em busca da excelência em santificação
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A474a Alves, Silvio Dutra Em busca da excelência / Silvio Dutra Alves. – Rio de Janeiro, 2017. 50p.; 14,8x21cm
1. Teologia. 2. Vida Cristã. 3. Santificação. I. Título.
CDD 230.227
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“Mas a sabedoria é justificada por todos os seus
filhos.” (Lucas 7.35)
Estas palavras foram proferidas por nosso
Senhor Jesus Cristo quando protestou contra a
insensatez dos homens na avaliação das coisas
relativas ao reino de Deus, pois criticavam João
por ter vivido de forma rigorosamente ascética,
e a Ele, Jesus, por ser, segundo eles, um comilão
e bebedor de vinho, e amigo de publicanos e
pecadores. Assim, usando estes argumentos
por pretexto, pensavam estarem justificados
para não darem ouvido a João ou a Jesus.
Todavia, conhecendo-lhes a dureza de seus
corações e cegueira espiritual, o Senhor não se
adiantou para lhes apresentar razões para
mudarem o seu modo de ver, e limitou-se
apenas a lhes dizer que a “sabedoria é
justificada por todos os seus filhos”, ou seja, a
verdadeira vida espiritual, celestial e divina
sempre é vindicada naqueles que são tornados
filhos de Deus, por meio da fé nEle, pois não
somente a conhecem, como dão testemunho da
sabedoria de Deus em suas vidas santificadas.
A isto, juntamos, que esta forma de vida
piedosa, santa, e que dá testemunho da obra de
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Deus no coração humano, é mais vista em uns
do que em outros, segundo a medida do
crescimento espiritual no conhecimento e
apreensão desta vida de Deus na alma, à qual
estamos chamando de excelência, conforme
assim é referida no próprio texto bíblico.
Não há nenhum outro campo em que a
excelência possa atingir o seu maior grau do
que na vida espiritual, pois sendo chamados a
serem à imagem dAquele que é infinito e eterno
e perfeito em sabedoria, não há limites para o
crescimento dos crentes em Jesus Cristo.
A excelência a que somos convocados tem por
modelo uma Pessoa Perfeita e não um mero
ramo do conhecimento natural. Além disso não
se trata de conhecimento meramente intelectual
ou de algo nocional fora de nós mesmos, mas o
crescimento segundo a medida da estatura
divina sendo implantada em nosso próprio ser,
ou seja, pela transformação do que somos no
que Deus planejou desde antes da fundação do
mundo para que nós fôssemos perante ele em
amor.
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É em Cristo que os crentes estão aperfeiçoados,
e é somente nele que podem obter o
crescimento espiritual que os amadurecerá para
a frutificação, conforme se observa nas
seguintes palavras do apóstolo:
I Coríntios 1.4 Sempre dou graças a Deus por
vós, pela graça de Deus que vos foi dada em
Cristo Jesus;
5 porque em tudo fostes enriquecidos nele, em
toda palavra e em todo o conhecimento,
6 assim como o testemunho de Cristo foi
confirmado entre vós;
7 de maneira que nenhum dom vos falta,
enquanto aguardais a manifestação de nosso
Senhor Jesus Cristo,
8 o qual também vos confirmará até o fim, para
serdes irrepreensíveis no dia de nosso Senhor
Jesus Cristo.
Há portanto um trabalho designado para ser
feito em todo aquele que Deus tem recebido
como filho, e o nível que este trabalho deve
alcançar é o de formar a excelência do caráter
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do crente para que seja também excelente em
todo o seu proceder.
A sabedoria celestial e espiritual é um trabalho
realizado por Deus na alma. Não é mera
aplicação de conhecimentos adquiridos, pois,
muito do que é implantado pelo Espírito Santo
no caráter dos crentes é experimentado até
mesmo em muitos casos, antes de se obter o
conhecimento das realidades espirituais às
quais o conhecimento racional se refere.
Isto pode ser visto nas palavras do apóstolo na
seguinte passagem bíblica:
I Coríntios 2.4 A minha linguagem e a minha
pregação não consistiram em palavras
persuasivas de sabedoria, mas em
demonstração do Espírito de poder;
5 para que a vossa fé não se apoiasse na
sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.
6 Na verdade, entre os perfeitos falamos
sabedoria, não porém a sabedoria deste mundo,
nem dos príncipes deste mundo, que estão
sendo reduzidos a nada;
7
7 mas falamos a sabedoria de Deus em mistério,
que esteve oculta, a qual Deus preordenou
antes dos séculos para nossa glória;
8 a qual nenhum dos príncipes deste mundo
compreendeu; porque se a tivessem
compreendido, não teriam crucificado o Senhor
da glória.
Observe que o apóstolo está falando de uma
sabedoria que não se manifesta apenas em
palavras, mas na operação do poder de Deus na
alma. E que esta sabedoria que é de procedência
celestial nada tem a ver com a sabedoria natural
do intelecto humano. Pois, quem é aquele que
conhece o caminho da Águia Divina no céu
senão o Espírito Santo, e aquele a quem Ele o
revelar?
Não é algo que se obtenha por mera leitura, mas
sobretudo por se caminhar com Deus, por se
andar no Espírito, e aprender das circunstâncias
nas diversas operações do Seu poder, sobretudo
nas tribulações, à medida que estas sejam
suportadas com paciência e fé.
“sede pacientes na tribulação” (Romanos 12.12)
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I Pedro 2.18 Vós, servos, sujeitai-vos com todo
o temor aos vossos senhores, não somente aos
bons e moderados, mas também aos maus.
19 Porque isto é agradável, que alguém, por
causa da consciência para com Deus, suporte
tristezas, padecendo injustamente.
20 Pois, que glória é essa, se, quando cometeis
pecado e sois por isso esbofeteados, sofreis
com paciência? Mas se, quando fazeis o bem e
sois afligidos, o sofreis com paciência, isso é
agradável a Deus.
21 Porque para isso fostes chamados,
porquanto também Cristo padeceu por vós,
deixando-vos exemplo, para que sigais as suas
pisadas.
Como ser paciente na tribulação e cumprir a
ordenança apostólica tanto de Paulo, quanto de
Pedro, que na verdade, é uma repetição do
ensino direto de nosso Senhor Jesus Cristo em
seu ministério terreno, a não ser por um
aprendizado real e experimental da negação do
ego e do carregar diário da cruz?
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Quem pode ministrar e implantar este ensino
senão o próprio Espírito Santo, na medida em
que estejamos bem esclarecidos e convictos
desta necessidade de sermos pacientes, pois
Deus é paciente em Sua própria natureza, e
nada é mais natural do que os filhos imitarem a
Seu Pai amado.
Daí a importância do conhecimento exato do
que nos é ordenado nas Escrituras, pois não
poderíamos buscar aquilo que não sabemos que
deve ser buscado, como por exemplo, neste
caso, que importa sermos pacientes na
tribulação, e suportar toda sorte de ofensas com
espírito brando e manso, conforme este é
concedido pelo poder de Deus.
Então, pelas Escrituras somos ensinados quanto
ao que deve ser buscado, e no assentimento à
verdade e na sujeição às operações da graça
para tal propósito, podemos recebê-lo mediante
o poder de Deus.
Não se pense, contudo, que isto nos virá como
por um simples ato instantâneo do poder
divino, capacitando-nos para tal de um dado
momento em diante. Muita negação da justiça
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própria está envolvida neste processo de
continuados exercícios de autonegação,
conforme as oportunidades que recebemos de
manifestar paciência segundo as ofensas que
sofremos.
A cruz é um instrumento de dor, e certamente
sofreremos em constatar que não há em nossa
própria natureza a referida disposição de sofrer
contrariedades com paciência e gozo espiritual
no Senhor.
Por isso somos ordenados a sermos praticantes
da Palavra e não meros ouvintes, pois se não
houver tal disposição a nos submetermos ao
trabalho de humilhação da cruz, jamais seremos
transformados pelo poder do Espírito Santo, nas
pessoas pacientes que importa sermos para
darmos testemunho por meio de nossas
próprias vidas do caráter longânimo de Deus.
O apóstolo Pedro afirma que é coisa grata a
Deus que seus filhos suportem injustiças com
paciência. Qual é a principal razão disso senão
que se tornem semelhantes a Ele no seu atributo
de paciência, de muita longanimidade com o
mundo de pecado, tendo adiado a aplicação do
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juízo para revelar todo o domínio que tem sobre
Si mesmo, para não manifestar a Sua ira contra
o pecado, de forma a não destruir
imediatamente os pecadores que lhe ofendem.
Assim, importa que o testemunho do cristão
siga na mesma linha e direção, de forma a
manifestar ao mundo qual é o caráter do Nome
que ele carrega e que é sobre todo nome, e o
único em que se pode obter a salvação.
Como nossa natureza terrena decaída no
pecado não possui esta disposição divina de ser
misericordiosa, perdoadora e paciente, há
necessidade do trabalho da cruz para a
crucificação e despojamento do velho homem,
de modo que se viva e se ande segundo a nova
criatura que é procedente de Deus, e que é a
única que está habilitada a proceder de tal
forma, segundo o caráter paciente do próprio
Senhor.
Isto é obtido por se pedir a Deus em oração e
pela disposição de suportar injustiças por amor
a Cristo, para que o Espírito Santo possa nos
capacitar para tal propósito.
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Filipenses 1.9 E isto peço em oração: que o
vosso amor aumente mais e mais no pleno
conhecimento e em todo o discernimento,
10 para que aproveis as coisas excelentes, a fim
de que sejais sinceros, e sem ofensa até o dia
de Cristo;
11 cheios do fruto de justiça, que vem por meio
de Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Colossenses 1.9 Por esta razão, nós também,
desde o dia em que ouvimos, não cessamos de
orar por vós, e de pedir que sejais cheios do
pleno conhecimento da sua vontade, em toda a
sabedoria e entendimento espiritual;
10 para que possais andar de maneira digna do
Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em
toda boa obra, e crescendo no conhecimento de
Deus,
11 corroborados com toda a fortaleza, segundo
o poder da sua glória, para toda a perseverança
e longanimidade com gozo; (Observe que no
final deste versículo é dito que a longanimidade
deve ser com gozo, ou seja, com alegria
espiritual em sofrermos injustiças e
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perseguições com paciência, sabendo que
assim agindo, teremos o consolo e fortificação
do Espírito Santo, em aprovação ao nosso
testemunho de que a paciência que há em Cristo
para o perdão dos pecadores pode ser vista
naqueles que são seus discípulos.)
Colossenses 3.16 A palavra de Cristo habite em
vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos
e admoestai-vos uns aos outros, com salmos,
hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus
com gratidão em vossos corações.
Tiago 3.13 Quem dentre vós é sábio e
entendido? Mostre pelo seu bom procedimento
as suas obras em mansidão de sabedoria. (O
apóstolo associa o conhecimento de Deus e a
verdadeira sabedoria que dele procede como
sendo algo revelado em nossas obras feitas com
mansidão, ou seja com longanimidade, com
paciência cristã.)
14 Mas, se tendes amargo ciúme e sentimento
faccioso em vosso coração, não vos glorieis,
nem mintais contra a verdade.
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15 Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas
é terrena, animal e diabólica.
16 Porque onde há ciúme e sentimento faccioso,
aí há confusão e toda obra má.
17 Mas a sabedoria que vem do alto é,
primeiramente, pura, depois pacífica,
moderada, tratável, cheia de misericórdia e de
bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.
18 Ora, o fruto da justiça semeia-se em paz para
aqueles que promovem a paz. (Quando alguém
julga estar fazendo a vontade de Deus por estar
agindo com ira contra aqueles que praticam
males, na verdade está anulando o testemunho
do evangelho de que Deus está sendo paciente
com os pecadores na presente dispensação da
graça. Ainda que não caiba a aprovação do mal,
senão que seja reprovado, todavia, há o modo
de fazê-lo, ou seja, com mansidão de espirito e
longanimidade, pois é desta forma que o
próprio Deus age, por ser longânimo e manso
em sua natureza.)
Observamos pelas Escrituras e pela experiência
que não é possível se alcançar a excelência sem
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que haja santificação, ou seja, sem que sejamos
espirituais, pois a mente carnal não somente
não entende as coisas do Espírito, como
também não pode experimentá-las.
Paulo o define como sendo o caminho
sobremodo excelente do amor, cujas
características são destacadas por ele,
especialmente no que se relaciona a suportar as
ofensas sofridas no mundo e perdoá-las, em
mansidão de espírito, seguindo o exemplo que
nos foi deixado por nosso Senhor Jesus Cristo
I Coríntios 12.31 Mas procurai com zelo os
maiores dons. Ademais, eu vos mostrarei um
caminho sobremodo excelente.
I Coríntios 13.4 O amor é paciente, é benigno; o
amor não é invejoso; o amor não se vangloria,
não se ensoberbece,
5 não se porta inconvenientemente, não busca
os seus próprios interesses, não se irrita, não
suspeita mal;
6 não se regozija com a injustiça, mas se
regozija com a verdade;
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7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo
suporta.
A primeira característica essencial do caráter
cristão, dita excelente, é a paciência (v.4) pois
se diz que o amor é paciente, ou seja,
longânimo. E isto é fechado com as palavras do
verso 7, ao se dizer que tudo sofre, tudo crê,
tudo espera e tudo suporta.
Por vivermos num mundo sujeito ao pecado,
não se poderia revelar o amor de Deus aos
pecadores sem que houvesse em nós tal
disposição em sofrer com paciência as injustiças
que recebemos da parte deles, as quais, a
propósito, são em grande parte inspiradas pelo
Inimigo de nossa almas. Devemos vê-las então
como oportunidades para o nosso crescimento
na paciência, pedindo a Deus em oração que
nos dê um coração perdoador como o dEle, e
que não fiquemos ressentidos com as ofensas
que sofremos.
Observe que o apóstolo destaca a paciência
divina em sua vida como uma das características
essenciais da excelência do seu ministério:
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II Coríntios 1.6 Mas, se somos atribulados, é
para vossa consolação e salvação; ou, se somos
consolados, para vossa consolação é a qual se
opera suportando com paciência as mesmas
aflições que nós também padecemos; (É
destacado pelo apóstolo que o consolo do
Espírito Santo é dado aos crentes que suportam
com paciência as aflições. Enquanto
exasperados, murmuradores, e ainda que
pretextando estar agindo em nome da justiça
por termos sido injuriados, é bom que
lembremos que esta condição anula o conforto
do Espírito Santo, pois não pode validar com sua
consolação um comportamento que é
reprovado por Deus em seus filhos. A justiça e
retribuição pertencem ao Senhor, e ainda assim,
ele é tardio para se irar e lento para aplicação
do juízo, especialmente nesta chamada
dispensação da sua paciência, em razão de estar
adiando a aplicação da justiça exígua até
mesmo sobre cada palavra proferida
ociosamente, para o dia do Juízo Final, quando
então a paciência abrirá espaço para a aplicação
da justiça. Mas, é bom que lembremos que isto
não ocorrerá até que Deus tenha conduzido ao
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arrependimento a última alma que está
destinada para a salvação em Jesus Cristo.)
7 e a nossa esperança acerca de vós é firme,
sabendo que, como sois participantes das
aflições, assim o sereis também da consolação.
II Coríntios 12.12 Os sinais do meu apostolado
foram, de fato, operados entre vós com toda a
paciência, por sinais, prodígios e milagres.
(Neste versículo, o apóstolo dá o testemunho da
sua longanimidade, pois sabia o quanto Deus
espera que sejamos longânimos para com todos
(I Tes 5.14)-
II Coríntios 11.5 Ora, julgo que em nada tenho
sido inferior aos mais excelentes apóstolos.
II Coríntios 12.11 Tornei-me insensato; vós a
isso me obrigastes; porque eu devia ser louvado
por vós, visto que em nada fui inferior aos
demais excelentes apóstolos, ainda que nada
sou.
Há portanto uma excelência a ser buscada por
todos os filhos de Deus, e temos visto que esta
consiste principalmente na paciência de Deus
implantada em nós, de forma a aprendermos a
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sermos tardios para nos irarmos, ou seja, a
sermos longânimos como é o próprio Senhor.
Todavia, não há atributo divino que seja mais
desconsiderado pela Igreja de nossos dias do
que este que nos é tão recomendado e
ordenado pelas Escrituras.
É aos mansos que é prometida a bem-
aventurança da posse final da terra.
É aos pacificadores que se refere a bem-
aventurança de serem conhecidos pelo mundo
como filhos de Deus, em face do seu
testemunho em suportar com paciência as
injúrias que sofrem por causa do seu amor a
Cristo.
São estes, que segundo a promessa do Senhor,
poderão exultar em espírito e muito se
alegrarem nas injúrias e perseguições que
receberem por causa do seu procedimento
santo.
Nosso Senhor nos ordena a aprendermos da Sua
humildade e mansidão, por tomarmos sobre
nós o seu fardo e jugo, que é aquilo que ele nos
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impõe como dever de obediência (jugo) e de
trabalho (fardo).
Mas, quão pouco é visto deste comportamento
genuinamente cristão em nossos dias.
A vinha do Senhor tem esta tendência a se
degenerar, apesar da sua vocação para ser uma
vinha excelente. Todavia, importa, uma vez
esclarecido o nosso entendimento quanto à
verdade bíblica que nos ensina acerca da
vontade de Deus, buscarmos a restauração
prometida, para que possamos produzir os
devidos frutos para a Sua exclusiva glória.
A vocação:
Ezequiel 17.8 Numa boa terra, junto a muitas
águas, estava ela plantada, para produzir
ramos, e para dar fruto, a fim de que fosse
videira excelente.
A degeneração:
Jeremias 2.21 Todavia eu mesmo te plantei
como vide excelente, uma semente
inteiramente fiel; como, pois, te tornaste para
mim uma planta degenerada, de vida estranha?
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A restauração:
23 No monte alto de Israel o plantarei; e
produzirá ramos, e dará fruto, e se fará um
cedro excelente. Habitarão debaixo dele aves de
toda a sorte; à sombra dos seus ramos
habitarão.
Muito da degeneração que é produzida na vinha
do Senhor, a saber, na sua igreja, é produzida
pelo pensamento incorreto de que é possível
sustentar um bom testemunho enquanto se
abriga iras, dissensões, amarguras e toda sorte
de impureza espiritual, reveladas num
comportamento em que há gritarias e irritações,
como se houvesse ocasiões em que tais
comportamentos fossem justificados.
Então, com os lábios se glorifica a Deus e
também se amaldiçoa os homens. Em nome do
zelo pela justiça, sentimentos implacáveis e
rancorosos são despejados sobre aqueles que
pratiquem males ou que nos contrariem.
Não é sem razão que haja tantas exortações na
Bíblia no sentido de se banir definitivamente
estas coisas da nossa vida, para que possa haver
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um real testemunho que manifeste ao mundo
que somos de fato discípulos de Cristo.
Efésios 4.30 E não entristeçais o Espírito Santo
de Deus, no qual fostes selados para o dia da
redenção.
31 Toda a amargura, e cólera, e ira, e gritaria, e
blasfêmia sejam tiradas dentre vós, bem como
toda a malícia.
32 Antes sede bondosos uns para com os
outros, compassivos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus vos perdoou em
Cristo.
Seria sem motivo que o Senhor nos ordenou a
perdoar setenta vezes sete? Que oremos pelos
nossos perseguidores? Que não amaldiçoemos
os que nos amaldiçoam, senão que os
abençoemos? Que amemos os nossos inimigos?
Que não resistamos ao perversos, mas que
estejamos dispostos a oferecer a outra face a
quem nos agrida?
Não é meramente por sermos crentes que
somos perseguidos, mas quando manifestamos
as virtudes destacadas no Sermão do Monte em
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nossa vida. Sempre precipitará alguma forma de
resistência ou perseguição quando vivemos de
maneira verdadeiramente piedosa, pois a carne
sempre se levanta contra o Espírito. Por isso
somos recomendados a ser pacientes nas
perseguições que sofremos e até mesmo a
exultar nelas porque elas evidenciam que
estamos de fato vivendo no centro da vontade
de Deus. É a manifestação desta vida divina no
crente que o inferno persegue e odeia.
Não obstante, foi pelo meio de prever e permitir
que nos sobrevenham todas estas provações,
em forma de tribulações, tentações, angústias
infernais ou não, que somos aperfeiçoados na
paciência, que segundo o apóstolo Tiago deve
ter o seu trabalho perfeito, em nada faltando,
ou seja, devemos aprender juntamente com o
apóstolo Paulo a nos gloriarmos nas próprias
tribulações, sabendo que é por meio delas que
o Senhor pode operar em nós a paciência cristã,
e esta uma vez tendo sido incorporada ao nosso
ser, nos conduzirá à experiência de que o
Senhor é poderoso e bom, estando habilitados
a fazer enfim a Sua obra, e assim, procedendo,
a esperança da glória futura será uma firme
convicção cada vez mais forte em nós, em razão
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do trabalho de Deus que observamos sendo
realizado em nossas próprias vidas.
Daí se dizer, no contexto de uma criação que
geme, que todas as coisas cooperam
juntamente para o bem daqueles que amam a
Deus.
Remova-se a tribulação, e com ela ter-se-á ido o
nosso crescimento espiritual em santificação.
Não é à toa que se afirma que importa
entrarmos no Reino de Deus por meio de muitas
tribulações, e que devemos ter por motivo de
toda a alegria sermos provados por várias
tentações.
A provação da fé é preciosa aos olhos de Deus
porque produz vasos de honra para a Sua glória,
que tendo sido purificados estão habilitados
para toda a boa obra.
A graça é fortificada em nós conforme a
paciência com que enfrentamos toda a sorte de
resistência que se levanta contra o trabalho de
Deus na nossa vida. Em alguma medida seremos
participantes dos sofrimentos de Cristo para
que sejamos glorificados juntamente com Ele.
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Importa estarmos identificados em tudo à
Cabeça, tanto no que se refere aos sofrimentos
quanto à glória. Se sofrermos com ele, com ele
também reinaremos, e é na paciência que
ganhamos as nossas almas. Aquela mesma
paciência que Ele demonstrou abundantemente
em seu ministério terreno, e pela qual foi
imitado por seus apóstolos.
Importa, portanto, fazer silenciar os anseios da
mente carnal, e ter a prontidão de se agradar ao
Senhor por ficarmos quietos e sossegados em
meio às situações que nos afligem, para que
possamos aprender dele a verdadeira
sabedoria, e conhecer a plenitude do seu poder
para nos guardar e conduzir no caminho
elevado da santidade.
A sabedoria divina em nós levar-nos-á sempre a
detestar o mal e a amar o bem. E isso sucede
quando andamos de fato no temor do Senhor,
ou seja, quando tememos pecar para não
entristecer o Espírito, e buscamos tudo fazer
segundo a Sua vontade, para que possa se
agradar de nós, pois somente assim podemos
estar habilitados a dar o bom testemunho que
glorifica o seu santo nome.
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Jó 28.28 E disse ao homem: Eis que o temor do
Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o
entendimento.
I Coríntios 1.19 porque está escrito: Destruirei
a sabedoria dos sábios, e aniquilarei a sabedoria
o entendimento dos entendidos.
20 Onde está o sábio? Onde o escriba? Onde o
questionador deste século? Porventura não
tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?
21 Visto como na sabedoria de Deus o mundo
pela sua sabedoria não conheceu a Deus,
aprouve a Deus salvar pela loucura da pregação
os que creem.
Salmo 51.6 Eis que desejas que a verdade esteja
no íntimo; faze-me, pois, conhecer a sabedoria
no secreto da minha alma.
Provérbios 2.6 Porque o Senhor dá a sabedoria;
da sua boca procedem o conhecimento e o
entendimento;
7 ele reserva a verdadeira sabedoria para os
retos; e escudo para os que caminham em
integridade,
27
8 guardando-lhes as veredas da justiça, e
preservando o caminho dos seus santos.
9 Então entenderás a retidão, a justiça, a
equidade, e todas as boas veredas.
10 Pois a sabedoria entrará no teu coração, e o
conhecimento será aprazível à tua alma;
Provérbios 4.7 A sabedoria é a coisa principal;
adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que
possuis adquire o entendimento.
Provérbios 8.12 Eu, a sabedoria, habito com a
prudência, e possuo o conhecimento e a
discrição.
Daniel 2.20 Disse Daniel: Seja bendito o nome
de Deus para todo o sempre, porque são dele a
sabedoria e a força.
21 Ele muda os tempos e as estações; ele
remove os reis e estabelece os reis; é ele quem
dá a sabedoria aos sábios e o entendimento aos
entendidos.
22 Ele revela o profundo e o escondido; conhece
o que está em trevas, e com ele mora a luz.
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I Coríntios 3.19 Porque a sabedoria deste
mundo é loucura diante de Deus; pois está
escrito: Ele apanha os sábios na sua própria
astúcia;
20 e outra vez: O Senhor conhece as cogitações
dos sábios, que são vãs.
Por estes e por muitos outros textos da Palavra
somos concitados a buscar a sabedoria que é do
alto, a saber que procede de Deus e que é
incorporada no nosso viver transformando-nos
à Sua imagem e semelhança, segundo o
propósito para o qual nos criou.
Sendo Deus espírito, importa que seja
conhecido e adorado também em espírito, e isto
deve ser feito segundo a verdade revelada nas
Escrituras.
Como carregamos, ainda que crentes, o velho
homem do qual devemos nos despojar
diariamente, faremos bem em seguir a
ordenança bíblica pela qual somos exortados a
nos despojarmos não apenas do velho homem,
mas a nos revestirmos do novo, por um andar
constante no Espírito, de modo que não
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sigamos a inclinação da carne, pois a carne para
nada aproveita, e somente o espírito vivifica. Em
outras palavras, por sermos espirituais, e não
carnais.
Ser espiritual é uma necessidade vital, pois é a
única forma de agradarmos a Deus e termos real
comunhão com ele. Não é possível discernir
sequer a Sua vontade que é boa, perfeita e
agradável, caso não sejamos espirituais.
Daí as ordenanças como as seguintes:
Romanos 8.5 Pois os que são segundo a carne
inclinam-se para as coisas da carne; mas os que
são segundo o Espírito para as coisas do
Espírito.
6 Porque a inclinação da carne é morte; mas a
inclinação do Espírito é vida e paz.
7 Porquanto a inclinação da carne é inimizade
contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus,
nem em verdade o pode ser;
8 e os que estão na carne não podem agradar a
Deus.
30
9 Vós, porém, não estais na carne, mas no
Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em
vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de
Cristo, esse tal não é dele.
10 Ora, se Cristo está em vós, o corpo, na
verdade, está morto por causa do pecado, mas
o espírito vive por causa da justiça.
11 E, se o Espírito daquele que dos mortos
ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que
dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de
vivificar também os vossos corpos mortais, pelo
seu Espírito que em vós habita.
12 Portanto, irmãos, somos devedores, não à
carne para vivermos segundo a carne;
13 porque se viverdes segundo a carne, haveis
de morrer; mas, se pelo Espírito mortificardes
as obras do corpo, vivereis.
14 Pois todos os que são guiados pelo Espírito
de Deus, esses são filhos de Deus.
Romanos 12.1 Rogo-vos pois, irmãos, pela
compaixão de Deus, que apresenteis os vossos
31
corpos como um sacrifício vivo, santo e
agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 E não vos conformeis a este mundo, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente,
para que experimenteis qual seja a boa,
agradável, e perfeita vontade de Deus.
Efésios 4.20 Mas vós não aprendestes assim a
Cristo.
21 se é que o ouvistes, e nele fostes instruídos,
conforme é a verdade em Jesus,
22 a despojar-vos, quanto ao procedimento
anterior, do velho homem, que se corrompe
pelas concupiscências do engano;
23 a vos renovar no espírito da vossa mente;
24 e a vos revestir do novo homem, que
segundo Deus foi criado em verdadeira justiça e
santidade.
25 Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade
cada um com o seu próximo, pois somos
membros uns dos outros.
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26 Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol
sobre a vossa ira;
27 nem deis lugar ao Diabo.
Gálatas 5.13 Porque vós, irmãos, fostes
chamados à liberdade. Mas não useis da
liberdade para dar ocasião à carne, antes pelo
amor servi-vos uns aos outros.
14 Pois toda a lei se cumpre numa só palavra, a
saber: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.
15 Se vós, porém, vos mordeis e devorais uns
aos outros, vede não vos consumais uns aos
outros.
16 Digo, porém: Andai pelo Espírito, e não
haveis de cumprir a cobiça da carne.
17 Porque a carne luta contra o Espírito, e o
Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao
outro, para que não façais o que quereis.
18 Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais
debaixo da lei.
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19 Ora, as obras da carne são manifestas, as
quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia,
20 a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as
contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as
dissensões, os partidos,
21 as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas
semelhantes a estas, contra as quais vos
previno, como já antes vos preveni, que os que
tais coisas praticam não herdarão o reino de
Deus.
22 Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a
paz, a longanimidade, a benignidade, a
bondade, a fidelidade.
23 a mansidão, o domínio próprio; contra estas
coisas não há lei.
24 E os que são de Cristo Jesus crucificaram a
carne com as suas paixões e concupiscências.
25 Se vivemos pelo Espírito, andemos também
pelo Espírito.
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Agora, de quantas outras virtudes é composta a
excelência do caráter cristão, além da paciência
a que temos tanto nos referido?
São tantas que não podem ser esgotadas assim
como é o caráter infinito do próprio Criador.
Quanto pode ser dito sobre a fé, o domínio
próprio, o amor, a humildade, a justiça, a
mansidão, a verdade, a bondade, a misericórdia,
e tudo o mais que faz parte da Pessoa de Jesus
Cristo?
É de tal ordem e importância tudo o que deve
ser considerado no viver cristão que o apóstolo
chama o episcopado (a superintendência da
Igreja) de obra excelente, porque se exige o
mesmo caráter excelente daqueles que aspiram
à referida obra.
Em tudo isso, o que se tem em vista é antes de
tudo o trabalho transformador de Deus em
nossa alma e espirito, qualificando-nos para a
obra do ministério, de maneira que se a falta de
excelência pode ser suportada em alguns
membros da Igreja, todavia, esta não deve faltar
na pessoa dos ministros do evangelho, pois são
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colocados antes de tudo para serem modelos
para o rebanho.
É pelo que se vê principalmente em suas
próprias vidas, em todo o seu comportamento
santo, que os que se encontram debaixo do seu
cuidado pastoral aprenderão o que convém a
serem imitadores de Cristo, assim como os seus
pastores o imitam em suas próprias vidas.
Vemos assim, que o que se requer é muito mais
do que mera exposição da sã ortodoxia, que se
resumindo em palavras e não espelhando a
santidade de Deus incorporada à vida, soará
como letra morta aos ouvintes.
Além das virtudes chamadas passivas que se
referem ao trabalho do Espírito na santificação
voltada para a renovação e restauração do
nosso interior, há também as virtudes ativas que
são demonstradas sobretudo em nossas ações
exteriores, no cumprimento das ordenanças,
sobretudo daquelas relativas às obras
manifestadas em benefício do nosso próximo, e
especialmente dos domésticos da fé.
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Como Paulo perguntamos: quem é suficiente
para estas coisas? A não ser pela capacitação da
graça de Jesus, sem quem nada podemos fazer?
Esta é uma obra do céu e não da terra. É operada
por meio da nova criatura que deve crescer em
santidade a cada dia, pela instrumentalidade da
Palavra de Deus implantada pelo Espírito Santo.
Que o Senhor abra o nosso coração para receber
com mansidão a Palavra pela qual nos é dado
crescimento até a plenitude de varão perfeito.
De graça sobre graça, de fé em fé, de glória em
glória, somos transformados na mesma
imagem, como pelo Espírito do Senhor.
Que o Senhor nos confirme em toda a boa
palavra e obra, de modo que se veja em nós a
excelência de toda a sua bondade, misericórdia
e amor para conosco em Cristo Jesus, estando
instruídos de antemão, que isto não é possível
sem que antes haja uma consagração real de
nossas vidas à Sua santa vontade.
A tal respeito somos ensinados didaticamente
na forma com que os dez mandamentos foram
promulgados, sendo inscrito em duas tábuas,
sendo que na primeira são descritos os deveres
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para com o próprio Deus, de forma a
entendermos que ele deve ser buscado em
primeiro lugar, o seu reino, a sua justiça, e na
segunda os deveres para com o próximo, que
não deixam de ser também deveres para com
Deus.
Se não houver vida real e espiritual decorrente
da comunhão com o Senhor, tudo o mais será
em vão na religião. Nenhuma boa obra pode ser
assim designada caso não seja feita em Deus,
em fé e em amor, gerados pelo Espírito Santo.
Não se pode representar devidamente a tão
elevado Ser caso não conheçamos o seu caráter.
E, como temos visto, tal caráter não pode ser
conhecido aparte do trabalho do Espírito Santo
em iluminação do nosso entendimento, no
fortalecimento do homem interior, para que
possamos conhecer as coisas que importam ser
conhecidas experimentalmente na própria vida,
numa mente renovada pela Palavra e pelo
Espírito Santo.
A falta deste conhecimento do caráter de Deus
é a principal causa de ser oferecido tanto culto
de adoração ou mesmo serviço em seu nome,
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que começam na carne e terminam na carne, e
deste modo para nada aproveita, pois tudo o
que a carne pode gerar é carne. Somente aquilo
que é nascido do espírito e gerado pelo espírito
pode ser aceitável a Deus como culto racional e
oferta de aroma agradável.
Tudo isto se reflete não somente nos atos dos
crentes como também na sua forma de
conversação, pois daquilo que o coração está
cheio a boca fala.
Conhece-se a árvore pelo tipo de fruto que ele
dá. De uma fonte boa não pode fluir água
amarga, e nem de fonte má, água potável. Faça-
se bom o coração e o fruto dos lábios também
será bom.
Quando não se leva em conta estas verdades
bíblicas na formação de nossa conduta e
caráter, é inevitável que não será possível ser
visto em nós um caminhar que seja agradável
ao Senhor, pois como temos aprendido, este
caráter e conduta santos são forjados em nós,
sempre pela purificação e renovação que são
operadas pela Palavra de Deus e pela operação
do Espírito Santo.
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O iracundo se justificará como piedoso pelo fato
de estar empenhado nos trabalhos de sua
igreja? O que assenta tijolos no edifício do
templo será considerado santo pelo trabalho
que realiza, quando não anda em conformidade
com as ordenanças de Cristo?
Toda forma de trabalho realizado debaixo do
nome de Deus, sem que haja uma real
consagração da vida à santificação que é
ordenada na Palavra, não pode ser classificado
como forma de se tomar o Seu santo nome em
vão?
Não importa que o nome do Senhor seja
santificado na terra da mesma forma como é
santificado no céu pelos anjos, arcanjos,
querubins e serafins e pelos espíritos dos
santos aperfeiçoados?
Quando revelou os mandamentos através de
Moisés o Senhor declarou que não teria por
inocente aquele que tomasse o seu nome em
vão.
E ao nos advertir que devemos viver para a Sua
glória, e adorar exclusivamente a ele, interpôs a
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advertência de que visita a iniquidade dos pais
nos filhos até a terceira e quarta geração, como
forma de punição à desobediência ao
mandamento, e ao mesmo tempo apresentou o
encorajamento à fidelidade pela promessa de
fazer misericórdia até mil gerações daqueles
que o amam e guardam os seus mandamentos.
Estas palavras foram proferidas na sequência
das ameaças contra a idolatria, de modo que
pontualmente consideradas sendo aplicadas à
nação de Israel, visava alertar-lhes que a prática
da idolatria culminaria com a fixação de juízos
que viriam a ser promulgados em razão do
desvio de uma geração, e cuja execução
ocorreria, segundo a deliberação de Deus, na
terceira ou quarta geração depois deles. Isto
está claramente exemplificado em várias
passagens bíblicas e especialmente na ida do
povo para o cativeiro nos dias dos reis de Israel,
quando o rei de Babilônia foi o executor do juízo
nos dias do rei Zedequias, do juízo determinado
pelo Senhor desde os dias do rei Manassés de
Judá, muitos anos antes, conforme se lê em II
Reis 24.3,4: “E, na verdade, conforme o
mandado do Senhor, assim sucedeu a Judá, para
o afastar da sua presença por causa dos
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pecados de Manassés, conforme tudo quanto
fizera.
Como também por causa do sangue inocente
que derramou; pois encheu a Jerusalém de
sangue inocente; e por isso o Senhor não quis
perdoar.”
Vemos assim que a iniquidade da geração dos
dias de Manassés teve a execução do juízo
predeterminado pelo Senhor somente muitos
anos depois, por causa da Sua longanimidade.
Isto sucedeu às gerações seguintes conforme a
promessa de visitar a iniquidade dos pais nos
filhos.
Agora, quanto a fazer misericórdia até mil
gerações daqueles que o amam e guardam os
seus mandamentos, vemos isto também sendo
exemplificado na prática em muitas passagens
bíblicas, mas é digno de nota o caso do rei Davi,
cuja fidelidade e amor ao Senhor são declarados
por Ele como sendo a causa de ter sido
misericordioso para com muitos dos seus
descendentes, e que o fazia não por causa deles
que mal procederam perante Ele, mas por amor
do Seu servo Davi:
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Porque eu ampararei esta cidade, para livrá-la,
por amor de mim e por amor do meu servo Davi.
Isaías 37.25
Porque eu ampararei a esta cidade, para a
livrar, por amor de mim e por amor do meu
servo Davi. 2 Reis 19.34
Porém todo o reino não rasgarei; uma tribo
darei a teu filho, por amor de meu servo Davi, e
por amor a Jerusalém, que tenho escolhido. 1
Reis 11.13.
O amor verdadeiro ao Senhor, conforme
confirmado por Jesus, é de fato por se guardar
os seus mandamentos. É pelo nosso empenho
sincero em aprender e guardar os seus
mandamentos que somos agradáveis a ele, e
não pelos meros louvores de nossos lábios, que
podem, como é comum ocorrer, não estarem de
acordo com o nosso caráter e comportamento.
Jesus nos exorta a permanecermos nele para
que ele permaneça em nós; se o buscarmos se
deixará achar; em caso contrário, não o
acharemos, e assim, ficarmos desprovidos da
vida santa e espiritual que nos torna excelentes
em nossa vida e ministério.
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Disto tudo aprendemos que é simplesmente
impossível seguir a Cristo e imitá-lo sem
autonegação. Se o ego não for negado e
crucificado não podemos conhecer a vida
ressurreta, poderosa em Deus e cheia de amor,
paciência e de todo o fruto do Espírito.
Quando somos desmamados do mundo,
quando não buscamos mais o nosso apoio e
felicidade na criatura, mas quando temos
somente todo o nosso amparo e regozijo no
Senhor, isto é um bom sinal do avanço da obra
da graça em nosso coração, preparando-nos
para aquela excelência do conhecimento real do
que é celestial, espiritual e divino.
Quando, como Paulo, temos prazer nas injúrias,
nas necessidades, nas perseguições, por amor a
Cristo e ao evangelho, é então que podemos
conhecer a manifestação do poder de Deus em
nossa fraqueza, capacitando-nos a suportar
tudo com paciência, amor e fé em nosso
coração, estando habilitados a perdoar e a
evangelizar os pecadores pelo bom testemunho
de um coração perdoador e profundamente
interessado na salvação do perdido, assim como
é o coração do próprio Cristo.
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Já não temeremos mal algum no vale da sombra
e da morte pois sabemos que o Senhor caminha
conosco, e já não teremos nossas vidas
preciosas a nossos próprios olhos, pois
sabemos que temos alcançado a vida eterna e
que nada mais poderá nos separar do amor de
Deus que se manifestou a nós em Cristo Jesus,
e que importa gastar o nosso tempo e trabalho
em prol da salvação e edificação dos pecadores.
Deus quer se prover de muitos filhos, e estes
filhos são gerados pelo trabalho de pregação da
Palavra em vidas santificadas.
Conscientes disso podemos dizer juntamente
com o profeta Isaías: “Eis-me aqui Senhor, envia-
me a mim”; ou com o apóstolo Paulo: “Senhor o
que queres que eu faça?”
Em tudo e em todas as áreas será o nosso desejo
ver Deus glorificado através do nosso
testemunho, quer no casamento, quer no
trabalho, na escola, na igreja ou onde for.
A vida cristã não será um anexo para ser
observada apenas no no Dia do Senhor, mas a
razão da própria vida e de tudo o que formos e
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fizermos. Nosso desejo será sempre o de ser o
bom aroma de Cristo tanto nos que se salvam
quanto nos que se perdem. Será nosso desejo
que em tudo seja Cristo engrandecido quer pela
nossa vida ou pela nossa morte.
A vida que temos agora e sempre é pela fé no
Filho de Deus, de modo que não vivemos mais
para nós mesmos mas por Aquele que morreu e
se entregou por nós, para que fôssemos
recuperados para aquela vida de santidade que
Deus planejou para os seus filhos, desde antes
da fundação do mundo.
De tal ordem é o crescimento em excelência
espiritual depende da comunhão pessoal com
Cristo que pouco progresso será feito na
medida em que for também negligenciada a
vida de oração, pois é por este meio designado
que nos comunicamos com Deus e ele conosco.
É na nossa comunhão com o Senhor em espírito
que o trabalho de transformação e crescimento
é realizado em nós. É muito mais por se
contemplar a santidade do Senhor em espírito
que somos santificados, assim como o rosto de
Moisés brilhava depois de ter estado na
presença de Deus no Monte Sinai.
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É pela meditação das coisas divinas em espírito
que somos amoldados ao seu caráter, assim
como a imagem é refletida em um espelho ou
uma moeda cunhada em um molde.
Há assim um molde de doutrina ao qual somos
entregues, e que é o único que é capaz de nos
levar a sermos conformados à imagem de Deus.
Por nenhum outro meio este trabalho pode ser
realizado, de maneira que aquele que não
estiver disposto a se purificar e a confessar os
seus pecados para que seja digno de entrar na
presença do Altíssimo, jamais poderá
contemplar a sua face, ainda que como por
espelho, de modo a ser transformado.
Na verdade, aleijões espirituais são encontrados
aos montes pela falta dessa disposição de
buscar a face do Senhor com um coração
sincero, e que esteja também disposto a pagar
o preço da consagração que for necessária para
obter ainda que seja uma gota do favor celestial
em sua vida.
Por esta medida podemos verificar de quanta
busca egoísta, carnal, e por conseguinte,
contrária à vontade de Deus, está cheia a
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religião moderna, onde se busca o que é do
próprio interesse e não o que é do Senhor, onde
o que se deseja é receber uma bênção e não ser
uma bênção nas mãos de Deus para um mundo
em trevas.
Acrescente-se a isso o amor aos prazeres, e até
mesmo às coisas deste mundo e desta vida que
são lícitas em si mesmas, mas que agem como
pesos que impedem uma real consagração ao
Senhor, uma vez que elas ocupam inteiramente
o coração, agindo como coisas idolatradas, sem
abrir espaço e tempo para se dedicar às coisas
que são espirituais, celestiais e divinas.
São os milhões de Laodiceia que são cegos,
pobres, miseráveis e nus na religião, que no
entanto se consideram o oposto de tudo isso, e
que pensam nada mais necessitarem para
agradarem a Deus.
São os milhões de Sardes que têm a forma de
piedade mas que lhe negam o poder porque
estão como mortos espirituais diante do Senhor.
Como estão mortos não podem ter um gosto e
fome pelo pão espiritual que desceu do céu, e
tudo o que fazem está relacionado aos seus
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interesses pelas coisas que são visíveis e
passageiras.
Outros estão enlaçados em entretenimentos
que conquistaram completamente a dedicação
do seu tempo e seus corações, de forma que
não estariam dispostos a reservar tempo para
tocar a vida da forma que é recomendada nas
Escrituras, buscando ser úteis nas mãos do
Senhor para o benefício dos seus próximos.
Mas, bem-aventurados são todos aqueles que
entre eles se arrependem por ouvir o que o
Espírito está dizendo às igrejas, para que
corram a carreira da vida cristã com
perseverança, renunciando ao pecado e a todos
os pesos que impedem a sua corrida.
Aos que vencerem o mundo são feitas
promessas preciosas que deveriam ser
devidamente consideradas.
Com que poderiam ser comparadas as
renúncias ao mundo e aos desejos carnais
pecaminosos, que são breves e passageiros,
com a vida eterna e imarcescível que é
prometida ao crente no porvir?
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Com que poderiam ser comparadas as
tribulações suportadas com paciência, e pelas
quais teriam a transformação do seu caráter à
imagem e semelhança ao de Cristo, com as
facilidades e coisas deste mundo que produzem
um viver indolente e indiferente à vontade de
Deus?
Porém, estas realidades não podem ser
conhecidas por argumentos persuasivos, pois
estão disponíveis apenas àqueles que as
experimentarem por terem se decidido a
mergulhar no oceano do conhecimento de
Deus.
As coisas espirituais são reveladas aos
pequeninos, aos que se humilham, aos que
pedem, batem à porta e que as buscam de todo
o coração, e permanecem vedadas àqueles que
não lhes dão o devido valor.
A pérola de grande valor não será achada se não
for procurada diligentemente.
A cegueira espiritual não será curada se não
comprarmos pela consagração o colírio que
somente Jesus pode vender.
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Nossa nudez não pode ser vestida a não ser pela
veste de justiça de Jesus.
Enquanto o nosso cálice estiver cheio de nós
mesmos e de nossa vontade carnal e caprichosa,
jamais poderá ser enchido com a graça de Deus.
Há uma excelência de poder que é o próprio
Espírito Santo que pode habitar em vasos de
barro como nós, mas somente em vasos que
estiverem limpos pela Palavra de Cristo; de
modo que a excelência do poder não é
propriamente nossa, mas de Deus.
Assim, Paulo, ao dizer que não era inferior aos
mais excelentes apóstolos, por duas vezes, fez
questão de afirmar “ainda que nada sou”,
reconhecendo que tudo o que fazia era pela
graça de Cristo que o capacitava, e muito além
disso, sabia que foi justificado pela justiça do
Senhor, uma vez que se considerava o principal
dos pecadores.
II Coríntios 11.5 Ora, julgo que em nada tenho
sido inferior aos mais excelentes apóstolos.
II Coríntios 12.11 Tornei-me insensato; vós a
isso me obrigastes; porque eu devia ser louvado
51
por vós, visto que em nada fui inferior aos
demais excelentes apóstolos, ainda que nada
sou.
É completamente justo que Deus perdoe
aqueles que se arrependem e entreguem suas
vidas a Cristo para serem regenerados e
santificados, pois a exigência da justiça divina
foi inteiramente satisfeita quando Jesus morreu
no lugar do pecador carregando sobre si os
pecados deles na cruz.
A excelência é portanto do Senhor e não
propriamente nossa, pecadores que somos e
que nos encontrávamos sujeitos a uma
condenação eterna.
A obra de Jesus em nosso favor é a razão de
Deus poder ser longânimo para com o pecador,
e isto desde o pecado do próprio Adão, pois, o
sacrifício de Jesus tem os seus efeitos aplicáveis
desde a fundação do mundo.
Desta forma, buscar a excelência é buscar o
próprio Cristo, pois quanto mais se tem da sua
vida divina mais excelente somos, a par de
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termos que dizer e reconhecer como Paulo:
“ainda que nada somos”.
Glórias sejam dadas a Deus por sua infinita
sabedoria, pois por este modo de sermos
restaurados e conduzidos à perfeição fica
excluída toda a possibilidade de jactância.
Todos somos obrigados a reconhecer que toda
a glória, honra e louvor pertencer
exclusivamente ao Senhor.
Tudo foi criado por meio de Cristo e para ele, de
modo que ao não reconhecerem e aceitarem o
seu domínio muitos anjos caíram e se tornaram
demônios, e em sua rebelião vieram a conhecer
que é impossível ter a vida santa e justa que é
mantida e sustentada somente por Jesus,
porque detém a primazia sobre todas as coisas.
Todo ser moral que se encontrar separado dele
está morto para a vida de Deus, pois esta é
encontra somente nele.
Quando, então, aqueles que entre os homens se
reconhecem afastados da vida santa de Deus e
recorrem a Cristo para serem perdoados e
justificados pela Sua Justiça, conforme Ele tem