir seus papeis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade busca, em parceria,

4

equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para todos. (SASSAKI, 1997, p 41).

A inclusão deve acolher todas as pessoas, sem exceção. EDLER (1998)

enfatiza que todos devem participar da vida acadêmica, em escolas consideradas

comuns e em classes regulares devendo ser desenvolvido um trabalho pedagógico

que sirva para todos, indiscriminadamente.

WERNECK, (1997, p. 42), vai nos dizer que “a inclusão vem quebrar

barreiras cristalizadas em torno de grupos estigmatizados”; isso caracteriza a

necessidade dessa inclusão, a qual deve aprender a refletir criticamente e a

pesquisar, sem medo de ser arriscar, mas com muita coragem de criar e de

questionar o que está estabelecido, em busca dos rumos inovadores tão

necessários à inclusão.

No entanto cabe a escola apostar nessa transformação, acreditando no

aluno, respeitando seu ritmo de aprendizagem e elevando sua auto-estima.

Portanto devemos reconhecer que somos diferentes, e para isso ocorrer toda

sociedade deve ter as mesmas oportunidades de acesso a uma vida melhor.

Participar de um processo inclusivo é estar predisposto, sobretudo, a considerar e respeitar as diferenças individuais, criando a possibilidade de aprender sobre si mesmo e sobre cada um dos outros em uma situação de diversidade de idéias, sentimentos e ações. (PEDRINELLI, 2002, p. 54)

A escola inclusiva implica uma nova postura da escola comum, pois propõe

um novo projeto pedagógico. Ela capacita os professores, prepara-se, organiza-se

e se adapta para oferecer educação de qualidade para todos, visando um

processo abrangente e dinâmico, que evolui constantemente, não limitado ou

restrito por salas de aulas numerosas, nem por falta de recursos adequados.

Para uma educação inclusiva de qualidade, é urgente que façamos uma

redefinição de planos, traçando a meta de fazermos essa escola voltada para a

5

cidadania global plena e livre de preconceitos, que reconhece e valoriza as

diferenças. “É preciso que tenhamos o direito de sermos diferentes quando a

igualdade nos descaracteriza e o direito de sermos iguais quando a diferença nos

inferioriza." (MANTOAN,2003).

Recriar um novo modelo educativo com ensino de qualidade, que diga não

á exclusão social, implica em condições de trabalho pedagógico e uma rede de

saberes que se entrelaçam e caminham no sentido contrário do paradigma

tradicional.

De acordo com as Leis de Diretrizes da Rede Pública do Estado do Paraná,

a educação especial deve ser oferecida na rede regular de ensino, gerando uma

modificação nas instituições de ensino e no sistema educacional, visando viabilizar

a educação às pessoas com deficiência segundo uma perspectiva inclusiva desde

a Educação Infantil até os níveis mais elevados de instrução, sendo desta forma

oferecida preferencialmente na rede regular de ensino.

A Declaração de Salamanca, quando discute Princípios, Política e Prática

em Educação Especial (1994) destaca que:

· Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a

oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem.

· Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades

de aprendizagem que são únicas.

· Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais

deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta

diversidade de tais características e necessidades.

· Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à

escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada

na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades.

· Escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os meios

mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se comunidades

acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação

para todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à

6

maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo

da eficácia de todo o sistema educacional.

O Parecer nº 13/2009 deixa claro a importância do Decreto MEC nº

6.571/2008. Sua relevância está evidente, ao garantir recursos de acessibilidade

para os alunos em situação de deficiência, transtornos globais do desenvolvimento

e superdotação (altas habilidades na educação básica). Revela avanços,

estimulando e dando sustentabilidade ao processo de inclusão escolar no Brasil,

qual a importância é inquestionável. O Parecer nº 13/2009 é balizado pela Política

Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

(MEC/SEESP, 2008), que traz como esta inclusão deve ocorrer de maneira

satisfatória e efetiva para aqueles que dela necessitam.

Assim, ao adotar a proposta de educação inclusiva, todos os alunos,

independentemente do tipo ou grau de comprometimento, devem ser matriculados

diretamente no ensino regular, cabendo à escola se adaptar para atender às suas

necessidades. Isto, certamente, não é simples, pois para oferecer uma educação

de qualidade para todos os educandos, inclusive os que têm necessidades

especiais, a escola precisa reorganizar sua estrutura de funcionamento,

metodologia e recursos pedagógicos, e principalmente, conscientizar e capacitar

seus profissionais para essa nova realidade, sendo que este último aspecto merece

destaque, já que diversos estudos vêm apontando a melhoria da formação de

professores como condição essencial e premente para a efetivação da Educação

Inclusiva (BUENO, 1999; GLAT & PLETSCH, 2004).

Desta forma adotando esta proposta, com ênfase em práticas pedagógicas

diversificadas e adaptadas às necessidades educacionais de todos os alunos, a

escola estará, em última instância, desenvolvendo um trabalho preventivo, e

contribuindo em direção à meta de equiparação de oportunidades educacionais,

sem a qual não se poderá construir uma sociedade verdadeiramente democrática.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, p. 85) diz que “A Educação

Física para alcançar todos os alunos deve tirar proveito dessas diferenças ao invés

de configurá-las como desigualdades”. Com isso estará contribuindo para que

7

todos, sem exceção, possam usufruir desta prática, tendo a oportunidade de

mostrar suas possibilidades e potencialidade, independente de sua condição.

Quanto a Escola em que atuo, Colégio Estadual Professora Ubedulha C. de

Oliveira – Ensino Fundamental e Médio, examinando o PPP, não consta quase

nada a respeito da Educação Inclusiva, embora a Escola já tenha trabalhado de

forma precária com alguns alunos na condição de deficiência. A Escola não está

preparada em sua infra-estrutura, pois o prédio possui três pavimentos, todos com

escadarias, não possui rampas e nem elevadores. Os banheiros não são

adequados para pessoas com necessidades especiais, tampouco o acesso as

quadras esportivas, laboratório de informática, direção, etc. O quadro de

professores também não possui formação específica para atuarem com a

Educação Inclusiva. Portanto, a Escola precisa realimentar o PPP para prática de

capacitação, visando cursos específicos de formação continuada, oficinas e

práticas pedagógicas para esta área, uma vez que, a proposta Política Pedagógica

deste Colégio fundamenta-se no princípio de que educar significa construir,

possibilitando buscar alternativas criativas, de como relacionar-se com o outro,

respeitando e participando da evolução da humanidade, interagindo como força de

transformação.

Metodologia

O estudo é do tipo experimental. Thomas e Nelson (2002) afirmam que seu

valor está baseado na premissa de que os problemas podem ser resolvidos e as

práticas melhoradas por meio da observação, análise e descrição objetivas e

completas. Optou-se por uma pesquisa de campo, que segundo Gil (2008, p.53),

pode ser definido como: “O estudo de campo procura muito mais o aprofundamento

das questões propostas do que a distribuição das características da população

segundo determinadas variáveis”.

8

Participantes

Participaram deste estudo 30 alunos de 5ª série do ensino regular de um

Colégio Estadual de Londrina/Pr, com idade entre 10 e 13 anos, sendo 16 alunos do

sexo masculino e 14 alunos do sexo feminino. O critério para seleção foi de que o

aluno estivesse participando efetivamente das aulas de educação física.

Procedimentos

Inicialmente elaborou-se um Programa de Intervenção Pedagógica, onde

neste continha um Cronograma de Ação (Anexo 1), contendo 21 aulas de 50

minutos. Num segundo momento, a turma escolhida para participar do estudo, foi

dividida em 5 grupos com número iguais de participantes conforme número de

alunos na turma, onde permaneceram juntos durante toda aplicação do projeto.

Os alunos receberam um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para

levarem aos seus responsáveis, explicando o objetivo e a justificativa desse estudo.

Os responsáveis concordaram com a realização da pesquisa, assinaram o termo e

enviaram pelos seus filhos de volta para a escola. Todos os alunos foram

autorizados a participar do projeto.

Após autorização, iniciou-se a aplicação do cronograma de ação, que

aconteceu três vezes por semana, nas aulas de educação física. Conforme

cronograma, na aula de número 3, aplicou-se um questionário contendo três

questões abertas, para serem respondidas pelos alunos:

1. Você acha que uma pessoa com deficiência física pode jogar basquetebol?

2. Você acha que uma pessoa que não anda pode jogar basquetebol?

3. Você acha que uma pessoa que não anda e não mexe com os braços pode jogar

basquetebol?

As mesmas questões foram respondidas pelos alunos na aula de número 21

do cronograma de ação.

9

Análise de dados:

Os dados foram analisados qualitativamente, utilizando como estratégia a

Análise de Conteúdos (BARDIN, 2004), agrupando as respostas apresentadas pelos

alunos em categorias, conforme foram aparecendo, nos dois momentos de aplicação

do questionário. Após categorização, realizou-se uma análise quantitativa

verificando a freqüência de respostas que apareceram nas categorias.

Resultado e discussão

Os dados serão apresentados em tabelas, conforme sequência, tendo esta à

esquerda da tabela as respostas apresentadas pelos alunos antes da aplicação do

cronograma de ação e a direita, as respostas após a aplicação do mesmo.

Em seguida, as tabelas serão descritas e posteriormente analisadas conforme

o surgimento e/ou exclusão das categorias, destacando junto com a literatura a

mudança de conceitos que envolvem o estudo.

10

1 - Você acha que uma pessoa com deficiência física pode jogar basquetebol?

Antes da aplicação do projeto Depois da aplicação do projeto

Sim: 27

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativas

braços funcionais: 18

cadeira de rodas: 04

força de vontade: 02

a deficiência não atrapalha em nada: 01

não justificou: 04

Não: 01

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativas

não justificou:

Depende: 02

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativas

Não justificou

Sim: 29

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificati-vas

braços funcionais: 12

cadeira de rodas: 04

jogar conduzido por guia: 04

capacidade de jogar: 02

jogo adaptado: 02

pessoa normal: 01

é deficiente mas pode jogar: 01

não justificou: 05

Não: 0

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justifi-cativas

Depende: 01

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificati-vas

não justificou:

TABELA 1: Questão nº 1

No primeiro momento, quando questionado se uma pessoa com deficiência

física poderia jogar basquetebol, dos 30 alunos, 27 responderam que sim, 1

respondeu não e 2 depende.

Dos 27 alunos que responderam sim, 18 justificaram que seus braços são

funcionais e que para jogar basquetebol precisam das mãos; 4 justificaram que com

11

o uso da cadeira de rodas é possível jogar basquetebol: 2 acharam que é preciso ter

força de vontade, enquanto que outro achou que a deficiência física não atrapalha

em nada e por último, outros 4 não justificaram. O aluno que respondeu não, não

justificou sua resposta. Os alunos que responderam depende da deficiência também

não justificaram suas respostas.

No segundo momento, após a aplicação do Cronograma de Ação, dos 30

alunos participantes, 29 alunos escreveram ser possível uma pessoa com

deficiência física jogar basquetebol, e apenas um desses alunos escreveu que

depende da deficiência, mas também não justificou.

Os 29 alunos que responderam sim argumentaram da seguinte forma: 12

alunos afirmaram que essas pessoas podem jogar basquetebol porque têm braços

funcionais, 04 porque fazem uso da cadeira de rodas; 4 podem jogar conduzidos por

guias, 02 tem capacidade de jogar, 02 alunos jogo adaptado: 1 porque acha o

deficiente físico uma pessoa normal, 01 é deficiente mas pode jogar e 5 não

justificaram. Nenhum aluno foi contrário à participação e apenas um aluno continuou

achando que depende da deficiência física.

Ao comparar as respostas quanto à participação dos alunos com DF no jogo

de basquetebol, nota-se que, após aplicação do projeto, dos 30 alunos participantes,

dois deles mudaram suas concepções a respeito, passando a ser favoráveis. Um

dado importante que se pode observar mesmo sendo apenas um aluno, é que após

o programa de intervenção, este aluno não se manifestou contrário a esta

possibilidade, e um aluno que afirmava que dependia do tipo de deficiência, também

passou a ver como possível.

Vale comentar quanto à conscientização de dois alunos, quando afirmam

sobre a capacidade do aluno DF de jogar basquetebol. Outro fato interessante e

extremamente positivo é quando dois alunos citam o jogo adaptado como

possibilidade de participação, conforme afirma SANTIAGO; SOUZA; FLORIANO,

2005, que “no esporte e na educação física, busca-se detectar as potencialidades

dos alunos, atletas ou reabilitandos, e desenvolvê-las, quebrando visões deturpadas

de que pessoas deficientes são um estorvo ou problema para a sociedade”, e

12

quando outros 3 alunos apontam meios do DF participar do jogo sendo conduzido

por um guia.

Outro fato interessante é quando um aluno comenta que mesmo deficiente o

aluno pode jogar, deixando claro não haver preconceitos a respeito da participação

desse aluno. ”O interesse pela busca de direitos e aquisição de uma geração menos

injusta impulsiona o sujeito a uma ação a qual todos possam usufruir da igualdade

de oportunidades e avançar no direito a educação (CURY, 2002, p.247). Chamou-

me atenção quando 1 aluno afirmou ser o DF uma pessoa normal, e como tal, pode

sim participar de um jogo de basquetebol. Nenhum aluno foi contrário quanto à

participação do DF no jogo de basquetebol.

Com isso, pode-se observar que quando o aluno discute, experimenta,

vivencia e, quando possível, convive com pessoas com necessidades especiais este

muda sua concepção acerca daquele aluno. “Neste caso, a sociedade é chamada a

deixar de lado seus preconceitos e aceitar as pessoas com deficiência que

realmente estejam preparadas para conviver nos sistemas sociais comuns”

(SASSAKI, 2005, p. 22).

Quanto à segunda questão, quando foi perguntado aos alunos se

eles achavam possível uma pessoa que não anda jogar basquetebol podem-se

observar os seguintes dados:

13

2 – Você acha que uma pessoa que não anda pode jogar basquetebol?

Antes da aplicação do projeto Depois da aplicação do projeto

Sim: 27

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativas

braços funcionais: 12

cadeira de rodas: 11¨

força de vontade: 01

não justificou: 05

Não: 03

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificati-vas

não justifi-cou: 03

Depende: 0

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativas

Sim: 29

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

braços funcionais: 13

cadeira de rodas: 07

conduzido por um guia: 03

jogo adaptado: 02

força de vontade: 01

sentado no chão: 01

não justificou: 08

Não: 01

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativas

não justificou: 01

Depende: 0

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativas

TABELA 2: Questão nº 2

Analisando às respostas referentes à 2ª pergunta, 27 alunos responderam

que sim e 3 alunos responderam não.

Dos 27 alunos que afirmaram favoravelmente, 12 justificaram porque eles

têm braços funcionais e o basquete se joga com as mãos, 11 alunos justificaram que

com cadeira de rodas é possível, enquanto que 1 achou que com força de vontade

e 5 alunos não justificaram.

Após a intervenção pedagógica, dos 30 alunos participantes, 29

responderam que sim, e somente um respondeu não, porém não justificou.

14

Os alunos que disseram sim, 13 justificaram, com braços funcionais, pois

basquetebol se joga com as mãos, 7 optaram pelo uso da cadeira de rodas, 3 deles

através do auxílio de um guia, 2 alunos sugeriram o jogo adaptado, um ressaltou

força de vontade, 1 outro aluno sentado no chão e 8 alunos não justificaram.

Um dado importante que podemos notar, é sobre a mudança de conceitos

referente a dois alunos que antes eram contrários a participação do aluno

paraplégico no jogo de basquetebol e que após a implementação mudaram as suas

concepções passando a ser favoráveis. Outro fato que chamou atenção, foi quanto a

sugestão dada por um aluno referente à participação do aluno DF sentado no chão

durante o jogo de basquetebol, pois ainda que sem recursos algum de apoio,

mesmo assim não o impede de participar do jogo. Ainda ao analisar as respostas

dadas pelos três alunos que citaram auxílio de guias, e outros dois alunos que

sugeriram o jogo adaptado, percebe-se o envolvimento, o compromisso e a total

aceitação destes alunos em prol da inclusão dos mesmos no jogo de basquetebol.

Com isto, deve-se levar em conta os direitos que todo aluno tem à educação e à

oportunidade que deve ser dada para que este possa atingir e manter o nível

adequado de aprendizagem, lembrando que toda aluno tem características,

interesses, habilidades e necessidades. (SALAMANCA, 1994).

Comparando os resultados antes e após a intervenção pedagógica nesta

segunda questão, pode-se perceber claramente que houve quase 100% a aceitação

dos alunos frente a inclusão, através das sugestões por eles mencionadas,

demonstrando grande aceitação do aluno DF nos jogos de basquetebol, sem

qualquer discriminação. O ensino inclusivo, em sentido amplo, é visto por

Karagiannis e Stainback (1999), como a prática da inclusão de todos –

independentemente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou origem

cultural – em escolas e salas de aula provedoras, onde todas as necessidades dos

alunos são satisfeitas.

Ao analisar a terceira questão, pude constatar conforme os dados

apresentados antes e após a aplicação do projeto:

3- Você acha que uma pessoa que não anda e não mexe com os braços, pode jogar basquetebol?

15

Antes da aplicação do projeto Depois da aplicação do projeto

Sim: 04

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativas

com máquinas: 01

Não: 25

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativas

não mexe os braços nem as pernas: 09

não pode se mexer: 07

não pode jogar a bola na cesta: 01

não tem prática para jogar: 01

não justificou: 06

Depende: 01

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativas

alguns conseguem, outros não: 01

Sim: 29

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativa

Com guias:17

Jogo adaptado: 02

Força de vontade: 01

pode jogar com a cabeça: 02

Não justificaram: 07

Não: 01

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativa

não justificou: 01

Depende: 0

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Justificativa

TABELA 3: Questão 3

Antes da aplicação do cronograma de ação, 4 alunos disseram que sim, 25

acharam que não e 1 depende.

Dos quatro alunos que concordaram, um justificou que através do auxílio de

máquinas seria possível a participação do aluno DF (paraplégico/tetraplégico) no

jogo de basquetebol. Com relação aos 25 alunos que disseram não, 9 usaram como

justificativas o fato dos alunos não mexerem com os braços nem as pernas,

enquanto 7 alunos disseram que não seria possível pelo fato de não poderem se

mexer, pois basquetebol se joga com os braços. Um aluno entendeu que não seria

possível jogar a bola na cesta, pois não tem braços funcionais, enquanto outro

colocou que não poderia jogar basquetebol porque não tem prática e 7 alunos não

justificaram. Somente um aluno explicou que depende, dizendo que alguns

conseguem outros não.

16

Logo após a aplicação do cronograma, dos 30 alunos, 29 responderam que

sim e 1 não.

Os 29 alunos que afirmaram positivamente a participação do aluno DF no

jogo de basquetebol, 17 sugeriram a ajuda de pessoas no papel de guias, enquanto

2 alunos disseram que seria necessário um jogo adaptado, 1 entendeu que com

força de vontade seria possível, 2 disseram que pode jogar com a cabeça e 07 não

justificaram. Apenas um aluno respondeu não, mas não justificou.

Analisando os dados apresentados, observa-se que antes da aplicação, a

maioria dos alunos não concordavam com a possibilidade de participação dos

alunos com tetraplegia no jogo de basquetebol, pois entendiam que sem poder

mexer com os braços e as pernas, seria impossível jogar basquetebol, porém, logo

após a implementação do projeto, as opiniões foram quase que totalmente

invertidas, pois dos 30 alunos participantes, 29 mudaram sua opinião e passaram a

concordar com a possibilidade deste aluno DF participar no jogo de basquetebol, e

apenas 1 aluno continuou não concordando. É importante ressaltar a significante

mudança de conceitos dos 17 alunos que antes achavam impossível a participação

deste aluno, e logo após a aplicação, entenderam que com o auxílio de guia, este

aluno DF pode jogar basquetebol.

Um outro fato que não posso deixar de comentar é referente a 2 alunos que

sugeriram o jogo adaptado como possibilidade de participação do aluno DF.

(PEDRINELLI; VERENGUER, 2005, P.4), mostram que “Não é nada fácil tratar de

conceitos e definições, mas poderíamos considerar que a Educação Física

Adaptada é uma parte da Educação Física, cujos objetivos são o estudo e a

intervenção profissional no universo de pessoas que apresentam diferentes e

peculiares condições para a prática das atividades físicas. Outro ponto de grande

importância que não posso deixar de exaltar, refere-se a dois alunos quando

comentaram que com a cabeça pode-se jogar basquetebol, deixando claro que,

com força de vontade, auxílio de pessoas interessadas, é possível a participação do

aluno apesar da sua deficiência física, pois ele pode se fazer representar fisicamente

através de seu guia e dar comandos a este para que, possibilite efetivamente a sua

participação no jogo de basquetebol.

17

Mais uma vez, fica comprovado que quando o aluno discute, experimenta,

vivencia e, quando possível, convive com pessoas com necessidades especiais,

muda sua concepção acerca das possibilidades de participação deste aluno DF.

(PEDRINELLI, 2002, p. 54)

CONCLUSÃO

O presente trabalho procurou responder questões sobre a inclusão

(paraplegia/tetraplegia), buscando discutir propostas metodológicas para a inserção

de alunos com DF (paraplegia e tetraplegia) na modalidade de basquetebol nas

aulas de Educação Física regular a partir das perspectivas de alunos sem

deficiência física, visando levar os alunos sem deficiência física a refletir sobre a

presença de alunos com DF nas aulas de Educação Física, na tentativa de mudar

seu conceito a cerca do mesmo, mostrando a importância de respeitar e conviver

com a diversidade humana, apresentando as possibilidades de inserção desses

alunos na modalidade basquetebol, dando subsídios para a criação de um material

didático - pedagógico com atividades que visem à inclusão (Anexo 2).

A experiência em questão se revestiu de grande interesse na prática da

educação física e envolveu todos os seguimentos da escola permitindo analisar a

mudança de conceitos percebida nos alunos em reação a inclusão em questão.

Dessa forma, foi possível submeter os alunos a um processo de

metacognição, por meio do qual refletiram sobre o conteúdo e sobre a metodologia

durante o processo.

Ainda foi percebido que as aulas se tornaram agradáveis e envolventes,

devido ao grande interesse dos alunos a respeito do tema. Os alunos tomaram

consciência de que o enfoque dado as suas ideias prévias foi importante para que o

projeto fosse bem-sucedido.

Também foi possível perceber uma mudança por parte dos alunos quanto

aos conceitos discriminantes acerca da inclusão de alunos DF

(paraplegia/tetraplegia) nas aulas de basquetebol do ensino regular, pois antes da

aplicação do projeto, quase todos os alunos achavam que uma pessoa com

18

deficiência física só poderia jogar basquetebol se pudesse mexer com os braços e

as mãos, mas não concordavam que uma pessoa DF (paraplégica/tetraplégica) que

não anda e não mexe os braços, pudesse jogar basquetebol. Após a aplicação do

projeto, todos os alunos exceto um, concordaram com a possibilidade de essas

pessoas participarem do jogo, adaptando-se as atividades, fazendo uso de cadeiras

de rodas, ou se utilizando de um guia.

Conforme dados apresentados pelos próprios alunos, através das respostas

aos questionamentos apresentados tanto no período que antecedeu a aplicação do

projeto como após este trabalho, e através da excelente participação ativa e

consciente dos alunos em todas as etapas da aplicação do projeto, bem como das

atividades metodológicas apresentadas pelos mesmos, visando à inserção do aluno

DF (paraplégico/tetraplégico) nas aulas de educação física durante o jogo de

basquetebol, ocorreu uma quebra nos paradigmas do ensino/aprendizagem,

moldando novos conceitos a cerca do tema abordado.

Conclui-se então, que o resultado da aplicação do projeto foi excelente,

correspondendo ao objetivo esperado, extrapolando as expectativas frente à

participação dos alunos com DF (paraplegia/tetraplegia) sob a perspectiva dos

alunos não deficientes nas aulas de basquetebol do Ensino Regular.

E, finalmente, o presente trabalho pretende apresentar uma experiência de

sucesso em sala de aula Espera-se que esta abordagem, bem como este trabalho

venha a contribuir com professores da rede de ensino publico do Ensino Médio e

Fundamental, visando à melhoria do aprendizado de uma forma geral

(professor/aluno), e que a busca por novos caminhos na aprendizagem seja

constante na vida daqueles que escolheram trilhar os caminhos da educação.

19

REFERÊNCIAS

BUENO, J. G. Crianças com necessidades educativas especiais, política educacional e a formação de professores: generalistas ou especialistas.

Revista Brasileira de Educação Especial, vol. 3. Nº5, 7-25, 1999.

BUENO, 1999: GLAT & PLETSCH, 2004.

BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes nacionais para a educação especial

na educação básica/ Secretaria de Educação Especial – MEC; SEESP, 2008.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9394/96.

Brasília: MEC, 1996.

BUSCO, Rosangela M.; FUJISAWA; MARQUEZINE; MANZINI; TANAKA; (Orgs)

Esporte, Reabilitação e Educação Física Inclusiva na Qualidade de Vida de Pessoas com Deficiência.

CLEMENTE, C. A. Vencendo barreiras: histórias de superação e inclusão da pessoa portadora de deficiência. Osasco: Espaço da Cidadania, 2002.

COUTINHO, Nilton Ferreira, Basquetebol na escola . RJ; 2ª Ed.: Spirit, 2003.

MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar. O que é? Por quê? Como fazer? São

Paulo: Ed. Moderna, 2003.

PEDRINELLI, V.J. Possibilidades na diferença: o processo de inclusão, de todos nós. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Revista

Integração. Ano 14, Edições Especial, 2002.

RESOLUÇÃO 13/2009, Lei. Brasil, 2009. Disponível em:

http://www.apaebrasil.org.br/arquivos.phtml?t=10019. Acesso em: 11/04/10

SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio

de Janeiro: WVA, 1997.

20

Secretária de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da

Educação Básica – Educação Física. Paraná, 2008.

SALAMANCA, Lei. Espanha, 1994. Disponível em:

http://pt.wikisource.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_de_Salamanca. Acesso em:

05/04/10

SOARES, Carmen Lúcia. Educação Física escolar: conhecimento e

especificidade. Revista Paulista de educação Física. São Paulo, 41966, p. 6 – 12.

WINNICK, Joseph P. Educação Física e esportes adaptados. Barueri, SP: Editora

Manole, 2004.

www.confef.org.br : Conselho Federal de Educação Física. Cartilha Educação física

escolar, professor Rubinho 2009, Centro Educacional NDE/UFLA – Site consultado

em 23/03/10.

Fonte: Manual de Convivência – Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida, de Mara Gabrilli, e Sergio Lianza, professor-responsável pela disciplina de reabilitação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

MAIS AUTORES CONSULTADOS:

· EDLER (1998)

· THOMAS e NELSON (2002).

· GIL (2008,p.53)

· BARDIN, 2004

· SANTIAGO; SOUZA; FLORIANO, 2005.

· CURY, 2002, p. 247.

· SASSAKI, 2005, p. 21.

· KARAGIANNIS e STAINBACK (1999).

· PEDRINELLI; WERENGUER, 2005, p.4.

21

LINKS E SITES CONSULTADOS

· www.TratamentoComCelulasTronco.com

· www.casaortopedica.com.br

· www.confef.org.br

· HTTP://www.elisabethsalgadoencontrandovoce.com/inclusao_escolar_sonho_

realidade.htm. Site consultado em 07/03/10

· http://www.prgo.mpf.gov.br/cartilha_acesso_deficientes.pdf - site consultado

em 23/03/2010.

· http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/issue/view/1133

22

ANEXOS

23

ANEXO 1

CRONOGRAMA DE AÇÃO

01 Avaliação diagnóstica: Pesquisa - Qual a origem da Inclusão?

02 Conversa inicial sobre diversidade (texto a ser selecionado), dinâmica

03 Aula teórica instigando sobre a paraplegia e a tetraplegia com relação a

prática esportiva:

1 - Você acha que uma pessoa com deficiência física pode jogar

basquetebol?

2 - Você acha que uma que não anda pode jogar basquetebol?

3 - Você acha que não anda e não mexe com os braços pode jogar

basquetebol?

Apresentação de vídeos

04 O que é Paraplegia e tetraplegia? Texto informativo

05 Feed back sobre paraplegia/tetraplegia. Experiência com cadeira de rodas

06 Esclarecimento sobre a coleta de dados (divisão de grupos) mais estudo

07 Passe de bola com ambas as mãos, atividade lúdica e feed back da aula

(convencional)

08 Objetivo:

Discussão em grupos sobre como o aluno incluso cadeirante pode praticar

os passes do basquetebol – criação de estratégias

09 Aplicação das estratégias apresentadas pelos alunos

24

10 Dribles, atividade lúdica e feed back da aula (convencional)

11 Discussão em grupos sobre como o aluno incluso cadeirante pode praticar

os passes do basquetebol – criação de estratégias

12 Aplicação das estratégias apresentadas pelos alunos

13 Posicionamento em quadra, atividade lúdica e feed back da aula

(convencional)

14 Discussão em grupos sobre como o aluno incluso cadeirante pode

participar das atividades posicionamento em quadra do basquetebol –

criação de estratégias

15 Aplicação das estratégias apresentadas pelos alunos

16 Jogo de basquetebol e feed back (convencional)

17 Discussão em grupos sobre como o aluno incluso cadeirante pode

participar do jogo de basquetebol – criação de estratégias

18 Aplicação das estratégias apresentadas pelos alunos

19 Aplicação das estratégias apresentadas pelos alunos

20

21

Visita as UEL para proporcionar situações de jogo e convivência com

atletas de basquetebol na condição de DF (paraplegia)

Avaliação final (retomar questões aula 3 e fazer feed back sobre

possibilidades)

O programa está dividido por temas, pois de acordo com a necessidade, o

mesmo poderá incluir conteúdos em um encontro (aula), dois ou mais, bem como

trabalhar dois temas em uma aula.

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ANEXO 2

Material Didático - Pedagógico produzido pelos alunos, com atividades que

visam a inclusão de alunos DF nas aulas de basquetebol do Ensino Regular

ATIVIDADE 1

Organização: Os alunos serão numerados do número um ao dezesseis, de forma

que haja sempre dois alunos com o mesmo número, como por exemplo: o João

Victor e a Mariana serão identificados pelo número um (1) enquanto o Mateus e a

Jéssica representarão o número dois (2), e assim sucessivamente.Os alunos ficaram

espalhados pela quadra de basquetebol. Em cada grupo deverá ter um cadeirante

(paraplegia/tetraplegia), acompanhado de um guia.

Execução: O professor(a) falará um determinado número que virá imediatamente

receber a bola da mão do professor(a) e deverá passar ao seu par, que chamará um

novo número e assim sucessivamente até que todos (inclusive os cadeirantes)

tenham executado o passe de ombro do basquetebol.

ATIVIDADE 2 Organização: Os alunos serão distribuídos em um grande círculo, sendo um aluno

cadeirante (paraplégico/tetraplégico) acompanhado de um guia. Execução: O aluno cadeirante (com guia) que se encontra no centro do círculo,

começará passando a bola ao aluno que estiver em sua frente, e este deverá

devolvê-la ao cadeirante num passe de peito. O cadeirante recebe a bola e passa no

sentido horário para outro aluno que estiver a sua frente, e este deverá devolvê-la

num passe de peito. O cadeirante passará a bola para cada um dos alunos do

círculo até que todos tenham participado. Então, o aluno que estava no centro do

círculo será substituído por outro aluno que começará os passes novamente. Esta

atividade se repetirá até que todos tenham passado pelo centro do círculo,

executado os passes de peito do basquetebol e desta forma tenham experimentado

a cadeira de rodas.

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ATIVIDADE 3 Organização: Os alunos serão divididos em dois grupos, sendo que cada grupo

deverá ter um cadeirante (paraplégico/tetraplégico) com guia. Os grupos se

espalharão pela quadra de basquetebol, ocupando os espaços. Execução: Para iniciar o jogo, disputa-se a bola através do par ou ímpar. A equipe

que ficar de posse da bola, deverá passá-la aos seus companheiros através dos

passes de ombro ou de peito, evitando que a bola caia no chão ou que o grupo

adversário se aposse dela. A equipe que realizar dez passes consecutivos marca

um ponto, desde que o cadeirante também tenha participado. A cada ponto

marcado, reinicia-se o jogo com a posse de bola para equipe adversária. Variável: Ao comando do professor os alunos deverão trocar de lugar com o

cadeirante, até que todos tenham ocupado esta posição. Caso o aluno cadeirante

tiver comprometimento com os membros superiores, deverá solicitar ao seu guia que

cumpra as suas ordens de comando para que as atividades sejam realizadas.

ATIVIDADE 4 Organização: Os alunos serão divididos em dois grandes grupos. Cada grupo se

subdividirá em duas fileiras, uma de frente para a outra. Em cada grupo haverá um

cadeirante (paraplégico/tetraplégico), acompanhado por um guia.

Execução: O passe se iniciará pelos primeiros alunos da fileira que trocarão um

passe de bola entre si e em seguida passarão a bola ao segundo aluno da fileira,

deslocando-se por fora das fileiras, colocando-se no último lugar. O exercício se

repete, até que todos tenham efetuado os passes de bola. Variável:

Quando todos tiverem executado os passes de ombro, repete-se o exercício

com o passe quicado.

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ATIVIDADE 5 Organização: Os alunos serão divididos em dois (2) grupos, e ficarão posicionados

em duas colunas. Cada coluna terá um cadeirante (paraplegia/tetraplegia)

acompanhado por guia e deverão ficar de frente para cinco (5) cones, distanciados

entre si por mais ou menos um (1) metro de distância.

Execução: Ao sinal dado pelo professor (a), o primeiro aluno de cada coluna sairá

driblando a bola zigue-zagueando entre os cones, dando a volta por trás do último

cone, voltando por fora dos cones e entregando a bola para o segundo da coluna,

que deverá repetir o exercício, sempre passando a bola ao próximo aluno que

estiver na vez, até que todos tenham realizado o exercício proposto. Variável: O cadeirante deverá se acompanhado por um guia (aluno não deficiente)

para ajudá-lo a executar as atividades propostas.

ATIVIDADE 6 Organização: Dividiu os alunos em grupos de cinco (5) em cinco (5), sendo que em

cada grupo deverá ter um cadeirante (paraplégico/tetraplégico).

Execução: Os grupos deverão disputar tirando “PÔ” para ver quem começará

jogando em quadra e em que ordem. As duas equipes jogarão entre si, executando

apenas o drible e o passe quicado como fundamento principal do jogo e poderão

arremessar a bola ao cesto.

O professor determinará um tempo X para troca das equipes. Marca ponto a

equipe qual todos tenham driblado a bola.

ATIVIDADE 7 Organização: Os alunos separados em grupos de meninos e em grupos de

meninas e ficarão dispostos em duas (2) colunas no fundo da quadra, sendo que em

cada coluna deverá ter um aluno cadeirante (paraplégico/tetraplégico). Cada grupo

ficará em fila de frente para as traves do gol da quadra.

Execução: Ao sinal do professor (a), os primeiros alunos da fila deverão executar o

drible, deslocando-se o mais rápido possível até a trave que estiver em frente a sua

fila, e dar uma volta ao redor dela, voltando para o seu grupo, passando a bola para

28

o segundo da fila e colocando-se ao final dela. O exercício repete-se

sucessivamente até que todos do grupo tenham realizado. Marcará pontos a equipe

que executar a atividade proposta em menor tempo.

ATIVIDADE 8 Organização: Os alunos ficarão dispostos em duas colunas de frente para quatro

(4) cones separados entre si em uma distância de mais ou menos um (1) metro uns

dos outros. Cada equipe terá um cadeirante (DF).

Execução: Ao sinal dado pelo professor (a), os dois primeiros alunos saem

driblando a bola ziguezagueando entre os cones, contornando por fora e entregando

a bola para o segundo da fila, que repetirá o exercício, e assim sucessivamente, até

que todos do grupo tenham participado do drible.

ATIVIDADE 9 Organização: Os alunos serão divididos em dois grupos, e cada grupo deverá ter

um cadeirante (paraplégico/tetraplégico) acompanhado por um guia. Os alunos

ficarão em colunas, uma de frente para a outra.

Execução: Ao sinal dado pelo professor (ª), o primeiro aluno sai driblando a bola

ziguezagueando entre os alunos, que estarão em frente à sua coluna. Após ter dado

uma volta em torno dos colegas, o aluno entregará a bola para o segundo de sua

coluna, que irá fazer o mesmo, trocando as posições, até que todos do seu grupo

tenham participado da atividade. Em seguida, trocam-se os alunos que estavam no

lugar dos cones e reinicia-se a atividade para que todos possam realizar o drible de

bola do basquetebol.

ATIVIDADE 10 Organização: Alunos serão divididos em grupos de cinco (5), ocupando as posições

na quadra de basquetebol: ala direita, ala esquerda (cadeirante

paraplégico/tetraplégico), pivô, e dois armadores no centro.

Execução: Os alunos em grupos de cinco (5) em cinco (5), disputarão através do

(PÔ) quem irá começar os posicionamentos do basquetebol em quadra. Cada aluno

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deverá ocupar uma posição de defesa e outra de ataque, respeitando as posições

em quadra estabelecidas.

Variável: Após os alunos terem memorizado quais são as suas posições tanto no

ataque quanto na defesa, será realizado passes de bola entre si, com a participação

de todos.

ATIVIDADE 11 Organização: Este grupo sugeriu dividir os alunos por equipes de cinco (5) alunos

em cada grupo. Cada grupo escolheu o nome de um time de futebol. Execução: Foi sorteado pela professora quais os times que iriam começar a

atividade de posicionamentos em quadra. Cada grupo deveria ocupar as seguintes

posições: no ataque: 1 ala direita cadeirante (paraplégico/tetraplégico), 1 aluno na

ala esquerda, 1 pivô no centro e dois (2) armadores no centro. (sistema 2x1x2).

ATIVIDADE 12 Organização: Alunos divididos em grupos de cinco (5), sendo que o cadeirante

(paraplégico/tetraplégico) ocupa a posição de ARMADOR ESQUERDO, ARMADOR

DIREITO, PIVÔ, ALA ESQUERDA E ALA DIREITA. Execução: Os alunos executarão estas posições tanto no ataque, como na defesa.

(2x1x2).

ATIVIDADE 13 Organização: Alunos divididos em grupos de cinco (5), sendo um (1) cadeirante

(paraplégico/tetraplégico) em cada grupo.

Os alunos ocuparão os posicionamentos em quadra da seguinte maneira:

ALA D; ALA ESQUERDA (CADEIRANTE); PIVÔ; dois ARMADORES CENTRAIS.

(sistema 2x1x2). Execução: Os alunos participarão do jogo de basquetebol durante cinco (5)

minutos, ocupando as posições acima citadas. Não será permitido arremessar a bola

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ao cesto antes que todos os alunos da mesma equipe tenham trocado pelo menos

um passe entre si.Vence a equipe que fizer mais pontos durante cinco (5) minutos.

ATIVIDADE 14 Organização: Os alunos divididos em grupos de cinco (5), cada equipe utilizando o

sistema 2x1x2 do basquetebol, respeitando os posicionamentos em quadra.

Realização: Cada grupo dará um nome a sua equipe e elegerá um representante

para disputar qual das equipes começará jogando.

Cada jogo teria um tempo de duração de cinco (5) minutos, então trocá os

times. Cada time deverá jogar respeitando as posições em quadra tanto no ataque

quanto na defesa. As posições seriam: ALA ESQUERDA (CADEIRANTE), ALA

DIREITA, um (1) PIVÔ e DOIS (2) ARMADORES CENTRAIS.

A equipe só marcará pontos, se todos os jogadores participassem das

jogadas, principalmente dos passes. O aluno cadeirante (paraplégico/tetraplégico)

será acompanhado por um guia.

ATIVIDADE 15

Organização: Os alunos serão divididos em grupos de cinco (5), sendo que cada

grupo utilizará o sistema 2x1x2 para o jogo de basquetebol: um (1) ala esquerda

(cadeirante paraplégico/tetraplégico) acompanhado por um guia, um (1) ala direito,

um (1) pivô, dois (2) armadores centrais.

Execução: Cada equipe terá um tempo de cinco (5) minutos para jogar basquetebol,

e uma das principais regras será a participação ativa do cadeirante no jogo.

Vence a equipe que conseguir marcar o maior número de cestas.

ATIVIDADE 16

Organização: Os alunos foram divididos em grupos de cinco (5), totalizando seis (6)

grupos; três deles com um (1) cadeirante (paraplégico/tetraplégico) sem guia e

outros três (3) com um (1) cadeirante com guia em cada grupo.

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Execução: Todos os grupos utilizarão o sistema 2x1x2 do basquetebol, sendo que

em três (3) grupos, o cadeirante com guia ocupará a posição do armador central

esquerdo e os demais alunos nas posições de ala esquerda, ala direita, pivô e

armador central direito. Nos outros três (3) grupos, o cadeirante sem guia ocupará a

posição do ala esquerda e os demais alunos ocuparão as posições de ala direita,

pivô e armadores direita e esquerda. As equipes elegeram um representante para

disputar quem iria começar jogando. Cada jogo terá um tempo de duração de cinco

(5) minutos, então troca-se os times. Cada time deve jogar respeitando as posições

em quadra tanto no ataque quanto na defesa. Vence a equipe que jogar dentro das

propostas apresentadas, passando a bola para todos da mesma equipe e a que

marcar maior número de cestas durante um tempo determinado de oito (8) minutos.

ATIVIDADE 17 Organização: Os alunos serão divididos em grupos de cinco (5), sendo três grupos

de meninas e três (3) grupos de meninos. Cada grupo deverá ter um cadeirante (DF)

com ou se guia. O grupo das meninas optou pela participação do deficiente com

guia, ocupando a posição do ala esquerda, enquanto os grupos dos meninos optou

pelo cadeirante (DF) sem guia, ocupando também a posição ala esquerda.

Execução: As equipes disputarão através do “DOIS OU UM”, para ver quem

começará jogando. Todas as equipes utilizarão o sistema 2x1x2 do basquetebol.

Cada jogo terá duração de oito (8) minutos, vencendo a equipe que marcar o maior

número de cestas.

ATIVIDADE 18

Organização: Os alunos serão divididos em cinco (5) grupos e cada equipe terá um

cadeirante com guia. Será utilizado o sistema 2x1x2 do basquetebol.

Execução: Será disputado através do “Pô”, a ordem de início dos jogos. As equipes

ocuparão as posições: cadeirante com guia na ala direita, ala esquerda, pivô e dois

(2) armadores centrais. O guia deste cadeirante (tetraplégico), deverá empurrar a

cadeira, receber a bola pelo cadeirante, passar a bola para quem o cadeirante

determinar através da sua fala ou olhar. A cada dois toques, o cadeirante terá que

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receber a bola através do seu guia, tendo o direito de fazer o que quiser com ela.

Cada jogo terá a duração de oito (8) minutos, quando as duas primeiras equipes

sairão de quadra e entrarão outras duas. Os jogos prosseguem, até que todas a

equipes tenham participado. Marca pontos a equipes que participarem de maneira

mais correta dentro das normas pré-estabelecidas do jogo.