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UNIVERSIDADE DO MINDELO
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ANO LETIVO 2015/2016
AUTORA: MARIA ODETE TIENNE Nº 3666
Mindelo, 24 de novembro de 2016
CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM
II
III
Trabalho apresentado à Universidade do Mindelo como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Licenciatura em Enfermagem.
Discente: Maria Odete Tienne
Importância da família na prestação dos cuidados aos idosos que
sofreram fratura de colo de fémur: assistência de enfermagem
Orientadora: Enfermeira Jericia Duarte
IV
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu filho, Carlos Júnior Tienne Pires, pelo carinho e incentivo
constante e por ter-me inspirado em fazer a licenciatura.
V
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço à minha orientadora Jericia Duarte pela orientação empenho
e dedicação no decorrer do trabalho.
Agradeço aos idosos e aos familiares pela disponibilidade e pela oportunidade de
conhecer suas experiências e conhecimentos compartilhado, uma vez que, sem os quais
não seria possível a concretização da pesquisa.
Agradeço ainda aos meus amigos Reinaldo Évora e Livramento Évora pelo carinho e
paciência nos momentos em que mais necessitei de apoio.
Agradeço à Universidade do Mindelo assim como o Hospital Baptista de Sousa em
conjunto com os meus colegas de trabalho pela ajuda constante.
VI
EPÍGRAFE
“Deve-se temer a velhice, porque ela nunca vem só. Bengalas são provas de idade e
não de prudência.”
(Platão, 1867)
VII
Índice
Introdução ..................................................................................................................... 1
Justificativa e Problemática .......................................................................................... 3
Capítulo I - Enquadramento Teórico .......................................................................... 12
1 - Fundamentação teórica .......................................................................................... 13
1.1. O envelhecimento ................................................................................................ 13
1.2. Geriatria e gerontologia ....................................................................................... 15
1.3. Pessoa idosa/terceira idade .................................................................................. 16
1.4. Vulnerabilidade da pessoa idosa .......................................................................... 17
1.5. Quedas nos idosos ................................................................................................ 19
1.6. Fraturas e tipos de fraturas ................................................................................... 20
1.7. Conceito de osteologia - Osteologia femoral ....................................................... 23
1.8. Tipos de fraturas de colo de fémur ...................................................................... 24
1.9. Diagnóstico das fraturas de colo do fémur .......................................................... 26
1.10. Tratamento das fraturas de colo do fémur ......................................................... 26
1.11. Possíveis Complicações que podem acometer os idosos com fratura de fémur 29
1.12. Cuidados de enfermagem aos idosos com fraturas de colo do fémur ................ 30
1.13. Hospitalização dos Idosos com fratura do colo do fémur .................................. 32
1.14. Alta terapêutica .................................................................................................. 33
1.15. Importância da família dos idosos que sofreram fratura do colo do fémur ....... 35
1.16. Assistência de enfermagem aos idosos com fratura de fémur ........................... 37
1.17. Teórica de enfermagem...................................................................................... 39
1.18. Diagnósticos de enfermagem (NANDA) e Classificação das Intervenções de
enfermagem (NIC) ...................................................................................................... 41
Capítulo II - Fase Metodológica ................................................................................. 44
2 - Fundamentação Metodológica ............................................................................... 45
2.1. Tipo de estudo ...................................................................................................... 45
2.2. Instrumento de recolha de informações ............................................................... 46
2.3. População alvo ..................................................................................................... 47
2.4. Descrição do campo empírico .............................................................................. 48
2.5. Procedimentos éticos ........................................................................................... 48
Capítulo III - Fase Empírica ....................................................................................... 50
3. Apresentação e interpretação dos dados ................................................................. 51
VIII
3.1. Apresentação dos dados dos participantes ........................................................... 52
3.2. Conclusão da análise dos resultados .................................................................... 67
Considerações finais ................................................................................................... 70
Propostas ..................................................................................................................... 72
Referências Bibliográficas .......................................................................................... 73
Apêndices .................................................................................................................... 81
Apêndice I - cronograma ............................................................................................ 82
Apêndice II – Guião de entrevista .............................................................................. 83
Apêndice III - Carta dirigida a estatística ................................................................... 85
Apêndice IV - Termo de consentimento livre esclarecido.......................................... 86
IX
Índice de tabelas e quadros
Tabela 1: Projeções etária relativa ao aumento das fraturas de colo de fémur ................. 8
Quadro 1: Dados recolhidos no Hospital Baptista de Sousa dos doentes internados no
serviço de orto-traumatologia de 2012 a 2015 por fratura do colo de fémur ................... 9
Quadro 2- diagnósticos de enfermagem (NANDA) e intervenções de enfermagem-
NIC..................................................................................................................................42
Quadro 3- Categorias e subcategorias…………………………………………………51
Quadro 4 - Perfil/Caracterização geral dos participantes da entrevista……………….52
X
Índice de figuras
Figura 1: Pirâmide etária da população mundial .............................................................. 5
Figura 2: Pirâmide etária de Cabo Verde ......................................................................... 7
Figura 3: Imagem do colo de fémur sem fratura ............................................................ 24
Figura 4: Imagens do colo de fémur fraturado ............................................................... 25
Figura 5: Imagens do colo de fémur fraturado com traço .............................................. 25
XI
Resumo
O trabalho cujo titulo: “Importância dos familiares na prestação de cuidados aos
idosos que sofreram fratura de colo de fémur: assistência de enfermagem” tem por
finalidade demonstrar a importância da atuação das famílias na prestação de cuidados aos
idosos que sofreram fratura de colo de fémur, visto que estes constituem um grupo
bastante vulnerável, cujo número tem aumentado a nível mundial e em Cabo Verde em
particular. Em consequência desse aumento da população idosa surge também as doenças
crónicas e degenerativas que acompanham essa fase de vida e, tendo em conta a
especificidade dessa fase encontra-se também a ocorrência de fraturas que advém de
vários fatores como, principalmente, a perda da massa óssea. Nota-se que é importante a
assistência de enfermagem junto a família no processo de recuperação do doente, com o
propósito de proporcionar um cuidado específico, sendo assim o estudo tem como
objetivo: Identificar a importância das famílias nos cuidados aos idosos que sofreram
fratura do colo de fémur e que foram internados no serviço de ortortraumatologia do
hospital Baptista de Sousa. Para a realização do trabalho optou-se por um estudo de
abordagem qualitativa, descritiva, exploratória e de caráter fenomenológica. A população
do estudo foi constituída por 6 familiares que representam-se como cuidadores dos
idosos, o instrumento de recolha de informações foi entrevista semiestruturada. Os
resultados apontam que os cuidadores tem um papel essencial na recuperação do idoso
que sofreu fratura de colo de fémur e que apesar das poucas condições e dificuldades dos
mesmos sempre estão presentes para proporcionar o cuidado ao idoso levando a um
aumento da qualidade de vida dos idosos institucionalizados. Pode-se constatar também
que o nível de conhecimento é fundamental para a prestação de qualquer cuidado de
saúde, ajuda a prevenir de doenças e complicações, é essencial estar capacitado. Quanto
mais conhecimentos melhores são os cuidados e poucos são as complicações. Através das
entrevistas pode-se observar a importância da assistência de enfermagem principalmente
quando se fala das orientações facultadas aos familiares após o idoso receber alta,
orientações essas que têm capacidade de melhorar a saúde do idoso fraturado mesmo não
estando no hospital. Deve-se apostar mais nas orientações antes da alta hospitalar de
modo a preparar e a rever as dúvidas dos familiares com antecedência.
Palavras-chave: envelhecimento, idoso, fratura de colo de fémur, importância da família,
assistência de enfermagem.
XII
Abstract
The present work entitled “The importance of family members in caring for elderly people
who have had a femoral neck fracture: nursing care" has the purpose of demonstrating
the importance of the families’ act when helping and providing care to the elderly who
have suffered from a femoral neck fracture since it is a very vulnerable group, and which
number has increased worldwide, as a result of this, the occurrence of femoral neck
fractures occurs in this phase of life at a very rapid pace, so it is noted that the nursing
care is important in the process of the patient’s recovering with the family, in order to
provide specific care. The aging process is marked by several stages that take place
throughout life. From its conception, the human organism undergoes different phases in
its evolution leading to incapacities or diseases most often associated with aging claiming,
in this way, that there are several changes that are natural with aging. The population is
aging and such an event event will provoke, in society and in the family, changes in social,
economic as well as in health matters to attend this population. For the accomplishment
of this work an investigative study was opted, based on a qualitative descriptive approach.
The studied population consists of 6 family members who present themselves as
caregivers of the elderly who have had a femoral neck fracture, the instrument of data
collection was semi-structured interviews to relatives (caregivers). The data was
processed through its analysis. With the results, we can verify that the caregivers have an
essential role in the recovery of the elderly who have had a femoral neck fracture and that
despite their few conditions and difficulties, they are always present to provide care to
the elderly leading to an increase in quality of life of the institutionalized elderly. Through
the interviews, we can observe the importance of nursing care, especially when we talk
about the guidelines provided to the family after the elderly are discharged, guidelines
that have the capacity to improve the health of the fractured elderly even when not in the
hospital.
Keywords: aging, elderly, femoral neck fracture, family importance, nursing care.
1
Introdução
O presente trabalho surge no âmbito do curso de Licenciatura em Enfermagem da
Universidade do Mindelo, sendo este designado de Trabalho de conclusão de curso
intitulado: importância da família na prestação dos cuidados aos idosos que sofreram fratura
de colo de fémur: assistência de enfermagem.
É de evidenciar que este estudo foi motivado pela necessidade de compreender a
função da família como o principal cuidador do idoso que sofreu fratura de colo de fémur
uma vez que durante as vivências profissional deparou-se com inúmeros casos de idosos que
sofreram fraturas do colo de fémur. Não obstante a isso é importante ressaltar o interesse em
ganhar competências e aprofundar conhecimentos no que diz respeitar a temática em estudo
de modo a desenvolver as práticas de enfermagem com a máxima eficiência e eficácia
possível ajudando assim na melhoria das condições de saúde do indivíduo e da saúde publica
em geral.
É importante que os familiares, estando no papel de cuidadores, estejam sempre
envolvidos com o idoso que sofreu fratura de colo de fémur principalmente quando se fala
da prevenção e cuidados de saúde específicos voltados para essa área dando importância as
caraterísticas próprias do idoso.
Nos últimos anos tem-se notado um aumento no número de fraturas de colo de
fémur acometendo principalmente as pessoas idosas e devido as alterações ósseas da terceira
idade, este grupo está sujeito a maior incidência de fraturas, principalmente as do colo de
fémur que acarreta custos elevados tanto para o indivíduo, familiares bem como para a saúde
pública.
Nesse sentido surge a família como principal cuidador do idoso para ajuda-lo a
ganhar sua autonomia e prestar um cuidado adequado. A família é a principal fonte de
suporte social, em termos de unidade básica de relacionamentos é onde se deseja um
ambiente afetiva comum, de obtenção de aptidão e interação entre seus membros.
Mas para uma recuperação mais digna e ampla do idoso que sofreu fratura de colo
de fémur há que haver uma inter ligação com os profissionais de saúde na medida em que a
assistência de enfermagem tem como principal objetivo conservar e reabilitar a
independência da pessoa para que esta possa satisfazer, por si só, as suas necessidades
básicas, iguais a qualquer ser humano doente ou saudável.
2
O enfermeiro é responsável por gerenciar os cuidados prestados aos idosos, desde o
internamento até a alta hospitalar, assegurando, seu acolhimento, o aumento do seu grau de
autonomia através da orientação dos outros profissionais de saúde.
A fratura de colo de fémur é uma lesão que associado o osteoporose, a perda de massa
óssea, menopausa, bem como outros fatores que acometem grande parte da população idosa,
assim sendo, necessita de uma atenção mais detalhada em vários níveis de assistência, e
neste estudo baseou-se a nível dos cuidados que são prestados aos idosos pelos familiares
após alta hospitalar a fim de ter maior conhecimento e experiências nesta área.
Relativamente a estrutura do trabalho é de referir que o este encontra-se estruturado
em três capítulos, para uma melhor organização do tema em estudo. Antes de entrar no
primeiro capítulo fez-se uma nota introdutória, que corresponde a uma breve apresentação
do tema e a justificação pela escolha do mesmo.
O capítulo I - corresponde ao enquadramento teórico onde depara-se com alguns
conceitos chave: o envelhecimento, fratura do colo de fémur, importância da família na
prestação de cuidados ao idoso que sofreu fratura de colo de fémur assim como a assistência
de enfermagem. No capítulo II - fase metodológica foi exposto a metodologia que serviu de
base para a elaboração do estudo. Neste encontra-se bem explicito o tipo de estudo, o
instrumento de recolha de informações, a população alvo do estudo, o campo empírico bem
como os preceitos éticos que foram respeitados durante toda a investigação.
E por último o capítulo III - a fase empírica do estudo, nesta fase está bem clara a
apresentação, a análise e discussão dos dados do processo de investigação, por fim segue as
considerações finais, referências bibliográficas, os apêndices e anexos.
É de realçar ainda que o presente trabalho foi redigido e formatado segundo as
normas da redação e formatação do trabalho científico proposta pelo Doutor Albertino
Graça, no livro Introdução À Investigação Científica: Guia para investigar e redigir
publicada no ano 2004.
3
Justificativa e Problemática
O tema escolhido para a realização desta investigação científica surgiu no decorrer
dos anos de trabalho, enquanto enfermeira no serviço de orto traumatologia do Hospital Dr.
Baptista de Sousa, em que deparou-se com muitos casos clínicos de idosos com fraturas do
colo de fémur. Sendo assim houve a necessidade de estudar o tema, com o intuito de obter
mais conhecimentos e competências nessa área a fim de ajudar a população idosa na
prevenção de fraturas que quando associadas a outras patologias tais como: alterações
degenerativas, doenças cardiovasculares e com a idade avançada podem levar a
complicações que podem ser fatais quando não são devidamente tratadas, bem como ajudar
na orientação dos familiares após as altas hospitalares relativamente aos cuidados que devem
ser prestados aos idosos.
O fato da população idosa estar aumentando cada vez mais, nota-se a necessidade
de maior atenção por parte dos profissionais de saúde, dos próprios familiares e da sociedade
em geral de modo a melhorarem a saúde do mesmo, pois nota-se que este aumento da
população exige que a sociedade esteja preparada para dar respostas as necessidades dos
mesmos de forma holística. É importante também como parte da sociedade a atenção dos
familiares, pois estes surgem como o principal cuidador do idoso nomeadamente aquele que
sofreu fratura de colo de fémur.
Sendo assim é de salientar que a temática em estudo traz interesse a nível pessoal,
académico e profissional. A nível pessoal este estudo é de grande relevância uma vez que
que todos estão suscetíveis de serem cuidadores a partir do momento em que possuem um
membro da família necessitando de cuidados. Quanto ao nível académico para além de
alcançar os objetivos preconizados com a elaboração do trabalho pretende contribuir para
realização de novos trabalhos dos estudantes de enfermagem e os enfermeiros e, trazer novos
conhecimentos relativamente a esta temática em estudo principalmente sobre as perceções
dos familiares sobre o cuidar dos idosos.
Essa contribuição é de grande relevância uma vez que permite que a sociedade
tenha mais conhecimentos sobre como o cuidador enfrenta essa realidade nomeadamente
após alta hospitalar.
A nível profissional é importante realçar que quanto mais preparado o profissional
estiver melhor será sua atuação e melhor será a saúde da população em geral. Relativamente
4
ao idoso em si, com base na experiência profissional adquirida no serviço de orto-
traumatologia pode-se constatar que os idosos acometidos a fraturas de colo de fémur
apresentam várias necessidades humanas fundamentais afetadas tais como: mobilidade
física, higiene, necessidades fisiológicas, entre outros que nem sempre são suprimidas,
dificultando ainda mais a recuperação do idoso, prolongando o processo hospitalar e
dificultando assim o seu retorno nos níveis de funcionamento normal. Quanto mais
capacitado o profissional estiver melhor será o seu contributo, melhores serão os cuidados
prestados e maior será a satisfação das necessidades do utente facilitando assim a sua rápida
recuperação.
Portanto é um indício de que o enfermeiro é o elemento mais importante, no que se
refere ao tratamento e recuperação do utente, na medida em que este pode atuar quando o
utente esta internado bem como após este receber alta, pois, o enfermeiro quando dotado de
competências, é capaz de detetar possíveis complicações ou riscos que poderão ocorrer nos
idosos fraturados e repleto de conhecimentos consegue dessa forma informar os familiares
dos cuidados a serem prestados no ambiente extra hospitalar de modo a abarcar o utente no
seu todo.
Nos últimos anos tem-se verificado várias melhorias na área da saúde objetivando
melhorar o bem-estar dos indivíduos, mas, porém, ainda existem alguns problemas que
persistem em afetar a saúde do indivíduo, das famílias e da sociedade onde estes se
encontram. Um caso específico são as fraturas do colo de fémur na 3ª idade, onde, somente
os profissionais da saúde não conseguem prevenir tal fenómeno, e nem garantir o máximo
bem-estar e qualidade de vida aos indivíduos quando este ocorre. Portanto torna-se
imprescindível o apoio familiar, na medida em que é na família que o idoso vai receber apoio
e conforto tornando menos vulnerável a condição que se encontra e proporcionando dessa
forma a qualidade de vida do mesmo.
Assim nesta lógica Potter e Perry (2009, p. 282) referem que “a família tem uma
responsabilidade enorme na recuperação do doente, de modo a obterem ao máximo a sua
saúde em todos os aspetos, como nas suas funções e independência de si mesmo”. Nota-se
que é bem visível o contributo enorme da família na recuperação do doente e para que assim
seja, há que ter um maior envolvimento de toda a família, devendo ter em atenção o
contributo da enfermagem, pois o enfermeiro consegue preparar o familiar para estar apto
para cuidar do doente independentemente da patologia.
5
Segundo Santos (2006) “a assistência de enfermagem é fundamental para permitir
conforto e bem-estar do utente quando houver instabilidade nas situações deste. Neste aspeto
é importante o envolvimento dos familiares no processo de saúde dos utentes, eles são
responsáveis pela higiene pessoal, alimentação, conforto do doente, ou seja, a família ajuda
o individuo acometido no seu todo”. Tanto os familiares como os profissionais devem estar
preparados técnica e cientificamente para cuidar dos seus utentes principalmente no mundo
atual que se vive a transição epidemiológica.
Nota-se que a população esta a envelhecer a um nível deveras acelerado, tendo em
conta as melhorias das condições de vida principalmente quando se fala dos países
desenvolvidos em que a taxa de natalidade diminui e consequentemente houve o aumento
da população idosa, que nos últimos anos mostrou-se muito preocupante. Concluindo dessa
forma que a esperança média de vida aumentou em consequência graças a melhoria da
qualidade de vida da população. Pode-se constatar na figura abaixo.
Figura 1- Pirâmide etária da população mundial
Fonte: ONU 1998
A pirâmide acima apresenta uma estimativa da população idosa que vem aumentando desde
1995 até 2025, assim sendo, pode-se observar o estreitamento da base da pirâmide e o
alargamento do topo, observando uma redução da população jovem e o aumento da
população idosa, caracterizando assim o envelhecimento populacional.
6
Nesta perspetiva, a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2014) refere que “a
população mundial, principalmente os idosos a partir dos 60 anos alcançaram cerca de 800
milhões para 2 bilhões de pessoas nas quatro décadas seguintes, e com esta descrição
percebe-se que o aumento do nível de doença nesta faixa etária também vai aumentando,
constituindo assim um grande desafio de saúde pública”.
Ainda nesta mesma linha de pensamento segundo o Fundo de População das
Nações Unidas (2012, p. 4) estima-se que “em 1950, havia 205 milhões de pessoas com 60
anos ou mais no mundo. Em 2012, o número de pessoas mais velhas (…) aumentou para
quase 810 milhões. Projeta-se que esse número alcance 1 bilhão em menos de 10 anos e que
duplique até 2050, alcançando 2 bilhões (...)”.
De acordo com Beltrão, Camarano e Kanso (2004, p. 46) “espera-se que o
contingente de idosos atinja a magnitude de aproximadamente 30,9 milhões de pessoas, no
ano de 2020, vindo a constituir 14% da população, ocupando, então, o sexto lugar na
classificação mundial”.
Relativamente a Cabo Verde, este país não foge a regra, portanto Cabo Verde
também vem acompanhando as mudanças que ocorrem a nível mundial, verificou-se grandes
melhorias a nível da saúde e deparou-se também com a diminuição da taxa de natalidade e
mortalidade e com o aumento da esperança média de vida.
E de acordo com os dados do Plano de Desenvolvimento Sanitário (PNDS) (2012, p. 131)
“a transição demográfica em curso aponta para uma frequência cada vez maior de pessoas
com idades superiores aos 65 anos estimada em 7,7% da população residente”.
Ainda a mesma fonte acrescenta que:
“a população com mais de 65 anos de idade no ano de 2000 era de 37 116 e em
2010 era de 37 815 pessoas (Instituto Nacional de Estatística, 2010). O censo de
2010 indica que em cada cem idosos, 31% apresenta algum tipo de deficiência que
dificulta a mobilidade, 43,3% apresentava problemas de visão, 23,3% são pessoas
com deficiência auditiva e 11% encontram-se em situação de dependência. A
esperança de vida à nascença em Cabo Verde (CV) é hoje de 72 anos para os
homens e 76 anos para as mulheres”.
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Segundo o Relatório Estatístico Cabo Verde (2012) o país registou-se um aumento da sua
população idosa nos últimos anos, o que é visível na pirâmide que vem no gráfico a seguir
na figura 2:
Figura 2: Pirâmides etárias, Cabo Verde 2000 e 2010
De acordo com os dados disponíveis pelo instituto nacional de estatística de Cabo
Verde na pirâmide pode-se observar na faixa etária dos 60 aos 69 anos uma redução do
número de efetivos. Este fato poderá ser explicado pelo período de fome de 1947 em que
houve uma sobre mortalidade de crianças e também devido à emigração. O topo da pirâmide
apresenta um número de efetivos muito reduzido para ambos os sexos, nomeadamente ao
envelhecimento.
Além disso, projeta-se também um crescimento mais acentuado do grupo de idosos
com 80 anos, indicando mudanças da composição etária dentro do próprio grupo, o que
revela a heterogeneidade deste segmento populacional, indicando que a população tem mais
risco de ter fraturas do colo de fémur quando a faixa etária for maior. Nestas duas pirâmides
está bem evidenciada a transição demográfica demarcada em Cabo Verde. A taxa de
natalidade (em consequência da diminuição da taxa de fecundidade) e de mortalidade
diminuíram consideravelmente e a esperança média de vida aumentou no decorre dos anos
bem como as melhorias a nível das questões de saúde.
Nesta sequência da análise do plano nacional de desenvolvimento sanitário de Cabo
Verde 2008-2011 relativamente ao 2012- 2016 nota-se mudança clara, o PNDS (2008, p.
103) apresenta que “a transição demográfica em curso aponta para uma maior frequência de
pessoas com idades superiores aos 60 anos, estimada em 9 % da população residente (…).
8
A esperança de vida à nascença em Cabo Verde é hoje de 71 anos”. Enquanto no PNDS
2012-2016 a esperança de vida à nascença em Cabo Verde é hoje de 72 anos para homens e
76 anos para mulheres.
Em relação a população idosa submetido a fraturas do colo de fémur depara-se com as
seguintes projeções segundo INE, Projeções 2010-2030:
Tabela 1- Projeções etária relativa ao aumento das fraturas de colo de fémur
Idade Total Masculino Feminino
De N.º % N.º % N.º %
0 ano 10.066 2,0 5.147 2,1 4.918 2,0
1 – 4 anos 41.038 8,2 20.458 8,3 20.581 8,2
5 – 9 anos 52.077 10,4 25.983 10,5 26.094 10,4
10 – 14 anos 53.638 10,7 27.077 10,9 26.562 10,5
15 – 19 anos 57.177 11,4 28.737 11,6 28.442 11,3
20 – 24 anos 54.487 10,9 27.942 11,3 26.547 10,5
25 – 49 anos 163.478 32,7 84.404 34,1 79.078 31,4
50 – 64 anos 38.045 7,6 16.461 6,6 21.584 8,6
65 anos e + 29.913 6,0 11.605 4,7 18.308 7,3
Total 499.917 100,0 247.814 100,0 252.115 100,0
Fonte: INE, Projeções 2010-2030
Conforme os dados da tabela apresentados pelo instituto nacional de estatística de
Cabo Verde pode-se observar que dos 0 anos a 65 e + anos à um aumento enorme
relativamente a fratura do colo de fémur, pois quando maior é a idade, maior é o número de
pessoas acometidas. As pessoas idosas (65 anos e +) constituem 29.913 habitantes dos
499.917 habitantes de Cabo Verde, isto é, os idosos constituem 6% da população total cabo-
verdiana em que 11.605 são do sexo Masculino e 18.308 são do sexo Feminino.
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Além disso, projeta-se também um crescimento mais acentuado do grupo de idosos
com 80 anos, indicando mudanças da composição etária dentro do próprio grupo, o que
revela a heterogeneidade deste segmento populacional, indicando que a população tem mais
risco de ter fraturas do colo de fémur quando a faixa etária for maior.
Por fim, constata-se que as fraturas ocorrem em idade superior a 65 anos, obtendo
um pico de incidência nos 80 anos de idade e, que o sexo feminino é mais afetado pela fratura
do colo de fémur do que o sexo masculino. Embora os óbitos ocorrem mais no sexo
masculino.
Segundo o PNDS (2012, p. 70) “em 2010, o Hospital Agostinho Neto e o Hospital
Dr. Baptista de Sousa, realizaram 2.999 e 3.880 consultas de orto-traumatologia. Os serviços
de Traumatologia dos Hospitais centrais efetuam intervenções cirúrgicas de fraturas de
grandes segmentos ósseos (fémur, tíbia, úmero), artroplastia parciais da anca, fraturas de
pequenos segmentos e tenorrafias pós-traumáticas”.
Relativamente a São Vicente, segundo dados recolhidos no Hospital Dr. Baptista de Sousa
nos anos de 2012 a 2015 registaram inúmeros casos de internamento no serviço de orto-
traumatologia sobre fratura do colo de fémur em idosos.
Uma vez que a população idosa esta a aumentar em relação a população jovem,
pode-se observar que a fratura de colo de fémur surge como uma consequência do
envelhecimento.
10
Quadro 1- Dados recolhidos no Hospital Baptista de Sousa dos doentes internados no
serviço de orto-traumatologia de 2012 a 2015 por fratura do colo de fémur
Ano S. F. S.M. Idade S.F. Idade S.M. Total
Internados
2012 23 5
Num
intervalo de
67 a 95
anos
Num
intervalo de
67 a 80
anos
28
Internados
2013 37 15 De 67 a 97 De 65 a 99 52
Internados
2014 30 11 De 69 a 99 De 69 a 88 41
Internados
2015 27 14 De 66 a 94 De 65 a 97 41
Internados
Fonte: Elaboração própria - Departamento de estatística do Hospital Baptista de Sousa
No quadro estão representados os dados estatísticos de casos de internamento de
idosos com fratura do colo de fémur nos anos de 2012 a 2015 no Hospital Dr. Baptista de
Sousa e em que as causas mais referidas são quedas frequentes relacionadas com a idade,
osteoporose e artroses.
No ano de 2012 verificaram-se 28 casos de internamentos, dos quais 23 eram
mulheres (67 à 95 anos) e 5 homens (67 à 80 anos). No ano de 2013 foi o ano em que se
verificou o maior número de casos, 52 casos, destas 37 mulheres (67 à 97 anos) e 15 homens
(65 à 99 anos), nos anos de 2014 e 2015 registaram-se os mesmos números de casos de
internamento, 41 casos, 30 mulheres (69 à 99 anos) e 11 homens (69 à 88 anos) em 2014 e
27 mulheres (66 à 94 anos) e 14 homens (65 à 97 anos) no ano 2015. Observa-se que nos
últimos 4 anos os homens são os que mais são internados no serviço de orto traumatologia
com fratura do colo de fémur, e que são afetadas em idades muito avançados. Em relação ao
internamento constata-se uma diminuição considerável nos anos de 2012, 2014 e 2015 em
relação ao ano de 2013 que obteve-se um aumento enorme.
11
Esses números revelam-se preocupantes uma vez que se não forem dados os devido
atendimento muita das vezes poderá levar a complicações que podem ser fatais quando
juntamento com outros fatores como infeções pela falta de cuidado apropriado ou mesmo
infeção hospitalar devido a internação prolongada, devido a fator idade, doenças crónicas
entre outros aspetos. Portanto os profissionais de saúde devem trabalhar juntamente com a
família com objetivo de melhorar significativamente a saúde do utente.
O enfermeiro necessita ter a família como parte integrante no processo de
recuperação do idoso com fratura de colo de fémur e de acordo com Martins e Fernandes
(2009, p. 88-89) “a família é o elo mais acessível na prestação de cuidados tendo de fato em
muitas situações de prestar os recursos devido a escassez de serviços organizados, pelo que
o enfermeiro necessita de ter presente o envolvimento da família no processo de cuidado”.
Tendo em conta a pertinência da temática elaborou-se o seguinte objetivo geral:
Identificar a importância das famílias nos cuidados aos idosos que sofreram
fratura do colo de fémur e foram internados no serviço de Ortotraumatologia
do hospital Baptista de Sousa.
E para alcançar o objetivo geral traçou-se os seguintes objetivos específicos:
Identificar a perceção das famílias sobre os cuidados prestados aos idosos que
sofreram fratura do colo de fémur e foram internados no serviço de
ortotraumatologia do hospital Baptista de Sousa.
Verificar se os cuidados prestados aos idosos pelos familiares satisfazem as
suas necessidades básicas fundamentais;
Descrever o contributo da Enfermagem à família do idoso com fratura do colo
de fémur internado no serviço de ortotraumatologia do hospital Baptista de
Sousa.
Identificar os fatores que interferem na prestação de cuidados aos idosos com
fraturas do colo de fémur e que foram internados no serviço de
ortotraumatologia do hospital Baptista de Sousa.
12
Capítulo I - Enquadramento Teórico
13
1 - Fundamentação teórica
Esta fase do presente trabalho revela-se de grande importância, uma vez que
permite exibir as informações já existentes sobre o tema em estudo, isto é, uma revisão
bibliográfica sobre os principais conceitos – chave: envelhecimento, pessoa idosa, fratura de
colo de fémur, importância da família no acompanhamento dos idosos com fratura de colo
de fémur e assistência de enfermagem aos idosos com fraturas de colo de fémur, esses
conceitos permitem compreender a importância dos familiares bem como a pertinência da
temática, principalmente quando se depara com aumento da população idosa a nível
mundial.
1.1. O envelhecimento
O envelhecimento é um fenómeno complexo e que implica um conjunto de
mudanças que ocorrem em todos os seres humanos com o passar do tempo
independentemente da vontade.
Para Assis (2005, p. 1) “o envelhecimento humano é um processo universal,
progressivo e gradual. Trata-se de uma experiência diversificada entre os indivíduos, para
qual concorre uma multiplicidade de fatores de ordem genética biológica, social, ambiental,
psicológica e cultural”.
Quando se fala em envelhecimento é relevante salientar que essa fase pode e deve
ser seguida de saúde e satisfação para o indivíduo. E neste sentido cabe salientar de que
existe o cuidado de que a velhice seja acompanhada de saúde e satisfação da pessoa.
A quanto disto Muniz, Arnaut e yoshida (2007, p.7) afirmam que “ o
envelhecimento representa a passagem do tempo, não á patologia, sendo um processo natural
e fisiológico no idoso”.
Nesta lógica Minayo e Júnior (2002, p.14) apontam que “o envelhecimento não é
um processo uniforme. Cada pessoa experimenta essa fase da vida de uma forma,
considerando sua história própria e todos os aspetos básicos (classe, género e etnia) a eles
relacionados como saúde, educação e condições económicas”. Morais, Rodrigues e Gerhadt
(2007, p. 375) apontam que “ (…) o processo de envelhecimento faz parte de um contínuo
que se inicia com a conceção e termina com a morte”.
14
Nesta perspetiva Santos e Assis (2011, p. 149) salientam que “o envelhecimento é
definido como um processo de progressivas modificações biológicas, psicológicas e sociais
ao longo da vida do ser humano”.
Assim sendo para Sequeira (2007, p. 34) “o conceito de envelhecimento sofreu
inúmeras mudanças ao longo dos tempos progredindo de acordo com as atitudes, crenças,
cultura, conhecimento e relações sociais de cada época”.
O envelhecimento é hoje um fato na maioria das sociedades. A população está
envelhecendo e tal acontecimento provocará na sociedade e na família, alterações a nível
social, económico bem como em questões de saúde para atender a esta população.
O envelhecimento não é da mesma essência para todos os seres humanos. Sofre
influência dos processos de exclusão associados a gênero, etnia, raça, condições sociais e
econômicas.
Nessa sequência Barros, Maia e Pagliuca (2011, p. 739) consideram que “as
consequências do envelhecimento podem ser reduzidos pelo ajuste do cuidado relativo à
promoção da saúde e aos estilos de vida”.
Mazza e Lefêvre (2005) afirmam que “a preocupação com a velhice e com o
envelhecimento é tão antiga quanto a civilização. É do saber dos estudiosos que, com o
passar dos anos, há um aumento da mortalidade em consequência do aumento das doenças
associadas ao fenômeno”.
O processo de envelhecimento é assinalado por várias etapas que se realizam no
decorrer da vida. Desde sua conceção, o organismo humano passa por fases diferentes em
sua evolução levando a incapacidades ou doenças na maioria das vezes associadas ao
envelhecimento alegando desta forma de que existem várias alterações que são naturais na
velhice. Ainda Sequeira (2007, p. 43) frisa que “é importante referir que o envelhecimento
não se abrange apenas ao idoso, antes ocorre ao longo da vida, desde o nascimento até a
morte”.
De acordo com Moniz o envelhecimento (2003, p. 50) “é pois um processo no qual
intervém vários elementos e não segue um desenvolvimento linear para todas as pessoas. É
um processo afetado pelo contexto social e cultural em que a pessoa se insere e é vivido de
forma variável para cada pessoa”.
E nesta sequência Kuznier (2007, p. 7), aponta que “fatores intrínsecos e extrínsecos
parecem favorecer o envelhecimento. A partir desse fato, torna-se interessante considerar as
ações que podem ser saudáveis no processo de envelhecer. Preocupações com os hábitos de
15
vida, prática de exercícios, dieta adequada tornam-se palavras-chave para um
envelhecimento saudável”.
Para Sequeira (2007, p. 44) “alguns autores designam a senescência como
envelhecimento primário e a senilidade como o envelhecimento secundário sendo a
senescência caraterizado pelas mudanças corporais da idade e senilidade caraterizado pelas
mudanças que ocorrem com maior frequência mas não tem necessariamente que estar
presente”.
Assim sendo Kuznier (2007, p. 8) sublinha que “a diminuição do vigor físico não
significa adoecimento ou falta de saúde, compõem apenas, alteração fisiológica normal
atribuída ao processo de envelhecer. A pele enrugada, o cabelo esbranquiçado, indicam que
o organismo está envelhecendo, contudo não está relacionada às incapacidades e doenças”.
Kuznier (2007, p. 9) ainda acrescenta que “o envelhecimento, ao mesmo tempo em
que é processo “comum” a todos os seres humanos, é também qualificado pela
individualidade de cada um, na medida em que considera a prática de vida, profundamente
influenciada pela cultura”. Mesmo com um relativo declínio das capacidades funcionais no
idoso, o mesmo pode desfrutar de um envelhecimento saudável e promissor.
1.2. Geriatria e gerontologia
Não mais correto do que explanar o conceito de geriatria e de gerontologia na
medida em que são conceitos de base para a familiarizar com conceções relacionados com a
população idosa, constituindo assim palavras-chave para o referido tema.
Berger e Mailloux-Poirier (1995, p. 2) sustentam que “a geriatria designa no sentido
estrito do termo, os cuidados a prestar aos idosos. A geriatria advém da gerontologia na
medida em que permite que o benificiário receba cuidados individualizados conservando um
certo grau de autonomia”.
E Segundo Fontaine (2000, p. 25) “a área que estuda esse fenómeno chama-se
gerontologia que é uma ciência que estuda o processo de envelhecimento do Homem, isto é,
investiga as modificações morfológicas, fisiológicas, psicológicas e sociais sucessivas à ação
do tempo no organismo humano, além de qualquer fenómeno patológico”.
16
Ainda Berger e Mailloux-Poirier (1995, p. 2) acrescentam que “a origem e o
significado da palavra gerontologia vêm “do grego geros, gerontos (velho) designa o estudo
do processo de envelhecimento sob todos os aspetos”.
Camacho (2002, p. 232) descreve “a Gerontologia com sendo a área do
conhecimento específico relativamente ao envelhecimento, na qual, dentre as várias
disciplinas que nela atuam, está a enfermagem, que se relaciona com outras áreas, a
interligação de ideias até a assimilação mútua de noções formuladores de um determinado
conhecimento, assim como a organização da pesquisa e do ensino”.
Nessa lógica Berger e Mailloux-Poirier (1995, p. 14) apontam que “a gerontologia
sempre recorreu pelo princípio da multidisciplinaridade e todas as ações realizadas nesse
domínio apontaram três objetivos globais”:
Valorizar a responsabilização dos idosos pelas suas privações;
Privilegiar as ações aptas a melhorar as capacidades e autonomia do idoso;
Facilitar o acesso aos recursos disponíveis.
Ainda Camacho (2002, p. 232) afirma que “a Gerontologia é capaz de reorganizar
e elaborar a síntese das disciplinas do conhecimento, agrupando aquelas elaborados em sua
praxis”.
Berger e Mailloux-Poirier (1995, p. 3) ainda acrescentam que “os cuidados
gerontológicos apoiam-se na mesma filosofia que os cuidados de longa duração. Entre os
princípios gerais dos cuidados de longa duração encontram-se a continuidade. A abordagem
global, a avaliação completa do estado do benificiário, a participação do cliente e dos seus
familiares e uma qualidade de cuidados a todos os níveis de prevenção”.
1.3. Pessoa idosa/terceira idade
Idoso é todo o indivíduo que atingiu a etapa final do ciclo da vida. Segundo
Camacho (2002, p. 230) “a população idosa constitui-se como um grupo bastante
diferenciado entre si e em relação aos demais grupos etários, e, qualquer que seja a
abordagem, a situação dessa parcela da população é bastante expressiva”.
É fundamental garantir que a população idosa viva com respeito, dignidade e saúde.
Através da oferta de informação, pode-se contribuir para mudanças de comportamento e
17
aquisição de novos hábitos, pois acredita-se que o envelhecimento ativo é uma conquista
exequível.
No dizer de Lima (2014, p. 660) “a questão do envelhecimento na sociedade atual
surge como um problema social que segue tanto os países desenvolvidos como os em vias
de desenvolvimento tornando-se um desafio para as políticas sociais e de saúde”.
O conceito do envelhecimento ativo vem-se difundindo, e está baseada no
reconhecimento dos direitos da pessoa idosa e nos princípios de independência, participação,
dignidade, assistência e auto realização.
Para tal, Nascimento e Chagas (2010, p. 10) declaram que “os idosos nos seus
aspetos biológicos, psicológicos e socias apresentam alterações próprias da terceira idade,
exigindo tipos de assistências diferenciadas, especialmente em termos de saúde”.
Ainda de acordo Organização Mundial da Saúde (OMS) (2002) “é considerado o
idoso a partir da idade cronológica, portanto idoso é aquela pessoa com 60 anos ou mais em
países em desenvolvimento e em países desenvolvidos com mais de 65 anos de idade.
Apesar dos idosos constituirem um grupo diferenciado surgem como um população
especial tanto para os paises desenvolvidos bem como para os em vias de desenvolvimento,
na medida em que estes apresentam alteracões próprias da idade, no entanto merecem
respeito e atencão específica.
Nesta linha de pensamentos Santos (2010, p. 63) salientam que é importante centrar
no conceito de idoso que é diferenciado para paises em desenvolvimento e para paises
desenvolvidos “em que nos paises em desenvolvimento são considerados idosos aqueles
indivíduos com 60 e mais anos e nos paises desenvolvidos são idosos aqueles com 65 anos
e mais”, é importante a atenção especifica que cada sociedade dá para a sua população idosa
tendo em conta o nível de desenvolvimento e necessidades de cada país.
1.4. Vulnerabilidade da pessoa idosa
O fato dos idosos apresentarem marcha prostrada, mostrarem confusão, serem
incontinentes e necessitarem de cuidados específicos nesta idade torna-os vulneráveis e
sujeitos a sofrerem quedas com frequência, e aumentando a incidência da mesma.
Na perspetiva de Pinheiro (2016) “a fraqueza natural dos ossos pelo
envelhecimento, a perda de força muscular, a maior dificuldade para se manter equilibrado,
a perda da acuidade visual e o uso de medicamentos frequente, causam redução da pressão
18
arterial ou que agem no sistema nervosos central facilitam a queda e a consequente fratura
nas pessoas mais idosas”.
Para Colucci (2011) “as pessoas idosas são mais vulneráveis, adoecem com mais
frequência e demoram mais tempo para recuperar. As doenças crónicas são as causas de
maior número de consultas médicas, podendo ser apontadas, ao lado de outros componentes
sociais como as principais responsáveis da mortalidade na terceira idade”.
No dizer de Pinheiro (2016) “qualquer fator que contribua para enfraquecimentos
dos ossos ou para um maior risco de quedas pode ser considerado um fator de risco para
fratura de fémur principalmente se eles estiverem presentes em pessoas mais idosas. De
acordo com Pinheiro (2016) existe alguns exemplos como:
Uso crônico de medicamentos que enfraquecem os ossos, tais como:
glicocorticóides, heparina, varfarina, fenitoína, metotrexate e vários outros
que favorecem o aparecimento da osteoporose;
Uso de drogas que causam sonolência, que baixam a pressão arterial ou que
diminuam os reflexos, pois aumentam o risco de quedas;
Sedentarismo, pois a falta de atividades deixa os ossos e a musculatura mais
fracos;
Deficiência de vitamina D, pois a falta desta vitamina esta relacionada a
ocorrência de ossos mais fracos;
Menopausa, também relacionado à perda de massa óssea;
Mieloma múltiplo, por ser uma doença que ataca os ossos e facilita a
ocorrência de fraturas;
Tabagismo e alcoolismo, pois estão associados à perda de massa óssea.
Devido a idade os idosos tornam-se mais vulneráveis e são sempre acompanhados
de doenças crónicas tornando-os frágeis cada vez mais dependente de outros. Para tal é
necessário apostar nos cuidados com o estio de vida desde cedo para que durante a velhice
haja uma melhor qualidade de vida e menor predisposição possível a fatores de riscos, a
família bem como os cuidadores de saúde são elementos cruciais para que essas mudanças
sejam implementadas no seio da sociedade.
19
1.5. Quedas nos idosos
A ocorrência de fraturas nesta fase da vida esta ligada a maior fragilidade óssea
decorrente da osteoporose e uma maior tendência a quedas que os indivíduos idosos
costumam apresentar.
Relativamente ao envelhecimento depara-se o aumento da ocorrência das condições
patológicas que levam a diminuição da visão e da audição, aumento do tempo de reação a
situações de perigo, diminuição dos distúrbios músculo-esqueléticos, marcha senil,
sedentarismo, deformidades ósseas e diminuição da capacidade funcional.
Fabricio, Rodrigues e Junior (2004) apontam que “indivíduos de todas as idades
apresentam risco de sofrer queda. Porém, para os idosos, elas possuem um significado muito
relevante, pois podem levá-lo à incapacidade, injúria e morte. Seu custo social é imenso e
torna-se maior quando o idoso tem diminuição da autonomia e da independência ou passa a
necessitar de institucionalização”.
Filgueiras et al (2007, p. 227) referem que “o estado físico do idoso, pelo próprio
envelhecimento, favorece ao aumento da ocorrência de quedas e consequentemente de
complicações associadas”.
Também é essencial expôr alguns fatores de risco que contribuem para que haja
queda nos idosos, como sendo uma das causas da fratura do colo do fémur. Desses fatores
de risco Fialho e Coelho (2008, p. 4), apresentam os seguintes fatores de risco que promovem
queda nos idosos:
Maior de 65 anos;
Sexo feminino;
Raça branca;
Hábitos tabagísticos e/ou alcoolismo;
Antecedentes de fratura do colo do fémur;
Baixo peso corporal;
Inatividade física;
Défice visual;
Uso de psicofármacos.
Para Filgueiras et al (2007, p. 231) “as quedas e suas consequências tornam-se uma
dificuldade com o avanço da idade assim, quanto maior a faixa etária, maior será o risco de
quedas.
20
Hebert et al (2003, p. 766) subscrevem que “a prevenção das quedas, pelos
resultados que acarretam, é muito relevante na profilaxia das fraturas nos idosos. Nesse tipo
de cuidado, desempenha um papel importante, a atividade física, se possível orientada, com
o intuito não só de aumentar o tónus muscular, mas também de melhorar o sentido de
perceção das pessoas”.
Nesta perspetiva Filgueiras et al (2007, p. 226) acrescentam que “as quedas
seguidas de fraturas em idosos compõem uma principal causa de morbidade e mortalidade,
sendo um problema de saúde pública pela alta incidência de casos, gravidade e custo
socioeconômico; podendo levar desde uma lesão simples, à perda da capacidade de
deambular ou mesmo à morte”.
De acordo com Muniz, Arnaut, Yoshida (2007) “com a idade o controle do
equilíbrio se altera, consoante a marcha e está ligada a interação de vários fatores ambientais
bem como do próprio individuo e que pode resultar em queda”.
Marin, Amaral, Martins e Bertassi (2004, p. 561) acrescentam que “as quedas
contribuem para o aumento da morbidade e mortalidade entre os idosos, no entanto, elas são
passíveis de prevenção; o que deve ser iniciado pela avaliação do idoso e do seu ambiente
quanto aos fatores que predispõe as quedas; o que permitirá o desenvolvimento de estratégias
de prevenção, as quais são consideradas potencialmente úteis”.
1.6. Fraturas e tipos de fraturas
Para um maior entendimento do conceito surge a necessidade de debruçar um pouco
sobre a fratura, tendo em conta que acarreta custos elevados para o indivíduo, em todos os
níveis, para a família, sociedade bem como para a saúde pública levando dessa forma o
acometimento no geral.
Para Marek (2003, p. 2169) “a fratura do osso ocorre normalmente em resultado de
impacto no corpo, queda ou outro acidente. Porém a fratura pode ocorre durante actividades
normais ou após um acidente simples e isso acontece se o osso estiver enfraquecido, em
casos de doença ou cancro primário ou metastático ou mesmo osteoporose”.
Assim nesta sequência Sérgio (2005, p.19) salienta que “ as fraturas são soluções
de seguimentos estabelecidos bruscamente a nível do tecido ósseo e de acordo com a sua
localização podem ser epifisárias, metafisicárias e diafisárias. Seguindo a mesma linha de
21
pensamento Marek (2003, p. 2169) acrescenta que uma fratura é uma descontinuidade total
ou parcial do tecido ósseo”.
Nesta lógica Cunha (2008, p. 41) salienta que fraturas podem ser classificadas
conforme a sua exteriorização e de acordo com a lesão no osso afetado podendo ser:
Fratura aberta/exposta: São as fraturas em que os ossos fraturados saem do
lugar, rompendo a pele e deixando exposta uma de suas partes, que pode ser
produzida pelos próprios fragmentos ósseos ou por objetos penetrantes,
podendo causar infeções;
Fratura em fissura: São aquelas em que as bordas ósseas ainda estão muito
próximas, como se fosse um rasgo ou fenda;
Fratura em galho verde: É a fratura incompleta que atravessa apenas uma
parte do osso. São fraturas geralmente com pequeno desvio e que não exigem
redução; quando exigem, é feita com o alinhamento do eixo dos ossos. Sua
ocorrência mais comum é em crianças e nos antebraços;
Fratura completa: É a fratura na qual o osso sofre descontinuidade total;
Fratura Cominutiva: É a fratura que ocorre com a quebra do osso em três ou
mais fragmentos;
Fratura impactada: É quando as partes quebradas do osso permanecem
comprimidas entre si, interpenetrando-se;
Fratura em espiral: É quando o traço de fratura encontra-se ao redor e através
do osso. Estas fraturas são decorrentes de lesões que ocorrem com uma
torção;
Fratura oblíqua: É quando o traço de fratura lesa o osso diagonalmente;
Fratura transversa: É quando o traço de fratura atravessa o osso numa linha
mais ou menos reta.
No entanto para Moisés (2008) “a fratura corresponde a divisão brusca e violenta
de um osso ou cartilagem. A incidência é maior no sexo masculino devido a uma exposição
maior aos traumas, porem se inverte na idade avançada em virtude da osteoporose e pós-
menopausa”.
Caraterizando desta forma as fraturas de acordo com a sua etiologia (Moisés, 2008)
apresenta os seguintes:
Traumática;
Espontânea;
22
Patológica;
Fadiga;
Sobrecarga;
Stress
Mecanismos de trauma:
Direto:
Indireto:
Contração muscular e compressão.
Localização no osso:
Epifisária;
Metáfisaria;
Diafisária
Estabilidade do osso:
Estável;
Instável
Desvios do osso:
Sem desvios;
Desviados;
Impactadas.
Relativamente a fratura do colo de fémur quanto a sua etiologia está relacionada
com quedas como já foi anteriormente citada e com a osteoporose, nesta perspetiva Dinis,
Pereira e Fonseca (2013, p. 195) afirma que “uma das causas da fratura do colo do fémur é
a osteoporose, na medida em que, “a osteoporose” é uma doença esquelética sistémica é
caraterizada pela perda da massa óssea e por uma alteração da qualidade da microestrutura
do tecido ósseo que leva a uma diminuição da sua resistência e consequente aumento do
risco de fratura”.
Hebert et al. (2003, p.765) aludem ainda que “com o aumento da expetativa de vida
da população mundial, tende a aumentar o contingente de pessoas que serão acometidas
pelas afeções ortopédicas presente nos idosos, principalmente as doenças degenerativas,
articulares e as fraturas mais frequentes nesta etapa da vida”.
Ainda os mesmos autores apontam que “os idosos que sofrem dessas afeções tem
necessidades muito diversas em relação aos indivíduos mais novos, observando que os
23
idosos são frequentemente portadores de condições acompanhantes de morbilidade que afeta
o seu estado de saúde e mesmo aqueles que são aparentemente sadios, tem maior tendência
a desenvolver complicações no decurso do seu tratamento (Hebert et al., 2003, p.765) ”.
1.7. Conceito de osteologia - Osteologia femoral
É relevante para o trabalho tendo em conta a temática fazer uma breve alusão a
osteologia sendo que atualmente é frequente a ocorrência de fraturas e fragilidade ósseas
torna importante conhecer pormenorizadamente cada aspeto relacionado com tal. De acordo
com Maia (2011, p. 2) “osteologia é a ciência que estuda os ossos, e apesar de seu formato
simples os ossos gozam de funções bastante complexas e básicas para o equilíbrio e a
manutenção do corpo humano”.
Ainda Maia (2011, p. 3) salienta que o termo “osteologia significa, o estudo do
osso. Apesar do seu aspeto simples o osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico, composto
por um conjunto de tecido distintos e especializados que contribuem para a sua combinação
final”.
Nada mais importante do que salientar a definição de osteologia femoral na medida
em que fémur é considerado o osso mais longo do corpo e como aponta Morais (2007) “o
fémur aproximadamente é constituído por trabéculas do osso esponjoso (metáfise e suas
partes são a cabeça arredondada ligando com o acetábulo). O corpo femoral tem em média
5 cm e 130 graus de angulação com a diáfise e a sua região trocantérica (englobando o
trocânter maior e menor) ”.
Costa (2014, p. 114) afirma que “o fémur é o osso mais longo de todo o corpo
humano e é composto por três partes, a extremidade superior, o corpo e a extremidade
inferior. Em termos visuais o fémur é reconhecido pela sua extremidade superior,
nomeadamente a sua cabeça que tem forma semiesférica e é situada superior e medialmente.
A cabeça possui uma fóvea medial. Após a cabeça temos o colo do fémur que circunda a
cabeça e provoca uma característica do fémur em que a cabeça se destaca medialmente em
relação ao corpo”.
Nobeschi (2010, p. 7) o fémur é um dos ossos do esqueleto apendicular inferior e
também quanto a classificação do osso é um osso longo sendo que possui o comprimento
maior que a largura e espessura. Apresentando uma caraterística anatómica especifica
observando nesses ossos duas extremidades unidas por uma haste central.”
24
Na ótica de Fernandes (2002, p. 345) a “fratura do colo do fémur são lesões graves,
consequentes de forças violentas, muitas vezes ligadas ao comprometimento de outros
órgãos e que pode determinar deformidades e sequelas ao utente, em função de complicações
imediatas ou tardias”.
Muniz, Arnaut e yoshida (2007, p.7) apontam que “no idoso as alterações como
osteoporose, a equidade visual diminuída, fraqueza muscular são factores que contribuem
para alta incidência da fratura de fémur”.
O diagnóstico das fraturas do colo de fémur é feito através do exame físico, exame
clínico e radiológico. A fratura do fémur pode causar alterações negativas para o indivíduo
no seu ambiente socioeconómico gerando na maioria das vezes incapacidades para realizar
tarefas da vida diária, limitações funcionais e dor.
1.8. Tipos de fraturas de colo de fémur
Devidas as alterações ósseas da terceira idade, este grupo está sujeito a maior
incidência de fraturas, principalmente as do colo de fémur, em que esta se situa abaixo do
rebordo da cabeça femoral e acima da linha intertrocantérica como foi referenciado acima
pelos vários autores. Como forma de melhor explanar a temática torna-se pertinente ilustrar
algumas imagens que apontam os tipos de fraturas que o fémur pode sofrer. Relativamente
às regiões anatómicas que podem sofre fraturas segue-se as seguintes imagens com a
retratação das mesmas.
Figura 3- Imagem do colo de fémur sem fratura
Fonte:http://www.quadrilcirurgia.com.br/fraturas-do-colo-femoral.html
25
Figura 4- Imagens do colo de fémur fraturado
Fonte: http://www.mdsaude.com/2014/03/fratura-femur.html
Figura 5- Imagens do colo de fémur fraturado com traço
Fonte: http://www.einstein.br/blog/Paginas/post.aspx?post=1296
26
1.9. Diagnóstico das fraturas de colo do fémur
São várias as formas de diagnosticar as fraturas do colo do fémur, definido por
vários autores. Na ótica de Ribas (2004, p. 49) “ uma das formas de diagnóstico é a radiografia
que “deve ser sempre realizado”, de forma protocolizada, uma radiografia ântero-posterior
ortostática simples de ambas as articulações coxofemorais, com o paciente apoiado sobre os
membros de maneira totalmente simétrica”.
Outra forma de diagnóstico é a Ressonância Magnética que na perspetiva de James e
Malara (2006, p. 187) “a RMN é considerada um método muito sensível e específico para
diagnóstico do conflito femoro-acetabular”
Outro diagnóstico considerado eficaz é Tomografia axial computadorizada (TAC)
que segundo o autor já acima mencionado “TAC é um método fiável para a detecção de
osteófitos, especialmente nos graus 2 e 3 de Tönnis. Os cortes transversais permitem um
diagnóstico mais detalhado de retroversão-anteversão acetabular” (Ribas, 2004, p. 49).
Umas das formas de diagnóstico menos usado é a Ecografia porém não deixa de ser
eficaz pois na visão de Buck et al (2011, p. 21) “a ecografia é um método sensível e
específico apenas na deteção de alterações morfológicas na junção cabeça-colo femoral,
(…)”.
1.10. Tratamento das fraturas de colo do fémur
O tratamento da fratura do colo do fémur é de extrema importância para
proporcionar uma melhor qualidade de vida para o utente, pois o indivíduo portador desta
fratura fica incapacitado de desenvolver suas atividades diárias, nesta ótica viu-se a
necessidade de apresentar os tipos de tratamento que podem ser feitos no caso de fraturas do
colo do fémur. O tratamento pode ser farmacológico e o não farmacológico. É essencial
ressaltar que o tratamento normalmente é cirúrgico e deve ser realizado o mais breve possível
para minimizar os riscos de complicações principalmente complicações inerentes a idade e
a condição clínica do utente.
Fragoso e Soares (2010, p.690) salientam que “o tratamento pode ser conservador
através de redução fechada, imobilização por gesso e tração esquelética, ou cirúrgico através
27
de osteossíntese, fixação externa, fixação interna com haste intramedular, fixação por placa,
artroplastia parcial ou total”.
Segundo Cunha (2008, p. 47) “a imobilização do osso fraturado é necessária e
fundamental para a consolidação ter lugar, ou seja, para que o organismo na sua
recomposição fisiológica e anatómica tenha o tempo de formação de calo ósseo de que
necessita (…)”. A imobilização do osso é importante para que este não se complique para
uma fratura mais grave e de tratamento mais complicado.
Encontra-se em destaque como sendo um tratamento farmacológico a tração
cutânea ou esquelética, mas segundo Riaz, Khan, Martyn,e Parker (2005, p. 36) “não há
evidência de benefícios da tração (esquelética ou cutânea) no pré-operatório de fratura de
fémur em idosos para alívio da dor, não sendo portanto, recomendada como rotina”
Esta técnica é muito usado para a diminuição da dor no utente hospitalizado,
segundo Cunha (2008, p. 978) “a tração cutânea tem como função proporcionar uma pressão
direta na extremidade afetada, desde que a integridade da pele e o edema do membro o
permitam”.
Na ótica de cunha (2008, p. 979) “a tração esquelética é colocada sob anestesia local
ou geral, utilizando material diverso e diferenciado para cada caso, podendo passar pelo
compasso de Crutchfield (craniano) e pelos fios de Kirrschener ou cavilha e Steinmann,
sendo inserido através do osso distal da fatura”.
Outra forma de tratamento de tratamento usado no pós-operatório para a profilaxia
de infeções é o uso de antibióticos que na perspetiva de Aros, Tosteson, Gottlieb e Koval
(2008, p. 466) “o uso de antibiótico para profilaxia de infeção comparado ao placebo mostrou
benefícios significativos na redução de infeção de feridas no pós-operatório de fraturas de
fémur”.
Com isto no ponto de vista de Ono et al (2010, p. 383) “as decisões do tratamento
das fraturas do colo femoral são comummente baseadas em dois aspetos: a condição clínica
do paciente e o tipo de fratura”. Muitas vezes o utente não possui todos os critérios
necessários para ser submetido a uma cirurgia do colo do fémur.
Nesta mesma linha de pensamento, Monteiro e Faro (2006, p. 106) realçam que:
28
“o tratamento da maioria das fraturas do colo do fémur é cirúrgico, sendo o
conservador é reservado somente para algumas fraturas incompletas ou sem
desvio. O idoso tem sua reserva funcional diminuída e apresenta um número
grande de doenças crónicas associadas, estando assim muito mais sujeito a
complicações no pós-operatório tanto imediato quanto tardio”.
Como uma forma de tratamento para ajudar o utente surge a fisioterapia que
segundo Moniz (2003, p. 33):
“a fisioterapia inicia no período de internação hospitalar tendo como objetivo
promover orientações quanto ao pós-operatório e estimular o retorno às atividades
de vida diária, melhorando assim a qualidade de vida do paciente. A fisioterapia
visa preservar a função dos segmentos corporais não acometidos e evitar úlceras
de decúbito e deformidades, diminuindo o tempo de internação e os gastos
hospitalares, bem como minimizando a morbidade. A fisioterapia visa preservar a
função dos segmentos corporais não acometidos e evitar úlceras de decúbito e
deformidades, diminuindo o tempo de internação e os gastos hospitalares, bem
como minimizando a morbidade ”.
O objetivo do tratamento é a estabilização precoce da fratura, com mínimo de
morbidade, permitindo dessa forma o restabelecimento imediato da função visto que o
tratamento geralmente é longo e desgastante.
Atendendo a isto, Hebert et al (2003, p. 767), aludem” que quando se trata de idosos
alguns pormenores devem ser levados em conta. Sempre que possível a opção preferencial
deve estar voltada para tratamentos menos agressivos que permitam uma reabilitação
precoce e que evite períodos de imobilização e mobilidade prolongados”.
Ainda convém ressaltar que “deve-se lembrar também que devido a osteoporose, a
qualidade óssea pode estar afetada, sobretudo na mulher idosa comprometendo a fixação dos
implantes e o resultado final de um procedimento” (Hebert et al 2003, p. 766).
Hebert et al (2003, p. 769) concluem que “no que toca as complicações é muito
mais interessante atuar na sua prevenção do que no tratamento. Para as situações mais
frequentes em geriatria e ortopedia inúmeras medidas são recomendadas esse objetivo e
nesse caso cabe frisar a importância da atuação do clínico geriátrico na avaliação cuidadosa
dos pacientes antes e depois de qualquer procedimento”. O objetivo do tratamento é a
estabilização precoce da fratura, com mínimo de morbidade, permitindo dessa forma o
restabelecimento imediato da função.
29
1.11. Possíveis Complicações que podem acometer os idosos com fratura
de fémur
As complicações da fratura do colo do fêmur afazem ser derivadas do longo período
de recuperação necessário para a cura da lesão. Assim sendo para Ariyoshi (2013, p. 94) as
complicações resultantes das fraturas de colo de fémur são:
Pseudoartrose – mais comum em fraturas do colo de fémur com desvio: os
fatores que predispõem a pseudoartrose são: redução inadequada, fixação
interna instável, a vascularidade da cabeça femoral e cominuição posterior
no foco da fratura
Necrose;
Fenómenos tromboembólicos- descritos na literatura como a principal causa
da morte. A incidência encontrada é de 40% em pacientes com FCF e menos
¼ desses indivíduos relatam sintomas clínicos de trombose venosa profunda
e embolia pulmonar;
Infeção.
A imobilização prolongada pode causar profundas modificações fisiológicas e
bioquímicas em praticamente todos os órgãos e sistemas do corpo. Muitas vezes a
imobilização dos doentes de idade avançada leva a uma maior grau de incapacidade do que
o causado pela fratura, pondo em risco o processo de reabilitação e aumentando
significativamente o custo da assistência hospitalar.
Ainda fragoso e Soares (2010, p. 690) acrescentam que as complicações das fraturas
podem ser precoces ou tardias. “As precoces incluem choque, síndrome compartimental,
tromboembolia, coagulopatia intravascular disseminada e infeção”. Relativamente às
tardias, estes “compreendem união tardia, não união, necrose vascular, reação dos aparelhos
de fixação interna, osteoartrose, distrofia simpática reflexa, e ossificação heterotrófica.”
Pinheiro (2016) acrescenta que “muitos pacientes ficam acamados e, por serem
idosos e acompanhados de várias outras patologias, acabam não conseguindo mais voltar a
andar. Isso facilita a surgimento de complicações devido à imobilização crônica, como
trombose venosa profunda, embolia pulmonar, úlceras da pele, pneumonia, infeções
urinárias. Quanto mais idosos e debilitado o doente era antes da fratura, maior é o risco dele
não conseguir uma recuperação completa.
30
1.12. Cuidados de enfermagem aos idosos com fraturas de colo do fémur
O enfermeiro é responsável por gerenciar os cuidados prestados aos idosos, desde
o internamento até a alta hospitalar, assegurando o seu acesso, seu acolhimento, o aumento
da capacidade resolutiva e o aumento do seu grau de autonomia através do diálogo e
orientação dos outros profissionais da equipa multidisciplinar.
Posto isto Watson (2002, p.10) salienta que cuidar na enfermagem, transporta atos
físicos mas, envolve a mente-corpo-alma á medida que reclama o espirito corporizado como
centro da sua atenção.
Kuznier (2007, p. 17) menciona que “o cuidado constitui-se a essência do ser
humano, sendo que o indivíduo somente existe no mundo através do cuidado. Na ausência
do cuidado, deixa-se de ser humano. É um jogo de interdependências, no qual o homem
necessita de cuidado e relações humanas para manter-se vivo”.
Nesta perspetiva Moniz (2003, p. 23) “o cuidar em enfermagem foca-se na ligação
interpessoal do enfermeiro com a pessoa ou do enfermeiro com um grupo de pessoas, família
ou comunidade. Esta ligação leva o entendimento do outro na sua particularidade, admitindo
estabelecer diferenças entre as pessoas e, assim, a prestarem cuidados de enfermagem de
forma individualizada”.
Assim sendo Watson (2002, p. 11) sublinha que “o cuidar na enfermagem e entre
todos os profissionais da saúde requer tanto teoria como prática, indo além do simples
pensamento á ação, baseada numa posição diferente e, reflexão crítica, dentro de um quadro
concetual e de opções construtivas como parte de um modelo de cuidar-curar”. O cuidado é
único e não é baseado apenas no doente abrange todos os elementos mais próximos do
indivíduo, bem como o seu meio envolvente.
No que tange ao cuidado de enfermagem aos idosos com fraturas do colo de fémur
é pertinente frisar todo o acompanhamento que o enfermeiro faz desde dos cuidados pré-
operatório quando estes são submetidos a intervenções cirúrgicas até a alta hospitalar
momento em que o doente regressa para sua casa e para sua família.
Pré Operatório
Pré-operatório é considerado o período desde a véspera da cirurgia até o momento
em que o utente é recebido no bloco operatório. Segundo o Gerenciamento do cuidado:
centro de atenção especializada (GCCAE, 2009, p.13), nesta fase específica o enfermeiro
deve:
31
Determinar história clínica – aspetos biológicos, psíquicos, funcionais e sociais;
Realizar exame físico direcionando a avaliação da capacidade e de autocuidados;
Orientar o paciente quanto as rotinas do pré- operatório checando os exames
laboratoriais e de radiodiagnóstico;
Orientar sobre o uso de anticoagulante (fraciparina) demostrando a técnica de
aplicação;
Implementar medidas para prevenção de úlceras por pressão;
Avaliar cateteres e drenos para funcionamento;
Promover segurança;
Monitorar os idosos em alto risco para infeção.
Devendo orientar o doente e seus familiares o que devem aguardar antes, durante e após a
cirurgia. Explicar ao utente ou aos familiares do termo de consentimento informado a ser
assinado.
Pós-Operatório
De acordo com o GCCAE (2009, p.13) nesta fase o enfermeiro deve:
Avaliar se o utente apresenta grau de risco para o desenvolvimento de úlceras de
pressão segundo a escala de waterlow e realizar a prevenção;
Avaliar o grau da dor nos pós- operatórios e comunicar a equipe de enfermagem para
administrar a medicação prescrita;
Avaliar perfusão e débito de dreno hemorrágico:
Orientar quanto ao uso de triângulo abdutos entre os membros inferiores para evitar
luxação da prótese;
Orientar quanto ao uso do trapézio a fim de facilitar a imobilização no leito durante
os procedimentos:
Observar a presença de edemas, dor e rubor no membro operado avaliando o risco
de trombose venosa periférica;
Orientar o paciente quanto ao risco de luxação (deslocamento da prótese) por
movimentos bruscos inadequados;
Observar o aspeto da ferida operatória e sinais de infeção;
Observar se o paciente deambulou com ajuda do fisioterapeuta (treino de marcha
com andador e muletas);
32
Evoluir e registrar em prontuário as ações desenvolvidas.
De acordo com GCCAE (2009, p.19) os cuidados nesta fase exige um planeamento
cuidadoso demandando orientações diferenciadas que forneçam o processo de reabilitação e
que minimizam o risco ou perda do procedimento cirúrgico e complicações. Portanto o
enfermeiro deve:
Realizar exame físico pós-operatório (avaliação do membro operado);
Manter o membro operado em posição anatómica confortável;
Realizar os curativos e avaliar para sinais de: sangramento, dor, hematomas e edema;
Comunicar a equipa ortopédica sobre os complicadores e complicação;
Elevar a extremidade operada facilitando o retorno venoso;
Promover mobilidade e movimento ideal;
Atentar para as alterações dos níveis de consciência.
1.13. Hospitalização dos Idosos com fratura do colo do fémur
Tendo em conta a transição demográfica que se denota o envelhecimento
populacional e a prevalência de traumas em idosos tem aumentado e as quedas são os eventos
mais frequentes de acidentes nos idosos.
Souza et al (2014) apontam que “diante dessa panorâmica visão, percebe-se que o
número de internações entre os idosos aumenta considerável e proporcionalmente ao
crescimento de doenças crónico-degenerativas”.
A hospitalização não é fácil para qualquer individuo, principalmente quando se fala
da hospitalização da pessoa idosa que deixa seus entes para ficar num local completamente
diferente e acompanhado de pessoas que não está habituado, tornando dependente destes
originando sentimentos de medo e angústia.
No dizer de Moniz (2003) “a hospitalização representa, especificamente para os
idosos, uma intimidação e um desafio, que podem ser experimentados de diferentes formas,
de acordo com diferentes fatores, como sejam a capacidade de acomodação, as experiências
anteriores, as representações de saúde e de doença, entre outros”.
O aparecimento de traumas leva a uma alteração na integridade do idoso e a um
obstáculo no exercício normal da sua vida. Pode ocorrer alterações de funções físicas, a
obstáculos para a concretização de atividades da vida diárias, perda de autonomia,
33
independência, depender dos profissionais, perdas sociais, psicológicas e afetivas entre
outros.
A ação do enfermeiro é de extrema importante, na identificação das necessidades
de cuidados dos idosos hospitalizados sendo fundamental para o incrementar da qualidade
de vida. O objetivo do enfermeiro nesta fase da hospitalização é a manutenção e valorização
da autonomia, neste caso avaliando o grau de dependência, instituindo medidas voltadas para
o alcance do maior grau possível de independência funcional.
1.14. Alta terapêutica
O plano de alta hospitalar pode, e muito, oferecer tratamento e recuperação de forma mais
humanizada originar qualidade de vida e bem-estar ao doente e ao cuidador.
Souza et al (2014) salientam que as condições usualmente não fatais são, na maioria
das vezes, as causas do que pode ser denominado de processo incapacitante, ou seja, o
processo no qual delimita a condição afetada da funcionalidade dos idosos e,
consequentemente, o desempenho das atividades cotidiana.
E nesta lógica Caldas (2003), afirma que seria fundamental que os profissionais de
saúde treinassem o cuidador e supervisionassem a execução da atividades assistenciais
necessárias no dia-dia do idoso até que a família sentisse segura para assumi-la. A família
também deve ser preparada para lidar com sentimentos de culpa, frustração, raiva, depressão
e outros sentimentos que acompanham essa realidade.
No dizer de Marek (2003, p. 2187) “durante a hospitalização os doentes podem ter
tido pouca ou nenhuma oportunidade de orientar relativamente aos cuidados de que
precisarão e possivelmente poderão estar com medo e sobrecarregados com o que lhes
aconteceu, com dores e possivelmente cambaleados pela medicação para dor ou mesmo
anestesia. Explicações cuidadosas e repetidas tornam-se importantes para a família:
Natureza da lesão e decorrer do tratamento, incluindo os cuidados de
vigilância;
Posicionamento;
Cuidados com a pele;
Inspiração profunda;
Inspiração profunda e tosse;
34
Medidas de alívio da dor, são exercícios a serem feitos para prevenir
complicações (Marek, p. 2187) ”.
Nesta congruência e de acordo Potter e Perry (2006) “o cuidar é um fenómeno que
influencia a forma como pensamos, agimos, sentimos e nos comportamos em relação aos
outros. De acordo GCCAE, (2009, p. 19) “alta terapêutica/ hospitalar corresponde ao período
de verificação do alcance das metas estabelecidas no planeamento assistêncial no que tange:
Aos cuidados domiciliares com o membro operado (posicionamento, mobilização,
sinais/sintomas de complicações):
Realização de curativo da ferida operatória;
Uso de medicações;
Cuidados com a pele;
Cuidados com a alimentação;
Ingestão adequada de líquidos;
Mudança de decúbito;
Importância do retorno ambulatório.
Posto isto é importante ressaltar Colliére (1999) que salienta que “durante milhares
de anos os cuidados não pertenciam a um ofício, menos ainda uma profissão. Diziam respeito
a qualquer pessoa que ajudava qualquer outra a garantir o que lhe era necessário para
continuar a sua vida em relação com a vida em grupo”. Os familiares são elementos
fundamentais nesse processo de alta terapêutica, merecem portanto ter informações e
conhecimento de como cuidar do seu familiar após a alta.
De acordo com Kuznier (2007, p. 17) “antes de prestar qualquer tipo de cuidado ao
paciente ou pessoa que esteja sob a encargo da enfermeira, esta deve, ser a primeira a
respeitar e conhecer a individualidade de cada um, reconhecendo as diferenças, as
possibilidades e impossibilidades, de modo que auxilie ou oriente a pessoa que recebe o
cuidado, a cuidar de si”.
35
1.15. Importância da família dos idosos que sofreram fratura do colo do
fémur
É de realçar que a família é um dos pilares primordiais na recuperação da saúde,
pois transmite o afeto necessário nas horas mais difíceis. A família é a principal fonte de
suporte social, em termos de unidade básica de relacionamentos é onde se deseja um ambiente
afetiva comum, de obtenção de aptidão e interação entre seus membros.
Segundo Machado (2000, p. 4) “a família é uma sociedade natural composta por
indivíduos ligados por laço de sangue ou de afinidade. Os laços de sangue resultam da
descendência. A afinidade se dá com a entrada dos conjus e seus parentes que se agregam a
entidade familiar pelo casamento”.
No dizer de Hanson (2005) “a família é o único recurso mais importante para os
idosos, mas o peso da responsabilidade de cuidar deles é composto por crescentes
imposições do emprego e de casa. Os membros da família apesar da correria do dia-a-dia
estão preocupados e envolvidos nos cuidados dos idosos”.
Para Sequeira (2007, p. 44) “a importância atribuída aos aspetos relacionados com
o cuidar adota uma relevância aumentada, considerando o fato da população que cuida de
idosos ser também geralmente idosa. Deste modo, o processo de envelhecimento contribui
com um conjunto de fatores decisivos para o desempenho do papel do cuidador”.
Apesar dos esforços despendidos para garantir uma velhice cada vez mais ativa e
saudável a maioria dos idosos experimenta uma fragilidade nessa fase. Por isso a família tem
um importante papel na vida do idoso.
Mazza e Lefêvre (2005, p.3) salientam que “a atenção ao idoso está intimamente
ligada à presença do cuidador, ou melhor, da pessoa que, no espaço privado doméstico,
realiza ou ajuda o idoso a realizar suas atividades de vida diária, com o único propósito de
preservar a autonomia a independência do idoso”.
Souza et al (2014) apontam que “neste contexto começa a haver a participação de
cuidadores informais ou familiares para preencher as necessidades de cuidados no domicílio:
tarefas executadas, muitas vezes, de forma percecionada ou até mesmo improvisadas por não
serem esses cuidadores devidamente capacitados para tal atividade”.
Araújo, Paul e Martins (2009, p. 191) afirmam que “surge um personagem de grande
relevância com vista à sobrevivência e apoio nas atividades da vida diária: o familiar que
cuida, o qual é atualmente referenciado como cuidador”.
36
Ainda para Silveira, Caldas e Carneiro (2006, p.1630) “para além da assistência e
da saúde, as múltiplas tarefas práticas, a atenção e o carinho favorecido ao doente, os fatores
econômicos, o uso de transportes coletivos, a moradia, entre outros, devem ser considerados
primordialmente no caso dos idosos doentes”.
No que tangue a Araújo, Paul e Martins (2009, p.196) “ao arcarem o papel de
cuidador, ocorrem mudanças, essencialmente, no seu papel social e sexual, nas atividades
de lazer e, em alguns casos, na atividade profissional. Ser cuidador é difícil, é um peso, gera
sentimentos opostos de tristeza e satisfação”.
Mazza e Lefêvre (2005, p.1) afirmam que “ao analisarmos o envelhecimento, a
abordagem familiar é de fundamental importância para compreender como o fenômeno
acontece e influência este grupo específico”.
E de acordo com o PNDS (2008, p.103) “é essencial informar e convencer os
indivíduos e respetivas famílias que as medidas de promoção da saúde e de prevenção da
doença devem ser tomadas com a devida antecedência, num processo reservado a melhorar
as oportunidades para a saúde, a participação e a segurança de modo a otimizar a qualidade
de vida à medida que se vai envelhecendo”.
Assim nesta perspetiva, Araújo, Paul e Martins (2009, p.196) apontam que “os
indivíduos lidam com o idoso dependente tendo em conta crenças, mitos, normas e papéis
predeterminados que se relacionam com a dinâmica de cada família”.
Neste sentido Sequeira (2007, p.54) sublinha que “as estimativas sobre o
envelhecimento demográfico, vem colocar também novos desafios às famílias, estas tem um
papel basilar na assistência e na manutenção dos idosos no seu contexto habitual”.
Sendo assim, torna-se necessário melhorar as formas de apoio, de modo a que o
cuidar de um idoso dependente não se transforme num peso mas sim que constitua um
momento de satisfação e prazer.
Assim sendo Araújo, Paul e Martins (2009, p.196) sugerem que “a intervenção de
enfermagem preste atenção ao binômio idoso e família como uma estratégia de diminuir o
impacto provocado pela dependência de um dos membros da família e, desta forma,
promover a saúde família”.
Ainda segundo o PNDS (2008, p.103) “as doenças da velhice podem acompanhar
à invalidez que, além do desconforto para os pacientes, torna-se numerosa, difícil de gerir
para a família e a sociedade. Não esquecer que o risco de ter uma doença crónica aumenta
com a idade”.
37
De acordo Hebert et al (2003, p.766) “outro aspeto muito importante nesse sentido
diz respeito a criação de um ambiente doméstico seguro para que as pessoas idosas tenham
reduzidas as possibilidades de sofrerem quedas dentro de suas casas, com cuidados e
adaptações simples e seguras”.
1.16. Assistência de enfermagem aos idosos com fratura de fémur
A assistência de enfermagem tem como principal objetivo preservar e reabilitar a
independência da pessoa para que esta possa satisfazer, por si só, as suas necessidades
básicas, idênticas a qualquer ser humano doente ou saudável.
Hebert et al (2003, p.766) acrescentam que “faz-se necessária uma atuação
integrada com especialidades médicas afins, conjuntamente com outros profissionais da
saúde, com o objetivo de proporcionar ao idoso uma assistência diferenciada para atender as
demandas globais com cuidados adequados para diminuir os riscos de complicações e o seu
sofrimento e, assim atingir melhores resultados”.
Peres e Ciampone (2006, p. 492) salientam que “o trabalho de enfermagem como
instrumento do processo de trabalho em saúde, subdivide-se ainda em vários processos de
trabalho como cuidar/assistir, administrar/gerenciar, pesquisar e ensinar. Dentre esses, o
cuidar e o gerenciar são os processos mais evidenciados no trabalho do enfermeiro”.
Fragoso e Soares (2010) afirmam que “a enfermagem tem um papel crucial em
todas as fases do tratamento na medida em que o enfermeiro é o profissional que está mais
próximo do utente e deve ter um olhar apurado para reconhecer qualquer risco ou
complicação precocemente”.
Potter e Perry (2006, p.446) salientam que “o cuidar na enfermagem tem sido
estudado sob diversas perspetivas filosóficas e éticas desde o tempo de Florence Nightingale.
São muito os estudiosos que criaram teorias sobre o cuidar, tendo em conta a sua importância
tanto a prática de enfermagem, bem como para a própria existência humana”.
Ainda Fragoso e Soares (2010, p. 690) acrescentam que “obter conhecimentos e
utilizá-los em intervenções corretas é parte do compromisso da equipe de enfermagem, que
deve manter-se sempre atualizada para que haja uma atuação mais eficaz no cuidado do
utente, visando a diminuição dos riscos, complicações e morte”.
38
As “ações educativas podem ser implementadas em ambientes coletivos da atenção
básica, como salas de espera e grupos de idosos, entre outros, envolvendo temas como a
prevenção de quedas e educação no trânsito” (Lima e Campos 2010, p. 663).
Souza et al (2014) acrescentam que “para dar continuidade ao cuidado prestado
pelo cuidador familiar no domicílio, este deve-se iniciar ainda durante a hospitalização tendo
em conta orientações básicas de saúde, sintomas e complicações facultadas pela equipe de
enfermagem”. A equipa de enfermagem tem um papel essencial no processo de recuperação
do doente.
Lima e Campos (2010, p. 663) salientam que “o enfermeiro, pela própria natureza
da sua profissão, se insere em todas as esferas de cuidado ao idoso, considera-se imperativo
que ações de enfermagem sejam estabelecidas com ênfase na prevenção do trauma nesta
faixa etária, mas os aspetos relativos ao tratamento e reabilitação não podem ser omitidos”.
Quintão et al (2013, p. 20) acrescentam que “é importante uma atuação maior e
mais qualificada de profissionais da área da saúde, incluindo os da enfermagem, especialistas
no cuidar, preparados para diminuir e evitar o desenvolvimento do “idoso frágil”: fraco,
exausto, com pouca prática de atividade física, perda de peso, diminuição da marcha e do
equilíbrio”.
Desde modo Barros, Maia e Pagliuca (2011, p.739) apontam que “as ações de
promoção da saúde, prevenção e tratamento das pessoas idosas dependem do
desenvolvimento de competências dos profissionais de saúde no processo de cuidado
integral na perspetiva do exercício do trabalho em equipa e interdisciplinar”.
Nesta lógica Marek (2003, p. 2182), aponta que “um dos objetivos, nos cuidados
aos doentes com fratura, é prevenir a perda de mobilidade e do tónus muscular. O enfermeiro
pode utilizar as seguintes intervenções, para ajudar o doente a manter a mobilidade, e tónus
e a força muscular:
Permitir e incentivar o doente a movimentar-se o mais possível dentro das
restrições relativas á redução da fratura e aos dispositivos de imobilização;
Permitir e encorajar o doente a cumprir o maior autocuidado possível;
Encorajar o doente a fazer exercícios de tónus muscular (isométrico);
Encorajar e ajudar a seguir o programa de exercício regular (incluindo
deambulação) prescrito pelo médico e ensinado pelo fisioterapeuta e pelo
enfermeiro;
39
Encorajar e ajudar o doente a retomar o funcionamento normal de todas as
atividades da vida diária (AVD) dentro dos limites dos dispositivos de
imobilização ou fixação tão rápido quanto possível por exemplo, utilizando
a cadeira sanitária em vez de arrastadeira (Marek 2003, p. 2182) ”.
Kuznier (2007, p. 21) afirma ainda que “para o idoso é significativo o respeito e o
conhecimento das suas possibilidades por parte dos profissionais de enfermagem. As
orientações que estimulam o cuidado de si devem ser as mais adequadas para as pessoas
idosas, já que levam em conta as possibilidades de cuidado deles e o estímulo para
solicitarem que alguém realize por eles o cuidado que definitivamente não podem mais
desenvolver”.
Para Potter e Perry (2006) “o enfermeiro perito compreende a diferença e a relação
que há entre a saúde, afeção e doença, e consegue contextualizar o utente, interpretar as suas
necessidades e garantir-lhe atos de cuidar que melhoram a saúde, o cuidar não é um ato
isolado. Ele existe em cada contato e em cada ação que o enfermeiro partilha com o utente”.
Nesta perspetiva Lima (2014) conclui que existe a necessidade urgente de
reestrutura o setor de saúde no que toca as suas práticas de forma atender de forma
planificada a demanda da população idosa aos serviços de saúde.
Ferreira, Araújo, Gonçalves e Silva (2005, p. 3) suscitam que:
“a assistência de enfermagem ao idoso com fraturas concentre-se no
fortalecimento e na reestruturação da função articular coxo-femural assim como
na prevenção do processo degenerativo, perda da cirurgia, risco para infeções. As
ações de enfermagem devem ser enfatizados no que refere ao autocuidado,
movimento dos membros, posicionamento, fortalecimento da musculatura dos
membros e ao reconhecimento da alteração da perda da cirurgia, alívio do stress
no pré-operatório”.
1.17. Teórica de enfermagem
Achou-se pertinente referir uma teoria de enfermagem que mais se assemelha a
temática em estudo e, tendo em conta que a mesma abarca o doente/idoso com fratura do
colo de fémur com as suas necessidades básicas optou-se pela teórica Virgínia Henderson
que fala nas suas obras sobre aos cuidados de enfermagem relacionados à satisfação das 14
necessidades fundamentais do utente, isto é, que deve-se considerar o doente como um todo,
40
como um ser holístico não centrar apenas na patologia em si, faz todo o sentido ser abordada
nesse trabalho.
Sendo que o idoso com fratura de fémur além de se encontrar inicialmente
hospitalizado e sem mobilidade do membro inferior, geralmente encontra-se incapacitado
para realizar tarefas simples do dia-a-dia como vestir, fazer a higiene, andar enfim, cabe a
equipe multidisciplinar ajudar o idoso a preencher essas lacunas de modo a proporcionar
maior recuperação do idoso e mais autonomia. Aspeto esse que sempre Virgínia defendeu
nas suas obras.
Sendo assim passa-se a uma pequena integração daquela que deu base para o
estudo: Virgínia Henderson inicialmente licenciou-se em enfermagem e de seguida
especializou-se como enfermeira docente, tendo publicado em 1955 pela primeira vez o
conceito de enfermagem na revisão da obra The Principles and Practice of Nursing. (Tomey
e Alligood, 2004).
Assim segundo Tomey e Alligood (2004) “o significado de enfermagem é
conhecida em todo o mundo e a sua obra continua a influenciar internacionalmente a prática
de enfermagem, a educação das enfermeiras e a investigação em enfermagem”.
Ela representa uma das principais figuras na história da enfermagem, sendo que
muito contribuiu para o desenvolvimento da enfermagem e para que esta profissão fosse o
que representa hoje em dia.
Henderson introduziu o conceito de Pessoa (doente), pelo que também segundo estes
autores “Henderson via o doente como um indivíduo que precisa de assistência para obter
saúde e independência ou uma morte pacífica. Corpo e mente são inseparáveis. O doente e
a sua família são vistos como uma unidade”.
Henderson definiu a enfermagem em termos funcionais, pelo que segundo Tomey
e Alligood (2004) como sendo “a única função da enfermeira é assistir o indivíduo, doente
ou saudável, no desempenho das actividades que contribuem para a saúde ou para a sua
recuperação (ou para a morte pacífica) que efetuaria sem ajuda, caso tivesse a força, a
vontade e os conhecimentos indispensáveis”.
Henderson nomeou 14 necessidades básicas do doente que reúnem os constituintes
dos cuidados de enfermagem, sendo os seguintes (Tomey e Alligood, 2004):
1) Respirar normalmente;
2) Comer e beber de forma adequada;
3) Eliminar os resíduos corporais;
41
4) Movimentar-se e manter a postura correta;
5) Dormir e descansar;
6) Escolher a roupa- vestir-se e despir-se;
7) Manter a temperatura corporal dentro dos valores normais mediante a seleção de
roupa e a modificação do ambiente;
8) Manter o corpo limpo e cuidado e os tegumentos protegidos;
9) Evitar os riscos do ambiente e evitar lesar outros;
10) Comunicar-se com os demais, expressando emoções, necessidades, temores e
opiniões;
11) Realizar práticas religiosas segundo a fé de cada um;
12) Trabalhar de modo a sentir-se realizado;
13) Jogar ou participar em diversas formas de recreação;
14) Aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidade de modo a conduzir a um
desenvolvimento e a uma saúde normais e utilizar os recursos de saúde disponíveis.
1.18. Diagnósticos de enfermagem (NANDA) e Classificação das
Intervenções de enfermagem (NIC)
Após a elucidação dos principais conceitos e teorias relacionados com fraturas do
colo de fémur na terceira idade, e depois de ter realçado as necessidades básicas de cada
individuo, nesta fase surge a precisão de demostrar alguns diagnósticos de enfermagem que
foram constatados comuns nos idosos que hospitalizaram após diagnóstico de fratura do colo
de fémur, durante a realização do estudo, onde foi utilizado o North American Nursing
Diagnosis Association (NANDA), e as respetivas intervenções de enfermagem NIC.
E é nesta lógica que McCloskey e Buleckek (2004, p, 878) realçam que “as ligações
dos diagnósticos de NANDA e as intervenções de enfermagem facilitam a fundamentação
diagnóstica, e a tomada de decisão clínica pelo enfermeiro, por meio da identificação das
intervenções de enfermagem que constituem opções de tratamento para a preposição de um
diagnóstico de enfermagem”.
Assim sendo depois dessas considerações, achou-se importante apresentar os
principais diagnósticos de enfermagem (NANDA) e suas respetivas intervenções de
enfermagem (NIC):
42
Quadro 2- diagnósticos de enfermagem (NANDA) e intervenções de enfermagem-NIC
Diagnósticos de NANDA Intervenções de enfermagem
Potencial para infeção, relacionado com procedimentos
invasivos, uso de agentes farmacológicos e trauma.
Incremento da tosse;
Controle do ambiente evitar infeção;
Cuidado com lesões;
Controle de infeção
Potencial para trauma, relacionado com fraqueza:
dificuldade de equilíbrio, diminuição da equidade visual.
Prevenção de quedas;
Contenção física;
Controle do ambiente/comportamento do
utente:
Segurança;
Posicionamento.
Integridade da pele prejudicada, relacionada de fatores
externos: imobilidade física, fatores internos
(alteração circulatória, sensibilidade alterada).
Alteração no turbor e
elasticidade da pele;
Supervisão da pele;
Cuidados com lesões.
Mobilidade física prejudicada, relacionada com forças e
resistências não diminuídas.
Controlo da dor;
Posicionamento;
Transporte;
Controlo do ambiente facilitar a
mobilidade.
Processo familiar alterado, relacionado com processo de
transição ou crise.
Promoção do vínculo;
Facilitação de visitas;
Promoção do envolvimento familiar.
Adaptação prejudicada, relacionada com conflito não
resolvido.
Melhoria do enfrentamento;
Intervenção em crise;
Supervisão;
Aconselhamento.
Senso-perceção alterada (visual auditiva, tátil
olfática), relacionada com receção transmissão ou
integração sensorial alterada.
Terapia ocupacional;
Controlo de quedas;
Controlo do ambiente;
Déficit de lazer, relacionado com falta de atividade
durante hospitalização prolongada.
Aconselhamento leituras, televisão;
Promoção de exercício;
Controlo de energia.
43
Ansiedade, relacionada com ameaça ou mudança de
ambiente.
Redução de ansiedade;
Presença;
Técnica para acalmar.
Déficit de autocuidado: higiene corporal, relacionado
com resistência diminuída.
Melhoria no autocuidado
Déficit no autocuidado vestir-se/arrumar relacionado
com força e resistência diminuídas.
Cuidados com os cabelos;
Assistência no autocuidado;
Cuidados com as unhas;
Promoção do exercício,
Déficit no autocuidado higiene íntima, relacionada com
habilidade física prejudicada
Assistência do autocuidado: higiene
íntima.
Dor, relacionado com agentes de injúria físicos; Administração de analgésicos;
Controle da dor;
Controle de medicamentos.
Distúrbio no padrão do sono, relacionada com
alterações sensoriais (doenças estresse psicológico
mudanças ambientais situações socias)
Incremento do sono;
Redução da ansiedade;
Supervisão segurança.
Fadiga, relacionado com sobrecarga de demanda
psicológica ou emocional.
Controle de humor;
Estabelecimento de metas mutuas;
Aumento do sistema de apoio.
Baixo auto- estima: situacional, Melhora da auto-estima;
Aumento da auto-estima;
Suporte emocional.
Medo relacionado com separação de pessoas
significativas numa situação potencialmente ameaçadora
por ex: hospitalização, tratamento prolongado
Suporte emocional;
Intervenção em crise;
Aumento da segurança;
Controle do ambiente hospitalar e extra
hospitalar.
Fonte: Elaboração própria
44
Capítulo II - Fase Metodológica
45
2 - Fundamentação Metodológica
Qualquer trabalho de investigação requer uma metodologia de modo a facilitar o no
alcançar dos objetivos preconizados para realização da pesquisa. Este capítulo tem por
finalidade apresentar a metodologia da investigação em estudo, as questões metodológicas,
bem como a exposição de todo o percurso metodológico que é utilizado no decorrer do
trabalho.
Vale realçar que a realização deste trabalho dividiu-se na elaboração do Projeto do
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que iniciou-se no mês de Maio de 2016, em que foi
escolhido o tema, formulado os objetivos, abordou-se a justificativa e a problemática, os
conceitos chave e foi elaborado o cronograma (Apêndice I) a fim de cumprir a elaboração
das fases do trabalho e a realização do TCC que se iniciou no mês de Junho do mesmo ano.
A argumentação teórica foi muito importante na elaboração do TCC, na medida em
que foi efetuado uma revisão bibliográfica em bibliotecas de São Vicente nomeadamente á
da Universidade do Mindelo, busca em livros, artigos na internet pesquisados em base de
dados como SciELO (Scientific Electronic Library Online), Google académico e repositório
cientifico que formaram bases á investigação e possibilitaram explanar pareceres
considerados importantes ao tema na perspetiva de diversos autores.
2.1. Tipo de estudo
Tendo em conta os aspetos já indicados, considerou-se adequado traçar um estudo
descritivo, qualitativo, exploratório e de abordagem fenomenológica. Entendeu-se que o
estudo qualitativo é o estudo que mais se adapta ao presente trabalho, na medida em que o
pesquisador procura aprofundar-se na compreensão dos fenômenos que estuda com o único
propósito de mostrar a importancia da familia nos cuidados aos idosos que sofreram fratura
do colo de fémur, mostrando ainda a atuação da enfermagem neste contexto. Portanto tendo
em conta a essência dessa investigação considerou este tipo de estudo o mais adequado na
medida em que a finalidade da mesma não é quantificar mas sim identificar as perceções dos
participantes sobre o fenómeno em estudo.
O estudo é de carater descritivo com vista a descrever o fenómeno de acordo a
perceção dos entrevistados neste caso descrever o contributo de enfermagem e da família no
processo de cuidar do idoso com fratura do colo de fémur e assim sendo, para Gil (2008, p.
46
28) pesquisas descritivas têm como objetivo principal a descrição das características de uma
determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
Ainda há que realçar que o estudo é do tipo exploratório na medida em que é um
tema que ainda não foi pesquisado e explorado em Cabo Verde em termos de trabalhos
académicos. E na ótica de Gil (2008, p. 27) “pesquisas exploratórias são desenvolvidas com
o objetivo de facultar uma visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato.
Este tipo de pesquisa é realizado nomeadamente quando o tema escolhido é pouco explorado
e torna-se difícil sobre ele formular hipóteses precisas e operacionalizáveis”. Através dessa
pesquisa o pesquisador torna mais amplo o seu conhecimento principalmente no que tange
a temática em si, dai a sua relevância a nível académica e nacional.
E para dizer que o estudo é fenomenológico teve em conta a subjetividade dos
participantes, pois com o presente trabalho pretendeu-se identificar os conhecimentos e os
cuidados que são prestados pelos familiares tendo em conta sua experiências de vida e aquilo
que a literatura traz sobre o assunto. Sendo assim considera-se uma abordagem
fenomenológica por se trata de aspetos subjetivos dos participantes.
2.2. Instrumento de recolha de informações
A recolha de informações, como etapa essencial de qualquer trabalho de
investigação, solicita a elaboração de um instrumento adequado e que vá de encontro aos
objetivos traçados e às características da investigação. As informações deste estudo foram
obtidos através de entrevista semiestruturada, guião aplicada aos cuidadores que se encontra
em (Apêndice II) a fim de conhecer melhor a perceção destes sobre os cuidados prestados.
Este instrumento é o mais adequado e vai de encontro com o tipo de estudo eleito, constitui
uma técnica de investigação formada por um nº de questões apresentadas por escrito aos
entrevistados, possibilitando desta feita a identificação e análise das perceções dos
entrevistados sobre o tema em estudo.
A recolha das informações foi realizada no decorrer do TCC, pela pesquisadora,
teve início em meados de mês Setembro até meados de Outubro de 2016, tendo sido
entrevistados 6 cuidadores. As perguntas aplicadas aos cuidadores é de extrema importância,
na medida em que possibilita conhecer os cuidados proporcionados a pessoa idosa que sofreu
fratura de fémur.
47
Cada entrevista foi realizada individualmente, num ambiente propício para o efeito,
tendo a duração necessária (compreendida entre vinte (20) a trinta (30) minutos) para que
cada cuidador pudesse responder com a máxima clareza. Estas foram gravadas em áudio. O
objetivo maior para aplicar a entrevista aos cuidadores, foi entender como é feito o cuidado
no domicílio e como as recomendações são implementadas após o idoso receber alta.
2.3. População alvo
A população alvo são os membros familiares responsáveis pelos cuidados dos idosos
que sofreram fratura de fémur e que estiveram internados no serviço de orto-traumatologia do
Hospital Baptista de Sousa. São os mais indicados na recolha de informações relativos a pesquisa
na medida em que são considerados os cuidadores dos idosos e estão mais próximos destes
durante o período de alta hospitalar.
E neste sentido os familiares (cuidadores) a participar no estudo foram selecionados tendo em
conta os critérios de inclusão e de exclusão:
Critérios de inclusão:
Por serem cuidadores dos idosos;
E desejo de participar.
Critérios de exclusão:
Cuidador do idoso com dificuldade em articular as palavras.
Após ser aplicado os critérios de inclusão e exclusão foram escolhidos para o estudo seis (6)
famílias (cuidadores), constituindo assim a nossa amostra qualitativa.
Após alta, a família surge como o principal cuidador do idoso, pois, é no seio
familiar que o idoso encontra conforto, sente-se apoiado e protegido mesmo com as suas
limitações. É na família que o idoso encontra força para enfrentar a falta de mobilidade e
ganhar aos poucos a sua autonomia. Mas nem sempre a família esta preparada para a atual
situação que o idoso se encontra, no entanto se esforça para ajudar de melhor forma possível
na recuperação, proporcionando cuidados adequados.
48
2.4. Descrição do campo empírico
Descrição do serviço de ORT-TRT - Estrutura física
Este serviço possui seis enfermarias, cada uma com uma casa de banho coletiva e
três camas. Também possui uma copa, uma cozinha, um stock para armazenamento de
materiais, dois gabinetes médicos, um quarto para os enfermeiros, duas casas de banho para
os enfermeiros, um quarto onde os auxiliares de serviços gerais guardam os seus pertences,
um gabinete para serviços administrativos e uma sala para procedimentos médicos. Convém
também salientar que este serviço tem capacidade para hospitalizar somente vinte
indivíduos. Cabe ainda salientar que o campo empírico foi escolhido pelo de ser o serviço
onde estes utentes encontravam-se hospitalizados e foi o local pelo qual teve oportunidade
de conhecer os familiares dos mesmos.
Equipas de serviço
Neste serviço trabalham atualmente oito enfermeiros de turno, uma enfermeira
chefe, uma fisioterapeuta (não efetiva), um auxiliar administrativo, cinco auxiliares de
serviços gerais, uma copeira, quatro médicos traumatologistas e um clínico geral, sendo que
quando necessitam de algum outro médico especialista solicitam uma inter-consulta para o
utente.
2.5. Procedimentos éticos
Na elaboração de qualquer trabalho de investigação, não se deve deixar de lado os
aspetos éticos, relacionados tanto com o investigador bem como para o investigado. Para a
realização do estudo foi efetuado o pedido por escrito a direção do Hospital Baptista de
Sousa, que se encontra em (Apêndice III), e ao responsável pelo serviço de orto-
traumatologia, a fim de recolher informações junto ao serviço de estatística, e relativamente
aos familiares, estes assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice
IV) onde se disponibilizaram a participar de forma livre e de espontânea vontade,
informando-os ainda acerca dos objetivos do trabalho, assim como da garantia do seu
anonimato aquando da exposição e discussão dos resultados.
A entrevista foi realizada numa sala própria para o efeito e individualmente na casa
de cada cuidador, tendo em conta que o primeiro contato não foi fácil mas assim que a
entrevista seguia em frente os entrevistados iam se abrindo e respondendo de forma clara,
49
sem interferências de outras pessoas e a entrevista cumpriu todas as exigências éticas
essenciais onde cada cuidador foi atribuído uma um nome fítico (F1, F2, F3, F4, F5 e F6).
50
Capítulo III - Fase Empírica
51
3. Apresentação e interpretação dos dados
Esta fase é caraterizada pela apresentação dos achados ao longo da pesquisa e de
seguida estes foram analisados e discutidos onde se pode concluir que todo o plano de
investigação foi posto em prática. Ainda neste capítulo depara-se com uma breve
caraterização dos entrevistados, apresentação dos resultados obtidos através do guião de
entrevista, bem como a apresentação dos resultados obtidos.
Foram realizadas entrevistas á seis familiares - cuidadores dos idosos que sofreram
fratura de colo de fémur individualmente e com o propósito de obter informações ligadas ao
tema escolhido, através da elaboração de um guião de entrevista sobre a importância dos
mesmos na prestação de cuidados aos idosos que sofreram fratura de colo de fémur.
Com a recolha das informações segue-se a apresentação e análise dos resultados
obtidos onde é necessário o tratamento dos mesmos e de acordo com a metodologia utilizada
achou-se necessário agrupa-las em 4 categorias onde a terceira categoria foi divida em uma
subcategoria e a quarta categoria dividida em duas subcategorias, cuja finalidade é validar a
interpretação dos dados e maior entendimento dos mesmos.
Quadro 3- Categorias e subcategorias
Categorias Subcategorias
Categoria I: o relacionamento do principal
cuidador com os familiares
Categoria II: conhecimento do principal cuidador
sobre a fratura de colo de fémur
Categoria III: sentimentos do cuidador após
diagnóstico e hospitalização do idoso com fratura
de colo de fémur
Cuidados prestados aos idosos para
satisfazer as suas necessidades
Categoria IV: importância dos enfermeiros e das
famílias na melhor prestação de cuidados ao idoso
com fratura de colo de fémur
Dificuldades durante a prestação de
cuidados aos idosos com fratura de colo
de fémur;
Contributo dos enfermeiros e familiares
para melhoria de saúde dos idosos com
fratura de colo de fémur
52
3.1. Apresentação dos dados dos participantes
Identificação e caracterização dos participantes
Com a identificação e caracterização dos participantes pode-se conhecer algumas
informações pessoais dos entrevistados que incluem: sexo, idade, estado civil, habilitações
académicas, profissão e grau de parentesco respeitando o anonimato dos mesmos.
O propósito inicial era entrevistar um número máximo de familiares dos idosos
portadores de fratura de colo de fémur que estiveram internados no serviço de orto-
traumatologia, mas alguns familiares não se incluía nos critérios de seleção, sendo assim
foram entrevistados apenas 6 familiares cujos dados se encontram no seguinte quadro.
Quadro 4 - Perfil/Caracterização geral dos participantes da entrevista
Nome Idade Sexo Estado civil Escolaridade Profissão Grau de
parentesco
F1 31 Feminino Solteira 7º Ano Domestica Filha
F2
39 Feminino Solteira 2º Classe Domestica Filha
F3 39 Feminino Solteira Balconista Filha
F4 52 Feminino Viúva 5º Classe Domestica Filha
F5 52 Feminino Casada Licenciatura Psicóloga Filha
F6 58 Feminino Solteira 4º Classe Cozinheira Filha
Fonte: Elaboração própria
O quadro (5) demostra que todos os entrevistados são do sexo feminino, com a faixa
etária compreendida entre os seguintes intervalos: trinta e um (31) a cinquenta e oito (58)
anos. Relativamente às habilitações literárias, apenas (F5) é licenciada e as restantes (F1, F2,
F3. F4 e F6) tem o ensino médio. No que se refere a profissão, (F1, F2, e F4) são domésticas,
(F3) é balconista, (F5) é psicóloga e (F6) é cozinheira. Em relação ao grau de parentesco
todas são filhas dos idosos que sofreram fratura de colo de fémur.
Da análise tirada destas entrevistas nota-se que a maioria dos cuidadores são quase
todos solteiros e sendo constituídos na maioria por filhos dos idosos. Relativamente a
escolaridade percebe-se que a maioria dos cuidadores tem um nível de escolaridade
incompleto, sendo apenas uma com ensino superior. As profissões variam entre doméstica,
balconista, cozinheira e psicóloga notando uma predominância de atividades autónomas que
permitam uma maior disponibilidade para estarem junto do idoso.
53
Categoria I: o relacionamento do principal cuidador do idoso com a família
Achou-se necessário a elaboração desta categoria na medida em que o idoso
fraturado esta inserido numa família onde recebe apoio e cuidados após alta. É importante
conhecer o relacionamento do principal cuidador bem como saber como é constituída a
família do idoso com fratura do colo do fémur.
Dentro dessa família está o principal cuidador e que tem uma relação próxima com
o idoso. Uma boa relação no seio familiar contribui para o aumento dos laços afetivos assim
como uma maior proximidade para ambos. Ainda a que realçar que o principal cuidador dos
idosos fraturados centra-se no sexo feminino, assim sendo depara-se que há predominância
do papel da filha como cuidadora principal associada aos fatores culturais e uma atribuição
esperada pela sociedade.
F1“ a minha família é constituída por cinco pessoas e o principal cuidador sou eu a
filha e tenho uma relação de afinidade e cumplicidade com o meu pai”.
F2“ a minha família é constituída por dez pessoas e o principal cuidador sou eu a
filha”.
F3 “ a minha família é constituída por quatro pessoas e eu, a filha sou a principal
cuidadora da minha mãe sem ela eu não seria ninguém”.
F4 “a minha família é constituída por nove pessoas e eu a filha sou a principal
cuidadora da minha mãe onde temos uma relação estável sem intercorrências”.
F6 “minha família é constituída por sete pessoas e eu a filha sou a principal cuidadora
da minha mãe e apesar de ela ter episódios de amnesia temos uma relação muito boa”.
Com esta categoria constatou-se que o principal cuidador do idoso que sofreu
fratura de colo de fémur pertence ao género feminino, revelando-se o cuidador principal na
prestação dos cuidados pessoais necessários na satisfação das atividades de vida diária dos
idosos que sofreram fratura colo fémur, a relação no seio familiar é estável e de proximidade.
Ainda á que referir que a maioria dos idosos fraturados são do sexo feminino. Normalmente
são os filhos os principais cuidadores do idoso sendo eles o elo mais próximo.
54
Categoria II – conhecimento do principal cuidador sobre a fratura de colo de fémur
No que toca a esta categoria achou-se relevante elabora-la uma vez que a fratura de
colo de fémur é um trauma que acarreta tanto custo a nível da saúde bem como para família
que surge para o idoso como principal cuidador e, nesta lógica surge a necessidade de
entender melhor o conceito que o principal cuidador tem acerca da fratura de colo de fémur.
Sendo que a fratura de colo de fémur acomete muito a pessoa idosa, é necessário
que os cuidadores tenham uma noção bem clara do seu significado como forma de prestar
um cuidado adequado e de qualidade, atendendo e satisfazendo as necessidades dos idosos
fraturados.
Relativamente a opinião dos cuidadores divulgada durante as entrevistas, pode-se
constatar nas transcrições abaixo que apenas um conhece bem o termo assim como o seu
tratamento e as complicações, elucidando ainda a importância dos profissionais de saúde e
a família no apoio ao idoso fraturado, assim é notável que o grau de escolaridade é muito
importante e influência nos resultados, os restantes não tinham noção do que era a fratura de
colo de fémur, passaram a ter conhecimento desse termo após o idoso sofrer a fratura e ser
internado, concluindo dessa forma que caso tivessem conhecimento ou grau de escolaridade
mais amplo poderiam intervir de forma mais abrangente, pois o conhecimento os
possibilitaria uma detenção precoce das causas de uma possível queda que geraria
possivelmente uma fratura e também prevenir complicações.
F1,F2, F3, F4, F6 “não tenho nenhum conhecimento sobre a fatura de colo de fémur
passei a ter conhecimento após o ocorrido”.
F5 “ fratura de colo de fémur são lesões críticas resultante de força violenta, acomete
mais as pessoas idosas e também mais frequente nas mulheres idosas estando associado a
osteoporose e a menopausa”.
Relativamente ao conhecimento do principal cuidador sobre a fatura colo de fémur
nota-se que a maioria não conhece de todo o conceito e que nunca tinham ouvido falar de
fratura de colo de fémur antes do idoso passar por esta situação, mas independentemente de
terem conhecimento ou não deste conceito ficou claro que ao sofrer uma fratura de colo de
fémur o idoso torna-se dependente e necessita de cuidados específicos principalmente no
que toca a satisfação das necessidades afetadas. Tendo em conta que os familiares não têm
55
conhecimentos ou têm poucos conhecimentos sobre a fratura é necessário a atuação de
enfermagem. Sendo assim surge a necessidade da enfermagem ter um papel mais ativo não
só quando o idosos esta internado com a fratura, mas também antes mesmo desta ocorrer ou
seja atuar na prevenção. Essa atuação é importantíssimo porque quanto mais preparada os
familiares estiverem melhor são os cuidados aos idosos.
A fratura de colo de fémur se incide mais em idosos e devido á algumas alterações
próprias da velhice (perda da massa óssea, menopausa, diminuição da força muscular
equidade visual diminuída), e devido as alterações já mencionadas as fraturas nos idosos são
frequentes, sendo assim, nesta categoria convém saber quantas vezes o idoso sofreu fratura
de colo de fémur, as possíveis hospitalizações e se o idoso foi submetido a alguma cirurgia
na medida que o tratamento para fratura de colo fémur geralmente é cirúrgico.
F1 “o meu pai sofreu uma fratura de colo de fémur, foi hospitalizada duas vezes”.
F2 “ sofreu fratura de fémur uma vezes e foi hospitalizado uma vez”.
F3“ sofreu fratura uma única vez, foi hospitalizada”.
F4 “ a minha mãe sofreu fratura de colo de fémur uma vez e foi hospitalizada”.
F5 “ a minha mãe sofreu fratura de colo de fémur duas vezes, foi internada duas
vezes”.
F6 “ a minha mãe foi internada duas vezes e submetida a 2 cirurgias e o meu pai foi
internado uma vez”.
Nesta categoria nota-se que a maioria dos idosos que sofreram fratura de colo de
fémur são do sexo feminino e todos foram hospitalizados, apenas uma não foi operada pois
foi feito tratamento conservador, dos restantes todos foram submetidos a intervenções
cirúrgicas e uma delas acabou por desenvolver uma das complicações típicas da fratura de
colo de fémur que é a infeção, assim sendo foi submetida a mais uma cirurgia para limpeza
da zona e retirada o material da osteossíntese.
Aqui é essencial reforçar a importância do conhecimento por parte do cuidador e a
relevância da atuação de enfermagem na preparação dos familiares para prestação de
cuidados aos idosos evitando assim ocorrência de reinternamento e possíveis complicações
que podem advir da falta de conhecimento do cuidador.
56
Ainda nesta categoria foi importante saber sobre o conhecimento dos cuidadores
sobre o tratamento, pois é importante que o cuidador tenha informações sobre fraturas,
principalmente, as do colo de fémur por terem incidência mais na pessoa idosa, o seu
tratamento e possíveis complicações.
F1 “ operado 3 vezes: a primeira operação colocaram ferros na perna, a segunda vez
os ferros foram retirados e a terceira vez porque a zona infetou”.
F2, F3 “foi operada uma vez”.
F4 “a minha mãe não foi operada apenas ficou alguns dias com a perna esticada e
colocados alguns pesos na perna”.
F5 “ a minha mãe foi operada duas vezes”.
F6 “ a minha mãe feito cirurgia uma vez”.
O tratamento é normalmente cirúrgico. A fratura pode trazer outras complicações
ao idoso fazendo com que o tempo de internamento seja mais longo, levando o idoso a perder
a sua autonomia por algum tempo requerendo dessa forma o apoio dos profissionais de saúde
e dos familiares. É de realçar que o utente normalmente é operado várias vezes por falta de
noção de assepsia, também por carência de suplementos alimentares, o que seria uma valia
se tivessem algum ensino educativo nessa área.
Categoria III: sentimentos do cuidador após diagnóstico e hospitalização do idoso
com fratura de colo de fémur. Surgindo dessa forma uma subcategoria: cuidados prestados
aos idosos para satisfazer as suas necessidades.
Nem sempre é fácil aceitar algumas mudanças, principalmente aquelas que trazem
angústia e sofrimento tanto para o cuidador bem como para o próprio acometido. Essas
mudanças na maioria das vezes são negativas principalmente para o idoso e para a família
pois, essas mudanças acabam por intervir de forma brusca tanto a nível pessoal como
psicológico. Assim surge a necessidade de elaborar esta categoria com o propósito de
conhecer e perceber ao mesmo tempo os sentimentos do cuidador após diagnóstico e
hospitalização do idoso com fratura de colo de fémur. Das transcrições nota-se que existem
vários sentimentos em torno do diagnóstico e a hospitalização.
57
F1 “ fiquei muito triste uma vez que o meu pai sofreu muito e devido a fratura acabou
por morrer”.
F2 “ fiquei triste e senti que já não conseguia cuidar dela devido a deformidade da
perna”.
F3 “ senti-me perdida, sem saber o que fazer e que devido a fratura poderia perder a
minha mãe”.
F4 “ senti medo de perder a minha mãe”.
F5 “ senti-me com uma responsabilidade acrescida e que tinha de esforçar ao máximo
para corresponder as necessidades dela, também por vezes senti medo e insegurança”.
F6 “ senti-me mal disposta a minha pressão subiu e acabei sendo hospitalizada assim
como a minha mãe”.
Com estas declarações pode-se observar que os sentimentos do cuidador após o
diagnóstico e hospitalização do idoso fraturado se resume a: medo, insegurança, tristeza,
responsabilidade acrescida enfim sentimentos próprio de alguém que além de cuidador é
próximo do idoso e que não quer ver o seu ente familiar sofrendo.
Ainda pode-se ver que alguns cuidadores tem medo da ocorrência de novas quedas,
bem como as complicações que poderão advir da fratura, sem falar das sequelas que o idoso
poderá vir a ter e não conseguir de volta sua autonomia. Muitos cuidadores alegaram
sentirem-se impotentes frente aos outros problemas associados a fratura de colo do fémur.
No que toca a hospitalização nem sempre é fácil tanto para o idoso que deixa seu
lar para um local novo, estranho e com pessoas diferentes, a adaptação quase nunca é fácil
assim também surge para os cuidadores como uma grande dificuldade na medida em que
ocorrem inúmeras mudanças no seio familiar para poder dar respostas as necessidades do
idoso que se encontra hospitalizado e ainda um outro fator que preocupa aos cuidadores são
os possíveis reinternamentos que poderão ocorrer devido ao estado do idoso fraturado.
F1 “senti-me normal e reagi bem a hospitalização uma vez que estava preparada para
ajudar o meu pai, mas com o tempo tornou-se num estresse devido ao meu trabalho pois
tinha de conciliar o tempo das visitas com o horário do meu trabalho e nem sempre era fácil”.
58
F2 “ senti-me desolada e cansada tinha de ir ao hospital de manha e a tarde e deixava
o meu pai que também é doente sozinho em casa… a hospitalização deixou-me triste…
queria que a minha mãe volta-se para casa o mais rápido possível”.
F3 “ a hospitalização foi o pior momento da minha vida, abandonei o meu trabalho
para estar mais tempo com a minha mãe uma vez que ela não conseguia adaptar-se no
hospital e eu própria não conseguia encarar a hospitalização”.
F4 “ ocorreram algumas mudanças mas com o apoio dos outros familiares
conseguimos alternar as visitas algumas iam de manhã e outros de tarde assim não
sobrecarregava sozinha … reagi de forma normal a hospitalização”.
F5 “ as mudanças foram muitas e causaram grande impacto na minha vida. A minha
mãe deixou sua casa e meu pai em Santo Antão e veio morar comigo em São Vicente, a
segunda vez ela veio pelas mesmas razões mas também porque necessitava de outros
cuidados devido a outos problemas de saúde associados ao organismo e a mente… reagi de
forma normal a hospitalização”.
F6 “ as mudanças ocorreram de forma inesperada na medida em que tinha de ir ao
trabalho e visita-la no hospital, sentia-me cansada… reagi de forma normal a primeira
hospitalização mas já a segunda não foi fácil uma vez que a minha mãe não aceitava a
hospitalização tornando-se em alguns momentos agressiva”.
Constata-se nesta categoria que as mudanças ocorridas no seio familiar são várias
principalmente para o cuidador que tem de conciliar as visitas com o trabalho, o que se pode
observar ainda é que uma das entrevistadas abandonou o trabalho para dar resposta as
necessidades do idoso que estava hospitalizado, no entanto para uma das entrevistada a ajuda
de outros familiares foi uma mais-valia tanto para ajuda-la bem como apoia-la durante o
processo de hospitalização.
Relativamente a aceitação do internamento para aqueles que o idoso foi internado
duas vezes apenas a primeira internação foi fácil, para os outros a aceitação também foi fácil
embora tiveram de esforçar-se ao máximo para conseguir ultrapassar esta fase, ainda á que
realçar o papel dos profissionais de saúde, na medida em que, em parte contribuem para uma
maior aceitação da hospitalização, bem como os outros aspetos que envolvem o cuidado do
59
idoso durante a sua internação, sem falar ainda do apoio dado por estes durante esse
processo.
Tendo em conta que o idoso após receber alta necessita de cuidados adequados
devido a sua condição achou necessário elaborar uma subcategoria ainda dentro dessa
categoria com o propósito de conhecer melhor os cuidados prestados aos idosos para
satisfazer as suas necessidades, sendo assim segue as transcrições dos cuidadores abaixo:
F1 “ higiene na cama, barba, cabelo, e curativos”.
F2 “ higiene na cama, ajudava na alimentação”.
F3 “ não consegui satisfazer os cuidados em seu todo com medo de algo errado
acontecer principalmente na mudança de posição quando ia fazer higiene sendo assim
contratei o Medicentro para prestar seus serviços”.
F4 “ higiene e colocava sempre água morna na perna”.
F5 “ higiene, apoio na medicação, curativos medicação, apoio na mobilidade na
cama, fisioterapia, ajudar a utilizar (muletas, andarilho) para iniciar a marcha aos poucos,
dar atenção, apoio emocional, transmitir confiança para que o idoso possa adquirir sua
autonomia”.
F6 “higiene, ajuda na alimentação, ajudar a sentar-se na cama, apoio para sentar na
cadeira de rodas e andar com o andarilho.
Concluiu-se que a maioria dos cuidados prestados aos idosos após altas incluem:
higiene, ajuda na alimentação, curativos e medicação, ainda há que referir que apenas uma
satisfaz ao todo os cuidados do idoso fraturado, algo que é merecedor de grande importância,
tendo em conta também que o conhecimento específico garante um cuidado adequado. Os
idosos fraturados necessitam de um cuidado específico e que vá para além da higiene
alimentação e curativos.
Porém cabe ao cuidador desenvolver estratégias para apoiar e ajudar o idoso
fraturado no período que se encontra em casa.
Nota-se que a enfermagem tem uma função importante, principalmente no que toca
a facultar indicações ou mesmo informações próprias de como cuidar do idoso fraturado
60
após receber alta afim de ajuda-lo a recuperar em casa com a ajuda do cuidador. De acordo
com a declaração dos entrevistados os cuidados prescritos pelos enfermeiros para serem
realizados em casa são:
F1, F2, F3, F4, F5, F6 “como fazer a higiene, mobilidade do doente na cama para não fazer
feridas, andar sem apoiar o membro afetado no chão, administração de medicamentos,
curativos” Neste caso o ambiente hospitalar é de extrema importância na medida em que
cabe aos profissionais de saúde juntamente com os familiares proporcionar condições como
a valorização da sua autoestima, instituindo-lhes medidas voltadas ao alcance da sua
independência funcional.
Nota-se que as orientações são feitas de acordo com as necessidades de cada idoso
e que elas acabam por ajudar e muito os cuidadores, no entanto houve uma família que
mesmo com as orientações facultadas pelos profissionais de saúde não conseguiram adaptar
a situação. Nesta sequência surge a necessidade de saber se os cuidados prestados aos idosos
satisfazem as suas necessidades, percebendo desta forma a importância dos profissionais de
saúde iniciarem o ensino de como cuidar do idoso com fratura de colo fémur desde admissão
do utente no recinto hospitalar até a conceção da alta hospitalar.
F1 “ sim os cuidados satisfazem as necessidades dos idosos”.
F2 “ sim os cuidados satisfazem as necessidades dos idosos”.
F3 “ sim os cuidados satisfazem as necessidades dos idosos”.
F4 “ sim os cuidados satisfazem as necessidades dos idosos”.
F5 “ os cuidados não satisfazem no total as necessidades do idoso fraturado isto
porque poucos familiares estão preparados tanto em termos de recursos de várias ordens
principalmente quando se fala de recursos a nível de conhecimento técnico”.
F6 “ sim os cuidados satisfazem as necessidades dos idosos”.
Os cuidados são abrangente e no que toca aos idosos que sofreram fratura de colo
de fémur a maioria das suas necessidades humanas fundamentais estão afetadas e supri-las
leva tempo, dedicação e algum custo, no entanto a maioria dos entrevistados asseguraram
que os cuidados no seu todo satisfazem as necessidades do idoso e apenas uma afirma que
61
os cuidados prestados pelos cuidadores não satisfazem os idosos na medida em que existem
muitos familiares que não estão preparados para lidar com tal situação.
Apesar de afirmarem que sim satisfazem todas as necessidades dos idosos a maioria
das famílias declararam que não estão aptas para acolher o idoso e proporcionar um cuidado
de qualidade por várias razões: falta de conhecimento, medo, tempo e principalmente falta
de condições financeiras pelo que a fratura de colo de fémur acarreta muitos custos. Pode
também ressaltar que apesar de satisfazerem as necessidades dos idosos isso não é suficiente,
pois pode-se constatar que houve casos de reinternamento, mais de uma cirurgia e mesmo
complicações após a alta hospitalar o que vem comprovar aquilo que os cuidadores apontam
quando afirmam não estarem aptos para cuidar dos seus idosos.
Categoria IV- importância dos enfermeiros e das famílias na melhor prestação de cuidados
ao idoso com fratura de colo de fémur
Esta categoria foi elaborado com o propósito de conhecer a opinião dos cuidadores
acerca da importância dos mesmos e dos enfermeiros na prestação dos cuidados aos idosos
fraturados pois em conjunto têm capacidades para proporcionar um cuidado digno e de
qualidade ao idoso.
Os idosos com a fratura do colo de fémur tem dificuldades em realizar tarefas
simples como: fazer a higiene/vestir, satisfazer as necessidades fisiológicas, movimentar-se
e manter a postura correta, dormir, descansar entre outros e neste sentido surge as famílias
para ajudar o idoso fraturado a adquirir sua autonomia e conseguir por si só realizar as suas
tarefas principalmente quando se fala da higiene. Sendo assim apresenta o relato dos
participantes como fazem a higiene dos idosos fraturado.
F1 “ higiene é feita na cama e com ajuda do companheiro, então posso afirmar que a
família é muito importante pois sem o meu parceiro eu não conseguia satisfazer todas as
necessidades do meu pai”.
F2 “ a higiene é feita na cama e com a ajuda dos meus filhos a ajuda deles é muito
importante pois as outras responsabilidades recaem somente sobre mim.
F3 “ nunca fiz a higiene da minha mãe pois o Medicentro faz este serviço uma vez
que as minhas irmãs que estão no estrangeiro arcaram com essas despesas, tendo em conta
62
que elas queriam que a nossa mãe tivesse um tratamento específico, feito por profissionais
de saúde mesmo estando em casa”.
F5 “ a higiene é feita na cama, e a família é de grande importância tendo em conta
que o idoso perde a sua autonomia, e é a família que vai ajuda-lo a recuperar e conseguir de
volta e aos poucos sua autonomia reintegrando de forma adequada no seu meio”.
F6 “ a higiene é feita na cama e a família é muito importante pois sem eles eu não
conseguia dar resposta a tudo”.
Chegou-se a conclusão que a maioria dos cuidadores realizam a higiene do idoso
fraturado no leito, algo que necessita de tempo, dedicação e principalmente apoio, nesta
lógica pode observar que a família está em primeiro plano para o idoso, é na família que o
idoso vai conseguir ultrapassar suas dificuldades impostas pela fratura e recuperar. A higiene
feita no idoso que sofreu fratura de colo de fémur é muito importante, principalmente quando
é feita por um familiar, visto que este sente-se mais a vontade e podendo dessa forma
colaborar, além do que envolve o idoso no seu todo proporcionando uma recuperação mais
adequada tendo em consideração aspetos importantes para o idoso como sua privacidade.
Mas para tal é necessário que o cuidador tenha conhecimento de como fazer tal procedimento
e o enfermeiro tem uma grande importância porque ajuda o familiar a cuidar do seu idoso
dando todas as indicações necessárias.
Com o tempo os cuidadores sentem-se cansados, exaustos com essa tarefa que
requer muita atenção principalmente quando estão preocupados em satisfazer as
necessidades dos idosos assim como preocupados com o espaço onde o idoso está inserido
e, nesta lógica achou-se pertinente conhecer se a casa possui condições para proteger o idoso
de quedas e novas fraturas.
F1, F2, F3, F5 e F6 “ não a casa não possui condições para proteger o idoso de
quedas”.
F4 “ sim a casa possui condições para proteger o idoso de quedas”.
De acordo com as afirmações dos entrevistados apenas um referiu que a casa possui
condições, mas durante a entrevista contatou-se que a casa não tem condições para proteger
o idoso de quedas, devido a exposição dos móveis entre outros, os restantes afirmam que as
casas não possuem condições para proteger o idoso principalmente quando se fala da
63
estrutura do interior da casa (móveis perto uns dos outros) e uma segunda fratura de um dos
idosos ocorreu devido a esta situação, ainda outro aspeto importante a ser referido: o número
de pessoas dentro da casa é demasiado sendo assim constitui mais um fator de risco para o
idoso fraturado principalmente quando se fala da deambulação com apoio de andarilho ou
canadiana.
Os degraus constituem o maior risco para sucessivas quedas nos idosos e estão presentes em
maioria das casas desde a cozinha até o banheiro.
O idoso fraturado necessita de um espaço adequado devido a sua condição pois está
mais apto a sucessivas quedas, sendo assim, o ambiente que este se encontra deve ajustar-se
a sua dificuldade como forma de o ajudar a deambular sem medo e sem barreiras (escadas,
pisos altos, escadas sem corrimão, casa de banho sem tapetes) enfim vários fatores que
devem ser eliminados a fim de evitar possíveis quedas no idoso. Sendo assim surge a
necessidade dar mais atenção as questões de educação para a saúde alertando como evitar
quedas principalmente relacionados com fatores intrínsecos e extrínsecos, atuando assim
também na prevenção da osteoporose.
A hospitalização nem sempre é fácil principalmente quando se fala de um idoso
pois a adaptação acontece de forma mais lenta e por vezes nem acontece, ainda a que referir
que para os familiares a hospitalização não é compreensível, mas as visitas ajudam no
processo de adaptação para ambos, assim sendo é preciso conhecer quantas visitas o idoso
recebe. Em relação as visitam os familiares faziam as seguintes
F1“ duas vezes de manhã e a tarde”.
F2 “ duas vezes de manhã e a tarde”.
F3 “ duas vezes de manhã e a tarde”.
F4 “ duas vezes de manhã e a tarde”.
F5 “ duas vezes de manhã e a tarde”.
F6 “ duas vezes de manhã e a tarde”.
Consta-se que todos os cuidadores visitam os idosos duas vezes por dia todos os
dias, uma de manhã e outra a tarde, de manhã é uma visita mais rápida onde o idoso recebe:
64
higiene, alimentação e observar se o idoso precisa de algo. A tarde é mais calmo e sempre
vai mais um familiar acompanhando o cuidador. As visitas são fundamentais na medida em
que o idoso sente a presença de alguém próximo, alguém conhecido e estas visitas
influenciam de forma positiva na recuperação do idoso fraturado ou seja quanto maior o
número de visitas maior é a recuperação.
Subcategoria II- contributo dos enfermeiros e familiares para melhorar a saúde do
idoso fraturado
Esta categoria foi elaborada com o intuito de saber a opinião dos familiares acerca
dos contributos dos enfermeiros e dos familiares para melhorar a saúde do idoso fraturado
começando pelo relacionamento que os cuidadores tem como profissionais de saúde durante
as visitas, assim como seu envolvimento no processo do cuidar durante a hospitalização.
Quando se fala dos profissionais de saúde, estes tem um papel crucial, na medida
em que vão ajudar o idoso na satisfação das suas necessidades diárias básicas afetadas, ajuda-
los a ganhar a sua autonomia, prevenir complicações, proporcionar um ambiente calmo,
conforto e diminuir a condição de fragilidade que se encontra causado pela fratura.
F1 “ senti-me envolvida no processo do cuidar durante a hospitalização e os
enfermeiros foram parte fundamental para a recuperação do meu pai, na medida em que
deram o seu máximo para ajuda-lo e trabalhar em conjunto com o enfermeiro seria muito
importante pois passaríamos a ter mais conhecimento e ajudar outras pessoas que se
encontravam em situações idênticas”.
F2 “ senti- me envolvida no processo do cuida pois foi desenvolvida uma relação de
inter ajuda durante a hospitalização e os profissionais da saúde surgiram no momento que
eu estava a precisar realmente de apoio e trabalhando junto seria uma mais-valia tanto para
mim bem como para a minha mãe”.
F3 “ a relação é muito boa e de uma forma ou de outra sinto-me envolvida e classifico
o apoio dos enfermeiros muito bom, uma vez que facultam-nos informações sempre que
possível principalmente como reagiu o doente enquanto estive ausente, além de nos ensinar
como lidar com o idoso após alta e caso trabalhássemos juntos seria algo muito importante”.
F4 “ a relação é estável e o maior contributo oferecido pelos enfermeiros são as
orientações a serem feitas em casa com o idoso fraturado, sem falar do apoio que é imenso,
65
caso trabalhássemos em conjunto passaríamos a saber lidar melhor com o idoso e com todo
esse processo sinto-me envolvida”.
F5 “ sinto-me envolvida no cuidar e a relação com os profissionais é boa e o maior
contributo acontece quando o enfermeiro orienta a família acerca dos cuidados feitos em
casa, o apoio dos enfermeiros é excelente e caso trabalhassem juntos seria ótimo”.
F6 “ sinto-me envolvida no cuidar durante a hospitalização… o principal contributo
dos enfermeiros é a satisfação das necessidades humanas básicas, o apoio é excelente e caso
trabalhássemos juntos aprenderíamos a lidar melhor com o idoso fraturado”.
Da análise feita das respostas observou-se que os entrevistados sentem-se
envolvidos no cuidar durante a hospitalização e que a presença de um membro familiar é de
grande valor para o estado psicoafectivo do idoso fraturado.
Todos alegam que o maior contributo da enfermagem são as orientações facultadas
pois estes preparam e orientam a família para prestar cuidados específicos ao idoso após
receber alta e que este cuidado é acentuado na satisfação das suas necessidades humanas.
Seria fundamental haver uma parceria efetiva entre os enfermeiros e os familiares
na questão de trabalharem juntos, pois seria uma mais-valia para ambos e o idoso seria o
maior beneficiado, pois receberia um tratamento completo com a técnica dos enfermeiros e
acompanhamento e apoio afetivo-emocional dos familiares.
Consta-se que o cuidador principal baseia-se sempre nos elementos da família para
uma boa recuperação do idoso. No entanto surge algumas dificuldades durante a prestação
dos cuidados uma vez que não é uma tarefa fácil de se cumprir tanto pelo esforço físico do
cuidador bem como do idoso fratura em relação as mudanças de posição principalmente
quando se fala do posicionamento/mobilidade durante a prestação dos cuidados.
Subcategoria III- Dificuldades durante a prestação de cuidados aos idosos com
fratura de colo de fémur
Esta subcategoria é pertinente uma vez que durante a prestação de cuidados surge
sempre dificuldades nomeadamente quando se fala da cooperação do próprio idoso. As
dificuldades surgem na medida em que os idosos fraturados necessitam de cuidados
66
específicos e nem sempre os familiares estão preparados para encarrar tal situação, situação
essa que necessita de esforço e empenho.
F1 “ sinto necessidade de uma pessoa por perto principalmente quando estou
ausente”.
F2 “ a minha maior dificuldade ocorre no momento de mudar o idoso de posição”.
F4 “não tenho nenhuma dificuldade”.
F5 “ dificuldade na mobilidade do idoso, muitas vezes a cama não tem condições de
receber um idoso com fratura de colo de fémur, dificuldades de fazer a higiene, alimentação
e o idoso não colaborar”.
F6 “ falta de conhecimento, medo e higiene”.
As dificuldades relatadas são muitas onde incluem: dificuldades na higiene,
alimentação, mobilidade na cama, mas apenas um entrevistado alega claramente que não
tem nenhuma dificuldade.
67
3.2. Conclusão da análise dos resultados
Relativamente a análise dos resultados das entrevistas feitas anteriormente, pode-se dizer
que as respostas vão de encontro aos objetivos formulados para a pesquisa.
Tendo em conta o objetivo geral: identificar a importância das famílias nos
cuidados aos idosos que sofreram fratura do colo de fémur, é pertinente evidenciar que este
foi alcançado, visto que de acordo com as entrevistas, foi possível conhecer junto aos
familiares (cuidadores) até que ponto a família é importante para prestar cuidados aos idosos
que sofreram fratura de colo de fémur verificando se os cuidados prestados aos idosos
satisfazem as suas necessidades no seu todo.
Assim sendo, durante a análise dos resultados das entrevistas, tentou-se encontrar respostas
aos objetivos específicos de acordo com as perceções dos entrevistados.
Neste contexto identificou-se que uma boa relação no seio familiar contribui para o
aumento dos laços próximos assim como uma maior proximidade para ambos, dentro dessa
família está o principal cuidador em que verifica-se que a relação entre eles é baseada na
cumplicidade e afetividade. Nota-se também que o principal cuidador do idoso que sofreu
fratura de colo de fémur e do género feminino, ainda há que salientar que a maioria dos
idosos fraturados são do sexo feminino.
Sendo que a fratura de colo de fémur se incide geralmente na pessoa idosa, é
necessário que os cuidadores tenham uma noção bem clara do seu significado como forma
de prestar um cuidado específico e de qualidade, atendendo e satisfazendo as necessidades
dos idosos fraturados.
Neste sentido convém afirmar que apenas um entrevistado conhece bem o termo no
que toca ao seu tratamento e as complicações, assim como a importância da enfermagem e
da família no apoio ao idoso que sofreu fratura de colo de fémur. Assim nota-se que o nível
académico e de conhecimento é muito importante, influenciando na recuperação, pelo que,
através do conhecimento o cuidador intervém de forma adequada evitando agravos e
possíveis complicações. Os restantes entrevistados não têm noção do que é a fratura de colo
de fémur, passaram a ter conhecimento desse termo após o idoso sofrer a fratura e ser
internado. E tendo em conta que não possuem conhecimento relativamente a fratura de colo
de fémur surge a necessidade da enfermagem ter um papel mais ativo ajudando na prevenção
e tratamento.
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Tendo em conta que o tratamento das fraturas de colo de fémur geralmente é
cirúrgico e a hospitalização advém disso conclui-se que a maioria dos idosos que sofreram
fratura de colo de fémur todos foram hospitalizados e quase todos foram submetidos a
intervenções cirúrgicas. Nesta faixa etária as fraturas trazem outras complicações fazendo
com que o tempo de internamento se prolongue, levando o idoso a perder a sua autonomia
por algum tempo requerendo dessa forma o apoio dos profissionais de saúde e dos familiares
e aumentando o tempo de internamento.
E com o internamento ocorrem mudanças que nem sempre são fáceis
principalmente aquelas que que acarretam consigo angústia e sofrimento tanto para o
cuidador bem como para o próprio idoso.
Quando se fala dos cuidados prestados aos idosos após alta estes incluem: higiene,
ajuda na alimentação, curativos e medicação sendo assim nota-se que os idosos fraturados
necessitam de um cuidado específico e holístico que vá para além da higiene alimentação e
curativos, no entanto cabe ao cuidador desenvolver estratégias para apoiar e ajudar o idoso
fraturado no período que se encontra em casa.
Neste aspeto a enfermagem tem uma função importante, principalmente no que toca
a facultar informações de como cuidar do idoso fraturado após receber alta afim de ajuda-lo
a recuperar em casa com a ajuda do cuidador, mesmo assim com o tempo os cuidadores
sentem-se cansados, exaustos com essa tarefa que requer muita dedicação pelo sentem que
a recuperação do idoso que sofreu fratura de colo de fémur depende basicamente deles.
E caso os enfermeiros e os familiares trabalhassem juntos seria uma mais-valia na
medida em o maior beneficiado seria o idoso pois receberia um tratamento completo com a
técnica dos enfermeiros e acompanhamento e apoio afetivo-emocional dos familiares.
Desta forma conclui-se que os objetivos desta investigação foram alcançados com sucesso e
ficou bem explicita a análise dos resultados.
Dos objetivos específicos elaborados conseguiu-se alcança-los na totalidade, foram
elaborados quatro objetivos em que com o primeiro pretendia-se Identificar a perceção das
famílias sobre os cuidados prestados aos idosos que sofreram fratura do colo de fémur e
foram internados no serviço de ortotraumatologia do hospital Baptista de Sousa. verificou-
se que a maioria dos familiares dos idosos não tem a noção sobre fratura do colo do fémur,
69
onde se observou que o enfermeiro tem um papel fundamental na educação para a saúde
dentro do seio familiar, principalmente no que cabe a alta hospitalar, e também verificou que
o nível de escolaridade é muito importante para um melhor entendimento entre o enfermeiro
e o familiar e, quanto mais conhecimento o cuidador tem melhor será sua atuação.
O segundo objetivo é verificar se os cuidados prestados aos idosos pelos familiares
satisfazem as suas necessidades básicas fundamentais, onde observou-se que as necessidades
são satisfeitas quase na sua totalidade devido a fraca situação económica e aos elevados
custos que este tipo de fratura acarreta.
No terceiro objetivo pretendia-se descrever o contributo da Enfermagem à família
do idoso com fratura do colo de fémur internado no serviço de ortotraumatologia do hospital
Baptista de Sousa, notou-se que na maioria dos entrevistados o contributo de enfermagem é
transmitida da melhor forma, mas detetou-se que se o ensino iniciasse logo na admissão do
utente seria uma mais-valia para os familiares.
Com o último objetivo elaborado pretendia-se identificar os fatores que interferem
na prestação de cuidados aos idosos com fraturas do colo de fémur e que foram internados
no serviço de ortotraumatologia do hospital Baptista de Sousa, que também foi alcançado da
melhor forma, observando que os familiares tem medo de perder o idoso hospitalizado,
passando por um período de ansiedade e muitas vezes não conseguem dar a atenção que o
idoso precisa durante o período que esta hospitalizado e quando regressa a casa. Os recursos
e o nível de conhecimento também foram constatados que interferem na prestação de
cuidados.
70
Considerações finais
O envelhecimento hoje se carateriza como um problema mundial e Cabo Verde não
foge a regra, resultando também na prevalência das alterações próprias da terceira idade.
Consequentemente, a tendência é também para um aumento no número de idosos com
fraturas visto que é caraterizada como sendo uma lesão típica e que predomina nesse grupo.
Os resultados obtidos vem reforçar o fato que o cuidado dos idosos que sofreram
fratura de colo de fémur centra-se na família, após alta e principalmente nos filhos que
acabam assumindo essa tarefa, muitas vezes um tanto exausto mas com empenho e
dedicação conseguem dar respostas as necessidades dos idosos afetados durante esta fase.
Sendo assim é necessário que a família conheça bem e entenda de forma adequada
as orientações facultadas pela equipe de enfermagem bem como a importância das
adequações a serem feitas no ambiente em que o idoso vive a fim de evitar sucessivas quedas
e outras complicações.
Muitas vezes a atuação de enfermagem na preparação da alta acontece, quando o
utente já esta indo para casa. Sendo assim é necessário que isso acontece durante a
hospitalização como forma de preparar o cuidador para receber o idoso que sofreu fratura de
colo de fémur e fazendo com que o familiar não se sinta sobrecarregado de informações
quando o idoso esta saindo do hospital.
Desta feita conclui-se que os familiares necessitam do apoio de todos os
profissionais de saúde e informações sobre os cuidados, assim como as orientações relativas
a adaptação do ambiente do próprio idoso. É necessário que o cuidador esteja apto para criar
estratégias a fim de proporcionar cuidado adequado e a recuperação do idoso.
Com o objetivo de evitar acidentes na pessoa, diversos hábitos devem ser adquiridos
ou modificados. Tais mudanças significam ponderação e entendimento, e não são indicativos
de velhice em que a consciencialização desse fato é a primeira forma de prevenção de perigos
e acidentes.
Ainda, pode-se dizer que com a revisão da literatura e de acordo com o resultado
da análise dos dados das entrevistas, conseguiu-se dar respostas aos objetivos que foram
elaborados anteriormente ou seja estes foram alcançados de forma positiva.
71
A quando das limitações, é importante afirmar que inicialmente houve uma certa
negação por parte dos familiares em participar das entrevistas, mas com o tempo acabaram
por aceitar e responder de forma aberta as perguntas.
Mesmo com anos de experiência e trabalho no serviço de orto-traumatologia este
trabalho possibilitou a obtenção de novos conhecimentos e aquisição de novas competências
pois, conhecer e dividir as experiências dos familiares com o idoso após sofrer fratura de
fémur irá contribuir para um olhar diferente relativamente aos familiares que surgem como
principal cuidador do idoso.
Mesmo estando no serviço de orto-traumatologia á vários anos depara-se com
algumas lacunas as quais necessitam ser preenchidas dai então a necessidade de elaborar
algumas propostas a fim de melhorar a assistência prestada aos familiares dos idosos que
sofreram fartura de colo de fémur.
Finalizando acredita-se que o trabalho foi de uma mais-valia em todos os sentidos e
recomenda-se que este estudo não fique somente a esse nível, que seja explorado em outros
aspetos e que este contribui para aprofundar conhecimentos dos outros colegas e
profissionais.
72
Propostas
Adequar a estrutura física da enfermaria- pelo que a copa não deveria estar
ao lado de uma enfermaria com processos infeciosos;
Criar um folheto informativo aos familiares dos idosos que sofreram fratura
de colo de fémur e distribui-lo pelas enfermarias. Neste folheto ira conter
orientações acerca de como lidar com o idoso com fratura de colo de fémur
onde este também irá anexado no boletim de alta hospitalar;
Realizar modificações no serviço possibilitando adaptações para idosos com
fraturas de colo de fémur;
Aumentar a disponibilidade de recursos humanos/materiais/equipamentos.
73
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81
Apêndices
82
Apêndice I - cronograma
Atividades Março abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novem-
bro
Elaboração do
projeto
Entrega do projeto
Pesquisa
bibliográfica
Colheita e
discussão de dados
Conclusão da
monografia
Entrega da
monografia
Defesa
83
Apêndice II – Guião de entrevista
1. Idade ----
2. Sexo F___M___
3. Estado civil Casado (a)_____Solteiro (a)____Viúvo (a)____outros
4. Escolaridade____________
5. Profissão_______________
6. Grau de Parentesco _________
7. Como é constituída a família que o idoso FCF esta inserido?
8. Dentro da sua família quem é o principal cuidador do idoso FCF?
9. Qual a sua relação com o seu idoso FCF?
10. Qual o conhecimento que tem sobre a fratura de colo de fémur?
11. Quantas vezes seu idoso sofreu fraturas do colo de fémur? E quantas vezes foi
submetido a hospitalização?
12. Seu idoso foi submetido a alguma intervenção cirúrgica?
13. Como cuidador principal do idoso como se sente perante tal acontecimento?
14. Quais foram as mudanças ocorridas no seio familiar após a hospitalização do idoso?
15. Como reagiu a hospitalização do idoso após a fratura do colo do fémur?
16. Consegue descrever os cuidados que são prestados ao idoso submetido a FCF quando
regressa a casa?
17. Quais os cuidados que são prescritos pelos enfermeiros para fazer em casa?
18. Na sua opinião os cuidados prestados aos idosos satisfazem as suas necessidades? Se
não o que falta?
19. A família está apta para acolher este idoso e proporcionar um cuidado de qualidade?
Sim ou não?
20. Como é feita a higiene pessoal do idoso e as outras NHF´s?
21. Qual a importância das famílias nos cuidados aos idosos que sofreram fratura do colo
de fémur
22. Quais as dificuldades sentidas durante a prestação de cuidados aos idosos que
sofreram fraturas do colo de fémur
23. A casa possui condições adequadas para proteger o idoso de uma queda? Sim ou
não?
84
24. Quando o Idoso esta hospitalizado tem direito a quantas visitas? Faz sempre essas
visitas?
25. Qual a relação que tem com os profissionais quando faz visitas? O familiar sente
envolvida no processo do cuidar do idoso durante a hospitalização? Sim ou não, qual
importância que atribui a isso?
26. Qual o contributo da Enfermagem para ajudar na prestação de cuidados ao idoso com
fratura do colo de fémur.
27. Como classifica o apoio dos enfermeiros aos familiares IFCF? Porque?
28. Na sua opinião qual a importância do enfermeiro e o familiar trabalharem juntos para
prestar os cuidados ao IFCF?
Muito obrigada pela disponibilidade.
85
Apêndice III - carta dirigida a estatística
86
Apêndice IV - Termo de consentimento livre esclarecido
Prezado (a) senhor (a)
Gostaríamos de convida-lo (a) a participar na pesquisa intitulado “Assistência de enfermagem
as famílias com idosos que sofreram fratura do colo do fémur”” que será realizada com os
familiares dos idosos que estiveram internados no serviço de Orto-traumatologia.
O objetivo dessa pesquisa é “Verificar se os cuidados prestados pelos familiares satisfazem as
necessidades dos idosos com fratura do colo do fémur.
A sua participação é muito importante e ela se daria da seguinte forma: colocaremos algumas
perguntas de respostas abertas em que o (a) entrevistado (a) possa expor suas ideias e
opiniões.
Gostaríamos de esclarecer que a sua participação é totalmente voluntária podendo você
recusar-se a participar ou mesmo desistir a qualquer momento sem que isso acarrete qualquer
prejuízo a sua pessoa. Informamos também que as informações serão utilizadas somente para
fins desta pesquisa, e serão trabalhadas no mais absoluto sigilo e confidencialidade de modo
a preservar sua identidade. Caso tenha duvidas contacta o numero de telemóvel 9934274 ou
9954084 e pelo correio eletrónico….
Assinatura dos pesquisadores
Mindelo __________de__________2016
Aceito participar nesta pesquisa acima mencionada e pretendo dar o meu contributo
de livre espontânea vontade.
Entrevistado
________________________________________________________