curso de saude financeira

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Primeira Igreja Batista do Recreio dos Bandeirantes www.igrejadorecreio.org.br SAÚDE FINANCEIRA Construindo a inteligência sobre o dinheiro APRESENTAÇÃO “No princípio criou Deus os céus e a terra.” Gênesis 1:1; ...e o homem criou o mercado, o comércio, o consumo, o dinheiro. O planejamento financeiro hoje é um desafio crescente para as famílias. À medida que a longevidade aumenta, graças aos avanços da medicina, as pessoas buscam conselhos e informações no intuito de prever necessidades futuras e enfrentar os momentos em que viverão com menores fontes de rendas. Entretanto, o melhor plano financeiro pode fracassar por falta de sabedoria que encontramos na Bíblia. Uma coisa é clara: não podemos nos dar ao luxo de ignorar a realidade da importância do dinheiro, presente em todas as áreas da vida. A paixão por ele é a causa de boa parte dos crimes na sociedade. Sua ausência causa grande parte dos pesadelos da sociedade. Alguns o vêem como a raiz dos males, enquanto outros acreditam que seja fonte de grande bem. Querido(a) irmão(ã), este material foi preparado com o objetivo de compartilhar, com base na Bíblia, princípios de gestão que nos ajudarão a melhor cuidar das nossas finanças pessoais. Ele consiste em entender as orientações de Deus para as questões financeiras da vida de forma a ajudá-lo a alcançar a boa saúde financeira. Não se iludam, problemas com a administração do dinheiro são também vividos por outras pessoas. Todos nós enfrentamos muitas lutas nessa área, e o diabo tem armado ciladas usando as questões financeiras para provocar estresse, brigas, desavenças nas famílias e, assim, destruir lares; tudo isso a partir da forma como lidamos com o dinheiro. Desentendimentos sobre ele são a principal causa da desintegração matrimonial. Sem uma compreensão exata dos valores cristãos sobre o dinheiro, da vontade de Deus e os desejos do nosso coração, todos os esforços para assegurar um futuro tranqüilo, no final, vão sucumbir. Talvez precisemos de outras fontes de planejamento financeiro para ajudar-nos a evitar colapsos com as dívidas, impostos e benefícios de aposentadoria, mas nunca encontraremos alguém com mais sabedoria e preocupação pelo nosso bem-estar do que Jesus. Neste, você pode confiar. “E lembrem-se disso: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos.” Mateus 28:20b NTLH Meu desejo é que este estudo venha ajudá-lo(a) nesta época de tanta incerteza financeira e aprofunde seu entendimento sobre o propósito de Deus para a sua vida, inclusive na área de finanças pessoais. Aproveite e bom estudo para você. Prof. Joel Marcos Leandro ESCOLA BÍBLICA CURSO: Saúde Financeira pág 1/65

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SAÚDE FINANCEIRA

Construindo a inteligência sobre o dinheiro

APRESENTAÇÃO

“No princípio criou Deus os céus e a terra.” Gênesis 1:1; ...e o homem criou o mercado, o comércio, o

consumo, o dinheiro.

O planejamento financeiro hoje é um desafio crescente para as famílias. À medida que a

longevidade aumenta, graças aos avanços da medicina, as pessoas buscam conselhos e informações no

intuito de prever necessidades futuras e enfrentar os momentos em que viverão com menores fontes de

rendas. Entretanto, o melhor plano financeiro pode fracassar por falta de sabedoria que encontramos na

Bíblia.

Uma coisa é clara: não podemos nos dar ao luxo de ignorar a realidade da importância do dinheiro,

presente em todas as áreas da vida. A paixão por ele é a causa de boa parte dos crimes na sociedade. Sua

ausência causa grande parte dos pesadelos da sociedade. Alguns o vêem como a raiz dos males, enquanto

outros acreditam que seja fonte de grande bem.

Querido(a) irmão(ã), este material foi preparado com o objetivo de compartilhar, com base na Bíblia,

princípios de gestão que nos ajudarão a melhor cuidar das nossas finanças pessoais. Ele consiste em

entender as orientações de Deus para as questões financeiras da vida de forma a ajudá-lo a alcançar a boa

saúde financeira.

Não se iludam, problemas com a administração do dinheiro são também vividos por outras pessoas.

Todos nós enfrentamos muitas lutas nessa área, e o diabo tem armado ciladas usando as questões

financeiras para provocar estresse, brigas, desavenças nas famílias e, assim, destruir lares; tudo isso a

partir da forma como lidamos com o dinheiro. Desentendimentos sobre ele são a principal causa da

desintegração matrimonial.

Sem uma compreensão exata dos valores cristãos sobre o dinheiro, da vontade de Deus e os

desejos do nosso coração, todos os esforços para assegurar um futuro tranqüilo, no final, vão sucumbir.

Talvez precisemos de outras fontes de planejamento financeiro para ajudar-nos a evitar colapsos

com as dívidas, impostos e benefícios de aposentadoria, mas nunca encontraremos alguém com mais

sabedoria e preocupação pelo nosso bem-estar do que Jesus. Neste, você pode confiar. “E lembrem-se

disso: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos.” Mateus 28:20b NTLH

Meu desejo é que este estudo venha ajudá-lo(a) nesta época de tanta incerteza financeira e

aprofunde seu entendimento sobre o propósito de Deus para a sua vida, inclusive na área de finanças

pessoais. Aproveite e bom estudo para você.

Prof. Joel Marcos Leandro

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO – Uma Visão Global do Mundo Contemporâneo e as Carências Humanas

2. APLICAÇÃO DA INTELIGÊNCIA NO TRATO COM O DINHEIRO.

3. QUAL O MELHOR MANUAL DE FINANÇAS COMPORTAMENTAIS?

4. A QUESTÃO DO LUCRO E A BÍBLIA.

5. LIÇÕES DA VIDA DE JOSÉ.

6. O JUDEU E O CRISTÃO PERANTE O DINHEIRO.

7. O SER VAZIO E O NADA LEVAM AO TER, AO POSSUIR, AO CONSUMO DESENFREADO, A

GANÂNCIA E A SOLIDÃO.

8. PRECISAMOS ENTEDNER QUE AVIDA É COMO UMA CONTA CORRENTE, COM CRÉDITO E

DÉBITOS.

9. O JOVEM E O DINHEIRO. COMO POSSO CONTROLAR MEUS GASTOS?

10. PLANEJAMENTO FINANCEIRO.

11. PERGUNTAS QUE VOCÊ PRECISA RESPONDER.

12. A CONSCIENTIZAÇÃO.

13. CONTROLANDO OS GASTOS – Conselhos Práticos

14. CUIDANDO DA SUA SAÚDE FINANCEIRA

15. COMO ALCANÇAR LIBERDADE FINANCEIRA?

16. LIBERDADE FINANCEIRA – Fazendo sábias escolhas.

17. OS SETE PRINCÍPIOS DA LIBERDADE FINANCEIRA.

18. APRENDENDO A GERENCIAR RISCO

19. DÍZIMO: A MELHOR APLICAÇÃO.

20. CONCLUSÃO.

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1. INTRODUÇÃO

UMA VISÃO GLOBAL DO MUNDO CONTEMPORÂNEO E AS CARÊNCIAS HUMANAS

“Refletir é desarrumar os pensamentos.” Jean Rostand (1894-1977) biólogo francês

“No princípio criou Deus os céus e a terra... e o homem, à sua imagem e semelhança”, diz a Bíblia no livro

de Gênesis, capítulos 1 e 2. Todavia, não demorou muito para que este lhe retribuísse a gentileza, e logo

adequou Deus aos seus próprios desejos e expectativas. Depois apareceu o dinheiro, o consumo, o

capitalismo, enfim, o chamado neoliberalismo. E ninguém nunca mais conseguiu viver feliz para sempre.

No livro “O dinheiro e a natureza humana”, o economista Ednaldo Michellon descreve que estamos vivendo

a era do “moneycentrismo”. Michellon defende a idéia de que o mundo vive sob um regime em que o

dinheiro ocupa o centro de todas as decisões e se tornou a medida de todas as coisas. Não mais o homem

(antropocentrismo), como foi depois da revolução francesa e do movimento iluminista. Não mais Deus

(teocentrismo), como era antes disso.

A imprevisibilidade da natureza humana e a sua inclinação inata à cobiça adubaram um terreno já propício

para que germinasse este fruto. Enfim, o ser humano, antes no controle de sua condição social, acabou

subjugado por sua própria invenção – o dinheiro.

“O homem não está mais com Deus, como estava no teocentrismo. E o sonho de todos os ateus, cientistas

e agnósticos, de que o homem seria a medida de todas as coisas, não mais se verifica, porque hoje a

medida de todas as coisas é o dinheiro”, disse Michellon.

Jesus Cristo nos ensina, num dos textos mais lindos do Novo Testamento, o sermão do monte, registrado

em Mateus 6: 19 a 21, o seguinte: “Não acumuleis para vós tesouros sobre a terra, onde a traça e a

ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde traça

nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam, porque onde está teu tesouro, aí estará

também teu coração”.

Jesus não está fazendo apologia à pobreza nem o conformismo com o que temos, mas alertando para algo

muito comum nos nossos dias: a ganância, o egoísmo, o ter acima do ser, a valorização exacerbada do

dinheiro, colocando-o acima de todas as coisas, o que tem levado esta sociedade ao desalento de uma vida

triste, vazia, solitária e sem paz, atributos que o dinheiro não compra. A paz verdadeira esta em Cristo

Jesus. “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso

coração nem se atemorize”. João 14:27. Está atitude requer confiança, requer colocar Deus em primeiros

ligar na sua vida, à frente, inclusive, do dinheiro e das riquezas. É como Davi relata no Salmo 37: 6 e 7a:

“Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará. Descansa no Senhor e espera Nele”.

Michellon vai além e faz um alerta afirmando que a força do dinheiro é tamanha na sociedade pós-moderna

que consegue subverter até mesmo aquilo que deveria funcionar como resistência a essa influencia: a

religião, ou mais especificamente, o cristianismo. A adoção de uma atitude mercadológica por parte de

algumas igrejas evangélicas neopetencostais minou o poder da mensagem cristã como instrumento de

transformação da sociedade e acabou por enfraquecê-la. Eis que surge a chamada teologia da

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prosperidade, representado por grupos denominados neopetencostais, na pessoa de alguns líderes

religiosos que criam novas seitas, que pregam a reinclusão das pessoas no mercado de consumo. Elas

pregam a seguinte mensagem: se você entrar para a nossa religião e cumpri a nossa doutrina, vai poder

comprar carro do ano, comprar casa na praia, não vai morar mais de aluguel, não ficará mais endividado e

seus negócios vão prosperar.

Ao invés do confronto com o mercado, fazendo prevalecer a regra do amor, da comunhão, da dependência

de Deus, usa-se a religião para incluir no mercado de consumo. É uma lógica do mercado e não uma lógica

Cristã, como orienta a Bíblia em 1ª João 2:15 a 17: “Não ameis o mundo nem as coisas que no mundo há.

Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a concupiscência da

carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o

mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece para

sempre”.

Desapontados com igrejas que prometem bênçãos divinas em troca de ofertas e não as entregam, pois esta

não é a verdadeira mensagem do evangelho de Cristo, os fiéis acabam num segundo estado, bem pior do

que o primeiro.

O Apóstolo Paulo exorta sobre o perigo do amor ao dinheiro em 1ª Timóteo 6:9 e 10: “Ora, os que querem

ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais

afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e alguns,

nesta cobiça, se desviaram da fé e a si mesmo se atormentaram com muitas dores”.

A maioria dos economistas considera o dinheiro um elemento “neutro”. Todavia o grau de sujeição do

homem contemporâneo a essa mercadoria chamada dinheiro, que em nosso país custa caro, é tamanha

que deixa de ser neutro. Assume, sim, uma característica abstrata de tal forma poderosa a ponto de exaltar

todo aquele que o possui e, ao mesmo tempo, exclui o que dele carece. Você passa a ser considerado pelo

que tem e não pelo que é.

O “moneycentrismo” – termo que Michellon criou para associar a raiz vocabular do fenômeno à sua

abrangência internacional – ganha espaço amplificado a partir da queda do muro de Berlim, representação

da derrocada das utopias socialistas e da supremacia do capitalismo e do neoliberalismo como maestros

globais.

O capitalismo é o solo fértil onde germina bem “a banda podre da natureza humana”, diz o economista. “A

cobiça é inerente à natureza humana e a somatória de cobiças individuais resultou no capitalismo. O

capitalismo acabou fazendo com que a cobiça seja uma qualidade e não um pecado”.

A globalização reforça este estado de coisas. A multiplicação do “dinheiro virtual” por meio dos modernos

instrumentos de comércio e dos mercados financeiros “potencializa sua magia”, afirma Michellon. Ele

observa que o dinheiro, em sua forma material – papel moeda, corresponde a apenas 8% de todos os

dólares do mundo. O restante é composto meramente de números em um livro-razão ou minúsculos

componentes eletrônicos em um chip de computador. “Por isso a autonomização do capital, como valor que

se valoriza, parece estar chegando aos extremos com a globalização financeira ora em curso, desvirtuando

a capacidade racional dos homens”.

Michellon, cristão evangélico, convertido aos 18 anos, propõe uma nova maneira de lidar com o dinheiro,

para que se alcance o que ele chama de democracia solidária. Para isso, seria necessária uma segunda

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Reforma Protestante, um novo Lutero. Voltar aos ideais e a forma singela e altruísta da Igreja Cristã

Primitiva. “A economista Rosa Luxemburgo chamava isso de socialismo primitivo”, afirma Michellon. “É uma

sociedade em que o ser é mais importante que o ter, o caráter é mais importante que o carisma e os

relacionamentos mais importantes que a ética do desempenho”.

No Novo testamento, no livro de Atos, os primeiros convertidos ao cristianismo viviam uma vida “comum”,

ou seja, em comunidade, e quem tinha demais vendia seus excedentes para ajudar os que tinham de

menos – Atos 2: 42 a 47.

Percebemos que o ser humano hoje está em pleno processo de busca pelo chamado “reencantamento do

mundo”. Max Weber, sociólogo alemão, 1893, disse que no processo de modernidade por que passa a

sociedade há um desencantamento do mundo. O mundo místico se extingue e volta totalmente à ciência.

Hoje as pessoas estão buscando o reencantamento, estão voltando à religião, ao misticismo oriental, a

espiritualidade. Você vê o sucesso de livros como, por exemplo: “O Monge e o Executivo”, de James C.

Hunther. As pessoas estão desejosas de algo que fuja um pouco do racional. Entretanto, ao se depararem,

dentro das igrejas, com uma filosofia consumista e materialista, o resultado pode ser a desilusão.

Percepção da dura realidade do mundo hoje O Instituto Mundial de Pesquisa sobre a Economia do Desenvolvimento, entidade ligada à ONU, revelou em

dezembro de 2006 que mais da metade da riqueza mundial está na mão de apenas 2% da população.

O mesmo estudo informa que 50% dos mais pobres têm apenas 1% de tudo o que é produzido e consumido

no mundo. O diretor do Instituto, Anthony Shorrocks, deu um exemplo para mostrar o tamanho da

desigualdade entre pobres e ricos: se a população global fosse reduzida a dez pessoas, uma ficaria com 99

dólares e as noves com 1 dólar restante, e comentou: “Os super-ricos estão ainda mais grotescamente ricos

do que há 50 anos”.

A pesquisa da ONU revela que a riqueza está fortemente concentrada na América do Norte, na Europa e

nos países de alta renda na Ásia e no Pacífico. Os moradores desses países detêm juntos quase 90% da

riqueza do planeta.

Como se vê, sobram apenas 10% para o resto do mundo, inclusive dois continentes inteiros, a África e

América do Sul. Os dados são do ano 2000 e demonstram que a progressão da riqueza e da pobreza é

quase geométrica. A previsão é de que em 2010 as riquezas mundiais deverão ficar na posse de apenas

1% da população.

Nesse instante lembro-me de um pensamento clássico de Dostoievsky (1876), a respeito dos males de se

deixar seduzir pelo dinheiro:

“Por toda parte parece estar se espalhando algum tipo de droga, um comichão para a devassidão. As

pessoas tornaram-se sujeitas a uma distorção de idéias sem precedentes, uma idolatria em massa do

materialismo. Por materialismo, neste caso, refiro-me à idolatria ao dinheiro pelas pessoas, a adoração ao

poder inerente a um saco de ouro. Subitamente parece ter ocorrido às pessoas a noção de que tal saco

contém todo o poder, e tudo o que lhes foi dito e ensinado até o presente por seus pais é bobagem... Repito

: alguma coisa saturada de materialismo e ceticismo está se espalhando pelo ar, um adoração do ganho

fortuito, do desfrute sem trabalho. Toda a fraude, toda vilania é percebida a sangue frio; as pessoas são

assassinadas por um único rublo dos seus bolsos”.

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Para nos tornarmos mais feliz, faz-se necessário respirar plenamente, no sentido das trocas internas e do

meio ambiente, cultivar atitudes interiores de integridade moral e compaixão com os semelhantes e

desenvolver a prática da solidariedade. Prosperar sim, mas com equilíbrio e inteligência.

Essas relações de troca, propiciada pelo uso do dinheiro, passam pela educação financeira, tendo as

necessidades básicas resolvidas e se questionando com relação ao nível socioeconômico desejado, para

não ser capturado pelo sistema de comunicação de massa – que valoriza a consumo desenfreado e o ter

em detrimento ao ser, que desviam nossa atenção e energia dos valores que realmente importa na vida:

paz, alegria, harmonia em família e amor ao próximo, valores cloroformizados, esquecidos no fundo da

nossa mente. Nossos sonhos e realizações são construídos com base nestes princípios, acrescido de

disciplina e muito trabalho. Veja bem: Muito trabalho, pois “a vida é dura para quem é mole” – li esta frase

na estrada, escrita num pára-choque de caminhão, mas que é um verdadeiro axioma. Ou você acha que

ficando parado só esperando vai conseguir mudar a sua vida. Perceba que na nossa vida, “nada muda, se

nada muda...”

Recordo-me de um texto que li alguns anos atrás do publicitário Nizan Guanaes, escrito para uma turma de

formandos universitários, quando foi convidado para ser Paraninfo:

“Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, sou tentado a

acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar

conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos.

Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo coração. Persiga fazer o

melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro

não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a

Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos

pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são

incapazes de sonhar. Tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma.

A propósito disso, lembro-me uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira

americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles

leprosos, disse: "Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo." E ela responde: "Eu também não,

meu filho". Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas

que pensar em realizar algo tem trazido mais fortuna do que só pensar em fortuna.

Meu segundo conselho: pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor

maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre

de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos, e

uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega viver como homens. Roubam, mas vivem uma

vida digna de Odorico Paraguassu.

Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito.

É exatamente isso que está escrito na Carta à Igreja de Laudicéia, no livro de Apocalipse. É preferível o erro

à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio. Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza,

a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com

seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária

oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo

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homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que a vida é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi

criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, caminhar sempre, com um saco

de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.

Não use Rider; não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do

mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse!, eu sabia! Toda família

tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio

muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa. Chega dos poetas não

publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta à noite, todo

sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam, porque não sabem ansiar, não

sabem perder a pose, não sabem recomeçar, porque não sabem trabalhar. Eu digo: trabalhem, trabalhem,

trabalhem. Das 8 às 22h e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é a

morada do demônio, e constrói prodígios.

O Brasil, este país maravilhoso, mas cheio de malandros e espertos, que gostam de levar vantagem em

tudo, tem muito que aprender com aqueles "trouxas" dos japoneses. Porque aqueles "trouxas" japoneses

que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior potência econômica do planeta.

Enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho, ainda dependente de

recursos de terceiros (FMI, BIRD, Banco Mundial) para se desenvolver.

Trabalhe bastante! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque vai trabalhar

enquanto eles veraneiam. Porque vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior,

conversar as mesmas conversas. Todavia, o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto

do seu esforço, pois o trabalho ampliará os seus conhecimentos e lhe levará a descobrir pessoas e mundos

que os acomodados jamais conhecerão. A Isso, chama-se Sucesso! Boa Sorte!”

2. APLICAÇAO DA INTELIGÊNCIA NO TRATO COM O DINHEIRO

“Nada suscitou nos homens tantas ignomínias como o dinheiro. É capaz de arruinar cidades, de expulsar os

homens de seus lares; seduz e deturpa o espírito nobre dos justos, levando-o a ações abomináveis. Ensina

ao mortal o caminho da astúcia e da perfídia, e o induz a realizar obras amaldiçoadas pelos deuses”.

Sófocles, séc.V a.C.

Com o conhecimento que adquiri sobre finanças comportamentais aprendi que ninguém fica rico só com

salário. Os primeiros a perceber isso foram os suíços que, ao final da década de quarenta, passaram a

investir em todas as frentes, obtendo lucros cada vez maiores. Buscando diminuir os riscos e aumentar

ainda mais a chances de sucesso, eles criaram um conjunto de regras relativas à especulação e a

investimento que até hoje permanecem insuperáveis. Estas regras ficaram conhecidas no livro de Max

Gunther denominado: Os Axiomas de Zurique – Os conselhos secretos dos banqueiros Suíços para orientar

seus investidores, e revelam ao leitor a fórmula Suíça para o enriquecimento.

O livro relata algo no mínimo interessante sobre aquele país:

“Vejam o quebra cabeça que é a Suíça. Essa terra, um lugarejo pedregoso, com uma área menor que o

estado do Rio de Janeiro, não tem um centímetro de litoral. É uma das terras mais pobres em minerais que

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se conhece. Não tem uma gota de petróleo que possa chamar de sua, e mal consegue um saco de carvão.

Quanto à agricultura, o clima e a topografia são inóspitos a quase tudo.

Há trezentos anos a Suíça fica fora das guerras européias, principalmente porque, nesse tempo todo, não

apareceu invasor que realmente a quisesse.

Com tudo isso, os suíços estão entre as pessoas mais ricas do mundo. Em renda per capita, comparam-se

aos americanos, alemães e japoneses. Como conseguem isto? Conseguem-no porque são investidores,

especuladores mais espertos do mundo. Usam o conhecimento para acumular riquezas”. Logo, se você

quiser prosperar financeiramente, você precisa passar pelo que chamo de alfabetização financeira.

Eis a primeira lição: Desenvolver nossa inteligência para lidar com o dinheiro. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e conhecimento do santo, a prudência”. Provérbios 9:10

Às vezes, fico impressionado pelo fato de muitas pessoas se preocuparem excessivamente com dinheiro,

esquecendo-se da sua maior riqueza: a inteligência e o conhecimento para aprender. Se as pessoas

estiverem preparadas para serem flexíveis, mantiverem suas mentes abertas e aprenderem, elas se

tornarão cada vez mais capazes de cuidar melhor da sua saúde financeira e enfrentar as mudanças ao

longo do tempo. Contudo, se elas pensarem que o dinheiro por si só resolverá seus problemas, receio que

terão dias difíceis. A boa saúde financeira é construída com base na inteligência resolve problemas e gera

dinheiro. O dinheiro sem a inteligência financeira é dinheiro que desaparece depressa.

O Pastor Ebenézer Bittencourt conta uma experiência que viveu na inauguração de uma creche, quando

teve a oportunidade de conhecer um Rabino judeu. Os dois conversavam sobre a importância da sabedoria

quando o Rabino fez a seguinte colocação:

- Ah! Sabedoria; palavra muito importante, pois faz parte do tripé da prosperidade segundo a filosofia

judaica. As três palavras que compõem este tripé são: Inteligência, Conhecimento e Sabedoria.

O Pr. Ebenézer foi pesquisar na Bíblia o assunto e encontrou no livro de Provérbios informações a respeito

do tema. “Compra a verdade e não a venda; compra a sabedoria, a inteligência e o conhecimento”.

Provérbios 23:23. Precisamos primeiro, entender o significado de cada palavra, segundo o dicionário

Michaelis:

Inteligência – Faculdade de entender, pensar, raciocinar e interpretar; entendimento, intelecto,

compreensão.

Conhecimento – Ato ou efeito de conhecer, estudar. Idéia, noção; informação, notícia, aprendizado,

discernimento. Consciência de si mesmo.

Sabedoria – Grande soma de conhecimentos; erudição, saber, ciência. Qualidade de sábio. Grande

circunspeção e prudência; juízo, bom senso, razão, retidão, sensatez.

Todos somos inteligentes, pois está é uma capacidade do ser humano, pensar. O que nos falta muitas

vezes, especificamente na área de finanças comportamentais, é desenvolver nossa inteligência na busca do

conhecimento através da informação e estudo do assunto para que possamos alcançar a sabedoria no trato

das questões financeiras, com a aplicação do conhecimento e domínio sobre o assunto. Voltamos à

primeira lição: Desenvolver nossa inteligência para lidar com o dinheiro. Os judeus ao longo da sua história desenvolveram sua inteligência no trato com o dinheiro, buscando

conhecimento para administrá-lo de forma a alcançar a sabedoria a tal ponto que, alguns deles, não

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precisarem mais trabalhar pelo dinheiro, pois este, agora, trabalha para eles. É a chamada acumulação de

riquezas, onde você, depois, passa apenas a administrá-la.

Voltando aos banqueiros suíços, a maior parte deles são de origem judaica.

O que acontece na verdade é que grande parte das pessoas não percebe que na vida o que importa não é

quanto dinheiro você ganha, mas quanto dinheiro você conserva – Dessa máxima vem a segunda lição:

Capacidade de Poupar e investir parte do seu ganho. Está aí o grande segredo: constituir reserva –

poupança; quando mais cedo começar melhor será.

Todos nós ouvimos histórias de ganhadores de prêmios na loteria que eram pobres, enriqueceram

subitamente e voltaram a ser pobres. Ganham milhões e logo estão de volta ao ponto de partida. Por quê?

Responda você mesmo na linha abaixo.

______________________________________________________________________________________

Hoje de manhã, quando estou escrevendo isto, o jornal conta a história de um jogador de futebol que há um

ano atrás era rico. Hoje, ele diz que seus amigos, seu advogado e seu empresário levaram todo o seu

dinheiro. Ele está trabalhando em um lava-jato para carros por um salário mínimo. Por quê? O que será que

aconteceu? Responda você mesmo.

______________________________________________________________________________________

3. QUAL O MELHOR MANUAL DE FINANÇAS COMPORTAMENTAIS? Sempre que faço palestras, as pessoas perguntam o que lhes devo aconselhar ou o que elas deveriam

fazer? "Como começar?" "Há algum bom livro que eu possa recomendar?"

Você conhece qual o melhor livro de finanças pessoais, administração, contabilidade ou economia? Diria sem pensar duas vezes: A Bíblia. Nenhum livro influenciou tão profundamente na modificação

da história da sociedade humana, tantas ciências – História, Sociologia, Economia, Política, Filosofia. Por quê? Vejamos:

No Novo Testamento, Jesus exortou sobre o dinheiro 80 vezes. Dos 107 versículos do sermão do monte, 20 referem-se ao dinheiro; 21 das 49 parábolas de Jesus também tratam da questão financeira. O Salmo 119:105 nos ensina que “lâmpada para os meus pés é atua palavra e luz para os meus caminhos”. Conhecer a Bíblia por meio da leitura e reflexão é a chave para alcançar a paz, o

equilíbrio emocional e aumentar a nossa fé em Cristo, a fim de que tudo quanto fizermos, façamos com decência e ordem alcançando as bênçãos do Senhor que são aquelas “que enriquecem e não acrescentam dores”.

Você pode ficar surpreso ao aprender o quanto a Bíblia fala sobre finanças pessoais. Há mais de

2.350 versículos sobre como lidar com o dinheiro e administrar as posses. Jesus falou sobre o dinheiro mais do que sobre qualquer assunto.

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Precisamos perguntar a nós mesmos por que Cristo falou tanto sobre o dinheiro? Afinal, ele viveu numa sociedade tão mais simples que a nossa e Ele nunca teve que trabalhar com cartão de crédito e nunca teve que conciliar um talão de cheques! Entendo que o nosso Senhor falou sobre a questão

do dinheiro por três razões:

1. A forma como lidamos com o dinheiro impacta a nossa comunhão com o Senhor

Jesus equaciona a maneira como lidamos com o dinheiro com a qualidade da nossa vida espiritual. “Se,

pois, não vos tornardes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira

riqueza?” Lucas 16:11. Se nós lidamos com o nosso dinheiro adequadamente de acordo com os princípios

da Bíblia, nossa comunhão com Cristo ficará mais íntima. Porém, se formos infiéis, a nossa comunhão com

Ele será afetada.

Isso é ilustrado na parábola dos talentos. O Mestre congratula o servo que administrou o dinheiro fielmente:

“Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei: entre no gozo do teu senhor”.

Mateus 25:21. À medida que lidamos com o dinheiro da maneira de Deus, temos a oportunidade de entrar

no gozo de um relacionamento mais íntimo como Senhor. Infelizmente, essa é uma verdade bíblica que a

maioria das pessoas não consegue compreender.

2. Nossos bens competem ao Senhor pelo domínio de nossas vidas

O dinheiro é o rival principal de Cristo pelo senhorio de nossas vidas. Jesus nos disse que precisamos

escolher servir apenas um desses dois mestres. “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de

aborrecer-se de um, e amar o outro; ou se devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e

as riquezas (Mamom)”. Mateus 6: 24. É impossível servir ao dinheiro mesmo que seja um pouco – e servia

a Deus ao mesmo tempo.

Lembro-me na história, no tempo das Cruzadas, no século 12, os cruzados contratavam soldados que

lutassem por eles. Por ser uma guerra “religiosa”, os mercenários eram batizados antes de lutar. Ao serem

batizados, eles seguravam a espada e a mantinham fora da água simbolizando que Jesus Cristo não estava

no controle das suas espadas. Eles tinham a liberdade de usar suas armas da maneira que quisessem.

Embora não seja tão óbvio como os mercenários, muitas pessoas hoje lidam com seu dinheiro de maneira

semelhante. Alguns crentes seguram suas carteiras e bolsas “fora da água” como que dizendo: “Deus, tu

podes ser o Senhor de toda a minha vida exceto na área do dinheiro – sou perfeitamente capaz de lidar

com ele sozinho”.

3. Muito da vida gira em torno do dinheiro

O Senhor falou tanto sobre o dinheiro porque Ele também sabia que uma grande parte da nossa vida

estaria centrada no uso dele. Durante uma semana normal, quanto tempo você gasta ganhando dinheiro no

seu trabalho, fazendo decisões de como gastar o dinheiro, pensando como economizar e onde investir o

dinheiro, ou orando sobre sua contribuição? Felizmente Deus nos preparou para esta tarefa ao nos fornecer

a Bíblia como Seu mapa para a vida, como manual de finanças comportamentais.

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Vimos que ao lermos a Bíblia inteira, identificamos 2.350 versículos que tratam do assunto dinheiro. Ao

estudarmos estes versículos perceberemos que o Senhor deseja nos mostrar que há uma divisão de

responsabilidade no lidar com o nosso dinheiro. Deus tem uma parte e nós temos outra. Entenda bem este

princípio bíblico:

Deus tem mantido para si algumas responsabilidades e nos delegou outras responsabilidades. Muito da

frustração que experimentamos ao lidar com o nosso dinheiro é porque não percebemos quantas

responsabilidades são nossas e quantas não são. Porém, quando nos conscientizamos da parte de Deus e

cumprimos nossa parte fielmente, podemos experimentar o contentamento.

Contentamento é mencionado sete vezes na Bíblia, e seis vezes tem a ver com dinheiro. Um dos nossos

alvos durante esses estudos é que você aprenda a se tornar contente com a sua vida financeira. Em

Filipenses 4:11 e 12 Paulo escreve: “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente

em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as

circunstancias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de

escassez”.

Examine estes versículos cuidadosamente e observe a dependência de Paulo concluindo este pensamento

com o verso 13: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece“. Não nascemos com o instinto de

contentamento; pelo contrário, é algo que precisamos aprender. A dependência de Deus é o alicerce para a

construção de uma vida cheia de contentamento.

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Meu objetivo ao escrever esses estudos a respeito do dinheiro e a busca pela tão sonhada saúde financeira, é utilizar a Bíblia como referência para todos os assuntos aqui tratados.

No Salmo 119:11 lemos: “Escondi a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti”. Se você

não possui uma Bíblia, meu conselho sincero é que adquira logo um exemplar deste maravilhoso livro sagrado e experimente as transformações que ele pode fazer na sua vida. A Bíblia é um livro

fantástico, que tem o poder de mudar sua vida, pois é conhecida mundialmente como sendo a “Palavra de Deus” para o homem, que define “regras de conduta e fé”. Procure ler este livro

diariamente e veja o que ele pode fazer na sua vida. Não estou aqui pregando religião alguma, estou apenas compartilhando minha experiência pessoal com a leitura da Bíblia e as mudanças que

experimentei através de um relacionamento pessoal com Deus, que nos dá equilíbrio emocional e espiritual para enfrentarmos as vicissitudes da vida.

“Ensina-me Senhor o caminho dos teus decretos, e os seguirei até o fim. Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei; de todo o coração a cumprirei. Guia-me pela vereda dos teus mandamentos, pois nela em alegro. Inclina-me o coração aos teus testemunhos e não à cobiça. Desvia os meus olhos para que não vejam a vaidade, e vivifica-me no teu caminho. Confirma ao teu servo as tua promessa feita aos que o temem”. Salmo 119:33 a 38. Eis o desejo que todo homem deve ansiar na vida:

aprender com o Senhor por meio da leitura da Bíblia.

Tudo isso, está baseado numa só palavra: fé, pois “sem fé é impossível agradar a Deus, pois é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe...” Hebreus 11:6

A Bíblia, por exemplo, em lugar nenhum condena a aquisição do dinheiro, muito ao contrário, procura estimular esse dom que vem de Deus mesmo. “E quanto ao homem a quem Deus deu riquezas e bens... Isto é dom de Deus”. Eclesiastes 5:19.

Ganhar dinheiro é uma arte que todos devemos cultivar. Uma das nossas necessidades é a de termos um maior número de crentes genuínos, que se esforcem por desenvolver sua capacidade

aquisitiva e alcançar a boa saúde financeira.

“Quando Deus quer, o homem sonha, a obra nasce...”

Otaviano Mantea

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4. A QUESTÃO DO LUCRO E A BÍBLIA

Na prática tenho me deparado com o nosso estorvo em lidar com algo chamado Lucro. Em geral as

pessoas têm dificuldades de buscar o lucro nas suas transações financeiras e seus negócios. Sentem-se

culpadas em demonstrar os lucros obtidos e ficam constrangidas quando o assunto é lucro. Algumas

pensam que lucro é para empresas e, especialmente para os bancos. Para a nossa cultura, lucro soa como

vilão e está fortemente associado à imoralidade, ao pecado, à coisa suja, algo realmente do diabo.

O resultado prático é que as pessoas estão sempre trocando figurinhas: acham que movimentar o dinheiro

com entradas e saídas (conta-corrente, fluxo de caixa), sem ficar no vermelho, é assim mesmo, ou pior, têm

prejuízos porque não tem metas ou planejamentos lucrativos.

Nesse sentido, é preciso planejar o pensamento de riqueza em detalhes, para que a mesma atividade que

costuma dar prejuízo passe a dar lucro ou, então, nem seja realizada ou encerrada.

Glória Pereira, em seu livro “As personalidades do dinheiro”, 2005, pesquisou ao longo da história o

conceito de lucro e constatou que se trata de uma questão religiosa, política e filosófica muito antiga.

Encontrou no livro “Os judeus, o dinheiro e o mundo”, de Jacques Attali, ensinamentos antigos e ao mesmo

tempo tão atuais que vêm norteando o comportamento dos judeus ao longo da sua historio, quer estejam no

Brasil, na Argentina, na Europa ou em Israel.

Desejo abordar o conceito de lucro a partir desta história chegando até aos nossos dias, com a revolução

Digital, o e-commerce. A WEB permite a realização do lucro de forma ética, garantindo o sustento das

pessoas, das famílias e dos negócios. As crianças já estão mais adaptadas aos novos tempos. Porém, a

maioria dos adultos está presa ao conceito de emprego formal, à relação capital-trabalho, distante deste

novo mercado sem fronteiras, regido pelo e-money – lucro e dinheiro -, fruto do capitalismo moderno.

A primeira lição de Economia Política é: “o desejo produz escassez”.

A seguir, a segunda lição: ninguém deseja senão aquilo que o outro deseja.

Portanto, só existe sociedade possível na diferenciação das necessidades.

“Crescei e multiplicai-vos, tirando proveito da terra”. Em Gênesis 12:1 e 2, Deus escolhe Abraão e promete

abençoá-lo ricamente de forma que pudesse servi-lo e adorá-lo. E ele era muito rico, possuía rebanhos,

prata e ouro, bens que constituíam as principais moedas de troca na época – Gênesis 13:2.

Por volta de 1600 a.C., o Gênesis relata a previsão da primeira crise econômica e como solucioná-la. José,

filho caçula de Jacó e o mais querido, juntamente com seus 11 irmãos que, por conta desta preferência, por

parte de seu pai, resolveram matá-lo. Todavia, seguindo orientação do irmão mais velho, Rubens,

acabaram vendendo José para uma caravana de mercadores Ismaelitas que o levaram para o Egito como

escravo – Gênesis 37. Já os capítulos 38 a 41 mostram a trajetória abençoada de José, de escravo a

governador do Egito. José é considerado por muitos estudiosos da administração como sendo o primeiro

grande administrador da história.

José se tornou conselheiro de Faraó, interpretando um sonho, forneceu ao príncipe uma maneira de

resolver a crise econômica que estava por vir: constituir reservas, uma forma primitiva de poupança. A

metáfora das sete vacas gordas e das sete vacas magras é uma lição de economia política dada pela Bíblia

e revoluciona a ordem social com uma primeira grande lição: não consumir toda a colheita, prever as

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ameaças do futuro e levá-las em conta na hora da abundância. Dar um papel ao tempo, no domínio sobre a

natureza.

“Melhor que uma pessoa de sucesso, é uma pessoa de valor”.

Abert Einsten

5. LIÇOES DA VIDA DE JOSÉ Ao lermos a história de José na Bíblia, percebemos que ele viveu um relacionamento autêntico com Deus.

Se não fosse assim, a sua vida teria sido completamente diferente.

É esse compromisso que nos leva à integridade moral e ética, que nos faz ser um só em todos os

lugares: em casa, no trabalho, na vizinhança, na igreja.

É esse compromisso que nos fará viver acima dos nossos interesses, buscando os interesses de

Deus e dependendo somente Dele.

É esse compromisso que nos fará viver em função da vontade soberana de Deus; far-nos-á

renunciar, abrir mão de nós mesmos em função daquilo que Deus tem sonhado para cada um de

nós.

Com a vida de José podemos extrair algumas lições importantes e aplicáveis na construção da inteligência

para alcançar a boa saúde financeira pessoal e da família:

1. O compromisso de vida com Deus nos leva a fazer diferença – Até onde vai o nosso compromisso

com Deus? Hoje Deus nos chama a construir um relacionamento que vá muito além de um rótulo ou

de uma fachada. Ele espera encontrar em nós um compromisso autêntico e sincero, não apenas

aparente, pois é dessa forma que faremos diferença nesta geração em todas as áreas da nossa

vida, inclusive a financeira. José sempre fez diferença. Em casa, ele distinguiu-se no meio dos seus

irmãos. Na casa de Potifar ele obteve um destaque tão grande que passou à condição de

administrador. Na prisão, o carcereiro também confiou às suas mãos todos os presos. O seu

compromisso com Deus o conduziu a uma vida que fez diferença por onde passou. Observe na

Bíblia o que diz o livro de Malaquias 3:18 - "Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o

perverso, entre o que serve a Deus e o que não serve".

2. Sem compromisso não haverá mudança de vida – Está atitude nos livra de uma vida cristã

superficial e de um cristianismo nominal, à semelhança da parábola das sementes que caíram em

vários solos – Mateus 13. A que caiu num solo rochoso, logo cresceu, mas veio o sol e a queimou,

porque as raízes não conseguiram se expandir por causa da rocha que estava por baixo da camada

de terra. Se, por baixo da nossa aparente camada de terra da vida, existe uma rocha que impede a

nossa perfeita comunhão com Deus, essa rocha precisa ser quebrada. O atendimento aos apelos

de consagração não faz diferença se não houver compromisso. Aliás, um dos grandes desafios da

vida é demonstrar o nosso compromisso com Deus quando estamos sozinhos, quando ninguém

está vendo o que estamos fazendo. José estava longe do seu pai e da sua família, mas sabia que

estava perto de Deus. José viveu um relacionamento autêntico com Deus. Se não fosse assim, a

sua vida teria sido completamente diferente. Mais de uma vez, na história de José, lemos a seguinte

expressão: “O Senhor era com José...”.

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3. A diferença do povo de Deus começa onde só Deus pode ver: No Coração – Alguém já disse que

"coração é terra que ninguém passeia", mas é lá que começa a diferença. Quantas vezes nos

conformamos com uma diferença externa, ligada à nossa aparência ou passamos a valorizar coisas

efêmeras do mundo, como o dinheiro ou o poder. Enquanto isso, Deus está mais preocupado com o

nosso interior do que com o nosso exterior, pois o nosso exterior é conseqüência do interior. Em

Atos 1:24 vemos: “...Tu, Senhor, conheces o coração de todos...” O compromisso com Deus precisa

começar dentro de nós, no coração, caso contrário, seremos meros hipócritas, diferentes por fora,

iguais a todo mundo por dentro. “Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o

Senhor sonda os corações”. Provérbios 21:2.

José tinha um jeito de ser que revelava Deus por onde ele passava. A presença de Deus era visível

em sua vida. O coração de José estava alinhado com Deus em todos o momentos da sua trajetória

de vida. “Sobre tudo o que deve guardar, guarda o teu coração, porque delem procede todas as

fontes da vida”. Provérbios 4:23.

4. Esta diferença reflete o nosso estilo de vida – O teólogo Charles Swindoll afirma que "Deus era

claramente o segredo do sucesso de José. A sorte não teve nada a ver com isso. Além do mais,

José não precisou contar a Potifar que o Senhor estava com ele; o próprio Potifar pôde verificar isso

por si mesmo" – Gênesis 39:3, 4 e 5. “Vendo Potifar que o Senhor era com ele e que tudo o que ele

fazia o Senhor prosperava em suas mãos, logrou José mercê perante ele, a quem servia, e ele o

pôs por mordomo de sua casa e lhe passou a mão tudo o que tinha... e o Senhor abençoou a casa

do egípcio por amor a José”.

Ao observarem a nossa vida, as pessoas ao nosso redor têm chegado a essa mesma conclusão?

Elas têm percebido que Deus é conosco? O nosso estilo de vida tem revelado Deus por onde

passamos? Deus abençoou a casa de Potifar por causa de José. Deus abençoou o Egito e o mundo

por causa de José. José foi um instrumento pelo qual Deus abençoou a sua família e a sua

geração. Deus quer abençoar a sua família e a sua geração por meio de você.

5. A diferença também está na maneira como nos relacionamos com as pessoas - Um dos momentos

mais difíceis para José, certamente, foi o reencontro com os seus irmãos. José tinha tudo para odiá-

los. Estava nas suas mãos o direito e o poder para vingar-se deles. Todavia, ali ele fez uma grande

diferença, perdoou os seus irmãos. “E, lançando-se ao pescoço de Benjamim, seu irmão, chorou, e

abraçado com ele, chorou também Benjamim. José beijou a todos os seus irmãos e chorou sobre

eles...” Gênesis 45:14 e 15.

6. O Compromisso de vida com Deus nos conduz ao crescimento - José cresceu tremendamente em

todos os sentidos. Aqueles que têm um compromisso de vida com Deus não se acomodam e, por

isso, buscam mais de Deus para suas vidas. Entendem que jamais chegam a um ponto em que a

comunhão com Deus não precise mais crescer. Por isso, estão dispostos a saírem da sua zona de

conforto. Deus tirou José da sua zona de conforto que era a sua casa. Lá ele era um "filhinho de

papai", o preferido de Jacó – “Ora, Jacó amava mais a José do que a todos os seus filhos, porque

era filho da sua velhice...“ Gênesis 37:3. Lá ele tinha tudo de bom e do melhor. Ele tinha algumas

coisas que nem os seus irmãos tinham. Deus o tirou da sua zona de conforto, para que ele pudesse

crescer e se tornar um instrumento útil aos seus propósitos. Naqueles doze ou treze anos de

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sofrimento, José poderia ter ficado inerte, atrofiado em seu crescimento pessoal. Mas ele entendeu

que Deus permite o sofrimento para nos tornar melhores do que somos hoje, mais sensíveis à sua

direção e mais habilitados para o seu serviço. Por isso, o seu compromisso com Deus o levou a tirar

proveito do sofrimento. Assim ele cresceu na crise, pois aproveitou para aprofundar ainda mais o

seu relacionamento com Deus. Aqueles anos de dificuldades foram cruciais para o amadurecimento

de José. Deus quer que saiamos da nossa zona de conforto. Ele deseja que caminhemos

diariamente na direção de um crescimento muito maior em nosso relacionamento com Ele. Estamos

dispostos a isso? O compromisso com Deus é um compromisso com a santidade de vida, com a

busca da maturidade no relacionamento com o Senhor.

Tal como José, o compromisso com Deus nos faz amadurecer; faz-nos sentir inconformados com o nosso

nível de relacionamento com Ele e nos motiva a crescer a buscá-lo mais intensamente e de todo o coração.

“Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e

de toda a tua força”. Marcos 12:30.

A realidade na vida de muitos é que crescem até certo ponto e depois param de crescer. Os anos vão

passando e eles continuam os mesmos. Vão empurrando a vida "com a barriga", sem motivação, achando

que já alcançaram tudo, acomodados, inclusive com os problemas financeiros. Esquecem as palavras de

Jesus: “Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância”. João 10:10.

Precisamos assumir um compromisso com o nosso crescimento pessoal e cristão. Esse compromisso abrirá

o nosso coração para mudanças e ajustes que Deus ainda quer fazer em nós. Não podemos esquecer que

no dia da nossa conversão o Senhor apenas iniciou o processo da nossa santificação por meio de uma

nova vida, um novo caminho cheio de experiências, lutas, problemas e vitórias. Portanto, não desista!

“Invoca-me no dia da angústia; Eu te livrarei, e tu me glorificarás”. Salmo 50:15. Isto é promessa de Deus

para nós. Você crê nisso?

O compromisso com o crescimento é refletido numa vida de oração, de estudo e aplicação da Palavra de

Deus; é refletido no compromisso com a igreja e com o serviço ao nosso Senhor; é refletido numa vida de

vitória e bênçãos sem medidas. “Agrada-te no Senhor e Ele satisfará todos os desejos do teu coração.

Entrega o teu caminho ao Senhor, confia Nele e Ele tudo fará”. Salmos 37:4 e 5.

A graça de Deus não é um conceito filosófico, nem se compreende pela racionalidade humana, mas pela fé

– “minha graça te basta”. 2a Coríntios 12:9a.

“Não espere uma crise para descobrir o que é importante na sua vida”

Platão – Filósofo Grego

6. O JUDEU E O CRISTÃO PERANTE O DINHEIRO A história nos revela que no Egito, até por volta de 1200 a.C, os hebreus comercializavam entre si e com os

egípcios, mas sem atribuir a esses as mesmas vantagens que concediam aos seus irmãos em dificuldade.

Organizava-se entre eles uma solidariedade, feita de trocas e de empréstimos sem juros. Os objetos a

trocar eram comprados em quantidades abstratas de ouro ou em todos os tipos de outros metais,

trabalhados em lingotes de peso fixo.

Ainda não existia a moeda na forma moderna, mas já havia o comércio com empréstimos a juros e sem

juros.

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As dez pragas dos Egito serviram para deixar o povo de Deus partir; são dez sanções econômicas de alvo

perfeitamente definido, atacando todas as fontes de sua riqueza: a água, o ar, os peixes, a agricultura, o

trigo, os rebanhos, o clima etc. as próprias palavras que designam encerram mensagens de caráter

econômico – Êxodo 5 a 12.

Assim, uma das dez pragas, o sangue, é identificada pela mesma palavra dam em hebraico, que mais tarde

designará o dinheiro (damin), inseparáveis desde a experiência vivida por Abraão com o sacrifício de seu

filho Isaque.

Tempos depois, quando Moisés chega com os Dez Mandamentos ditados por Deus, pede, como principal

riqueza, um bem que não poderá ser vendido nem consumido, mas que cada um poderá possui sem dele

privar o outro: a Lei – Êxodo 20.

Os Dez Mandamentos fundamentam uma organização com dimensões sociais: uma moral, uma ética, a

exigência do trabalho, a imposição do repouso semanal, a proibição de fabricação de objetos, a proteção

aos contratos e a propriedade privada, a semelhança do furto com o rapto e deste com um assassinato.

No entanto, durante a viagem à terra de Canaã, Moisés compreende que o povo depois de ter conhecido a

humilhação da escravidão e da idolatria, não é capaz de obedecer a Lei, cuja base é o livre-arbítrio. Então,

todos que conheceram o Egito morrem no deserto e nenhum antigo escravo tem acesso a terra da

liberdade, exceto Josué e Calebe, porque permaneceram fiéis as promessas de Deus, mesmo em meio ao

grande desafio que seria conquistar a terra prometida – Números 14.

Durante a viagem, o povo de Deus ganha alimentos sem trabalhar, o “maná” vem do céu, na quantidade

que cada família necessitava sem ser preciso estocar; portanto, nada de comércio – Êxodo 16. O povo não

se satisfaz com esse alimento, que, para ter sabor, exige muita imaginação: para criança tem gosto de leite;

para o adolescente, de pão; para o velho, de mel.

A terceira lição de economia política: não basta produzir em abundância um alimento, proporcionar casa e

comida, suprimir a escassez. Ninguém pode contentar-se por muito tempo com a satisfação apenas de suas

necessidades elementares. Todo mundo procura satisfazer desejos e encontrar prazer, inventando novos

desejos. Os homens querem a terra prometida, mas pressentem que ela não lhes bastará. Assim, a busca

ser tornou a própria finalidade.

No século VI a.C. os hebreus forneceram crédito a juros aos babilônicos. A Casa de Murashu, instalada em

Nippur, financia a agricultura e o comércio mediante técnicas muito simples de participação nos lucros.

Nesta época, os judeus criam seus próprios bancos que servem de locais de garantia os empréstimos entre

negociantes, fazendo-se pagar por gado, jóias, escravos, rendas do solo. Alguns ficam riquíssimos e são

admitidos na corte do rei Nabucodonosor.

Os primeiros discípulos de Jesus são Judeus praticantes. Seguem a liturgia judaica e respeitam a Tora.

Tendo reconhecido o Messias em Jesus, buscam convencer os outros judeus a aderirem na expectativa do

retorno do Salvador.

Existe uma linha comum de raciocínio entre os judeus e os cristãos, tanto uns quanto os outros acreditam

nas virtudes da caridade, da justiça e da oferenda. No entanto, começam as diferenças entre as duas

doutrinas no campo econômico, principalmente no que respeita ao trato com o dinheiro.

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Para os judeus é desejável ser rico.

1. É um meio de servir melhor a Deus.

2. O dinheiro pode ser um instrumento do bem.

3. Todos podem usufruir do dinheiro bem ganho.

4. Morrer rico é uma benção, desde que o dinheiro tenha sido adquirido com moralidade e que a

pessoa tenha cumprido com todos os seus deveres com os pobres da comunidade.

5. Extrair juros do dinheiro não é imoral. O dinheiro, assim como o gado, é uma riqueza fértil, o tempo

é um especo a ser valorizado.

Para os cristãos, é recomendável ser pobre.

1. A riqueza é nociva à salvação.

2. Os efeitos da riqueza são sempre desastrosos

3. Ele não deve ser acumulado nas mãos.

4. Morrer pobre é uma condição necessária à salvação.

5. Tanto o dinheiro quanto o tempo, não produzem riquezas por si mesmos: são estéreis, portanto,

fazer o comércio de dinheiro é um pecado moral.

Precisamos entender que o dinheiro, tal qual o tempo, não produz riqueza por si mesmo: é estéril. O mais

importante de tudo é amar a Deus com todas as suas riquezas, colocando-o em primeiro lugar na sua vida.

Este é o grande mandamento que Ele nos ensinou. “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como

a si mesmo”. Marcos 12: 28 a 31.

A riqueza só tem sentido porque permite ao rico ser útil aos outros. Os bens materiais são como uma fonte

que convém deixar fluir: o dinheiro não passa de uma medida de valor para facilitar as trocas, uma maneira

de criar e de ser útil às pessoas. Obstinar-se em guardá-lo é uma loucura assassina: doar é um ato ético,

um modo de enriquecer. A Bíblia ensina que: “Deus ama quem dá com alegria”. 2ª Coríntios 9:7b.

Os empréstimos entre os judeus continuam sem juros; mas os mercadores inventam incessantemente

novas técnicas, dividindo os riscos e os lucros. O comércio internacional se desenvolve e necessita de

crédito. De Constantinopla ao Cairo, de Babilônia a Isfahan, de Alexandria a Fez, dispondo das melhores

redes de informações da época, os judeus se mantêm, ao lado dos gregos, como financistas da economia

internacional.

Percebo que o resultado de tais ensinamentos por mais de um milênio tem facilitado a adaptação dos

judeus em qualquer país, do Oriente ou do Ocidente e, especialmente em relação ao lucro e a

administração do dinheiro. Aprenderam distinguir ao longo do tempo, entre o lucro fértil (aplicado à

agricultura, ao gado, ou à industria e aos serviços produtivos) e o lucro estéril (que não gera riqueza).

Fico impressionado com a atualidade dos conceitos de crédito, empréstimos com juros ou empréstimos sem

juros (com participação nos lucros) desenvolvidos pelos judeus ao longo da sua história. A palavra pagar, por exemplo, em hebraico leshalem, que é a junção de duas outras palavras – shlemut (integridade) e

shalon (paz), significa que pagar as dívidas é um meio de obter paz.

Contudo, os pontos acima citados sobre a forma como os Cristãos consideram o trato com a riqueza e o

dinheiro, são todos, sem exceção, afirmações falaciosas e distorcidas, sem fundamentação bíblica. Se não

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vejamos um por um, a luz da Bíblia, a partir da própria afirmação de que “para os cristãos, é recomendável

ser pobre.”

Não, para o cristão é recomendável buscar e confiar em Deus, colocando-o em primeiro lugar na sua vida,

honrando-o com as primícias da sua renda. Com estas atitudes, há uma conseqüência direta na vida

daqueles que a praticam – “Honra o Senhor com os teus bens e com as primícias da tua renda; e se

encherão fartamente os teus celeiros e transbordarão de vinho os teus lagares.” Provérbios 3:9 e 10. A isso

chamamos de bênçãos sem medida e prosperidade, não baseada em doutrinas distorcidas e efêmeras,

mas alicerçada na fé em Cristo.

A riqueza é nociva à salvação

Volto a afirmar que a Bíblia em lugar algum condena a riqueza. Veja o que diz o livro de Deuteronômio 8:17:

“Não diga, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes

te lembrarás do Senhor, porque Ele é que te dá força para adquirires riquezas”. O Senhor deseja o melhor

para aqueles que confiam Nele.

A salvação fica comprometida com as riquezas quando esta passa a ser o principal objetivo da vida, ou

seja, colocamos em primeiro lugar as riquezas, o dinheiro, o ter ao ser. Em Mateus 6:33 Jesus ensina:

“Buscai, pois, em primeiro o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.

O exemplo mais conhecido deixado por Jesus foi a parábola do jovem rico – Mateus 19:16 a 22. Quando

confrontado por Jesus para vender todos os seus bens e segui-lo, preferiu ir embora, dar as costas e

recusar tristemente, o convite do mestre. A riqueza é nociva à salvação quando colocada em primeiro lugar

na nossa vida, quando se torna um fim em si mesmo, quando passamos a confiar mais no dinheiro e bens

do que no Senhor.

Você por acaso já viu um carro funerário seguido de um caminhão de mudança, levando tudo o que

pertencia à pessoa morta para ser enterrado com ela na esperança de uma continuidade de uso no além?

Seria pitoresco e ilógico, não é mesmo? Enfim, somos simples mortais, entramos e saímos deste mundo

sem nada. “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei”. Jó 1:21.

Durante nossa vida fazemos o nosso “pé de meia” que não nos seguirá quando da nossa morte. No céu

Deus nos aguarda com galardões inimagináveis, esplendorosos, indescritíveis. Por que Ele teria interesse

em receber aquilo que é corruptível e inferior? Não precisamos de dotes para entrar no céu. Precisamos

“amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmo”. Mateus 22:39. Afinal, este é o

grande mandamento deixado por Jesus.

Os efeitos da riqueza são sempre desastrosos – Paulo em 1ª Timóteo 6:17 a 19 – “Exorta aos ricos do

presente século que não sejam orgulhosos nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza,

mas em Deus que tudo nos proporciona ricamente para o nosso aprazimento, que pratiquem o bem, sejam

ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir, que acumulem para si mesmos tesouros, sólido

fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida”.

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Paulo nos deixa cinco conselhos para que as riquezas não se tornem desastrosas em nossas vidas:

1. Não sejamos orgulhosos;

2. Não depositemos nossas esperanças na instabilidade da riqueza;

3. Depositemos a confiança em Deus que enriquece material, emocional e espiritualmente;

4. Pratiquemos o bem, sendo ricos também em boas obras;

5. Sejamos generosos em dar e prontos a repartir;

A observância destes conselhos resultará no acúmulo de tesouros no céu e um sólido fundamento futuro.

Ele não deve ser acumulado nas mãos

Em Mateus 6:33 Jesus exorta no sermão do monte a – “Buscai, pois, em primeiro lugar o reino de Deus e a

sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”.

Podemos extrair deste princípio uma importante lição de economia – a provisão. Mas cuidado! Há pessoas

que se tornam escravas do “economizar”. São os conhecidos “mãos fechadas”, ou como costumamos dizer,

“pão duro”. Estão sempre com medo de falir, de perder o emprego, de adoecer ou sofrer um acidente. Há

um aspecto positivo nessa atitude, pois precisamos ao longo da vida construir uma reserva financeira para

suprir eventuais crises, que com certeza, irão acontecer, pois faz parte da nossa trajetória. Contudo, existe

também o perigo de ficar preso ao dinheiro e deixar de depender do Senhor para suprir as necessidades.

“Tesouro desejável há na casa do sábio, mas o homem insensato o desperdiça”. Provérbios 21:20.

Talvez a passagem da Bíblia mais enfática sobre como investir esteja no relato de Jesus em Mateus 25:14

a 30 – a conhecida parábola dos talentos. Leia na sua Bílbia.

Entre tantos ensinos expostos por Cristo nesse trecho, destaco o fato de que somos despenseiros de Deus.

Logo, temos a tarefa de aumentar o capital que ele nos confia. Deus planejou o investimento como uma

bênção para aqueles que são seus despenseiros. Não podemos deixar crescer dentro de nós uma visão e

uma atitude pessimista em relação ao futuro, pois Deus honra aqueles que trabalham para ganhar seu

sustento e que procuram utilizar seu dinheiro de maneira sábia, honesta e adequada.

Precisamos acumular uma reserva financeira sim, pois Deus nos desafia a trabalharmos de forma

inteligente o uso do nosso dinheiro, quer seja pouco quer seja muito, sempre para a glória de Deus.

Morrer pobre é uma condição necessária à salvação

A Bíblia de forma alguma associa a salvação com a pobreza ou riqueza, mas com o compromisso sincero

do homem com Deus, reconhecendo como salvador da sua vida, a partir da condição de pecador. “Porque

Deus amou o mundo de tal maneira que deus seu Filho unigênito, para que todo aquele que Nele crê não

pereça, mas tenha a vida eterna”. João 3:16. Salvação é uma questão de fé e arrependimento, colocando

Deus no centro da sua vida e não os seus bens ou as suas riquezas – o dinheiro, não amando as coisas do

mundo, mas comprometido com as coisas de Deus. “Pela graça sois salvos, isto não vem de vós, mas é

dom de Deus”.

“O rio chega ao oceano, porque aprende a contornar as pedras do caminho.”

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7. O SER VAZIO E O NADA, LEVAM AO TER, AO POSSUIR, AO CONSUMO DESENFREADO, A GANÂNCIA E A SOLIDÃO.

“O homem tem um vazio do tamanho que Deus, que só pode ser preenchido por Ele.”

Em um país como o Brasil, em que 85% das famílias têm dificuldades para chegar ao fim do mês com o

salário que recebem, o mercado de luxo está em plena expansão. Nos últimos cindo anos, o setor cresceu

35% - uma média de 7% ao ano. Será que parte daqueles que não conseguem chegar ao fim do mês com o

salário está pendurado no cheque especial e em crediários para financiar o luxo?

Estudiosos do tema dizem que sim, que o brasileiro tem uma disposição para gastar acima de suas posses

na aquisição de produtos ditos supérfluos. Em uma pesquisa do Instituto Ipsos, o Brasil ocupa o primeiro

lugar em número de pessoas que declaram que se endividaram para adquirir produtos de luxo – 44%.

As escritoras Mara Luquet e Andrea Assef relatam em seu livro “Meninas normais vão ao Shopping,

meninas iradas vão à Bolsa” que se alguém precisa recorrer ao crédito para comprar produtos de luxo é

porque não possui recursos necessários para tê-los, mas quer entrar de qualquer jeito no clube dos

consumidores desses objetos, e, em se tratando de Brasil o custo inclui taxa de juros que beiram os 150%

ao ano da taxa do cheque especial.

Os representantes de grifes internacionais no Brasil costumam dizer que o brasileiro tem uma enorme

necessidade de mostrar que conhece todos os lançamentos mais recentes da marca. Ouse seja, tudo

mundo quer ser bacana.

As pessoas têm liberdade financeira quando estão livres de dívidas.

Reflita sobre estes questionamentos:

Há maior liberdade do nosso eu quando estamos livres de dívidas?

Qual o benefício de permanecermos livres, financeiramente falando?

“O rico domina sobre o pobre, e o que toma emprestado é servo do que empresta”. Provérbios 22: 7. Como

conselheiro financeiro, tenho testemunhado o stress, as pressões, as tensões trazidas para o casamento,

para o seio da família pelo fantasma do endividamento. Já ouvi pessoas descontroladas confessando que

não dormem e recorrem a remédios, tudo porque não encontram um modo de conseguir dinheiro para

saldar suas dívidas.

Quando você está comprometido com inúmeras prestações não pode, mesmo se quiser, auxiliar alguém

necessitado, pois seu salário mal dá para pagar o que deve. O oposto, no entanto, é verdadeiro. Se o seu

orçamento estiver equilibrado, você terá oportunidade de experimentar a alegria e a benção de contribuir.

Em seu livro “Arquivos do Mal-estar e da Resistência”, 2006, o psicanalista Joel Birman faz um diagnóstico

niilista do mundo. Ele afirma que um novo mal-estar acomete o homem contemporâneo: o desalento

causado por uma aterradora sensação de vazio, em que as próprias palavras parecem fracassar.

Birman afirma que até os anos 80, predominavam nos consultórios de psicanálise os pacientes com a alma

em conflito, atormentados pela luta entre o desejo e a censura implacável a esse desejo. Dos anos 90 para

cá, esse sujeito que sofre da neurose clássica virou minoria. No lugar dele aparece, cada vez mais com

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freqüência, um paciente apático e desesperançado, que reclama da indolência e que sofre de males

difusos, que escapam a sua compreensão.

Esse vazio se manifesta em reclamações vagas e aflitas, em que o sujeito se sente engolfado e impotente,

como as depressões, a chamada “síndrome do pânico” e as compulsões em geral.

Na compulsão, o sujeito tenta se livrar do desamparo insuportável preenchendo-o com drogas ilegais ou

legais – os psicotrópicos de tarja preta -, comida, sexo, consumo desenfreado, internet. Nada disso

funciona, o vazio só aumenta, mais ele insiste. O que falta?

Esse novo mal-estar seria, segundo Birman, conseqüência direta do que chama de fracasso da soberania:

Deus está morto. A figura do pai humilhada. A autoridade moral fracassada, definida por Freud no ensaio

que escreveu em 1929, intitulado: “Mal-Estar na Civilização”, quando defende a idéia que o desamparo é a

condição por excelência do homem no mundo moderno. Nada resta, além do insuportável abatimento.

A Bíblia cuida dessa situação quando revela em Salmos 42:11: “Por que está abatida ó minha alma? Por

que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu”.

Percebo que o drama humano se desenrola em um ambiente formado por vales, planícies e montanhas.

Praticamente, o objetivo dos brasileiros é estar sempre por cima, sem se preocupar com o dinheiro, ou seja,

nas nuvens...

A maioria da população se encontra no vale, ou seja, na parte mais baixa do ambiente, vivendo o hoje, para

pagar contas do passado, sem futuro.

Uma boa parcela da população vive nas planícies, não vislumbrando o futuro, ou seja, vive o hoje para o

tempo presente. Essa parcela não encontra dificuldades para pagar as dívidas, mas gasta tudo o que

ganha. Não tem energia para subir a montanha. De vez em quando, alguns da planície despencam para o

vale.

Uma pequena parcela da população vive na montanha, vislumbrando todas as possibilidades de viver na

planície, no vale ou na montanha. O presente está resolvido e se dedicam ao futuro. O dinheiro está em

todos os tempos simultaneamente.

Os dramas humanos no cenário frente ao tempo são:

Os do vale estão presos ao tempo passado. Os da planície estão presos ao tempo presente. Os da montanha estão presos ao tempo futuro.

Educar-se financeiramente é não estar preso a qualquer ambiente, subir a montanha, saber circular por

planícies e vales, poder acolher e viver cada momento – bons e maus. Aprender lidar com as pessoas de

todos os cenários, estimulando-as a vislumbrar a paisagem das possibilidades; aliás, a vida é cheia de

possibilidades e sempre há uma solução para tudo.

Luxo mesmo é viver sem dívidas, com dinheiro aplicado em produtos rentáveis e com um patrimônio que o

torne capaz de se manter até o final da sua vida sem ter que morar de favor na casa dos seus filhos, ou

como escrevem Mara e Andréa, “na casa da megera da sua nora”.

Neste caso, depender de Deus e confiar Nele pode fazer toda a diferença.

Nada há de permanente, exceto a mudança”.

Heráclito – 500 anos a.C.

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8. PRECISAMOS ENTENDER QUE A VIDA É COMO UMA CONTA CORRENTE, COM CRÉDITOS E DÉBITOS

“Quando aprendi todas as respostas da vida, mudaram as perguntas”.

Charles Chaplin

Renato Bernhoeft, consultor de empresas, costuma dizer que essas três variáveis – vida, dinheiro e poder -,

além de outras tais como: tristeza, sucesso e felicidade estão na categoria das coisas mais efêmeras com

as quais temos que lidar. São como uma conta corrente, onde devemos administrar créditos e débitos ao

longo de toda a nossa vida.

Muitas pessoas passam boa parte da sua existência sem conseguir estabelecer uma boa relação com a

vida. Alguns nem ao menos sabem, ou aprendem, lidar bem com o dinheiro. Outros ficam na categoria para

quem o poder torna-se um vício ou fator de autodestruição. E também é bom não confundir dinheiro e

poder. São distintos na forma, tanto da conquista como nos seus efeitos.

Você sabe o que espera alcançar na vida? Caso não sabia, tem uma noção de algumas coisas que,

certamente, não deseja e, portanto, administra mais por eliminação do que inclusão? Alguma vez você já

parou para avaliar a importância do simples, do frugal mesmo, para obter uma coerência entre vida e

qualidade?

Neste contexto aparece o tempo, que sendo algo não renovável pode ser encarado como recurso,

sentimento, sensação ou apenas uma medida. Mas assim mesmo tem grande importância quando o

dividimos na perspectiva de passado, presente e futuro. Pode não parecer, mas isso faz toda a diferença

quando você faz o seu planejamento financeiro.

Devemos estar preparados para toda a sorte de imprevistos. Em Eclesiastes 5, a Bíblia nos ensina que há

um tempo determinado para tudo nesta vida.

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Veja os números interessantes de uma pesquisa feita pelo Centro Nacional de Estatísticas Sanitárias dos

Estados Unidos sobre o volume de horas que temos pela frente dependendo da idade e da perspectiva de

vida de cada um (veja a tabela abaixo):

Aproveite o tempo Horas que a pessoa tem dependendo da idade e da perspectiva de vida.

Idade Anos Horas Atual futuros disponíveis 20 56,3 493.526 25 51,6 452.326 30 46,9 411.125 35 42,2 369.925 40 37,6 329.601 45 33,0 289.278 50 28,6 250.708 55 24,4 213.890 60 20,5 179.703 65 16,9 148.145 70 13,6 119.218 75 10,7 93.796 Fonte: Centro Nacional de Estatísticas Sanitárias dos Estados Unidos. A coluna da esquerda apresenta a idade atual, a do meio os anos que você tem como expectativa, considerando uma idade média alcançável a partir do ponto que você já atingiu. Finalmente a coluna da direita apresenta uma informação no mínimo curiosa: o total de horas que você terá à sua disposição a partir desta expectativa. Examine estes números localizando sua idade atual e faça, sobre os mesmos, algumas reflexões. Procure

traçar alguns objetivos tanto naquilo que deseja ser e como no ter. Muitos de nós temos o hábito de

consultar o talão de cheque ou a conta bancária na perspectiva de ver o saldo disponível. Poucas vezes

fazemos isto em relação ao saldo de tempo, horas e qualidade de vida que aspiramos em relação ao nosso

futuro.

Para alguns estes balanços são feitos apenas em fases de transição, como casamento, nascimento e filhos,

dissolução familiar, separações, acidentes, falecimento de amigos, perda de emprego ou aposentadoria.

Mas cada vez mais compreendemos que o aumento da longevidade média e a forte competição do mundo

do trabalho exigem que estas reflexões não possam esperar os eventos acontecerem. É necessário que

cada um se torne autor do seu próprio roteiro de vida.

Devemos lembrar que tanto a simplicidade como equilíbrio emocional são características da pessoa que

obtém um relacionamento satisfatório no uso dos recursos materiais, principalmente dinheiro, pois neles

não reside seu coração. Já o estado de felicidade envolve também questões como equilíbrio psíquico, social

e espiritual.

Você sabia que o amor resolve problemas financeiros? Em 1ª Corintios 13, a Bíblia nos fala sobre a

essência do amor. “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se

ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura seus interesses, não se exaspera, se

ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo

espera, tudo suporta.“ 1ª Coríntios13:4- 7. Considero este texto como uma das mais belas definições sobre

o amor.

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Uma pesquisa feita recentemente na Inglaterra junto a casais mostrou que 69% deles atribuíram ao dinheiro

o principal motivo de problemas de relacionamento e discussões entre eles. Os casais ingleses consideram

este o principal problema, inclusive, à frente do sexo.

“Síndrome da asa quebrada” – Aflige os casais na área financeira e ocorre quando um dos cônjuges, por

não saber muitas vezes lidar com o dinheiro enfrenta problemas relacionados às dívidas. O outro cônjuge,

porém, acredita na possibilidade de que ele(a) resolverá o problema. Todavia, quando este não consegue

vem o chamamos desgaste no relacionamento, pois a falta de comunicação e transparência no trato das

questões envolvendo as finanças da família tende a agravar a relação, gerando desconfiança e acusações

mútuas entre o casal, com risco de levar a uma separação. Devemos lembrar que “discutir é poder

discordar e continuar discutindo até chegar ao consenso.”

“Mares tranqüilos não fazem bons marinheiros”

9. O JOVEM E O DINHEIRO – COMO POSSO CONTROLAR MEUS GASTOS?

“Jovens, eu vos escrevi, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e tendes vencido o

maligno.” 1 João 2:14b

O Pastor Jaime Kemp, em seu livro “Finanças, conflitos ou sucesso?”, revela que há uma responsabilidade

na vida de cada homem e mulher de procurar ser modelo para os que o cercam, filhos, amigos, familiares,

etc. se o uso impensado, pouco estudado do dinheiro que Deus tem dado ficar patente em suas vidas, qual

o exemplo que será apreendido pelos seus filhos?

Você acha que nunca tem dinheiro suficiente para gastar? Se ao menos a sua mesada fosse um pouco

maior, poderia comprar aquele jogo que você tanto quer, ou aquele vestido lindo que você viu na vitrine do

shopping. Se tivesse um salário melhor, você poderia comprar aqueles sapatos de que você precisa. Mas

será que precisa mesmo?

O Conselho Nacional de Consumidores da Grã-Bretanha fez uma pesquisa com mil jovens entre 10 e 19

anos, revelando que:

94% das meninas admitiam que sua paixão é “uma ida às lojas, isto é, ao shopping”.

A maioria já está seduzida pelas marcas da moda e pelos aparelhos eletrônicos.

Indagadas, as jovens dizem que os adultos compram coisas sem necessidade, mas quando chega a vez

delas, elas não conseguem parar.

O Conselho de Consumidores revela ainda que, aos 10 anos de idade, as crianças já se tornam uma

espécie de shopaholics (viciadas em compras).

O amor pelas compras continua aumentar na adolescência e é particularmente forte entre as mulheres

jovens. Embora esta pesquisa seja inglesa, o comportamento das crianças e dos jovens brasileiros é

semelhante.

Em conversa com alguns jovens e adolescentes que conheço sobre o uso do dinheiro observo alguns

depoimentos muito idênticos, como por exemplo:

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“Muitas vezes noto que estou querendo comprar algo só porque está em promoção. Algo de que na verdade

não preciso e que provavelmente nem posso comprar.”

“Às vezes meus amigos convidam para sair e fazer coisas que envolvam gastar muito dinheiro. Eu quero

estar com eles e me divertir. Ninguém gosta de dizer: ‘Não posso ir porque não tenho dinheiro.”

Lembre-se que o dinheiro é uma invenção do ser humano para facilitar as trocas. Portanto, em vez de se

preocupar com o dinheiro que não tem, por que não aprende a controlar o dinheiro que recebe?

A Diferença Entre Dar Dinheiro e Ensinar a “Fazer Dinheiro” Na cultura brasileira, os pais tendem a ser superprotetores e dão tudo, especialmente todas as regalias que

não tiveram na própria infância e na adolescência. O exemplo abaixo ilustra bem:

Um jovem brasileiro, aos 16 anos, ao participar de um programa de intercâmbio, é orientado a não passar

qualquer dificuldade: seus pais além de prover tudo, ainda querem, a distância, controlar o dia-a-dia do

filho(a) pela internet ou telefone celular.

Já um jovem americano na mesma situação, é desafiado a se virar no país escolhido, a se defender,

administrar os seus recursos com responsabilidade, como um treinamento para a vida adulta que vai

chegar. Os pais entram no processo de preparo do filho sem superproteção.

Vejam que experiência interessante:

“O jovem brasileiro Romero, quando entrou na faculdade de engenharia, esperava ganhar seu primeiro

carro, como acontecia com a maioria dos seus colegas. Para surpresa dele, o pai lhe deu outra máquina,

um computador Pentium, supra-sumo dos computadores da época, com a seguinte instrução:

‘Com esta máquina, você vai ganhar dinheiro para comprar o que quiser na vida.’

Com o ‘brinquedinho’, Romero e dois colegas de classe começaram suas experiências com clientes,

produzindo programas de computador. Até que, diante da necessidade do amigo de comprar uma

impressora pela internet, tiveram a idéia de criar um site de busca que permitisse comparar preços e

qualidade dos produtos.

Em 1998, nasceu o site Busca Pé, com mais de 8 mil lojas cadastradas. Em segundos, o site consegue

pesquisar 5 milhões de produtos. Seu faturamento, em 2004, alcançou R$ 9 milhões.”

Parece que Romero e seus colegas entenderam bem o recado do seu pai. Observaram a importância do

estímulo e do desafio ao jovem, ao invés de lhe dar tudo pronto?

Se você for um jovem que mora com os pais, talvez pense em esperar até sair de casa para aprender a

administrar seu dinheiro. Mas isso seria igual a pular de um avião sem antes ter aprendido a usar um pára-

quedas. É verdade que uma pessoa talvez descobrisse como usa-lo enquanto cai rapidamente para a terra.

Mas teria sido muito melhor se, antes de pular, tivesse aprendido os princípios básicos do seu

funcionamento.

Da mesma forma, a melhor época para aprender a administrar dinheiro é antes de se confrontar com as

duras realidades financeiras. Lamentavelmente, no Brasil, as nossas crianças e jovens não são educados

na arte de administrar o seu dinheiro, de forma a construir desde de cedo uma boa saúde financeira. Ao

contrário, pesquisa IBOPE feita em 2006 apontou que 3 em cada 10 jovens, quando começam a trabalhar já

estão endividados no cartão de crédito e com o nome apontado no SPC – Serviço de Proteção ao Crédito,

por falta de absoluta orientação sobre planejamento financeiro.

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Lembro-me de um casal de jovens, recém casados, que me procurou certa vez pedindo ajuda por conta de

problemas financeiros. Ao conversar com ele descobri que o problema daquela nova família residia no

excesso de cartões de crédito: cada um possuía 5 cartões, ou seja, 10 cartões no total. Quero ressaltar que

o cartão de crédito é um instrumento fantástico, se bem utilizado. A pior decisão financeira que você pode

tomar hoje em dia é a de parcelar a fatura do seu cartão, pois, juntamente com o cheque especial, são os

dois produtos mais caros que os bancos oferecem em termos de taxas de juros.

Observem, na tabela abaixo, a pesquisa publicada no jornal “O Globo” – caderno de economia, de 19 de

dezembro de 2006, mostrando que a taxa média dos empréstimos subiu neste período, apesar das

decisões do Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão do Banco Central, que em novembro anunciou

novo corte na taxa básica da economia de 0,5%, passando para 13,25% ao ano – esta taxa é que regula o

custo do dinheiro no mercado financeiro.

TAXAS DE JUROS NO MERCADO Operações para Pessoas Físicas

Em % Outubro 2006 Novembro 2006 Mês % Ano % Mês % Ano % Comércio 6,16 104,89 6,23 106,52Cartão de Crédito 10,35 226,04 10,35 226,04Cheque Especial 7,92 149,59 7,96 150,7CDC Bancos 3,2 45,93 3,28 47,3Empréstimo Pessoal 5,46 89,2 5,51 90,34Empréstimos Financeiras 11,5 269,23 11,56 271,62TAXA MÉDIA 7,43 136.32 7,48 137,65

Fonte: ANEFAC – Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade.

Isso mostra que o mercado financeiro não passou ao consumidor o corte na SELIC. Para termos uma idéia

esta taxa recuou 6,5% desde de setembro de 2005, de 19,75% para 13,25% ao ano. No período, no

entanto, a taxa média anual cobrada por bancos, financeiras e comércio nos empréstimos para pessoas

físicas caiu apenas 3,47% (de 141,12% para 137,65% ao ano). É assim que os bancos e o comércio

ganham dinheiro com o seu dinheiro, uma vez que você trabalha para pagá-los (carnês, prestações, débitos

em conta, etc.).

Será que simplesmente ter mais dinheiro seria a solução para o seu problema com controle dos gastos?

Todos nós achamos que um salário maior seria a solução para as nossas preocupações, mas normalmente

não é isso que acontece.

Conheci um jovem casal, cujo marido tinha sido promovido no seu trabalho, passando de supervisor para

um cargo de gerência na empresa onde trabalhava. Esta ascensão acarretou em um aumento de salário de

R$ 900,00. Feliz com a notícia, nosso amigo contou para a esposa ao chegar em casa a feliz notícia. Esta,

imediatamente começou a pensar como gastaria o novo salário que no próximo mês estaria disponível para

a família. Lembrou do fogão que já estava um pouco gasto e do forno microondas que precisava ser trocado

por um novo modelo mais moderno. Por outro lado, o marido também já fazia planos com o novo salário:

pensou em comprar uma TV de 29’ e um novo aparelho de DVD, para colocar na sua sala e levar para seu

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quarto a TV e o DVD, hoje na sala. Conclusão da história, no dia do pagamento houve uma discussão em

casa para saber onde e em que seria gasto o novo salário, cada um defendendo a sua prioridade. Detalhe,

o casal já possuía dívidas no cartão de crédito e empréstimos bancários, ou seja, pagavam juros altos com

essas dívidas, mas estavam preocupados em gastar ou contrair novos gastos e, reparem, com coisas que

não eram tão necessárias a ponto de se endividarem mais. Poderiam planejar melhor essas aquisições,

para que fossem feitas à vista, economizando mês a mês um pouco e priorizando sim a quitação dos

empréstimos e financiamentos. Daqui a dois meses nosso amigo estará reclamando novamente do salário,

afirmando que se ganhasse um pouco mais conseguiria viver melhor. Será?

Ainda sobre os jovens, a Bíblia fala aconselha vocês sobre o seguinte: “Alegra-te jovem na tua juventude, e

recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e

agradam os teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas. Lembra-te do teu

criador nos dias da tua mocidade antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirá: não

tenho neles prazer.” Eclesiastes 11:9 e 12:1.

Já perguntou aos seus pais o que está envolvido em manter uma casa? Por exemplo, você tem a idéia de

quanto custa luz, telefone e água por mês? E que dizer de manter um carro, comprar comida e pagar o

aluguel ou financiamento do imóvel? Talvez ache que esses assuntos são chatos, mas lembre-se de que

você ajuda a gerar essas despesas. Além disso, se um dia sair da casa de seus pais, você é que terá que

pagar essas coisas. Por isso, seria bom ter uma idéia acerca delas. Peça a seus pais para ver algumas

dessas contas e ouça com atenção à medida que eles explicam como fazem um orçamento para pagá-las.

Lembre-se que “O sábio escutará e absorverá mais instrução, e homem de entendimento é aquele que

adquire orientação.” Provérbios 1:5.

Conheci uma jovem chamada Luíza que compartilhou comigo a seguinte experiência: “Meu pai me ensinou

a fazer um orçamento; ele me mostrou a importância de ser organizada ao administrar o dinheiro da família”

Sua mãe também lhe ensinou algumas lições práticas. “Ela me mostrou o valor de comparar preços antes

de comprar”, diz Luíza, e acrescenta: “Minha mãe fazia milagre com pouco dinheiro.”

Como Luíza se beneficiou disso? “Controlo cuidadosamente o que gasto e assim não tenho dívidas

desnecessárias, o que me faz sentir mais livre e tranqüila.”

É verdade que controlar o que se gasta é mais fácil na teoria do que na prática, ainda mais se você receber

mesada ou salário e morar com seus pais. Por quê? Porque provavelmente seus pais pagam a maioria das

contas, de modo que você fica com maior parte de seu dinheiro para gastar como bem entender.

Além disso, seus amigos talvez o pressionem a fazer isso, excedendo os limites razoáveis. Clara de 21

anos, disse-me: “Fazer compras tornou-se uma das principais fontes de entretenimento para minhas

amigas. Quando saímos juntas, parece existir uma regra implícita: para se divertir você tem que gastar

dinheiro.”

É natural querer ser aceito pelos amigos. Mas pense: “Quando saio com meus amigos, gasto dinheiro

porque posso ou porque me sinto obrigado a fazer isso?” Muitos fazem assim para tentar aumentar a sua

popularidade. Essa tendência, porém, pode levar a sérios problemas financeiros, ainda mais se você tiver

cartão de crédito. Se você sente a necessidade de impressionar outros pelo que tem em vez de pelo que é,

corre o sério risco de usar mal o cartão de crédito e tornar suas dívidas como uma bola de neve que cresce

até tornar-se uma avalanche financeira na sua vida.

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Em vez de estourar o limite do seu cartão de crédito ou de gastar seu salário de uma só vez, por que não

faz como Clara, uma amiga minha? Ela diz: “Quando saio com amigos, penso antes no que vou gastar e

estipulo um limite. Meu salário vai diretamente para o banco, e só uso a quantia necessária para a ocasião.

Também acho melhor fazer compras com amigos que sabem usar bem seu dinheiro e que me incentivarão

a comparar preços em vez de comprar na primeira loja que vejo.” “Quem anda com os sábios será sábio,

mas o companheiro dos insensatos será mau.” Provérbios 13:20.

Relativamente ao uso do cartão de crédito, vejam abaixo alguns conselhos práticos, os quais chamo de os

10 princípios básicos para o usuário do cartão de crédito:

5 sugestões sobre como adquirir o seu cartão de crédito 1) Escolha uma data de vencimento do cartão próxima de seu dia de recebimento, para facilitar o

planejamento da poupança.

2) Se você planeja gastar muito no cartão, prefira os cartões que oferecem bônus como milhagens ou

descontos.

3) Concentre suas compras em um único cartão para adquirir mais vantagens. Elimine cartões

adicionais.

4) Barganhe com a administradora as taxas de anuidades, principalmente se seu cartão não possui

programas de bônus ou milhagens.

5) Para quem viaja muito ao exterior, prefira bandeiras que são aceitas com maior freqüência nos

destinos mais comuns.

5 sugestões sobre como usar o seu cartão de crédito

1) Jamais entre no crédito rotativo ou pagamento mínimo. Na falta de dinheiro para pagar, faça um

empréstimo pessoal.

2) Cuidado com as compras parceladas no cartão: muitas lojas embutem juros nas parcelas sem

avisar ao consumidor. Verifique se o lojista está assumindo os juros da operação.

3) Consulte o saldo de seu cartão ao menos a cada dez dias, para não levar sustos no dia do

recebimento da fatura.

4) Nas compras pela Internet, certifique-se de que o site é seguro e a empresa é idônea. Não compre

com empresas pouco conhecidas.

5) Jamais use o cartão de crédito para efetuar saques em dinheiro. Para valores baixos, os juros e a

tarifa podem sair mais caros que o próprio valor do saque.

Uma pesquisa divulgada recentemente afirma que as pessoas gastam aproximadamente um terço a mais

quando usam cartões de crédito. Ainda sobre o cartão de crédito, jamais parcele o seu pagamento, pois,

como vimos na tabela acima, os juros são os maiores do mercado, juntamente com o cheque especial. O

bom é que você estipule um limite mensal para os gastos com o cartão de crédito, de acordo com a sua

renda, ignorando o limite que o banco definiu para você.

Mesmo que não tenha mesada ou salário você pode aprender boas lições sobre o uso do dinheiro enquanto

mora com seus pais. Por exemplo, quando lhes pede dinheiro ou que lhe comprem algo, pode ser que

digam não. Por quê? Uma razão talvez seja que os seus desejos custem mais do que o orçamento da

família permite gastar. Por dizer não ao seu pedido – embora preferissem dizer sim – seus pais estão lhe

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dando um excelente exemplo de autodomínio, algo que falta muito hoje em dia por causa da ansiedade do

consumo, provocada pela mídia, que nos leva, muitas vezes a consumir sem pensar ou planejar. O

autodomínio é essencial para a boa administração do dinheiro.

Supondo que seus pais tenham condições de atender ao seu pedido, ainda assim, talvez digam não. Você

pode achar que estão sendo mesquinhos. Mas pense no seguinte: eles talvez queiram lhe ensinar a

importante lição de que a felicidade não depende de ter tudo o que se quer. Sobre esse assunto a Bíblia diz:

“Quem ama o dinheiro jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunca se farta da renda...”

Eclesiastes 5:10.

A veracidade dessas palavras fica evidente em muitos casos de jovens cujos pais dão tudo o que eles

querem. Esses jovens logo descobrem que nunca estão realmente satisfeitos. Não importa quantas coisas

acumulem, eles sempre acham que é preciso comprar algo mais. Com o passar do tempo, jovens que estão

habituados a ter tudo o que querem poderão tornar-se adultos pouco apreciativos. “Se alguém está

mimando o seu servo (ou filho) desde a infância, este se tornará posteriormente na vida até mesmo um

ingrato”, avisou Salomão em Provérbios 29:21.

Eis alguns conselhos práticos que deixo para você refletir:

Aprenda a confiar em Deus, tudo e nunca, nunca duvide Dele;

Tenha responsabilidade com suas ações e decisões;

Desenvolva sua inteligência baseada nos ensinamentos da Bíblia;

Aprenda a cuidar do seu dinheiro e do seu futuro financeiro – sempre com equilíbrio;

Seja o melhor naquilo que você faz, pois no mundo contemporâneo não há espaço para o “mais ou

menos” – ou você é o “cara” ou está fora!

Acredite, Deus quer fazer de você “mais que um vencedor”, basta “entregar o teu caminho a Ele e

confiar Nele”;

Lembre-se que “nada muda, se nada muda...”

Jovem, “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque

este é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão

escondidas, quer sejam boas, quer sejam más”. Eclesiastes 12:13 e 14. Pense nisso, e que Deus o

abençoe.

10. PLANEJAMENTO FINANCEIRO

“O pior erro que você pode cometer na vida é ficar o tempo todo com medo de cometer algum erro.”

Elbert Hubrard

O dinheiro e as questões sobre quem ganha e quem gasta freqüentemente estão no centro das discussões

familiares. Em geral, as famílias não estão preparadas para enfrentar a situação de discutir este assunto,

planejar o seu futuro financeiro. A Bíblia nos ensina em Lucas 14: 28:- “Qual de vocês, se não quiser

construir uma torre, primeiro não se assenta e calcula o preço, para ver se tem dinheiro suficiente para

completá-la.”

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A boa saúde financeira pressupõe planejamento e visão de longo prazo. Jesus está nos ensinando sobre uma coisa chamada

orçamento.

Você sabe o que alcançar da vida? Você planeja o seu futuro?

Sem uma compreensão exata dos valores cristãos sobre o dinheiro, da vontade de Deus e os desejos dos

nossos corações, todos os esforços para assegurar o futuro tranqüilo no final, vão sucumbir.

A pergunta é: Você está conseguindo guardar algum dinheiro ou seu salário termina antes do fim do mês?

O Objetivo nº 1 do planejamento financeiro é a formação de uma reserva financeira para realizar sonhos futuros ou garantir uma velhice tranqüila. Viver numa economia estável exige uma nova

postura, pois os salários estão fixos e os produtos não sobem como no passado recente. Para desenvolver um bom planejamento financeiro, é preciso muita disciplina e renúncia. Enfim, exige

mudança de hábito.

11. PERGUNTAS QUE VOCÊ PRECISA RESPONDER:

Disponho de dinheiro suficiente para sustentar meu estilo de vida?

Estou aumentando o meu patrimônio ou vagarosamente dilapidando as reservas e bens que disponho no momento?

Tenho um perfeito conhecimento de para onde está indo o meu dinheiro? Da maneira como estou vivendo, e na idade que tenho hoje, poderei chegar a meia idade e

envelhecer sem ter motivos para preocupação? Estamos fazendo as coisas certas ou vivendo a vida de nossos amigos, tentando imitá-los?

Será que estamos dando bom exemplo aos nossos filhos, quanto às questões fundamentais da vida, inclusive, a financeira?

Estamos trilhando o caminho correto para chegar aos bens materiais e espirituais que sonhamos?

Contamos com uma estratégia consistente de receita e despesas no nosso orçamento?

A despeito da nossa estrutura de tributação, a Bíblia encoraja a poupança e desencoraja a dívida.

12. A CONSCIENTIZAÇÃO

“Não há nada que seja a maior evidência de insanidade do que fazer todo o dia a mesma coisa”. Albert Eisnten

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Como já declarei anteriormente finanças comportamentais compõe um dos mais acirrados campos de batalha da família brasileira. Seja individualmente ou como casal, o dinheiro é fonte de preocupação, distúrbios, amarguras entre duas pessoas que compartilham suas vidas.

Planejamento financeiro pessoal significa estabelecer e seguir uma estratégia precisa, deliberada e dirigida para acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua

família.

Essa estratégia pode ser direcionada para o curto, médio ou longo prazo, e não é tarefa simples de

atingi-la. Porque ela é árdua e difícil? Por causa dos inúmeros imprevistos e incertezas da vida.

Somos dependentes de fatores fisiológicos e psicológicos

Ninguém conseguiu comprovar cientificamente como funciona o nosso psiquismo e influência da

personalidade sobre nossa maneira de agir na vida.

Sigmund Freud (1856-1939) foi quem primeiro disse que existem forças mais poderosas do que a razão. Muito antes, Blaise Pascal, filósofo francês do século XVII, usou a seguinte expressão: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”.

Isso pode levar à conclusão que algumas características da personalidade podemos alterar ou influenciar, outras não, e que somos dependentes de fatores fisiológicos e psicológicos. Exemplo:

As relações dos pais com o dinheiro são de grande influência sobre os filhos.

A influência do meio em que vivemos

Muitos sociólogos e psicólogos afirmam que o meio ambiente em que vivemos é tão determinante quanto aos fatores hereditários. “Diga-me com quem andas e te direi quem és”, ditado popular que

mostra que a influência de outros seres humanos, com os quais entramos em contato durante nossas vidas, também poderá ser decisiva.

Logo, a sociedade que nos cerca, a mídia (TV, rádio, jornais, e internet), a família, a escola, a universidade, também exercem uma fortíssima influência sobre nosso comportamento financeiro.

A herança mais visível foi o período de inflação vivida no País, onde não valia a pena guardar dinheiro. Era melhor gastar logo, ou até antes mesmo de ganhar.

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A crise financeira e os efeitos emocionais na família

Pesquisas recentes revelam que a crise financeira aumenta o número de doenças ligadas ao estresse. Os sintomas físicos mais encontrados são: dores de cabeça, gastrite, dermatose, alergias,

insônia, alteração no apetite, dores musculares, desgaste físico, taquicardia e outros.

Os psicológicos são: apatia, desmotivação, autoritarismo, paranóias, isolamento, irritabilidade,

tiques nervosos, emotividade acentuada, memória fraca, aumento do consumo de cigarros e álcool.

Além disso, são muitas as ocasiões em que tentamos proteger as nossas famílias da instabilidade

financeira, mas não conseguimos manter o equilíbrio familiar. Essas crises podem desencadear uma grande instabilidade emocional e até espiritual, chegando a afetar a harmonia do casal e, por

conseqüência, também dos filhos.

O melhor procedimento continua sendo o diálogo claro e aberto, reconhecendo a existência do

problema e a busca de algo razoável a ser feito. Mas cuidado com a verbalização do problema, para não criarmos clima de angústia no coração da família.

Amor e naturalidade são essenciais na hora de explicar à família sobre os problemas que surgirem diante da crise. Faz-se necessário a cooperação e união de todos.

Onde foi parar o meu dinheiro?

O orçamento “fura” quando desperdiçamos o que Deus nos confiou e quando tentamos viver acima de nossas posses.

Considero Provérbios o livro bíblico da sabedoria financeira, pois revela os cinco “furos” que desequilibram as finanças familiares. São eles:

1. Vícios – Não me refiro a bebida alcoólica, drogas e cigarro, mas às refeições fora de casa,

refrigerantes, salgadinhos e doces, cinema, vídeos e vídeo games, longas horas ao telefone e viagens de carro, entre outros. “Quem ama os prazeres empobrecerá, quem ama o vinho e o azeite jamais enriquecerá.” Provérbios. 21.7

2. Especulação – O desejo de ficar rico sem muito esforço leva a especulação. Exemplo: Jogos de loteria, raspadinhas, bingos e negócios duvidosos, que podem levar ao vício.“O que corre atrás de coisas vãs é falto de senso.”Provérbios 12.11b“Os planos do diligente tendem à abundância, mas a pressa excessiva, à pobreza.Provérbios 21:5

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3. Dívida – É uma tesoura que despedaça o orçamento familiar. A sociedade no seduz para cair nesta

armadilha – cartões de crédito, crediário, cheques especiais. Não que o uso destes seja pecado, o perigo é gastar hoje o que se pretende ganhar amanhã. “O rico domina sobre o pobre, e o que toma emprestado é servo do que empresta.” Provérbios 22:7 e 22:26 e 27.

4. Desperdício – Um outro “buraco negro” no orçamento é o desperdício, a falta de cuidado e a má

mordomia dos bens. Salomão nos aconselha: “Procura conhecer o estado das tuas ovelhas, e cuida dos teus rebanhos, porque as riquezas não duram para sempre, nem a coroa de geração em geração.” Provérbios 27:23,24. Em outras palavras, cuide do que tem ou poderá acabar perdendo

tudo. O orçamento “fura” quando desperdiçamos o que Deus nos confiou e quando tentamos viver

acima das nossas posses.

5. Egoísmo – Parece um paradoxo, mas o livro de Provérbios deixa claro que perdemos quando nos

agarramos a nossos bens e ganhamos quando abrimos mão destes e contribuímos com outros. (Provérbios.3: 9 e 10). O egoísta esquece a soberania de Deus nas suas finanças. O pouco que tem

acaba “escoando pelo ralo”. “A quem dá liberalmente ainda se lhe acrescenta mais e mais, ao que retém mais do é justo, ser-lhe-á em pura perda.” Provérbios 11:24. “O que dá ao pobre não terá falta, mas o que dele esconde os seus olhos será cumulado de maldições.” Provérbios 28: 27.

13. CONTROLANDO OS GASTOS – Conselhos Práticos

1. Peça a Deus sabedoria para administrar seu dinheiro;

2. Planeje sempre seus gastos com antecedência; 3. Saiba distinguir as despesas indispensáveis das supérfluas, que vão se incorporando ao

cotidiano;

4. Economize sempre algum dinheiro todo o mês; 5. Se possível, movimente sua conta corrente em apenas um banco;

6. Tenha somente um cartão de crédito; 7. Controle os vencimentos de suas obrigações;

8. Negocie sempre descontos nas compras, principalmente à vista.

O administrador e escritor Gustavo Cerbasi, autor do livro “Casais inteligentes enriquecem juntos”, dá

algumas dicas sobre como sair das dificuldades financeiras que por vezes rondam a nossa vida, fruto do

descontrole com os gastos. São chamadas de:

10 sugestões para sair do vermelho 1) Jamais use o cheque especial ou o pagamento parcial do cartão de crédito. Se necessário, peça

empréstimo no banco para quitar este tipo de dívida, que sai mais barato;

2) Passe a controlar os saldos de seu cartão de crédito com mais freqüência, pelo menos a cada 10

dias, estabelecendo um teto máximo para gasto mensal;

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3) Tenha uma idéia do tamanho de seu problema: a primeira coisa a fazer é anotar TODOS os gastos

do mês, inclusive os gastos pequenos, para descobrir de onde cortar – faça isso diariamente

durante o primeiro mês;

4) Elabore um plano radical de enxugamento de gastos na maior intensidade possível, para que a

dívida seja amortizada de uma vez. Não adianta ir pagando aos pouquinhos, pois os juros voltam a

aumentar rapidamente a conta que você já pagou – exemplo cartão de crédito;

5) Quanto mais intenso for o corte de gastos e menor o tempo necessário para o ajuste financeiro,

menor será o desgaste no relacionamento familiar;

6) Acabe de vez com a tentação das compras a prazo;

7) Use todos os tipos de poupança que você tem. Não adianta estar com investimentos e perder mais

com os juros da dívida. O mesmo vale para bens como terrenos e imóveis à espera de valorização;

8) Fuja de atividades de lazer que custam caro. Aprenda a valorizar as coisas preciosas da vida que

custam menos, como um passeio ao ar livre ou uma reunião com amigos ou com a família;

9) Enquanto não conseguir quitar toda a dívida, substitua-a por outras mais baratas, como antecipação

de restituição de Imposto de Renda ou venda do automóvel e compra de outro parcelado. Use todo

o dinheiro da venda para reduzir a dívida.

10) Compartilhe e divida seu plano de ajuste com a família. É importante que todos estejam engajados,

para que haja maior motivação na busca da saúde financeira.

“O que atenta para o ensino acha o bem, e o que confia no Senhor, esse é feliz”. Provérbios 16: 20

14. CUIDANDO DA SUA SAÚDE FINANCEIRA

Assim como o físico e a mente padecem de doenças, nosso “corpo” financeiro também. Algumas pessoas

resistem em procurar o médico quando seu corpo físico ou mental dá sinais de alerta. Isso, quando não

buscam a automedicação. Em outros casos, a demora na busca de soluções traz complicações que, se não

fatais, exigem redobrado esforço para a e recuperação.

Assim também ocorre quando o nosso corpo dá sinais de alerta.

É muitas vezes mais cômodo culpar o governo, a inflação, os juros altos, a especulação internacional, a ter

que adotarmos medidas que visem corrigir desvios.

Vimos que, em finanças, também devemos cuidar desde cedo do nosso futuro financeiro, para

aumentarmos a probabilidade de uma velhice mais tranqüila, quando nossa capacidade produtiva já não for

mais a mesma.

Você sabe como está a sua saúde financeira? Vamos refletir um pouco sobre o comportamento humano.

O ser humano, ao gastar seu dinheiro sempre o faz com alguma finalidade específica. Assim, quando vai ao

supermercado para comprar carne e arroz, por exemplo, estará gastando o seu dinheiro com a finalidade

específica de atender às suas necessidades básicas de alimentação.

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Mas não é tão simples assim. Além da satisfação das nossas necessidades, somos movidos também pelos

desejos, às vezes incontroláveis. É assim quando compramos por impulso, quando cedemos a pressão da

propaganda ou de familiares, entre outras coisas.

À vista disso, responda as questões a seguir. Cada resposta positiva corresponderá um comentário.

Reflita sobre cada um deles.

1. Você acompanha suas receitas e despesas?

( ) Sim ( ) Não

Muito bem! Você já está um passo na frente.

Como veremos mais adiante, um sistema de acompanhamento de receitas e despesas poderá auxiliá-lo na

tomada de decisões, qualquer que seja o seu objetivo. Experimente fazer alguns ajustes na conta de

despesas. Some os valores que podem ser economizados mensalmente e projete para um período de 12

meses.

Que tipo de bem poderá adquirir ou quanto estaria poupando findo aquele período.

Um exemplo: Se você, na hora do almoço, toma duas latas de refrigerante e passa a tomar apenas uma,

em um mês terá economizado 30 latas de refrigerantes, 360 em um ano, o que equivale a

aproximadamente R$ 720,00, praticamente o preço de um aparelho de TV de 20’ e um DVD de boa

qualidade.

2. Quando ocorre algum distúrbio na economia, você se reprograma com relação às suas

despesas?

( ) Sim ( ) Não

3. Compara os preços para adquirir produtos ou serviços comparativamente mais baratos?

( ) Sim ( ) Não

Pesquisas sobre preços de mercadorias e de serviços têm revelado que há diferenças grandes entre os

diversos estabelecimentos comerciais e de serviços. Há casos de diferenças de preços que chegam a 50%.

Para se ter uma idéia, o retorno de uma aplicação em caderneta de poupança rende aproximadamente 6%

ao ano.

4. Como você se programa financeiramente para atingir seus objetivos?

( ) Sim ( ) Não

Uma viagem de mil quilômetros começa sempre com o primeiro passo. Dê o primeiro passo e continue

sempre caminhando em direção ao seu objetivo.

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5. Você sempre leva em consideração a sua realidade para definir seus objetivos? Você tem o

“pe no chão”?

( ) Sim ( ) Não

Sabemos que há caminhos difíceis e tortuosos. Escolha aqueles que apresenta estrutura firme, e que você

possa com a convicção de que é o melhor.

Querer atingir um objetivo é uma face da moeda. A outra é poder atingi-lo, ou seja, os objetivos têm que se

enquadrar à realidade.

Admitíamos que você tencione adquirir à vista, daqui a seis meses, um bem cujo valor exija esforço de

poupança da ordem de R$ 400,00. Se você não conseguir cumprir o planejado, você terá claros indicativos

de que seu objetivo foi colocado fora da sua realidade (a meta está acima da sua capacidade). O resultado

poderá ser frustração: o esforço não foi coroado pelo prazer de ter o bem desejado.

6. Conhece suas despesas mais significativas?

( ) Sim ( ) Não

Mas veja, é preciso mais que conhecer.

É preciso analisar as despesas mais significativas, com a finalidade de conhecer a sua estrutura para

descobrir possibilidade de redução ou, mesmo, eliminação. Não fazer isso poderá significar a possibilidade

de ver o seu dinheiro “escorrendo pelo ralo”.

Admitamos que suas despesas mais significativas sejam aluguel, alimentação e telefone (fixo e celular) e

educação. Os itens alimentação e educação são prioritários, de acordo com os seus objetivos, e o item

aluguel não permite redução neste momento. Nesse quadro, qualquer tentativa de alteração na estrutura de

suas despesas deverá considerar a redução nos gastos com telefone.

7. Questiona a real necessidade do que compra?

( ) Sim ( ) Não

As pessoas são normalmente estimuladas a consumir por necessidade ou por desejo.

É importante que você tenha conhecimento da medida de suas necessidades, para poder atendê-las de

maneira equilibrada.

Saiba distinguir: comer é uma necessidade que precisa ser atendida; comer em restaurante é um desejo

que deve ser analisado à luz da relação custo/benefício. Da mesma forma o vestir-se: diferentes marcas de

roupas prestam-se à mesma finalidade, mas com significativas diferenças de preço.

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8. Evita compras por impulso?

( ) Sim ( ) Não

O propósito do marketing é atender e satisfazer às necessidades e desejos dos consumidores. Para

estimular o consumo, utiliza todas as formas de apelo (condições facilitadas de pagamento, preço,

promoção, pontos estratégicos de venda, etc.).

Comprar um eletrodoméstico só porque está sendo vendido em 12 parcelas de pequeno valor, sem atentar

para o seu preço final nem para os juros que estão sendo cobrados, é um exemplo.

Às vezes, o aparelho antigo está ainda bom, mas as prestações são tão pequenas...

9. Evita comprar por influência do pai, mãe, filhos, parentes, vizinhos, colegas de trabalho,

entre outros?

( ) Sim ( ) Não

Normalmente, os consumidores são influenciados por pessoas de seu convívio diário ou pelo ambiente que

freqüentam.

Pressão da família (marido, esposa, filhos) para troca de veículo, convite do chefe para almoçar em

restaurantes caros, desejo de acompanhar os colegas na compra de roupas de marca são exemplos de

pressão externa sobe nossas decisões de consumo.

10. Seu estilo de vida é condizente com a sua condição econômica?

( ) Sim ( ) Não

Existem várias possibilidades de definição de estilo de vida. Sua escolha dependerá dos seus valores, de

suas crenças, do meio em que vive, de suas necessidades, etc.

O mais importante é que você saiba escolher aquele que estejam condizentes com sua realidade

econômica. Freqüentar bares e restaurante caros, comprar somente roupas de marca para atender a seus

desejos de status, sem considerar sua realidade econômica podem ser o caminho para dificuldades

financeiras.

11. Utiliza cartão de crédito de forma cuidadosa?

( ) Sim ( ) Não

O cartão de crédito, desde que utilizado com parcimônia e de acordo com a capacidade de geração de

recursos, é ótimo instrumento para facilitar o controle de gastos.

Além disso, o pagamento da fatura do cartão de crédito deve ser agendado para data compatível com o

recebimento dos haveres (salário, pró-labore, etc.).

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12. Informa-se sobre investimentos para obter melhor rentabilidade sobre as suas sobras

financeiras?

( ) Sim ( ) Não

No mundo financeiro nos ensinam: quem tem a informação sempre está um passo à frente na corrida por

melhores negócios.

Se você pode ganhar mais utilizando os mesmos recursos, porque não fazê-lo? Por lei, os rendimentos da

caderneta de poupança são de 0,5% ao mês mais atualização monetária.

Existem outras aplicações financeiras cujos rendimentos são superiores ao da caderneta de poupança.

Pesquise sempre. Veja o que será melhor para você.

A reflexão sobre a situação das nossas finanças pessoais é ponto de partida para que façamos um

planejamento financeiro seguro, com vistas a alcançarmos nossa SAÚDE FINANCEIRA.

Lembre-se: o tempo é implacável. Quanto mais tempo levarmos para nos organizar, menos tempo teremos

para atingir nossos objetivos, visto que nossa capacidade produtiva diminui com o avançar dos anos.

Prepare-se para esse tempo, pois ele virá. Como achará você e a sua família?

“Se soubesse que iria viver tanto anos, teria cuidado mais de mim.”

Eube Blake

15. COMO ALCANÇAR LIBERDADE FINANCEIRA? 1. Faça a sua parte! Antes de seguirmos, gostaria que respondesse algumas perguntas.

1. Qual é o seu maior alvo na vida?

2. Você já parou para pensar sobre isso?

3. O que você espera ouvir quando você está diante do tema: Pondo em ordem a minha vida

financeira?

Tenha sonhos, estipule metas para você e a sua família, organize-se para alcança-las, tenha disciplina e

atitude na administração das suas finanças pessoais, peça a Deus sabedoria para controlar seus gastos e o

mais importante, aprenda a poupar.

Observe os 5 Passos para você conquistar a sua saúde financeira: 1) Dedique tempo à construção de seu plano no papel ou em uma planilha eletrônica – orçamento.Principalmente para quem não lida com números no dia-a-dia, visualizar o plano ajuda tanto na motivação

para executá-lo quanto na identificação de pontos falhos e “gordurinhas” – aquelas despesas mensais de

pequeno valor e aparentemente irrelevantes, mas que são as grandes vilãs do orçamento quando somadas

ao longo do mês.

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2) Relacione todas as suas fontes de recursos financeiros e todos os seus gastos mensais.Seja detalhista, pelo menos uma vez na vida, ao longo de um mês. Coloque no papel todos os gastos, sem

esquecer as migalhas que são drenadas de seu bolso na forma de gorjetas, arredondamentos na conta da

padaria, cafés no meio do dia e aquelas “coisinhas a mais” que acabamos levando na banca de jornal

quando compramos a Nova. Não será pelo valor da prestação de seu carro ou de suas últimas compras no

shopping que seu orçamento apresentará problemas, porque provavelmente você verificou se havia espaço

na sua renda para adquiri-los. Geralmente os orçamentos estouram porque aqueles pequenos valores que

são desprezados ao longo do mês acabam se tornando algumas dezenas ou centenas de reais no balanço

final – provavelmente um valor que faria toda diferença no futuro se fosse poupado mês a mês.

3) Identifique suas possibilidades de redução de gastos e estabeleça limites para os gastos não programados.O segredo de um bom planejamento financeiro é impor limites a certos gastos e ter disciplina para seguir

estes limites. Se você levar a sério o item anterior, certamente irá se impressionar. Alguns gastos não são

controláveis, como aluguel, impostos, escola e plano de saúde. Outros podem ser otimizados, como o gasto

com alimentação e produtos de cuidado pessoal, substituindo marcas muito caras por equivalentes mais em

conta e levando a sério a prática de fazer pesquisas de preços. Há também aqueles gastos que podem ser

perfeitamente planejados, como a renovação do guarda-roupa, o happy hour com os amigos e o lazer de

finais de semana. Com estes, estabeleça limites mensais para seus gastos, e seja fiel a estes limites. Por

exemplo, estabeleça uma meta de, digamos, R$ 200 mensais para renovação do guarda-roupa. Se não

gastar tudo este mês, terá a mais para o mês seguinte – mas não caia na bobagem de gastar a mais por

antecedência.

4) Após otimizar seus gastos mensais, identifique de forma precisa o preço de sua sobrevivência, quanto você gasta mensalmente com segurança.Seu padrão de vida deve ter um custo inferior a sua renda. Sugiro que você gaste para se manter, no

máximo, 90% da renda líquida. No total destes gastos devem estar incluídas todas as contas essenciais,

incluindo seu lazer, a renovação do guarda-roupa, as prestações do carro, seguros, gastos pequenos do

dia-a-dia, etc. O importante é estabelecer um teto para seus gastos totais, seja rigorosa.

5) Calcule quando sobra de sua remuneração para possíveis investimentos mensais.Definindo com precisão os limites de seu orçamento, destine parte ou o total do excedente a um

investimento que você faça regularmente. Se você optar por um plano de previdência privada, isto estará

sendo feito com tranqüilidade. Se seu orçamento for disciplinado e você estiver satisfeita com a renda que

seu plano financeiro estará garantindo no futuro, não haverá nenhum problema em fazer alguns luxos

quando surgir alguma sobra – como o 13º salário, a restituição do Imposto de Renda ou um bônus salarial.

O melhor de um bom planejamento financeiro é a oportunidade que ele dá de gastarmos as sobras sem

peso na consciência.

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Por onde devo começar?

Leia e medite em Mateus 6.19-24

O que Jesus não disse: Ele não disse que não podemos adquirir propriedades e nem que não podíamos

fazer uma poupança para o futuro.

O que Jesus disse: Jesus proíbe seus discípulos da acumulação egoísta de bens. É a ganância por ter, ter

e ter... É a fantasia tola que a nossa sociedade propaga de que a vida de uma pessoa consiste na

abundância de suas propriedades. É o materialismo que acorrenta os nossos corações a este mundo. É a

inversão de valores que nos levar a valorizar as pessoas por aquilo que elas têm e não por aquilo que elas

são.

Acumular tesouros sobre a terra não significa ser previdente (como aqueles que, com juízo, fazem

provisões para o futuro); mas significa ser ganancioso (como o sovina que acumula e os materialistas que

sempre querem mais).

O Sermão do Monte, repetidas vezes, refere-se ao coração e aqui Jesus declara que o nosso coração

sempre segue o nosso tesouro quer para baixo, para a terra, quer para o alto, para o céu.

Os tesouros do céu são eternos. Os tesouros da terra são temporários.

Os tesouros que ajuntamos no céu estão seguros e guardados com Deus.

Os tesouros da terra são corrompidos pelo tempo e podem ser perdidos.

Os nossos tesouros são os nossos valores, as nossas prioridades, as coisas que são importantes para nós.

Para Deus, os valores espirituais precisam estar sempre à frente dos valores materiais. Vale a pena

perguntar a nós mesmos: onde está o nosso tesouro?

Estamos valorizando o que Deus valoriza?

Temos nos preocupado em ajuntar tesouros no céu? Ou será que a vida tem estado tão agitada que só

vivemos em função de acumular tesouros da terra?

“... porque sei em quem tenho crido e estou bem certo que ele é poderoso para guardar o meu tesouro até

aquele Dia. Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouvistes com fé e com amor que está em Cristo

Jesus. Guarda o bom tesouro, mediante o Espírito Santo que habita em vós.” 2ª Timóteo 1: 12 b a 14.

O que são tesouros no céu? Jesus não explica, mas podemos dizer com toda certeza que "ajuntar

tesouros no céu" é fazer na terra alguma coisa cujos efeitos durem pela eternidade, tais como:

• O desenvolvimento de um caráter semelhante ao de Cristo;

• O aumento da fé, da esperança e do amor (1a Coríntios. 13.13);

• Conduzir outros a Cristo para que estejam conosco lá no céu;

• Usar o dinheiro que Deus coloca em nossas mãos de acordo com os propósitos dele, pois, este, é o

único investimento financeiro cujos dividendos são eternos.

Perguntemos a nós mesmos: aquilo que estamos fazendo é algo de valor eterno ou temporário? Estou

acumulando tesouros na terra ou no céu?

Há pessoas que acham que podem servir ao Senhor e às riquezas ao mesmo tempo. Pensam que se

fizerem alguns arranjos ou ajustes na forma de viver será possível. Jesus mostra que não é possível.

“Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se

devotará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas.” Mateus 6:24

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Quem é o senhor da nossa vida?

Quem é que dirige e orienta nossas decisões?

Quem é que governa a nossa vida espiritual e material?

Quando amamos mais as riquezas, desprezamos a Deus. Quando amamos mais a Deus, somos

abençoados, inclusive nas riquezas.

Para que o seu tesouro seja eterno e não temporário firme um compromisso de colocar Deus em primeiro

lugar na sua vida. Como já vimos anteriormente: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia Nele e Ele tudo

fará”. Salmo 37:5.

Pense nisso:

1. Você pode vencer todas as dificuldades e desafios da vida – Tome posse das promessas de Deus.

"Tudo posso naquele que me fortalece". Filipenses 4.13

2. Você foi salvo para ser livre, inclusive na área financeira.

"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". João 8.32

3. Você recebeu a promessa de viver em paz, alcançando a boa saúde financeira.

"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como dá o mundo. Não se turbe o vosso coração

nem se atemorize". João 14:27

4. Você precisa crer na provisão de Deus para a sua vida – Aprenda a confiar Nele.

"O Senhor é o meu pastor e nada me faltará.” Salmo 23.1

5. Você foi feito para dar e ajudar ao próximo – Nossa capacidade de doação é medida através daquilo já

nos tem dado.

“A quem dá liberalmente ainda se lhe acrescenta mais e mais, ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á

em pura perda. A alma generosa prosperará e quem dá a beber será dessedentado.” Provérbios 11: 24 e

25.

6. Você foi feito para contribuir e ofertar com alegria – Ao contribuir a motivação deve ser espontânea e não

por obrigação.

“Cada um contribua segundo estiver proposto em seu coração, não com tristeza ou por necessidade; por

que Deus ama a quem dá com alegria.” 2ª Coríntios 9:7

Em Êxodo 23.14-19, a Bíblia revela que Deus se agrada das primícias. Por isso o dízimo deve ser separado

primeiro. Ele deve ser o primeiro item do nosso orçamento doméstico, não o segundo, nem o último.

Qual é a sua realidade hoje? Você está vivendo em crise?

Você está à beira de um desastre financeiro?

Ou você está vivendo com o orçamento doméstico em equilíbrio? Qual é a sua responsabilidade? Em que verdades você precisa crer e por em prática?

Você precisa saber e confiar no Deus que tudo criou. "No principio, criou Deus os céus e a terra". Gênesis 1.1

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Você precisa entender que tudo o que temos tudo o que somos pertence a Deus. "Pois os animais da floresta são meus e também os milhares de cabeças de gado espalhadas nas

montanhas. São meus todos os pássaros dos montes e tudo o que vive nos campos... pois o mundo é meu

e tudo o que nele há". Salmo 50.10-12; e ainda:

“Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam". Salmo 24.

Você precisa perceber que quem administra não é dono, mas responsável."Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos

mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se quer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado

fiel ". 1ª Coríntios. 4:1-2

Richard Foster nos lembra que devemos carimbar tudo o que temos com o lembrete: "Dado por Deus,

propriedade de Deus, para ser usado para os propósitos de Deus". Anote isto no seu coração!

Você precisa saber que o dinheiro é algo poderoso e, ao mesmo tempo, efêmero. 1ª. Tim. 6.6-10

Quando você ama ao dinheiro ele passa a ser o seu tesouro. Muito cuidado com esse caminho.

Assuma os seguintes compromissos de vida: 1. Viver em constante gratidão a Deus por tudo. 1ª Tessalonicenses 5.18.

2. Buscar cumprir os propósitos de Deus em tudo. 1ª Samuel. 2.35.

3. Obedecer ao Senhor em tudo 1ª Samuel 15.22-23.

4. Comprometa sua vida toda com Deus.

"O SENHOR, o seu Deus, lhes ordena hoje que sigam esses decretos e ordenanças; obedeçam-lhes

atentamente, de todo o seu coração e de toda a sua alma. Hoje vocês declararam que o SENHOR é o seu

Deus e que vocês andarão nos seus caminhos, que guardarão os seus decretos, os seus mandamentos e

as suas ordenanças, e que vocês lhe obedecerão. E hoje o SENHOR declarou que vocês são o seu povo, o

seu tesouro pessoal, conforme ele prometeu, e que vocês terão que obedecer a todos os seus

mandamentos. Ele declarou que lhes dará uma posição de glória, fama e honra muito acima de todas as

nações que ele fez, e que vocês serão um povo santo para o SENHOR, o seu Deus, conforme ele

prometeu". Deuteronômio 26:16 a 19.

16. LIBERDADE FINANCEIRA: Fazendo sábias escolhas. Nós somos e vivemos hoje o resultado das escolhas de fizemos ontem. O que seremos ou viveremos

amanha, será fruto das escolhas que fizermos hoje.

Quantas escolhas erradas você já fez na vida, e que você gostaria apenas de ter mais uma oportunidade

para voltar aqueles 30 segundos, ou 2 minutos ou aquele dia, ou ainda aquele semestre. E fica ainda pior

quando levamos a vida inteira, anos fazendo escolhas erradas e depois que a vida passa a gente descobre

que muita coisa poderia ser diferente.

"Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que

sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus " Romanos12:2.

"Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar o outro, ou se devotará

a um desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e as riquezas " Mateus 6:24.

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Li cera vez que “a vida é como uma escada que você sobe. Se você chega ao último degrau e descobre

que havia colocado a escada na parede errada, não tem como voltar atrás, a não ser recomeçando

novamente.”

Quantas escolhas certas você já fez na vida? Que bom poder recordá-las.

Escolher é algo tão importante, que dependendo da sua decisão você poderá passar toda uma eternidade

perto de Deus, desfrutando de sua presença e bênçãos sem medidas, ou longe de Deus, em presença nada

desejável, e completamente perdido.

E quanto ao que ganha, gasta ou economiza:

• Tem tomado decisões certas ou erradas?

• Você sorri ou chora quando lembra da maioria de suas decisões financeiras?

• Você se alegra ou se arrepende do que você fez e faz com o dinheiro que tem?

• Você tem paz ou intranqüilidade na gestão das finanças pessoais?

• Ou será que a coisa está tão feia que você preferiria não tocar nesse assunto?

Quanto a escolher certo ou errado, vivemos uma grande pressão nos nossos dias: Ou seguimos a influencia

cultural presente hoje no mundo, ou vamos seguir a mente e a vontade de Deus.

Paulo está escrevendo no desejo que sejamos felizes, experimentando os resultados, as bênçãos da

vontade de Deus. Ele diz que ela é: “boa, perfeita e agradável”.

No entanto, para que essas bênçãos nos alcancem, nós precisamos escapar da ditadura do padrão deste

mundo sobre nossas vidas, principalmente no que respeita ao uso do dinheiro.

A influência da cultura contemporânea sobre o dinheiro nos diz o seguinte: Os bens materiais trazem felicidade. A nossa tendência hoje é praticar o que se chama de consumismo

exacerbado.

Quase sempre, gastamos o que não temos e temos o que não precisamos. Porque temos sido ensinados a

longo da vida e influenciado pelo mundo, que as coisas trazem felicidade.

Quantas vezes fazemos o seguinte raciocínio: “Se eu tivesse... eu seria feliz”.

Que coisas já dissemos que gostaríamos de ter para sermos felizes? Aquela casa na praia; Aquele carro do

último tipo; Aquela roupa de marca. Que quantia em dinheiro faria de você uma pessoa feliz? O quanto você

precisa ter? O que tem é suficiente para você?

Somos levados hoje ao consumo. Compramos por impulso, para nos sentirmos bem, para competirmos com

o parente, o vizinho, o amigo e até o irmão da igreja. Conheci uma senhora que me disse o seguinte:

“Quando estou deprimida e triste, pego meu cartão de crédito e vou ao shopping fazer umas comprinhas”.

Será este o melhor remédio?

Se você seguir a cultura vigente vai tornar-se escravo do consumo, gerando problemas financeiros

indesejáveis, a partir dessa postura incorreta.

Quem foi que disse que nossos filhos precisam de TV nos seus quartos para ser mais felizes? Talvez até

sejam infelizes.

Quem disse que você precisa ter TV a cabo com centenas de canais? O que eles trazem de beneficio para

sua vida, e a vida de sua família? O mito de que adquirir coisas traz felicidade é muito forte em nossa

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cultura. Vejo casas e apartamentos cheios de objetos e utensílios que nunca utilizamos e, às vezes, nem

sabemos por que compramos.

Quem disse que educar bem os seus filhos é sempre lhes dar o que querem ter, na hora que eles querem

ter? Observe como Deus cuida de nós. Somos seus filhos, correto? Será que Deus nos trata assim, dando o

que queremos na hora que desejamos? Ou colocamos sempre a vontade de Deus em primeiro lugar como

nos ensina a oração do pai nosso – “...seja feita a tua vontade assim na terra como no céu...” Mateus 6.

Ora, se assim fazemos por que temos que agir diferente com os nossos filhos?

Atenção! Não estou dizendo para você não dar mais nada ao seu filho, ou somente o presente de

aniversário e natal, nem para tirar a TV do quarto dele, ou cancelar a TV a cabo da família. Quero apenas

afirmar que tudo isso não é o mais importante na vida, nem essencial para o seu filho ou família. O

essencial é a harmonia no lar, paz, amor e atenção.

Muitas vezes isso até atrapalha, pois distancia as pessoas dentro de casa. Precisamos nos policiar a

respeito das soluções e idéias que o mercado consumidor nos vende a todo o momento e orientar nossos

filhos sobre os cuidados com o “maravilhoso” mundo do consumo, que a todo instante invade nosso lar e as

nossas mentes com propostas que levam muitos a ruína financeira.

Conheci uma senhora com dois filhos adolescentes, numa loja de celulares, quando aguardava a vez de

comprar um aparelho para o meu filho. Ao conversarmos observei a forma como ela procurava educar seus

filhos, com uma postura totalmente liberal e consumista. Observem: seus dois filhos, um adolescente de

aproximadamente 18 anos e uma jovem de 20 anos, possuíam, cada um, 4 celulares. Estavam na loja para

comprar um novo aparelho para a filha menor de aproximadamente 9 anos. Na conversa ela revelou o nível

de consumo dos filhos, reclamando do excesso de gasto com eles, que envolvia desde roupas de grife até

os programas noturnos com os amigos.

Pensei comigo, já que não haveria tempo disponível para discutirmos o assunto com mais profundidade,

sobre a armadilha que ela mesma criou na educação dos filhos quando procurou atender a todos os seus

desejos, talvez como uma forma de compensar alguma ausência ou carência afetiva.

As coisas materiais e principalmente o dinheiro não trazem felicidade, embora sejam importantes e

necessárias, muitas vezes.

É claro que há até dezenas de ditos populares como:

"Se dinheiro não traz felicidade, me dá o seu e seja feliz".

“Dinheiro não traz felicidade, manda buscar”.

“Existem coisas melhores e mais importantes que o dinheiro, o problema é que elas custam caro”.

Cuidado com esses pensamentos, pois acaba influenciando o nosso estilo de vida de forma perigosa.

Precisamos desenvolver equilíbrio emocional e espiritual para lidar com essas questões, ensinando-as aos

nossos filhos verdadeiro valor do ser e não do ter,

Lidar com o dinheiro na família requer um planejamento cuidadoso para se evitar problemas, pois, se não

administrado com sabedoria, trazer mais infelicidade do que felicidade.

“Aos 17 anos, achava meu pai a pessoa mais estúpida do mundo. Aos 21, achei maravilhoso o quanto ele

havia aprendido em apenas quatro anos...”.

Mark Twain

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"Não se amoldem aos padrões deste mundo". Sabe qual é a conseqüência de quem pensa assim e age assim: solidão, insegurança, insatisfação

permanente, ganância, egoísmo e outros sintomas emocionais que prejudicam os nossos relacionamentos

e nos distanciam de Deus, criando, inclusive, problemas emocionais.

“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões

escavam e roubam, mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem a ferrugem corrói, e onde

ladrões não escavam, nem roubam; porque onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração”.

Mateus 6:19-21

É impossível solidificar um sistema de valores correto sem compreender a diferença entre o que é eterno e

o que é temporal. Nesse trecho, Jesus nos desafia a investir na eternidade. Ele não é contra colocarmos as

nossas forças no temporal, desde que a nossa motivação seja correta. A melhor opção é investir em

depósitos no “Banco Celestial” porque lá não existe inflação, ladrões, moeda fraca ou forte, etc. Lá os

dividendos (bênçãos) são sempre elevados e na medida certa.

Não sei qual é o seu problema. Você vive preso às coisas do mundo, escravo do dinheiro e cheio de

dívidas. Passou grande parte da vida querendo ter as coisas e perdendo a vida, a felicidade, as boas

amizades, o companheirismo e carinho da(o) esposa(o) e dos filhos, por conta do dinheiro. Quero dizer-lhe

que não vale a pena. Quero dizer-lhe que você pode mudar isso. Basta querer; basta rever alguns conceitos

e prioridades; basta mudar os seus valores e buscar o equilíbrio, reservando tempo para você, sua família,

seus amigos e o trabalho é claro.

Quando o suficiente é suficiente? O que é ser materialista? Segundo o dicionário Aurélio o materialismo se afirma, sobretudo, ante o

problema da origem do mundo que dispensa a criação divina e se explica em termos evolutivos, o problema

ético dele resultando moral hedonística, é viver só para adquirir – o importante é ter.

Existem pessoas que sempre estão à procura de algo mais, são eternos insatisfeitos.

Não estou fazendo apologia à pobreza nem a acomodação, pois isto, também, não vem de Deus e não é

bom.

Contudo, existem pessoas que, a partir dessa postura, não reservam nas suas agendas mais tempo para a

família, para si, para os amigos e para Deus. Alguns ainda se justificam dizendo: “minha família sabe que o

que faço é para ela”. Ledo engano, o que fazem é para eles mesmos, para satisfazer os seus desejos de

poder, de ganância e egoísmo, de ter mais e mais. E, pela falta de visão perdem o melhor da vida – a

felicidade de terem vivido em paz, em harmonia, em equilíbrio. Vivem ainda sobre o conceito do tudo ou

nada.

Esquecem-se de que as posses, no máximo, trazem felicidade temporária. Como os bens adquiridos se

renovam e numa velocidade cada vez mais rápida, por conta dos avanços tecnológicos, acabamos nos

entediando e passando a desejar modelos mais modernos, maiores, melhores e mais caros (ex. celular,

carro, som, TV, artigos de decoração, roupas e acessórios).

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Isso resulta em falta de contentamento. Você nunca está feliz com o que tem. Nunca agradece a Deus pelo

que possui. Está sempre reclamando da vida, querendo sempre aquilo que não tem. Este é o princípio da

inveja, egoísmo, ambição, que pode causar descontrole financeiro e o desequilibro emocional.

É muito fácil entender onde está o interesse do coração de uma pessoa. Se o seu tesouro é a casa, o carro,

o sítio, o emprego, as jóias, ali estará o seu coração. Se, porém, os investimentos forem nas coisas

espirituais e a administração das finanças pessoas feitas com sabedoria, fundamentada na palavra de

Deus, seu coração estará voltado para a eternidade – visão de longo prazo.

“O irmão, porém, de condição humilde glorie-se na sua dignidade, e o rico, na sua insignificância, porque

ele passará como a flor da erva. Porque o sol se levanta com seu ardente calor, e a erva seca, e a sua flor

cai, e desaparece a formosura do seu aspecto; assim também se murchará o rico em seus caminhos”. Tiago

1: 9-11.

Tiago se reporta as pessoas sofredoras. Por amor a Jesus Cristo haviam perdido suas casas, membros de

suas famílias e enfrentavam seríssimas perseguições. A finalidade do encorajamento de Tiago era expor-

lhes uma perspectiva eterna, um sistema de valores correto.

Quanto tempo dura a eternidade? Com as nossas mentes finitas e limitadas não é possível compreender

sua extensão. Deus está oferecendo uma oportunidade para você investir em uma vida que jamais

terminará. Porém, para isso acontecer, precisamos estabelecer um sistema de valores baseado na Palavra

de Deus: “Buscai em primeiro lugar...”, “ajuntai tesouros no céu...”.

O mundo nos diz a seguinte falácia:

Dívidas são previsíveis e inevitáveis. Portanto, vamos a elas... A sociedade de hoje criou o hábito de se endividar, fruto da força do sistema financeiro e do comércio.

Aposentado: Muito cuidado com os empréstimos “fáceis”!

Trabalhador: Muito cuidado com os empréstimos com desconto na folha de pagamento!

Juros de 1,7% ao mês é só para quem financia em até 6 vezes. Em 24x ou 36x você paga quase o dobro do

que recebeu, dependendo do prazo e das condições os juros crescem e muito.

Lembre-se de uma coisa: o melhor negócio deste país é emprestar dinheiro. É só observar o lucro dos

bancos no Brasil. O que vemos hoje é uma agiotagem legalizada. As financeiras dão tanto dinheiro que os

maiores bancos compraram a maioria delas. Portanto, cuidado com a oferta fácil de dinheiro. Como diz um

amigo meu: “não existe almoço grátis”.

"Quando a esmola é demais, até o santo desconfia", já diz o ditado popular.

São inúmeras as ofertas de cartões de créditos, pelos bancos e lojas. Na verdade deveriam ser conhecidos

como cartões de débitos todos eles, pois comprometem a nossa renda pessoal. Se você fizer uma pesquisa entre as pessoas de classe média, você verá que a grande maioria está

enfrentando dificuldades financeiras, devendo a tudo e todos, pagando juros elevados, por conta do

descontrole financeiro e falta de planejamento de longo prazo.

Estamos vivendo a cultura do dever (12X sem juros, sem entrada, em até 60 meses). Todo mundo deve

alguma coisa a alguém. Essa é a visão do mundo, mas não é a visão de Deus.

O ideal é que busquemos equilíbrio financeiro. Viver equilibrado é mais do que zerar receitas e despesas. É

também saber constituir reservas para algum tempo difícil que sempre chega.

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Liberdade financeira é gastar menos do que se ganha. Conheci certa vez um pastor que fez uma paráfrase de Provérbios 3.5: "Confie no CREDICARD de todo o

seu coração e não se apóie em seu próprio entendimento; reconheça o CREDICARD em todos os seus

caminhos e ele endireitará as suas veredas".

Há coisas que podem ser compradas a crédito, sim, mas viver escravo de compras a crédito não é o que

Deus planejou para você.

Quem vive se endividando experimenta um vazio muito grande, que se transforma, muitas vezes na

angústia, gerando crises que, por vezes abalam relacionamentos, podendo até destruí-los.

O mundo diz para nós que:

Um pouco mais de dinheiro solucionará todos os meus problemas . "Está faltando um zero no meu ordenado".

Ter um pouco mais de dinheiro é bom, mas você se lembra quando você ganhava menos e tudo

funcionava?

Há pessoas que quanto mais ganham, mas dividas fazem (erro primário em finanças pessoais e o mais

comum).

Pergunte-se a si mesmo: O quanto será o suficiente para você?

Você já encontrou algum rico que não quisesse ganhar mais dinheiro ainda?

Quem pensa assim, está sendo moldado pelo pensamento deste mundo e não pela vontade do Senhor.

Aí, mais uma vez, entra a questão do contentamento.

Existem pessoas bem pobres que foram felizes durante a sua vida e criaram seus filhos debaixo da benção

de Deus. Estão lembrados das escolhas?

Há assuntos na vida que escolhemos entre o certo e o errado, mas chega um ponto que precisamos

escolher entre o bom e o melhor para nós, segundo a vontade de Deus.

As implicações financeiras na vida são claras.

Elas serão boas ou ruins, dependendo do caminho e decisões que escolhemos.

Você vai seguir a influência cultural do nosso tempo, ou vai seguir o conselho de Deus?

Garanto a você que ninguém conhece mais de riquezas do que Deus. Ele é o dono de tudo. Às vezes, ou

quase sempre nos esquecemos dessa verdade.

O dinheiro afeta o nosso relacionamento com Deus

Lemos que "ninguém pode servir a dois senhores". Esta é uma grande verdade.

Como podemos dizer que amamos a Deus, mais do que tudo neste mundo, mas na hora em que temos que

decidir, seguimos mais a orientação do mundo do que a dele?

Atente para isso: Deus não tem compromisso com quem não tem compromisso com Ele.

Se você tem lido a Bíblia você já encontrou várias vezes a conjunção "se". Esta pequena palavra condiciona

as bênçãos de Deus a partir de nosso compromisso e atitude.

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No Velho Testamento encontramos várias vezes: Se o meu povo obedecer aos meus mandamentos, seguir

as minhas orientações então haverá chuva sobre a terra e abundância na colheita. 2ª Crônicas 7:12-15

Malaquias 3:10, nos mostra que se formos fiéis, Deus vai abrir as janelas dos céus sobre nossa vida e

família.

Há outros condicionais de Deus para o perdão, para a comunhão com Ele, para desfrutar de sua amizade e

orientação.

O dinheiro pode lhe proporcionar um relacionamento de maior benção ou de menor benção, pode revelar o

quanto você ama a Deus e crê nele, ou o quanto você diz que ama, mas não ama verdadeiramente.

Estabeleça um sistema de valor baseado na palavra de Deus.

O dinheiro afeta o nosso relacionamento com a família

Há mais casamentos que se acabando por questões financeiras, do que por questões sexuais.

Sua família vai continuar a morar onde mora ou terá que mudar por questões financeiras; seus filhos

continuarão a fazer o curso que fazem ou terão que parar por problemas no orçamento da família. Você

pode aumentar os atritos no convívio com sua esposa e filhos, dependendo das questões financeiras, pois

elas afetam a todos em casa.

Conheci uma família que quase “quebrou” por causa de 8 cartões de crédito (2 para cada um dos

membros).

Não há como negar a importância do dinheiro em nossas vidas. Ele pode trazer benção ou maldição,

dependendo de como utilizamos. Quantos casamentos se acabaram porque o marido e a mulher se

dedicaram tanto a ter dinheiro que depois que o tiveram estavam tão distantes um do outro e descobriram

que o amor acabou, ou que uma terceira pessoa surgiu no relacionamento?

É muito importante você decidir como você vai lidar com o dinheiro, porque certamente afetará para o bem

ou para o mal o seu relacionamento familiar. Que tal reunir a família hoje, ou simplesmente você e seu

cônjuge para rever os seus conceitos sobre a gestão financeira da família.

Lembre-se que conversar é poder discordar e continuar discutindo até chegar a um consenso sobre as

questões de interesse da família. Pratique este exercício com toda a família e adicione paciência, humildade

e muito amor. Os resultados serão fantásticos.

O dinheiro afeta o nosso relacionamento com a vida: presente e futuro

Se eu seguir as orientações de Deus no ganhar, no contribuir, no gastar e no economizar isso fará toda a

diferença quanto ao meu futuro.

Se você aprende e pratica os princípios de Deus para a sua vida no ganhar, no contribuir, no gastar e no

economizar você não terá que se preocupar com o futuro.

"Temam ao Senhor, vocês que são os seus santos, pois nada falta aos que o temem". Salmo 34:9.

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Pare de se preocupar com o futuro e comece a se preparar para o futuro agora. Desenvolva visão de longo prazo e siga as orientações de Deus para a sua vida financeira, pois o futuro vai

chegar antes do que você imagina. Planejar é preciso.

Você sabia que R$ 200,00 aplicados todo mês durante 35 anos, remunerados a uma taxa de juros de 1%

ao mês, resultará em aproximadamente 1,2 milhão de reais. Você já começou? Por que não?

O dinheiro afeta as nossas emoções

Você pode ser alguém mais alegre ou mais triste, com paz ou sem ela. Observe como o dinheiro, mal

aplicado ou administrado, pode afetar nossa vida.

• Você tem vivido a vida sorrindo ou chorando?

• Você tem tido paz ou desespero?

• Como você tem enfrentado cada dia?

• O que você sente quando você recebe o seu salário?

• Que bom! Posso honrar todos os meus compromissos e economizar uma parte?

• Ou você já não tem nem dinheiro para receber?

• Que tipo de pessoa você quer ser?

• Você quer estar de bem com a vida ou reclamando de tudo?

Saiba que muito disso tem a ver com a maneira como você ganha, contribui, gasta e economiza o seu

dinheiro, ou seja, como administra as suas finanças pessoais.

Você pode ser feliz. Você pode vencer. Você foi chamado a alcançar a saúde financeira. Você pode e deve

tomar posse da promessa de viver em paz.

Logo, leve a serio alguns aspectos e procure mudar:

Não subestime o lugar do dinheiro e sua força em sua vida. O dinheiro é algo poderoso. E, dependendo do seu conceito de dinheiro uma mesma quantia pode significar

muito ou nada para você.

Precisamos ser desafiados a seguir a orientação de Deus para que sejamos felizes e fiéis.

Toda a vez que você for ganhar o seu dinheiro, contribuir com o seu dinheiro, gastar o seu dinheiro ou

economizar, lembre-se que você está lidando com algo muito sério.

Peça a Deus sabedoria para usá-lo e ele será uma benção na sua vida e da sua família.

Deus deseja para você o equilíbrio financeiro. Não seja sovina, “pão duro”, nem seja esbanjador, pródigo. Não tenha vergonha de pechinchar, ao invés de

pagar o preço inicial estabelecido, principalmente quando for comprar à vista.

Quando você estiver endividado todos dirão que você foi o responsável por aquela situação. Converse com

a família sobre isso. Observou: Isso mesmo você leu! Converse, não busque culpados ou acuse alguém

pela situação que se encontra. Isso não vai resolver o problema. Aliás, só piora.

Cuidado com esse momento vivido, pois o diabo leva tão a sério a questão financeira que alguém já disse o

seguinte: "a divida é forca e satanás é a corda. As execuções estão acontecendo a todo o tempo".

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Ele está trabalhando a todo custo para que o povo de Deus esteja mais e mais endividado porque assim

ficará impedido de contribuir para a expansão do reino de Deus. Os cristãos sérios devem pagar suas

dívidas tão prontamente quando puderem.

Procure viver dentro das orientações bíblicas para a sua vida financeira. A Bíblia está cheia de orientações para cada um de nós. É um verdadeiro manual e finanças pessoais. Ler e

praticar é apenas uma questão de fé. Ou você crê que a Bíblia é a verdade e funciona ou você não crê.

O modo como você diz que crê, é através da atitude, da obediência e da mudança observada na postura do

trato com o dinheiro. Siga a instruções da pessoa mais rica desse universo – Deus. Ele é o Criador e

sustentador de todas as coisas. Creia nisso!

O caminho de Deus para suas finanças é:

1. Receber

2. Contribuir

3. Planejar

4.Economizar

Exatamente nesta ordem porque receber, contribuir e economizar é a forma que Deus usa para não nos

apegarmos ao dinheiro e fazermos seu Reino crescer e viver dignamente alcançando pessoas e sendo

abençoados, inclusive materialmente, claro.

Se Deus diz: "não pegue dinheiro emprestado", não faça; diz que você não deve emprestar com usura não

faça; diz que você será muito abençoado à medida que você contribui, então contribua. Deus está sempre

com a razão.

Não se deixe enganar pelo que o mundo diz. A Bíblia diz que "o mundo jaz no maligno".

C.S. Lewis disse: "Existem dois tipos de pessoas: as que dizem a Deus ‘seja feita a Tua vontade’, e

aquelas a quem Deus diz "então tudo bem, faça do seu jeito".

Saiba que felicidade perene não é possuir, mas estar de bem com Deus.Tudo o que precisamos é perceber que a vida não é apenas o aqui e o agora, mas existe uma eternidade

nos aguardando. Já observaram o slogan do Cartão Visa: "a vida é agora". É um grande apelo ao consumo imediato – visão de um mundo ansioso. À

medida que você se posiciona na direção de Deus, e se aproxima Dele, mais você vai perceber o valor secundário das coisas e do

dinheiro neste mundo. O nosso grande desafio é estar de bem com Deus e consigo mesmo.

Já aprendemos que: "Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele

habitam". Salmos 24:1

Quanto mais você se aproxima de Deus, mais os seus valores mudam. Com essa prática, passamos a dar mais valor a nossa personalidade, aos relacionamentos, em vez de

valorizar a riqueza, o possuir, o dinheiro. As riquezas podem ser perdidas em um piscar de olhos, devido a

uma variedade de fatores incontroláveis. A verdadeira segurança está naquilo que ninguém pode tirar – o

nosso relacionamento com Deus e com o próximo.

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Procure desenvolver a amizade com Deus, de forma sincera e plena. Ele deve ser o grande gestor da nossa vida em todas as áreas,

sem exceção.

“Em Deus tenho posto a minha confiança, não temerei o que me possa fazer o homem.”

Recebi um texto de uma amiga muito interessante com o nome: “Morada no céu”, que compartilho com você agora. "Conta-se que um homem muito rico morreu e foi recebido no céu.

O anjo guardião levou-o por varias alamedas e foi lhe mostrando as moradias.

Passaram por uma linda casa com belos jardins.

O homem perguntou:

- Quem mora aí?

O anjo respondeu:

- É o Raimundo, aquele seu motorista que morreu no ano passado.

O homem ficou pensando:

- "Puxa! O Raimundo tem uma casa dessas! Aqui deve ser muito bom!"

Logo a seguir, surgiu uma outra casa ainda mais bonita e ele voltou a perguntar:

- E aqui, quem mora?

O anjo respondeu:

- Aqui é a casa da Rosalina, aquela que foi sua cozinheira. O homem ficou imaginando que, tendo seus

empregados magníficas residências, sua morada deveria ser, no mínimo, um palácio.

Estava ansioso por vê-la.

Nisso, o anjo parou diante de um barraco construído com tábuas e disse:

- Esta é sua casa!

O homem ficou indignado!

- Como é possível? Vocês sabem construir coisa muito melhor!

- Sabemos, respondeu o anjo, mas nós construímos apenas a casa. O material é selecionado e enviado por

vocês mesmos; e você só nos enviou isso!

Moral da história:

Cada gesto de amor partilhado é um tijolo com o qual construímos a nossa eternidade. Tudo se decide por

aqui mesmo, nas escolhas e atitudes de cada dia.

Não devemos dizer a Deus que temos grandes problemas, mas dizer aos problemas que temos um grande

Deus".

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17. OS SETE PRINCÍPIOS DA LIBERDADE FINANCEIRA 1ª conscientização – Seu Futuro Financeiro. Você é o maior responsável.

A consciência da mudança na nossa renda, agora cada vez mais variável e mais dependente de nós, exige

nova postura de nossa parte em relação ao dinheiro.

Essa percepção, hoje, precisa começar cada vez mais cedo, pois o futuro e incerto.

2ª conscientização - Despertar para uma visão de longo prazo em termos de Planejamento Financeiro.

Planejamento Financeiro pessoal significa estabelecer e seguir uma estratégia precisa, deliberada e dirigida

para acumulação de bens e valores que irão formar o patrimônio de uma pessoa e de sua família.

Essa estratégia pode ser voltada para o curto, médio ou longo prazos, e não é tarefa simples de atingi-la.

Exige muita disciplina e determinação.

3ª conscientização - Uma nova dimensão: Auto-investimento e inteligência para se posicionar no futuro.

As atividades empreendedoras, mais do que empregos fixos com salário, passam a ser a forma mais

interessante de gerar riqueza para si. “Tranqüilidade econômico-financeira” é uma expressão bastante

subjetiva, que traduz estado de satisfação de uma pessoa ao alcançar um objetivo definido por ela mesma.

4ª conscientização – A importância do valor do dinheiro ao longo do tempo.

Necessidade de um novo estado de vigilância financeira e a não abdicação do controle das finanças

pessoais. A Busca da inteligência financeira para poder validar as recomendações dos agentes financeiros.

Lembremo-nos que a vida é uma sucessão de episódios, alguns previsíveis e outros não previsíveis. O que

não se pode prever acaba acontecendo. É inevitável, mas cabe às pessoas inteligentes dispor de antídotos

para que seus efeitos atinjam a menor intensidade possível.

“Meu maior orgulho aos 80 anos é saber metade do que pensava saber aos 20...” Pablo Picasso

Os sete princípios da boa saúde financeira, segundo a Bíblia:Reconheça que o SENHOR DEUS é dono de

tudo. Transfira a ELE, em um ato de fé, o que possui. “Ao Senhor pertencem o mundo e tudo o que nele existe, a terra e todos os seres vivos que nela vivem são

dele.” Salmos 24:1 NTLHEstabeleça um sistema de valores baseado na Palavra de Deus. “Portanto, ponham em primeiro lugar na sua vida o reino de Deus e aquilo que Deus quer, e ele lhes dará

todas essas coisas”. Mateus 6:33 NTLHAprenda a distinguir entre necessidade e desejo. “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus cada uma de vossas

necessidades”. Filipenses 4:19Esteja pronto a ser flexível para ajustar-se a qualquer mudança financeira.

“Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto

sei estar humilhado, como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência,

tanto na fartura, como de fome, assim de abundância, como de escassez”. Filipenses 4:11,12 5. Aprenda a investir sabiamente para o Senhor.

“Em Mateus 25.14-30, Jesus contou a história de certo homem que se ausentou do país, mas antes chamou

seus servos e lhes confiou seus bens. A um entregou cinco talentos, a outro dois e a outro um. Jesus deu a

entender que os servos tinham a responsabilidade de negociar e investir para receber mais. Somos

mordomos, despenseiros, administradores das coisas de Deus.”

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6. Ao contribuir a motivação deve ser espontânea e não por obrigação.

“Que cada um dê a sua oferta conforme resolveu no seu coração, não com tristeza nem por obrigação, pois

Deus ama quem dá com alegria.” 2ª Coríntios 9.7 NTLH

7. Desenvolva sensibilidade às necessidades dos outros. “Em Atos 4. 32 a 35, descobrimos qualidades maravilhosas da Igreja Primitiva. Era uma igreja viva e

dinâmica. O amor entre os irmãos é que motivava tal atitude. “Todos os que creram pensavam e sentiam do

mesmo modo. Ninguém dizia que as coisas que possuía eram somente suas, mas todos repartiam uns com

os outros tudo o que tinham.” Atos 4:32 NTLH

Alguns Cuidados ao Tomar Empréstimos Com os juros da economia em níveis tão altos quanto os que observamos hoje, fazer uso de empréstimos

pessoais e financiamentos acaba sendo uma péssima prática para a saúde financeira de qualquer leitora. A

palavra de ordem hoje é investir.

Porém, ao mesmo tempo em que observamos taxas de juros para investimentos tão interessantes,

sofremos uma forte pressão no orçamento doméstico decorrente do constante aumento de preços,

enquanto nossos ganhos mantêm-se estáveis. A conseqüência disso é que muitas leitores, sem conseguir

reduzir seus gastos no mesmo ritmo em que os preços sobem, acabam tendo que recorrer a empréstimos.

Nessas horas, é preciso planejar bem o compromisso que será assumido, para que o problema de hoje não

se torne um tormento amanhã.

Veja como funciona cada modalidade de empréstimo:

Pedir emprestado a um parente ou amigo:

Muitas pessoas vêem este tipo de empréstimo como o ideal, uma vez que se pode valer do relacionamento

para deixar de pagar juros. Cuidado! Se você não quer destruir um bom relacionamento, leve em

consideração que a pessoa que lhe emprestar o dinheiro poderia estar obtendo juros no banco. Por isso, é

sensato negociar o empréstimo pagando os juros que essa pessoa conseguiria em uma aplicação comum –

que hoje não chegam a 2% ao mês. Esta seria a alternativa mais barata para se conseguir um empréstimo,

porém não se devem esquecer os custos emocionais desta prática. Pedir um empréstimo a um amigo é

uma situação tão constrangedora para quem pede quanto para quem recebe o pedido. Por isso, muitas

vezes deverá partir de você a proposta de pagar juros e de assinar uma nota promissória (que nada mais é

do que uma promessa de pagamento por escrito), preservando a confiança mútua e o relacionamento.

Cuidado nesta hora também, pois a promissória não é interessante para quem deve, é uma confissão de

dívida e pode ser usada contra você em uma eventual quebra de amizade. Evite propor prazos para quitar o

empréstimo, pois geralmente somos demasiadamente otimistas ao planejar nosso futuro. Se seu amigo

esperar o dinheiro dele de volta no próximo mês e não receber, sua credibilidade será abalada e a amizade

deixará de ser a mesma.

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Penhor de bens:

Uma alternativa aos parentes e amigos é o penhor, em que você pode entregar ao banco bens de valor –

obras de arte, jóias ou outro bem de valor mensurável – como garantia de um empréstimo que lhe é feito.

Como o risco de o banco não receber o dinheiro de volta é pequeno, pelo fato dele ter os bens para vender,

os juros são bem mais baixos que em outras modalidades. Esta prática deve ser feita somente quando a

situação de falta de recursos é provisória e há plena certeza de que algum recurso extra está para surgir e

pagar a dívida. A razão para este cuidado é que o banco sempre avaliará o bem a um preço bem abaixo do

de mercado, sem contar que ele não levará em conta o valor emocional. Uma jóia herdada dos avós, por

exemplo, é avaliada por seu peso em metal precioso, não levando em conta nem o trabalho artístico.

Empréstimo com o banco:

Disponível a qualquer pessoa que tenha conta em banco, o empréstimo é a forma mais barata de se

conseguir recursos sem comprometer amizades e bens de família. Basta procurar um gerente do banco e

solicitar uma quantia, verificando o plano de pagamento. Porém os juros não são baixos, e por isso deve-se

fazer uma boa pesquisa de taxas em diversos bancos antes de contrair o empréstimo. Não tenha a ilusão

de que você conseguirá as melhores taxas no banco em que você tem conta por ter um bom

relacionamento. Pesquise! O procedimento para se conseguir um empréstimo pessoal não é complicado,

mas alguns bancos poderão restringir seu crédito se você estiver com o nome sujo na praça – em razão de

um cheque devolvido, por exemplo.

Cheque especial: Não é a forma mais barata, mas é a forma mais simples de se conseguir um empréstimo, pois não é preciso

sequer contatar o gerente. Porém, deve ser terminantemente evitada, já que os juros praticados são muito

mais altos que os do empréstimo pessoal – e todo cliente que tem um limite no cheque especial deverá ter

no mínimo o mesmo limite para empréstimos pessoais. O limite do cheque especial só deve ser usado por

um ou dois dias, no máximo, quando acontece algum imprevisto (atraso no recebimento ou antecipação no

depósito de cheques pré-datados, por exemplo).

Uso do crédito rotativo do cartão de crédito:

É uma prática tão ruim quanto o uso do cheque especial, e por isso deve ser riscada de qualquer lista de

alternativas. Na fatura do cartão, há um sugestivo valor mínimo a ser pago, possibilitando ao usuário do

cartão o pagamento futuro do restante. Não caia nesta armadilha! Os juros são em geral iguais ou maiores

que os do cheque especial, o que traria um desgaste e uma perda de dinheiro muito grande nos meses

seguintes. Pague sempre o valor total de seu cartão na data do vencimento; se não houver saldo na conta,

contate seu gerente e peça um empréstimo pessoal.

Financeiras:

Emprestam dinheiro sem muita burocracia e a juros similares aos do cheque especial e do cartão de crédito.

Em geral, atende a clientes desesperados, que precisam de dinheiro urgentemente para quitar um penhor

ou para não perder um bem importante que havia sido financiado. Como trabalham com os juros mais altos

da economia, tendem a conduzir o devedor ao total descontrole da dívida, sujando seu nome nos sistemas

de proteção ao crédito. Também devem ser evitadas como alternativa ao endividamento.

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Agiota:

É qualquer pessoa que dispõe de recursos financeiros e faz uso desses recursos para emprestar a

terceiros. Quando pedimos emprestado a amigos e parentes, a agiotagem não se caracteriza porque há o

vínculo do relacionamento. O agiota profissional é aquele que exerce de forma ilícita atividade similar à de

um banco ou de uma financeira, porém sem fiscalização e sem pagar impostos. Cobra juros extorsivos e,

em geral, exige como garantia de seus devedores a transferência de bens como automóveis e imóveis. Por

não ser uma atividade regulamentada, não se preocupa em agir dentro dos limites da lei na hora de cobrar

uma dívida, podendo se tornar um grande risco à estabilidade pessoal e familiar do devedor. Não apenas

deve ser evitado como deve ser denunciado.

Substituição de dívidas:

Ao precisar de dinheiro, uma alternativa interessante pode ser a venda de um bem para obtenção de

recursos imediatos. Por exemplo, se você tiver uma dívida de R$ 15 mil e possuir na garagem um veículo já

quitado com valor igual ou superior, pode vender seu automóvel e comprar um outro financiado. Esta prática

não elimina a dívida, mas garante o pagamento de juros bem menores do que aqueles que você pagaria no

empréstimo pessoal – hoje os juros de um financiamento de automóveis não chegam a passar muito dos

2% ao mês. Mas note que esta não deve ser uma prática a ser incentivada, uma vez que se está perdendo

um bom valor em juros. Deve ser considerada apenas como uma alternativa ao empréstimo, quando este se

faz essencial.

Empréstimo específico para casa própria, carro, cirurgia plástica e outros:

A aquisição de empréstimos para bens e serviços cuja aquisição pode ser adiada é uma prática que deve

ser evitada. Com juros altos, é muito melhor poupar para pagar à vista um pouco mais adiante do que

desfrutar hoje e pagar muito mais caro no futuro, comprometendo boa parte de nossa renda com juros. Do

ponto de vista financeiro, é muito mais barato e seguro alugar um imóvel enquanto se constrói uma

poupança para adquirir um imóvel à vista no futuro (basta ter disciplina para fazer a poupança). Ao comprar

um carro, é possível obter ótimos descontos pagando à vista. Quanto à cirurgia plástica, é muito mais

saudável esperar um pouquinho e pagar à vista, pois é provável que as rugas que surgirão com a

preocupação de uma dívida desnecessária exijam nova cirurgia em pouco tempo.

Estas informações serão bastante úteis na hora de escolher o tipo de empréstimo mais adequado. Porém, a

dica mais importante é esta: procure quitar suas dívidas o quanto antes, para que você gaste menos

dinheiro com juros. Se tiver várias dívidas, comece eliminando primeiro as mais caras, ou substituindo-as

por mais baratas.

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Os 10 mandamentos de um orçamento equilibrado 1) Planeje seus gastos para conhecer seus limites de consumo

2) Controle seus impulsos de consumo

3) Não tenha um padrão de vida maior do que suas posses

4) Não pague juros maiores do que os que recebe de seus investimentos

5) Poupe para garantir aquisições futuras

6) Jamais despreze a inflação

7) Resista à tentação de gastar a poupança que garantirá sua velhice

8) Informe-se bem antes de investir

9) Jamais despreze pequenos valores

10) Jamais despreze uma boa negociação de preços

18. APRENDENDO A GERENCIAR O RISCO

AGENTES ECONÔMICOS E SUAS POSIÇÕES ORÇAMENTÁRIAS

São representados pelas famílias, organizações, governo e por outras entidades. São três as posições

orçamentárias que cada um desses agentes pode assumir:

Situação de Equilíbrio;

Situação Superavitária;

Situação Deficitária.

Para compreendermos as posições orçamentárias dos agentes econômicos, vamos expor os seguintes

conceitos:

Dispêndio (D), que é a soma dos gastos em consumo (C) e investimento (I). Poupança (S), que é a

diferença entre a renda (Y) e consumo (C). Assim, temos:

D = C + I e S = Y - C

Agentes Econômicos com Orçamento Equilibrado – Esses agentes têm seus gastos correntes com o

consumo (C) e investimento (I) iguais as suas rendas correntes (Y).

Y = C + I isto é Y = D

Agentes Econômicos com Orçamento Deficitário – Esses agentes têm suas rendas correntes (Y)

inferiores aos gastos correntes com consumo (C) e investimentos (I).

Y < C + I isto é Y < D

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Agentes Econômicos com Orçamento Superavitário – Esses agentes têm suas rendas correntes (Y)

superiores aos seus dispêndios (D), ou seja, aos gastos correntes com consumo (C) e investimentos (I).

Y > C + I isto é Y > D

Administrar risco pressupõe entender a seguinte máxima financeira:

Maximização do Ganho - Lucro com Segurança

Já pensou se na vida tudo fosse uma questão de sorte, a administração do risco seria um exercício sem

sentido. Invocar a sorte obscurece a verdade, porque separa um evento da sua causa.

Quando dizemos que alguém foi vítima de má sorte, eximimos tal pessoa de qualquer responsabilidade pelo

ocorrido. Quando dizemos que alguém é sortudo, negamos a tal pessoa o crédito pelo esforço que pode ter

levado ao resultado feliz. Mas que certeza podemos ter? Foi o destino ou escolha que decidiu o resultado?

Enquanto não conseguimos distinguir um acontecimento realmente aleatório de outro resultante de causa e

efeito, jamais saberemos se o que vemos é o que obteremos, nem como obtivemos aquilo que alcançamos.

Quando corremos um risco, apostamos em um resultado que será conseqüência de uma decisão que

tomamos, embora não saibamos ao certo qual será o resultado. A essência da administração do risco está

em maximizar as áreas onde temos o controle sobre o resultado, enquanto minimizamos as áreas onde não

temos absolutamente nenhum controle sobre o resultado e onde o vínculo entre efeito e causa está oculto

entre nós.

Para Pensar:

Abraham Lincoln, estadista e presidente dos Estados Unidos, que evitou o desmantelamento de seu país na Guerra da Secessão, proferiu, em 1865, algumas palavras proféticas tão atuais nos dias de hoje como quando as formulou. São “os quatro mandamentos da prosperidade”

I- Não criarás prosperidade se não estimulares a poupança.

II- Não criarás estabilidade permanente baseada em dinheiro emprestado.

III- Não evitarás dificuldades financeiras se gastares mais do que ganhas.

IV- Não poderás ajudar os homens de maneira permanente, se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios.

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Warren Buffet , foi um dos maiores especuladores da Bolsa de Nova York, nas décadas de 80/90. Fez fortuna operando no mercado de capitais global. Certa vez, numa entrevista, foi questionado por um repórter sobre qual conselho daria para quem estivesse começando a aplicar seu dinheiro no

mercado financeiro e de capitais. Com uma simplicidade de gênio, disse que adotava na vida duas simples regras a respeito do dinheiro. Ei-las:

Regras a respeito do dinheiro, segundo Warren Buffet*:

Regra nº 1: “Nunca perca dinheiro”.

Regra nº 2: “Nunca esqueça a regra número 1”.

Nesse sentido, compartilho com você também duas regras a respeito do dinheiro que procurei desenvolver

ao longo da vida e das experiências que desenvolvi com o uso do dinheiro. Chamo-as de:

Regra a respeito do dinheiro, segundo Joel: Nada muda, se nada muda...

“O segredo do viver, o segredo do vencer é em Cristo confiar. Nunca, nunca duvidar.”

Nossas decisões diárias envolvem risco e determinarão o que acontecerá no futuro. O que fazemos nesta

vida é de uma importância eterna. Vivemos nesta terra somente uma vez. Como a Bíblia revela em Hebreus

9:27: “E,assim como aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disto o juízo”. Não existe

tal ciosa como reencarnação. Uma vez que a nossa vida na terra termina, você e eu nunca mais teremos

outra oportunidade de mover a mão de Deus através da oração, compartilhar Cristo com alguém que não

conhece o Salvador, ajudar aos pobres e necessitados, dizer “eu te amo” a quem você ama e nunca teve

coragem de dizer, estar mais presente na família, divertindo-se com a mulher ou marido e os filhos. Enfim,

viver intensamente esta vida que Deus lhe deu, pois, você é único.

A forma como administrarmos o nosso dinheiro afetará a nossa comunhão com o Senhor. O dinheiro é o

principal rival de Cristo pelo senhorio da nossa vida além de moldar o nosso caráter. Deus quer que

tenhamos um plano para administrarmos o dinheiro de modo que nos tornemos financeiramente fiéis de

uma maneira prática.

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19. DÍZIMO: A MELHOR APLICAÇÃO

Reservei esta última parte para falar sobre a importância do dízimo em nossas vidas. Deus também tem um plano financeiro para o sustento da sua obra. Nós somos convidados a participar deste

plano.

“Algumas pessoas gastam com generosidade e ficam cada vez mais ricas; outras são econômicas demais e

acabam ficando cada vez mais pobres. Quem é generoso progride na vida; quem ajuda será ajudado.”

Prov. 11:24-25 NTLH.

Será que um dia você já sonhou em ser uma pessoa muito rica? Um cristão(ã), filho(a) de Deus tão rico que

a sua fortuna excederia as suas necessidades e prováveis mordomias e você ficaria livre para ofertar com

R$ 50.000,00, R$ 100.000,00 ou mesmo R$ 500.000,00 a alguém menos afortunado, ou à alguma entidade

evangélica que luta para manter firme o seu ministério ante as tempestades econômicas? Mas será, como

diz popularmente por aí, que o fato de você ter que abrir a carteira para retirar algum dinheiro, lhe provoca

intensa dor? Seja qual for o seu sentimento, é interessante descobrirmos nas Escrituras qual o pensamento

de Deus a respeito.

“Lembrem-se disso: Quem planta pouco colhe pouco; quem planta muito colhe muito.” 2 Coríntios 9:6

NTLH

Paulo está exortando e elogiando os crentes da Macedônia, que eram relativamente pobres, mas não

negaram ajuda aos santos de Jerusalém, pessoas ainda mais necessitadas. O apóstolo utiliza-se da

ilustração da colheita, onde o que semeia pouco, colherá pouco, mas o que semeia muito, ceifará muito. Ela

desafia os crentes em Cristo a não terem receio de semear (ajudar os outros seja financeira, emocional ou

espiritualmente) porque, certamente, colherão enorme quantidade de bênçãos.

DÍZIMO, TERMÔMETRO ESPIRITUAL

A fidelidade na contribuição é um termômetro bastante exato na vida do crente. Quando ele começa

a se afastar de Deus, seu dízimo é uma das primeiras coisas a falhar.

CRENTE DIZIMISTA = BENÇÃOS ABUNDANTES NA VIDA

“Cada um contribua segundo estiver proposto em seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.” 2 Cor. 9:7

Há uma heresia pairando sobre a Igreja Evangélica brasileira, conhecida como Evangelho da Prosperidade,

que prega a contribuição como meio de enriquecimento. Embora Deus realmente recompense

bondosamente ao que dá, ele não promete riquezas que proporcionem uma vida nababesca. Deus sempre

retribui com bênçãos inesperadas e grandiosas ao que contribui, mas Paulo exorta a ofertar com alegria,

segundo o que o nosso coração estiver determinado a contribuir e sempre com a motivação correta.

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Deus nunca falhou em suas promessas. Faça uma experiência com Deus em relação ao dízimo, e verá a realidade de Suas promessas na sua vida e na família.

Para alguns, dar o dízimo é um ato de fé, por causa do salário minguado que recebem; para outros, é

uma parcela insignificante da sua renda mensal.

Deus espera que sejamos fiéis ao administrar o que ele confia em nossas mãos. Como mordomos, precisamos ser fiéis não só com os 10% do dízimo, mas também com os 90 % restantes. Mateus 25.14:30.

FAZEI PROVA DE MIM...

Dominicalmente, no momento do culto separado para o dízimo e as ofertas, você tem a oportunidade de

depositar sua contribuição no gazofilácio. Apenas duas coisas podem acontecer. Ou você coloca a mão no

bolso ou na carteira, retira o seu dinheiro e dá com alegria, ou você põe a mão no bolso e ela parece ficar

grudada ali, relutante em sair, querendo proteger o seu “rico dinheirinho”, tão pouco, coitadinho, que vai

fazer falta para pagar as contas, comprar algo tão esperado e importante, etc.

A Bíblia diz: “contribua segundo tiver proposto no seu coração...”. Se sua mão e seu coração estiverem

relutantes, você não é obrigado a dar – e não precisa culpar-se por isso! Entretanto, lembre-se: Deus honra

aquele que o honra; e isso se aplica também quando a questão envolve dinheiro.

Os que têm experimentado a prática do dízimo têm verificado que Deus não falha em suas promessas.

Para Você Refletir:

“Contribui de acordo com a tua renda, para que Deus não torne a tua renda segundo a tua contribuição”.

Peter Marshall

20. CONCLUSÃO

Querido irmão e amigo, estou convicto de que estamos vivendo tempos de dias maus, os últimos tempos. A

situação econômica mundial, embora apresente nos últimos anos um aparente cenário de prosperidade,

expansão e liquidez (excesso de dinheiro circulando), principalmente após a globalização dos mercados

financeiros, caminha para uma grave crise, possivelmente nos próximos anos. Diante desse quadro, como é

compensador e tranqüilizador não ter problemas de dívidas ou quaisquer complicações financeiras.

Leve em consideração todas as palavras bíblicas que destaquei nesse estudo e confie na verdade que o

Senhor o honrará por sua iniciativa de ser fiel a Ele.

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Deus prometeu que nem um justo sequer será desamparado por ele, portanto, mesmo que você não

possua uma polpuda conta bancária ou reserva econômica, que possa lhe proporcionar segurança e prazer,

o Senhor lhe dará o necessário para seu sustento e de sua família.

Como dono de tudo e sendo um Pai extremamente amoroso e bom, muitas vezes ele nos dá muito mais do

que imaginamos. Que possamos sempre honrá-lo com nossa confiança.

Para tento, avalie suas prioridades. O que de fato mais importa em sua vida?

"Onde está o teu tesouro, aí está também o teu coração". Mateus 6.21

"Toda decisão financeira é também uma decisão espiritual”. Por isso você deve superar a crise que existe entre possessão e obsessão; você precisa buscar trabalhar

mais com relacionamentos do que com dinheiro; você precisa depender mais de Deus do que das finanças;

você precisa construir uma inteligência sobre como lidar com o dinheiro e passar a depender mais de Deus.

Como Deus tem avaliado suas decisões financeiras? Ele lhe considera prudente ou insensato? Fiel ou

infiel? Se você quer viver em liberdade financeira, você precisa saber que dinheiro é um assunto espiritual.

Você sabia que há mais de 2000 citações bíblicas falando sobre dinheiro em toda a Bíblia.

A grande verdade é que enquanto não estivermos com os nossos olhos voltados para o que é de valor

espiritual, ficará difícil nos desprendermos das coisas materiais.

Faça uma avaliação dessas afirmações a partir do seu talão de cheques e do seu orçamento financeiro.

Alguns questionamentos para você pensar:

1. Você ama a Deus? Você se importa com o que Deus se importa?

2. Quanto você tem investido no Reino de Deus? Que rubrica do seu orçamento você aponta como

sua prioridade de vida?

3. Você ama as pessoas? O quanto do seu orçamento você tem investido para ajudar outras pessoas

e abençoar outras vidas?

4. Quando você recebe um dinheiro extra qual é o seu primeiro pensamento? Você pergunta a Deus

se ele lhe abençoou para você abençoar uma outra pessoa?

5. Que caminho você seguirá na sua vida financeira? Você deixará ser influenciado pela cultura ou

seguirá as orientações de Deus para a sua vida?

Aproveite este dia e sente com a sua esposa ou seu esposo e filhos, e elabore um plano administrar melhor

as finanças da família. Quem sabe você pode aproveitar o 13º salário, férias ou qualquer dinheiro extra para

quitar as suas dívidas!

Lembre-se apenas que o mais importante não é quitar as dívidas. O mais importante é atitude e vontade de

querer mudar os hábitos quanto às suas finanças pessoais e rever os conceitos quanto ao uso dos cartões

de crédito, empréstimos, cheque especial e as pequenas despesas do dia-a-dia que, somadas, tornam-se

grandes gastos que consomem o seu orçamento.

Desejo compartilhar com você um texto que recebi de um amigo muito interessante e que serve para

pensarmos um pouco na forma como enfrentamos as adversidades da vida e como reagimos a elas. Seu

autor é desconhecido, e tem como título:

O que você é: cenoura, ovo ou café?

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Uma filha se queixou com seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Ela já

não sabia mais o que fazer e queria desistir. Estava cansada de lutar e combater. Parecia sempre que um

problema estava resolvido logo um outro surgia. Seu pai, um chef, levou-a até a cozinha dele, encheu três

panelas com água e colocou cada uma delas em fogo alto.

Em uma, colocou cenouras; em outra, ovos e, na última, pó de café. Deixou que tudo fervesse, sem dizer

uma palavra. A filha deu um suspiro e esperou impacientemente, imaginando o que ele estaria fazendo.

Cerca de 20 minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela.

Retirou os ovos e os colocou em outra tigela. Então, pegou o café com uma concha e o colocou também em

uma tigela. Virando-se para filha, perguntou:

- Querida, o que você está vendo?

- Cenouras, ovos e café, ela respondeu.

Ele a trouxe para mais perto e pediu para experimentar as cenouras. Ela obedeceu e notou que as

cenouras estavam macias.

Ele, então, pediu que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela obedeceu e depois de retirar a casca verificou

que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu ao

provar seu aroma delicioso.

- O que isto significa pai?

Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, a água fervendo, mas que cada

um reagira de maneira diferente.

A cenoura entrara forte, firme e inflexível, mas depois de ter sido submetida à água fervendo, ela amolecera

e se tornara frágil. Os ovos eram frágeis, sua casca fina havia protegido o líquido interior, mas depois de

terem sido fervidos na água, seu interior se tornara mais rijo.

O pó de café, contudo, era incomparável; depois que fora colocado na água fervente, ele havia mudado a

cor e sabor da água. Ele perguntou à filha:

- Qual deles é você, minha querida? Quando a adversidade bate à sua porta, como você responde? Você é

como a cenoura que parece forte, mas com a dor e a adversidade você murcha, torna-se frágil e perde sua

força? Ou será você como o ovo, que começa com um coração maleável, mas que depois de alguma perda

ou decepção se torna mais duro, apesar de a casca parecer à mesma? Você é como o pó de café, capaz de

transformar a adversidade em algo melhor ainda do que ele próprio?

Somos nós os responsáveis pelas nossas próprias decisões. Cabe a nós, somente a nós, decidir se a crise

irá ou não afetar nosso rendimento profissional, nossos relacionamentos pessoais, enfim, a nossa vida.

Ao ouvir outras pessoas reclamando da situação, ofereça uma palavra positiva. Todavia, você precisa

acreditar nisso. Confiar que você, ter capacidade suficiente para superar os desafios é imprescindível.

Espero que, nestas semanas que se seguem, quando lhe convidarem para tomar um café, você possa

lembrar-se dessa história. Uma vida não tem importância se não for capaz de imputar positivamente a

outras vidas. O que você é: cenoura, ovo ou café?

Meu desejo é que você alcance a Boa Saúde Financeira e seja muito FELIZ! Sucesso, com Cristo.

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APÊNDICE É preciso disciplina para poupar no país com a maior taxa de juros do mundo. Disciplina e sacrifício são os dois requisitos mais importantes para se tornar um poupador. Quem afirma é o consultor de investimentos Eduardo Santalúcia, que participou de chat no quadro "Dinheiro", com Lillian Witte Fibe. No Japão, apesar dos juros serem de 0,7% ao ano, o japonês tem a disciplina de regularmente ir poupando para um futuro próximo. Na minha concepção, poupar é sacrificar algum consumo imediato para, mais para frente, comprar esse bem e ainda sobrar algum dinheiro investido. O Brasil tem os juros reais mais altos da economia: 13% de sobra para comprar o mesmo bem que você quer", comparou Santalúcia. Pesquisa feita pelo IBGE sobre o orçamento doméstico informou que para 85% das famílias brasileiras ter algum dinheiro de sobra no fim do mês parece impossível. Para o consultor, o primeiro passo é fazer um orçamento para tentar "enquadrar os gastos". "O orçamento não pode ser semestral, no mínimo, tem que ser anual. Existem gastos sazonais em meses localizados. No primeiro trimestre do ano, têm os impostos, material escolar, matrícula dos filhos etc. E cuidado com aquela prestação que cabe no salário. Muitas vezes, por ser em 12 vezes, a pessoa acha que a compra cabe no seu salário. Mas tem que ver os juros embutidos nela. Juro de 7% ao mês elevado a 12 meses vai dar 125% ao ano. É como se você pagasse um bem a mais", adverte. Para quem já está mergulhado em dívida, o consultor recomenda procurar o banco ou a empresa que trabalha e tentar adquirir um crédito direto ao consumidor - CDC, que tem juros bem menores do que os do cartão de crédito ou cheque especial. "É preferível pegar um crédito ao consumidor do trabalhador na folha de pagamento de sua empresa para quitar uma dívida. Só aí você já está administrando seu orçamento. Sacrificar um consumo imediato _bancado muitas vezes do cartão de crédito, do cheque especial, você conseguirá separar 10% da sua renda para poder investir em alguma coisa no futuro", afirma. Para poupar, a dica do consultor é investir em fundos de renda fixa, que, segundo ele, rendem no mínimo de 3% a 4% a mais que a poupança. "Em qualquer instituição financeira onde você tenha conta, procure o gerente ou uma pessoa especializada em investimento na agência. Eles vão lhe dar opções de fundos de renda fixa. E hoje tem fundos que aceitam aplicações baixas. Pesquise quem tem a menor taxa de administração. Quanto maior a taxa, menor o rendimento", disse. Outra boa forma de aplicar bem dinheiro, de acordo com Santalúcia, é investir em um plano de previdência privada, que funciona como uma poupança forçada. No entanto, o consultor ressalva: "Se você for disciplinado e conseguir poupar e investir dinheiro é melhor do que ir para uma previdência privada, que tem uma taxa de administração muito alta. Mas nós temos de ser disciplinados. Quando a gente junta muito dinheiro, acaba pensando em trocar de carro. E na previdência, você não pode ir lá e pegar o dinheiro", diz.

Julho/2005

“A melhor maneira de prever o futuro é criá-lo.” Peter Drucker

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BÍBLIA SAGRADA – Estudo de Genebra. São Paulo – Editora Cultura Cristã. 2004 BIRMAN, Joel. Entrevista – Caderno EU &. Jornal Valor Econômico. 24,24 e 26.11.2006.

BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo. Disponível em: http://www.bovespa.com.br.

CERBASI, Gustavo. Casais inteligentes enriquecem juntos. São Paulo. Editora Gente. 2004.

GIANNETTI, Eduardo. Felicidade. São Paulo. Companhia das Letras. 2002

KEMP, Jaime. Finanças. Conflitos ou sucesso? Curitiba – PR. A.D. Santos Editora. 2005.

MARA Luquet e ANDREA Assef. Meninas normais vão ao Shopping, Meninas iradas vão à Bolsa. São

Paulo. Editora Saraiva. 2006.

MICHELLON, Ednaldo. O dinheiro e a natureza humana. Rio de Janeiro. MK Editora. 2006

O GLOBO, Jornal. Na contramão do BC, juro sobe para o consumidor. Caderno Economia, 19.12.2006.

TOWNER, Dick. TOFILON, John. Encontrando Liberdade Financeira. Fortaleza - CE. 2005

PEREIRA, Glória Maria Garcia. As personalidades do dinheiro. Rio de Janeiro. Editora Campus. 2005

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