análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

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Elizabeth Garcia Marçola RA 0411025 - 4ºD ANÁLISE DOS CUSTOS E DO PONTO DE EQUILÍBRIO EM UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR PÚBLICA. Itatiba 2002 Monografia apresentada à disciplina Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Administração da Unidade Acadêmica da Área de Ciências Gerenciais da Universidade São Francisco, sob orientação do Prof.º MS José Sergio Bressan e da Prof.ª DRª Ana Paula Fracalanza, como exigência parcial para conclusão do curso de administração.

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Page 1: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

Elizabeth Garcia Marçola

RA 0411025 - 4ºD

ANÁLISE DOS CUSTOS E DO PONTO DE EQUILÍBRIO EM

UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR PÚBLICA.

Itatiba

2002

Monografia apresentada à disciplina

Trabalho de Conclusão de Curso, do

Curso de Administração da Unidade

Acadêmica da Área de Ciências

Gerenciais da Universidade São

Francisco, sob orientação do Prof.º MS

José Sergio Bressan e da Prof.ª DRª

Ana Paula Fracalanza, como exigência

parcial para conclusão do curso de

administração.

Page 2: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

2

À minha mãe e à

Holgar Christian Herrgan.

Page 3: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

3

“Eu poderia viver recluso numa casca de noz e me considerar rei do

espaço infinito...” (Shakespeare, Hamlet, Ato 2, Cena 2.)

Page 4: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

4

AGRADECIMENTOS

A possibilidade de realização desta monografia aconteceu pelo envolvimento de

diversas pessoas atuantes no Curso de Administração da Universidade São Francisco e na

Santa Casa de Misericórdia de Itatiba. Em caráter especial gostaria de agradecer: aos Srs.

Benedito Netto e Marcelo R. A Netto, respectivamente provedor e mesário da Santa Casa de

Misericórdia de Itatiba, pela autorização para a execução deste projeto; à Profª. Ms. Márcia

Adriana da Silveira, pelo empenho para realizar a possibilidade de execução deste projeto; ao

Prof.º Ms. José Sérgio Bressan, pelas inúmeras orientações e sugestões e pelo meu

crescimento profissional; à Prof.ª Drª Ana Paula Fracalanza, pelo esforço para a estruturação

desta monografia e a minha colega Roseli Garcia Franco, pelo apoio na execução deste

projeto.

Page 5: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

5

SUMÁRIO

LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................................06

LISTA DE TABELAS..............................................................................................................07

RESUMO..................................................................................................................................08

I. INTRODUÇÃO....................................................................................................................09

II. CONSIDERAÇÕES SOBRE CONTROLADORIA ESPECIFICANDO A GESTÃO DOS

CUSTOS, O PONTO DE EQUILÍBRIO E TÓPICOS HOSPITALARES........................16

II.1. Controladoria...............................................................................................................16

II.2. Contabilidade de Custo................................................................................................21

II.3. Ponto de Equilíbrio......................................................................................................26

II.4. Alguns Tópicos na Gestão dos Custos Hospitalares....................................................30

III. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS CUSTOS E DO PONTO DE EQUILÍBRIO......33

III.1. Metodologia................................................................................................................33

III.2. Análise e Interpretação dos Dados Históricos............................................................34

III.3. Análise e Interpretação dos Dados de Janeiro/02 a Junho/02.....................................36

III.3.1. Análise Introdutória...........................................................................................37

III.3.2. Análise Global...................................................................................................41

III.3.3. Análise dos Setores Produtivos.........................................................................47

III.3.4. Análise das Receitas..........................................................................................52

III.3.5. Análise do Ponto de Equilíbrio, da Margem de Contribuição e do Grau de

Alavancagem........................................................................................................55

III.3.6. Propostas para Controle de Custos e para Determinar e Atingir o Ponto de

Equilíbrio por cada tipo de Serviço......................................................................63

III.3.7. Exemplo Aplicado para Redimensionamento dos Custos e para Atingir o PEFT

por cada tipo de Serviço.......................................................................................65

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................67

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

APÊNDICE

ANEXO

Page 6: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

6

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1. Despesas Operacionais Jan/02 a Mar/02............................................................38

GRÁFICO 2. Despesas Operacionais Abr/02 a Jun/02............................................................40

GRÁFICO 3. Evolução dos Custos Totais dos Serviços Jan/02 a Mar/02...............................44

GRÁFICO 4. Evolução dos Custos Totais dos Serviços Abr/02 a Jun/02...............................47

GRÁFICO 5. Particular (Receitas X Custos) Jan/02 a Mar/02................................................56

GRÁFICO 6. Particular (Receitas X Custos) Abr/02 a Jun/02.................................................57

GRÁFICO 7. Convênios (Receitas X Custos) Jan/02 a Mar/02...............................................58

GRÁFICO 8. Convênios (Receitas X Custos) Abr/02 a Jun/02...............................................59

GRÁFICO 9. SUS AIH (Receitas X Custos) Jan/02 a Mar/02.................................................60

GRÁFICO 10. SUS AIH (Receitas X Custos) Abr/02 a Jun/02...............................................61

GRÁFICO 11. SUS PS (Receitas X Custos) Jan/02 a Mar/02.................................................62

GRÁFICO 12. SUS PS (Receitas X Custos) Abr/02 a Jun/02..................................................63

Page 7: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

7

LISTA DE TABELAS

TABELA 1. Média (Jul/01 a Dez/01)......................................................................................34

TABELA 2. Evolução do Resultado Jul/01 a Dez/01...............................................................35

TABELA 3. Média (Jan/02 a Mar/02)......................................................................................37

TABELA 4. Evolução do Resultado Jan/02 a Mar/02..............................................................38

TABELA 5. Média (Abr/02 a Jun/02)......................................................................................39

TABELA 6. Evolução do Resultado Abr/02 a Jun/02..............................................................40

TABELA 7. Análise dos Serviços por Centro de Custos Jan/02 a Mar/02..............................42

TABELA 8. Análise dos Serviços por Centro de Custos Abr/02 a Jun/02...............................45

TABELA 9. Análise dos Serviços por Centro de Custos Jan/02 a Mar/02..............................49

TABELA 10. Análise dos Serviços por Centro de Custos Abr/02 a Jun/02.............................51

TABELA 11. Análise dos Serviços (Receitas x Custos) Jan/02 a Mar/02...............................53

TABELA 12. Análise dos Serviços (Receitas x Custos) Abr/02 a Jun/02...............................54

TABELA 13. P. E. Particular Jan/02 a Mar/02.........................................................................56

TABELA 14. P. E. Particular Abr/02 a Jun/02.........................................................................57

TABELA 15. P. E. Convênios Jan/02 a Mar/02.......................................................................58

TABELA 16. P. E. Convênios Abr/02 a Jun/02.......................................................................59

TABELA 17. P. E. SUS AIH Jan/02 a Mar/02.........................................................................60

TABELA 18. P. E. SUS AIH Abr/02 a Jun/02.........................................................................61

TABELA 19. P. E. SUS PS/AMB. Jan/02 a Mar/02................................................................62

TABELA 20. P. E. SUS PS/AMB. Abr/02 a Jun/02................................................................63

Page 8: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

8

MARÇOLA, Elizabeth Garcia. Análise dos Custos e do Ponto de Equilíbrio em uma

Instituição Hospitalar Pública. 2002. 69f. Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso) –

Curso de Administração do Centro de Ciências Gerenciais da Universidade São Francisco,

Itatiba.

RESUMO

Esta monografia objetiva analisar os Custos e o Ponto de Equilíbrio em uma Instituição

Hospitalar Pública, a Santa Casa de Misericórdia de Itatiba. Esta instituição apresenta uma

situação financeira desfavorável, tendo como conseqüência receitas menores que os custos.

Para concretizar seu objetivo, esta monografia norteou-se pelo domínio da Controladoria,

especificando a Contabilidade de Custos, com os métodos de Custeio por Absorção e

Departamentalização, e o Custo-Volume-Lucro, com os métodos de Margem de Contribuição,

Margem de Segurança, Ponto de Equilíbrio e Grau de Alavancagem. Procedeu-se a

verificação da estrutura física/organizacional, o levantamento de dados financeiros e

entrevistas diretas com responsáveis por cada área da instituição. Na finalização do trabalho

destaca-se, nas alternativas apresentadas, a importância da adoção de um conjunto de medidas

que envolve a necessidade dos integrantes da Santa Casa de Misericórdia de Itatiba

compreenderem a realidade da instituição em relação ao custo e suas implicações no ponto de

equilíbrio dos serviços da instituição, a partir da implementação de relatórios gerenciais, com

controle de custos e ponto de equilíbrio, para servir como base em tomadas de decisões.

Palavras-chave: Custo, Ponto de Equilíbrio, Área Hospitalar.

Page 9: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

9

I. INTRODUÇÃO

Com o passar dos anos após a Revolução Industrial, onde se fez necessário especificar a

administração financeira dentro das empresas, muitas atividades se agregaram ao papel da

função administração financeira nas empresas deixando indiscutível sua importância.

Basicamente, trata-se da atuação das atividades de planejamento, organização, coordenação,

comando e controle dos recursos movimentados em todas as áreas dentro das organizações de

qualquer tamanho, tipo e ramo de atividade que creditam e aplicam recursos visando o lucro.

O papel da função administração financeira é complexo, pois além de atuar nas funções

básicas relacionadas com liquidez, investimentos, recursos financeiros e demonstrações

financeiras, também atua nas decisões estratégicas da empresa e na gestão de pessoas com

conflitos de interesses no ambiente interno e externo da empresa.

Algumas mudanças externas, ao longo do tempo, afetaram a administração financeira

pois as operações e os cálculos que antes levavam horas para serem concluídos, são realizados

rapidamente com o uso da tecnologia de informação. Todavia, ainda são estritamente

necessários a interpretação e conseqüentemente o domínio das operações e dos cálculos, onde

o administrador financeiro poderá mostrar seu potencial dentro da empresa.

Segundo Rose (1997), a atuação da administração financeira se dá nas áreas

operacionais, estratégicas e de riscos operacionais e financeiros onde as decisões tomadas nas

funções contábeis e financeiras de todas as áreas influenciam entre si seus resultados. E,

complementado com a visão de Johnson (1973), o administrador financeiro, além de uma boa

base contábil/financeira, tem que desempenhar tarefas não relacionadas à sua atividade.

Deste modo, o papel da função administração financeira é de controlar o fluxo dos

fundos de forma que mantenha a capacidade da empresa de cumprir com suas obrigações,

evidenciada pela liquidez da empresa; e, aumente sua rentabilidade, com lucros para poderem

ser distribuídos aos proprietários e aplicados na própria empresa.

Alguns fatores influenciam na manutenção da liquidez, como a organização e controle

das disponibilidades, contas a pagar e receber, já que sem isto não se projeta um fluxo de

caixa real e nem futuro, sendo que com as contas sanadas em dia o relacionamento e a visão

de parte dos elementos do ambiente externo no qual esta empresa atua serão melhores.

Devendo manter o equilíbrio entre segurança e investimento e tendo que em todos os

tipos de aplicações propiciar a geração de lucro com uma constante avaliação dos mesmos e

na normalidade da falta de recursos financeiros nas empresas em determinados períodos, tem-

Page 10: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

10

se como necessidade a análise do mercado com suas devidas opções e a determinação do

custo dos recursos para efetuar a melhor decisão. E, na análise de Johnson (1973), o

administrador financeiro planeja as necessidades, levanta as sendo responsável pela eficácia

dos recursos.

Tendo também a responsabilidade sobre as demonstrações financeiras, que medem o

lucro obtido na empresa traduzindo sua rentabilidade, não fogem da regra de organização.

Contudo, para se tornarem viáveis, têm que ser interpretadas fazendo parte do planejamento e

tomadas de decisões internas e externas.

Além disso, a avaliação financeira das estratégias da empresa, como uma possibilidade

de novo projeto, deve demonstrar se a estratégia é viável e oportuna tornando seu resultado

base indispensável na tomada de decisão.

Segundo Rose (1997), deve-se estabelecer critérios para determinar os níveis de

investimento de capital e endividamento e em relação à estratégia. Esses critérios devem

avaliar se o nível de faturamento justifica o risco, verificar a importância do nível do critério

financeiro sobre as operações da empresa e priorizar o acionista.

E ainda, os conflitos dos grupos dos ambientes internos e externos, no quais a empresa

atua, influenciam na administração financeira. Contudo, não existe um modelo ético na gestão

de pessoas que possa ser aplicado a todas as organizações atendendo ao objetivo do

administrador financeiro na empresa. No entanto, na opinião de Rose (1997), “...a

responsabilidade da função financeira de buscar a maximização dos ganhos dos acionistas não

significa que os administradores tenham que agir de tal forma que os isente de considerações

éticas ou de simples correção...”.

Conforme explanado, podemos admitir que o papel da função administração financeira

nas empresas torna-se complexo pela diversidade de funções que influenciam na saúde

financeira da empresa e servem como base para tomada de decisões importantes que ajudam

na competitividade da empresa no mercado. Entretanto, classicamente, a administração

financeira divide suas funções entre as áreas de tesouraria e controladoria; é evidente que

estas áreas se complementam e influenciam seus resultados entre si.

Assim, podemos dizer que a tesouraria está mais voltada para a manutenção da liquidez

da empresa com atividades basicamente relacionadas a contas a pagar e a receber, caixa,

bancos e planejamento do fluxo de caixa; e a área de controladoria está mais relacionada à

rentabilidade que busca otimizar o resultado da empresa, com o controle, planejamento e

análise dos recursos da organização, trabalhando para demonstrar, através de relatórios e

análises, as causas dos problemas enfrentados pela organização, facilitando o processo

Page 11: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

11

decisório na empresa. Portanto, suas atividades primeiramente estarão mais relacionadas ao

balanço patrimonial, demonstrativo de resultado, planejamento orçamentário e controle dos

custos.

Com a evolução da administração financeira, é intrigante, na realidade brasileira atual, a

situação que alguns hospitais enfrentam, onde não são vistos e nem administrados como

empresas. Assim, não são transformados para gerarem informações que atendam às

necessidades das instituições e para se manterem e concorrerem no mercado atual. Na opinião

de Lima-Gonçalves e Aché (1999, p.84), o hospital precisa ser administrado de maneira

profissional-empresarial para que possa ser bem-sucedido.

A situação acima pode ser um pouco esclarecida pelo fato histórico, na evolução dos

hospitais, de que “até a Segunda metade do século XX, os hospitais foram construídos, salvo

raras exceções, sem qualquer planejamento, tendo em vista apenas as necessidades

comunitárias de subsistência” (Mirshawka apud Sacramento, 2000).

Dentro deste contexto, não podemos considerar a estrutura hospitalar um esquema

simples de ser gerido com eficiência e eficácia, uma vez que forma-se a partir de uma união

de atividades que administradas independentemente, no mínimo, teriam que ser empresas

auto-sustentáveis. Nesse sentido, existem hospitais terceirizando essas atividades como, por

exemplo, os exames realizados no cliente-paciente1. No entanto, outras atividades podem

entrar neste esquema, como o restaurante e a farmácia.

Norteando que, esta monografia está inserida na administração financeira,

especificamente na controladoria, visando uma análise dos custos e do ponto de equilíbrio em

uma instituição hospitalar pública, a Santa Casa de Misericórdia de Itatiba.

Para se ter uma visão geral desta instituição hospitalar, apresenta-se sua história2 e

caracterização.

A palavra HOSPITAL tem sua origem no latim Hospitale: relativo a hóspede e

hospitalidade, sendo um adjetivo neutro substantivado de Hospitalis Domus (casa que

hospeda). O termo aparece pela primeira vez em português no século XVI, provavelmente por

influência do francês Hôpital, datado do século XII. Na Idade Media, o catolicismo é o mais

importante elemento gerador de hospitais por toda a Europa.

No Brasil, os primeiros hospitais foram as Santas Casas de Misericórdia (origem em

Portugal) construídas no século XVI, estas Santas Casas de Misericórdias se multiplicaram

1 Cliente-Paciente: Palavra de transição dos novos paradigmas, onde o paciente do hospital tem que ser

considerado como cliente da empresa. 2 Fonte: Materiais de apresentação da Santa Casa de Misericórdia de Itatiba.

Page 12: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

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pelas cidades de maior destaque, instalando em cada uma seu hospital, chamado “Santa Casa

de Misericórdia”, onde buscavam cumprir as propostas de seu compromisso, realizando as

mais variadas formas de assistência social possíveis na época, dedicando-se a saúde,

educação, amparo à velhice, a infância desvalida, a recuperação de prostitutas, a alimentação

de presos e miseráveis, a profissionalização de jovens e muito mais.

A cidade de Itatiba, fundada em 1804 e emancipada politicamente em 1857 carecia de

hospital estabelecido dentro das normas exigidas pelo progresso da época. Nasceu assim a

Santa de Misericórdia de Itatiba (SCMI), fundada em 01 de janeiro de 1899. A assembléia de

fundação elegeu provisoriamente uma diretoria, sendo sua diretoria definitiva eleita em 07 de

maio de 1899.

A Santa Casa de Misericórdia de Itatiba foi instalada primitivamente num prédio

alugado, situado na Rua da Ponte, nº 42 e 43. Somente em 20 de junho de 1901 é que a Santa

Casa de Misericórdia de Itatiba adquiriu os referidos edifícios, com verba advinda de

substanciais donativos dos fazendeiros locais.

A cidade prosperou mais ainda no primeiro quarto do século XX e a demanda por

serviços e instalações médicas mais adequadas cresceu. Com isso, o Dr. Luiz de Mattos

Pimenta procurou sensibilizar a população quanto à necessidade de uma modernização do

hospital; e, em 18 de dezembro de 1921, foi escolhido o terreno, localizado no início da

Avenida da Saudade.

Atualmente, a Santa Casa de Misericórdia de Itatiba está ampliando seus serviços, com

instalação de novos equipamentos, destacando-se o serviço de tomografia. Com colaborações,

a Santa Casa está tendo seu edifício antigo restaurado com pesquisa histórica detalhada.

Sua missão é prestar assistência à comunidade, promovendo a saúde com qualidade,

visando o ser humano, tanto físico como emocional. A Santa Casa de Misericórdia de Itatiba

procura ser um motivo de orgulho em Itatiba e região, ser auto-sustentável, com excelência

em qualidade.

A Santa Casa de Misericórdia de Itatiba localiza-se na Av. das Saudades s/n, no centro

da cidade de Itatiba-SP, sendo uma instituição pública filantrópica, beneficente, sem fins

lucrativos, com recebimento de subvenções.

Por ser uma entidade filantrópica, a instituição é isenta dos impostos relacionados ao

patrimônio (cota patronal do INSS), porém não é isenta dos impostos empregatícios.

A entidade sem fins lucrativos também pode gerar lucro devendo este ser reinvestido

integralmente à instituição.

Page 13: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

13

Segundo Almeida (1987, P.51),

A Santa Casa de Misericórdia de Itatiba tem como ramo de atividade os serviços

médicos hospitalares, sendo o seu principal serviço o atendimento médico hospitalar,

atendendo a cidade de Itatiba e cidades vizinhas. Seu faturamento mensal aproximado é de

R$250.000,00.

Os principais fornecedores da entidade são os Laboratórios farmacêuticos e Equipos

hospitalares (equipamentos hospitalares).

A instituição possui aproximadamente 300 funcionários remunerados, incluindo

terceirizados, estruturados conforme organograma em ANEXO I.

Sendo que, a instituição não remunera os membros da diretoria e órgãos consultivos,

como a pastoral da saúde e a mesa administrativa que é composta por um provedor, um vice-

provedor, um 1º secretário, um 2º secretário, um 1º tesoureiro, um 2º tesoureiro, um 1º

conselheiro jurídico, um 2º conselheiro jurídico, sete mesários, três conselheiros fiscais e três

superiores conselheiros fiscais (ver. ANEXO I).

Com relação ao atendimento pelo SUS (Serviço Único de Saúde), não existe outro

hospital em Itatiba prestando este serviço; e com relação ao atendimento por convênios e

atendimento particular, há o hospital Sírio Libanês e o Centro Médico de Itatiba como

concorrentes.

Seus aspectos legais são relacionados ao SUS. Assim, compete ao município a gestão

do sistema com o exercício das funções de coordenação, articulação, negociação,

planejamento, acompanhamento, controle, avaliação e auditoria seguindo as normas do

Ministério da Saúde e com a participação do Estado em caráter complementar. (SÃO PAULO

(Estado), Secretaria da Saúde, Nov./2000).

A instituição, como descrita anteriormente, se caracteriza por ser uma instituição

hospitalar filantrópica.

Por esta classificação, um fator se destaca: a obrigatoriedade no atendimento do SUS

(Sistema Único de Saúde) com um percentual mínimo de 60%. Desta maneira, o percentual

“A diferença entre empresas hospitalares com fins lucrativos e sem

esta finalidade reside no fato de que a performance da

administração das primeiras é avaliada pela capacidade de

remunerar a uma taxa ótima o capital investido, embora imbuídas

do objetivo social inerente a todos os hospitais. Quanto às segundas,

procuram manter os serviços dentro dos padrões razoáveis na

comunidade, sem a preocupação de remunerar o capital investido,

mas desejando um crescimento satisfatório para a melhora dos

serviços e atender a demanda crescente da comunidade.”

Page 14: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

14

máximo de atendimento que pode ser realizado por convênios e particular é de 40%.

Atualmente, a instituição tem um percentual de atendimento do SUS superior a 60%.

Os custos do atendimento do SUS são calculados mensalmente pela instituição,

percorrendo a partir deste cálculo um caminho, desde um órgão chamado UAC (Unidade de

Avaliação e Controle), passando pela DIR (Direção Regional) em Campinas até chegar ao

Ministério da Saúde, responsável pela liberação do pagamento.

Financeiramente, a instituição enfrenta um desconhecimento dos problemas e causas

que geram uma situação desfavorável, tendo como conseqüência receitas menores que os

custos. Contudo, a instituição não possui relatórios que sirvam como base para tomadas de

decisão nesta situação. Assim sendo, a diretoria administrativa aprovou uma pesquisa

diagnóstica e de soluções para a averiguação da real situação enfrentada e as alternativas

viáveis.

Quais são os problemas e causas em relação ao custo e ponto de equilíbrio da Santa

Casa de Misericórdia de Itatiba que impedem um melhor desempenho financeiro e suas

possíveis soluções?

Devido à situação problemática, a monografia tem o seguinte objetivo: Avaliar através

de um diagnóstico dos custos e do ponto de equilíbrio a situação financeira da instituição com

apresentação de alternativas para otimizá-la.

Algumas metas intermediárias devem ser executadas, no decorrer da monografia, para

obtenção do objetivo acima, a saber:

Verificar a estrutura física organizacional da instituição fazendo um estudo setorial.

Entrevistar, diretamente, os principais responsáveis pela área financeira, para

compreensão do método de trabalho executado pela instituição ao longo dos anos.

Analisar retrospectivamente as demonstrações financeiras e relatórios gerenciais

existentes.

Realizar reuniões para esclarecimentos, divulgação dos dados e ações com os

responsáveis pela instituição, área financeira e pela monografia.

Coletar dados sobre as receitas, os custos fixos e os custos variáveis da instituição de

um período determinado.

Analisar os dados sobre os custos fixos e variáveis, inclusive seus critérios de

avaliação e o ponto de equilíbrio da instituição.

Verificar a utilização das informações sobre custos para formação dos preços dos

serviços.

Avaliar a margem de contribuição de cada área para a formação do custo e da receita.

Page 15: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

15

Levantar bibliografias para fundamentação das alternativas que poderão ser propostas

para resolução dos problemas ou aperfeiçoamento dos sistemas em vigor.

De acordo com a situação problemática da instituição e os objetivos da monografia,

apresentam-se, a seguir, a importância, a oportunidade e a viabilidade desta monografia.

Esta monografia é importante porque trará uma análise para a diretora da instituição

sobre a situação financeira em relação aos custos com o levantamento do ponto de equilíbrio

(contábil e financeiro) e possíveis alternativas para uma gestão mais viável dos recursos

financeiros.

Sendo também oportuna porque atualmente falta um diagnóstico financeiro para

detecção do início dos problemas em relação aos custos e o ponto de equilíbrio e viável pois

se possuí aprovação da diretoria administrativa para execução do projeto e sua divulgação aos

funcionários administrativos da instituição, com sua estrutura física disponível e acesso aos

dados financeiros necessários liberados.

No mérito acadêmico, esta monografia é importante para o aprimoramento na área

financeira, sendo oportuna pela especificação em controladoria, trabalhando a análise dos

custos e do ponto de equilíbrio em instituição hospitalar com atendimento público, por

convênios e particulares e viável pois se aprofunda em um nicho de mercado pouco estudado

na academia.

Page 16: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

16

II. CONSIDERAÇÕES SOBRE CONTROLADORIA

ESPECIFICANDO A GESTÃO DOS CUSTOS, O PONTO DE

EQUILÍBRIO E TÓPICOS HOSPITALARES

Para consolidar o objetivo desta monografia, orientado pela situação problemática,

apresentar-se-á, neste momento, o domínio da Controladoria especificando melhor a

Contabilidade de Custos, o Ponto de Equilíbrio e alguns tópicos na gestão dos custos

hospitalares.

II.1. Controladoria

Nos dias atuais, existem mudanças no âmbito de: concorrência cada dia mais acirrada;

questões financeiras (problemas ou oportunidades) mais complexas; mudanças gerenciais e

tecnológicas. As atividades da Controladoria com a atuação do controller3 aumentaram,

como: analisar negócios a médio e longo prazos; pesquisar, selecionar, criar e recomendar

estratégias e alternativas para processo de tomada de decisão; e instalar e manter sistemas de

informação. Estas atividades vão além de um registro histórico e da elaboração de relatórios

que comparam os valores planejados e realizados.

Para muitos autores, o objetivo da Controladoria é resumidamente o mesmo da empresa,

o lucro. Podemos considerar esse aspecto, pois a Controladoria necessita que a missão, as

metas e a visão da empresa estejam claras e precisas para que não fuja desses pontos nas

ações diárias e no planejamento estratégico. Catelli (1999) especifica os objetivos da

Controladoria como sendo de promover a eficácia, viabilizar a gestão e integrar as áreas.

Em um princípio amplo, a função da Controladoria está relacionada ao planejamento,

organização, execução, controle, acompanhamento e informação. Pode-se dizer que a

Controladoria possui a responsabilidade sobre a Contabilidade de Custos, porém não

restringe-se a esse ramo das ciências contábeis.

3 Profissional que trabalha na área de controladoria.

Page 17: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

17

Segundo Kanitz apud Perez Junior, Pestana e Franco (1997, p.36),

Uma grande questão da Controladoria é o assessoramento à administração da empresa

para o processo decisório. Quando se faz uma contabilidade de dados, mais flexível, que supra

a administração da empresa com informações mais claras para serem utilizadas na tomada de

decisão, trata-se da Contabilidade Gerencial.

Segundo o comitê da American Accounting Association apud Nakagawa (1993), a

Contabilidade Gerencial é a aplicação de técnicas e conceitos que auxiliam a administração a

estabelecer planos, objetivos econômicos razoáveis e tomar decisões racionais para atingirem

seus objetivos.

Conforme citado na introdução desta monografia, as atividades da Controladoria

primeiramente estarão mais relacionadas ao Balanço Patrimonial, Demonstrativo de

Resultado, planejamento orçamentário e controle dos custos. Essas informações são utilizadas

como base para a análise e interpretação da situação financeira de qualquer empresa.

Esclarecendo um pouco sobre os instrumentos citados, o planejamento e o controle

orçamentário consistem em uma previsão que planeja, orça e controla as atividades

financeiras da empresa. É um instrumento muito adequado para um planejamento mais

seguro. O planejamento pode ser realizado para o período contábil de curto prazo ou longo

prazo. Os relatórios e os formulários devem ser confeccionados de maneira que facilite a

compreensão dos objetivos das áreas da empresa por parte das pessoas da instituição

receptoras deste orçamento. Conforme Campiglia (1993), o orçamento objetiva as metas de

todas as áreas da empresa, citadas como meta de venda, meta de produção, meta do lucro e

meta financeira.

Quanto ao Balanço Patrimonial, é um instrumento contábil que demonstra a situação

financeira e do patrimônio da empresa em determinado período, apresentado com uma

estrutura padronizada e legalmente instituída. A seguir, modelo básico explicativo:

“As funções da controladoria podem ser resumidas como:

Informação – compreende os sistemas contábeis- financeiros e gerenciais.

Motivação – os efeitos dos sistemas de controle sobre o comportamento.

Coordenação visa centralizar informação com vistas na aceitação dos planos. O

controller toma conhecimento de eventuais inconsistências dentro da empresa

e assessora a direção sugerindo soluções.

Avaliação – interpreta fatos, informações e relatórios, avaliando os resultados

por área de responsabilidade, processo, por atividades.

Planejamento – assessora a direção da empresa na determinação e mensuração

dos planos e objetivos.

Acompanhamento - verifica e controla a evolução e o desempenho dos planos

traçados a fim de corrigir e revisá-los.”

Page 18: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

18

BALANÇO PATRIMONIAL

ATIVO

(bens e direitos)

PASSIVO

(obrigações e patrimônio líquido)

ATIVO CIRCULANTE (AC)

(disponível, créditos e estoques)

PASSIVO CIRCULANTE (PC)

(exigível a curto prazo)

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO (RLP)

(aplicações recuperáveis a longo prazo)

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO (ELP)

(obrigações a pagar a longo prazo)

ATIVO PERMANENTE (AP)

(imobilizado)

PATRIMONIO LÍQUIDO (PL)

(aplicação dos sócios na empresa)

ATIVO TOTAL (AT)

(AC+RLP+AP)

PASSIVO TOTAL (PT)

(PC+ELP+PL)

É também muito utilizado pela Controladoria, o Demonstrativo de Resultado (DRE) da

empresa, que obtém o resultado pela diferença entre receita (valor gerado pela empresa) e

despesa (valor gasto pela empresa para gerar a receita). Quando esta diferença é positiva, a

empresa gerou lucro, porém, quando é negativa, ela gerou prejuízo. A seguir, um exemplo

ilustrativo:

Com relação ao processo de análise realizado na Controladoria, alguns instrumentos são

importantes e auxiliam nas interpretações que, quando concluídas, servem de base para

tomada de decisão financeira e conhecimento pois demonstram o âmbito geral da instituição.

Esses instrumentos do processo de análise são: análise horizontal, análise vertical e análise

através de índices.

Todos esses instrumentos complementam o processo de análise que é realizado com

informações do Balanço Patrimonial e no Demonstrativo de Resultado da empresa.

Obviamente, todos esses tipos de análises têm que ser feitos em conjunto para servirem como

um apoio preciso na tomada de decisão por parte da Controladoria, para atingir objetivos

DRE

Receita Bruta

(-) Impostos sobre receitas

= Receita líquida de vendas

(-) Custos dos serviços/produtos

= Resultado Bruto

(-) Despesas com vendas

(-) Despesas administrativas

(-) Despesas financeiras

= Resultado operacional

(+/ -) Correções monetárias

= Resultado antes do IR (LAIR)

(-) Provisão do IR

= Lucro ou Prejuízo (Lucro Líquido - LL)

Page 19: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

19

como: avaliar o desempenho, ajudar no planejamento, indicar a tendência da empresa e dar

base para ações corretivas.

As informações geradas desta análise podem ser utilizadas para diferentes fins, tanto

internamente, como externamente, por exemplo, pelos diretores da empresa, pelos sócios,

pelos fornecedores, dentre outros.

Neste processo de análise é necessária a confiabilidade dos dados dos balanços

patrimoniais e demonstrativos de resultados; a auditoria nesses instrumentos pode trazer essa

confiabilidade maior.

Para o cumprimento de uma condição para o processo de análise existe um ajuste de

contas (reclassificação) a ser realizado. Por exemplo, a conta conhecida na contabilidade

como Duplicatas Descontas que é apresentada no Balanço Patrimonial diminuindo o ativo

circulante passa para o passivo circulante como uma conta positiva; e, as Receitas e Despesas

Financeiras no Demonstrativo de Resultado estarão sempre após o Resultado Operacional.

A análise horizontal demonstra evolução dos resultados de cada conta no período

analisado, onde determina se as oscilações no período foram ou não benéficas para a empresa.

No conceito geral, esta análise apresenta seus resultados por índices e tem como base 100 o

primeiro período.

A análise vertical tem o objetivo de demonstrar o quanto cada conta, representa em

percentual, no conjunto. No Balanço Patrimonial da Empresa esta análise apresenta a

estrutura de fontes e aplicações e na Demonstração de Resultado mostra-se o quanto cada

item participa do lucro diminuindo ou aumentando. Nesta análise, as bases de 100% são: o

Ativo Total (AT), o Passivo Total (PT) e as Vendas Líquidas.

A análise através de índices permite avaliar a situação financeira em diversos

parâmetros. Muitas vezes são utilizados para determinação da estratégia empresarial onde

determina-se o nível que esses índices devem ter para que possa ser atingido o objetivo da

empresa.

Dentre esta análise estão:

Índice de Liquidez: Indica a capacidade de pagamento da empresa, dentre o

curto e longo prazo.

Para determinar se a empresa possui recursos suficientes para pagar suas dívidas

de curto e longo prazo, utiliza-se a fórmula: Liquidez Geral =

AC+RLP/PC+ELP.

No caso da capacidade de pagamento a curto prazo, a fórmula empregada é a da

Liquidez Corrente = AC/PC.

Page 20: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

20

E para saber a capacidade da empresa em um prazo ainda mais curto do que o da

Liquidez Corrente, utiliza-se a fórmula da Liquidez Seca = Disponíveis

(Caixa+Bancos)+Contas a receber/PC.

Índice de Estrutura Patrimonial: Indica o nível de endividamento da empresa.

Nesta comparação estão:

A relação entre as dívidas com terceiros e o patrimônio líquido da

empresa, com a seguinte fórmula: Participação de capital de Terceiros =

PC+ELP/PL;

A Composição do Endividamento = PC/PC+ELP, que é um índice que

apresenta a porcentagem (%) de dívida a curto prazo sobre o total do

endividamento da empresa;

O índice de Endividamento Geral = PC+ELP/AC+RLP+AP, onde

demonstra-se em quantos % o ativo da empresa está financiado por

terceiros.

Retorno do Investimento “Du pont”: Mede o retorno econômico da empresa

entre o Resultado Operacional, levantado pela DRE, versus o investimento no

Ativo Total, levantado pelo BP.

O retorno do investimento é conhecido pela fórmula: Fórmula A x Fórmula B,

sendo: A = Lucro Operacional/Vendas Líquidas e B = Vendas Líquidas/Ativo

Total Médio.

Retorno do Patrimônio Líquido “Du pont modificada”: Mede o retorno do

capital empregado no PL, entre o Resultado Operacional, levantado pela DRE

versus o capital aplicado no PL, levantado pelo BP. Aplicado pela fórmula:

Fórmula A x Formula B / Fórmula C, sendo: A = LAIR/Vendas Líquidas, B =

Vendas Líquidas/Ativo Médio e C = PL Médio/Ativo Total Médio.

Apesar da limitação de comparação entre contas destes instrumentos de análise

apresentados, as diversas autoridades da área não desconsideram esses instrumentos por

demonstrarem a empresa num panorama geral.

O controller envolve-se em todos esses importantes assuntos apresentados até o

momento que geram informações de qualidade para a tomada de decisão. A Contabilidade de

Custos, sub-título que será apresentado a seguir, é um tópico que auxilia o controller pois é

suporte para a avaliação do desempenho da empresa e permite um controle melhor das ações

que deverão ser realizadas a curto e longo prazos.

Page 21: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

21

II.1.1. Contabilidade de Custos

Na procura de identificar o valor dos produtos fabricados/vendidos e com o aumento da

complexidade, através dos tempos, dos métodos aplicados nas empresas, especifica-se a

Contabilidade de Custos.

As informações de custos são um grande subsídio para o controle e planejamento

empresarial, indicando o desempenho da empresa. Por esta razão permite-se mencionar que a

Contabilidade de Custos caminha junta com a Contabilidade Gerencial.

A Contabilidade de Custos determina, mede e relata os gastos ocorridos para aquisição

de produtos/serviços que permitem saber qual é e será o Ponto de Equilíbrio entre a produção

e as vendas. Assim, consegue-se definir metas de vendas, despesas e o resultado esperado ao

final do período. Pode-se visualizar esses resultados na DRE da empresa.

Claramente, percebe-se que com as mudanças tecnológicas através dos sistemas de

informática, quando bem utilizados, agiliza-se a mensuração dos custos, a determinação do

Ponto de Equilíbrio e também a eliminação de atividades duplicadas que oneram o

produto/serviço ou, contemporaneamente, não agregam valor ao produto/serviço.

Partindo de vários pontos de vistas nas autoridades da área, a Contabilidade de Custos

possuí algumas terminologias próprias, tais como:

Gasto é o sacrifício financeiro que a entidade arca para obtenção de um produto

ou serviço qualquer; Custo é o gasto relativo a um bem ou serviço utilizado na

produção de outros bens ou serviços e Despesa é o bem ou serviço consumido

direta ou indiretamente para a obtenção de receitas (Martins apud Ching, 2001).

Custo é um sacrifício de recursos e Despesa é o custo lançado contra receita do

período contábil determinado (Maher, 2001).

Desembolso é o pagamento resultante das aquisições dos bens e serviços.

Perda é o valor dos bens ou serviços consumidos de forma anormal e

involuntária e o Desperdício é um consumo intencional, que não foi direcionado

à produção de um bem ou serviço.

Existem autores que consideram que a Contabilidade de Custos enfatiza o custo e não a

despesa, como Maher (2001). Porém, outros autores acreditam que, para uma gestão

estratégica dos custos, as despesas também podem ser consideradas despesas fixas e variáveis

e podem ser apropriadas de forma direta ou indireta na Contabilidade de Custos como Martins

apud Ching (2001) e Perez Junior, Oliveira e Costa (1999).

Page 22: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

22

Na Contabilidade de Custos há classificações entre o nível de identificação do custo ao

item que se quer custear, podendo ser os custos: Direto, quando identificam-se e são

apropriados diretamente ao objeto de custo4; e Indireto, quando necessitam de um parâmetro

para serem apropriados ao objeto de custo (forma subjetiva por critérios de rateio5). Assim, o

Custo Total é a somatória dos diretos e indiretos.

Quanto aos custos em relação ao volume, podem ser: Fixos, quando os valores são os

mesmos, qualquer que seja o volume da empresa; Variáveis, quando alteram em função do

volume de produção da empresa; Semi-Variável (Misto), quando variam com o nível de

produção mas tendo uma parcela fixa que existe mesmo que não haja produção; e Semi-Fixo

(Em Degraus), quando o custo aumenta em determinados níveis quando o volume aumenta.

A ilustração a seguir demonstra essa relação custo/volume:

Legenda: Fixo Variável Semi-Variável Semi-Fixo

A partir de então, pode-se considerar, basicamente, nesta monografia que o custo

variável irá variar de acordo com o volume de produção e o chamado custo fixo será

Custo/Despesa da estrutura da empresa que apenas irá variar se a capacidade da empresa

aumentar ou diminuir e manterá mesmo se a empresa não produzir nada no período.

Com o entendimento global do sistema e situação da empresa e conhecimento

específico financeiro, pode-se definir o sistema de custo que melhor acompanhe os objetivos

da empresa. Estes chamados sistemas de custos que serão citados a seguir servem para a

empresa como base para apuração do resultado, controle dos custos que ajudam a entender a

realidade da empresa permitindo, assim, um melhor planejamento tanto a curto como a longo

prazos.

4 Objeto de custo: É o item que se quer custear, podendo ser um produto, um serviço, um departamento, etc.

5 Critério de Rateio: Base utilizada para distribuição dos custos.

Custo ($)

Volume (Qtd)

Page 23: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

23

Existem várias técnicas para apuração dos custos na empresa. Dentre essas técnicas, que

serão explanadas no decorrer desta revisão bibliográfica, estão: a Departamentalização, o

Custeio por Absorção ou Total, o Custeio Variável ou Direto e o Custeio Baseado em

Atividade (ABC). Deve-se ressaltar que o custeio direto e o custeio por absorção são sistemas

de custeio clássicos na Contabilidade de Custos.

Para ter maior controle dos departamentos dividem-se os custos indiretos para os

departamentos, o que é chamado de Departamentalização. A departamentalização facilita na

análise dos custos de qualquer empresa.

Os departamentos são divididos em aqueles que alteram diretamente o produto,

departamentos produtivos e os de serviços (apoio) que executam serviços que não são de

atuação direta sobre os mesmos.

Na departamentalização determina-se o centro de custos6 da empresa, onde um

departamento não necessariamente tem que ser o centro de custo. Os centros de custos são

determinados para alocar melhor os gastos incorridos na área e para alocar essas despesas

utilizam-se direcionadores de custos, como critérios de rateio dos custos indiretos, para uma

futura distribuição a outros centros de custos e/ou aos produtos/serviços.

Os custos dos departamentos produtivos são apropriados diretamente ao produto/serviço

em contrapartida, e os custos dos departamentos de serviço (apoio ou não produtivos) devem

ser rateados (incorporados) proporcionalmente aos departamentos produtivos e somente

depois disso os custos são apropriados aos produtos/serviços.

De acordo com Silva e Brandão (2002), em um primeiro estágio, a alocação dos custos

indiretos têm uma relação direta com os respectivos centros de custos; e em um segundo

estágio, a alocação dos custos dos centros de custos aos produtos e serviços é realizada

utilizando como medida de rateio, direcionadores de custos, tais como mão-de-obra direta,

horas/máquinas, custos da matéria-prima e outros, que podem apresentar uma considerável

distorção da realidade.

O Custeio por Absorção ou Total está de acordo com os princípios fundamentais da

contabilidade. Ele apropria todos os custos de produção aos bens/serviços produzidos

buscando adicionar ao custo de produção os custos realmente incorridos. Seus custos são

classificados em diretos e indiretos. Este custeio faz o rateio de todos os custos entre todos os

produtos/serviços, não observando-se para tanto se o custo é direto, indireto, variável, semi-

variável ou fixo.

6 Centro de Custos: Menor fração de atividade ou área de responsabilidade para a qual é feita a acumulação de

custos.

Page 24: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

24

A seguir, exemplo de DRE pelo Custeio por Absorção ou Total:

O Custeio por Absorção ou Total tem a vantagem de ser derivado dos princípios

contábeis utilizados na contabilidade financeira e ser muito utilizado nas auditorias. Apesar

disso, diversos autores o consideram como sendo falho e impreciso. Conforme Lima apud

Ching (2001), esse custeio utiliza-se de critérios subjetivos, faltando custo fixo e variável, é

calculado somente no término do período e tem a probabilidade dos centros de custos serem

debitados com parcelas de custos que não estão na sua responsabilidade.

O outro clássico da Contabilidade de Custos, o Custeio Variável ou Direto, tem como

objetivo o controle do volume de produção, pois não integra aos produtos/serviços o valor dos

custos fixos. Desta maneira, o custeio apropria todos os custos variáveis, quer diretos e

indiretos, ignora a parte fixa do custo indireto de fabricação sendo considerada despesa do

período e vai direto para a DRE.

A seguir, exemplo de DRE pelo Custeio Variável ou Direto:

Neste custeio pode-se determinar o quanto exatamente a produção está cobrindo os

custos e as despesas fixas. Este sistema tem como vantagem a eliminação de critérios de

rateio para a determinação dos custos e desvantagem a alocação de gastos indiretos fixos que

pode atribuir incorretamente responsabilidade do custo ao departamento ou produto/serviço.

Complementando, para Lima apud Ching (2001), as vantagens desse Custeio Variável

ou Direto é que o lucro de um período não é afetado por mudanças da absorção dos custos

fixos; os dados de custo-volume-lucro são obtidos dos relatórios contábeis regulares; dados de

lucro marginal facilitam a análise crítica relativa ao produto/cliente/seguimento do negócio;

elimina as flutuações do lucro causadas pela diferença entre o volume de venda e a produção;

DRE

Receita Bruta

(-) Impostos sobre receitas

= Receita líquida de vendas

(-) Custos dos serviços/produtos (Fixos + Variáveis)

= Resultado Bruto

(-) Despesas (Fixas + Variáveis)

= Resultado operacional (Lucro ou Prejuízo)

DRE

Receita Bruta

(-) Impostos sobre receitas

= Receita líquida de vendas

(-) Custos dos serviços/produtos (Variáveis)

(-) Despesas Variáveis

= Margem de Contribuição

(-) Custo/Despesa Fixa

= Resultado Operacional (Lucro ou Prejuízo)

Page 25: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

25

permite realizar análise do Ponto de Equilíbrio por produto e sua aplicação é simples e rápida

comparada ao Custeio por Absorção ou Total.

O Custeio Baseado em Atividades - ABC (Activity-Based Costing) busca diminuir as

grandes diferenças causadas pelo rateio subjetivo dos custos indiretos com um custeio

baseado na determinação exata dos recursos consumidos pelas atividades que geram os

produtos/serviços. Desta forma, este sistema de apropriação de custos torna-se muito

detalhado e por essa razão complexo e demorado na sua implantação e apuração.

Utilizando o Custeio ABC, a empresa facilmente pode identificar e eliminar atividades

que não valorizam o produto/serviço. Desta maneira, a empresa pode aumentar sua

competitividade no mercado uma vez que, eliminando atividades onerosas, poderá aumentar

seus lucros e/ou diminuir os preços praticados.

Segundo Falk (2001), o Custeio Baseado em Atividades demonstra a relação entre

recursos consumidos (água, luz, salários,...), atividades executadas (produção, informática,

vendas,...) e os produtos ou serviços (produto/serviço A, produto/serviço B, produto/serviço

X,...) para apurar com precisão os custos dos produtos/serviços; ser base para a análise na

tomada de decisão e estratégias competitivas; determinar a eficiência e a eficácia das

atividades executadas; identificar o que pode ser melhorado na empresa e o que pode ser

executado por terceiros; detectar as atividades que oneram o produto/serviço; e possibilitar

um cálculo mais preciso do preço de venda.

A determinação do tipo de custeio a ser adotado pela empresa deve ser feita a partir de

uma análise criteriosa no âmbito geral da empresa, pois todos os métodos possuem

desvantagens e necessitam de um nível de organização da empresa diferente. De modo óbvio,

quanto mais informações detalhadas e confiáveis puder gerar o custeio, melhor para a

empresa no momento da análise e tomada de decisão.

Segundo Silva e Brandão (2002), existem vários critérios para a apuração dos custos

que podem ser utilizados em conjunto, cada qual para a finalidade que lhe é mais específica.

Desta maneira, contribui-se para a melhora dos critérios de alocação dos custos indiretos,

aproximando-os mais aos custos reais.

Obviamente, para a apuração dos custos e do Ponto de Equilíbrio de qualquer instituição

servir como base nas tomadas de decisões, a empresa necessita de uma análise e interpretação

desses dados para conseguir o objetivo de apuração da realidade da organização e

transformação dela para que consiga manter-se e ampliar-se diante do mercado cada vez mais

exigente e competitivo.

Page 26: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

26

Principalmente, quando a empresa consegue eliminar custos ocultos, como desperdícios

e perdas, esse resultado torna-se uma vantagem competitiva para, por exemplo, aumentar seus

lucros ou diminuir seus preços.

II.1.2. Ponto de Equilíbrio

Muitos autores consideram a análise do Ponto de Equilíbrio dentro do tópico de análise

da relação Custo-Volume-Lucro que incluem, além do Ponto de Equilíbrio, outros termos

denominados como: Margem de Contribuição, Margem de Segurança e a Alavancagem

Operacional.

Essas análises poderão ser aplicadas na empresa que utiliza ou não, o sistema de

departamentalização.

Na determinação do Ponto de Equilíbrio é estritamente necessário um controle dos

custos da empresa. A análise do Ponto de Equilíbrio deve ser refeita quando alteradas as

condições da organização.

Para compreensão dos diversos pontos de vistas sobre o ponto de equilíbrio, algumas

terminologias serão esplanadas a seguir, sendo elas:

Amortização é o pagamento de dívidas (empréstimos) aos poucos, como

prestações.

Despesas Financeiras são os gastos da empresa com multas, juros e outros gastos

desta natureza.

Depreciação é na contabilidade o valor do desgaste natural mensal do ativo

permanente da empresa por causa do uso que a produção de bens/serviços faz. A

depreciação é muito necessária na contabilidade para demonstrar o valor real do

ativo permanente da empresa, pois a depreciação diminui esse ativo e esse valor

do desgaste deve ser alocado como custos.

Gastos Fixos Totais (GFT) são os Gastos Operacionais de Fabricação, somados

com as despesas financeiras e a depreciação.

Gasto Operacional de Fabricação (GOF) é o gasto operacional menos os gastos

fixos.

Page 27: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

27

Margem de contribuição (MC) é determinada pela diferença entre as receitas

(preço de venda) e os custos variáveis (CV) /despesas variáveis (DV). Este

cálculo torna-se interessante na tomada de decisão pois, por exemplo, com ele

pode-se determinar se um determinado produto/serviço tem ou não um resultado

interessante para a empresa. É apresentado pela fórmula: MC = P – (CV + DV).

Para alguns autores, como Maher (2001), o Ponto de Equilíbrio é o nível onde as

receitas geram um lucro igual a zero.

Então, basicamente, deduze-se que as receitas menos os custos/despesas têm que ter um

resultado igual a zero pois assim não geram para a empresa nem lucro nem prejuízo. Assim

sendo, a formula básica aplicada é: Quantidade (Q) x Preço Venda Unitário (PV unitário) =

Custos Fixos (CF) + Custos Variáveis Totais (VCT). Sendo que o custo variável total é a

quantidade vendida ou produzida vezes o custo variável unitário.

A partir desta fórmula básica pode-se determinar a quantidade que deve ser

vendida/produzida total ou, por exemplo, por produto/serviço para atingir este Ponto de

Equilíbrio igual a zero ou com um lucro pré-determinado pelas metas da organização. Na

realidade, com esta equação básica pode-se determinar qualquer uma das variáveis.

Segundo diversos autores, como Perez Junior, Pestana e Franco (1997), o Ponto de

Equilíbrio pode ser determinado de diversas maneiras dependendo da finalidade e tendo como

limitação, após certo volume de atividade, a não linearidade das receitas e dos

custos/despesas, dado que há economia de escala nos gastos variáveis e os rendimentos

decrescem e os gastos variáveis crescem em proporção superior ao aumento da produção.

Deste modo, segundo os autores citados, o Ponto de Equilíbrio pode ser:

Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO), onde o lucro operacional dever ser igual

a zero. Determinado pela fórmula: GOF+DEPREC/MC unitária.

Ponto de Equilíbrio Geral (PEG), que tem como objetivo o lucro líquido igual a

zero. Utiliza-se a fórmula: GOF+DEPREC+DFIN/MC unitária.

Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE), onde o lucro líquido somando com o

lucro que a empresa pré determinou, lucro predeterminado, deve ser igual a zero.

Obtido pelo cálculo: GOF+DEPREC+DFIN+LL PREDETERMINADO/MC

unitário.

Ponto de Equilíbrio Financeiro Parcial (PEFP), tendo que gerar recursos

suficientes para cobrir os gastos desembolsáveis. Determinado pelo cálculo:

GFT- Depreciação/MC unitário.

Page 28: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

28

Ponto de Equilíbrio Financeiro Total (PEFT), onde se tem que gerar recursos

suficientes para cobrir os gastos desembolsáveis e os gastos desembolsáveis

mais onerosos como amortizações. Aplica-se o cálculo: GFT+Depreciação+LL

PREDETERMINADO (Amortização)/MC unitário.

Quando as margens de contribuição de cada produto/serviço não forem idênticas, deve-

se determinar a participação do mercado de cada produto/serviço. A participação do mercado

dá-se pela relação de cada produto vendido dividido pelo total vendido.

A determinação do Ponto de Equilíbrio para qualquer organização torna-se cada dia

mais importante pois apresenta o quanto a empresa tem que vender de bens e serviços para

cobrir seus gastos ou ainda, além de cobrir os gastos gerar lucro para pagar suas dívidas, para

manter/ampliar a empresa e retornar para os sócios.

Com esta análise pode-se dizer em que produto/serviço a organização está muito abaixo

(gerando prejuízo) ou acima (gerando lucro) do seu Ponto de Equilíbrio e tomar decisões

estratégicas para correções ou manutenção no mercado. Dependendo da estratégia da empresa

(com seus objetivos e metas) e da disponibilidade de informações, as variações nos cálculos

do Ponto de Equilíbrio podem ser ou não viáveis.

O Ponto de Equilíbrio pode ser representado por um gráfico, conhecido como diagrama

de break-even, onde é ilustrados o custo fixo, o custo variável o custo total, a receita de venda

e o Ponto de Equilíbrio da instituição, demonstrado a seguir:

Legenda: Custo Fixo Custo Variável Custo Total Receita de Vendas

Quantidade

Valor ($)

Ponto de

Equilíbrio

Page 29: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

29

Dentro da análise da relação Custo-Volume-Lucro, a Margem de Segurança é obtida

pela diferença entre a receita planejada/real e a receita determinada pelo ponto de equilíbrio.

Desta forma, apresenta para a empresa a quantidade e o valor exato que poderá diminuir até

não ter prejuízo.

Com a determinação da margem de segurança na qual a empresa está trabalhando,

algumas estratégias podem ser formuladas, como por exemplo, quando uma empresa está

perdendo mercado porém possuí margem de segurança e estrutura patrimonial suficiente para

manter por um certo período seus preços menores do que a concorrente, a empresa possuí

uma estratégia considerável pois poderá desestruturar uma concorrente que não tenha a

mesma situação que a empresa em questão e retomar o percentual de mercado perdido.

O grau de alavancagem é obtido através do cálculo GA = % de acréscimo de lucro / %

de acréscimo de vendas. Conforme Perez Junior, Oliveira e Costa (1999), a alavancagem

operacional é uma ferramenta que tem a força empregada em uma das extremidades

multiplicada gerando uma força maior na outra extremidade.

A Alavancagem Operacional está relacionada com a porcentagem que o lucro aumenta

em relação à porcentagem em que as receitas aumentam servindo para apresentar o quanto o

lucro aumenta em relação ao quanto a receita (vendas) aumenta. Para Maher (2001), a

alavancagem demonstra o quanto a participação dos custos fixos influencia no lucro quando o

volume de receitas aumenta.

Se a parte fixa aumentar mais com o aumento das vendas do que a parte variável no

gráfico do ponto de equilíbrio, as linhas do custo total e da receita estarão mais próximas,

gerando assim uma alavancagem operacional menor; ou, ao contrário, quando a parte fixa

diminui mais do que a parte variável no aumento das vendas, no gráfico do Ponto de

Equilíbrio as linhas do custo total e da receita estarão mais distantes uma das outras

demonstrando uma alavancagem operacional maior.

A utilização destes diversos tipos de análise dependerá muito da qualidade das

informações disponíveis pela empresa pois uma análise feita com informações não confiáveis

torna-se totalmente dispensável como base na tomada de decisão de qualquer empresa. Sendo

que, algumas questões na gestão dos custos em instituições hospitalares são decisórias na

questão de que sistema poderá ser adotado.

Page 30: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

30

II.1.3. Alguns Tópicos na Gestão dos Custos Hospitalares

Uma instituição hospitalar, particular ou pública, também é uma prestadora de serviços,

uma empresa, como já mencionado na introdução desta monografia. Desta forma, quando esta

instituição hospitalar não trabalha com uma gestão adequada de seus custos terá as mesmas

conseqüências de uma empresa que ignora estes controles de custos e o planejamento mais

preciso derivado deste controle, a falta de recursos financeiros principalmente visíveis no

fluxo da caixa da empresa.

Complementando, a eficácia no tratamento dos custos somente será atingida com, além

da apuração dos custos, a análise e interpretação para melhor qualificação dos serviços

hospitalares e diminuição dos custos. Para que esta situação ocorra na empresa, deve-se

possuir diversas informações organizadas, disponíveis e totalmente confiáveis.

Para Cerri (2002), a abertura do mercado hospitalar está próxima e os hospitais

brasileiros podem ser sucumbidos por quem tiver uma organização empresarial mínima.

A altivez dos resultados dos serviços hospitalares prestados7 é indiscutível. Porém, não

deve ser utilizada como desculpa para a questão da diminuição dos custos, pois muitas

empresas com um bom gerenciamento, incluindo o financeiro, conciliam essa questão da

diminuição de custos sem a diminuição da qualidade ou o aumento da infecção hospitalar.

Conforme Martins (2001), os hospitais são necessários para comunidade devendo gerar o que

ela necessita, com o menor custo possível e nível máximo de qualidade.

Com ênfase principal somente na qualificação e profissionalização dos profissionais que

estão diretamente relacionados ao atendimento médico hospitalar, autores da área hospitalar

consideram que o desenvolvimento de um sistema de custos efetivo é impedido por falta de

capacitação da administração. Segundo Ching (2001), existe falta de qualificação do pessoal

administrativo e adoção de novas práticas de gestão criando o desafio maior que é de a

qualidade das informações e a disseminação de informações para fazerem parte das tomadas

de decisões.

Na realidade de um hospital, estando sujeito ao nível de detalhamento que a instituição

deseja ou que é possível dentro da situação problema, a apuração dos custos pode ser por

paciente, serviço ou departamento, dependentemente do sistema de apuração do custo

adotado. Para Martins (2000), os custos hospitalares devem ser medidos pelos gastos na

7 Recuperação e satisfação do paciente/cliente e acompanhante.

Page 31: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

31

produção médica hospitalar que são os serviços prestados aos pacientes/clientes com alta do

período.

As instituições hospitalares, tratadas como empresas prestadoras de serviços, devem

seguir os sistemas de Contabilidade de Custos disponíveis na atualidade, um desses sistemas é

a departamentalização, assunto especificado nesta revisão bibliográfica no sub-título

Contabilidade de Custos, que consegue dividir um hospital em departamentos produtivos e

departamentos de apoio. Na opinião de Martins (2000), existem departamentos que

enquadram-se nos serviços médicos, serviços de enfermagem e serviços de diagnóstico, estes

departamentos são produtivos, como a UTI, o Raio X e a Maternidade; os departamentos de

apoio são, por exemplo, a Farmácia, a Administração e a Lavanderia.

Os direcionadores de custos, utilizados para alocação dos custos indiretos aos centros de

custos e aos produtos/serviços, são controversos e discutidos por vários autores que atuam na

administração financeira em geral e, também, na administração financeira específica para

hospitais. Na área hospitalar, pela complexidade dos hospitais e pelas particularidades de cada

hospital, tem-se diversos direcionadores de custo possíveis.

A seguir, são apresentados exemplos de critérios de rateio8 dos custos indiretos aos

centros de custos, conforme SAÚDE PÚBLICA (2002):

Costura, esterilização, gráfica, transporte e ambulância: número de unidades

produzidas.

Administração: pessoal de cada centro de custo, ou de acordo com o custo direto

de cada um.

Almoxarifado: material de consumo de cada centro de custos.

Serviços gerais, limpeza, energia elétrica: área ocupada por cada centro de custo

ou qualquer indicador que expresse melhor a utilização desses recursos por cada

centro de custos.

Lavanderia, nutrição e dietética: número de unidades produzidas para cada

centro de custos.

Arquivo e documentação médica: custos distribuídos apenas aos centros de

custos que têm como unidade de produção a consulta médica e o paciente/dia,

como as unidades de internação, Unidade de Terapia Intensiva, ambulatórios,

consultórios médicos e odontológicos.

8 Critérios de Rateio ou Direcionadores de Custos.

Page 32: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

32

Na contabilidade hospitalar existe uma conta distinta de outras empresas denominada

como glosa. Esta conta é demonstrada diminuindo as receitas das instituições hospitalares

geradas pelos hospitais relacionadas ao atendimento pelo SUS e por convênios.

Conforme Mansi (2002, p.1),

Em um âmbito geral, a maioria das instituições hospitalar não consegue determinar o

seu preço de venda (PV) desejável, pois os convênios e o SUS determinam por tabelas o valor

que pagarão pelos serviços prestados ao cliente/paciente. Para as instituições com um público

exclusivo particular, segundo Melchert Neto (2002), alguns produtos poderão ter seus preços

determinados pela empresa, apesar de atualmente o preço ser formado pelo próprio mercado.

Estes tópicos, especificados acima, têm como objetivo apresentar uma visão geral da

gestão dos custos hospitalares.

“... os pagamentos contestados por empresas de assistência médica - a contestação,

no jargão do setor, é conhecida como glosa.

Quando há indícios de anormalidade no atendimento prestado pelo hospital ou

clínica, a empresa de assistência médica pode contestar o pagamento de serviço. A

verificação de legitimidade do serviço prestado pode consumir semanas. Enquanto

isso, a empresa médica não recebe.”

Page 33: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

33

III. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS CUSTOS E DO PONTO DE

EQUILÍBRIO

Especificados a seguir estão a metodologia, a análise e a interpretação que foram

utilizados na monografia sobre a análise dos custos e do ponto de equilíbrio da Santa Casa de

Misericórdia de Itatiba. Pretendeu-se, com a execução de todas as atividades descritas, atingir

o objetivo geral e os objetivos intermediários desta monografia.

III.1. Metodologia

A pesquisa foi realizada no período de Fevereiro/2002 a Dezembro/2002. Atuou-se na

área financeira da SCMI, trabalhando com informações diretas do departamento de

faturamento e do departamento de contabilidade da instituição; e, no decorrer do projeto,

utilizaram-se informações complementares de outros departamentos (ver. ANEXO I).

Primordialmente, no entanto, a pesquisa coletou dados a partir do mês de Julho/2001.

Foram utilizadas duas bases como tipos de pesquisas, sendo uma delas a pesquisa

diagnóstica, que visou analisar os problemas e as causas que impedem uma gestão mais

adequada dos recursos financeiros da instituição; e outra, uma pesquisa de soluções, que

objetivou sugerir alternativas para a adequação da situação diagnosticada.

A coleta de dados, dentro da Santa Casa de Misericórdia de Itatiba, foi realizada com a

execução das atividades de: análise de demonstrações financeiras/relatórios anteriores;

entrevista direta (responsáveis da área financeira); análise do sistema de custo (diretos e

indiretos); análise do sistema de faturamento; determinação dos centros de custos; análise do

custo histórico dos centros de custos; avaliação/conclusão da margem de contribuição das

áreas e serviços; e determinação do ponto de equilíbrio da instituição. Os dados coletados

foram apresentados, para uma melhor interpretação, utilizando-se de gráficos, tabelas e

médias do período.

Page 34: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

34

III.2. Análise e Interpretação dos Dados Históricos

Para preservar o sigilo dos valores monetários da SCMI, os dados que serão

apresentados em milhares, no decorrer desta análise e interpretação, foram divididos por um

fator comum porém demonstram a realidade da instituição em questão.

Na coleta de dados, foram utilizados os balancetes de verificação consolidados,

atualmente não auditados, disponíveis na instituição, dos períodos a serem mencionados.

A coleta de dados, dentro da Santa Casa de Misericórdia de Itatiba, iniciou-se com o

levantamento das demonstrações financeiras e relatórios no período de Julho/01 a

Dezembro/01, com o objetivo de uma análise histórica introdutória demonstrando o resultado

econômico, composição e evolução das receitas e despesas da instituição.

TABELA 1 - MÉDIA (JUL/01 a DEZ/01)

($.000,00) VALOR V(%)

RECEITA OPERACIONAL 314 100,00

(+) RECEITA DIRETA 189 60,13

Convênios 68 21,64

Particular 9 2,90

SUS AIH (internações) 65 20,81

SUS PS e Ambulatório 34 10,87

SUS Quimioterapia 10 3,12

SUS Correções 4 1,34

(-) Glosa SUS e Convênios (2) (0,54)

(+) AUXÍLIO E SUBVENÇÃO 125 39,87

DESPESA OPERACIONAL (327) (104,17)

(-) SALÁRIO, ENCARGO E BENEFÍCIO (148) (47,10)

(-) SERVIÇO PRESTADO TERCEIRO (115) (36,74)

Serviços Médicos (77) (24,47)

Serviços de Diagnóstico (30) (9,56)

Serviços Diversos (9) (2,71)

(-) MEDICAMENTO E MATERIAL (50) (15,84)

Medicamentos, Materiais e Gazes Medicinais (43) (13,70)

Outros Materiais e Gêneros Alimentícios (7) (2,14)

(-) DESPESA GERAL E ADMINISTRATIVA (14) (4,49)

Energia Elétrica, Água/Esgoto e Telefone (8) (2,45)

Manutenção Geral e Despesas Diversas (6) (2,04)

(=) RESULTADO OPERACIONAL (13) (4,17)

(=) RESULTADO FINANCEIRO (1) (0,45)

(+) RECEITA EVENTUAL 7 2,14

(=) RESULTADO NÃO OPERACIONAL 5 1,69

(=) APURAÇÃO DO PERÍODO (8) (2,49)

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade, jul a dez/2001.

Elaboração própria.

Page 35: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

35

Na Tabela acima pode-se notar que a receita da instituição é composta pelo atendimento

por: Convênio, SUS AIH (internações), SUS PS/Ambulatório, SUS Quimioterapia e

Particular.

Nas receitas médias apresentadas pelo Convênio, SUS AIH (internações) e SUS

PS/Ambulatório estão incluídos os repasses variáveis para o Serviço Médico (repasse integral

de 100%) e o Serviço de Diagnóstico (repasse parcial de 90%); a receita média apresentada

por SUS Quimioterapia, por ser um serviço terceirizado tem um repasse parcial de 90% e a

receita média apresentada pelo Particular não inclui os valores faturados para os Serviços

Médicos.

A receita de Auxílios e Subvenções, representa 39,87% do total da Receita Operacional

e inclui as Subvenções Federais, Estaduais, Municipais e Integra SUS. Estas subvenções são

recebidas pela SCMI por ser uma entidade filantrópica, caracterizada na introdução deste

relatório, o que se pode considerar um apoio para a realização do atendimento pelo SUS.

Pode-se verificar pela Tabela 1 que todo o atendimento SUS constitui em média no

período 36,14% da Receita Operacional, em segundo lugar está o atendimento por Convênios,

que representa 21,64% e em menor proporção está o atendimento Particular com 2,90%.

Com relação à Despesa Operacional, demonstrada na Tabela 1, destacam-se que em

média os gastos com mão de obra fixa (SALÁRIO, ENCARGO E BENEFÍCIO) e mão de

obra terceirizada (Serviços Médicos e Serviços Diversos) compõem significantemente

74,28% do Total da Receita Operacional. Desta maneira, os gastos com Serviços de

Diagnóstico, Medicamentos, Materiais, Despesas Gerais e Administrativas representam

29,89% do mesmo total apurado.

O resultado gerado pelas Receitas Eventuais, como por exemplo donativos, minimiza o

prejuízo apurado pelo Resultado Operacional e o Resultado Financeiro, em percentual médio

de 2,14%, melhorando o resultado geral da SCMI.

Para uma melhor visualização da composição do Resultado Operacional da Tabela 1, a

Tabela abaixo apresenta a evolução das Receitas e Despesas. Nota-se que na maioria dos

meses gerou-se prejuízos elevados e em dois meses gerou-se lucro pouco expressivo.

TABELA 2 – EVOLUÇÃO DO RESULTADO JUL/01 A DEZ/01

($.000,00) Jul/01 Ago/01 Set/01 Out/01 Nov/01 Dez/01 Média

RECEITA OPERACIONAL 323 323 328 292 317 304 314

DESPESA OPERACIONAL (317) (339) (347) (336) (316) (310) (327)

RESULTADO OPERACIONAL 6 (16) (19) (44) 1 (6) (13)

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade, jul a dez/2001. Elaboração própria.

Page 36: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

36

Após está analise histórica, a análise e a interpretação dos dados será realizada com

dados trimestrais, entre Janeiro/2002 até Junho/2002, pois não estão disponíveis na instituição

os dados para análise histórica dos centros de custos, análises que seriam realizadas a partir de

Junho/01.

III.3. Análise e Interpretação dos Dados de Janeiro/02 a Junho/02

Na coleta de dados as informações originaram-se dos relatórios disponíveis nos setores

de Contabilidade, Estoque, Faturamento, Informática e RH da instituição em questão. A

dificuldade nesta coleta de dados deu-se por diversos motivos, dentre eles:

Diversidade de relatórios necessários;

Falta de conhecimento dos relatórios disponíveis nos sistemas de softwares

utilizados na instituição;

O tempo necessário para obter-se os Balancetes de Verificação Consolidados de

cada mês;

Dificuldade na divisão dos custos por Centro de Custos pois cada setor da

entidade utiliza uma linguagem de trabalho (Plano de Contas e Centro de

Custos) distinta entre si;

Falta de informações para formar as bases de rateio, como: para a Central de

Esterilização, Cozinha, Costura e Lavanderia o número de unidades produzidas

para cada centro de custos e para o Serviços de Diagnóstico, Serviço Médico e o

Serviço Administrativo, o número de cliente/pacientes atendidos para cada

centro de custos e para serviço/produto da instituição;

PS Ambulatório e Ortopedia não têm os dados sobre número de

clientes/pacientes separados;

Não se tem a informação exata de quanto da Glosa SUS e da receita SUS

Correção AIH/PS+AMB pertence ao SUS AIH e ao SUS PS/Ambulatório;

O Ativo Permanente está desvalorizado e a instituição não realiza cálculos para

determinação da Depreciação.

Na etapa seguinte está apresentada uma visão geral do resultado econômico dos

períodos.

Page 37: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

37

III.3.1. Análise Introdutória

Na Tabela 3 apresentada a seguir, pode-se ter uma visão geral do resultado econômico

do 1º Trimestre da SCMI e perceber que a tendência dos resultados da instituição constitui na

mesma tendência apresentada historicamente, sendo que:

A Receita Operacional constitui em proporção maior pela receita

Auxílios/Subvenções (49,41%), em segundo lugar pela receita total do SUS

(30,94%), em terceiro lugar a receita com Convênios (16,43%) e em menor

proporção à receita com Particular (4,09%);

As Receitas glosadas totais (0,87%) não representam uma gravidade intensa;

Os Custos com Mão de Obra (Fixa e Terceirizada) e Serviços Médicos (mão de

obra) tornam-se o grupo mais dispendioso da instituição (70,00%);

O Resultado Operacional está sendo melhorado com o Resultado Não

Operacional.

TABELA 3

MÉDIA (JAN/02 a MAR/02)

($.000,00) Valor V (%)

RECEITA OPERACIONAL 323 100,00

(+) DIRETA 163 50,59

Convênios 53 16,43

(-) Glosa Convênios (2) (0,62)

Particular 13 4,09

SUS AIH (internações) 60 18,54

SUS PS e Ambulatório 32 9,98

SUS Quimioterapia 7 2,05

SUS Correção AIH/PS+AMB. 1 0,37

SOMA SUS 100 30,94

(-) Glosa SUS (1) (0,25)

(+) AUXILIO/SUBVENÇÃO 159 49,41

(-) DESPESA OPERACIONAL (314) (97,24)

Mão de Obra (143) (44,27)

Serviços Médicos (83) (25,73)

Serviços de Diagnóstico (24) (7,56)

Medicamentos, Materiais e Gastos Diversos (64) (19,69)

(=) RESULTADO OPERACIONAL 9 2,76

(+) Receita Não Operacional 5 1,61

(-) Despesa Financeira (2) (0,74)

(=) RESULTADO NÃO OPERACIONAL 3 0,87

(=) APURAÇÃO DO PERÍODO 12 3,62

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da

Contabilidade, jan a mar/2002. Elaboração própria.

Page 38: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

38

Para uma melhor visualização da composição do Resultado Operacional Médio, a

Tabela abaixo apresenta a evolução das Receitas e Despesas. Nota-se que no último mês

houve um aumento nas Despesas Operacionais.

TABELA 4 - EVOLUÇÃO DO RESULTADO JAN/02 a MAR/02

($.000,00) Jan/02 Fev/02 Mar/02 MÉDIA

RECEITA OPERACIONAL 332 310 326 323

DESPESA OPERACIONAL (300) (295) (346) (314)

RESULTADO 32 15 (20) 9

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade, jan

a mar/2002. Elaboração própria.

No Gráfico 1 apresentado a seguir pode-se notar a evolução mensal, do período de

Jan/02 a Mar/02, das Despesas Operacionais. Visivelmente ocorreu um aumento dos custos

com Mão de Obra no último mês, ocasionando juntamente com um aumento dos custos com

Medicamentos, Materiais e Gastos Diversos o prejuízo do mês.

GRÁFICO 1 - DESPESAS OPERACIONAIS JAN/02 a MAR/02

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Jan/02 Fev/02 Mar/02

PERÍODO

VA

LO

R (

Milha

res

de R

$)

Mão de Obra

Serviços Médicos

Serviços de Diagnóstico

Medicamentos, Materiais e Gastos

Diversos

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade e Folha de Pagamento de Empregado

Mensal do RH, jan a mar/2002. Elaboração própria.

Na Tabela 5 apresentada a seguir, pode-se ter uma visão geral do resultado econômico

médio do 2º Trimestre da SCMI; comparando-a com a Tabela 3, pode-se perceber que:

Page 39: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

39

A Receita Operacional constituiu em menor proporção pela receita

Auxílios/Subvenções (41,49%), em segundo lugar aumentou a proporção pela

receita total do SUS (35,77%), em terceiro lugar aumentou a receita com

Convênios (18,84%) e diminui a proporção da receita com Particular (3,77%).

As Receitas glosadas totais (0,52%) diminuíram em comparação ao 1º

Trimestre.

Os Custos com Mão de Obra (Fixa e Terceirizada) e Serviços Médicos (mão de

obra) continuam tornando-se o grupo mais dispendioso da instituição (67,94%) e

o Resultado Operacional continua sendo melhorado com o Resultado Não

Operacional.

TABELA 5

MÉDIA (ABR/02 a JUN/02)

($.000,00) Valor V (%)

RECEITA OPERACIONAL 345 100,00

(+) DIRETA 200 57,86

Convênios 65 18,84

(-) Glosa Convênios (0) (0,06)

Particular 13 3,77

SUS AIH (internações) 78 22,61

SUS PS e Ambulatório 41 12,00

SUS Quimioterapia 4 1,04

SUS Correção AIH/PS+AMB. 0 0,12

SOMA SUS 123 35,77

(-) Glosa SUS (2) (0,46)

(+) AUXILIO/SUBVENÇÃO 145 41,91

(-) DESPESA OPERACIONAL (342) (99,21)

Mão de Obra (150) (43,48)

Serviços Médicos (84) (24,46)

Serviços de Diagnóstico (28) (8,23)

Medicamentos, Materiais e Gastos Diversos (79) (23,03)

(=) RESULTADO OPERACIONAL 3 0,79

(+) Receita Não Operacional 9 2,67

(-) Despesa Financeira (2) (0,70)

(=) RESULTADO NÃO OPERACIONAL 7 1,97

(=)APURAÇÃO DO PERÍODO 10 2,77

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da

Contabilidade, abr a jun/2002. Elaboração própria.

Para uma melhor visualização da composição do Resultado Operacional Médio, a

Tabela 6 apresenta a evolução das Receitas e Despesas. Nota-se que no último mês houve um

aumento nas Despesas Operacionais e as Receitas Operacionais e que no mês de Mai/02

obteve-se praticamente a mesma Receita Operacional que no mês anterior porém com

Despesas Operacionais menores.

Page 40: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

40

TABELA 6 - EVOLUÇÃO DO RESULTADO ABR/02 a JUN/02

($.000,00) Abr/02 Mai/02 Jun/02 MÉDIA

RECEITA OPERACIONAL 315 315 404 345

DESPESA OPERACIONAL (347) (316) (363) (342)

RESULTADO (32) (1) 41 3

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade, abr a

jun/2002. Elaboração própria.

No Gráfico 2, pode-se notar a evolução mensal, do período de Abr/02 a Jun/02, das

Despesas Operacionais. Visivelmente ocorreu um aumento dos custos com Mão de Obra de

junho de 2002, ocasionando juntamente com um ligeiro aumento dos custos com

Medicamentos, Materiais e Gastos Diversos o prejuízo do mês, já que os custos com Mão de

Obra em Jun/02 representa 11,83% a mais que o mês de Abr/02. Em comparação ao Gráfico

1, nota-se que as Despesas operacionais na instituição são instáveis principalmente nos custos

com Mão de Obra.

GRÁFICO 2 - DESPESAS OPERACIONAIS ABR/02 a JUN/02

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

Abr/02 Mai/02 Jun/02

PERÍODO

VA

LO

R (

Milha

res

de R

$)

Mão de Obra

Serviços Médicos

Serviços de Diagnóstico

Medicamentos, Materiais e Gastos

Diversos

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade e Folha de Pagamento de Empregado

Mensal do RH, abr a jun/2002. Elaboração própria.

No sub-tópico, a seguir, está apresentada uma análise global dos centros de custos nos

períodos analisados.

Page 41: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

41

III.3.2. Análise Global

Para o levantamento dos dados necessários para a análise e interpretação dos dados a

seguir, forem utilizadas:

Divisão dos Custos por Serviços, divididos em 4 (quatro) grandes áreas que

descrevem a atividade da SCMI, sendo eles: Serviços Administrativos, Serviços

Médicos e Enfermagem, Serviços de Apoio e Serviços de Diagnóstico;

Divisão dos Serviços por Centro de Custos, os serviços mencionados foram

subdivididos para facilitar a análise por Centro de Custos, com o objetivo de

trabalhar os resultados mais diretamente.

A divisão, acima apresentada, buscou seguir o padrão organizacional em que a entidade

trabalha atualmente. Como resultado, obteve-se: Serviços Administrativos, compostos por

Fixos e Terceirizados, Serviços Médicos e de Enfermagem, compostos por Apartamento

Convênio/Particular, Apartamento SUS, Centro Cirúrgico, Maternidade/Berçário, Ortopedia,

Pediatria, Pronto Socorro SUS, UTI e Serviços Médicos (fixos e terceirizados), Serviços de

Apoio, compostos por Central de Esterilização, Costura, Cozinha, Lavanderia, Limpeza e

Manutenção e Serviços de Diagnóstico (Radiológicos, Laboratórios e Análises).

Na Divisão dos Custos por Serviços e Centros de Custos (ver Tabela 7 – 1ºTrimestre e

Tabela 8 – 2ºTrimestre) alguns custos fixos foram rateados como: Água/Esgoto e Energia

Elétrica, com base na área ocupada por cada centro de custo e os Gastos Gerais do Serviço

Médico/Enfermagem, de acordo com a área ocupada dos centros de custos desse serviço.

Contudo, os custos com Mão de Obra e Medicamentos/Materiais estavam previamente

alocados a centro de custos e foram adequados ao Centro de Custo utilizado nesta análise.

A partir deste momento, é apresentada uma análise minuciosa das despesas na Tabela 7

com a separação dos custos da instituição em fixos (F) e variáveis (V) e a utilização nos

custos totais da análise horizontal (H), evolução entre os meses de Janeiro/02 a Março/02, e a

análise em percentual (%) de participação mensal dos custos.

Page 42: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

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TABELA 7 - ANÁLISE DOS SERVIÇOS POR CENTRO DE CUSTOS JAN/02 a MAR/02

($.000,00) Jan/02 Fev/02 Mar/02 MÉDIA

CONSUMO F V T H % F V T H % F V T H % F V T %

Serv. Administrativo 44 0 44 100 14,75 42 0 42 96 14,46 42 0 42 96 12,25 43 0 43 13,74

Administração 36 0 36 100 11,95 32 0 32 88 10,78 39 0 39 108 11,21 35 0 35 11,31

Mão de Obra 30 0 30 100 9,99 28 0 28 94 9,61 32 0 32 106 9,18 30 0 30 9,58

Materiais/Outros 6 0 6 100 1,96 3 0 3 58 1,17 7 0 7 119 2,03 5 0 5 1,74

Adm. Serv.Terceirizado 8 0 8 100 2,80 11 0 11 129 3,68 4 0 4 43 1,04 8 0 8 2,43

Serv. Méd./Enfer. 151 42 193 100 64,31 153 36 189 98 64,55 175 50 225 116 64,94 160 43 202 64,62

Apart. Conv./Part. 7 4 10 100 3,41 6 4 11 103 3,59 8 4 12 119 3,52 7 4 11 3,51

Mão de Obra 6 0 6 100 2,00 6 0 6 100 2,05 8 0 8 130 2,25 7 0 7 2,11

Medicamentos 0 2 2 100 0,60 0 2 2 133 0,82 0 2 2 100 0,52 0 2 2 0,64

Materiais/Outros 1 2 2 100 0,81 0 2 2 88 0,72 0 2 3 107 0,75 0 2 2 0,76

Apartamento SUS 16 10 26 100 8,72 16 8 24 91 8,15 21 9 30 115 8,67 18 9 27 8,52

Mão de Obra 14 0 14 100 4,60 14 0 14 104 4,91 19 0 19 139 5,54 16 0 16 5,04

Medicamentos 1 6 7 100 2,20 0 5 5 82 1,84 1 5 6 91 1,73 0 6 6 1,92

Materiais/Outros 2 4 6 100 1,92 1 3 4 71 1,40 1 4 5 84 1,39 2 3 5 1,56

Centro Cirúrgico 22 6 28 100 9,23 21 5 26 95 8,93 24 9 33 120 9,61 22 7 29 9,28

Mão de Obra 18 0 18 100 6,00 19 0 19 103 6,34 22 0 22 123 6,41 20 0 20 6,26

Medicamentos 2 2 5 100 1,60 1 2 3 63 1,02 1 2 4 75 1,04 2 2 4 1,21

Materiais/Outros 1 4 5 100 1,64 1 4 5 94 1,57 1 6 7 152 2,17 1 5 6 1,81

Maternidade/Berçário 7 3 10 100 3,31 8 3 11 109 3,67 9 4 13 126 3,62 8 3 11 3,53

Mão de Obra 6 0 6 100 2,00 7 0 7 120 2,45 8 0 8 140 2,43 7 0 7 2,30

Medicamentos 0 1 1 100 0,40 0 1 1 100 0,41 0 1 1 100 0,35 0 1 1 0,38

Materiais/Outros 1 2 3 100 0,91 1 2 2 87 0,81 1 2 3 107 0,84 1 2 3 0,85

Ortopedia 5 0 5 100 1,74 5 0 5 88 1,56 5 0 5 88 1,32 5 0 5 1,53

Mão de Obra 4 0 4 100 1,40 4 0 4 86 1,23 4 0 4 86 1,04 4 0 4 1,21

Materiais/Outros 1 0 1 100 0,34 1 0 1 95 0,33 1 0 1 95 0,28 1 0 1 0,31

Pediatria 3 1 4 100 1,20 3 1 4 100 1,23 4 1 5 133 1,39 3 1 4 1,28

Mão de Obra 3 0 3 100 1,00 3 0 3 100 1,02 4 0 4 140 1,21 3 0 3 1,09

Medicamentos 0 1 1 100 0,20 0 1 1 100 0,20 0 1 1 100 0,17 0 1 1 0,19

PS SUS 12 1 13 100 4,20 12 0 12 95 4,09 14 1 16 124 4,50 13 1 13 4,28

Mão de Obra 8 0 8 100 2,80 8 0 8 100 2,86 10 0 10 114 2,77 9 0 9 2,81

Medicamentos 2 1 2 100 0,80 2 0 2 75 0,61 2 1 4 150 1,04 2 1 3 0,83

Materiais/Outros 2 0 2 100 0,60 2 0 2 100 0,61 2 0 2 133 0,69 2 0 2 0,64

Serviços Médicos 68 12 80 100 26,78 70 11 81 101 27,61 70 17 88 109 25,29 70 13 83 26,49

UTI 11 6 17 100 5,74 13 4 17 98 5,73 18 6 24 141 7,02 14 5 19 6,21

Mão de Obra 11 0 11 100 3,60 12 0 12 111 4,09 17 0 17 161 5,02 13 0 13 4,28

Medicamentos 0 4 4 100 1,40 0 4 4 86 1,23 0 4 4 100 1,21 0 4 4 1,28

Materiais/Outros 1 2 2 100 0,74 1 1 1 54 0,41 1 2 3 121 0,78 1 1 2 0,65

Serv. de Apoio 39 0 39 100 12,94 38 0 38 98 13,02 53 0 53 137 15,36 43 0 43 13,86

Central Esterilização 4 0 4 100 1,43 4 0 4 100 1,46 5 0 5 114 1,41 4 0 4 1,43

Mão de Obra 1 0 1 100 0,40 1 0 1 100 0,41 2 0 2 150 0,52 1 0 1 0,45

Materiais/Outros 3 0 3 100 1,03 3 0 3 100 1,05 3 0 3 100 0,89 3 0 3 0,98

Costura 2 0 2 100 0,60 1 0 1 67 0,41 3 0 3 167 0,87 2 0 2 0,64

Mão de Obra 1 0 1 100 0,20 1 0 1 100 0,20 2 0 2 300 0,52 1 0 1 0,32

Materiais/Outros 1 0 1 100 0,40 1 0 1 50 0,20 1 0 1 100 0,35 1 0 1 0,32

Cozinha 12 0 12 100 3,92 12 0 12 100 3,99 14 0 14 115 3,90 12 0 12 3,94

Mão de Obra 8 0 8 100 2,80 9 0 9 107 3,07 11 0 11 129 3,12 9 0 9 3,00

Materiais/Outros 3 0 3 100 1,12 3 0 3 81 0,93 3 0 3 81 0,78 3 0 3 0,94

Lavanderia 4 0 4 100 1,40 4 0 4 86 1,23 4 0 4 86 1,04 4 0 4 1,21

Mão de Obra 4 0 4 100 1,20 3 0 3 83 1,02 3 0 3 83 0,87 3 0 3 1,02

Materiais/Outros 1 0 1 100 0,20 1 0 1 100 0,20 1 0 1 100 0,17 1 0 1 0,19

Limpeza 10 0 10 100 3,40 9 0 9 88 3,07 12 0 12 118 3,46 10 0 10 3,32

Mão de Obra 8 0 8 100 2,60 7 0 7 92 2,45 10 0 10 123 2,77 8 0 8 2,62

Materiais/Outros 2 0 2 100 0,80 2 0 2 75 0,61 2 0 2 100 0,69 2 0 2 0,70

Manutenção 7 0 7 100 2,20 8 0 8 127 2,86 16 0 16 245 4,68 10 0 10 3,32

Mão de Obra 2 0 2 100 0,80 2 0 2 100 0,82 5 0 5 200 1,39 3 0 3 1,02

Materiais/Outros 4 0 4 100 1,40 6 0 6 143 2,05 11 0 11 271 3,29 7 0 7 2,30

Serv. de Diagnóstico 0 24 24 100 7,99 0 23 23 98 7,98 0 26 26 108 7,45 0 24 24 7,79

TOTAL SCMI 234 66 300 100 100 234 60 293 98 100 270 76 346 115 100 246 67 313 100

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade, Resumo Geral Mensal do Estoque, Consumo de

Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH, jan a mar/2002. Elaboração

própria.

Page 43: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

43

Com a comparação do Gráfico 1 com a Tabela 7, acima apresentados, percebe-se que o

aumento do custo com Mão de Obra, apresentado no mês de Mar/2002, originou-se nos

Serviços de Apoio e de Enfermagem da instituição. Pode-se mencionar que, em relação a

Jan/02, o número de funcionários do Serviço de Enfermagem aumentou em 4,67% e do

Serviço de Apoio aumentou em 7,41% no mês de Mar/02.

A evolução dos custos com o Serviço Administrativo, ou seja, com os funcionários

fixos, manteve-se constante no período. Contudo, os Serviços Prestados por Terceiros (mão

de Obra) teve uma variação constante, tendo no mês de Mar/02 o menor custo. O Serviço

Administrativo Total participou em 13,72% na média dos custos no período, sendo o maior

custo com mão de obra (fixa e terceirizada), que representa em percentual 11,99%.

Os custos com os Serviços Médicos e Enfermagem representam em média no período

64,66% dos custos totais da SCMI, o qual podemos destacar os custos de mão de obra de

51,58%, sendo que destes custos 26,46% representa a mão de obra Médica e 25,12%

representa a mão de obra de Enfermagem. O percentual restante dos Serviços Médicos e

Enfermagem 13,09% é atribuído aos custos com Medicamentos e Materiais/Outros.

Os centros de custos mais onerosos, em média no período, dos Serviços Médicos e

Enfermagem, excetuando-se os gastos com mão de obra médica são: Centro Cirúrgico

(9,33%), Apartamento SUS (8,51%), UTI (6,20%) e PS SUS (4,27%).

A evolução dos Serviços de Apoio demonstra que as despesas aumentaram no final do

período, representando em média 13,84% dos custos gerais sendo que os custos totais com

mão de obra, representam 8,42% em média e os centros de custos que mais gastam deste total

são a Cozinha (3,00%) e a Limpeza (2,61%). Em relação aos custos com Materiais/Outros,

representando em média 5,42% dos custos gerais, os centros de custos que mais gastam deste

total são a Manutenção com 2,30%, a Central de Esterilização com 0,98% e a Cozinha com

0,93%.

Os custos com os Serviços de Diagnóstico não tiveram variações significativas no

período, representando 7,78% em média dos custos totais.

Em uma análise geral, os custos com mão de obra da SCMI representaram em média no

período 71,29% dos custos totais.

Em relação ao Custo Total Médio do período, os Custos Fixos representam 78,49% e os

Custos Variáveis representam apenas 21,51%. Do Total Médio dos Custos Fixos os Serviços

constitui como: Administrativos 17,48%, Médicos (somente mão de obra) 28,27% e

Enfermagem (mão de obra e materiais/outros) 36,36 % e Apoio 17,63%.

Page 44: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

44

A seguir é apresentado um gráfico com a evolução dos custos totais com os Serviços:

Administrativo, Médico e Enfermagem, Apoio e Diagnóstico. Nota-se pelas análises

anteriores e pelo gráfico que o Serviço Médico/Enfermagem é o serviço que mais contribui

para o aumento das despesas nos mês de Mar/02 e em seguida o Serviço de Apoio (Ver.

Tabela 3 e Tabela 7).

GRÁFICO 3 - EVOLUÇÃO DOS CUSTOS TOTAIS DOS SERVIÇOS JAN/02 a

MAR/02

0

50

100

150

200

Jan/02 Fev/02 Mar/02

Período

Va

lor (

Milh

ares

de R

$)

Serv. Administrativo

Serv. Méd./Enfer.

Serv. de Apoio

Serv. de Diagnóstico

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade, Resumo Geral Mensal do Estoque,

Consumo de Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH, jan a

mar/2002. Elaboração própria.

A partir deste momento é apresentada uma análise das despesas na Tabela 8, com a

separação dos custos da instituição em fixos (F) e variáveis (V) e a utilização nos custos totais

da análise horizontal (H), evolução entre os meses de Abril/02 a Junho/02, e da análise em

percentual (%) de participação mensal dos custos.

Page 45: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

45

TABELA 8 - ANÁLISE DOS SERVIÇOS POR CENTRO DE CUSTOS ABR/02 a JUN/02

($.000,00) Abr/02 Mai/02 Jun/02 MÉDIA

CONSUMO F V T H % F V T H % F V T H % F V T %

Serv. Administrativo 44 3 47 100 13,56 42 1 44 93 13,79 46 3 49 104 13,52 44 2 47 13,62

Administração 36 3 39 100 11,14 38 1 39 100 12,27 42 3 45 116 12,36 38 2 41 11,92

Mão de Obra 30 0 30 100 8,64 28 0 28 94 8,91 34 0 34 114 9,42 31 0 31 9,00

Materiais/Outros 6 3 9 100 2,51 9 1 11 122 3,36 8 3 11 123 2,94 8 2 10 2,92

Adm. Serv.Terceirizado 8 0 8 100 2,42 5 0 5 57 1,52 4 0 4 50 1,16 6 0 6 1,69

Serv. Méd./Enfer. 160 56 216 100 62,18 157 48 205 95 64,66 177 53 230 107 63,38 164 52 217 63,37

Apart. Conv./Part. 9 5 13 100 3,82 7 3 10 75 3,14 8 4 12 93 3,41 8 4 12 3,46

Mão de Obra 8 0 8 100 2,25 6 0 6 77 1,90 7 0 7 92 1,98 7 0 7 2,05

Medicamentos 0 2 2 100 0,69 0 1 1 50 0,38 0 1 1 50 0,33 0 2 2 0,47

Materiais/Outros 1 2 3 100 0,88 1 2 3 89 0,86 1 3 4 130 1,10 1 2 3 0,95

Apartamento SUS 20 12 32 100 9,11 19 9 28 88 8,82 23 11 34 106 9,26 21 10 31 9,07

Mão de Obra 18 0 18 100 5,18 16 0 16 90 5,12 20 0 20 113 5,62 18 0 18 5,32

Medicamentos 0 8 8 100 2,25 1 5 6 82 2,02 1 5 6 77 1,65 1 6 7 1,97

Materiais/Outros 2 4 6 100 1,68 2 3 5 91 1,68 2 5 7 124 1,99 2 4 6 1,79

Centro Cirúrgico 20 8 27 100 7,82 20 8 28 103 8,85 22 10 32 119 8,90 21 9 29 8,52

Mão de Obra 17 0 17 100 4,84 16 0 16 96 5,12 18 0 18 107 4,96 17 0 17 4,97

Medicamentos 2 3 5 100 1,38 2 3 5 113 1,71 2 3 5 113 1,49 2 3 5 1,52

Materiais/Outros 1 5 6 100 1,60 2 5 6 115 2,02 2 7 9 160 2,46 1 6 7 2,03

Maternidade/Berçário 7 4 11 100 3,04 9 3 12 113 3,78 12 4 16 155 4,53 9 4 13 3,80

Mão de Obra 7 0 7 100 1,90 8 0 8 118 2,47 11 0 11 164 2,98 8 0 8 2,45

Medicamentos 0 1 1 100 0,35 0 1 1 100 0,38 0 1 1 100 0,33 0 1 1 0,35

Materiais/Outros 0 2 3 100 0,80 1 2 3 107 0,94 1 3 4 160 1,22 1 2 3 0,99

Ortopedia 6 0 6 100 1,80 6 0 6 92 1,82 6 0 6 102 1,77 6 0 6 1,80

Mão de Obra 5 0 5 100 1,55 5 0 5 89 1,52 5 0 5 100 1,49 5 0 5 1,52

Materiais/Outros 1 0 1 100 0,25 1 0 1 112 0,30 1 0 1 118 0,28 1 0 1 0,28

Pediatria 3 1 4 100 1,04 3 1 4 117 1,33 4 1 4 117 1,16 3 1 4 1,17

Mão de Obra 3 0 3 100 0,86 3 0 3 100 0,95 4 0 4 120 0,99 3 0 3 0,93

Medicamentos 0 1 1 100 0,17 0 1 1 200 0,38 0 1 1 100 0,17 0 1 1 0,23

PS SUS 14 1 15 100 4,32 16 1 17 111 5,25 21 1 22 144 5,95 17 1 18 5,18

Mão de Obra 10 0 10 100 2,76 11 0 11 119 3,60 17 0 17 175 4,63 13 0 13 3,68

Medicamentos 2 1 3 100 0,86 2 1 3 113 1,07 2 1 3 100 0,83 2 1 3 0,92

Materiais/Outros 2 0 2 100 0,69 2 0 2 75 0,57 2 0 2 75 0,50 2 0 2 0,58

Serviços Médicos 66 22 88 100 25,39 64 17 82 93 25,79 66 17 83 95 22,97 65 19 84 24,66

UTI 15 5 20 100 5,84 13 6 19 92 5,88 15 5 20 97 5,44 14 5 20 5,71

Mão de Obra 14 0 14 100 4,15 12 0 12 83 3,79 14 0 14 96 3,80 13 0 13 3,92

Medicamentos 0 4 4 100 1,04 0 5 5 133 1,52 0 3 3 83 0,83 0 4 4 1,11

Materiais/Outros 1 2 2 100 0,66 1 1 2 78 0,57 1 2 3 127 0,81 1 2 2 0,69

Serv. de Apoio 54 0 54 100 15,63 41 0 41 75 12,83 56 0 56 104 15,49 50 0 50 14,72

Central Esterilização 4 0 4 100 1,05 4 0 4 117 1,35 7 0 7 199 2,01 5 0 5 1,48

Mão de Obra 1 0 1 100 0,35 2 0 2 150 0,57 3 0 3 250 0,83 2 0 2 0,58

Materiais/Outros 2 0 2 100 0,71 2 0 2 101 0,78 4 0 4 175 1,18 3 0 3 0,90

Costura 2 0 2 100 0,52 2 0 2 100 0,57 3 0 3 167 0,83 2 0 2 0,64

Mão de Obra 1 0 1 100 0,17 1 0 1 100 0,19 2 0 2 300 0,50 1 0 1 0,29

Materiais/Outros 1 0 1 100 0,35 1 0 1 100 0,38 1 0 1 100 0,33 1 0 1 0,35

Cozinha 13 0 13 100 3,69 12 0 12 91 3,70 15 0 15 120 4,23 13 0 13 3,89

Mão de Obra 10 0 10 100 2,76 8 0 8 88 2,65 11 0 11 119 3,14 10 0 10 2,86

Materiais/Outros 3 0 3 100 0,93 3 0 3 103 1,05 4 0 4 123 1,09 4 0 4 1,02

Lavanderia 5 0 5 100 1,38 4 0 4 88 1,33 6 0 6 125 1,65 5 0 5 1,46

Mão de Obra 4 0 4 100 1,21 4 0 4 86 1,14 5 0 5 129 1,49 4 0 4 1,29

Materiais/Outros 1 0 1 100 0,17 1 0 1 100 0,19 1 0 1 100 0,17 1 0 1 0,18

Limpeza 13 0 13 100 3,63 11 0 11 86 3,41 13 0 13 105 3,64 12 0 12 3,56

Mão de Obra 8 0 8 100 2,25 7 0 7 92 2,28 10 0 10 123 2,64 8 0 8 2,40

Materiais/Outros 5 0 5 100 1,38 4 0 4 75 1,14 4 0 4 75 0,99 4 0 4 1,17

Manutenção 19 0 19 100 5,35 8 0 8 42 2,47 11 0 11 61 3,14 13 0 13 3,68

Mão de Obra 3 0 3 100 0,86 3 0 3 100 0,95 3 0 3 100 0,83 3 0 3 0,88

Materiais/Outros 16 0 16 100 4,49 5 0 5 31 1,52 8 0 8 54 2,31 10 0 10 2,80

Serv. de Diagnóstico 0 30 30 100 8,64 0 28 28 92 8,72 0 28 28 92 7,60 0 28 28 8,30

TOTAL SCMI 258 89 347 100 100 240 77 316 91 100 280 83 363 104 100 259 83 342 100

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade, Resumo Geral Mensal do Estoque, Consumo de Centro de

Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH, abr a jun/2002. Elaboração própria.

Page 46: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

46

A evolução dos custos com o Serviço Administrativo, ou seja, com os funcionários

fixos, obteve um ligeiro aumento no último período. Contudo, os Serviços Prestados por

Terceiros (mão de Obra) teve uma queda constante, tendo no mês de Jun/02 o menor custo. O

Serviço Administrativo Total participou em 13,62% na média dos custos no período, sendo o

maior custo com mão de obra (fixa e terceirizada), que representa em percentual 10,69%. Em

comparação ao 1ºTrimestre percebe-se que diminui os custos com mão de obra devido ao

serviço Terceirizado.

Os custos com os Serviços Médicos e Enfermagem representam em média no período

63,37% dos custos totais da SCMI, o qual podemos destacar os custos de mão de obra de

49,49%, sendo que destes custos 24,66% representa a mão de obra Médica e 24,84%

representa a mão de obra de Enfermagem. O percentual restante dos Serviços Médicos e

Enfermagem 13,87% é atribuído aos custos com Medicamentos e Materiais/Outros.

Os centros de custos mais onerosos, em média no período, dos Serviços Médicos e

Enfermagem, excetuando-se os gastos com mão de obra médica são: Apartamento SUS

(9,07%), Centro Cirúrgico (8,52%), UTI (5,71%) e PS SUS (5,18%). Em comparação ao

1ºTrimestre percebe-se que aumentaram os custos com Apartamento SUS e PS SUS.

A evolução dos Serviços de Apoio demonstra que as despesas caíram significativamente

em Mai/02, representando em média 14,72% dos custos totais. Sendo que, os custos totais

com mão de obra representam 8,30% em média e os centros de custos que mais gastam deste

total são a Cozinha (2,86%) e a Limpeza (2,40%). Em relação aos custos com

Materiais/Outros, representando em média 6,42% dos custos gerais, os centros de custos que

mais gastam deste total são a Manutenção com 2,80%, a Limpeza com 1,17% e a Cozinha

com 1,02%. Em comparação ao 1ºTrimestre percebe-se que aumentaram os custos com

Materiais/Outros.

Os custos com os Serviços de Diagnóstico não tiveram variações significativas no

período, representando 8,30% em média dos custos totais, custos que aumentaram em

comparação ao 1ºTrimestre.

Em uma análise geral, os custos com mão de obra da SCMI representaram em média no

período 68,49% dos custos totais.

Em relação ao Custo Total Médio do período, os Custos Fixos representam 75,69% e os

Custos Variáveis representam apenas 24,31%. Do Total Médio dos Custos Fixos os Serviços

constitui como: Administrativos 17,06%, Médicos (somente mão de obra) 25,25% e

Enfermagem (mão de obra e materiais/outros) 38,24 % e Apoio 19,45%.

Page 47: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

47

A seguir no Gráfico 4, pode-se acompanhar a evolução dos custos totais com os

Serviços: Administrativo, Médico e Enfermagem, Apoio e Diagnóstico. Nota-se pelas análises

anteriores e pelo gráfico que o Serviço Médico/Enfermagem é o serviço que mais contribui

para o aumento das despesas nos mês de Jun/02. (Ver. Tabela 5 e Tabela 8).

GRÁFICO 4 - EVOLUÇÃO DOS CUSTOS TOTAIS DOS SERVIÇOS ABR/02 a

JUN/02

0

50

100

150

200

Abr/02 Mai/02 Jun/02

Período

Va

lor

(M

ilh

ar

es

de

R$

)

Serv. Administrativo

Serv. Méd./Enfer.

Serv. de Apoio

Serv. de Diagnóstico

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade, Resumo Geral Mensal do Estoque,

Consumo de Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH, jan a

mar/2002. Elaboração própria.

Na etapa seguinte está apresentada uma análise dos setores produtivos da instituição nos

períodos.

III.3.3. Análise dos Setores Produtivos

Como mencionado na revisão bibliográfica deste projeto, para ter maior controle dos

departamentos, dividem-se os custos indiretos para os departamentos, o que é chamado de

Departamentalização. A departamentalização facilita na análise dos custos de qualquer

empresa.

Page 48: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

48

Os departamentos são divididos em aqueles que alteram diretamente o produto,

departamentos produtivos e os de serviços (apoio) que executam serviços que não são de

atuação direta sobre os mesmos.

Para a alocação dos Serviços Administrativos, Serviços Médicos, Serviços de Apoio e

Serviços de Diagnóstico aos Serviços Produtivos de Médicos e de Enfermagem (ver Tabela 9

- 1ºTrimestre e Tabela 10 – 2ºTrimestre), foram utilizadas as seguintes bases para rateio:

No rateio do Centro de Custo Cozinha, do Centro de custos Lavanderia e do

Centro de Custos Costura, o número de unidades produzidas para cada centro de

custos. Contudo, no momento, a instituição somente tem informações médias;

Para o Centro de Custo Manutenção e o Centro de Custo Limpeza, a área

ocupada por cada centro de custo que se utiliza desse serviço;

No rateio para o Centro de Custo Central de Esterilização, os Serviços

Administrativos e os Serviços Médicos, o número de cliente/pacientes atendidos

por cada centro de custo;

Para os Serviços de Diagnóstico, as informações de repasses por tipo de serviços

SUS PS/Ambulatório, SUS AIH, Convênios e Particular, originários dos

relatórios Repasse Ambulatorial Mensal da Contabilidade, Repasse AIH Mensal

da Contabilidade, Faturamento por Convênio – Sintético/Sem Honorários

Mensal da Contabilidade e Faturamento por Serviços/ Sem Honorários

Particulares Mensal da Informática. Nesta etapa os serviços variáveis foram

alocados nos centros de custos produtivos que somente atendem esse tipo de

serviço/produto.

Com os valores da Tabela 7 será realizada uma apropriação dos Serviços

Administrativos, Apoio, Diagnósticos e Médicos aos Serviços Produtivos, Tabela 9

apresentada a seguir, e uma análise com a separação dos custos da instituição em fixos (F) e

variáveis (V) e a utilização nos custos totais da análise horizontal (H), evolução entre os

meses de Janeiro/02 a Março/02, e da análise em percentual (%) de participação mensal dos

custos.

Page 49: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

49

TABELA 9 - ANÁLISE DO SERVIÇO PRODUTIVO POR CENTRO DE CUSTOS JAN/02 a MAR/02

($.000,00) Jan/02 Fev/02 Mar/02 Média

Produtivos F V T H % F V T H % F V T H % F V T H %

Apartamento Conv./Part. 7 4 10 100 3,41 6 4 11 103 3,59 8 4 12 119 3,52 7 4 11 107 3,51

Serviços Administrativo 1 0 1 100 0,19 1 0 1 90 0,18 1 0 1 109 0,18 1 0 1 100 0,18

Serviços Médicos 1 7 7 100 2,46 1 5 6 75 1,89 1 9 10 133 2,83 1 7 8 103 2,42

Serviços de Apoio 3 1 3 100 1,15 4 1 4 119 1,40 5 0 5 151 1,50 4 0 4 123 1,36

Serviços de Diagnóstico 0 10 10 100 3,41 0 9 9 88 3,07 0 9 9 88 2,60 0 9 9 92 3,00

SOMA 11 21 32 100 10,63 11 18 30 93 10,13 15 22 37 116 10,63 12 21 33 103 10,47

Apartamento SUS 16 10 26 100 8,74 16 8 24 91 8,15 21 9 30 115 8,67 18 9 27 102 8,53

Serviços Administrativo 7 0 7 100 2,27 6 0 6 86 1,99 5 1 6 84 1,64 6 0 6 90 1,95

Serviços Médicos 9 2 11 100 3,69 8 2 10 93 3,49 7 2 10 89 2,84 8 2 10 94 3,31

Serviços de Apoio 6 2 8 100 2,70 6 2 8 97 2,67 8 3 11 134 3,13 7 2 9 110 2,85

Serviços de Diagnóstico 0 3 3 100 1,00 0 3 3 100 1,02 0 3 3 100 0,87 0 3 3 100 0,96

SOMA 38 17 55 100 18,39 36 15 51 92 17,33 41 18 59 108 17,15 39 17 55 100 17,60

Centro Cirúrgico 22 6 28 100 9,25 21 5 26 95 8,94 24 9 33 120 9,61 22 7 29 105 9,29

Serviços Administrativo 2 0 2 100 0,58 2 0 2 106 0,63 2 0 2 127 0,63 2 0 2 111 0,61

Serviços Médicos 2 0 2 100 0,79 3 0 3 113 0,91 3 0 3 122 0,83 3 0 3 112 0,84

Serviços de Apoio 5 0 5 100 1,53 4 0 4 96 1,50 7 0 7 145 1,92 5 0 5 113 1,66

SOMA 30 6 36 100 12,15 30 5 35 96 11,97 36 9 45 124 12,99 32 7 39 107 12,40

Maternidade/Berçário 7 3 10 100 3,31 8 3 11 109 3,67 9 4 13 126 3,61 8 3 11 112 3,54

Serviços Administrativo 1 0 1 100 0,24 1 0 1 100 0,24 1 0 1 112 0,22 1 0 1 105 0,23

Serviços Médicos 1 0 1 100 0,32 1 0 1 104 0,34 1 0 1 105 0,29 1 0 1 103 0,32

Serviços de Apoio 4 1 5 100 1,66 4 1 5 98 1,66 6 0 6 124 1,79 5 0 5 107 1,71

SOMA 13 4 17 100 5,53 14 4 17 105 5,91 17 4 20 124 5,91 14 4 18 109 5,79

Ortopedia 5 0 5 100 1,74 5 0 5 88 1,56 5 0 5 88 1,32 5 0 5 92 1,53

Serviços Administrativo 0 0 0 100 0,00 0 0 0 0 0,00 0 0 0 0 0,00 0 0 0 0 0,00

Serviços Médicos 0 0 0 100 0,00 0 0 0 0 0,00 0 0 0 0 0,00 0 0 0 0 0,00

Serviços de Apoio 2 0 2 100 0,60 2 0 2 103 0,63 3 0 3 169 0,87 2 0 2 124 0,71

SOMA 7 0 7 100 2,34 6 0 6 91 2,19 8 0 8 108 2,19 7 0 7 100 2,24

Pediatria 3 1 4 100 1,20 3 1 4 100 1,23 4 1 5 133 1,39 3 1 4 111 1,28

Serviços Administrativo 0 0 0 100 0,11 0 0 0 72 0,08 0 0 0 134 0,13 0 0 0 102 0,11

Serviços Médicos 0 0 0 100 0,15 0 0 0 76 0,12 1 0 1 128 0,16 0 0 0 102 0,14

Serviços de Apoio 1 0 1 100 0,49 1 0 1 60 0,30 2 0 2 158 0,66 2 0 2 106 0,49

SOMA 5 1 6 100 1,94 4 1 5 87 1,72 7 1 8 139 2,34 6 1 6 109 2,02

PS SUS 12 1 13 100 4,21 12 0 12 95 4,09 14 1 16 124 4,50 13 1 13 106 4,28

Serviços Administrativo 39 1 40 100 13,39 38 1 39 98 13,42 40 4 44 110 12,69 39 2 41 103 13,14

Serviços Médicos 55 4 58 100 19,41 57 4 61 105 20,85 57 5 63 108 18,12 56 4 61 104 19,38

Serviços de Apoio 6 0 6 100 1,98 6 0 6 99 2,01 6 0 6 96 1,64 6 0 6 99 1,86

Serviços de Diagnóstico 0 11 11 100 3,61 0 11 11 106 3,89 0 14 14 128 3,98 0 12 12 111 3,83

SOMA 112 16 128 100 42,59 113 17 130 102 44,25 118 24 142 111 40,95 114 19 133 104 42,50

UTI 11 6 17 100 5,75 13 4 17 98 5,73 18 6 24 139 6,90 14 5 19 112 6,17

Serviços Administrativo 0 0 0 100 0,02 0 0 0 85 0,02 0 0 0 125 0,03 0 0 0 103 0,02

Serviços Médicos 0 0 0 100 0,03 0 0 0 90 0,03 0 0 0 120 0,03 0 0 0 103 0,03

Serviços de Apoio 2 0 2 100 0,62 2 0 2 115 0,73 3 0 3 164 0,88 2 0 2 126 0,75

SOMA 13 6 19 100 6,43 15 4 19 99 6,51 21 6 27 141 7,84 16 6 22 113 6,98

TOTAL Produtivos 229 71 300 100 100 229 64 293 98 100 263 84 346 116 100 240 73 313 105 100 Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Faturamento por Convênio – Sintético/Sem Honorários Mensal, Demonstrativo Ambulatorial Mensal, Demonstrativo AIH Mensal, Repasse Ambulatorial Mensal e Repasse AIH Mensal da Contabilidade,Resumo Geral

Mensal e Consumo de Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH, Faturamento por Serviços/

Sem Honorários Particulares Mensal e Plano Estatístico da Informática, jan a mar/2002. Elaboração própria.

Page 50: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

50

Com a evolução de todos os Centro de Custos apresentados nota-se que a estrutura fixa

se manteve estável nos dois primeiros períodos e teve um ligeiro aumento no mês de Mar/02.

Os Centros de custos participaram em média no custo total médio do Serviço Produtivo

no período, assim:

PS SUS 42,47%,

Apartamento SUS 17,59%,

Centro Cirúrgico 12,39%,

Apartamento Convênio/Particular 10,54%,

UTI 6,47%,

Maternidade/Berçário 5,79%,

Ortopedia 2,23%,

Pediatria 2,02%.

A taxa de ocupação média do período da instituição foi de 49,43%. Em relação ao Custo

Total Médio do período, os Custos Fixos representam 76,47% e os Custos Variáveis

representam 23,26%.

As participações entre custo fixo e variável estão alteradas em comparação com a

Tabela 7 pois foi possível com o custos do Centro de Custos Cozinha um rateio com

clientes/pacientes (custos variáveis) e funcionários (custos fixos).

Com os valores da Tabela 8 é realizada uma apropriação dos Serviços Administrativos,

Apoio, Diagnósticos e Médicos aos Serviços Produtivos, Tabela 10 apresentada a seguir, e

uma análise com a separação dos custos da instituição em fixos (F) e variáveis (V) e a

utilização nos custos totais da análise horizontal (H), evolução entre os meses de Abril/02 a

Junho/02, e da análise em percentual (%) de participação mensal dos custos.

Page 51: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

51

TABELA 10 - ANÁLISE DO SERVIÇO PRODUTIVO POR CENTRO DE CUSTOS ABR/02 a JUN/02

($.000,00) Abr/02 Mai/02 Jun/02 Média

Produtivos F V T H % F V T H % F V T H % F V T H %

Apart. Conv./Part 9 5 13 100 3,82 7 3 10 75 3,14 8 4 12 93 3,41 8 4 12 89 3,47

Serviços Administrativo 1 0 1 100 0,16 1 0 1 99 0,18 1 0 1 108 0,17 1 0 1 102 0,17

Serviços Médicos 1 13 14 100 3,92 1 7 8 58 2,51 1 9 10 71 2,68 1 10 10 77 3,05

Serviços de Apoio 5 1 6 100 1,87 4 1 5 76 1,56 5 0 5 80 1,43 5 1 6 85 1,62

Serviços de Diagnóstico 0 10 10 100 2,77 0 10 10 106 3,23 0 10 10 106 2,81 0 10 10 104 2,93

SOMA 16 28 44 100 12,55 13 21 34 77 10,62 15 23 38 87 10,50 14 24 38 88 11,23

Apartamento SUS 20 12 32 100 9,12 19 9 28 87 8,71 23 11 34 106 9,26 20 10 31 98 9,05

Serviços Administrativo 6 0 6 100 1,82 5 0 5 86 1,73 6 0 6 94 1,64 6 0 6 93 1,73

Serviços Médicos 7 2 10 100 2,74 7 3 10 107 3,23 7 2 9 99 2,60 7 3 10 102 2,84

Serviços de Apoio 9 2 11 100 3,16 7 2 9 81 2,80 8 4 12 110 3,33 8 3 11 97 3,11

Serviços de Diagnóstico 0 4 4 100 1,21 0 4 4 86 1,14 0 4 4 86 0,99 0 4 4 90 1,11

SOMA 42 21 63 100 18,06 38 18 56 89 17,61 44 21 65 103 17,82 41 20 61 97 17,84

Centro Cirúrgico 20 8 27 100 7,83 20 8 28 103 8,87 22 10 32 119 8,91 21 9 29 107 8,53

Serviços Administrativo 2 0 2 100 0,66 2 0 2 75 0,54 1 0 2 67 0,42 2 0 2 81 0,54

Serviços Médicos 3 0 3 100 0,81 2 0 2 81 0,72 2 0 2 65 0,50 2 0 2 82 0,67

Serviços de Apoio 7 0 7 100 1,92 5 0 5 72 1,53 7 0 7 111 2,05 6 0 6 94 1,85

SOMA 31 8 39 100 11,22 29 8 37 95 11,65 33 10 43 111 11,88 31 9 40 102 11,59

Maternidade/Berçário 7 4 11 100 3,05 9 3 12 113 3,79 12 4 16 155 4,53 9 4 13 123 3,80

Serviços Administrativo 1 0 1 100 0,19 1 0 1 100 0,22 1 0 1 117 0,22 1 0 1 104 0,21

Serviços Médicos 1 0 1 100 0,23 1 0 1 112 0,29 1 0 1 118 0,26 1 0 1 110 0,26

Serviços de Apoio 7 1 7 100 2,09 5 1 5 72 1,65 6 0 6 86 1,72 6 0 6 86 1,82

SOMA 15 4 19 100 5,56 15 4 19 97 5,95 20 4 24 127 6,73 17 4 21 108 6,10

Ortopedia 6 0 6 100 1,80 6 0 6 92 1,83 6 0 6 102 1,77 6 0 6 98 1,80

Serviços Administrativo 0 0 0 100 0,00 0 0 0 0 0,00 0 0 0 0 0,00 0 0 0 0 0,00

Serviços Médicos 0 0 0 100 0,00 0 0 0 0 0,00 0 0 0 0 0,00 0 0 0 0 0,00

Serviços de Apoio 3 0 3 100 0,93 2 0 2 61 0,62 3 0 3 94 0,83 3 0 3 85 0,80

SOMA 9 0 9 100 2,73 8 0 8 82 2,45 9 0 9 100 2,60 9 0 9 94 2,60

Pediatria 3 1 4 100 1,04 3 1 4 117 1,33 4 1 4 117 1,16 3 1 4 111 1,17

Serviços Administrativo 0 0 0 100 0,11 0 0 0 108 0,13 0 0 0 124 0,13 0 0 0 111 0,13

Serviços Médicos 0 0 0 100 0,14 1 0 1 116 0,18 1 0 1 120 0,16 1 0 1 112 0,16

Serviços de Apoio 2 0 2 100 0,71 1 0 1 42 0,33 2 0 2 86 0,59 2 0 2 76 0,55

SOMA 6 1 7 100 2,01 5 1 6 90 1,97 7 1 7 107 2,04 6 1 7 99 2,01

PS SUS 14 1 15 100 4,32 16 1 16 108 5,13 21 1 22 144 5,95 17 1 18 117 5,15

Serviços Administrativo 42 2 44 100 12,71 39 1 40 90 12,58 44 2 46 105 12,74 41 2 43 98 12,68

Serviços Médicos 54 7 61 100 17,65 52 7 60 97 18,88 55 7 62 101 17,08 54 7 61 100 17,83

Serviços de Apoio 7 0 7 100 1,90 6 0 6 93 1,94 8 0 8 121 2,20 7 0 7 105 2,01

Serviços de Diagnóstico 0 16 16 100 4,67 0 14 14 85 4,37 0 14 14 85 3,80 0 15 15 90 4,27

SOMA 117 26 143 100 41,25 113 23 135 95 42,91 127 24 152 106 41,78 119 24 143 100 41,95

UTI 15 5 20 100 5,85 13 6 19 92 5,89 14 5 19 95 5,33 14 5 19 96 5,68

Serviços Administrativo 0 0 0 100 0,02 0 0 0 141 0,03 0 0 0 155 0,03 0 0 0 132 0,03

Serviços Médicos 0 0 0 100 0,02 0 0 0 152 0,04 0 0 0 150 0,03 0 0 0 134 0,03

Serviços de Apoio 2 0 3 100 0,73 3 0 3 108 0,87 4 0 5 179 1,25 3 0 3 129 0,96

SOMA 17 6 23 100 6,63 15 6 22 94 6,83 19 5 24 105 6,64 17 6 23 100 6,69

TOTAL Produtivos 253 93 347 100 100 236 80 316 91 100 274 89 363 105 100 254 87 342 99 100

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Faturamento por Convênio – Sintético/Sem Honorários Mensal,

Demonstrativo Ambulatorial Mensal, Demonstrativo AIH Mensal, Repasse Ambulatorial Mensal e Repasse AIH Mensal da

Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de

Empregado Mensal do RH, Faturamento por Serviços/ Sem Honorários Particulares Mensal e Plano Estatístico da

Informática, jan a mar/2002. Elaboração própria.

Page 52: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

52

Com a evolução de praticamente todos os Centro de Custos apresentados nota-se que a

estrutura fixa teve um ligeira diminuição no mês de Mai/02 porém um aumento no último

período.

Os Centros de custos participaram em média no custo total médio do Serviço Produtivo

no período, assim: PS SUS 41,95%, Apartamento SUS 17,84%, Centro Cirúrgico 11,59%,

Apartamento Convênio/Particular 11,23%, UTI 6,69%, Maternidade/Berçário 6,10%,

Ortopedia 2,60% e Pediatria 2,01%.

Os Centros de Custos Centro Cirúrgico, Pediatria e PS SUS, em comparação com o 1º

Trimestre (Tabela 9), diminuíram no período sua participação enquanto o restante dos Centros

de Custos aumentaram sua participação percentual.

A taxa de ocupação média do período da instituição foi de 59,01%, esta taxa foi

superior ao 1º Trimestre.

Em relação ao Custo Total Médio do período, os Custos Fixos representam 74,42% e os

Custos Variáveis representam 25,28%. Em comparação com a Tabela 9 - 1º Trimestre os

custos fixos representaram na média do período 2,31 % menos neste trimestre.

Na etapa seguinte está apresentada uma análise das receitas versus custos por cada tipo

de serviço prestado pela instituição nos períodos.

III.3.4. Análise das Receitas

Na alocação dos Serviços Produtivos obtidos na etapa anterior para as receitas da

instituição (Tabela 11 - 1ºTrimestre e Tabela 12 – 2ºTrimestre), foram utilizadas as seguintes

bases para rateio:

Na Glosa SUS, SUS Correção AIH/PS+AMB e Auxílios/Subvenções, pela

quantidade de clientes/pacientes total SUS que foram atendidos por SUS AIH e

SUS PS/Ambulatório e multiplicados pelo tempo de permanência médio;

O Apartamento Convênio/Particular, pela quantidade total de clientes/pacientes

que foram atendidos Convênio ou Particular;

Para Centro Cirúrgico, Maternidade/Berçário, Pediatria e UTI, pela quantidade

total de pacientes de cada centro de custo que passou por cada tipo de serviço

(Particular, Convênio e SUS AIH);

Page 53: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

53

Na apropriação do PS/Ambulatório, pela quantidade de pacientes que passou por

cada tipo de serviço (Particular, Convênio e SUS PS/Ambulatório);

Exclui-se da análise dos Serviços (Receitas x Custos) o serviço terceirizado do

SUS Quimioterapia.

Na apresentação das Tabelas 11 - 1ºTrimestre e Tabela 12 – 2ºTrimestre, os custos

apurados na Tabela serão apropriados aos produtos, com uma análise com a separação dos

custos em fixos (F) e variáveis (V), uma análise horizontal, uma análise vertical de cada

produto.

TABELA 11 - ANÁLISE DOS SERVIÇOS (RECEITAS x CUSTOS) JAN/02 a MAR/02

($.000,00) Jan/02 Fev/02 Mar/02

F V T H % F V T H % F V T H %

PARTICULAR

Receita 7 100 100 8 108 100 25 342 100

(-) Custos 2 2 4 100 55,56 2 2 4 102 52,31 4 3 7 185 30,13

RESULTADO 3 100 44,44 4 116 47,69 17 537 69,87

CONVÊNIO

Receita 53 100 100 46 87 108 59 111 104

(-) Glosa Convênios 0 100 0,00 (4) 100 -8,45 (2) 67 -4,21

SOMA 53 100 100 43 80 100 57 107 100

(-) Custos 35 28 63 100 118 35 25 60 95 140 43 26 69 109 121

RESULTADO (10) 100 -18,38 (17) 175 -40,37 (12) 120 -20,75

SUS AIH

Receita 61 100 44,80 59 98 47,50 59 98 52,24

(+) AUXILIO/SUBVENÇÃO 74 100 54,83 65 88 52,31 55 74 47,96

SUS Correção AIH/PS+AMB. 1 100 0,57 1 95 0,58 0 0 0,00

(-) Glosa SUS (0) 100 -0,19 (0) (1) -0,39 (0) (0) -0,20

SOMA 135 100 100 125 92 100 114 84 100

(-) Custos 84 28 112 100 83 82 25 108 96 86 104 32 136 121 120

RESULTADO 23 100 16,92 18 76 13,99 (22) (98) -19,78

SUS PS/AMB.

Receita 29 100 22,63 31 104 23,99 37 124 29,54

(+) AUXILIO/SUBVENÇÃO 100 100 76,84 97 97 75,73 88 88 70,76

SUS Correção AIH/PS+AMB. 1 100 0,79 1 104 0,84 0 0 0,00

(-) Glosa SUS (0) 100 -0,26 (1) 208 -0,56 (0) 107 -0,30

SOMA 130 100 100 128 98 100 124 95 100

(-) Custos 106 14 121 100 93,13 107 15 122 101 95,60 113 21 134 111 108,05

RESULTADO 9 100 6,87 6 63 4,40 (10) (112) -8,05

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Faturamento por Convênio – Sintético/Sem Honorários

Mensal, Demonstrativo Ambulatorial Mensal, Demonstrativo AIH Mensal, Repasse Ambulatorial Mensal e

Repasse AIH Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de Centro de Custos Mensal do

Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH, Faturamento por Serviços/ Sem Honorários

Particulares Mensal e Plano Estatístico da Informática, jan a mar/2002. Elaboração própria.

Page 54: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

54

De acordo com a Tabela 11 pode-se perceber que houve um aumento significativo na

receita e no lucro do Particular no mês de Mar/03. Em comparação ao primeiro mês o

aumento em percentual do número de clientes/pacientes foi de 15,63%.

O serviço Convênios está gerando prejuízo no decorrer do período. Desta maneira, as

receitas geradas pelos convênios não cobrem a estrutura fixa disponível pois, por exemplo, no

Apartamento Convênio/Particular a taxa de ocupação média do período foi de 35,47%.

Na Tabela 11, nota-se que e o serviço SUS AIH tem uma dependência grande das

Receitas de Auxílios/Subvenções e o serviço SUS PS/Ambulatório está gerando lucro nos

dois primeiros meses e um prejuízo no último mês, originado pela redução das receitas de

subvenções e pelo aumento dos custos fixos.

TABELA 12 - ANÁLISE DOS SERVIÇOS (RECEITAS x CUSTOS) ABR/02 a JUN/02

($.000,00) Abr/02 Mai/02 Jun/02

F V T H % F V T H % F V T H %

PARTICULAR

Receita 22 100 100 8 38 100 8 38 100

(-) Custos 3 2 5 100 21,77 3 3 7 134 77,39 4 4 8 170 100

RESULTADO 17 100 78,23 2 11 22,61 0 1 0

CONVÊNIOS

Receita 59 100 101 70 118 100 65 110 100

(-) Glosa Convênios (1) 100 (1) 0 0 0 0 0 0

SOMA 59 100 100 70 119 100 65 111 100

(-) Custos 41 31 72 100 122 35 25 60 83 85 41 26 67 93 102

RESULTADO (13) 100 (22) 10 (79) 15 (1) 10 (2)

SUS AIH

Receita 70 100 62 78 111 64 86 122 54

(+) AUXILIO/SUBVENÇÃO 44 100 38 45 103 37 75 172 47

SUS Correção AIH/PS+AMB. 0 0 0 0 0 0 0 0 0

(-) Glosa SUS (0) 100 (0) (0) (1) (0) (1) (2) (1)

SOMA 114 100 100 123 108 100 160 141 100

(-) Custos 96 35 131 100 115 87 32 119 91 97 103 37 141 107 88

RESULTADO (17) 100 (15) 4 (21) 3 20 (112) 12

SUS PS/AMB.

Receita 44 100 39 41 93 37 40 90 24

(+) AUXILIO/SUBVENÇÃO 70 100 62 71 101 64 129 183 77

SUS Correção AIH/PS+AMB. 0 0 0 0 0 0 0 100 0

(-) Glosa SUS (0) 100 (0) (1) 199 (1) (2) 512 (1)

SOMA 114 100 100 111 98 100 167 147 100

(-) Custos 115 24 139 100 122 110 21 130 94 117 126 22 148 106 89

RESULTADO (25) 100 (22) (19) 76 (17) 19 (75) 11

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Faturamento por Convênio – Sintético/Sem Honorários

Mensal, Demonstrativo Ambulatorial Mensal, Demonstrativo AIH Mensal, Repasse Ambulatorial Mensal e

Repasse AIH Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de Centro de Custos Mensal do

Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH, Faturamento por Serviços/ Sem Honorários

Particulares Mensal e Plano Estatístico da Informática, abr a jun/2002. Elaboração própria.

Page 55: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

55

Com a Tabela 12, pode-se perceber que o aumento da receita e do lucro do Particular

que ocorreu no último período do 1º Trimestre se manteve no mês de Abril porém voltou ao

estágio inicial nos meses de Mai/02 e Jun/02, sendo este o mesmo nível de receita e lucro dos

meses de Jan/02 e Fev/02.

O serviço Convênios obteve um resultado positivo no mês de Mai/02 e o serviço SUS

AIH, em comparação ao 1º Trimestre, continua gerando prejuízo nos mês de Abril/02 por

causa da diminuição das receitas de subvenções e dos custos fixos mais altos. O resultado

melhorou no mês de Mai/02 por razão de um ligeiro aumento das receitas e diminuição dos

custos fixos.

A Tabela 12 demonstra que o prejuízo do serviço SUS PS/AMB. que se iniciou no final

do 1º Trimestre, com a queda das receitas de subvenções e o aumento dos custos fixos,

estendeu-se até o mês de Mai/02 e somente melhorou no mês de Jun/02, por razão do aumento

das subvenções.

Na etapa seguinte está apresentada uma análise do ponto de equilíbrio geral, econômico

e financeiro total, da margem de contribuição e do grau de alavancagem por cada tipo de

serviço prestado pela instituição nos períodos.

III.3.5. Análise do Ponto de Equilíbrio, da Margem de Contribuição

e do Grau de Alavancagem

As Tabelas 13, 15, 17 e 19 - 1ºTrimestre e Tabela 14, 16, 18 e 20 – 2ºTrimestre

apresentam a análise do ponto de equilíbrio, margem de contribuição total (MCT), margem

de contribuição unitária (MC unitária.) e grau de alavancagem mensal (GA).

A Margem de Contribuição (MC) é determinada pela diferença entre as receitas (preço

de venda) e os custos variáveis (CV) /despesas variáveis (DV) e o Grau de Alavancagem é

obtido através do cálculo GA = % de acréscimo de lucro / % de acréscimo de vendas.

Para a apuração do Ponto de Equilíbrio foi utilizado o Ponto de Equilíbrio Geral (PEG),

que tem como objetivo o lucro líquido igual a zero, o Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE),

onde o lucro líquido somando com o lucro que a empresa pré determinou, lucro

predeterminado, deve ser igual a zero e o Ponto de Equilíbrio Financeiro Total (PEFT), onde

se tem que gerar recursos suficientes para cobrir os gastos desembolsáveis e os gastos

desembolsáveis mais onerosos como amortizações.

Page 56: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

56

Na determinação do Lucro Predeterminado, utilizado na análise do ponto de equilíbrio

(PEE e PEFT), foi apresentado um lucro de R$ 36.000,00 no mês, retorno este próximo da

realidade do hospital em relação ao investimento do ativo atualizado.

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade, Resumo Geral

Mensal e Consumo de Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de

Empregado Mensal do RH, Faturamento por Serviços/ Sem Honorários Particulares

Mensal e Plano Estatístico da Informática, jan a mar/2002. Elaboração própria.

De acordo com a Tabela acima, o Grau de alavancagem apresentado nos dois primeiros

períodos manteve-se praticamente estável e foi muito superior no último período (ver. Gráfico

5 abaixo). A instituição em todos os períodos superou o Ponto de Equilíbrio Financeiro Total

neste serviço.

GRÁFICO 5 - PARTICULAR (RECEITAS X CUSTOS) JAN/02 a MAR/02

0

5

10

15

20

25

30

Jan/02 Fev/02 Mar/02

Meses

Valo

r (

Milh

ar

es

de

R$)

Custos Receita

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade, Resumo Geral Mensal e Consumo de

Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH, Faturamento por

Serviços/ Sem Honorários Particulares Mensal e Plano Estatístico da Informática, jan a mar/2002. Elaboração

própria.

TABELA 13 – P. E. PARTICULAR JAN/02 a MAR/02

($.000,00) Jan/02 Fev/02 Mar/02

MCT 5 4 8

MC unitária 0,1553 0,1258 0,2127

PEG 2 2 3

PEE 3 3 4

PEFT 5 5 8

VENDAS 7 8 25

QTD (Clientes/Pacientes) 32 30 37

GA % 44,44 47,69 69,87

Page 57: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

57

A Tabela 14 apresenta, em comparação à Tabela 13 – 1º Trimestre, que o grau de

alavancagem no mês de Abril é o maior de todos os períodos analisados e que o grau de

alavancagem do mês de Jun/02 é o menor do período devido à diminuição do MC unitária no

mês.

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e

Consumo de Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal

do RH, Faturamento por Serviços/ Sem Honorários Particulares Mensal e Plano Estatístico da

Informática, abr a jun/2002. Elaboração própria.

Mesmo com o grau de alavancagem inferior, no último período, a instituição em todos

os períodos superou o Ponto de Equilíbrio Financeiro Total neste serviço (ver. Gráfico 6).

GRÁFICO 6 - PARTICULAR (RECEITAS X CUSTOS) ABR/02 a JUN/02

0

5

10

15

20

25

Abr/02 Mai/02 Jun/02

Meses

Valo

r (

Milhares

de R

$)

Custos Receita

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de

Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH, Faturamento por

Serviços/ Sem Honorários Particulares Mensal e Plano Estatístico da Informática, abr a jun/2002. Elaboração

própria.

De acordo com a Tabela 15, o Grau de alavancagem foi pior no mês de Fev/02 por

causa das quedas nas receitas, pois os custos praticamente se mantiveram nos dois primeiros

TABELA 14 - P. E. PARTICULAR ABR/02 a JUN/02

($.000,00) Abr/02 Mai/02 Jun/02

MCT 20 3 2

MC unitária 0,7701 0,1113 0,0605

PEG 2 3 4

PEE 3 4 5

PEFT 6 8 9

VENDAS 22 8 8

QTD Clientes/Pacientes) 26 25 33

GA % 78,23 22,61 1,95

Page 58: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

58

meses (ver Gráficos 7, a seguir) e se comprova que as receitas geradas, em todos os períodos,

estão acima do Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) e não atingem o Ponto de Equilíbrio

Financeiro Total (PEFT) neste serviço.

TABELA 15 – P. E. CONVÊNIOS JAN/02 a MAR/02

($.000,00) Jan/02 Fev/02 Mar/02

MCT 2 2 2

MC unitária 0,0043 0,0041 0,0042

PEG 28 25 26

PEE 31 28 29

PEFT 66 63 72

VENDAS 53 43 57

QTD (Clientes/Pacientes) 436 417 511

GA % -18,38 -40,37 -20,75

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Faturamento por Convênio –

Sintético/Sem Honorários Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de

Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH e

Plano Estatístico da Informática, jan a mar/2002. Elaboração própria.

GRÁFICO 7 - CONVÊNIOS (RECEITAS X CUSTOS) JAN/02 a MAR/02

40

45

50

55

60

65

70

Jan/02 Fev/02 Mar/02

Meses

Va

lor (

Milha

res

de R

$)

Custos Receita

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Faturamento por Convênio – Sintético/Sem Honorários

Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de

Pagamento de Empregado Mensal do RH e Plano Estatístico da Informática, jan a mar/2002. Elaboração

própria.

Pela Tabela 16, percebe-se que o resultado positivo apresentado no mês de Mai/02

deve-se pelo aumento das receitas e sobretudo pelo diminuição dos custos fixos no mês. Desta

forma, proporcionando um grau de alavancagem positivo no mês de Mai/02, sendo a única

alavancagem positiva do serviço de convênios no 1º e 2º Trimestre.

Page 59: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

59

TABELA 16 - P. E. CONVÊNIOS ABR/02 a JUN/02

($.000,00) Abr/02 Mai/02 Jun/02

MCT 2 3 3

MC unitária 0,0037 0,0054 0,0052

PEG 31 25 26

PEE 34 28 29

PEFT 75 63 70

VENDAS 59 70 65

QTD (Clientes/Pacientes) 514 527 479

GA % -22,37 14,82 -1,96

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Faturamento por Convênio –

Sintético/Sem Honorários Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de

Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH e

Plano Estatístico da Informática, abr a jun/2002. Elaboração própria.

A Tabela 16 também demonstra que as receitas geradas, nos meses de Abr/02 e Jun/02,

estão acima do PEE e abaixo do PEFT neste serviço (ver. Gráfico 8, a seguir).

GRÁFICO 8 - CONVÊNIOS (RECEITAS X CUSTOS) ABR/02 a JUN/02

55

60

65

70

75

Abr/02 Mai/02 Jun/02

Meses

Va

lor (

Mil

ha

res

de R

$)

Custos Receita

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Faturamento por Convênio – Sintético/Sem Honorários

Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de

Pagamento de Empregado Mensal do RH e Plano Estatístico da Informática, abr a jun/2002. Elaboração própria.

As receitas geradas pelo SUS AIH está gerando prejuízo no mês de março de 2002, pois

as subvenções diminuíram e houve um aumento dos custos fixos e variáveis; porém, as

receitas diretas mantiveram-se como no mês anterior, o que não cobre a estrutura fixa

disponível (ver. Tabela 17).

Page 60: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

60

TABELA 17 – P. E. SUS AIH JAN/02 a MAR/02

($.000,00) Jan/02 Fev/02 Mar/02

MCT 5 5 4

MC unitária 0,0064 0,0082 0,0047

PEG 28 25 32

PEE 34 31 38

PEFT 118 114 142

VENDAS 135 125 114

QTD (Clientes/Pacientes) 755 605 758

GA % 16,92 13,99 -19,78

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Demonstrativo AIH Mensal, Repasse

Ambulatorial Mensal e Repasse AIH Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e

Consumo de Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal

do RH e Plano Estatístico da Informática, jan a mar/2002. Elaboração própria.

Conforme Tabela 17, o Grau de alavancagem foi pior no mês de Mar/02, por causa das

quedas nas receitas e o aumento dos custos (ver Gráficos 9, abaixo) e se comprova que as

receitas geradas, nos meses de Jan/02 e Fev/02, estão acima do Ponto de Equilíbrio Financeiro

Total (PEFT) e que, no mês de Mar/02, as receitas geradas atingem o Ponto de Equilíbrio

Econômico (PEE).

GRÁFICO 9 - SUS AIH (RECEITAS X CUSTOS) JAN/02 a MAR/02

80

90

100

110

120

130

140

Jan/02 Fev/02 Mar/02

Meses

Valo

r (

Milhares

de R

$)

Custos Receita

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Demonstrativo AIH Mensal, Repasse Ambulatorial

Mensal e Repasse AIH Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de Centro de Custos Mensal

do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH e Plano Estatístico da Informática, jan a

mar/2002. Elaboração própria.

A Tabela 18 demonstra que as receitas geradas no período estão acima do Ponto de

Equilíbrio Econômico (PEE) e abaixo do Ponto de Equilíbrio Financeiro Total (PEFT) nos

meses de Abr/02 e Mai/02. Somente no último mês, as receitas cobrem o PEFT,

Page 61: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

61

conseqüentemente o grau de alavancagem da instituição no 2 º Trimestre é maior no mês de

Jun/02 (ver Gráfico 10).

TABELA 18 - P. E. SUS AIH ABR/02 a JUN/02

($.000,00) Abr/02 Mai/02 Jun/02

MCT 3 4 4

MC unitária 0,0039 0,0050 0,0056

PEG 35 32 37

PEE 41 38 43

PEFT 137 125 147

VENDAS 114 123 160

QTD (Clientes/Pacientes) 839 777 769

GA % -15,35 2,97 12,23

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Demonstrativo AIH Mensal e Repasse

AIH Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de Centro de Custos Mensal

do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH e Plano Estatístico da

Informática, abr a jun/2002. Elaboração própria.

GRÁFICO 10 - SUS AIH (RECEITAS X CUSTOS) ABR/02 a JUN/02

110

120

130

140

150

160

Abr/02 Mai/02 Jun/02

Meses

Valo

r (

Milhares

de R

$)

Custos Receita

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Demonstrativo AIH Mensal e Repasse AIH Mensal da

Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento

de Empregado Mensal do RH e Plano Estatístico da Informática, abr a jun/2002. Elaboração própria.

Page 62: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

62

TABELA 19 – P. E. SUS PS/AMB. JAN/02 a MAR/02

($.000,00) Jan/02 Fev/02 Mar/02

MCT 9 9 6

MC unitária 0,0030 0,0032 0,0016

PEG 14 15 21

PEE 39 40 46

PEFT 146 147 159

VENDAS 130 128 124

QTD (Clientes/Pacientes) 3049 2682 3655

GA % 6,87 4,40 -8,05

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Demonstrativo Ambulatorial Mensal e

Repasse Ambulatorial Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de Centro

de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH e Plano

Estatístico da Informática, jan a mar/2002. Elaboração própria.

Na Tabela 19, percebe-se que o Grau de alavancagem foi pior no mês de Mar/02 por

causa das quedas nas receitas e o aumento dos custos (ver Gráficos 11) e as receitas geradas,

no período, não estão acima do Ponto de Equilíbrio Financeiro Total (PEFT); em todos os

meses, as receitas geradas atingem o Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE).

GRÁFICO 11 - SUS PS (RECEITAS X CUSTOS) JAN/02 a MAR/02

115

120

125

130

135

140

Jan/02 Fev/02 Mar/02

Meses

Va

lor (

Milh

ares

de R

$)

Custos Receita

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Demonstrativo Ambulatorial Mensal e Repasse

Ambulatorial Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de Centro de Custos Mensal do

Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH e Plano Estatístico da Informática, jan a mar/2002.

Elaboração própria.

De acordo com a Tabela 20, em nenhum dos meses a instituição atingiu o PEFT e em

todos os meses a instituição atingiu o PEE. O grau de alavancagem melhorou no último mês.

No Gráfico 12, tem-se uma noção de como as receitas e os custos evoluíram no período.

Page 63: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

63

TABELA 20 - P. E. SUS PS/AMB. ABR/02 a JUN/02

($.000,00) Abr/02 Mai/02 Jun/02

MCT 5 5 8

MC unitária 0,0012 0,0015 0,0019

PEG 24 21 22

PEE 49 46 47

PEFT 164 155 173

VENDAS 114 111 167

QTD (Clientes/Pacientes) 4037 3668 3943

GA % -22,34 -17,24 11,42

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Demonstrativo Ambulatorial Mensal,

Demonstrativo AIH Mensal e Repasse Ambulatorial Mensal da Contabilidade,Resumo Geral

Mensal e Consumo de Centro de Custos Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado

Mensal do RH e Plano Estatístico da Informática, abr a jun/2002. Elaboração própria.

GRÁFICO 12 - SUS PS (RECEITAS X CUSTOS) ABR/02 a JUN/02

105

115

125

135

145

155

165

175

Abr/02 Mai/02 Jun/02

Meses

Va

lor (

Milha

res

de R

$)

Custos Receita

Fonte: Balancete de Verificação Consolidado Mensal, Demonstrativo Ambulatorial Mensal, Demonstrativo AIH

Mensal e Repasse Ambulatorial Mensal da Contabilidade,Resumo Geral Mensal e Consumo de Centro de Custos

Mensal do Estoque, Folha de Pagamento de Empregado Mensal do RH e Plano Estatístico da Informática, abr

a jun/2002. Elaboração própria.

Na etapa seguinte estão apresentadas as alternativas propostas para um

redimensionamento dos custos para atingir o PEFT por cada tipo de Serviço.

III.3.6. Propostas para Controle de Custos e para Determinar e

Atingir o Ponto de Equilíbrio por Cada Tipo de Serviço

De acordo com os dados coletados e com a análise apresentada neste relatório,

apresentam-se as seguintes propostas para a instituição:

Page 64: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

64

Agilizar os procedimentos para se obter os Balancetes de Verificação

Consolidado Mensais com mais antecedência do que vem ocorrendo atualmente;

Implementar a confecção de Relatórios Gerenciais para serem utilizados nas

tomadas de decisões na instituição;

Análise trimestral com os dados obtidos dos itens acima para uma melhor

visualização das constantes mudanças que ocorrem atualmente;

Planejar de forma compatível a quantidade necessária dos funcionários da

SCMI, com o objetivo de evitar custos com admissão e desligamento de pessoas;

Simplificar os Centros de Custos (como no modelo apresentado neste Relatório)

existentes nos programas de informática da entidade, bem como utilizar o

mesmo Centro de Custos como padrão em todos os programas utilizados;

Prover para cada setor conhecimento maior do programa de informática

utilizado e seus recursos disponíveis;

Controlar de forma mensal o número de unidades produzidas para cada centro

de custos nos setores de Central de Esterilização, Cozinha, Costura e Lavanderia

para formar as bases de rateio necessárias;

Controlar de forma mensal o número de cliente/pacientes atendidos para cada

centro de custos e para serviço/produto da instituição para formar as bases de

rateio para o Serviço de Diagnóstico, Serviço Médico, Serviço Administrativo;

Separar o número de cliente/pacientes atendidos do PS Ambulatório e

Ortopedia;

Determinar de maneira mais compatível a apropriação de custos fixos e

variáveis, principalmente nos Centros de Custos: PS/Ambulatório, Ortopedia e

Pediatria;

Determinar quanto de Glosa e Correções SUS se originou na receita de SUS

AIH ou SUS PS/Ambulatório;

Planejar de forma compatível o máximo de gastos mensais em materiais/outros

para as manutenções na instituição;

Planejar o máximo de gastos mensais em materiais/outros para o serviço

administrativo.

Page 65: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

65

III.3.7. Exemplo Aplicado para Redimensionamento dos Custos e

para Atingir o PEFT por cada tipo de Serviço

Neste tópico, apresenta-se uma proposta para diminuição dos custos fixos e para atingir

o PEFT em cada tipo de Serviço da instituição.

Como nos períodos analisados a estrutura fixa da instituição teve constantes variações,

esta proposta será realizada com base no mês de Jun/02 (último mês analisado). Nos dados

das Tabelas de Análises dos Serviços (Receitas x Custos), no mês de Jun/02, propõe-se que os

Custos fixos passem de R$ 274.000,00 para R$ 257.000,00, diminuindo 6,21% (-R$

17.000,00). No exemplo, os centros de custos atingidos seriam:

Serviços Administrativos, conta de Materiais/Outros, diminuição em 34,95% (-

R$ 3.000,00) o serviço administrativo obteve este resultado em Fev/02;

Apartamento Convênio/Particular, conta de Mão de Obra, diminuição em

44,44% (- R$ 3.000,00) este apartamento tem no mês de Jun/02 1 funcionário

para cada 5,7 clientes/pacientes enquanto outro serviço de Apartamento da

instituição, no mesmo mês, tem 1 funcionário para cada 19,2 clientes/pacientes;

Maternidade, conta de Mão de Obra, diminuição em 25,93% (- R$ 3.000,00)

esta conta atingiu este valor como média do 2º Trimestre;

PS SUS, conta de Mão de Obra, diminuição em 22,62% (- R$ 4.000,00) esta

conta atingiu este valor como média do 2º Trimestre;

Central de Esterilização, conta de Mão de Obra, diminuição em 33,33% (- R$

1.000,00) esta conta atingiu este valor como média do 2º Trimestre;

Manutenção, conta de Materiais/Outros, diminuição em 40,48% (- R$ 3.000,00)

o serviço administrativo obteve este resultado na média dos meses de Jan/02 a

Fev/02.

A seguir, apresenta-se o Exemplo 1, de como estariam os resultados dos custos da

instituição por tipo de serviço com as alternativas acima implementadas e, no Exemplo 2,

apresentam-se os resultados acima em comparação ao ponto de equilíbrio e ao grau de

alavancagem.

Page 66: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

66

EXEMPLO 1 JUN/02 MODIFICADO - RECEITAS x CUSTOS ($.000,00)

PARTICULAR F V T %

Receita 8 100

(-) Custos 3 4 7 84,36

RESULTADO 1 15,64

CONVÊNIOS

Receita 65 100

(-) Custos 34 26 61 94

RESULTADO 4 6

SUS AIH

Receita 160 100

(-) Custos 100 37 137 85

RESULTADO 24 15

SUS PS/AMB.

Receita 167 100

(-) Custos 120 22 142 85

RESULTADO 25 15

TOTAL CUSTOS 257 89 347

Como foi demonstrado, a instituição obteria um lucro total de R$ 54.000,00 e nenhum

tipo de serviço obteria prejuízo. Com o Exemplo 2, pode-se perceber que com as alternativas

propostas a empresa atinge ou supera PEFT em todos os tipos de serviço e o grau de

alavancagem, em comparação com os resultados reais analisados do mês de Jun/02, é superior

em todos os tipos de serviço.

EXEMPLO 2 JUN/02 MODIFICADO – P. E. ($.000,00)

PARTICULAR PEG 4 PEE 5

PEFT 8 VENDAS 8

GA % 15,64 CONVÊMIOS

PEG 26 PEE 29

PEFT 64 VENDAS 65

GA % 6,44 SUS AIH

PEG 37 PEE 43

PEFT 143 VENDAS 160

GA % 14,69 SUS PS/AMB.

PEG 22 PEE 47

PEFT 167 VENDAS 167

GA % 14,78

Page 67: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

67

IV. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As evidentes dificuldades apresentadas na situação problemática da Santa Casa de

Misericórdia de Itatiba e discutidas no decorrer deste processo de análise atingiram o objetivo

primordial, avaliar através de um diagnóstico dos custos e do ponto de equilíbrio a situação

financeira da instituição com apresentação de alternativas para otimizá-la; e atingiram as

metas intermediárias: fazer estudo setorial; compreender o método de trabalho executado;

analisar historicamente as demonstrações financeiras e relatórios gerenciais; fazer reuniões de

esclarecimentos e divulgações; coletar dados sobre as receitas e os custos; analisar os custos

fixos e variáveis; verificar a formação dos preços dos serviços; avaliar a margem de

contribuição de cada área; e levantar bibliografias para fundamentação das alternativas.

Destarte, a monografia objetiva responder a questão sobre quais são os problemas e

causas em relação ao custo e ponto de equilíbrio da Santa Casa de Misericórdia de Itatiba que

impedem um melhor desempenho financeiro e apontar suas possíveis soluções.

No decorrer do trabalho indica-se a importância da adoção de um conjunto de medidas

que envolvem a necessidade dos integrantes da Santa Casa de Misericórdia de Itatiba

compreenderem a realidade da instituição em relação ao custo e suas implicações no ponto de

equilíbrio dos serviços da instituição para servir como base em tomadas de decisões. Deste

modo, a pesquisa legitima sua importância, apresentando análise para a diretora da instituição

sobre a situação financeira (custos e ponto de equilíbrio) e possíveis alternativas de gestão. A

oportunidade da pesquisa é válida, pela falta de um diagnóstico financeiro para detecção do

início dos problemas; além disso, a pesquisa regulariza sua viabilidade, de acordo com a

aprovação da diretoria administrativa para a execução do projeto.

As dificuldades apresentadas na análise e interpretação dos dados desta monografia são

decorrentes da aplicação da metodologia descrita, baseada na revisão bibliográfica

apresentada, e são relacionáveis a dados poucos precisos e confiáveis. Como por exemplo, os

direcionadores de custos utilizados na análise dos custos da instituição foram os mais

dificultosos para serem adquiridos na realização deste projeto e considera-se que todos os

controles para a formação de direcionadores de custos utilizados para a apropriação dos

custos, principalmente, dos serviços de apoio e diagnóstico, têm que ser aperfeiçoados.

Dentre as propostas para controle de custos e para determinar e atingir o ponto de

equilíbrio por cada tipo de serviço apresentadas, decorrentes da análise e interpretação dos

dados, pode-se destacar como principal o prosseguimento do programa de análise dos custos e

Page 68: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

68

do ponto de equilíbrio da instituição, de maneira inerente a organização e esclarecedores para

tomadas de decisões no âmbito geral. Seria interessante para a organização manter controles

detalhados sobre os serviços administrativos da organização. No APÊNDICE I, apresenta-se

um manual simples de controle de custos para a Santa Casa de Misericórdia de Itatiba com

algumas premissas, tipos de controles e etapas a serem seguidas.

Para o cumprimento da proposta acima, os balancetes de verificação mensal, apurados

pela contabilidade, terão que ser concluídos em um período menor para que se tenha neste

instrumento um valor maior nas tomadas de decisões. De acordo com as entrevistas realizadas

no decorrer desta pesquisa, a demora origina-se na apuração dos resultados dos setores de

faturamento e tesouraria da instituição.

Em relação ao setor de setor de tesouraria, a proposta para uma agilização baseia-se na

implementação de um fluxo de caixa mais conciso e objetivo. Desta maneira, a contabilidade

poderá obter os resultados mais precisos e concentrar-se-á primordialmente na contabilidade

dos resultados.

No setor de faturamento a proposta de agilização relaciona-se a uma maior rapidez nos

procedimentos de fechamento mensal das receitas no setor e para a contabilidade uma

proposta de apuração das receitas mensais por previsão, pois o retorno do sistema de

aprovação da receitas nos clientes SUS e convênios é demorado e a margem de erro média em

comparação à previsão é de 2%, que poderá ser ajustada futuramente, uma vez que o balanço

encerra-se anualmente.

Num âmbito geral nas análises das receitas do serviço SUS, a instituição pela área em

que atua, não pode recusar ou aumentar o atendimento de clientes-pacientes, pois tem a

característica atual de ser o único hospital da cidade que atende neste sistema. Então, deve-se

ter como objetivo maior neste sistema a manutenção das receitas de subvenções em um

mesmo patamar, porque nas quedas dessas receitas conseqüentemente apuram-se

prejuízos/lucros irrisórios no mês, pois a estrutura física e humana mantêm-se disponível.

De acordo com entrevistas com os responsáveis por cada setor da instituição e com

estatísticas apuradas sobre a taxa de ocupação de cada unidade produtiva, é possível aumentar

o atendimento nos serviços de convênios e particulares com a mesma estrutura física e

humana disponível. Com certeza é interessante para a instituição esse aumento no

atendimento e necessário um acompanhamento de marketing nesta questão.

Atualmente, a entidade não se utiliza nenhuma informação sobre custos para formação

dos preços dos serviços; um dos serviços que pode utilizar da informação sobre o custo e o

Ponto de Equilíbrio Financeiro Total, apurados nas análises e interpretações de dados, é o

Page 69: Análise dos custos e do ponto de equilíbrio em uma instituição hospitalar pública

69

atendimento particular; além desta informação, a instituição poderia definir com os

participantes dos serviços médicos os valores que serão cobrados por esse atendimento e criar

uma tabela de preços para o atendimento particular. Como demonstrado, nas análises e

interpretações de dados, a instituição não trabalha com uma margem de segurança definida.

Na questão dos custos variáveis, torna-se necessária uma análise minuciosa no setor de

compras para avaliar a possibilidade de diminuição dos custos em relação a, por exemplo,

maiores volumes de compra, desenvolvimento de novos fornecedores e substituição por

materiais similares.

Como a instituição forma-se a partir de uma união de atividades que podem ser

administradas independentemente, existem outras possibilidades de terceirização, em que a

empresa não trabalha, que poderiam ser avaliadas por meio de outro projeto de pesquisa e

também, uma avaliação sobre a viabilidade atual das terceirizações mantidas pela instituição.

Desde o início deste trabalho a instituição, com a realização de reuniões, para

esclarecimentos e divulgação dos dados e ações, com os responsáveis pela área financeira e

pela monografia, manteve-se informada sobre a pesquisa e a partir das propostas apresentadas

iniciou-se a implementação de algumas melhorias, como por exemplo, a agilização para o

recebimento do balancete de verificação consolidado mensal.

Os elementos da administração financeira, especializada na controladoria, e trabalhados

na análise dos custos e do ponto de equilíbrio de qualquer instituição, por si só são complexos

e instigantes; além disso, aliados à área hospitalar que atende ao três nichos (SUS, convênios

e particulares), não são menos complexos e instigantes que os demais elementos. Este

trabalho mostrou a importância para o administrador do aprimoramento destas áreas e deste

nicho de mercado pouco estudado pela academia pois, atualmente no país, o setor de

prestação de serviços encontra-se em franca expansão e necessidade de qualificação.