curso de pedagogia a distância cresce 45 vezes em dez anos
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MUITA TEORIA E POUCA PRÁTICA FORMAMTRANSCRIPT
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04/08/2013 - 01h55
Curso de pedagogia a distância cresce 45 vezes em dez anos
http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2013/08/1321247-curso-de-pedagogia-a-distancia-
cresce-45-vezes-em-dez-anos.shtml SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
A oferta de vagas em cursos presenciais de pedagogia tem tido
um crescimento lento desde 2000. Mas o número de vagas da mesma
modalidade a distância aumentou 45 vezes no mesmo período.
De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, o crescimento dos cursos a
distância de formação de professores se deve principalmente à necessidade de
diploma superior para quem dá aula.
Veja o especial Quem educa os educadores?
"Há um grande número de professores em atividade que não tem a diplomação
de pedagogia e que encontram nos cursos a distância uma forma de fazer suas
atividades", explica Carlos Vogt, presidente da Univesp (Universidade Virtual do
Estado de São Paulo).
A universidade oferece, em parceria com a Unesp (Universidade Estadual
Paulista), um curso de pedagogia semipresencial para professores que estão na
sala de aula.
A primeira turma se formou há uma semana. Dos 1.350 ingressantes em 2009,
na primeira turma, 992 concluíram o curso.
"É uma taxa de evasão muito baixa [de 26%]", anima-se o coordenador do
núcleo de educação a distância da Unesp, Klaus Schlunzen Júnior. A média
nacional na taxa de conclusão em pedagogia a distância é de 55%.
A obrigatoriedade do diploma surgiu na LDB (Lei de Diretrizes e Bases) de 1996
e passou a valer em 2009. Mas está longe da realidade.
Hoje, 76% dos 2,1 milhões de professores têm diploma de ensino superior. De
quem não concluiu ensino universitário, 8,4 mil docentes têm só ensino
fundamental.
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Eeduardo Knapp
/Folhapress
Primeira turma
de pedagogia
semipresencial
da Unesp no
Palácio dos
bandeirantes
PROFESSOR ESTUDANTE
O problema é que quem já dá aula, mas não tem diploma, tem dificuldade para
conciliar uma graduação com a rotina na escola.
Foi por isso que educadoras como Luciana Paula Della Coletta de Carvalho,
formada a distância pela Unesp, escolheu um curso semipresencial. Ela trabalha
com estudos do meio (como viagens para conhecer um bioma). "Hoje me sinto
uma educadora mais responsável", diz.
Mas quem abocanha mesmo o mercado de formação de professores a distância
é o setor privado, com 90% das 273 mil vagas em 2010.
"Havia muito preconceito das empresas em relação aos alunos dessa
modalidade", explica Thais Sousa, diretora de desenvolvimento de ensino à
distância da Anhanguera Educacional. Hoje, a Anhanguera tem 132 mil
estudantes a distância.
Outra ideia disseminada sobre o ensino a distância, na opinião de Rachel
Maschetti, aluna de pedagogia a distância na Unicid (Universidade Cidade de
São Paulo), é a de que o curso seria mais fácil.
"O curso a distância é mais difícil. Os pontos são conquistados na prova, não há
nota de participação na aula."
Ela decidiu fazer o curso a distância porque já trabalhava. Além disso, na
Unicid, o curso remoto custa 40% menos do que o presencial.
Quando entrou no curso, em 2010, ela criou um blog
(pedagogiaonlineead.blogspot.com.br/) que funciona como uma sala de aula
virtual. Os alunos --são 700, de várias faculdades--, trocam material didático e
discutem. "Ajuda a espantar a solidão", diz Maschetti, que se formou em junho.
Editoria de Arte/Folhapress
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