d i s c i p l i n a - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... ·...

20
Edilson Alves de Carvalho Paulo César de Araújo Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I DISCIPLINA Orientação: rumo, azimute, declinação magnética Autores aula 07

Upload: buinguyet

Post on 27-Aug-2018

223 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Edilson Alves de Carvalho

Paulo César de Araújo

Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas ID I S C I P L I N A

Orientação: rumo, azimute, declinação magnética

Autores

aula

07

Page 2: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas ICopyright © 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Universidade Estadual da Paraíba

ReitoraMarlene Alves Sousa Luna

Vice-ReitorAldo Bezerra Maciel

Coordenadora Institucional de Programas Especiais - CIPEEliane de Moura Silva

Carvalho, Edilson Alves de. Leituras cartográficas e interpretações estatísticas I : geografia / Edilson Alves de Carvalho, Paulo César de Araújo. – Natal, RN : EDUFRN, c2008. 248 p.

1. Cartografia – História. 2. Cartografia – Conceito. 3. Cartografia – Utilização. 4. Dados estatísticos. 5. Simbolismo cartográfico. I Araújo, Paulo César de. II. Título.

ISBN: CDD 912 RN/UF/BCZM 2008/38 CDU 912

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

Coordenadora da Produção dos MateriaisMarta Maria Castanho Almeida Pernambuco

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto GráficoIvana Lima (UFRN)

Revisores de Estrutura e LinguagemEugenio Tavares Borges (UFRN)Janio Gustavo Barbosa (UFRN)Thalyta Mabel Nobre Barbosa (UFRN)

Revisora das Normas da ABNT

Verônica Pinheiro da Silva (UFRN)

Revisoras de Língua Portuguesa

Janaina Tomaz Capistrano (UFRN)Sandra Cristinne Xavier da Câmara (UFRN)

Revisor Técnico

Leonardo Chagas da Silva (UFRN)

Revisora TipográficaNouraide Queiroz (UFRN)

IlustradoraCarolina Costa (UFRN)

Editoração de ImagensAdauto Harley (UFRN)Carolina Costa (UFRN)

Diagramadores

Bruno de Souza Melo (UFRN)Dimetrius de Carvalho Ferreira (UFRN)

Ivana Lima (UFRN)Johann Jean Evangelista de Melo (UFRN)

Page 3: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I �

2

3

Copyright © 2008 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte e da UEPB - Universidade Estadual da Paraíba.

Apresentação

Desde o início da civilização, quando os seres humanos sentiram necessidade de estabelecer contatos e se deslocarem com freqüência, surgiram os problemas de orientação. Naquele tempo, os meios para resolver esse problema eram extremamente escassos.

O bom senso de observação que existia na época permitia distinguir e reconhecer os principais pontos de referência em terra e no mar, como montanhas, rios, vales, enseadas, ilhas ou promontórios, entretanto, isso não era suficiente para uma orientação segura, condição indispensável à sobrevivência. Orientar-se por pontos de referência durante uma viagem apresentava enormes limitações, pois não permitia que se atravessasse um território desconhecido, por exemplo, e isso proporcionou uma busca por novos meios de orientação mais seguros e que se aplicassem a qualquer lugar.

Uma primeira solução imaginada seria o estudo do Sol e das estrelas, os quais despertavam a curiosidade dos astrônomos já nos tempos da civilização assírio-babilônica. A partir desse estudo, foi possível a identificação com exatidão dos quatro pontos cardeais, o que se tornaria uma revolução no modo de se localizar. Nesta aula, apresentamos as formas de orientação mais utilizadas, com destaque para a bússola.

ObjetivosCompreender como surgiram os instrumentos de orientação e sua evolução até os dias atuais.

Aprender a explicar a importância da orientação para as atividades práticas do nosso dia-a-dia.

Conhecer as principais formas de orientação e os instrumentos utilizados para esse fim.

Page 4: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I2 Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I

Os pontos cardeais, colaterais, sub-colaterais e a rosa dos ventos

Norte: onde o Sol é mais altoO movimento aparente do Sol desenha no céu uma parábola que atinge seu ponto mais

elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento a posição do Sol indica precisamente a direção norte; no hemisfério Norte, a posição do Sol ao meio-dia indica exatamente a direção contrária, ou seja, o sul.

Sul: para onde aponta a constelação do CruzeiroDurante a noite no hemisfério austral, que corresponde à metade da Terra que fica

entre o equador e o Pólo Sul, identifica-se facilmente uma constelação em forma de cruz – o Cruzeiro do Sul – que indica aproximadamente a direção Sul. Prolongamos imaginariamente quatro vezes o braço maior da cruz e em seguida tiramos uma perpendicular ao horizonte.

Já no hemisfério boreal, que se estende do equador ao Pólo Norte, existe uma “estrela guia”, chamada “estrela Polar”, pertencente à constelação da Ursa Menor, que indica exatamente a direção norte.

Page 5: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I 3

Leste: onde o Sol nasceO Sol surge sempre mais ou menos no mesmo ponto do horizonte correspondendo

ao oriente (do verbo latino oriri, surgir). Mais precisamente, nos dias 21 de março e 23 de setembro, o “ponto” em que o Sol surge no horizonte indica com exatidão a direção Leste.

Oeste: onde o Sol se põeAs mesmas considerações feitas para o leste são válidas para a parte do horizonte

onde o Sol se põe chamado ocidente (do verbo latino occidere, cair). O “ponto” em que o Sol desaparece no horizonte, nos dias 21 de março e 23 de setembro, indica exatamente a direção oeste.

Pontos CardeaisN NORTE 0°

L LESTE 90º

S SUL 180°

O OESTE 270°

Pontos ColateraisNE Nordeste 45ºSE Sueste 135ºSO Sudoeste 225ºNO Noroeste 315º

Pontos Sub-ColateraisNNE Nor-Nordeste 22,5º

ENE Lés-Nordeste 67,5º

ESE Lés-Sueste 112,5º

SSE Su-Sudeste 157,5º

SSO Su-Sudoeste 202,5º

OSO Oés-Sudoeste 247,5º

ONO Oés-Noroeste 292,5º

NNO Nor-Noroeste 337,5º

Page 6: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I� Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I

SESO

NO NE

O E

S

N

SESO

NO NE

NNENNO

SSESSO

OSO

ONO

ESE

ENE

O E

S

N

Rosa dos ventos

Figura � - Rosa dos ventos com os pontos cardeais e colaterais.

Figura 2 - Rosa dos ventos com os pontos cardeais, colaterais e sub-colaterias

Page 7: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I �

Principais instrumentos de orientação utilizados

1. Cartas topográficas ou mapasMostram o resultado da representação de uma região em um plano, descrevendo seu

relevo, localização de picos, vales, planícies, entre outros.

2. GPS (Global Position System) ou Sistema de Posicionamento Global

Figura 3 - Aparelho receptor GPS

Font

e: <

http

://w

ww

.gps

cent

er.c

om.b

r/ind

ex11

1.ht

ml>

. Ace

sso

em: 2

0 de

z. 2

007.

Segundo Loch (2006), o GPS é um sistema de posicionamento geodésico baseado num conjunto de satélites artificiais, capazes de fornecer posições na superfície terrestre com precisão de até poucos centímetros. Devido à importância que esse sistema tem para a cartografia, dedicaremos uma aula sobre o assunto, logo não nos deteremos nele nesta aula.

Page 8: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I� Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I

3. Bússola

Figura � - Exemplo de bússola para orientação

Font

e: <

http

://w

ww

.ragi

o.co

m.b

r/bus

sola

.htm

>. A

cess

o em

: 21

dez.

200

7.

Instrumento que sempre aponta para o norte magnético e por isso nos permite navegar, nos orientando até mesmo dentro de cavernas e matas muito fechadas.

Princípio de funcionamento da bússola –

esse importante instrumento

Devido à enorme quantidade de ferro derretido existente no interior da Terra, esta se comporta como um grande ímã. Como sabemos, os ímãs atraem objetos metálicos e a Terra não é diferente. Assim, se usarmos um objeto sensível que seja orientado para o imã terrestre, podemos facilmente nos orientar por ele.

Para isso, foi inventado um instrumento chamado bússola. Ela mostra a direção dos pólos magnéticos da Terra, os pontos auxiliares e outros pontos intermediários para que possamos seguir direções bem precisas. Toda bússola apresenta um mostrador com os pontos cardeais e os pontos auxiliares.

Origem da bússola: como surgiu esse instrumento?

Não se tem certeza de quem teve a primeira idéia de deixar uma pedra de minério de ferro ionizado indicar o Norte. Estudiosos, entretanto, acreditam que foram os chineses os primeiros a explorar o fenômeno. “Si Nan”, que significa “o governador do Sul” e é

Page 9: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I 7

Atividade 1

sua

resp

osta

simbolizada por uma concha que aponta para Sul, é considerada a primeira bússola. Por volta do século XII, os chineses utilizaram a propriedade magnética de um mineral chamado magnetita para procurar os pontos cardeais.

Como a concha era muito imprecisa, os chineses começaram a magnetizar agulhas de modo a ganhar mais precisão e estabilidade. De acordo com alguns escritos chineses, as primeiras bússolas foram utilizadas no mar por volta do ano 850. Os navegadores levavam a bordo pedras de magnetita para imantar as agulhas à medida que estas iam perdendo o seu magnetismo.

A bússola foi desenvolvida através dos séculos e um avanço considerável foi conseguido quando se descobriu que uma fina peça de metal podia ser magnetizada, esfregando-a com minério de ferro.

O passo seguinte foi conseguir envolver e encerrar a agulha num invólucro cheio de ar e transparente, o chamado invólucro da bússola, estando a agulha protegida dessa forma.

Inicialmente, as agulhas das bússolas “dançavam” bastante e demoravam muito tempo a estabilizar. As bússolas modernas são instrumentos de precisão, e a sua agulha, geralmente encerrada num invólucro cheio de líquido, rapidamente se posiciona na direção Norte-Sul.

A invenção foi então disseminada pelo mundo por astrônomos e cartógrafos, alcançando os europeus, indianos e muçulmanos.

Pesquise e explique detalhadamente o fenômeno que faz a agulha da bússola apontar constantemente na direção Norte-Sul.

Page 10: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I� Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I

S

N

Eixo de Rotação

Pólo Norte Magnético Pólo Norte Geográfico

0

90270

180

NgNm

Declinação magnética

Um conceito muito importante que temos que conhecer para que possamos nos localizar corretamente é a declinação magnética. Para que esse conceito fique bem claro, temos que saber que existe mais de um Norte, na verdade temos três tipos de Norte em cartografia, são eles: Norte Geográfico, aquele indicado por qualquer meridiano geográfico, ou seja, na direção da rotação da Terra; o Norte Magnético, que é a direção do pólo magnético, indicado pela agulha imantada de uma bússola; e o Norte da Quadrícula, aquele representado nas cartas topográficas, no sentido Norte-Sul.

O Norte Magnético para onde a agulha aponta não se situa exatamente no Pólo Norte definido pelos meridianos, ou seja, no Norte Geográfico. A maioria dos mapas contém meridianos, linhas orientadas no sentido Norte-Sul, que passam pelo Pólo Norte Geográfico. Os meridianos são representados por linhas finas geralmente em preto.

A declinação magnética, dessa forma, existe porque o pólo norte e o pólo magnético não coincidem, assim, podemos defini-la como o ângulo formado entre o Norte Geográfico e o Norte Magnético, sempre expresso em graus.

Figura � - Globo terrestre com seus Pólo Norte Magnético e Pólo Norte Geográfico. A distância angular entre os dois é a declinação magnética.

Font

e: <

http

://w

ww

.gps

glob

al.c

om.b

r/>. A

cess

o em

: 13

fev.

200

8.

Figura � - Declinação geográfica: Norte Geográfico (Ng), Norte Magnético (Nm) e ângulo de declinação magnético (+δ)

Font

e: <

http

://p

t.w

ikip

edia

.org

/wik

i/Dec

lina%

C3%

A7%

C3%

A30_

mag

n%C3

%A9

tica>

. Ac

esso

em

: 21

de fe

v de

200

8.

Page 11: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I �

NO - NORTE DA QUADRÍCULA NO - NORTE GEOGRÁFICO NO - NORTE MAGNÉTICO

Pólo Norte Geográfico

Pólo Norte Magnético

Concluindo – uma bússola não aponta para o Norte verdadeiro, aponta em direção a um ponto a Leste ou Oeste do Norte verdadeiro, também conhecido como Norte Geográfico.

n   Uma declinação positiva ou leste significa que o Norte Magnético está desviado do Norte verdadeiro no sentido horário. Exemplos: 12°, 10°L e 11°E (east). Uma declinação negativa ou oeste significa que o Norte magnético está desviado no sentido anti-horário. Exemplos: -10°, 13°O e 8°W (west).

As cartas devem conter a variação da declinação anual de uma região para que possamos obter o valor correspondente à data atual. Como fazer isso? É muito simples: multiplica-se a diferença em anos da data atual e a data em que a carta foi confeccionada pela declinação anual. Essa declinação varia de acordo com o local do planeta, por exemplo, em certas zonas do Canadá ultrapassa os 40 graus, mas, na Escandinávia é desprezível.

Convergência meridianaÉ a diferença angular entre o Norte Geográfico e o Norte da Quadrícula. Como as

quadrículas das cartas são planas, apenas no meridiano central de cada quadrícula, o Norte Geográfico coincide com o Norte da Quadrícula.

Figura 7 - Representação dos tipos de Norte

Page 12: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I�0 Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I

Atividade 2

Atividade 3sua

resp

osta

sua

resp

osta

Para que uma bússola possa apontar para o Norte verdadeiro, é necessário fazer uma correção em seu círculo graduado. Como vimos anteriormente, o valor em graus dessa correção é chamada Declinação Magnética. Pesquise e discuta por que é utilizado o termo declinação e não inclinação.

A agulha da bússola pode ser influenciada e sofrer desvios, mostrando direções que não correspondem ao Norte Magnético, mostrando leituras erradas, portanto. Em que situações isso pode ocorrer?

Page 13: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I ��

N

S

W

N30W N30E

S30ES30W

N60W

S60W

N60E

S60E

90 90

0

0

E

Determinação da direção – rumo e azimute

RumoÉ o menor ângulo formado entre a linha Norte e Sul e o alinhamento.

Figura � - Representação dos rumos da terra

Por convenção, a contagem dos rumos tem como origem o ponto Norte (N) ou o ponto Sul (S) e a sua variação é de 00 a 900. Portanto, o rumo não possui valor negativo, porém, é obrigatória a designação do quadrante a que pertence o ângulo azimutal.

Sendo Norte a referência (0º), os rumos crescem no sentido horário, sendo o rumo Leste (E), 90º, o Sul (S), 180º, o Oeste (W), 270º e Norte (N), novamente 360º. Notações típicas de rumo são, por exemplo, N030, N190, N230, N320 etc.

AzimuteO azimute é o ângulo formado entre o Norte e o alinhamento. Esse ângulo varia de 0º a

360º e é contado no sentido horário.

Page 14: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I�2 Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I

N

S

W

330 30

150210

300

240

60

120

270 90

0360

180

E

Figura � - Representação dos azimutes da Terra

No sistema azimutal, rumos que diferem em + 180º equivalem à mesma direção. Assim, por exemplo, os rumos N040 e N220 equivalem à mesma direção. Se não estamos preocupados com o sentido dentro de uma linha, qualquer uma das duas atitudes pode ser utilizada para indicar a direção dessa linha.

No sistema de quadrantes, ocorre fato semelhante. Assim, por exemplo, os rumos N020E e S020W equivalem à mesma direção. Para referir-se a direções nos sistema de quadrantes (ou seja, orientações de linhas, sem importar o sentido dentro da linha), usualmente considera-se apenas a referência com relação ao Norte.

Assim, no presente exemplo, dir-se-ia que a direção é N020E e não S020W, embora esta última a rigor não esteja errada. No entanto, se considerado um rumo, é necessário referir-se ao Norte ou ao Sul, conforme o caso.

Assim, o rumo N020E é diferente do rumo S020W, embora a direção seja a mesma.

Rumo x azimuteQuando conhecemos os azimutes dos alinhamentos, podemos facilmente, a partir

deles, determinar os rumos correspondentes, através de simples relações geométricas, bastando para isso obesrvar que:

n   a partir do Norte, os rumos crescem no sentido horário para E, e no anti-horário para W;

n   a partir do Sul crescem no sentido anti-horário para E, e horário para W, como mostra a figura a seguir.

Page 15: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I �3

Atividade 4

25°

O

A

W E

N

S

120°

60°

O

B

W E

N

S

300°

60°

O

D

W E

N

S

35°215°

O

C

W E

N

S

RUMO = AZIMUTE

RUMO = AZIMUTE - 180° RUMO = 360° - AZIMUTE

Az = 25°R = 25°NE

Az = 215°R = 35°SW

Az = 300°R = 60°NW

RUMO = 180° - AZIMUTE

Az = 120°R = (180º - 120°) = 60°SE

Figura �0 - Representação dos rumos e azimutes nos quatro quadrantes

Pesquise e discuta quais são os modelos de bússola que podemos encontrar no mercado e quais as vantagens desse instrumento em relação a outros como GPS, por exemplo, em termos de navegação.

Page 16: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I�� Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I

Atividade 5

Atividade 6

Pense e responda: a declinação na região de Natal-RN está por volta de 22 graus e 34 minutos Oeste, o que quer dizer que, para nossa região, o Norte Magnético está a 22 graus e 34 minutos Oeste do Norte Geográfico. Nossa bússola aponta para o Norte Magnético. Quando apontamos a bússola e tomamos uma leitura, obtemos 56 graus. Considerando que a bússola não foi declinada, qual seria então o valor correto do rumo verdadeiro marcado por ela?

Fazendo a operação inversa, em que queremos seguir num dado rumo, ajustamos esse rumo na bússola para nos direcionarmos. Usemos o seguinte exemplo: traçamos uma rota no mapa, com vistas a seguir um rumo de 38 graus. Como obtivemos esse rumo do mapa, ele está dado em relação ao Norte Geográfico. Em relação ao Norte Magnético, qual valor devemos ajustar na bússola para observarmos o rumo?

Page 17: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I ��

ResumoNesta aula, mostramos a importância da orientação como atividade essencial à sobrevivência do homem, abordando os princípios dos instrumentos utilizados para esse fim. Começando com a observação dos astros até o desenvolvimento das modernas tecnologias, vimos que a bússola foi um instrumento utilizado para orientação que provocou grande impacto na sociedade, pois, apesar de ter um princípio de funcionamento considerado atualmente bastante simples, representa uma das invenções tecnológicas mais importantes da História, o que possibilitou uma verdadeira revolução no comércio internacional, nas atividades de muitos profissionais ou simplesmente na localização.

Auto-avaliaçãoAgora que nós mostramos em linhas bem gerais os princípios de funcionamento de uma bússola, pesquise e discuta o impacto que a descoberta desse instrumento de orientação representou para o estudo da ciência geográfica e para a economia mundial.

Referências CASTRO, J. F. M. Princípios de cartografia sistemática, cartografia temática e sistema de informação geográfica. Rio Claro: IGC/UNESP, 1996.

DUARTE, P. A. Fundamentos de cartografia. Florianópolis: UFSC, 1994.

FITZ, P. R. Cartografia básica. Canoas, RS: UNILASALLE, 2000. 171p.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Manual Técnico de Noções Básicas de Cartografia. Rio de Janeiro: Fundação IBGE, 1989. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/indice.htm. Acesso em: 12 fev. 2008.

Page 18: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I��

LOCH, R. E. N. Cartografia: representação, comunicação e visualização de dados espaciais. Florianópolis: Ed. UFSC, 2006.

MARTINELLI, M. Curso de cartografia temática. São Paulo: Contexto, 1991.

MONICO, J. F. G. Posicionamento pelo NAVSTAR-GPS: descrição, fundamentos e aplicações. São Paulo: Ed. UNESP, 2000.

SANTOS, M. C. S. R. M. Manual de fundamentos cartográficos e diretrizes gerais para elaboração de mapas geológicos, geomorfológicos e geotécnicos. São Paulo: Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT, 1989.

Anotações

Page 19: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento

Aula 07  Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I

Ementa

n Edilson Alves de Carvalho

n Paulo César de Araújo

História, conceituação e utilização da cartografia nos estudos geográficos. O espaço e os problemas da escala e da forma.

Orientação, localização, projeções e fusos horários. Os dados estatísticos; tratamento e representação. O simbolismo

cartográfico e a linguagem dos mapas.

Leituras Cartográficas e Interpretações Estatísticas I – GEOGRAFIA

Autores

Aulas

�º S

emes

tre d

e 20

0�Im

pres

so p

or: T

exfo

rm G

ráfic

a

01 História da Cartografia

02 A Cartografia: bases conceituais

03 As formas de expressão da Cartografia

04 Cartografia aplicada ao ensino da Geografia

05 Escalas

06 Forma e dimensões da Terra

07 Orientação: rumo, azimute, declinação magnética

08 Localização: coordenadas geográficas

09 Localização: coordenadas planas – UTM

10 Os fusos horários e sua importância no mundo atual

11 Projeções Cartográficas

12 A linguagem cartográfica

13 Os dados estatísticos e a representação gráfica

14 A comunicação e a expressão cartográfica

15 As formas de representação do terreno

Page 20: D I S C I P L I N A - ead.uepb.edu.bread.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/leituras... · elevado por volta do meio-dia. Para nós que estamos no hemisfério Sul, nesse momento