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Edição 675 - 26.05.2017 Informativo eletrônico semanal do mandato D I R E T A S J Á Marcha histórica em Brasília, no dia 24, reuniu mais de 200 mil manifestantes no ato pelo “Fora, Temer!”, em defesa de Eleições Diretas Já e contra as antirreformas que destroem conquistas e suprimem direitos da população brasileira. Acuados e em gesto de desespero, o governo ilegítimo e seus aliados parlamentares convocaram as Forças Armadas para reprimir o povo que protestava pacificamente. Em diversas cidades brasileiras aconteceram manifestações expressando também enorme indignação com a revelação da delação premiada de conver- sas de corruptos com Temer e o senador tucano Aécio Neves que estarreceram o país e o mundo. Em Porto Alegre, houve concentração na Esquina Democrática, no centro, antecedendo caminhada pelas ruas de bairros próximos, sob a vigilância das forças policiais armadas de Sartori.

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Edição 675 - 26.05.2017Informativo eletrônico semanal do mandato

D I R E T A S J ÁMarcha histórica em Brasília, no dia 24, reuniu mais de 200 mil manifestantes no atopelo “Fora, Temer!”, em defesa de Eleições Diretas Já e contra as antirreformas que

destroem conquistas e suprimem direitos da população brasileira.

Acuados e em gesto de desespero, o governo ilegítimo e seus aliados parlamentares convocaram as ForçasArmadas para reprimir o povo que protestava pacificamente. Em diversas cidades brasileiras aconteceram

manifestações expressando também enorme indignação com a revelação da delação premiada de conver-sas de corruptos com Temer e o senador tucano Aécio Neves que estarreceram o país e o mundo.

Em Porto Alegre, houve concentração na Esquina Democrática, no centro, antecedendo caminhadapelas ruas de bairros próximos, sob a vigilância das forças policiais armadas de Sartori.

RESISTÊNCIA POPULAR

02

Marcha sobreBrasília foitremenda

vitória popularpor Breno Altman no Opera Mundi

mídia monopolista e o governo usurpador tratamde inventar sua narrativa sobre a formidávelmobilização sindical e popular que tomou conta deBrasilia desde o final da manhã.

Seu esforço é marcar o protesto como bagunça evandalismo, em manobra para ocultar sua dimensão epropósito.

O que assistimos foram mais de 100 mil trabalha-dores de todos os cantos do país marchando para acapital com o intuito de lutar, organizada e pacifica-mente, contra o governo Temer, as reformas da previ-dência e trabalhista, por diretas já.

As forças repressivas desde ontem preparavam umaemboscada contra o direito de manifestação dos tra-balhadores, armando provocações e se preparando parareprimir o ato como cães selvagens.

Um pequeno grupo de mascarados, infiltrado namarcha, foi escalado ou estimulado para servir de pre-texto às cenas de repressão inconstitucional promovi-das pela PM do DF e a Força Nacional.

Se não fosse esse o pretexto, outro seria.O governo estava decidido a reprimir os trabalha-

dores e demonstrar que ainda controla o monopólioestatal da violência.

Não foi à toa que, rapidamente, depois de supostopedido do presidente da Câmara dos Deputados, RodrigoMaia, logo desmentido pelo próprio parlamentar, Te-mer promulgou decreto que permite a convocação dasForças Armadas para enfrentar o povo em luta, pelaprimeira vez desde a redemocratização.

Seria insensatez se homens e mulheres de esquer-da, caindo no jogo do governo usurpador e da mídiaconservadora, aceitassem discutir a versão de vanda-lismo e violência que se vende ao país, transformandoos black blocs no assunto do dia.

Hoje foi uma data histórica.Antes de mais nada, porque os trabalhadores ocu-

param a capital da república e fizeram ouvir sua voz.Mas também porque o governo e seus aliados reve-

lam, de uma vez por todas, seu caráter antidemocráticoe golpista, ao jogar tropas policiais contra manifes-tantes, além de acenar com a convocação do Exército.

No mais, não tenhamos ilusões. Como em todo pro-cesso golpista, o povo irá lutar e o os usurpadores irãoreprimir. Teremos choques, conflitos e tensõesgravíssimas.

Onde está escrito, afinal, que resistir à usurpaçãoseria tranquilo como um passeio no parque?

A s frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo condenaram, du-

rante ato realizado no início da noite de quarta-feira (24), emPorto Alegre, o aparato militar utilizado para reprimir os milha-res de manifestantes que participaram de uma caminhada emBrasília em defesa da renúncia de Michel Temer e da realizaçãode Diretas Já. A condenação se estendeu às Forças Armadas quechamadas por Temer para cercar o Congresso Nacional e aEsplanada dos Ministérios. Em nota, as organizações que inte-gram as duas frentes afirmaram que as Forças Armadas “rebai-xaram seu papel para servir a um governo moribundo”.

No início da concentração do ato, por volta das 18 horas, naEsquina Democrática, praticamente todas as atenções estavamvoltadas para os acontecimentos da tarde em Brasília. Comoestão as coisas? Notícias sobre feridos? É verdade que Aécio foipreso? – essas eram algumas das perguntas que se ouviam nolocal. Enquanto as pessoas iam chegando para a manifestação,representantes de organizações que integram a Frente BrasilPopular e Frente Povo Sem Medo se alternavam em intervençõesem um caminhão de som, falando sobre os últimos aconteci-mentos e sobre os desafios colocados para o futuro próximo.Continue lendo em https://goo.gl/SFVr7h

Frentes Brasil Populare Povo Sem Medo dizem

que PM e Forças Armadasservem a um

governo moribundo

A

Guilh

erm

e San

tos/Sul2

por Marco Weissheimer

m nota, o Partido dos Trabalhadores condenou a repressão edestacou que "o governo golpista e ilegítimo de Michel Temerdescortinou hoje sua face mais autoritária e antidemocrática.Patrocinou um ataque violento contra manifestantes que se reu-niram pacificamente, em Brasília, contra a diminuição de direi-tos previdenciários e trabalhistas e em defesa da realização deeleições diretas no País. A demonstração de força foi totalmenteinjustificada e covarde".

Leia a íntegra da nota em https://goo.gl/VDWzs4

PT condena autoritarismo de Temer

E

03

ARTIGO

maginemos uma aldeia em torno deuma fogueira agradecendo, com dan-ças e cantos, àqueles que entre os seusque produziram as rudimentares noçõesde um rudimentar conhecimento, a pri-mitiva ciência e tecnologia, que estavana base de toscos instrumentos de agri-cultura e caça.

Foram esses fogos que iluminarama travessia do gênero humano dabarbárie para a civilização. E areafirmação do nosso compromisso como conhecimento é celebrada com o pro-cesso civilizatório e a dimensão éticada história humana.

Até aí, talvez tenhamos acordo, mas,quando agregamos a perspectiva críticado conhecimento, parece que aquele as-pecto de rebeldia e de inconformismo dosaber diante de uma realidade que se pre-tende indiscutível, portadora da última eda penúltima palavra, incomoda muitos.

Pois questionar uma realidade,

NOVOS TEMPOS REGRESSIVOS E OBSCUROS*ADÃO VILLAVERDE**

emudecida de formulações teóricas eesvaziada de conceitos, que diz sabertudo sobre tudo, e, o que é infinitamen-te mais perverso, sobre todos, pertur-ba mais ainda.

De fato, nossos tempos já não ad-mitem essa capacidade crítica, prefe-rindo conformar- se diante do estabe-lecido; é o espírito que marca essa eraregressiva e obscura. A opção é a sim-plificação da proclamação do fim dasutopias, afigurando-se, portanto, comoum epitáfio redigido sobre a lápide dacapacidade crítica do saber.

Enquanto isso, a dita modernidadevai configurando-se como uma novabarbárie, revelando seres humanosidentificados com a inocência selvagemde que os fins justificam os meios eque estamos num mundo do vale-tudo.Abrigados na difusa, pretensiosa e nãomenos mitológica autoridade doneoliberalismo. Que endeusa o reino

acrítico das mercadorias sem admitir acapacidade crítica do conceito, funda-mental legado iluminista que produziue reproduziu também as utopias, quecertamente implicam o processo da ra-zão e do humanismo.

Esses podem sempre deixar sequelasde lucidez, como uma cicatriz aberta nodorso fosforescente e conformista deum mundo onde sonhos e utopias seconfundem com medíocres desejos deconsumo.

E, assim, brutaliza-se a vida cotidi-ana, tornando-se cega, seja diante deum crepuscular anoitecer sobre oGuaíba, seja diante da original delica-deza da paisagem outonal dos vinhe-dos gaúchos.

*Artigo publicado no jornal Zero Hora em 24

de maio de 2017**Professor, engenheiro e deputado estadual

(PT-RS)

I

Bem dito, não podemos arrefecer na defesa dos direitos. ForaTemer. Abraço!Francisco Amaral

Peço transmitir ao dep. e amigo Villaverde meus cumprimentospelo brilhante e erudito texto da ZH de hoje.AtenciosamenteWremyr Scliar

Abaixo, reprodução de mensagens de apoio e elogio ao artigo do deputado Villaverde.

Deputado diz que antirreformas deSartori também estão impugnadas

deputado Adão Villaverde (PT) afir-mou na tribuna da AssembleiaLegislativa, na sessão de terça-feira(23), que os projetos de lei de autoriado Executivo gaúcho estão impugnadosdo mesmo modo que as antirreformasnacionais que tramitam em Brasília.“Depois que dois grandes aliados devários partidos da base do governadorSartori foram flagrados em ‘diálogoscriminosos’ como define o procuradorRodrigo Janot, em meio à forteespetacularização midiática sobre de-lações da JBS, é evidente que as agen-das similares estão definitivamente

O comprometidas do ponto de visa políti-co, da estratégia e da própria legitimi-dade em solo gaúcho”, disse o deputa-do referindo-se, naturalmente, a MichelTemer e Aécio Neves.

Villaverde recordou que o diálogo dodelator com o presidente ilegítimo, de-monstrando a boa relação com um parla-mentar preso assemelhou-se a uma con-versa entre mafiosos. Em outro resgateda denúncia, o parlamentar destaca oáudio em que há até menção de se elimi-nar um aliado se caísse em delação, acom-panhando o pedido de recursos ilícitos.

Mais importante que as ausências do

juiz Sergio Moro e do ministro Gilmar Men-des neste processo é que os dois grandeslíderes denunciados para estarrecimento daopinião pública brasileira com repercussãomundial, foram ovacionados e mereceramjuras de amor no RS e inclusive na tribunado Parlamento gaúcho.

E agora é justamente esta enormeidentidade política, com a mesma linhade governo, de gestão e de modela-gens programáticas que deslegitima opacote do governo estadual.

Assista ao pronunciamentode Villaverde acessandohttps://goo.gl/u8AEPY

“Diálogos criminosos”, relações perigosas*

ADÃO VILLAVERDE**

epois que aliados do governadorgaúcho José Ivo Sartori foram flagradosem “diálogos criminosos” gravados porempresários investigados, em meio àsespetacularizações midiáticas das de-lações premiadas, a agenda neoliberalde desmonte do Estado ficou definiti-vamente comprometida, tanto em ní-vel nacional quanto em níveis estaduale local. Agora, os ataques aos direitosdos trabalhadores devem ser barradospela forte mobilização popularprovocada pela divulgação de áudios queestarreceram a opinião pública e reper-cutiram internacionalmente.

Os reflexos da denúncia dos execu-tivos do grupo JBS (especialmente agravada no encontro clandestino na ca-lada da noite na residência presidenci-al) que produziu uma crise políticainstitucional e de regime sem preceden-tes, atingiram a tramitação dasantirreformas de Temer e também, pordecorrência, o processo da continuida-de do chamado pacote de maldades deSartori no Parlamento gaúcho. Sobre-tudo porque eles são aliados e parcei-ros desde as suas eleições, e produzi-ram e reproduziram as mesmas mode-lagens programáticas e de gestão, quaissejam, ataques ao funcionalismo e odesmonte das funções públicas para apopulação.

O governador já reconheceu que oRS ainda não tem previsão de aderir aoPlano de Recuperação Fiscal dos Esta-dos, sancionado na sexta-feira, dia 19,pelo ilegítimo Temer. Seus próprios ali-ados já admitiam que a base governis-ta não conta com o apoio suficiente noParlamento para aprovar as medidasexigidas pelo ilegítimo e golpista Temer.

Pois se não bastasse sua naturezadraconiana, as condições impostas pelogoverno nacional para esta adesão jádificultavam a adoção do plano, os diá-logos criminosos prejudicam e compro-metem ainda mais essa situação de re-lações perigosas, que se ampliam doPlanalto ao Piratini e chegam ao PaçoMunicipal de Porto Alegre.

Aqui, na cidade, o prefeito NelsonMarchezan Júnior, aliado de Sartori,Temer e Aécio Neves (afastado do car-go de senador enlameado pela corrupção

da JBS) também não tem condições deprosseguir com seus projetosneoliberalizantes, que atacam os ser-vidores públicos e desmontam a estru-tura de serviços que a capital sempreteve.

Ao falhar como portabandeira dos interesses do capi-tal financeiro, que determinam

as antirreformas trabalhista e daprevidência, acenam comprivatizações, entregam a

exploração do pré- sal, coman-dam o ataque ao setor público

e pregam o Estado desconstruído,Temer acabou contaminando

todos com quem mantémlaços de afinidades políticas

e alinhamento ideológico.

Ao falhar como porta bandeira dosinteresses do capital financeiro, quedeterminam as antirreformas trabalhis-ta e da previdência, acenam comprivatizações, entregam a exploração dopré- sal, comandam o ataque ao setorpúblico e pregam o Estado desconstruído,Temer acabou contaminando todos comquem mantém laços de afinidades polí-ticas e alinhamento ideológico.

E o brado avassalador dos brasilei-ros que paralisaram o país na históricagreve geral do dia 28 de abril certamen-te assustou as elites e os poderosos quearticularam a aliança perversa que der-rubou a presidenta legítima sem crimede responsabilidade. Mas, acima detudo, alertou a república financista querepresenta os interesses estrangeiros,pois o grito repercutiu no mundo intei-ro e no tambor da Europa retumbou noLe Monde francês com o cálculo de 40milhões de resistentes ativos ao gover-no ilegítimo.

Que seguidor do manual capitalistainveste em um país de trabalhadoresdescontentes, com uma sociedade des-crente e prestes a incandescer em cha-mas sociais, com um presidentegolpista, ilegítimo e desmoralizado?

Crescentemente repudiado em pes-quisas de opinião pública, sem maisserventia, mais um que vai para o des-carte, Temer foi julgado, condenado e

Leia mais em https://goo.gl/Le9Iso

*Artigo publicado no jornal eletrônico Sul21

em 24 de maio de 2017**Professor, engenheiro e deputado estadual

(PT-RS)

D

ARTIGO

abandonado celeremente pela chama-da mídia monopolista, para a qual, ago-ra, sua saída do Jaburu é mera questãode tempo.

Como diz a cientista política Celi Pin-to, de forma esclarecedora, seria mui-ta ingenuidade pensar que “a Rede Glo-bo de TV passou a divulgar conversassuspeitas de Temer e a falar abertamen-te em renúncia do presidente em de-corrência de um surto de responsabili-dade pública e de preocupação com amoralidade nacional. Basta prestar aatenção nos comentaristas: todos re-feriram que Temer estava sem condi-ções de fazer aprovar no Congresso asreformas, motivo de descontentamen-to da equipe econômica”.

No mesmo diapasão, o ex-governa-dor Tarso Genro acentua que a mídiacaiu em uma armadilha em que é obri-gada a tomar uma posição pública“como se fosse um desague natural deposições anteriores. É uma espécie demea-culpa-, já que as acusações con-tra Temer e PSDB são infinitamente maisinsustentáveis do que as que pesamcontra Lula, que vinha sendo o alvo pre-ferencial do noticiário”.

É lógico que não foi descartada doroteiro já traçado – que a mídia seguediariamente, criminalizando a políticae as instituições, jogando fermento nofascismo – a tentativa de inviabilizarLula como candidato à presidência,embora o acompanhamento público,reverberando nas ruas de todo o país,de sua inquirição pelo juiz de Curitiba,tenha enviado uma contundente adver-tência aos golpistas.

Mas enquanto o governo agoniza, semnenhuma legitimidade que possa ampa-rar sua queda, impõem-se aos democra-tas, aos progressistas, aos trabalhado-res, a todos que lutam por um país justoe igualitário assumir seu protagonismo,ir às ruas bradar “não às antirreformas”,“fora Temer! e “eleições diretas já”.

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05

TAQUARI

Projeto prevê tombamento do Parque Saint’Hilaire

stá tramitando na Câmara Munici-pal de Porto Alegre projeto de autoria dovereador Aldacir Oliboni (PT) que prevêtombamento do Parque Saint’Hilaire. Oobjetivo é integrá-lo ao Patrimônio His-tórico-Cultural, Natural e Paisagístico doMunicípio de Porto Alegre.

Segundo o autor, o ParqueSaint'Hilaire é um dos mais importan-tes locais de preservação ambiental ain-da existentes na capital. Batizado comesse nome, homenageia o conhecido na-turalista e viajante francês AugustinFrançois Cesar Provensal Saint Hilaire.“A importância da área onde situa-se oparque para nossa cidade e nosso esta-do é anterior a sua criação”, explica.

Proprietária de grande parte daárea, a Companhia Hidráulica de PortoAlegre a utilizava para captação de águae sua distribuição para a população denossa cidade desde 1898, no final doséculo XIX. O parque abriga mais de 50nascentes, as mais distantes da foz doArroio Dilúvio, possuindo papel funda-

mental na conservação da baciahidrográfica. A fitogeografia do parqueé formada pela Floresta Estacional SemiDecidual, ecossistema associado aobioma Mata Atlântica, a segunda maiorfloresta em diversidade biológica e tam-bém a segunda mais devastada do pla-neta, considerada área prioritária paraconservação da biodiversidade.

“Portanto, como se pode observar,o Parque Saint’Hilaire é um espaço quemantém viva a história, a cultura e oambiente natural de Porto Alegre”, de-fende Oliboni.

Texto: Priscila Bittencourte (reg. prof. 14806)

Edição: Marco Aurélio Marocco (reg. prof.

6062)

E

PORTO ALEGRE

Joel Vargas / PMPA

este sábado (27), em Taquari, os gabinetes do prefeito domunicípio, Emanuel Hassen de Jesus (Maneco), e do senador Pau-lo Paim, promovem audiência pública para debater asantirreformas de Temer que retiram direitos históricos do povobrasileiro. A atividade inicia às 18h30, no Theatro São João.

Prefeitura e senadorPaim promovemaudiência pública

N

Um ano de violênciapolicial do Estado

assado um ano da prisão arbitráriado jornalista Matheus Chaparini, doJornal Já, durante o exercício da pro-fissão, o caso continua aberto. Desde oinicio da operação deflagrada pela Bri-gada Militar, no dia 15 de junho de 2016,em manifestação de estudantessecundaristas no prédio da Secretaria

da Fazenda, o profissional se identifi-cou como repórter e, mesmo assim, foipreso juntamente com estudantes e como cinegrafista independente KevinD’Arc. Eles foram liberados mais de 14horas após o início da ação e foramindiciados.

A partir do entendimento de que issoé um ataque direto à liberdade de im-prensa e de expressão, o Sindicato dosJornalistas Profissionais do RS(SINDJORS) acompanhou o caso desdeo princípio e presta assistência jurídi-ca para Chaparini.

“O Sindicato sempre se empenhouem defender o Chaparini e até hoje co-bra esclarecimentos do governo do Es-tado, que nada diz sobre ato tão nefas-to quanto a prisão e o indiciamento deum profissional de comunicação queestava a trabalho. Nossa assessoria ju-

rídica prestou os primeiros atendimen-tos. No entanto, como não tem um pro-fissional da área criminal, foi preciso acontratação de um advogado específi-co para o caso, que cobrou R$ 15 milpara fazer a defesa”, esclarece o pre-sidente do SINDJORS, Milton Simas. “Oprofissional acompanhará Chaparini atéo fim do processo, que está emtramitação na Justiça”, acrescenta.

Para que o repórter do Jornal Já nãofique desassistido, o Sindicato lançou umfinanciamento coletivo com o objetivo dearrecadar ao menos parcela do dinheironecessário para a defesa do profissional.As doações são de qualquer valor acimade R$ 10. Jornalistas sindicalizados têm aopção de marcar como contrapartida o aba-timento de 50% do valor doado em men-salidades. Acesse bit.ly/apoieoChapa ecolabore com o Sindicato.

P

MEMÓRIA

A colunista política Taline Oppitz destacou, no Cor-reio do Povo de sábado (20), o encontro do deputadoAdão Villaverde com o presidente do Tribunal de Contasdo RS, Marcos Peixoto. Na reunião, o parlamentar entre-gou um pedido de informações da Assembleia sobre aafetiva aplicação da Lei Villaverde.

NA IMPRENSA

No sábado (20), no Espaço de Convergência AdãoPretto da Assembleia Legislativa, o deputado AdãoVillaverde (PT) participou do encontro de retomadado Centro de Estudos de Temas Enredo. Na ocasião,o parlamentar falou sobre o papel poder público comoindutor da cultura popular.

CULTURA POPULAR

Deputado participade encontro do

Centro de Estudosde Temas Enredo

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CONVITES

O segundo Grande Debate da ALRS neste ano tratará o tema dademocracia. O debate internacional sobre a crise da democraciarepresentativa e dos sistemas políticos encontra no pensamento enas análises do sociólogo português Boaventura de Sousa Santoscríticas inovadoras. Na condição de referência internacional no temada democracia, um dos mais lúcidos e conceituados teóricos naatualidade, Boaventura lembra que a narrativa da democracia noséculo 20, hegemonizada pelo liberalismo, muitas vezes excluiuoutras formas democráticas, como a democracia direta. Em 2011,quando o deputado Villaverde presidiu o Parlamento gaúcho,Boaventura esteve na Assembleia em maio participando de debatesobre Intolerância: Violência e Desagregação Social.

Sociólogo Boaventuraparticipa de debate na

Assembleia na próxima quinta

IMPRENSA

07

uestões de gênero inauguraram oFórum dos Grandes Debates daAssembleia Legislativa deste ano. Naprimeira edição do evento de 2017, queaconteceu na noite de segunda-feira (22)no Teatro Dante Barone, duas senadorase uma deputada federal compartilharamsuas experiências ao discutir o temaMulheres no Poder – Os desafios nos es-paços da política. As senadorasConstanza Moreira, da Frente Ampla doUruguai, e Regina Souza, do PT do Piauí,dividiram a mesa com a deputada fede-ral Jandira Feghali, do PCdoB do Rio deJaneiro, para abordar os obstáculos en-frentados pelas mulheres no exercício dopoder e a herança cultural que as man-têm fora dos espaços decisórios.

Na abertura do evento, o presiden-te da Assembleia Legislativa, EdegarPretto (PT), afirmou que o Rio Grande

do Sul tem um histórico de luta dasmulheres e, mesmo assim, ao longo daexistência do Parlamento gaúcho, só 35mulheres elegeram-se deputadas e ape-nas uma chegou à presidência doLegislativo. “Nestes tempos difíceis,precisamos somar esforços para atin-gir a equidade de gênero, pôr fim à vi-olência e aproximar o Rio Grande de ummodelo que priorize a igualdade”, apon-tou Pretto.

Ele anunciou que o debate sobre aigualdade de gênero terá um segundomomento, provavelmente, no próximosemestre, quando serão contempladasoutras visões sobre o tema. “Com isso,queremos prestigiar a diversidade ide-ológica e política sobre a questão”, fri-sou o presidente do Legislativo.

Leia mais em https://goo.gl/LqaOgM

Mulheres falam sobre caminhospara superar desigualdade e

aumentar participação na políticaCaco Argemi

Q

FÓRUM DOS GRANDES DEBATES CELEBRAÇÃO

No dia 23 de maio a Coopera-tiva de Costureira Unidas Vence-remos (Univens) completou 21anos marcados por uma trajetó-ria comprometida com o traba-lho coletivo e com a geração deemprego e renda.

O empreendimento teve iní-cio em 1996, a partir de um pro-jeto que tinha por objetivo ofe-recer uma atividade econômicapara mulheres sem oportunida-de de trabalho.

A Cooperativa cresceu e hojea Univens está concentrada nasorganizações sindicais, movimen-tos populares e entidades de na-tureza sócio-política, dirigindo-sea eventos, como o FSM , campa-nhas sindicais, eleitorais etc.

Para o deputado AdãoVillaverde (PT), a Univens de-sempenha um papel fundamen-tal no contexto da economia so-lidária e na construção de ummundo mais igualitário e commais oportunidade.

Parabéns àUnivenspelos 21anos detrabalho

coletivo esolidário

Exposição “Silêncios” promove debate e reflexãosobre papel da mídia em relação à intolerância

a terça-feira (23), o deputado Adão Villaverde (PT) representou o Parlamento gaúcho na abertura da exposição “Silênci-os”, no Clube Cultura, na rua Ramiro Barcelos, 1853, em Porto Alegre. A atividade reuniu, para um debate sobre a responsa-bilidade da imprensa em relação à intolerância, a jornalista Rosina Duarte, da Agência Livre Para Informação, Cidadania eEducação (Alice); o jornalista e professor da PUC Celso Augusto Schröder; e o representante do jornal Sul21, Milton Ribeiro.A mediação ficou a cargo da jornalista Vera Spolidoro. A exposição pode ser visitada até o dia 25 de junho, das 18h às 21h.Em dezenove painéis, a exposição Silêncios apresenta uma narrativa jornalística sobre a intolerância, o ódio e a violênciaque ameaçam a população brasileira. São paineis que ampliam notícias aparecidas na imprensa e em mídias digitais,salientando a onda conservadora que se reproduz cotidianamente.

N

SAÚDE MENTAL

08

XIII MentalTchê da Resistência é neste sábado (27)

Neste sábado, 27 de maio,a partir das 9h, na sede daAABB, em São Lourenço do Sul,ocorre a XIII edição do Men-tal Tchê. A edição deste ano,com o título “Ouvindo vozes,contando causos, rastilhandocidadania no mar de dentro”é resultado do trabalho de mi-litantes da lutaAntimanicomial – entidades,profissionais, trabalhadores eusuários da rede de SaúdeMental – que superaram a fal-ta de patrocínio e apoio dos

governos municipal e estadu-al e garantiram a realizaçãodo encontro que se tornou re-ferência no Brasil e AméricaLatina.

O evento anual foi criadoem 2005, quando o deputadoZé Nunes era prefeito de SãoLourenço do Sul em comemo-ração ao Dia Nacional da LutaAntimanicomial. O objetivo éoportunizar a troca de experi-ências e promover debatessobre Saúde Mental. Além dis-so, é um espaço de

protagonismo dos usuários, dereflexões sobre as práticas decuidado em Saúde Mental ede fortalecimento do Movi-mento da Luta Antimanicomial,reunindo usuários, familiares,estudantes e residentes, pro-fissionais de Saúde Mental, ins-tituições formadoras, movi-mentos sociais, sindicatos,gestores e simpatizantes, na-cionais e internacionais. Abai-xo, leia a Carta Abertadivulgada à comunidadelourenciana

com muito orgulho, alegria eesforços de várias pessoas e coleti-vos gaúchos comprometidos com adefesa da Saúde como direito detodo brasileiro e da Reforma Psiqui-átrica como valiosa conquista domovimento anti-manicomial queconvidamos a todos para participarde mais uma edição do Mentaltchê.

Neste difícil ano em que a jo-vem democracia brasileira enfren-ta seu maior desafio desde que rom-pido o longo silêncio imposto peladitadura militar, entendemos que,mais do que nunca, é hora de pre-servarmos e valorizarmos os espa-ços arduamente construídos para o exer-cício de participação na vida pública.Trabalhadores e usuários da saúde fo-ram protagonistas importantes nesteprocesso de abertura democrática dopaís que levou à construção do SUS en-tre outras políticas sociais. Trabalha-dores e usuários da Saúde Mental fo-ram fundamentais na denúncia das vi-olações de direitos historicamente ocor-ridas nos manicômios e na proposiçãode uma sociedade comprometida como cuidado em liberdade.

Daí o chamado para um MENTALTCHÊda RESISTÊNCIA no ano em que o movi-mento brasileiro antimanicomial come-mora seus 30 anos e o RS festeja 25anos da lei 9.716, que foi vanguarda e

inspiradora da Lei Nacional da ReformaPsiquiátrica. Com o lema: “Ouvindovozes, contando causos, rastilhando ci-dadania no mar de dentro” queremosreafirmar nossas lutas, nossos sonhose nossas utopias, que não são um futu-ro distante, mas um presente cheio dedesafios. A realização do Mentaltchê emSão Lourenço do Sul é nosso compro-misso como movimento social ao reco-nhecer a importância da cidade na Re-forma Psiquiátrica brasileira. Desde2005 usuários, trabalhadores, entida-des, pesquisadores em todo mês demaio mobilizam esforços conjuntoscomo movimento social para garantireste evento que consideramos umpatrimônio da sociedade lourenciana,

gaúcha e brasileira.Queremos com esta carta aberta

reafirmar a legitimidade do encontromarcado para sábado 27/05/17. Que-remos compartilhar a expectativa deque nossos desejos de uma socieda-de democrática e livre do flagelomanicomial esteja acima das diferen-ças pessoais, partidárias, teóricas ouquaisquer outras que possam dividirnossos esforços e dispersar nossas lu-tas em um momento tão delicadocomo este que vivemos no país. A va-lorização da diversidade e da autono-mia é constitutiva do que entende-mos por saúde ou do conceito ampli-

ado de saúde gravado na Constituiçãode 88. O Mentaltchê, organizado de for-ma auto-gestionada em sua 13ª edição,é o exemplo vivo da potência do traba-lho integrado e em rede.

Queremos convidá-los a virem paraas rodas de conversa, contar causos,soltar as muitas vozes que nos compõeme reafirmar, neste mar de dentro que hátantos anos nos acolhe, o quanto a liber-dade é terapêutica! Na certeza do bomacolhimento aos visitantes, manifesta-mos nossa gratidão à cidade que tão bemnos acolheu em todos estes anos.

Militantes gaúchos da luta anti-manicomial

Carta Aberta à comunidade lourencianaConvite aos defensores do Cuidado em Liberdade

É

ENTREVISTA

09

“Temer perdeu o apoio do oligopólioda mídia e não vai se sustentar”

Por André de OliveiraEntrevista para o El Pais

Guilherme Santos/Sul21

Transcorrido menos de umano do afastamento definitivode Dilma Rousseff da presidên-cia da República, o assunto bra-sileiro é novamente oimpeachment ou renúncia deum presidente. Depois da con-versa gravada pelo dono da JBS,Joesley Batista – em que elefala com Michel Temer sobreplanos para barrar a OperaçãoLava Jato – o assunto ganhou astribunas do Congresso, as ruase os telejornais. As únicas ques-tões discutidas no Brasil passa-ram a ser: Temer vai renunciar?Quando vai renunciar? E, se re-nunciar, o que pode acontecerdepois? O cenário é tão oumais incerto do que o que pre-cedeu o impeachment deRousseff. O ex-governador doRio Grande do Sul e ex-ministroda Educação, Tarso Genro (PT),conversou com o EL PAÍS sobreo volátil cenário político brasi-leiro. Os destaques da conver-sa estão abaixo.

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Pergunta - Temer disse que não vairenunciar. Um presidente na situaçãoem que ele está é sustentável?Resposta - Não, mesmo porque a Glo-bo, que foi o “partido político” que deusustentação para o impeachment deDilma Rousseff, acabou de publicar um

editorial retirando seu apoio. Portanto,o apoio principal do Temer, que é ooligopólio da mídia, está se retirando.Com isso, ele perde mais da metade dabase dele, que é uma base política quenão tem sustentação ideológica ouprogramática. É aquele resíduo oportu-nista e fisiológico que sempre tem umpapel de desempatar questões políticasque estão no Congresso. Por isso, achoque não se sustenta. Acredito que elevai revisar sua posição e vai renunciar.

P - Em sua opinião, a base aliada aban-dona o Governo a partir de hoje, então?R - Sim. Eu tenho convicção disso. Por-que a manutenção do Temer no Gover-no tinha uma profunda vinculação comas reformas – principalmente a da Pre-vidência e a Trabalhista – e já se viu noprimeiro baque que grande parte da ban-cada começou a se retrair. Agora,aprová-las representaria um duplo sa-crifício: a impopularidade de passarreformas antipopulares e o ônus demanter Temer com todo o cerco políti-co e jurídico em que ele se encontra.

P - Você disse que Temer perdeu oapoio que tinha na mídia, o que mu-dou para que isso acontecesse?R - A estabilidade do Governo dele, e oapoio da mídia que ele tinha, estavavinculado a passagem e aprovação dasreformas. Como elas estão bloqueadaspela crise, ele não serve mais. Há, emboa parte da sociedade brasileira, umacrítica muito forte ao apoio que Temerganhava da mídia – a despeito de teroito ministros investigados – e ao cer-co ao qual o PT era submetido. Agora,como as delações da JBS saíram juntocom as gravações, ou seja, combina-das com provas, a mídia caiu em umaarmadilha em que é obrigada a tomaruma posição pública como se fosse umdesague natural de posições anteriores.É uma espécie de mea-culpa-, já queas acusações contra Temer e PSDB sãoinfinitamente mais sustentáveis do queas que pesam contra Lula, que vinhasendo o alvo do noticiário.

P - Por outro lado, há setores de es-querda que dizem que tudo o que estáacontecendo é “espuma” para que oMoro condene Lula…R - Isso não é verdade. Esse processocontra a corrupção tem texto e subtexto.O texto fundamental é que é uma rea-ção do Estado e da sociedade brasileiracontra a corrupção endêmica e históri-ca no Brasil, que vem desde as capita-nias hereditárias. O subtexto é que háhoje uma instrumentalização políticaatravés da Lava Jato para fazer um cer-co a esquerda, um cerco ao PT e ao Lula.Não à toa, a movimentação por dentroda Lava Jato demonstrou, inclusive, queforam bloqueadas informações que le-variam ao Temer e ao Aécio [referindo-se ao fato que o juiz Sergio Moro inde-feriu 21 perguntas feitas pela defesa deEduardo Cunha a Temer]. Por isso, eunão acredito que as informações da JBSsejam uma conspiração com Curitibapara prender o Lula. Agora, o futuro detodo mundo que está envolvido nas in-vestigações é indeterminado. Isso por-que é um processo político sem um ob-jetivo pré-definido e trabalhando simul-taneamente com a legalidade e a exce-ção e, nesse roldão, pode ir muita gentejustamente e injustamente.

P - Mas você acredita que a investiga-ção judicial persegue uns e outrosnão?R - Eu tenho mantido uma posição deanálise em relação a essas questões. Éimpossível dizer o que é justo e o que émanipulação nessas investigações, namedida em que você tem processos quevem de exceção. Para ter uma análisefria e não partidarizada, é preciso olharapenas do ponto de vista político. As-sim sendo, eu acredito que há umadesestruturação da elite política tradi-cional e existe um processo deinstrumentalização da Justiça para aluta política. Quem vai ser o vencedor?