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CURSO DE DIREITO NOTARIAL E DE REGISTRO - TJBA Professor: João Pedro Camara REGISTRO DE IMÓVEIS ATRIBUIÇÕES - Conferir autenticidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos relativos a bens imóveis (art. 1º da LRP e art. 1º LNR c/ art. 1.227 do CC) - Atos registráveis e averbáveis (art. 167 da LRP) Numerus clausus ou numerus apertus

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CURSO DE DIREITO NOTARIAL E DE

REGISTRO - TJBA

Professor: João Pedro Camara

REGISTRO DE IMÓVEIS

ATRIBUIÇÕES

- Conferir autenticidade, segurança e

eficácia aos atos jurídicos relativos a bens

imóveis (art. 1º da LRP e art. 1º LNR c/ art.

1.227 do CC)

- Atos registráveis e averbáveis (art. 167 da

LRP)

Numerus clausus ou numerus apertus

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Princípio da concentração (art. 167, II, 5

e 246 da LRP)

- Diferença entre REGISTRO e

AVERBAÇÃO

Sistema do fólio pessoal (Dec. nº

4.857/39) – transcrição, inscrição e

averbação

Sistema do fólio real (Lei nº 6.015/73) –

registro e averbação (art. 168 da LRP)

- Art. 169 e 171 da LRP – exceções ao

Princípio da Territorialidade

ESCRITURAÇÃO

- No Registro de Imóveis serão feitos o

registro e a averbação dos títulos ou atos

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constitutivos, declaratórios, translativos e

extintos de direitos reais sobre imóveis

reconhecidos em lei, "inter vivos" ou "mortis

causa" quer para sua constituição,

transferência e extinção, quer para sua

validade em relação a terceiros, quer para a

sua disponibilidade (art. 172 da LRP)

SISTEMA DO FÓLIO PESSOAL (Decreto nº

4.857/39)

LIVRO Nº 1 – Protocolo (prenotação dos

títulos)

LIVRO Nº 2 – Inscrição Hipotecária (direito

real de hipoteca)

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LIVRO Nº 3 – Transcrição das

Transmissões (direito real de

propriedade)

LIVRO Nº 4 – Registros Diversos (demais

direitos reais e outros direitos expressos

em lei, inclusive penhor agrícola e

industrial de bens móveis)

LIVRO Nº 5 – Emissão de Debêntures

LIVRO Nº 6 – Indicador Real (dados do

imóvel envolvido no título)

LIVRO Nº 7 – Indicador Pessoal (dados da

pessoa envolvida no título)

LIVRO Nº 8 – Registro Especial (inscrição

de loteamento e convenções de

condomínio)

LIVRO AUXILIAR – Para inscrição de pacto

antenupcial e outros atos relativos aos

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outros livros, mas que o apresentante

quisesse, também, a inscrição no Livro

Auxiliar.

LIVRO DE REGISTRO DE CÉDULA RURAL –

Decreto-lei nº 167/67

LIVRO DE REGISTRO DE CÉDULA INDUSTRIAL

– Decreto-lei nº 413/69

LIVRO AUXILIAR DAS AQUISIÇÕES DE TERRAS

RURAIS POR PESSOAS ESTRANGEIRAS – Lei

nº 5.709/71

LIVRO TALÃO – Para cópia resumida de

todos os atos feitos nos Livros nºs 2, 3, 4,

5, 8 e Auxiliar, existindo um Livro Talão

específico para as cédulas pignoratícias,

independente do lançamento da inscrição

do penhor agrícola ou industrial feito no

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Livro nº 4 e sua cópia no Livro Talão

correspondente.

- SISTEMA DO FÓLIO REAL (art. 173, LRP)

Livro nº 1 - Protocolo;

Livro nº 2 - Registro Geral;

Livro nº 3 - Registro Auxiliar;

Livro nº 4 - Indicador Real;

Livro nº 5 - Indicador Pessoal.

Parágrafo único. Observado o disposto

no § 2º do art. 3º, desta Lei, os livros nºs

2, 3, 4 e 5 poderão ser substituídos por

fichas.

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Livro auxiliar das aquisições de terras

rurais por pessoas estrangeiras (art.

10 da Lei nº 5.709/71).

Classificadores (ver Código de Normas)

MATRÍCULA

É a representação jurídica do imóvel,

tornando públicos todos os direitos e

deveres incidentes sobre o mesmo, bem

como quem são seus titulares.

- Momento da abertura da matrícula: art.

176, §1º, I, e art. 228 da LRP

- Fusão de matrículas (arts. 234 e 235, LRP)

- Cancelamento de matrícula (art. 233, LRP)

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- Requisitos da matrícula e do registro no

Livro 2 (art. 176, LRP)

- LIVRO 3: ATENÇÃO!!!

EMISSÃO DE DEBÊNTURES: Registro

de Imóveis ou Registro do Comércio???

Lei nº 6.404/76

Art. 62. Nenhuma emissão de debêntures

será feita sem que tenham sido

satisfeitos os seguintes requisitos: (Redação

dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

I - arquivamento, no registro do

comércio, e publicação da ata da

assembléia-geral, ou do conselho de

administração, que deliberou sobre a

emissão; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

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II - inscrição da escritura de

emissão no registro do comércio; (Redação

dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

III - constituição das garantias

reais, se for o caso.

§ 1º Os administradores da

companhia respondem pelas perdas e

danos causados à companhia ou a

terceiros por infração deste artigo.

§ 2º O agente fiduciário e

qualquer debenturista poderão

promover os registros requeridos

neste artigo e sanar as lacunas e

irregularidades porventura existentes nos

registros promovidos pelos

administradores da companhia; neste

caso, o oficial do registro notificará a

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administração da companhia para que

lhe forneça as indicações e documentos

necessários.

§ 3º Os aditamentos à escritura de

emissão serão averbados nos

mesmos registros.

§ 4o Os registros do comércio

manterão livro especial para inscrição

das emissões de debêntures, no qual

serão anotadas as condições essenciais

de cada emissão.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001)

REGISTRO NO LIVRO 3 DE ATOS

REGISTRÁVEIS NO LIVRO 2 (inciso VII)

PROCESSO DE REGISTRO

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- Prenotação (art. 182, LRP) no Livro nº 1:

requisitos no art. 175 da LRP

Prazo de validade 30 dias (art. 188 e 205

da LRP)

Exceções:

- Regularização fundiária de interesse

social = 60 dias (art. 205, par. único,

LRP)

- Registro de parcelamento do solo

urbano (Lei nº 6.766/79)

- Registro de parcelamento do solo

rural (DL 58/37, Lei 4.504/64, Dec.

62.504/68, Lei 5.868/72 e Instrução

Normativa 17-b/80 INCRA)

- Procedimento para consolidação da

propriedade fiduciária (arts. 26 e 27

da Lei nº 9.541/97)

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- Regularização fundiária urbana (art.

195-A e B; art. 288-A e seguintes da

LRP, acrescentados pela Lei nº

12.424/2011)

- Retificação administrativa bilateral

(art. 213, II, §2º, LRP)

- Qualificação (exame)

Prazo de exame de 15 dias (regra geral)

Indicação de todas as exigências de uma

só vez

Qualificação positiva = registro ou

averbação

Qualificação negativa:

- Cumprimento da exigência,

seguindo-se o registro/averbação

- Desistência do registro/averbação

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- Suscitação de dúvida registrária

(art. 198 e seguintes)

DÚVIDA REGISTRÁRIA é um procedimento

especial pelo qual o interessado busca um

provimento judicial que negue ou confirme a

exigência formulada pelo registrador

imobiliário, acerca do registro ou averbação

de um título (natureza administrativa – art.

204, LRP)

- Legitimidade para suscitar: registrador

(art. 198, LRP)

- Dúvida inversa

- Competência para julgar: JUSTIÇA

ESTADUAL

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Exceção: JUIZ FEDERAL, no caso de

dúvida suscitada com relação a

registro da propriedade de bens

imóveis discriminados

administrativamente ou possuídos

pela União (Lei nº 5.972/73)

Recurso cabível: apelação (interessado,

MP e terceiro prejudicado)

RETIFICAÇÃO ADMINISTRATIVA: art. 213,

LRP (de ofício ou a requerimento)

BLOQUEIO DE MATRÍCULA: art. 214 e

seguintes, LRP

PESSOAS

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O registro e a averbação poderão ser

provocados por qualquer pessoa,

incumbindo-lhe as despesas respectivas (art.

217, LRP).

TÍTULOS

É o documento que autoriza o

registro/averbação de um direito, ato ou fato

jurídico no registro de imóveis (art. 221,

LRP)

TÍTULOS PÚBLICOS

Escrituras: lavradas em serviço

notarial ou consulado brasileiro

Títulos administrativos: carta de

habite-se, declaração de numeração

predial, contratos ou termos

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administrativos no âmbito de

programas de regularização fundiária

e de programas habitacionais de

interesse social, etc.

Títulos judiciais: formal de partilha,

carta de arrematação, carta de

adjudicação, certidões, mandados,

etc.

PARTICULARES

Todo e qualquer documento

particular autorizado em lei (SFH, SFI,

art. 108/CC, art. 1.417/CC, etc.)

ESTRANGEIROS

Legalizados pelo consulado ou

embaixada brasileira, traduzidos por

tradutor público brasileiro (Dec. Nº

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13.609/43) e registrados em Serviço

Registral de Títulos e Documentos

(arts. 221, III; 129, §6º; e 148 da LRP,

arts. 9º, §1º; 13; e 14 da LICC e art.

224 do CC)

PRINCÍPIOS DO REGISTRO DE IMÓVEIS

INSCRIÇÃO: Os direitos reais

imobiliários só se constituem ou se

transmitem ou se extinguem com o

registro (inscrição) no serviço imobiliário

respectivo, salvo as exceções legais

(usucapião, acessões, herança,

abandono, perecimento, desapropriação

e casamento sob o regime da comunhão

universal de bens). Pode ser resumido

pela máxima: “QUEM NÃO REGISTRA

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NÃO É DONO” ou “QUEM NÃO

REGISTRA NÃO TEM DIREITO REAL

SOBRE O IMÓVEL”. Este princípio pode

ser visto nos arts. 167, I e II, 168, 169 e

172 da LRP e 1.227 e 1.245, §1º, do CC.

LEGALIDADE: O registrador tem a

obrigação de examinar a legalidade,

validade e eficácia dos títulos

apresentados à inscrição imobiliária,

obstando aqueles que porventura

possuam vícios materiais ou formais (art.

198 da LRP). “A validade da inscrição

depende da validade do negócio jurídico

que lhe dá origem e da faculdade de

disposição do alienante” (Afrânio de

Carvalho, 1982, p. 269).

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PUBLICIDADE: O ato registral gera

presunção absoluta de que todas as

pessoas têm conhecimento de sua

existência (ficção de conhecimento),

garantindo a oponibilidade erga omnes

dos direitos inscritos. Todas as pessoas

têm acesso aos registros (art. 172 e 16

da LRP e art. 1º da LNR).

FÉ PÚBLICA (OU LEGITIMAÇÃO):

Os registros efetuados e as certidões

expedidas pelo registrador são garantia

da existência e autenticidade dos atos

praticados na serventia (art. 3º da LNR).

PRESUNÇÃO: A presunção de

validade e eficácia dos atos jurídicos

inscritos no registro de imóveis – regra

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geral – é iuris tantum (registro comum),

ou seja, até prova em contrário, nos

termos do art. 252 da LRP e art. 1.245,

§2º, do CC. A exceção é o Registro

Torrens, que tem presunção de validade

e eficácia iuris et de iure, impossibilitando

que o registro seja atacado (art. 277 e

seguintes da LRP).

PRIORIDADE: O título que primeiro

ingressar no Livro Protocolo terá a

prioridade e preferência à inscrição. É um

princípio que afasta a contradição entre

títulos, que pode ser resumido no

brocardo: “prior in tempore, portior in

iure”. Está estampado nos arts. 182, 186,

189, 190, 191, 192 e 205 da LRP.

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ESPECIALIDADE: Para que a

inscrição possa ser efetuada, tanto a

descrição do imóvel (especialidade

objetiva) quanto a do sujeito do direito

(especialidade subjetiva) devem guardar

perfeita correlação com o registro anterior

(art. 176, §1º, II, 3 e 4, e arts. 222 e 225

da LRP).

CONTINUIDADE (OU TRATO

SUCESSIVO): Deve existir uma cadeia

de atos e de titularidade de direitos,

seqüencial e ininterrupta, gerando uma

coerência jurídica e cronológica dos atos

inscritos, sendo os mais recentes

apoiados nos mais antigos (arts. 195 a

197, 222, 225, 228, 229, 236 e 237 da

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LRP). A exceção a este princípio fica por

conta da usucapião.

DISPONIBILIDADE: Ninguém pode

transferir mais bens ou direitos do que

efetivamente possui (arts. 172 da LRP).

ROGAÇÃO (OU INSTÂNCIA OU

RESERVA DE INICIATIVA): Em regra, o

ato registral é de iniciativa do interessado

(arts. 13 e 217 da LRP), vedado ao

registrador atuar ex officio, à exceção dos

casos previstos no art. 167, II, 13, e art.

213, I, da LRP.

TERRITORIALIDADE: O registrador

imobiliário só pode praticar atos relativos

a imóveis da sua circunscrição, que é

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definida por lei, sob pena de nulidade,

salvo as exceções previstas no art. 169

da LRP.

RETIFICAÇÃO: O ato inscrito pode

ser retificado ou anulado, se não exprimir

a verdade dos fatos (art. 213 da LRP e

art. 1.247 do CC).

UNITARIEDADE MATRICIAL: Para

cada imóvel só deve haver uma

matrícula, e a cada matrícula só

corresponde um imóvel (art. 176, §1º, I,

da LRP).

CONCENTRAÇÃO: Nenhum fato ou

ato jurídico que diga respeito ao imóvel

ou às pessoas com ele envolvidas deve

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ficar de fora do sistema registral, mesmo

que seja apenas para dar publicidade ao

referido fato ou ato jurídico (art. 167, II, 5,

e art. 246 da LRP).

TITULARIADE: A validade do ato

registral está submetida à condição de

haver sido praticado por agente

legitimamente investido na função.

TIPICIDADE: São registráveis apenas

títulos previstos em lei.