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Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental Campus Rio de Janeiro Carlos Felipe Catorza da Silva Santos A CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO VIA ICMS ECOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE NITERÓI – RIO DE JANEIRO. Rio de Janeiro - RJ 2017 Carlos Felipe Catorza da Silva Santos

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Curso Superior de Tecnologia em Gestão AmbientalCampus Rio de Janeiro

Carlos Felipe Catorza da Silva Santos

A CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO VIA

ICMS ECOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE NITERÓI – RIO DE JANEIRO.

Rio de Janeiro - RJ

2017

Carlos Felipe Catorza da Silva Santos

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A CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO VIA

ICMS ECOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE NITERÓI – RIO DE JANEIRO.

Trabalho de conclusão de curso apresentado como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental.

Orientador: Prof°. D. Sc. Gustavo Simas Pereira

Rio de Janeiro - RJ

2017

Carlos Felipe Catorza da Silva Santos

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A CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO VIA

ICMS ECOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE NITERÓI – RIO DE JANEIRO.

Trabalho de conclusão de curso apresentado como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Ambiental.

Data da aprovação:

__________________________________________________

Prof°. D. Sc. Gustavo Simas Pereira (Orientador)

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)

_________________________________________________

Profª. M. Sc. Carla Bilheiro Santi

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)

_________________________________________________

M. Sc. Amanda Jevaux

Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade (Prefeitura de Niterói)

Rio de Janeiro – RJ

2017

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À minha família e amigos, por terem me dado apoio e incentivo nesse tempo de tensão e ansiedade e por terem

sido pacientes quando tive pouco tempo para eles.

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AGRADECIMENTOS

Depois de muito sacrifício se encerra uma árdua jornada, fechando um ciclo

importantíssimo e iniciando outro ainda mais difícil. Neste longo percurso, tive a honra de

contar com a ajuda de pessoas que marcaram presença e criaram lugar cativo em minha

memória.

Gostaria de agradecer a todos que direta ou indiretamente me ajudaram nesta

caminhada, que me incentivaram, apoiaram e cobraram o melhor de mim. Sou muito feliz por

poder contar com tantas pessoas queridas e especiais em minha vida.

Foi uma honra poder estudar no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia

do Rio de Janeiro (IFRJ). Conhecer e fazer parte desta instituição foi fundamental em minha

formação, não apenas acadêmica e profissional, mas na formação pessoal e de caráter. Tudo

que aprendi neste tempo (maior do que deveria ser), não pode ser descrito, a emoção ao

escrever esse texto não pode ser mensurada. Isso porque o IFRJ me proporcionou alguns dos

momentos mais felizes da vida. Fez com que meu cérebro fervilhasse de conhecimento, que

meus dias fossem felizes de maneira que até então não conhecia. Obrigado IFRJ, por fazer

com que pessoas tão incríveis entrassem na minha vida, pessoas que jamais sairão do meu

coração e que amo de maneira incondicional.

Agradeço aos meus colegas por fazer com esses dias se tornassem momentos ímpares

e marcantes, poderia escrever algumas laudas com os nomes desses que participaram dessa

odisséia. Com tantos períodos de faculdade, conheci tanta gente incrível que é difícil apontar

apenas alguns. Mas posso assegurar que em todas essas fases nomes como Nícolas, Ana

Gabriela, Jessica, Caio, Rafael, Erick, Camilla, Maíra, Caldeira, Dudu, Zé, Flávio, Filipe, Tré,

Priscilla, Marcelinho, Raimundo, Vivi entre outros tantos que estão em meus pensamentos

fizeram dessa trajetória momentos incríveis.

O IFRJ foi tão incrível para mim que além dessas tantas alegrias ainda me ajudou a

conhecer alguém que hoje não me imagino longe, alguém que mesmo nos momentos mais

difíceis não me deixou abater, que não me deixa acomodar e que não permite que permaneça

na zona de conforto. Ela foi fundamental nesse último degrau e me deu as forças que faltavam

para atravessar as jornadas intensas de trabalho somadas as noites sem dormir, com uma

simples mensagem escondida em meio minhas anotações tirou o cansaço e colocou um sorriso

bobo em meu rosto. Obrigado, Isis!

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Agradeço também à minha família, que fez de mim o que sou, que me deu todo o

suporte mesmo quando precisei me ausentar. Agradeço aos meus pais Eny e Ronaldo, aos

meus irmãos Rafaela, Danielle, Gabriella e Rafael, aos meus sobrinhos Gabrielle, Isabella,

Gustavo e Carlos, pois sem vocês eu não seria nada.

Gostaria de agradecer aos meus professores, todos eles sem exceção, pois todos foram

importantes na minha formação, em especial ao Professor Gustavo Simas pelas orientações e

profissionalismo, mesmo em momentos críticos.

O Instituto me proporcionou tantas coisas incríveis que sinto imensa vontade de

retribuir tudo isso, e espero que um dia possa proporcionar para alguém tudo o aqui vivi.

Obrigado IFRJ.

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RESUMO

Catorza, Carlos Felipe. A Contribuição Econômica das Unidades de Conservação via ICMS Ecológico no Município de Niterói –Rio de Janeiro.Trabalho de Conclusão de Curso. 93 f. Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Campus Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2017.

As unidades de conservação (UC) são um dos eixos centrais da proteção à natureza. Porém, a destinação de recursos financeiros à sua criação e manutenção é vista apenas como despesas e não investimentos, ou mesmo um entrave ao desenvolvimento. Diante da importância das áreas naturais, diferentes estratégias de proteção vêm sendo implementadas. Entre elas a valoração dos serviços ambientais. A importância dos serviços prestados pelo meio ambiente e a necessidade de proteção dos remanescentes naturais levaram ao desenvolvimento de programas e mecanismos para incentivar e premiar os provedores de serviços ambientais, uma vez que toda a sociedade depende e se beneficia do provimento desses serviços, como o uso público. Nesta perspectiva o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Ecológico tem como foco contribuir na melhoria ambiental dos municípios, pois avalia parte do desempenho ambiental e aporta recursos financeiros de acordo com o tipo e categoria das UCs no município. O objetivo do presente trabalho é avaliar o ICMS Ecológico destinado ao município de Niterói-RJ e a sua relação com as unidades de conservação. Para atingir esse objetivo foi realizado o levantamento dos repasses estaduais de ICMS Ecológico destinado ao município e a caracterização desse aporte observando o índice final de conservação ambiental (IFCA). Em seguida, foi avaliada a contribuição econômica das unidades de conservação existentes no município e em quais destas o serviço ambiental de uso público se faz presente. Os resultados apontam que entre os anos de 2009 e 2017 foram repassados aos municípios do estado do Rio de Janeiro R$1.446.253.738,00. Deste total o município de Niterói recebeu R$32.044.183,25, o que equivale a 2,22% dos repasses oriundos do ICMS Ecológico em todo o estado. Ao analisar os resultados obtidos podemos verificar que as Unidades de Conservação (UC) têm papel fundamental na arrecadação de Niterói, uma vez que foram responsáveis por 42,87% dos recursos advindos do ICMS Ecológico até o ano de 2017. Dessa forma, podemos concluir que as unidades de conservação além de sua grande contribuição ambiental, também desempenham papel preponderante na obtenção de recursos via ICMS Ecológico. Portanto, podemos afirmar que aporte de recursos financeiros em unidades de conservação constituem-se em investimentos e contribuem positivamente no desenvolvimento do município.

Palavras – chaves: Serviços Ambientais, Qualidade Ambiental, ICMS Ecológico, Unidades de Conservação da Natureza, SNUC, Gestão Ambiental, Economia Verde, Niterói.

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ABSTRACT

Catorza, Carlos Felipe. The Economic Contribution of Protected Areas by way of Ecological ICMS in the Municipality of Niterói - Rio de Janeiro. 93 f. Higher Course of Technology in Environmental Management, Federal Institute of Education, Science and Technology of Rio de Janeiro (IFRJ), Rio de Janeiro Campus, Rio de Janeiro, RJ, 2017.

Protected Areas (PA) are one of the central axes of nature protection. However, the allocation of financial resources to their creation and maintenance is seen only as expenses and not investments, or even a glance at development. Given the importance of natural areas, different protection strategies have been implemented. Among them are the valuation of environmental services. The importance of services provided by the environment and the need to protect natural remnants have led to the development of programs and mechanisms to encourage and reward environmental service providers, since all society depends and benefits from providing such services, such as Public use. In this perspective, the Tax on the Circulation of Goods and Services (ICMS) Ecological aims to contribute to the environmental improvement of municipalities, as it evaluates part of the environmental performance and contributes financial resources according to the type and category of PAs in the municipality. The objective of the present work is to evaluate the Ecological ICMS for the municipality of Niterói-RJ and its relation with the conservation units. In order to achieve this objective, a survey of the state ICMS onlendings for the municipality and the characterization of this contribution was made, observing the final environmental conservation index (IFCA). Next, the economic contribution of the existing conservation units in the municipality was evaluated and in which of these the environmental service of public use is present. The results show that between the years of 2009 and 2017, R $ 1,446,253,738.00 were transferred to the municipalities of the state of Rio de Janeiro. Of this total, the municipality of Niterói received R $ 32,044,183.25, equivalent to 2.22% of the transfers from the Ecological ICMS throughout the state. When analyzing the results obtained we can verify that the PA play a fundamental role in the collection of Niterói, since they were responsible for 42.87% of the resources coming from the Ecological ICMS until the year 2017. Thus, we can conclude that the units In addition to their great environmental contribution, also play a preponderant role in obtaining resources through Ecological ICMS. Therefore, we can affirm that the contribution of financial resources in Protected Areas units constitute investments and contribute positively to the development of the municipality.

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Keywords:Environmental Services, Environmental Quality, Ecological ICMS,

Protected areas, SNUC, Environmental Management, Green Economy, Niterói.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

A3P – Agenda Ambiental na Administração Pública

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CEEP – Centro de Estatísticas, Estudos e Pesquisas

CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem

COMISSÃO BRUNDTLAND – Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e

Desenvolvimento

CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente

CONEMA – Conselho Estadual de Meio Ambiente

CRS – Catadores e Catadoras em Rede Solidária

CSS – Coleta Seletiva Solidária

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IFCA – Índice Final de Conservação Ambiental

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IrAP – Áreas Protegidas

IrAPM – Áreas Protegidas Municipais

IrDL – Destinação de Lixo

IrMA – Mananciais de Abastecimento

IrRV – Remediação de Vazadouros

IrTE – Tratamento de Esgotos

MMA – Ministério do Meio Ambiente

NBR – Norma Brasileira

ONG – Organização Não Governamental

ONU – Organização das Nações Unidas

OSCIP – Organização da Sociedade Civil para o Interesse Público

PANGEA – Centro de Estudos Socioambientais

PARNIT – Parque Municipal Natural de Niterói

PCSS – Programa Coleta Seletiva Solidária

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos

PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

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PSA – Pagamento por Serviços Ambientais

RS – Resíduos Sólidos

RSD – Resíduos Sólidos Domiciliares

RSU – Resíduos Sólidos Urbanos

SEA – Secretaria do Estado do Ambiente

SEMA – Secretaria Especial do Meio Ambiente

SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Categorias de Manejo e Fator de Avaliação 41

Tabela 2: Grau de Conservação Fator de Avaliação 42

Tabela 3: Grau de Implantação e Fator de Avaliação 42

Tabela 4: Unidades de Conservação de Niterói......................................................................48

Tabela 5: Históricos de Valores Pagos em ICMS Ecológico por Serviço Ambiental.............53

Tabela 6: Histórico de Recebimento de ICMS Ecológico pelo Município de Niterói.............55

Tabela 7: Histórico de Execução orçamentária para a Gestão Ambiental ICMS Ecológico

recebido pelo município de Niterói.........................................................................................59

Tabela 8: Histórico de Receitas Municipais e Execução orçamentária para a Gestão Ambiental

versus ICMS Ecológico recebido pelo município de Niterói..................................................60

Tabela 9: Histórico da Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico.....................63

Tabela 10: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2011 65

Tabela 11: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2012 66

Tabela 12: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2013 67

Tabela 13: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2014 68

Tabela 14: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2015 70

Tabela 15: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2016 71

Tabela 16: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2017 72

Tabela 17: Projeção de Contribuição Econômica das UCs com dados da Secretaria Municipal

de Meio Ambiente 76

Tabela 18: Projeção de Contribuição Econômica das UCs com dados do GEOPORTAL 77

Tabela 19: Projeção de Contribuição Econômica das UCs com alteração de Fatores de

Avaliação (FI) 78

Tabela 20: Projeção de Contribuição Econômica das UCs com alteração de Fatores de

Avaliação (GI) 79

Tabela 21: Projeção de Contribuição Econômica das UCs com alteração de Fatores de

Avaliação (FI + GI) 80

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Dotação Orçamentária do Município de Niterói versus Receita com ICMS

Ecológico 56

Figura 2: Execução Orçamentária do Município de Niterói versus Receita com ICMS

Ecológico 58

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15

2 OBJETIVOS 20

2.1 Objetivo geral 20

2.1.1Objetivos Específicos 20

3 METODOLOGIA 21

4 REFERENCIAL TEÓRICO 23

4.1 EVOLUÇÃO DO CENÁRIO AMBIENTAL E AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 23

4.1.1 Histórico Mundial 23

4.1.2 Histórico Brasileiro 26

4.2 PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS E A VALORAÇÃO 29

4.2.1 Tipos de Serviços Ambientais 32

4.2.2 Sequestro de Carbono 33

4.2.3 Uso Público 34

4.3 O ICMS ECOLÓGICO 34

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 44

5.1 O MEIO AMBIENTE NA CIDADE DE NITERÓI 44

5.1.1 Unidades de Conservação 47

5.1.2 Qualidade da Água 49

5.1.3 Resíduos Sólidos 50

5.2 CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DO ICMS ECOLÓGICO NO MUICÍPIO DE

NITERÓI 51

5.2.1 O ICMS Ecológico em Niterói 51

5.2.2 Impacto na economia local 55

5.3. O POTENCIAL DA CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DO ICMS ECOLÓGICO NO

MUICÍPIO DE NITERÓI 62

5.3.1 Fortalecimento da Gestão Ambiental e o ICMS Ecológico 62

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5.3.2 As Unidades de Conservação que não geram ICMS Ecológico e o potencial de sua

contribuição 62

5.3.3 Cenários e Oportunidades de Melhoria 73

5.3.4 Principais Desafios Ambientais 82

6 CONCLUSÃO 85

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 87

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil, país com dimensões continentais, tem diversidade biológica exorbitante e

parte dessa riqueza encontra-se nas florestas tropicais como a Mata Atlântica. Ao longo dos

anos os remanescentes naturais vêm sofrendo com o aumento da exploração de seus recursos

levando à degradação e a perda da qualidade ambiental. Com o passar dos anos e do

agravamento da degradação ambiental, a comunidade científica intensificou os estudos sobre

o meio ambiente e as relações com a sociedade. Neste contexto, constatou-se a necessidade de

uma mudança comportamental entre a utilização dos recursos naturais e sua capacidade de

regeneração, conduzindo ao desenvolvimento de outras ciências mais voltadas ao estudo

desses conflitos como o caso da Biologia da Conservação, que tem enfoque em estratégias

para frear e reverter tamanha degradação.

Em 1981, foi sancionada a Lei nº 6.938, de 31 de agosto, que dispõe sobre a Política

Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Ela é

responsável pela constituição do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e pela

criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Foi a primeira lei que, de fato,

trouxe seu texto todo em benefício do meio ambiente e tratou do assunto unicamente até

então, abrangendo não só a parte ambiental como também social e econômica. Ela traz

conceitos objetivos e instrumentos necessários para a proteção ao meio ambiente, além de

conceitos como:

“I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.”

(BRASIL, 1981 art. 3°).

A Constituição Federal de 1988, finalmente, traz um de seus capítulos referente ao

meio ambiente e traz a tutela deste como direito de todos, além de atribuir responsabilidade ao

poder público em resguardá-lo. De acordo com a Carta Magna, em seu Artigo 225:

“Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.§1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;(...)

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VII – proteger a fauna e flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoque a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. b) Meio Ambiente Artificial entendido como o espaço urbano construído pelo homem, ou seja, possui a intervenção do homem.”

(BRASIL, 1988).

Outro marco importante na legislação ambiental brasileira foi a Lei n° 9.985/2000, que

instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), que teve

como objetivo organizar uma das tipologias existentes de áreas protegidas, as unidades de

conservação (UCs) que são entendidas como:

“o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas naturais relevantes, legalmente instituídas pelo poder público, com o objetivo de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adquiridas de proteção”

(BRASIL, 2000art. 2º).

Embora as unidades de conservação sejam um dos eixos centrais da proteção à

natureza, a destinação de recursos financeiros à sua criação e manutenção é vista apenas como

despesas e não investimentos, ou mesmo um entrave ao desenvolvimento (MEDEIROS &

YOUNG, 2011). Dessa maneira, diante da importância das áreas naturais, diferentes

estratégias de proteção vêm sendo implementadas. Neste cenário, o conhecimento dos

serviços ambientais e a sua valoração podem contribuir na manutenção e melhoria da

qualidade ambiental.

Além da perda de diversas espécies da biota e suas inter-relações, a degradação

ambiental interrompe diversos ciclos naturais vitais a existência da espécie humana, tais

como: o fornecimento de água; a regulação do clima; a qualidade do ar; a estocagem de

carbono; a polinização das flores e produção de frutos; a contenção de encostas; entre outros

serviços ambientais (MEDEIROS & YOUG, 2011).

Os serviços ambientais sempre existiram, contudo, somente mais recentemente o

número de estudos relacionados ao seu impacto vem tomando maiores proporções. Embora,

devemos ressaltar que ainda persiste uma visão de que investir (financeiramente) na gestão do

meio ambiente é apenas custo e que este investimento não gera retorno. Essa percepção está

apoiada na carência destes estudos, ou seja, a falta de dados relacionando a conservação do

meio ambiente com o provimento de bens e serviços diretos ou indiretos (GURGEL et al,

2009).

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O relatório do The Economics of Ecossistem and Biodiversity (TEEB, 2009) sobre

políticas públicas aponta que a ausência de valores de mercado dos serviços ambientais

conduz a sua subvaloração. Dessa forma, alguns estudos (MEDEIROS & YOUNG, 2011;

GUEDES & SEEHUSEN, 2011; YOUNG & BAKKER, 2015) vêm sendo conduzidos a fim

de contribuir com o entendimento dos serviços ambientais e como a sua determinação e

valoração podem auxiliar na manutenção dos ambientes naturais.

Existem algumas definições sobre o termo Serviços Ambientais (SAs) na literatura,

variando também como Serviços Ecossistêmicos ou Ecológicos (SEs), onde são apontadas

diferenças entre elas. Os serviços ambientais estariam relacionados aos benefícios e atividades

para o homem, já os serviços ecossistêmicos representariam os processos pelos quais o meio

ambiente produz recursos como água, hábitat, madeira, oxigênio, entre outros. Ambos os

termos estão diretamente relacionados e devem ser vistos de forma integrada, e mesmo que

existam diferenças conceituais são utilizados para os mesmos processos (WHATELY&

MARUSSIA, 2008).

No ano 2000, Sr. Kofi Annan, então Secretário Geral da ONU, solicitou estudo de

avaliação das consequências nos ecossistemas sobre o bem-estar humano, por meio do seu

relatório “Nós, os Povos: O Papel das Nações Unidas no Século XXI”, o estudo foi

denominado Millennium Ecosystem Assessment ou Avaliação Ecossistêmica do Milênio –

AEM (tradução livre). O referido estudo teve também o Objetivo de estabelecer uma base

científica que fundamentasse as ações necessárias para assegurar a conservação e o uso

sustentável dos ecossistemas e suas contribuições para o bem-estar humano.

A partir da demanda criada pelo Secretário-Geral da ONU, a AEM teve início em

2001 com apoio dos governos em convenções internacionais. Com patrocínio das Nações

Unidas a avaliação contou também com secretariado coordenado pelo Programa da Nações

Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), foi dirigido por um conselho composto por

diversos grupos de interesse, contando com representantes de instituições internacionais,

Organizações Não Governamentais governos e empresas (GONÇALVES, 2009).

As classificações de SAs definidas pela Millenium Ecosystem Assessment

(MILLENNIUM ECOSYSTEM ASSESSMENT, 2005) incluem serviços funcionais

prestados pelos ecossistemas, como: a) os Serviços de Provisão - produtos obtidos

diretamente como água e alimentos; b) Serviços de Regulação - controle de processos

ecossistêmicos, como controle de inundações e secas, degradações do solo, pragas e doenças;

c) Serviços de Suporte - serviços necessários para manutenção de todos os outros serviços

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como formação de solos e ciclagem de nutrientes; e d) Serviços Culturais - Como recreação,

espirituais e outros benefícios não materiais.

Os Serviços Ambientais sejam eles de provisão, de suporte, de regulação, ou culturais

são imprescindíveis para a reprodução social. O rompimento em qualquer uma dessas esferas

gera problemas ambientais graves, difíceis de ser solucionados ou até mesmo impossíveis.

Tendo em vista a importância dos serviços prestados pelo meio ambiente e a necessidade de

preservação e conservação da natureza, diferentes programas e mecanismos para incentivar e

premiar os provedores de Serviços Ambientais vêm sendo estimulados. Alguns instrumentos

econômicos têm se firmado tanto como políticas alternativas como complementares às

iniciativas já existentes, assim como os mecanismos de pagamentos por serviços ambientais

(PSA), sendo uma ferramenta de incentivo de políticas públicas destinadas para a valorização

destes serviços (RIO DE JANEIRO, 2012).

Na prática, ainda existem poucos estudos sobre os serviços ambientais e suas formas

de valoração, bem como casos de PSA implementados com sucesso em relação ao seu grande

potencial, isso ocorre porque ainda há uma ideia de perda financeira quando se fala de

investimentos em iniciativas de proteção ambiental. Nesse contexto, é necessária a criação de

métodos de valoração dos serviços ambientais, para que estes possam gerar valor monetário e

estimulem, assim, o desenvolvimento socioeconômico do país (MEDEIROS & YOUNG,

2011). Pela dificuldade em que se encontra na mensuração de preço, propriamente dito, pelos

recursos ecossistêmicos, valorá-los os tornam mais palpáveis no mercado econômico.

Algumas ferramentas se destacam como alternativa para diminuir a degradação

ambiental que caminha com velocidade cada vez maior, dentre elas está o ICMS Ecológico

(Lei Estadual 5.100/2007). Esta é uma forma de incentivo econômico que propicia que os

municípios promovam melhorias na gestão ambiental de seus territórios e, assim, sendo

recompensados financeiramente ao final. Utilizando dessa lógica, busca-se através deste

programa de pagamento por serviços ambientais aumentar e manter as áreas protegidas em

todo Estado do Rio de Janeiro, sobretudo as Unidades de Conservação da Natureza

municipais com maior proteção, seguindo as tipologias de UC’s descritas no Sistema nacional

de Unidades de Conservação da Natureza.

Portanto, compreender o impacto das unidades de conservação no repasse do ICMS

Ecológico é de extrema importância na avaliação da contribuição econômica proporcionado

pelas áreas protegidas no município. Desta forma, a hipótese apresentada por este trabalho é

contribuição econômica das unidades de conservação na cidade de Niterói contribuem

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positivamente na economia do município e proporcionam o fortalecimento da Gestão

Ambiental Municipal. Uma vez que município de Niterói-RJ vem demonstrando evolução de

suas políticas voltadas para o meio ambiente, sobretudo no que tange as áreas de proteção

ambiental e demais unidades de conservação municipais, este se mostrou como uma excelente

área de estudo para avaliação do impacto econômico das UCs no município estudado.

Page 20: Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental...Curso. 93 f. Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a contribuição econômica das unidades de conservação no Imposto sobre

Circulação de Mercadorias e Serviços Ecológico no município de Niterói-RJ.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

i. Identificar os principais “itens ambientais” relacionados ao ICMS Ecológico no

município de Niterói-RJ;

ii. Avaliar o papel das unidades de conservação no ICMS Ecológico em Niterói

iii. Estimar o Potencial da Contribuição Econômica do ICMS Ecológico em

Niterói.

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3 METODOLOGIA

A diretriz metodológica do presente estudo iniciou-se com a seleção de referencial

teórico, para a composição da revisão bibliográfica, priorizando a literatura específica. Para

que se possa entender a trajetória metodológica abordada no presente trabalho, apresentam-se

os procedimentos para coleta e tratamento de dados. O trabalho monográfico, sendo assim,

possui um caráter exploratório, quanto à sua natureza, sendo realizado por um estudo de caso

com abordagem qualitativa do problema.

Os estudos exploratórios permitem aumento do conhecimento acerca do determinado

fenômeno, possibilitando esclarecimentos necessários para o desenvolvimento de pesquisas

posteriores, as quais necessitam de aprofundamento prévio (TRIVIÑOS; GIL, 2009). Já o

estudo de caso consiste em uma abordagem empírica na investigação de um fenômeno diante

de um contexto específico, visando aprofundar o conhecimento sobre aspectos pontuais (YIN,

2005; GIL, 2009; MARTINS; THEÓPHILO, 2009). A abordagem qualitativa pressupõe a

análise, interpretação e compreensão de fatos, em contraposição à abordagem quantitativa, na

qual predomina a mensuração e utilização de instrumentais estatísticos (MARTINS;

THEÓPHILO, 2009).

A fonte de coleta de dados é secundária? Possivelmente, pois se recorreu a uma gama

de referenciais teóricos e dados disponibilizados em documentos, livros, artigos científicos,

trabalhos acadêmicos, além da Secretaria de Estado do Ambiente, Centro de Estadual de

Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (CEPERJ),

Secretaria de Fazenda do município de Niterói sobre a temática de estudo. No levantamento

de dados, fez-se uso da análise de documentos e arquivos digitais, valendo-se das fontes

secundárias. Para Marconi e Lakatos (1985), as fontes secundárias abrangem toda a

bibliografia já tornada pública em relação ao tema proposto. Os dados foram analisados e

interpretados à luz dos objetivos do estudo para criação.

Dessa forma, seguimos ao detalhamento dos recursos utilizados na metodologia para o

presente trabalho monográfico, a saber:

Pesquisa bibliográfica, para construção de referencial teórico;

Análise documental de diplomas legais aplicáveis, bem como de relatórios técnicos e

registros oficiais.

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Mediante esses dados, verificou-se a situação do município de Niterói junto ao

programa ICMS Ecológico do Estado do Rio de Janeiro.

Com isso, pretende-se dispor caminhos possíveis para melhora da qualidade ambiental

no município de Niterói através de investimentos públicos nos itens e quesitos estabelecidos

pela Lei Estadual nº 5.100/2007 e Decreto Estadual nº 41.844/2009, que respectivamente

instituiu e regulamentou o ICMS Ecológico no Estado do Rio de Janeiro.

De posse destes dados, foi feita uma análise para identificar como as unidades de

conservação do município de Niterói – RJ contribuem para a economia e gestão ambiental

local, para em seguida indicar oportunidades de melhoria do Índice Final de Conservação

Ambiental (IFCA) e resultante do aumento no repasse de ICMS Ecológico, para que o

município possa investir ainda mais na melhoria da qualidade ambiental.

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4 REFERENCIAL TEÓRICO

4.1 EVOLUÇÃO DO CENÁRIO AMBIENTAL

4.2 E AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

4.1.1 Histórico Mundial

Uma das consequências do capitalismo para o meio ambiente foi a aceleração da

degradação dos recursos naturais. Hoje é perceptível a gravidade dos danos causados pelas

ações humanas em busca do desenvolvimento. Desde a criação das máquinas e da revolução

industrial, não há natureza que não tenha sido tocada pelo homem. Este se considera superior

à natureza e não uma parte integrante dela. Por isso, desmata, polui, usufrui sem limites, em

benefício próprio, sem levar em consideração as consequências futuras dessas ações

(BRÜGGUER, 1999).

Mediante a possibilidade de esgotamento dos recursos necessários para a

sobrevivência humana, fizeram-se necessárias medidas mais eficientes para alterar a maneira

de apoderamento dos bens naturais pela cultura econômica dominante. Dessa maneira,

geraram-se diversos movimentos em prol do meio ambiente, para reduzir essa destruição

acelerada dos recursos e bens ainda existentes. Buscar novas formas de desenvolvimento,

conciliadas com a conservação ambiental, juntamente com a qualidade de vida, tornou-se o

foco desses movimentos.

Os movimentos ambientais se iniciaram como uma resposta à industrialização causada

pela Revolução Industrial que acelerou o processo de degradação. Um dos grandes impulsos

para que o movimento ambientalista ganhasse força ocorreu em 1962, quando a bióloga

marinha e escritora, Rachel Carson, publicou o livro “Silent Spring”, "A Primavera

Silenciosa", que alertou sobre o uso agrícola de pesticidas químicos sintéticos em grandes

quantidades. Carson (1962) alertou para o perigo dos maus tratos com o nosso ecossistema e a

necessidade de maiores cuidados para proteger o meio ambiente e, consequentemente, a saúde

humana.

Ao final da década de 60, o meio ambiente começou a ser visto não só como uma

preocupação local, mas iniciou sua proporção global, ganhando olhares mais dedicados à sua

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proteção e estudo. Começam, assim, a ocorrer grandes conferências e encontros voltados a

essa discussão. No ano de 1972, aconteceu a Conferência das Nações Unidas para o Meio

Ambiente Humano realizada em Estocolmo (Suécia), fortalecendo o pilar para um novo

direcionamento de práticas e relações entre o desenvolvimento econômico e o meio ambiente,

criando, então, um conceito de ecodesenvolvimento. Segundo De Macedo (2008, s.p.)

apudScottoet al. (2007), o ecodesenvolvimento é definido como:

“Um processo criativo de transformação do meio com a ajuda de técnicas ecologicamente prudentes, concebidas em função das potencialidades deste meio, impedindo o desperdício inconsiderado de recursos, e cuidando para que estes sejam empregados na satisfação das necessidades de todos os membros da sociedade, dada a diversidade dos meios naturais e dos contextos culturais. As estratégias do ecodesenvolvimento serão múltiplas e só poderão ser concebidas a partir de um espaço endógeno das populações consideradas. Promover o ecodesenvolvimento é, no essencial, ajudar as populações envolvidas a se organizar, a se educar, para que elas repensem os seus problemas, identifiquem as suas necessidades e os recursos potenciais para conceber e realizar um futuro digno de justiça social e prudência ecológica.”

(DE MACEDO, 2008, s.p.apud SCOTTO et al., 2007).

Com dezenove princípios que representam um manifesto ambiental, a Conferência de

Estocolmo discutiu a preservação e a melhora do ambiente, através de novas bases para a

agenda ambiental da ONU. A seguir, encontra-se um trecho da Declaração da Conferência da

ONU sobre Meio Ambiente, de 1972:

“Chegamos a um ponto na História em que devemos moldar nossas ações em todo o mundo, com maior atenção para as consequências ambientais. Através da ignorância ou da indiferença, podemos causar danos maciços e irreversíveis ao meio ambiente, do qual nossa vida e bem-estar dependem. Por outro lado, através do maior conhecimento e de ações mais sábias, podemos conquistar uma vida melhor para nós e para a posteridade, com um meio ambiente em sintonia com as necessidades e esperanças humanas.”

(ONU, 1972 art. 2º, p.6.).

No próprio ano da Conferência, foi criado o Programa das Nações Unidas para o

Meio Ambiente (PNUMA), que dirige os trabalhos ambientais globais do grupo da ONU.

Segundo a ONU (1972), as prioridades atuais do PNUMA são os aspectos ambientais das

catástrofes e conflitos, a gestão dos ecossistemas, a governança ambiental, as substâncias

nocivas, a eficiência dos recursos e as mudanças climáticas.

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No ano de 1987, foi publicado um documento pela Comissão Mundial sobre o Meio

Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland), também denominado de "Nosso Futuro

Comum", ou Relatório Brundtland, que introduz o conceito de desenvolvimento sustentável:

“Aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades [...] desenvolvimento sustentado é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação de desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas.”

(COMISSÃO BRUNDTLAND, 1987, p.46 e 49).

Em 1992, ocorreu no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio

Ambiente, a ECO-92, também conhecida como Cúpula da Terra, na qual foi elaborado um

documento chamado de Agenda 21, que, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente

(2014), pode ser definida como:

“Um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.”

(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014).

Nesse plano, deveriam ser desenvolvidos os conceitos e fundamentos que serão

inseridos na política legislativa do país, e também serão criadas algumas medidas efetivas

para tratar de pontos importantes governamentais. Infelizmente, há lentidão e dificuldade dos

países em se adaptar à Agenda 21. Para melhorar este cenário, são necessários mais esforços e

vontade política dos governantes, assim como uma maior pressão vinda da população para

impulsionar os tomadores de decisão no sentido de uma gestão mais eficiente do ponto de

vista do meio ambiente.

Apenas em meados do século XIX, ainda com o intuito de conservar áreas com

singulares características de belezas cênicas surgiu a ideia de proteger paisagens naturais tão

belas, culminando, então, na criação do“Yellowstone National Parck” ou Parque Nacional de

Yellowstone (tradução livre) nos Estados Unidos (SCHENINI; COSTA; CASARIN, 2004).

Ao passar dos anos, vários países adotaram a iniciativa de criação de parques nacionais e com

o tempo vieram a receber a denominação genérica de Unidades de Conservação, porém ainda

nos modelos de grandes áreas intocadas, como afirma Medeiros (2003), o que ao traçar um

paralelo com a legislação brasileira, seriam unidades de conservação da tipologia de proteção

integral. Essa segue uma lógica diferente das ocorridas na Europa do Século XV, onde os

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governos mantinham interferência direta na proteção, manejo das áreas de interesse além do

controle e no acesso aos recursos naturais que tinham importância estratégica para os Estados

europeus. Essas características têm conotação semelhante ao que ocorre no Brasil, nas

unidades de conservação de Uso Sustentável, numa tipologia conhecida como Reserva

Extrativista. Assim pode ser observado que tais características vieram a ser a base do sistema

brasileiro de unidades de conservação (MEDEIROS 2003; MEDEIROS & YOUNG 2011)

4.1.2 Histórico Brasileiro

Mediante análise da legislação brasileira voltada ao meio ambiente, percebe-se que, de

fato, a política ambiental se desenvolveu lentamente se comparada à evolução das políticas de

outros setores e à própria evolução ambiental internacional (MAGRINI, 2001). Ainda

segundo o referido autor, a evolução da política ambiental mundial foi motivada por

importantes acontecimentos globais sobre o meio ambiente a partir do final da década de 60,

conforme visto anteriormente que culminaram no desenvolvimento das políticas ambientais

no mundo e no Brasil.

Os problemas ambientais por muito tempo foram negligenciados por consequência do

grande desenvolvimento econômico resultante da Revolução Industrial (GOLDEMBERG,

2004). Em decorrência, fatores como o aumento populacional seguido da poluição, a falta de

planejamento urbano e de saneamento foram questões importantes que ficaram em segundo

plano. O progresso necessitava da exploração do meio ambiente, sendo este percebido apenas

como uma ferramenta, uma fonte de desenvolvimento a ser usada pelo homem. Isso não

ocorreu de forma diferente no Brasil, que também teve de buscar soluções para seus

problemas relacionados ao meio ambiente. Contudo, tal busca seria feita de maneira mais

lenta do que no restante do mundo. Para Bredariol (2001), a política ambiental no Brasil se

desenvolveu de fato por volta dos últimos quarenta anos, graças à pressão exterior e pelos

diversos movimentos ambientais que se espalhavam pelo mundo, como conferências e

reuniões de grandes estudiosos, cientistas e políticos do mundo inteiro.

Ainda de acordo com Bredariol (2001), no Brasil não existia uma política ambiental

concreta, mas apenas legislações que após 1970 culminaram para a sua criação, como os

códigos: de águas de 1934, florestal de 1965 e de caça e pesca de 1967. Os temas mais

tratados abordavam o incentivo à exploração dos recursos naturais, o desbravamento do

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território, o saneamento rural, a educação sanitária e os embates entre os interesses

econômicos internos e externos.

Através das perspectivas de degradação e poluição do ambiente, o setor público

começou a legislar, de fato, com a criação de leis preservacionistas, restritivas e

fiscalizatórias. Assim, ao longo dos anos, o Brasil foi se desenvolvendo ambientalmente no

âmbito jurídico, criando seus vários órgãos e normas importantes para o gerenciamento e

fiscalização do meio.

Graças às pressões internacionais, no ano de 1973, foi criado pelo Decreto nº 73.030,

de 30 de outubro, no âmbito do Ministério do Interior, a Secretaria Especial do Meio

Ambiente (SEMA), órgão autônomo de administração direta, orientada para a conservação do

meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais, que seria extinta em 1989 com a criação

do IBAMA.

Com a sanção da Política Nacional de Meio Ambiente através da Lei 6.938 de 1981, o

meio ambiente foi pela primeira vez alvo de texto legislativo como matéria fundamental,

sendo responsável pela constituição do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e

criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), além de trazer conceitos,

objetivos e instrumentos necessários para a proteção do meio ambiente.

Anos depois, foi sancionada uma das políticas mais importantes para a saúde pública:

a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Ela trata da Política Nacional de Saneamento Básico,

sendo a primeira a abordar práticas relativas aos resíduos sólidos, enumerando-os como

problema de saúde pública. Em seu Art. 3º, define saneamento associado ao manejo dos

resíduos sólidos.

“I - saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordam tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.”

(BRASIL, 2007, art. 3º).

No ano de 2010, a Lei nº 12.305, que trata da Política Nacional de resíduos sólidos, foi

aprovada e trouxe importantes instrumentos, metas e diretrizes para a gestão dos resíduos

sólidos, por meio da responsabilização dos geradores públicos e privados no país, que devem,

a partir de planos e ações individuais ou conjuntas, gerenciar adequadamente seus resíduos. A

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partir daí, a política nacional se completa com leis estaduais e municipais de resíduos sólidos

e planos e programas.

Como aborda PECCATIELLO (2011), a primeira legislação a indicar a importância na

proteção das florestas e áreas verdes foi implementada em 1934, quando foi instituído o

primeiro Código Florestal do Brasil (Decreto 23.793, 1934). Ainda com caráter protecionista,

o código caracterizava como de “interesse comum a todos os habitantes do país”, indicando a

necessidade de se olhar e proteger as interações e serviços existentes nas florestas. Esta

iniciativa possibilitou argumentação e articulação suficientes para criação do primeiro parque

nacional brasileiro, o Parque Nacional do Itatiaia, através do Decreto 1.713 de 14 de junho de

1937, e possibilitou a implementação dos demais parques que vieram a sucedê-lo.

Nessa lógica o país seguiu até a ascensão do regime militar, que mantiveram e

aperfeiçoaram os instrumentos de proteção, muito influenciados pelas novas percepções da

comunidade internacional, levando o governo brasileiro a assinar tratados e acordos e demais

protocolos até o estabelecimento de um novo código florestal em 1967, como explicam

Bensusan (2006) e Medeiros (2003).

A evolução sobre o tema ocorreu gradativamente até o entendimento da elaboração de

um Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) pela Lei n° 9.985 do

ano 2000. O longo processo ocorreu pelas negociações entre os envolvidos sobre as

abordagens divergentes sobre meio ambiente no Brasil à época. Mesmo mantendo um caráter

mais protecionista como afirmado por Mercadante (2001), o SNUC agora versa sobre temas

complexos e discutíveis como gestão das UCs, populações tradicionais, à participação popular

e às indenizações para desapropriação.

Apesar do caráter original aparentemente mantido, outros autores defendem que

conceitos socioambientais estão fortemente presentes na Lei, como argumenta Santilli (2005).

A separação das Unidades de Conservação em dois grupos maiores – Proteção Integral e Uso

Sustentável – é uma importante novidade incorporada à legislação. Agora os conceitos de

áreas e recursos intocáveis, bem como de participação da população estão englobados e

dialogam diretamente na gestão das UCs. O fortalecimento das ideias e conceitos de

descentralização, medidas compensatórias, e do uso sustentável dos recursos naturais

apresentados pelo SNUC representam a evolução na gestão ambiental no Brasil.

No que tange a proteção das florestas e a criação de unidades de conservação da

natureza, o SNUC diferencia as UCs em:

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a) Unidades de Uso Sustentável, segundo o (art. 7º, § 2º), que têm o objetivo de

“compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos

naturais”. Onde estão presentes as Áreas de Proteção Ambiental, Áreas de Relevante Interesse

Ecológico, Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas, Reservas de Fauna, Reservas de

Desenvolvimento Sustentável e Reservas Particulares do Patrimônio Natural;

b) Unidades de Proteção Integral, que visam “preservar a natureza, sendo admitido

apenas o uso indireto dos seus recursos naturais” (art. 7º, § 1º), dais quais estão presentes as

Estações Ecológicas, Reservas Biológicas, Parques Nacionais, Monumentos Naturais e

Refúgios da Vida Silvestre.

Com o intuito de se obter melhor eficiência nos processos de criação, implantação e

gestão das UCs, o SNUC instituiu a compensação ambiental em unidades de conservação,

como explicita o art. 36. Dessa forma é destinando até 1,1% do valor total declarado de

empreendimentos com significativo impacto ambiental em ocasião do licenciamento

ambiental para a implementação, gerenciamento e manutenção das UCs de proteção integral,

bem como financiamento de projetos dentro das unidades. Assim, a compensação ambiental

representa uma fonte estável e segura para a gestão das unidades, uma vez que esses recursos

são voltados para a conservação de unidades de conservação. Houve ainda, a necessidade de

regulamentação para aplicação do disposto, gerando a Portaria IBAMA n° 7/2004, que criou a

Câmara de Compensação Ambiental no âmbito federal. Posteriormente, em consequência a

Portaria gerada, foi aprovada a Resolução CONAMA 371/2006, com a finalidade de definir

metodologia e diretrizes para cálculo, cobrança e aplicação, além da aprovação dos recursos.

Depois de aberta essa possibilidade e após a iniciativa do IBAMA, os outros entes

federados puderam legislar e aprimorar suas gestões de unidades de conservação através de

Câmaras de Compensação Ambiental Estaduais, o que proporcionou melhoria significativa da

qualidade da gestão nas UCs de todo o país e impulsionou novas estratégias para

gerenciamento e aplicação dos recursos oriundos da compensação ambiental.

1.1 PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS E A VALORAÇÃO AMBIENTAL

No que diz respeito ao pagamento por serviços ambientais, podem ser levantadas duas

questões. A primeira defende que embora o ecossistema seja um bem público este presta um

serviço muito importante e por isso deve ser valorizado, em contra partida há quem defenda

que o mesmo só terá esse valor quando passar a ser considerado um bem monetário. Quando

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não demonstrado de fato o seu valor, os serviços ambientais muitas vezes abrem espaço para

outras atividades consideradas mais rentáveis, sendo assim, excluídos na hora da tomada de

decisão, isso ocorre por dois motivos: O primeiro, e principal motivo, é o fato dos serviços

ambientais não gerarem benefícios específicos para grupos pré determinados, como por

exemplo, empresa ou pessoas específicas. Em geral, pode-se dizer que todos são beneficiados,

porém o custo para a manutenção desse sistema recai sobre um pequeno grupo que nem

sempre reconhece isso como uma vantagem. Sendo assim, pode-se notar uma diferença entre

os custos sociais e privados e os seus benefícios. Já o segundo motivo ocorre pelo fato dos

bens e serviços ambientais não possuírem direito de propriedade, uma vez que são gerados

pela natureza e beneficiam todos os seres vivos, desta forma também são entendidos como

bens difusos ou pertencentes à coletividade. É o que Garret Hardin (1968) chamou de

“tragédia dos (bens) comuns”.

Entende-se como externalidade, os efeitos colaterais causados após uma tomada de

decisão sobre aqueles que não participaram dela. Esta pode ser positiva ou negativa

dependendo do modo em que influencia as pessoas afetadas por tal atitude. Quando nos

referimos a Pagamento por Serviços Ambientais este conceito está muito presente, sendo de

grande importância.

Um bom exemplo de externalidade negativa seria o caso de uma fábrica localizada nas

proximidades de um rio onde ela não se preocupa em realizar o tratamento de seus efluentes

de forma adequada despejando neste rio uma água fora dos padrões de qualidade adequados,

ou seja, de pior qualidade. Em consequência, a fauna desse ambiente vem sendo prejudicada,

o que afeta diretamente uma comunidade de pescadores da região sem que estes tenham sido

responsáveis por essa tomada de decisão. Quando da falta de padrões e leis específicas que

restrinjam as ações e imponham responsabilidades sobre a manutenção daquela água, cabe

apenas aos gestores da indústria, a opção sobre o tratamento, tornando facultativa a

manutenção da qualidade daquele ecossistema em relação aos anseios e metas da empresa em

questão. Desta forma, o ônus fica apenas para a comunidade a jusante do rio, com a

mortandade de peixes e consequente prejuízo financeiro, ou pela fragilidade da população

local que pode ficar vulnerável a doenças de veiculação hídrica.

A externalidade positiva pode ser exemplificada com o sequestro de carbono, onde

florestas em crescimento captam o carbono da atmosfera e fixa em sua biomassa, aliviando os

efeitos do aquecimento global.

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A ideia de pagamento por serviços ambientais surge pelo fato de tais serviços

possuírem valores efetivos e por sofrerem da “tragédia dos comuns”, sendo exauridos por não

fazerem parte do mercado. Desta forma, o reconhecimento do valor e formas de recompensar

aqueles que agem para conservar tais serviços ajudam a aumentar as iniciativas que visam a

manutenção da qualidade ambiental. Então, os PSA’s são uma forma de internalizar as

externalidades, fazendo com que a proteção dos serviços ambientais faça parte das decisões

econômicas de agentes individuais. Muitas das iniciativas de PSA’s estão ligadas a uma

lógica de mercado. Isso se dá de forma natural devido a uma questão cultural que facilita tal

entendimento do termo “Pagamento”, porém ao falarmos de pagamentos por serviços

ambientais seguimos apenas uma lógica mercantil. A definição e o entendimento sobre o que

são os Pagamentos por Serviços Ambientais são muito diversos, mais ainda que as definições

de serviços ambientais.

Wunder (2005), por exemplo, definiu cinco critérios que definem uma experiência

como PSA. Para ele, para ser classificado como PSA, um caso deve apresentar as seguintes

condições: deve ser uma transação voluntária, com um serviço ambiental bem definido (ou

um tipo de uso da terra que assegura este serviço), que é “comprado” por ao menos um

comprador dos serviços, de pelo menos um provedor dos serviços, apenas se o provedor

(ofertante) assegura a provisão do serviço prestado (condicionante).

Podemos definir os PSA’s, também, como Instrumentos Econômicos com objetivo de

recompensar o incentivo a garantias de manutenção do provimento de serviços ambientais.

Porém, como já havia dito Wuder (2005), para se enquadrar como pagamentos por serviços

ambientais, estes devem se adequar e atender os princípios e quesitos de Protetor-Recebedor:

voluntariedade; compradores e provedores (transação); condicionalidade (adicionalidade).

Os instrumentos econômicos podem ser muito efetivos para promover a melhoria na

proteção e qualidade ambiental. Assim, o Ministério do Meio Ambiente brasileiro (MMA)

entende, não apenas pelo seu potencial de apoiar a proteção e o uso sustentável dos recursos

ambientais, mas por possibilitar melhorias na qualidade de vida (MMA, 2013).

De forma mais eficiente para a redução de custos agregados às metas mais ambiciosas

nos objetivos ambientais, a solução a partir do uso da regulamentação com base em

incentivos, como econômicos e mecanismos de mercado, tendem a apresentar resultados

muito positivos como mostrado pela teoria econômica e os estudos de caso (RIO DE

JANEIRO, 2012).

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Segundo Seehusen et al (2011), os valores atribuídos à biodiversidade e aos

ecossistemas podem ser agrupados em três diferentes tipos: valores intrínsecos, valores de uso

e valores de não-uso. Onde os valores intrínsecos independem da satisfação do ser humano,

como os bens providos pelos ecossistemas e da biodiversidade para a saúde da população

humana e de um ecossistema. Já, quanto às definições dos valores de uso, estes podem ser de

uso direto, quando por meio dos serviços que beneficiam a população de forma direta como a

valoração de madeira, serviços de recreação e medicamentos. Já os valores de uso indireto

estão ligados aos serviços que beneficiam as pessoas de forma indireta, como manutenção de

corpos hídricos e armazenamento de carbono. Enquanto nos valores de opção opta-se pela

preservação ou não de um recurso para seu uso posterior. Ao tratar de valores de não-uso

pode-se classificá-los em valores de existência e de legado. Porém somente os valores de uso

e não-uso podem ser valorados monetariamente.

Existem inúmeros desafios para serem enfrentados no campo da valoração dos

serviços ambientais, isso porque abordam questões filosóficas, éticas e metodológicas.

Portanto é de suma importância que ocorra um planejamento e levantamento das

metodologias usadas em projetos de PSA, para que assim então cheguemos a uma mudança

satisfatória sobre a matéria (TEEB, 2010).

Como objetivos da contabilização e da valoração dos ativos ambientais, vemos

promoção de uma mudança de visão acerca do conceito de riqueza regional e, ao mesmo

tempo, analisando no médio prazo, o resultado das pressões exercidas sobre os serviços

ambientais através da análise técnica de seus limites físicos. Trazer maior foco na qualidade

de vida e no bem-estar das populações se tornou outro aspecto fundamental nesta mudança de

paradigma. Atualmente, nos deparamos com inúmeras iniciativas globais que vão além de

medidas, como o PIB per capta ou outras medidas de consumo, visando um entendimento da

qualidade de vida. Dado que o desenvolvimento social possui pilar que vai além do aumento

do poder de consumo, subsequentemente, devendo incluir aspectos mais subjetivos, apoiando-

se, também os índices de bem-estar. (RIO DE JANEIRO, 2012).

4.2.1 Tipos de Serviços Ambientais

Os mecanismos de mercado somados com os pressupostos das finanças sustentáveis e

de Economia Verde são algumas das novas ferramentas de políticas públicas utilizadas

visando o aumento da qualidade ambiental, afastando-se da escolha tradicional de comando e

controle (RIO DE JANEIRO, 2012). Assim vão surgindo novos programas e iniciativas com o

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intuito de estabelecer uma relação mais harmônica entre o meio ambiente e o

desenvolvimento econômico. Seguindo essa linha, destacamos alguns exemplos.

4.2.2 Sequestro de Carbono

Dentro do uso de políticas com base em incentivos, destaca-se também a

regulamentação de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE). O controle de GEE é um

processo inexorável ao Brasil e em outras economias globais, em especial em relação a

setores carbono-intensivos. O governo Rio de Janeiro determinou que utilizasse o mercado de

emissões para reduzir suas emissões industriais, dentro de um mercado que se iniciou em

2013. Além disso, tem o “inventário anual de Gases do Efeito Estufa (GEE)” como principal

ferramenta de controle, neste caso gerenciado pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA)

(RIO DE JANEIRO, 2012).

No início da década de 1990, ocorreram muitos movimentos nas regiões rurais que

resultaram, posteriormente, na elaboração do Programa de Desenvolvimento Socioambiental

da Produção Familiar Rural (PROAMBIENTE), que consistia em um fundo de crédito para

trabalhadores rurais e tinha como características principais a valorização do trabalho no

campo, resultante de uma nova forma de gestão que interagia com diferentes formas de apoio

ao desenvolvimento rural e a formulação de recompensas por serviços ambientais fornecidos

pela produção familiar rural (HIRATA, 2006). O Sequestro de carbono por reflorestamento, a

conservação da biodiversidade, a conservação do solo e a redução da inflamabilidade das

paisagens, estavam dentre as atividades propostas como serviços ambientais. A remuneração

por esses serviços era dividida em duas modalidades, na qual uma era para produtores que

adotassem o crédito ambiental, logo o pagamento seria quitado dentro das parcelas da dívida,

e a outra forma seria como recompensa direta aos trabalhadores que não utilizassem o crédito

ambiental, mas dispusessem da efetivação de serviços ambientais (HIRATA, 2006).

Contudo, na maior parte dos casos não se paga diretamente pelo valor do serviço

ambiental, pois, é prestado de maneira difusa, logo, o papel das unidades de conservação não

é facilmente internalizado na economia, sendo que estas contribuem para a absorção de gás

carbônico atmosférico oriundo da degradação de ecossistemas locais e processos industriais, o

que dificulta enfrentar um dos grandes desafios da atualidade, as mudanças climáticas

(MEDEIROS & YOUNG, 2011).

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4.2.3 Uso público

Este serviço ambiental está relacionado à visitação da população às unidades de

conservação, envolvendo atividades como recreação e turismo, sendo capaz de conciliar o uso

sustentável da biodiversidade e a conservação das UC’s. O uso dessas áreas pode representar

tanto benefícios materiais, já que é possível gerar alternativas econômicas para a sociedade

local, ou para a manutenção das próprias unidades, quanto podem gerar benefícios imateriais

com a visitação, já que o termo Uso Público engloba fins de uso, como por exemplo a prática

de esportes, contemplação e cultos religiosos. Deste modo o debate sobre as possibilidades e

alternativas do Uso Público em unidades de conservação se faz necessário, uma vez que a

visitação de UCs tem considerado impacto nas economias locais, gerando empregos diretos e

indiretos além de proporcionar possibilidades de arrecadação para as unidades de conservação

através do consumo e gastos gerados pelos visitantes.

Tal serviço se faz ainda mais importante ao se relacionar indiretamente com algumas

políticas governamentais voltadas a proteção de unidades de conservação, como é o caso das

repartições de receitas tributárias para municípios que promovam a proteção e estruturação de

UCs em seus territórios. Ou seja, para atrair mais visitantes são feitos investimentos em

estrutura física e atendimento ao turista, e por consequência aquela UC terá retorno financeiro

pelo repasse de receitas tributárias, como no caso do Estado do Rio de Janeiro e por parte da

visitação turística.

4.3 O ICMS ECOLÓGICO

O ICMS Ecológico é outra forma de PSA, e já é adotado por vários estados do Brasil

para subsidiar e incentivar as ações de proteção ambiental. Permite aos municípios brasileiros

receberem parte de recursos financeiros arrecadados do Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços (ICMS), em reconhecimento da prestação de um determinado serviço

ambiental à sociedade, como por exemplo, a criação e manutenção de Unidades de

Conservação da Natureza (WHATELY; MARUSSIA, 2008). Pode ser visto, também, como

uma forma de compensação por serviços ambientais uma vez que reconhece a importância da

proteção das áreas verdes e faz repasses financeiros aos municípios em função disto.

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O ICMS Ecológico e a Compensação Financeira são importantes instrumentos

econômicos para a proteção ambiental, porém, para seu efetivo sucesso, é de suma

importância que os municípios envidem esforços e tenham a devida vontade política para este

fim, além do treinamento e capacitação constante de toda a equipe de trabalho. Assim

podendo criar leis que estabeleçam critérios específicos que garantam a utilização dos

recursos disponíveis em áreas prestadoras de serviços ambientais. Tais incentivos podem ser

por meio de investimento pelo setor público ou de repasses aos proprietários privados, de

forma que ocorra a conservação mesmo quando não haja a obrigação legal para tal.

Inicialmente o ICMS Ecológico foi criado no Estado do Paraná e posteriormente

adotado por vários outros Estados brasileiros. Isso ocorreu devido a uma possibilidade

prevista pela Constituição Federal que permite que os Estados estabeleçam critérios próprios

para o repasse do “Imposto sobre operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre

Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação –

ICMS” aos quais os municípios têm por direito ao retorno de 25% do valor total deste

imposto repassado ao governo federal (BRASIL, 1988). A Constituição Federal determinou

que os estados fariam a arrecadação e que 25% do arrecadado seriam distribuídos aos

municípios, sendo ¾ deste total devolvidos de acordo com o Valor Adicionado Fiscal e para o

¼ restante os Estados teriam autonomia para definir os critérios (BRASIL, 1988).

A lei do Estado do Paraná (Lei Estadual Complementar nº 59/1991) para que permitiu

a criação do ICMS Ecológico prevê que 5% da arrecadação total do ICMS sejam destinados a

municípios que possuam áreas protegidas em seus territórios, ou seja, indiretamente

influenciados por Unidades de Conservação. Além deste, outro critério estabelecido foi

referente aos mananciais de abastecimento público, que visa premiar os municípios geradores

de água. Estes critérios são ponderados e revertidos proporcionalmente em dinheiro de acordo

com o desempenho obtido pelos municípios em cada quesito, sendo deste volume total que

representam o ICMS Ecológico (5%) retirado 50% referentes aos mananciais de

abastecimento público e a metade restante é relativa à existência e manutenção de Unidades

de Conservação (WHATELY, MARUSSIA, 2008).

A partir da experiência do Estado do Paraná, diversos outros Estados começaram a

legislar nesse mesmo intuito, chegando ao Estado do Rio de Janeiro pela Lei Estadual n°

5.100/2007. O Projeto Fluminense prevê repasses aos municípios que detêm unidades de

conservação em seus territórios, ponderado pelo tipo de unidade de conservação (grau de

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restrição). Além disso, outros parâmetros são avaliados como o Tratamento de Esgoto; a

Destinação de Lixo; e a Remediação de Vazadouros.

Como aponta Rio de Janeiro (2012), a vocação turística do Estado e de seus

remanescentes de mata atlântica somadas ao ICMS Ecológico, funciona como forte

influenciador dos gestores públicos para a criação de novas Unidades de Conservação (UC’s).

Uma vez que a restrição ao uso daquele território que passa a ser protegido pelo Sistema

Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) rende retorno financeiro aos

municípios que adotam tais medidas visando uma consequente melhoria dos serviços

ambientais ali presentes, aumentando assim a qualidade ambiental.

A partir do ano de criação do ICMS Verde no Estado do Rio de Janeiro em 2007, a

área protegida por unidades de conservação de proteção integral aumentou

consideravelmente, ultrapassando a marca de 1.500 Km² já nos primeiros anos do programa

(RIO DE JANEIRO, 2012). Isso ocorre, pois o ICMS Ecológico do Estado do Rio de Janeiro

preve prioritariamente a premiação à conservação e preservação de unidades de conservação

nos territórios municipais.

Portanto, compreender os critérios estabelecidos pela Lei Estadual n° 5.100/2007 e do

Decreto Estadual n° 41.844/2009, que estabeleceu as diretrizes e critérios técnicos para o

repasse do ICMS Ecológico, é extremamente importante para que o gestor municipal possa

responder os formulários com todas as informações necessárias e no tempo correto. Muitos

municípios deixam de melhorar sua pontuação por não compreenderem corretamente o

preenchimento dos formulários e não possuírem todos os documentos comprobatórios

exigidos para a habilitação e cálculo dos indicadores que compõem o Índice Final de

Conservação Ambiental (IFCA) do ICMS Ecológico do RJ.

Anualmente uma Resolução é publicada no Diário oficial do Estado do Rio de Janeiro

para estabelecer o início do ciclo anual de apuração do ICMS Verde com vistas ao cálculo do

Índice Final de Conservação Ambiental - IFCA para o ano fiscal.

De maneira geral, o ICMS Verde pode ser explicado como: Conjunto de indicadores

ambientais incorporados dentre os critérios estaduais de repartição do ICMS aos municípios.

E, desta forma, é um tipo de pagamento por serviços ambientais que a população de um

determinado Estado faz aqueles que preservam o meio ambiente e tem o objetivo de

recompensar os municípios pela preservação e recuperação de ativos ambientais localizados

em seu território e incentivar a melhoria dos serviços e da gestão ambiental dos municípios

fluminenses.

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O ICMS Ecológico, é uma forma de redistribuição de tributo que visa estimular

melhorias contínuas na gestão pública municipal por meio da premiação dos municípios com

melhor desempenho na área ambiental.O artigo 3° da Lei 5.100 estabelece que: “Para beneficiar-se dos recursos previstos nesta Lei, cada município deverá organizar seu próprio Sistema Municipal do Meio Ambiente, composto no mínimo por:I- Conselho Municipal do Meio Ambiente;II- Fundo Municipal do Meio Ambiente;III- Órgão administrativo executor da política ambiental municipal; IV - Guarda Municipal ambiental.”

(GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2007).

Portanto, os municípios que não atenderem ao disposto na Lei, não receberão os

repasses de ICMS Ecológico. Em contrapartida ao atender os requisitos básicos, ou seja,

comprovando a existência e atividade do Sistema Municipal do Meio Ambiente, os

municípios se habilitam ao ICMS Ecológico e terão seu desempenho ambiental analisado e

medido conforme os critérios estabelecidos pelo Decreto Estadual nº 41.101/2007 (atualizado

pelos Decretos Estaduais nº 41.844/2009, nº 43.284/2011 e nº 44.543/2013).

Conforme estabelecido em Governo do Estado do Rio de Janeiro (2007), na Lei

Estadual 5.100/2007 os critérios para análise e repartição do ICMS Ecológico e do Índice

Final de Conservação Ambiental (IFCA), que indica o percentual do ICMS Ecológico que

cabe a cada município são subdivididos em 6 índices relativos:

IFCA (%) =

(10 x IrMA) + (20 x IrTE) + (20 x IrDL)+ (5 x IrRV) + (36 x IrAP) + (9 x IrAPM)

• IrMA – Índice relativo de Mananciais de Abastecimento;

• IrTE – Índice relativo de Tratamento de Esgotos;

• IrDL – Índice relativo de Destinação de Lixo;

• IrRV – Índice relativo de Remediação de Vazadouros;

• IrAP – Índice relativo de Áreas Protegidas (todas as Unidades de Conservação);

• IrAPM – Índice relativo de Áreas Protegidas Municipais (apenas as UCs Municipais).

Deste modo, de acordo com o Índice Final de Conservação Ambiental, os pesos para

cada índice relativo (Ir) é determinado de acordo com as estratégias ambientais de cada estado

podendo ser alterado sempre que cabível, sendo necessário apenas alterar o disposto nas leis e

decretos estaduais em vigor. Atualmente, a ponderação segue com:

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- 10% do valor do ICMS Verde para os Mananciais de Abastecimento;

- 20% destinado para Tratamento de Esgoto;

- 20% seguindo para Destinação de Lixo;

- 5% concedido ao atendimento à Remediação de Vazadouros;

- 36% destinado ao total de Áreas Protegidas no território municipal;

- 9% restantes seguindo para as Unidades de Conservação criadas pelos próprios

municípios.

Como cada Estado possui autoridade para legislar a respeito, cada um deles escolhe

conforme suas estratégias a melhor fórmula para atendimento dos requisitos a serem

atendidos.

Ao seguir a mesma ordem da fórmula do IFCA como parâmetro, o IrMA é

representado como variável da área de drenagem dos municípios em relação a área total de

sua respectiva bacia hidrográfica com captação para abastecimento público de municípios

localizados fora da mesma bacia totalizando a formulação:

IrMAi = ((ADij / ATBj) x CBj)

Sendo assim, a fórmula que define o Índice Relativo aos Mananciais de

Abastecimento entende como ATBj como área de drenagem total da bacia “j” com captação

para abastecimento público de municípios localizados fora da bacia. Enquanto o termo “ADij”

é igual à área de drenagem do município “i” na bacia “j”. Já o “CBj”, representado como cota-

parte da bacia “j” e igual a “1/ nº” de bacias que serão contempladas como cotas iguais aos

municípios abastecidos pelos mesmo mananciais de abastecimento (GOVERNO DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2009).

Seguindo a formulação estabelecida, o índice que se refere ao Tratamento de Esgoto –

IrTE, respeita o seguinte ordenamento:

Onde as variáveis consideradas são o percentual da população urbana atendida pelo

sistema de tratamento de esgoto ponderada pelo nível de tratamento do efluente, assim

detalhado como primário sendo atribuído o peso “1”, já entendido como tratamento

secundário os emissários submarinos e estações de tratamento de rio atingindo o peso “2”, e o

4

1jijji )C (T ITE

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tratamento terciário alcançando o peso “4”. Desta forma, os termos “Cij” e “Tj” são

responsáveis respectivamente pelo percentual da população urbana do município “i” atendida

pelo nível de tratamento de esgoto “j”e Fator de avaliação do nível de tratamento de esgoto.

No quesito Destinação do Lixo, IrDL, é analisado o local no qual os resíduos sólidos

urbanos (RSU) provenientes de cada município são depositados sendo considerados os

“vazadouros ou lixões” com o peso “0”. Quando o destino for um aterro controlado, havendo

tratamento de percolado, este receberá o peso “2”, porém se neste mesmo aterro controlado

houver captação e queima de gases, o mesmo receberá como peso o fator “3”. Quando o

destino dos RSU forem Aterros Sanitários licenciados, estes iniciarão a contagem com o peso

“6” com adicionando à pontuação mais “2”ao atender cada subitem como geração de energia

com biogás e tratamento de percolado. Além destes critérios multiplicadores deste quesito, os

municípios sede de consórcios para destinação de lixo recebem adicional de 2 a 5 pontos no

IrDL. Ao realizar co-processamento ou incineração em usina de geração de energia o

município receberá pontuação equivalente a “5”, assim como o município em questão ser

signatário de consórcio intermunicipal para gestão de seus resíduos sólidos urbanos, o qual

receberá pontuação adicional igual a “1” conforme legislação atual do ICMS Ecológico do

Estado do Rio de Janeiro (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2009).

A Coleta Seletiva também participa do ICMS Verde, mas como um fator de

multiplicação do sub-índice IrDL, podendo somar de 1 a 8 pontos, sendo este Fator de

Reciclagem (FR) um indicador relativo dos resíduos domiciliares encaminhados para

reciclagem por meio da coleta seletiva porta a porta. Mas, ao analisarmos mais

detalhadamente, o FR pode ser dimensionado ao verificar o percentual de reciclagem, obtendo

valor de FR igual a “1” se o percentual de reciclagem for igual a 1% e menor que 3%, ou FR

atingindo valor “2” quando a porcentagem de reciclagem foi maior ou igual a 3% e menor que

“5%” Já se o percentual de reciclagem for maior ou igual a 5% e menor que 10%, este obtém

o FR com o valor “3”, enquanto ao ultrapassar o valor de 10% do percentual de reciclagem

este município atingirá o FR igual a “4”.Caso o município exerça a reciclagem por meio de

usinas de triagem e compostagem, os fatores FR=1, FR=2 e FR=3, representarão

respectivamente de 3 a 20% do percentual de reciclagem.

Ainda compondo o Índice Relativo à Destinação de Lixo encontra-se a Coleta

Seletiva, representada como o fator “Dom” que considera como fator de abrangência a Coleta

Seletiva Domiciliar de porta a porta. Onde Dom será igual a “0”, ao atender número menor

que 30% dos domicílios daquele município, ou fator Dom “1” ao atender de 30% até 60% dos

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domicílios daquela cidade. Cresce para Dom “2” ao atingir abrangência superior a 60%, mas

se limitando a 80% do território local e chegando ao Dom “3” ao ultrapassar os 80% dos

domicílios atendidos pela Coleta Seletiva. Cabe ainda o acréscimo do fator “SOL=1”, caso o

município disponha de Programa de Coleta Seletiva Solidária consolidado e atestado pelo

Instituto Estadual do Ambiente.

O fator de coleta do óleo vegetal também, ou “OV”, é contemplado no IrDL como

multiplicador indicando o percentual total do óleo vegetal comestível que é recolhido e

encaminhado para reciclagem ao invés de ser descartado pelo município. Adotando a

referência de 0,5 L/habitante/mês como média de descarte de óleo vegetal da população, o

OV pode obter valores 0a 3, caso destine respectivamente 1%, 2% ou 3% do óleo vegetal

comestível para reciclagem.

O quesito remediação de vazadouros, IrRV, é representado com pesos de 1 a 3 de

acordo com as atitudes tomadas para minimizar o impacto ambiental gerado, e além de atuar

como estratégia de governo para erradicação dos lixões em todo Estado, objetivo assumido na

Política Nacional de Resíduos Sólidos que inicialmente tinha como meta a extinção dos

vazadouros até o ano de 2014. Desta maneira, municípios que estão tomando medidas

concretas para a completa remediação dos vazadouros recebem peso 1, municípios que não

possuam vazadouros ou todos os vazadouros estejam devidamente remediados recebem peso

2, já os municípios que fizerem captação e queima de gases recebem peso 3.

Os quesitos de maior peso para o IFCA são relacionados às Áreas Protegidas e

baseados no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Entende-se que ao

proteger, conservar e preservar os remanescentes naturais em Unidades de Conservação estará

garantindo a continuidade dos serviços ambientais ali existentes, como o sequestro de

carbono, provisão de água com as nascentes, rios e mananciais de abastecimento entre outros.

Para atingir este objetivo adota-se no ICMS Verde o IrAP – Índice Relativo à Áreas

Protegidas tendo com as seguintes varáveis:

Parcela da área municipal ocupada pela UC;

Categoria de manejo da UC;

Grau de conservação da UC; e

Grau de implementação.

A categoria de Manejo de cada Unidade de Conservação é avaliada de acordo com sua

categoria e baseada nas categorias presentes no SNUC, a tabela 1 a seguir apresenta os fatores

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de avaliação respectivos a cada categoria de UC. Cabe ressaltar, que quanto mais restritiva ao

seu uso e ocupação, maior será o fator de avaliação recebido, isso ocorre, pois maior será a

proteção aos serviços ambientais existentes naquela unidade de conservação.

Tabela 1: Categoria de Manejo e Fator de Avaliação

Categoria de Manejo de Unidades de Conservação Fator de Avaliação

Reserva Biológica 5

Estação Ecológica 5

Parque Nacional, Estadual e Municipal 4

Monumento Natural 3

Refúgio de Vida Silvestre 3

Reserva Particular do Patrimônio Natural 3

Área de Proteção Ambiental 2

Área de Relevante Interesse Ecológico 2

Reserva Extrativista 2

Reserva de Fauna 2

Reserva de Desenvolvimento Sustentável 2

Floresta Nacional, Estadual e Municipal 2

Unidade de conservação não prevista na Lei n. 9985/00 criada pelo Estado com base em legislação anterior 1,5

Já o Grau de Conservação (GC) e Grau de Implementação (GI) de cada área protegida

é calculado seguindo os fatores de avaliação presentes nas tabelas 2 e 3. No que se refere ao

Grau de Conservação é um critério técnico que considera o nível de regeneração da unidade

de conservação além da qualidade da cobertura vegetal remanescente. O Grau de

Implementação avalia a gestão da UC através da comprovação da existência dos instrumentos

básicos de gestão como plano de manejo, infra-estruturas de fiscalização e controle e sede.

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Tabela 2: Grau de Conservação e Fator de Avaliação

Grau de Conservação Fator de avaliação

Devastada/ não existe 0

Mal conservada 1

Parcialmente conservada 2

Conservada 4

Tabela 3: Grau de Implementação e Fator de Avaliação

Grau de Implementação Fator de avaliação

Apenas legalmente constituída 1

Parcialmente implementada 2

Totalmente implementada 4

Esses fatores são importantes para se chegar ao Índice de Área Protegida – IAP, um

sub-índice do IrAP, que utiliza os seguintes termos:

IAPi = somatório (RAAPij)

Sendo:

IAPi = somatório de cada Resultado de Avaliação de Área Protegida “j” (RAAPij) do

município “i”.

RAAPij = (PAPij/AMi) x FI x GC x GI

RAAPij =Resultado da avaliação da área protegida “j” localizada no município “i”.

PAPij =Área,em hectares, da Parcela de Área Protegida “j” localizada no município

“i”.

AMi = Área, em hectares, do município “i”.

Para alcançar o resultado IrAP os quesitos citados são introduzidos na fórmula a

seguir:

IrAP = IAPi /∑ IAPs de todos os municípios

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Ao analisar as fórmulas percebe-se que as Unidades de Conservação pertencentes aos

municípios são as principais beneficiadas já que o programa do ICMS Ecológico pretende

incentivar a criação de UCs municipais, sobretudo as unidades de proteção integral. Isso

ocorre pelo fato do ICMS Ecológico do Estado do Rio de Janeiro calcular as UCs municipais

tanto no IrAP quanto no IrAPM. Ou seja, como forma de bonificar os municípios que criam e

gerenciam as UCs nos seus territórios, o ICMS Ecológico destacou um percentual de 9% para

ser contabilizado apenas pelas unidades de conservação que tem como responsável pela sua

gestão os próprios municípios, esse percentual é denominado como IrAPM e as UCs presentes

nesse índice também são introduzidas no cálculo do IrAP, deste modo, as unidades de

conservação municipais são contabilizadas duas vezes em dois índices distintos, se tornando

uma vantagem estratégica para a disputa de ICMS Ecológico.

De forma geral o ICMS Ecológico trabalha a proporcionalidade em suas fórmulas de

cálculo, assim todos os itens existentes são relativos às eficiências das medias e políticas

ambientais adotadas dentro do município, comparados aos mesmos critérios de eficiência em

todos os outros municípios do estado, daí o termo índice relativo. Por exemplo, o município

que possuir maior percentual de áreas protegidas por unidades de conservação dentro de seu

território terá maior IAP e equivalente parcela no IrAP. Ou quanto maior o percentual de

população atendida por sistema de tratamento de esgoto do município fará com que este tenha

maior valor no IrTE, índice que se refere ao tratamento de esgoto sanitário.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 O MEIO AMBIENTE NA CIDADE DE NITERÓI

O município sofreu com a urbanização em ritmo acelerado a partir do final da década

de 1980 e com isso vieram os problemas característicos desse tipo de fenômeno, como as

enormes pressões sobre às áreas e vegetação nativas. O processo de urbanização ocorreu

tempos depois de o município perder a condição de capital do Estado. Toda a energia

direcionada em infra-estrutura deu resultado, e em meados da década de 1980, Niterói colhe

os frutos destes investimentos ao obter altos índices de desenvolvimento. Com o agravamento

de questões socioeconômicas na cidade do Rio de janeiro, Niterói foi uma busca natural por

segurança e qualidade de vida (NITERÓI, 2017).

Niterói possui características complexas para um movimento de urbanização tão

brusco, por sua hidrografia complexa, manchas de urbanização de tempos distintos, encostas,

ocupações ilegais, Áreas de Proteção Ambiental espaçadas entre si e abundante vegetação

(NITERÓI, 2015a). Todos esses fatores existindo ao mesmo tempo, somados à necessidade de

um planejamento urbano específico que contemple e também impeça a ocupação

desordenada, e proteja áreas protegidas, fez com que o município solicitasse a Revisão do

Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) do Município de Niterói no ano de 2014,

elaborado em três etapas e resultando na elaboração de um Diagnóstico Técnico, Construção

de Cenários e Definição de Princípios e Diretrizes respectivamente.

Localizada na região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, Niterói teve aumento

de sua área urbana chegando ao número de 130% entre 1970 à 2010, atingiu a marca de

crescimento de 6,1% maior na última década se aproximando dos 500 mil habitantes, e

mesmo detendo o maior IDH do Estado e sétimo do país, o município não fica isento dos

problemas causados pela urbanização tal perda de áreas verdes e a consequente ausência

serviços naturais devido à degradação ambiental, e demais problemas urbanos (NITERÓI,

2015a).

Para poder proporcionar e manter o alto padrão de qualidade de vida são necessárias

políticas eficientes de mobilidade e transporte, habitação e regularização fundiária, uso e

ocupação do solo e saneamento ambiental. Porém, tais objetivos só podem ser alcançados

como o total conhecimento do território e participação popular. Foi com esse intuito que a

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revisão do PDDU foi demandada. Além de abordar critérios socioeconômicos de

desenvolvimento, o plano é direto e especifico nos temas de proteção e recuperação do meio

ambiente como apontado em Niterói (2014), objetivando:

I) Preservação e valorização do patrimônio natural:

• Proteção de áreas ambientalmente frágeis e de interesse paisagístico e ecológico e

estabelecer parâmetros para a criação de sistema de áreas verdes;

• Estabelecimento de regras para a ocupação das áreas de amortecimento junto às áreas

e zonas de preservação ambiental;

•Demarcação das zonas de interesse ambiental com restrição à ocupação humana, tais

como.

II) Infraestrutura verde:

• Conciliação da dinâmica da cidade com a dinâmica da natureza, criando corredores

verdes e promovendo a renaturalização de ecossistemas;

• Rede de espaços verdes com criação e recuperação de praças e parques municipais.

III) Saneamento ambiental:

• Definição de investimentos públicos em políticas de controle ambiental que busquem

resolver problemas gerados na infraestrutura das cidades.

IV) Valorização da paisagem:

• Proteção da paisagem natural e qualificação da paisagem urbana.

O projeto foi elaborado em três fases, Etapa 1: Elaboração do Diagnóstico Técnico,

Etapa 2: Construção de Cenários e Etapa 3: Princípios e Diretrizes. Inicialmente, o estudo foi

direcionado a elaboração de um retrato de maneira mais fiel possível sobre todas as áreas do

município e sua população. O levantamento dos dados contou com a participação popular

através de oficinas e audiências públicas. Num segundo momento, de posse do Diagnóstico

Técnico e após as audiências com a população foram construídos dois cenários, inercial e

desejável. Posteriormente à definição do cenário ideal, foram estabelecidas as diretrizes e

definidos os instrumentos para o novo Plano Diretor.

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A conservação e proteção do meio ambiente fazem parte da história como parte

constituinte dos mecanismos de formulação e planejamento urbano do município de Niterói.

Tais instrumentos estão presentes no Plano Diretor de 1992 através do uso e ocupação do solo

detalhadas nos Planos Urbanos Regionais (PUR) e restrições impostas pelas UCs presentes no

município, sejam elas de Uso Sustentável ou de Proteção Integral.

Tais relações geraram consequências positivas e negativas com o passar dos anos. A

conservação ambiental possibilitou a manutenção de fragmentos florestais que sofreram com

o avanço do crescimento urbano e pressão dos empreendimentos imobiliários na cidade, que

só pode ser controlada pelos mecanismos de proteção presentes no Plano Diretor e PUR.

Porém, os remanescentes florestais presentes em Niterói tiveram perda de área considerável

nos fragmentos de florestas não enquadrados nas categorias de manejo de unidades de

conservação de proteção integral ou nos mecanismos considerados no plano diretor. Tal qual

ocorreu com os recursos hídricos, onde rios e córregos sofreram com o processo implantação

de infraestrutura urbana e de impermeabilização do solo deixando de existir, ou quando foram

alvo de poluição afetando a capacidade hídrica do município. Principalmente, nas áreas mais

carentes a perda de cobertura vegetal se soma ao uso e ocupação do solo sem controle em

terrenos nas encostas e sem infraestrutura e sistemas de drenagem, o que gera deslizamentos e

movimentos de terra, e veio por marcar uma das maiores tragédias no município (NITERÓI,

2015b).

Os sistemas lagunares também sofreram com a expansão imobiliária e tiveram as áreas

de inundação, bem como a recarga dos sistemas lagunares muito afetadas, agravando os

problemas ambientais nesses ecossistemas e aumentaram as áreas de risco. Por esses motivos,

se fez necessário a inclusão destes temas na revisão do PDDU, além de considerar um

processo de regulação dos mecanismos de proteção ambiental (NITERÓI, 2015b).

O planejamento e gestão urbana do município historicamente consideraram algumas

variáveis principais, são elas o Mosaico de Áreas Protegidas, que engloba todas as unidades

de conservação localizadas em Niterói; A Identificação das Áreas ocupadas e não ocupadas

por infraestrutura e habitação; e Os Corpos Hídricos, nascentes, rios e córregos que estão

localizados em áreas não protegidas pelos fragmentos florestais, como apontou o diagnóstico

técnico contratado pelo município (NITERÓI, 2015a).

Os dados obtidos no Diagnóstico Técnico (NITERÓI, 2015) e Cenários Construídos

(NITERÓI, 2015b) em relação ao município de Niterói serão detalhados a seguir para

posterior comparação com os dados presentes no ICMS Ecológico, e assim chegarmos a uma

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perspectiva sobre a possibilidade de obtenção de recursos e como os dados levantados pelo

PDDU já estão sendo aproveitados nesse programa.

5.1.1 Unidades de Conservação

Em Niterói, as Unidades de Conservação da Natureza formam um mosaico com

unidades de uso sustentável e de proteção integral, que foram criadas a partir do Plano Diretor

do município. O Código Ambiental Municipal (PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI,

2008) no seu capítulo III determina o zoneamento ambiental do município e estipula os

espaços territoriais especialmente protegidos no capítulo IV. São eles:

I - as áreas de preservação permanente;

II - as áreas de especial interesse ambiental;

III - as áreas de especial interesse paisagístico;

IV - zona de uso especial (unidades de conservação);

V - as áreas de riscos naturais;

VI - as áreas verdes e os parques urbanos;

VII - as praias, as lagoas, os rios, as ilhas, as cachoeiras e os afloramentos rochosos

associados aos recursos hídricos; e

VIII - as áreas de especial interesse pesqueiro.

Como apresentado no estudo (NITERÓI, 2015a), o município possui

aproximadamente 27% do território municipal protegido por unidades de conservação de

proteção integral, Niterói tem 35,8 Km² cobertos por este tipo de UC. Sendo uma delas o

Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET), que se estende até o município de Maricá, e

possui área total de 34,93 km², onde 24,84 km² estão dentro dos limites de Niterói. O PESET

é uma UC estadual e tem o Instituto Estadual do Ambiente como o responsável por sua

gestão. O PESET tem grande importância para conservação ambiental no Estado e no

município, já que teve papel fundamental na proteção dos sistemas lagunar, insular e de áreas

úmidas, assim como dos remanescentes de mata atlântica, restinga da lagoa de Itaipu e

mangues. Estas áreas além de frágeis sofreram com a ocupação irregular tendo sido

necessário sua agregação ao parque para interromper a degradação.

Em 2014 foi criado o Programa Niterói Mais Verde, que instituiu o Parque Natural

Municipal de Niterói - PARNIT, caracterizado como unidade de conservação integral e

enquadrado na categoria Parque Municipal. O Decreto Municipal nº 11.744/2014 definiu que

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o parque teria na totalidade uma área de 9,4 km2 e seria subdividido em setores, sendo eles o

PARNIT Setor Costeiro Lagunar, PARNIT Setor Guanabara e PARNIT Setor Morro da

Viração.

Outra unidade de proteção integral, porém com administração municipal é a Reserva

Ecológica Darcy Ribeiro, que possui 1,58 km² de área protegida. A UC foi criada antes do

SNUC e assim como prevê o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza,

precisou se enquadrar em uma das tipologias apresentadas pela Lei. Como foram encontradas

dificuldades para a recategorização da Reserva devido as suas características, uma solução foi

a incorporação de suas áreas junto ao PESET, conforme Decreto Estadual nº 43.913 de 29 de

outubro de 2012, tornando-a mais forte do ponto de vista ao combate à ocupação de área de

floresta pelo adensamento urbano.

Como algumas regiões possuem características de ocupação consideradas compatíveis

com áreas que também necessitam de cuidados para evitar perda de florestas e serviços

ambientais ali presentes, o Município optou nesses casos por unidades de conservação de uso

sustentável, permitindo a ocupação com restrições, e assim aliando a forma de uso com as

necessidades de proteção destes ambientes.

Localizadas em áreas com pouca infraestrutura, carente e muito densa, o Decreto

Municipal 11.744/2014 estabeleceu o Sistema Municipal de Unidades de Conservação

(SIMAPA), além de incorporar as Áreas de Preservação Permanente, Áreas de Especial

Interesse Ambiental, Zonas de Restrição a Ocupação e as Zonas de Recuperação Ambiental,

já presentes no Plano Urbanístico da Região Norte, ocupando 5,98 km².

O município também possui algumas Áreas de Proteção Ambiental (APA), são elas a

APA das Lagunas e Florestas, APA do Morro do Morcego, APA do Morro do Gragoatá e

APA da Água Escondida. A tabela 4 indica as UCs de Niterói conforme suas respectivas

categorias de manejo e áreas protegidas.

Tabela 4: Unidades de Conservação de Niterói

Categoria Unidade de ConservaçãoÁrea

(hectar)

Proteção Integral PESET 3.493

Proteção Integral PARNIT 940

Proteção Integral Reserva Eco. Darcy Ribeiro 1.580

Uso Sustentável APA das Lagunas e Florestas 8.687

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Uso SustentávelAPA do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e os

Fortes Pico e do Rio Branco141

Uso Sustentável APA do Morro do Gragoatá 9,14

Uso Sustentável APA da Água Escondida 53,9

Uso Sustentável SIMAPA 598

Uso Sustentável RESEX Itaipu 3.943

FONTE: (NITERÓI, 2015a)

5.1.2 Qualidade da Água

A condição dos rios e demais corpos hídricos do município de Niterói é bastante

delicada, uma vez que foram identificados, no levantamento demandado pelos estudos de

Revisão do Plano Diretor de 2014, 229 Km de extensão, onde 59% estão presentes em área

urbana. Esta situação implica na degradação ocasionada pela poluição hídrica, verticalização

das margens dos rios e ausência de vegetação ciliar. Tem como consequência a perda de

qualidade de água, mesmo contando com tratamento de água e esgoto para a população.

Niterói possui cerca de 98% de seus domicílios abastecidos com água tratada fornecida pela

Companhia Estadual de Águas e Esgotos – CEDAE atendendo via rede geral (NITERÓI,

2015b).

Seguindo padrões da Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em

Efluentes Líquidos de Origem Sanitária- DZ-215.R-4, que estabelece critérios para vazão per

capita de água, Niterói possui 1.868 L/s de água tratada distribuída já em 2014, números

superiores à média para a Região Metropolitana 1.401L/s (NITERÓI, 2015b). Ao comparar

com os valores estabelecidos na Diretriz, podemos observar que a demanda de água para

abastecimento da população é menor que o volume disponível para abastecimento.

Porém, o sistema de abastecimento de água instalado na cidade apresenta problemas,

uma vez que foi adotado o sistema de manobra em rede, que por característica realiza a

alternância na distribuição entre os bairros e desta forma causa intermitência no

abastecimento, mesmo recebendo volume de água suficiente para atendimento da população.

Além deste, outro problema em potencial é o sistema de reservatórios de água, isso devido às

demandas heterogêneas das regiões do município (NITERÓI, 2015b).

Segundo cenários apresentados pela revisão do PDDU em Niterói (2015a), a coleta e

tratamento de esgoto sanitário ainda não abrangem 100% da população. Tal deficiência

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acarreta conseqüências muito graves à saúde pública e ao meio ambiente, além dos elevados

custos decorrentes da deficiência ou falta de sistema de coleta e tratamento de esgoto.

A concessionária responsável pelo sistema de tratamento de esgoto no município de

Niterói (Águas de Niterói) não possui centro de controle de monitoramento das operações e

instalações do sistema. O que se transforma num grande desafio para a gestão, e deste modo

as detecções de vazamentos, rompimentos e obstruções do sistema é realizado diariamente por

equipes de campo, necessitando de melhorias e modernização na infraestrutura e instalações

dos sistemas de coleta e tratamento de esgoto para garantir o a eficiência da rede e do

tratamento em condições plenas (NITERÓI, 2015b).

Outro ponto que necessita atenção são as ocupações irregulares, que muitas vezes

ocasionam lançamento de esgoto in natura em corpos hídricos por não possuírem coleta de

esgoto adequada, e ao permanecerem ignoradas pelo poder público afetarão cada vez mais as

condições ambientais e de saúde.

5.1.3 Resíduos Sólidos

Como em qualquer cidade no Brasil, a gestão dos resíduos sólidos urbanos é de

responsabilidade do poder público e se mostra um desafio enorme com demanda de grandes

esforços, sobretudo com o grau de ocupação urbana como possui Niterói. O município

investiu na captação de resíduos elevando o percentual de domicílios atendidos de 96,90%

(em 2000) para 98,63% (em 2010). Com o objetivo da universalização do atendimento, os

investimentos continuam a ser efetuados (NITERÓI, 2015b).

Em Niterói, a responsabilidade pela limpeza urbana e destinação final dos resíduos

sólidos produzidos foi delegada à Companhia de Limpeza de Niterói (CLIN) empresa de

sociedade mista subordinada à Prefeitura de Niterói, criada em 1989.

Além do atendimento ao total de domicílios, ao falarmos sobre Resíduos Sólidos

Urbanos (RSU) é de suma importância mencionar a quantidade gerada pelo município, bem

como sua destinação final. O levantamento realizado pela CLIN e disponibilizado no

Diagnóstico Técnico solicitado pela revisão do Plano Diretor aponta que em 2012 apenas 39%

dos resíduos gerados foram levados ao aterro sanitário de Itaboraí, fazendo com que a

maioria, ou seja, 61% dos resíduos fossem encaminhados para o lixão do Morro do Céu. Já

em 2013, o percentual de resíduos destinados de maneira correta no CTR Itaboraí subiu para

62,79%. No ano de 2014, além do aterro do Morro do Céu e do CTR Itaboraí, inicia-se a

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utilização do transbordo CTR Alcântara, que recebeu mais de 50% dos resíduos gerados em

Niterói (2015b).

O início da utilização do Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Alcântara em

Itaboraí fez parte do conjunto de ações que buscam soluções para o grande problema urbano

que é o gerenciamento do RSU. Mas a destinação em aterros sanitários legalizados não pode

ser a única alternativa a ser estudada, a não geração e o reaproveitamento dos resíduos

gerados na cidade fazem parte fundamental para alcançar soluções para os resíduos sólidos,

no que tange o desenvolvimento sustentável, de forma a considerar as dimensões política,

econômica, cultural e social, com controle social.

Desta forma, a reciclagem se apresenta como fator chave na diminuição da quantidade

de resíduos destinados aos aterros sanitários, uma vez que em Niterói apresenta potencial para

reaproveitamento de resíduos sólidos urbanos em torno de 40% do total que é levado aos

aterros (NITERÓI, 2015b). Porém, para atingir tais objetivos são necessários investimentos

em ações e projetos de educação e sensibilização ambiental da população quanto à

responsabilidade sobre a geração de resíduos e seus impactos sobre o meio ambiente.

5.2 A CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DO ICMS ECOLÓGICO EM NITERÓI

Para mensurar a contribuição econômica do ICMS Ecológico no município de Niterói

foi feita uma busca de dados da arrecadação municipal através da Secretaria Municipal de

Fazenda e Portal da Transparência do município, para então comparar estes dados com os

valores destinados ao município como ICMS Ecológico e assim mensurar sua importância.

5.2.1 O ICMS Ecológico em Niterói

O levantamento realizado para este trabalho constatou que desde o ano de 2009 até o

ano de 2017 foram repassados aos municípios cerca de R$ 1.446.253.738,00 via ICMS

Ecológico. O município de Niterói recebeu aproximadamente R$ 32.044.183,25 deste

montante no mesmo período, como mostra a tabela 1. Cabe ressaltar que a implementação do

programa e dos repasses financeiros ocorreu de forma gradativa com início dos repasses em

2009, quando foi destinado 1% do ICMS para a parcela ambiental, cerca de R$38 milhões. No

ano seguinte o percentual foi elevado para 1,8% atingindo o valor de R$83,6 milhões. Porém

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sua plenitude se deu em 2011 ao alcançar o máximo previsto de 2,5%, sendo o valor estimado

em R$111,5 milhões, conforme apresenta a tabela 1.

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Tabela 5: Históricos de Valores Pagos em ICMS Ecológico por Serviço Ambiental

Históricos de Valores Pagos em ICMS Ecológico por Serviço Ambiental

ANO Valor Total IrMA IrTE IrDL IrRV IrAP IrAPM

2009 R$ 37.934.822,00 R$ 3.793.482,20 R$ 7.586.964,40 R$ 7.586.964,40 R$ 1.896.741,10 R$ 13.656.535,92 R$ 3.414.133,98

2010 R$ 83.600.000,00 R$ 8.360.000,00 R$ 16.720.000,00 R$ 16.720.000,00 R$ 4.180.000,00 R$ 30.096.000,00 R$ 7.524.000,00

2011 R$ 111.500.000,00 R$ 11.150.000,00 R$ 22.300.000,00 R$ 22.300.000,00 R$ 5.575.000,00 R$ 40.140.000,00 R$ 10.035.000,00

2012 R$ 172.000.000,00 R$ 17.200.000,00 R$ 34.400.000,00 R$ 34.400.000,00 R$ 8.600.000,00 R$ 61.920.000,00 R$ 15.480.000,00

2013 R$ 177.000.000,00 R$ 17.700.000,00 R$ 35.400.000,00 R$ 35.400.000,00 R$ 8.850.000,00 R$ 63.720.000,00 R$ 15.930.000,00

2014 R$ 195.000.000,00 R$ 19.500.000,00 R$ 39.000.000,00 R$ 39.000.000,00 R$ 9.750.000,00 R$ 70.200.000,00 R$ 17.550.000,00

2015 R$ 222.675.166,00 R$ 22.267.516,60 R$ 44.535.033,20 R$ 44.535.033,20 R$ 11.133.758,30 R$ 80.163.059,76 R$ 20.040.764,94

2016 R$ 226.000.000,00 R$ 22.600.000,00 R$ 45.200.000,00 R$ 45.200.000,00 R$ 11.300.000,00 R$ 81.360.000,00 R$ 20.340.000,00

2017 R$ 220.543.750,00 R$ 22.054.375,00 R$ 44.108.750,00 R$ 44.108.750,00 R$ 11.027.187,50 R$ 79.395.750,00 R$ 19.848.937,50

Total R$1.446.253.738,00 R$ 144.625.373,80 R$ 289.250.747,60 R$ 289.250.747,60 R$ 72.312.686,90 R$ 520.651.345,68 R$ 130.162.836,42

FONTE: SEA, INEA & CEPERJ.

Legenda: IrMA – Índice Relativo de Mananciais de Abastecimento;IrTE- Índice relativo de Tratamento de Esgoto; IrDL- Índice relativo de Destinação de Lixo; IrRV –

Índice Relativo de Remediação de Vazadouros;IrAP – Índice Relativo de Áreas Protegidas; eIrAPM – Índice Relativo de Áreas Protegidas Municipais.

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O IrMa como é apresentado na Tabela 5, é responsável por 10% do ICMS Ecológico,

e é calculado a partir dos mananciais de abastecimento de água presentes em cada município

mas que abastecem as cidades vizinhas. Já com pesos maiores no repasse deste tributo, o IrTE

e IrDL recebem cada um 20% do total a ser distribuído em ICMS Ecológico. Tal proporção se

deve a grande importância destes quesitos na saúde, uma vez que na ausência ou ineficácia

destes serviços a população local ficaria muito fragilizada. Assim como o IrRV, que prega

pela extinção dos lixões a céu aberto que são responsáveis pela proliferação de inúmeras

doenças.

Na tabela 5, pode-se perceber a porcentagem e distribuição dos recursos do ICMS

Ecológico, e dada esta proporção é possível compreender as estratégias adotadas pelo

programa do ICMS Ecológico, onde prioritariamente são recompensadas as unidades de

conservação pelo fato da restrição de uso e ocupação do solo em preferência ao mantimento

de áreas que garantam a proteção à biodiversidade. Nota-se que os índices relativos às

unidades de conservação foram responsáveis por repasses superiores a R$650 Milhões, neste

valor somados o IrAP e IrAPM.

Do total já distribuído, Niterói possui 2,22% dos repasses oriundos do ICMS

Ecológico, porém as variações nas porcentagens de recebimento e no ranking do ICMS Verde

ocorrem pela disputa entre os municípios, ou seja, anualmente cada município envia os

formulários para comprovação do seu desempenho ambiental e cálculo do Índice Final de

Conservação Ambiental. Dessa forma atingirá a proporção de ICMS Ecológico que receberá

naquele ano fiscal, ou seja, caso outro município atinja maior IFCA este o ultrapassará e terá

acesso a maiores valores de ICMS Verde. Em outras palavras, os esforços devem ser

constantes, pois a estagnação pode representar decréscimo de receita para o município. Tendo

estas variáveis em vista é possível entender as alterações nos percentuais recebidos pelo

município em questão, que obteve seu melhor percentual no primeiro ano fiscal, chegando a

3,57% e consequentes R$1.353.414,00. Porém com o aprimoramento do programa e melhor

entendimento dos quesitos pelos demais municípios do Estado, Niterói teve queda acentuada

nos anos seguintes 2.98%, 2,34% 2,30%, 2,06%, 1,87% e obteve seu pior percentual no ano

de 2015, quando recebeu R$3.974.254,00 referentes ao IFCA equivalente a 1,78. A tabela 6 a

seguir apresenta o histórico e evolução do município de Niterói junto ao ICMS Ecológico.

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Tabela 6: Histórico de recebimento de ICMS Ecológico pelo município de Niterói

Histórico de recebimento de ICMS Ecológico pelo município de Niterói

ANO Valor TotalValor recebido por

Niterói

Porcentagem cabível ao

município de Niterói

2009 R$ 37.934.822,00 R$ 1.353.414,00 3,57 %

2010 R$ 83.600.000,00 R$ 2.490.645,34 2,98 %

2011 R$ 111.500.000,00 R$ 2.613.968,90 2,34 %

2012 R$ 172.000.000,00 R$ 3.960.607,00 2,30 %

2013 R$ 177.000.000,00 R$ 3.648.959,00 2,06 %

2014 R$ 195.000.000,00 R$ 3.650.181,00 1,87 %

2015 R$ 222.675.166,00 R$ 3.974.254,00 1,78 %

2016 R$ 226.000.000,00 R$ 5.646.398,04 2,50 %

2017 R$ 220.543.750,00 R$ 4.705.755,97 2,13 %

Totais R$ 1.446.253.738,00 R$ 32.044.183,25 2,22 %

FONTE: SEA, INEA & CEPERJ.

Pode-se notar que mesmo com a diminuição do percentual de ICMS Ecológico a

receber os valores aumentaram. Isso se dá devido ao programa ser diretamente ligado ao

ICMS e consequentemente com a arrecadação do Estado do Rio de Janeiro que é afetada

diretamente pela economia, que nestes anos sofreu aquecimento. O que também permite

prever uma possível queda nos valores de ICMS devido à crise econômica na qual o país e,

sobretudo o Estado do Rio de Janeiro atravessam.

Cabe ressaltar que a distribuição deste recurso se dá ao longo do ano e faz parte do

ICMS repassado aos municípios, assim o repasse previsto para o ano de 2017 é uma

estimativa como base nos valores de arrecadação de ICMS informados pela Fundação

CEPERJ e resultados obtidos no programa do ICMS Ecológico.

5.2.2 Impacto na Economia Local

Com a obtenção de dados dos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária –

RREO dos últimos anos disponibilizados pela Secretaria Municipal de Fazenda e Portal da

Transparência do município foi possível traçar um paralelo entre os recursos obtidos através

do ICMS Ecológico e os valores destinados para a Gestão Ambiental do município, para

criação de indicadores como indicam as figuras 1 e 2, além das tabelas 7 e 8.

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A análise do relatório Resumido da Execução Orçamentária – Balanço Orçamentário

(NITERÓI, 2017) tem a previsão de dotação de R$ 4.008.412,20 em Gestão Ambiental para o

ano de 2017. Tais valores são inferiores à receita gerada pelo ICMS Ecológico para o mesmo

período (R$ 4.705.755,97), dados que indicam a importância da contribuição econômica do

ICMS Ecológico e das unidades de conservação na economia do município. Além disso,

ressalta-se que os recursos financeiros aportados na criação e gestão das UC’s devem ser

vistos como investimentos e não custos, já que a existência dessas áreas levam ao retorno do

investimento ao município via ICMS Ecológico. Situação também relatada por Medeiros &

Young (2011) e Young & Bakker (2015), que ainda indicam benefícios de outros serviços

ambientais gerados pelas UC, como a regulação climática, fornecimento de água, estoque de

carbono, entre outros.

Como apontado, os valores obtidos com o ICMS Ecológico são superiores aos custos e

gastos declarados com a Gestão Ambiental municipal, a figura 1 aponta a dotação

orçamentária para meio ambiente e gestão ambiental nos últimos anos e compara com os

valores de ICMS Ecológico no mesmo período.

Figura 1: Dotação orçamentária x ICMS Ecológico do município de Niterói

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total-R$' 5,000,000.00

R$' 0.00

R$' 5,000,000.00

R$' 10,000,000.00

R$' 15,000,000.00

R$' 20,000,000.00

R$' 25,000,000.00

R$' 30,000,000.00

R$' 35,000,000.00

Preservação e Conservação AmbientalGestão AmbientalICMS Ecológico SaldoFundo Municipal de Conservação AmbientalUm ponto importante ao se analisar os Relatórios Resumidos de Execução

Orçamentária é a descrição dos itens e alocação dos recursos dentro da Gestão Ambiental

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Municipal. No relatório a grande maioria dos recursos são alocados e posteriormente

executados junto ao item Preservação e Conservação Ambiental quantias proporcionais ao

valor destinado pelo município para a gestão ambiental, ou seja, é possível perceber que o

município entende como a grande importância da gestão ambiental as ações de proteção e

conservação ambiental dos seus remanescentes naturais e áreas protegidas, e neste sentido o

ICMS Ecológico se mostra essencial, já que 45% do valor é destinado para as unidades de

conservação da natureza. Porém não se pode esquecer dos demais itens com importância na

Gestão Ambiental de um município com características de ocupação e desenvolvimento

urbano como Niterói, assim investimentos em gerenciamentos dos resíduos sólidos urbanos e

saneamento ambiental também devem ser considerados.

Ao comparar os valores previstos para dotação orçamentária com as receitas obtidas

com o ICMS Ecológico nota-se que há previsão de que haja saldo positivo na maioria dos

anos, tendo apenas nos anos de 2014 e 2015 uma previsão de gastos maior que o ICMS

Ecológico recolhido. Ou seja, o ICMS Ecológico pode contribuir não apenas com a Gestão

Ambiental, mas também com a sustentabilidade financeira de todo o município, visto que este

saldo pode ser designado à cobertura de outras demandas. Porém, estes apontamentos não

ocorreram de fato. Por mais que houvesse a reserva de tais quantias para uso e investimento

em demandas ambientais, não foram evidenciadas as execuções de valores proporcionais,

como apontam os Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária dos anos citados. A figura

2 indica os valores executados em relação aos tipos de gastos em meio ambiente e os compara

com os valores recebidos em ICMS Ecológico.

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Figura 2: Execução orçamentária x ICMS Ecológico do município de Niterói

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 TotalR$' 0.00

R$' 5,000,000.00

R$' 10,000,000.00

R$' 15,000,000.00

R$' 20,000,000.00

R$' 25,000,000.00

R$' 30,000,000.00

R$' 35,000,000.00

SaldoGestão AmbientalPreservação e ConservaçãoICMS EcológicoFundo Municipal de Conservação Ambiental

Ao realizar análise sobre a figura 2 fica evidente a falta de comprometimento com a

dotação orçamentária prevista na figura 1, e mesmo com o ICMS Ecológico trazendo receitas

para o município, este não é utilizado de forma direta para suprir as necessidades e carências

ambientais.

Assim é possível observar que o ICMS Ecológico gera recursos muito superiores aos

valores utilizados com meio ambiente pelo município, ou seja, além de manter aportes

constantes para a gestão ambiental o ICMS Ecológico é capaz de aportar recursos financeiros

para o município, e estes valores podem ser ainda maiores se aplicados corretamente a fim de

aumentar o repasse deste tributo. A tabela 5 apresenta de forma detalhada o histórico da

execução orçamentária em demandas ambientais em comparação com os valores gerados pelo

ICMS Ecológico, e através do quadro observa-se que foi gerado um saldo de R$

27.801.169,15 para que o município pudesse utilizar em áreas com carências de recursos.

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ANO

Fundo

Municipal de

Conservação

Ambiental

Preservação e

Conservação

Ambiental

Controle

Ambiental

Desenvolvimento

Científico

Administração

geral

Recuperação de

áreas degradas

Gestão

Ambiental

Receita ICMS

Ecológico

(Niterói)

Saldo gerado

pelo ICMS

2010 R$ 0,00 R$ 4.159,40 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 4.159,40 R$ 2.490.645,34 R$ 2.486.485,94

2011 R$ 0,00 R$ 163.495,20 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 163.495,20 R$ 2.613.968,90 R$ 2.450.473,70

2012 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 3.960.607,00 R$ 3.960.607,00

2013 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 3.648.959,00 R$ 3.648.959,00

2014 R$ 0,00 R$ 434.064,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 434.064,00 R$ 3.650.181,00 R$ 3.216.117,00

2015 R$ 0,00 R$ 67.078,80 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 67.078,80 R$ 3.974.254,00 R$ 3.907.175,20

2016 R$ 0,00 R$2.191.422,70 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 2.191.422,70 R$ 5.646.398,04 R$ 3.454.975,34

2017 R$ 0,00 R$ 29.380,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 29.380,00 R$ 4.705.755,97 R$ 4.676.375,97

Total R$ 0,00 R$2.889.600,10 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 2.889.600,10 R$30.690.769,25 R$ 27.801.169,15

Tabela 7: Histórico da Execução orçamentária para a Gestão Ambiental ICMS Ecológico recebido pelo município de NiteróiFonte: SEA; INEA; CEPERJ; Secretaria Municipal de Fazenda; Portal da Transparência.

Tabela 8: Histórico de Receitas Municipais e Execução orçamentária para a Gestão Ambiental versus ICMS Ecológico recebido pelo

município de Niterói

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60

ANO Receita Investimentos em Gestão Ambiental

Investimento em Gestão

Ambiental / Receitas totais %

Receita gerada via ICMS Ecológico

ICMS Ecológico / Receitas (%)

ICMS Ecologico (IrAP+IrAPM)

ICMS Ecológico

(UC) / Receita (%)

2010 R$ 1.059.679.500,00 R$ 4.159,40 0,000393 R$ 2.490.645,34 0,24 R$ 315.949,00 0,03

2011 R$ 1.282.756.354,90 R$ 163.495,20 0,012746 R$ 2.613.968,90 0,20 R$ 754.075,71 0,06

2012 R$ 1.496.807.320,10 R$ 0,00 0,000000 R$ 3.960.607,00 0,26 R$ 854.502,00 0,06

2013 R$ 1.532.011.906,80 R$ 0,00 0,000000 R$ 3.648.959,00 0,24 R$ 1.286.866,00 0,08

2014 R$ 1.988.942.028,60 R$ 434.064,00 0,021824 R$ 3.650.181,00 0,18 R$ 1.241.553,00 0,06

2015 R$ 2.201.541.194,00 R$ 67.078,80 0,003047 R$ 3.974.254,00 0,18 R$ 1.342.643,00 0,06

2016 R$ 2.416.228.734,80 R$ 2.191.422,70 0,090696 R$ 5.646.398,04 0,23 R$ 2.562.627,00 0,11

2017 R$ 2.403.372.811,00 R$ 29.380,00 0,001222 R$ 4.705.755,97 0,20 R$ 2.729.377,32 0,11

Total R$ 14.381.339.850,20 R$ 2.889.600,10 0,020093 R$ 32.044.183,25 0,22 R$

11.087.593,03 0,08

Fonte: SEA; INEA; CEPERJ; Secretaria Municipal de Fazenda; Portal da Transparência.

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61

A Tabela 8 compara as receitas municipais com os investimentos em gestão ambiental

e detalha as porcentagens referentes ao ICMS Ecológico e das unidades de conservação na

composição da receita municipal total no período de 2010 a 2017. Como ressaltado em

Medeiros & Young (2011), O ICMS Ecológico representa importante aspecto na participação

e composição orçamentária municipal, assim como na elaboração de estratégias e de gestão

local. Pode-se observar que o ICMS Ecológico é responsável por 0,22% das receitas de

Niterói e as UCs presentes no território correspondem a 0,08% do total das receitas no mesmo

período, valores que representam respectivamente R$32.044.183,25 e R$ 11.087.593,03.

Outro dado que chama atenção no Tabela 8 são os valores dos investimentos em gestão

ambiental declarados, totalizando apenas R$ 2.889.600,10 de uma receita disponível de R$

14.381.339.850,20, ou seja, 0,020093% do orçamento municipal.

Em contato com a Secretaria Municipal de Fazenda, por meio de correspondência

eletrônica, foram solicitadas informações sobre recursos financeiros destinados e aplicados

pelo FUNDO MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL e da SECRETARIA

MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE, RECURSOS HÍDRICOS E SUSTENTABILIDADE

de forma desagregada, para que assim fosse possível verificar onde os recursos financeiros

são aplicados, como, por exemplo, áreas protegidas, pagamentos de servidores, projetos

ambientais, entre outros, em uma serie histórica das informações no período de 2007 a 2017.

Para que então fossem comparados aos repasses de ICMS Ecológico,

Porém, em resposta ao protocolo de atendimento nº 00000.000171/2017-95, a

Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade informou que

até a presente data, não foram utilizados recursos aplicados no Fundo Municipal de

Conservação. E que Secretaria encontra-se em fase de planejamento e elaboração de projetos

para utilização dos recursos em conformidade com a legislação vigente que rege o referido

Fundo.

Então, observa-se que a receita obtida através do ICMS Ecológico via unidades de

conservação é consideravelmente maior que o comprometido com a gestão ambiental em

Niterói no período analisado, tendo proporções surpreendentemente maiores que o

comprometido com a Gestão Ambiental Municipal. Desta forma, cabe aos gestores locais

buscar meios para utilizar desta fonte de maneira cada vez mais eficiente, como investimento

em aquisição de tecnologias e equipamentos para fiscalização e controle ambiental,

capacitação de pessoal, por exemplo.

5.3 O POTENCIAL DA CONTRIBUIÇÃO DO ICMS ECOLÓGICO EM NITERÓI

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62

5.3.1 O fortalecimento da Gestão Ambiental e o ICMS Ecológico

Como demonstrado, o ICMS Ecológico é responsável pela obtenção de quantias

superiores as destinadas para a gestão ambiental no território do município de Niterói. Deste

modo cabe aos gestores locais garantir a manutenção deste aporte e o aumento dos

investimentos para obtenção de melhorias nos repasses de ICMS, pois este tem potencial para

garantir a sustentabilidade financeira para a gestão do meio ambiente local.

Os Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária analisados (NITERÓI, 2010;

2011; 2012; 2013; 2014; 2015; 2016; 2017) apontam que desde o ano de 2010 o Fundo

Municipal de Conservação Ambiental não teve nenhuma movimentação. Investimentos em

Controle Ambiental, Desenvolvimento Científico, Administração Geral e Recuperação de

áreas degradadas também não foram registradas nos documentos, ou seja, de 2010 a 2017 a

Gestão Ambiental em Niterói significou apenas Preservação e Conservação Ambiental,

movimentando R$2.889.600,10, enquanto o ICMS Ecológico gerou R$ 30.690.769,25 no

mesmo período. Uma quantia próxima de R$ 27.801.169,15 foi negligenciada e se caso

investida corretamente em criação e estruturação das unidades de conservação, treinamento e

capacitação do quadro de funcionários e servidores, dentre outros, acarretaria em retorno

imediato via ICMS Ecológico. Ou seja, o fortalecimento da gestão ambiental no município

está diretamente ligado a melhorias e aumento nos repasses de ICMS Ecológico, desde que os

recursos sejam aplicados de maneira eficaz e transparente.

5.3.2 As Unidades de Conservação e o ICMS Ecológico

Ao analisar os dados obtidos através da Secretaria de Estado do Ambiente, Instituto

Estadual do Ambiente e Fundação CEPERJ, pode-se verificar com ajuda da tabela 9, que as

Unidades de Conservação têm papel fundamental na arrecadação de Niterói, estas receberão

um montante de R$13.735.879,51 até 2017, este valor representará 42,87% do total de ICMS

recebido pelo município. Há ainda outro ponto importante a se ressaltar, apenas no ano fiscal

2015 houve a devida atenção às UC’s municipais, onde passou-se de R$6.011,00 ou 0,16%

em 2014 para R$685.485,00 no ano seguinte, saltando para 17,25% do valor recebido em

ICMS Ecológico pelo município.

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63

Tabela 9: Histórico de Contribuição Econômica das UCs Via ICMS Ecológico

Histórico de Contribuição Econômica das UCs Via ICMS Ecológico

ANOValor recebido por

Niterói

Porcentagem de

ICMS Ecológico

recebido pelas UCs

presentes em Niterói

(IrAP)

Valor Recebido em

ICMS Ecológico pelas

UCs presentes em

Niterói (IrAP)

Porcentagem de

ICMS Ecológico

recebido pelas UCs

Municipais

(IrAPM)

Valor Recebido por

Niterói em ICMS

Ecológico referente

ás UCs Municipais

(IrAPM)

Valor total recebido

através de UCs

(IrAP + IrAPM)

2009 R$ 1.353.414,00 23,26 % R$ 314.864,00 0,08 % R$ 1.085,00 R$ 315.949,00

2010 R$ 2.490.645,34 30,20 % R$ 752.278,01 0,07 % R$ 1.797,70 R$ 754.075,71

2011 R$ 2.613.968,90 32,62 % R$ 852.789,00 0,07 % R$ 1.713,00 R$ 854.502,00

2012 R$ 3.960.607,00 32,44 % R$ 1.284.661,00 0,06 % R$ 2.205,00 R$ 1.286.866,00

2013 R$ 3.648.959,00 33,98 % R$ 1.239.768,00 0,05 % R$ 1.785,00 R$ 1.241.553,00

2014 R$ 3.650.181,00 36,62 % R$ 1.336.632,00 0,16 % R$ 6.011,00 R$ 1.342.643,00

2015 R$ 3.974.254,00 47,23 % R$ 1.877.142,00 17,25 % R$ 685.485,00 R$ 2.562.627,00

2016 R$ 5.646.398,04 34,95 % R$ 1.973.501,73 13,39 % R$ 755.875,59 R$ 2.729.377,32

2017 R$ 4.705.755,97 41,30 % R$ 1.943.528,81 14,98 % R$ 704.757,67 R$ 2.648.286,48

Totais R$ 32.044.183,25 36,12 % R$ 11.575.164,55 6,74 % R$ 2.160.714,96 R$ 13.735.879,51

Fonte: SEA; INEA; CEPERJ.

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64

Como aponta Governo do Estado do Rio de Janeiro (2009), existem coeficientes de

ponderação referentes às categorias de áreas protegidas. Como as reservas Biológicas e

Estações Ecológicas, unidades de conservação de proteção integral, cujo uso e ocupação do

solo são mais restritivos, assim estas poderão ter peso atribuído maior que áreas protegidas de

uso sustentável.

Estes valores demonstram a importância das Unidades de Conservação na composição

do ICMS Ecológico, sobretudo as UC’s municipais, que além da sua contribuição financeira

representando 9% do total a ser distribuído, possui função ecológica primordial por meio dos

serviços ambientais como o caso do Uso Público, que leva milhares de pessoas ao contato

com a natureza e proporciona melhor qualidade de vida (MEDERIOS & YOUNG, 2011).

Importante também, criar um paralelo entre o Uso Público das UC’s e o ICMS Ecológico por

meio do seu Grau de Implementação (GI), isso devido a quanto maior estruturação da UC,

consequentemente maior será o GI, assim esta UC atrairá maior público para usufruir deste

serviço ambiental, além de proporcionar acréscimo no ICMS Ecológico do município.

Com base nos valores de estimativas de repasse de ICMS disponibilizados pela

Fundação CEPERJ e memoriais de cálculos obtidos junto ao INEA e SEA, foi possível

estimar o cálculo do valor recebido em ICMS Ecológico por Unidade de Conservação no

município de Niterói, podendo ainda realizar projeções de acordo com as possibilidades de

melhoria identificadas e divergências de dados encontrados.

Como se pode observar nas tabelas seguintes (10 a 16), os programas municipais

foram incrementados e melhorados até chegar aos níveis atuais. As tabelas a seguir

apresentam a série histórica de contribuição econômica das UC de Niterói Via ICMS

Ecológico.

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Tabela 10: Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2011

Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares)

Categoria de manejo da UC FI GC GI R$

Parque Estadual da Serra da Tiririca 6,3764564 1.327,1 Proteção Integral 4 4 4 R$ 851.889,91M N Praia do Sossego 0 0 Proteção Integral 3 2 2 R$ 0,00Parque Municipal da Cidade 0,006729 14,94 Proteção Integral 1,5 2 2 R$ 2.612,09RESEC Darcy Ribeiro 0 0 - 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento NaturalPedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha da Boa Viagem 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha dos Amores 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha dos Cardos 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha do Modesto 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Ref Vida Silvestre Ilha do Pontal 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00APP Morro do Ourives 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro da Viração 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Cavalão e Souza Soares 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morros do Atalaia, Africano e Bumba 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Querosene 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morros do Abílio e Boa Vista 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro da Armação 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro Solar dos Jambeiros 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Caniço 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Arroz 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APA do Morro da Viração 0 0 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 0,00APA do Morro do Morcego 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00APA do Morro do Gragoatá 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00

Total R$ 854.503,00Fonte: SEA; INEA; CEPERJ

Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de

Conservação; GI – Grau de Implementação.

Tabela 11: Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2012

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Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares)

Categoria de manejo da UC FI GC GI R$

Parque Estadual da Serra da Tiririca 6,3764564 1.327,1 Proteção Integral 4 4 4 R$ 1.283.306,59M N Praia do Sossego 0 0 Proteção Integral 3 2 2 R$ 0,00Parque Municipal da Cidade 0,006729 14,94 Proteção Integral 1,5 2 2 R$ 3.559,41RESEC Darcy Ribeiro 0 0 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natura lPedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha da Boa Viagem 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha dos Amores 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha dos Cardos 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha do Modesto 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Ref V Silvestre Ilha do Pontal 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00APP Morro do Ourives 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro da Viração 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Cavalão e Souza Soares 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morros do Atalaia, Africano e Bumba 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Querosene 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morros do Abílio e Boa Vista 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro da Armação 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro Solar dos Jambeiros 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Caniço 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Arroz 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APA do Morro da Viração 0 0 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 0,00APA do Morro do Morcego 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00APA do Morro do Gragoatá 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00

Total R$ 1.286.866Fonte: SEA; INEA; CEPERJ

Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de

Conservação; GI – Grau de Implementação.

Tabela 12: Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2013

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Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares)

Categoria de manejo da UC FI GC GI R$

Parque Estadual da Serra da Tiririca 6,3764564 1.327,1 Proteção Integral 4 4 4 R$ 1.238.460,92M N Praia do Sossego 0 0 Proteção Integral 3 2 2 R$ 0,00Parque Municipal da Cidade 0,006729 14,94 Proteção Integral 1,5 2 2 R$ 3.092,08RESEC Darcy Ribeiro 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natura lPedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha da Boa Viagem 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha dos Amores 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha dos Cardos 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha do Modesto 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Ref V Silvestre Ilha do Pontal 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00APP Morro do Ourives 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro da Viração 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Cavalão e Souza Soares 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morros do Atalaia, Africano e Bumba 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Querosene 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morros do Abílio e Boa Vista 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro da Armação 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro Solar dos Jambeiros 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Caniço 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Arroz 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APA do Morro da Viração 0 0 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 0,00APA do Morro do Morcego 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00APA do Morro do Gragoatá 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00

Total R$ 1.241.533,00Fonte: SEA; INEA; CEPERJ

Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de

Conservação; GI – Grau de Implementação.

Tabela 13: Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2014

Nome de cada PAP RAAP PAP (em Categoria de FI GC GI R$

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68

hectares) manejo da UC

Parque Estadual da Serra da Tiririca 6,3764564 1.327,1 Proteção Integral 4 4 4 R$ 1.328.187,59

Monumento Natural Praia do Sossego 0 0 Proteção Integral 3 2 2 R$ 0,00

Parque Municipal Palmir Silva 0 0 Proteção Integral 4 2 4 R$ 0,00

Parque Municipal da Cidade 0,0358918 14,94 Proteção Integral 4 2 4 R$ 12.250,41

RESEC Darcy Ribeiro 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00

Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00

Monumento Natural Pedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00

Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00

Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 0,27 Proteção Integral 3 2 1 R$ 57,69

Monumento Natural Ilha dos Cardos 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00

Monumento Natural Ilha do Modesto 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00

Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 10,05 Proteção Integral 3 2 1 R$ 2.147,32

APP Morro do Ourives 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00

APP Morro do Cavalão e Souza Soares 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00

APP Morros do Atalaia, Africano e Bumba 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00

APP Morro do Querosene 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00

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APP Morros do Abílio e Boa Vista 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00

APP Morro da Armação 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00

APP Morro Solar dos Jambeiros 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00

APP Morro do Caniço 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00

APA da Água Escondida 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00

APA do Morro da Viração 0 0 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 0,00

APA do Morro do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes do Pico, e do Rio Branco

0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00

APA do Morro do Gragoatá 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00

Total R$ 1.342.643,00

Fonte: SEA; INEA; CEPERJ

Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de

Conservação; GI – Grau de Implementação.

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Tabela 14: Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2015Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de manejo

da UCFI GC GI R$

Parque Estadual da Serra da Tiririca 5,8588108 2.438,73 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.265.064,57RESEX Itaipu 0,0320420 106,7 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.918,68Monumento Natural Praia do Sossego 0,0062612 6,95 Proteção Integral 3 2 2 R$ 2.881,56Parque Municipal Palmir Silva 0,0016876 2,81 Proteção Integral 4 2 1 R$ 2.013,59Parque Municipal da Cidade 0,0358918 14,94 Proteção Integral 4 2 4 R$ 12.134,08RESEC Darcy Ribeiro 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,0015540 3,45 Proteção Integral 3 2 1 R$ 715,21Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 0,27 Proteção Integral 3 2 1 R$ 55,97Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,0003513 0,78 Proteção Integral 3 2 1 R$ 161,70Monumento Natural Ilha do Modesto 0,0017207 3,82 Proteção Integral 3 2 1 R$ 791,91Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 10,05 Proteção Integral 3 2 1 R$ 2.083,43APA da Água Escondida 0,0161741 53,86 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 7.443,69APA do Morro da Viração 0,0708048 117,89 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 32.585,84APA do Morro do Morcego 0,0684924 114,04 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 35.483,22APA do Morro do Gragoatá 0,0027447 9,14 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.263,19APA das Lagunas e Florestas 2,5923003 8.632,36 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.193.030,36

Total R$ 2.562.627,00

Fonte: SEA; INEA; CEPERJ

Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de

Conservação; GI – Grau de Implementação.

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Tabela 15 – Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2016Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de

manejo da UCFI GC GI R$

Parque Estadual da Serra da Tiririca 5,8588108 2.438,73 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.252.926,98RESEX Itaipu 106,7 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Praia do Sossego 0,0062612 6,95 Proteção Integral 3 2 2 R$ 2.742,19Parque Municipal Palmir Silva 0,0016876 2,81 Proteção Integral 4 2 1 R$ 1.873,82Parque Municipal da Cidade 0,0358918 14,94 Proteção Integral 4 2 4 R$ 11.697,44Parque Municipal de Niterói 0,4746006 790,21 Proteção Integral 4 2 1 R$ 207.856,97RESEC Darcy Ribeiro 0 0 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,0015540 3,45 Proteção Integral 3 2 1 R$ 680,62Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 0,27 Proteção Integral 3 2 1 R$ 53,27Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,0003513 0,78 Proteção Integral 3 2 1 R$ 153,88Monumento Natural Ilha do Modesto 0,0017207 3,82 Proteção Integral 3 2 1 R$ 753,61Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 10,05 Proteção Integral 3 2 1 R$ 1.982,67APA da Água Escondida 0,0161741 53,86 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 7.083,67APA do Morro da Viração 0,0013993 2,33 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 612,88APA do Morro do Morcego 0,0684924 114,04 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 33.631,29APA do Morro do Gragoatá 0,0027447 9,14 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.202,09SIMAPA 0,1616516 538,3 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 70.797,26APA das Lagunas e Florestas 2,5923003 8.632,36 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.135.328,68

Total R$ 2.279.377,32Fonte: SEA; INEA; CEPERJ

Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de

Conservação; GI – Grau de Implementação.

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Tabela 16 – Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2017

Nome de cada PAP RAAP Categoria de manejo da UC PAP (em hectares) FI GC GI R$

Parque Estadual da Serra da Tiririca 5,858810811 Proteção Integral 2.438,73 4 4 2 R$ 1.208.531,90RESEX Itaipu 0,032042042 Uso Sustentável 106,7 2 2 1 R$ 6.609,50Monumento Natural Praia do Sossego 0,006261261 Proteção Integral 6,95 3 2 2 R$ 2.541,20Parque Municipal Palmir Silva 0,001687688 Proteção Integral 2,81 4 2 1 R$ 684,97Parque Municipal da Cidade 0,035891892 Proteção Integral 14,94 4 2 4 R$ 14.567,09Parque Municipal de Niterói 0,474600601 Proteção Integral 790,21 4 2 1 R$ 192.621,45RESEC Darcy Ribeiro 0 -- 0 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra do Indio 0 Proteção Integral 0 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 Proteção Integral 0 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,001554054 Proteção Integral 3,45 3 2 1 R$ 630,73Monumento Natural Ilha dos Amores 0,000121622 Proteção Integral 0,27 3 2 1 R$ 49,36Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,000351351 Proteção Integral 0,78 3 2 1 R$ 142,60Monumento Natural Ilha do Modesto 0,001720721 Proteção Integral 3,82 3 2 1 R$ 698,37Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,004527027 Proteção Integral 10,05 3 2 1 R$ 1.837,34APA da Água Escondida 0,016174174 Uso Sustentável 53,86 2 2 1 R$ 6.564,45APA do Morro da Viração 0,001399399 Uso Sustentável 2,33 2 2 2 R$ 567,96APA do Morro do Morcego 0,068492492 Uso Sustentável 114,04 2 2 2 R$ 27.798,37APA do Morro do Gragoatá 0,002744745 Uso Sustentável 9,14 2 2 1 R$ 1.113,98SIMAPA 0,323303303 Uso Sustentável 538,3 2 2 2 R$ 131.215,92APA das Lagunas e Florestas 2,5923003 Uso Sustentável 8.632,36 2 2 1 R$ 1.052.111,29

Total R$ 2.648.286, 00Fonte: SEA; INEA; CEPERJ

Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de

Conservação; GI – Grau de Implementação.

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Até o ano fiscal 2013, apesar de terem sido informadas ao programa diversas unidades

de conservação, foram contabilizadas apenas o Parque Estadual da Serra da Tiririca – PESET

e o Parque Municipal da Cidade, ambas unidades de proteção integral. Isso ocorreu devido a

falta de documentação comprobatória, o que mostra certo despreparo ou desconhecimento

tanto do programa do ICMS Ecológico, quanto do próprio território.

No ano fiscal 2014, foram introduzidas ao cálculo de repasse de ICMS Ecológico o

Monumento Natural Ilha dos Amores e Refúgio da Vida Silvestre Ilha do Pontal, com parcela

de área protegida 0,27 e 10,05 hectares o que originou R$57,69 e R$ 2.147,32 naquele ano

respectivamente.

Já no ano fiscal 2015 foi adicionada uma gama de UC’s ao cálculo, resultado de

investimentos em criação, estruturação e melhoria de gestão das unidades e da gestão

ambiental. Além da inclusão novas unidades de conservação, uma UC muito importante para

o município teve sua ampliação finalizada, que foi o caso do Parque Estadual da Serra da

Tiririca, onde somente essa passou a receber R$ 1.265.064,00 naquele ano. A APA das

Lagunas e Florestas teve papel primordial nesta mudança de patamar. Mesmo sendo uma

unidade de uso sustentável e não tendo os fatores de multiplicação tão elevados, ela possui

área de 8.632,36 hectares e recebeu quantia equivalente a R$ 1.193.034,36. Estas UC’s são as

principais unidades de conservação geradoras de ICMS Ecológico para o município.

Nos anos seguintes as alterações se deram pela variação de ICMS a ser repassado aos

municípios e aos avanços nos quesitos ambientais pelos demais municípios concorrentes, já

que Niterói não apresentou documentação para comprovação de novas unidades de

conservação ou aumento dos fatores de avaliação. Neste sentido é importante frisar que a

estagnação pode representar decréscimo no valor a ser recebido via ICMS Ecológico, uma vez

que todos os demais municípios disputam e implementam melhorias em seus territórios com o

objetivo de reverter tais ações em repasses de ICMS Ecológico. Tendo em vista tamanha

concorrência é de suma importância que os gestores se mantenham buscando alternativas e

oportunidades de melhoria para continuar o crescimento.

5.3.3 Cenários e Oportunidades de Melhoria

O ICMS Ecológico foi elaborado de forma que impossibilite a acomodação dos

gestores, isso porque o programa consiste em estimular políticas públicas voltadas para o

meio ambiente e seus desempenhos são avaliados anualmente, ou seja, caso novas políticas e

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melhorias nos programas existentes não sejam constantemente implantadas o município tem

grandes chances de perder verbas para um município concorrente.

Ao pensar nessas possibilidades foram elaborados cenários distintos como

oportunidades de melhoria. Considerando as variações nos fatores de multiplicação (GI e FI),

foram projetadas alterações através de melhoria de estrutura, contratação de planos de manejo

e recategorização das unidades de conservação para categorias de uso mais restritivas, pois

assim possibilitaria maior impacto sobre as fórmulas de cálculo do ICMS Ecológico e com o

tempo pode resultar na melhoria do Grau de Conservação (GC) da UC. Nota-se que quanto

maior a porcentagem de áreas protegidas no município maior será o valor de ICMS Ecológico

a ser repassado, sobretudo para as unidades de gestão do próprio município, então a criação e

aumento de área das UC’s devem ser estudadas como possibilidades e oportunidades de

melhorias para o futuro.

Além dessas alternativas, ainda foram encontradas algumas inconsistências em relação

às áreas das UC’s de Niterói consideradas pelo ICMS Ecológico. Seguindo as variações de

bases de dados diferentes apresentadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a base

de dados do GEOPORTAL (NITERÓI, 2017), foram feitas projeções de cenários alternativos

para as áreas das unidades de conservação do município de Niterói, tendo como parâmetros os

cálculos e estimativas de repasse do ICMS Ecológico para o ano fiscal 2017.

Para analisar estas possibilidades, as informações das áreas das UC’s foram

introduzidas em planilhas digitais disponibilizadas pelos órgãos responsáveis pela operação

do ICMS Ecológico com finalidade de reproduzir estes cenários. As tabelas 17 e 18

apresentam respectivamente como seria o repasse de ICMS Ecológico para o município de

Niterói nos quesitos referentes às Unidades de Conservação com os dados fornecidos pela

Secretaria municipal de Meio Ambiente e GEOPORTAL.

Outra possibilidade para aumento do repasse de ICMS Ecológico através das UCs é

elevar os fatores de multiplicação através de melhorias na estrutura, e recategorização das

unidades de conservação do município para categorias de manejo mais restritivas, como por

exemplo, de proteção integral. Deve-se procurar tais alterações nas UCs com maiores parcelas

de área protegida, como o caso da APA das Lagunas e Florestas, ou até mesmo expandir as

áreas de abrangência das UCs já existentes. As tabelas 19 e 20 apresentaram as variações nos

Fatores de Importância das UCs municipais presentes, pelo fato de que nessas unidades o

município pode gerar influência e demandar tais alterações aos órgãos competentes. A base de

dados selecionada foi a do ICMS Ecológico ano fiscal 2017, para que assim sejam alterados o

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menor número de variáveis e possibilitar uma projeção confiável. Desta maneira foram

alterados os Fatores de Importância (FI) na Tabela 13 e Grau de Implementação (GI), Tabela

14 do PARNIT, APA do Morro do Morcego, SIMPA e APA das Lagunas e Florestas.

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Tabela 17: Projeção de Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano- fiscal 2017 com dados da Secretaria

Municipal de Meio Ambiente.

Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de Manejo

FI GC GI R$

Parque Estadual da Serra da Tiririca 8,3891891 3.492 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.704.634,39

RESEX Itaipu 1,1840840 3.943 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 240.598,99

Monumento Natural Praia do Sossego 0,0062612 -- Proteção Integral 3 2 2 R$ 0,00

Parque Municipal Palmir Silva 0,0016876 -- Proteção Integral 4 2 1 R$ 0,00

Parque Municipal da Cidade 0,0358918 -- Proteção Integral 4 2 4 R$ 0,00

Parque Municipal de Niterói 0,5501501 916 Proteção Integral 4 2 1 R$ 221.187,48

RESEC Darcy Ribeiro 0,2740991 1.217 -- 1,5 2 1 R$ 110.201,35

Monumento Natural Pedra do Indio 0 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00

Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00

Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,0015540 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00

Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00

Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,0003513 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00

Monumento Natural Ilha do Modesto 0,0017207 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00

Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00

APA da Água Escondida 0,0161861 53,9 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.507,64

APA do Morro da Viração 0,0013993 -- Uso Sustentável 2 2 2 R$ 0,00

APA do Morro do Morcego 0,0846846 141 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 34.047,42

APA do Morro do Gragoatá 0,0027447 9,14 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.103,52

SIMAPA 0,3591591 598 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 144.399,68

APA das Lagunas e Florestas 2,6087087 8.687 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.048.829,48

Total R$3.511.509,95

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Tabela 18: Projeção de Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano- fiscal 2017 com dados do

GEOPORTALNome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de Manejo FI GC GI R$

Parque Estadual da Serra da Tiririca 8,5717717 3.568 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.758.685,51RESEX Itaipu 1,1840840 -- Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Praia do Sossego 0,0062612 -- Proteção Integral 3 2 2 R$ 0,00Parque Municipal Palmir Silva 0,0016876 -- Proteção Integral 4 2 1 R$ 0,00Parque Municipal da Cidade 0,0358918 -- Proteção Integral 4 2 4 R$ 0,00Parque Municipal de Niterói 0,4645345 773,45 Proteção Integral 4 2 1 R$ 190.315,92RESEC Darcy Ribeiro 0,2740991 1217 -- 1,5 2 1 R$ 112.296,11Monumento Natural Pedra do Indio 0 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,0015540 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,0003513 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha do Modesto 0,0017207 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00APA da Água Escondida 0,0161741 53,86 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.626,42APA do Morro da Viração 0,0013994 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 0,00APA do Morro do Morcego 0,0833213 138,73 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 34.136,05APA do Morro do Gragoatá 0,0002745 0,91 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 112,49SIMAPA 0,2926306 487,23 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 119.888,33APA das Lagunas e Florestas 2,6087087 -- Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00

Total R$ 2.222.060,82Fonte: SEA; INEA; CEPERJ.

Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de

Conservação; GI – Grau de Implementação.

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Tabela 19: Projeção de Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano- fiscal 2017 com alteração do Fator de

Avaliação (FI)Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de Manejo FI GC GI R$

Parque Estadual da Serra da Tiririca 5,8588108 2.438,73 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.193.723,53RESEX Itaipu 0,0320420 106,7 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.528,52Monumento Natural Praia do Sossego 0,0062612 6,95 Proteção Integral 3 2 2 R$ 2.488,97Parque Municipal Palmir Silva 0,0016876 2,81 Proteção Integral 4 2 1 R$ 670,89Parque Municipal da Cidade 0,0358918 14,94 Proteção Integral 4 2 4 R$ 14.267,69Parque Municipal de Niterói 0,4746006 790,21 Proteção Integral 4 2 1 R$ 188.662,47RESEC Darcy Ribeiro 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,0015540 3,45 Proteção Integral 3 2 1 R$ 617,77Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 0,27 Proteção Integral 3 2 1 R$ 48,35Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,0003513 0,78 Proteção Integral 3 2 1 R$ 139,67Monumento Natural Ilha do Modesto 0,0017207 3,82 Proteção Integral 3 2 1 R$ 684,02Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 10,05 Proteção Integral 3 2 1 R$ 1.799,58APA da Água Escondida 0,0161741 53,86 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.429,53APA do Morro da Viração 0,0013994 2,33 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 285,13APA do Morro do Morcego 0,1369849 114,04 Proteção Integral 4 2 2 R$ 54.454,05APA do Morro do Gragoatá 0,0027447 9,14 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.091,09SIMAPA 0,6466066 538,3 Proteção Integral 4 2 2 R$ 257.038,02APA das Lagunas e Florestas 5,1846006 8.632,36 Proteção Integral 4 2 1 R$ 2.060.974,13

Total R$ 3.790.174,55Fonte: SEA; INEA; CEPERJ.

Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de

Conservação; GI – Grau de Implementação.

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Tabela 20: Projeção de Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano- fiscal 2017 com alteração do Fator de

Avaliação (GI)

Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de Manejo FI GC GI R$

Parque Estadual da Serra da Tiririca 5,858810811 2438,73 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.173.817,07RESEX Itaipu 0,032042042 106,7 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.419,65Monumento Natural Praia do Sossego 0,006261261 6,95 Proteção Integral 3 2 2 R$ 2.394,17Parque Municipal Palmir Silva 0,001687688 2,81 Proteção Integral 4 2 1 R$ 645,33Parque Municipal da Cidade 0,035891892 14,94 Proteção Integral 4 2 4 R$ 13.724,26Parque Municipal de Niterói 1,898402402 790,21 Proteção Integral 4 2 4 R$ 725.906,64RESEC Darcy Ribeiro 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,001554054 3,45 Proteção Integral 3 2 1 R$ 594,24Monumento Natural Ilha dos Amores 0,000121622 0,27 Proteção Integral 3 2 1 R$ 46,51Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,000351351 0,78 Proteção Integral 3 2 1 R$ 134,35Monumento Natural Ilha do Modesto 0,001720721 3,82 Proteção Integral 3 2 1 R$ 657,97Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,004527027 10,05 Proteção Integral 3 2 1 R$ 1.731,03APA da Água Escondida 0,016174174 53,86 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.184,64APA do Morro da Viração 0,001399399 2,33 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 280,37APA do Morro do Morcego 0,136984985 114,04 Uso Sustentável 2 2 4 R$ 52.380,00APA do Morro do Gragoatá 0,002744745 9,14 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.049,53SIMAPA 0,646606607 538,3 Uso Sustentável 2 2 4 R$ 247.247,91APA das Lagunas e Florestas 10,3692012 8632,36 Uso Sustentável 2 2 4 R$ 3.964.950,73

Total R$6.198.419,12Fonte: SEA; INEA; CEPERJ.

Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de

Conservação; GI – Grau de Implementação.

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Tabela 21 – Projeção de Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano- fiscal 2017 com alteração dos Fatores

de Avaliação (FI + GI)Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de Manejo FI GC GI R$

Parque Estadual da Serra da Tiririca 5,8588108 2438,73 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.141.686,09RESEX Itaipu 0,0320420 106,7 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.243,92Monumento Natural Praia do Sossego 0,0062612 6,95 Proteção Integral 3 2 2 R$ 2.254,08Parque Municipal Palmir Silva 0,0016876 2,81 Proteção Integral 4 2 1 R$ 607,57Parque Municipal da Cidade 0,0358918 14,94 Proteção Integral 4 2 4 R$ 12.921,21Parque Municipal de Niterói 1,8984024 790,21 Proteção Integral 4 2 4 R$ 683.431,61RESEC Darcy Ribeiro 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,0015540 3,45 Proteção Integral 3 2 1 R$ 559,46Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 0,27 Proteção Integral 3 2 1 R$ 43,78Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,0003513 0,78 Proteção Integral 3 2 1 R$ 126,49Monumento Natural Ilha do Modesto 0,0017207 3,82 Proteção Integral 3 2 1 R$ 619,47Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 10,05 Proteção Integral 3 2 1 R$ 1.629,75APA da Água Escondida 0,0161741 53,86 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 5.822,76APA do Morro da Viração 0,0013994 2,33 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 272,70APA do Morro do Morcego 0,273969 114,04 Proteção Integral 4 2 4 R$ 98.630,16APA do Morro do Gragoatá 0,0027447 9,14 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 988,12SIMAPA 1,2932132 538,3 Proteção Integral 4 2 4 R$ 465.561,35APA das Lagunas e Florestas 20,73840 8632,36 Proteção Integral 4 2 4 R$ 7.465.898,56

Total R$ 9.887.528,17Fonte: SEA; INEA; CEPERJ.

Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de

Conservação; GI – Grau de Implementação.

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Na projeção feita na Tabela 17 foram alteradas as áreas protegidas de algumas UC’s,

acarretando aumento de áreas protegidas na ordem de 6.373,7 hectares, o que alterou o valor

repassado ao município em R$ 883.942,06, totalizando o valor de R$ 3.511.509,95 caso

fossem adotados estes dados de áreas protegidas.

Com os dados das áreas das UC’s obtidos junto ao GEOPORTAL foi construída a

tabela 18, sendo possível observar valores com bastante diferença aos valores alcançados com

os dados oriundos da Secretaria de Meio Ambiente, isso demonstra que tais referências não

estão alinhadas e possuem dados distintos quanto às áreas das unidades de conservação. Esta

projeção simulada poderia ter acarretado na perda de aproximadamente R$ 426.225,66 ou um

total de R$ 2.222.060,82 em ICMS Ecológico oriundos das unidades de conservação para ser

utilizado pelo município.

A Tabela 19 mostra um cenário alternativo em que são alteradas as tipologias das

unidades de conservação APA das Lagunas e Florestas, SIMAPA e APA do Morro do

Morcego alçadas para a categoria Parques Municipais. Esta tipologia foi escolhida, pois além

de ser uma unidade de proteção integral e receber peso “4” nas ponderações para o cálculo de

ICMS Ecológico permite o acesso a população e desenvolve o serviço ambiental de uso

público na UC, fazendo que através da visitação aos parques a população possa proporcionar

maior qualidade de vida. O cenário apresentado nesta tabela demonstra que se feitas as

recategorizações nas UCs selecionadas estas acarretariam acréscimo de R$ 1.141.888,07 e um

total de R$ 3.790.174,55 em ICMS Ecológico no índice abordado.

Porém cabe ao município de Niterói identificar as potencialidades reais para cada UC,

bem como a negociação com a população sobre as ampliações e impactos socioambientais

pertinentes ao processo de recategorização das unidades de conservação.

Com a ajuda da Tabela 20, foi possível projetar quanto seria o retorno do investimento

em estruturação e ferramentas de gestão nas unidades de conservação municipais citadas. Foi

dado o fator de avaliação “4” paras UCs e estas aumentaram de forma brusca o retorno em

ICMS Ecológico que passou a totalizar R$ 6.198.419,12, representando elevação de 234,05%

do repasse para UCs ou acréscimo de R$ 3.550.132,64.

Nesta projeção as unidades de conservação teriam elevação superlativa, onde PARNIT

e APA das Lagunas e Florestas teriam aumento de repasse na ordem de 377,75%.Já a APA do

Morro do Morcego e SIMAPA alcançariam crescimento de 188,75% do valor de repasse de

ICMS Ecológico no quesito Unidades de Conservação.

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Um último cenário foi apresentado na Tabela 21, onde foram somadas as duas

projeções de alteração dos Fatores de Avaliação, considerando que as UCs selecionadas

inicialmente se tornassem parques municipais e recebendo pontuação máxima quanto seus

respectivos graus de implementação (Tabela 20). Este é um cenário otimista e considera um

alto investimento para retorno ainda maior. Observa-se que houve aumento surpreendente nas

receitas de ICMS Ecológico nesta projeção, alcançando o patamar de R$ 9.887528,17, que

representa 373,36% do que é arrecadado nas condições atuais.

Diante dessas possibilidades os gestores locais e demais envolvidos nas tomadas de

decisão terão subsídios suficientes para negociar e alocar recursos para investir nas unidades

de conservação do município de Niterói, tendo uma projeção real de quanto deverá ser

investido em cada unidade e quando o investimento terá o retornado esperado como ICMS

Ecológico. Ou seja, o ICMS Ecológico é capaz de alavancar bruscamente as receitas

municipais num curto espaço de tempo, sendo necessário apenas o conhecimento técnico e

capacidade de negociação entre os envolvidos, tanto quanto em relação ao programo do ICMS

Ecológico, quanto à singularidade de cada unidade de conservação e do município.

5.3.4 Os Principais Desafios Ambientais

Os principais desafios para melhoria da qualidade ambiental de Niterói estão ligados

diretamente às Áreas Protegidas do município que demandam de maior atenção e

investimento. Para atingir este desempenho, é necessário que se estabeleça objetivos

concretos, como, por exemplo, o aumento do efetivo de reflorestamento e alcançar a

totalidade de UC’s do município dotados de infraestrutura, recursos humanos e mecanismos

de gestão ativos e eficientes. É de suma importância que sejam aumentados e protegidos os

fragmentos florestais e unidades de proteção integral e de uso sustentável, que são vitais no

contexto urbano além da recategorização das unidades de conservação do Sistema Municipal

de Áreas de Proteção Ambiental (Simapa). Bem como fazer com que o município tenha

maior capacidade na gestão e recuperação de áreas degradadas e desmatadas, com foco

principal nas áreas de contorno das UC’s.

Para tal, é necessário que seja definido e implementado um modelo de gestão para as

unidades de conservação de responsabilidade do município, além da elaboração dos Planos de

Manejo destas UC’s. Neste sentido, os investimentos em tecnologia para monitoramento e

estruturação de um sistema de informações ambientais municipal são fundamentais para

alcançar os resultados, assim como implantação e manutenção de programas de educação

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ambiental como incentivo a população nas práticas de monitoramento e recuperação de áreas

degradadas.

Cabe aos gestores municipais envidar esforços, investimentos e desprender energia

suficiente para que os objetivos sejam alcançados, porém a grande dificuldade está na

obtenção dos recursos suficientes para execução dos projetos.

Uma fonte crucial de recursos para implantação, consolidação, manutenção e melhoria

das unidades de conservação do Estado do Rio de Janeiro é a Câmara de Compensação

Ambiental do Estado do Rio de Janeiro (CCA/RJ), órgão colegiado com função principal

definir a aplicação dos recursos obtidos da compensação ambiental devida por

empreendimentos de significativo impacto ambiental. A CCA foi instituída por meio do artigo

36 da Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei Federal nº 9.985 de

2000). A implantação das câmaras de compensação foi prevista no artigo 32 do Decreto

Federal nº 4.340/02.

No momento da emissão da Licença de Instalação durante o processo de licenciamento

ambiental do empreendimento potencialmente poluidor, é assinado o Termo de Compromisso

de Compensação Ambiental – TCCA, entre o empreendedor, a Secretaria de Estado do

Ambiente e o Instituto Estadual do Ambiente. Neste documento é fixado o valor da

compensação ambiental a ser paga, forma de execução da obrigação e o cronograma de

desembolso, sendo oferecidas pelo Estado do Rio de Janeiro opções ao empreendedor. De

posse dos recursos, a CCA/RJ então decidirá quais projetos serão financiados.

No Estado do Rio de Janeiro, essa metodologia foi instituída pela Deliberação da

Comissão Estadual de Controle Ambiental nº 4.888 em outubro de 2007, após aprovação na

CCA/RJ. Além do impacto ambiental previsto, foi introduzido, para o cálculo do percentual, o

Fator de Vulnerabilidade da Mata Atlântica, que objetiva induzir a recuperação da mata nativa

do Rio de Janeiro. O teto foi estabelecido em 1,1% do valor do empreendimento, não havendo

limite mínimo, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal.

Portanto, contribuindo decisivamente para a preservação da biodiversidade fluminense

e da Mata Atlântica em geral. Podem ser beneficiárias dos recursos da compensação

ambiental estadual unidades de conservação federais, estaduais e municipais, bem como as

Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), embora para estas a lei preveja que

apenas certas ações podem ser assim apoiadas.

Com a intenção de incentivar com que os municípios vinculassem ou ao menos

alocassem parte dos recursos obtidos através do ICMS Ecológico para a Gestão Ambiental em

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seus territórios, a Secretaria de Estado do Ambiente incorporou o Fundo Municipal de Meio

Ambiente aos critérios de habilitação ao repasse, porém a iniciativa não foi suficiente e o

município de Niterói ainda não fez o devido uso do fundo previsto em 1997 e de fato criado

apenas em 2013.

Segundo levantamento feito através do Portal de Transparência do município, mesmo

recebendo aporte de aproximadamente R$25,1 milhões de 2010 a 2017, apenas R$2.9milhões

ou 11,5% do recurso foi executado em Gestão Ambiental. Este recurso, se utilizado

corretamente, seria de grande ajuda para a Secretaria de Meio Ambiente do município, já que

está com baixos e escassos recursos para a gestão ambiental. Mesmo existindo o planejamento

para execução em projetos como a requalificação da Praia do Sossego, na região Oceânica e

construção de trilha suspensa no acesso à praia, ou instalar uma sede da Guarda Ambiental

Municipal – critério obrigatório para habilitação do município ao repasse de ICMS Verde –

no local, bem como a recuperação de vegetação na área de entorno, porém nenhum dos

projetos foi executado. Ainda existe a intenção de alocar estes recursos para a manutenção dos

equipamentos ambientais e gestão das unidades de conservação do município como o

PARNIT, porém isso não ocorreu até o momento.

O Código Ambiental de Niterói (PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI, 2008)

afirma que o Fundo Municipal de Conservação Ambiental (FMCA) está subordinado à

Secretaria Municipal de Meio Ambiente e seus gastos devem ser administrados pelo

Secretário Municipal de Meio Ambiente em conjunto com coordenadores e sob a fiscalização

do Conselho Municipal do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Porém, os recursos são

destinados para o Tesouro municipal, onde ocorre sua operacionalização, o que acaba por

dificultar a rastreabilidade e transparência dos gastos com o fundo.

Para que os investimentos ocorram de maneira concreta e não dependente de outras

áreas, o fundo deve ser utilizado diretamente e com recursos próprios possibilitando maior

efetividade no que tange os interesses do município quanto à gestão ambiental.

O fundo em sua criação já tinha a previsão de independência e obtenção de recursos

próprios, de acordo com o Código Ambiental, as multas e taxas da Secretaria de Meio

Ambiente devem compor o FMCA, bem como os recursos advindos do ICMS Ecológico,

além das receitas obtidas pelas concessões de serviços de telecomunicações, arrecadadas por

meio de compensação pelas instalações de antenas no Morro da Viração, porém, tais recursos

não são depositados como necessário. Deste modo, além da obtenção de novos recursos e

receitas, é preciso cobrar transparência e responsabilidade com os meios já existentes.

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6 CONCLUSÃO

Até o fim do ano de 2017 terão sido distribuídos R$ 1.446.253.738,00 via ICMS

Ecológico no Estado do Rio de Janeiro, tendo Niterói recebido R$ 32.044.183,25 deste

montante, sendo as Unidades de Conservação existentes no território municipal responsáveis

por R$ 13.735.879,51 do total repassado ao município, valores que atingem a marca de

42,87% da receita municipal de ICMS Ecológico.

Os benefícios gerados pelas UCs para a sociedade, via ICMS Ecológico, são

superiores ao aumento da receita municipal, pois com a arrecadação adicional são resultados

benefícios indiretos com a possibilidade de investimentos públicos suplementares em serviços

com déficit de investimento, como em educação, saúde e gestão ambiental.

Diante o exposto fica evidente que o ICMS Ecológico é uma das ferramentas mais

importantes disponíveis para que os municípios do Estado do Rio de Janeiro promovam

melhoria na qualidade ambiental e possibilitem com que a população desfrute dos serviços

ambientais protegidos pelo programa, sobretudo os serviços protegidos pelas unidades de

conservação. Porém compreender o funcionamento desta ferramenta é peça chave para o

sucesso nas iniciativas ambientais implementadas, e para tal, se faz necessário o treinamento e

capacitação constante do quadro de colaboradores. Com um corpo técnico capacitado,

qualificado e conhecedor das ferramentas disponíveis, a gestão ambiental será facilitada e

ocorrerá de forma mais eficiente.

Neste sentido as Unidades de Conservação são um ponto crucial na elaboração das

estratégias a serem adotadas. A identificação de oportunidades de melhoria de estrutura e

possibilidades de criação de novas unidades devem ser consideradas nas tomadas de decisão,

uma vez que terão retorno a curto prazo, e os investimentos necessários podem ser custeados

pelo próprio ICMS Ecológico ou até mesmo pela Câmara de Compensação Ambiental do

Estados do Rio de Janeiro, desonerando e aliviando a pressão sobre os cofres municipais.

Com desafios constantes e recursos escassos, uma ferramenta estratégica como o

ICMS Ecológico deve ser entendida como fonte primordial para a Gestão e melhoria da

Qualidade Ambiental no município de Niterói, uma vez que o volume e constância nos

repasses tributários ao município darão maior tranquilidade para que os gestores possam de

fato promover as políticas públicas necessárias para a proteção do meio ambiente.

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Com uma receita que pode trazer segurança ao trabalho e dinamizar processos e

projetos ambientais é imprescindível que os repasses de ICMS Ecológico sejam destinados

para o Fundo Municipal de Conservação e este tenha o controle e transparência adequados

para a fiel destinação e execução dos recursos disponíveis pela Secretaria Municipal de Meio

Ambiente. Agora resta o compromisso dos governantes para com a sociedade, e que estes

tenham a vontade política necessária para utilizar os recursos que estão de fato disponíveis e

ao seu alcance. Enquanto a população assim como o direito de desfrutar do ambiente

equilibrado e com qualidade de vida, tem também o dever de cobrar que isso seja feito de

maneira correta, justa e eficaz.

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