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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

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GOVERNO DO PARANÁ

SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

MARIA DE LOURDES SANTANA

UTILIZAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS SOBRE SUPLEMENTAÇÃO ALIMENTAR NA CONTEXTUALIZAÇÃO DE CONCEITOS QUÍMICOS

Trabalho apresentado à Secretaria de Estado da Educação, referente à conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, turma 2009; sob orientação da Profª Drª Sônia Regina Giancolli Barreto, do Departamento de Química da Universidade Estadual de Londrina.

Rolândia – Pr 2011

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A UTILIZAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS SOBRE SUPLEMENTAÇÃO

ALIMENTAR NA CONTEXTUALIZAÇÃO DE CONCEITOS QUÍMICOS

Maria de Lourdes Santana1

Sônia Regina Giancolli Barreto2

RESUMO

O presente estudo destaca a valorização do processo ensino e aprendizagem, enfatizando os elementos químicos, suplementação alimentar e contextualização em um artigo científico. O objetivo deste estudo foi aplicar diferentes estratégias metodológicas para desenvolver os conteúdos Estruturantes – Matéria e sua Natureza aos estudantes do Ensino Médio por Blocos de Disciplinas, no intuito de retomar os conceitos científicos na construção do saber. Dentre as estratégias metodológicas, destacamos a leitura de artigos científicos e bulas de medicamentos, construção de mapas conceituais na distribuição hierárquica, pautadas na contextualização, buscando sempre a inter-relação entre conceitos do cotidiano com conceitos científicos, cujo objetivo é exercitar e estimular o raciocínio, permitindo uma maior organização de informações, criando oportunidades de compreensão na construção do conhecimento. A análise dos resultados demonstrou que os alunos assimilaram e conseguiram relacionar os conteúdos estudados a sua realidade cotidiana, dando sentido no seu aprendizado.

Palavras-chave: Elementos Químicos; Suplementação Alimentar. Contextualização. Ensino de Química. ABSTRACT

The present study the importance of the teaching and learning process, emphasizing the chemical elements, food supplementation and contextualization in a scientific article. The aim of this study was to apply different methods for strategies in order to develop the structural content - Matter and its nature of high school students (Blocks subjects) regain scientific concepts for the building of knowledge. Among the methodological strategies we used the reading of scientific articles, medical recipes, drawing of conceptual maps based on the context, always finding the interrelation between the everyday scientific concepts that have the main objective to practice and stimulate reasoning, allowing a better organization, of information, creating

1 Professora, especialista em Química pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Arapongas. Participante do Programa de Desenvolvimento Educacional – 2009/2011 – SEED/PR. 2 Professora, Doutora em Ciências, Departamento de Química, Universidade Estadual de Londrina.

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opportunities for the comprehension in the building of knowledge. The analysis of the results showed that the students were able to absorb and relate the studied contents within their everyday reality, giving meaning and stimulating their learning. Key-words: Chemical Elements; Supplementary Feeding; Context; Teaching of

Chemistry. 1 INTRODUÇÃO

Em todas as áreas do conhecimento humano, no séc. XX uma das

que mais se destacou quanto à evolução e descoberta foi à química, relacionando a

vida e a saúde.

Associado a isso, tem-se que os alimentos representam uma das

principais necessidades para o homem, visto que saúde humana é preservada com

a alimentação, pois esta colabora para a prevenção de doenças, e torna a vida mais

saudável. Dos 92 elementos químicos existentes na natureza, cerca de trinta são

necessários para os seres vivos e entram na composição do corpo humano. Cabe

ao ser humano usufruir desses elementos químicos essenciais à saúde e ao bem

estar físico, mental e social do organismo.

O ensino de Química possibilita ao estudante o desenvolvimento da

visão crítica do universo que o cerca, isto é, desenvolve a capacidade de analisar,

compreender e utilizar esses conhecimentos no cotidiano, tendo condições de

perceber e interferir em sua qualidade de vida, por intermédio de construções

contínuas do conhecimento.

Neste contexto, o professor deve ensinar o educando a navegar nas

informações adquiridas, buscando soluções para situações e problemas, obtendo

um saber mais amplo que o do senso comum, e assumindo a função de responder

às questões e aos interesses da sociedade na qual está inserido. A Química, como

parte da educação científica e geral do cidadão, é fundamental para torná-lo capaz

de interpretar o mundo e compreender a relação do homem com o meio em que vive

aprender a ler os conceitos científicos e relacionar aos conceitos cotidianos.

Em nossa sociedade, o que se espera do estudo da disciplina de

química é que a mesma, possibilite ao estudante o desenvolvimento de uma visão

critica, possibilitando analisar, criticar, experimentar e utilizar esses conhecimentos

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em seu dia a dia, tendo condições de perceber, identificar, interferir em situações

que contribuam para sua qualidade de vida.

Para Oliveira (2001)3,

Os conceitos científicos devem contribuir para a formação do sujeito que compreende e questiona a ciência do seu tempo. O processo é planejado, organizado e dirigido pelo professor, numa relação dialógica, em que a aprendizagem e os conceitos químicos aconteçam por meio do contato do aluno com o objeto de estudo da Química para organizar esses conceitos.

Os conceitos, quando trabalhados, dependem dos objetivos

vinculados ao nível de aprendizagem dos estudantes e de seu aprofundamento com

o ensino contínuo na vivência dos alunos, levando-os a relacionar com os conceitos

do dia-a-dia. Desta forma, os alunos se sentem motivados, ampliando seus

horizontes culturais e sociais.

―Acredita-se numa abordagem de ensino de Química voltada à

construção e reconstrução de significados dos conceitos científicos nas atividades

em sala de aula‖ (MALDANER, 2003, p.144)4. Assim, o ensino de Química, na

perspectiva conceitual, retoma a cada passo o conceito estudado, na intenção de

construí-lo com a ajuda de outros conceitos envolvidos, dando-lhe significado em

diferentes contextos.

Entre as várias atividades desenvolvidas no processo ensino e

aprendizagem que proporcionam melhoria no aprendizado estão os mapas

conceituais, que são explorados de maneira alternativa para obter informações, pois

é uma forma de exercitar, estimular o raciocínio, permitindo uma maior organização

de informações, que leva o aluno a um maior envolvimento na aprendizagem, pois o

estudante constrói representações e elabora suas próprias conclusões,

potencializando os conceitos no processo ensino aprendizagem.

Para Lima (2004)5 o mapa conceitual é:

3 OLIVEIRA, R. J. De Reflexões sobre a técnica, a ética e a educação no mundo de hoje. In:

CHASSOT, A. I. ; OLIVEIRA, R. J. Ciência, ética e cultura na educação. São Leopoldo: UNISINOS, 2001. 4 MALDANER, O. A.. A Formação Inicial e Continuada de Professores de Química. Ijuí: Ed.

UNIJUI, 2000. 5 LIMA, G. A. B. Mapa Conceitual como ferramenta para organização do conhecimento em

sistema de hipertextos e seus aspectos cognitivos. Perspect. Ciênc. v.9 n.2. Belo Horizonte: 2004, p. 134-145.

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Uma forma de diagrama especificamente direcionado para fornecer uma linguagem visual parecida com as características da linguagem natural do texto, no sentido de que eles possam estar sujeitos às limitações sintáticas e semânticas, e sua capacidade de representação que pode variar de uma forma muito informal a uma forma extremamente formal. (LIMA, 2004, p.134-145).

Os mapas conceituais são formas facilitadoras para simbolizar o

conhecimento do aluno. São representações gráficas de um texto específico que

tem por finalidade relacionar conceitos e transformar o texto escrito em um texto

visual. São construídos por meios de objetos, palavras ou frases de ligações

(representados por figuras geométricas), sendo estas colocadas entre os objetos a

fim de dar sentido aos mesmos. As frases e as palavras de ligação são as principais

características que os diferenciam de outras formas de representações visuais. O

uso de mapa conceitual estimula o estudante a aplicar e a sistematizar os

conhecimentos prévios, associando ao novo conhecimento, podendo ser trabalhado

em grupo e, desta forma, compartilhando o seu aprendizado.

A utilização de mapas conceituais permite uma aprendizagem

significativa. As teorias de Ausubel, Vygotsky e Piaget se embasam nesta técnica e

demarcam um novo modelo de aprendizagem significativa:

O aprendizado significativo acontece quando uma informação nova é adquirida mediante um esforço deliberado por parte do aprendiz em ligar informação nova com os conceitos ou preposições relevantes preexistentes em sua estrutura cognitiva. (AUSUBEL et.al. 1978, p.159)

6.

Assim, segundo o autor, a aprendizagem significativa só se

concretiza quando os conteúdos são organizados, sequenciados, de forma que

estejam presentes as relações entre os conceitos, que visam facilitar a ocorrência

dessa aprendizagem e interagem com a estrutura do conhecimento. A nova

informação se ancora em conceitos relevantes preexistentes. A Química, na perspectiva de contextualização é um recurso que

auxilia na problematização dos saberes de ensinar, fazendo com que o aluno sinta a

necessidade de adquirir o aprendizado significativo.

6 AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D.; HANESIAN, H. Educational psychology. New York: Holt, Rinehart

and Winston, 1978.

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A contextualização se apresenta como um modo de ensinar conceitos das ciências ligados à vivência dos alunos seja ela pensada como recurso pedagógico ou como princípio norteador do processo de ensino. A contextualização como princípio norteador caracteriza-se pelas relações estabelecidas entre o que o aluno sabe sobre o contexto a ser estudado e os conteúdos específicos que servem de explicações e entendimento desse contexto, utilizando-se da estratégia de conhecer as idéias prévias do aluno sobre o contexto e os conteúdos em estudo, característica do construtivismo. (SILVA, 2007, p.10)

7.

Neste trabalho entende-se que contextualizar significa a impressão

de significados aos conteúdos presentes. Nesse aspecto, o professor deposita no

aluno as dimensões a serem trabalhadas de forma global e relacionadas ao contexto

escolar, as quais constituem um desafio permanente a todos os envolvidos no

processo ensino e aprendizagem.

Nas palavras de BERNARDELLI (2004, p.2)8,

Devemos criar condições favoráveis e agradáveis para o ensino e aprendizagem da disciplina, aproveitando, o primeiro momento, a vivência do aluno, fatos do dia-a-dia, a tradição cultural e a mídia, buscando com isso reconstruir os conhecimentos químicos para que o aluno possa refazer a leitura de seu mundo.

A proposta de ensino de química desenvolvida neste projeto utilizou

um artigo científico como uma unidade temática de ensino, que permitiu

contextualizar alguns conteúdos da Química a despertar, no aluno, o gosto pela

leitura, incluindo-a no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem.

Como postulam as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de

Química (2008), o conhecimento químico propiciará ao aluno compreender os

conceitos científicos para entender e criar condições favoráveis e agradáveis para o

ensino e aprendizagem da disciplina.

No que motiva o ensino de Química, Brasil (1999, p. 68)9 sugere:

7 SILVA, E. L. da. Contextualização no ensino de química: ideias e proposições de um grupo de

professores. 2007. xxx f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo: 2007. 8 BERNARDELLI, M. S. Encantar pra ensinar – um procedimento alternativo para o ensino de

química. In: Convenção Brasil Latino América, Congresso Brasileiro e Encontro Paranaense de Psicoterapias Corporais. 1.,4., 9. CD-ROM. Foz do Iguaçu. ANAIS... Centro Reichiano: 2004.

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[...] Utilizando a vivência do aluno e os fatos do cotidiano, a tradição cultural, mídia e a vida escolar buscam-se construir conhecimento de conceitos químicos que permita refazer as leituras de mundo, que passa a ser instrumento necessário para o aluno entender, e modificar o meio social, onde vive.

Ao planejar um tópico de química, as estratégias de ação devem ser

encaradas pelo professor como uma forma operacional para desenvolver e organizar

cada uma dessas atividades direcionada pelo professor no conjunto que constituem

a aprendizagem significativa, quando observa que o aluno consegue relacionar nova

informação a ser aprendida com o seu processo cognitivo.

A estratégia de ensino utilizada nesta proposta foi diferente da usada

tradicionalmente. A diferenciação ocorreu na temática (assuntos do cotidiano,

envolvendo, privilegiando o desenvolvimento o raciocínio do aluno) por meio de

atividades que levassem a construir (reconstruir) o conhecimento por ações que

conduzissem à (re) descoberta.

Assim as unidades de aprendizagem possibilitam e organizam os

trabalhos aplicados, obtendo informações prévias sobre os suplementos alimentares

com atividades estrategicamente selecionadas, valorizando seus conhecimentos

prévios e possibilitando a compreensão mais ampla do tema estudado.

De acordo com Moraes e Gomes (2007, p. 276)10:

A Unidade de Aprendizagem é uma abordagem inovadora para se trabalhar com os alunos com o objetivo de se levantar questionamentos referentes a um tema proposto, leva em consideração conhecimentos já existentes, que são pontos relevantes, uma vez que a cada fala e através da fala é possível fazer reflexões, discussões e, portanto, buscar respostas e aprofundar esses conhecimentos iniciais.

As unidades de aprendizagem têm forte relação com as ações de

pesquisa, pois se propõe a problematizar o conhecimento inicial dos alunos,

desenvolvendo um questionamento dialógico e reconstrutivo, construindo

9 BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros

Curriculares Nacionais do Ensino Médio: ciências da natureza, matemática e suas tecnologias; Brasília: MEC/SEMTEC, 1999.p.68. 10

Moraes, R. & GOMES, V. (2007). Uma Unidade de Aprendizagem Sobre Unidades de Aprendizagem. In: M. Galiazzi, M. Auth, R. Moraes & R. Mancuso (Ed.), Construção Curricular em Rede na Educação em Ciências: uma aposta de pesquisa na sala de aula. Ijuí: UNIJUI.

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argumentos no intuito de promover a comunicação em especial a fala, a escrita, o

pensar, dar e ter suas opiniões. Assim, tornam o estudo dos conteúdos mais

prazeroso, levando o estudante a elaborar seus próprios conceitos, contribuindo com

o seu aprendizado.

A Unidade de Aprendizagem (UA) é uma metodologia que supera o

ensino tradicional, pois envolve o aluno na construção do saber. Na Unidade de

Aprendizagem valorizam-se os conhecimentos prévios dos estudantes.

O objetivo do projeto foi de proporcionar uma visão ampla do mundo

em que o aluno está inserido em que vive por meio de uma metodologia diferenciada

que enfatizam uma aprendizagem com significação a partir de um mapa conceitual,

unidades de aprendizagem e caderno pedagógico.

2 METODOLOGIA

O projeto desenvolvido no ano de 2009 e aplicado no decorrer do

segundo semestre do ano de 2010, no Colégio Estadual Professor Francisco

Villanueva – Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, localizado no

Município de Rolândia Núcleo de Londrina Estado do Paraná, com estudantes do 1º

ano do Ensino Médio por Bloco de Disciplina no período matutino, e cujo público

alvo é constituído de adolescentes na faixa etária entre 14 e 15 anos, em sua

maioria.

O tema suplementação de elementos traço foi escolhido na

perspectiva deste assunto mesmo despertar no aluno o interesse pela ciência

química, pelas aulas de química e o gosto pela leitura e também para que a

construção e reconstrução dos conceitos químicos fossem contempladas por meio

de uma aprendizagem contextualizada.

Antes de iniciar o projeto foi aplicado um questionário (Questionário

1) para investigar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito da disciplina de

química e do tema suplementação alimentar.

Questionário 1

1 - A ciência Química é importante na sua vida pessoal? Comente.

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2 - Cite alguns exemplos nos quais a química está presente em seu cotidiano.

3 - Como a química é usada no meu cotidiano?

4 - Onde podemos usar mais a química?

5 - Para que serve a química?

6 - Que tipo de química há nos alimentos?

7 - Todos os alimentos contêm produtos químicos?

8 - Qual a diferença entre os alimentos naturais e artificiais?

9 - Você come e bebe substâncias químicas?

10 - A substância cloreto de amônio é empregada desde a Antiguidade como

adubo para vegetais. Os egípcios, por exemplo, obtinham-na a partir do esterco de

camelo. Muitos dos fertilizantes atualmente produzidos em indústrias químicas

contêm essa substância em sua composição. Um químico informou que:

O cloreto de amônio sofre decomposição produzindo os gases amônia e

cloreto de hidrogênio.

Por decomposição, a amônia origina os gases nitrogênio e hidrogênio, e o

cloreto de hidrogênio.

Os gases nitrogênio, hidrogênio e cloro não sofrem decomposição.

a) Quantas substâncias químicas diferentes são mencionadas nas três

afirmações anteriores?

b) Quais delas são substâncias simples e quais são substâncias compostas?

11 - Qual é a substância que pode ser extraída da água do mar, é usada

como tempero de alimentos e quando adicionada à carne crua favorece a sua

conservação? Cite o nome dessa substância, e também outra fonte de obtenção.

12 - Uma classe importante de carboidratos ou hidratos de carbono são os

polissacarídeos: glicogênio, amido e celulose. O amido, substância presente em

vários alimentos, ao ser digerido, produz a glicose, que é a mais importante fonte de

energia para o nosso organismo. Cite cinco fontes de alimentos que contêm amido.

O artigo científico ―Suplementação de Elementos Traço‖ (BARAN,

2005) foi adaptado. A professora da turma fez um resumo do artigo e utilizou o texto

(Apêndice 1) como organizador introdutório. Para organizar os conteúdos estudados

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no assunto ―Tabela Periódica‖, estes foram hierarquizados em um mapa conceitual,

conforme a Figura 1. No topo do mapa está a leitura e a interpretação do texto.

Figura 1 – Mapa conceitual

Em seguida foi elaborado um caderno pedagógico dividido em cinco

unidades de aprendizagem, cuja sequência de atividades obedeceu à hierarquia do

mapa conceitual. Este caderno pedagógico vem ao encontro das Diretrizes

Curriculares do Estado do Paraná (DCES 2008)11, pois permite ao estudante

11

PARANÁ – Secretaria de Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Química. Curitiba: 2008.

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estabelecer uma conexão entre a Química e o seu cotidiano. Este caderno permite

uma interação dos conteúdos com a realidade cotidiana do aluno, mediados pela

professora, sendo que os alunos se preparam para desenvolver uma leitura crítica

dos acontecimentos que os rodeia.

As cinco unidades de aprendizagem que compõem o caderno

pedagógico são mostradas a seguir.

1° UA (1 aula de 45min.) – Identificando os conhecimentos prévios dos

estudantes.

Introdução

Em nosso dia a dia é frequente encontrarmos indicações de

substâncias químicas nas embalagens de alimentos, em bulas de medicamentos,

nos frascos de cosméticos, nos rótulos de produtos de limpeza, etiquetas de roupas,

entre outros.

Caros alunos vamos trabalhar? Você terá 20 min para descrever a

seguinte situação: ―Certamente você já observou alguma pessoa próxima a você ou

já leu ou assistiu a alguma reportagem com pessoas que utilizam suplementação

alimentar para o melhor desenvolvimento do organismo. Descreva brevemente,

neste contexto, o que você entende por suplementação alimentar‖.

Você terá 20 min para debater com seus colegas e com o professor

o seu conhecimento sobre suplementação alimentar.

2° UA (1 aula de 45 min.) – Utilizando um organizador introdutório

Introdução

Você iniciará esta unidade fazendo a leitura do texto a seguir que

trata sobre ―SUPLEMENTAÇÃO DE ELEMENTOS TRAÇOS‖. Este texto foi

adaptado do artigo científico Enrique J. Baran, Química Nova na Escola, n. 6, julho

de 2005, p. 7-12.

Desenvolvimento da 2ª UA

Leia o texto (Anexo 1) e responda ao questionário (Questionário 2) a seguir.

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Questionário 2

1 – A ciência Química é importante na sua vida pessoal? Comente.

2 – Cite alguns exemplos nos quais a química está presente em seu cotidiano.

3 – A vida orgânica seja ela vegetal ou animal depende de substâncias

inorgânicas do reino mineral para suportar sua existência. Com o auxílio do texto

―Suplementação de elementos traços‖, cite o nome desses micro minerais.

4 – Sou considerado o principal protetor do sistema de defesa do organismo,

importante no paladar, no odor e na visão. Quem sou?

5 – Quais os três metais de transição mais abundantes em todos os seres

vivos?

6 – Por que a porcentagem de meninas com anemia é maior do que nos

meninos? Discuta soluções que possam diminuir essas diferenças?

7 – Qual o metal de transição mais abundante no organismo humano e cuja

deficiência aparecem como problema nutricional mais frequente no mundo?

8 – Em sua cidade, quais campanhas estão sendo realizadas neste momento

para garantir a saúde da população?

9 – Em sua opinião, por que as pessoas podem receber tratamentos

diferenciados para se livrarem da mesma doença?

10 – Pesquise no texto o que ocorre se faltar o cobalto, magnésio e cromo no

organismo.

11 – Faça uma lista dos possíveis benefícios originários dos estudos químicos

que trouxeram algum tipo de melhoria ou aumentaram a expectativa da vida das

pessoas.

12 – O que é um elemento traço?

13 – O que é um elemento essencial?

3° UA (2 aulas de 45 min.) – Obtendo informações sobre átomos e elementos

químicos.

Muito bom, agora você está desenvolvendo a 3° UA

Responda à indagação:

- ―No texto, o autor utiliza o termo átomo ou elemento para se referir ao ferro,

cromo,.......‖.

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- Grife no texto e liste no caderno, em uma tabela (Tabela A), os nomes de todos os

elementos químicos citados.

- Localizem na tabela periódica os símbolos dos elementos químicos mencionados

no texto e escreva o símbolo de cada elemento na tabela A.

4.2 Tabela A

Nome do elemento químico Símbolo

Observe a Tabela A e identifique as regras para os símbolos dos

elementos químicos.

Preste atenção ao professor, que fornecerá alguns conceitos

importantes como de elemento químico, átomo, prótons, elétrons, nêutrons, número

atômico, isótopos e número de massa. Identifique os números atômicos dos

elementos químicos citados no texto e complete a tabela (A).

Tabela A

Nome (elemento químico)

Símbolo (elemento químico)

Número atômico (z)

Quantidade de prótons

Conclusão da 3º UA

A partir da bula do medicamento de complexo vitamínico, você deverá

localizar os elementos químicos, escrever os símbolos dos elementos e identificar o

número atômico.

Bula de medicamento

Centrum é um suplemento de vitaminas e minerais, completo de A a

Zinco. Sua fórmula foi desenvolvida sob medida para atender as necessidades

específicas do brasileiro, ajudando a completar a dieta com as vitaminas e minerais

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essenciais que podem faltar na alimentação, alcançando assim os níveis mínimos

recomendados diariamente.

Composição (adaptado): 162 mg Cálcio, 18mg ferro, 109mg fósforo,

150mcg Iodo, 100mg Magnésio, 15mg Zinco, 20mcg Selênio, 2mg Cobre, 2mg

Manganês, 20mcg Crômio, 75mcg Molibdênio, 72mg Cloro e 80mg potássio.

4º UA (3 aulas de 45 min) – Estudando a Tabela Periódica.

Introdução

BEM-VINDO AO REINO PERIÓDICO

Os elementos químicos que constituem a tabela periódica são à base

dos planetas, das rochas, das vegetações, dos oceanos, dos animais, do ar e da própria

terra. Identifique a posição (família e coluna) dos elementos químicos citados no texto na

tabela periódica, completando a Tabela B.

Tabela B

Nome (elemento químico)

Símbolo (elemento químico)

Período Coluna

- Grife, no texto, os termos metais representativos e metais de transição.

- Identifiquem, no texto, os metais e os coloque na tabela C.

- Com o auxílio do texto, classifique os metais enumerados na Tabela C em metais

representativos e metais de transição.

Tabela C

Metal Representativo/Transição Grupo da Tabela Periódica

Respondam as seguintes perguntas:

- ―Quais são os grupos desses metais na tabela periódica?‖

- Escreva uma frase para identificar um metal representativo e um metal de transição na

tabela periódica.

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Leia a seguinte frase retirada do texto:

―Hidrogênio, carbono, nitrogênio e oxigênio, componentes básicos da

matéria orgânica, são constituintes majoritários, assim como o enxofre, o fósforo, o cloro

e os quatro metais representativos biologicamente relevantes - sódio, potássio,

magnésio e cálcio. Ferro, zinco e cobre correspondem ao grupo de elementos traços, e

são também os três metais de transição mais abundantes em todos os seres vivos. Os

metais restantes e alguns outros elementos não metálicos (por exemplo, selênio e

iodo)..................‖

Responda as questões:

- ―Todos os elementos químicos são metálicos‖?

- Cite na tabela D, com base no parágrafo acima, os elementos não metálicos.

- Identifique o grupo destes elementos na tabela periódica.

Tabela D

Elementos não metálicos Grupo da tabela periódica

- Com base na posição dos elementos não metálicos na tabela periódica, esses

elementos são representativos?

- Com base na posição na tabela periódica, o que são elementos representativos e

elementos de transição?

Conclusão da 4º UA

Resolva o passatempo.

Para letras iguais, números iguais. Resolvido o passatempo, os

números com asterisco indicam o tema da unidade.

É um não metal do 3º período e grupo 5A. 1 2 3* 1 2 4 2

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Ferro é o metal mais ............. no organismo humano.

5 6 7* 8 9 5 10 11

Símbolo do elemento fósforo. 13*

Elemento químico cujo símbolo é Al. 5 14* 7 15 16 10 16 2

O ......... pode ter relação com o sistema imunológico.

3 12* 14 12 8 16 2

Elemento de transição de número atômico 25.

15* 5 8 17 5 8 12 3

O magnésio (Mg) é um dos elementos mais abundantes no sistema biológico. Ele é um ........... representativo.

15 12* 11 5 14

É um elemento representativo cujo símbolo é O.

2 18 16 17 12 10* 16 2

Elementos de concentrações muito baixas no organismo.

11* 4 5 19 2

C, H, N e O são elementos fundamentais da Química ........

2 4 17 5 10 16 20 5*

Cobalto (Co) é um metal ..........

11 4 5 10 3 16 19* 20 2

A deficiência de ferro (Fe) afeta Cerca de 24% da ...................

21 2 21 7 14 5 19 20* 2

Indicar para os alunos os gases nobres e os elementos de

transição interna.

5º UA - (1aula de 45 min.) – Avaliando a aprendizagem

Texto: Resumo do artigo científico

―Ocorrência de metais-traço nos tanques dos pesque-pague na bacia do rio Corumbataí.”12

Resumo

No presente estudo procurou-se quantificar a concentração de metais

biodisponíveis (Cd, Cr, Cu, Fe, Zn, Ni, Pb, Al, Mn, Ca e Mg) nas amostras de água e

sedimentos dos pesque-pague da bacia do rio Corumbataí. Foram realizadas coletas de

água e de sedimento. O critério utilizado para avaliação da qualidade de água foi a

análise do enquadramento do corpo de água estudado às condições e padrões

estabelecidos na Resolução CONAMA N° 357/2005.Os resultados das análises de água

12 Sâmia Maria Tauk-Tornisielo a*, Diogo Barcot Tintor a, Eduardo Beraldo de Morais a. Centro de Estudos

Ambientais (CEA), Universidade Estadual Paulista, Av. 24-A, 1515, Rio Claro, Brasil. Disponível em: http://www.ambiente-augm.ufscar.br/uploads/A2-193.pdf

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não detectaram Cd, Ni, Cr, Pb e Cu. Os metais detectados (Ca, Mg, Al, Zn, Mn e Fe) em

muitos pesque-pague apresentaram valores de suas concentrações acima dos limites da

Resolução para corpos de água classe 2. Apenas as concentrações de Zn, em todo o

pesque-pague, não ultrapassaram o limite permitido na lei. Não houve, na água,

diferença significativa das médias entre o período chuvoso e seco. A única exceção foi o

Zn, apresentando maior média no período seco. Alguns pesque-pague apresentaram

maiores médias das concentrações de metais, com exceção do Al. Nas amostras de

sedimento ocorreu a detecção de todos os metais analisados. Até o Cd, que é um metal

muito tóxico, foi encontrado em três amostras.

Atividades a serem desenvolvidas:

1. Selecionar os símbolos dos elementos químicos citados no texto e

escrever, ao lado do símbolo, o nome do elemento químico.

2. Identificar o número atômico dos elementos químicos citados.

3. Definir número atômico.

4. Diferenciar os metais representativos e os metais de transição.

5. Qual o critério utilizado?

6. No texto foi citado algum gás nobre?

7. Quais são os gases nobres?

8. Quais são os elementos representativos.

9. Qual a posição dos gases nobres na tabela periódica?

10. O texto fez referência a algum não metal.

11. Você poderia citar 5 exemplos de não metais?

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

No início do projeto foi aplicado o questionário 1 com objetivo de

investigar os conhecimentos dos alunos a respeito da disciplina de química. As

respostas foram dadas na forma escrita e os 36(trinta e seis) alunos responderam ao

questionário. A maioria dos alunos respondeu que a química não é importante na

sua vida pessoal, porém não justificaram as respostas. Mas quando as questões

foram discutidas pela turma, ocorreram respostas como a presença da química nos

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medicamentos e alimentos. Porém, observou-se uma ênfase em respostas com

relação à finalidade da química no que diz respeito às bombas e armas.

Outros aspectos importantes observados nas respostas foram que

as mesmas se restringiam às palavras sim ou não e que os alunos não estavam

habituados a responder questões contextualizadas, isto é, eles têm resistência à

leitura deste tipo de questão que contém em geral um texto, e que exige uma

interpretação.

Essa estratégia de questionamento é importante, pois permite

identificar o conhecimento prévio dos alunos, e também de acordo com Galiazzi e

Ramos (2004) implica na transformação, interpretação e a compreensão do que já

foi apreendido e a partir disso surgem outras dificuldades que contribuem com o

aprendizado e a formação do aluno.

Na 1ª UA, os alunos escreveram sobre o conhecimento que eles

tinham sobre suplementação alimentar. Essa atividade foi realizada em grupo de

dois alunos, sendo formados 18 grupos. A maioria dos alunos já tinha conhecimento

do termo. Os resultados mostraram que a maioria dos alunos associou o tema à

atividade física desenvolvida em academias, obtenção de um corpo sarado e a

manutenção da forma física. A seguir estão transcritas as opiniões de alguns alunos.

Grupo A – ―Entendo por suplemento alimentar que ele pode vir em cápsula ou em pó

(o que é muito comum é se ver em academia, ou tomado até mesmo por

atletas)........................Eu acho que ele serve para completar a dieta de pessoas que

necessita, ou utilizam mais energia no dia a dia‖.

Grupo B – ―Suplementação alimentar está principalmente nas academias já que as

pessoas tomam algum desses suplementos para ficar com mais energia e praticar

mais exercício‖.

Grupo C – ―Eu entendo que um suplemento alimentar sirva para repor as vitaminas

que seu corpo precisa. Exemplo: Uma pessoa que faz academia toma para ganhar

massa muscular e vitaminas.........‖

Um grupo citou que é necessário observar a tabela atrás do produto

e conferir as substâncias químicas de sua composição; outro grupo que o

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suplemento alimentar é um alimento químico; outro grupo citou o Biotônico Fontora e

a Creatina 5000 como suplementos e demais focaram nas academias, força física e

corpo sarado.

Em seguida o tema foi debatido em sala e os alunos participaram

fornecendo exemplos, relacionando ao senso comum, e com a discussão, foi

possível enfatizar o conhecimento empírico com o conhecimento cientifico. Falar

sobre o tema suplementação alimentar despertou o interesse dos alunos e houve

diversas perguntas, mas o que mais questionaram foi sobre os suplementos

energéticos. Alguns deram testemunhos de colegas que usaram e outros que

pararam por ordem médica. Houve outro questionamento sobre o que realmente os

energéticos fazem no metabolismo do corpo humano.

Nesta etapa do trabalho pudemos perceber que a maioria dos

alunos naquele momento não associou os suplementos alimentares como uma

mistura de substâncias químicas. Isso sugere o distanciamento que os alunos

apresentam entre a ciência química e o cotidiano.

Na 2ª UA, a turma também foi dividida em duplas. O texto foi

entregue aos grupos e foi solicitado que os mesmos iniciassem a leitura. Diante da

ausência de motivação para a leitura, o professor resolveu ler o texto em voz alta e

os alunos o acompanharam no seu próprio material. A cada parágrafo a leitura foi

interrompida para questionamentos e interpretações.

As palavras que os alunos não conheciam e as mais complexas

foram pesquisadas no dicionário, melhorando o vocabulário. A interação entre a

realidade cotidiana do estudante e os conceitos científicos da química, deu-se por

meio de um questionário resolvido em sala.

As respostas ao questionário 2 permitiram perceber o avanço dos

alunos em relação à associação da química com o cotidiano. A questão sobre se

existe importância da química na sua vida pessoal, foi neste momento respondida

com sim por 100% dos grupos e todos conseguiram justificar as suas respostas. Por

exemplo: ―Está cada vez mais presente nos dias atuais, nos remédios, nos

alimentos, indústrias como nos naturais com os agrotóxicos, na cura de doenças

tanto nas coisas mais simples como numa pasta de dente e em remédios para o

coração‖; ―Está presente no nosso cotidiano, nos alimentos, vestiários, utilidades

domésticas e cosméticos‖, entre outros.

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Todas as questões do questionário 2 foram respondidas

corretamente e discutidas entre a turma e o professor. Com essa atividade,

promoveu-se a aprendizagem significativa no processo do conhecimento, como a

mediação dialógica entre os saberes diversos. No entanto observou-se que há muito

que se fazer no que diz respeito à leitura, a uma rejeição por parte de alguns alunos.

3ª Unidade de Aprendizagem – Obtendo informações sobre átomos

e elementos químicos. Esta unidade de aprendizagem iniciou com a pergunta. ―No

texto, o autor utiliza o termo átomo ou elemento para se referir ao ferro, cromo,

.......‖? Por meio das respostas dadas pelos alunos no caderno pedagógico verificou-

se que o texto foi lido por todos os alunos, pois 100% responderam corretamente à

questão, embora a princípio os alunos tenham manifestado certa rejeição à leitura,

problema este que foi solucionado pela professora conscientizado sobre a

importância da leitura.

Nesta unidade de aprendizagem retomou-se o texto e pediu-se para

os alunos grifarem todos os elementos químicos encontrados. Seguindo o modelo

da tabela contida no caderno pedagógico, os alunos construíram uma nova tabela

contendo o nome e o símbolo de todos os elementos que foram grifados no texto.

Pode-se constatar que 89% dos grupos realizaram esta tarefa com sucesso e 11 %

dos grupos embora tenham conseguido também localizar o nome dos elementos no

texto e os seus símbolos na tabela periódica, duas palavras chamaram a nossa

atenção, pois estes grupos grifaram ―anemia‖ e ―majoritário‖ como sendo o nome de

elementos químicos.

A professora indagou estes dois grupos quanto à presença dessas

duas palavras na tabela, ao que respondeu que essas palavras eram tão diferentes

para eles quanto o nome dos elementos químicos. Para solucionar este episódio,

solicitamos que os alunos desses grupos investigassem o significado das palavras

no dicionário, e estes conceitos foram construídos pelo próprio aluno. Além disso,

essa retomada do texto despertou a curiosidade dos alunos, e em sala de aula

formou-se um debate sobre a importância dos elementos químicos para o ser

humano e sua relação com a realidade cotidiana. Por exemplo, a importância do

feijão na alimentação, devido à presença do ferro que auxilia no combate à anemia.

A próxima tarefa desta UA do caderno pedagógico foi para que os

alunos observassem a Tabela A e identificassem as regras referentes aos símbolos

dos elementos químicos. Exceto por um aluno que questionou ao observar o

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resultado da Tabela A ―Professora, por que o símbolo de alguns elementos não

começa com a inicial do seu nome?‖, os demais não tiveram nenhum tipo de

manifestação. Acreditamos que os alunos se calem para não serem taxados de

―puxa saco‖ da professora, entre outros comentários. Esse comportamento pode

também estar associado ao fato de participarem a maior parte do tempo de um

ensino que prioriza as aulas expositivas, uma vez que, nesse modelo de ensino, não

estão habituados a participar da construção do seu conhecimento.

Para discutir os conceitos químicos como elemento químico,

modelos atômicos, átomo, prótons, elétrons e nêutrons foi utilizada uma aula

experimental do teste de coloração de chama vinculado ao tema fogos de artifício.

Esta atividade foi extra caderno pedagógico. Os alunos foram questionados: ―De

onde vêm as cores dos fogos de artifícios?‖ Mesmo com uma aula experimental e

com a contextualização dos conceitos citados anteriormente, não notou uma

participação ativa por parte dos alunos.

Em outro momento trabalhou-se a importância dos isótopos na

medicina, agricultura, indústria e previsão do tempo. Nesse momento, observou

maior participação dos alunos na sala de aula e para a discussão do conceito de

isótopo. Os temas discutidos foram muito próximos dos alunos, pois a região na qual

a escola está inserida é predominantemente agrícola e este tema também está

relacionado à previsão do tempo. No caso da medicina, verificou-se que na turma a

maioria dos alunos tinha um parente doente de câncer. Contrapondo-se ao

parágrafo anterior, percebe-se que a estratégia da contextualização foi eficiente,

neste caso, para o processo de ensino e aprendizagem, pois os temas fizeram

sentido para os alunos.

Na tabela A, os alunos acrescentaram mais duas colunas uma para

o número atômico e a outra para o número de massa. Os alunos que já tinham

identificado os elementos químicos e seus símbolos, e também consultando a tabela

periódica, identificaram os números atômicos dos elementos químicos (Z) e o

número de massa (A). E como tarefa de casa, os alunos preencheram outra coluna

com a quantidade de prótons.

Para verificar a aprendizagem dos conceitos envolvidos na 3º UA,

um exercício foi solicitado aos alunos envolvendo uma bula de medicamento

chamado de complexo vitamínico. Os resultados mostraram que todos realizaram a

tarefa e manifestaram domínio no manuseio da tabela periódica. Foi ainda

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acrescentada, como tarefa de casa a seguinte questão: ―Dentre os alimentos

naturais, quais você conhece que contêm os elementos químicos citados no

medicamento?‖ Todos os alunos trouxeram alguns exemplos, inclusive um deles se

interessou pela composição da goiaba. E outro fez um comentário interessante

―Professora, por que na mesa dos atletas sempre tem banana?‖

4ª Unidade de Aprendizagem Estudo da Tabela Periódica – Bem

Vindos ao Reino Periódico. A metodologia aplicada para esta unidade de

aprendizagem foi à utilização de uma tabela periódica em branco e preto. Os alunos

reunidos em grupo coloriram as partes da tabela e construíram uma legenda, para

compreender melhor as informações. A tabela foi colorida nas seguintes partes

metais (alcalinos e os terrosos), metais de transição, metais representativos, não

metais representativos metais de transição interna, gases nobres e hidrogênio, cada

uma deles recebendo uma cor diferente. Explicamos aos alunos que, embora os

metais alcalinos e alcalinos terrosos fossem coloridos com cores distintas eles

pertenciam grupo dos metais representativos.

Em seguida, retomou-se a leitura do artigo do caderno pedagógico,

e construíram-se duas novas tabelas, B e C. A tabela B continha quatro colunas com

os nomes: elemento químico, símbolo, período e coluna, e a tabela C continha três

colunas com os nomes: metal, elemento representativo/transição e grupo da tabela

periódica. Paralelamente à construção das tabelas B e C, alguns aspectos da

história da tabela periódica foram discutidos. Nesse momento os alunos, já

adaptados ao projeto, mostraram-se mais participativos.

Quanto à atividade referente ao parágrafo que foi extraído do texto,

os alunos preencheram corretamente a tabela D contendo duas colunas com os

nomes elementos não metálicos e grupo da tabela periódica, com base em outro

parágrafo que foi extraído do mesmo texto do caderno pedagógico, responderam

corretamente à pergunta. ―Todos os elementos químicos são metálicos?‖

Para avaliar esta aprendizagem, os alunos resolveram um jogo de

passatempo, rapidamente e com empolgação. Acreditamos que este comportamento

se deve à atividade lúdica, estratégia esta que eles não estão habituados, e pelo

domínio do conteúdo.

Avaliando o Conhecimento.

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A 5ª UA foi realizada para que o aluno tivesse a oportunidade de

sintetizar todos os conceitos desenvolvidos no projeto. Para isso foi entregue aos

alunos um texto, no qual os elementos químicos foram citados no contexto do lago

de um pesque pague juntamente com um questionário com questões referentes ao

conteúdo da tabela periódica. Todos os alunos resolveram corretamente as

questões e de forma participativa. Esse resultado mostra que o mapa conceitual

para a organização dos conteúdos e o caderno pedagógico promoveu a

aprendizagem significativa, pois os alunos conseguiram identificar os elementos

químicos em qualquer contexto.

Ainda como atividade avaliativa, fizeram uma pesquisa sobre a

presença dos elementos químicos nos alimentos de que eles mais gostam. Os

resultados de duas pesquisas realizadas por dois alunos são mostrados no Anexo II.

CONCLUSÃO

O texto que foi utilizado como organizador introdutório de fato serviu

como ancoradouro dos conteúdos sobre tabela periódica, e o mapa conceitual

permitiu a organização hierárquica desses conceitos durante a realização das

atividades previstas no caderno pedagógico na construção dos mesmos.

As unidades de aprendizagens que compõem o caderno pedagógico

proporcionaram maior participação e curiosidade em sala de aula.

O uso de temas geradores auxiliou na melhor compreensão a dos

conceitos específicos da química, na associação a outros instrumentos facilitadores

da aprendizagem contextualizada, além de enriquecer o trabalho docente.

O tema Suplemento Alimentar permitiu ao professor desenvolver

diversas propostas de atividade no ensino da química, desenvolvendo no aluno o

pensamento critico com uma visão de mundo mais articulada e menos fragmentada.

Assim, ensinar química é despertar no estudante a capacidade de

questionar, pensar sobre o que ele já sabe, levando-o a relação teoria-prática, é

substituir o conhecimento do cotidiano pelo cientifico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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www.net-mulher.com/showthread.php?p=34557 acesso em: 2010

www.amemoria. tripod.com/id70.html - acesso em: 2010

APÊNDICE

Apêndice I

“SUPLEMENTAÇÃO DE ELEMENTOS TRAÇOS”

Nos seres vivos predominam o carbono, hidrogênio, nitrogênio e

oxigênio. Como esses são os elementos fundamentais da Química Orgânica,

acreditou-se durante muito tempo que somente os compostos orgânicos e as

reações que os envolviam eram indispensáveis para a Vida, e que os elementos e

compostos comumente chamados ―inorgânicos‖ tinham escasso ou nenhum

significado para os sistemas vivos. Havia algumas exceções como o

reconhecimento da presença de ferro no sangue, ou de cálcio nos ossos e dentes, e

a participação do fósforo em numerosos processos metabólicos.

Só recentemente tomou-se consciência clara de que muitos outros

elementos inorgânicos, sobretudo metais de transição, presentes geralmente em

baixas concentrações (traços), são essenciais para todos os seres vivos. Hoje

sabemos que certas alterações no metabolismo desses elementos-traços são causa

de várias doenças e desordens fisiológicas. Em razão das concentrações muito

baixas desses elementos, a importância biológica de muitos deles só foi

determinada há pouco tempo, pois foi necessário dispor de métodos analíticos muito

sensíveis para detectá-los e de ferramentas bioquímicas capazes de confirmar seu

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caráter essencial. Um elemento é essencial para um determinado organismo

quando a deficiência de sua ingestão produz desordens em certas funções, e

quando sua recuperação aos níveis fisiológicos é capaz de reverter essas

desordens. Atualmente, cerca de trinta elementos são reconhecidos como

essenciais para os seres vivos. O quadro 1 apresenta a composição elementar

média de um ser humano adulto normal (Baran, 1995).

Quadro 1: Composição elementar media de uma pessoa adulta normal de

70Kg.

Elemento g/ 70 kg. Peso

Elementos majoritários O 43.500

C 12.600

H 7.000

N 2.100

Ca 1.050

P 700

S 175

K 140

Na 105

Cl 105

Mg 35

Elementos-Traços Fé 4.2

Zn 2.3

Cu 0.1

F, Si, B, Br. <0.5

Elementos ultramicro-traços V, Mn, Ni,Cr, Co,Mo, Se, As, I.

?

De acordo com a sua abundância relativa no organismo, esses

elementos se classificam como majoritários traços e ultramicro-traços. Hidrogênio,

carbono, nitrogênio e oxigênio, componentes básicos da matéria orgânica, são

constituintes majoritários, assim como o enxofre, o fósforo, o cloro e os quatro

metais representativos biologicamente relevantes - sódio, potássio, magnésio e

cálcio. Ferro, zinco e cobre correspondem ao grupo de elementos traços, e são

também os três metais de transição mais abundantes em todos os seres vivos. Os

metais restantes e alguns outros elementos não metálicos (por exemplo, selênio e

iodo) encontram-se em concentrações extremamente baixas, mas possuem uma

extraordinária importância para a vida. O estudo dos modos de ação e do

comportamento desses elementos nos sistemas biológicos constitui uma nova área

interdisciplinar da Química, comumente chamada Química Bioinorgânica.

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Suplementação de elementos-traços e ultramicro-traços

Ferro

Como mostrado no Quadro 1, o ferro é o metal de transição mais

abundante no organismo humano e participa de uma variada série de processos e

funções, entre as quais o metabolismo do oxigênio (hemoglobina, mioglobina,

oxigenasses), o transporte de elétrons (citocromos, ferredoxinas). Isso o torna um

daqueles elementos cuja deficiência gera maiores desordens e disfunções.

As desordens associadas ao metabolismo do ferro são basicamente

de dois tipos: por um lado anemias e processos similares associados a deficiências

do metal e, por outro, problemas de toxidez relacionados à presença de ferro em

excesso nos tecidos e fluidos biológicos. A deficiência de ferro aparece como o

problema nutricional mais frequente no mundo, afetando em torno de 24% da

população. Os compostos utilizados na suplementação de ferro por via oral incluem

diversos sais simples de ferro, de ácidos orgânicos ou inorgânicos.

Zinco

Entre os elementos-traços o zinco é, depois do ferro, o metal mais

abundante em sistemas biológicos. As deficiências de zinco são comuns, porém

difíceis de reconhecer. Essas deficiências têm um forte impacto no crescimento, na

cicatrização de feridas, na resposta imunológica e na reprodução, e afetam os

órgãos gustativos, a visão e o tato. O composto mais utilizado como suplementação

é o sulfato de zinco (ZnSO4).

Cobre

Tal como o ferro, o cobre participa de uma ampla gama de funções e

sistemas biológicos. Pacientes que padecem de artrite reumatóide, úlceras

gástricas, tumores cancerígenos ou episódios epilépticos usualmente apresentam

concentrações elevadas de cobre no soro ou plasma. Outro problema, desta vez

relacionada à deficiência de cobre, é a doença de Menkes, uma desordem de

origem genética que conduz a uma degeneração cerebral.

Magnésio

Os metais alcalinos sódio e potássio e os alcalino-terrosos magnésio

e cálcio são os quatro metais mais abundantes nos sistemas biológicos.

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Consequentemente, síndromes de deficiência associadas a esses elementos são

relativamente raras, pois virtualmente qualquer dieta padrão garante uma ingestão

normal de todos eles. Não obstante, essa situação tem começado a mudar

drasticamente nas sociedades modernas onde, por exemplo, muitos animais são

criados em ambientes controlados com dietas de crescimento estritamente

reguladas e os seres humanos estão notavelmente sujeitos à perdas continuadas de

eletrólitos, devido a situações de estresse, excesso de atividades esportivas ou

importantes mudanças nos hábitos alimentares.

Essas situações afetam particularmente os níveis de magnésio, que

é o menos abundante dos quatro elementos acima citados (ver Quadro1). Por essa

razão, a suplementação de magnésio tem-se transformado em um aspecto relevante

na Medicina e na Farmacologia contemporâneas. A utilização de águas minerais

ricas em Mg é uma das possibilidades mais simples e habitualmente empregadas.

Cromo

Atualmente, uma grande parte dos estudos de suplementação é

realizada utilizando-se fermento de cerveja, que é um produto muito rico em cromo

biologicamente ativo.

Figura 2 – Estrutura esquemática do complexo tris(picolinato)cromo(III)

O complexo tris-picolinatocromo (III) cuja estrutura é mostrada na

Figura 2 aparece atualmente como um dos mais importantes e mais populares

suplementos nutricionais, cuja comercialização mundial gera anualmente mais de

100 milhões de dólares. Esse composto está sendo utilizado nos tratamentos de

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obesidade e para o fortalecimento muscular e foi também recomendado nas terapias

de diabetes de tipo II.

Selênio

A maioria das desordens originadas de deficiências de selênio está

relacionada com os mecanismos de defesa celular frente ao ataque por radicais

livres (Baran, 1995, 1997). Assim, o selênio parece ter alguma relação com os

sistemas imunológicos. Nos seres humanos, a deficiência tem-se associado

frequentemente a doenças cardíacas e a problemas nas articulações e na estrutura

óssea.

Cobalto

A chamada anemia perniciosa é uma desordem que se apresenta

geralmente em adultos que carecem de vitamina B12. Inicialmente essa doença se

manifesta com quadros de fadiga e debilidade extrema, dores de língua e

dificuldades motrizes. Simultaneamente, aparecem diversas desordens

hematológicas, entre as quais uma importante diminuição no número de eritrócitos

(células vermelhas do sangue). A vitamina B12 é uma das biomoléculas mais

complexas que se conhece (Figura 3), sendo o único sistema bioinorgânico presente

no organismo humano que contém cobalto.

Figura 3 – Estrutura esquemática da vitamina B12

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Apêndice II

Pesquisa do alimento que ele gosta

A alface

A alface é uma planta herbácea rica em nutrientes e clorofila; e tem

a função de alcalinizar e desintoxicar o corpo — principalmente o fígado. Esta

hortaliça constitui uma importante fonte de vitaminas (A, C e niacina) e sais minerais

(sais de enxofre, fósforo, ferro, cálcio e silício).

As vitaminas são importantes para o bom funcionamento dos órgãos

como visão, pele, mucosas, aparelho digestivo, sistema nervoso e vasos

sanguíneos; além de evitar a má formação dos dentes, combaterem infecções e

ajudar na cicatrização dos ferimentos.

Os minerais são vitais para a saúde dos cabelos e do tecido

cutâneo. O cálcio e o fósforo participam na formação dos ossos e dentes, ajudam na

coagulação do sangue e na construção muscular. O ferro contribui para a formação

do sangue.

A alface tem propriedade calmante, sendo capaz de tratar casos de

insônia. A hortaliça ajuda as pessoas a ter um sono reparador e a controlar os

acessos de histeria. Aconselha-se consumir alface à noite para dormir melhor,

principalmente quando seu suco é adicionado a uma bebida quente que contenha

mel. Ela também é considerada uma hortaliça benéfica em tratamentos faciais.

Em casos de inflamação e inchaços, fazem-se aplicações tópicas de

cataplasmas quentes de alface.

A alface é uma hortaliça que estraga rápido. Fora da geladeira, deve

ser mantida com a parte de baixo dentro de uma vasilha com água ou dentro de

saco plástico aberto, em local bem fresco por até um dia. Quando conservada em

geladeira, deve ser mantida em saco plástico ou em uma vasilha de plástico

tampada, retirando-se as folhas de acordo com a necessidade de consumo.

A Uva

Propriedades Nutricionais:

É rica em carboidratos, mas também apresenta pequenas

quantidades de vitaminas do complexo B e vitamina C. Fornece boas doses de

minerais como potássio, cálcio, fósforo, magnésio, cobre e iodo.

Page 32: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Centro Reichiano: 2004. [...] Utilizando a vivência do aluno e os fatos do cotidiano, a tradição cultural, mídia e a vida escolar buscam-se

Valor Calórico:

100 gramas de uva fornecem 68 calorias.

Propriedades Medicinais:

Ajuda a ativar os rins, é um suave laxante e atua contra várias

enfermidades do intestino, fígado e abdômen, além de estimular as funções

cardíacas. A uva também é um rico depósito de compostos antioxidantes e

anticancerígenos. Uva vermelha: possui alto teor do antioxidante quercetina. A

casca da uva aumenta o colesterol HDL, considerado o bom colesterol e

contém resveratrol, que comprovadamente inibe o agrupamento de plaquetas e,

consequentemente, a formação de coágulos sanguíneos. Uva verde: tem

poderes antibacterianos e antivirais. O óleo da semente da uva também

aumenta o colesterol HDL, considerado o bom colesterol.