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1 Editorial LENA E JORGE FONTAÍNHAS CASAL RESPONSÁVEL PELA COMUNICAÇÃO No início da celebração do 60.º ani- versário da CARTA, que decorrerá durante este ano, pergunto a mim mesmo que significado tem, afinal, para mim este acontecimento. Em primeiro lugar, sinto que é importan- te relembrar-me que tal documento existe. Que, sem ele, o nosso Movi- mento assim como é não teria passa- do duma boa intenção sem grandes resultados, arquivado a estas horas no “dossier” das inspirações já es- quecidas. Depois, que esta é uma boa oportunidade para o tirar da pra- teleira, voltar a lê-lo e reflectir um pouquinho sobre um documento que causou o abanão que causou no meu matrimónio. A CARTA é o documento base, o pilar escrito do nosso Movimento, a Boa Nova para o amor conjugal. Resultou da experiência dos primeiros casais, do trabalho do Padre Caffarel com esses casais e da acção do Espírito agindo nas pessoas devidas, na altu- ra certa. Lida com cuidado, espanta a matéria nela contida e o espírito da matéria, pela sua actualidade. E tam- bém pela sua exigência. Há quem pense que a lei existe só para nos aborrecer e limitar. Mas a lei existe para nos proteger, indivi- dualmente, refreando os nossos “acessos” e os comportamentos que nos podem prejudicar a nós e aos outros e ainda para proteger o grupo que, como cidadãos, formamos. É cla- ro que a lei não agrada a toda a gen- te. A primeira reacção de muitos é iludi-la ou contorná-la, assumindo que são mais hábeis do que ela. A CARTA, com o discurso de Chan- tilly que a complementa, é a regra do Movimento a que pertencemos. Pro- põe-nos um caminho de exigência que, também ele, é capaz de não agradar a todos os casais mas que não tem que ser fácil. Aceitámo-la em plena liberdade no dia em que resol- vemos aderir ao Movimento. Onde foi que chegámos quando preferimos o fácil ao difícil, o banal ao especial, as águas calmas à resposta ao desa- fio de nos aventurarmos ao largo? Que medida usamos para nós mes- mos? De que somos, afinal, capazes? 60 anos Carta da 60 anos Carta da

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Page 1: da Carta - ENS · 2018. 10. 1. · do pecado e vos tornastes servos de Deus, produzis frutos que levam à santificação, e o resultado é a vida eterna” (Rm 6, 22). Assim, ajudado

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Editorial

LENA E JORGE FONTAÍNHAS

CASAL RESPONSÁVELPELA COMUNICAÇÃO

No início da celebração do 60.º ani-versário da CARTA, que decorrerádurante este ano, pergunto a mimmesmo que significado tem, afinal,para mim este acontecimento. Emprimeiro lugar, sinto que é importan-te relembrar-me que tal documentoexiste. Que, sem ele, o nosso Movi-mento assim como é não teria passa-do duma boa intenção sem grandesresultados, arquivado a estas horasno “dossier” das inspirações já es-quecidas. Depois, que esta é uma boaoportunidade para o tirar da pra-teleira, voltar a lê-lo e reflectir umpouquinho sobre um documento quecausou o abanão que causou no meumatrimónio.

A CARTA é o documento base, o pilarescrito do nosso Movimento, a BoaNova para o amor conjugal. Resultouda experiência dos primeiros casais,do trabalho do Padre Caffarel comesses casais e da acção do Espíritoagindo nas pessoas devidas, na altu-ra certa. Lida com cuidado, espanta amatéria nela contida e o espírito damatéria, pela sua actualidade. E tam-bém pela sua exigência.

Há quem pense que a lei existe sópara nos aborrecer e limitar. Mas a

lei existe para nos proteger, indivi-dualmente, refreando os nossos“acessos” e os comportamentos quenos podem prejudicar a nós e aosoutros e ainda para proteger o grupoque, como cidadãos, formamos. É cla-ro que a lei não agrada a toda a gen-te. A primeira reacção de muitos éiludi-la ou contorná-la, assumindoque são mais hábeis do que ela.

A CARTA, com o discurso de Chan-tilly que a complementa, é a regra doMovimento a que pertencemos. Pro-põe-nos um caminho de exigênciaque, também ele, é capaz de nãoagradar a todos os casais mas quenão tem que ser fácil. Aceitámo-la emplena liberdade no dia em que resol-vemos aderir ao Movimento. Ondefoi que chegámos quando preferimoso fácil ao difícil, o banal ao especial,as águas calmas à resposta ao desa-fio de nos aventurarmos ao largo?Que medida usamos para nós mes-mos? De que somos, afinal, capazes?

60 anos

Cartada

60 anos

Cartada

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A vida meio desordenada com quetemos que lidar apresenta-nos todasas desculpas possíveis e legítimaspara nos conformarmos com a faci-lidade. A exigência, (penso eu nisso?)é condição do amor autêntico. Queespécie de amor temos ao nosso côn-juge, à nossa família, ao nosso próxi-mo, ao nosso Deus? Um sentimento

bonito e morno destinado a uma vi-da efémera ou aquele que é construí-do todos os dias sobre uma decisãoexigente?

Talvez possamos aproveitar estaquadra Quaresmal para meditarmais seriamente sobre o assunto.Duma maneira geral e na melhor dasintenções, gostamos de praticar, notempo da Quaresma, pequenas ounão tão pequenas privações que nosdão boa consciência e mais nada.Não sejamos daqueles de quem diziao Profeta Isaías: “este povo honra-mecom os lábios mas o seu coração estálonge de mim” (Mt 15, 8). Façamos,interiormente, uma leitura renovadadesse caminho de amor exigente quefoi a vida, a pregação e a morte doSenhor Jesus Cristo, oferecendo-Lheo tempo e a abertura de coração ne-cessários ao encontro profundo queEle constantemente deseja ter con-nosco. Amor cuja exigência, aceiteaté às últimas consequências naCruz, foi condição de Ressurreição ede Vida. Recusaremos a Ressurreiçãosó porque o caminho é exigente?

QuaresmaQuaresma

Próximas Cartas· Maio/Junho 2007: Publicação das Contas 2006, Fim do Ano Pastoral.· Setembro 2007: Carta de início de ano do SR.· Novembro/Dezembro 2007: Advento.

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Como preparação para a Páscoaanual, a Igreja oferece-nos agora otempo favorável da Quaresma, ca-minho de conversão que nos conduzao sacramento da Penitência, prin-cipal meio para realizar na nossavida a reconciliação com Deus, com opróximo e com a Igreja. Sabemos que,para acolher o Evangelho e entrar noReino de Deus, é necessário arrepen-der-se e converter-se, tal como Pedrodizia ao povo, após a cura do alei-jado à porta do Templo, em Jerusa-lém: “arrependei-vos e convertei-vos paraque os vossos pecados sejam apagados”(Act 3,19).

A conversão — metanóia — é umamudança profunda que atinge anossa forma de pensar e de agir, osnossos critérios e atitudes. Não setrata apenas de uma transformaçãopsicológica e terapêutica. É, antes, aresposta pessoal — e comunitária —ao apelo de Deus, à Aliança que Eledeseja estabelecer connosco; é aco-lher e aderir à vida nova que Deusnos oferece em Jesus Cristo, atravésdo Espírito Santo que “transforma ocoração dos fiéis e renova a face daterra”. Mas, para nos voltarmos paraDeus e aderimos ao seu projecto desalvação, é necessário conhecer Deus

e a vocação que Ele nos dirige. A vo-cação cristã — o chamamento do Se-nhor — arranca da escuta atenta dasua Palavra. Aqui, porém, se situa adificuldade de muitos de nós, tão dis-persos que andamos na preocupaçãocom o acidental, esquecendo o essen-cial...

Chamado a caminhar segundo o Es-pírito, no seguimento de Cristo, ocristão tem de avançar e distanciar-se cada vez mais das amarras do pe-cado e progredir na liberdade dosfilhos de Deus:”agora que estais libertosdo pecado e vos tornastes servos de Deus,produzis frutos que levam à santificação, eo resultado é a vida eterna” (Rm 6, 22).Assim, ajudado pelo Espírito Santo,o cristão entra no difícil caminho queconduz do pecado à santidade.

Mas, que é o pecado? O pecado é anossa infidelidade à Aliança a queDeus nos chamou. A gravidade dopecado ecoa na consciência de quemsente o apelo de Deus à santidade.No entanto, talvez não tenhamosconsciência da gravidade do pecadoporque não reconhecemos a digni-

PADRE ANTÓNIO JANELA

Conselheiro Espiritual

CONSELHEIRO ESPIRITUALDA SUPRA-REGIÃO Vocação

ConversãoPenitência

VocaçãoConversão

Penitência

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dade e a responsabilidade da nossavocação cristã. Por isso, ser tão im-portante reavivá-la nesta caminhadapara a Páscoa, em que queremos re-novar as promessas baptismais, pre-parando-nos pela escuta atenta daPalavra de Deus, que nos interpelafortemente; pela aplicação da mul-tissecular pedagogia penitencial —“oração, jejum e esmola”; pela rique-za da liturgia que celebramos maisassiduamente.

Para entender a necessidade e a im-portância da conversão devemos,assim, partir da vocação cristã liga-da ao Baptismo. É em confronto como projecto que emana dos sacramen-tos da iniciação cristã — Baptismo,Confirmação, Eucaristia — e da con-cretização baptismal que é o vossosacramento do Matrimónio, que sedescobre mais facilmente as infideli-dades e a necessidade de perdão e deconversão. O caminho da conversãoconduz-nos ao sacramento da Peni-tência. Ele restabelece em nós a vidaespiritual do Baptismo e conduz-nosa uma maior fidelidade ao projectode Jesus Cristo. Hoje, face a uma cer-ta tendência reducionista do sacra-mento da Penitência, é importanteacentuarmos este aspecto positivo:a Penitência apresentada como umcaminho que nos renova interior-mente, em ordem a alcançarmos aplena estatura da vida cristã.

Certamente, não vos deixo surpreen-didos se disser que o primeiro sacra-mento da penitência não é a “confis-são”, mas sim o baptismo. Dizemo-lono Credo: “Professo um só baptismo pararemissão dos pecados”. Mas, para o cris-

tão mediano, o baptismo ainda é osacramento das crianças. Não o en-tendem como o sacramento da “con-versão”. Quantos cristãos têm aconsciência viva de que, sendo bapti-zados, não podem viver como qual-quer outro que o não seja? As pessoasainda dizem: “fui baptizado”; e nãopropriamente: “sou baptizado”...

Como sublinhámos, a vocação à san-tidade mergulha as suas raízes noBaptismo e volta a ser proposta pe-los vários sacramentos, sobretudopelo da Eucaristia e pelo sacramentodo Matrimónio que consagra o vossoamor conjugal. Revestidos de JesusCristo e impregnados do seu Espí-rito, os cristãos são “santos” e, porisso, habilitados e empenhados emmanifestar a santidade do seu ser nasantidade de todo o seu agir. Por isso,S. Paulo não se cansa de advertir to-dos os cristãos para que vivam “comoconvém a santos” (Ef 5,3). E é neste em-penho por corresponder à santidadedo Baptismo que tomamos consciên-cia das nossas resistências e fragili-dades e descobrimos a necessidadede lutar contra as forças do mal en-raizadas no coração de todos. Cor-responder ao chamamento de Deus,tornar-se discípulo de Jesus Cristo eviver segundo o Espírito Santo é umprocesso de transformação que exigeesforço e dedicação ao longo de todaa vida.

O sacramento da Reconciliação, ex-pressão da sacramentalidade salví-fica da Igreja, é o principal meio paranos abrir à conversão e chegar à vir-tude da penitência. Como momentoculminante de um processo que vai

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amadurecendo gradual e progressi-vamente, o sacramento da Reconci-liação pressupõe alguns passos pré-vios: a formação da consciência parareconhecer as infidelidades ao pro-jecto de Deus; o arrependimento pe-las faltas cometidas; e a vontade sin-cera de dar um rumo novo à existên-cia, recebendo a força que vem dagraça sacramental própria. O sacra-mento, como dom de Deus, careceassim de ser preparado por um itine-rário pessoal de conversão e deveconduzir a uma vida mais fiel à san-tidade cristã. Aqui está uma dimen-são fundamental do sacramento quese julga já adquirida. Na realidade,porém, não parece ter penetradoainda suficientemente na mentali-dade dos fiéis e na prática pastoral.

É impossível alcançar o perdão dospecados só pelo rito, se não se alcan-ça a penitência como atitude. Nessesentido, não podemos entender e vi-ver o sacramento como um momentoisolado — a “confissão”. É igualmen-te importante preparar o “antes” e o“depois” do sacramento. “O caminhode autêntica conversão, que compreendequer um aspecto ‘negativo’ com a libertaçãodo pecado, quer um aspecto’“positivo’ coma escolha do bem […] é o contexto adequa-do para a descoberta e a intensa celebração

do sacramento da Penitência no seu sig-nificado mais profundo” (Tertio millen-nio adveniente, 50). Na perspectivabíblica e eclesial, a penitência adqui-re um sentido positivo e estimulantede passagem das trevas à luz. Re-nunciamos ao pecado para alcançara liberdade de filhos de Deus. No en-tanto, tenhamos bem presente queesta passagem do pecado à santidadedo Baptismo é custosa e exigente.Não se alcança sem sacrifício e es-forço, “sem jejum e oração”, segundoa linguagem do Evangelho. O pecadoé sempre uma tentação agradável aque estamos inclinados e apegados.Renunciar ao egoísmo, à vaidade, aoorgulho, ao domínio, à sensualidadedesordenada, à mentira ou a outrasinclinações pecaminosas para aderirao projecto de Deus é empreender odifícil caminho para a liberdade,para a bondade e para a beleza.

Na caminhada para a Páscoa im-porta, pois, redescobrir a virtude e osacramento da Penitência como ele-mentos indispensáveis na nossa pe-regrinação em direcção à santidade,meta de toda a existência cristã.

Uma Santa Páscoa, preparada inten-samente pela vivência quaresmal,são os meus votos fraternos.

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Esta é uma daquelas datas para as quais apenas uma comemoração sabe apouco. A CARTA FUNDADORA, de 1947, foi de todas as intuições do PadreCaffarel, aquela que porventura mais impacte teve no Movimento e em todosnós que a aceitamos livremente e usamos para conduzir a nossa vida, a danossa equipa e da nossa família.

E, à nossa escala humana, 60 anos é um tempo enorme que não deve passarsem uma verdadeira tomada de consciência da sua singularidade e rele-vância.

Daí a vontade unânime da Equipa da Supra-Região para que o ano de 2007seja repleto de comemorações a três níveis:

i) Actividades dos Sectores, Regiões, Províncias e Nacionais, que se realizarãoconforme programadas e evocarão esta data;

ii) Reflexão sobre o Discurso de Chantilly (proferido pelo Padre Caffarel em1987 nos 40 anos da CARTA FUNDADORA) alargada a todos os equipistasconforme proposta lançada na Carta periódica do passado mês de Novem-bro; e

iii) Abertura ao exterior, através da organização, por cada Equipa, Sector, Re-gião e Província, de pelo menos uma actividade inovadora.

Mas, de todas as comemorações que possamos fazer, a oração é a que certa-mente mais tocará o coração do Padre Caffarel.

Por isso elaborámos e incluímos uma Pagela nesta Carta, com uma oração(cujo texto aqui reproduzimos) evocando a data dos 60 anos, que propomospara todas as reuniões de equipa durante 2007.

Também incluímos o Cântico apresentado no Encontro Internacional deLourdes elaborado com palavras do Padre Caffarel.

Cada equipa escolherá o melhor momento para a rezar a oração, dando gra-ças pelo Padre Caffarel e pedindo pelo Movimento, para que continue a serfiel ao espírito fundador e eficaz no estímulo às equipas e aos casais.

Supra-Região

60 anos

Carta Fundadorada

60 anos

Carta Fundadorada

CASAL RESPONSÁVELSUPRA-REGIONAL

ANA E VASCO VARELA

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Cântico do Padre Caffarel

Deus, nosso Pai,Tu que olhas para o nosso casal com ternurae nos dás a alegria de estarmos juntos,guia-nos nas tarefas que temos a desempenhar,reforça a nossa disponibilidade aos outros,mantém-nos verdadeiros, corajosos e fiéis ao Teu Espíritopara descobrimos a Tua Vontade.

Deus, nosso Pai,Tu que és Comunhãoe nos juntaste em equipa para nos entreajudarmos,concede-nos a capacidade de aceitar as diferençase de respeitar e incentivar os dons de cada um.Que o Teu Espírito permaneça connosco, Senhor,e nos ilumine no testemunho e no serviço.

Deus, nosso Pai,Tu que iluminaste o Padre Caffarel,e nos deste há 60 anos a graça deste nosso Movimento,ajuda-nos a ser fiéis a esse espírito fundador,na criatividade e na exigência.Ilumina-nos para que sejamos “fermento na massa”e no mundo reflexos do Teu amoratravés do Espírito Santo. Amén.

Oração(Proposta para todas as reuniões de equipa durante 2007,evocando os 60 anos da CARTA FUNDADORA)

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JOHN E ELAINE COGAVIN

O nosso recente encontro em Lourdesfoi o 10.º Encontro Internacional donosso Movimento. No fim de todos osencontros é proposta uma Orienta-ção para o Movimento que apresen-ta as prioridades para os 6 anos se-guintes.

«As “orientações”, para o conjuntodos equipistas, representam as prio-ridades do Movimento para os anosseguintes, propostas a partir da ob-servação da realidade e das neces-sidades dos casais» (Guia das Equipasde Nossa Senhora, 2001).

A orientação

Para determinar a Orientação para2006-2012, decidiu-se ouvir vozes doMovimento de todos os cantos domundo, de forma a reflectirem real-mente os sinais do nosso tempo e asactuais necessidades dos casais doMovimento.

No Outono de 2002, a Equipa Res-ponsável Internacional propôs a to-dos os casais Regionais e Supra-Re-gionais do mundo inteiro que inves-tigassem com as suas Equipas as ne-

cessidades do indivíduo, do casal, daIgreja e da sociedade nas suas re-giões. Isto foi discutido, e as EquipasRegionais de todo o mundo respon-deram. As informações saídas dasreacções constituíram a base de umaimportante reunião em Roma em2003. Aí a Equipa Responsável Inter-nacional e os Casais Supra-Regionaiscom os Casais Regionais, os Conse-lheiros Espirituais e os responsáveisda Carta de todas as partes do mun-do juntaram-se para discutir, rezar,ouvir e dar o seu conselho para a fu-tura Orientação das Equipas de Nos-sa Senhora. Após cada sessão, as res-postas dos grupos dos ateliers foramsintetizadas; vários dias depois, adirecção tornou-se clara, e construí-ram-se os pilares da Orientação.

Acreditamos verdadeiramente queeste processo reflecte o trabalho doEspírito Santo que guiou o trabalhoda Carta de Orientação que foi apre-sentada no fim do nosso encontro emLourdes e que encorajamos todos oscasais e todas as equipas do Movi-mento a estudar, meditar, rezar e de-pois agir. Durante o tempo quepassámos em Roma, fomos

CASAL DE LIGAÇÃOÀ ZONA EURÁSIA

Correio da ERI

orientaçãoEquipas

Nossa SenhoraEquipas

Nossa Senhora

das

Cartade

de

das

Cartaorientação

de

de

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Malavi

abençoados com uma audiência pri-vada com o Papa João Paulo II, quenos apresentou a sua visão para asEquipas de Nossa Senhora e como de-víamos orientar o nosso Movimentopara o futuro. O seu conselho tam-bém está reflectido na Orientação.

O tema da Orientação é:

“Equipas de Nossa Senhora, comuni-dades de Casais, reflexo do amor deDeus”.

A Orientação convida cada um denós a responder à exortação de Jesus:

“Amai-vos uns aos outros assim comoEu vos amei” (Jo 13, 34).

A mensagem de orientação

A Orientação é uma resposta oportu-na às necessidades do nosso tempo.

Cada um de nós pode fazer dela umabase:· Para uma renovação do matrimó-

nio centrada no nosso sacramentodo amor;

· Para uma nova compreensão danossa Equipa como uma comuni-dade de Igreja de Fé, de Esperança ede Caridade;

· Para procurar atingir todos os ca-sais com uma visão e uma lingua-gem que possam ser compreendi-das por todos — uma linguagem deamor;

· Para abrir os nossos corações comoo Papa João Paulo II nos convidava:«Levai sempre convosco o testemu-nho da grandeza e da beleza do amorhumano».

Para cada um de nós, a Carta deOrientação apresentada em Lourdescontém o desafio, o convite e asorientações para construirmos o Rei-no de Deus no nosso próprio mundo.Encorajamos todos a ler esta Carta,individualmente, em casal e emequipa.

Esta Orientação é, além disso, confir-mada pela primeira Encíclica do Pa-pa Bento XVI, Deus é Amor, em que eledeclara:

«O matrimónio baseado num amor ex-clusivo e definitivo torna-se o íconedo relacionamento de Deus com o seupovo e, vice-versa, o modo de Deusamar torna-se a medida do amorhumano».

Para acompanhar a Orientação, de-senvolveram-se temas de estudo es-pecíficos. O primeiro desses temasbaseia-se nas conclusões dessa reu-nião em Roma em 2003, onde se con-siderou necessário clarificar e forta-lecer a nossa própria compreensãoda espiritualidade conjugal, do sa-cramento do matrimónio e do caris-ma das Equipas de Nossa Senhora.

Este tema de estudo:

“Espiritualidade conjugal e com-promissos nas Equipas de NossaSenhora”,

deverá estar já com cada equipa domundo. Pensamos que deveria serconsiderado por cada equipa comoum apelo a cada um a envolver-semais no serviço à Igreja, aos casaise, sobretudo, aos jovens.

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Dado que é juntos que aprendemoscomo realizar a nossa missão, se-guir-se-á outro tema de estudo:

“As Equipas de Nossa Senhora, umtestemunho ao serviço dos casais”.

Esperamos e rezamos para que umareflexão profunda sobre esta Cartade Orientação e a partilha com base

nos temas de estudo que a acompa-nham ajudem cada casal a progre-dir no seu caminho de santidade,recordando as palavras do PadreCaffarel:

«O objectivo essencial das Equipasde Nossa Senhora é ajudar os casaisa procurar a santidade — nem mais,nem menos».

1 - Ao serviço de 1980 a 1993

Fomos sucessivamente responsáveisde sector, de região e depois de pro-víncia. Que bela experiência que nosfez descobrir a riqueza do Movi-mento e a eficácia da sua organiza-ção, mas também:

* A importância de amar a Igreja;* A importância da oração como fon-

te de toda a iniciativa;* A importância de sermos «servos

inúteis»;* A importância do trabalho comu-

nitário;

* E, no fim, a obra do Senhor que tudomultiplica e tudo leva à perfeição.

2 - Participar na Obra doSenhor

O Padre Caffarel dizia que, de todasas iniciativas humanas, algumas de-

senvolviam-se espontaneamenteporque eram o resultado de um «ca-risma fundador» cujo único inicia-dor é Cristo.

Outras, apesar de um enorme dis-pêndio de energias, não tinham qual-quer expansão por serem resultadode iniciativas humanas não enrai-zadas na vontade de Deus. «Se o em-preendimento é dos homens, estaobra acabará por si própria; mas, sevem de Deus, não conseguireis des-truí-los» (Act 5,38-39).

É este o nosso papel de «servos inú-teis». É Ele, o Senhor, que mostra ocaminho e que tudo realiza!

NOTÍCIAS INTERNACIONAIS

JENEVIÈVE E HERVÉ CORN

Zona Europa CentralZona Europa Central

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3 - Chamados de novo

Que alegria encontrarmo-nos de no-vo ao serviço do Movimento. Redes-cobrimos um Movimento que cres-ceu, aumentou e seinternacionalizou.

O Encontro de Lourdes mostrou-nosa extraordinária vitalidade do Mo-vimento, a sua capacidade de seadaptar mantendo-se fiel ao «Caris-ma Fundador».

Que alegria voltarmos a encontrar-nos numa equipa internacional quenos enriquece com as experiênciasvividas no mundo inteiro. Desco-brimos também realidades de Igreja:Igreja minoritária, Igreja perseguidamas também Igreja radiosa.

4 - Líbano, um país na tormenta

O nosso pensamento vai, em primei-ro lugar, para o Líbano. Este país ti-nha provado que é possível viver emharmonia entre comunidades de con-fissões diferentes. Hoje vive num es-tado de tensão permanente. Esta si-tuação muito difícil compromete oseu futuro.

Com as Equipas de Nossa Senhora doLíbano, rezamos para que o seu paisvolte a encontrar a paz, para quevolte a ser bom lá viver no respeitopor todos.

5 - Países novos nas Equipasde Nossa Senhora

Os países da Europa de Leste abrem--se à União Europeia e também àsENS.

A Polónio está agora, e desde há cin-co anos, bem representada no Mo-vimento. O WE de 12/13 de Maio vaireunir os casais polacos para festeja-rem o 5.º aniversário do Movimentona Polónia.

Formaram-se equipas na Hungria ena Roménia. Estas equipas têm de seconsolidar e organizar. Existem pro-jectos também na Eslováquia, na Li-tuânia, na República Checa, na Bie-lorrússia…

As ilhas da África Oriental estãobem representadas através da IlhaMaurícia.

Estamos também em contacto comum casal de Madagáscar que anseiapor formar uma primeira equipa.

Em toda a parte, nascem iniciati-vas… Em toda a parte, sente-se a ne-cessidade de beneficiar da pedagogiadas Equipas. É preciso tempo e per-severança, mas é sempre uma enor-me expectativa.

6 - As Equipas da EuropaCentro-Oeste

As preocupações são sensivelmenteas mesmas nos países francófonos(França, Suíça, Luxemburgo, Bélgica)e nos países de língua alemã (Alema-nha, Áustria…):

* Como preservar a chama nas equi-pas existentes, como ajudá-las aperseverar no seu desejo de viverplenamente a Carta das Equipas;

* Como acolher os casais jovens, mui-tas vezes tão diferentes. Uns dese-jam uma grande exigência. Outros

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vivem à margem da Igreja mas sen-tem também a necessidade de serajudados na sua fé e na sua vida decasal.

Para responder a estas expectativas,exploram-se novas pistas, que devemser prosseguidas.

7 - Oração e Compromisso

Temos a felicidade de ver quanto osequipistas estão comprometidos naIgreja e no mundo. Não será essa a

Composição da Zona Europa Central

BélgicaFrança-Luxemburgo-SuíçaIlha MauríciaLíbanoPolóniaRegião de Língua Alemã

3 42021 400

360400400630

Membros

vocação das Equipas: enraizar naoração em casal para dar o primeirolugar ao Senhor a fim de mais bemservir a Igreja e o mundo?

Caleidoscópio. Foi a imagem quesurgiu no nosso espírito ao ler asimpressões que, de regresso aos seus Gostaríamos de ser aquele tubo opa-

co dentro do qual se encontram inú-meros espelhos pequeninos e peque-nos objectos coloridos e móveis queneles se reflectem e, com uma ligeirarotação, deixam ver desenhos geo-métricos e variados que encantam esurpreendem.

Gostaríamos que a página em brancofosse esse tubo e que o nosso espíritofosse o conjunto dos espelhos. Assimpodemos começar a pôr na páginaem branco pequenas frases colhidasde algumas cartas que nos chegaram.

CaleidoscópioCaleidoscópioCARLA E ROBERTO VIO

países, inúmeros equipistas envia-ram ao secretariado internacionalpoucos dias após o fim do Encontro.

SECRETÁRIOS DA ERI

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Esperamos que essas palavras pos-sam dar uma imagem variada daqui-lo que os equipistas viveram duranteo décimo encontro do nosso Mo-vimento.

Foi a segunda vez que pudemos participarno Encontro Internacional das ENS e, umavez mais, sentimo-nos acarinhados porDeus, que nos permitiu viver um aconteci-mento desta envergadura em Lourdes. Já emSantiago de Compostela tínhamos sido to-cados pela dimensão universal do Movi-mento, sobretudo na partilha eucarística ena oração com irmãos de línguas e etniasdiferentes. Todos cantámos na língua doamor o louvor do Senhor. Um casal ar-gentino.

Voltámos de Lourdes verdadeira-mente felizes. Este Encontro foi, aomesmo tempo, caloroso, orante, ricode ensinamentos, cheio de fraterni-dade… Não podemos prolongar estalista, mas queremos dizer toda a nos-sa profunda alegria por termos par-ticipado nesse grande momento doMovimento. Um casal francês.

Foi um encontro rico de fé vivida, de conhe-cimento e de descoberta de nós próprios e donosso casal, de alegria por reencontrar ou-tros casais que já conhecíamos e outros queconhecemos aqui, de partilha de experiên-cias que são aspectos práticos da vida econstituem momentos de enriquecimentopara todos nós que nos colocamos sob oolhar protector de Maria. Um casal por-tuguês.

Gostaríamos que se soubesse que auniversalidade da Igreja e as mani-festações do Espírito Santo são muitodifíceis de exprimir por palavras;mas tanto uma como outras encon-

traram lugar no nosso coração aofazermos parte de uma grande ora-ção contínua que alimenta e provocauma necessidade cada vez maior deDeus. Gostaríamos de dizer que, de-pois de Lourdes, houve uma mudan-ça que nos fez sentir a necessidade daoração, que nos deu um sentimentodiferente na recitação do terço e quefez o milagre da paz nos nossos cora-ções. Um casal mexicano.

O que mais nos marcou: o ambiente. Do-çura, alegria, serenidade, atenção aos ou-tros. Quatro mil casais reunidos que seamam e que fundam o seu amor em Deus,isso mexe connosco! As reuniões de equipa,alimentadas dessa mesma qualidade de es-cuta e de amizade, também nos trouxerammuito. Sentiu-se aquilo a que vocês cha-mam comunidades vivas de casais. Um ca-sal francês.

Nosso Senhor apresentou-Se fisica-mente diante de nós na procissãoeucarística dos peregrinos que tinhacomo fundo, como cenário, a grutada Virgem; indo ao encontro da nos-sa mãe, notámos que ela tinha esco-lhido um lugar simples para nos in-dicar o caminho que devemos seguirpara adquirir a nossa espirituali-dade conjugal. Um casal da Guatemala.

Voltámos com o livro cheio de endereços deamigos novos espalhados pelo mundo e en-tusiasmados por este fabuloso Encontro.Um casal francês.

Foi para mim uma honra participarneste Encontro. Houve momentos defesta, de oração, de formação: logo acerimónia de abertura na Basílica deSão Pio X, completamente cheia… aoportunidade de começar a conhecer

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a força evangelizadora deste movi-mento de casais e a sua influênciabenéfica e moralizadora da nossasociedade. Para mim foi claro, maisuma vez, que a família é uma célulada sociedade e deve ser também umaIgreja doméstica. Faço votos paraque este Movimento de espirituali-dade conjugal e familiar cresça e sefortaleça cada vez mais. As Equipasde Nossa Senhora são uma riquezapara a nossa Igreja e para o nossopais. Um bispo português.

Esta tarde vimos um milagre que nos fezvirem as lágrimas aos olhos: no prado ha-via centenas de casais de todas as idades ede todos os países a fazerem o dever de sesentar ou “la sentada” como nós dizemos.Foi muito comovente ver tantos casais “pe-leándola” (a discutir), querendo viver a trêseste sacramento, procurando viver a verda-deira felicidade, essa felicidade que não sevê mas que se sente no mais profundo docoração. Um casal argentino.

Queremos partilhar convosco a feli-cidade e o presente que Deus nos deude podermos viver este maravilhosoEncontro. Um casal espanhol.

Qual é o segredo das Equipas de NossaSenhora? Pessoas de todos os países domundo, dos quatro cantos da Terra; encon-tramo-nos com as nossas cores, as nossaslínguas, as nossas gerações, as nossas

preocupações, as nossas tradições e as nos-sas expectativas. Encontramo-nos como senos conhecêssemos há muito tempo, comose fôssemos uma só família, grande, aman-do-se, “tendo entre si os mesmos sentimen-tos que estão em Cristo Jesus” (Filipenses2, 5). Descobrimos a afabilidade que sedesenhava em cada rosto encontrado e obom acolhimento em cada sítio onde nossentávamos. A esses nove mil irmãos comquem vivemos momentos inesquecíveisapresentamos as nossas cordiais saudaçõese o nosso reconhecimento. As nossas ma-nhãs tornaram-se alegres e agradáveis por-que vários sóis se levantaram. Não é deadmirar, pois, quando há o amor, uma novaaurora se levanta em cada novo rosto quesorri. Um casal sírio.

Tive a graça, a alegria e a felicidadede participar, pela terceira vez, numEncontro Internacional das Equipas.Fiquei muito contente: a partir dostestemunhos, das intervenções, dassensibilidades adivinhadas, das pa-lavras comunicadas aberta e frater-nalmente, as Equipas pareceram-mecomunidades não só de pessoas adul-tas mas também adultas na fé, navida, no serviço, na missão eclesial,na pastoral conjugal. De facto, comodizia o tema do Encontro: «Comuni-dade viva de casais, reflexo do Amorde Cristo». Um conselheiro espiritualitaliano.

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A minha alma glorifica o Senhore o meu espírito se alegra em Deus meu salvador.Porque pôs os olhos na humildade da sua serva,de hoje em diante me chamarão bem-aventurada

todas as gerações.

O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas,Santo é o seu nome.

A sua misericórdia se estende de geração em geraçãosobre aqueles que O temem.

Manifestou o poder do seu braço,e dispersou os soberbos.

Derrubou os poderosos de seus tronos,e exaltou os humildes.

Aos famintos encheu de bense aos ricos despediu de mãos vazias.

Acolheu a Israel seu servo,lembrado da sua misericórdia,

como tinha prometido a nossos pais,a Abraão e à sua descendência para sempre.Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo,

como era no princípio, agora e sempre.Ámen.

FRANÇOIS FLEISCHMANN

Na altura em que termina o meu ser-viço na Equipa Responsável Interna-cional, gostaria simplesmente de vossugerir que meditásseis no Cânticode Maria, esse Magnificat que soisconvidados a rezar todos os dias.

Santo Ambrósio escreveu: «Que emtodos resida a alma de Maria paraglorificar o Senhor; que em todos re-sida o espírito de Maria para exultarem Deus» (Sobre São Lucas 2, 26).Porque, quando voltamos a estesversículos, entramos em comunhãocom a Mãe de Jesus, que guia a nossaoração.

Maria glorifica o Senhor, exulta.Saberemos reconhecer a grandeza ea beleza de Deus que nos criou, deDeus fiel e misericordioso que dá oseu Filho para a salvação do mundo?Será o louvor, a exemplo de Maria, oprimeiro movimento da vossa ora-ção? Falais a Deus da vossa alegriapor terdes sido chamados a apro-fundar a espiritualidade conjugalnas Equipas? Muitos testemunhos deequipistas convidam a reconhecernessa experiência a acção de Deus,

meu salvador! Na lembrança aindaviva do encontro de Lourdes, pode-mos cantar juntos: o Todo-poderoso fezem mim maravilhas.

As palavras de Maria, que por vezesnos desconcertam, proclamam que oSenhor privilegia os humildes, aquelesque temem a Deus (que O respeitam eadoram), ou os que têm fome. Não ex-primirá Maria assim essa inversãodas categorias do mundo que o Evan-gelho realiza? Ela anuncia as bem--aventuranças e tantos episódios emque Jesus louva e salva os pobres,como o samaritano leproso e muitosoutros. Que a humilde Virgem deNazaré nos encontre simples e aber-tos ao dom de Deus! Que ela nos aju-de a permanecer unidos a Jesus, to-talmente oferecido no seu amor ex-tremo para nos elevar, para nos

Queridos amigosdas Equipas,

MAGNIFICATCONSELHEIRO ESPIRITUAL DA ERI

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abrir os caminhos do seu Reino dejustiça e de paz, de amor e de ver-dade.

Porque o Senhor lembra-Se da sua mise-ricórdia, da sua promessa que vale paratodos os que são chamados a cons-tituir o Povo de Deus. Buscai apoiona fidelidade de Deus, na constânciado seu amor que vivifica o vossoamor. Ele leva-vos através das pro-vações do vosso caminho; torna-vostestemunhas da Aliança que a vossaaliança de esposos reflecte na nossasociedade, que tantas vezes desco-nhece a grandeza do matrimónio.

Se esta oração vos parece difícil, lem-brai-vos de que a fazeis em uniãocom a Mãe de Cristo, Mãe dos ho-mens. E escutai esta palavra do Pa-dre Caffarel: «Gostaria que nas nos-sas Equipas todos se exercitassemna omnipotente ternura da VirgemMaria, que todos os casais experi-mentassem essa confiança e essa se-gurança que habitam o coração dospequeninos quando a sua mãe estápresente» (Carta mensal, Maio 1949).

Com Maria, ousai cantar: «Jesus, oteu amor é a nossa luz, o teu amor éa nossa alegria».

Equipas em PilotagemDas 143 equipas que estão em pilotagem, 28 pertencem à Província Norte eCentro, 35 à Província Sul e 80 à Província África.

Estatísticas sa Supra-Região Portugal

Em 2006, o Movimento cresceu 3,2% (tanto em número de membros comode equipas) relativamente a 2005. Em 1 de Janeiro de 2007 as estatísticas doMovimento eram as seguintes: 4.940 casais, 206 viúvas, 33 viúvos, 665 con-selheiros espirituais, 943 equipas, das quais 866 com conselheiro espiritual(há CE com mais do que uma equipa) e 143 em Pilotagem.

Estes dados foram enviadas à ERI em Janeiro de 2007, e é com base neles,e num indicador de nível de vida em cada país, que se calcula a quotização daSR Portugal.

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Reflectindo...

«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram» (Jo 19, 37).

Este é o tema bíblico que guia este ano a nossa reflexão quaresmal. A Quares-ma é tempo propício para aprender a deter-se com Maria e João, o discípulopredilecto, ao lado d’Aquele que, na Cruz, cumpre pela humanidade inteira osacrifício da sua vida (cf. Jo 19, 25).

Portanto, dirijamos o nosso olhar com participação mais viva, neste tempode penitência e de oração, para Cristo crucificado que, morrendo no Calvário,nos revelou plenamente o amor de Deus.

Detive-me sobre o tema do amor na Encíclica Deus caritas est, pondo em realceas suas duas formas fundamentais: o agapé e o eros.

O AMOR DE DEUS: AGAPÉ E EROS

A palavra agapé, muitas vezes presente no Novo Testamento, indica o amoroblativo de quem procura exclusivamente o bem do próximo; a palavra erosdenota, ao contrário, o amor de quem deseja possuir o que lhe falta e anseiapela união com o amado.

O amor com o qual Deus nos circunda é sem dúvida agapé. De facto, pode ohomem dar a Deus algo de bom que Ele já não possua?

Tudo o que a criatura humana é e possui é dom divino: é portanto a criaturaque tem necessidade de Deus em tudo.

Mas o amor de Deus é também eros. No Antigo Testamento, o Criador do uni-verso mostra para com o povo que escolheu uma predilecção que transcendequalquer motivação humana. O profeta Oseias expressa esta paixão divinacom imagens audazes, como a do amor de um homem por uma mulher adúl-tera (cf. 3, 1-3); Ezequiel, por seu lado, falando do relacionamento de Deuscom o povo de Israel, não receia utilizar uma linguagem fervorosa eapaixonada (cf. 16, 1-22).

Estes textos bíblicos indicam que o eros faz parte do próprio coração de Deus:o Omnipotente aguarda o «sim» das suas criaturas como um jovem esposo oda sua esposa. Infelizmente desde as suas origens a humanidade, seduzida

Queridos irmãos e irmãs!

MENSAGEM DE BENTO XVIPARA A QUARESMA DE 2007

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pelas mentiras do Maligno, fechou-se ao amor de Deus, na ilusão de uma im-possível auto-suficiência (cf. Gn 3, 1-7).

Fechando-se em si mesmo, Adão afastou-se daquela fonte de vida que é o pró-prio Deus, e tornou-se o primeiro daqueles «que, pelo temor da morte, estavam todaa vida sujeitos à escravidão» (Hb 2, 15).

Deus, contudo, não se deu por vencido, aliás o «não» do homem foi como que oestímulo decisivo que o levou a manifestar o seu amor em toda a sua força re-dentora.

A CRUZ REVELA A PLENITUDE DO AMOR DE DEUS

É no mistério da Cruz que se revela plenamente o poder incontível da mise-ricórdia do Pai celeste. Para reconquistar o amor da sua criatura, Ele aceitoupagar um preço elevadíssimo: o sangue do seu Filho Unigénito. A morte, quepara o primeiro Adão era sinal extremo de solidão e de incapacidade, trans-formou-se assim no acto supremo de amor e de liberdade do novo Adão.

Pode-se então afirmar, com São Máximo, o Confessor, que Cristo «morreu, seassim se pode dizer, divinamente, porque morreu livremente» (Ambígua, 91, 1956).

Na Cruz manifesta-se o eros de Deus por nós. Eros é de facto como se expres-sa o Pseudo Dionísio aquela «força que não permite que o amante permaneça em simesmo, mas o estimula a unir-se ao amado» (De divinis nominibus, IV, 13: PG 3,712).

Qual «eros mais insensato» (N. Cabasilas, Vita in Cristo, 648) do que aquele quelevou o Filho de Deus a unir-se a nós até ao ponto de sofrer como próprias asconsequências dos nossos delitos?

«AQUELE QUE TRESPASSARAM»

Queridos irmãos e irmãs, olhemos para Cristo trespassado na Cruz! É Ele arevelação mais perturbadora do amor de Deus, um amor em que eros e aga-pé, longe de se contraporem, se iluminam reciprocamente. Na Cruz é o pró-prio Deus que mendiga o amor da sua criatura: Ele tem sede do amor de cadaum de nós.

O apóstolo Tomé reconheceu Jesus como «Senhor e Deus» quando colocou ode do na ferida do seu lado. Não surpreende que, entre os santos, muitos te-nham encontrado no Coração de Jesus a expressão mais comovedora destemistério de amor. Poder-se-ia até dizer que a revelação do eros de Deus aohomem é, na realidade, a expressão suprema do seu agapé. Na verdade, só oamor no qual se unem o dom gratuito de si e o desejo apaixonado de recipro-

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cidade infunde um enlevo que torna leves os sacrifícios mais pesados. Jesusdisse: «E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim» (Jo 12, 32).

A resposta que o Senhor deseja ardentemente de nós é antes de tudo que aco-lhamos o seu amor e nos deixemos atrair por Ele. Mas aceitar o seu amor nãoé suficiente. É preciso corresponder a este amor e comprometer-se depois atransmiti-lo aos outros: Cristo «atrai-me para si» para se unir comigo, para queeu aprenda a amar os irmãos com o seu mesmo amor.

SANGUE E ÁGUA

«Hão-de olhar para Aquele que trespassaram». Olhemos com confiança para o ladotrespassado de Jesus, do qual brotam «sangue e água» (Jo 19, 34)! Os Padresda Igreja consideraram estes elementos como símbolos dos sacramentos doBaptismo e da Eucaristia. Com a água do Baptismo, graças à acção do Espí-rito Santo, abre-se para nós a intimidade do amor trinitário. No caminhoquaresmal, recordando o nosso Baptismo, somos exortados a sair de nós pró-prios e a abrir-nos, num abandono confiante, ao abraço misericordioso doPai (cf. São João Crisóstomo, Catechesi, 3, 14 ss.).

O sangue, símbolo do amor do Bom Pastor, flúi em nós especialmente no mis-tério eucarístico: «A Eucaristia atrai-nos para o acto oblativo de Jesus... somos envol-vidos na dinâmica da sua doação» (Enc. Deus caritas est, 13).

Vivamos então a Quaresma como um «tempo eucarístico», no qual, acolhen-do o amor de Jesus, aprendemos a difundi-lo à nossa volta com todos os ges-tos e palavras.

Contemplar «Aquele que trespassaram» estimular-nos-á desta forma a abrir ocoração aos outros reconhecendo as feridas provocadas à dignidade do serhumano; impulsionar-nos-á, sobretudo, a combater qualquer forma de des-prezo da vida e de exploração da pessoa e a aliviar os dramas da solidão e doabandono de tantas pessoas.

Que a Quaresma seja, para cada cristão, uma experiência renovada do amorde Deus que nos foi dado em Cristo, amor que todos os dias devemos, pornossa vez, «dar novamente» ao próximo, sobretudo a quem mais sofre e énecessitado. Só assim poderemos participar plenamente da alegria da Pás-coa. Maria, a Mãe do Belo Amor, nos guie neste itinerário quaresmal, cami-nho de conversão autêntica ao amor de Cristo.

Desejo a vós, queridos irmãos e irmãs, um caminho quaresmal proveitoso,enquanto com afecto envio a todos uma especial Bênção Apostólica.

BENEDICTUS PP. XVI

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Queridos irmãos e irmãs

Na expectativa do encontro previsto para sábado, 3 de Junho na Praça de SãoPedro com os membros de mais de 100 Movimentos eclesiais e novasComunidades, sinto-me feliz por vos enviar, representantes de todas estasrealidades eclesiais, reunidos em Rocca di Papa no Congresso Mundial, umacalorosa saudação com as palavras do Apóstolo: “Que o Deus da esperança vosencha de toda a alegria e paz na fé, para que transbordeis de esperança, pelaforça do Espírito Santo” (Rm 15, 13). Ainda está viva, na minha memória e nomeu coração, a recordação do precedente Congresso Mundial dos Movimentoseclesiais, realizado em Roma de 26 a 29 de Maio de 1998, ao qual fui convidadoa dar o meu contributo, então na qualidade de Prefeito da Congregação para aDoutrina da Fé, com uma conferência sobre a posição teológica dos Movimentos.Aquele Congresso teve o seu coroamento no memorável encontro com o amadoPapa João Paulo II a 30 de Maio de 1998 na Praça de São Pedro, durante o qual omeu Predecessor confirmou o seu apreço pelos Movimentos eclesiais e as novasComunidades, que definiu “sinais de esperança” para o bem da Igreja e doshomens.

Hoje, consciente dos passos feitos a partir de então pelo caminho traçado pelasolicitude pastoral, pelo afecto e pelos ensinamentos de João Paulo II, gostariade me congratular com o Pontifício Conselho para os Leigos, nas pessoas do seuPresidente, D. Stanislaw Rylko, do Secretário, D. Joseph Clemens e dos seuscolaboradores, pela importante e válida iniciativa deste Congresso Mundial,cujo tema “A beleza de ser cristão e a alegria de o comunicar” se inspira numaafirmação minha da homilia de início do ministério petrino. É um tema queconvida a reflectir sobre o que caracteriza essencialmente o acontecimentocristão: de facto, nele vem ao nosso encontro Aquele que em carne e sangue,visível e historicamente trouxe o esplendor da glória de Deus à terra. A Eleaplicam-se as palavras do Salmo 44: “Tu és o mais belo dos filhos dos homens!”.E a Ele, paradoxalmente, fazem referência também as palavras do profeta: “...semfigura nem beleza. Vimo-lo sem aspecto atraente” (Is 53, 2). Em Cristo encontram-

MENSAGEMDO PAPA BENTO XVI AOS PARTICIPANTESNO II CONGRESSO MUNDIALDOS MOVIMENTOS ECLESIAISE DAS NOVAS COMUNIDADES

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se a beleza da verdade e a beleza do amor; mas o amor, sabemo-lo, requertambém a disponibilidade para sofrer, uma disponibilidade que pode chegaraté à doação da vida por quem se ama (cf. Jo 15, 13)! Cristo, que é “a beleza dequalquer beleza”, como costumava dizer São Boaventura (Sermones dominicales1, 7), torna-se presente no coração do homem e atrai-o à sua vocação que éamor. É graças a esta extraordinária força de atracção que a razão é subtraídaao seu entorpecimento e se abre ao Mistério. Revela-se assim a beleza supremado homem que, criado à imagem de Deus, é regenerado pela graça e destinado àglória eterna.

Ao longo dos séculos, o cristianismo foi comunicado e difundiu-se graças ànovidade de vida de pessoas e de comunidades capazes de dar um testemunhoincisivo de amor, de unidade e de alegria. Precisamente esta força pôs tantaspessoas em “movimento” no suceder-se das gerações. Não foi porventura abeleza que a fé gerou no rosto dos santos a estimular muitos homens e mulheresa seguir as suas pegadas? No fundo, isto é válido também para vós: através dosfundadores e dos iniciadores dos vossos Movimentos e Comunidadesindividuastes com singular luminosidade o rosto de Cristo e pusestes-vos acaminho. Também hoje Cristo continua a fazer ressoar no coração de muitosaquele “vem e segue-me” que pode decidir o seu destino. Isto acontecenormalmente através do testemunho de quem fez uma experiência pessoal dapresença de Cristo. No rosto e na palavra destas “criaturas novas” torna-sevisível a sua luz e ouve-se o seu convite.

Portanto digo-vos, queridos amigos dos Movimentos: fazei com que eles sejamsempre escolas de comunhão, companheiros a caminho nos quais se aprende aviver na verdade e no amor que Cristo nos revelou e comunicou por meio dotestemunho dos Apóstolos, no seio da grande família dos seus discípulos. Ressoesempre no vosso coração a exortação de Jesus: “Assim brilhe a vossa luz diantedos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Paique está no céu” (Mt 5, 16). Levai a luz de Cristo a todos os ambientes sociais eculturais em que viveis. O impulso missionário é comprovação da radicalidadede uma experiência de fidelidade sempre renovada ao próprio carisma, queleva além de qualquer fechamento cansado e egoísta em si. Iluminai aobscuridade de um mundo transtornado pelas mensagens contraditórias dasideologias!

Não há beleza que tenha valor se não há uma verdade a ser reconhecida eseguida, se o amor se limita a sentimento passageiro, se a felicidade se tornamiragem inalcançável, se a liberdade degenera em instintividade. Quanto malé capaz de produzir na vida do homem e das nações a vontade do poder, daposse, do prazer! Levai a este mundo perturbado o testemunho da liberdadecom que Cristo nos libertou (cf. Gl 5, 1). A extraordinária fusão entre o amor deDeus e o amor do próximo torna a vida bela e faz florescer o deserto no qual com

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frequência vivemos. Onde a caridade manifesta-se como paixão pela vida epelo destino do próximo, irradiando-se nos afectos e no trabalho e tornando-seforça de construção de uma ordem social mais justa, ali constrói-se a civilizaçãocapaz de enfrentar o avanço da barbaridade. Tornai-vos construtores de ummundo melhor segundo a ordo amoris na qual se manifeste a beleza da vidahumana.

Os Movimentos eclesiais e as novas Comunidades são hoje sinal luminoso dabeleza de Cristo e da Igreja, sua Esposa. Vós pertenceis à estrutura viva daIgreja, Ela agradece-vos pelo vosso compromisso missionário, pela acçãoformativa que desempenhais de modo crescente sobre as famílias cristãs, paraa promoção das vocações ao sacerdócio ministerial e à vida consagrada quedesenvolveis no vosso âmbito. Agradece-vos também pela disponibilidade quedemonstrais ao receber as indicações operativas não só do Sucessor de Pedro,mas também dos Bispos das diversas Igrejas locais, que são, juntamente com oPapa, guardas da verdade e da caridade na unidade. Confio na vossa obediênciaimediata. Além da afirmação do direito à própria existência, deve prevalecersempre, com indiscutível prioridade, a edificação do Corpo de Cristo no meiodos homens. Qualquer problema deve ser enfrentado pelos Movimentos comsentimentos de profunda comunhão, em espírito de adesão aos Pastoreslegítimos. Ampare-vos a participação na oração da Igreja, cuja liturgia é a maisalta expressão da beleza da glória de Deus, e constitui de certa forma umaproximar-se do Céu à terra.

Confio-vos à intercessão daquela que invocamos como a Tota pulchra, a “Todabela”, um ideal de beleza que os artistas sempre procuraram reproduzir nassuas obras, a “Mulher vestida de sol” (Ap 12, 1) na qual a beleza humana seencontra com a beleza de Deus. Com estes sentimentos envio-vos a todos, comopenhor de afecto constante, uma especial Bênção Apostólica.

Vaticano, 22 de Maio de 2006.

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SilêncioComunhão

Dopara a

Tivemos o privilégio de beber hápouco tempo os ensinamentos queEmma Martínez Ocaña, teóloga epsicoterapeuta, professora univer-sitária em Madrid, nos deixou numencontro/retiro sobre o tema da “Pu-rificação da memória e reconciliação da pró-pria história com a própria história de sal-vação”. Foi um encontro muitíssimobom, não sendo possível descrever-mos todos os ensinamentos recebi-dos por falta de espaço num artigodesta natureza.Antes de entrar no tema propria-mente dito, Emma Ocaña fez umapequena introdução sobre a pessoahumana. Foi tão rica que gostaría-mos de nos concentrar nela e parti-lhar convosco a sua reflexão.Sintetizando, Emma começou porfalar dos nossos muitos ‘eus’. Numprimeiro nível, mais superficial, elaapresenta-nos, entre outros, o ‘eucorpo’ – sou homem ou mulher, altoou baixo, louro ou moreno, etc.; o ‘eufamília’ – sou solteiro ou casado, paiou mãe, filho ou avô, etc.; o ‘eu pro-fissional’ – sou operário, médico ouelectricista, etc.; o ‘eu que possuo’ –sou pobre ou rico, tenho casa, carro,etc; o ‘eu dos meus hobies’ – façodesporto, jardinagem, pesco, caço,leio, etc.; o ‘eu das pessoas ou reali-dades que amamos’, etc. etc. etc. Sãoaquilo que ela designa por ‘eus super-ficiais’.

O primeiro equívoco é crer que soualguma daquelas realidades. Muitosconcentram-se no exercício exagera-do da sua profissão, outros na cultu-ra do seu corpo, outros ainda naquiloque têm, confundindo muitas vezes oque são com o que fazem, ou com ovisual que aparentam, ou com aquiloque dispõem, esquecendo, na verda-de, o sentido mais profundo da suaexistência: o que realmente se é, deonde se vem, para onde se vai!…Em seguida, Emma apresentou-nosum segundo nível de ‘eus’, a que cha-mou os ‘eus’ psicológicos, como se-jam: o ‘eu dos meus valores’; o ‘eudas minhas crenças’; o ‘eu da minhareligião’, etc.Quando estes ‘eus’ psicológicos en-tram em contradição com os ‘eus’superficiais, então a pessoa experi-menta a incoerência consigo própriae dá-se uma rotura interior. Posso teruma Fé muito grande, mas depoisnão experimento a caridade!... Possoacreditar no valor da amizade e nãoser amigo, não ter tempo nem capa-cidade de acolher aqueles de quemaparentemente me considero ami-go!... É importante criar espaços pró-prios, tempos para analisar a relaçãodos meus valores, das minhas convic-ções, com a realidade da minha vida.Qual o sentido da minha vida?...

JOANA

E SAMUEL SANCHES

LISBOA 100

Queridos amigos,

Vida em MovimentoSilêncioComunhão

Dopara a

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Para além de todos estes ‘eus’ super-ficiais e psicológicos há um ‘eu’ aindamais profundo que todos possuem,mas nem todos conseguem captar: o‘eu místico’ onde toco o divino quehá em mim…Essa experiência mística leva-me aentender que não sou um ser isolado,mas que faço parte de um todo, deum cosmos, que sou antes de tudo omais humanidade, que sou um serem comunhão com os outros. Quan-do Adão diz para Eva “…és carne deminha carne, és osso dos meus ossos…”não é apenas um mito, mas é um de-sejo de Deus, é o projecto de Deuspara a humanidade! Quando digo‘eu’ digo ‘tu’!... Jesus teve expressõescomo estas: “quem me vê, vê o Pai equem vê o Pai vê-me a mim”...; “aquilo quefizerdes ao mais pequenino é a mim que ofazeis”…Corremos o risco de não compreen-dermos esta nossa realidade maisprofunda se não nos desapegamosdas nossas realidades mais superfi-ciais, ainda que as vivamos também.Para compreendermos esta nossadimensão, para tocarmos o divinoque há em nós, para atingirmos o ‘eumístico’ é necessária uma coisa fun-damental: o SILÊNCIO!É importante libertarmo-nos de todoo tipo de ruído e não ter medo de fa-zer silêncio no interior do nosso co-ração. É necessário, entre todos osoutros silêncios, o silêncio do nossocorpo que nos fala das nossas angús-tias, da nossa tensão, do nosso stress;o silêncio das nossas palavras, o si-lêncio da nossa mente, das nossasreflexões, o silêncio das nossas emo-

ções, o silêncio da nossa culpa e donosso pecado, etc. etc. etc.E ao mergulharmos nesse silênciototal, ao fazermos vácuo em nós pró-prios, percebemos que nesse nossonada, encontramos o Todo, encontra-mos Deus, encontramos o Divino quehabita em cada um de nós. Que Ma-ravilha: como Ele está mesmo lá!...

«Todas as coisas encobrem algummistério. Todas as coisas são véus

que cobrem Deus.»

Pascal

Então, no nosso nada, conseguimosperceber o verdadeiro sentido danossa existência: a Comunhão.Emma Ocaña foi muito feliz ao ilus-trar esta reflexão com uma pequeni-na história que contém uma grandemensagem. Imaginemo-nos sentadosna praia, olhando para o mar, com apossibilidade de dialogarmos com asondas que vão rebentando:- Quem és tu? Perguntamos a uma dasondas.- Sou uma onda espampanante. Como vêscheia de espuma, a mais bela das ondas!- E tu quem és? Perguntamos de novo aoutra:- Sou uma onda definhada. Não sou útil aninguém. Sou a onda mais deprimida queexiste, por isso espraio rapidamente para queninguém me veja!- E tu quem és? Perguntamos de novo auma onda diferente.- Sou uma onda cheia de força. Sou certa-mente a onda mais forte pois transporto to-dos os surfistas e quando me aborreço viroalgumas embarcações.

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- E quem és Tu? Perguntamos a umaonda que nos apareceu de seguidacuja beleza estava na sua descrição ena sua simplicidade.- Sou mar. Respondeu!Bonita história!... A única onda querespondeu a verdade total sobre asua existência foi a última. No silên-cio das suas características, ela pos-suía o sentido perfeito de Comunhãocom o Todo. As outras, pelo contrá-rio, consideravam a sua existência nasuperficialidade das suas etiquetas.Também connosco se passa muitasvezes isto. Naturalmente que nãopodemos deixar de ser aquilo que so-mos! Mas, se relevamos apenas aqui-lo que nos torna diferentes ou supe-riores aos outros, se depositamos asnossas falsas seguranças em etique-tas efémeras, perdemos o sentidomais profundo da nossa existência:a comunhão.É que Deus não criou o homem, criouHumanidade! Criou este mar de ho-mens e mulheres de todos os tempospara viver com eles a mais perfeitaComunhão de Amor. Para que todosfossemos um com Deus!A nossa existência na terra face àeternidade, não é mais do que esseinstante da rebentação de uma onda.E sem este sentido de Comunhão di-ficilmente conseguimos olhar a linhado horizonte, onde o céu toca a terra,e a partir da qual continua um marimenso de Vida.É importante criarmos as condiçõespara podermos afirmar o sentidomais profundo da nossa existência:Sou MAR!... Sou Humanidade!... SouComunhão!...

Quando os discípulos pediram a Je-sus que lhes ensinasse a rezar, Jesusensinou-lhe a riquíssima oração doPai Nosso, e rezou-a sempre na pri-meira pessoa do plural… Ensinou--nos uma oração que naturalmenteestabelece Comunhão.Só com muita humildade, com aconsciência da nossa pequenez, donosso nada, encontramos Deus TodoPoderoso que nos oferece já aqui,neste local e nesta hora, a possibili-dade de sentirmos essa maravilhosacomunhão com todos os homens deboa vontade e com todos os anjos esantos do Céu.O Cardeal Ratzinger, ainda antes deser Papa, afirmava-nos que a ‘Gran-deza de Deus se manifestou precisamentena ausência de poder…’ e que ‘a mais pe-quena força de Amor é maior do que o maiorpotencial de destruição’!...É nesse sentido de Comunhão quetodos sofrem com aquele que sofre;ou todos se alegram com aqueleque se alegra; que todos morremcom aquele que morre; que todosressuscitam com Aquele que ressus-cita!...É nesse sentido de comunhão quetodos somos capazes de rezar naprimeira pessoa do plural: nãolouvando por mim, mas louvandopor nós; não agradecendo por mim,mas agradecendo por nós; não pe-dindo para mim, mas pedindo paranós!...Afinal, este é o grande desafio e agrande experiência da oração conju-gal e familiar, no Movimento e naIgreja, essa voz do Homem, enquantoHumanidade, que se dirige a Deus…

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Bento XVI – Família de Nazaré

Queridos irmãos e irmãs!

Neste último domingo do ano celebramos a festa da Sagrada Família de Nazaré. Com ale-gria dirijo uma saudação a todas as famílias do mundo, desejando-lhes a paz e o amor queJesus nos deu, vindo entre nós no Natal. No Evangelho não encontramos discursos sobrea família, mas um acontecimento que vale mais que qualquer palavra: Deus quis nascer ecrescer numa família humana. Desta maneira, a consagrou como o primeiro caminho do seuencontro com a humanidade. Na vida que passou em Nazaré, Jesus honrou a Virgem Ma-ria e o justo José permanecendo submetido à autoridade deles durante todo o tempo da suainfância e adolescência (Lc 2, 51-53). De tal forma, colocou em evidência o valor primárioda família na educação da pessoa. Por Maria e José, Jesus foi introduzido na comunidadereligiosa, frequentando a sinagoga de Nazaré. Com eles aprendeu a realizar a peregrinaçãoa Jerusalém, como relata a passagem do Evangelho que a liturgia do dia propõe para nossameditação. Quando cumpriu doze anos, ficou no Templo, e os seus pais precisaram de trêsdias para encontrá-lo. Com aquele gesto, deu-lhes a entender que Ele devia “ocupar-se dascoisas do Pai”, isto é, da missão que Deus lhe havia confiado (Lc 2 41-52).

Este episódio evangélico revela a mais autêntica e profunda vocação da família: a de acom-panhar cada um de seus membros no caminho da descoberta de Deus e do projecto que Eledispôs para eles. Maria e José educaram Jesus antes de tudo com o seu exemplo: em seuspais, Ele conheceu toda a beleza da fé, do amor por Deus e pela sua Lei, assim como as exi-gências da justiça, que encontra pleno cumprimento no amor (Rm 13, 10). Deles aprendeuque em primeiro lugar há que fazer a vontade de Deus, e que o vínculo espiritual vale maisque o do sangue. A Sagrada Família de Nazaré é verdadeiramente o “protótipo” de cadafamília cristã que, unida no Sacramento do matrimónio e alimentada da Palavra e da Eu-caristia, é chamada a levar a cabo a estupenda vocação e missão de ser célula viva não sóda sociedade, mas da Igreja, sinal e instrumento de unidade para todo o género humano.

Invoquemos agora juntos a protecção de Maria Santíssima e de São José para cada família,especialmente para aquelas em dificuldade. Que as sustentem para que saibam resistir aosimpulsos deturpadores de certa cultura contemporânea que mina as próprias bases da insti-tuição familiar. Que ajudem as famílias cristãs a ser, em toda a parte do mundo, imagem vi-va do amor de Deus.

Intervenção de Bento XVI na festividade da Sagrada Família de Nazaré,ao rezar a oração mariana do Angelus, junto a milhares de fiéis e peregrinoscongregados na Praça de São Pedro, no Vaticano,no dia 31 de Dezembro de 2007.

Bento XVI – Família de Nazaré

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(de 4.ª feira de Cinzas até Domingo de Páscoa)

A Quaresma é um tempo em que so-mos convidados (como pessoas e co-mo comunidade) a fazer um esforçopara melhorar, para nos deixarmosconverter e transformar por dentro.

É esta preparação com vista a po-der-mos celebrar mais profunda-mente a «passagem» – que é a Pás-coa – que Jesus Cristo nos propõecada ano.

Para ajudar neste caminho de Qua-resma, aqui vão 47 citações de pes-soas que deixaram a sua marca naHistória.

Ter um «ponto de esforço» para cadadia e poder falar sobre ele com aspessoas que connosco vivem pode sero estímulo mesmo a calhar que nospermitirá ir mudando por dentro, ircrescendo...

– Como é que Jesus ou Maria, ou ou-tra figura bíblica... terão feito?...

– Como é que o próprio Deus, nossoPai, actua?...

São alguns possíveis temas para con-versa, à volta da ideia sugerida paracada dia.

Falar acerca de mim e dos meus es-forços, ouvir os outros, falar com elesacerca deles e de Deus.

Que maneira fantástica para vivereste caminho para uma Páscoa maissaudável!

Cada um dos 47 rectângulos de papelpode ser recortado, dobrado e colo-cado num recipiente que esteja pertodo local onde a Família se costumareunir. Quando a Família estiver reu-nida para começar este «jogo» bastaque alguém tire um papel, o desdo-bre, leia alto e falem um pouco acercado seu conteúdo.

Depois, toca a cada um tentar viveressa ideia na prática, ao longo das 24horas seguintes.

No dia seguinte, conversa-se acercado esforço feito, reza-se um pouco etira-se novo papel.

E ASSIM CADA DIA… BOM TRABALHO!..

1. Muitas vezes me vem ao pensamento ir aos colégios da Europa, levantandoa voz como homem que perdeu o juízo e, principalmente, à Universidade deParis, falando na Sorbona aos que têm mais letras que vontade para sedisporem a frutificar nelas. Quantas almas deixam de ir à glória e vão aoinferno por negligência deles. (S. Francisco Xavier)

47 DICAS47 DICASUma para cada dia da Quaresma de 2007

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2. Quantas vezes vamos à igreja sem saber o que havemos de fazer ou que pe-dir! Mas sempre que vamos ter com alguém, sabemos perfeitamente o motivoporque vamos. (S. João Maria Vianney)

3. Lembra-te bem de que somos peregrinos nesta terra: a nossa pátria é o céu.(S. Caetano)

4. Filho caríssimo, sê misericordioso para com os pobres, os infelizes e os afli-tos e, segundo as tuas posses, ajuda-os e reconforta-os. (S. Luís, Rei de França)

5. Hoje em dia, infelizmente, vemos com tristeza propagar-se sob váriasformas uma certa epidemia a que chamam «indiferentismo». (S. MaximilianoMaria Kolbe)

6. Querido filho, sê forte, para que nem a prosperidade te ensoberbeça, nem aadversidade te desanime. (Santo Estêvão, Rei da Hungria)

7. Cristo está comigo, de quem hei-de ter medo? (S. João Crisóstomo)

8. Deus ama os pobres, e por conseguinte ama também aqueles que os amam.(S. Vicente de Paulo)

9. A glória é a debilidade invencível de Deus no Seu amor. (P. Kolvenbach)

10. Jesus, como poderei pagar-Te todos os benefícios que me concedeste? (S. Joãode Brébeuf)

11. A minha alma glorifica o Senhor… o Todo-poderoso fez em mim maravi-lhas. (Nossa Senhora)Cada dia é preciso retomar o caminho. Cada dia é pre-ciso voltar a partir com um novo entusiasmo e um maior ímpeto.

12. Cada dia é uma subida mais íngreme e cansativa, mas também mais ine-briante em direcção às alturas. (Papa Pio XII)

13. O pão que permanece inútil na tua casa é o pão daquele que tem fome. Ocasaco pendurado no teu guarda-fato é o casaco daquele que anda nu. Os sa-patos que não são usados na tua casa são de quem anda descalço. O dinheiroque tens guardado pertence ao pobre. Cometes tantas injustiças quantasaquelas que poderias transformar em boas obras. (S. Basílio)

14. Um amigo é alguém que sabe tudo a meu respeito e que, apesar disso, gos-ta de mim. (Santo Agostinho)

15. A grande beleza de tudo o que é posto ao nosso serviço reclama uma justaacção de graças. (S. Leão Magno)

16. O que importa sobretudo é entrar em nós mesmos para ficar aí a sós comDeus. (Santa Teresa de Ávila)

17. Tu, preocupa-te comigo, que Eu preocupo-Me contigo. (Jesus a Santa Tere-sa de Ávila)

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18. A amizade com os pobres faz-nos amigos de Deus. (Santo Inácio de Loiola)

19. Ama e faz o que queres. (Santo Agostinho)

20. Façam bem a vocês mesmos: dêem esmola! (S. João de Deus)

21. A santidade não é um privilégio para alguns, mas uma obrigação para to-dos. (Madre Teresa de Calcutá)

22. Estar triste é quase sempre estar a pensar em si próprio. (Um santo ancião)

23. Doar-se é a expressão da certeza de que os outros fazem parte da nossavida. Amar alguém é dizer-lhe: Tu não morrerás! (Maria Alice Cardoso Pinto)

24. Ó Jesus, meu amor! Encontrei finalmente a minha vocação. A minha vo-cação é o amor. Sim, encontrei o meu lugar na Igreja. (Santa Teresa do MeninoJesus)

25. Temos olhos de ver e olhos de não ver; tudo depende do estado do coraçãode cada um. (Jorge Amado)

26. Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde Te amei! Habitavasdentro de mim, e eu lá fora a procurar-Te. (Santo Agostinho)

27. Começa, fazendo o que é necessário; depois, o que é possível; e, de repente,estarás a fazer «o impossível». (S. Francisco de Assis)

28. Dai-nos Senhor a paz que Vos pedimos, a Paz sem vencedores e sem ven-cidos. (Sophia de Mello Breyner)

29. É frequente acusarmo-nos de pequenos defeitos para nos convencermosque não os temos grandes. (Um santo ancião)

30. O pior momento para um ateu é quando se sente agradecido e não sabe aquem agradecer. (Um santo ancião)

31. Torna-te amigo de ti mesmo, e conseguirás viver sozinho. (Um santo an-cião)

32. Divino Espírito Santo: ajuda-me a ver-me como Deus me vê, para que eunão me engane nem engane os outros. (Leonardo Coimbra, filho)

33. És feliz?... Pensa numa girafa com dores de garganta ou numa centopeiacom calos...(Um santo ancião)

34. Felicidade é saber que, nalgum lugar, alguém espera por mim. (Dostoievski)

35. Há um grande problema nos homens: sabem tão bem o que lhes é devidomas sentem tão pouco o que devem aos outros. (S. Francisco de Sales)

36. Em toda a relação é importante: um copo de ciência, um barril de prudên-cia e um oceano de paciência. (S. Francisco de Sales)

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37. Ao veres um homem nobre, procura igualá-lo. Ao veres um homem mau,examina-te profundamente. (Confúcio)

38. Não deves permitir que alguém saia da tua presença sem se sentir melhor,ou mais feliz. (Madre Teresa de Calcutá)

39. Quando rezamos, falamos com Deus. Quando lemos a Bíblia é Deus quefala connosco. (Santo Isidoro)

40. Nada te perturbe, nada te assuste, tudo passa. Deus nunca muda. A paciên-cia tudo alcança. Quem a Deus tem, nada lhe falta. (Santa Teresa de Ávila)

41. Senhor! Dá-me vista para Te ver sempre no céu e na terra, ouvidos paraTe ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em Teu nome. (FernandoPessoa)

42. A corda tensa que eu sou, o Senhor Deus é que a faz vibrar... (Sebastião daGama)

43. A medida do amor é amar sem medida. (Santo Agostinho)

44. O homem faz as regras para os outros e as excepções para si. (Um santoancião)

45. Meu Deus, se Tu estás em todos os sítios, como é que eu me encontro tan-tas vezes noutros lugares? (Um santo ancião)

46. A felicidade é uma viagem, não é um destino. (Um santo desconhecido)

47. Um santo triste é um triste santo. (S. Francisco de Sales)

Próximas Reuniões da Supra-Região (Fátima)· 23 a 25 Março 2007 (Contas 2006).· 15 a 17 Junho 2007 (Com a participação da ECom e ESec).· 21 a 23 Setembro 2007 (Orçamento 2008 e participação do Regional de

Angola e novos CEs).

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O sábado santo não é apenas um diaimenso: é um dia que nos imensa.Aparentemente consiste numa espé-cie de intervalo entre as palavras fi-nais de Jesus pronunciadas na sexta-feira santa, “tudo está consumado”, ea Insurreição da vida que, na manhãda Páscoa, Ele mesmo protagoniza. Osábado tem assim um silêncio quenão se sabe bem se é o da pedra colo-cada sobre o túmulo, ou se é aquelemisterioso silêncio que prepara “ogrande levantamento” que a ressur-reição significa.

Este “intervalo”, esta terra de nin-guém, este tempo amassado entrederrotas e esperança, entre provaçãoe júbilo é o da nossa vida. O silênciodo sábado santo é o nosso silêncioque Jesus abraça. O silêncio dos im-passes, das travessias, dos sofrimen-tos, das íntimas transformações.Jesus abraça o silêncio desta sôfregaindefinição que somos entre já eainda não.

Há textos antigos da tradição cristãque falam deste dia como da descida

de Jesus até aos infernos. A redençãoque a alvorada pascal inscreve nahistória, é experimentada por ante-cipação nos mundos subterrâneosonde o passado simbolicamente sub-jaz. E Jesus vai ao jardim da morte àprocura de Eva e de Adão.

PADRE TOLENTINO

abraçaUm Deus

silêncioo teuque abraça

Um Deussilêncioo teu

que

Acredito que Jesus desce a todos ossilêncios, mesmo aqueles abissais,mesmo aqueles longínquos, para di-zer a vida, cada vida como possibi-lidade de infinito.

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Com bom senso dignidadeNão é mau envelhecer…Há encanto na idade,Como num entardecer!

Escrito por uma mulher com mais desetenta anos de experiência de vida,este livro está recheado de dicas ebons conselhos para viver os setentaou mais anos com alegria, espíritojovem e bom senso. Dirige-se espe-cialmente às mulheres que, tal comoa autora, estão a viver esta mesmaetapa da vida.

A vida para lá dos 70

Livros ...Livros ...

Tony Anatrella é um reputado psicana-lista, especialista em psiquiatria sociale sacerdote que tem publicado traba-lhos de investigação sobre diversas te-máticas sociais e psicológicas, como aadolescência, a sexualidade, a depres-são ou o relacionamento entre adultose adolescentes. Este livro nasce da sualonga experiência na escuta de casaisem dificuldades e jovens que se prepa-ram para uma vida em comum.A principal questão que ele coloca é aseguinte: numa altura em que a nossasociedade se preocupa com uma facili-tação das etapas do divórcio, não seafiguraria mais construtivo interrogar-mo-nos sobre aquilo que, por um lado,funda e faz desabrochar a relação con-jugal e, por outro, permite que ela en-frente as crises que se lhe apresentam?

Casais Felizes

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Notícias

CELEBRAÇÃO DOS 60 ANOSDA CARTA FUNDADORA

No ano de 2007 celebramos os 60anos da CARTA FUNDADORA quedata de 1947. Teremos três tipos decelebrações: as Actividades organi-zadas a todos os níveis, que serãooportunidades para recordar estesímbolo da exigência no Movimento,a reflexão proposta da Carta de No-vembro, e cujas respostas deverãoser enviadas para o Sector via casalde ligação e, finalmente, o desafiolançado no Encontro Nacional deResponsáveis a todas as Equipas eSectores. Trata-se de organizar du-rante o ano, em cada Equipa, Sector,Região e Província, pelo menos umaactividade inovadora e aberta ao ex-terior. Será mais uma forma de mos-trarmos aos outros a importânciaque a CARTA tem para nós.

REUNIÃO DA SUPRA-REGIÃO(JANEIRO)

Realizou-se em Fátima, naResidencial Santo Amaro, de 12 a 14Janeiro 2007 mais uma reunião daSupra-Região, que incluiu o primeiroEncontro de Formadores. A Equipada Supra-Região acolheu também,

mais uma vez, alguns SacerdotesConselheiros Espirituais (Frei Ma-teus Cardoso Peres, CE da Região deLisboa e o Padre Paulo Figueiró daRegião Centro Interior). A noite de 6ªfeira foi dedicada à oração. A SupraRegião prosseguiu com a preparaçãodo Encontro Nacional de Respon-sáveis de 2007 (24 e 25 Fevereiro) edo Encontro Nacional de 2007 (17 e18 Novembro). A celebração dos 60anos da Carta e a reflexão a proporao Movimento sobre o discurso deChantilly, foram temas a que se de-dicou uma atenção especial. O tempode formação, ao cuidado do SenhorCónego Dr. António Janela, foi dedi-cado à Penitência. A próxima reuniãoestá marcada para 23 a 25 de Marçode 2007, também em Fátima.

1.º ENCONTRO NACIONALDE FORMADORES

O Encontro realizou-se em 13 de Ja-neiro de 2007, durante a reunião daSupra-Região, em simultâneo com asreuniões das Províncias. Foi umacontecimento importante para fa-cilitar a troca de experiências, paraconsolidar, uniformizar e planeartoda a formação que o Movimentorealiza. Estiveram presentes a quasetotalidade dos casais formadores

Nov2006 a Jan2007

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actualmente em funções (30 casais) ea avaliação que fizeram foiclaramente positiva. As sugestõesmais importantes feitas pelos casaisformadores na avaliação foram nosentido de haver mais tempo (iniciara meio da manhã em vez da hora dealmoço) e constituir as equipasmistas com formadores do mesmotipo de formação. É o que faremosnos próximos encontros, emprincípio uma vez por ano, como foisugerido pela maioria, e com maistempo.

ADESÃO DA SUPRA-REGIÃOPORTUGAL À ASSOCIAÇÃODOS AMIGOS DO P. CAFFAREL

No seguimento da decisão tomada naRSR de Outubro inscreveu-se a Su-pra-Região Portugal como membrobenfeitor da recém criada Associa-ção dos amigos do Padre Caffarel(www.henri-caffarel.org), com umaquota anual de 500 euros e uma con-tribuição extraordinária em 2007 de2830 euros (que corresponde ao saldopositivo da participação portuguesano encontro internacional de Lour-des 2006). O casal Roberty, enviouuma carta datada de 15 de Novem-bro de 2006, a confirmar a inscrição ea agradecer a transferência extraor-dinária efectuada.

ADESÃO DOS EQUIPISTASÀ ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOSDO P. CAFFAREL

Todos os equipistas que queiram sermembros da Associação dos Amigos

do Padre Caffarel, podem inscrever-se (www.henri-caffarel.org). O Se-cretariado ([email protected]) está dispo-nível para facilitar o processo detransferência de verbas para o res-pectivo pagamento. Lembramos queas quotas fixadas para 2007 são asseguintes:Membro associado – 10•Casal associado – 15 •Membro benfeitor – igual ou supe-rior a 25•A quantia indicada corresponde àinscrição e quota anual.

ABORTO

De acordo com as orientações da CEPo Movimento tomou algumas ini-ciativas de divulgação de documen-tos para o completo esclarecimentosobre o assunto em si tal como estácolocado no referendo mas tambémsobre a posição da Igreja de apoio àvida desde a fecundação. Foram pu-blicados diversos textos na Carta deNovembro e aberta uma nova secçãono sítio das ENS na Internet dedi-cada ao Aborto. Na reunião da Su-pra-Região de Janeiro (12 a 14) foitomada por unanimidade a decisãode tornar pública a sua posição so-bre o Aborto, pelo que foi preparadoe divulgado um comunicado (verwww.ens.pt). Neste sentido a Supra--Região decidiu, em comunhão com aIgreja, integrar a dinâmica eclesiallaical “Positivamente Não” sobre-tudo para o esclarecimento e forma-ção dos cristãos. Esta decisão, vai nalinha do cariz do Movimento, que éde Espiritualidade e Formação, e não

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implicou o envolvimento das suasestruturas numa acção coordenada.Foi, isso sim, um apelo à generosi-dade de cada casal que, individual-mente e em tão grande número seempenharam de forma inexcedível.Como disse João Paulo II, “a ninguémé permitido ficar inactivo”.

SESSÃO DE FORMAÇÃO I

SESSÃO DE FORMAÇÃO II(2006-2007)

Realizou-se de 30 Novembro a 3 De-zembro de 2006, na Residencial San-to Amaro, em Fátima, a Sessão deFormação II aberta a casais de toda aSupra-Região. A organização foi daresponsabilidade da Província Nortee Centro. Participaram 57 casais edois Sacerdotes, num total de 115pessoas. Tiveram de ficar em lista deespera 25 casais por manifesta faltade espaço para os acolher neste en-contro.

Realizou-se de 30 Novembro a 3 De-zembro de 2006, no Algarve, a Sessãode Formação I aberta a casais de todaa Supra-Região. A organização foi daresponsabilidade da Província Sul.Participaram 19 casais e a avaliaçãoque efectuaram foi muito positiva.Os que nunca participaram numaSessão de Formação I nem sabem oque estão a perder…

Correspondendo a um pedido dasEJNS, a Equipa da Supra-Região de-cidiu conceder um apoio financeirode 10.000 • às actividades das EJNS,a ser concedido à medida que as acti-vidades forem sendo executadas.Com esta medida aumentamos os la-ços com as EJNS e damos um incen-tivo claro a que mais casais se ofere-çam para assistir a equipas de jovens(podem enviar manifestações de in-teresse e disponibilidade ou pedidosde informação para [email protected] oupor correio para o Secretariado).

O relato das nossas actividades foienviado em Dezembro ao casal res-

ponsável pela Zona Euráfrica queliga a SR Portugal, Maru y Paço Ne-mésio. É que a ligação no Movimentofaz-se a todos os níveis.

RELATO DA SR PORTUGAL

CANDIDATURAS DAS ENSAO CONSELHO CONSULTIVODAS FAMÍLIAS

Por convite do Ministério doTrabalho e Segurança Social, e apósconsulta ao nosso Bispo (CELF)apresentámos em Dezembro umaCandidatura do Movimento paraintegrarmos o Conselho Consultivoda Família. Em Fevereiro fomosinformados de que as ENS não foramintegradas neste Conselho, mas nãonos foram comunicadas as razões daescolha nem as entidades escolhidas.Continuaremos a tentar obter estainformação.

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PRÓXIMA REUNIÃO DA ZONAEURÁFRICA

Vai ter lugar em Espanha, Granada,de 2 a 4 de Março de 2007, mais umareunião da Zona Euráfrica, onde ocasal Supra-Regional estará pre-sente.

COLÉGIOS DE 2007 E 2008

Conforme já foi noticiado o próximoColégio será em New Castle, ReinoUnido, com a Supra-Região Transa-tlântica como anfitriã, e realizar-se-áentre 15 e 21 de Julho de 2007.O Colégio de 2008 terá lugar em Por-tugal, Fátima, de 20 a 26 de Julho de2008. Nesta altura realizar-se-á tam-bém uma reunião da ERI, de 17 a 20de Julho, que também se encontrarácom Equipistas de Portugal no Sá-bado 26 de Julho e com a Equipa daSupra-Região no Domingo.Será para os equipistas portuguesesum momento histórico e uma opor-tunidade para um encontro directocom a ERI.

REUNIÃO DAS REDESCLD E CCR

Vai realizar-se a segunda reuniãodas redes de casais de ligação às Dio-ceses (CLD) e casais correspondentesregionais (CCR), com a Equipa da Su-pra-Região e com a presença dasequipas de serviço (Comunicação eSecretariado). Esta reunião terá lugarem Fátima, durante o tempo dasequipas mistas do Encontro Nacionalde Responsáveis, em 24 de Fevereiro

de 2007. Será um momento de parti-lha sobre o caminho percorrido e dereflexão sobre o trabalho a realizarno futuro.

MANUAIS JÁ PRONTOS

Os novos Manuais do Sacerdote Con-selheiro Espiritual, do Casal de Li-gação e do Casal Informador foramapresentados no Encontro Nacionalde Responsáveis (Fev2007). Nestaaltura já temos no total cinco novosmanuais disponíveis (os três referi-dos e os manuais do Casal Responsá-vel de Sector e o do Casal Responsá-vel de Equipa). Estes manuais serãoentregues aos casais que forem con-vidados para as respectivas tarefas.Aos que já estão em funções bastasolicitarem que o secretariado([email protected]) enviará pelo correio.

PUBLICAÇÃO DOS LIVROSDO P. CAFFAREL

Estamos a realizar esforços paraeditar os Livros do Padre Caffarel,começando por publicar abibliografia escrita pelo JeanAlemand. Para tal há que obter aslicenças das respectivas editoras etraduzir os originais. Aos casais“tradutores” de Francês disponíveise generosos pedimos que se ofereçampara nos ajudarem ([email protected]).

MISSÃO A MOÇAMBIQUE

Está em preparação a Missão a Mo-çambique, de cerca de 10 dias, em

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FOLHETO DA PASTORALFAMILIAR APROVADO NOGRUPO DA FAMÍLIA DO CNMO

O Folheto da Pastoral Familiar cujamaqueta tinha sido preparada pelaInês Fernandes, já foi aprovado e 14Movimentos da Pastoral Familiar jáaceitaram participar. Decorre actual-mente uma identificação formal deMovimentos interessados em partici-par, para que nenhum fique de forapor falta de informação.

AS EQUIPAS ESTÃOPRESENTES NA PASTORALFAMILIAR E DO CNMO

Realizaram-se a 20 Janeiro 2007 oEncontro Nacional da Pastoral Fami-liar, a 30 Janeiro 2007 mais uma reu-nião do Grupo da Família (CNMO –

Realizou-se, de 4 a 10 de Janeiro de2007, em Paris, a primeira reuniãoda nova Equipa Responsável Inter-nacional (ERI), já com a presença daTó e Zé Moura Soares.

PRIMEIRA REUINÃO DA NOVAERI

Agosto de 2007 para formação deformadores, encontro com equi-pistas, divulgação das ENS e contac-tos com a hierarquia, em dois locais.A delegação será composta por umCE, dois casais e dois jovens dasEJNS. O Provincial África acompa-nhará a missão.

Conselho Nacional de Movimentos eObras), e a 10 Fevereiro 2007 as Jor-nadas do CNMO. As equipas estive-ram representadas nestes três even-tos pelo casal Supra-Regional.Consideramos muito importanteconcertar a actividade entre os Mo-vimentos e os Secretariados Dioce-sanos da Pastoral Familiar para or-ganizar a ligação e o funcionamentoharmonioso entre a pastoral dos ca-rismas (Movimentos) e a pastoralterritorial (Vigararias e paróquias).

CASCAIS-OEIRAS

Em torno do nosso pastor, sua emi-nência o Cardeal Patriarca de Lisboa,esteve reunida a equipa da Região,alargada a alguns casais de ligação eaos seus conselheiros espirituais, nopassado dia 10 de Fevereiro, noCONFHIC em Linda-a-Pastora. Esta-vam presentes 16 casais da Região, aGabi e o Joaquim Villas-Boas, casalde Ligação à Diocese de Lisboa, e 16Conselheiros Espirituais. O encontroteve início às 11 horas com a confe-rência do Sr. Cardeal; seguiu-se umtempo de debate conjunto, e termi-nou com um almoço de confraterni-zação, às 13 horas.

AVALIAÇÃO DO ENCONTROINTERNACIONAL DE LOURDES2006

Foi enviada para a ERI, em Dezembropassado, a avaliação realizada pelosparticipantes no Encontro

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MADEIRA

Realizou-se a 17 de Dezembro a Festade Natal, com a Missa do parto às 7da manhã, e foi seguida de convívio.Foi organizado também um Encontrosobre a “Teologia do Corpo” baseadonas catequeses do Papa João Paulo II.

EQUIPAS EM S. TOMÉE PRÍNCIPE

Alegramo-nos com a notícia de quejá existem 12 equipas em S. Tomé ePríncipe, o esforço de todos nós e agraça do Espírito Santo fazem ma-ravilhas.

IgrejaDa

IgrejaDa

BENTO XVI NÃO VIRÁA FÁTIMA EM OUTUBRO

D. Carlos Azevedo, secretário da Co-missão Coordenadora da Conferên-cia Episcopal Portuguesa, anunciouque Bento XVI não virá a Fátima emOutubro de 2007 para a cerimónia deencerramento das celebrações de co-memoração dos 90 anos das apari-ções da Virgem aos três pastorinhose inauguração da nova igreja da San-tíssima Trindade.Contudo, o Papa enviará a Fátimaum representante para as celebra-ções de Outubro e manifestou o dese-jo de vir a Fátima noutra ocasião.

ENCONTRO NACIONALDA PASTORAL FAMILIAR

Com a presença de D. António Carri-lho, Presidente da Comissão Episco-pal Laicado e Família, realizou-se em

Fátima, dia 20 de Janeiro, na Casa deNossa Senhora do Carmo, o EncontroNacional da Pastoral Familiar, emque estiveram presentes as DirecçõesNacionais de diferentes Movimentose os Secretariados da Pastoral Fami-liar de diferentes Dioceses. Reflec-tiu-se o tema “Repensar a PastoralFamiliar nos 25 anos da FamiliarisConsortio”. As ENS estiveram repre-sentadas pelo Casal Supra-Regionale encontraram muitas caras amigas.

JORNADA NACIONALDO APOSTOLADO DOS LEIGOS

Organizada pela Comissão Perma-nente do CNMO (Conselho Nacionalde Movimentos e Obras), realizou-sedia 10 de Fevereiro de 2007, em Fáti-ma, na Casa de Nossa Senhora dasDores, sob o tema retirado das pala-vras de Bento XVI “Ele não nos pou-pa o cansaço de aprender o modo de

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SARCÓGRAFO DE SÃO PAULOREENCONTRADO

nos relacionarmos uns com os ou-tros”. O Presidente da ComissãoEpiscopal Laicado e Família fez-serepresentar pelo Senhor D. SerafimFerreira e Silva que abriu os traba-lhos, participou activamente com in-tervenções actuais e interpelativas ecelebrou a missa de encerramento.As ENS estiveram representadaspelo casal Supra-Regional.

As obras de restauração da Basílicade São Paulo Fora dos Muros, em Ro-ma, acabadas em 22 de Setembro de2006, permitiram redescobri-lo de-pois de ter sido fechado entre murosde cimento nas obras de reconstru-ção da basílica, após o incêndio queaconteceu em Julho de 1823.O sarcófago tem 2,55 metros de com-primento, 1,25 metros de largura e0,97 metros de altura.«Há vinte séculos que se diz em ab-soluta concordância que o túmulo deSão Paulo se encontrava ali.Ninguém o pôs em dúvida e ninguémo contradisse», afirmou o cardealCordero Lanza di Montezemolo.

SECRETÁRIODE JOÃO PAULO II ESCREVELIVRO SOBRE O PAPA

«Uma vida com Karol», recém-publi-cado na Itália, é o livro-testemunhodo homem que durante quarentaanos acompanhou Papa João Paulo II.O volume será publicado em Portu-gal pela Esfera.

IGREJA NO REINO UNIDOCELEBRA SEMANA NACIONALDO MATRIMÓNIO

Cristãos do Reino Unido celebraramde 7 a 14 de Fevereiro de 2007 a Se-mana Nacional do Matrimónio.Terry Prendergast de «Marriage Ca-

re», afirmou: «Marriage Care pro-porcionou apoio à relação durantesessenta anos, anos nos quais o ma-trimónio esteve em constante evo-lução e não necessariamente paramelhor. Cremos que apoiar algo tãoimportante como a decisão de casaré vital para o casal, para os seusfilhos e para a comunidade», Poresta oca-sião o bispo John Hine,presidente da Comissão Episcopal doMatrimónio e Vida Familiar,afirmou: «O mundo no qual vivemosprecisa, como nun-ca, de nossotestemunho cristão da verdade sobreo matrimónio».Para mais informação sobre a Se-mana Nacional do Matrimónio ir awww.nmw.org.uk

SEMANA DA FAMÍLIAE DA VIDA

Como já é habitual celebra-se de 13 a20 de Maio de 2007 a semana da Fa-mília e da Vida que integra o Dia In-ternacional da Família, dia 15 deMaio.Estejamos atentos às propostas quecada Diocese fará neste sentido.

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BENTO XVI PEDETRATAMENTOS PALIATIVOSPARA ENFERMOS GRAVES

Na Jornada Mundial do Enfermo, 11de Fevereiro de 2007, Bento XVI lan-çou um apelo: «É necessário apoiar odesenvolvimento dos tratamentospaliativos que ofereçam uma assis-tência integral e que dispensem aosenfermos incuráveis esse apoio hu-mano e acompanhamento espiritualque tanto precisam». O Papa recor-dou que neste ano quis dedicar esta

Jornada à assistência material e es-piritual aos enfermos incuráveisou terminais e enviou uma sauda-ção «aos agentes de saúde de todoo mundo, consciente da importân-cia que tem na nossa sociedade oseu serviço aos enfermos», e ma-nifestou a sua «proximidade espi-ritual e afecto aos nossos irmãos eirmãs enfermos, com uma parti-cular recordação para aqueles queestão afectados por enfermidadesparticularmente graves ou dolo-rosas».

Próximos Encontros Nacionais2006/2007

· Encontro Nacional: Fátima.(17 e 18 Novembro 2007)

2007/2008· Encontro Nacional de Sectores: Fátima.

(23 e 24 Fevereiro 2008)

· Sessão de Formação II: Fátima.(24 a 27 Abril 2008)

· Colégio Internacional 2008: Fátima.(20 a 26 Julho 2008)

· Encontro das ENS de Portugal com a ERI: Fátima.(26 Julho 2008)

· Encontro da Equipa da Supra-Região com a ERI: Fátima.(27 Julho 2008)

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Era uma manhã cinzenta, húmida,quase pastosa. O dia acabava de selevantar quando, em Tashkent, tomá-mos um velho Látvia a caminho deKogent. Já perto da fronteira entre oUzbequistão e o Tajiquistão, nummercado de uma cidadezinha comnome esquecido, onde se vendia tudoo que o quotidiano precisa, panelas etachos, sabão e detergentes, vestidosestampados de algodão, calças e blu-

sões, a Galina e a Raïssa foram pro-curar um sítio minimamente acei-tável para um pequeno almoço. Láencontraram. Uma casita baixa, deadobe revestido a cal, umas telhassobre ripas armadas em cima deumas vigas toscas, umas mesitasbaixas e uns tamboretes pequenos,num chão de terra batida coberto detapetes de cores escuras. Uma malgade chá, uns pratos com iogurte, uns

LUÍSA E LUÍS SANTOS PEREIRA

Interpelaçõeslugar

doInterpelações

lugardo

Kogent

Arco-íris

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pães de trigo ainda quentes e a esta-lar, ovos estrelados e salsichas regio-nais, de fazer crescer a água na boca,que a manhã já ia alta. Uma conver-sa animada em russo, claro, umasfrases em inglês, sorrisos e risos, queaquela companhia voltava a fazer aestrada de há tantos anos, para ovale de Fergana, cortada por fron-teiras fechadas desde que as inde-pendências das repúblicas da ÁsiaCentral haviam criado divórcios po-líticos e os acertos internos haviamdado lugar a desconcertos e guerras.

Retemperados e animados, lá fomosaté à fronteira. Os novos tempos daindependência haviam erguido umabarreira de grades de ferro, que des-ciam desde a colina até ao rio. Umportão fechado barrava a estradae, ao lado, a uma porta de grades,acumulava-se uma massa de gentecom cestos e embrulhos de pano, namaioria mulheres, de vestidos com-pridos, estampados de cores mais oumenos garridas e lenços atados nanuca. Não havia outro carro a nãoser o nosso Látvia, ali encostadopara o cerimonial dos passaportes.Éramos de várias nacionalidades,havia passaportes russos, uzebe-ques, quirguizes e, claro, portugue-ses. O Vadim lá os levou até ao postoe voltou com os passaportes dizendoque era preciso esperar por algumaordem que permitisse abrir os por-tões.

Esperar era ocasião para observar.Fotografias é que não, eram proibi-das, que o que por ali se passava nãoera documentável. E o olhar fixou-senas pessoas que pretendiam atra-

vessar a fronteira a pé. Discutiamanimadamente com os guardas,mostravam uns papéis, agitavam ospapéis, os guardas lá se dignavam amirá-los e de vez em quando lá pas-sava alguém, ora uma ora váriaspessoas. Mas alguns lá se iam que-dando numa espera gritada e agi-tada. Um rapaz deixou o magote,desceu ao rio e, trouxa às costas,passou-se para o outro lado e esca-puliu-se por trás dos edifícios dosguardas. Como não o viram porque onão quiseram ver, lá foi também umamulher de cesto, que quase deixava o

vestido preso nas grades, e mais ou-tra com um grande saco que quaselhe caía no rio. Eram pequenos con-trabandistas, claro, que haviamvindo ao mesmo mercado onde co-mêramos, e regressavam a casa comverduras, pão, coisas de casa e devestir e que se davam a todo estetrabalho para poupar alguns, pou-cos, sumes tajiques, que a vida ali eradifícil depois de vários anos de guer-ra civil.

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Finalmente abriram-nos o portão.O nosso era o primeiro carro a pas-sar desde que a fronteira fecharaanos atrás. A espera era explicável:não sabiam onde estava a chave docadeado, há tantos anos guardada,sem utilidade! Lá passámos e fomosaté Kogent, a antiga Leninabad como

caçadores que eram, sempre haviamvivido em organização tribal e a ca-pital, Dushambé, não era mais doque o lugar do mercado das terças--feiras e onde existia a grande mes-quita. Com o poder soviético veiouma nova organização centralizadae ateia e as velhas instituições entra-ram em dormência. Quando o podersoviético desapareceu estas acorda-ram de um longo sono e, claro, esta-lou guerra entre os que pretendiamreviver as tribos e os que, herdeirosdas instituições soviéticas, preten-diam continuar com o mesmo tipode organização do estado. Estes,claro, ganharam!

No laboratório de nosso destino fo-mos recebidos com música e flores e,claro, um bom chá. Era o reencontrocom o mundo exterior, com aquelescom que já haviam convivido; era orenovar da esperança de tempos me-lhores depois de vários anos de guer-ra. E no campo, num grande Kolkhoz,a mesma alegria, a mesma esperança.No largo da aldeia, sentados de per-na cruzada num estrado armado so-bre o canal de rega, uma mesa vastade borrego, pão, verduras, plov evodka, oferecia-nos o que de melhorhavia para festejar como se fôramosfilhos pródigos! Contentes, lá parti-mos para a fronteira outra vez, masagora a de Fergana, a Oriente. Estavafechada outra vez, nova espera poruma ordem; chave para o cadeadohavia mas acontecera que nesse dia,na capital, haviam feito um atentadoe um ministro morrera. Quando pu-deram reconhecer que não havíamospodido atravessar as montanhas do

a baptizaram nos tempos soviéticos eonde, no centro, ninguém haviaapeado a grande estátua de Lenine.Cidade de contrastes, entre a ar-quitectura soviética, que fizera pra-ças, avenidas e prédios, como em to-das as cidades da região, e onde semantinham peças interessantes masmaltratadas da arquitectura muçul-mana de estilo persa, a lembrar que ostajiques são de etnia persa e a sualíngua deriva do persa e não do tur-co, ao contrário do que acontece comos outros povos do antigo Turquistãorusso. As confusões de fronteiras queEstaline definiu fizeram que os taji-ques tenham mais habitantes nospaíses vizinhos do que no própriopaís. Povos de montanha, pastores e

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Pamir e regressar, tanto mais queuma guarda tinha um filho doente elhes dava jeito que a levássemos acasa, lá passámos. E a fronteira que-dou fechada por mais umassemanas.

As pessoas são como os países, ou ospaíses são como as pessoas. Vivemna amizade, convivem e, sem que asrazões sejam muito fortes, deixamde conviver. Nascem as saudadesdesses tempos que foram melhores,mais agradáveis e alguém tem queabrir os portões das nossasfronteiras. Às vezes também não sesabe onde está a chave, como fazerpara receber o outro ou para ir aoseu encontro. Se não erguermosbarreiras fica mais fácil. Mas àsvezes é muito difícil não pôr grades,que precisamos de nos defender oude satisfazer o orgulho em vez deacarinhar a disponibili-dade.

Nós mesmos, no nosso interior, so-fremos disputas entre o que quere-

mos ser e o que queremos parecer esofremos dos nossos desacertos comoguerras civis no nosso âmago. Sóquando chegamos aos acertos é quenos abrimos aos outros; enquantonão estivermos bem adentro da nos-sa pele não somos capazes. Depois, seencontramos os outros, mesmo ousobretudo os que nos são mais pró-ximos, somos capazes da festa, dematar o bezerro gordo e abrir o vi-nho velho. Mas nada está garantido.Algum problema externo, como oatentado do outro lado da monta-nha, pode fechar-nos outra vez. E atéé preciso encontrar motivos espe-ciais, como o filho doente daquelaguarda de fronteira, para que as bar-reiras se levantem, até por poucotempo.

Ah, se pudéssemos ser simples, estarabertos aos outros, deixarmo-nos serrecebidos quando os outros nosabrem a porta!

Parede, 16 de Dezembro de 2006.

Próximos Encontros de Equipas Novas e de Formação I· Província Sul

Encontro de Equipas Novas de Junho de 2007 (1 a 3), no Turcifal.

· Província Norte e CentroEncontro de Equipas Novas de Março de 2007 (24 e 25), na Casa Diocesanaem Albergaria.Encontro de Equipas Novas de Maio de 2007 (26 e 27), na Casa Diocesanaem Albergaria.

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OEsperançada

Tempo

Desde sempre entendemos que anossa vida se situa, em cada mo-mento, entre o passado, onde per-manecem as nossas lembranças, e ofuturo para onde se dirigem as nos-sas esperanças. É pois natural que, à

que somos hoje após a longa cami-nhada que empreendemos a dois nodia do nosso casamento. É tempo deolharmos para trás e revermo-nos,com alegria, nos filhos e nos netosreconhecendo como foi grande a

medida que vamos avançando emidade maiores sejam as nossaslembranças e mais reduzidas asnossas esperanças. Não significa isto,contudo, que tenhamos de viver aterceira idade ligados apenas à sau-dade do passado e à angústia do fu-turo. É tempo de reflectirmos e re-pensarmos a vida em casal à luz do

nossa disponibilidade para com eles.Nós somos, afinal, o seu grandetesouro e o referencial seguro paraas suas vidas. Pensamos, por isso,que esta fase da nossa vida (que, porser a última, não tem necessaria-mente de ser curta) deve ser enca-rada com muita alegria e muita es-perança num clima de total disponi-

OEsperançada

Tempo

MARIA DA CONCEIÇÃO E ANTÓNIO DÓRIA

PORTO 2

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bilidade de um ao outro e dos doisaos outros.

Saber assumir o passado com as suasalegrias e tristezas, aceitar o presen-te e perspectivar o futuro em atitudede serena tranquilidade e de profun-da Esperança, será o testemunho quepoderemos transmitir aos outros queporventura sentem alguma dificul-dade em viver serena e tranquila-mente os novos tempos que se avi-zinham.

Nascido no seio das Equipas de Nos-sa Senhora, o movimento “O Tempoda Esperança” tem por objectivoajudar todos os casais, pertencentesou não às Equipas, vivendo a terceiraidade e possuindo uma grande expe-riência do casamento, a reflectir so-bre os limites próprios da idade, so-bre a necessidade de aprofundar odiálogo e descobrir novas riquezasnas suas vidas na atenção e ternuraque dedicam um ao outro, sobre apartilha dos seus valores espirituaise prática religiosa, sobre o valor doseu testemunho em relação aos filhose aos netos e, também, no seio da So-ciedade e da Igreja.

O seu objectivo é, acima de tudo,transmitir ao maior número possívelde casais que a vida pode e deve servivida na Esperança, fonte de alegria,serena e tranquila, tão necessáriapara enfrentar esta nova etapa dasnossas vidas.

A sua metodologia consiste na for-mação de grupos de 6 casais que re-flectirão sobre diversos temas em 8sessões intervaladas de 2 semanas.Durante as reuniões, cuja duração

não deverá exceder 2 horas, cada ca-sal partilhará com os restantesmembros do grupo, em clima de en-treajuda, o resultado da reflexão, fei-ta a dois, sobre o tema de estudo. Asreuniões iniciam-se com a leitura daPalavra de Deus, adequada a cadatema, e termina com a leitura de umsalmo.

Findas as 8 sessões, o grupo dissolve-se sendo, contudo, desejável que al-guns casais se disponibilizem para“pilotarem” novos grupos.

Depois da Maria Virgínia e do AbelCampos que foram os pioneiros des-te movimento, então chamado Outo-no da Vida, coube à Maria da Con-ceição e ao António Manuel Dória aresponsabilidade do seu relança-mento na diocese do Porto em novosmoldes que se afiguram mais adap-tados à vida dos “jovens idosos” aquem se destina.

“O Tempo de Esperança” é a novadesignação do movimento e o teste-munho que desejamos apresentar atodos os que, como nós, sentiram anecessidade de descobrir a riquezaque as nossas vidas ainda encerramé de que vale a pena contactarem:

Maria da Conceição e António Manuel DóriaRua São João de Brito, 251 – 4100 Porto

Telefone: (22)6175851

Para integrarem um dos próximosgrupos de reflexão que se encontramem formação.

Digam-nos, depois, se valeu ou nãovaleu a pena.

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Reunida em Assembleia extraordi-nária, após o habitual retiro, a Con-ferência Episcopal Portuguesa, nasequência do referendo de 11 de Fe-vereiro, decidiu propor algumas re-flexões pastorais aos cristãos e à so-ciedade em geral.

1. Apesar de a maioria dos eleitoresnão se ter pronunciado, o resultadofavorável ao “Sim” é sinal de umaacentuada mutação cultural no povoportuguês, que temos de enfrentarcom realismo, pois indicia o contextoem que a Igreja é chamada a exercera sua missão. Manifestou-se umacultura que não está impregnada devalores éticos fundamentais, que de-veriam inspirar o sentido das leis,como é o do carácter inviolável davida humana, aliás consagrado nanossa Constituição. Esta mutaçãocultural tem várias causas, nomea-damente: a mediatização globalizadadas maneiras de pensar e das corren-tes de opinião; as lacunas na forma-ção da inteligência, que o sistemaeducativo não prepara para se inter-rogar sobre o sentido da vida e asquestões primordiais do ser huma-no; o individualismo no uso da liber-dade e na busca da verdade, que in-fluencia o conceito e o exercício daconsciência pessoal; a relativização

dos valores e princípios que afectama vida das pessoas e da sociedade.

Reconhecemos, também, que estarealidade social, em muitas das suasmanifestações, tem posto a descober-to, em vários aspectos, alguma fragi-lidade do processo evangelizador,mormente em relação aos jovens. Anossa missão pastoral, por todos osmeios ao nosso alcance, tem de visareste fenómeno da mutação cultural,pois só assim ajudaremos a que osgrandes valores éticos continuempresentes na compreensão e no exer-cício da liberdade.

2. Congratulamo-nos com a vasta equalificada mobilização, verificadanas últimas semanas, em volta dadefesa do carácter inviolável da vidahumana e da dignidade da mater-nidade. É um sinal positivo de espe-rança. É importante que permaneçaactiva, que encontre a estrutura or-ganizativa necessária, para conti-nuar a participar neste debate decivilização.

O debate do referendo esteve centra-do na justeza de um projecto de leique, ao procurar despenalizar, acabapor legalizar o aborto. A partir deagora o nosso combate pela vida hu-mana tem de visar, com mais inten-

Conferência Episcopal Portuguesa

O NOVO CONTEXTO DA LUTA PELA VIDA

Nota Pastoral

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sidade e novos meios, os objectivosde sempre: ajudar as pessoas, escla-recer as consciências, criar condiçõespara evitar o recurso ao aborto, legalou clandestino. Esta luta deveria em-penhar, progressivamente, toda a so-ciedade portuguesa: Estado, Igrejas,movimentos e grupos e restante so-ciedade civil. E os caminhos para sechegar a resultados positivos são, anosso ver: a alteração de mentali-dades, a formação da consciência, aajuda concreta às mães em dificul-dade.

3. A mudança de mentalidade inter-pela a nossa missão evangelizadora,de modo particular a evangelizaçãodos jovens, das famílias e dos novosdinamismos sociais. Toda a missãoda Igreja tem de ser, cada vez mais,pensada para um novo contexto dasociedade. São necessárias criativi-dade e ousadia, na fidelidade à mis-são da Igreja e às verdades evangéli-cas que a norteiam.

Faz parte dessa missão evangeliza-dora o esclarecimento das consciên-cias. A Igreja respeita a consciência, omais digno santuário da liberdade.Não a ameaça, nem atemoriza, masquer ajudar a esclarecê-la com a ver-dade, pois só assim poderá exprimira sua dignidade.

Esta verdade iluminadora das cons-ciências provém de um sadio exercí-cio da razão, no quadro da cultura;é-nos revelada por Deus, que vem aoencontro do ser humano; é patrimó-nio de uma comunidade, cuja tradi-ção viva é fonte de verdade, enqua-drando a dimensão individual da

liberdade e da busca da verdade.Para os católicos, a verdade revela-da, transmitida pela Igreja no qua-dro de uma tradição viva, é elementofundamental no esclarecimento dasconsciências.

Aos católicos que, no aceso deste de-bate, se afastaram da verdade reve-lada e da doutrina da Igreja, convi-damo-los a examinarem, no silêncioe tranquilidade do seu íntimo, as exi-gências de fidelidade à Igreja a quepertencem e às verdades fundamen-tais da sua doutrina.

Aos fiéis católicos lembramos, nestemomento, que o facto de o abortopassar a ser legal, não o torna moral-mente legítimo. Todo o aborto conti-nua a ser um pecado grave, por nãocumprimento do mandamento doSenhor, “não matarás”.

Apelamos aos médicos e profissio-nais de saúde para não hesitarem emrecorrer ao estatuto de “objectoresde consciência” que a Lei lhes ga-rante.

Às mulheres grávidas que se sintamtentadas a recorrer ao aborto, aospais dos seus filhos, pedimos que nãose precipitem. A decisão de abortar é,na maior parte dos casos, tomada emgrande solidão e sofrimento. Um fi-lho que, no início, aparece como umproblema, revela-se, tantas vezes,como a solução das suas vidas. Tan-tas mulheres que abortaram sentem,mais tarde, que se pudessem voltaratrás teriam evitado o acto errado.Abram-se com alguém, reflictam,em diálogo, na gravidade da sua de-cisão.

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4. Mas há uma resposta urgente adar ao drama do aborto: criar ou re-forçar estruturas de apoio eficaz eamigo às mulheres a braços comuma maternidade não desejada e queconsideram impossível levar até aoseu termo. Estudos recentes mostramque a maior parte das mulheres nes-sas circunstâncias, se fossem ajuda-das não recorreriam ao aborto. É umdever de todos nós, de toda a socie-dade, criar essas estruturas de apoio.

Uma das novidades da campanha doreferendo foi o facto de muitos defen-sores do “Sim” – a começar pelo Go-verno da Nação, que se quis compro-meter numa questão que não é denatureza estritamente política – afir-marem ser contra o aborto, quereremacabar com o aborto clandestino ediminuir o número de abortos. Re-gistamos esse objectivo, mas pensa-mos que o único caminho eficaz everdadeiramente humano é avançar-mos significativamente na formaçãoda juventude e no apoio à materni-dade e à família. Não poderemos es-quecer que, no quadro social actual, amaternidade se tornou mais difícil.No actual contexto das nossas so-ciedades ocidentais só se chegará auma política equilibrada de natali-dade com um apoio eficaz à materni-dade, com particular atenção à ma-ternidade em circunstâncias difíceise, por vezes, dramáticas.

No que à Igreja diz respeito, conti-nuaremos a incluir esta acção de aco-lhimento e ajuda às mães entre asnossas prioridades. Mas para queesta acção seja eficaz, precisa-se da

convergência de todos, Estado e so-ciedade civil. Demo-nos as mãospara acabar com o aborto e tornar alei, que agora se vai fazer, numa leiinútil.

5. A busca de uma solução, a médio ea longo prazo, tem de passar, tam-bém, por uma política de educaçãoque forme para a liberdade, na res-ponsabilidade, concretizada numacorrecta educação da sexualidade.Esta constitui um dos dinamismosmais ricos e complexos do ser huma-no, onde se exprimem a dimensãorelacional e a vocação para o amor epara a comunhão. Uma vivência des-regrada da sexualidade é uma dasprincipais causas das disfunçõessociais e da infelicidade das pessoas.A sã educação da sexualidade há-deabrir para a gestão responsável daprópria fecundidade, através de umplaneamento familiar sadio, que res-peite e integre as opções morais decada um. Quando a geração de umfilho não for fruto de irreflexão, masde um acto responsável, estará re-solvido, em grande parte, o proble-ma do aborto.

6. A luta pela vida, pela dignificaçãode toda a vida humana, é uma dasmais nobres tarefas civilizacionais.Não será o novo contexto legal quenos enfraquecerá no prosseguimentodesta luta. A Igreja continuará fiel àsua missão de anúncio do Evangelhoda vida em plenitude e de denúnciados atentados contra a vida.

Fátima, 16 de Fevereiro de 2007.

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A Palavra dia-a-dia

É no concreto do nosso dia a dia quea Palavra se manifesta actual e efi-caz, se faz Vida.No dia 1 de Julho passado, quandoregressada a casa após o Encontro deEncerramento de Actividades dossectores de Coimbra, espalhei-me atodo o comprido e como tinha a mãodireita ocupada, foi o braço esquerdoque me amparou, mas no embatefracturou.No primeiro momento e ainda antesde me ter sido imobilizado o braço,pensava antes o esquerdo que o di-reito, se calhar antes o braço que aperna, etc… Isto tudo enquanto nohospital aguardava também que o“Portugal – Inglaterra” se resolvesse

a contento do pessoal que estava di-vidido entre o dever e o entusiasmodos “penaltis”.

O pior veio depois… afinal um braçosó, mesmo sendo o direito, torna-sebastante inábil. Nas mais pequenastarefas sentimos a nossa incapaci-dade e a situação agrava-se quandotemos pessoas dependentes a nossocargo.

Apesar do Augusto se ter excedidoem colaboração, confesso que ao fimde 3 dias eu estava a entrar em “pa-ranóia” – habituada a uma activi-dade constante, a tremenda limita-ção que me causava aquela tala nobraço, que me perturbava imenso atéo simples duche, estava a conduzir-me a um nervosismo terrível.

É certo que eu me ia auto criticando,comparando a minha situação comoutras muitíssimo mais complicadase pensava frequentemente numa se-nhora da minha comunidade paro-quial que abruptamente, num aci-dente, ficou sem o membro superiordireito, amputado pelo terço supe-rior do braço.

Vinham-me também à mente outrosamigos, a passar por momentos difí-ceis a nível de saúde e situação fami-liar e por eles eu ia tentando fazer umexercício de aceitação, mas a volta de180.º foi quando me caiu nas mãos aCarta aos Intercessores desse mês.

ISABEL VEIGA DE MIRANDA, COIMBRA 39

A Palavra dia-a-dia

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Uma das intenções que nos era par-ticularmente confiada: um jovemque acabava de perder as duas per-nas! …

Bem esta não dava mesmo mais hi-pótese de me continuar a preocuparcomigo…

O Senhor estava tão concretamente apedir-me que, neste preciso momen-to, tomasse um pouco sobre mim acruz dos meus irmãos, essa cruzimensa cujo peso só Ele conhece, quea minha pequena limitação tornou-

se apenas uma minúsculapartícula… leve como uma pena…

Foi então que palpavelmente mediteia Palavra do Senhor:

“Tomai sobre vós o Meu jugo eaprendei de Mim que sou manso ehumilde de coração e achareis alí-vio para as vossas almas, pois omeu jugo é suave e o meu fardo éleve”. (Mt 11, 29-30)

A Carta ficou ali sobre a lareira, jun-to à Bíblia que diariamente procura-mos meditar…

SINAIS DE DEUS

Texto apresentado na Ceia de Reis do Sector de Guimarães, por José Fernando Rodrigues Alves Pinto, aos 20JAN2007

Um destes dias fui à cidade.Andava tudo apressado, inquieto, nervoso.Cheirava a egoísmo.À porta do mercado, sentado numa manta rota,Estava um pedinte,Magro, estropiado, deformado.Olhei-o.Sorriu-me. Com um sorriso terno, resignado.Fiquei intrigado.Como é que da miséria pode brotar esperança?«Há, pois era um sinal de Deus!...»

Vagueei pela cidade. A meio da manhãPassei pelo Hospital.Fui ver os doentes.Entrei. Cheguei-me perto deles.Estavam em grupo, a conversar.No centro das atenções estava uma jovem,Alegre, a cantar, a divertir a malta,Tinha um ar cadavérico. Caíra-lhe o cabelo.O cancro consumia-a, dia a dia,Irreversivelmente.Como é que no sofrimento pode haver tanta alegria?«Há, pois era um sinal de Deus!...»

Saí do Hospital. Estava confuso. Para onde havia deir?Olhei, vi muito povo a ir, e fui, entrei no hipermer-cado.Não imaginam… Que grande confusão!...Todos se atiravam a tudo. Enchiam-se os carrinhos.Eram enormes as filas para pagar.Coitada!... Uma criança teve que ir a pé, para casa,

Porque o excesso de embrulhos ocupara-lhe o lugar.Lá atrás, num canto, vi um velhote, cabisbaixo.Parado. A ver a multidão passar.Não tinha carrinho, nem cesto. Afinal, para quê?Levava apenas um pão, para repartir com a mulher,Que o esperava em casa, sozinha e acamada.O velhote esperava. Calmo. Repousado.Como é que na miséria pode haver tranquilidade?«Há, pois era um sinal de Deus!...»

Quando, cansado, regressei a casa.Deitei-me sobre a cama e repousei.Minha mulher descansava.O silêncio marcava o espaço.Não acendi a televisão. Para quê? Dá sempre asmesmas coisas!...Também não quis ouvir música, nem ler, nemescrever.Imaginem: nem me lembrei de comer!...Na calma, deixei correr as imagens e as ideiasE olhei-me bem no fundo, no miolo de mim próprio.Vi o pedinte, a doente, o velhote. Vi-os todos.Reconheci-me nelesVi itinerários de felicidadeEncontrei sinais de Deus.Dormira. Sonhara.Como é que um pecador pode sonhar coisas tãolindas?«Há!... Pois!... Fora um sinal de Deus!...»

Hoje, aqui, neste nosso encontro,Brilharam mil sinais de Deus.Obrigado, muito obrigado Senhor…

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deFormadores

EncontroNacional1.º

Rostos do Movimento

Depois de acolhidos na ResidencialSanto Amaro, reunimo-nos num ani-mado almoço, em que todos manifes-tavam o gosto do reencontro. Termi-nada a refeição, o casal Ana e Vasco,procederam à abertura dos traba-lhos e apresentaram o programa queiríamos seguir durante o dia, nãosem antes transmitirem a necessi-dade por muitos sentida, de se fazeruma avaliação da Formação, a nívelnacional. Cerca de 30 casais, divi-di-dos por 5 equipas mistas foramcolocados perante “Encruzilhadas”- sugestões e pistas de reflexão - ondeformadores de “Formação I”, “Equi-pas Novas” e de “Casais de Ligação”,avaliaram o trabalho que tem vindoa ser realizado, apontaram conclu-sões e porventura sugestões, paraalcançar mais eficácia e sucesso nodesenvolvimento desse mesmo tra-balho. O tempo dedicado a esta refle-xão revelou-se muito enriquecedor,pois as respectivas experiências e

percursos, e as realidades diversasem que cada casal se integrava, con-tribuíram para que nos sentíssemosmais “Movimento”. Após uma pe-quena pausa, tudo isto foi levado aoplenário activamente participado.Para o Movimento terá sido concer-teza pertinente, o ponto da situaçãoefectuado. Para todos os que inte-gram Equipas de Formação, foi segu-ramente estimulante a partilha, quepermitiu o redireccionamento dasresponsabilidades a assumir, e evi-denciar a importância de Plano deFormação na Estrutura do Movimen-to. A Eucaristia que se seguiu, cele-brada pelo Sr. Cónego António Ja-nela, tempo de fortalecimento damissão, fez-nos sentir, de facto, “En-viados por Cristo para dar muitofruto…” Após o jantar, regressámosa casa com novos horizontes pers-pectivados, cientes do privilégio e daresponsabilidade de ser um Casaldas Equipas de Nossa Senhora.

Realizou-se em Fátima,a 13 de Janeiro de 2007,

o 1.º Encontro Nacionalde Formadores das ENS

deFormadores

EncontroNacional1.º

JOANA E JOÃO FIGUEIREDOCOIMBRA 39

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Chegados à Equipa de Sector há pou-co tempo, foi-nos dito que haveriaem Fátima uma “Formação II” quenos ajudaria no desempenho do nos-so trabalho.

A ideia de ir para Fátima durantequase quatro dias no princípio deDezembro, apanhando o feriado, nãoera lá muito convidativa. Eram aque-les dias destinados a armar o Presé-pio e a Árvore de Natal, fazer algu-mas compras, completar a lista dospresentes que, por mais que se cor-tem, são sempre compridas… nãocalhava lá muito bem. Mas fomos.

Foram quase quatro dias intensos,sem tempos mortos, em que o teste-munho dos casais, o empenho, a Fé, osentido de Igreja, nos tocou profun-damente. Abriu-se um espaço nocorre-corre do nosso dia a dia quenos permitiu interrogarmo-nos so-bre o que tem sido a nossa entrega.Tanto que temos recebido!

Sentimos que era tempo de contri-buirmos também e darmos um pou-co de nós próprios. Toda esta For-mação estava preparada para nosajudar nessa vontade de dar algumacoisa.

Tomámos consciência do Sentido deComunidade existente nas ENS, quesuporta e enquadra a nossa equipade base, onde nos sentimos tão bem,mas que adquire uma dimensãocompletamente diferente vista numaperspectiva mais alargada.

Fomos particularmente sensíveis àforma como se falou do trabalho daEquipa de Sector. ”A Equipa de Sectoré o coração do Sector “, foi dito. Epodemos confirmar como, para alémda nossa equipa de base, nos sen-timos ligados agora a outra equipa— a do Sector — com a qual temosvivido momentos de oração, criadoamizade, partilhado tarefas e res-ponsabilidades.

IIII

FÁTIMA

ANA E FERNANDO NEVES/MARIA JOSÉ E FREDERICO BURNAY

FormaçãoFormação

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Para além disso, as ligações a outrasequipas de base, onde temos sido tãobem acolhidos, tem contribuído tam-bém para nos fazer sentir esta reali-dade de comunidade alargada, onderezamos todos, ondepodemos pôr em co-mum alguma coisa denós e podemos tam-bém partilhar a nos-sa caminhada na Fé.

Sabemos, como foi di-to, que a ligação queestabelecemos com asoutras equipas não éapenas um encontroou uma tarefa — éuma Atitude.

Foi essa Atitude, vi-vida de uma formamuito profunda, quenos foi comunicadanesta “Formação II“,não só pelos casais que asseguraramas comunicações, mas por todos aque-les que sabemos que estão por trás,mesmo sem ter aparecido, por todosaqueles com quem nos cruzámos nas“Encruzilhadas”, desde os mais pró-ximos de nós até ao casal de Cabindaque nos deu um testemunho da suaexigência de Fé e sentido de Igreja.

Também fomos tocados pela capaci-dade de pôr em comum a alegria quenos anima, e que faz parte dos laçosque nos unem a todos.

Voltámos de Fátima com uma se-mana de atraso nas prendas de Na-tal, mas cheios de uma vontade re-novada e de uma confiança maior nopapel que as ENS desempenham nas

nossas vidas, num movimento que,pela força e generosidade de alguns,consegue chegar tão longe.

Sabemos que não damos tudo o quedevíamos dar. Mas a Fé, a força, acapacidade de entrega que testemu-nhámos neste encontro, vai certa-mente ajudar-nos a viver com UMAMOR MAIOR toda a nossa vida,transmitindo-o a todos aqueles quese vão cruzando no nosso caminho.

Obrigado, ENS!

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MAFALDA E JOSÉ PIMENTEL SANTOS

TestemunhoFormação II

30 de Novembro de 2006. Mais umpasso na caminhada. Fazei-vos aolargo. Ide e pregai a Boa Nova.

Reunir, partilhar, entender, partici-par. Com oração, motivados, alegres,animados, unidos no mesmo propó-sito de aprender a servir.

Respondemos à chamada, todos osque lá nos encontrávamos. Porque aisso nos sentimos movidos em cons-ciência. Não é um dever social. Sãopequenos gestos de Amor, ínfimosenxertos na melodia do Amor Divino,diálogo da criatura com o Criador.

os cantos, como se movem os que lámoram e quais as dependências e re-gras de convivência, para atingirmoso que nos é proposto.

Foi o que sentimos ser o objectivoprimeiro desta formação. Conhecerpara amar. E quem ama sabe doar-see entregar-se para Servir.

Desde os temas apresentados, “ENSComunidades de Amor”, “Chamadosao Amor”, “Porque Ele nos Ama, Va-mos”, “A Ligação, Teias de Amor”,este último apresentado pela Ana epelo Vasco Varela, salientando a im-portância e o relevo que as Ligaçõestêm no funcionamento do Movimen-to, até às encruzilhadas onde se de-bateram em grupos assuntos da vidado Movimento, passando pelas equi-pas mistas, a Oração, a Vigília, as Ce-lebrações Eucarísticas, o Dever deSentar, o Fórum... em tudo se sentiu aAlegria da entrega e de como o Espí-rito Santo nela actua, transformandoa fragilidade humana. Ligada emTeias de Amor, numa ComunidadeViva em busca da Santidade, par-tindo de uma união abençoada porDeus e daí indo passo a passo, fazen-do-se ao largo, pregando a Boa Novade que o Amor é possível, porque ha-bitou entre nós e nos mandou IR a to-da a parte, para O anunciar.

Fazei-vos ao largo.Ide e pregai a Boa Nova.

Por isso fomos. Não é por acaso quenesta, e noutras Formações, a temá-tica do Amor tenha sido a mais abor-dada.

Não é possível Amar sem conhecer.Já o Padre António Vieira dizia dascondições para o Amor: conhecer-sea si mesmo, a quem amamos e o que éo Amor. Nas ENS é possível a entrea-juda em Equipa, para crescer no amore dar testemunho. Para isso há queconhecer a nossa casa. Conhecer-lhe

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Foi no Algarve..., terra de sol ede mar… aconteceu na peque-na e pacata vila de Ferragudo, àbeira do rio Aráde, frente á ci-dade de Portimão, na Casa deRetiros da Diocese do Algarve.Chegámos na sexta-feira …vindos de várias equipas desdeSintra, Santarém, Cascais, Ma-deira, Faro, Tavira, Évora. Che-gámos ao encontro sem nos co-nhecermos…e, à medida que oretiro foi acontecendo, fomo--nos abrindo à Palavra de Deus e aosoutros. Foi tempo de reflexão, forma-ção e encontro em casal e sobretudotempo de paragem no reboliço dodia-a-dia que tão pouco tempo nosdeixa para reflectir em casal e comocasal. A formação foi acontecendo, ogrupo foi-se consolidando e os dife-rentes casais foram-se abrindo aoamor de Deus.

Tempo de oração, tempo de aprofun-damento e de discernimento na vidade casal e das equipas, valeu pelo es-pírito de grupo que se criou, pelasimplicidade da equipa formadora eassistente espiritual que connoscoesteve e procurou dar o seu melhor.

Para nós como casal foi importante…dez anos nas equipas e sentíamosque era preciso parar e olhar paranós, para os outros e sobretudo paraDeus. Fazemos tantas “coisas”: fami-

liarmente, socialmente, pastoral-mente…e esquecemo-nos do maisimportante, do encontro com o olharde Deus sobre nós e na nossa vidade casal. Sentimos como casais queCristo “passou” nesta formação,deixando um rasto de amor e espe-rança em cada um dos elementos docasal e passou… “pedindo-nos“ parasermos casais cristãos no mundo dehoje, impelindo-nos a dar testemu-nho da sua mensagem.

Esta formação aconteceu também nomomento certo das nossas vidas etambém no momento litúrgico maispróximo do Natal, por isso foi tam-bém Advento, preparação do cami-nho para receber Jesus Cristo Salva-dor, Deus feito Menino.

A todos os que tornaram possívelesta formação um bem-haja em JesusCristo, Senhor Deus de Amor.

Encontro de Formação IEncontro de Formação IPAULA E EURICO PALMATAVIRA 2

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É verdade, foi mesmo no dia 11 deNovembro de 2006 que a Região Nor-te promoveu um Encontro de Pilo-tagem que envolveu Casais Piloto,Conselheiros Espirituais das Equipasem pilotagem, casais R.I.P, casaisResponsáveis de Sector e a Equipa deAnimação de Encontros de EquipasNovas da Região.

O encontro realizou-se nas instala-ções do Seminário de Montariol emBraga, local muito aprazível e indi-cado para encontros desta natureza.Estiveram presentes 26 Casais e 1Conselheiro Espiritual.

As actividades iniciaram-se à horaprevista, 10 horas, e após a oração de

abertura fez-se a apresentação doscasais. Depois foram apresentados osobjectivos do encontro, trabalhoefectuado pelo Casal ResponsávelRegional, Fernanda e António Fel-gueiras.

De seguida, o Casal Isabel e Francis-co, responsável pela ECIP, falou daOrganização e pedagogia da pilota-gem. De um modo sintético e claroapresentou os fundamentos do Mo-vimento e frisou bem a importânciaque os Sectores têm na expansão ebom funcionamento das Equipas.Depois abordou o Esquema Geral daPilotagem salientando a importânciada introdução dos Pontos Concretosde Esforço nas diversas reuniões.

Após o intervalo tivemos a interven-ção do Conselheiro Espiritual, PadreAntónio Silva Lima, que falou da Pi-lotagem - Acto de Amor Exigente,ajudando-nos a perceber um poucomelhor que a missão do Casal Pilotoé muito importante no sentido datransmissão aos casais do «Amorexigente» que se deve viver no seiodas ENS, citando Padre Caffarel:

«A tua exigência sem amor, revolta-me;O teu amor sem exigência, humilha-me.O teu amor exigente dignifica-me».

REGIÃO NORTE

Encontrode Pilotagem

Encontrode Pilotagem

BEATRIZ E ALBINO, CASAL CORRESPONDENTE

Foi no dia de S. Martinho…

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Pelas 13 horas serviu-se o almoço,onde não faltaram as respectivas

castanhas. Para recordação futurafoi tirada a fotografia do grupo.

Após o almoço falou o Casal Coorde-nador da Equipa de Animação de En-contros de Equipas Novas, Isabel eJoaquim Lima, sobre o tema Encon-tros das Equipas Novas – Conclusãoda Pilotagem.

Seguiu-se uma intervenção do CasalResponsável da Província Norte eCentro, Donzília e Felisberto Eira,que apresentou os Temas de Estudo

para Equipas Novas e falou tambémda preparação dos E.E.N. e das res-ponsabilidades das diversas estru-turas do Movimento.

Após esclarecedor debate, seguiu-sea Eucaristia que consideramos o pon-to alto do Encontro, pois ali no altardepositámos todas as preocupaçõesque nos levaram até aquele local, on-de se respirava paz e alegria.

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INTRODUÇÃO

A Região de Angola esteve presentecom os seguintes peregrinos: o CasalCabama - Equipa Luanda 39, quecoordenou esta acção, o Casal Conde- Equipa Cabinda l e o Padre JoséScolarí - Conselheiro Espiritual doSector Luanda C.

VIAGEM LUANDA - LISBOA

Partida de Luanda no dia 23.11.06,às 12h com chegada em Lisboa às19:30h do mesmo dia.

ACOLHIMENTO EM LISBOA

Fomos recebidos no Aeroporto deLisboa pelo Casal Lai e FernandesMarques, Casal Representante dasENS de África, que nos conduziu aolocal de acolhimento, na Casa deRetiros do Bom Pastor na Buraca.

Dias depois, isto é, no Domingo àtarde, dia 26.11.06, visitou-nos o Sr.Fernando Marques para conversarconnosco e combinar a data e horada partida para a Formação no San-tuário de Fátima.

VIAGEM PARA FÁTIMA

Partimos da Buraca no dia 30.11.06às 18h, passando pelo aeroporto aoencontro dos Irmãos equipistas daMadeira e Açores, formando com elesa caravana com o objectivo comum.Chegámos a Fátima às 21h.

ACTIVIDADES EM FÁTIMA

A sessão de Formação II em Fátimateve como o Lema: “AMAI-VOS CO-MO EU VOS AMEI”

Eis o quadro das actividades desen-volvidas ao longo dos quatro diasconsecutivos:

JOAQUINA E ALBERTO, CASAL COORDENADOR

realizada em Fátimadas ENS

sobre aSessão de Formação II

Relatório

realizada em Fátimadas ENS

sobre aSessão de Formação II

Relatório

3O DE NOVEMBRO A 3 DE DEZEMBRO DE 2OO6

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ENCONTROS

Tivemos dois encontros com o CasalLai e Fernando Marques (Casal Pro-vincial) e Representante das ENS deÁfrica. O 1.° encontro foi após a nos-sa chegada a Lisboa, na Buraca, onderecebemos as orientações da viagempara Fátima, local da formação. Nes-te mesmo encontro fizemos a entre-ga da carta do Casal João Baptista(RRA) relacionada com a solicitaçãode algum material didáctico para aRegião de Angola. O 2.° encontro foiantes do nosso regresso para Angola.Neste, fizeram-nos a entrega do ma-terial didáctico solicitado pela re-gião. Neste mesmo encontro estive-ram presentes: o Responsável dasEJNS de Portugal e o casal acompa-nhante destas Equipas. Com elestivemos uma conversa amena, rela-cionado com Equipas Jovens de Nos-sa Senhora, a sua propagação emAngola. Fizeram-nos a entrega dealgum material didáctico que passá-mos à Região.

APOIO E CONDUTA ESPIRITUAL

Verificou-se uma grande devoção daparte de todos os equipistas, a qualfoi correspondida por uma grandeentrega do Sacerdote e ConselheiroEspiritual, o qual tudo fez para asse-gurar o amadurecimento espiritualdos equipistas.

VISITA AO SANTUÁRIO DE FÁTIMA

Apesar do tempo ter sido curto, ten-do em conta o programa das activi-dades desenvolvidas, o grupo foi

aproveitando os intervalos de café;numa correria fomos visitando oSantuário e com ajuda do nosso Sa-cerdote e Conselheiro Espiritual, fo-ram-nos mostrados de forma faseadaos monumentos e sítios maissignificativos.

ENCONTRO COM O CASALRESPONSÁVEL DA SUPRA-REGIÃO

Após o termo das actividades emFátima, tivemos um breve encontrocom o Casal Ana e Vasco Varela(RSR), onde o Responsável mostrou asua satisfação pela nossa participa-ção activa nas actividades desenvol-vidas e, em gesto de agradecimento,ofereceu a cada casal um conjunto dematerial didáctico para o desenvol-vimento dos nossos trabalhos emAngola e alguns quadros com o re-trato da grande família cristã dasENS, para entregarmos a cada mem-bro das nossas equipas de base (equi-pistas de Luanda - 39 e Cabinda -1).

REGRESSO A LISBOA

O regresso dos equipistas, quer deAngola quer da Madeira e Açores,para Lisboa realizou-se no períododa tarde de Domingo, dia 3 de De-zembro, a partir das 16h, pelo mes-mo itinerário, tendo-se chegado àBuraca - Lisboa, pelas 19h,

REGRESSO A LUANDA – ANGOLA

Partida de Lisboa no dia 06 12.06, às23:30h, com a chegada a Luanda às8h do dia 07 de Dezembro.

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CONCLUSÕES

A participação na Sessão de Forma-ção II das ENS em Fátima foi ummomento impar de troca de expe-riência, entreajuda meditação, pere-grinação, aprendizagem e oração.

Este momento permitiu percebercada vez mais que a caminhada deespiritualidade do movimento emtodo mundo tem a mesma lingua-gem, mesmos conceitos, semelhançanos métodos e acima de tudo, os pro-blemas comuns que enfrentam os ca-sais, equipas e sectores que encon-tram no movimento um caminhopara a busca de solução em direcçãoà santidade, com a nossa Senhora àcabeça.

De um modo geral, a peregrinaçãoapresenta um saldo positivo, aten-dendo aos objectivos que nos nortea-vam, a ideia de que íamos apenaspara participar ou bebermos dasexperiências dos Irmãos Portugue-ses, visto que eles na sua maioria têmmais tempo no movimento das ENS,mas pelo contrário não servimosapenas como alunos mas tambémcom os nossos talentos conseguimosdesempenhar o papel de professor

com as nossas experiências e convi-vendo. Em suma, os temas apresen-tados quer nas reuniões das equipascomo nas encruzilhadas foram dis-cutidos ao mesmo nível.

A comitiva volta com o desafio dedisseminar os ensinamentos adqui-ridos, isto é, dar de graça o que degraça recebemos.

O nosso agradecimento fica mani-festado neste relatório aos Respon-sáveis da Supra-Região, ao casal Pro-vincial (em Portugal), às irmãs daCasa de Retiros do Bom Pastor quenos proporcionaram uma recepção,acolhimento bastante confortável ecalorosa, quer na Buraca como emFátima.

Ao longo da nossa peregrinação tive-mos como é óbvio, missas diárias, ce-lebradas pelo nosso Conselheiro es-piritual, o Cónego (na Buraca) e peloSr. Padre Castro (em Fátima). Portudo isso damos graças e louvores aoSenhor Deus por todas estas mara-vilhas.

Que Nossa Mãe nos anime e nosconduza a seu amado filho Jesus!

Luanda, 11 de Dezembro de 2006.

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No passado mês de Janeiro tive agraça de voltar à ilha do Príncipe.Fui a acompanhar o Padre DanielHenriques, pároco de Algés-Mira-flores. Quando foi prior da Ramadacriou uma geminação com esta paró-quia e a da Conceição, no Príncipe.Um verdadeiro projecto de gemina-ção, ao nível social, caritativo, espi-ritual, pessoal, pastoral…Desta vez, levava também a missãode ajudar no nascimento das primei-ras equipas da ilha. Não foi um gestoisolado nem imposto. O Padre Ma-nuel, um missionário colombianoprior da única paróquia da regiãoautónoma, cedo reconhecera queuma das prioridades pastorais tinha

de ser a família e o sacramento domatrimónio.No dia em que chegámos, já estavaprogramada a primeira reunião como objectivo de formar as equipas pos-síveis. Contámos um bocadinho dahistória do Movimento, da impor-tância do sacramento do matrimónioe da espiritualidade conjugal.Clarificámos alguns aspectos geraisdo funcionamento das equipas. Nofim, todos se inscreveram e foramformadas as primeiras três equipasdo Príncipe. Não havia tempo a per-der, pois só estaríamos por lá quinzedias, por isso marcámos as primei-ras duas reuniões de cada uma dasequipas. Não consigo descrever “o

ENSem

ENSem

S. Tomé e PríncipeS. Tomé e PríncipePADRE NUNO COELHO (LISBOA 149F, PAREDE 16 E PRÍNCIPE 2)

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tanto” que aconteceu naqueles pe-quenos encontros: a experiência devida, o acolhimento, a alegria, aabertura, a simplicidade, a amizade,a vontade de crescer e mudar, aconfiança…O Movimento das Equipas e a suapedagogia serão, sem dúvida algu-ma, uma preciosíssima ajuda na mu-dança sustentada do valor e digni-dade do sacramento do matrimónio,da importância da família e da for-mação cristã.Regressámos com alento renovadopara continuar esta obra. Se estáva-mos admirados com o que tinhaacontecida na ilha do Príncipe, aochegarmos a São Tomé, comprová-mos o que se diz daquelas terras:tudo cresce rapidamente. O Padre

João Nazaré é o mais novo dos pa-dres da diocese (foi ordenado emAgosto de 2006). Frequentou os semi-nários da diocese de Lisboa e pôdetomar contacto com a realidade dasENS em Portugal. Neste momento, éConselheiro Espiritual de sete novasequipas em São Tomé. Para além des-tas, tomámos conhecimento que ha-via já duas equipas criadas por umcasal do Algueirão também numprojecto global de geminação entreesta paróquia de Sintra e a dasNeves.Jesus escolheu doze para começar oanúncio do Reino, desejo e querocomprometer-me para que estasdoze equipas de São Tomé possamser fermento de humanidade novaem Jesus Cristo.

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Nessa freguesia, onde há mais dequatrocentos anos aportam milha-res de madeirenses em devoção aoSenhor Bom Jesus, celebrizando umadas mais célebres romagens da Ilha,nessa “corte do Norte” que AgustinaBessa Luís tão bem caracterizou pelabeleza de um verde que abrupta-

um casais, alguns acompanhadosdos filhos, que ali chegávamos, ex-pectantes e convictos.

A vida de hoje enche-se de pequenasgrandes coisas e deixa-nos a amargasensação de perda de tantas outrascoisas boas. Parar e exilarmo-nos dobuliço e recolhermo-nos e num re-cinto preparado para a alegria de umEncontro de amigos, mas fundamen-talmente para o Encontro com oAmigo, era um desafio.

Foi um bálsamo! Foi um belo fim-de--semana!

mente cai num mar revolto e de umazul forte eivado de branca espuma,nesse ponto extremo norte da Ma-deira onde a visão alcança umacosta traçada num cenário tran-quilizador e convidativo à oração,realizámos o Encontro das EquipasNovas.

Viemos de coração disponível, algoansiosos, rompendo pelos vales daIlha numa manhã que se anunciavapromissora desse dia de São Marti-nho. Não chegámos para “pagar pro-messas” ou assistir à procissão que opovo da Freguesia tão bem prepara.O nosso propósito era outro: os “ca-sais piloto” tinham-nos dito que eraa altura do compromisso, de reflectirsobre este novo passo que culminavaa caminhada que durante as dez car-tas foi sendo feita. Éramos quatroequipas novas, formadas no Funchal,no Caniço e em Santa Cruz; vinte e

no Funchalde Equipas Novas

Encontro

no Funchalde Equipas Novas

Encontro

UM CASAL

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Cristo tem destas coisas! Usa a sur-presa como pedagogia e enlaça-nosnessa sua missão de forma gratifi-cante. O encontro revelou-nos partedesse Cristo desconhecido que a espi-ritualidade conjugal desenvolve. Alientre o verde da montanha abrupta eo azul de um mar que invade a terra,fomos ouvindo e ouvindo-nos numaviagem ao interior de nós mesmos,deste casal que somos, da família queestamos constituindo todos os dias,do Movimento a que nos orgulha-mos de pertencer, preparando-nospara um Mundo que nos lança apelosde testemunho e de alegria.

Ponta Delgada terminou na Eucaristiados sins. De um Sim dito em plateiade cristãos dessa Igreja, assolada portantas venturas, mas sempre casa deacolhimento. De um Sim idêntico aode Maria, no regaço de quem depo-

sitamos as nossas esperanças. De umSim pela crença neste Amor forte eaprazível que nos une e que toca aDeus.

Ponta Delgada foi porta aberta paraum outro compromisso que excedeua leitura de um texto, mas que seexprime no pulsar das nossas vidasque não mais sai das nossas cabeçase que impulsiona as mãos da nossavontade. Ponta Delgada nem foi “pon-ta” porque foi partida, nem foi “del-gada” porque foi escancarada aoMundo de oportunidades que come-çamos a redescobrir.

Ponta Delgada do Senhor Bom Jesus,terra de petições e depósito de graçasalcançadas. Ponta Delgada de doisdias de Novembro, numa romagemde vontades novas e enérgicas aoserviço do Amor.

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Ligação à Diocese de Lisboa

As Equipas de Nossa Senhora daRegião de Lisboa reuniram-se no dia13 de Dezembro de 2006 para a suareflexão habitual em tempo de Ad-vento, abrindo, como sempre, asportas a quem quisesse participar.

O Convento dos Dominicanos, emBenfica, através do Frei Mateus,

Conselheiro Espiritual da Região deLisboa, disponibilizou os seus es-paços de modo a que, duma maneiraharmoniosa, se pudesse conjugar aparte espiritual (leituras, reflexão,sacramento da reconciliação comsete sacerdotes – seis da casa e umda Ordem do Carmo) e a vertentedo convívio. Após a celebração, nacapela, de estilo moderno e sóbrioconvidando ao recolhimento as cercade 150 pessoas que participaram, oscasais foram encaminhados parauma sala onde foi servida uma pe-quena e animada ceia natalícia, à qualnão faltou o tradicional Bolo-Rei.

No dia 20 de Dezembro de 2006, o ca-sal de ligação das ENS à Diocese deLisboa, Gabriela e Joaquim Villas--Boas, foram apresentar-se ao Sr. Bis-po Auxiliar de Lisboa, D. Tomaz Pe-dro Barbosa Silva Nunes e deseja-ram-lhe as Boas Festas.

Na troca de impressões havida, paramelhor conhecimento mútuo destanova função na estrutura do Movi-mento, aproveitaram para dar a co-nhecer os objectivos e actividadesdo Movimento para este ano Pasto-ral de 2006-2007 e esclarecer sobrea estrutura territorial das ENS emPortugal, na generalidade não coin-cidente com a das Dioceses. Curio-

samente, a Diocese de Lisboa cobreintegralmente mais de 3 regiões dasENS, mas, pelo país fora, há situa-ções de Regiões que coincidem e ou-tras que cobrem mais do que umadiocese.

Ligação à Diocese de Lisboa

GABI E JOAQUIM VILLAS-BOAS(CORRESPODENTES REGIONAIS)

Encontro do Adventodas ENS da Região de Lisboa

Encontro do Adventodas ENS da Região de Lisboa

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CartaA

Uma carta é uma missiva, umamensagem que alguém envia a umdestinatário pelo qual nutre um cer-to sentimento: amor, amizade.... Podeser longa, muito longa ou mais curta.Um cartão, um postal ilustrado quese envia simplesmente como um olá!quando se está em viagem e se quertransmitir a alguém que, mesmodistantes, estamos próximos. Podetransformar-se mesmo num simplesSMS de algumas palavras, de algu-mas letras somente: ok, num simplessinal;).

Uma carta pode ser enviada a umaou várias pessoas, se entre elas háalgum laço que as una: pode ser uma

carta pessoal ou com um assuntoque interesse a várias pessoas ouentidades.

A carta pode ser ainda um do-cumento passado por alguma en-tidade e que se destina a provarou abonar que o seu titular pos-sui determinada qualidade ouaptidão, por exemplo a carta decondução.

Uma carta é isto e muito mais.

Pode até ser sinónimo de cons-tituição (dirigida a todos os ci-dadãos de um país).

Nas ENS o que é a A CARTA?

É o documento fundador.

Quando o Padre Caffarel (primeiroconselheiro espiritual) sentiu que oMovimento estava a precisar de umaregra que o tornasse mais exigente,escreveu um documento com asorientações que todas deviam seguir.Era o documento estruturante doMovimento. Surgiu em 1947 e cha-ma-se CARTA DAS EQUIPAS DENOSSA SENHORA ou, abreviada-mente, A CARTA.

Era distribuída a todas as equipasdurante a pilotagem; uma publicaçãomuito simples em pequeno formato,como um caderninho de bolso.

CartaA

MARIA DO ROSÁRIO E ALBERTO GUEDESGUIMARÃES 5

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Hoje está à disposição de todas asequipas, integrada numa publicaçãoque se chama Guia das Equipas deNossa Senhora. Lá encontramos to-dos os documentos orientadores dasENS.

Tal é a importância daquela primeiraCARTA que o movimento deu o mes-mo nome à publicação que recebe-mos de dois em dois meses. Tem omesmo nome, a mesma mística e omesmo objectivo: comunicar, enviarum abraço, dar orientações, mantero mesmo espírito, ligar, animar, criarunidade.

Quando recebemos uma carta (quenão seja dessas cartas-publicidadeque invadem a nossa caixa do cor-reio) é com ansiedade, com curiosi-dade, com interesse que vamos abrire ver as notícias que nos traz.

Cada número desta revistazinha éverdadeiramente uma carta, váriascartas que nos são enviadas por al-guém que se preocupa connosco, queestá ao nosso serviço e nos procuraajudar na nossa vida conjugal, nonosso aperfeiçoamento espiritual.

Senão vejamos:

O primeiro artigo (a primeira carta)é-nos enviada pelo casal supra- re-gional, o casal que é responsável pelasupra região de Portugal.

O segundo artigo é a palavra do con-selheiro espiritual da Supra-Região.

Normalmente aparece a seguir oCorreio da ERI (Equipa ResponsávelInternacional): é a carta de um doscasais da equipa responsável inter-

nacional para todos os casais domundo e a carta do conselheiro es-piritual da ERI.

Às vezes no início aparece um EDI-TORIAL. É uma pequena “carta”onde algum casal da equipa Supra-Regional, ou alguém a seu pedido,emite uma opinião importante sobreas orientações do movimento ouadianta, em resumo, os temas quevão ser desenvolvidos na revista.São cartas de pessoas que, aquandodos encontros nacionais (ou interna-cionais) gostamos de conhecer, derever, de ouvir porque sabemos quetêm algo importante a dizer-nos.Apesar de só as vermos de longe emlonge, sentimo-las muito perto denós.

Todas estas cartas nos são dirigidas anós que formamos o casal.

São, portanto cartas para ser lidas.Lidas e saboreadas. Lidas e comen-tadas.

Individualmente, em casal ou emequipa. Numa reunião de café ousimplesmente no encontro de dois outrês casais.

Para serem lidas ao longo dos doismeses e, depois, quando quisermos.

O velho hábito de ler uma carta em vozalta está de novo na moda. Já nãoporque o destinatário não sabe ler,mas porque a palavra dita e ouvidatem outra magia. É uma palavrareinventada, recriada, explicada pelaentoação que o leitor lhe dá.

Ao ser lida, a palavra adquire novasluzes, um novo encantamento.

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Por isso é que até mesmo na televi-são, por exemplo, na Antena l, há unsmeses atrás, logo a seguir ao tele-jornal, era apresentado um poemalido. Por isso é que nas bibliotecas,nas tertúlias e noutras instituiçõesse organizam encontros de leiturade contos, poemas ou outros textos.

A leitura em voz alta está na moda!

Vale a pena, nestes pequenos encon-tros de casais das equipas, dedicaralgum tempo a ler ou reler um textoda carta: aquele que achamos maisinteressante e cuja mensagem maisnos tocou, que queremos comentarcom os nossos amigos, aquele quenos pareceu difícil e queremos queos outros nos ajudem a percebermelhor.

Estes textos podem também ser lidose comentados com os nossos filhos,com outras pessoas, mesmo que nãopertençam às Equipas!

Temos de dar a esta Carta a verda-deira grande importância que ela tem:

Abri-la logo que nos chega às mãos.Folheá-la na primeira oportunidadee ler, começando por aquilo que nosparece mais atractivo.

A primeira leitura pode ser apenasver as fotografias, passar os olhospelo índice, parar num ou outroparágrafo, fixar um ou outro título.

Importa continuar: tê-la à mão, irfazendo uma leitura mais profunda.Ler, reflectir, comentar com osamigos.

Seria uma indelicadeza não abriruma carta que nos é dirigida, a nós, eque foi escrita com muito amor, commuito enlevo, com muito sentido departilha, com muita vontade de aju-dar.

Vamos abrir-nos a esta ajuda. Vamosler a CARTA.

Casais (ou só um elemento) que se desloquem a Angola e/ou Moçambique e se dis-ponibilizem a ser portadores de documentos para os equipistas locais (cartas, temas, ma-nuais, …).

Quem se sentir habilitado a esta tarefa muito agradecemos que envie os seus contactospara o Secretariado (21 842 93 40 ou [email protected]). Bem hajam.

PRECISAM-SE

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A Acção de Graças é o acto de agra-decer, de agradecer alguma coisa aalguém.Muito obrigado, obrigado, um abra-ço ou um beijo, quantas vezes semmais palavras dizem o que a voz nãoconsegue traduzir, e libertam a puri-ficação das nossas Essências.Aprendemos com a nossa equipa deLinda-a-Velha 1 uma coisa muitosimples:Quando, no pôr em comum das nos-sas vidas, um casal da equipa revelaestar a passar por momentos maisdifíceis, alguém nos questiona:“Vocês já disseram hoje à vossa espo-sa ou ao vosso marido, que a amam ouo amam?”Ao longo de 25 anos de equipa ouvi-mos tanto este conselho, e tantas ve-zes por ele passámos a correr!...Mas na reunião seguinte, se se sentira necessidade, alguém de novo nosquestionará.Já agora: hoje, já disseram à vossa es-posa ou ao vosso marido que a amamou o amam? NÃO??? E que esperampara o fazer?Assim, como os ventos nos jardinsajudam no florescer das flores, tam-

bém o casal piloto despertou paranós casal e para a equipa, a sede demelhor conhecer este movimento edele extrair todos os ensinamentosde vida que nos propõe.

* ORAÇÃO PESSOAL

Bom dia Maria,Neste dia a nascer!

P´ra toda a nossa família,Paz, saúde, bem querer!

* PALAVRA DE DEUS

Na leitura da palavraTe agradeço Senhor!

Pela fé, pelo Sacrário,P´lo teu infinito amor.

* ORAÇÃO CONJUGAL

Rezar sozinho é bom,Mas a dois é bem melhor!Dizer com simplicidade:

Glória a Vós, Mãe do meu Senhor!

* O DEVER DE SENTAR

Quando diante um do outro,Com ternura no olhar,Abrimos a nossa alma

No Dever de Sentar!

Acçãode

GraçasAcção

deGraças

CASAL BAPTISTA, LINDA-A-VELHA 1

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* A REGRA DE VIDA

Sem nunca ser penitência,Mas de forma bem sentida,

Impomos a nós mesmosA nossa regra de vida!

* O RETIRO ANUAL

Um beijo ou um abraço,Podem sempre traduzir:Obrigado Mãe querida!

Que nos empurraste a vir!

Costuma dizer-se:

“Todos os dias são iguais se não formosemotivos! ”

e também

“Sem harmonia não existe a paz!”

Vem isto a propósito para terminar-mos esta Acção de Graças!

Agradecer é uma forma de nos emo-cionar!

É também uma busca incessante deharmonia nas nossas casas, e um ca-minho seguro para a paz.

A paz que desejamos para a nossafamília, para o nosso coração e parao mundo.

Finalmente:

Para quem está de partida da chefiada Região ou dos Sectores, um enor-me abraço de gratidão pelo esforço,dedicação e carinho que sempre co-locaram em todas as acções que fo-ram propostas.

Talvez não seja muito habitual, masjá que estamos na Acção de Graçase dar graças é agradecer, porquenão fazê-lo numa enorme salva depalmas?

O escritor moçambicano Mia Couto, também licenciado em Medicina e Biologia, fez uma ora-ção de sapiência, no dia 7 de Março, na abertura do ano lectivo do Instituto Superior de Ciên-cias e Tecnologia de Moçambique.Excertos desta oração foram publicados no “Courrier Internacional” de 2 de Abril.

Destacamos... “Os Sete Sapatos Sujos”:

“Não podemos entrar na modernidade com o actual fardo de preconceitos. À porta da mo-dernidade precisamos de nos descalçar. Eu contei Sete Sapatos Sujos que necessitamosde deixar na soleira da porta dos tempos novos. Haverá muitos. Mas eu tinha que escolher,e sete é um número mágico:

- Primeiro Sapato: a ideia de que os culpados são sempre os outros.- Segundo Sapato: a ideia de que o sucesso não nasce do trabalho.- Terceiro Sapato: o preconceito de que quem critica é um inimigo.- Quarto Sapato: a ideia de que mudar as palavras muda a realidade.- Quinto Sapato: a vergonha de ser pobre e o culto das aparências.- Sexto Sapato: a passividade perante a injustiça.- Sétimo Sapato: a ideia de que, para sermos modernos, temos de imitar os outros.”

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O Acontecimento

Em torno do nosso pastor,sua eminência o Cardeal Pa-triarca de Lisboa, estevereunida a equipa da Região,alargada a alguns casais deligação e aos seus conselhei-ros espirituais, no passadodia 10 de Fevereiro, no CONFHIC emLinda-a-Pastora. Estavam presentes16 casais da Região, a Gabi e o Joa-quim Villas-Boas, o casal de Ligaçãoà Diocese de Lisboa, e 16 Conselhei-ros Espirituais. O encontro teve iní-cio às 11 horas com a conferência doSr. Cardeal; seguiu-se um tempo dedebate conjunto, e terminou com umalmoço de confraternização, às 13horas.

Este encontro teve como objectivo re-flectir sobre o papel dos ConselheirosEspirituais nas ENS e D. José deixou-nos um testemunho embebido de ummisto de simplicidade e profundi-dade que a nenhum de nós deixou in-diferente. Estamos seguramente maisricos e fortalecidos para novos desa-fios nesta caminhada para o Senhor.

Dizia-nos logo de início que o factode os sacerdotes acompanharem asequipas ao longo de tantos anos,muitos deles até chegarem a uma

idade avançada, demonstra bem aimportância que este Movimento temna Igreja. A adesão dos sacerdotes épor opção pessoal, pelo gosto pasto-ral, pelos casais e pelas equipas. Te-mos uma grande responsabilidade!

Para dar início a um debate deixou--nos algumas pistas de reflexão cen-tralizadas na importância dos con-selheiros espirituais nas ENS noexercício do seu ministério sacerdo-tal e, na vivência dos casais, no seioda pequena comunidade que se querIgreja. “As ENS têm uma vocação: asua vocação é ajudar os casais a san-tificarem-se. Mas têm também umamissão na Igreja. É necessário tersempre presentes estes dois aspectos:vocação e missão.” (Padre Caffarel, OCarisma Fundador, 1987). A presença deum sacerdote nas ENS manifesta-sena aliança dos dois sacramentos sa-cerdotais: o sacerdócio baptismal eo sacerdócio ministerial. As leis doamor são as mesmas.

Região Cascais-OeirasCONFHIC 10-Fev-2007

Encontrode

Conselheiros EspirituaisEncontro

deConselheiros Espirituais

ISABEL E PAULO AMARAL, CASAL RESPONSÁVEL REGIONAL

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Um Movimento de Leigos

As ENS são um movimento de leigos,casados e casais. A verdade funda-mental do carisma do Movimento écomum à maioria dos cristãos: o se-rem casados e caminharem para asantidade através do Matrimónio.

Na sua fundação, em 1939, esta rea-lidade era de difícil aceitação. O factodo Movimento ter a sua autonomiaprópria constituiu para a época umainovação na Igreja, tratando-se dummovimento de leigos. A teologia sub-jacente à Acção Católica, por exem-plo, contrapunha-se à originalidadedo Movimento. Esta era consideradauma extensão da hierarquia da Igrejaque delegava naquela algumas in-cumbências. O Concílio Vaticano II,viria mais tarde a reconhecer a auto-nomia dos leigos em toda a Igreja. Omesmo fez o Direito Canónico.

As ENS assumem-se assim na auto-nomia que os leigos têm em toda aIgreja, e por isso está presente o sa-cerdote no exercício pleno do seu mi-nistério.

A Igreja, povo sacerdotal

A realidade juridico-teológica (leigosassociados na condução dos objec-tivos a que se propões) é nas ENS aconvergência do sacerdócio entre oministério sacerdotal e o matrimó-nio.

A prioridade da Igreja, povo sacer-dotal é fazer convergir os váriosgraus do sacerdócio uns para os ou-tros. Quando se fala na autonomiados leigos não pode confundir-se

com autocracia, tem de ser semprena convergência dos dons, na com-plementaridade dos carismas, nacomunhão do sacerdócio baptismalcom o sacerdócio através do qualJesus Cristo faz de alguns, cabeça daIgreja.

A presença do sacerdote nas ENS é aexpressão da convergência de duasformas de participação no sacerdóciode Jesus Cristo: o sacerdócio baptis-mal (sacerdócio comum dos fiéis) e osacerdócio ministerial. Como nosrecorda o Padre Caffarel, “esse dina-mismo do começo, [é] a aliança dosacerdócio, que representa a Igreja, opensamento da Igreja, com os casaisque trazem as suas riquezas, as suasnecessidades, os seus problemas, e anecessidade de diálogo”.

O Sacerdote nas ENS

O papel do sacerdote é fundacionalnas ENS. o Padre Caffarel criou umaequipa como um grupo de casais eum sacerdote. Os sacerdotes são con-vidados pelas equipas e estes acei-tam servir a Igreja através destescasais, não por determinação do Sr.Bispo ou da Conferência Episcopal.A sua escolha é livre. E não precisade qualquer outra nomeação porqueestá já ao serviço da Igreja ao sernomeado pelo Sr. Bispo para o exer-cício do ministério sacerdotal. A no-meação do sacerdote manifesta tudoo que ele inclui: a intuição de que asequipas não se afirmam pela sua di-ferença mas pela afirmação da Igrejanum determinado momento e ca-minhada. Nas ENS o ministério do

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sacerdócio é exercido em toda a suaamplitude sem nenhuma especifi-cação concreta, ao contrário do quesucede noutros movimentos deIgreja. O sacerdote coloca tambémas equipas num horizonte que não éapenas o de um Movimento especí-fico mas um Movimento de Igreja.

O Sacerdote é membro da Equipa?

O sacerdote é membro da equipa?Sim, mas... não é um casal; é o únicoque tem um ministério que os outrosnão têm; é um membro porque todossão membros da Igreja, em busca dasantidade; tem uma diferencia-ção óbvia pelo ministério queexerce, aparecendo como umainterpelação para a equipa: vemem nome de Deus e da Igrejahierárquica.

Qual é a especificidade do Sacer-dote neste Movimento? O celiba-to significa para os sacerdotes asua forma de realização de umavida de amor, no caminho dasantidade. As graças próprias dosacerdote são o ministério sacer-dotal e o celibato consagrado. Naequipa o sacerdote caminha paraa santidade. Reconhece-se na suaespecificidade e também na es-pecificidade de cada um dos outrosmembros da equipa com ele percor-rem o seu caminho da santidade.

Como podem os Conselheiros Espiri-tuais ajudar os casais?

Como podem os Conselheiros Espiri-tuais ajudar os casais? Podem e de-

vem ajudá-los a viver em comu-nhão. A equipa afirma-se mesmoque ainda não tenha consciênciadisso. Vive uma experiência de co-munhão num a pequena comunida-de. (Familiaris Consortio). As equipasnão são um grupo de amigos massão uma busca de experiência deIgreja em comunhão com os irmãos.A descoberta da Igreja não se fazsozinho...

As equipas não são uma comunida-de de base qualquer, mas uma co-munidade cuja base é o casal e afamília. A inspiração espiritual eteológica de comunhão que este Mo-

vimento procura encontramo-la nosacerdócio baptismal e no matri-mónio.

O movimento assume que o matri-mónio é fonte de uma verdadeiracomunhão eclesial, a partir do con-creto da sua vivência. Esta certeza defé é uma graça própria da santidade.

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Os casais cristãos não são chamadosà santidade apesar de serem casadosmas no âmago da sua realidade decasados. É um dinamismo de Igrejaem comunhão, em ordem à santi-dade.

O sacerdote deve tentar perceber aespecificidade daqueles com quemestá a caminhar. Deve exercer o seuministério na plenitude do seu âm-bito, através do exercício dos váriosministérios:

a) Ministério profético ou da Palavra

É ele que preside à oração, orienta-a,enriquece-a, fazendo-o em relação acada um dos membros das equipa.Não deve nunca demitir-se destafunção. Na discussão do tema devevalorizar positivamente a reflexãode cada casal, e sempre que necessá-rio, corrigir algo no sentido de man-ter a fidelidade à doutrina da Igre-ja, com delicadeza e sempre com oobjectivo de abrir caminhos novos.Deve ajudar sempre a equipa noconcreto da Igreja de hoje, procu-rando introduzir as orientações re-centes da Igreja.

b) Sacramentos

A equipa não é em si mesma uma co-munidade eucarística habitual, maspode participar toda num retiro on-de se afirma como espaço eucarístico.

c) Caridade

O sacerdote é um amigo, um confi-dente da equipa. Participa nas ale-grias e nas tristezas; a sua presençana família de cada casal deve serpotenciador da caridade como ele-mento central da caridade familiar.

E em jeito de conclusão...

A função do sacerdote não se esgotana equipa nem no casal, nem em cadaum dos dois membros do casal... masé também nestas realidades concre-tas que o seu ministério se assume deforma integral.

Os sacerdotes fazem parte integrantedas equipas de casais das ENS. Nessesentido devem conhecer e valorizar ocarisma fundador do Movimento, oqual constitui para cada um dos seusmembros, um ideal e um itinerárioao serviço da Igreja de Jesus Cristo.

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No passado dia 8 de Dezembro, diada Imaculada Conceição de nossaSenhora, teve lugar, como habitual-mente, no Centro Social e Paroquialdas Caldas da Rainha, a festa do Sec-tor de Caldas da Rainha das Equipasde Nossa Se-nhora.

Este ano tive-mos a imensasatisfação deter connoscoo Senhor Bis-po D. ManuelClemente,que, estandoele tambémligado a esteMovimento de Espiritualidade Con-jugal enquanto Conselheiro Espiri-tual de duas Equipas, veio falar-nosde uma característica essencial doMovimento: os “Pontos Concretos deEsforço – Caminho de Espirituali-dade Conjugal”.

Os Pontos Concretos de Esforço nãosão uma imposição, mas correspon-dem a um empenhamento, a um es-forço de vontade que ajudam e orien-tam os esposos a desenvolver umavida espiritual conjugal que os apro-

xime de Deus, um do outro e dos ou-tros, pondo em prática, na sua vidaquotidiana, os ensinamentos doEvangelho.

Estes Pontos Concretos de Esforço,que são seis, convidam os esposos a:

· Escutar regu-larmente “a Pa-lavra de Deus”;

· Encontrar-setodos os diascom o Senhor,numa prece si-lenciosa (a me-ditação);

· Rezar juntos,marido e mu-

lher, todos os dias (oração conjugal),e, se possível, em família (oração fa-miliar);

· Encontrar cada mês, um tempo pa-ra um verdadeiro diálogo conjugal(o dever de se sentar)

· Fixar para si esforços pessoais (re-gra de vida)

· Fazer todos os anos um retiro.

Depois de cada casal ter trabalhadoem equipa estes pontos de aplicação

REGIÃO RIBATEJO-OESTE

SANDRA E OCTÁVIO MARTINS, CALDAS 15

do SectorFesta

de Caldas da Rainhado Sector

Festa

de Caldas da Rainha

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precisos e apresentadas as reflexõesde cada equipa, o Senhor Bispo D.Manuel Clemente falou-nos um pou-co de cada um destes aspectos, en-quanto sugeria formas práticas eprecisas de pôr em prática cada umdeles, baseando-se na sua longa eenriquecedora experiência de acom-panhamento deste Movimento.

D. Manuel Clemente apelou a que osCasais não deixassem de “Escutar”regularmente a Palavra de Deus e seajudassem mutuamente a ir lem-brando a mensagem do Evangelho aolongo da semana, de modo a que avida do dia-a-dia seja uma vivênciadessa mesma mensagem. Devemos, aexemplo de Maria, “guardar as pa-lavras de Jesus no nosso coração”,sendo para isso necessário meditar aPalavra de Deus. É neste contexto quese apreende a importância da oraçãoindividual, enquanto momento pri-vilegiado de intimidade com Deus.

Ao falar da oração conjugal e da ora-ção familiar, o Senhor Bispo, realçoua importância de trazer para a ora-ção a vida de cada dia e de habituaros filhos a esta convivência diáriacom Deus - porque a vida com Deustransmite-se! A oração co<meça emcasa, local em que o exemplo é fun-damental para o crescimento cristão,uma vez que ninguém escolhe o quenão conhece! Uma família que rezaunida permanece unida, porqueconstrói a sua casa sobre a rocha,que é Deus!

Na nossa vivência quotidiana, inte-grados numa sociedade cada vezmais exigente, em que ninguém es-

cuta ninguém, sobra-nos cada vezmenos tempo para a família, para odiálogo – os casais vivem acorren-tados por esta “incomunicação”, porisso assume tanta importância o de-ver de se sentar. (Ao falarmos esta-mos a arrumar as nossas ideias eisso ajuda a percebermo-nos; ao es-cutar o outro, conseguimos mais fa-cilmente compreendê-lo – só assimé possível caminhar a dois!) Pelomenos uma vez por mês, há que en-contrar um tempo e um espaço de-dicados ao diálogo conjugal (com aconsciência de que é sempre um diá-logo a três, pois contamos semprecom a presença do Senhor, que nosfortalece). Este diálogo, que se quersincero e profundo, exige que o casalse sente e “assente”, isto é, que estejadisposto à escuta. Ora, a escuta éuma coisa demorada, que exige mui-to treino e, portanto, tem de ser feitacom tempo! E nós arranjamos sem-pre tempo para as coisas que nos in-teressam!

Uma vida sem objectivos é uma vidavazia e sem sentido. A regra de vidaque se propõe a cada elemento dasEquipas não é mais do que um objec-tivo, um esforço pessoal para a con-cretização de algo. O que D. ManuelClemente nos propõe é aquilo a quechamou a pedagogia dos três “P”:poucos, pequenos e possíveis. A nos-sa vida será certamente mais rica emais profícua se conseguirmos se-guir este sábio conselho, porque o ca-minho faz-se passo a passo!

Numa sociedade que vive a um ritmocada vez mais frenético, todos preci-samos de parar e descansar de vez

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em quando. Por isso, é habitual ha-ver um período de férias em cadaano! Também os Cristãos necessitamde um tempo de paragem, precisamde retirar-se por dentro, espiritual-mente. A vida de Cristão é a Vida deCristo em nós e Cristo retirava-semuitas vezes – para rezar, para ir àFonte, para estar no Pai! Cada um denós precisa de se retirar e de se en-contrar com Deus, porque só Ele éperfeito e nos pode dar a Paz Abso-luta. O retiro ajuda-nos a pacificar onosso coração em Deus e, quando al-cançamos essa paz, somos melhoresna nossa relação com os outros,

aprendemos a não exigir dos outrosaquilo que eles não podem dar-nos,porque ninguém é perfeito – só Deus!

Esta festa, este encontro, terminou,como habitualmente, com a Cele-bração Eucarística. O Senhor BispoD. Manuel Clemente lembrou o “Sim”de Maria e apelou a que, também nósCristãos, digamos o nosso “Sim” aDeus e saibamos guardar a Sua Pala-vra nos nossos corações!

Que, com o exemplo de Maria, saiba-mos acolher Jesus que vai nascer eque sejamos verdadeiramente ins-trumento do Seu Amor!

Durante uma conferência com vários universitários, um professor da Universidade de Berlim desafiou seus alunos com esta pergunta: “Deuscriou tudo o que existe?”.Um aluno respondeu valentemente: “Sim, Ele criou…”“Deus criou tudo?”, perguntou novamente o professor.“Sim senhor”, respondeu o jovem.O professor respondeu: “Se Deus criou tudo, então Deus fez o mal? Pois o mal existe, e, partindo do preceito de que nossas obras são umreflexo de nós mesmos, então Deus é mau?” .O jovem ficou calado diante de tal resposta e o professor, feliz, regozijava-se por ter provado mais uma vez que a fé era um mito.Outro estudante levantou a mão e disse: “Posso fazer uma pergunta, professor?”“Claro”, foi a resposta do professor.O jovem ficou de pé e perguntou: “Professor, o frio existe?”“Que pergunta é essa? É claro que existe, ou por acaso você nunca sentiu frio?”O rapaz respondeu: “De facto, senhor, o frio não existe. Segundo as leis da Física, o que consideramos frio, na realidade é a ausência decalor. Todo o corpo ou objecto é susceptível de estudo quando possui ou transmite energia; o calor é o que faz com que esse corpo tenhaou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas o frionão existe. Nós criamos essa definição para descrever como nos sentimos se não temos calor.E a escuridão existe?”, continuou o estudante.O professor respondeu: “Existe”.O estudante respondeu: “Novamente comete um erro, senhor. A escuridão também não existe. A escuridão, na realidade, é a ausência deluz. A luz pode-se estudar, a escuridão não! Até existe o prisma de Nichols para decompor a luz branca nas várias cores de que é composta,com as suas diferentes longitudes de ondas. A escuridão não! Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde terminao raio de luz. Como pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não éassim? Escuridão é uma definição que o homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz presente”.Por último, o jovem perguntou ao professor:“Senhor, o mal existe?”O professor respondeu: “Claro que sim, é claro que existe. Como disse desde o começo, vemos estupros, crimes e violência no mundo todo,essas coisas são do mal”.E o estudante respondeu:“O mal não existe, senhor, pelo menos não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem. É o mesmo dos casos anteriores:o mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus.Deus não criou o mal.Não é como a fé ou como o amor, que existem como existem o calor e a luz.O mal é o resultado da humanidade não ter Deus presente nos seus corações.É como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz”.Por volta dos anos 1900, este jovem foi aplaudido de pé, e o professor apenas balançou a cabeça permanecendo calado…Imediatamente o diretor dirigiu-se àquele jovem e perguntou qual era seu nome?E ele respondeu: “ALBERT EINSTEIN”.

“DEUS CRIOU TUDO O QUE EXISTE?”

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Tivemos a alegria de participar noENCONTRO INTERNACIONAL DELOURDES de 16 a 21 de Setembro de2006.

A nossa região preparou um progra-ma complementar à nossa ida aLOURDES. A nossa viagem teve iní-cio no dia 12 de Setembro. Éramosum grupo de 23 casais, uma viúva eum Conselheiro Espiritual. Tínhamosconnosco 2 casais da Região dos Aço-res e o seu Conselheiro Espiritual.

Embora tivéssemos aliados à nossaida a LOURDES uma viagem de lazer,fizemos questão, todo o grupo, deanimá-la da espiritualidade própriaque esta viagem nos movia: o nossoencontro internacional em LOUR-DES. Por isso, desde o primeiro dia epor sugestão totalmente aceite portodos, do nosso Casal Regional (Odí-lia e João Rodrigues), fizemos a nos-sa oração da manhã no autocarro,terminando o dia com a Oração doTerço do Rosário. Assim o clima deespiritualidade entre o grupo foicrescendo e consequentemente anossa alegria.

Tivemos o cuidado de seguir o GUIADE VIAGEM que foi tão bem prepa-rado pela Organização de Portugal, apartir do dia que o mesmo sugeria.

Depois de uma viagem que nos per-mitiu apreciar num clima de grandealegria a bela natureza que nos iarodeando, chegámos a LOURDES.

No acolhimento e à nossa chegadaao PONTO DE ENCONTRO, foi-nosdado o ‘’material’’ para o nosso en-contro. Já reinava entre nós aqueleentusiasmo próprio destes grandesencontros das ENS.

E após o jantar o deslumbramentofoi maior. Como foi lindo ver a “tor-rente humana” identificada por co-res, devidamente equipadas com osseus cachecóis e os seus bancos por-táteis a se dirigirem para a BasílicaPIO XI.

E como foi linda a Celebração deabertura. Sentíamo-nos realmentepequeninos e o nosso coração estre-mecia ao cântico JESUS TEU AMORÉ A NOSSA ALEGRIA.

de LourdesEncontro

de LourdesEncontro

LUCINDA E VIRGÍLIO VELOZAFUNCHAL 5, SECTOR A

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Foi um momento muito bonito e co-movente, ao qual muitos outros seseguiriam como nos foi dado viver.NO dia seguinte celebramos a EU-CARISTIA no PRADO. Momentomaravilhoso, sentíamo-nos irmãosde tantos casais do Mundo Inteiro.Foi uma celebração muito bonita eque tocou bem dentro de todos nós.Não podemos esquecer a saudaçãofinal de Monsenhor Mário Russoto,que fazemos questão de repetir: ‘’Possam estes dias fazer nascer em vósa consciência, a responsabilidade e aalegria da vossa vida conjugal consa-grada no Matrimónio...’’Queremos realçar a vivência da VIA--SACRA como outro momento bas-tante forte. Lourdes realmente é umespaço bonito, e o caminho da via-sacra está tão bem identificado que‘’obriga-nos’’ mesmo a uma refle-xão profunda sobre a doação totalde Cristo à Humanidade. Foi mes-mo um momento de grande interio-ridade.O tempo do Dever de Se Sentar noprado foi outro momento inolvidá-vel. Estar em casal reflectindo sobrea nossa vida a dois naquele Cantinhodo Céu, com uma paisagem linda aoredor foi deveras um momento altopara o nosso casal e esperamos quepara os que nos rodeavam. Era lindover os casais juntinhos, naquele Pra-

do verde a conversarem e a tomarempropósitos para o seu futuro.

As reuniões de Equipa também fo-ram muito enriquecedoras. Permiti-ram vermos que outros casais, ou-tras equipas também estão crescendoe fazendo crescer outros no nossoMovimento. E constamos que todosnós devemos a nossa felicidade e anossa harmonia graças ao Movi-mento das ENS. Chegámos à con-clusão de que teríamos de ser ex-tremamente generosos com Deus,através dos nossos irmãos, pelasgrandes graças e bênçãos recebidasna nossa vida de casal e família.

Por fim veio o dia da Despedida. AEucaristia de Acção de Graças peloCasal Roberty. Foi também um mo-mento alto, pois é sempre comoventever que os casais entregam a suavida aos outros, com um despren-dimento e generosidade muito gran-des. E à saída recebemos uma cartada Equipa Responsável Internacio-nal. Carta para todos nós; Para osequipistas do Mundo Inteiro. Convitea retomarmos a herança maravilho-sa do Padre Henry Caffarel, a com-prometermo-nos a viver os pontos con-cretos de esforço, a desenvolvermos asgraças do nosso baptismo e a respon-sabilizarmos de darmos sem cessarTestemunho da Grandeza e da Belezado AMOR HUMANO.

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de Lourdesno Santuário

Éramos muitos, cerca de 4000 casais.Irradiávamos alegria, ao mesmotempo que deixávamos atrás de nósuma interrogação. (?)

Quem seriam aqueles, tantos pares,que circulavam pelas ruas de Lour-des, de mochila às costas, todas damesma cor, deixando no ar um tomverde escuro onde se enquadravambonitas silhuetas de um homem euma mulher? Juntos, caminhandoe descobrindo, ao longo do percur-so que os levava ao Santuário daVirgem, outros casais que sauda-vam com amor fraternal e com elesseguiam o percurso até ao localonde viviam em conjunto uma mes-ma celebração espiritual? Quelindo!

Acredito que Maria olhou com a do-çura do seu rosto Virginal para to-dos estes casais e a todos abençoou,acompanhando-os e tornando-semedianeira das preocupações, sofri-mentos e necessidades que afectam afamília, para, junto com o seu Filho,operar maravilhas através de nós,num mundo tão carenciado de valo-res do evangelho.

Tão grande graça só pode provir daoração em conjunto, do espírito deunião e de partilha, onde a simplici-dade, a transparência e a humildadede coração fazem com que todos nos

sintamos irmãos, porque unidos pelomesmo vínculo filial do amor do Paique a todos ama, sem limites e semdistinções.

Foi um encontro rico de vivência dafé, de conhecimento, de descoberta denós mesmos e do nosso casal, de ale-gria pela descoberta de outros casaisque se conheciam e outros que sepassaram a conhecer, de partilha deexperiências que são vivências prá-ticas da vida e são momentos peda-gógicos de enriquecimento de todos,sob o olhar protector de Maria. Sãograças que recebemos e que perde-ríamos se não pertencêssemos a estegrande Movimento das ENS. É oúnico Movimento de espiritualidadeconjugal, é uma grande riqueza paraa vivência do sacramento do matri-mónio.

Foram muitas as manifestações doamor de Deus para connosco: a pre-sença de tantos casais, de tantos con-selheiros espirituais, diáconos, tan-tos Bispos, a riqueza da liturgia, abeleza do coro litúrgico, que nos ele-vou e ajudou a dignificar as celebra-ções, a qualidade dos temas desen-volvidos que reflectiam uma riqueza,uma clareza que nos projectava parao amor com que Deus vê o nosso ca-sal e a nossa presença no mundo, eainda, a entrega de tantos, que de al-

de Lourdesno Santuário

DONZÍLIA E FELISBERTO EIRA,CASAL RESPONSÁVEL DA PROVÍNCIA NORTE E CENTRO

2006

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ma e coração se ofereceram para oserviço atento, para que tudo se rea-lizasse no tempo e em perfeita har-monia com as exigências de cadahora.

Foi um trabalho de dádiva que o Se-nhor acolheu e que virá a produzirfrutos. Alguns desses frutos começa-dos a colher nesse santuário Marianoaos pés da Virgem peregrina, emtantos momentos. De salientar um, omomento do dever de se sentar feitona zona do prado e noutras zonasverdes que foram decoradas por pa-res, sentados um ao lado do outro oude frente, ao mesmo nível, sob o céuimenso de luz, numa serenidade con-tagiante, revendo a sua vida, os seussonhos, os seus projectos, as suas di-ficuldades e sucessos, tomando ini-ciativas para melhorar a sua relaçãoe alimentar o seu amor, com a certe-za de que Deus aceita o convite paraestar com eles e, por isso, com Ele re-forçarem as suas promessas de amore fidelidade.

O Encontro terminou com o brilhopróprio de quem por amor trabalha.

Foi bonita a apresentação do logó-tipo. E no final era patente a gratidãode todos para com a Equipa Interna-cional que desenvolveu todo este tra-balho que foi o culminar de tantosanos (6) de entrega por amor ao Mo-vimento. Sensibilizados também,demos graças pela nova Equipa quegenerosamente se entregou para nosconduzir mais 6 anos.

Rezemos a Deus por esta granderiqueza, que é a generosidade destescasais a quem muito é pedido, paraque iluminados pelo Espírito de Deusque nos habita, possam ajudar esteMovimento a estar presente e atentoaos sinais dos tempos e àsnecessidades dos casais de hoje eassim, com a sabedoria que vem doalto, poderem continuar a obra como mesmo Espírito que soprou aosquatro casais e ao nosso tão queridoPadre Caffarel.

ORAÇÃOOBRIGADO SENHOR:Por termos sido escolhidos para as ENS.Por termos dito sim ao teu amor.Pelos amigos que preenchem a nossa vida e cada vez são mais.Pelo trabalho que nos dás, que nos torna mais sensíveis e que nos permite consagrar maistempo um ao outro e a Vós.Por nos aceitares como somos e assim poderes moldar um pouco as nossas muitas imperfei-ções.Pela forma como nos ensinas a gozar a liberdade, quando somos capazes de nos despojar denós mesmos para perdoar aos outros, as suas faltas.Pela tomada de consciência dos nossos pecados, faltas de amor, que nos obrigam a recorrerao teu perdão, que é manifestação da Tua grandeza.Por este Encontro de Lourdes, pela riqueza, conforto espiritual e humano neste santuário deTua Mãe e nossa padroeira que se fez medianeira presencial entre Deus e os Homens.Fica connosco Senhor, faz-nos simples e humildes para te podermos levar àqueles que cru-zam o nosso caminho.Ajuda-nos a sermos tuas testemunhas, na alegria do nosso sacramento, para que outros sesintam motivados a seguir – Te através deste Movimento, escola de amor e de partilha com osoutros.

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Na sua comunicação à Região no en-contro de abertura, o casal Sónia eManuel Martins, no seu último anocomo responsáveis da Região DouroSul e em jeito de despedida, sonha-ram festejar este NATAL com umafamília muito especial, a das ENS.

Este Natal não seria apenas um diade festa, mas uma celebração comjantar para todas as equipas e com oenvolvimento de todos. Já tinha sidopedida uma fotografia actualizada acada equipa. Seria a surpresa do en-contro.

Com alguns receios, as propostas fo-ram aceites com entusiasmo e curio-sidade.

Junto à sua comunicação de Adventoaos casais, o CR pedia às equipas quereflectissem sobre a vivência e o sig-nificado do NATAL nas suas vidas esintetizassem essa reflexão numa pa-lavra. Esta palavra seria escrita nu-ma Estrela fornecida pelos Sectores edepois cada equipa teria que a levarpara o encontro de NATAL.

Se bem o idealizaram melhor o cum-priram, com a ajuda imprescindíveldo Sr. Padre José Manuel — Conse-lheiro Espiritual da Equipa da Re-

gião — e de todos os casais Respon-sáveis dos Sectores: Vouga, Esmoriz,Gaia, Feira e ECIP.

No dia 6 de Janeiro, pelas l6 h deu-seinicio à grande festa que constou deacolhimento, Eucaristia, jantar e sa-rau.

Depois do acolhimento, dirigimo-nospara um grande salão onde havia umaltar no topo e 4 filas de mesas queforam ocupadas por cada um dos 4Sectores.

Com grande alegria o CR deu asboas-vindas e em jeito de testemu-nho explicou-nos a razão deste so-nho e agradeceu a participação e em-penho de todos.

Foi um encontro inesquecível ondeas surpresas se sucediam. Foi uma

RealidadeO Sonho

tornou-se

CIDÁLIA E MANUEL DOMINGUESCR ECIP

Janeiro 2007

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aposta bastante ousada, como nosdizia o Sr. Padre José Manuel, quetambém sonhou e concretizou numacelebração em moldes diferentes dohabitual. Constou de duas partesbem distintas: a Liturgia da Palavrae a Liturgia Eucarística. No início daLiturgia Eucarística, enquanto sepreparava a mesa do altar, simulta-neamente, preparavam-se as mesaspara a refeição.

O espírito foi o de todo o encontro(partilha, refeição, festa) estar inte-grado na Eucaristia e, por isso, a bên-ção final só foi dada no encerramen-to do evento. Foi uma celebraçãoemocionante, bem pensada, bem or-ganizada e com uma animação pri-morosa

No momento do Glória, muitascrianças (ANJOS) entraram na salacom sinos, com 5 MENINOS JESUSpara as mesas e para o altar e outrossubiram também ao altar levando asestrelas com as mensagens de todasas equipas que foram coladas numgrande painel onde se lia:“REUNIDOS EM NOME DE CRISTO”

No ofertório solene, juntamente comum símbolo de Natal, o CR levou aoaltar as fotos de todas as equipas e,pedindo o auxílio a Nossa Senhora,ofereceram e consagraram todas asequipas ali simbolizadas, juntamen-te com a sua responsabilidade.

Na Acção de Graças houve um mo-mento muito interessante: A Sónia eo Martins pegam nas fotos do altar eentregam-nas aleatoriamente aosCRS, que, por sua vez, as entregamaos CRE. Essas fotos foram distribuí-das à sorte, e cada equipa ficou com odever de rezar e “cuidar” da equipaque lhe foi atribuída, segundo a suaimaginação e criatividade.

Depois do beijar do Menino e do jan-tar, houve a parte recreativa com umgrupo folclórico da zona (Escapães) acantar os Reis, uma equipa com dozefilhos (Gaia l2) ainda pequenos que,ajudados pelos pais, cantaram e to-caram melodias de Natal, e outroscânticos, graças e anedotas contadaspor quem tinha jeito ou se sentiu àvontade para o fazer.

No final, houve distribuição de pren-dinhas (um Anjo) a todos os presen-tes e guloseimas para as crianças. Onosso CR sempre nos mima com es-tas gracinhas. São uns anjos!

Resta-nos dizer que houve muitaadesão. Pensamos que todas as equi-pas estavam representadas, e quemfoi não mais esquecerá, porque foimuito bonito.

Um bem-haja a todos os que se em-penharam na realização desta acti-vidade e parabéns pelo êxito alcan-çado.

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Apetece contar as coisas desde oprincípio, antes de ter sido marcadona agenda o dia em que se deveriarealizar o Encontro Nacional de Res-ponsáveis, este que foi em 24 e 25 deFevereiro, em Fátima.

Como se fosse contável. A necessi-dade dele pairando no ar, a ideia to-mando forma na cabeça da Ana e doVasco, a data conveniente compare-cendo à chamada e guardada. A de-cisão tomada, o complicado é rea-lizá-la. Pela equipa da Supra-Regiãopassou um pequeno temor, um gran-de entusiasmo. Não é em nome deDeus que vamos trabalhar? Entãoqual é o problema, “mulheres e ho-mens de pouca fé”?

As mulheres e os homens de nãomuita fé, entrega-ram-se aos bons ofí-cios do Senhor e co-meçaram a traba-lhar um ano bemmedido antes dadata prevista. Es-tabelecido um pla-no, tarefas defini-das, as maioresdúvidas apresenta-das e esclarecidas,foi o comando dasoperações entregue

à Donzília e ao Felisberto, Casal Pro-vincial Norte e Centro, cujo quartel-general é emViana do Castelo. E co-meçou um não acabar de coisas parafazer.

ResponsáveisEncontro Nacional

deResponsáveis

Encontro Nacionalde 2007

LENA E JORGE FONTAÍNHAS

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O Casal Provincial Sul, a Rita e oGastão, a Lai e o Fernando, Provin-cial África, juntaram as suas forças.As Reuniões sucediam-se. Reuniõesparcelares com as diversas Equipasde Serviço (secreta-riado, comunica-ção) e a Equipa deCoordenação, “to-mavam posse” doque lhes competiafazer. Multiplica-vam-se as tarefas,multiplicavam-seos afazeres, inten-sificavam-se e pro-longavam-se osmomentos dedica-dos à oração. A Anae o Vasco, de servi-ço permanente, denoite e de dia, sem-pre exigindo, sem-pre sorrindo,sempre animando,nada impondo, premiando qualquerpequenino esforço com um “muitobem” tantas vezes imerecido massempre estimulante. Eles corrigiammas tão suavemente que ninguémdava por isso nem se afastava peri-gosamente do que fora combinado.

Havia regras exigentes, como convi-nha, mas com uma grande elastici-dade. A fidelidade exigida era ao es-pírito da regra, não a letra. E assimia-se crescendo (“em idade e sabe-doria”) e o tempo a correr cada vezmais depressa. Os provinciais foramdelegando nos seus Regionais que de-legaram por sua vez nos seus Secto-res que pediram ajuda às equipas.

Assim grande parte do país funcio-nava como uma grande equipa oucomo uma grande família. Por de-trás, o sr. Cónego Janela com o seuapurado sentido de humor.

Foi preciso escolher casais e sacer-dotes para prepararem os temas,convidar casais e sacerdotes paraapresentarem os seus testemunhos etodos sem tempos livres, como todaa gente. Reservarem-se hotéis, o au-ditório, arranjar as pastas, os do-cumentos, o guião. Tratar do coro, datradução do hino do Padre Caffarel,da animação da Eucaristia, da ma-neira mais agradável de sentar oscasais, no auditório, por Equipas deLigação. Coordenar as incrições, asque chegaram a tempo e as que vie-ram à última hora, e as desistênciasde último minuto. Da melhor ma-neira de evitar confusões no dia, per-das de tempo, de assegurar todo o

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conforto possível e a informação aque tinham direito os casais que che-gavam. E quem trata do som, das lu-zes e das projecções? E os “pins” e os“crachats” e o logotipo do peixinhoquanto custa, quem o vai fazer, comovamos pendurá-lo. Os cartazes paraa abertura do Encontro, mais um nãoacabar de pequenas coisas apostadasem lançar a confusão, em desregularo orçamento. O dinheiro das nossasquotizações a esticar, pouco dinheiromesmo para modestos projectos,mesmo quando a prata da casa fazmaravilhas. Mails e mais mails paralá e para cá, mails dos mails, anexosaos mails. Viagens da Donzília e doFelisberto a Lisboa, telefonemas ahoras e a deshoras, tudo despesasque não entraram nas contas.Quem disse que servir cansa? Talvezsim, quando não há amor. Mas quan-do há necessidade de amar há neces-sidade de servir e servir cria laçosestreitos duma amizade redentora.Vivem-se sucessos e fracassos, olharfito no Senhor. Momentos divertidos,a boa anedota, a grande gargalhada.Como é possível que tantos percamesta riqueza tão gratificante, apenaspor recusarem serviço?E o dia chegou. Mesmo que só se ve-jam as falhas ou pareça que as coisascairam do céu aos trambolhões, a ver-dade é que um encontro como este levamuito tempo a preparar, constituiuma soma bem grande de trabalho ge-nerosamente assumido e um esforçohercúleo para quem é obrigado a tra-balho profissional noutro sítio.Por isso, é uma satisfação enormequando se olha para o auditório

Paulo VI e se vê 500 Casais Respon-sáveis atentos, manifestando aalegria do encontro, do convívio, dacelebração da amizade e se é obri-gado a reconhecer que a palavra“responsável”, nem está morta nemmudou de sentido para os membrosdo Movimento.O que se passa agora é o medo de quealguma coisa corra mal. A cerimóniada abertura do Encontro, cujo temaera “Enviados por Cristo”, foi presi-dida pela Ana e pelo Vasco que fize-ram uma pequena introdução expli-cando o que se ia seguir e acentuandoque o essencial que nos ia reunir eraCristo. Foi feita uma apresentação doEncontro, lá estavam os cartazes nopalco. Depois das palavras, semprebem vindas e bem acolhidas, do Pa-dre Janela, Conselheiro Espiritual daSupra-Região, foi feita a Oração daManhã.Feita a introdução ao primeiro Pai-nel, de seu título “Escolhidos” e mo-derado pelo Padre Janela, o PadreJosé Lima apresentou o tema “Es-colhidos e Enviados por Amor”.Projectou-se, depois, um filme compassagens de vários encontros, quedocumentava rapidamente um ca-minho já feito mas sempre a refazer.O casal Amélia e Belmiro Patrício, doPorto, a Gabi e o Joaquim Villas Boas,de Lisboa, e o sr. Padre Luis InácioJoão, de Leiria, deram o seu teste-munho pessoal sobre o recente En-contro de Lourdes, cujo filme foiapresentado de forma breve, a fina-lizar o Painel. Tudo bem organizado.Depois do almoço, iniciámos o pro-grama da tarde às 15 horas com o

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Painel II, “Exigência”, moderado pelaRita e pelo Gastão que fizeram a in-trodução ao tema focando a Ligaçãono Movimento. Foi a vez, a seguir, docasal Graça e Bernardo Mira Delgadofalarem sobre os 40 Anos da Carta,celebrados em 1987. Coube, depois, àAna e ao Vasco revelarem a surpresaque nos tinha sido prometida: a pro-jecção dum filme inédito sobre os 40Anos da Carta, feito pelo FernandoMarques, como por ele foram feitostodos os extractos filmados apresen-tados no encontro. Foi um bom mo-mento, recheado de recordações epremiado com aplausos.

Pegando no assunto comemoraçõesda Carta, a Ana e o Vasco seguiramcom a matéria, agora para falaremda celebração dos 60 anos, neste ano

de 2007, e também das Equipas deLigação. O casal Margarida e JoãoPaulo Mendes, de Coimbra, seguidodo casal Leonor e Pedro Pereira dosSantos, de Lisboa, deram os seus tes-temunhos sobre esta questão. Findoo Painel, a Graciete e o Zé Rebelo fi-zeram uma quantidade de avisos,entre eles que o jantar, contra o cos-tume, era às 19.30 h. Como o tempo éum bem escasso, foi-nos sugeridoque o aproveitássemos fazendo umareflexão em casal durante o percurso,trocando o Dever de Sentar pelo De-ver de Andar. Fechou-se o dia com oterço na capelinha.

Muitos regressaram ao Paulo VI paraprepararem o dia seguinte. Outrosreuniram-se com a Supra-Região, nohotel, até bem depois da meia-noite.

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O domingo dia 25, começou com aEucaristia às 9.30 h, concelebradapor 10 Sacerdotes. Os cânticos foramdirigidos pelo casal Margarida e JoséMachado, da Póvoa do Varzim. Todaa Assembleia em recolhimento napresença do Senhor que mais umavez vinha ao encontro de cada um denós, celebrando a comunhão noamor. O dia começava em festa.

Finda a Missa seguiu-se o Painel III,“Missão”, moderado pela Donzília epelo Felisberto. Os primeiros ora-dores foram a Tó e o Zé Moura Soa-res, agora prestando serviço na ERI,que falaram sobre Co-Responsabi-lidade, Colegialidade e Comunhão noMovimento. A seguir deram o seutestemunho de empenhamento naIgreja em actividades pastorais, pa-roquiais, o casal Ernesta e Mário Pe-reira, da Covilhã; o casal Guida eLuís Costa, de Lisboa, falaram sobreo seu intenso trabalho em obras decarácter social e o casal Dorinda eAlfredo Henriques, de Santa Mariada Feira, testemunharam o seu em-penho em obras de carácter políticoe também social.

A cerimónia do Encerramento tevelugar pelas 12.30 h. Depois dumabreve introdução, a Ana e o Vascoapresentaram o Balanço actualizadodas actividades do Movimento desdeo último Encontro Nacional de Res-ponsáveis, em Novembro de 2005.A seguir apresentaram as Priorida-des do Movimento para o período2006-2012.

Os 4 casais que cessaram funções(Gabi e Joaquim, Milu e Luis, Luísae Rui e Graziela e Zé David) fizerama passagem de testemunho aos no-vos casais que os vão substituir(Rita e Pedro, Hélia e Rui, Maria Josée António e Valentina e Antóniorespectivamente), perante toda aequipa da Supra-Região reunida nopalco.

Novamente tomando a palavra,desta vez a última, a Ana e o Vascoderam por terminado este nossomemorável Encontro Nacional deResponsáveis. Embora memorá-vel, memorável tenha sido tudo oque se viveu nos bastidores no úl-timo ano.

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ENCONTRO NACIONAL DE RESPONSÁVEISFátima, 24 e 25 de Fevereiro

“ENVIADOS POR CRIST“ENVIADOS POR CRIST“ENVIADOS POR CRIST“ENVIADOS POR CRIST“ENVIADOS POR CRISTO”O”O”O”O”

PROGRAMA

24.02.2007 – SÁBADO

09:00 h - Registo nos hotéis.10:30 h – Cerimónia de Abertura.

Oração.11:15 h – I Painel - Escolhidos:

- Escolhidos e Enviados por Amor (Padre José Lima);- Filme com passagem de diversos Encontros;- Testemunhos do Encontro de Lourdes (3 testemunhos);- Filme do Encontro de Lourdes.

13:00 h – Almoço.15:00 h – II Painel – Exigência (… é estreita a porta):

- 1987: 40 Anos da CARTA (Graça e Bernardo Mira Delgado);- 2007: 60 Anos da CARTA (Ana e Vasco Varela);- As Equipas de Ligação (2 testemunhos).

17:00 h – Reflexão em Casal (durante o percurso para os hotéis).17:30 h – Reuniões de Equipas Mistas (nos hotéis).20:00 h – Jantar.21:00 h – Terço na Capelinha e Procissão de Velas (integrado na celebração do Santuário).

25.02.2007 – DOMINGO

08:30 h – Pequeno-almoço.09:30 h – Eucaristia.11:00 h – III Painel - Missão:

- No Movimento - Co-Responsabilidade, Colegialidade e Comunhão (Tó e Zé Moura Soares);

- Na Igreja - Actividades pastorais, paroquiais ou outras (testemunhos);- No Mundo - Obras de carácter social ou político (testemunhos).

12:30 h – Encerramento.Prioridades do Movimento (2006-2012) – Ana e Vasco Varela.Passagens de Testemunho e Envio.

13:30 h – Almoço.

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Manuel Cunha, Equipa Porto 1

Pedro Benge, Equipa Luanda 1

Amândio Lousa, Equipa Algueirão 4

Partiramo Paipara