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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIDADE DIDÁTICA – PROFESSOR PDE – TURMA 2009/2010

PROFESSORA PDE: MARIA DOLORES DE SOUZA

PROFESSOR ORIENTADOR: DR JOÃO CARLOS CATTELAN.

Língua Portuguesa

CASCAVEL - PR

2010

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UNIDADE DIDÁTICA DE LÍNGUA PORTUGUESA

TEMA: FÁBULAS : UM GÊNERO DISCURSIVO PARA SER VISTO SOB

ANÁLISE DO DISCURSO.

Nível de ensino: Ensino Fundamental

Conteúdo estruturante: Um gênero discursivo para ser visto sob análise do discurso.

Conteúdo básico: Leitura e dramatização

Conteúdo específico: Leitura de fábulas.

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AÇÕES PROPOSTAS:

Levar o educando a apreciar as características do gênero fábula através de

diversas leituras, tendo uma leitura de mundo.

Através da Unidade Didática, levar o educando a compreender textos narrativos

orais ou escritos, fomentando críticas construtivas sobre o outro (interlocutor).

Permitir, através do estudo do gênero Fábula reflexões sobre a língua para que possa

utilizá-la tanto na dramatização como na interação com o outro.

FINALIDADES EM RELAÇÕES ÀS IDEIAS EM RELAÇÃO AO CONTEÚDO

PROPOSTO

Conforme as Diretrizes Curriculares Estaduais, a disciplina de Língua

Portuguesa deve trabalhar com as várias manifestações e dimensões da linguagem ( em

experiências reais de uso da língua) , por exemplo, a interação da linguagem verbal

com outras linguagens. Portanto, as atividades de dramatização vêm ao encontro dessas

orientações.

Richard Courtney (2003) diz que a maior necessidade do nosso tempo é o

desenvolvimento das qualidades humanas e que tanto em nossa educação quanto em

nosso lazer precisamos cultivar o “homem total” e nos concentrarmos nas habilidades

criativas do ser humano.

Portanto, é necessário motivar o educando para a leitura, análise e produção de

gênero Fábula. No primeiro momento, trabalha-se com a oralidade, questionando-os

sobre o gênero trabalhado. Nesta discussão, levar ao conhecimento do educando o que é

uma Fábula, como surgiram, quais seus autores, características etc.

Após esta conversa informativa, é interessante que os alunos vão para a sala de

informática pesquisar sobre o vocábulo (fábula) e também ler algumas Fábulas. Neste

momento, o educando começa a ter contato com o gênero e conhecê-lo melhor.

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APRESENTAÇÃO

A Unidade Didática aqui pautada, será apresentada em três momentos (leitura,

produção e dramatização).

As atividades propostas foram preparadas pensando nas dificuldades que nosso

educando vem apresentando em compreender o gênero Fábula e com o propósito de que

no final deste trabalho, os mesmos não só tenham compreendido o gênero Fábula como

também estejam prontos a entender os demais gêneros.

Público Alvo: Estudantes da quinta série do Ensino Fundamental.

Duração: Aproximadamente de 10 a 12 aulas.

Conteúdo: Leitura, produção e dramatização de Fábulas.

Objetivo: Levar o educando a analisar o gênero fábula, através das relações sociais no

seu cotidiano, descobrindo a importância desse gênero e dos demais.

Estratégia : Leitura, produção e dramatização através de textos, músicas, conversações,

internet (pesquisas).

Avaliação: Quanto a avaliação, será através do interesse pelo conteúdo trabalhado,

participação, empenho nas atividades propostas.

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RECONHECIMENTO DO GÊNERO TEXTUAL FÁBULA.

Ao Professor: Converse com os alunos sobre o gênero textual, incentivando-os a

interessar pelas fábulas para que explore oralmente o conhecimento prévio da turma

levando-os a responder as seguintes questões:

Atividades

1- Vocês sabem o que é uma fábula?

2- Que tipo de ensinamento elas nos traz?

3- Depois da conversação, distribua copias da fábula O Leão e o Ratinho, fazendo

com eles uma breve leitura.

O LEÃO E O RATINHO

Um leão estava dormindo e um rato passeava sobre seu corpo. Acordando e

tendo apanhado o rato, ia comê-lo. Como o rato suplicasse que o largasse, dizendo que,

se fosse salvo, lhe pagaria o favor, o leão sorriu e deixou-o ir. Não muito depois, o leão

foi salvo, graças ao reconhecimento do rato. Com efeito, preso por caçadores e

amarrado a uma árvore com uma corda, logo que o ouviu gemendo, o rato se

aproximou, roeu a corda e o libertou, dizendo: “Recentemente riste, não acreditando em

uma retribuição da minha parte, mas agora vês que também entre os ratos existe

reconhecimento”.

MORAL DA HISTÓRIA: A fábula mostra que, nas reviravoltas da sorte, os

muito poderosos têm necessidade dos mais fracos.

ATIVIDADE PARA O ALUNO:

1- Como você caracteriza as personagens O Leão e o Ratinho?

2- Na fábula há uma fala do Ratinho, depois que salvou o leão. Retire-a do texto.

3- Em sua opinião, qual foi o motivo do riso do Leão, quando o Ratinho disse que

se fosse salvo, lhe pagaria o favor?

4- Quais ensinamentos a fábula trouxe para você? Enumere-as.

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COVERSANDO SOBRE O GÊNERO:

1- Quais características o gênero Fábula apresenta?

2- Para que público as fábulas foram escritas?

3- Você conhece outra(s) Fábula (s) além da apresentada?

4- Você acha que toda Fábula tem um objetivo de apresentar uma moral?

Cabe ao professor (a) levar ao conhecimento do educando todas as informações

possíveis sobre o gênero fábula e seus autores.

DE ONDE VEM A FÁBULA

Fábulas são tão antigas quanto as conversas dos homens. Às vezes, nem sabemos

quem as criou, pois, pela oralidade, eram passadas de uma pessoa para outra, de pai para

filho e de geração em geração, já que a própria palavra provém do latim FABULA –

CONTAR.

PRINCIPAIS CONTISTAS

No século VIII a.C, já se tinha notícias dessas histórias , sendo que as fábulas

muito antigas do Oriente foram difundidas na Grécia há 2600 anos, por um escravo

chamado Esopo. Apesar de gago, corcunda, feio e miúdo, como diziam alguns, era

inteligente, esperto e de muito bom senso. Por esse motivo, conquistou e viajou por

muitas terras dando conselho através das fábulas.

Há ainda a hipótese de ter recebido falsas acusações, o que o teria levado a condenação por pena de morte por vingança de povos de Delfos. Esopo foi condenado à morte e jogado do alto de um abismo. Mas as suas 600 fábulas continuaram a ser contadas, escritas e reescritas por outros fabulistas.

Fábulas Ilustradas - consulte o site abaixo:

http://sitededicas.uol.com.br/fabula30a.htm

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Para conhecer Esopo e suas Fábulas consulte os sites abaixo:

http://criancas.uol.com.br/historias/fabulas/

http://www.contandohistoria.com/esopo.htm

.

Fedro é o primeiro escritor latino a compor uma coletânea de fábulas, tendo sido imitado e difundido várias vezes.

Fedro - poeta, filho de escravos, nasceu num país de língua grega, a Trácia. Foi o introdutor do gênero fábula na literatura romana. Viveu no séc. I d.C., provavelmente alforriado pelo imperador Augusto e perseguido pelo ministro de Tibério, Sejano. Fedro recontou as fábulas de Esopo em forma de poesia. Suas histórias mostram através da sá-tira sua revolta contra as injustiças e o crime.

http://www.rainhadapaz.g12.br/projetos/portugues/generos_textuais/fabulas/fedro.htm

A raposa e o cacho de uva

Forçada pela fome, uma raposa tentava apanhar um cacho de uva numa alta videira, saltando com todas as forças.

Como não conseguisse alcançá-lo, disse, afastando-se:"Ainda não estão maduras; não quero apanhá-las verdes".

Aqueles que desdenham com palavras o que não conseguem realizar deverão aplicar para si este exemplo.

Publicada por Helena em 04:56 Etiquetas: Fábulas de Fedro

http://contosencantar.blogspot.com/2009/02/raposa-e-o-cacho-de-uvas.html

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JEAN DE LA FONTAINE

O escritor francês Jean de La Fontaine (século XVII – 1601-1700) usava fábula ,

em versos e prosas, para denunciar as misérias e as injustiças de sua época.

A partir dessa época, muitas histórias escritas inicialmente para adultos já

começaram a ser adaptadas para crianças, retirando delas os elementos violentos e os

aspectos nocivos à educação. Mas a fábula moderna preserva todo o vigor, que vem

apresentando desde os tempos antigos.

Aqui você vai poder ler a a fábula original de La Fontaine “A cigarra e a formi-ga” e também a versão escrita por Monteiro Lobato e José Paulo Paes. Monteiro Lobato e José Paulo Paes escreveram sua versão no século XX, e La Fontaine no século XVII.

MONTEIRO LOBATO

No Brasil, temos o grande fabulista Monteiro Lobato. Além de recontar as fábulas

de Esopo e La Fontaine, cria as suas próprias com a turma do sítio, como mostra o seu

livro “Fábulas”, no qual Pedrinho diz: “As Fábulas, mesmo quando não valem grande

coisa, têm um mérito: são curtinhas.” Narizinho acha as fábulas sabidíssimas e Emília

as considera uma indireta.

O escritor brasileiro usou fábulas para criticar e denunciar as injustiças, tiranias,

mostrando às crianças a vida como ela é.

Em suas fábulas, alerta que o melhor é ser esperto (inteligente) porque o forte

sempre vence e Visconde afirma que o único meio de derrotar a força é a astúcia.

Até hoje esse gênero narrativo existe e por ser curto, tem o poder de prender a

atenção, de entreter e deixar uma mensagem, um ensinamento.

Monteiro Lobato também escreveu uma das versões por título A cigarra e a

formiga (a formiga boa).

Fonte: Monica Terezinha Ottoboni Sucar Fernandes

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LEITURA E CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS

Para desenvolver atividades de leitura, interpretação e análise linguística, sugere-

se leituras de várias fábulas a fim de que seja analisadas oralmente, interpretadas,

ilustradas, encenadas, etc.

A seguir, apresenta-se atividades desenvolvidas a partir de diferentes versões de fábulas “A cigarra e a formiga”, de Esopo.

Para a Fábula “A Cigarra e a Formiga” há várias versões como de Esopo, La Fontaine, Monteiro Lobato, José R. Paes, Bocage

A CIGARRA E A FORMIGA (La Fontaine)

A CIGARRA E A FORMIGA (A FORMIGA BOA) (Monteiro Lobato)

SEM BARRA (José Paulo Paes)

Fragmento

Enquanto a formigaCarrega comidaPara o formigueiro,A cigarra canta...A formiga é só trabalho.A cigarra é só cantiga...

http://www.saudeanimal.com.br/imagens/cigarra_formiga.jpg

Atividades

O BURRO QUE ESPIRRAVA DINHEIRO

extraído do site abaixo:

http://voteldobrasil.blogspot.com/2009/04/o-burro-que-espirrava-dinheiro.html

Aos três rapazes da história,

três presentes foram dados:

a mesa, o burro, o embrulho,

todos os três encantados.

Mas quem recebe tais dons

deve sempre ter cuidado.

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Pra isso é que é bom viver:

para saber aprender.

Leitura no laboratório de informática por ser um texto longo. No site a Fábula apresenta

belas ilustrações, efeitos sonoros, animações, próprias ao público infanto-juvenil.

Também oportunizará aos alunos contato com os computadores.

Consulte o site:

http://www.contandohistoria.com/o_burro_que_espirrava_dinheiro.htm

Fragmento da Fábula - O Burro que Espirrava Dinheiro ( Ludwig Bechstein)

Era uma vez um alfaiate que tinha três filhos. Grande, Gordo e Tonto. Grande era

carpinteiro. O outros dois ainda não tinham decidido o que fazer. Mas o que os três

tinham em comum era a vontade de correr mundo, enfrentar aventuras e ficar ricos.

Grande, sendo o mais velho, achou que devia ir em primeiro lugar.

Ao despedir-se, Grande disse:

- Adeus, pai, vou pelo mundo pra ver se o mundo tem fundo.

Posso passar privação, mas não volto sem tostão.

O pai respondeu:

- Vai, meu filho, mas cuidado, o que te digo é provado: o mundo é grande,

enganoso e pode ser perigoso.

Andou muito pelo mundo e logo se convenceu de que o mundo tinha fundo, isto

é,que era redondo.

Mas também ficou sabendo das incertezas da vida e de como era ruim ficar sem

casa e comida.

Então, o pobre rapaz embrenhou-se pelo bosque pra ao menos ficar em paz. Ali

achou um velhinho de chapéu e bengalinha que lhe disse: - Como estás?

- Bem mal - respondeu o rapaz.

O velhinho o convidou a almoçar então e os dois partiram sem se deter.

O que é que houve depois?

Isso é o que vamos saber.

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Quando entraram em casa, o velho apresentou Grande, explicando para a mulher:

- Convidei este moço para almoçar conosco.

Grande era muito comilão e achou bom dizer:

- A senhora está vendo como eu sou magro? É de não comer, pelo menos de não

comer tanto quanto eu gostaria.

- Pobrezinho! - respondeu a mulher penalizada. - Vou já preparar um bom almoço

para você.

Enquanto a mulher cozinhava, Grande pensava que correr mundo até que nem

sempre era mau. Principalmente quando se encontrava onde comer de graça, como

agora. Se desse jeito, até ficava morando ali.

A fome de Grande era permanente, não só hoje, mas sempre. Em qualquer ocasião

podia comer por vinte. Por isso, quando terminou o almoço, comentou:

- A entrada estava boa e serviu para abrir meu apetite. Agora estou pronto para

almoçar com gosto. O velho, espantado, indagou:

- Meu amigo, você come sempre assim?

Grande sorriu e desculpou-se:

- Não, senhor, hoje estou comendo pouco, porque sou educado, sei que na casa

dos outros não fica bem exagerar. Em minha casa eu como o dobro.

O velhinho tinha pensado em convidar Grande para ficar morando ali, mas

diante do apetite do rapaz, mudou de ideia. Abriu um armário, tirou uma mesa e disse

para Grande:

- Este é um presente de despedida para você.

- Que pena! - lamentou Grande. - Come-se tão bem em sua casa!

- Ora, a mesa é o presente ideal para o seu apetite! afirmou o velho.

- Agradeço, mas acontece que sou carpinteiro e posso fazer uma mesinha como

esta a cada dia.

- Como esta? - riu o velho. - Mas esta é uma mesa encantada!

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Grande não acreditou nessa história de encanto. a mesa parecia igual às que ele

fazia. Em todo o caso, pegou o presente, agradeceu e despediu-se. Já ia saindo, quando

ouviu a risadinha do velho, que dizia:

- Oi, rapaz! Saiba antes qual é o encanto da mesa. Você vai gostar. Basta dizer:

"Ponha-se, mesa", e terá toda a comida que puder comer.

Dessa vez foi Grande quem se espantou:

- Toda comida que puder comer? Isso é impossível!

- Não para a mesa encantada - respondeu o velhinho.

Assim que se viu sozinho, Grande experimentou o encanto da mesa. Disse as

palavras mágicas e ficou logo convencido de que aquela mesa era o tesouro que lhe

convinha. Muito feliz da vida, Grande resolveu voltar para casa. No caminho parou

numa hospedaria para dormir.

- Quero só quarto; do jantar me encarrego - disse Grande, sempre com, a mesa

embaixo do braço.

O hospedeiro achou a coisa tão estranha, que quando Grande fechou a porta do

quarto, ele se pos a espiar pela fechadura.

Sua curiosidade foi satisfeita ao ver aparecer um banquete quando Grande disse:

"Ponha-se, mesa!" Maravilhado com aquilo, achou que a mesa seria útil na hospedaria

para servir os fregueses. Por isso decidiu roubá-la.

Naquela noite, o hospedeiro arranjou uma mesa bem igual à encantada. Entrou

no quarto de Grande na ponta dos pés e trocou as mesas enquanto o rapaz dormia. Na

manhã seguinte, sem desconfiar de nada, Grande pegou a mesa, pagou a conta e seguiu

para casa.

Quando chegou, quis logo mostrar ao pai e aos irmãos o tesouro que trouxera de

sua volta ao mundo.

- Olhem bem o que vai acontecer: "ponha-se mesa!"

Não aconteceu nada e ou outros três olhavam sem entender, pensando que

Grande perdera o juízo e não encontrara coisa alguma.

Grande continuava insistindo e gritava diante da mesa:

- Ponha-se ou eu a faço em pedaços!

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O pai, preocupado com aquilo, tentou acalmá-lo:

- Onde já se viu discutir com uma mesa como se fosse uma pessoa? Deixe disso!

Se está com fome, eu mesmo lhe preparo alguma coisa para comer.

Ao ouvir falar em comida, Grande desistiu de destruir a mesa e seguiu o pai para

a cozinha.

Depois disso, Grande conformou-se em voltar ao seu trabalho de carpinteiro,

como antes de ter ido correr mundo.

Mas os outros dois rapazes continuavam pensando em aventuras. Gordo decidiu

ir embora e despediu-se, prometendo:

- Não volto antes de conseguir dez sacos de moedas de ouro.

Eu gosto muito do barulhinho delas... Adeus a vocês todos, podem contar com a

fortuna que eu vou trazer. Gordo andou por muitos lugares, mas não achou nenhum

saco de ouro, quanto mas dez, conforme prometera.

Um dia gordo entrou no mesmo bosque em que Grande encontrara o velhinho

que lhe dera a mesa. O velho convidou o rapaz para ir à sua casa e indagou:

- Que é que você mais quer no mundo?

- O que mais quero? Oh! É um saco, quero dizer dois, dez, sacos de moedas de

ouro!

O velho levou Gordo para o estábulo e disse:

- Eu tenho aqui o tesouro que você quer.

- Aqui? - espantou-se Gordo. - Eu só vejo um burro!

- Mas este é um burro especial - explicou o velho. - Ele pode lhe dar muito ouro!

Gordo não acreditou, mas pensou que o burro serviria para transportar o ouro

que viesse a conseguir.

- Basta dizer: "Espirra, burro!", que saem moedas de ouro em quantidade das

narinas dele - concluiu o velho.

Gordo apesar de não acreditar naquela história, agradeceu e levou o burro.

Depois, para tirar as dúvidas, ordenou:

- Espirra, burro!

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Maravilha das maravilhas! Das narinas do burro jorrou uma cascata de moedas

de ouro. Gordo se pôs a dançar e a cantar:

Que bom é ter um burro que quando faz "atchim" espirra moedas de ouro que

não tem nunca fim.

Há tempos que eu queria ter um burrinho assim, dizer "espirra burro!" e ouvir o

seu "atchim".

Um burro igual aos outros se compra no mercado mas ninguem mais no mundo

terá um burro encantado!

Gordo não cabendo em si de contente, resolveu voltar para casa.

No caminho parou na mesma hospedaria em que estivera seu irmão.

Pediu ao hospedeiro que lhe servisse o almoço, mas na hora de pagar disse que

precisava ir até o estábulo.

O hospedeiro achou muito estranho que alguém precisasse ir ao estábulo para

poder pagar a conta.

Seguiu Gordo e ficou espiando. Por isso viu quando ele disse: "Espirra, burro!"

Naquela noite, o hospedeiro foi de granja em granja por toda a região, até

encontrar um burro igual ao que espirrava ouro. De volta, trocou os dois animais.

No outro dia de manhã, Gordo, sem desconfiar de nada, montou no burrinho

comum e foi para casa.

Quando chegou, chamou o pai e os irmãos e gritou:

- Espirra, burro!

O bicho continuou quieto, como se nem fosse com ele. Gordo, irritado diante

daquela teimosia, ameaçou:

- Espirra, burro, senão te bato.

- Que há com esse animal? - perguntou o pai sem entender. - Está resfriado?

Gordo não estava para explicações. Disse apenas: - Traga-me a pimenta! Esse

bicho vai espirrar por bem ou por mal! De fato, quando o burrico sentiu a pimenta no

nariz, espirrou uma vez atras da outra. Mas de moedas de ouro nem sinal. Então Tonto

teve uma idéia:

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- Pelo jeito, meus dois irmãos foram feitos de bobos! Primeiro Grande com a

história da mesa e agora Gordo com o burro espirrador... Acho melhor eu ir correr

mundo e descobrir o que aconteceu.

Tonto seguiu a mesma estrada que seus irmãos. Quando atravessou o bosque,

encontrou o velhinho misterioso, que veio ao seu encontro e foi logo dizendo:

- Você deve ser Tonto, o mais novo dos três irmãos. Para não perdermos tempo

indo até minha casa, já trouxe comigo o seu presente.

- E o senhor deve ser quem deu a mesa e o burrico para meus irmãos, não é? -

indagou Tonto.

- Sim, sou eu. E para você tenho este embrulho encantado, que pode lhe valer

em qualquer aperto. Basta você dizer: "Sai do embrulho, tesouro" e um bastão sairá do

pacote e baterá em quem estiver perto. Para fazê-lo parar, as palavras mágicas são:

"Tesouro, volta para o embrulho".

Tonto agradeceu e despediu-se. Feliz com o presente, rumou de volta para casa,

seguro de que, com aquele bastão, seria capaz de recuperar o que os irmãos tinham

perdido.

No caminho, parou na mesma hospedaria onde seus irmãos tinham sido

logrados. Logo de chegada entregou o embrulho mágico para o hospedeiro e

recomendou:

- Por favor, tome conta deste embrulho e não pronuncie, de jeito nenhum, as

palavras: "Sai do embrulho, tesouro", pois se trata de uma fórmula mágica que, quando

pronunciada faz acontecer coisas prodigiosas.

- Não se preocupe, guardarei bem o tesouro. Pode ir dormir tranquilo - prometeu

o hospedeiro, pensando: "Este rapaz ainda é mais bobo que os irmãos. Assim que ele

adormeça, vou me apoderar do tesouro".

Tonto foi para o quarto, mas ficou bem acordado, com o ouvido à escuta, pronto

para o que desse e viesse.

(Fábula Encantada de Ludwig Bechstein)

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Após a pesquisa, os alunos farão uma breve uma breve leitura silenciosa

(visual), esta aula acontecerá na sala de informática, pois o texto é longo e assim,

oportunizará aos alunos contato com os computadores.

Voltando para a sala de aula, deve-se trabalhar a oralidade e a escrita , partindo-se de

algumas hipóteses/

1- Você já tinha ouvido essa Fábula ?

2- O que mais surpreendeu você ?

3- Qual moral você tiraria dessa história?

4- Você conhece pessoas que tenham as mesmas atitudes das personagens

dessa Fábula?

5- Escreva as características das personagens do texto no quadro abaixo:

Personagens Características

6- A fábula aborda questões familiares. Como era o relacionamento do pai

com os filhos? Comente.

7- Que valores demonstrou o senhor da hospedaria?

8- Que outra moral você daria para a fábula pesquisada?

9- Construa uma história em quadrinhos da Fábula lida.

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Ao Professor:

Pesquisar no dicionário palavras desconhecidas da Fábula lida. Explicar que as

palavras sempre estão em ordem alfabética. Nesta aula, o professor auxiliará aos alunos

nesta atividade, pois nesta serie os alunos demonstram dificuldades no manuseio do

mesmo.

O DICIONÁRIO

Atividades

1- No dicionário o verbete Fábula aparece assim:

Fábula s.f 1- Narrativa curta contendo lição de moral.2-Mito:ficção, 3- Coisa fabulosa.

4- Preço muito elevado.

a) O que significa a abreviatura s.f que aparece logo após a palavra fábula?

b) Neste texto, estamos usando fábula em qual dessas acepções? (sentido)

c) Nas frases abaixo, qual o sentido da palavra fábula?(enumere)

( ) Aquela casa custou uma fábula.

( )No Sítio do Pica pau Amarelo apareceram vários personagens do mundo da fábula.

( ) Gostaria de ter um burro que espirrasse dinheiro como na fábula.

2- Coloque os vocábulos em ordem alfabética e pesquise no dicionário os seus

significados. Atividades em grupo.

Correr mundo

Privação

Embrenhou-se

Estábulo

Valer

Penalizado

Indagou

Lamentou

Rumou

Logrou

Hospedaria

Aventuras

Jorrou

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3- Reescreva as orações substituindo o significado das expressões sublinhadas sem

mudar o significado das mesmas.

a- Os três filhos do alfaiate tinha vontade de correr o mundo.

b- Então, o pobre rapaz emprenhou-se pelo bosque para ficar em paz.

Ler a Fábula de Esopo no site abaixo:

http://www.clubedobebe.com.br/HomePage/Fabulas/fabulasdeesopo2.htm

Texto - O FAZENDEIRO, SEU FILHO E O BURRO

" Um fazendeiro e seu filho viajavam para o mercado, levando consigo um burro. Na estrada, encontraram umas moças salientes, que riram e zombaram deles:- Já viram que bobos? Andando a pé, quando deviam montar no burro?O fazendeiro, então, ordenou ao filho:- Monte no burro, pois não devemos parecer ridículos.O filho assim o fez.

Daí a pouco, passaram por uma aldeia. À porta de uma estalagem estavam uns velhos que comentaram:- Ali vai um exemplo da geração moderna: o rapaz, muito bem refestelado no animal, enquanto o velho pai caminha, com suas pernas fatigadas.- Talvez eles tenham razão, meu filho, disse o pai. Ficaria melhor se eu montasse e você fosse a pé. Trocaram então as posições.

Alguns quilômetros adiante, encontraram camponesas passeando, as quais disseram:-A crueldade de alguns pais para com os filhos é tremenda! Aquele preguiçoso, muito bem instalado no burro, enquanto o pobre filho gasta as pernas.- Suba na garupa, meu filho. Não quero parecer cruel, pediu o pai.Assim, ambos montados no burro, entraram no mercado da cidade.

- Oh!! Gritaram outros fazendeiros que se encontravam lá. Pobre burro, maltratado, carregando uma dupla carga! Não se trata um animal desta maneira. Os dois precisavam ser presos. Deviam carregar o burro às costas, em vez de este carregá-los.

O fazendeiro e o filho saltaram do animal e carregaram-no. Quando atravessavam uma ponte, o burro, que não estava se sentindo confortável, começou a escoicear com tanta energia que os dois caíram na água."

(Quem a todos quer ouvir, de ninguém é ouvido)

4- Escreva o que você entendeu da Fábula “O fazendeiro, seu filho e o burro”.

5- O que tem em comum nas fábulas “O Burro que Espirrava Dinheiro” e “O

fazendeiro, seu filho e o burro”.

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6- Responda:

a-“ O texto que você acabou de ler é uma fábula”.

Você concorda com essa afirmação?

Justifique sua resposta com um trecho do texto.

b- Numa fábula há sempre uma crítica a determinado tipo de comportamento que se deve evitar. Na fábula “O Fazendeiro, seu Filho e o Burro”, a crítica refere-se a que tipo de atitude ?

c- De quantas pessoas é composta essa família e como era o relacionamento entre

eles?

d- Na Fábula O Burro que espirra dinheiro, um dos três irmãos exercia que

profissão?

e- Se você pudesse mudar o título da fábula, “O Fazendeiro, seu Filho e o Burro”

qual título seria e por quê?

7- Numere a segunda coluna de acordo com os comentários das personagens do texto: O

Fazendeiro, seu Filho e o Burro

(1) Fazendeiro ( ) Pobre burro, maltratado, carregando uma dupla carga!

(2) Moças ( ) Já viram que bobos? Andando a pé, quando deviam montar no

burro?

(3) Velhos ( ) Monte no burro, pois não devemos parecer ridículos.

(4) Camponesas ( ) Aquele preguiçoso, bem instalado, enquanto o pobre filho gasta...

AS VERSÕES DA FÁBULA A CIGARRA E A FORMIGA

TEXTO 1- A cigarra e a formiga (Esopo)

Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar

suas reservas de comida. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado molhados.

De repente aparece uma cigarra:

- Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de comida!

As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra seus princípios, e perguntaram:

-Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de

guardar comida para o inverno?

Falou a cigarra:

-Para falar a verdade, não tive tempo, Passei o verão todo cantando!

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Falaram as formigas:

Bom... Se você passou o verão todo cantando, que tal passar o inverno dançando?

E voltaram para o trabalho dando risadas.

Moral da história: Os preguiçosos colhem o que merecem.

TEXTO 2- A Cigarra e a Formiga (Jean de La Fontaine)

Tendo a cigarra cantado durante o verão,

Apavorou-se com o frio da próxima estação.

Sem mosca ou verme para se alimentar,

Com fome, foi ver a formiga, sua vizinha,

pedindo-lhe alguns grãos para aguentar

Até vir uma época mais quentinha!

- "Eu lhe pagarei", disse ela,

- "Antes do verão, palavra de animal,

Os juros e também o capital."

A formiga não gosta de emprestar,

É esse um de seus defeitos.

"O que você fazia no calor de outrora?"

Perguntou-lhe ela com certa esperteza.

- "Noite e dia, eu cantava no meu posto,

Sem querer dar-lhe desgosto."

- "Você cantava? Que beleza!

Pois, então, dance agora!"

TEXTO 3- A cigarra e a formiga ( Bocage)

Tendo a cigarra em cantigas no inverno

Passado todo o verão

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Achou-se em penúria extrema

Na tormentosa estação.

Não lhe restando migalha

Que trincasse, a tagarela

Foi valer-se da formiga,

Que morava perto dela.

Rogou-lhe que lhe emprestasse,

Pois tinha riqueza e brilho,

Algum grão com que manter-se

Até voltar o aceso estio.

- "Amiga", diz a cigarra,

- "Prometo, à fé d'animal,

Pagar-vos antes d'agosto

Os juros e o principal."

A formiga nunca empresta,

Nunca dá, por isso junta.

- "No verão em que lidavas?"

À pedinte ela pergunta.

- "Oh! bravo!", torna a formiga.

- "Cantavas? Pois dançe agora!

TEXTO 4- A FORMIGA MÁ - ( Monteiro Lobato)

Fragmento

Já houve, entretanto, uma formiga má que não soube compreender a cigarra e com

dureza a repeliu de sua porta.

Foi isso na Europa, em pleno inverno, quando a neve recobria o mundo com seu

cruel manto de gelo.

A cigarra, como de costume, havia cantado sem parar o estio inteiro e o inverno

veio encontrá-la desprovida de tudo, sem casa onde abrigar-se nem folinha que

comesse.

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Desesperada, bateu à porta da formiga e implorou - emprestado, notem! - uns

miseráveis restos de comida. Pagaria com juros altos aquela comida de empréstimo,

logo que o tempo o permitisse.

Mas a formiga era uma usurária sem entranhas. Além disso, invejosa. Como não

soubesse cantar, tinha ódio à cigarra por vê-la querida de todos os seres.

- Que fazia você durante o bom tempo?

- Eu... eu cantava!...

- Cantava?...

Texto 5- A cigarra Boa (Monteiro Lobato)

[…]

-E que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?

A pobre cigarra, toda tremendo, respondeu depois de uma acesso de tosse.

-Eu cantava, bem sabe...

-Ah! … - exclamou a formiga recordando-se.

-Era você então quem cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as

tulhas?

-Isso mesmo, era eu...

-Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que sua cantoria nos

proporcionou. Aquele chiado nos distraia e aliviava o trabalho. Dizíamos sempre: “que

felicidade ter como vizinha tão gentil cantora!” Entre, amiga, que aqui terá cama e mesa

durante todo o mau tempo.

A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias de sol.

ATIVIDADES DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO

1- Com quem você relaciona a formiga hoje em nossa sociedade?

2- Você concorda com as formigas ao negar ajuda à cigarra? Justifique sua

resposta.

3- Das profissões que você conhece, qual é a mais valorizada pela sociedade atual?

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4- Que característica (qualidade), você atribui as personagens:

a- Formiga

b- Cigarra

5- Com quem você compara a formiga má nos dias de hoje?

6- Relacione a primeira coluna com a segunda:

(1) Fábulas ( ) História Infantil

(2) Branca de Neve ( ) Narrativa com fundo moral

(3) A Cigarra e a Formiga ( ) Monteiro Lobato

(4) Sitio do Pica pau Amarelo ( ) Esopo

(5) A Cigarra e as Formigas ( ) La Fontaine

07- Escreva (V) para verdadeiro e (F) para falso.

a- ( ) A fábula é uma narrativa, isto é, um tipo de texto que conta uma história.

c- ( ) Os fabulistas mais antigos são Monteiro Lobato e Millôr Fernandes.

d- ( ) As personagens de uma fábula podem ser animais e pessoas.

e- ( ) A estrutura da fábula tem servido a muitas versões e reescrituras, muitas dela

com a intenção humorística.

f- ( ) Esopo era um príncipe grego e escreveu várias fábulas.

g- ( ) Jean de La Fontaine foi um fabulista antigo.

7- Compare as atitudes das formigas no textos 1, com a formiga no texto 4.

8- Pinte no texto 2, os trechos da fala do narrador de azul, de amarelo os trechos da

fala da cigarra, e de vermelho as falas da formiga.

Mais Fábulas

Professor (a), aqui se propõe atividades em grupo. O professor deverá levar

várias fábulas para a sala de aula como por exemplo: O lobo e o cão, A Coruja e a

Águia, O pastor e o Leão, O Sabiá e o Urubu, O Lobo e o Cordeiro, O Cavalo e o Burro,

O Pescador e o peixinho, O Cão e a Sombra, entre outros.

As Fábulas citadas encontram-se no site abaixo:

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http:\\www.contandohistória.com.fábulas.

Após a leitura das fábulas nos grupos, algumas serão selecionadas para a

representação, é importante que o professor trabalhe a encenação das mesmas para que

os alunos apresentem para os colegas.

Poderá ser feito um trabalho interdisciplinar, com o professor de Artes, para ser

representado para a escola.(dramatização, dança, mímica, paródia, poema, música)

Ao Professor: Deixe que os alunos criem seus próprios textos a partir dos textos

trabalhados.

Atividades

Produção de texto escrito:

Das fábulas lidas e encenadas o aluno irá produzir sua própria fábula e entregar

ao professor de sala. Para isso:

-Pense em um ou dois animais que representarão características marcantes de

determinado tipos de pessoas (mentirosas, vaidosas, convencidas, egoístas, falsas,

prepotentes);

-Resolva como será o desfecho da história;

-utilize diálogos;

-Encerre a fábula com uma moral, de acordo com a história que contou.

Produza uma primeira versão e recolha-as. Numa outra oportunidade ele irá

reestruturar o seu próprio texto. Será feita a leitura das fábulas reescritas, que serão

observadas as características de fábulas.

No decorrer do trabalho os alunos serão orientados quanto aos sinais de

pontuação, ortografia, concordância nominal e verbal, etc

A segunda produção (reescrita da primeira), o professor observará através da

leitura dos textos se nos mesmos há características essenciais de uma fábula, levando o

aluno a analisar seu texto quanto ao uso da norma padrão. Este é o momento em que o

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professor deverá acompanhar as produções dos alunos fazendo as observação

necessárias.

Na terceira e última produção, (já com as correções concluídas), as mesmos

deverão ser entregues para digitação.

Após o resultado final, os textos da turma poderão ser encadernados e

apresentados para a comunidade escolar num momento solene.

Um reunião de pais por exemplo, Semana Cultural e depois destes

procedimentos, os livros ficarão na biblioteca, para que outros autores conheçam o

trabalho da turma e também sintam-se motivados a leitura e produção de Fábulas.

CONCLUSÃO

Este Material Didático, apresentando estudo do gênero Fábula, foi elaborado

para alunos do Ensino Fundamental, quinta serie, com o objetivo de conhecer e

compreender esse gênero, de maneira prazerosa e dinâmica, usando o laboratório de

informática, adquirindo conhecimento dessa nova tecnologia, pois através das fábulas,

tirar conclusões próprias de situações do mundo real, adquirindo valores humanos, para

exemplo de vida, sendo que as Fábulas apresentam histórias de cunho moral que

refletem atitudes boas e más através de seus personagens.

Também favorece o professor, no trabalho com a língua e seus diversos usos,

por ser uma linguagem de fácil entendimento, bem acessível ao público infanto-juvenil.

A conclusão final deste estudo será pautada no final deste projeto, com o artigo final,

onde será analisada e registrada a aprendizagem do aluno.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

-BAKHTIN, M. –A estética da criação verbal. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes,

1997.

- CEGALLA, D. P. Dicionário Escolar. Língua Portuguesa. São Paulo. Nacional, 2005.

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- COURTNEY, Richard. Jogo, teatro- Pensamento, 2ª edição. São Paulo: Perspectiva,

-DIRETRIZES CURRICULARES DO ESTADO DO PARANÁ.

-ESOPO. Fábulas Completas (tradução de Neide Smolka) São Paulo, Moderna, 1994.

2003.

-FERNANDES, Monica Terezinha Ottoboni Sucar. Trabalhando com o Gênero do

Discurso:narrar: fábula.São Paulo: FTD, 2001

KIRIPUS, G. Formigarra e Cigamiga. São Paulo: Braga, 1993.

-LA FONTAINE- Fábulas de La Fontaine (Tradução Bocage). Rio de Janeiro – Brasil

América.1985.

-LOBATO, Monteiro. Fábulas. São Paulo: Circulo do livro, s.d.