esta igreja me salvou

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  • 7/29/2019 Esta Igreja Me Salvou

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    Esta igreja me salvou!Acontecimento de 1972

    em Capo da Canoa.

    Templo da IECLB em Capo da Canoa.

    Elio Eugenio Mller

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    de Elio Eugenio Mller, 1972.

    (Reviso em 2012,com atualizao de dados

    sobre Capo da Canoa.

    [email protected].

    Reservados todos os direitos ao autor

    Reviso:Doris Bobsin Mller

    CAPA:Mostrando o templo da Comunidade da IECLB em Capo da Canoa.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    Histricode

    Capo da Canoa

    Conforme pesquisas que realizamos, a praia hoje conhecida por Capoda Canoa floresceu por volta de 1900 com o nome de Arroio da Pescaria.

    O nome Arroio da Pescaria originou-se de um pequeno crregolocalizado prximo ao mar, onde ranchos de pescadores comearam a serconstrudos.

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    Por volta de 1920, comearam a chegar os primeiros veranistasprocedentes de Porto Alegre e da serra gacha, de Caxias do Sul, Canela eGramado.

    Os maiores frequentadores foram descendentes de imigrantes alemes

    e italianos.

    . O nome de Arroio da Pescaria comeou a desaparecer somente depoisde 1940, e prevaleceu a nova denominao de Capo da Canoa.

    Capo da Canoa era quase que insignificante pois desde 1933 pertenciaa Cornlios, Sexto Distrito de Osrio.

    Em 1952, a sede do Sexto Distrito de Osrio, foi tirada de Cornlios etransferida para Capo da Canoa.

    A emancipao do municpio de Capo da Canoa ocorreu em 1982, pelaLei 7 638, de 12 de abril daquele ano e a posse do primeiro prefeito foi em 31de janeiro de 1983.

    Por ocasio da emancipao o municpio de Capo da Canoa contavacom 23 balnerios, possuindo trinta quilmetros de orla martima.

    Veranistas em Capo da Canoa h mais de meio sculo.

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    Ataque ao nosso templo da IECLB

    em Capo da Canoa.

    No ano de 1972, portanto h mais de 40 anos passados, eu estava em

    meu escritrio quando fui chamado para atender um visitante, que viera de

    carro, e parara diante da casa pastoral.

    O visitante falou: - Aqui estou a mando do Sr. Egon Birlem. Ele solicita

    que, se o senhor puder, me acompanhe, com toda a urgncia possivel, at

    Capo da Canoa pois o vosso templo sofreu um ataque. Um jovem que mais

    perece um doido fez algum estrago, mas conseguimos cont-lo.

    Orientei o visitante, pedindo: - V retornando para Capo da Canoa e

    diga ao Sr. Egon Birlem de que j estou indo at l, no Fusca da Comunidade.

    Quando cheguei diante do nosso templo da IECLB em Capo da Canoa,

    pude constatar que o Sr. Egon Birlem j havia tomado as providncias normais

    e cabveis para tal situao.

    Policiais haviam sido chamados e estavam fazendo um levantamento da

    situao e, de modo especial, fazendo a identificao do jovem que felizmente

    portava documentos.

    O prprio delegado tambm comparecera, certamente em ateno ao

    Sr. Egon Birlem, que era integrante de uma famlia j tradicional e respeitada

    na localidade. O delegado veio ao meu encontro em companhia de Hans

    Birlem e me convidou a acompanh-lo at a porta do templo.

    Um policial fez, seguir, um breve resumo da ocorrncia. Em seguida o

    delegado perguntou: - Preciso saber o que os senhores decidem fazer.

    Existem dois caminhos a seguir. Um deles a priso em flagrante, desse

    jovem infrator e a feitura do devido registro da ocorrncia com uma queixa

    formal, a ser assinada pelos senhores. Outra medida de os senhores

    aguardarem a chegada do pai deste jovem para estabelecerem com ele algum

    entendimento. Neste caso no preciso que necessariamente faamos a

    priso deste jovem. De igual modo, em caso de um entendimento os senhores

    no precisam, caso no desejarem, de solicitar o registro da ocorrncia e da

    queixa, contra ele, de estragos causados.

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    O relato do Sr. Egon Birlem.Egon Birlem e eu seguimos at o interior do templo. Ele mostrou-me osestragos feitos pelo jovem e prometeu enviar-me fotos que um fotgrafo local

    havia batido. Depois passou a fazer uma explanao sobre o ocorrido.

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    Egon explicou que, enquanto procuravam conter o jovem, lembrou-se de

    enviar alguem at Itati para chamar o pastor e se possvel traz-lo at o templo

    para ajudar no tocante aos procedimentos cabveis para o caso.

    Egon explicou que, quando o jovem viu que eles se aproximavam para

    cont-lo, este levantou o brao sinalizando que se renderia pacificamente.

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    Egon explicou ainda que, quando o jovem se sentiu agarrado pelos

    braos fortes dos captores, passou a debater-se novamente, mostrando uma

    fora descomunal, talvez aumentada pelo efeito de alcool e drogas ingeridos.

    Decidiram ento amarr-lo com cordas que alguem do meio da multido

    lhes jogara.

    Foi somente aps dominarem o jovem, impedindo-o de continuar na

    depredao do interior do templo, que Egon Birlem e demais, decidiram sepor chamar a polcia.

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    Egon explicou que primeiro chegaram dois policiais que assumiram o

    aprisionamento do jovem, soltando-o das cordas, mas colocando-lhe algemas,

    por simples precauo de segurana, pois o mesmo continuava se debatendo

    muito.

    Egon terminou o relato dizendo que meia hora aps, at o prprio

    delegado tambm comparecera ao local e em seguida o pastor j havia

    chegado.

    A primeira coisa que fiz, depois do relato de Egon Birlem foi de ver o

    jovem, que, a certa distncia era segurado por dois policiais. Porm agora o

    jovem me parecia aparentemente calmo e no, me olhando com tranquilidade.

    Egon Birlem e eu confabulamos por alguns instantes e ambos

    conclumos que a nossa opo era de aguardar pelo pai do jovem e com a

    disposio para estabelecer com ele um entendimento amigavel

    Em virtude disso retornamos at o local onde o delegado aguardava por

    ns e pela nossa deciso.

    Comunicamos que no faramos registro da ocorrncia na delegacia de

    polcia pois desejvamos confiar na possibilidade de um entendimento com o

    pai do jovem.

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    O Delegado elogiou a nossa deciso e, em seguida, agradeceu e

    despediu-se, dizendo que precisava retornar Delegacia onde outros casos

    esperavam por sua presena.

    No entanto dois policiais permaneceram conosco, aguardando pelo pai

    do jovem que prometera comparecer em questo de horas, pois que j vinha

    de carro, de Porto Alegre.

    Vendo que o delegado se deslocava at a viatura da Delegacia, pedi ao

    Egon Birlem para tambm retornar at Itati, pois que eu ainda teria uma

    reunio de estudo bblico naquela noite.

    Falei para o Egon: - Permita que eu deixe este problema contigo, pois

    constatei que vocs teriam resolvido tudo mesmo sem o meu comparecimento.

    Caso desejares busque o Hans Birlem, nosso presidente da Comunidade deCapo da Canoa e, se achares conveniente, chame tambm o Otaclio Becker,

    para que participem dos acertos a serem feitos com o pai deste jovem.

    Entrei no meu Fusca e retornei a Itati.

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    Um novo encontro do jovemcom a Igreja.

    Aproximadamente quinze dias aps o ocorrido, o jovem, em companhia

    do pai e outros familiares, compareceu outra vez diante do templo, conforme

    solicitao que fizera.

    O jovem estrava bastante mudado e revelava tranquilidade, mostrando

    uma boa aparncia fisionmica. Em nada lembrava aquele jovem transtornado

    e, dopado por cachaa e drogas.

    O jovem falou: Enquanto eu viver no esquecerei que esta igreja me

    salvou.

    O jovem enquanto falava me observava com insistncia como que

    esperando por algum sinal de que o assunto era do meu intersse.

    Apenas sussurei: - Estou escutando. Fale pois que me interessa muito

    saber um pouco mais sobre a tua experincia, dentro do nosso templo.

    O jovem ento continuou?Naquele dia tenebroso depois de receber ofora de minha namorada eu havia resolvido acabar com a minha vida. Primeiro

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    fui beber whisky e fumar uma droga, para me dar coragem. Quando decidi ir

    at o mar para me afogar, eu ainda sabia bem o que eu estava fazendo pois a

    bebida no me tirara a capacidade de correr, de gritar e buscar pelas ondas do

    mar. Eu queria morrer nas guas do mar. Porm, quando eu sa de casa,

    deparei com esta praa onde tinha um trilho pelo qual tantas vezes j

    caminhara para ir me largar e me deliciar com as ondas do mar. Mas eu nunca

    havia prestado ateno para esta igreja, que agora me parecia enorme. Pensei

    < Por que Deus no me ajuda! >. Com este pensamento mudei o rumo daminha corrida e me joguei de encontro porta do templo, que me parecia ser

    bem resistente. Entretanto, para o meu espanto, a porta logo se abriu com o

    esbarro. Com certeza ela no havia sido fechada corretamente. A fresta da

    porta que se abriu parecia agora querer me sugar para o interior da igreja, Uma

    vez dentro, segui direto at o altar. Rasguei primeiro um monte de livrinhos

    pequenos. Depois bati nos castiais com velas, que se partiram e voaram

    longe. Fiquei ento diante de uma Bblia grande e a olhei demoradamente.Depois disso no recordo mais direito o que foi que eu fiz. Lembro vagamente

    que eu gritava bem alto, chamando pelo nome de Deus. Eu gritava: Foi ento que eu vi dois homens fortes caminhando

    em minha direo. Fugi deles e fui derrubando bancos da igreja e rasgando os

    livros que eu ainda encontrasse diante de mim. Mas os dois foram me

    cercando e, de repente, me seguraram e me deixaram imobilizado. Pegaram

    at cordas para me amarrar. Depois disso ainda chamaram a polcia que me

    desamarrou mas me algemaram. Finalmente veio o meu pai e ele conversou

    com os homens da igreja e conseguiu fazer um acerto com eles e assimconseguiu me levar para casa, sem enfrantar uma priso.

    Os pais deste jovem cumpriram o acerto feito com o Sr. Hans Birlem.

    Eles tiveram uma despesa superior a tres mil cruzeiros, na compra de 30

    hinrios, um livro de notas musicais do harmnio, o concerto da tampa do altar

    e de diversos bancos, a compra de dois castiais e velas e a pintura da parede

    atrs do altar, manchada de sangue.

    Propositalmente no anotamos, em nossos registros da Parquia, o

    nome deste pai e nem deste jovem. Apenas registramos o caso, para servir

    como ensinamento e para nos lembrar sempre sobre a importncia da ateno

    que devemos oferecer aos nossos jovens.

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    Recorte de um registro:

    Registro do ano de 1972 conforme o fiz em 1972.

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    Sobre o autor:(Estas informaes foram atualizadas).

    ELIO EUGENIO MLLER

    Dados biogrficos

    Nasceu em Panambl - RS no dia 12/11/1944,filho de Arthur Theodoro Mller e Hilda Mller

    irmo de Armindo, Arry, Dulce e Waldemar..

    Casado com Doris (Voges) Bobsin Mller.

    Tiveram os filhos Carlos Augusto e Cristiane.

    Possui morada no histrico "Stio da Figueira,

    em Itati - RS.

    Dados profissionais:Pastor Luterano da lECLB,

    Coronel Capelo R/1 do

    Exrcito Brasileiro,

    e escritor.

    Atividade literria:Membro da Academia Virtual Brasileira

    de Letras AVBL.

    Ocupa a cadeira 211 da Academia de Letras dos

    Municpios do Rio Grande do Sul ALMURS.

    Scio dos Instituto Histrico e Geogrfico

    do Paran IHGP.

    Scio do Instituto Genealgico

    do Rio Grande do Sul INGERS.

    Membro do Centro de Letras do Paran,

    em Curitiba PR.