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Curso Superior de Tecnologia em Gestão AmbientalCampus Rio de Janeiro
Carlos Felipe Catorza da Silva Santos
A CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO VIA
ICMS ECOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE NITERÓI – RIO DE JANEIRO.
Rio de Janeiro - RJ
2017
Carlos Felipe Catorza da Silva Santos
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A CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO VIA
ICMS ECOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE NITERÓI – RIO DE JANEIRO.
Trabalho de conclusão de curso apresentado como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental.
Orientador: Prof°. D. Sc. Gustavo Simas Pereira
Rio de Janeiro - RJ
2017
Carlos Felipe Catorza da Silva Santos
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A CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO VIA
ICMS ECOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE NITERÓI – RIO DE JANEIRO.
Trabalho de conclusão de curso apresentado como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Tecnólogo em Gestão Ambiental.
Data da aprovação:
__________________________________________________
Prof°. D. Sc. Gustavo Simas Pereira (Orientador)
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)
_________________________________________________
Profª. M. Sc. Carla Bilheiro Santi
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ)
_________________________________________________
M. Sc. Amanda Jevaux
Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade (Prefeitura de Niterói)
Rio de Janeiro – RJ
2017
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À minha família e amigos, por terem me dado apoio e incentivo nesse tempo de tensão e ansiedade e por terem
sido pacientes quando tive pouco tempo para eles.
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AGRADECIMENTOS
Depois de muito sacrifício se encerra uma árdua jornada, fechando um ciclo
importantíssimo e iniciando outro ainda mais difícil. Neste longo percurso, tive a honra de
contar com a ajuda de pessoas que marcaram presença e criaram lugar cativo em minha
memória.
Gostaria de agradecer a todos que direta ou indiretamente me ajudaram nesta
caminhada, que me incentivaram, apoiaram e cobraram o melhor de mim. Sou muito feliz por
poder contar com tantas pessoas queridas e especiais em minha vida.
Foi uma honra poder estudar no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia
do Rio de Janeiro (IFRJ). Conhecer e fazer parte desta instituição foi fundamental em minha
formação, não apenas acadêmica e profissional, mas na formação pessoal e de caráter. Tudo
que aprendi neste tempo (maior do que deveria ser), não pode ser descrito, a emoção ao
escrever esse texto não pode ser mensurada. Isso porque o IFRJ me proporcionou alguns dos
momentos mais felizes da vida. Fez com que meu cérebro fervilhasse de conhecimento, que
meus dias fossem felizes de maneira que até então não conhecia. Obrigado IFRJ, por fazer
com que pessoas tão incríveis entrassem na minha vida, pessoas que jamais sairão do meu
coração e que amo de maneira incondicional.
Agradeço aos meus colegas por fazer com esses dias se tornassem momentos ímpares
e marcantes, poderia escrever algumas laudas com os nomes desses que participaram dessa
odisséia. Com tantos períodos de faculdade, conheci tanta gente incrível que é difícil apontar
apenas alguns. Mas posso assegurar que em todas essas fases nomes como Nícolas, Ana
Gabriela, Jessica, Caio, Rafael, Erick, Camilla, Maíra, Caldeira, Dudu, Zé, Flávio, Filipe, Tré,
Priscilla, Marcelinho, Raimundo, Vivi entre outros tantos que estão em meus pensamentos
fizeram dessa trajetória momentos incríveis.
O IFRJ foi tão incrível para mim que além dessas tantas alegrias ainda me ajudou a
conhecer alguém que hoje não me imagino longe, alguém que mesmo nos momentos mais
difíceis não me deixou abater, que não me deixa acomodar e que não permite que permaneça
na zona de conforto. Ela foi fundamental nesse último degrau e me deu as forças que faltavam
para atravessar as jornadas intensas de trabalho somadas as noites sem dormir, com uma
simples mensagem escondida em meio minhas anotações tirou o cansaço e colocou um sorriso
bobo em meu rosto. Obrigado, Isis!
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Agradeço também à minha família, que fez de mim o que sou, que me deu todo o
suporte mesmo quando precisei me ausentar. Agradeço aos meus pais Eny e Ronaldo, aos
meus irmãos Rafaela, Danielle, Gabriella e Rafael, aos meus sobrinhos Gabrielle, Isabella,
Gustavo e Carlos, pois sem vocês eu não seria nada.
Gostaria de agradecer aos meus professores, todos eles sem exceção, pois todos foram
importantes na minha formação, em especial ao Professor Gustavo Simas pelas orientações e
profissionalismo, mesmo em momentos críticos.
O Instituto me proporcionou tantas coisas incríveis que sinto imensa vontade de
retribuir tudo isso, e espero que um dia possa proporcionar para alguém tudo o aqui vivi.
Obrigado IFRJ.
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RESUMO
Catorza, Carlos Felipe. A Contribuição Econômica das Unidades de Conservação via ICMS Ecológico no Município de Niterói –Rio de Janeiro.Trabalho de Conclusão de Curso. 93 f. Curso Superior de Tecnologia em Gestão Ambiental, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ), Campus Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, 2017.
As unidades de conservação (UC) são um dos eixos centrais da proteção à natureza. Porém, a destinação de recursos financeiros à sua criação e manutenção é vista apenas como despesas e não investimentos, ou mesmo um entrave ao desenvolvimento. Diante da importância das áreas naturais, diferentes estratégias de proteção vêm sendo implementadas. Entre elas a valoração dos serviços ambientais. A importância dos serviços prestados pelo meio ambiente e a necessidade de proteção dos remanescentes naturais levaram ao desenvolvimento de programas e mecanismos para incentivar e premiar os provedores de serviços ambientais, uma vez que toda a sociedade depende e se beneficia do provimento desses serviços, como o uso público. Nesta perspectiva o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) Ecológico tem como foco contribuir na melhoria ambiental dos municípios, pois avalia parte do desempenho ambiental e aporta recursos financeiros de acordo com o tipo e categoria das UCs no município. O objetivo do presente trabalho é avaliar o ICMS Ecológico destinado ao município de Niterói-RJ e a sua relação com as unidades de conservação. Para atingir esse objetivo foi realizado o levantamento dos repasses estaduais de ICMS Ecológico destinado ao município e a caracterização desse aporte observando o índice final de conservação ambiental (IFCA). Em seguida, foi avaliada a contribuição econômica das unidades de conservação existentes no município e em quais destas o serviço ambiental de uso público se faz presente. Os resultados apontam que entre os anos de 2009 e 2017 foram repassados aos municípios do estado do Rio de Janeiro R$1.446.253.738,00. Deste total o município de Niterói recebeu R$32.044.183,25, o que equivale a 2,22% dos repasses oriundos do ICMS Ecológico em todo o estado. Ao analisar os resultados obtidos podemos verificar que as Unidades de Conservação (UC) têm papel fundamental na arrecadação de Niterói, uma vez que foram responsáveis por 42,87% dos recursos advindos do ICMS Ecológico até o ano de 2017. Dessa forma, podemos concluir que as unidades de conservação além de sua grande contribuição ambiental, também desempenham papel preponderante na obtenção de recursos via ICMS Ecológico. Portanto, podemos afirmar que aporte de recursos financeiros em unidades de conservação constituem-se em investimentos e contribuem positivamente no desenvolvimento do município.
Palavras – chaves: Serviços Ambientais, Qualidade Ambiental, ICMS Ecológico, Unidades de Conservação da Natureza, SNUC, Gestão Ambiental, Economia Verde, Niterói.
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ABSTRACT
Catorza, Carlos Felipe. The Economic Contribution of Protected Areas by way of Ecological ICMS in the Municipality of Niterói - Rio de Janeiro. 93 f. Higher Course of Technology in Environmental Management, Federal Institute of Education, Science and Technology of Rio de Janeiro (IFRJ), Rio de Janeiro Campus, Rio de Janeiro, RJ, 2017.
Protected Areas (PA) are one of the central axes of nature protection. However, the allocation of financial resources to their creation and maintenance is seen only as expenses and not investments, or even a glance at development. Given the importance of natural areas, different protection strategies have been implemented. Among them are the valuation of environmental services. The importance of services provided by the environment and the need to protect natural remnants have led to the development of programs and mechanisms to encourage and reward environmental service providers, since all society depends and benefits from providing such services, such as Public use. In this perspective, the Tax on the Circulation of Goods and Services (ICMS) Ecological aims to contribute to the environmental improvement of municipalities, as it evaluates part of the environmental performance and contributes financial resources according to the type and category of PAs in the municipality. The objective of the present work is to evaluate the Ecological ICMS for the municipality of Niterói-RJ and its relation with the conservation units. In order to achieve this objective, a survey of the state ICMS onlendings for the municipality and the characterization of this contribution was made, observing the final environmental conservation index (IFCA). Next, the economic contribution of the existing conservation units in the municipality was evaluated and in which of these the environmental service of public use is present. The results show that between the years of 2009 and 2017, R $ 1,446,253,738.00 were transferred to the municipalities of the state of Rio de Janeiro. Of this total, the municipality of Niterói received R $ 32,044,183.25, equivalent to 2.22% of the transfers from the Ecological ICMS throughout the state. When analyzing the results obtained we can verify that the PA play a fundamental role in the collection of Niterói, since they were responsible for 42.87% of the resources coming from the Ecological ICMS until the year 2017. Thus, we can conclude that the units In addition to their great environmental contribution, also play a preponderant role in obtaining resources through Ecological ICMS. Therefore, we can affirm that the contribution of financial resources in Protected Areas units constitute investments and contribute positively to the development of the municipality.
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Keywords:Environmental Services, Environmental Quality, Ecological ICMS,
Protected areas, SNUC, Environmental Management, Green Economy, Niterói.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A3P – Agenda Ambiental na Administração Pública
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CEEP – Centro de Estatísticas, Estudos e Pesquisas
CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem
COMISSÃO BRUNDTLAND – Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento
CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente
CONEMA – Conselho Estadual de Meio Ambiente
CRS – Catadores e Catadoras em Rede Solidária
CSS – Coleta Seletiva Solidária
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IFCA – Índice Final de Conservação Ambiental
IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IrAP – Áreas Protegidas
IrAPM – Áreas Protegidas Municipais
IrDL – Destinação de Lixo
IrMA – Mananciais de Abastecimento
IrRV – Remediação de Vazadouros
IrTE – Tratamento de Esgotos
MMA – Ministério do Meio Ambiente
NBR – Norma Brasileira
ONG – Organização Não Governamental
ONU – Organização das Nações Unidas
OSCIP – Organização da Sociedade Civil para o Interesse Público
PANGEA – Centro de Estudos Socioambientais
PARNIT – Parque Municipal Natural de Niterói
PCSS – Programa Coleta Seletiva Solidária
PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos
PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
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PSA – Pagamento por Serviços Ambientais
RS – Resíduos Sólidos
RSD – Resíduos Sólidos Domiciliares
RSU – Resíduos Sólidos Urbanos
SEA – Secretaria do Estado do Ambiente
SEMA – Secretaria Especial do Meio Ambiente
SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente.
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Categorias de Manejo e Fator de Avaliação 41
Tabela 2: Grau de Conservação Fator de Avaliação 42
Tabela 3: Grau de Implantação e Fator de Avaliação 42
Tabela 4: Unidades de Conservação de Niterói......................................................................48
Tabela 5: Históricos de Valores Pagos em ICMS Ecológico por Serviço Ambiental.............53
Tabela 6: Histórico de Recebimento de ICMS Ecológico pelo Município de Niterói.............55
Tabela 7: Histórico de Execução orçamentária para a Gestão Ambiental ICMS Ecológico
recebido pelo município de Niterói.........................................................................................59
Tabela 8: Histórico de Receitas Municipais e Execução orçamentária para a Gestão Ambiental
versus ICMS Ecológico recebido pelo município de Niterói..................................................60
Tabela 9: Histórico da Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico.....................63
Tabela 10: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2011 65
Tabela 11: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2012 66
Tabela 12: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2013 67
Tabela 13: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2014 68
Tabela 14: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2015 70
Tabela 15: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2016 71
Tabela 16: A Contribuição Econômica das UCs via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2017 72
Tabela 17: Projeção de Contribuição Econômica das UCs com dados da Secretaria Municipal
de Meio Ambiente 76
Tabela 18: Projeção de Contribuição Econômica das UCs com dados do GEOPORTAL 77
Tabela 19: Projeção de Contribuição Econômica das UCs com alteração de Fatores de
Avaliação (FI) 78
Tabela 20: Projeção de Contribuição Econômica das UCs com alteração de Fatores de
Avaliação (GI) 79
Tabela 21: Projeção de Contribuição Econômica das UCs com alteração de Fatores de
Avaliação (FI + GI) 80
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Dotação Orçamentária do Município de Niterói versus Receita com ICMS
Ecológico 56
Figura 2: Execução Orçamentária do Município de Niterói versus Receita com ICMS
Ecológico 58
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 15
2 OBJETIVOS 20
2.1 Objetivo geral 20
2.1.1Objetivos Específicos 20
3 METODOLOGIA 21
4 REFERENCIAL TEÓRICO 23
4.1 EVOLUÇÃO DO CENÁRIO AMBIENTAL E AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO 23
4.1.1 Histórico Mundial 23
4.1.2 Histórico Brasileiro 26
4.2 PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS E A VALORAÇÃO 29
4.2.1 Tipos de Serviços Ambientais 32
4.2.2 Sequestro de Carbono 33
4.2.3 Uso Público 34
4.3 O ICMS ECOLÓGICO 34
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 44
5.1 O MEIO AMBIENTE NA CIDADE DE NITERÓI 44
5.1.1 Unidades de Conservação 47
5.1.2 Qualidade da Água 49
5.1.3 Resíduos Sólidos 50
5.2 CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DO ICMS ECOLÓGICO NO MUICÍPIO DE
NITERÓI 51
5.2.1 O ICMS Ecológico em Niterói 51
5.2.2 Impacto na economia local 55
5.3. O POTENCIAL DA CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DO ICMS ECOLÓGICO NO
MUICÍPIO DE NITERÓI 62
5.3.1 Fortalecimento da Gestão Ambiental e o ICMS Ecológico 62
14
5.3.2 As Unidades de Conservação que não geram ICMS Ecológico e o potencial de sua
contribuição 62
5.3.3 Cenários e Oportunidades de Melhoria 73
5.3.4 Principais Desafios Ambientais 82
6 CONCLUSÃO 85
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 87
15
1 INTRODUÇÃO
O Brasil, país com dimensões continentais, tem diversidade biológica exorbitante e
parte dessa riqueza encontra-se nas florestas tropicais como a Mata Atlântica. Ao longo dos
anos os remanescentes naturais vêm sofrendo com o aumento da exploração de seus recursos
levando à degradação e a perda da qualidade ambiental. Com o passar dos anos e do
agravamento da degradação ambiental, a comunidade científica intensificou os estudos sobre
o meio ambiente e as relações com a sociedade. Neste contexto, constatou-se a necessidade de
uma mudança comportamental entre a utilização dos recursos naturais e sua capacidade de
regeneração, conduzindo ao desenvolvimento de outras ciências mais voltadas ao estudo
desses conflitos como o caso da Biologia da Conservação, que tem enfoque em estratégias
para frear e reverter tamanha degradação.
Em 1981, foi sancionada a Lei nº 6.938, de 31 de agosto, que dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. Ela é
responsável pela constituição do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e pela
criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). Foi a primeira lei que, de fato,
trouxe seu texto todo em benefício do meio ambiente e tratou do assunto unicamente até
então, abrangendo não só a parte ambiental como também social e econômica. Ela traz
conceitos objetivos e instrumentos necessários para a proteção ao meio ambiente, além de
conceitos como:
“I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.”
(BRASIL, 1981 art. 3°).
A Constituição Federal de 1988, finalmente, traz um de seus capítulos referente ao
meio ambiente e traz a tutela deste como direito de todos, além de atribuir responsabilidade ao
poder público em resguardá-lo. De acordo com a Carta Magna, em seu Artigo 225:
“Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.§1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:I – preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;(...)
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VII – proteger a fauna e flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoque a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. b) Meio Ambiente Artificial entendido como o espaço urbano construído pelo homem, ou seja, possui a intervenção do homem.”
(BRASIL, 1988).
Outro marco importante na legislação ambiental brasileira foi a Lei n° 9.985/2000, que
instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), que teve
como objetivo organizar uma das tipologias existentes de áreas protegidas, as unidades de
conservação (UCs) que são entendidas como:
“o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas naturais relevantes, legalmente instituídas pelo poder público, com o objetivo de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias adquiridas de proteção”
(BRASIL, 2000art. 2º).
Embora as unidades de conservação sejam um dos eixos centrais da proteção à
natureza, a destinação de recursos financeiros à sua criação e manutenção é vista apenas como
despesas e não investimentos, ou mesmo um entrave ao desenvolvimento (MEDEIROS &
YOUNG, 2011). Dessa maneira, diante da importância das áreas naturais, diferentes
estratégias de proteção vêm sendo implementadas. Neste cenário, o conhecimento dos
serviços ambientais e a sua valoração podem contribuir na manutenção e melhoria da
qualidade ambiental.
Além da perda de diversas espécies da biota e suas inter-relações, a degradação
ambiental interrompe diversos ciclos naturais vitais a existência da espécie humana, tais
como: o fornecimento de água; a regulação do clima; a qualidade do ar; a estocagem de
carbono; a polinização das flores e produção de frutos; a contenção de encostas; entre outros
serviços ambientais (MEDEIROS & YOUG, 2011).
Os serviços ambientais sempre existiram, contudo, somente mais recentemente o
número de estudos relacionados ao seu impacto vem tomando maiores proporções. Embora,
devemos ressaltar que ainda persiste uma visão de que investir (financeiramente) na gestão do
meio ambiente é apenas custo e que este investimento não gera retorno. Essa percepção está
apoiada na carência destes estudos, ou seja, a falta de dados relacionando a conservação do
meio ambiente com o provimento de bens e serviços diretos ou indiretos (GURGEL et al,
2009).
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O relatório do The Economics of Ecossistem and Biodiversity (TEEB, 2009) sobre
políticas públicas aponta que a ausência de valores de mercado dos serviços ambientais
conduz a sua subvaloração. Dessa forma, alguns estudos (MEDEIROS & YOUNG, 2011;
GUEDES & SEEHUSEN, 2011; YOUNG & BAKKER, 2015) vêm sendo conduzidos a fim
de contribuir com o entendimento dos serviços ambientais e como a sua determinação e
valoração podem auxiliar na manutenção dos ambientes naturais.
Existem algumas definições sobre o termo Serviços Ambientais (SAs) na literatura,
variando também como Serviços Ecossistêmicos ou Ecológicos (SEs), onde são apontadas
diferenças entre elas. Os serviços ambientais estariam relacionados aos benefícios e atividades
para o homem, já os serviços ecossistêmicos representariam os processos pelos quais o meio
ambiente produz recursos como água, hábitat, madeira, oxigênio, entre outros. Ambos os
termos estão diretamente relacionados e devem ser vistos de forma integrada, e mesmo que
existam diferenças conceituais são utilizados para os mesmos processos (WHATELY&
MARUSSIA, 2008).
No ano 2000, Sr. Kofi Annan, então Secretário Geral da ONU, solicitou estudo de
avaliação das consequências nos ecossistemas sobre o bem-estar humano, por meio do seu
relatório “Nós, os Povos: O Papel das Nações Unidas no Século XXI”, o estudo foi
denominado Millennium Ecosystem Assessment ou Avaliação Ecossistêmica do Milênio –
AEM (tradução livre). O referido estudo teve também o Objetivo de estabelecer uma base
científica que fundamentasse as ações necessárias para assegurar a conservação e o uso
sustentável dos ecossistemas e suas contribuições para o bem-estar humano.
A partir da demanda criada pelo Secretário-Geral da ONU, a AEM teve início em
2001 com apoio dos governos em convenções internacionais. Com patrocínio das Nações
Unidas a avaliação contou também com secretariado coordenado pelo Programa da Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), foi dirigido por um conselho composto por
diversos grupos de interesse, contando com representantes de instituições internacionais,
Organizações Não Governamentais governos e empresas (GONÇALVES, 2009).
As classificações de SAs definidas pela Millenium Ecosystem Assessment
(MILLENNIUM ECOSYSTEM ASSESSMENT, 2005) incluem serviços funcionais
prestados pelos ecossistemas, como: a) os Serviços de Provisão - produtos obtidos
diretamente como água e alimentos; b) Serviços de Regulação - controle de processos
ecossistêmicos, como controle de inundações e secas, degradações do solo, pragas e doenças;
c) Serviços de Suporte - serviços necessários para manutenção de todos os outros serviços
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como formação de solos e ciclagem de nutrientes; e d) Serviços Culturais - Como recreação,
espirituais e outros benefícios não materiais.
Os Serviços Ambientais sejam eles de provisão, de suporte, de regulação, ou culturais
são imprescindíveis para a reprodução social. O rompimento em qualquer uma dessas esferas
gera problemas ambientais graves, difíceis de ser solucionados ou até mesmo impossíveis.
Tendo em vista a importância dos serviços prestados pelo meio ambiente e a necessidade de
preservação e conservação da natureza, diferentes programas e mecanismos para incentivar e
premiar os provedores de Serviços Ambientais vêm sendo estimulados. Alguns instrumentos
econômicos têm se firmado tanto como políticas alternativas como complementares às
iniciativas já existentes, assim como os mecanismos de pagamentos por serviços ambientais
(PSA), sendo uma ferramenta de incentivo de políticas públicas destinadas para a valorização
destes serviços (RIO DE JANEIRO, 2012).
Na prática, ainda existem poucos estudos sobre os serviços ambientais e suas formas
de valoração, bem como casos de PSA implementados com sucesso em relação ao seu grande
potencial, isso ocorre porque ainda há uma ideia de perda financeira quando se fala de
investimentos em iniciativas de proteção ambiental. Nesse contexto, é necessária a criação de
métodos de valoração dos serviços ambientais, para que estes possam gerar valor monetário e
estimulem, assim, o desenvolvimento socioeconômico do país (MEDEIROS & YOUNG,
2011). Pela dificuldade em que se encontra na mensuração de preço, propriamente dito, pelos
recursos ecossistêmicos, valorá-los os tornam mais palpáveis no mercado econômico.
Algumas ferramentas se destacam como alternativa para diminuir a degradação
ambiental que caminha com velocidade cada vez maior, dentre elas está o ICMS Ecológico
(Lei Estadual 5.100/2007). Esta é uma forma de incentivo econômico que propicia que os
municípios promovam melhorias na gestão ambiental de seus territórios e, assim, sendo
recompensados financeiramente ao final. Utilizando dessa lógica, busca-se através deste
programa de pagamento por serviços ambientais aumentar e manter as áreas protegidas em
todo Estado do Rio de Janeiro, sobretudo as Unidades de Conservação da Natureza
municipais com maior proteção, seguindo as tipologias de UC’s descritas no Sistema nacional
de Unidades de Conservação da Natureza.
Portanto, compreender o impacto das unidades de conservação no repasse do ICMS
Ecológico é de extrema importância na avaliação da contribuição econômica proporcionado
pelas áreas protegidas no município. Desta forma, a hipótese apresentada por este trabalho é
contribuição econômica das unidades de conservação na cidade de Niterói contribuem
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positivamente na economia do município e proporcionam o fortalecimento da Gestão
Ambiental Municipal. Uma vez que município de Niterói-RJ vem demonstrando evolução de
suas políticas voltadas para o meio ambiente, sobretudo no que tange as áreas de proteção
ambiental e demais unidades de conservação municipais, este se mostrou como uma excelente
área de estudo para avaliação do impacto econômico das UCs no município estudado.
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2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar a contribuição econômica das unidades de conservação no Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços Ecológico no município de Niterói-RJ.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
i. Identificar os principais “itens ambientais” relacionados ao ICMS Ecológico no
município de Niterói-RJ;
ii. Avaliar o papel das unidades de conservação no ICMS Ecológico em Niterói
iii. Estimar o Potencial da Contribuição Econômica do ICMS Ecológico em
Niterói.
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3 METODOLOGIA
A diretriz metodológica do presente estudo iniciou-se com a seleção de referencial
teórico, para a composição da revisão bibliográfica, priorizando a literatura específica. Para
que se possa entender a trajetória metodológica abordada no presente trabalho, apresentam-se
os procedimentos para coleta e tratamento de dados. O trabalho monográfico, sendo assim,
possui um caráter exploratório, quanto à sua natureza, sendo realizado por um estudo de caso
com abordagem qualitativa do problema.
Os estudos exploratórios permitem aumento do conhecimento acerca do determinado
fenômeno, possibilitando esclarecimentos necessários para o desenvolvimento de pesquisas
posteriores, as quais necessitam de aprofundamento prévio (TRIVIÑOS; GIL, 2009). Já o
estudo de caso consiste em uma abordagem empírica na investigação de um fenômeno diante
de um contexto específico, visando aprofundar o conhecimento sobre aspectos pontuais (YIN,
2005; GIL, 2009; MARTINS; THEÓPHILO, 2009). A abordagem qualitativa pressupõe a
análise, interpretação e compreensão de fatos, em contraposição à abordagem quantitativa, na
qual predomina a mensuração e utilização de instrumentais estatísticos (MARTINS;
THEÓPHILO, 2009).
A fonte de coleta de dados é secundária? Possivelmente, pois se recorreu a uma gama
de referenciais teóricos e dados disponibilizados em documentos, livros, artigos científicos,
trabalhos acadêmicos, além da Secretaria de Estado do Ambiente, Centro de Estadual de
Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro (CEPERJ),
Secretaria de Fazenda do município de Niterói sobre a temática de estudo. No levantamento
de dados, fez-se uso da análise de documentos e arquivos digitais, valendo-se das fontes
secundárias. Para Marconi e Lakatos (1985), as fontes secundárias abrangem toda a
bibliografia já tornada pública em relação ao tema proposto. Os dados foram analisados e
interpretados à luz dos objetivos do estudo para criação.
Dessa forma, seguimos ao detalhamento dos recursos utilizados na metodologia para o
presente trabalho monográfico, a saber:
Pesquisa bibliográfica, para construção de referencial teórico;
Análise documental de diplomas legais aplicáveis, bem como de relatórios técnicos e
registros oficiais.
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Mediante esses dados, verificou-se a situação do município de Niterói junto ao
programa ICMS Ecológico do Estado do Rio de Janeiro.
Com isso, pretende-se dispor caminhos possíveis para melhora da qualidade ambiental
no município de Niterói através de investimentos públicos nos itens e quesitos estabelecidos
pela Lei Estadual nº 5.100/2007 e Decreto Estadual nº 41.844/2009, que respectivamente
instituiu e regulamentou o ICMS Ecológico no Estado do Rio de Janeiro.
De posse destes dados, foi feita uma análise para identificar como as unidades de
conservação do município de Niterói – RJ contribuem para a economia e gestão ambiental
local, para em seguida indicar oportunidades de melhoria do Índice Final de Conservação
Ambiental (IFCA) e resultante do aumento no repasse de ICMS Ecológico, para que o
município possa investir ainda mais na melhoria da qualidade ambiental.
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4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 EVOLUÇÃO DO CENÁRIO AMBIENTAL
4.2 E AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
4.1.1 Histórico Mundial
Uma das consequências do capitalismo para o meio ambiente foi a aceleração da
degradação dos recursos naturais. Hoje é perceptível a gravidade dos danos causados pelas
ações humanas em busca do desenvolvimento. Desde a criação das máquinas e da revolução
industrial, não há natureza que não tenha sido tocada pelo homem. Este se considera superior
à natureza e não uma parte integrante dela. Por isso, desmata, polui, usufrui sem limites, em
benefício próprio, sem levar em consideração as consequências futuras dessas ações
(BRÜGGUER, 1999).
Mediante a possibilidade de esgotamento dos recursos necessários para a
sobrevivência humana, fizeram-se necessárias medidas mais eficientes para alterar a maneira
de apoderamento dos bens naturais pela cultura econômica dominante. Dessa maneira,
geraram-se diversos movimentos em prol do meio ambiente, para reduzir essa destruição
acelerada dos recursos e bens ainda existentes. Buscar novas formas de desenvolvimento,
conciliadas com a conservação ambiental, juntamente com a qualidade de vida, tornou-se o
foco desses movimentos.
Os movimentos ambientais se iniciaram como uma resposta à industrialização causada
pela Revolução Industrial que acelerou o processo de degradação. Um dos grandes impulsos
para que o movimento ambientalista ganhasse força ocorreu em 1962, quando a bióloga
marinha e escritora, Rachel Carson, publicou o livro “Silent Spring”, "A Primavera
Silenciosa", que alertou sobre o uso agrícola de pesticidas químicos sintéticos em grandes
quantidades. Carson (1962) alertou para o perigo dos maus tratos com o nosso ecossistema e a
necessidade de maiores cuidados para proteger o meio ambiente e, consequentemente, a saúde
humana.
Ao final da década de 60, o meio ambiente começou a ser visto não só como uma
preocupação local, mas iniciou sua proporção global, ganhando olhares mais dedicados à sua
24
proteção e estudo. Começam, assim, a ocorrer grandes conferências e encontros voltados a
essa discussão. No ano de 1972, aconteceu a Conferência das Nações Unidas para o Meio
Ambiente Humano realizada em Estocolmo (Suécia), fortalecendo o pilar para um novo
direcionamento de práticas e relações entre o desenvolvimento econômico e o meio ambiente,
criando, então, um conceito de ecodesenvolvimento. Segundo De Macedo (2008, s.p.)
apudScottoet al. (2007), o ecodesenvolvimento é definido como:
“Um processo criativo de transformação do meio com a ajuda de técnicas ecologicamente prudentes, concebidas em função das potencialidades deste meio, impedindo o desperdício inconsiderado de recursos, e cuidando para que estes sejam empregados na satisfação das necessidades de todos os membros da sociedade, dada a diversidade dos meios naturais e dos contextos culturais. As estratégias do ecodesenvolvimento serão múltiplas e só poderão ser concebidas a partir de um espaço endógeno das populações consideradas. Promover o ecodesenvolvimento é, no essencial, ajudar as populações envolvidas a se organizar, a se educar, para que elas repensem os seus problemas, identifiquem as suas necessidades e os recursos potenciais para conceber e realizar um futuro digno de justiça social e prudência ecológica.”
(DE MACEDO, 2008, s.p.apud SCOTTO et al., 2007).
Com dezenove princípios que representam um manifesto ambiental, a Conferência de
Estocolmo discutiu a preservação e a melhora do ambiente, através de novas bases para a
agenda ambiental da ONU. A seguir, encontra-se um trecho da Declaração da Conferência da
ONU sobre Meio Ambiente, de 1972:
“Chegamos a um ponto na História em que devemos moldar nossas ações em todo o mundo, com maior atenção para as consequências ambientais. Através da ignorância ou da indiferença, podemos causar danos maciços e irreversíveis ao meio ambiente, do qual nossa vida e bem-estar dependem. Por outro lado, através do maior conhecimento e de ações mais sábias, podemos conquistar uma vida melhor para nós e para a posteridade, com um meio ambiente em sintonia com as necessidades e esperanças humanas.”
(ONU, 1972 art. 2º, p.6.).
No próprio ano da Conferência, foi criado o Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA), que dirige os trabalhos ambientais globais do grupo da ONU.
Segundo a ONU (1972), as prioridades atuais do PNUMA são os aspectos ambientais das
catástrofes e conflitos, a gestão dos ecossistemas, a governança ambiental, as substâncias
nocivas, a eficiência dos recursos e as mudanças climáticas.
25
No ano de 1987, foi publicado um documento pela Comissão Mundial sobre o Meio
Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland), também denominado de "Nosso Futuro
Comum", ou Relatório Brundtland, que introduz o conceito de desenvolvimento sustentável:
“Aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades [...] desenvolvimento sustentado é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação de desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas.”
(COMISSÃO BRUNDTLAND, 1987, p.46 e 49).
Em 1992, ocorreu no Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente, a ECO-92, também conhecida como Cúpula da Terra, na qual foi elaborado um
documento chamado de Agenda 21, que, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente
(2014), pode ser definida como:
“Um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.”
(MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2014).
Nesse plano, deveriam ser desenvolvidos os conceitos e fundamentos que serão
inseridos na política legislativa do país, e também serão criadas algumas medidas efetivas
para tratar de pontos importantes governamentais. Infelizmente, há lentidão e dificuldade dos
países em se adaptar à Agenda 21. Para melhorar este cenário, são necessários mais esforços e
vontade política dos governantes, assim como uma maior pressão vinda da população para
impulsionar os tomadores de decisão no sentido de uma gestão mais eficiente do ponto de
vista do meio ambiente.
Apenas em meados do século XIX, ainda com o intuito de conservar áreas com
singulares características de belezas cênicas surgiu a ideia de proteger paisagens naturais tão
belas, culminando, então, na criação do“Yellowstone National Parck” ou Parque Nacional de
Yellowstone (tradução livre) nos Estados Unidos (SCHENINI; COSTA; CASARIN, 2004).
Ao passar dos anos, vários países adotaram a iniciativa de criação de parques nacionais e com
o tempo vieram a receber a denominação genérica de Unidades de Conservação, porém ainda
nos modelos de grandes áreas intocadas, como afirma Medeiros (2003), o que ao traçar um
paralelo com a legislação brasileira, seriam unidades de conservação da tipologia de proteção
integral. Essa segue uma lógica diferente das ocorridas na Europa do Século XV, onde os
26
governos mantinham interferência direta na proteção, manejo das áreas de interesse além do
controle e no acesso aos recursos naturais que tinham importância estratégica para os Estados
europeus. Essas características têm conotação semelhante ao que ocorre no Brasil, nas
unidades de conservação de Uso Sustentável, numa tipologia conhecida como Reserva
Extrativista. Assim pode ser observado que tais características vieram a ser a base do sistema
brasileiro de unidades de conservação (MEDEIROS 2003; MEDEIROS & YOUNG 2011)
4.1.2 Histórico Brasileiro
Mediante análise da legislação brasileira voltada ao meio ambiente, percebe-se que, de
fato, a política ambiental se desenvolveu lentamente se comparada à evolução das políticas de
outros setores e à própria evolução ambiental internacional (MAGRINI, 2001). Ainda
segundo o referido autor, a evolução da política ambiental mundial foi motivada por
importantes acontecimentos globais sobre o meio ambiente a partir do final da década de 60,
conforme visto anteriormente que culminaram no desenvolvimento das políticas ambientais
no mundo e no Brasil.
Os problemas ambientais por muito tempo foram negligenciados por consequência do
grande desenvolvimento econômico resultante da Revolução Industrial (GOLDEMBERG,
2004). Em decorrência, fatores como o aumento populacional seguido da poluição, a falta de
planejamento urbano e de saneamento foram questões importantes que ficaram em segundo
plano. O progresso necessitava da exploração do meio ambiente, sendo este percebido apenas
como uma ferramenta, uma fonte de desenvolvimento a ser usada pelo homem. Isso não
ocorreu de forma diferente no Brasil, que também teve de buscar soluções para seus
problemas relacionados ao meio ambiente. Contudo, tal busca seria feita de maneira mais
lenta do que no restante do mundo. Para Bredariol (2001), a política ambiental no Brasil se
desenvolveu de fato por volta dos últimos quarenta anos, graças à pressão exterior e pelos
diversos movimentos ambientais que se espalhavam pelo mundo, como conferências e
reuniões de grandes estudiosos, cientistas e políticos do mundo inteiro.
Ainda de acordo com Bredariol (2001), no Brasil não existia uma política ambiental
concreta, mas apenas legislações que após 1970 culminaram para a sua criação, como os
códigos: de águas de 1934, florestal de 1965 e de caça e pesca de 1967. Os temas mais
tratados abordavam o incentivo à exploração dos recursos naturais, o desbravamento do
27
território, o saneamento rural, a educação sanitária e os embates entre os interesses
econômicos internos e externos.
Através das perspectivas de degradação e poluição do ambiente, o setor público
começou a legislar, de fato, com a criação de leis preservacionistas, restritivas e
fiscalizatórias. Assim, ao longo dos anos, o Brasil foi se desenvolvendo ambientalmente no
âmbito jurídico, criando seus vários órgãos e normas importantes para o gerenciamento e
fiscalização do meio.
Graças às pressões internacionais, no ano de 1973, foi criado pelo Decreto nº 73.030,
de 30 de outubro, no âmbito do Ministério do Interior, a Secretaria Especial do Meio
Ambiente (SEMA), órgão autônomo de administração direta, orientada para a conservação do
meio ambiente e o uso racional dos recursos naturais, que seria extinta em 1989 com a criação
do IBAMA.
Com a sanção da Política Nacional de Meio Ambiente através da Lei 6.938 de 1981, o
meio ambiente foi pela primeira vez alvo de texto legislativo como matéria fundamental,
sendo responsável pela constituição do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e
criação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), além de trazer conceitos,
objetivos e instrumentos necessários para a proteção do meio ambiente.
Anos depois, foi sancionada uma das políticas mais importantes para a saúde pública:
a Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Ela trata da Política Nacional de Saneamento Básico,
sendo a primeira a abordar práticas relativas aos resíduos sólidos, enumerando-os como
problema de saúde pública. Em seu Art. 3º, define saneamento associado ao manejo dos
resíduos sólidos.
“I - saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordam tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas.”
(BRASIL, 2007, art. 3º).
No ano de 2010, a Lei nº 12.305, que trata da Política Nacional de resíduos sólidos, foi
aprovada e trouxe importantes instrumentos, metas e diretrizes para a gestão dos resíduos
sólidos, por meio da responsabilização dos geradores públicos e privados no país, que devem,
a partir de planos e ações individuais ou conjuntas, gerenciar adequadamente seus resíduos. A
28
partir daí, a política nacional se completa com leis estaduais e municipais de resíduos sólidos
e planos e programas.
Como aborda PECCATIELLO (2011), a primeira legislação a indicar a importância na
proteção das florestas e áreas verdes foi implementada em 1934, quando foi instituído o
primeiro Código Florestal do Brasil (Decreto 23.793, 1934). Ainda com caráter protecionista,
o código caracterizava como de “interesse comum a todos os habitantes do país”, indicando a
necessidade de se olhar e proteger as interações e serviços existentes nas florestas. Esta
iniciativa possibilitou argumentação e articulação suficientes para criação do primeiro parque
nacional brasileiro, o Parque Nacional do Itatiaia, através do Decreto 1.713 de 14 de junho de
1937, e possibilitou a implementação dos demais parques que vieram a sucedê-lo.
Nessa lógica o país seguiu até a ascensão do regime militar, que mantiveram e
aperfeiçoaram os instrumentos de proteção, muito influenciados pelas novas percepções da
comunidade internacional, levando o governo brasileiro a assinar tratados e acordos e demais
protocolos até o estabelecimento de um novo código florestal em 1967, como explicam
Bensusan (2006) e Medeiros (2003).
A evolução sobre o tema ocorreu gradativamente até o entendimento da elaboração de
um Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) pela Lei n° 9.985 do
ano 2000. O longo processo ocorreu pelas negociações entre os envolvidos sobre as
abordagens divergentes sobre meio ambiente no Brasil à época. Mesmo mantendo um caráter
mais protecionista como afirmado por Mercadante (2001), o SNUC agora versa sobre temas
complexos e discutíveis como gestão das UCs, populações tradicionais, à participação popular
e às indenizações para desapropriação.
Apesar do caráter original aparentemente mantido, outros autores defendem que
conceitos socioambientais estão fortemente presentes na Lei, como argumenta Santilli (2005).
A separação das Unidades de Conservação em dois grupos maiores – Proteção Integral e Uso
Sustentável – é uma importante novidade incorporada à legislação. Agora os conceitos de
áreas e recursos intocáveis, bem como de participação da população estão englobados e
dialogam diretamente na gestão das UCs. O fortalecimento das ideias e conceitos de
descentralização, medidas compensatórias, e do uso sustentável dos recursos naturais
apresentados pelo SNUC representam a evolução na gestão ambiental no Brasil.
No que tange a proteção das florestas e a criação de unidades de conservação da
natureza, o SNUC diferencia as UCs em:
29
a) Unidades de Uso Sustentável, segundo o (art. 7º, § 2º), que têm o objetivo de
“compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos
naturais”. Onde estão presentes as Áreas de Proteção Ambiental, Áreas de Relevante Interesse
Ecológico, Florestas Nacionais, Reservas Extrativistas, Reservas de Fauna, Reservas de
Desenvolvimento Sustentável e Reservas Particulares do Patrimônio Natural;
b) Unidades de Proteção Integral, que visam “preservar a natureza, sendo admitido
apenas o uso indireto dos seus recursos naturais” (art. 7º, § 1º), dais quais estão presentes as
Estações Ecológicas, Reservas Biológicas, Parques Nacionais, Monumentos Naturais e
Refúgios da Vida Silvestre.
Com o intuito de se obter melhor eficiência nos processos de criação, implantação e
gestão das UCs, o SNUC instituiu a compensação ambiental em unidades de conservação,
como explicita o art. 36. Dessa forma é destinando até 1,1% do valor total declarado de
empreendimentos com significativo impacto ambiental em ocasião do licenciamento
ambiental para a implementação, gerenciamento e manutenção das UCs de proteção integral,
bem como financiamento de projetos dentro das unidades. Assim, a compensação ambiental
representa uma fonte estável e segura para a gestão das unidades, uma vez que esses recursos
são voltados para a conservação de unidades de conservação. Houve ainda, a necessidade de
regulamentação para aplicação do disposto, gerando a Portaria IBAMA n° 7/2004, que criou a
Câmara de Compensação Ambiental no âmbito federal. Posteriormente, em consequência a
Portaria gerada, foi aprovada a Resolução CONAMA 371/2006, com a finalidade de definir
metodologia e diretrizes para cálculo, cobrança e aplicação, além da aprovação dos recursos.
Depois de aberta essa possibilidade e após a iniciativa do IBAMA, os outros entes
federados puderam legislar e aprimorar suas gestões de unidades de conservação através de
Câmaras de Compensação Ambiental Estaduais, o que proporcionou melhoria significativa da
qualidade da gestão nas UCs de todo o país e impulsionou novas estratégias para
gerenciamento e aplicação dos recursos oriundos da compensação ambiental.
1.1 PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS E A VALORAÇÃO AMBIENTAL
No que diz respeito ao pagamento por serviços ambientais, podem ser levantadas duas
questões. A primeira defende que embora o ecossistema seja um bem público este presta um
serviço muito importante e por isso deve ser valorizado, em contra partida há quem defenda
que o mesmo só terá esse valor quando passar a ser considerado um bem monetário. Quando
30
não demonstrado de fato o seu valor, os serviços ambientais muitas vezes abrem espaço para
outras atividades consideradas mais rentáveis, sendo assim, excluídos na hora da tomada de
decisão, isso ocorre por dois motivos: O primeiro, e principal motivo, é o fato dos serviços
ambientais não gerarem benefícios específicos para grupos pré determinados, como por
exemplo, empresa ou pessoas específicas. Em geral, pode-se dizer que todos são beneficiados,
porém o custo para a manutenção desse sistema recai sobre um pequeno grupo que nem
sempre reconhece isso como uma vantagem. Sendo assim, pode-se notar uma diferença entre
os custos sociais e privados e os seus benefícios. Já o segundo motivo ocorre pelo fato dos
bens e serviços ambientais não possuírem direito de propriedade, uma vez que são gerados
pela natureza e beneficiam todos os seres vivos, desta forma também são entendidos como
bens difusos ou pertencentes à coletividade. É o que Garret Hardin (1968) chamou de
“tragédia dos (bens) comuns”.
Entende-se como externalidade, os efeitos colaterais causados após uma tomada de
decisão sobre aqueles que não participaram dela. Esta pode ser positiva ou negativa
dependendo do modo em que influencia as pessoas afetadas por tal atitude. Quando nos
referimos a Pagamento por Serviços Ambientais este conceito está muito presente, sendo de
grande importância.
Um bom exemplo de externalidade negativa seria o caso de uma fábrica localizada nas
proximidades de um rio onde ela não se preocupa em realizar o tratamento de seus efluentes
de forma adequada despejando neste rio uma água fora dos padrões de qualidade adequados,
ou seja, de pior qualidade. Em consequência, a fauna desse ambiente vem sendo prejudicada,
o que afeta diretamente uma comunidade de pescadores da região sem que estes tenham sido
responsáveis por essa tomada de decisão. Quando da falta de padrões e leis específicas que
restrinjam as ações e imponham responsabilidades sobre a manutenção daquela água, cabe
apenas aos gestores da indústria, a opção sobre o tratamento, tornando facultativa a
manutenção da qualidade daquele ecossistema em relação aos anseios e metas da empresa em
questão. Desta forma, o ônus fica apenas para a comunidade a jusante do rio, com a
mortandade de peixes e consequente prejuízo financeiro, ou pela fragilidade da população
local que pode ficar vulnerável a doenças de veiculação hídrica.
A externalidade positiva pode ser exemplificada com o sequestro de carbono, onde
florestas em crescimento captam o carbono da atmosfera e fixa em sua biomassa, aliviando os
efeitos do aquecimento global.
31
A ideia de pagamento por serviços ambientais surge pelo fato de tais serviços
possuírem valores efetivos e por sofrerem da “tragédia dos comuns”, sendo exauridos por não
fazerem parte do mercado. Desta forma, o reconhecimento do valor e formas de recompensar
aqueles que agem para conservar tais serviços ajudam a aumentar as iniciativas que visam a
manutenção da qualidade ambiental. Então, os PSA’s são uma forma de internalizar as
externalidades, fazendo com que a proteção dos serviços ambientais faça parte das decisões
econômicas de agentes individuais. Muitas das iniciativas de PSA’s estão ligadas a uma
lógica de mercado. Isso se dá de forma natural devido a uma questão cultural que facilita tal
entendimento do termo “Pagamento”, porém ao falarmos de pagamentos por serviços
ambientais seguimos apenas uma lógica mercantil. A definição e o entendimento sobre o que
são os Pagamentos por Serviços Ambientais são muito diversos, mais ainda que as definições
de serviços ambientais.
Wunder (2005), por exemplo, definiu cinco critérios que definem uma experiência
como PSA. Para ele, para ser classificado como PSA, um caso deve apresentar as seguintes
condições: deve ser uma transação voluntária, com um serviço ambiental bem definido (ou
um tipo de uso da terra que assegura este serviço), que é “comprado” por ao menos um
comprador dos serviços, de pelo menos um provedor dos serviços, apenas se o provedor
(ofertante) assegura a provisão do serviço prestado (condicionante).
Podemos definir os PSA’s, também, como Instrumentos Econômicos com objetivo de
recompensar o incentivo a garantias de manutenção do provimento de serviços ambientais.
Porém, como já havia dito Wuder (2005), para se enquadrar como pagamentos por serviços
ambientais, estes devem se adequar e atender os princípios e quesitos de Protetor-Recebedor:
voluntariedade; compradores e provedores (transação); condicionalidade (adicionalidade).
Os instrumentos econômicos podem ser muito efetivos para promover a melhoria na
proteção e qualidade ambiental. Assim, o Ministério do Meio Ambiente brasileiro (MMA)
entende, não apenas pelo seu potencial de apoiar a proteção e o uso sustentável dos recursos
ambientais, mas por possibilitar melhorias na qualidade de vida (MMA, 2013).
De forma mais eficiente para a redução de custos agregados às metas mais ambiciosas
nos objetivos ambientais, a solução a partir do uso da regulamentação com base em
incentivos, como econômicos e mecanismos de mercado, tendem a apresentar resultados
muito positivos como mostrado pela teoria econômica e os estudos de caso (RIO DE
JANEIRO, 2012).
32
Segundo Seehusen et al (2011), os valores atribuídos à biodiversidade e aos
ecossistemas podem ser agrupados em três diferentes tipos: valores intrínsecos, valores de uso
e valores de não-uso. Onde os valores intrínsecos independem da satisfação do ser humano,
como os bens providos pelos ecossistemas e da biodiversidade para a saúde da população
humana e de um ecossistema. Já, quanto às definições dos valores de uso, estes podem ser de
uso direto, quando por meio dos serviços que beneficiam a população de forma direta como a
valoração de madeira, serviços de recreação e medicamentos. Já os valores de uso indireto
estão ligados aos serviços que beneficiam as pessoas de forma indireta, como manutenção de
corpos hídricos e armazenamento de carbono. Enquanto nos valores de opção opta-se pela
preservação ou não de um recurso para seu uso posterior. Ao tratar de valores de não-uso
pode-se classificá-los em valores de existência e de legado. Porém somente os valores de uso
e não-uso podem ser valorados monetariamente.
Existem inúmeros desafios para serem enfrentados no campo da valoração dos
serviços ambientais, isso porque abordam questões filosóficas, éticas e metodológicas.
Portanto é de suma importância que ocorra um planejamento e levantamento das
metodologias usadas em projetos de PSA, para que assim então cheguemos a uma mudança
satisfatória sobre a matéria (TEEB, 2010).
Como objetivos da contabilização e da valoração dos ativos ambientais, vemos
promoção de uma mudança de visão acerca do conceito de riqueza regional e, ao mesmo
tempo, analisando no médio prazo, o resultado das pressões exercidas sobre os serviços
ambientais através da análise técnica de seus limites físicos. Trazer maior foco na qualidade
de vida e no bem-estar das populações se tornou outro aspecto fundamental nesta mudança de
paradigma. Atualmente, nos deparamos com inúmeras iniciativas globais que vão além de
medidas, como o PIB per capta ou outras medidas de consumo, visando um entendimento da
qualidade de vida. Dado que o desenvolvimento social possui pilar que vai além do aumento
do poder de consumo, subsequentemente, devendo incluir aspectos mais subjetivos, apoiando-
se, também os índices de bem-estar. (RIO DE JANEIRO, 2012).
4.2.1 Tipos de Serviços Ambientais
Os mecanismos de mercado somados com os pressupostos das finanças sustentáveis e
de Economia Verde são algumas das novas ferramentas de políticas públicas utilizadas
visando o aumento da qualidade ambiental, afastando-se da escolha tradicional de comando e
controle (RIO DE JANEIRO, 2012). Assim vão surgindo novos programas e iniciativas com o
33
intuito de estabelecer uma relação mais harmônica entre o meio ambiente e o
desenvolvimento econômico. Seguindo essa linha, destacamos alguns exemplos.
4.2.2 Sequestro de Carbono
Dentro do uso de políticas com base em incentivos, destaca-se também a
regulamentação de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE). O controle de GEE é um
processo inexorável ao Brasil e em outras economias globais, em especial em relação a
setores carbono-intensivos. O governo Rio de Janeiro determinou que utilizasse o mercado de
emissões para reduzir suas emissões industriais, dentro de um mercado que se iniciou em
2013. Além disso, tem o “inventário anual de Gases do Efeito Estufa (GEE)” como principal
ferramenta de controle, neste caso gerenciado pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA)
(RIO DE JANEIRO, 2012).
No início da década de 1990, ocorreram muitos movimentos nas regiões rurais que
resultaram, posteriormente, na elaboração do Programa de Desenvolvimento Socioambiental
da Produção Familiar Rural (PROAMBIENTE), que consistia em um fundo de crédito para
trabalhadores rurais e tinha como características principais a valorização do trabalho no
campo, resultante de uma nova forma de gestão que interagia com diferentes formas de apoio
ao desenvolvimento rural e a formulação de recompensas por serviços ambientais fornecidos
pela produção familiar rural (HIRATA, 2006). O Sequestro de carbono por reflorestamento, a
conservação da biodiversidade, a conservação do solo e a redução da inflamabilidade das
paisagens, estavam dentre as atividades propostas como serviços ambientais. A remuneração
por esses serviços era dividida em duas modalidades, na qual uma era para produtores que
adotassem o crédito ambiental, logo o pagamento seria quitado dentro das parcelas da dívida,
e a outra forma seria como recompensa direta aos trabalhadores que não utilizassem o crédito
ambiental, mas dispusessem da efetivação de serviços ambientais (HIRATA, 2006).
Contudo, na maior parte dos casos não se paga diretamente pelo valor do serviço
ambiental, pois, é prestado de maneira difusa, logo, o papel das unidades de conservação não
é facilmente internalizado na economia, sendo que estas contribuem para a absorção de gás
carbônico atmosférico oriundo da degradação de ecossistemas locais e processos industriais, o
que dificulta enfrentar um dos grandes desafios da atualidade, as mudanças climáticas
(MEDEIROS & YOUNG, 2011).
34
4.2.3 Uso público
Este serviço ambiental está relacionado à visitação da população às unidades de
conservação, envolvendo atividades como recreação e turismo, sendo capaz de conciliar o uso
sustentável da biodiversidade e a conservação das UC’s. O uso dessas áreas pode representar
tanto benefícios materiais, já que é possível gerar alternativas econômicas para a sociedade
local, ou para a manutenção das próprias unidades, quanto podem gerar benefícios imateriais
com a visitação, já que o termo Uso Público engloba fins de uso, como por exemplo a prática
de esportes, contemplação e cultos religiosos. Deste modo o debate sobre as possibilidades e
alternativas do Uso Público em unidades de conservação se faz necessário, uma vez que a
visitação de UCs tem considerado impacto nas economias locais, gerando empregos diretos e
indiretos além de proporcionar possibilidades de arrecadação para as unidades de conservação
através do consumo e gastos gerados pelos visitantes.
Tal serviço se faz ainda mais importante ao se relacionar indiretamente com algumas
políticas governamentais voltadas a proteção de unidades de conservação, como é o caso das
repartições de receitas tributárias para municípios que promovam a proteção e estruturação de
UCs em seus territórios. Ou seja, para atrair mais visitantes são feitos investimentos em
estrutura física e atendimento ao turista, e por consequência aquela UC terá retorno financeiro
pelo repasse de receitas tributárias, como no caso do Estado do Rio de Janeiro e por parte da
visitação turística.
4.3 O ICMS ECOLÓGICO
O ICMS Ecológico é outra forma de PSA, e já é adotado por vários estados do Brasil
para subsidiar e incentivar as ações de proteção ambiental. Permite aos municípios brasileiros
receberem parte de recursos financeiros arrecadados do Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), em reconhecimento da prestação de um determinado serviço
ambiental à sociedade, como por exemplo, a criação e manutenção de Unidades de
Conservação da Natureza (WHATELY; MARUSSIA, 2008). Pode ser visto, também, como
uma forma de compensação por serviços ambientais uma vez que reconhece a importância da
proteção das áreas verdes e faz repasses financeiros aos municípios em função disto.
35
O ICMS Ecológico e a Compensação Financeira são importantes instrumentos
econômicos para a proteção ambiental, porém, para seu efetivo sucesso, é de suma
importância que os municípios envidem esforços e tenham a devida vontade política para este
fim, além do treinamento e capacitação constante de toda a equipe de trabalho. Assim
podendo criar leis que estabeleçam critérios específicos que garantam a utilização dos
recursos disponíveis em áreas prestadoras de serviços ambientais. Tais incentivos podem ser
por meio de investimento pelo setor público ou de repasses aos proprietários privados, de
forma que ocorra a conservação mesmo quando não haja a obrigação legal para tal.
Inicialmente o ICMS Ecológico foi criado no Estado do Paraná e posteriormente
adotado por vários outros Estados brasileiros. Isso ocorreu devido a uma possibilidade
prevista pela Constituição Federal que permite que os Estados estabeleçam critérios próprios
para o repasse do “Imposto sobre operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação –
ICMS” aos quais os municípios têm por direito ao retorno de 25% do valor total deste
imposto repassado ao governo federal (BRASIL, 1988). A Constituição Federal determinou
que os estados fariam a arrecadação e que 25% do arrecadado seriam distribuídos aos
municípios, sendo ¾ deste total devolvidos de acordo com o Valor Adicionado Fiscal e para o
¼ restante os Estados teriam autonomia para definir os critérios (BRASIL, 1988).
A lei do Estado do Paraná (Lei Estadual Complementar nº 59/1991) para que permitiu
a criação do ICMS Ecológico prevê que 5% da arrecadação total do ICMS sejam destinados a
municípios que possuam áreas protegidas em seus territórios, ou seja, indiretamente
influenciados por Unidades de Conservação. Além deste, outro critério estabelecido foi
referente aos mananciais de abastecimento público, que visa premiar os municípios geradores
de água. Estes critérios são ponderados e revertidos proporcionalmente em dinheiro de acordo
com o desempenho obtido pelos municípios em cada quesito, sendo deste volume total que
representam o ICMS Ecológico (5%) retirado 50% referentes aos mananciais de
abastecimento público e a metade restante é relativa à existência e manutenção de Unidades
de Conservação (WHATELY, MARUSSIA, 2008).
A partir da experiência do Estado do Paraná, diversos outros Estados começaram a
legislar nesse mesmo intuito, chegando ao Estado do Rio de Janeiro pela Lei Estadual n°
5.100/2007. O Projeto Fluminense prevê repasses aos municípios que detêm unidades de
conservação em seus territórios, ponderado pelo tipo de unidade de conservação (grau de
36
restrição). Além disso, outros parâmetros são avaliados como o Tratamento de Esgoto; a
Destinação de Lixo; e a Remediação de Vazadouros.
Como aponta Rio de Janeiro (2012), a vocação turística do Estado e de seus
remanescentes de mata atlântica somadas ao ICMS Ecológico, funciona como forte
influenciador dos gestores públicos para a criação de novas Unidades de Conservação (UC’s).
Uma vez que a restrição ao uso daquele território que passa a ser protegido pelo Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC) rende retorno financeiro aos
municípios que adotam tais medidas visando uma consequente melhoria dos serviços
ambientais ali presentes, aumentando assim a qualidade ambiental.
A partir do ano de criação do ICMS Verde no Estado do Rio de Janeiro em 2007, a
área protegida por unidades de conservação de proteção integral aumentou
consideravelmente, ultrapassando a marca de 1.500 Km² já nos primeiros anos do programa
(RIO DE JANEIRO, 2012). Isso ocorre, pois o ICMS Ecológico do Estado do Rio de Janeiro
preve prioritariamente a premiação à conservação e preservação de unidades de conservação
nos territórios municipais.
Portanto, compreender os critérios estabelecidos pela Lei Estadual n° 5.100/2007 e do
Decreto Estadual n° 41.844/2009, que estabeleceu as diretrizes e critérios técnicos para o
repasse do ICMS Ecológico, é extremamente importante para que o gestor municipal possa
responder os formulários com todas as informações necessárias e no tempo correto. Muitos
municípios deixam de melhorar sua pontuação por não compreenderem corretamente o
preenchimento dos formulários e não possuírem todos os documentos comprobatórios
exigidos para a habilitação e cálculo dos indicadores que compõem o Índice Final de
Conservação Ambiental (IFCA) do ICMS Ecológico do RJ.
Anualmente uma Resolução é publicada no Diário oficial do Estado do Rio de Janeiro
para estabelecer o início do ciclo anual de apuração do ICMS Verde com vistas ao cálculo do
Índice Final de Conservação Ambiental - IFCA para o ano fiscal.
De maneira geral, o ICMS Verde pode ser explicado como: Conjunto de indicadores
ambientais incorporados dentre os critérios estaduais de repartição do ICMS aos municípios.
E, desta forma, é um tipo de pagamento por serviços ambientais que a população de um
determinado Estado faz aqueles que preservam o meio ambiente e tem o objetivo de
recompensar os municípios pela preservação e recuperação de ativos ambientais localizados
em seu território e incentivar a melhoria dos serviços e da gestão ambiental dos municípios
fluminenses.
37
O ICMS Ecológico, é uma forma de redistribuição de tributo que visa estimular
melhorias contínuas na gestão pública municipal por meio da premiação dos municípios com
melhor desempenho na área ambiental.O artigo 3° da Lei 5.100 estabelece que: “Para beneficiar-se dos recursos previstos nesta Lei, cada município deverá organizar seu próprio Sistema Municipal do Meio Ambiente, composto no mínimo por:I- Conselho Municipal do Meio Ambiente;II- Fundo Municipal do Meio Ambiente;III- Órgão administrativo executor da política ambiental municipal; IV - Guarda Municipal ambiental.”
(GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2007).
Portanto, os municípios que não atenderem ao disposto na Lei, não receberão os
repasses de ICMS Ecológico. Em contrapartida ao atender os requisitos básicos, ou seja,
comprovando a existência e atividade do Sistema Municipal do Meio Ambiente, os
municípios se habilitam ao ICMS Ecológico e terão seu desempenho ambiental analisado e
medido conforme os critérios estabelecidos pelo Decreto Estadual nº 41.101/2007 (atualizado
pelos Decretos Estaduais nº 41.844/2009, nº 43.284/2011 e nº 44.543/2013).
Conforme estabelecido em Governo do Estado do Rio de Janeiro (2007), na Lei
Estadual 5.100/2007 os critérios para análise e repartição do ICMS Ecológico e do Índice
Final de Conservação Ambiental (IFCA), que indica o percentual do ICMS Ecológico que
cabe a cada município são subdivididos em 6 índices relativos:
IFCA (%) =
(10 x IrMA) + (20 x IrTE) + (20 x IrDL)+ (5 x IrRV) + (36 x IrAP) + (9 x IrAPM)
• IrMA – Índice relativo de Mananciais de Abastecimento;
• IrTE – Índice relativo de Tratamento de Esgotos;
• IrDL – Índice relativo de Destinação de Lixo;
• IrRV – Índice relativo de Remediação de Vazadouros;
• IrAP – Índice relativo de Áreas Protegidas (todas as Unidades de Conservação);
• IrAPM – Índice relativo de Áreas Protegidas Municipais (apenas as UCs Municipais).
Deste modo, de acordo com o Índice Final de Conservação Ambiental, os pesos para
cada índice relativo (Ir) é determinado de acordo com as estratégias ambientais de cada estado
podendo ser alterado sempre que cabível, sendo necessário apenas alterar o disposto nas leis e
decretos estaduais em vigor. Atualmente, a ponderação segue com:
38
- 10% do valor do ICMS Verde para os Mananciais de Abastecimento;
- 20% destinado para Tratamento de Esgoto;
- 20% seguindo para Destinação de Lixo;
- 5% concedido ao atendimento à Remediação de Vazadouros;
- 36% destinado ao total de Áreas Protegidas no território municipal;
- 9% restantes seguindo para as Unidades de Conservação criadas pelos próprios
municípios.
Como cada Estado possui autoridade para legislar a respeito, cada um deles escolhe
conforme suas estratégias a melhor fórmula para atendimento dos requisitos a serem
atendidos.
Ao seguir a mesma ordem da fórmula do IFCA como parâmetro, o IrMA é
representado como variável da área de drenagem dos municípios em relação a área total de
sua respectiva bacia hidrográfica com captação para abastecimento público de municípios
localizados fora da mesma bacia totalizando a formulação:
IrMAi = ((ADij / ATBj) x CBj)
Sendo assim, a fórmula que define o Índice Relativo aos Mananciais de
Abastecimento entende como ATBj como área de drenagem total da bacia “j” com captação
para abastecimento público de municípios localizados fora da bacia. Enquanto o termo “ADij”
é igual à área de drenagem do município “i” na bacia “j”. Já o “CBj”, representado como cota-
parte da bacia “j” e igual a “1/ nº” de bacias que serão contempladas como cotas iguais aos
municípios abastecidos pelos mesmo mananciais de abastecimento (GOVERNO DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2009).
Seguindo a formulação estabelecida, o índice que se refere ao Tratamento de Esgoto –
IrTE, respeita o seguinte ordenamento:
Onde as variáveis consideradas são o percentual da população urbana atendida pelo
sistema de tratamento de esgoto ponderada pelo nível de tratamento do efluente, assim
detalhado como primário sendo atribuído o peso “1”, já entendido como tratamento
secundário os emissários submarinos e estações de tratamento de rio atingindo o peso “2”, e o
4
1jijji )C (T ITE
39
tratamento terciário alcançando o peso “4”. Desta forma, os termos “Cij” e “Tj” são
responsáveis respectivamente pelo percentual da população urbana do município “i” atendida
pelo nível de tratamento de esgoto “j”e Fator de avaliação do nível de tratamento de esgoto.
No quesito Destinação do Lixo, IrDL, é analisado o local no qual os resíduos sólidos
urbanos (RSU) provenientes de cada município são depositados sendo considerados os
“vazadouros ou lixões” com o peso “0”. Quando o destino for um aterro controlado, havendo
tratamento de percolado, este receberá o peso “2”, porém se neste mesmo aterro controlado
houver captação e queima de gases, o mesmo receberá como peso o fator “3”. Quando o
destino dos RSU forem Aterros Sanitários licenciados, estes iniciarão a contagem com o peso
“6” com adicionando à pontuação mais “2”ao atender cada subitem como geração de energia
com biogás e tratamento de percolado. Além destes critérios multiplicadores deste quesito, os
municípios sede de consórcios para destinação de lixo recebem adicional de 2 a 5 pontos no
IrDL. Ao realizar co-processamento ou incineração em usina de geração de energia o
município receberá pontuação equivalente a “5”, assim como o município em questão ser
signatário de consórcio intermunicipal para gestão de seus resíduos sólidos urbanos, o qual
receberá pontuação adicional igual a “1” conforme legislação atual do ICMS Ecológico do
Estado do Rio de Janeiro (GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2009).
A Coleta Seletiva também participa do ICMS Verde, mas como um fator de
multiplicação do sub-índice IrDL, podendo somar de 1 a 8 pontos, sendo este Fator de
Reciclagem (FR) um indicador relativo dos resíduos domiciliares encaminhados para
reciclagem por meio da coleta seletiva porta a porta. Mas, ao analisarmos mais
detalhadamente, o FR pode ser dimensionado ao verificar o percentual de reciclagem, obtendo
valor de FR igual a “1” se o percentual de reciclagem for igual a 1% e menor que 3%, ou FR
atingindo valor “2” quando a porcentagem de reciclagem foi maior ou igual a 3% e menor que
“5%” Já se o percentual de reciclagem for maior ou igual a 5% e menor que 10%, este obtém
o FR com o valor “3”, enquanto ao ultrapassar o valor de 10% do percentual de reciclagem
este município atingirá o FR igual a “4”.Caso o município exerça a reciclagem por meio de
usinas de triagem e compostagem, os fatores FR=1, FR=2 e FR=3, representarão
respectivamente de 3 a 20% do percentual de reciclagem.
Ainda compondo o Índice Relativo à Destinação de Lixo encontra-se a Coleta
Seletiva, representada como o fator “Dom” que considera como fator de abrangência a Coleta
Seletiva Domiciliar de porta a porta. Onde Dom será igual a “0”, ao atender número menor
que 30% dos domicílios daquele município, ou fator Dom “1” ao atender de 30% até 60% dos
40
domicílios daquela cidade. Cresce para Dom “2” ao atingir abrangência superior a 60%, mas
se limitando a 80% do território local e chegando ao Dom “3” ao ultrapassar os 80% dos
domicílios atendidos pela Coleta Seletiva. Cabe ainda o acréscimo do fator “SOL=1”, caso o
município disponha de Programa de Coleta Seletiva Solidária consolidado e atestado pelo
Instituto Estadual do Ambiente.
O fator de coleta do óleo vegetal também, ou “OV”, é contemplado no IrDL como
multiplicador indicando o percentual total do óleo vegetal comestível que é recolhido e
encaminhado para reciclagem ao invés de ser descartado pelo município. Adotando a
referência de 0,5 L/habitante/mês como média de descarte de óleo vegetal da população, o
OV pode obter valores 0a 3, caso destine respectivamente 1%, 2% ou 3% do óleo vegetal
comestível para reciclagem.
O quesito remediação de vazadouros, IrRV, é representado com pesos de 1 a 3 de
acordo com as atitudes tomadas para minimizar o impacto ambiental gerado, e além de atuar
como estratégia de governo para erradicação dos lixões em todo Estado, objetivo assumido na
Política Nacional de Resíduos Sólidos que inicialmente tinha como meta a extinção dos
vazadouros até o ano de 2014. Desta maneira, municípios que estão tomando medidas
concretas para a completa remediação dos vazadouros recebem peso 1, municípios que não
possuam vazadouros ou todos os vazadouros estejam devidamente remediados recebem peso
2, já os municípios que fizerem captação e queima de gases recebem peso 3.
Os quesitos de maior peso para o IFCA são relacionados às Áreas Protegidas e
baseados no Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Entende-se que ao
proteger, conservar e preservar os remanescentes naturais em Unidades de Conservação estará
garantindo a continuidade dos serviços ambientais ali existentes, como o sequestro de
carbono, provisão de água com as nascentes, rios e mananciais de abastecimento entre outros.
Para atingir este objetivo adota-se no ICMS Verde o IrAP – Índice Relativo à Áreas
Protegidas tendo com as seguintes varáveis:
Parcela da área municipal ocupada pela UC;
Categoria de manejo da UC;
Grau de conservação da UC; e
Grau de implementação.
A categoria de Manejo de cada Unidade de Conservação é avaliada de acordo com sua
categoria e baseada nas categorias presentes no SNUC, a tabela 1 a seguir apresenta os fatores
41
de avaliação respectivos a cada categoria de UC. Cabe ressaltar, que quanto mais restritiva ao
seu uso e ocupação, maior será o fator de avaliação recebido, isso ocorre, pois maior será a
proteção aos serviços ambientais existentes naquela unidade de conservação.
Tabela 1: Categoria de Manejo e Fator de Avaliação
Categoria de Manejo de Unidades de Conservação Fator de Avaliação
Reserva Biológica 5
Estação Ecológica 5
Parque Nacional, Estadual e Municipal 4
Monumento Natural 3
Refúgio de Vida Silvestre 3
Reserva Particular do Patrimônio Natural 3
Área de Proteção Ambiental 2
Área de Relevante Interesse Ecológico 2
Reserva Extrativista 2
Reserva de Fauna 2
Reserva de Desenvolvimento Sustentável 2
Floresta Nacional, Estadual e Municipal 2
Unidade de conservação não prevista na Lei n. 9985/00 criada pelo Estado com base em legislação anterior 1,5
Já o Grau de Conservação (GC) e Grau de Implementação (GI) de cada área protegida
é calculado seguindo os fatores de avaliação presentes nas tabelas 2 e 3. No que se refere ao
Grau de Conservação é um critério técnico que considera o nível de regeneração da unidade
de conservação além da qualidade da cobertura vegetal remanescente. O Grau de
Implementação avalia a gestão da UC através da comprovação da existência dos instrumentos
básicos de gestão como plano de manejo, infra-estruturas de fiscalização e controle e sede.
42
Tabela 2: Grau de Conservação e Fator de Avaliação
Grau de Conservação Fator de avaliação
Devastada/ não existe 0
Mal conservada 1
Parcialmente conservada 2
Conservada 4
Tabela 3: Grau de Implementação e Fator de Avaliação
Grau de Implementação Fator de avaliação
Apenas legalmente constituída 1
Parcialmente implementada 2
Totalmente implementada 4
Esses fatores são importantes para se chegar ao Índice de Área Protegida – IAP, um
sub-índice do IrAP, que utiliza os seguintes termos:
IAPi = somatório (RAAPij)
Sendo:
IAPi = somatório de cada Resultado de Avaliação de Área Protegida “j” (RAAPij) do
município “i”.
RAAPij = (PAPij/AMi) x FI x GC x GI
RAAPij =Resultado da avaliação da área protegida “j” localizada no município “i”.
PAPij =Área,em hectares, da Parcela de Área Protegida “j” localizada no município
“i”.
AMi = Área, em hectares, do município “i”.
Para alcançar o resultado IrAP os quesitos citados são introduzidos na fórmula a
seguir:
IrAP = IAPi /∑ IAPs de todos os municípios
43
Ao analisar as fórmulas percebe-se que as Unidades de Conservação pertencentes aos
municípios são as principais beneficiadas já que o programa do ICMS Ecológico pretende
incentivar a criação de UCs municipais, sobretudo as unidades de proteção integral. Isso
ocorre pelo fato do ICMS Ecológico do Estado do Rio de Janeiro calcular as UCs municipais
tanto no IrAP quanto no IrAPM. Ou seja, como forma de bonificar os municípios que criam e
gerenciam as UCs nos seus territórios, o ICMS Ecológico destacou um percentual de 9% para
ser contabilizado apenas pelas unidades de conservação que tem como responsável pela sua
gestão os próprios municípios, esse percentual é denominado como IrAPM e as UCs presentes
nesse índice também são introduzidas no cálculo do IrAP, deste modo, as unidades de
conservação municipais são contabilizadas duas vezes em dois índices distintos, se tornando
uma vantagem estratégica para a disputa de ICMS Ecológico.
De forma geral o ICMS Ecológico trabalha a proporcionalidade em suas fórmulas de
cálculo, assim todos os itens existentes são relativos às eficiências das medias e políticas
ambientais adotadas dentro do município, comparados aos mesmos critérios de eficiência em
todos os outros municípios do estado, daí o termo índice relativo. Por exemplo, o município
que possuir maior percentual de áreas protegidas por unidades de conservação dentro de seu
território terá maior IAP e equivalente parcela no IrAP. Ou quanto maior o percentual de
população atendida por sistema de tratamento de esgoto do município fará com que este tenha
maior valor no IrTE, índice que se refere ao tratamento de esgoto sanitário.
44
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 O MEIO AMBIENTE NA CIDADE DE NITERÓI
O município sofreu com a urbanização em ritmo acelerado a partir do final da década
de 1980 e com isso vieram os problemas característicos desse tipo de fenômeno, como as
enormes pressões sobre às áreas e vegetação nativas. O processo de urbanização ocorreu
tempos depois de o município perder a condição de capital do Estado. Toda a energia
direcionada em infra-estrutura deu resultado, e em meados da década de 1980, Niterói colhe
os frutos destes investimentos ao obter altos índices de desenvolvimento. Com o agravamento
de questões socioeconômicas na cidade do Rio de janeiro, Niterói foi uma busca natural por
segurança e qualidade de vida (NITERÓI, 2017).
Niterói possui características complexas para um movimento de urbanização tão
brusco, por sua hidrografia complexa, manchas de urbanização de tempos distintos, encostas,
ocupações ilegais, Áreas de Proteção Ambiental espaçadas entre si e abundante vegetação
(NITERÓI, 2015a). Todos esses fatores existindo ao mesmo tempo, somados à necessidade de
um planejamento urbano específico que contemple e também impeça a ocupação
desordenada, e proteja áreas protegidas, fez com que o município solicitasse a Revisão do
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) do Município de Niterói no ano de 2014,
elaborado em três etapas e resultando na elaboração de um Diagnóstico Técnico, Construção
de Cenários e Definição de Princípios e Diretrizes respectivamente.
Localizada na região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, Niterói teve aumento
de sua área urbana chegando ao número de 130% entre 1970 à 2010, atingiu a marca de
crescimento de 6,1% maior na última década se aproximando dos 500 mil habitantes, e
mesmo detendo o maior IDH do Estado e sétimo do país, o município não fica isento dos
problemas causados pela urbanização tal perda de áreas verdes e a consequente ausência
serviços naturais devido à degradação ambiental, e demais problemas urbanos (NITERÓI,
2015a).
Para poder proporcionar e manter o alto padrão de qualidade de vida são necessárias
políticas eficientes de mobilidade e transporte, habitação e regularização fundiária, uso e
ocupação do solo e saneamento ambiental. Porém, tais objetivos só podem ser alcançados
como o total conhecimento do território e participação popular. Foi com esse intuito que a
45
revisão do PDDU foi demandada. Além de abordar critérios socioeconômicos de
desenvolvimento, o plano é direto e especifico nos temas de proteção e recuperação do meio
ambiente como apontado em Niterói (2014), objetivando:
I) Preservação e valorização do patrimônio natural:
• Proteção de áreas ambientalmente frágeis e de interesse paisagístico e ecológico e
estabelecer parâmetros para a criação de sistema de áreas verdes;
• Estabelecimento de regras para a ocupação das áreas de amortecimento junto às áreas
e zonas de preservação ambiental;
•Demarcação das zonas de interesse ambiental com restrição à ocupação humana, tais
como.
II) Infraestrutura verde:
• Conciliação da dinâmica da cidade com a dinâmica da natureza, criando corredores
verdes e promovendo a renaturalização de ecossistemas;
• Rede de espaços verdes com criação e recuperação de praças e parques municipais.
III) Saneamento ambiental:
• Definição de investimentos públicos em políticas de controle ambiental que busquem
resolver problemas gerados na infraestrutura das cidades.
IV) Valorização da paisagem:
• Proteção da paisagem natural e qualificação da paisagem urbana.
O projeto foi elaborado em três fases, Etapa 1: Elaboração do Diagnóstico Técnico,
Etapa 2: Construção de Cenários e Etapa 3: Princípios e Diretrizes. Inicialmente, o estudo foi
direcionado a elaboração de um retrato de maneira mais fiel possível sobre todas as áreas do
município e sua população. O levantamento dos dados contou com a participação popular
através de oficinas e audiências públicas. Num segundo momento, de posse do Diagnóstico
Técnico e após as audiências com a população foram construídos dois cenários, inercial e
desejável. Posteriormente à definição do cenário ideal, foram estabelecidas as diretrizes e
definidos os instrumentos para o novo Plano Diretor.
46
A conservação e proteção do meio ambiente fazem parte da história como parte
constituinte dos mecanismos de formulação e planejamento urbano do município de Niterói.
Tais instrumentos estão presentes no Plano Diretor de 1992 através do uso e ocupação do solo
detalhadas nos Planos Urbanos Regionais (PUR) e restrições impostas pelas UCs presentes no
município, sejam elas de Uso Sustentável ou de Proteção Integral.
Tais relações geraram consequências positivas e negativas com o passar dos anos. A
conservação ambiental possibilitou a manutenção de fragmentos florestais que sofreram com
o avanço do crescimento urbano e pressão dos empreendimentos imobiliários na cidade, que
só pode ser controlada pelos mecanismos de proteção presentes no Plano Diretor e PUR.
Porém, os remanescentes florestais presentes em Niterói tiveram perda de área considerável
nos fragmentos de florestas não enquadrados nas categorias de manejo de unidades de
conservação de proteção integral ou nos mecanismos considerados no plano diretor. Tal qual
ocorreu com os recursos hídricos, onde rios e córregos sofreram com o processo implantação
de infraestrutura urbana e de impermeabilização do solo deixando de existir, ou quando foram
alvo de poluição afetando a capacidade hídrica do município. Principalmente, nas áreas mais
carentes a perda de cobertura vegetal se soma ao uso e ocupação do solo sem controle em
terrenos nas encostas e sem infraestrutura e sistemas de drenagem, o que gera deslizamentos e
movimentos de terra, e veio por marcar uma das maiores tragédias no município (NITERÓI,
2015b).
Os sistemas lagunares também sofreram com a expansão imobiliária e tiveram as áreas
de inundação, bem como a recarga dos sistemas lagunares muito afetadas, agravando os
problemas ambientais nesses ecossistemas e aumentaram as áreas de risco. Por esses motivos,
se fez necessário a inclusão destes temas na revisão do PDDU, além de considerar um
processo de regulação dos mecanismos de proteção ambiental (NITERÓI, 2015b).
O planejamento e gestão urbana do município historicamente consideraram algumas
variáveis principais, são elas o Mosaico de Áreas Protegidas, que engloba todas as unidades
de conservação localizadas em Niterói; A Identificação das Áreas ocupadas e não ocupadas
por infraestrutura e habitação; e Os Corpos Hídricos, nascentes, rios e córregos que estão
localizados em áreas não protegidas pelos fragmentos florestais, como apontou o diagnóstico
técnico contratado pelo município (NITERÓI, 2015a).
Os dados obtidos no Diagnóstico Técnico (NITERÓI, 2015) e Cenários Construídos
(NITERÓI, 2015b) em relação ao município de Niterói serão detalhados a seguir para
posterior comparação com os dados presentes no ICMS Ecológico, e assim chegarmos a uma
47
perspectiva sobre a possibilidade de obtenção de recursos e como os dados levantados pelo
PDDU já estão sendo aproveitados nesse programa.
5.1.1 Unidades de Conservação
Em Niterói, as Unidades de Conservação da Natureza formam um mosaico com
unidades de uso sustentável e de proteção integral, que foram criadas a partir do Plano Diretor
do município. O Código Ambiental Municipal (PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI,
2008) no seu capítulo III determina o zoneamento ambiental do município e estipula os
espaços territoriais especialmente protegidos no capítulo IV. São eles:
I - as áreas de preservação permanente;
II - as áreas de especial interesse ambiental;
III - as áreas de especial interesse paisagístico;
IV - zona de uso especial (unidades de conservação);
V - as áreas de riscos naturais;
VI - as áreas verdes e os parques urbanos;
VII - as praias, as lagoas, os rios, as ilhas, as cachoeiras e os afloramentos rochosos
associados aos recursos hídricos; e
VIII - as áreas de especial interesse pesqueiro.
Como apresentado no estudo (NITERÓI, 2015a), o município possui
aproximadamente 27% do território municipal protegido por unidades de conservação de
proteção integral, Niterói tem 35,8 Km² cobertos por este tipo de UC. Sendo uma delas o
Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET), que se estende até o município de Maricá, e
possui área total de 34,93 km², onde 24,84 km² estão dentro dos limites de Niterói. O PESET
é uma UC estadual e tem o Instituto Estadual do Ambiente como o responsável por sua
gestão. O PESET tem grande importância para conservação ambiental no Estado e no
município, já que teve papel fundamental na proteção dos sistemas lagunar, insular e de áreas
úmidas, assim como dos remanescentes de mata atlântica, restinga da lagoa de Itaipu e
mangues. Estas áreas além de frágeis sofreram com a ocupação irregular tendo sido
necessário sua agregação ao parque para interromper a degradação.
Em 2014 foi criado o Programa Niterói Mais Verde, que instituiu o Parque Natural
Municipal de Niterói - PARNIT, caracterizado como unidade de conservação integral e
enquadrado na categoria Parque Municipal. O Decreto Municipal nº 11.744/2014 definiu que
48
o parque teria na totalidade uma área de 9,4 km2 e seria subdividido em setores, sendo eles o
PARNIT Setor Costeiro Lagunar, PARNIT Setor Guanabara e PARNIT Setor Morro da
Viração.
Outra unidade de proteção integral, porém com administração municipal é a Reserva
Ecológica Darcy Ribeiro, que possui 1,58 km² de área protegida. A UC foi criada antes do
SNUC e assim como prevê o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza,
precisou se enquadrar em uma das tipologias apresentadas pela Lei. Como foram encontradas
dificuldades para a recategorização da Reserva devido as suas características, uma solução foi
a incorporação de suas áreas junto ao PESET, conforme Decreto Estadual nº 43.913 de 29 de
outubro de 2012, tornando-a mais forte do ponto de vista ao combate à ocupação de área de
floresta pelo adensamento urbano.
Como algumas regiões possuem características de ocupação consideradas compatíveis
com áreas que também necessitam de cuidados para evitar perda de florestas e serviços
ambientais ali presentes, o Município optou nesses casos por unidades de conservação de uso
sustentável, permitindo a ocupação com restrições, e assim aliando a forma de uso com as
necessidades de proteção destes ambientes.
Localizadas em áreas com pouca infraestrutura, carente e muito densa, o Decreto
Municipal 11.744/2014 estabeleceu o Sistema Municipal de Unidades de Conservação
(SIMAPA), além de incorporar as Áreas de Preservação Permanente, Áreas de Especial
Interesse Ambiental, Zonas de Restrição a Ocupação e as Zonas de Recuperação Ambiental,
já presentes no Plano Urbanístico da Região Norte, ocupando 5,98 km².
O município também possui algumas Áreas de Proteção Ambiental (APA), são elas a
APA das Lagunas e Florestas, APA do Morro do Morcego, APA do Morro do Gragoatá e
APA da Água Escondida. A tabela 4 indica as UCs de Niterói conforme suas respectivas
categorias de manejo e áreas protegidas.
Tabela 4: Unidades de Conservação de Niterói
Categoria Unidade de ConservaçãoÁrea
(hectar)
Proteção Integral PESET 3.493
Proteção Integral PARNIT 940
Proteção Integral Reserva Eco. Darcy Ribeiro 1.580
Uso Sustentável APA das Lagunas e Florestas 8.687
49
Uso SustentávelAPA do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e os
Fortes Pico e do Rio Branco141
Uso Sustentável APA do Morro do Gragoatá 9,14
Uso Sustentável APA da Água Escondida 53,9
Uso Sustentável SIMAPA 598
Uso Sustentável RESEX Itaipu 3.943
FONTE: (NITERÓI, 2015a)
5.1.2 Qualidade da Água
A condição dos rios e demais corpos hídricos do município de Niterói é bastante
delicada, uma vez que foram identificados, no levantamento demandado pelos estudos de
Revisão do Plano Diretor de 2014, 229 Km de extensão, onde 59% estão presentes em área
urbana. Esta situação implica na degradação ocasionada pela poluição hídrica, verticalização
das margens dos rios e ausência de vegetação ciliar. Tem como consequência a perda de
qualidade de água, mesmo contando com tratamento de água e esgoto para a população.
Niterói possui cerca de 98% de seus domicílios abastecidos com água tratada fornecida pela
Companhia Estadual de Águas e Esgotos – CEDAE atendendo via rede geral (NITERÓI,
2015b).
Seguindo padrões da Diretriz de Controle de Carga Orgânica Biodegradável em
Efluentes Líquidos de Origem Sanitária- DZ-215.R-4, que estabelece critérios para vazão per
capita de água, Niterói possui 1.868 L/s de água tratada distribuída já em 2014, números
superiores à média para a Região Metropolitana 1.401L/s (NITERÓI, 2015b). Ao comparar
com os valores estabelecidos na Diretriz, podemos observar que a demanda de água para
abastecimento da população é menor que o volume disponível para abastecimento.
Porém, o sistema de abastecimento de água instalado na cidade apresenta problemas,
uma vez que foi adotado o sistema de manobra em rede, que por característica realiza a
alternância na distribuição entre os bairros e desta forma causa intermitência no
abastecimento, mesmo recebendo volume de água suficiente para atendimento da população.
Além deste, outro problema em potencial é o sistema de reservatórios de água, isso devido às
demandas heterogêneas das regiões do município (NITERÓI, 2015b).
Segundo cenários apresentados pela revisão do PDDU em Niterói (2015a), a coleta e
tratamento de esgoto sanitário ainda não abrangem 100% da população. Tal deficiência
50
acarreta conseqüências muito graves à saúde pública e ao meio ambiente, além dos elevados
custos decorrentes da deficiência ou falta de sistema de coleta e tratamento de esgoto.
A concessionária responsável pelo sistema de tratamento de esgoto no município de
Niterói (Águas de Niterói) não possui centro de controle de monitoramento das operações e
instalações do sistema. O que se transforma num grande desafio para a gestão, e deste modo
as detecções de vazamentos, rompimentos e obstruções do sistema é realizado diariamente por
equipes de campo, necessitando de melhorias e modernização na infraestrutura e instalações
dos sistemas de coleta e tratamento de esgoto para garantir o a eficiência da rede e do
tratamento em condições plenas (NITERÓI, 2015b).
Outro ponto que necessita atenção são as ocupações irregulares, que muitas vezes
ocasionam lançamento de esgoto in natura em corpos hídricos por não possuírem coleta de
esgoto adequada, e ao permanecerem ignoradas pelo poder público afetarão cada vez mais as
condições ambientais e de saúde.
5.1.3 Resíduos Sólidos
Como em qualquer cidade no Brasil, a gestão dos resíduos sólidos urbanos é de
responsabilidade do poder público e se mostra um desafio enorme com demanda de grandes
esforços, sobretudo com o grau de ocupação urbana como possui Niterói. O município
investiu na captação de resíduos elevando o percentual de domicílios atendidos de 96,90%
(em 2000) para 98,63% (em 2010). Com o objetivo da universalização do atendimento, os
investimentos continuam a ser efetuados (NITERÓI, 2015b).
Em Niterói, a responsabilidade pela limpeza urbana e destinação final dos resíduos
sólidos produzidos foi delegada à Companhia de Limpeza de Niterói (CLIN) empresa de
sociedade mista subordinada à Prefeitura de Niterói, criada em 1989.
Além do atendimento ao total de domicílios, ao falarmos sobre Resíduos Sólidos
Urbanos (RSU) é de suma importância mencionar a quantidade gerada pelo município, bem
como sua destinação final. O levantamento realizado pela CLIN e disponibilizado no
Diagnóstico Técnico solicitado pela revisão do Plano Diretor aponta que em 2012 apenas 39%
dos resíduos gerados foram levados ao aterro sanitário de Itaboraí, fazendo com que a
maioria, ou seja, 61% dos resíduos fossem encaminhados para o lixão do Morro do Céu. Já
em 2013, o percentual de resíduos destinados de maneira correta no CTR Itaboraí subiu para
62,79%. No ano de 2014, além do aterro do Morro do Céu e do CTR Itaboraí, inicia-se a
51
utilização do transbordo CTR Alcântara, que recebeu mais de 50% dos resíduos gerados em
Niterói (2015b).
O início da utilização do Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Alcântara em
Itaboraí fez parte do conjunto de ações que buscam soluções para o grande problema urbano
que é o gerenciamento do RSU. Mas a destinação em aterros sanitários legalizados não pode
ser a única alternativa a ser estudada, a não geração e o reaproveitamento dos resíduos
gerados na cidade fazem parte fundamental para alcançar soluções para os resíduos sólidos,
no que tange o desenvolvimento sustentável, de forma a considerar as dimensões política,
econômica, cultural e social, com controle social.
Desta forma, a reciclagem se apresenta como fator chave na diminuição da quantidade
de resíduos destinados aos aterros sanitários, uma vez que em Niterói apresenta potencial para
reaproveitamento de resíduos sólidos urbanos em torno de 40% do total que é levado aos
aterros (NITERÓI, 2015b). Porém, para atingir tais objetivos são necessários investimentos
em ações e projetos de educação e sensibilização ambiental da população quanto à
responsabilidade sobre a geração de resíduos e seus impactos sobre o meio ambiente.
5.2 A CONTRIBUIÇÃO ECONÔMICA DO ICMS ECOLÓGICO EM NITERÓI
Para mensurar a contribuição econômica do ICMS Ecológico no município de Niterói
foi feita uma busca de dados da arrecadação municipal através da Secretaria Municipal de
Fazenda e Portal da Transparência do município, para então comparar estes dados com os
valores destinados ao município como ICMS Ecológico e assim mensurar sua importância.
5.2.1 O ICMS Ecológico em Niterói
O levantamento realizado para este trabalho constatou que desde o ano de 2009 até o
ano de 2017 foram repassados aos municípios cerca de R$ 1.446.253.738,00 via ICMS
Ecológico. O município de Niterói recebeu aproximadamente R$ 32.044.183,25 deste
montante no mesmo período, como mostra a tabela 1. Cabe ressaltar que a implementação do
programa e dos repasses financeiros ocorreu de forma gradativa com início dos repasses em
2009, quando foi destinado 1% do ICMS para a parcela ambiental, cerca de R$38 milhões. No
ano seguinte o percentual foi elevado para 1,8% atingindo o valor de R$83,6 milhões. Porém
52
sua plenitude se deu em 2011 ao alcançar o máximo previsto de 2,5%, sendo o valor estimado
em R$111,5 milhões, conforme apresenta a tabela 1.
53
Tabela 5: Históricos de Valores Pagos em ICMS Ecológico por Serviço Ambiental
Históricos de Valores Pagos em ICMS Ecológico por Serviço Ambiental
ANO Valor Total IrMA IrTE IrDL IrRV IrAP IrAPM
2009 R$ 37.934.822,00 R$ 3.793.482,20 R$ 7.586.964,40 R$ 7.586.964,40 R$ 1.896.741,10 R$ 13.656.535,92 R$ 3.414.133,98
2010 R$ 83.600.000,00 R$ 8.360.000,00 R$ 16.720.000,00 R$ 16.720.000,00 R$ 4.180.000,00 R$ 30.096.000,00 R$ 7.524.000,00
2011 R$ 111.500.000,00 R$ 11.150.000,00 R$ 22.300.000,00 R$ 22.300.000,00 R$ 5.575.000,00 R$ 40.140.000,00 R$ 10.035.000,00
2012 R$ 172.000.000,00 R$ 17.200.000,00 R$ 34.400.000,00 R$ 34.400.000,00 R$ 8.600.000,00 R$ 61.920.000,00 R$ 15.480.000,00
2013 R$ 177.000.000,00 R$ 17.700.000,00 R$ 35.400.000,00 R$ 35.400.000,00 R$ 8.850.000,00 R$ 63.720.000,00 R$ 15.930.000,00
2014 R$ 195.000.000,00 R$ 19.500.000,00 R$ 39.000.000,00 R$ 39.000.000,00 R$ 9.750.000,00 R$ 70.200.000,00 R$ 17.550.000,00
2015 R$ 222.675.166,00 R$ 22.267.516,60 R$ 44.535.033,20 R$ 44.535.033,20 R$ 11.133.758,30 R$ 80.163.059,76 R$ 20.040.764,94
2016 R$ 226.000.000,00 R$ 22.600.000,00 R$ 45.200.000,00 R$ 45.200.000,00 R$ 11.300.000,00 R$ 81.360.000,00 R$ 20.340.000,00
2017 R$ 220.543.750,00 R$ 22.054.375,00 R$ 44.108.750,00 R$ 44.108.750,00 R$ 11.027.187,50 R$ 79.395.750,00 R$ 19.848.937,50
Total R$1.446.253.738,00 R$ 144.625.373,80 R$ 289.250.747,60 R$ 289.250.747,60 R$ 72.312.686,90 R$ 520.651.345,68 R$ 130.162.836,42
FONTE: SEA, INEA & CEPERJ.
Legenda: IrMA – Índice Relativo de Mananciais de Abastecimento;IrTE- Índice relativo de Tratamento de Esgoto; IrDL- Índice relativo de Destinação de Lixo; IrRV –
Índice Relativo de Remediação de Vazadouros;IrAP – Índice Relativo de Áreas Protegidas; eIrAPM – Índice Relativo de Áreas Protegidas Municipais.
54
O IrMa como é apresentado na Tabela 5, é responsável por 10% do ICMS Ecológico,
e é calculado a partir dos mananciais de abastecimento de água presentes em cada município
mas que abastecem as cidades vizinhas. Já com pesos maiores no repasse deste tributo, o IrTE
e IrDL recebem cada um 20% do total a ser distribuído em ICMS Ecológico. Tal proporção se
deve a grande importância destes quesitos na saúde, uma vez que na ausência ou ineficácia
destes serviços a população local ficaria muito fragilizada. Assim como o IrRV, que prega
pela extinção dos lixões a céu aberto que são responsáveis pela proliferação de inúmeras
doenças.
Na tabela 5, pode-se perceber a porcentagem e distribuição dos recursos do ICMS
Ecológico, e dada esta proporção é possível compreender as estratégias adotadas pelo
programa do ICMS Ecológico, onde prioritariamente são recompensadas as unidades de
conservação pelo fato da restrição de uso e ocupação do solo em preferência ao mantimento
de áreas que garantam a proteção à biodiversidade. Nota-se que os índices relativos às
unidades de conservação foram responsáveis por repasses superiores a R$650 Milhões, neste
valor somados o IrAP e IrAPM.
Do total já distribuído, Niterói possui 2,22% dos repasses oriundos do ICMS
Ecológico, porém as variações nas porcentagens de recebimento e no ranking do ICMS Verde
ocorrem pela disputa entre os municípios, ou seja, anualmente cada município envia os
formulários para comprovação do seu desempenho ambiental e cálculo do Índice Final de
Conservação Ambiental. Dessa forma atingirá a proporção de ICMS Ecológico que receberá
naquele ano fiscal, ou seja, caso outro município atinja maior IFCA este o ultrapassará e terá
acesso a maiores valores de ICMS Verde. Em outras palavras, os esforços devem ser
constantes, pois a estagnação pode representar decréscimo de receita para o município. Tendo
estas variáveis em vista é possível entender as alterações nos percentuais recebidos pelo
município em questão, que obteve seu melhor percentual no primeiro ano fiscal, chegando a
3,57% e consequentes R$1.353.414,00. Porém com o aprimoramento do programa e melhor
entendimento dos quesitos pelos demais municípios do Estado, Niterói teve queda acentuada
nos anos seguintes 2.98%, 2,34% 2,30%, 2,06%, 1,87% e obteve seu pior percentual no ano
de 2015, quando recebeu R$3.974.254,00 referentes ao IFCA equivalente a 1,78. A tabela 6 a
seguir apresenta o histórico e evolução do município de Niterói junto ao ICMS Ecológico.
55
Tabela 6: Histórico de recebimento de ICMS Ecológico pelo município de Niterói
Histórico de recebimento de ICMS Ecológico pelo município de Niterói
ANO Valor TotalValor recebido por
Niterói
Porcentagem cabível ao
município de Niterói
2009 R$ 37.934.822,00 R$ 1.353.414,00 3,57 %
2010 R$ 83.600.000,00 R$ 2.490.645,34 2,98 %
2011 R$ 111.500.000,00 R$ 2.613.968,90 2,34 %
2012 R$ 172.000.000,00 R$ 3.960.607,00 2,30 %
2013 R$ 177.000.000,00 R$ 3.648.959,00 2,06 %
2014 R$ 195.000.000,00 R$ 3.650.181,00 1,87 %
2015 R$ 222.675.166,00 R$ 3.974.254,00 1,78 %
2016 R$ 226.000.000,00 R$ 5.646.398,04 2,50 %
2017 R$ 220.543.750,00 R$ 4.705.755,97 2,13 %
Totais R$ 1.446.253.738,00 R$ 32.044.183,25 2,22 %
FONTE: SEA, INEA & CEPERJ.
Pode-se notar que mesmo com a diminuição do percentual de ICMS Ecológico a
receber os valores aumentaram. Isso se dá devido ao programa ser diretamente ligado ao
ICMS e consequentemente com a arrecadação do Estado do Rio de Janeiro que é afetada
diretamente pela economia, que nestes anos sofreu aquecimento. O que também permite
prever uma possível queda nos valores de ICMS devido à crise econômica na qual o país e,
sobretudo o Estado do Rio de Janeiro atravessam.
Cabe ressaltar que a distribuição deste recurso se dá ao longo do ano e faz parte do
ICMS repassado aos municípios, assim o repasse previsto para o ano de 2017 é uma
estimativa como base nos valores de arrecadação de ICMS informados pela Fundação
CEPERJ e resultados obtidos no programa do ICMS Ecológico.
5.2.2 Impacto na Economia Local
Com a obtenção de dados dos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária –
RREO dos últimos anos disponibilizados pela Secretaria Municipal de Fazenda e Portal da
Transparência do município foi possível traçar um paralelo entre os recursos obtidos através
do ICMS Ecológico e os valores destinados para a Gestão Ambiental do município, para
criação de indicadores como indicam as figuras 1 e 2, além das tabelas 7 e 8.
56
A análise do relatório Resumido da Execução Orçamentária – Balanço Orçamentário
(NITERÓI, 2017) tem a previsão de dotação de R$ 4.008.412,20 em Gestão Ambiental para o
ano de 2017. Tais valores são inferiores à receita gerada pelo ICMS Ecológico para o mesmo
período (R$ 4.705.755,97), dados que indicam a importância da contribuição econômica do
ICMS Ecológico e das unidades de conservação na economia do município. Além disso,
ressalta-se que os recursos financeiros aportados na criação e gestão das UC’s devem ser
vistos como investimentos e não custos, já que a existência dessas áreas levam ao retorno do
investimento ao município via ICMS Ecológico. Situação também relatada por Medeiros &
Young (2011) e Young & Bakker (2015), que ainda indicam benefícios de outros serviços
ambientais gerados pelas UC, como a regulação climática, fornecimento de água, estoque de
carbono, entre outros.
Como apontado, os valores obtidos com o ICMS Ecológico são superiores aos custos e
gastos declarados com a Gestão Ambiental municipal, a figura 1 aponta a dotação
orçamentária para meio ambiente e gestão ambiental nos últimos anos e compara com os
valores de ICMS Ecológico no mesmo período.
Figura 1: Dotação orçamentária x ICMS Ecológico do município de Niterói
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total-R$' 5,000,000.00
R$' 0.00
R$' 5,000,000.00
R$' 10,000,000.00
R$' 15,000,000.00
R$' 20,000,000.00
R$' 25,000,000.00
R$' 30,000,000.00
R$' 35,000,000.00
Preservação e Conservação AmbientalGestão AmbientalICMS Ecológico SaldoFundo Municipal de Conservação AmbientalUm ponto importante ao se analisar os Relatórios Resumidos de Execução
Orçamentária é a descrição dos itens e alocação dos recursos dentro da Gestão Ambiental
57
Municipal. No relatório a grande maioria dos recursos são alocados e posteriormente
executados junto ao item Preservação e Conservação Ambiental quantias proporcionais ao
valor destinado pelo município para a gestão ambiental, ou seja, é possível perceber que o
município entende como a grande importância da gestão ambiental as ações de proteção e
conservação ambiental dos seus remanescentes naturais e áreas protegidas, e neste sentido o
ICMS Ecológico se mostra essencial, já que 45% do valor é destinado para as unidades de
conservação da natureza. Porém não se pode esquecer dos demais itens com importância na
Gestão Ambiental de um município com características de ocupação e desenvolvimento
urbano como Niterói, assim investimentos em gerenciamentos dos resíduos sólidos urbanos e
saneamento ambiental também devem ser considerados.
Ao comparar os valores previstos para dotação orçamentária com as receitas obtidas
com o ICMS Ecológico nota-se que há previsão de que haja saldo positivo na maioria dos
anos, tendo apenas nos anos de 2014 e 2015 uma previsão de gastos maior que o ICMS
Ecológico recolhido. Ou seja, o ICMS Ecológico pode contribuir não apenas com a Gestão
Ambiental, mas também com a sustentabilidade financeira de todo o município, visto que este
saldo pode ser designado à cobertura de outras demandas. Porém, estes apontamentos não
ocorreram de fato. Por mais que houvesse a reserva de tais quantias para uso e investimento
em demandas ambientais, não foram evidenciadas as execuções de valores proporcionais,
como apontam os Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária dos anos citados. A figura
2 indica os valores executados em relação aos tipos de gastos em meio ambiente e os compara
com os valores recebidos em ICMS Ecológico.
58
Figura 2: Execução orçamentária x ICMS Ecológico do município de Niterói
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 TotalR$' 0.00
R$' 5,000,000.00
R$' 10,000,000.00
R$' 15,000,000.00
R$' 20,000,000.00
R$' 25,000,000.00
R$' 30,000,000.00
R$' 35,000,000.00
SaldoGestão AmbientalPreservação e ConservaçãoICMS EcológicoFundo Municipal de Conservação Ambiental
Ao realizar análise sobre a figura 2 fica evidente a falta de comprometimento com a
dotação orçamentária prevista na figura 1, e mesmo com o ICMS Ecológico trazendo receitas
para o município, este não é utilizado de forma direta para suprir as necessidades e carências
ambientais.
Assim é possível observar que o ICMS Ecológico gera recursos muito superiores aos
valores utilizados com meio ambiente pelo município, ou seja, além de manter aportes
constantes para a gestão ambiental o ICMS Ecológico é capaz de aportar recursos financeiros
para o município, e estes valores podem ser ainda maiores se aplicados corretamente a fim de
aumentar o repasse deste tributo. A tabela 5 apresenta de forma detalhada o histórico da
execução orçamentária em demandas ambientais em comparação com os valores gerados pelo
ICMS Ecológico, e através do quadro observa-se que foi gerado um saldo de R$
27.801.169,15 para que o município pudesse utilizar em áreas com carências de recursos.
59
ANO
Fundo
Municipal de
Conservação
Ambiental
Preservação e
Conservação
Ambiental
Controle
Ambiental
Desenvolvimento
Científico
Administração
geral
Recuperação de
áreas degradas
Gestão
Ambiental
Receita ICMS
Ecológico
(Niterói)
Saldo gerado
pelo ICMS
2010 R$ 0,00 R$ 4.159,40 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 4.159,40 R$ 2.490.645,34 R$ 2.486.485,94
2011 R$ 0,00 R$ 163.495,20 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 163.495,20 R$ 2.613.968,90 R$ 2.450.473,70
2012 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 3.960.607,00 R$ 3.960.607,00
2013 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 3.648.959,00 R$ 3.648.959,00
2014 R$ 0,00 R$ 434.064,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 434.064,00 R$ 3.650.181,00 R$ 3.216.117,00
2015 R$ 0,00 R$ 67.078,80 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 67.078,80 R$ 3.974.254,00 R$ 3.907.175,20
2016 R$ 0,00 R$2.191.422,70 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 2.191.422,70 R$ 5.646.398,04 R$ 3.454.975,34
2017 R$ 0,00 R$ 29.380,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 29.380,00 R$ 4.705.755,97 R$ 4.676.375,97
Total R$ 0,00 R$2.889.600,10 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 2.889.600,10 R$30.690.769,25 R$ 27.801.169,15
Tabela 7: Histórico da Execução orçamentária para a Gestão Ambiental ICMS Ecológico recebido pelo município de NiteróiFonte: SEA; INEA; CEPERJ; Secretaria Municipal de Fazenda; Portal da Transparência.
Tabela 8: Histórico de Receitas Municipais e Execução orçamentária para a Gestão Ambiental versus ICMS Ecológico recebido pelo
município de Niterói
60
ANO Receita Investimentos em Gestão Ambiental
Investimento em Gestão
Ambiental / Receitas totais %
Receita gerada via ICMS Ecológico
ICMS Ecológico / Receitas (%)
ICMS Ecologico (IrAP+IrAPM)
ICMS Ecológico
(UC) / Receita (%)
2010 R$ 1.059.679.500,00 R$ 4.159,40 0,000393 R$ 2.490.645,34 0,24 R$ 315.949,00 0,03
2011 R$ 1.282.756.354,90 R$ 163.495,20 0,012746 R$ 2.613.968,90 0,20 R$ 754.075,71 0,06
2012 R$ 1.496.807.320,10 R$ 0,00 0,000000 R$ 3.960.607,00 0,26 R$ 854.502,00 0,06
2013 R$ 1.532.011.906,80 R$ 0,00 0,000000 R$ 3.648.959,00 0,24 R$ 1.286.866,00 0,08
2014 R$ 1.988.942.028,60 R$ 434.064,00 0,021824 R$ 3.650.181,00 0,18 R$ 1.241.553,00 0,06
2015 R$ 2.201.541.194,00 R$ 67.078,80 0,003047 R$ 3.974.254,00 0,18 R$ 1.342.643,00 0,06
2016 R$ 2.416.228.734,80 R$ 2.191.422,70 0,090696 R$ 5.646.398,04 0,23 R$ 2.562.627,00 0,11
2017 R$ 2.403.372.811,00 R$ 29.380,00 0,001222 R$ 4.705.755,97 0,20 R$ 2.729.377,32 0,11
Total R$ 14.381.339.850,20 R$ 2.889.600,10 0,020093 R$ 32.044.183,25 0,22 R$
11.087.593,03 0,08
Fonte: SEA; INEA; CEPERJ; Secretaria Municipal de Fazenda; Portal da Transparência.
61
A Tabela 8 compara as receitas municipais com os investimentos em gestão ambiental
e detalha as porcentagens referentes ao ICMS Ecológico e das unidades de conservação na
composição da receita municipal total no período de 2010 a 2017. Como ressaltado em
Medeiros & Young (2011), O ICMS Ecológico representa importante aspecto na participação
e composição orçamentária municipal, assim como na elaboração de estratégias e de gestão
local. Pode-se observar que o ICMS Ecológico é responsável por 0,22% das receitas de
Niterói e as UCs presentes no território correspondem a 0,08% do total das receitas no mesmo
período, valores que representam respectivamente R$32.044.183,25 e R$ 11.087.593,03.
Outro dado que chama atenção no Tabela 8 são os valores dos investimentos em gestão
ambiental declarados, totalizando apenas R$ 2.889.600,10 de uma receita disponível de R$
14.381.339.850,20, ou seja, 0,020093% do orçamento municipal.
Em contato com a Secretaria Municipal de Fazenda, por meio de correspondência
eletrônica, foram solicitadas informações sobre recursos financeiros destinados e aplicados
pelo FUNDO MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL e da SECRETARIA
MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE, RECURSOS HÍDRICOS E SUSTENTABILIDADE
de forma desagregada, para que assim fosse possível verificar onde os recursos financeiros
são aplicados, como, por exemplo, áreas protegidas, pagamentos de servidores, projetos
ambientais, entre outros, em uma serie histórica das informações no período de 2007 a 2017.
Para que então fossem comparados aos repasses de ICMS Ecológico,
Porém, em resposta ao protocolo de atendimento nº 00000.000171/2017-95, a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade informou que
até a presente data, não foram utilizados recursos aplicados no Fundo Municipal de
Conservação. E que Secretaria encontra-se em fase de planejamento e elaboração de projetos
para utilização dos recursos em conformidade com a legislação vigente que rege o referido
Fundo.
Então, observa-se que a receita obtida através do ICMS Ecológico via unidades de
conservação é consideravelmente maior que o comprometido com a gestão ambiental em
Niterói no período analisado, tendo proporções surpreendentemente maiores que o
comprometido com a Gestão Ambiental Municipal. Desta forma, cabe aos gestores locais
buscar meios para utilizar desta fonte de maneira cada vez mais eficiente, como investimento
em aquisição de tecnologias e equipamentos para fiscalização e controle ambiental,
capacitação de pessoal, por exemplo.
5.3 O POTENCIAL DA CONTRIBUIÇÃO DO ICMS ECOLÓGICO EM NITERÓI
62
5.3.1 O fortalecimento da Gestão Ambiental e o ICMS Ecológico
Como demonstrado, o ICMS Ecológico é responsável pela obtenção de quantias
superiores as destinadas para a gestão ambiental no território do município de Niterói. Deste
modo cabe aos gestores locais garantir a manutenção deste aporte e o aumento dos
investimentos para obtenção de melhorias nos repasses de ICMS, pois este tem potencial para
garantir a sustentabilidade financeira para a gestão do meio ambiente local.
Os Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária analisados (NITERÓI, 2010;
2011; 2012; 2013; 2014; 2015; 2016; 2017) apontam que desde o ano de 2010 o Fundo
Municipal de Conservação Ambiental não teve nenhuma movimentação. Investimentos em
Controle Ambiental, Desenvolvimento Científico, Administração Geral e Recuperação de
áreas degradadas também não foram registradas nos documentos, ou seja, de 2010 a 2017 a
Gestão Ambiental em Niterói significou apenas Preservação e Conservação Ambiental,
movimentando R$2.889.600,10, enquanto o ICMS Ecológico gerou R$ 30.690.769,25 no
mesmo período. Uma quantia próxima de R$ 27.801.169,15 foi negligenciada e se caso
investida corretamente em criação e estruturação das unidades de conservação, treinamento e
capacitação do quadro de funcionários e servidores, dentre outros, acarretaria em retorno
imediato via ICMS Ecológico. Ou seja, o fortalecimento da gestão ambiental no município
está diretamente ligado a melhorias e aumento nos repasses de ICMS Ecológico, desde que os
recursos sejam aplicados de maneira eficaz e transparente.
5.3.2 As Unidades de Conservação e o ICMS Ecológico
Ao analisar os dados obtidos através da Secretaria de Estado do Ambiente, Instituto
Estadual do Ambiente e Fundação CEPERJ, pode-se verificar com ajuda da tabela 9, que as
Unidades de Conservação têm papel fundamental na arrecadação de Niterói, estas receberão
um montante de R$13.735.879,51 até 2017, este valor representará 42,87% do total de ICMS
recebido pelo município. Há ainda outro ponto importante a se ressaltar, apenas no ano fiscal
2015 houve a devida atenção às UC’s municipais, onde passou-se de R$6.011,00 ou 0,16%
em 2014 para R$685.485,00 no ano seguinte, saltando para 17,25% do valor recebido em
ICMS Ecológico pelo município.
63
Tabela 9: Histórico de Contribuição Econômica das UCs Via ICMS Ecológico
Histórico de Contribuição Econômica das UCs Via ICMS Ecológico
ANOValor recebido por
Niterói
Porcentagem de
ICMS Ecológico
recebido pelas UCs
presentes em Niterói
(IrAP)
Valor Recebido em
ICMS Ecológico pelas
UCs presentes em
Niterói (IrAP)
Porcentagem de
ICMS Ecológico
recebido pelas UCs
Municipais
(IrAPM)
Valor Recebido por
Niterói em ICMS
Ecológico referente
ás UCs Municipais
(IrAPM)
Valor total recebido
através de UCs
(IrAP + IrAPM)
2009 R$ 1.353.414,00 23,26 % R$ 314.864,00 0,08 % R$ 1.085,00 R$ 315.949,00
2010 R$ 2.490.645,34 30,20 % R$ 752.278,01 0,07 % R$ 1.797,70 R$ 754.075,71
2011 R$ 2.613.968,90 32,62 % R$ 852.789,00 0,07 % R$ 1.713,00 R$ 854.502,00
2012 R$ 3.960.607,00 32,44 % R$ 1.284.661,00 0,06 % R$ 2.205,00 R$ 1.286.866,00
2013 R$ 3.648.959,00 33,98 % R$ 1.239.768,00 0,05 % R$ 1.785,00 R$ 1.241.553,00
2014 R$ 3.650.181,00 36,62 % R$ 1.336.632,00 0,16 % R$ 6.011,00 R$ 1.342.643,00
2015 R$ 3.974.254,00 47,23 % R$ 1.877.142,00 17,25 % R$ 685.485,00 R$ 2.562.627,00
2016 R$ 5.646.398,04 34,95 % R$ 1.973.501,73 13,39 % R$ 755.875,59 R$ 2.729.377,32
2017 R$ 4.705.755,97 41,30 % R$ 1.943.528,81 14,98 % R$ 704.757,67 R$ 2.648.286,48
Totais R$ 32.044.183,25 36,12 % R$ 11.575.164,55 6,74 % R$ 2.160.714,96 R$ 13.735.879,51
Fonte: SEA; INEA; CEPERJ.
64
Como aponta Governo do Estado do Rio de Janeiro (2009), existem coeficientes de
ponderação referentes às categorias de áreas protegidas. Como as reservas Biológicas e
Estações Ecológicas, unidades de conservação de proteção integral, cujo uso e ocupação do
solo são mais restritivos, assim estas poderão ter peso atribuído maior que áreas protegidas de
uso sustentável.
Estes valores demonstram a importância das Unidades de Conservação na composição
do ICMS Ecológico, sobretudo as UC’s municipais, que além da sua contribuição financeira
representando 9% do total a ser distribuído, possui função ecológica primordial por meio dos
serviços ambientais como o caso do Uso Público, que leva milhares de pessoas ao contato
com a natureza e proporciona melhor qualidade de vida (MEDERIOS & YOUNG, 2011).
Importante também, criar um paralelo entre o Uso Público das UC’s e o ICMS Ecológico por
meio do seu Grau de Implementação (GI), isso devido a quanto maior estruturação da UC,
consequentemente maior será o GI, assim esta UC atrairá maior público para usufruir deste
serviço ambiental, além de proporcionar acréscimo no ICMS Ecológico do município.
Com base nos valores de estimativas de repasse de ICMS disponibilizados pela
Fundação CEPERJ e memoriais de cálculos obtidos junto ao INEA e SEA, foi possível
estimar o cálculo do valor recebido em ICMS Ecológico por Unidade de Conservação no
município de Niterói, podendo ainda realizar projeções de acordo com as possibilidades de
melhoria identificadas e divergências de dados encontrados.
Como se pode observar nas tabelas seguintes (10 a 16), os programas municipais
foram incrementados e melhorados até chegar aos níveis atuais. As tabelas a seguir
apresentam a série histórica de contribuição econômica das UC de Niterói Via ICMS
Ecológico.
65
Tabela 10: Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2011
Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares)
Categoria de manejo da UC FI GC GI R$
Parque Estadual da Serra da Tiririca 6,3764564 1.327,1 Proteção Integral 4 4 4 R$ 851.889,91M N Praia do Sossego 0 0 Proteção Integral 3 2 2 R$ 0,00Parque Municipal da Cidade 0,006729 14,94 Proteção Integral 1,5 2 2 R$ 2.612,09RESEC Darcy Ribeiro 0 0 - 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento NaturalPedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha da Boa Viagem 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha dos Amores 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha dos Cardos 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha do Modesto 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Ref Vida Silvestre Ilha do Pontal 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00APP Morro do Ourives 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro da Viração 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Cavalão e Souza Soares 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morros do Atalaia, Africano e Bumba 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Querosene 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morros do Abílio e Boa Vista 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro da Armação 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro Solar dos Jambeiros 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Caniço 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Arroz 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APA do Morro da Viração 0 0 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 0,00APA do Morro do Morcego 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00APA do Morro do Gragoatá 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00
Total R$ 854.503,00Fonte: SEA; INEA; CEPERJ
Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de
Conservação; GI – Grau de Implementação.
Tabela 11: Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2012
66
Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares)
Categoria de manejo da UC FI GC GI R$
Parque Estadual da Serra da Tiririca 6,3764564 1.327,1 Proteção Integral 4 4 4 R$ 1.283.306,59M N Praia do Sossego 0 0 Proteção Integral 3 2 2 R$ 0,00Parque Municipal da Cidade 0,006729 14,94 Proteção Integral 1,5 2 2 R$ 3.559,41RESEC Darcy Ribeiro 0 0 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natura lPedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha da Boa Viagem 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha dos Amores 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha dos Cardos 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha do Modesto 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Ref V Silvestre Ilha do Pontal 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00APP Morro do Ourives 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro da Viração 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Cavalão e Souza Soares 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morros do Atalaia, Africano e Bumba 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Querosene 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morros do Abílio e Boa Vista 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro da Armação 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro Solar dos Jambeiros 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Caniço 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Arroz 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APA do Morro da Viração 0 0 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 0,00APA do Morro do Morcego 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00APA do Morro do Gragoatá 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00
Total R$ 1.286.866Fonte: SEA; INEA; CEPERJ
Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de
Conservação; GI – Grau de Implementação.
Tabela 12: Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2013
67
Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares)
Categoria de manejo da UC FI GC GI R$
Parque Estadual da Serra da Tiririca 6,3764564 1.327,1 Proteção Integral 4 4 4 R$ 1.238.460,92M N Praia do Sossego 0 0 Proteção Integral 3 2 2 R$ 0,00Parque Municipal da Cidade 0,006729 14,94 Proteção Integral 1,5 2 2 R$ 3.092,08RESEC Darcy Ribeiro 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natura lPedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha da Boa Viagem 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha dos Amores 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha dos Cardos 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00M N Ilha do Modesto 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Ref V Silvestre Ilha do Pontal 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00APP Morro do Ourives 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro da Viração 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Cavalão e Souza Soares 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morros do Atalaia, Africano e Bumba 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Querosene 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morros do Abílio e Boa Vista 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro da Armação 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro Solar dos Jambeiros 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Caniço 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APP Morro do Arroz 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00APA do Morro da Viração 0 0 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 0,00APA do Morro do Morcego 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00APA do Morro do Gragoatá 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00
Total R$ 1.241.533,00Fonte: SEA; INEA; CEPERJ
Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de
Conservação; GI – Grau de Implementação.
Tabela 13: Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2014
Nome de cada PAP RAAP PAP (em Categoria de FI GC GI R$
68
hectares) manejo da UC
Parque Estadual da Serra da Tiririca 6,3764564 1.327,1 Proteção Integral 4 4 4 R$ 1.328.187,59
Monumento Natural Praia do Sossego 0 0 Proteção Integral 3 2 2 R$ 0,00
Parque Municipal Palmir Silva 0 0 Proteção Integral 4 2 4 R$ 0,00
Parque Municipal da Cidade 0,0358918 14,94 Proteção Integral 4 2 4 R$ 12.250,41
RESEC Darcy Ribeiro 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00
Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00
Monumento Natural Pedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00
Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00
Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 0,27 Proteção Integral 3 2 1 R$ 57,69
Monumento Natural Ilha dos Cardos 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00
Monumento Natural Ilha do Modesto 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00
Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 10,05 Proteção Integral 3 2 1 R$ 2.147,32
APP Morro do Ourives 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00
APP Morro do Cavalão e Souza Soares 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00
APP Morros do Atalaia, Africano e Bumba 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00
APP Morro do Querosene 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00
69
APP Morros do Abílio e Boa Vista 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00
APP Morro da Armação 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00
APP Morro Solar dos Jambeiros 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00
APP Morro do Caniço 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00
APA da Água Escondida 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00
APA do Morro da Viração 0 0 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 0,00
APA do Morro do Morcego, da Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes do Pico, e do Rio Branco
0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00
APA do Morro do Gragoatá 0 0 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00
Total R$ 1.342.643,00
Fonte: SEA; INEA; CEPERJ
Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de
Conservação; GI – Grau de Implementação.
70
Tabela 14: Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2015Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de manejo
da UCFI GC GI R$
Parque Estadual da Serra da Tiririca 5,8588108 2.438,73 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.265.064,57RESEX Itaipu 0,0320420 106,7 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.918,68Monumento Natural Praia do Sossego 0,0062612 6,95 Proteção Integral 3 2 2 R$ 2.881,56Parque Municipal Palmir Silva 0,0016876 2,81 Proteção Integral 4 2 1 R$ 2.013,59Parque Municipal da Cidade 0,0358918 14,94 Proteção Integral 4 2 4 R$ 12.134,08RESEC Darcy Ribeiro 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,0015540 3,45 Proteção Integral 3 2 1 R$ 715,21Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 0,27 Proteção Integral 3 2 1 R$ 55,97Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,0003513 0,78 Proteção Integral 3 2 1 R$ 161,70Monumento Natural Ilha do Modesto 0,0017207 3,82 Proteção Integral 3 2 1 R$ 791,91Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 10,05 Proteção Integral 3 2 1 R$ 2.083,43APA da Água Escondida 0,0161741 53,86 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 7.443,69APA do Morro da Viração 0,0708048 117,89 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 32.585,84APA do Morro do Morcego 0,0684924 114,04 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 35.483,22APA do Morro do Gragoatá 0,0027447 9,14 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.263,19APA das Lagunas e Florestas 2,5923003 8.632,36 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.193.030,36
Total R$ 2.562.627,00
Fonte: SEA; INEA; CEPERJ
Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de
Conservação; GI – Grau de Implementação.
71
Tabela 15 – Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2016Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de
manejo da UCFI GC GI R$
Parque Estadual da Serra da Tiririca 5,8588108 2.438,73 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.252.926,98RESEX Itaipu 106,7 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Praia do Sossego 0,0062612 6,95 Proteção Integral 3 2 2 R$ 2.742,19Parque Municipal Palmir Silva 0,0016876 2,81 Proteção Integral 4 2 1 R$ 1.873,82Parque Municipal da Cidade 0,0358918 14,94 Proteção Integral 4 2 4 R$ 11.697,44Parque Municipal de Niterói 0,4746006 790,21 Proteção Integral 4 2 1 R$ 207.856,97RESEC Darcy Ribeiro 0 0 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,0015540 3,45 Proteção Integral 3 2 1 R$ 680,62Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 0,27 Proteção Integral 3 2 1 R$ 53,27Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,0003513 0,78 Proteção Integral 3 2 1 R$ 153,88Monumento Natural Ilha do Modesto 0,0017207 3,82 Proteção Integral 3 2 1 R$ 753,61Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 10,05 Proteção Integral 3 2 1 R$ 1.982,67APA da Água Escondida 0,0161741 53,86 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 7.083,67APA do Morro da Viração 0,0013993 2,33 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 612,88APA do Morro do Morcego 0,0684924 114,04 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 33.631,29APA do Morro do Gragoatá 0,0027447 9,14 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.202,09SIMAPA 0,1616516 538,3 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 70.797,26APA das Lagunas e Florestas 2,5923003 8.632,36 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.135.328,68
Total R$ 2.279.377,32Fonte: SEA; INEA; CEPERJ
Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de
Conservação; GI – Grau de Implementação.
72
Tabela 16 – Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano-fiscal 2017
Nome de cada PAP RAAP Categoria de manejo da UC PAP (em hectares) FI GC GI R$
Parque Estadual da Serra da Tiririca 5,858810811 Proteção Integral 2.438,73 4 4 2 R$ 1.208.531,90RESEX Itaipu 0,032042042 Uso Sustentável 106,7 2 2 1 R$ 6.609,50Monumento Natural Praia do Sossego 0,006261261 Proteção Integral 6,95 3 2 2 R$ 2.541,20Parque Municipal Palmir Silva 0,001687688 Proteção Integral 2,81 4 2 1 R$ 684,97Parque Municipal da Cidade 0,035891892 Proteção Integral 14,94 4 2 4 R$ 14.567,09Parque Municipal de Niterói 0,474600601 Proteção Integral 790,21 4 2 1 R$ 192.621,45RESEC Darcy Ribeiro 0 -- 0 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra do Indio 0 Proteção Integral 0 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 Proteção Integral 0 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,001554054 Proteção Integral 3,45 3 2 1 R$ 630,73Monumento Natural Ilha dos Amores 0,000121622 Proteção Integral 0,27 3 2 1 R$ 49,36Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,000351351 Proteção Integral 0,78 3 2 1 R$ 142,60Monumento Natural Ilha do Modesto 0,001720721 Proteção Integral 3,82 3 2 1 R$ 698,37Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,004527027 Proteção Integral 10,05 3 2 1 R$ 1.837,34APA da Água Escondida 0,016174174 Uso Sustentável 53,86 2 2 1 R$ 6.564,45APA do Morro da Viração 0,001399399 Uso Sustentável 2,33 2 2 2 R$ 567,96APA do Morro do Morcego 0,068492492 Uso Sustentável 114,04 2 2 2 R$ 27.798,37APA do Morro do Gragoatá 0,002744745 Uso Sustentável 9,14 2 2 1 R$ 1.113,98SIMAPA 0,323303303 Uso Sustentável 538,3 2 2 2 R$ 131.215,92APA das Lagunas e Florestas 2,5923003 Uso Sustentável 8.632,36 2 2 1 R$ 1.052.111,29
Total R$ 2.648.286, 00Fonte: SEA; INEA; CEPERJ
Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de
Conservação; GI – Grau de Implementação.
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Até o ano fiscal 2013, apesar de terem sido informadas ao programa diversas unidades
de conservação, foram contabilizadas apenas o Parque Estadual da Serra da Tiririca – PESET
e o Parque Municipal da Cidade, ambas unidades de proteção integral. Isso ocorreu devido a
falta de documentação comprobatória, o que mostra certo despreparo ou desconhecimento
tanto do programa do ICMS Ecológico, quanto do próprio território.
No ano fiscal 2014, foram introduzidas ao cálculo de repasse de ICMS Ecológico o
Monumento Natural Ilha dos Amores e Refúgio da Vida Silvestre Ilha do Pontal, com parcela
de área protegida 0,27 e 10,05 hectares o que originou R$57,69 e R$ 2.147,32 naquele ano
respectivamente.
Já no ano fiscal 2015 foi adicionada uma gama de UC’s ao cálculo, resultado de
investimentos em criação, estruturação e melhoria de gestão das unidades e da gestão
ambiental. Além da inclusão novas unidades de conservação, uma UC muito importante para
o município teve sua ampliação finalizada, que foi o caso do Parque Estadual da Serra da
Tiririca, onde somente essa passou a receber R$ 1.265.064,00 naquele ano. A APA das
Lagunas e Florestas teve papel primordial nesta mudança de patamar. Mesmo sendo uma
unidade de uso sustentável e não tendo os fatores de multiplicação tão elevados, ela possui
área de 8.632,36 hectares e recebeu quantia equivalente a R$ 1.193.034,36. Estas UC’s são as
principais unidades de conservação geradoras de ICMS Ecológico para o município.
Nos anos seguintes as alterações se deram pela variação de ICMS a ser repassado aos
municípios e aos avanços nos quesitos ambientais pelos demais municípios concorrentes, já
que Niterói não apresentou documentação para comprovação de novas unidades de
conservação ou aumento dos fatores de avaliação. Neste sentido é importante frisar que a
estagnação pode representar decréscimo no valor a ser recebido via ICMS Ecológico, uma vez
que todos os demais municípios disputam e implementam melhorias em seus territórios com o
objetivo de reverter tais ações em repasses de ICMS Ecológico. Tendo em vista tamanha
concorrência é de suma importância que os gestores se mantenham buscando alternativas e
oportunidades de melhoria para continuar o crescimento.
5.3.3 Cenários e Oportunidades de Melhoria
O ICMS Ecológico foi elaborado de forma que impossibilite a acomodação dos
gestores, isso porque o programa consiste em estimular políticas públicas voltadas para o
meio ambiente e seus desempenhos são avaliados anualmente, ou seja, caso novas políticas e
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melhorias nos programas existentes não sejam constantemente implantadas o município tem
grandes chances de perder verbas para um município concorrente.
Ao pensar nessas possibilidades foram elaborados cenários distintos como
oportunidades de melhoria. Considerando as variações nos fatores de multiplicação (GI e FI),
foram projetadas alterações através de melhoria de estrutura, contratação de planos de manejo
e recategorização das unidades de conservação para categorias de uso mais restritivas, pois
assim possibilitaria maior impacto sobre as fórmulas de cálculo do ICMS Ecológico e com o
tempo pode resultar na melhoria do Grau de Conservação (GC) da UC. Nota-se que quanto
maior a porcentagem de áreas protegidas no município maior será o valor de ICMS Ecológico
a ser repassado, sobretudo para as unidades de gestão do próprio município, então a criação e
aumento de área das UC’s devem ser estudadas como possibilidades e oportunidades de
melhorias para o futuro.
Além dessas alternativas, ainda foram encontradas algumas inconsistências em relação
às áreas das UC’s de Niterói consideradas pelo ICMS Ecológico. Seguindo as variações de
bases de dados diferentes apresentadas pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a base
de dados do GEOPORTAL (NITERÓI, 2017), foram feitas projeções de cenários alternativos
para as áreas das unidades de conservação do município de Niterói, tendo como parâmetros os
cálculos e estimativas de repasse do ICMS Ecológico para o ano fiscal 2017.
Para analisar estas possibilidades, as informações das áreas das UC’s foram
introduzidas em planilhas digitais disponibilizadas pelos órgãos responsáveis pela operação
do ICMS Ecológico com finalidade de reproduzir estes cenários. As tabelas 17 e 18
apresentam respectivamente como seria o repasse de ICMS Ecológico para o município de
Niterói nos quesitos referentes às Unidades de Conservação com os dados fornecidos pela
Secretaria municipal de Meio Ambiente e GEOPORTAL.
Outra possibilidade para aumento do repasse de ICMS Ecológico através das UCs é
elevar os fatores de multiplicação através de melhorias na estrutura, e recategorização das
unidades de conservação do município para categorias de manejo mais restritivas, como por
exemplo, de proteção integral. Deve-se procurar tais alterações nas UCs com maiores parcelas
de área protegida, como o caso da APA das Lagunas e Florestas, ou até mesmo expandir as
áreas de abrangência das UCs já existentes. As tabelas 19 e 20 apresentaram as variações nos
Fatores de Importância das UCs municipais presentes, pelo fato de que nessas unidades o
município pode gerar influência e demandar tais alterações aos órgãos competentes. A base de
dados selecionada foi a do ICMS Ecológico ano fiscal 2017, para que assim sejam alterados o
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menor número de variáveis e possibilitar uma projeção confiável. Desta maneira foram
alterados os Fatores de Importância (FI) na Tabela 13 e Grau de Implementação (GI), Tabela
14 do PARNIT, APA do Morro do Morcego, SIMPA e APA das Lagunas e Florestas.
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Tabela 17: Projeção de Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano- fiscal 2017 com dados da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente.
Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de Manejo
FI GC GI R$
Parque Estadual da Serra da Tiririca 8,3891891 3.492 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.704.634,39
RESEX Itaipu 1,1840840 3.943 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 240.598,99
Monumento Natural Praia do Sossego 0,0062612 -- Proteção Integral 3 2 2 R$ 0,00
Parque Municipal Palmir Silva 0,0016876 -- Proteção Integral 4 2 1 R$ 0,00
Parque Municipal da Cidade 0,0358918 -- Proteção Integral 4 2 4 R$ 0,00
Parque Municipal de Niterói 0,5501501 916 Proteção Integral 4 2 1 R$ 221.187,48
RESEC Darcy Ribeiro 0,2740991 1.217 -- 1,5 2 1 R$ 110.201,35
Monumento Natural Pedra do Indio 0 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00
Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00
Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,0015540 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00
Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00
Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,0003513 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00
Monumento Natural Ilha do Modesto 0,0017207 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00
Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00
APA da Água Escondida 0,0161861 53,9 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.507,64
APA do Morro da Viração 0,0013993 -- Uso Sustentável 2 2 2 R$ 0,00
APA do Morro do Morcego 0,0846846 141 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 34.047,42
APA do Morro do Gragoatá 0,0027447 9,14 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.103,52
SIMAPA 0,3591591 598 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 144.399,68
APA das Lagunas e Florestas 2,6087087 8.687 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.048.829,48
Total R$3.511.509,95
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Tabela 18: Projeção de Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano- fiscal 2017 com dados do
GEOPORTALNome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de Manejo FI GC GI R$
Parque Estadual da Serra da Tiririca 8,5717717 3.568 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.758.685,51RESEX Itaipu 1,1840840 -- Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Praia do Sossego 0,0062612 -- Proteção Integral 3 2 2 R$ 0,00Parque Municipal Palmir Silva 0,0016876 -- Proteção Integral 4 2 1 R$ 0,00Parque Municipal da Cidade 0,0358918 -- Proteção Integral 4 2 4 R$ 0,00Parque Municipal de Niterói 0,4645345 773,45 Proteção Integral 4 2 1 R$ 190.315,92RESEC Darcy Ribeiro 0,2740991 1217 -- 1,5 2 1 R$ 112.296,11Monumento Natural Pedra do Indio 0 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,0015540 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,0003513 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha do Modesto 0,0017207 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 -- Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00APA da Água Escondida 0,0161741 53,86 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.626,42APA do Morro da Viração 0,0013994 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 0,00APA do Morro do Morcego 0,0833213 138,73 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 34.136,05APA do Morro do Gragoatá 0,0002745 0,91 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 112,49SIMAPA 0,2926306 487,23 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 119.888,33APA das Lagunas e Florestas 2,6087087 -- Uso Sustentável 2 2 1 R$ 0,00
Total R$ 2.222.060,82Fonte: SEA; INEA; CEPERJ.
Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de
Conservação; GI – Grau de Implementação.
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Tabela 19: Projeção de Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano- fiscal 2017 com alteração do Fator de
Avaliação (FI)Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de Manejo FI GC GI R$
Parque Estadual da Serra da Tiririca 5,8588108 2.438,73 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.193.723,53RESEX Itaipu 0,0320420 106,7 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.528,52Monumento Natural Praia do Sossego 0,0062612 6,95 Proteção Integral 3 2 2 R$ 2.488,97Parque Municipal Palmir Silva 0,0016876 2,81 Proteção Integral 4 2 1 R$ 670,89Parque Municipal da Cidade 0,0358918 14,94 Proteção Integral 4 2 4 R$ 14.267,69Parque Municipal de Niterói 0,4746006 790,21 Proteção Integral 4 2 1 R$ 188.662,47RESEC Darcy Ribeiro 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,0015540 3,45 Proteção Integral 3 2 1 R$ 617,77Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 0,27 Proteção Integral 3 2 1 R$ 48,35Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,0003513 0,78 Proteção Integral 3 2 1 R$ 139,67Monumento Natural Ilha do Modesto 0,0017207 3,82 Proteção Integral 3 2 1 R$ 684,02Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 10,05 Proteção Integral 3 2 1 R$ 1.799,58APA da Água Escondida 0,0161741 53,86 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.429,53APA do Morro da Viração 0,0013994 2,33 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 285,13APA do Morro do Morcego 0,1369849 114,04 Proteção Integral 4 2 2 R$ 54.454,05APA do Morro do Gragoatá 0,0027447 9,14 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.091,09SIMAPA 0,6466066 538,3 Proteção Integral 4 2 2 R$ 257.038,02APA das Lagunas e Florestas 5,1846006 8.632,36 Proteção Integral 4 2 1 R$ 2.060.974,13
Total R$ 3.790.174,55Fonte: SEA; INEA; CEPERJ.
Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de
Conservação; GI – Grau de Implementação.
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Tabela 20: Projeção de Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano- fiscal 2017 com alteração do Fator de
Avaliação (GI)
Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de Manejo FI GC GI R$
Parque Estadual da Serra da Tiririca 5,858810811 2438,73 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.173.817,07RESEX Itaipu 0,032042042 106,7 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.419,65Monumento Natural Praia do Sossego 0,006261261 6,95 Proteção Integral 3 2 2 R$ 2.394,17Parque Municipal Palmir Silva 0,001687688 2,81 Proteção Integral 4 2 1 R$ 645,33Parque Municipal da Cidade 0,035891892 14,94 Proteção Integral 4 2 4 R$ 13.724,26Parque Municipal de Niterói 1,898402402 790,21 Proteção Integral 4 2 4 R$ 725.906,64RESEC Darcy Ribeiro 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,001554054 3,45 Proteção Integral 3 2 1 R$ 594,24Monumento Natural Ilha dos Amores 0,000121622 0,27 Proteção Integral 3 2 1 R$ 46,51Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,000351351 0,78 Proteção Integral 3 2 1 R$ 134,35Monumento Natural Ilha do Modesto 0,001720721 3,82 Proteção Integral 3 2 1 R$ 657,97Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,004527027 10,05 Proteção Integral 3 2 1 R$ 1.731,03APA da Água Escondida 0,016174174 53,86 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.184,64APA do Morro da Viração 0,001399399 2,33 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 280,37APA do Morro do Morcego 0,136984985 114,04 Uso Sustentável 2 2 4 R$ 52.380,00APA do Morro do Gragoatá 0,002744745 9,14 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 1.049,53SIMAPA 0,646606607 538,3 Uso Sustentável 2 2 4 R$ 247.247,91APA das Lagunas e Florestas 10,3692012 8632,36 Uso Sustentável 2 2 4 R$ 3.964.950,73
Total R$6.198.419,12Fonte: SEA; INEA; CEPERJ.
Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de
Conservação; GI – Grau de Implementação.
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Tabela 21 – Projeção de Contribuição Econômica das UCs de Niterói Via ICMS Ecológico no ano- fiscal 2017 com alteração dos Fatores
de Avaliação (FI + GI)Nome de cada PAP RAAP PAP (em hectares) Categoria de Manejo FI GC GI R$
Parque Estadual da Serra da Tiririca 5,8588108 2438,73 Proteção Integral 4 4 2 R$ 1.141.686,09RESEX Itaipu 0,0320420 106,7 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 6.243,92Monumento Natural Praia do Sossego 0,0062612 6,95 Proteção Integral 3 2 2 R$ 2.254,08Parque Municipal Palmir Silva 0,0016876 2,81 Proteção Integral 4 2 1 R$ 607,57Parque Municipal da Cidade 0,0358918 14,94 Proteção Integral 4 2 4 R$ 12.921,21Parque Municipal de Niterói 1,8984024 790,21 Proteção Integral 4 2 4 R$ 683.431,61RESEC Darcy Ribeiro 0 0 -- 1,5 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra do Indio 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Pedra de Itapuca 0 0 Proteção Integral 3 2 1 R$ 0,00Monumento Natural Ilha da Boa Viagem 0,0015540 3,45 Proteção Integral 3 2 1 R$ 559,46Monumento Natural Ilha dos Amores 0,0001216 0,27 Proteção Integral 3 2 1 R$ 43,78Monumento Natural Ilha dos Cardos 0,0003513 0,78 Proteção Integral 3 2 1 R$ 126,49Monumento Natural Ilha do Modesto 0,0017207 3,82 Proteção Integral 3 2 1 R$ 619,47Refugio da Vida Silvestre Ilha do Pontal 0,0045270 10,05 Proteção Integral 3 2 1 R$ 1.629,75APA da Água Escondida 0,0161741 53,86 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 5.822,76APA do Morro da Viração 0,0013994 2,33 Uso Sustentável 2 2 2 R$ 272,70APA do Morro do Morcego 0,273969 114,04 Proteção Integral 4 2 4 R$ 98.630,16APA do Morro do Gragoatá 0,0027447 9,14 Uso Sustentável 2 2 1 R$ 988,12SIMAPA 1,2932132 538,3 Proteção Integral 4 2 4 R$ 465.561,35APA das Lagunas e Florestas 20,73840 8632,36 Proteção Integral 4 2 4 R$ 7.465.898,56
Total R$ 9.887.528,17Fonte: SEA; INEA; CEPERJ.
Legenda: RAAP – Resultado de Avaliação de Área Protegida; PAP - Parcela de Área Protegida; UC – Unidade de Conservação; FI – Fator de Importância; GC – Grau de
Conservação; GI – Grau de Implementação.
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Na projeção feita na Tabela 17 foram alteradas as áreas protegidas de algumas UC’s,
acarretando aumento de áreas protegidas na ordem de 6.373,7 hectares, o que alterou o valor
repassado ao município em R$ 883.942,06, totalizando o valor de R$ 3.511.509,95 caso
fossem adotados estes dados de áreas protegidas.
Com os dados das áreas das UC’s obtidos junto ao GEOPORTAL foi construída a
tabela 18, sendo possível observar valores com bastante diferença aos valores alcançados com
os dados oriundos da Secretaria de Meio Ambiente, isso demonstra que tais referências não
estão alinhadas e possuem dados distintos quanto às áreas das unidades de conservação. Esta
projeção simulada poderia ter acarretado na perda de aproximadamente R$ 426.225,66 ou um
total de R$ 2.222.060,82 em ICMS Ecológico oriundos das unidades de conservação para ser
utilizado pelo município.
A Tabela 19 mostra um cenário alternativo em que são alteradas as tipologias das
unidades de conservação APA das Lagunas e Florestas, SIMAPA e APA do Morro do
Morcego alçadas para a categoria Parques Municipais. Esta tipologia foi escolhida, pois além
de ser uma unidade de proteção integral e receber peso “4” nas ponderações para o cálculo de
ICMS Ecológico permite o acesso a população e desenvolve o serviço ambiental de uso
público na UC, fazendo que através da visitação aos parques a população possa proporcionar
maior qualidade de vida. O cenário apresentado nesta tabela demonstra que se feitas as
recategorizações nas UCs selecionadas estas acarretariam acréscimo de R$ 1.141.888,07 e um
total de R$ 3.790.174,55 em ICMS Ecológico no índice abordado.
Porém cabe ao município de Niterói identificar as potencialidades reais para cada UC,
bem como a negociação com a população sobre as ampliações e impactos socioambientais
pertinentes ao processo de recategorização das unidades de conservação.
Com a ajuda da Tabela 20, foi possível projetar quanto seria o retorno do investimento
em estruturação e ferramentas de gestão nas unidades de conservação municipais citadas. Foi
dado o fator de avaliação “4” paras UCs e estas aumentaram de forma brusca o retorno em
ICMS Ecológico que passou a totalizar R$ 6.198.419,12, representando elevação de 234,05%
do repasse para UCs ou acréscimo de R$ 3.550.132,64.
Nesta projeção as unidades de conservação teriam elevação superlativa, onde PARNIT
e APA das Lagunas e Florestas teriam aumento de repasse na ordem de 377,75%.Já a APA do
Morro do Morcego e SIMAPA alcançariam crescimento de 188,75% do valor de repasse de
ICMS Ecológico no quesito Unidades de Conservação.
82
Um último cenário foi apresentado na Tabela 21, onde foram somadas as duas
projeções de alteração dos Fatores de Avaliação, considerando que as UCs selecionadas
inicialmente se tornassem parques municipais e recebendo pontuação máxima quanto seus
respectivos graus de implementação (Tabela 20). Este é um cenário otimista e considera um
alto investimento para retorno ainda maior. Observa-se que houve aumento surpreendente nas
receitas de ICMS Ecológico nesta projeção, alcançando o patamar de R$ 9.887528,17, que
representa 373,36% do que é arrecadado nas condições atuais.
Diante dessas possibilidades os gestores locais e demais envolvidos nas tomadas de
decisão terão subsídios suficientes para negociar e alocar recursos para investir nas unidades
de conservação do município de Niterói, tendo uma projeção real de quanto deverá ser
investido em cada unidade e quando o investimento terá o retornado esperado como ICMS
Ecológico. Ou seja, o ICMS Ecológico é capaz de alavancar bruscamente as receitas
municipais num curto espaço de tempo, sendo necessário apenas o conhecimento técnico e
capacidade de negociação entre os envolvidos, tanto quanto em relação ao programo do ICMS
Ecológico, quanto à singularidade de cada unidade de conservação e do município.
5.3.4 Os Principais Desafios Ambientais
Os principais desafios para melhoria da qualidade ambiental de Niterói estão ligados
diretamente às Áreas Protegidas do município que demandam de maior atenção e
investimento. Para atingir este desempenho, é necessário que se estabeleça objetivos
concretos, como, por exemplo, o aumento do efetivo de reflorestamento e alcançar a
totalidade de UC’s do município dotados de infraestrutura, recursos humanos e mecanismos
de gestão ativos e eficientes. É de suma importância que sejam aumentados e protegidos os
fragmentos florestais e unidades de proteção integral e de uso sustentável, que são vitais no
contexto urbano além da recategorização das unidades de conservação do Sistema Municipal
de Áreas de Proteção Ambiental (Simapa). Bem como fazer com que o município tenha
maior capacidade na gestão e recuperação de áreas degradadas e desmatadas, com foco
principal nas áreas de contorno das UC’s.
Para tal, é necessário que seja definido e implementado um modelo de gestão para as
unidades de conservação de responsabilidade do município, além da elaboração dos Planos de
Manejo destas UC’s. Neste sentido, os investimentos em tecnologia para monitoramento e
estruturação de um sistema de informações ambientais municipal são fundamentais para
alcançar os resultados, assim como implantação e manutenção de programas de educação
83
ambiental como incentivo a população nas práticas de monitoramento e recuperação de áreas
degradadas.
Cabe aos gestores municipais envidar esforços, investimentos e desprender energia
suficiente para que os objetivos sejam alcançados, porém a grande dificuldade está na
obtenção dos recursos suficientes para execução dos projetos.
Uma fonte crucial de recursos para implantação, consolidação, manutenção e melhoria
das unidades de conservação do Estado do Rio de Janeiro é a Câmara de Compensação
Ambiental do Estado do Rio de Janeiro (CCA/RJ), órgão colegiado com função principal
definir a aplicação dos recursos obtidos da compensação ambiental devida por
empreendimentos de significativo impacto ambiental. A CCA foi instituída por meio do artigo
36 da Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei Federal nº 9.985 de
2000). A implantação das câmaras de compensação foi prevista no artigo 32 do Decreto
Federal nº 4.340/02.
No momento da emissão da Licença de Instalação durante o processo de licenciamento
ambiental do empreendimento potencialmente poluidor, é assinado o Termo de Compromisso
de Compensação Ambiental – TCCA, entre o empreendedor, a Secretaria de Estado do
Ambiente e o Instituto Estadual do Ambiente. Neste documento é fixado o valor da
compensação ambiental a ser paga, forma de execução da obrigação e o cronograma de
desembolso, sendo oferecidas pelo Estado do Rio de Janeiro opções ao empreendedor. De
posse dos recursos, a CCA/RJ então decidirá quais projetos serão financiados.
No Estado do Rio de Janeiro, essa metodologia foi instituída pela Deliberação da
Comissão Estadual de Controle Ambiental nº 4.888 em outubro de 2007, após aprovação na
CCA/RJ. Além do impacto ambiental previsto, foi introduzido, para o cálculo do percentual, o
Fator de Vulnerabilidade da Mata Atlântica, que objetiva induzir a recuperação da mata nativa
do Rio de Janeiro. O teto foi estabelecido em 1,1% do valor do empreendimento, não havendo
limite mínimo, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal.
Portanto, contribuindo decisivamente para a preservação da biodiversidade fluminense
e da Mata Atlântica em geral. Podem ser beneficiárias dos recursos da compensação
ambiental estadual unidades de conservação federais, estaduais e municipais, bem como as
Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), embora para estas a lei preveja que
apenas certas ações podem ser assim apoiadas.
Com a intenção de incentivar com que os municípios vinculassem ou ao menos
alocassem parte dos recursos obtidos através do ICMS Ecológico para a Gestão Ambiental em
84
seus territórios, a Secretaria de Estado do Ambiente incorporou o Fundo Municipal de Meio
Ambiente aos critérios de habilitação ao repasse, porém a iniciativa não foi suficiente e o
município de Niterói ainda não fez o devido uso do fundo previsto em 1997 e de fato criado
apenas em 2013.
Segundo levantamento feito através do Portal de Transparência do município, mesmo
recebendo aporte de aproximadamente R$25,1 milhões de 2010 a 2017, apenas R$2.9milhões
ou 11,5% do recurso foi executado em Gestão Ambiental. Este recurso, se utilizado
corretamente, seria de grande ajuda para a Secretaria de Meio Ambiente do município, já que
está com baixos e escassos recursos para a gestão ambiental. Mesmo existindo o planejamento
para execução em projetos como a requalificação da Praia do Sossego, na região Oceânica e
construção de trilha suspensa no acesso à praia, ou instalar uma sede da Guarda Ambiental
Municipal – critério obrigatório para habilitação do município ao repasse de ICMS Verde –
no local, bem como a recuperação de vegetação na área de entorno, porém nenhum dos
projetos foi executado. Ainda existe a intenção de alocar estes recursos para a manutenção dos
equipamentos ambientais e gestão das unidades de conservação do município como o
PARNIT, porém isso não ocorreu até o momento.
O Código Ambiental de Niterói (PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI, 2008)
afirma que o Fundo Municipal de Conservação Ambiental (FMCA) está subordinado à
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e seus gastos devem ser administrados pelo
Secretário Municipal de Meio Ambiente em conjunto com coordenadores e sob a fiscalização
do Conselho Municipal do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Porém, os recursos são
destinados para o Tesouro municipal, onde ocorre sua operacionalização, o que acaba por
dificultar a rastreabilidade e transparência dos gastos com o fundo.
Para que os investimentos ocorram de maneira concreta e não dependente de outras
áreas, o fundo deve ser utilizado diretamente e com recursos próprios possibilitando maior
efetividade no que tange os interesses do município quanto à gestão ambiental.
O fundo em sua criação já tinha a previsão de independência e obtenção de recursos
próprios, de acordo com o Código Ambiental, as multas e taxas da Secretaria de Meio
Ambiente devem compor o FMCA, bem como os recursos advindos do ICMS Ecológico,
além das receitas obtidas pelas concessões de serviços de telecomunicações, arrecadadas por
meio de compensação pelas instalações de antenas no Morro da Viração, porém, tais recursos
não são depositados como necessário. Deste modo, além da obtenção de novos recursos e
receitas, é preciso cobrar transparência e responsabilidade com os meios já existentes.
85
6 CONCLUSÃO
Até o fim do ano de 2017 terão sido distribuídos R$ 1.446.253.738,00 via ICMS
Ecológico no Estado do Rio de Janeiro, tendo Niterói recebido R$ 32.044.183,25 deste
montante, sendo as Unidades de Conservação existentes no território municipal responsáveis
por R$ 13.735.879,51 do total repassado ao município, valores que atingem a marca de
42,87% da receita municipal de ICMS Ecológico.
Os benefícios gerados pelas UCs para a sociedade, via ICMS Ecológico, são
superiores ao aumento da receita municipal, pois com a arrecadação adicional são resultados
benefícios indiretos com a possibilidade de investimentos públicos suplementares em serviços
com déficit de investimento, como em educação, saúde e gestão ambiental.
Diante o exposto fica evidente que o ICMS Ecológico é uma das ferramentas mais
importantes disponíveis para que os municípios do Estado do Rio de Janeiro promovam
melhoria na qualidade ambiental e possibilitem com que a população desfrute dos serviços
ambientais protegidos pelo programa, sobretudo os serviços protegidos pelas unidades de
conservação. Porém compreender o funcionamento desta ferramenta é peça chave para o
sucesso nas iniciativas ambientais implementadas, e para tal, se faz necessário o treinamento e
capacitação constante do quadro de colaboradores. Com um corpo técnico capacitado,
qualificado e conhecedor das ferramentas disponíveis, a gestão ambiental será facilitada e
ocorrerá de forma mais eficiente.
Neste sentido as Unidades de Conservação são um ponto crucial na elaboração das
estratégias a serem adotadas. A identificação de oportunidades de melhoria de estrutura e
possibilidades de criação de novas unidades devem ser consideradas nas tomadas de decisão,
uma vez que terão retorno a curto prazo, e os investimentos necessários podem ser custeados
pelo próprio ICMS Ecológico ou até mesmo pela Câmara de Compensação Ambiental do
Estados do Rio de Janeiro, desonerando e aliviando a pressão sobre os cofres municipais.
Com desafios constantes e recursos escassos, uma ferramenta estratégica como o
ICMS Ecológico deve ser entendida como fonte primordial para a Gestão e melhoria da
Qualidade Ambiental no município de Niterói, uma vez que o volume e constância nos
repasses tributários ao município darão maior tranquilidade para que os gestores possam de
fato promover as políticas públicas necessárias para a proteção do meio ambiente.
86
Com uma receita que pode trazer segurança ao trabalho e dinamizar processos e
projetos ambientais é imprescindível que os repasses de ICMS Ecológico sejam destinados
para o Fundo Municipal de Conservação e este tenha o controle e transparência adequados
para a fiel destinação e execução dos recursos disponíveis pela Secretaria Municipal de Meio
Ambiente. Agora resta o compromisso dos governantes para com a sociedade, e que estes
tenham a vontade política necessária para utilizar os recursos que estão de fato disponíveis e
ao seu alcance. Enquanto a população assim como o direito de desfrutar do ambiente
equilibrado e com qualidade de vida, tem também o dever de cobrar que isso seja feito de
maneira correta, justa e eficaz.
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