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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSO CIVIL.

Aula 28-06-2017 Ministrada pelo Prof. Fábio Cáceres

1-) Petição Inicial:

No CPC de 1973 estava previsto no art. 282, atualmente no novo

CPC está previsto no art. 319.

Art. 319. A petição inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu;

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV - o pedido com as suas especificações;

V - o valor da causa;

VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação.

§ 1o Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção.

§ 2o A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.

§ 3o A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça.

a) Requisitos da Petição Inicial:

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Endereçamento ao juízo competente;

Qualificação completa das partes, com inclusão de CPF,

CNPJ e e-mail;

Fatos e fundamentos jurídicos;

Pedido com suas especificações;

Provas;

Informação da opção ou não pela audiência de

conciliação;

Valor da causa;

Para haver melhor entendimento, será estudado cada requisito

separadamente.

2-) Endereçamento da Petição Inicial:

Houve alteração do código de processo civil de 1973 para o

NCPC, anteriormente cabia ao autor direcionar a peça ao juiz ou Tribunal

competente, atualmente deve direcionar a petição inicial ao juízo

competente para apreciar a causa, nos termos do art. 319, inciso I do

NCPC.

Art. 319. A petição inicial indicará:

I - o juízo a que é dirigida;

Aqui, há aferição de competência do juízo, para que assim seja

possível a respectiva distribuição da ação.

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A maioria da doutrina processualista aponta que a competência

é a medida da jurisdição, no entanto pode-se dizer que a competência é o

instituto que cuida da distribuição da jurisdição.

Para tanto, menciona-se haver a distribuição da competência

relativa e absoluta.

Quando estamos diante da competência relativa, há nítido

interesse das partes envolvido. No entanto, se estivermos diante da

competência absoluta o interesse que está em questão é o Estado.

Para entender quando será caso de competência ABSOLUTA ou

RELATIVA, segue tabela abaixo.

Competência ABSOLUTA Competência RELATIVA

Diz respeito à MATÉRIA,

salvo quando houver

cumulação de competência;

Ex: varas do interior que

abarcam processos criminais,

civis, federais etc.

Diz respeito ao TERRITÓRIO,

EXCEÇÕES: Serão de competência

absoluta as seguintes demandas:

- ações fundadas em direito real

sobre bens imóveis;

- ações fundadas em direito de

propriedade, vizinhança, servidão,

divisão e demarcação de terras e

nunciação de obra nova;

- ações fundadas em direito

possessório.

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Quando diz respeito à

HIERARQUIA e FUNÇÃO;

Quando diz respeito ao

VALOR DA CAUSA.

Quando diz respeito à

PESSOA.

ATENÇÃO:

Quanto a HIERARQUIA e FUNÇÃO:

HIERARQUIA FUNÇÃO

Instância Superior Ministros

2ª Instância Desembargadores

1ª Instância Juízes

ATENÇÃO:

A regra de competência para distribuição da ação é o foro do

domicílio do réu, mas deve ser analisado dos os critérios que foram

dispostos acima.

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OBS:

Em se tratando de incompetência relativa, a mesma deve ser

suscitada pelas partes na primeira oportunidade. Caso haja inércia

haverá convalidação dos atos e prorrogação de competência;

Agora, em se tratando de incompetência ABSOLUTA, esta deve ser

analisada de ofício pelo magistrado ou na primeira oportunidade

deve ser arguido pelas partes, sob pena de imposição sanções,

bem como nulidade dos atos realizados pelo juízo incompetente.

ATENÇÃO:

Quanto ao valor da causa:

ORGÃO LEI VALOR DA

CAUSA LIMITE

COMPETÊNCIA

Juizado Especial

Civil - JEC

Lei 9.099/95 Até 40 salários

mínimos

RELATIVA

Juizado Especial

Civil e Criminal

no âmbito da

Justiça Federal -

JEF

Lei 10.259/01 Até 60 salários

mínimos

ABSOLUTA

Juizado Especial

da Fazenda

Pública - JEFA

Lei 12.153/ 09 Até 60 salários

mínimos

ABSOLUTA

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ATENÇÃO:

Há na cidade de São Paulo a chamada Lei de Organização

Judiciária, que dispõem sobre a competência das comarcas, leia o

Decreto lei 158/ 69.

ATENÇÃO:

Para que nasça o direito à pretensão deve ser violado direito,

nos termos do art. 189 do C.C.

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.

Assim que violado o direito, o advogado deverá identificar três

passos.

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a) Conceito:

Ato judicial da parte autora com a finalidade de provocar a

jurisdição acerca de um pedido, isto é, a pretensão resistida. É a peça que

estabelece a relação jurídico-processual entre o autor e o juiz, gerando o

direito de resposta ao pedido imediato formulado, nem que seja para

indeferi-la de plano, por ausência de um ou mais requisitos formais

essenciais (Carlos Eduardo Ferraz de Matos Barroso).

b) Requisitos:

Os requisitos podem ser gerais ou especiais.

Gerais:

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Juiz ou Tribunal que é dirigida – Importante função, pois delimita a

jurisdição e aciona o órgão competente para julgamento da

demanda, (Tribunal – Competência originaria);

Nomes, prenomes etc. – Serve para fixar aquele que vai sofrer os

efeitos da sentença;

Fatos e fundamentos jurídicos do pedido – Causa de pedir

próxima e remota;

Pedido com suas especificações – Na essência têm-se dois

pedidos o imediato (sentença esperada), e o mediato (direito

material);

Valor da causa – Importante para estabelecimento de custas

judiciais, competência e fixação de verba de sucumbência;

Provas – Obrigação do autor de demonstrar como pretende provar

os fatos alegados ao Poder Judiciário;

Opção pela realização de audiência de conciliação – Providência

destinada a atender ao novo prisma do CPC, pela prioridade da

audiência como meio de mediação entre as partes litigantes Vide

também artigo 334 § 5º.

Especiais:

São documentos indispensáveis para a propositura da ação.

Em suma pode-se dizer que há duas etapas a REPETITIVA e a

CONSTRUTIVA, conforme segue:

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Etapa REPETITIVA Etapa CONSTRUTIVA

Cumprimento dos

requisitos da petição inicial

previstos no art. 319, incisos

I, II, do NCPC, assim como os

fatos e as provas que

pretende produzir;

Se não demonstrar a

verdade dos fatos haverá

condenação por litigância de

má-fé.

Demonstração do direito

violado com os fundamentos

atinentes, os pedidos e o

valor da causa;

Demonstração

pormenorizada dos

fundamentos do direito

violado.

CUIDADO:

A alma da petição inicial são os pedidos;

Os pedidos podem ser alterados antes da citação;

Após citação somente podem ser alterados com

autorização do réu;

E após o despacho saneador não pode mais proceder

com nenhuma alteração.

c) Emendas à Inicial:

Caso os requisitos não forem verificados, o magistrado exigira

sua complementação no prazo de 15 dias, nos termos do art. 321 do

NCPC, visto que suas lacunas podem dificultar o andamento regular do

feito e o julgamento do mérito.

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Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.

Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

Quando o vicio for insanável, o indeferimento deve ser efetuado

de plano, sem exigência da emenda, nos termos do art. 330 do NCPC.

Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:

I - for inepta;

II - a parte for manifestamente ilegítima;

III - o autor carecer de interesse processual;

IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.

§ 1o Considera-se inepta a petição inicial quando:

I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;

II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico;

III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.

§ 2o Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.

§ 3o Na hipótese do § 2o, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.

d) Pedidos:

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Previsão está a partir do art. 322 do NCPC.

Pedido certo e determinado:

O autor deve explicitar o que pretende e em que quantidade

(Misael Montenegro).

Pedido genérico:

Previsão está no art. 324 § 1º do NCPC.

Indicação apenas do an debeatur e não do quantum debeatur.

Pedidos alternativos:

Previsão está no art. 325 do NCPC.

Voltam-se aos pedidos das obrigações alternativas, em que o

magistrado haverá de respeitar o direito do devedor da livre escolha, se

outra coisa não se estipulou. Acolhidos um deles o autor não tem

interesse recursal para pleitear a concessão do outro.

Cumulação de pedidos:

Previsto no art. 326 do NCPC.

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Própria ou simples - o pedido é enumerado, mas o autor tem

interesse que todos eles sejam julgados procedentes.

Sucessiva imprópria – O interesse se volta ao acatamento

sucessivo, mas de sorte que se o primeiro não for acolhido, volta-se ao

segundo e, assim sucessivamente.

Sucessiva própria – O acolhimento do pedido secundário

somente poderá ocorrer com o do principal (alimentos em ação de

paternidade).

e) Indeferimento petição inicial:

Previsão está no art. 330 do NCPC.

Tal instituto possibilita ao magistrado afastar petição que

apresenta vícios incontornáveis para solução da lide. Desta decisão cabe

apelação, conforme disposto no artigo 331 do novo CPC.

3-) Fatos e Fundamentos Jurídicos:

Os fatos devem ser aqueles juridicamente relevantes para o

deslinde da demanda, contar fatos que não conduzem ao seu interesse é

mera fofoca.

Já os fundamentos jurídicos abarcam fundamentos legais,

jurisprudenciais, doutrinários etc.

Previsão está no art. 319, inciso III do NCPC.

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Art. 319. A petição inicial indicará:

III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

4-) Pedidos:

Podem existir duas espécies de pedidos:

a) Pedido Singular = é o pedido simples;

Ex: Requer a condenação do Réu ao pagamento de pensão

alimentícia o valor X.

b) Pedido Cumulado = trata-se de junção/ cumulação de vários

pedidos, dentro da cumulação há 3 espécies:

Simples:

É a aposição de pedidos.

Ex: Requer à Vossa Excelência a condenação do Réu ao

pagamento de R$1.000.000,00 à título de descumprimento contratual + a

condenação no valor de R$ 500.000,00 à título de danos morais.

Alternativo:

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Aqui poderá haver escolha pelo magistrado em conceder um ou

outro pedido.

Ex: Requer à Vossa Excelência a condenação do Réu ao

pagamento de R$ 500.000,00 à título de indenização pelo trabalho não

realizado OU caso não seja o entendimento de Vossa Excelência requer

seja condenado, o Réu, ao cumprimento da obrigação por ele não

cumprida.

Sucessiva:

Quando há pedidos sucessivos, há relação de dependência

entre os mesmos.

Ex: Requer à Vossa Excelência o reconhecimento da

paternidade do Réu perante o Autor, assim como Requer a condenação

do Réu ao pagamento de alimentos ao peticionante.

5-) Provas:

a) Finalidade = visa trazer a certeza sobre os fatos lançados à

demanda;

b) Modalidades = existem 2 modalidades:

1. Provas Orais – depoimento pessoal e oitiva de testemunhas;

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2. Provas Documentais – documentos em sentido estrito (objetos

juntados à demanda), pericia, inspeção judicial, ata notarial e todas

as provas LÍCITAS.

ATENÇÃO:

É cabível haver a concessão de justiça gratuita para

determinados atos.

Ex: conceder justiça gratuita para perícia.

Previsão está no art. 98, §5º do NCPC.

Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.

§ 5o A gratuidade poderá ser concedida em relação a algum ou a todos os atos processuais, ou consistir na redução percentual de despesas processuais que o beneficiário tiver de adiantar no curso do procedimento.

c) Valoração = é livre pelo juiz.

d) Destinatário = juiz.

a) Informação sobre a vontade de realizar audiência de

conciliação:

Lembre-se que em algumas comarca há certa demora quanto a

marcação para realização da audiência de conciliação.

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Assim, tenha em mente que para haver satisfação do direito, as

vezes, pode não carecer de acordo, assim deixando-se de lado o caráter

conciliatório, pois, inclusive, vemos a necessidade de duração razoável

do processo e com prolação de decisão de mérito justa e efetiva nos

próprios princípios atinentes ao novo CPC, conforme segue no art. 6º.

Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

e) Audiência de Conciliação e Mediação no NCPC:

Está prevista no art. 334 do NCPC.

Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência.

§ 1o O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária.

§ 2o Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes.

§ 3o A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado.

§ 4o A audiência não será realizada:

I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual;

II - quando não se admitir a autocomposição.

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§ 5o O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.

§ 6o Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes.

§ 7o A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei.

§ 8o O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado.

§ 9o As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos.

§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir.

§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença.

§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte.

Quando da petição inicial o autor já deve indicar sua preferência

ou não pela audiência de conciliação.

A audiência somente não irá acontecer caso a matéria debatida

não verse pela possiblidade de autocomposição ou quando ambas partes

solicitarem.

Vale ressaltar, que caso o autor não opte pela audiência em

questão a mesma será designada mesmo assim.

Se as partes não comparecerem na audiência de conciliação

será considerado ato atentatório a dignidade da justiça e será passível de

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multa de até 2% do proveito econômico da ação ou do valor da causa

atualizado que será revertido à União ou Estado.

f) Valor da Causa:

Inicia-se no art. 291 e seguintes do NCPC.

Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente aferível.

Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:

I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação;

II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida;

III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;

IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido;

V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;

VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;

VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;

VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.

§ 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras.

§ 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.

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§ 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.

Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o caso, a complementação das custas.

Critérios estão no art. 292 do NCPC.

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ATENÇÃO:

O valor da causa em ação de cobrança de prestações vincendas

será o valor da prestação anual.

Se a obrigação for por tempo indeterminado ou até mesmo por

tempo superior a 1 ano, o valor da causa será igual a soma das

prestações.

Leia o §1º + o §2º e o §3º do art. 292 do NCPC.

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§ 1o Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras.

§ 2o O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.

§ 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes.

DICA:

Para as ações que não há valor da causa ou para ações em que

o quanto discutido está em patamar inferior ao valor mínimo das custas.

O mínimo que deve ser recolhido à título de custas para

propositura da demanda é 5 UFESPS o que atualmente perfaz o valor de

R$ 125,35.

Se você quantificar uma ação em R$ 1.000,00, somente à título

de alçada, os honorários de sucumbência serão arbitrados entre 10 à

20%.

Agora, levando em conta a lei de custas, lei 11.608/ 03, você

deve quantificar sua ação com o mínimo valor tributável, ou seja, R$

12.535,00 e logicamente os honorários serão arbitrados entre 10 à 20%

deste valor.

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6-) Intervenção de Terceiros:

CPC/ 1973 CPC/ 2015

Oposição; Denunciação da Lide;

Nomeação à autoria; Chamamento ao processo;

Denunciação da Lide; Incidente de

Desconsideração da

Personalidade Jurídica;

Chamamento ao processo; Amicus Curiae;

Assistência. Assistência.

ATENÇÃO:

A oposição deixar de ser intervenção de terceiros e passa ser

procedimento especial.

Nomeação à autoria, com o NCPC, passou a ser tese de

preliminar de contestação ao aduzir ilegitimidade passiva, podendo, ainda

o réu indicar quem é o legítimo.

A assistência no CPC/1973 era mera alusão doutrinária a lei não

trazia previsão, no entanto, com o NCPC há expressa menção sobre esta

modalidade de intervenção de terceiros.

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a) Denunciação da Lide:

No CPC de 1973 estava previsto no art. 70 e já no NCPC está

previsto no art. 125.

Antigamente fazia-se alusão quanto a sua obrigatoriedade, já no

novo texto processual civil há possibilidade das partes denunciarem à

lide à outra pessoa.

ATENÇÃO:

Evicção é a perda do bem por meio de decisão judicial, em favor

de 3º que não faz parte da relação jurídica.

HIPÓTESE:

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7-) Sentença:

Existe o capítulo “DA FORMAÇÃO, SUSPENSÃO E EXTINÇÃO

DO PROCESSO”.

A formação do processo se dará com a distribuição da ação,

nos termos do art. 312 do NCPC.

Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado.

A suspensão se dará dentre alguma das hipóteses previstas

perante o art. 313 do NCPC.

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Art. 313. Suspende-se o processo:

I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;

II - pela convenção das partes;

III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;

IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;

V - quando a sentença de mérito:

a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente;

b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo;

VI - por motivo de força maior;

VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo;

VIII - nos demais casos que este Código regula.

IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada responsável pelo processo constituir a única patrona da causa; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa e tornar-se pai. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

§ 1o Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos do art. 689.

§ 2o Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz determinará a suspensão do processo e observará o seguinte:

I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no máximo 6 (seis) meses;

II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de extinção do processo sem resolução de mérito.

§ 3o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias,

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ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o prosseguimento do processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste.

§ 4o O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II.

§ 5o O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que esgotados os prazos previstos no § 4o.

§ 6o No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

§ 7o No caso do inciso X, o período de suspensão será de 8 (oito) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

No que tange a extinção do processo a mesma se dará quando

houver a prolação de SENTENÇA, nos termos do art. 316 do NCPC.

Art. 316. A extinção do processo dar-se-á por sentença.

CUIDADO:

Suspensão do processo quando houver o término

da suspensão processual o prazo volta a contar da onde havia parado.

Interrupção do processo quando houver o término

da interrupção processual, começará a contagem do prazo novamente.

a) Conceito:

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É o ato do juiz em que ao utilizar o art. 485 ou o art. 487

extingue a fase cognitiva, assim como a execução.

Previsão está no art. 203, §1º do NCPC.

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.

CUIDADO:

Existem 2 tipos de sentenças:

Sentenças Terminativas/ Processual = são aqueles em

que são baseadas somente na forma do processo, ou

seja, somente existe conteúdo formal/ processual. NÃO

HÁ MÉRITO;

Sentenças Definitivas = possuem o conteúdo material. HÁ

JULGAMENTO DE MÉRITO.

b) Efeitos:

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Formal = trata-se de forma/ aparência de sentença. Todas

as sentenças tem;

Material = trata-se de sentença com o mérito discutido.

Previsão está no art. 487 do NCPC.

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:

I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;

II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;

III - homologar:

a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção;

b) a transação;

c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.

Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se.

Para melhor entender segue exemplo do professor Fábio.

Forma de Bolo

Forno

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Todo bolo deve ser colocado em uma forma, para que assim

seja parecido com um bolo, pense que a forma do bolo nada mais é do

que os requisitos da sentença, pois para ser caraterizada uma sentença a

mesma precisa preencher os requisitos (relatório, fundamentação e parte

dispositiva).

Pense que somente pelo bolo estar na forma ele já está com o

formato de bolo e assim acontece com as sentenças, pois quando

preenchidos os requisitos acima a mesma já possui formato de sentença.

Mas não para por aí...

Mão basta ter aparência de bolo, o mesmo deve ter a essência

de bolo, ou seja, deve ser macio e saboroso. Com a sentença não é

diferente, pois quando a sentença além a forma possuir a matéria

discutida, tem-se então uma sentença completa, ou seja, que possui tanto

a forma quanto o mérito.

Assim, cabe agora discutir sobre os requisitos da sentença.

c) Requisitos:

São 3 requisitos que a sentença deve ter, pois caso falte algum

a mesma será considerada NULA.

Relatório = é o resumo do caso;

33

Fundamentação = o juiz faz a construção jurídica do

julgamento;

Parte dispositiva = aqui haverá o julgamento (procedente,

improcedente, procedente em parte).

Previsão está no art. 489 do NCPC.

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo;

II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito;

III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem.

§ 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.

§ 2o No caso de colisão entre normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões que autorizam a interferência na norma afastada e as premissas fáticas que fundamentam a conclusão.

34

§ 3o A decisão judicial deve ser interpretada a partir da conjugação de todos os seus elementos e em conformidade com o princípio da boa-fé.

d) Vícios:

A sentença pode ser Extra petita, Ultra petita ou Citra/Infra

petita.

Extra petita: o juiz julgou a ação fora do pedido;

Ex: Há somente o pedido de dano material, mas o juiz condena

o réu ao pagamento de dano material E moral.

Ultra petita: o juiz julga além do pedido;

Ex: Há pedido de condenação do réu ao pagamento de R$

10.000,00 e o juiz o condena ao pagamento de R$ 15.000,00.

Citra/Infra petita: o juiz aprecia e julga menos do que foi

pedido.

Ex: Há pedido de condenação do réu ao pagamento de danos

estéticos e danos morais, mas o juiz conhece e condena o réu somente

quanto ao pagamento à título de danos estéticos e nada dispôs sobre o

dano moral.

35

CUIDADO:

É diferente o julgamento citra petita da não concessão do

pedido, o juiz pode entender não caber seu pedido e isto não se

considerada infra petita, mas sim livre convencimento do juiz.

8-) Coisa Julgada:

a) Definição:

É uma qualidade ou característica que compreende a

inalterabilidade/ imutabilidade da decisão (sentença ou decisão

interlocutória de mérito).

No CPC de 1973 somente compreendia tal característica a

sentença, já no NCPC tanto a sentença quanto a decisão interlocutória de

mérito possuem coisa julgada.

b) Efeitos:

Podem ser formal ou material.

Todas as sentenças e decisões possuem o mencionado efeito

formal.

No entanto, o efeito material somente é atinente aquela decisão

ou sentença em que há resolução do mérito.

36

ATENÇÃO:

A coisa julgada formal, também, poderá fazer coisa julgada

material, mas somente quanto aos honorários sucumbenciais e as custas

processuais.

c) Limites:

Objetivos recairá sobre objeto do litígio.

Subjetivos recairá sobre os sujeitos atinentes ao

processo.

Exceção: quando atingirá terceiro que pleiteia direitos

individuais homogêneos.

Leia o art. 506 do NCPC.

Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros.

d) Eficácia Preclusiva:

Basicamente, tratam-se de assuntos que, por mais que façam

relação à lide, se não forem suscitados oportunamente, em momento

próprio, quando da prolação da sentença não poderão ser abordados,

assim recaindo sobre estes fatos a denominada eficácia preclusiva.

37

Leia o art. 508 do NCPC.

Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

9-) Teoria Geral dos Recursos:

a) Finalidade:

Tentar evitar a perpetuação de falhas humanas no julgamento.

b) Princípios:

São valores atinentes ao ordenamento jurídico.

Princípios devem ser sempre observados, jamais pode ser

abstraída sua aplicação.

Trata-se de base, pilar, fundações que regem o sistema jurídico

como um todo.

Princípio da Legalidade:

Todo recurso nasce de lei federal, nos termos do art. 22, inciso I

da CF.

38

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

Princípio da Singularidade:

Trata-se de unirrecorribilidade, ou seja, contra cada decisão

somente caberá um recurso por vez.

Alguns doutrinadores entendem que o Recurso Especial (RESP)

e o Recurso Extraordinário (REXT) perfazem exceção a essa base, no

entanto, em melhor análise pode se verificar que não perfaz exceção,

visto que estes recursos possuem objetivos distintos, assim não se

sustentando tal assertiva.

Princípio da Fungibilidade:

Segundo este princípio é possível haver a recepção de recurso

equivocado como se certo fosse, desde que haja semelhança do errado

ao recurso correto.

Ex: contra a sentença proferida no JEC a parte interpõem

Apelação e não Recurso Inominado, neste caso o juiz poderá receber o

recurso vez que semelhante, pois a Apelação também é interposto em

face de sentença.

39

Princípio da Disponibilidade:

Há disponibilidade à matéria recursal, pois ninguém é obrigado

a recorrer, podendo, ainda, renunciar à este direito ou até mesmo desistir

do recurso interposto.

Princípio da Reformatio in pejus:

Por este princípio não poderá haver a reanálise da decisão no

sentido de prejudicar aquele que recorreu.

Ex: Marcelo recorre de sentença em que foi condenado a pagar

R$ 50.000,00 à Maria, neste recurso explicou que o valor que seria correto

é somente R$ 25.000,00. Maria não recorreu. No entanto, em sede de

julgamento da Apelação Marcelo foi condenado a pagar a mais,

perfazendo montante de R$ 70.000,00.

Nesta situação, caracteriza-se reformatio in pejus.

CUIDADO:

Questões de ordem pública são exceção à este princípio.

Princípio da remessa necessária:

40

Por este princípio, no CPC/ 73, se a Fazenda Pública fosse

condenada acima de 60 salários mínimos, a decisão estaria sujeita a

remessa necessária.

Agora, com o NCPC, a Fazenda Pública e os entes coligados

somente estarão sujeitos a remessa necessária de decisão se houver

condenação nas seguintes proporções:

União = condenação em valor superior a 1.000 salários

mínimos;

Estados ou Município Capital = condenação em valor superior a

500 salários mínimos;

Demais entes = condenação em valor superior a 100 salários

mínimos.

10-) Pressupostos Recursais:

a) Internos/ Intrínsecos/ Subjetivos:

Trata-se de análise dos sujeitos.

Assim poderá recorrer, somente, quem tiver interesse recursal

(quem sucumbiu, experimentou prejuízo) e tiver legitimidade recursal

(partes do processo, o MP e terceiro juridicamente interessado).

41

b) Externos/ Extrínsecos/ Objetivos:

Trata-se de análise ao objeto.

Aqui deverá ter a atenção voltada aos requisitos dos recursos,

tanto os gerais quanto os específicos.

Os requisitos gerais, ou seja, atinentes a todo e qualquer

recurso, são: Tempestividade (o recurso deve ser interposto dentro do

prazo recursal), Cabimento (o recurso escolhido deve ser o adequado) e

Preparo (devem ser recolhidas as custas pertinentes à cada recurso).

ATENÇÃO:

Com o NCPC é possível interpor recurso antes mesmo do início

do prazo, pois será considerado TEMPESTIVO, nos termos do art. 218,

§4º.

Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.

§ 4o Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial do prazo.

CUIDADO:

Se o recorrente não comprovar o preparo no ato de interposição

do recurso, será intimado à pagar em dobro, nos termos do art. 1.007, §4º

do NCPC.

42

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.

§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.

Agora, se o recorrente recolheu o preparo, mas é insuficiente o

mesmo será intimado para proceder com a complementação no prazo de

5 dias.

11-) Efeitos dos Recursos:

a) Devolutivo:

Trata-se de devolver ao judiciário o conhecimento do processo

para que, assim, possa haver melhor entendimento.

Todos os recursos possuem este efeito.

b) Suspensivo:

É aquele em que a parte pretende suspender a decisão

recorrida até que o recurso seja julgado.

c) Ativo:

43

O termo correto é Tutela Antecipada Recursal, o termo efeito

ativo caiu em desuso.

Ex: André tem plano de Saúde da Vida Bela Assistencial e paga

rigorosamente as mensalidades. André precisa de realizar uma

intervenção cirúrgica de emergência e o plano não quer pagar. Então

André ingressa e pede tutela antecipada, mas o juiz indefere o pedido,

então André recorre por Agravo de Instrumento com pedido de

concessão do efeito da Tutela Antecipada Recursal.

Trata-se de pedido plenamente possível, pois pautado no art.

1.019, inciso I do NCPC.

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:

I - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;

d) Expansivo/ Extensivo/ Ampliativo:

Trata-se de efeitos que atingem os demais que figuram no polo

do processo, ou seja, o efeito atinente a um dos litisconsortes é possível

ser estendido aos demais, nos termos do art. 1.005 do NCPC.

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.

44

Podem ser Objetivo ou Subjetivo.

Objetivo = recai sobre o objeto e além dele;

Subjetivo = beneficia as partes.

e) Retratativo:

Trata-se de efeito em que, em determinados recursos, o juiz

poderá voltar e modificar sua própria decisão, ou seja, se retratar.

12-) Diferenças do rol de recursos no CPC/ 73 para o NCPC:

CPC/ 1973

Espécies Prazos Atos do Juiz

Embargos de

Declaração

5 Sentença ou acórdão

Apelação 15 Sentença

Agravo 10 Decisão interlocutória

Embargos Infringentes 15 Acórdão

Recurso Ordinário

Constitucional

15 Acórdão

RESP 15 Acórdão

REXT 15 Acórdão

Embargos de

Divergência

15 Acórdão do STJ e do

STF

45

Recurso Adesivo 15

NCPC - 2015

Espécies Prazos Atos do Juiz

Embargos de

Declaração

5 Qualquer decisão

Judicial

Apelação 15 Sentença

Agravo de Instrumento 15 Decisões

Interlocutórias do art.

1.015

Agravo Interno 15 Decisão monocrática

de relator

Recurso Ordinário

Constitucional

15 Acórdão

Recurso Especial -

RESP

15 Acórdão

Recurso

Extraordinário - REXT

15 Acórdão

Agravo em RESP e

REXT

15 Decisão de

inadmissibilidade do

RESP ou REXT em

pressuposto recursal

Agravo Interno em

RESP e REXT

15 Decisão de

inadmissibilidade de

RESP e REXT com

precedente

46

Embargos de

Divergência

15 Acórdão do STJ ou

STF

Recurso Adesivo 15

OBS:

Recurso adesivo é um recurso apêndice, ou seja, está

totalmente vinculado a admissibilidade do recurso originário, nos termos

do art. 997, §2º do NCPC.

Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais.

§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro.

§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte:

I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;

II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível.

ATENÇÃO:

Somente nasce recurso através de lei advinda do poder

legislativo. Esta atribuição é dada pelo art. 22, inciso I da CF de 1988.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

47

OBS:

No Código de Processo Civil de 1973 a previsão quanto aos

atos processuais atacáveis por Embargos de Declaração era claro.

Somente podia ser feita a oposição do recurso em questão, em face de

sentença ou acórdão, conforme o art. 535 daquele código.

Muito foi discutido sobre a possibilidade de opor os Embargos

de Declaração em face de decisão interlocutória e sobre isto a

jurisprudência era divergente, alguns entendiam que cabia o recurso em

tela para atacar decisão interlocutória e outros entendiam que não cabia.

Por esta linha de debates e para acabar com a existente

insegurança jurídica, no novo CPC foi entabulado o entendimento de que

CABE o recurso de Embargos de Declaração contra QUALQUER

DECISÃO. O fundamento do aludido se encontra no art. 1.022, caput do

NCPC.

DICA:

Quando estiver com dúvida se vale opor o recurso de Embargos

de Declaração, pois o grau do erro disposto na decisão pode ser atacado

por outro recurso, VAI A DICA: Faça seu recurso de Embargos de

Declaração mesmo assim, mesmo havendo esta dúvida, pois será uma

possibilidade de sanar o erro material, a omissão, a contradição ou a

obscuridade e com um detalhe importante a custo ZERO, pois o recurso

de Embargos de Declaração não possui a obrigatoriedade de

recolhimento das custas de preparo e porte e remessa.

ATENÇÃO:

1-) Há algum problema se opor os Embargos de Declaração

antes do início do prazo, ou seja, será considerado intempestivo?

R:

Não há nenhum problema se opor os Embargos de Declaração

ou até mesmo interpor qualquer recurso antes mesmo do início do prazo,

48

pois há entendimento, agora pacificado com o novo CPC, que a

providência do advogado, a brevidade da parte em recorrer é na verdade

o exercício de um dos direitos consagrados pelo art. 5ª, trazido pela EC n.

45/ 2004, sendo este direito o da razoável duração do processo.

E desta forma, quem pratica o ato antes do início do prazo está

prestigiando a própria justiça.

O fundamento do acima aludido está no art. 218, parágrafo

quarto do novo CPC.

ATENÇÃO:

Com o novo Código de Processo Civil há a uniformização dos

prazos dos recursos.

EXCEÇÃO: Os Embargos de Declaração continuam com o prazo de 5 dias

para serem opostos.

Fundamento do acima disposto está no art. 1.003, parágrafo

quinto do novo CPC.

13-) Embargos de Declaração:

a) Prazo:

O prazo para opor o recurso em tela é de 5 dias;

b) Efeitos:

O recurso de Embargos de Declaração possui o efeito devolutivo e

interruptivo, nos termos do art. 1.026, caput do novo CPC.

OBS:

49

No JEC, pelo art. 50 da Lei 9.099 de 1995, os Embargos de

Declaração possuíam o efeito suspensivo.

Mas com a advinda do NCPC o recurso de Embargos de

Declaração somente interrompe o prazo para interposição de outro

recurso e não suspende a eficácia da decisão embargada, conforme o art.

1.026 do NCPC.

E como fica esta situação?

No art. 1.065 localizado nas Disposições Finais e Transitórias

no NCPC, há disposição expressa em que aponta alteração no art. 50 da

Lei 9.099 de 1995, passando a vigorar, desde o dia 18 de março do

presente ano de 2016, com a indicação ao efeito interruptivo no recurso

de Embargos de Declaração que for oposto perante o Juizado Especial

Civil.

ATENÇÃO:

O recurso de Embargos de Declaração NÃO POSSUI EFEITO

SUSPENSIVO, ou seja, a decisão embargada continua possuindo sua

eficácia, assim, deverá ser atendida pela parte mesmo com a oposição do

presente recurso.

Caso não seja atendida a decisão embargada pela parte que

deveria se atentar ao cumprimento da mesma, poderá ser imputada a esta

o crime de desobediência. Podendo ainda, a parte prejudicada com a falta

de cumprimento da decisão embargada, ir à polícia e fazer o Boletim de

Ocorrência por crime de Desobediência.

DICA:

Poderá ser promovida a fase de execução provisória em face da

decisão embargada.

50

c) Cabimento dos Embargos de Declaração:

Será cabível o recurso de Embargos de Declaração nos casos em que

a decisão se encontre com:

1-) Obscuridade;

2-) Contradição;

3-) Omissão e

4-) Erro material.

OBS:

O NCPC trouxe a novidade de que o juiz poderá sanar o erro

material disposto na decisão embargada, nos termos do art. 1.022, inciso

III do NCPC.

ATENÇÃO:

REGRA ANTIGA:

51

Entendimento Majoritário:

Só valia a apelação interposta pelo Autor se, após rejeitados os

Embargos de Declaração opostos pelo Réu, o Autor Ratifica-se a sua

apelação por meio de petição simples.

NOVA REGRA:

Entendimento no NCPC:

Caso aconteça o que foi ilustrado acima, não haverá

necessidade de o Autor ter que Ratificar sua apelação, haverá o

processamento normal do recurso independentemente de ratificação.

HIPÓTESE:

1-) Segue abaixo:

52

1-) O que você faria nesta situação?

R:

Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique

modificação da decisão embargada, o embargado que já tiver interposto

outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar

ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15

(quinze) dias, contado da intimação da decisão dos embargos de

declaração. Art. 1.024, parágrafo quarto do NCPC.

OBS:

Todos os recursos dispõem de contraditório, menos os

Embargos de Declaração.

Pois o único recurso que, em regra, não muda a decisão é o

recurso de Embargos de Declaração, ou seja, NÃO POSSUI EFEITO

MODIFICATIVO, pois este recurso serve somente para aclarar o que

restou contraditório, omisso, obscuro ou até mesmo possa aclarar o que

configurou certo erro material.

Contudo, se o julgador for modificar a decisão embargada

deverá ordenar para que seja intimada a parte para que esta possa

contradizer os Embargos de Declaração, nos termos do art. 1.023,

parágrafo segundo do NCPC.

DICA:

Se não for intimada a parte para contradizer o recurso e o juiz

modificar a decisão embargada, a parte que teve seu direito do

53

contraditório cerceado poderá a qualquer tempo arguir a nulidade da

decisão.

DEBATES DA PÓS:

1-) Embargos de Declaração:

Na essência não é recurso, a finalidade do recurso é justamente

atacar o Error in judicando (erro no julgamento) ou o Error in procedendo

(erro no procedimento).

Quando se está diante de erro no julgamento se pede a

REFORMA da decisão.

Agora, quando se está diante de erro no procedimento se pede

a ANULAÇÃO da decisão.

E já no caso dos Embargos de Declaração se pede a

integralização da decisão, ou seja, justamente a declaração do

magistrado sobre aquela parte que foi embargada.

Assim, sendo decidido pelo juiz, poderá ser ACOLHIDO ou

REJEITADO os Embargos de Declaração que foram opostos.

2-) Uso dos Embargos de Declaração para prequestionamento:

No CPC de 1973 não podia se utilizar como meio para

prequestionamento os Embargos de Declaração.

Somente foi possível se utilizar desta via por meio da súmula 98

do STJ.

54

Contudo, vale ressaltar que para fins de prequestionamento no

CPC de 1973, podia ser suscitado em qualquer peça, não

necessariamente o interessado no prequestionamento tinha que se

utilizar somente dos Embargos de Declaração para que assim fossem

levantados à discussão.

Agora, com o novo CPC foi deixado de forma expressa que

poderá TAMBÉM ser utilizado o recurso de Embargos de Declaração para

fins de prequestionamento, nos termos do art. 1.025 do NCPC.

DICA:

Você pode utilizar qualquer peça para seu prequestionamento a

fim de poder interpor Recurso Especial e Extraordinário.

Mostre ao longo do processo o não pronunciamento do juiz,

não deixe somente para prequestionar nos Embargos de Declaração,

sempre será oportuno, em qualquer momento, em qualquer peça.

BONS ESTUDOS!!!

Profa. Cristina Anita Schumann Lereno