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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
CULTIVO DE HORTA UMA ALTERNATIVA NA ESCOLA
Jacarezinho – 2009
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CULTIVO DE HORTA, UMA ALTERNATIVA NA ESCOLA
Dulce de Andrade 1 Prof.ª. Maria das Graças Neves Correa 2
Resumo : Este trabalho pretende mostrar a importância da implantação de hortas nas escolas, é um projeto que pode ser realizado tanto nas escolas que possuem um terreno disponível como nas que não possuem, pois os alunos poderão produzir canteiros com materiais recicláveis. Têm conhecimentos através de estudos realizados, que a alimentação dos brasileiros contém pouquíssimos nutrientes. É o caso das vitaminas D e E, que são encontradas naturalmente nos alimentos. A ausência desses dois nutrientes provoca problemas graves de saúde, como osteoporose, doenças cardiovasculares, diabetes e câncer. Portanto, o foco principal deste é demonstrar que trabalhar com horta escolar é levar as crianças a terem uma alimentação saudável e trabalhar coletivamente. Para esse fim, poderíamos plantar tantas variedades de plantas possíveis. Aprender a comer comida saudável é apenas um dos muitos temas que precisam ser trabalhados. A chave para o desenvolvimento das crianças e dos seus meios de vidas futuras, são, uma nutrição adequada e uma boa educação. Estas prioridades estão refletidas no primeiro e no segundo desenvolvimento deste Milênio. As crianças que vão para a escola com fome não podem aprender bem. Sendo assim, foi elaborado este projeto. Palavras – chave: Horta na escola;Trabalho coletivo; Alimentação saudável.
1 Professora QPM e aluna do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, Universidade Estadual doNorte do
Paraná - e-mail: [email protected] 2 Professora orientadora do Programa de Desenvolvimento Educacional, UENP- Campus de Jacarezinho, Mestre em Química aplicada pela Universidade Estadual de Maringá, UEM
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Abstract: This study aims to show the importance of vegetable gardens in schools, is a project that can be done in schools that have a ground available as those that do not have, because students can produce plots of recyclable materials. We have knowledge through studies, that the power of Brazilians contains very few nutrients. This is the case of vitamins D and E, which are found naturally in foods. The absence of these two nutrients causes serious health problems such as osteoporosis, cardiovascular diseases, diabetes and cancer. Therefore, the main focus of this show that is working with school garden is to take the children to have a healthy diet and working collectively. To this end, we could plant as many varieties of plants possible. Learning to eat healthy food is just one of many issues that need to be worked out. The key to the development of children and their means of future lives, are adequate nutrition and a good education. These priorities are reflected in the first and second development of this millennium. Children who go to school hungry can not learn well. Therefore, we developed this project. Keywords: Horta in school; Collective work; Healthy eating.
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1. Introdução
Os investimentos em nutrição e educação são essenciais para romper o ciclo da
pobreza e da desnutrição. A FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação), acredita que as escolas podem fazer uma contribuição importante para os
esforços dos países para superar a fome e a desnutrição, e que as hortas nas escolas
podem contribuir para isto, tanto para as crianças e para suas famílias, nas zonas rurais e
urbanas. Neste sentido, é importante ressaltar que as hortas escolares são uma
plataforma para o aprendizado. Elas não devem ser consideradas como fontes de
alimentos a granel ou de rendimento, mas sim como um caminho para uma melhor
nutrição e educação.
Para (TURANO, 1990). A escola é indiscutivelmente o melhor agente para
promover a educação alimentar, uma vez que é na infância e na adolescência que se
fixam atitudes e práticas alimentares difíceis de modificar na idade adulta.
A FAO incentiva as escolas a criar hortas de aprendizagem de tamanho moderado,
que pode ser facilmente gerido por estudantes, professores e pais, mas que incluem uma
variedade de vegetais e frutos nutritivos. E que utilizem métodos de produção que sejam
simples para que possam ser facilmente replicado por alunos e pais em suas casas.
A finalidade da educação alimentar é transformar o alimento em um
instrumento pedagógico, transpondo os limites do ato alimentar, fazendo com que este se
transforme em um ponto de partida para novas descobertas (CASTRO, 1985).
Os sistemas alimentares são um conceito unificador. A experiência promove o
social, o ambiental e o bem-estar físico da comunidade escolar e promove uma melhor
compreensão de como o mundo natural nos sustenta. O Trabalho com as hortas abrem o
caminho para a troca de conhecimentos e experiências entre a escola e a comunidade.
Nutrição diz respeito também ao mundo desenvolvido e ao mundo em
desenvolvimento, que compartilham muitos problemas alimentares.
Por exemplo, a necessidade de mudar a percepção dos conhecimentos e dos
benefícios que os produtos hortícolas nos traz e para saber como eles são melhores
cultivados e colhidos e para serem preparados e consumidos pela comunidade.
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Esta atividade, de trabalhar a terra pode exigir uma boa quantidade de esforço, no
entanto, é ao ar livre sendo assim prazerosa. Produzir flores e vegetais, é parte
importante da educação de um aluno de ciências. Ele pode estudar o solo, o processo de
plantio, o crescimento e a vida de uma planta, bem como os efeitos do tempo na
natureza.
A horta na escola precisa da parceria da comunidade. O investimento comunitário e
o espírito de cooperação desempenham um papel fundamental na manutenção das hortas
escolares.
2. Horta escolar: educação ambiental e alimentar
A escola é o espaço social e o local onde o aluno dará seqüência ao seu processo
de socialização. O que nela se faz se diz e se valoriza representa um exemplo daquilo
que a sociedade deseja e aprova. Comportamentos ambientalmente corretos devem ser
aprendidos na prática, no cotidiano da vida escolar, contribuindo para a formação de
cidadãos responsáveis.(GUIMARÃES, 2003)
Para REIGOTA (1995), a Educação Ambiental não deixa de ser
educação política, no sentido de que ela reivindica e prepara o cidadão para exigir justiça
social, cidadania nacional e planetária, autogestão e ética nas relações sociais e com a
natureza; ela tende a questionar, entre outras coisas, o próprio conceito de educação
vigente, exigindo-a, por princípio, criativa, inovadora e crítica.
Considerando a importância da temática ambiental e a visão integrada do mundo,
no tempo e no espaço, a escola deverá oferecer meios efetivos para que cada aluno
compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua conseqüência para
consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos e o ambiente. É
fundamental que cada
aluno desenvolva as suas potencialidades e adote posturas pessoais e comportamentos
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sociais construtivos, colaborando para a construção de uma sociedade socialmente justa,
em um ambiente saudável.3
O consumismo da sociedade moderna ocasionou um desequilíbrio ambiental
irreparável, necessitamos mudar nosso estilo de vida, comprarmos o que for realmente
necessário, optarmos pela reciclagem, poupando assim a natureza, devemos
conscientizar nossos alunos que os danos causados ao meio ambiente, são praticamente
irreversíveis, e um bom meio de fazermos isto é fazer com ele tenha contato com a terra,
conheça as variedades de solo, qual é o mais fértil.
Quanto a fertilidade, o solo torna-se fértil quando:
• Está coberto por palha ou por folhas que podem ser misturados no solo ou estar
sobre ele. A terra coberta protege o solo contra os processos de erosão e de
secagem, além de aumentar a população das minhocas e de microrganismos que
aceleram o processo de transformar a matéria orgânica em nutrientes disponíveis
aos outras plantas.
• É adubado com a poda de plantas leguminosas (Adubação Verde). Pois, ao serem
cortadas no auge da sua florada, elas liberam o nitrogênio acumulado em suas
raízes durante todo o seu crescimento. O nitrogênio é fundamental para o
crescimento e saúde de todas as plantas.
• É adubado por composto orgânico feito da combinação de matéria orgânica com
esterco de animais.
• É adubado pelo esterco decorrente da presença de animais e insetos.
• É cultivado por diferentes espécies capazes de gerar alta biodiversidade.
• É feito um rodízio de cultivos de policulturas.
• Sua acidez é corrigida com calcário dolomítico (pedra moída).
E Também como podemos protegê-lo da erosão.4
Que conheça as variedades de sementes, e os benefícios que os legumes, as
frutas, as leguminosas, os cereais, as especiarias e ervas aromáticas, proporcionam ao
nosso organismo; que plante, zele e colha produtos saudáveis sem agrotóxicos, pois
estes farão parte da merenda escolar, precisamos que seja disseminador dos
conhecimentos adquiridos.
3 http://www.apromac.org.br/ea005.htm, acessado em 22-02-2011. 4 http://www.vidadeclaraluz.com.br/sitio/horta.asp. Acessado em 23/02/2011.
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Devemos conscientizá-lo que as frutas e os vegetais fornecem muitas vitaminas e
minerais essenciais. Além disso, um maior consumo de frutas e hortaliças estão
associados a uma vida mais saudável, incluindo menores riscos de câncer e doença
cardíaca coronária. Recomenda-se que as crianças comam cinco frutas e legumes por
dia.(CASTRO, 1985)
3. Benefícios da horta na escola
Escolas estão redescobrindo jardinagem e a horta escolar como uma ferramenta
para trabalhos manuais, aprendizagem centrada no estudante. Alguns dos benefícios:
• Abordar vários estilos de aprendizagem
• Melhoria de atitudes ambientais
• Promoção de uma boa nutrição
• Aumento da atividade física
• Ensino de paciência e responsabilidade
• Ensinar os alunos a trabalhar cooperativamente
• Melhoria de habilidades sociais
• Apoiar a educação interdisciplinar
• Aumento da auto estima
Como as crianças passam um bom tempo no ambiente escolar, as escolas têm a
oportunidade de desempenhar um papel importante na adoção de hábitos saudáveis de
vida. Há muitas maneiras de os professores apresentarem a educação nutricional, e a
horta escolar fornece uma maneira divertida e interativa para ensinar e aprender esses
hábitos.
As crianças se animam em comer frutas e legumes que elas próprias plantaram.
Eles podem ter a oportunidade de praticar a preparar alimentos nutritivos que foram
colhidos por eles e de experimentar novos variedades dos mesmos para expandir suas
dietas.
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Cada escola pode criar sua horta para atender suas próprias necessidades e
objetivos produzindo benefícios variados.
4. Nutrição
A Nutrição sempre desempenhou um papel importante na vida de uma criança por
causa do impacto que pode ter sobre o crescimento, o desenvolvimento e a capacidade
de aprender. Uma criança que não receber uma nutrição adequada não irá atingir o
potencial máximo tanto como físico e como mental. (CALIL,1999).
A maioria dos indivíduos estabelecem seus alimentos pessoais e hábitos de
exercício nos primeiros 10 a 15 anos de vida, por isso, é importante introduzir mensagens
positivas nutricionais precoce. A capacidade de escolher dieta nutritiva não é instintiva,
mas uma habilidade que se aprende com a experiência e seu entorno. Modelos
adequados de educação e de papel são críticos.(IRALA/FERNANDEZ, 2001)
Segue: Algumas sugestões para trabalhar interdisciplinarmente a horta escolar:
1. História: alterações dos meios de produção agrícola, revolução agrícola, agricultura
familiar.
2. Geografia: alterações do ambiente pelas ações antrópicas; tipos de solo,
desertificação; impactos das culturas.
3. Artes: sugerir pesquisa sobre artistas que expressaram os acontecimentos
agrícolas ou a natureza por meios de seus trabalhos (Arcimboldo, Van Gogh, por
exemplo).
4. Matemática: Geometria, consumo de água (pegada ecológica), produtividade
(pesos e medidas), proporções utilizando as receitas culinárias.
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5. Química: pH do solo, decomposição da matéria orgânica, fotossíntese.
6. Física: princípio de Arquimedes aplicados em vasos comunicantes (utilização do
tensiômetro), calor, umidade.
7. Educação Religiosa: religiões que cultuam a natureza.
1. Língua Portuguesa: realização de um portfólio com dados contendo: nome do
vegetal, tempo de germinação, hábitos do vegetal (sol, sombra, trepadeira, rasteira,
aérea etc), utilização medicinal e culinária, e receitas.
2. Biologia/Ciências: Ecologia Geral, impactos da agricultura, desertificação, e
classificação dos reinos.5
5. Metodologia
Através de questionários, a seguir abaixo, tivemos uma ideia sobre os hábitos
alimentares de nossos alunos, o que contribuiu muito na interpretação dos resultados e na
construção de conceitos significativos, podendo assim colocar em prática nosso projeto.
O trabalho foi realizado com as turmas das 5ªs séries do Colégio Estadual Maria
Dalila Pinto – EFM. Santo Antônio da Platina – Pr.
Poesia - A roda dos alimentos
[...]
De tudo vou comer!
5 http://biosferams.org/2010/08/horta-escolar/, acessado em 23/02/2011.
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6. Considerações Finais
Horta na escola aumenta a auto-estima e ajuda os alunos a desenvolver um
sentimento de posse responsabilidade, ajuda a fomentar as relações com os professores
com a família e amigos.
Os alunos tendem a aprender mais e melhor quando estão
participando desta ativamente extra classe, trabalhar a terra, no processo de
aprendizagem.
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Em um projeto que envolve a integração da nutrição e jardinagem
entre os alunos, os resultados podem ir além de uma compreensão de uma boa nutrição e
da origem dos alimentos in natura.
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O projeto horta escolar bem executado pode levar os estudantes a ganharem mais
atitudes positivas sobre as questões ambientais, ecologia e jardinagem.
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Ele pode proporcionar um ambiente no qual os alunos podem aprender a trabalhar
com professores, pais e voluntários da vizinhança residente, aprendendo a relação entre
as pessoas e as plantas. As aulas que são ministradas no local limitadas somente pela
criatividade é um tipo especial de centro de aprendizagem. Como as bibliotecas, eles
precisam de pessoas responsáveis e bem informados para fazer todos os trabalhos
necessários à sua manutenção como lugares funcionais em que as alunos vão aprender.
Eles devem ser vistos como adições permanentes e deve ser utilizado durante todo o ano.
O emprego das atividades experimentais constitui um auxílio didático capaz de
aperfeiçoar o envolvimento do aluno. Deste modo, se bem desenvolvido, trabalhado e
executado, esse recurso pode dar chance para o aluno refletir e explorar o seu potencial
cognitivo possibilizando uma aprendizagem potencialmente
significativa.
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A participação dos alunos e da cominidade escolar, foi excelente, eles tiveram um
bom desempenho e aprederam a cultivar a terra e a produzir alimentos sem defencivos
agrícolas e agrotóxicos, prejudiciais a saúde, a fauna e a flora.
7. Referências Bibliográficas
APROMAC. http://www.apromac.org.br/ea005.htm, acessado em 22-02-2011.
BIOSFERA. http://biosferams.org/2010/08/horta-escolar, acessado em 23-02-2011.
CALIL, R. M.; AGUIAR, J. Nutrição e Administração nos Serviços de Alimentaçã o
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Escolar . São Paulo: Marco Marcovitch, 1999. 80 p.
CASTRO, C. M.; COIMBRA, M. O Problema Alimentar no Brasil . São Paulo: UNICAMP
– ALMED, 1985. 213p.
DIAS, A. A.; MORAES M. B. S.; FARIA M. F.; FRITZEN, N.; A Organização do
Espaço com a Cosntrução de uma Horta Lúdica . Florianópolis, 2004. 130f. (Trabalho
de Conclusão do Curso de Pedagogia em Educação Infantil) – Centro de Educação a
Distância, UDESC, 2004.
GUIMARÃES, Mauro. A Dimensão Ambiental na Educação . Ed. Papirus, Campinas, SP,
2003. Col. Magistério formação e trabalho pedagógico, p.107.
GONÇALVES, F. P.; GALIAZZI, M. do C. A natureza das atividades experimentais no
ensino de Ciências : um programa de pesquisa educativa nos cursos de licenciatura.
IRALA, C. H.; FERNANDEZ, P. M. Manual para Escolas - A Escola promovendo
hábitos alimentares saudáveis. Brasília, 2001.
VIDA DE CLARA LUZ. http://www.vidadeclaraluz.com.br/sitio/horta.asp. Acessado em
23/02/2011.