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Candidaturas Eleições 2020 Sabatina Campo Grande-MS |Sábado, 24 de outubro de 2020 A3 POLÍTICA Houve crescimento de 25% nas candidaturas dos povos originários em todo o país Divulgação Nilson Figueiredo Andrea Cruz Nas eleições 2020, o número de candidaturas indígenas teve crescimento de 25% em relação a 2016 e candidatos autodecla- rados negros (pretos ou pardos) superaram o total de brancos com 49%. Em Campo Grande, por exemplo, o PSOL lançou como candidata a vice-prefeita a indígena e ativista Val Eloy Terena, além da candidatura de Cris Duarte. Segundo a Agência do Senado as candidaturas indígenas em 2020 chegam a 2,1 mil no país, o que representa 0,4% do total. De acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), são 38 candidatos indígenas a prefeito e 72 a vice-prefeito, o que mostra um aumento de 25% em relação a 2016. O TSE mostra também que 276 mil candidatos negros vão concorrer nas eleições de 2020, o que representa 49,95% do total. Já as candidaturas brancas re- presentam 48,04%. No caso de Campo Grande, Val Eloy Terena foi a primeira mulher cacique do município e é a primeira mulher indígena a disputar um cargo da ma- joritária da Capital. “Ocupar esse espaço é de imensa alegria para mim, mas sinto o peso de uma comunidade que nunca se sentiu representada, o peso do povo Terena que me incentiva e fortalece na luta. Esse momento é para além do agora! É sobre a falta que indígenas ocupando cargos políticos fizeram no pas- sado, é sobre a construção de um caminho para o futuro. É sobre a nossa sobrevivência, a vida dos povos indígenas de Campo Grande. E é por isso que aceitei o desafio”, disse Val. A terena cita que sempre ajudou ao povo indígena e aban- donou muitas vezes objetivos pessoais em nome de objetivos coletivos. “Os povos indígenas nunca foram ponto central dos políticos poderosos, nunca foram levados em conta os indí- genas nas ‘margens’ de Campo Grande na hora de formular as políticas públicas. O resultado está aí, falta de atendimento de saúde de forma específica aos povos indígenas, educação sucateada e nosso povo vivendo um verdadeiro processo de ge- nocídio.” “Enquanto nessa luta pela Prefeitura de Campo Grande muitos dos candidatos sonham em enriquecer mais, muitos ainda dormem nas ruas da ci- dade. Não há como pensar num desenvolvimento completo do nosso município, se ainda tem pessoas que precisam do básico para sobreviver: energia elé- trica, saneamento e moradia”, citou. Em MS Mesmo com crescimento nas candidaturas de pretos, pardos e indígenas no país, o número de candidatos brancos ainda supera o das minorias em Mato Grosso do Sul. Na tabela sobre raça/cor o TSE diz que no Es- tado 218 indígenas concorrem a cargos políticos com percentual de 2,52%; em 2016, apenas 193 indígenas disputaram. Em 2020 são 667 candidatos que se declaram pretos, o que soma um percentual de 7,73%; Rafael Belo Maria Angélica Fontanari, Angélica Fontanari (Patri), sai pela primeira vez candidata a vereadora em Campo Grande. Professora de Direito Penal, policial civil e ex-secretária da SAS (Secretaria de Assistência Social), ela quer investir em bons projetos para chegar o so- corro no ponto. Ela lembra que sempre esteve na linha de frente e é preciso agir administrati- vamente para chegar material e condições melhores de tra- balho. Entre as principais ban- deiras está a segurança pública e assistência social. Ambas se convergem e abrangem muitas áreas. Para ela, essas áreas são amplas. “Quando falo em segu- rança pública é uma questão multidisciplinar. Por exemplo, onde não tem iluminação pú- blica, tem aumento de 30% de roubo e furto, desde transeunte até casas e comércios”, pontuou. Sempre praticou ações so- ciais e uma delas é de cursos técnicos como o de pão de queijo profissionalizante. “Foi levado dia 17 de dezembro o curso e este ano, com o advento da pan- demia, tem quatro irmãs susten- tando a casa com este aprendi- zado. Também sou palestrante voluntária em diversos projetos, Em ascensão, indígenas buscam vagas a prefeito, vice e vereador Angélica Fontanari pretende atuar na Câmara por segurança e o social Esacheu Nascimento quer ser reconhecido como “prefeito da saúde” Fotos: Divulgação Wilson Matos (esq.) é candidato a prefeito em Dourados e Val Eloy disputa como vice em Campo Grande alaga, é uma situação precária. A gente sabe que os interesses ali não foram de ordem social”, comentou. Esacheu também ressaltou que a primeira ação da sua possível gestão é baixar uma norma. “Farei um decreto re- vogando todas os decretos absurdos do atual prefeito e seguir a orientação da OMS (Or- ganização Mundial da Saúde): cuidar das pessoas sintomá- ticas para a COVID e internar aqueles que desenvolveram a doença. Acabar esta besteira de isolar as pessoas para prevenir a COVID. Hoje, 50% da nossa população está com depressão, está sofrendo de algum dano psicológico”, revelou. (RB) Esacheu Nascimento é candidato do PP Angélica Fontanari destaca o papel da mulher na política, que passa ser protagonista O ex-diretor da Santa Casa Esacheu Nascimento (PP), oi- tavo candidato a prefeito de Campo Grande a passar por sabatina da Rádio Hora e do jornal O Estado, diz que, se eleito, quer ser reconhecido como o “prefeito da saúde”. Esa- cheu afirma que as dificuldades enfrentadas pelo hospital por repasse em dia o motivaram a disputar as eleições neste ano. “Esse trabalho voluntário pos- sibilitou conhecer não somente o âmago da saúde de Campo Grande, mas também permitiu nos relacionar com profissio- nais da área”, destacou. Esacheu diz que a cidade não enfrenta falta de leitos. O que precisa é regularizar a relação da prefeitura com a Santa Casa e com os demais hospitais: Hospital de Câncer Alfredo Abrão, Nosso Lar, São Julião e Hospital do Pênfigo. “Todos estão com subfinancia- mento ou subpagamento que o poder público fala desaver- gonhadamente que não está devendo e que não tem nada atrasado. Na verdade tem. Mandetta deixou de passar R$ 6 milhões por mês da Unidade de Trauma, traição do ministro Mandetta. Deixaram de passar R$ 14 milhões. É um problema sério de relacionamento com o município”, avaliou. O candidato diz: em Bra- sília o que funciona é “bons projetos”. Esacheu exaltou a importância do partido no governo de Bolsonaro. Atual- mente o líder é o deputado fe- deral Ricardo Barros (PP-PR). E disse que a possibilidade de o presidente se filiar após a eleição é de 100%. “Se os tivermos e soubermos adminis- trar, teremos recursos. Quando fui secretário atendíamos aos prefeitos daqui. Na época do então prefeito André Pucci- nelli, que levou um projeto belíssimo do Córrego Bandeira e liberamos em tempo recorde a verba de R$ 11,8 milhões para canalização e asfalto da avenida desde a nascente até a universidade. Tenho certeza que teremos esta oportunidade de termos um relacionamento produtivo e trazer verba para recapeamento e habitação”, destacou. Em seu plano de governo, uma de suas propostas é re- ativar a antiga rodoviária de Campo Grande, localizada no bairro Amambaí. De acordo com o candidato, o atual ter- minal rodoviário foi feito de forma equivocada pelo pre- feito da época, Nelsinho Trad, sem intenção de atender o interesse da população. “É um grande terminal, chove dentro, onde falo de empoderamento feminino, proteção da criança, como evitar a vitimização no caso de sair do banco com a car- teira aberta contando dinheiro. Nossas palestras são para levar conhecimento”, analisou. Para ela é muito importante o papel da mulher na política. “Mulher é muito dinâmica e tem olhares mais atento em situa- ções e áreas que o homem não tem tanto. Um completa o outro. Ambos têm que estar na política. A mulher não veio para ser coadjuvante, mas sim para ser protagonista neste ano”, disse. Para ela, a área da segurança pública não é limitada. “Nós da segurança pública temos um olhar bem abran- gente e dinâmico para diversas situações que conhecemos na prática. Vivemos isso. Sabemos que trabalhar na educação dos meninos evitamos que ele vire um possível agressor. Vivemos na prática. Sabemos a causa e como consertar”, avaliou. An- gélica Fontanari tem um pro- pósito. “Servir e ser útil às pes- soas. Onde trabalhei frutifiquei. Ajudei e servi às pessoas. Por meio das minhas capacitações tenho de ser canal de bênçãos. A Câmara dos Vereadores precisa de pessoas íntegras e capa- citadas. Não podemos colocar alguém lá porque ele é legal. Lá é para fazer leis e fiscalizar o Executivo. Além disso, tem que ser ficha limpa porque quem é fiel no pouco é fiel no muito”, concluiu. Em 2016 eram 470 pretos. Ainda nessas eleições os pardos somam 3.038 postulantes com 35,19% do percentual e amarela são 38 candidatos com 0,44%. Em 2016 foram 2.512 candidatos pardos, e 30 amarelos. O total de 160 candidatos não informaram sobre raça ou cor no cadastro 2020. Apesar do crescimento das minorias, ainda são 4.513 pos- tulantes brancos com um per- centual de 52,27% em MS. Em comparativo com as eleições de 2016, houve aumento de 330, já que naquele ano eram 4.183 candidatos brancos. Candidaturas indígenas MS tem dois candidatos indí- genas ao cargo de prefeito e três mulheres indígenas ao cargo de vice-prefeitas. Em Dourados, o advogado Wilson Matos disputa a prefei- tura pelo PTB. É o primeiro índio candidato a prefeito do muni- cípio, que tem a maior concen- tração de população indígena do país, com cerca de 15 mil pes- soas confinadas em uma área de apenas 3,5 mil hectares a poucos quilômetros de distância do centro da cidade. O candidato a vice é o professor Leonardo Martins, que se declarou branco. Em Corumbá, o candidato Anisio Guató, do PSOL, se candidatou à prefeitura da ci- dade. Ele é vigilante e disputa com chapa pura ao lado do vice Jairo do Assentamento, que se declarou branco. Entre os projetos, Guató quer que as escolas ensinem a língua materna nas escolas. “Quero a garantia de alfabetização em língua materna desde a primeira infância; educação construída nos territórios dos povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas e também asse- gurar o acesso à educação aos povos em transição nas faixas de fronteiras”, disse. Em Aquidauana, a índia te- rena Tainara Ferreira da Silva Terena disputa o cargo de vice- -prefeita pelo PT. O candidato a prefeito é Cipriano Mendes, que se declarou pardo. Em Nio- aque, a indígena Silvana Te- rena também disputa o cargo de vice-prefeita pelo Rede. O candidato a prefeito é o agri- cultor Ilson de Assis Bicudo, que se declarou pardo.

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Candidaturas

Eleições 2020 Sabatina

Campo Grande-MS |Sábado, 24 de outubro de 2020 A3Política

Houve crescimento de 25% nas candidaturas dos povos originários em todo o país

Divu

lgaç

ãoNilson Figueiredo

Andrea Cruz

Nas eleições 2020, o número de candidaturas indígenas teve crescimento de 25% em relação a 2016 e candidatos autodecla-rados negros (pretos ou pardos) superaram o total de brancos com 49%. Em Campo Grande, por exemplo, o PSOL lançou como candidata a vice-prefeita a indígena e ativista Val Eloy Terena, além da candidatura de Cris Duarte.

Segundo a Agência do Senado as candidaturas indígenas em 2020 chegam a 2,1 mil no país, o que representa 0,4% do total. De acordo com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), são 38 candidatos indígenas a prefeito e 72 a vice-prefeito, o que mostra um aumento de 25% em relação a 2016.

O TSE mostra também que 276 mil candidatos negros vão concorrer nas eleições de 2020, o que representa 49,95% do total. Já as candidaturas brancas re-presentam 48,04%.

No caso de Campo Grande, Val Eloy Terena foi a primeira mulher cacique do município e é a primeira mulher indígena a disputar um cargo da ma-joritária da Capital. “Ocupar esse espaço é de imensa alegria para mim, mas sinto o peso de uma comunidade que nunca se sentiu representada, o peso do povo Terena que me incentiva e fortalece na luta. Esse momento é para além do agora! É sobre a falta que indígenas ocupando cargos políticos fizeram no pas-sado, é sobre a construção de um caminho para o futuro. É sobre a nossa sobrevivência,

a vida dos povos indígenas de Campo Grande. E é por isso que aceitei o desafio”, disse Val.

A terena cita que sempre ajudou ao povo indígena e aban-donou muitas vezes objetivos pessoais em nome de objetivos coletivos. “Os povos indígenas nunca foram ponto central dos políticos poderosos, nunca foram levados em conta os indí-genas nas ‘margens’ de Campo Grande na hora de formular as políticas públicas. O resultado está aí, falta de atendimento de saúde de forma específica aos povos indígenas, educação sucateada e nosso povo vivendo um verdadeiro processo de ge-nocídio.”

“Enquanto nessa luta pela Prefeitura de Campo Grande muitos dos candidatos sonham em enriquecer mais, muitos ainda dormem nas ruas da ci-dade. Não há como pensar num desenvolvimento completo do nosso município, se ainda tem pessoas que precisam do básico para sobreviver: energia elé-trica, saneamento e moradia”, citou.

Em MSMesmo com crescimento nas

candidaturas de pretos, pardos e indígenas no país, o número de candidatos brancos ainda supera o das minorias em Mato Grosso do Sul. Na tabela sobre raça/cor o TSE diz que no Es-tado 218 indígenas concorrem a cargos políticos com percentual de 2,52%; em 2016, apenas 193 indígenas disputaram.

Em 2020 são 667 candidatos que se declaram pretos, o que soma um percentual de 7,73%;

Rafael Belo

Maria Angélica Fontanari, Angélica Fontanari (Patri), sai pela primeira vez candidata a vereadora em Campo Grande. Professora de Direito Penal, policial civil e ex-secretária da SAS (Secretaria de Assistência Social), ela quer investir em bons projetos para chegar o so-corro no ponto. Ela lembra que sempre esteve na linha de frente e é preciso agir administrati-vamente para chegar material e condições melhores de tra-balho. Entre as principais ban-deiras está a segurança pública e assistência social. Ambas se convergem e abrangem muitas áreas. Para ela, essas áreas são amplas. “Quando falo em segu-rança pública é uma questão multidisciplinar. Por exemplo, onde não tem iluminação pú-blica, tem aumento de 30% de roubo e furto, desde transeunte até casas e comércios”, pontuou.

Sempre praticou ações so-ciais e uma delas é de cursos técnicos como o de pão de queijo profissionalizante. “Foi levado dia 17 de dezembro o curso e este ano, com o advento da pan-demia, tem quatro irmãs susten-tando a casa com este aprendi-zado. Também sou palestrante voluntária em diversos projetos,

Em ascensão, indígenas buscam vagas a prefeito, vice e vereador

Angélica Fontanari pretende atuar na Câmara por segurança e o social

Esacheu Nascimento quer ser reconhecido como “prefeito da saúde”

Fotos: Divulgação

Wilson Matos (esq.) é candidato a prefeito em Dourados e Val Eloy disputa como vice em Campo Grande

alaga, é uma situação precária. A gente sabe que os interesses ali não foram de ordem social”, comentou.

Esacheu também ressaltou que a primeira ação da sua possível gestão é baixar uma norma. “Farei um decreto re-vogando todas os decretos absurdos do atual prefeito e seguir a orientação da OMS (Or-ganização Mundial da Saúde): cuidar das pessoas sintomá-ticas para a COVID e internar aqueles que desenvolveram a doença. Acabar esta besteira de isolar as pessoas para prevenir a COVID. Hoje, 50% da nossa população está com depressão, está sofrendo de algum dano psicológico”, revelou. (RB)

Esacheu Nascimento é candidato do PP

Angélica Fontanari destaca o papel da mulher na política, que passa ser protagonista

O ex-diretor da Santa Casa Esacheu Nascimento (PP), oi-tavo candidato a prefeito de Campo Grande a passar por sabatina da Rádio Hora e do jornal O Estado, diz que, se eleito, quer ser reconhecido como o “prefeito da saúde”. Esa-cheu afirma que as dificuldades enfrentadas pelo hospital por repasse em dia o motivaram a disputar as eleições neste ano. “Esse trabalho voluntário pos-sibilitou conhecer não somente o âmago da saúde de Campo Grande, mas também permitiu nos relacionar com profissio-nais da área”, destacou.

Esacheu diz que a cidade não enfrenta falta de leitos. O que precisa é regularizar a relação da prefeitura com a Santa Casa e com os demais hospitais: Hospital de Câncer Alfredo Abrão, Nosso Lar, São Julião e Hospital do Pênfigo. “Todos estão com subfinancia-mento ou subpagamento que o poder público fala desaver-gonhadamente que não está devendo e que não tem nada atrasado. Na verdade tem. Mandetta deixou de passar R$ 6 milhões por mês da Unidade de Trauma, traição do ministro Mandetta. Deixaram de passar R$ 14 milhões. É um problema sério de relacionamento com o município”, avaliou.

O candidato diz: em Bra-sília o que funciona é “bons projetos”. Esacheu exaltou a importância do partido no governo de Bolsonaro. Atual-mente o líder é o deputado fe-deral Ricardo Barros (PP-PR). E disse que a possibilidade de o presidente se filiar após a eleição é de 100%. “Se os tivermos e soubermos adminis-trar, teremos recursos. Quando fui secretário atendíamos aos prefeitos daqui. Na época do então prefeito André Pucci-nelli, que levou um projeto belíssimo do Córrego Bandeira e liberamos em tempo recorde a verba de R$ 11,8 milhões para canalização e asfalto da avenida desde a nascente até a universidade. Tenho certeza que teremos esta oportunidade de termos um relacionamento produtivo e trazer verba para recapeamento e habitação”, destacou.

Em seu plano de governo, uma de suas propostas é re-ativar a antiga rodoviária de Campo Grande, localizada no bairro Amambaí. De acordo com o candidato, o atual ter-minal rodoviário foi feito de forma equivocada pelo pre-feito da época, Nelsinho Trad, sem intenção de atender o interesse da população. “É um grande terminal, chove dentro,

onde falo de empoderamento feminino, proteção da criança, como evitar a vitimização no caso de sair do banco com a car-teira aberta contando dinheiro. Nossas palestras são para levar conhecimento”, analisou.

Para ela é muito importante o papel da mulher na política. “Mulher é muito dinâmica e tem olhares mais atento em situa-ções e áreas que o homem não tem tanto. Um completa o outro. Ambos têm que estar na política. A mulher não veio para ser coadjuvante, mas sim para ser protagonista neste ano”, disse. Para ela, a área da segurança pública não é limitada.

“Nós da segurança pública temos um olhar bem abran-gente e dinâmico para diversas

situações que conhecemos na prática. Vivemos isso. Sabemos que trabalhar na educação dos meninos evitamos que ele vire um possível agressor. Vivemos na prática. Sabemos a causa e como consertar”, avaliou. An-gélica Fontanari tem um pro-pósito. “Servir e ser útil às pes-soas. Onde trabalhei frutifiquei. Ajudei e servi às pessoas. Por meio das minhas capacitações tenho de ser canal de bênçãos. A Câmara dos Vereadores precisa de pessoas íntegras e capa-citadas. Não podemos colocar alguém lá porque ele é legal. Lá é para fazer leis e fiscalizar o Executivo. Além disso, tem que ser ficha limpa porque quem é fiel no pouco é fiel no muito”, concluiu.

Em 2016 eram 470 pretos. Ainda nessas eleições os pardos somam 3.038 postulantes com 35,19% do percentual e amarela são 38 candidatos com 0,44%. Em 2016 foram 2.512 candidatos pardos, e 30 amarelos.

O total de 160 candidatos não informaram sobre raça ou cor no cadastro 2020.

Apesar do crescimento das minorias, ainda são 4.513 pos-tulantes brancos com um per-centual de 52,27% em MS. Em comparativo com as eleições de 2016, houve aumento de 330, já que naquele ano eram 4.183

candidatos brancos.

Candidaturas indígenasMS tem dois candidatos indí-

genas ao cargo de prefeito e três mulheres indígenas ao cargo de vice-prefeitas.

Em Dourados, o advogado Wilson Matos disputa a prefei-tura pelo PTB. É o primeiro índio candidato a prefeito do muni-cípio, que tem a maior concen-tração de população indígena do país, com cerca de 15 mil pes-soas confinadas em uma área de apenas 3,5 mil hectares a poucos quilômetros de distância

do centro da cidade. O candidato a vice é o professor Leonardo Martins, que se declarou branco.

Em Corumbá, o candidato Anisio Guató, do PSOL, se candidatou à prefeitura da ci-dade. Ele é vigilante e disputa com chapa pura ao lado do vice Jairo do Assentamento, que se declarou branco. Entre os projetos, Guató quer que as escolas ensinem a língua materna nas escolas. “Quero a garantia de alfabetização em língua materna desde a primeira infância; educação construída nos territórios dos

povos indígenas, ribeirinhos, quilombolas e também asse-gurar o acesso à educação aos povos em transição nas faixas de fronteiras”, disse.

Em Aquidauana, a índia te-rena Tainara Ferreira da Silva Terena disputa o cargo de vice--prefeita pelo PT. O candidato a prefeito é Cipriano Mendes, que se declarou pardo. Em Nio-aque, a indígena Silvana Te-rena também disputa o cargo de vice-prefeita pelo Rede. O candidato a prefeito é o agri-cultor Ilson de Assis Bicudo, que se declarou pardo.