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CUSTOS EM LAVANDERIA HOSPITALAR E INDUSTRIAL.
Redução de custos com baixo investimento pode ser conseguido com
treinamento e remanejamento de pessoal, layout, novas rotinas de trabalho e
re-adequação da infra-estrutura.
O Custo está inversamente para produtividade e diretamente para preço,
atualmente o que se analisa é o menor custo total, que atenda as exigências de
qualidade e normativas da instituição.
O novo enfoque que devemos dar a este tema, é o do “Melhor Custo
Benefício”, que tem uma abrangência maior, no custo setorizado e/ou individu-
al, são levados em conta geralmente valores meramente monetários, e esta
visão prática, pode muitas vezes aumentar os custos indiretos em outros seto-
res da instituição elevando o custo final.
Para trabalharmos o melhor custo benefício, devemos investir no levan-
tamento dos custos reais do setor de lavanderia e de suas inter relações com
os demais serviços e setores da instituição.
Pode-se reduzir custos com baixo investimento, com algumas medi-
das práticas.
Um redutor de custos é a profissionalização, e isto pode ser feito de modo
prático e econômico solicitando-se ao fornecedor o treinamento de seus cola-
boradores periodicamente, do fornecedor de máquinas ou serviços de manu-
tenção treinamento sobre o uso correto dos equipamentos, do fornecedor de
produtos, treinamento sobre processos, rotinas e classificação e do fornecedor
de tecidos um treinamento sobre fibras, não podemos nos esquecer de que as
instituições podem negociar como qualquer cliente e na hora da aquisição dos
produtos, que muitas empresas já disponibilizam. Outros treinamentos podem
ser realizados dentro da instituição, pelo pessoal do RH, Segurança do Traba-
lho, SCIH, etc.
Tabela de exemplos de custos diretos e indiretos, fixos e variáveis:
Fixos Variáveis Tabela custos
Direto Indireto Direto Indireto
Funcionários da Produção. x
Funcionários de outras áreas. X
Manutenção de máquinas e inst. X
Manutenção de veículos. X
Gasto com água na produção x
Gasto com água de consumo x
Energia da produção x
Energia de iluminação x
Produtos consumidos na produção x
Materiais de Expediente, prod. e insumos X
Material de embalagem e expedição. x
Enxoval x
Combustível de veículos x
Impostos sobre faturamento x
Impostos e taxas diversos X
Alocação de despesas de outros setores
Manutenção interna X
Caldeiraria x
Segurança X
Higienização X
RH X
CND X
Rouparia X
Almoxarifado x
Aluguel proporcional p/ m² X
Para exemplificar a idéia de custo benefício, citaremos uma situação; processos que exi-
jam mais temperatura e tenham mais etapas, consumirão mais vapor e água, mesmo que o
produto tenha um menor valor por kg, devemos avaliar se o aumento do tempo de processo,
consumo de água e vapor e a durabilidade do enxoval, não irão aumentar nosso custo final.
O treinamento além de profissionalizar o funcionário, melhora sua alto es-
tima e traz benefícios a produção como aumento da produtividade, diminuição
do re-trabalho, redução da quebra de equipamentos, economia no uso de pro-
dutos, etc., e não podemos deixar de implantar controles e de ter uma supervi-
são constante, pois hábitos são difíceis de se mudar.
Atenção quando da aquisição do enxoval, trará economia a médio e longo
prazo, e podemos nos apoiar em normas técnicas para a aquisição do mesmo,
como é feita através da NBR 13734 da ABNT para tecidos de uso hospitalar,
estas normas nos garantem a origem, qualidade, resistência e comportamento
das fibras quando submetidas a determinadas situações e nos darão parâme-
tros para exigirmos de nossos fornecedores processos e produtos que garan-
tam a qualidade e durabilidade dos tecidos.
Em hospitais a evasão de roupas é preocupante e de difícil controle, mas
pode ser reduzido com controles comparativos simples e básicos de entrega e
coleta de roupas nos setores, colocação de informativo nos quartos comuni-
cando aos pacientes de que o enxoval é de propriedade do hospital e que não
é permitida a saída das roupas das dependências do mesmo, e determinar qual
é a real taxa de evasão de roupas, por controle interno na costura, almoxarifa-
do e rouparia.
Revisão do layout da lavanderia sempre que se pretender ou se adquirir
um novo equipamento para se averiguar, se a nova capacidade de produção
será absorvida nas etapas subseqüentes pelos equipamentos já instalados.
Muitas vezes compramos equipamentos para eliminarmos pontos de es-
trangulamento na produção, mas com isto ás vezes, criamos outros, uma boa
análise das rotinas pode resolver os pontos de estrangulamento como a revi-
são do fluxo de produção, mudança no processo, etc.
Processo de lavagem mais curto, pré-secar roupas que vão para as ca-
landras, abrir e selecionar os lençóis antes de calandrar retirando os mancha-
dos e rasgados, selecionar os mesmos por tipo de tecido, controlar a tempera-
tura e velocidade da calandra, aumentar a quantidade de roupas que necessi-
tam de retorno mais imediato aos setores dando mais tempo para se processar
as mesmas em momento mais oportuno, etc..
Instalações e infra-estruturas devem ser reavaliadas também sempre
que se adquirir novos equipamentos ou quando as instalações estão sub-
dimensionadas, é comum a compra dos maquinários e não haverem adequa-
ções no espaço físico, no sistema elétrico, vapor, hidráulico, exaustão e esgoto,
caso não haja a re-adequação da infraestrutura a nova capacidade produtiva
da lavanderia, o que poderá ocorrer, é que a instalação do novo equipamento
não corresponderá a um aumento esperado da produtividade. Podemos muitas
vezes melhorar o desempenho da capacidade produtiva já instalada, fornecen-
do o vapor na pressão e vazão adequadas, a água na pressão e vazão dimen-
sionada pelo fabricante, energia estável, sistema de exaustão eficiente e capa-
cidade de escoamento das águas bem dimensionadas.
Água este é um bem universal e cada vez mais raro e caro, por isto deve-
mos nos utilizar de certos artifícios, para a redução no consumo desta, como
processos que utilizem menos etapas de lavagem, reuso de forma adequada
da água dos processos, eliminar vazamentos, utilizar-se dos níveis corretos
nos equipamentos, reaproveitar a água das centrifugas para lavar chão e nos
vasos sanitários, etc.
Podemos reduzir o consumo de energia com estudo de fontes alternati-
vas viáveis, reavaliação dos contratos com as fornecedoras de energia, ade-
quação dos horários de trabalho com os de pico de consumo, redução dos
tempos de processo, substituição ou atualização das máquinas antigas de alto
consumo por equipamentos mais atuais e econômicos, logicamente para todas
estas sugestões devem ser feitos cálculos de custo benefício, para se averi-
guar o retorno do capital investido será a curto ou médio prazo.
Coleta seletiva de roupa em hospitais, é um bom redutor de custos e
aumento de produtividade, pois o processo leve custa duas vezes menos e é
duas vezes mais produtivo no lavar do que um processo pesado. A implanta-
ção da coleta seletiva de roupas deve ser feita nos setores internos dos hospi-
tais, para se reduzir a quantidade de roupas com sujidade pesada.
José Jasinski jr.
Gestor de Projetos, Serviços e Qualidade em Lavanderias.
Ctba, 17/04/2006.