curso básico de psicologia clínica

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Curso Básico de Psicologia Clínica MÓDULO IV Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada.

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Curso Básico de

Psicologia Clínica

MÓDULO IV

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada.

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MÓDULO IV

1. AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

http://www.crpsp.org.br/a_acerv/jornal_crp/146/frames/orientacao.gif

Muitas pessoas confundem a aplicação de testes com avaliação psicológica.

A avaliação psicológica pode envolver técnicas de dinâmica de grupo, entrevistas,

questionários, levantamento do histórico de vida e tudo o mais que tenha como

objetivo avaliar - no sentido de analisar, compreender, esclarecer - a dinâmica dos

processos psicológicos representativos de um indivíduo. Sendo, portanto, muito mais

complexa que a simples aplicação de testes psicológicos.

A depender dos objetivos da avaliação, que pode ser diagnóstica, de

emprego, demissional, ela pode durar várias sessões. Um grande engano cometido

por quem necessita de uma avaliação é que imagina que ela pode ser realizada em

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quinze minutos, por exemplo. Puro engano. Para se chegar a um diagnóstico mais

preciso, o psicólogo necessita realizar um levantamento minucioso.

A avaliação psicológica deve ser utilizada em todo e qualquer setor da

sociedade em que se necessite conhecer melhor o funcionamento da psique

humana, visando orientar ou tomar certas decisões relativas à pessoa em questão.

(Pellini, 2000).

Encontram-se referências precisas de que desde o século XIX já se

realizava avaliação psicológica em vários países e no Brasil, obviamente de forma

diferente dos modelos conhecidos atualmente.

No Brasil, a Avaliação Psicológica começou a ser praticada mais

sistematicamente nas décadas de 50 e 60, porém, já na década de 20 foram

realizados trabalhos acadêmicos e criados institutos para a realização de processos

de seleção de pessoal nos setores públicos e privados, destacando-se as empresas

do segmento de transporte coletivo.

Com a regulamentação da Psicologia na década de 60, houve um aumento

significativo de profissionais e de empresas interessadas em investir na área de

recrutamento e seleção, passando a compor setores e a contratar psicólogos que

realizassem avaliação psicológica em candidatos, tendo o intuito de aumentar as

probabilidades de “acerto”, isto é, de selecionarem “a pessoa certa para o lugar

certo”.

As décadas de 80 e 90 foram promissoras para a área. Entretanto, se por

um lado havia a utilização maciça de testes psicológicos nas avaliações para

seleção de pessoal, por outro, não se encontravam instrumentos adaptados ou

criados especificamente para esse fim.

Visualiza-se, atualmente, um panorama no qual houve uma redução

significativa da utilização dos testes psicológicos devido às rigorosas exigências de

qualidade dos instrumentos, trazendo maior segurança ao profissional que se

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embasa em seus resultados para tomar decisões estratégicas e, não raramente, de

maneira decisiva no direcionamento da vida das pessoas.

Tanto no setor da Psicologia Clínica quanto no da Psicologia Organizacional,

onde se pode fazer uso da Avaliação Psicológica, contar com os resultados obtidos

a partir de testes é de grande importância, pois traz ao avaliador dados não

facilmente perceptíveis de outro modo a respeito do candidato, além de poder

confirmar aspectos percebidos durante a entrevista e dinâmica de grupo, se for o

caso. Praticada de modos diferentes de acordo com cada objetivo, a ferramenta

contribui de forma decisiva para o diagnóstico do candidato ou paciente.

A avaliação psicológica não se reduz à aplicação de testes. Além de testes,

a avaliação compreende técnicas de dinâmica de grupo, entrevistas, observação de

comportamento e uma anamnese bem-feita, ou seja, investigação da vida social,

familiar, física e emocional do paciente, com análise criteriosa do histórico de vida.

Na prática

http://www.unipar.br:8080/unipar/vestibular2007/curso/fotos/psicologia_01.jpg

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De maneira geral, uma avaliação psicológica se constitui por uma entrevista

individual, às vezes substituída ou acrescida de uma dinâmica de grupo, e um teste

para avaliação da personalidade. Outros testes, de habilidades ou aptidões

específicas, são acrescentados ao conjunto de técnicas de avaliação, conforme o

objetivo e a área de atuação do profissional.

O objetivo maior é o de diagnosticar cada pessoa, conhecer suas

competências individuais e, para isso, o teste psicológico ainda é o melhor

instrumento de que se dispõe, embora jamais único no processo, pois além de

resultar em dados confiáveis, já que suas características psicométricas são

comprovadas cientificamente. Ele permite que o psicólogo tenha uma visão total da

pessoa, que consiga definir quais são as suas competências ou características mais

vantajosas e quais aquelas em que precisaria investir um pouco mais.

Num processo de seleção, por exemplo, tais informações permitem ao

psicólogo indicar com maior segurança pessoas para cargos específicos e orientar

as lideranças sobre como lidar com seus colaboradores e no que efetivamente

investir para obter maior desenvolvimento e melhores resultados.

Da mesma forma, em treinamento e desenvolvimento, uma Avaliação

Psicológica traz subsídios suficientes para que um programa seja encaminhado

considerando as especificidades individuais e grupais, podendo até com isso gerar

um redirecionamento das estratégias adotadas.

Até pouco tempo, algumas empresas procuravam premiar colaboradores

tecnicamente bons com uma promoção para cargos de chefia, sem outro critério

senão a satisfação com o desempenho desse funcionário, ou seja, sem uma

avaliação que pudesse assegurar que essa pessoa tivesse características

condizentes com posições de liderança, além de sua competência técnica.

O resultado final geralmente era desastroso para o colaborador e para a

empresa. Por não ser um líder e necessitar desenvolver as competências de

liderança, não se saía bem na nova função. Como nem sempre é possível a pessoa

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retornar ao cargo anterior, a empresa contava com duas opções: mantê-lo no cargo

e arcar com conseqüências indesejáveis ou então demiti-lo. Prejuízo para ambos.

Para um planejamento de carreira, a realização de uma Avaliação

Psicológica também se torna decisiva, visto que norteará todo o programa a ser

desenvolvido com o profissional, especificando as características psicológicas a

serem desenvolvidas para que ele possa futuramente ascender numa hierarquia

com sucesso.

No momento atual, o foco das empresas, seja qual for o seu negócio, é cada

vez mais seus recursos humanos e sabe-se que o sucesso da empresa deve-se ao

conhecimento e ao investimento em pessoas. A Avaliação Psicológica, científica e

ética, apoiada em instrumentos e testes fidedignos, contribui essencialmente para

essa finalidade.

Em se tratando da Psicologia Clínica, a avaliação psicológica é usada para

fins diagnósticos, ou seja, para avaliar a saúde emocional do paciente e verificar se

ele é portador de algum transtorno. Vale ressaltar que nem sempre a queixa inicial é

a responsável pelo sofrimento psíquico de uma pessoa, mas a constatação disso só

se verifica depois de uma avaliação psicológica.

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Entrevista Psicológica

http://kaizenrh.com.br/fotos/kaizen05.jpg

Existem vários tipos de entrevistas e são vários os profissionais que dela se

utilizam. Com os psicólogos não é diferente. Ele se utiliza deste instrumento para

elaborar diagnósticos, durante avaliações e em prognóstico, ou seja, quando,

durante uma entrevista devolutiva, por exemplo, mostra as probabilidades futuras de

um quadro psicológico atual.

É bem verdade que a entrevista psicológica sofreu algumas modificações no

início do século XIX, quando predominava o modelo médico. Naquela época,

Kraepelin usava a entrevista com o objetivo de detalhar o comportamento do

paciente, e, assim, poder identificar as síndromes e as doenças específicas que as

classificavam segundo a nosografia vigente. (SILVA, 2007).

Enquanto isso, Meyer, psiquiatra americano, se interessava pelo enfoque

psicobiológico (aspectos biológicos, históricos, psicológicos e sociais) do

entrevistado. A partir de Hartman e Anna Freud o interesse da entrevista se

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deslocou para as defesas do paciente. Isto é, a psicanálise teve sua influência na

investigação dos processos psicológicos, sem enfatizar o aspecto diagnóstico, antes

valorizado.

Nos anos cinqüenta, Deutsch e Murphy apresentaram sua técnica

denominada Análise Associativa que considerava importante registrar não somente

o que o paciente dizia, mas, também, em fornecer informações sobre o mesmo.

Desse modo, desviou-se o foco sobre o comportamento psicopatológico para o

comportamento dinâmico. Ainda nesta década, Sullivan concebeu a entrevista como

um fenômeno sociológico, uma díade de interferência mútua.

Após este período, a entrevista e o Aconselhamento Psicológicos se

deixaram influenciar, entre outros, por Carl Rogers, cuja abordagem consiste em

centrar no paciente. Ou seja, em procurar compreender, de acordo com o seu

referencial, significados e componentes emocionais, tendo como base a sua

aceitação incondicional por parte do entrevistador.

DEFINIÇÃO DE ENTREVISTA PSICOLÓGICA

http://www.institutouniao.com.br/imagens

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A entrevista psicológica é um processo bidirecional de interação, entre duas

ou mais pessoas com o propósito previamente fixado no qual uma delas, o

entrevistador, procura saber o que acontece com a outra, o entrevistado, procurando

agir conforme esse conhecimento (WIENS apud NUNES, In: CUNHA, 1993).

Enquanto técnica, a entrevista tem seus próprios procedimentos empíricos

através dos quais não somente se amplia e se verifica, mas, também,

simultaneamente, absorve os conhecimentos científicos disponíveis. Nesse sentido,

Bleger (1960) define a entrevista psicológica como sendo “um campo de trabalho no

qual se investiga a conduta e a personalidade de seres humanos”.

Outra definição caracteriza a entrevista psicológica como sendo “uma forma

especial de conversão, um método sistemático para entrar na vida do outro, na sua

intimidade” (RIBEIRO, 1988, p.154). Enfim, Gil (1999) compreende a entrevista

como uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes, busca coletar

dados e a outra se apresenta como fonte de informação (p.117).

A entrevista psicológica pode ser também um processo grupal, isto é, com

um ou mais entrevistadores e/ou entrevistados. No entanto, esse instrumento é

sempre em função da sua dinâmica, um fenômeno de grupo, mesmo que seja com a

participação de um entrevistado e de um entrevistador. (SILVA, 2007).

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OS OBJETIVOS DA ENTREVISTA

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Com base nos critérios que objetivaram a entrevista em saúde mental, pode-

se classificar a entrevista quanto aos seguintes objetivos:

a) Diagnóstica – Visa estabelecer o diagnóstico e o prognóstico do

paciente, bem como as indicações terapêuticas adequadas. Assim, faz-se

necessário uma coleta de dados sobre a história do paciente e sua motivação para o

tratamento. Quase sempre, a entrevista diagnóstica é parte de um processo mais

amplo de avaliação clínica que inclui testagem psicológica;

b) Psicoterápica – Procura colocar em prática estratégia de intervenção

psicológica nas diversas abordagens - rogeriana (C. Rogers), jungiana (C. Jung),

gestalt (F. Perls), bioenergética (A. Lowen), logoterapia (V. Frankl) e outras -, para

acompanhar o paciente, esclarecer suas dificuldades, tentando ajudá-lo a solucionar

seus problemas;

c) De Encaminhamento – Logo no início da entrevista, deve ficar claro para

o entrevistado, que a mesma tem como objetivo indicar seu tratamento, e que este

não será conduzido pelo entrevistador. Devem-se obter informações suficientes para

se fazer uma indicação e, ao mesmo tempo evitar que o entrevistado desenvolva um

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vínculo forte, uma vez que pode dificultar o processo de encaminhar;

d) De Seleção – O entrevistador deve ter um conhecimento prévio do

currículo do entrevistado, do perfil do cargo, deve fazer uma sondagem sobre as

informações que o candidato tem a respeito da empresa, e destacar os aspectos

mais significativos do examinando em relação à vaga pleiteada, etc.;

e) De Desligamento – Identifica os benefícios do tratamento por ocasião da

alta do paciente, examina junto com ele os planos da pós-alta ou a necessidade de

trabalhar algum problema ainda pendente. Essa entrevista também é utilizada com o

funcionário que está deixando a empresa, e tem como o objetivo obter um feedback

sobre o ambiente de trabalho, para providências, intervenções do psicólogo em

caso, por exemplo, de alta rotatividade de demissão num determinado setor;

f) De Pesquisa – Investiga temas em áreas das mais diversas ciências,

somente se realiza a partir da assinatura do entrevistado ou paciente, do

documento: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Resolução CNS no

196/96), no qual estará explícita a garantia ao sigilo das suas informações e

identificação, e liberdade de continuar ou não no processo.

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A SEQUÊNCIA TEMPORAL DAS ENTREVISTAS DIAGNÓSTICAS

http://www.corporal.com.br/segura/imagens_arquivos/quadrodefiguras.jpg

Essa seqüência pode ser subdividida em: entrevista inicial; entrevistas

subseqüentes e entrevista de devolução, caracterizadas de forma diferente, e

mostrando objetivos distintos conforme o momento em que elas ocorram (GOLDER,

2000).

a) Entrevista Inicial

É a primeira entrevista de um processo de psicodiagnóstico. Semidirigida,

durante a qual o sujeito fica livre para expor seus problemas. Segundo Fiorini (1987),

o empenho do terapeuta nessa primeira entrevista pode ter uma influência decisiva

na continuidade ou no abandono do tratamento (p.63). Pinheiro (2004) salienta que

a mesma ocorre num certo contexto de relação constantemente negociada. O termo

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negociação se refere ao posicionamento definido como “um processo discursivo,

através do qual [...] são situados numa conversação como participantes observáveis,

subjetivamente coerentes em linhas de histórias conjuntamente produzidas”(DAVIES

& HARRÉ apud PINHEIRO, 2004, p.186).

Essa entrevista, geralmente, inicia-se com a chamada telefônica de outro

técnico, encaminhando o entrevistado para a avaliação psicodiagnóstica, ou com a

chamada do próprio entrevistado. Tem como objetivos discutir expectativas, clarear

as metas do trabalho, e colher informações sobre o entrevistado, que não poderiam

ser obtidas de outras fontes. (SILVA, 2007).

As primeiras impressões sobre o entrevistado, sua aparência,

comportamento durante a espera, são dados que serão analisados pelo

entrevistador, e que podem facilitar o processo de análise do caso. Para Gilliéron

(1996), a primeira entrevista deve permitir conhecer:

- O modo de chegada do paciente à consulta (por si mesmo, enviado por

alguém ou a conselho de alguém, etc.);

- O tipo de relação que o paciente procura estabelecer com o seu terapeuta;

- As queixas iniciais verbalizadas pelo paciente, em particular a maneira pela qual

ele formula seu pedido de ajuda (ou sua ausência de pedido).

A partir dessas impressões e expectativas, entrevistador e entrevistado

constroem mutuamente suas transferências, contratransferências, e resistências que

foram ativadas bem antes de ocorrer o encontro propriamente dito.

Um clima de confiança proporcionado pelo entrevistador facilita que o

entrevistando revele seus pensamentos e sentimentos sem tanta defesa, portanto,

com menos distorções. No final dessa entrevista devem ficar esclarecidos os

seguintes pontos: horários, duração das sessões, honorários, formas de pagamento

(quando particular), condições para administrar instrumentos de testagem e para as

condições de consulta a terceiros.

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b) Entrevistas Subseqüentes

Após a entrevista inicial, em que é obtida uma primeira impressão sobre a

pessoa do paciente, esclarecimentos sobre os motivos da procura, e realização do

contrato de trabalho de psicodiagnóstico, normalmente são necessários mais alguns

encontros. O objetivo das entrevistas subseqüentes é a obtenção de mais dados

com riqueza de detalhes sobre a história do entrevistado, tais como: fases do seu

desenvolvimento, escolaridade, relações familiares, profissionais, sociais e outros.

c) Entrevista de Devolução ou Devolutiva

No término do psicodiagnóstico, o técnico tem algo a dizer ao entrevistado

em relação ao que fundamenta a indicação. Em 1991, Cunha, Freitas e Raymundo

(apud NUNES, In: CUNHA, 1993), elaboraram algumas recomendações sobre a

entrevista de devolução:

- Após a interpretação dos dados, o entrevistador vai comunicar-lhe em que

consiste o psicodiagnóstico, e indicar a terapêutica que julga mais adequada;

- O entrevistador retoma os motivos da consulta, e a maneira como o

processo de avaliação foi conduzido;

- A devolução inicia com os aspectos menos comprometidos do paciente, ou

seja, menos mobilizadores de ansiedade;

- Deve-se evitar o uso de jargão técnico (expressões própria da ciência

circulante entre os profissionais da área, em outras palavras “gíria profissional”), e

iniciar por sintoma ligado diretamente à queixa principal;

- A entrevista de devolução deve encerrar com a indicação terapêutica.

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DIFERENÇA ENTRE ENTREVISTA, CONSULTA E ANAMNESE

http://www.petpsicologiaufes.com/images/outubro/entrevista.jpg

A técnica da entrevista procede do campo da medicina, e inclui

procedimentos semelhantes que não devem ser confundidos e nem superpostos à

entrevista psicológica. Consulta não é sinônimo de entrevista. A consulta consiste

numa assistência técnica ou profissional que pode ser realizada ou satisfeita, entre

as mais diversas modalidades, através da entrevista.

A entrevista não é uma anamnese. Esta implica numa compilação de dados

preestabelecidos, que permitem fazer uma síntese, seja da situação presente, ou da

história de doença e de saúde do indivíduo. Embora, se faça a anamnese com base

na utilização correta dos princípios que regem a entrevista, porém, são bem

diferenciadas nas suas funções.

Na anamnese, o paciente é o mediador entre sua vida, sua enfermidade, e o

médico. Quando por razões estatísticas ou para cumprir obrigações regulamentares

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de uma instituição, muitas vezes, ela é feita pelo pessoal de apoio ou auxiliar.

A anamnese trabalha com a suposição de que o paciente conhece sua vida

e está, portanto, capacitado para fornecer dados sobre a mesma. Enquanto que, a

hipótese da entrevista é de que cada ser humano tem organizado a história de sua

vida, em um esquema de seu presente. E, destes temos que deduzir o que ele não

sabe. Ou seja, “o que nos guia numa entrevista, do mesmo modo que em um

tratamento, não é a fenomenologia reconhecível, mas o ignorado, a surpresa”

(GOLDER, 2000, p.45).

Nessa perspectiva, Bleger (1980) compreende que, diferentemente da

consulta e da anamnese, a entrevista psicológica tenta o estudo e a utilização do

comportamento total do indivíduo em todo o curso da relação estabelecida com o

técnico, durante o tempo que essa relação durar (p.12).

A entrevista psicológica funciona como uma situação onde se observa parte

da vida do paciente. Mas, nesse contexto não consegue emergir a totalidade do

repertório de sua personalidade. Uma vez que não pode substituir, e nem excluir

outros procedimentos de investigação mais extensos e profundos, a exemplo de um

tratamento psicoterápico ou psicanalítico, o qual demanda tempo, e favorece para

que possa emergir determinados núcleos da personalidade.

Este tipo de assistência, também não pode prescindir da entrevista. Esta que

apresenta lacunas, dissociações e contradições que levam alguns pesquisadores a

considerá-la um instrumento pouco confiável. Mas, com diz Bleger (1980), essas

dissociações e contradições, são inerentes à condição humana, e a entrevista

oferece condições para que as mesmas sejam refletidas e trabalhadas.

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TIPOS DE ENTREVISTA

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Segundo Gil (1999), as entrevistas podem ser classificadas em: informal,

focalizada, por pautas e estruturada.

a) Entrevista Informal (livre ou não-estruturada) – É o tipo menos

estruturado, e só se distingue da simples conversação porque tem como objetivo

básico a coleta de dados. O que se pretende é a obtenção de uma visão geral do

problema pesquisado, bem como a identificação de alguns aspectos da

personalidade do entrevistado;

b) Entrevista Focalizada (semi-estruturada ou semidirigida) – É tão livre

quanto a informal, todavia, enfoca um tema bem específico. Permite ao entrevistado

falar livremente sobre o assunto, mas quando este se desvia do tema original o

entrevistador deve se esforçar para sua retomada;

c) Entrevista por Pautas (semi-estruturada ou semidirigida) – Apresenta

certo grau de estruturação, já que se guia por uma relação de pontos de interesses

que o entrevistador vai explorando ao longo do seu curso. As pautas devem ser

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ordenadas e guardar certa relação entre si. O entrevistador faz poucas perguntas

diretas e deixa o entrevistado falar livremente à medida que se refere às pautas

assimiladas. Quando este, por ventura, se afasta, o entrevistador intervém de

maneira sutil, para preservar a espontaneidade da entrevista;

d) Entrevista Estruturada (fechada) – Desenvolve-se a partir de uma

relação fixa de perguntas, cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos

os entrevistados, que geralmente são em grande número. Por possibilitar o

tratamento quantitativo dos dados, este tipo de entrevista torna-se o mais adequado

para o desenvolvimento de levantamentos sociais.

A ENTREVISTA QUANTO AO SEU REFERENCIAL TEÓRICO

http://www.filmesraros.com/loja/images/mind.jpeg

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O processo de entrevista é orientado por seu referencial teórico. Aqui serão

vistas, em síntese, algumas das perspectivas:

a) Perspectiva Psicanalítica – Tem como base os pressupostos dos

conteúdos inconscientes. O entrevistador busca avaliar a motivação inconsciente, o

funcionamento psíquico e a organização da personalidade do entrevistado. A

entrevista é orientada para a psicodinâmica da estrutura intrapsíquica ou das

relações objetais1 e funcionamento interpessoal;

b) Perspectiva Existencial-humanista – Não procura formular um

diagnóstico, e sim, verificar se o interesse do indivíduo está auto-realizado ou não.

Aqui não existe uma técnica específica de entrevista, estas são consideradas pelos

existencialistas como manipulação. O entrevistador reflete o que ouve, pergunta com

cuidado, e tenta reconhecer os sentimentos do entrevistado;

c) Perspectiva Fenomenológica – Estuda a influência dos pressupostos e

dos preconceitos sobre a mente, e que os acionam ao estruturar a experiência e

atribuir-lhe um significado. Além de uma atitude aberta e receptiva, é necessário que

o entrevistador atue como observador participante, e que, assim, seja capaz de

avaliar criticamente, através de sua experiência clínica e conhecimento teórico, o

que está ocorrendo na entrevista.

A ENTREVISTA QUANTO AO SEU MÉTODO

http://www.usp.br/agen/bols/2000/Image217.gif

Page 20: Curso Básico de Psicologia Clínica

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Segundo Ribeiro (1988), a realização da entrevista psicológica segue

diferentes enfoques:

a) Psicométrico – O entrevistador faz uso constante de uma série de

instrumentos: testes, pesquisas, controle estatístico, etc., predeterminados,

enquanto dispositivos para a aquisição de conhecimentos sobre o entrevistado.

Nessa situação, dificilmente o entrevistador conseguirá aprofundar a relação, o

encontro permanece mais em nível formal e informativo do que espontâneo criativo e

transformador. Isto não quer dizer que seja menos válida ou mais superficial;

b) Psicodinâmico – A relação poderá ser mais aprofundada devido ao fato

do entrevistador contar com maior disponibilidade de tempo para questionar o

entrevistado, e conduzir a situação de maneira “menos estruturada”. Sua atenção

não está no aqui e no agora, ela atende a uma dinâmica de causa-efeito na qual

submensagens poderão dificultar a comunicação;

c) Antropológico – Abrange a relação ambiente-organismo na

compreensão da comunicação. Qualquer dado será considerado, mas, nem sempre,

é possível dizer em que momento ele está e onde será utilizado. Esse tipo de

entrevista parece mais complexo, assim sendo, exige mais prática do entrevistador

para analisar as informações.

TÉCNICAS DE ENTREVISTA

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Page 21: Curso Básico de Psicologia Clínica

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Um dos aspectos essenciais da entrevista está na investigação que se

realiza durante o seu transcurso. As observações são registradas em função das

hipóteses que o entrevistado emite. O entrevistador ordena na seguinte disposição:

observação, hipótese e verificação. Uma boa observação consiste de algum modo,

em formular hipóteses que vão sendo reformuladas durante a entrevista em função

das observações subseqüentes.

No entender de Bleger (1980), o trabalho do psicólogo somente adquire real

envergadura e transcendência quando coincidem a investigação e a tarefa

profissional, porque estas são as unidades de uma práxis que resguarda a tarefa

mais humana: compreender e ajudar os outros. Assim, indagação e atuação, teoria e

prática, devem ser manejadas como momentos e aspectos inseparáveis do mesmo

processo.

Segundo Bleger (1980), a entrevista se diferencia de acordo com o

beneficiário do resultado:

- A entrevista que se realiza em benefício do entrevistado, a exemplo da

consulta psicológica ou psiquiátrica;

- A entrevista cujo objetivo é a pesquisa, valorizando, apenas, o resultado

científico da mesma;

- A entrevista que se realiza para terceiro, neste caso, a serviço de uma

instituição.

Com exceção do primeiro tipo de entrevista, os demais exigem do

entrevistador que desperte interesse ou motive a participação do entrevistado.

Segundo Gil (1999), as entrevistas podem acontecer em duas modalidades:

Face a face e por Telefone. A entrevista tradicional tem sido realizada face a face.

No entanto, nas últimas décadas vem sendo desenvolvida a entrevista por telefone.

Page 22: Curso Básico de Psicologia Clínica

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- Principais vantagens da entrevista por telefone, em relação à entrevista

pessoal: custos mais baixos; facilidade na seleção da amostra; rapidez; maior

aceitação dos moradores das grandes cidades, que temem abrir suas portas para

estranhos; facilidade de agendar o momento mais apropriado para a realização da

entrevista;

- Limitações da entrevista por telefone: interrupção da entrevista pelo

entrevistado; menor quantidade de informações; impossibilidade de descrever as

características do entrevistado ou as circunstâncias em que se realizou a entrevista;

parcela significativa da população que não dispõe de telefone ou não tem seu nome

na lista.

Segundo Erickson (apud SCHEEFFER, 1977), algumas recomendações

devem ser aplicáveis ao processo de entrevista psicológica:

- O entrevistador deve ter o cuidado para não transformar a entrevista numa

conversa social. “Como posso ajudá-lo?”, é uma boa maneira de se iniciar uma

entrevista;

- O entrevistador não deve completar as frases do entrevistado. Devem-se

evitar perguntas que induzam respostas do tipo “sim” ou “não”. Não interromper o

fluxo do pensamento do entrevistado, a não ser que ele se perca em idéias que

fogem dos tópicos da entrevista;

- A atitude do entrevistador deve ser de aceitação completa das vivências do

entrevistado. Não deve haver discussão de pontos de vista;

- As pausas e silêncios são, quase sempre, embaraçosos para o

entrevistador. Nesses momentos, possivelmente, o entrevistado está revivendo

experiências que não consegue expressar verbalmente. Quando as pausas forem

longas, o entrevistador poderá retomar um tópico anterior que estava sendo

discutido;

Page 23: Curso Básico de Psicologia Clínica

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- O tempo de entrevista deve ser marcado, e o entrevistado será

comunicado de quanto tempo dispõe. Se necessário, marca-se outra (s) entrevista

(s). Deve-se limitar o número de assuntos em cada sessão para não confundir o

entrevistado;

- É necessário trocar o pronome pessoal “eu”, pelo uso de expressões mais

vagas, tais como: “parece que ...”; “parece melhor ...”; etc.;

- Recomenda-se fazer o resumo do que fora discutido em cada final de

entrevista. E que o entrevistador faça uma síntese para o entrevistado do que foi

abordado na sessão;

- O término da entrevista não deve transformar-se numa conversa social,

sem nenhuma relação com os problemas discutidos. Isto pode prejudicar o resultado

da entrevista.

Segundo Foddy (2002), é aconselhável o investigador ou entrevistador:

- Adotar uma atitude comum e casual. Ex. “Por acaso você...”;

- Empregar a técnica “Kinsey” de olhar os inquiridos bem nos olhos, e

colocar a pergunta sem rodeios de modo a que eles tenham dificuldade em mentir;

- Adotar uma aproximação indireta de modo a que os inquiridos forneçam a

informação desejada sem terem consciência disso, a exemplo das técnicas

projetivas;

- Colocar as perguntas perturbadoras na parte final do questionário ou da

entrevista de modo a que as respostas não sofram qualquer conseqüência desse

efeito.

Segundo Gilliéron (1996), podem-se estudar os comportamentos do paciente

praticamente em relação a dois eixos:

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186

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- A anamnese do sujeito que permite a observação dos comportamentos

repetitivos que dão uma idéia exata da sua personalidade: trata-se do ponto de vista

histórico;

- A observação do comportamento do paciente quando da primeira

entrevista também fornece indicações muito precisas sobre a organização da sua

personalidade.

DINÂMICA DA ENTREVISTA

http://www.kaneoya.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2007/11/entrevista.jpg

O entrevistador, no seu papel de técnico, não deve expor suas reações e

nem sua história de vida. Não deve permitir em ser considerado como um amigo

pelo entrevistado e, nem entrar em relação comercial, de amizade ou de qualquer

Page 25: Curso Básico de Psicologia Clínica

187

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outro benefício que não seja o pagamento dos seus honorários. Para Gilliéron

(1996), a investigação repousará:

- Na análise do comportamento do paciente com relação ao enquadre;

- Num modelo preciso suscetível de evidenciar a dinâmica relacional que se

estabelece entre o paciente e o terapeuta; modelo de apoio objetal.

O entrevistado deve ser recebido com cordialidade, e não de forma efusiva.

Diante de informações prévias fornecidas por outra pessoa, se deixa claro que essas

não serão mantidas em reserva. Em função de não abalar a confiança do

entrevistado, estas lhe serão comunicadas.

A reação contratransferencial deve ser encarada com um dado de análise da

entrevista, não se deve atuar diante da rejeição, inveja ou qualquer outro sentimento

do entrevistado.

As atitudes deste não devem ser “domadas” ou subjugadas, não se trata de

querer triunfar e nem se impor perante o mesmo. Compete ao entrevistador

averiguar como essas atitudes funcionam e como o afetam. O grau de repressão do

entrevistado, de certo modo, tem uma relação direta com o nível de repressão do

entrevistador.

Necessariamente, o entrevistado que fala muito não traz à tona aspectos

relevantes das suas dificuldades. A linguagem que é um meio de transmitir

informação, mas poderá ser também uma maneira poderosa de se evitar uma

verdadeira comunicação (BLEGER, 1980). Nem sempre, uma carga emocional

intensa significa uma evolução no processo.

O silêncio é uma expressão não-verbal que muitas vezes comunica bem

mais que as palavras. O silêncio é, geralmente, o fantasma do entrevistador

iniciante. Ele pode ser também uma tentativa de encobrir a faceta de um momento o

qual o sujeito não consegue enfrentar. Castilho (1995) cita uma série de tipos de

silêncio que são comuns nas dinâmicas de grupo, mas que também ocorrem, com

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188

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bastante freqüência, no processo de entrevista, etc. Para ilustrar foram destacados

alguns tipos de silêncio:

- Silêncio de Tensão – É a expressão da ansiedade. Facilmente observado

através da postura corporal tensa ou inquieta do entrevistado, da sua respiração

ofegante, do tamborilar dos dedos, etc.;

- Silêncio de Medo – Deixa o entrevistado petrificado, na sua tentativa de

fugir de uma situação psicologicamente ameaçadora. Esse silêncio suscita muita

tensão e, como conseqüência, forte descarga psicossomática;

- Silêncio de Reflexão – Surge normalmente após a intervenção do

entrevistador, ou logo após um feedback, ou mesmo depois do entrevistador ter

passado por algum tipo de vivência. Nele, observa-se a ausência de tensão, há um

recolhimento introspectivo de elaboração mental;

- Silêncio de Desinteresse – O indivíduo perde o foco da atenção, camufla

resistência, se desinteressa pela situação externa porque interiormente ela o atinge.

A Ansiedade na Entrevista

http://www.redepsi.com.br/portal/uploads/smartsection/images/item/c37r20060m2870.jpg

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A ansiedade é parte da existência humana, todas as pessoas a sentem em

grau variado, por vezes consiste em uma resposta adaptativa do organismo

(SIERRA, 2003). Para Bion (apud ALMEIDA & WETZEL, 2001), se duas pessoas

estão numa sala de análise sem angústia, não está havendo análise (p.272).

Calligaris (apud GOLDER, 2000), percebe que em todo encontro, o outro

está imediatamente implicado enquanto “semelhante imaginário”, o que se busca

primeiro é uma tela, uma espécie de cumplicidade, na qual supõe um sentido

comum ao que estamos dizendo(p.151). Desse modo, a ansiedade é um indicativo

do desenvolvimento de uma entrevista, e deve ser controlada pelo entrevistador, a

sua própria, e a que aparece no entrevistado.

Durante a situação de entrevista, tanto à ansiedade quando os mecanismos

de defesa do entrevistado podem aumentar, não somente devido a esse novo

contexto externo que ele enfrenta, mas também devido ao perigo, em potencial,

daquilo que desconhece em sua personalidade. O contato direto com seres

humanos, coloca o técnico diante da sua própria vida, saúde ou doença, conflitos e

frustrações.

Considerando que o entrevistador é um agente ativo na investigação, sua

ansiedade torna-se um dos fatores mais difíceis de lidar. Em sua tarefa, o psicólogo

pode oscilar facilmente entre a ansiedade e o bloqueio, sem que isto o perturbe,

desde que possa resolver na medida em que surja.

Toda investigação implica a presença de ansiedade frente ao desconhecido,

e o investigador deve ter a capacidade para tolerá-la, assim, poderá manter o

controle da situação. Há casos em que o investigador, devido aos seus bloqueios e

limitações, se vê oprimido pela ansiedade, e recorre a mecanismos de defesa para

se sentir seguro, e assim, elimina a possibilidade de uma investigação eficaz, uma

vez que conduz a entrevista de maneira estereotipada. Outro problema freqüente diz

respeito à certa compulsão do entrevistador focalizar seu interesse ou encontrar

perturbações exatamente na esfera que ele nega os seus próprios conflitos.

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190

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A manipulação técnica, de toda ansiedade, deve ser realizada com

referência a personalidade do entrevistado, e o nível de timing (sincronização e

ajustamento) que se tenha estabelecido na relação. Toda interpretação fora desse

contexto implica em agressão ao paciente ou entrevistado. Cabe ao psicólogo saber

calar, na proporção inversa da sua vontade compulsiva de interferir. Nessa ótica,

Almeida & Wetzel (2001, p.271) dizem que a interpretação algumas vezes vem de

um desejo de intervenção com a finalidade de eliminar angústias (perda de

continência), instados pela situação e autorizados pelo setting.

Segundo Piaget (apud GIL, 1999), o bom entrevistador deve reunir duas

qualidades: saber observar (não desviar nada, não esgotar nada); saber buscar

(algo de preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria,

verdadeira ou falsa, para controlar).

Douglas (apud FODDY, 2002) corrobora com essa idéia quando afirma que

entrevistar criativamente é ter determinação atendendo ao contexto, em vez de

negar, ou não conseguir compreender. O que se passa numa situação de entrevista

é determinado pelo processo de perguntas e respostas, a entrevista criativa agarra o

imediato, a situação concreta, tenta perceber de que modo esta afetação vai sendo

comunicada e, ao compreender esses efeitos, modifica a recepção do entrevistador,

aumentando, assim, a descoberta das verdades.

Transferência e Contratransferência

www.rodrigues.psc.br

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Transferência

Freud (1914-1969) entende que a transferência é (...) apenas um fragmento

da repetição e que a repetição é uma transferência do passado esquecido (...) para

todos os aspectos da situação atual (p.166). A transferência é designada pela

psicanálise como um processo através do qual os desejos inconscientes se

atualizam sobre determinados objetos, num certo tipo de relação estabelecida,

eminentemente, no quadro da relação analítica. A repetição de protótipos infantis

vividos com um sentimento de atualidade acentuada. Classicamente a transferência

é reconhecida como o terreno em que se dá a problemática de um tratamento

psicanalítico, pois são a sua instalação, as suas modalidades, a sua interpretação e

a sua resolução que as caracteriza (LAPLANCHE & PONTALIS, 2004).

A transferência e a contratransferência são fenômenos que estão presentes

em toda relação interpessoal, inclusive na entrevista. Na transferência o entrevistado

atribui papéis ao entrevistador, e se comporta em função dos mesmos, transfere

situações e modelos para a realidade presente e desconhecida, e tende a configurar

esta última como situação já conhecida, repetitiva. No entender de Gori (2002),

repetindo transferencialmente, evoca-se a lembrança e é somente por meio da

lembrança que temos acesso à história [...] Por meio da transferência é forjado num

lugar intermediário entre a vida real e um ensaio de vida, para que o drama humano

possa ter um desfecho (p.78).

A articulação do conceito de “momento sensível”(grifo da autora) passa pelo

posicionamento do terapeuta. Esse instante preciso determina os mecanismos que

instalam a transferência. Com efeito, é o momento em que uma relação de trabalho

se torna possível. A abertura ao outro, a espera de ajuda vinda do exterior é forte e

expõe o paciente tanto ao melhor quanto ao pior dessa interação (GOLDER, 2000).

Nessa perspectiva, Gilliéron (1996) diz que todos os pacientes procuram

obter alguma coisa do terapeuta. Eles não buscam apenas a cura de um sintoma,

mas também certa qualidade de relação (p.14). Os entrevistados revelam aspectos

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irracionais ou imaturos de sua personalidade, seu grau de dependência, sua

onipotência e seu pensamento mágico.

As transferências negativas e positivas podem coexistir num mesmo

processo, embora, quase sempre com predomínio relativo, estável ou alterado, de

uma delas. Segundo Sang (2001), é a situação analítica e não a sua pessoa o que

levou a paciente a se apaixonar por ele, isto é, que o amor de transferência é

essencialmente impessoal. [...] o analista não deve nem reprimir nem satisfazer as

pretensões amorosas da paciente. Deve sim, tratá-las como algo irreal (pp.319-20).

No que é confirmado por Yalom (2006), quando diz que os sentimentos que surgem

na situação terapêutica. Geralmente pertencem mais ao papel que à pessoa, é um

equívoco tomar a adoração transferencial como um sinal de sua atratividade ou

charme pessoal irresistível (p.175).

Contratransferência

Na contratransferência emerge do entrevistador reações que se originam do

campo psicológico em que se estrutura a entrevista. Porém, se constitui, quando

bem conduzida, num indício de grande significação e valor para orientar o

entrevistador no estudo que realiza. Seu manejo requer preparação, experiência e

um alto grau de equilíbrio mental, para que possa ser utilizada com validade e

eficiência. Na contratransferência, salienta Gilliéron (1996), as emoções vividas pelo

analista são consideradas reativas às do paciente, vinculando-se, portanto, ao

passado deste último, e não dizendo respeito diretamente à pessoa do analista.

Manfredi (apud ZASLAVSKY & SANTOS, 2005, p.296), distingue cinco tendências

de abordagens desta questão:

1 - A contratransferência não é mais considerada como uma criação

unicamente do paciente, por ignorar a transferência do analista;

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2 - É problemático diferenciar a contratransferência normal da patológica (os

dados à disposição do analista não permitem, quase sempre, uma diferenciação);

3 - A tolerância à contratransferência já seria suficiente, dada aqui, a

dificuldade da diferenciação dos sentimentos envolvidos na dupla;

4 - Devia-se, mais sábia e humildemente, fazer também a rota inversa:

procurar no paciente, e não só procurar no analista;

5 - A questão do confessar ou não, ou confessar/revelar até quando/quanto,

os sentimentos contratransferências despertados.

Para que o instrumento Entrevista Psicológica, de fato, se efetive como

auxiliar no trabalho do psicólogo, não é o bastante a sua compreensão ou domínio

teórico e técnico que fundamenta e norteia sua prática, mas também de experiências

que são adquiridas em rollyplays através de estágio, supervisão; laboratório ou

oficinas de sensibilidade.

É preciso desenvolver a sensibilidade para entrevistar, aprender ser

empático, saber lidar com a própria subjetividade e com a subjetividade do outro

(entrevistando), facilitando assim que seu universo, um tanto livre das “ameaças”, se

descortine. O entrevistador precisa adquirir à habilidade da “dissociação

instrumental”, e ser capaz de adentrar esse universo, sem juízo de valor, sem

preconceito, para que assim possa estar com o Outro, conhecer, não temer, se

perder e se achar e, finalmente, voltar à realidade do contexto.

E agora, de posse de sua bagagem técnica tecer suas observações,

ponderações e considerações, de modo axiomático, considerado que a utópica da

neutralidade sempre deverá ser perseguida. Os princípios éticos serão avivados em

cada encontro, e nenhum instrumento poderá adquirir uma aura de prevalência

sobre a pessoa do entrevistado, que é mais importante e assim deve ser respeitado.

O que não significa ser “meloso”, por demais e muito menos autoritário.

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O entrevistador deve habilitar-se em se inscrever na virtualidade da distância

e proximidades ótimas que o trabalho possa fluir. Ser a pessoa na figura do

profissional imbuído da intenção singular de realizar uma atividade sem perder sua

essência humana.

Nesse investida, é fundamental que o profissional se “conheça”, e que faça

de rotineiras as reflexões sobre suas atitudes, postura e comportamento, bem como

de que tenha também flexibilidade em reformulá-los, quando a necessidade aponte.

Muito do trabalho do psicólogo certamente vem em conseqüência do auto

“mergulho” que lhe dará a base na qual se apóiam à sua atuação e intervenção com

toda transparência.

2. INTERVENÇÃO

http://www.cuorecursos.org.br/img/cursos_psico.jpg

Abordagem Sistêmica

Parte da teoria geral dos sistemas e da teoria da comunicação de

Watzlawick. É um paradigma que emerge das ciências exatas e fornece uma base

teórica e prática de compreensão dos sistemas humanos. Nos anos 40, Ludwig Von

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195

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Bertalanffy publicava uma série de princípios válidos para vários sistemas

(biológicos, físico-químicos, sociais).

O sistema é um complexo organizado em múltiplos elementos que estão em

interação recíproca no seu interior e com o meio. Um sistema pode ser aberto (auto-

organizado) ou fechado (entropia).

A perspectiva sistêmica constitui um bom suporte teórico para a intervenção,

especialmente em terapia familiar. Põe em causa uma epistemologia linear,

unidirecional e contextualiza os problemas humanos, não num único sentido, mas

em função dos contextos em que emergem os problemas. Alarga a perspectiva de

intervenção, centrada apenas num sistema pessoal, para uma perspectiva que se

centra nos contextos de vida e nas redes de apoio dos sujeitos. Estes pressupostos

são aplicados, sobretudo na terapia familiar.

Modelo Cognitivo-comportamental

" O que perturba o ser humano não são os fatos, mas a interpretação que

ele faz dos fatos"

Epitectus - Século I

Esta perspectiva teve origem nos trabalhos de Aaron Beck e Albert Ellis.

Sugere que as nossas crenças e atribuições desempenham um importante papel no

comportamento.

Esta abordagem é historicamente baseada nos princípios da aprendizagem

e da psicologia experimental. Centra-se no comportamento observável e não

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observável. Pensamentos adquiridos através da aprendizagem e do

condicionamento no ambiente social.

As terapias cognitivo-comportamentais compartilham alguns pressupostos

básicos, ainda que existam diferentes abordagens conceituais e estratégicas para os

diversos transtornos. Há algumas características essenciais no núcleo das terapias

cognitivo-comportamentais (Dobson, 2001):

1- A atividade cognitiva influencia o comportamento;

2- A atividade cognitiva pode ser monitorada e alterada;

3- O comportamento desejado pode ser influenciado mediante a mudança

cognitiva.

Esta terapia baseia-se na premissa que uma inter-relação entre cognição,

emoção e comportamento é parte integrante do funcionamento psicológico normal.

Um acontecimento de vida pode acarretar inúmeras formas de agir, sentir e pensar,

mas não é o evento em si que gera as emoções e comportamentos, é o que nós

pensamos e interpretamos sobre esse evento.

Outra premissa é que as distorções cognitivas são muito freqüentes em

diferentes transtornos.

Ao contrário do que acontece com o modelo psicanalista, o material trazido à

consulta não é interpretado pelo terapeuta, mas elaborado conjuntamente com o

cliente, com o objetivo de identificar, examinar e corrigir as distorções do

pensamento que causam sofrimento emocional ao indivíduo.

Albert Ellis centrou-se nas crenças irracionais para lidar com pensamentos e

comportamentos problemáticos. Pensamentos como "toda a gente deve me

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apreciar", "ninguém vai amar alguém tão feio como eu" vão inevitavelmente conduzir

à decepção.

Aaron Beck desenvolveu a terapia cognitiva para tratar a depressão e outros

problemas. Beck considera que durante o desenvolvimento, as pessoas formulam

regras sobre o funcionamento do mundo, tendendo serem simplistas, inflexíveis e

freqüentemente baseadas concepções errôneas.

As abordagens cognitivistas podem-se distinguir em duas tradições:

- Cognitivismo Substantivo Racionalista: centra-se no conteúdo,

pensamento interno, mecanicista. (Ellis, Beck, Meichenbaum, D´Zurilla, etc.)

- Cognitivismo Construtivista Desenvolvimental: O Construtivismo prega

que o conhecimento e a experiência humana implicam em uma proação ativa do

sujeito, a importância das emoções e os problemas psicológicos refletem diferenças

entre as exigências do ambiente e a capacidade adaptativa do cliente.

Abordagem Humanista

Esta abordagem tem as suas origens na filosofia Européia e no trabalho

psicoterapêutico de Victor Frankl, Carl Rogers, Abraham Maslow, Rollo May, Fritz

Perls e outros. Rejeitando as premissas básicas das teorias psicodinâmicas e

comportamentalista, os humanistas assumem uma abordagem fenomenológica que

enfatiza a percepção individual e a experiência. Tende a ver as pessoas como

ativas, pensadoras, criativas e orientadas para o crescimento. Consideram que as

pessoas são basicamente bem intencionadas e que naturalmente lutam pelo

crescimento, amor, criatividade e auto-atualização. Em vez de se centrar na

influência do passado, os humanistas focam-se no "aqui e agora" ou presente.

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Exemplos de Conceitos e Técnicas Humanistas

Empatia - capacidade de ver o mundo a partir da perspectiva da outra

pessoa. Transmite a sensação de ser ouvido e compreendido.

Aceitação incondicional- aceitar totalmente os sentimentos e pensamentos

do cliente.

Auto-atualização - As pessoas tendem a procurar o crescimento e a atingir o

seu máximo potencial.

Congruência- O terapeuta manifesta sentimentos autênticos durante a

consulta. É uma harmonia entre os sentimentos e as ações.

A terapia centrada no cliente é a perspectiva de Carl Rogers e é um dos

exemplos mais clássicos da abordagem humanista. Usa técnicas não diretivas

(indutoras) como a escuta ativa, empatia, congruência e aceitação incondicional. A

empatia sincera é necessária para as pessoas se sentirem aceitas e compreendidas

e para permitir o crescimento.

Abordagem Comportamentalista

O expoente moderno mais importante do behaviorismo foi Skinner (1904-

1990), que considerava que o único objeto da psicologia era o comportamento

manifesto (observável).

Nesta abordagem, pretende-se manipular e controlar o comportamento

através do reforço (quando as pessoas têm o comportamento desejado,

aumentando a hipótese da sua ocorrência) e através de castigos (quando as

pessoas se comportam de maneira indesejável).

Page 37: Curso Básico de Psicologia Clínica

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A aprendizagem pode fazer-se por condicionamento clássico, em um

estímulo, até aí neutro, é associado com dado motivacionalmente significativo e

surge uma resposta.

Ex: Condicionamento Clássico de Pavlov:

Pavlov reparou que os cães salivavam muitas vezes sem razão fisiológica

aparente, para que tal acontecesse. O cão aprende uma associação entre o

alimento e um sinal casual que precedia o alimento. Pavlov verificou que ao tocar a

campainha antes de dar comida ao cão, este começava a salivar quando ouvia a

campainha, após alguns ensaios de associação entre campainha e comida- o que

originava o reflexo condicionado.

Uma campainha começava a tocar e passado algum tempo, com a

campainha ainda a tocar, era fornecido ao animal comida. A seqüência campainha -

comida foi repetida uma série de vezes. Aos poucos, a quantidade de saliva

produzida começou a aumentar logo após a campainha tocar. O cão salivava ao

ouvir a campainha, o que não sucedia no início da experiência.

A associação repetida entre o som da campainha (estímulo neutro) e a carne

transformaram o estímulo inicialmente neutro (campainha) num estímulo

condicionado que agora provocava a salivação sob a forma de um reflexo

condicionado.

No condicionamento operante, há um aumento da probabilidade de

resposta num determinado meio ambiente devido ao reforço da resposta.

Ex: rato que carrega numa alavanca para obter uma recompensa de comida.

Vários autores duvidaram da capacidade deste "behaviorismo radical" para

explicar a complexidade do comportamento humano. As grandes diferenças de

personalidade indicam que não é só importante o que as pessoas fazem, mas

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200

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também o que pensam e esperam (expectativas). Isto levou a uma evolução do

comportamentalismo, aceitando conceitos como expectativa e crença.

Estes são os teóricos da aprendizagem social, como Albert Bandura e

Walter Mischel. Defendem que muitas das diferenças individuais entre os indivíduos

são basicamente cognitivas: são os modos diferentes de interpretar o mundo, de

pensar e agir sobre ele. Assim, os comportamentos podem ser aprendidos e

desenvolvidos pela observação do comportamento dos outros, em vez de ter de

realizar esse comportamento ou ser reforçado para um determinado comportamento.

Esta abordagem também valoriza o papel das expectativas no

desenvolvimento do comportamento. Por exemplo, alguém pode dedicar muito

tempo e dinheiro para obter uma licenciatura, porque espera que essa qualificação

vá originar uma carreira e vida satisfatória.

Abordagem Psicodinâmica

Foi fundada com o trabalho de Sigmund Freud. Muitos neofreudianos e

outros revisionistas fizeram uma grande adaptação, desenvolvimento e mudança na

abordagem básica de Freud. Esta abordagem ainda mantém certas concepções

sobre o comportamento humano e problemas psicológicos.

Defende que o comportamento humano é influenciado por desejos

intrapsíquicos, motivações, conflitos e impulsos. Os mecanismos de defesa do ego

(adaptativos ou não) são utilizados para lidar com conflitos, desejos, necessidades e

fantasias não resolvidas, que contribuem para o comportamento normal ou anormal.

As experiências precoces na infância desempenham um papel fundamental

no desenvolvimento psicológico e no comportamento adulto. A compreensão destas

influências inconscientes e a sua discussão e integração nas experiências

Page 39: Curso Básico de Psicologia Clínica

201

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quotidianas ajudam a melhorar o funcionamento psicológico. A relação de

transferência que se desenvolve entre o cliente e o terapeuta também ajuda a

melhorar o funcionamento psicológico.

Freud desenvolveu uma compreensão do comportamento humano baseado

em três estruturas mentais, que normalmente estão em conflito:

- o Id, inato, funciona segundo o princípio do prazer e representa todos os

desejos e necessidades mais primitivas. O Id não conhece juízos de valor, moral, ou

o bem ou o mal. O Id procura a satisfação imediata sem considerar as circunstâncias

da vida real. A nossa energia psíquica básica (libido) está contida no Id e exprime-se

através da redução da tensão. Contudo, para a satisfação das necessidades é

preciso interagir com o mundo real. O ego, que é mediador entre o id e o mundo

exterior, ajuda nesta interação.

- O ego, que funciona segundo o princípio da realidade, mantém em

suspenso as exigências para o prazer que provêm do id, até que se encontre um

objeto apropriado para satisfazer a necessidade e reduzir a tensão. Desenvolve-se

cerca do primeiro ano de idade e representa os aspectos racionais e razoáveis da

nossa personalidade, ajudando-nos a adaptar a um mundo desafiante.

- O superego, que se desenvolve cerca dos cinco anos de idade, quando

são assimiladas as regras de comportamento ensinadas pelos pais, através de um

sistema de recompensas e castigos. Representa a internalização de normas e

regras sociais, culturais e familiares. O superego inclui o ego ideal (a imagem

perfeita do que somos e do que podemos ser) e a nossa consciência (as regras de

bons e maus pensamentos e comportamento).

Irá haver um conflito inevitável entre id, ego e superego para lidar com a

ansiedade e desconforto e a necessidade de utilizar mecanismos de defesa do ego.

O ego está numa posição difícil, pois têm de lidar com forças opostas. Os

mecanismos de defesa são estratégias desenvolvidas pelo ego para proteger o

indivíduo destes conflitos internos e em geral, inconscientes.

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202

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Eles ajudam a lidar adaptativamente ou não, com a inevitável ansiedade de

ser humano. Há uma variedade de mecanismos de defesa, como a repressão

(manter pensamentos, desejos, sentimentos e conflitos desagradáveis fora da

consciência). Negação (negar que existem pensamentos ou sentimentos

problemáticos), sublimação (substituição de uma meta que não pode ser satisfeita

por outra socialmente aceitável), projeção ( a origem da ansiedade é atribuída à

outra pessoa).

Freud também definiu vários estágios psicossexuais do desenvolvimento

da personalidade. No decorrer destes estágios, as crianças são auto-eróticas ao

obter prazer erótico quando estimulam as zonas erógenas do corpo. Cada estágio

tende a estar localizado numa determinada zona erógena. Estes incluem as fases:

oral, anal, fálica, latente e genital.

- O Estágio oral vai desde o nascimento até ao segundo ano de vida. A

estimulação da boca (sugar, morder, etc.) é a fonte de satisfação erótica.

- No estágio anal, a satisfação vai da boca para o ânus e as crianças têm

prazer na zona anal. Nesta fase treinam a higiene pessoal e as crianças podem reter

ou expelir fezes.

- No estágio fálico, por volta do quarto ano de idade, a satisfação erótica

passa para zona genital, havendo manipulação e exibição dos órgãos genitais.

Neste estágio há o desenvolvimento do Complexo de Édipo, em que o rapaz

desenvolve um desejo incestuoso e de morte, desejando unir-se à mãe e eliminar o

pai. Os medos de retaliação e de castração resultam na repressão destes impulsos e

na identificação com o pai.

O objetivo desta abordagem é o insight-compreensão de fatores

inconscientes que levam a comportamentos e sentimentos problemáticos, através de

uma análise aprofundada e cuidadosa do papel de desejos, impulsos e conflitos

inconscientes na vida diária.

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Técnicas como a associação livre (dizer tudo o que nos passa pela cabeça),

a análise dos sonhos e a interpretação são usadas para compreender e tratar vários

problemas.

3. EQUIPE MULTIPROFISSIONAL

http://www.qualitare.com.br/imagens/equipe.jpg

O trabalho em equipe multidisciplinar consiste numa forma especial de

organização, que visa, principalmente, a ajuda mútua entre profissionais de uma

mesma área, no caso da Psicologia, a área de saúde. O trabalho em Equipe deve

ser descrito como um conjunto ou grupo de pessoas que se dedicam a realizar uma

tarefa ou um determinado trabalho, visando um objetivo comum, neste caso é a

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pessoa atendida. A grande maioria dos transtornos psicológicos requer o auxílio de

um médico psiquiatra, um neurologista, um nutricionista, assistente social,

fonoaudiólogo ou profissional de Educação Física.

Percebe-se, neste caso, que um bom profissional jamais deve ficar restrito à

sua área de atuação, mas estudar sobre tudo aquilo que poderá beneficiar o

paciente. Muitas vezes, por exemplo, a ajuda de um profissional do Direito é

imprescindível. São muitas as crianças abusadas sexualmente que chegam ao

consultório de Psicologia; também são bastante comuns casos de mulheres

violentadas e espancadas por seus companheiros.

Valorizando cada indivíduo e permitindo que todos façam parte de uma

mesma ação, seja no campo escolar, profissional ou, até mesmo, em atividades

cotidianas. O Trabalho em Equipe, além de possibilitar a troca de conhecimento é

determinante nas relações humanas, pois motiva o grupo a buscar de forma coesa

os objetivos traçados. Os estudos de caso devem fazer parte da rotina de

consultórios e policlínicas de Saúde.

Também uma boa supervisão e psicoterapia pessoal são suportes valiosos

na rotina de um bom profissional de Psicologia. É preciso ficar claro que não há

profissão melhor ou pior que a outra. O que deve existir é a consciência de que, em

se tratando de seres humanos, nenhum tipo de conhecimento é demais. Todo

conhecimento é válido e jamais se conhece sobre tudo. O trabalho em equipe é

necessário e fundamental.

Na visão do psicólogo Abraham Maslow (1908-1970), considerado por

muitos como o profissional que deu início à Psicologia Transpessoal (área da

psicologia que estuda a consciência nos seus diferentes níveis e a sua relação com

os aspectos evolutivos do ser). O trabalho em equipe possibilita dar e receber, por

parte de cada um de seus membros, afeição, aceitação e sentimento de importância.

Page 43: Curso Básico de Psicologia Clínica

205

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Para Maslow, "isto faz com que o indivíduo cresça, tornando o trabalho

determinante, pois o objetivo a ser alcançado depende, exclusivamente, da

satisfação psicológica do indivíduo bem como das relações humanas".

A necessidade de desenvolvimento do trabalho em equipe passa por

diversos fatores de importância para a evolução profissional, como a definição de

prioridades, o ajuste de metas, otimismo e o “estar aberto” a mudanças. Todas estas

qualidades, quando são acrescidas ao ser individual (si próprio), pode significar o

sucesso nas relações pessoais, o que forma um círculo virtuoso, propiciando assim

as tarefas conjuntas.

É importante perceber que, quando se fala em trabalhar em equipe, fala-se

em maior volume de atividades, mais e maior responsabilidade, comprometimento,

flexibilidade, colaboração e esforço pessoal, detalhes que acabam sendo

descobertos a cada novo dia de trabalho. Entretanto, como benefício, um grupo

coeso aflora muitas características até então passadas desapercebidas no

individual, como a criatividade, a participação, visão de futuro, questionamento de

posições e colocações e senso crítico.

Segundo a Psicóloga Solange B. R. Cremasco, a motivação é um fator

substancial que deve estar ligado ao trabalho em equipe. De acordo com ela, esse

atributo individual do ser humano representa o comprometimento e a "chave para o

sucesso que está ao alcance de todos". "Quanto maior for o grau de

responsabilidade, quanto maior for o universo de aprendizado e as perspectivas de

evolução, muito mais eles (os profissionais) se envolvem com as atividades que lhes

são atribuídas e, conseqüentemente, a motivação sempre se encontrará no topo",

conclui.

Trabalhar em equipe significa compartilhar uma direção comum. Além disso,

atividades desenvolvidas em conjunto encorajam o grupo, o que aumenta o

desempenho na hora de realizar atividades, transmitindo autoconfiança, habilidade e

união, características primordiais para o sucesso. Isso também vale para os

profissionais de saúde, incluindo aí os profissionais de Psicologia.

Page 44: Curso Básico de Psicologia Clínica

206

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4. PRESENTE E FUTURO DA PSICOLOGIA CLÍNICA

http://www.psiquiatriageral.com.br/terapia/imagens/indice_terapiaOcupacional.jpg

A psicoterapia é um valioso recurso para lidar com as dificuldades da

existência em todas as formas que o sofrimento humano pode assumir como

transtornos psicopatológicos, crises pessoais, crises de relacionamentos, conflitos

conjugais e familiares, distúrbios psicossomáticos, dificuldades nas transições da

vida, crises profissionais, etc.

A psicoterapia é também um espaço favorável ao crescimento pessoal, um

lugar, tempo, modo privilegiado de criar intimidade consigo mesmo, de estabelecer

diálogos construtivos, abrir novos canais de comunicação, de transformar padrões

estereotipados de funcionamento, restabelecendo o processo formativo e criativo de

cada um.

Page 45: Curso Básico de Psicologia Clínica

207

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A Psicoterapia oferece uma oportunidade de compreender e mudar os

padrões de vínculo e relação interpessoal. Os problemas vinculares são fonte de

incontáveis sofrimentos e doenças.

A psicoterapia ocupa hoje um lugar fundamental na área da saúde, por

trazer uma visão integrada do homem, considerando as dimensões orgânicas,

psíquicas e sociais conjuntamente participantes na produção da existência humana

e de seus problemas.

Em alguns casos, a Psicoterapia cumpre também uma função de educação

para a vida. Esta é uma área pouco considerada em nossa cultura, porém evidente

quando as pessoas se vêem inaptas para lidar com situações como crises conjugais,

desemprego ou envelhecimento, por exemplo.

A psicoterapia é um espaço especial de atenção às dificuldades da vida e

aos caminhos internos para solucioná-los. Seus resultados demonstram uma grande

potência de transformação de vidas. Todos os últimos avanços na área da

Psicologia e Psicoterapia têm permitido alcançar resultados cada vez maiores e mais

significativos.

OS PRAZOS VARIAM COM OS OBJETIVOS

http://wagbarart.files.wordpress.com/2007/02/59.jpg

Page 46: Curso Básico de Psicologia Clínica

208

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No geral, os prazos de tratamento são relativos aos objetivos almejados. Há

vários desenvolvimentos recentes em psicoterapias breves, que são focadas em

objetivos mais específicos.

Atualmente é possível atingir resultados significativos em períodos de 3

meses a 12 meses e há muitos processos terapêuticos profundos que se encerram

satisfatoriamente em prazos inferiores há 3 anos. Muitas pessoas obtêm resultados

significativos no início do tratamento, compensando os investimentos realizados.

Há casos que demandam um trabalho terapêutico mais demorado,

geralmente com problemática psicopatológica mais severa, envolvendo traumas

precoces, desorganização psicológica, problemas vinculares sérios, etc. Estes

trabalhos podem demandar anos de trabalho árduo, compensados por ajudas

significativas que o trabalho psicológico pode trazer.

Algumas pessoas encontram na terapia um lugar fundamental de

acompanhamento de seu processo de vida, onde são trabalhadas transformações

mais profundas ao longo de vários anos. São situações em que o processo

terapêutico não tem um prazo definido e segue em comum acordo entre o

psicoterapeuta e o cliente.

Apesar de poder parecer, à primeira vista, um tratamento oneroso em

termos de tempo e dinheiro, a psicoterapia tem se mostrado, na realidade, um modo

econômico de tratamento. Pesquisas indicam, por exemplo, que a psicoterapia

diminui os índices de consumo de medicamentos e de internações hospitalares. A

psicoterapia tem se mostrado também um tratamento economicamente

compensador por prevenir e tratar problemas psicológicos que, quando não tratados

adequadamente, trazem enormes prejuízos econômicos para as pessoas e para o

país.

Page 47: Curso Básico de Psicologia Clínica

209

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AS VÁRIAS APLICAÇÕES DA PSICOTERAPIA

http://casadooriente.blogs.sapo.pt/arquivo/Terapia.jpg

Vários estados de sofrimento, crises, transtornos e doenças têm encontrado

uma solução e melhora apenas com o auxílio da psicoterapia.

Não é possível hoje se falar em doenças sem uma consideração pela

dimensão psicológica e emocional. Cada vez está mais evidente a natureza

psicossomática de todas as experiências humanas. A saúde psicológica é pré-

condição e parte integrante da saúde global.

Cada ser psicossomático vive uma história de interações, encontros e

acontecimentos em que as doenças (orgânicas ou mentais) resultam também dos

desequilíbrios existenciais e de soluções inadequadas de vida.

A psicoterapia é um processo que permite transformações profundas da

personalidade, com resultados evidentes em diversas situações como:

Page 48: Curso Básico de Psicologia Clínica

210

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Tratamento de vários transtornos como pânico, fobias, depressão,

anorexia, bulimia, frigidez, impotência, etc.

Resolução de conflitos pessoais, interpessoais, conjugais, familiares,

profissionais etc.

Crises existenciais, transições difíceis (luto, crises profissionais, etc.) e

mudanças de fases de vida (puberdade, adolescência, vida adulta, menopausa,

envelhecimento, etc.)

Aprendizado do autogerenciamento da capacidade de lidar com o

estresse, dialogando com os estados afetivos internos e os efeitos dos desafios e

problemas da vida.

Descoberta de novos modos de conduzir a própria vida.

Aquisição de autoconhecimento, autonomia e amadurecimento

pessoal.

OS TIPOS DE PSICOTERAPIA

http://www.itapetininga.sp.gov.br/img/noticias/terapia.jpg

Page 49: Curso Básico de Psicologia Clínica

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Há alguns tipos de psicoterapia, conforme as necessidades e a configuração

dos problemas.

Os principais tipos são:

Psicoterapia Individual para crianças, adolescentes, adultos e idosos.

Psicoterapia de Grupo

Psicoterapia de Casal

Psicoterapia de Família

Atendimento Emergencial

O PROCESSO TERAPÊUTICO MAIS PROFUNDO

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Page 50: Curso Básico de Psicologia Clínica

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O processo terapêutico é como atravessar um túnel. Neste túnel você vai

rever muitas cenas da história da sua vida de um ângulo completamente novo,

fazendo conexões inusitadas entre os eventos e percebendo a potência do passado

para moldar quem você é hoje.

Na travessia deste túnel você vai aprender a reconhecer os seus padrões de

comportamento, que levam você a se comportar de modo parecido em situações

diferentes, inclusive repetindo os mesmos erros.

Você vai aprender a reconhecer o "como," do seu comportamento, como

você age, como se relaciona, como pensa, sente e vai aprender caminhos para

poder influenciar e transformar estes padrões.

Esta é uma travessia acompanhada de alguém que pode ajudar você a se

compreender. Alguém que pode te ajudar a transformar o seu jeito de ser, a mudar e

a se conhecer profundamente. Esta travessia pode mudar completamente a sua

vida.

O VÍNCULO NA PSICOTERAPIA

http://www.centrinho.usp.br

Page 51: Curso Básico de Psicologia Clínica

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A base de uma boa terapia está na relação terapêutica. A boa terapia se

desenrola num enquadre clínico (ambiente pré-definido) com um clima terapêutico

favorável. Aí está um dos segredos desta arte: criar um ambiente que permita a

revelação dos mundos internos e favoreça o desenvolvimento do processo singular

de cada um. Neste clima é possível que o ser mais oculto e amedrontado se mostre,

seja ouvido, transforme-se, que o processo formativo possa prosseguir formando

vida.

O ser humano nasce, cresce e vive em ambientes vinculares. Destes

ambientes emocionais depende seu bem-estar e suas realizações na vida. Os

problemas vinculares - da primeira infância à terceira idade - afetam profundamente

a capacidade que as pessoas têm de amar, trabalhar e viver. A psicoterapia é um

espaço para se esclarecer e transformar estas dificuldades vinculares. E este

processo ocorre através de uma relação saudável com um profissional eticamente

comprometido e tecnicamente qualificado.

POR QUE A PSICOTERAPIA FUNCIONA?

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Page 52: Curso Básico de Psicologia Clínica

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É comum a desconfiança nos processos terapêuticos. Pela própria história

da Ciência, exigindo uma quantificação, para que se legitime, fica mais difícil

acreditar em um saber profissional que lide com a subjetividade. No entanto, as

pesquisas, de caráter científico ou não, têm demonstrado uma grande eficácia da

psicoterapia. Mesmo as recentes tecnologias de mapeamento cerebral têm permitido

demonstrar como o tratamento psicológico age, transformando o funcionamento

cerebral. A eficácia que vinha se demonstrando há muitos anos têm sido

corroborados recentemente pelos novos conhecimentos das neurociências.

Pela complexidade do tema existem centenas de livros e pesquisas

explorando e explicando porque a psicoterapia funciona. Mesmo assim, como

simples exercício de compreensão, vamos listar alguns motivos para explicar a

efetividade da psicoterapia, dos mais simples aos mais complexos.

No início da lista, como num continuum, temos aqueles motivos que são

comuns a outras relações de ajuda, mesmo não profissionais, como uma conversa

íntima com um amigo, uma conversa sobre um problema pessoal com um professor,

um médico, etc. Avançando na lista vamos chegando aos motivos que são mais

comuns na psicoterapia até aqueles que são exclusivos da psicoterapia - possíveis

pelo cuidadoso treinamento teórico e técnico adquirido pelo psicólogo em sua

trajetória de formação profissional. Eis o continuum com alguns motivos pelos quais

a psicoterapia funciona:

1 É fundamental ter alguém em quem confiar e com quem se possa dividir o

peso do problema que se vivencia. Compartilhar auxilia sobremaneira a aliviar a

carga emocional e conseqüentemente se sofre menos. Além disso, terá ao lado um

profissional capaz de escutar e de guardar sigilo, além de não alimentar

preconceitos e cobranças muitas vezes moralistas;

2 Provavelmente formarão um vínculo afetivo e o próprio vínculo tem um

poder de cura. É mais fácil superar muitas dores através de uma relação autêntica

de respeito mútuo do que sozinho. A relação terapêutica é uma relação de ajuda, de

compreensão e apoio.

Page 53: Curso Básico de Psicologia Clínica

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3 A psicoterapia é um ponto obrigatório para se parar e pensar na própria

vida. Ao parar para um momento de reflexão, são revistos valores e projetos futuros.

Parar, observar e refletir permite muitas mudanças de orientação, sentido, rumo e

aprofundamento da experiência de vida. A vida não consiste apenas em produzir,

mas em ser feliz. Este deve ser o verdadeiro sentido da vida.

4 O psicólogo clínico (psicoterapeuta) é outro, com o olhar e a perspectiva

de um outro, o que lhe ajudará ver a sua vida de um modo diferente, lhe fazer

perguntas diferentes, ajudá-lo a perceber as coisas de um ângulo que você não

tinha visto antes e nem suspeitava ser possível.

5 O psicoterapeuta conhece teorias psicológicas que ajudam na

compreensão do que ocorre com o ser humano, auxiliam na identificação do que

pode estar errado em sua vida, a direção na qual você está seguindo e as mudanças

de rumo necessárias. A partir de seu conhecimento o psicólogo pode apontar - O

que olhar? Como olhar? O que fazer com o que se descobre? Para que estas

descobertas possam ser construtivas em sua vida.

6 O psicoterapeuta conhece métodos de investigação que tornam possível

descobrir aspectos da sua personalidade que seriam inacessíveis a uma observação

não treinada. Há um amplo repertório de técnicas de investigação da personalidade

que permitem esclarecer problemas de modo extremamente eficaz.

7 O psicoterapeuta domina técnicas terapêuticas que permitem realizar

mudanças profundas na existência.

8 O psicoterapeuta está preparado para compreender você a partir do

vínculo que você estabelece com ele, das respostas emocionais que você suscita

nele. Em seu treinamento ele afinou a si mesmo como instrumento de trabalho para

reconhecer pequenas nuances do que você mostra na relação com ele (e

conseqüentemente com os outros) e assim poder compreender seus modos de

vinculação e suas dificuldades em relacionamentos.

Page 54: Curso Básico de Psicologia Clínica

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9 O psicoterapeuta é capaz de oferecer uma presença autêntica no vínculo

com você. Esta relação funciona como catalisador de processos de mudança

necessários em sua vida, incluindo a superação dos efeitos de traumas de

relacionamentos anteriores.

10 O psicoterapeuta passou por todos estes passos anteriores, tendo estado

em todos os papéis, como cliente, como profissional e como observador. O que o

habilita a "sentir-se em casa" em situações difíceis e poder caminhar por terrenos

inóspitos, cheios de sofrimento e problemas emocionais e saber o melhor caminho a

seguir.

Certamente esta lista poderia ser estendida, mas o que se pretende é

apenas oferecer uma idéia do trabalho da Psicologia Clínica numa linguagem

diferente daquela do universo teórico, técnico e científico habitual na Psicologia.

Page 55: Curso Básico de Psicologia Clínica

217

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

http://stelladauer.files.wordpress.com/2006/11/virgem.jpg

Quero parabenizá-lo por ter chegado até aqui, ao final do curso. Você

conheceu as linhas básicas da Psicologia científica e de como ela funciona, de

forma mais específica sobre a Psicologia Clínica.

Em muitos momentos, o trabalho deste profissional em muito se assemelha

ao trabalho do psiquiatra e atualmente do filósofo clínico e não raro o psicólogo é

convidado a integrar uma equipe. Com competência, atualização constante, uma

paixão incomensurável pelo ser humano, capacidade mais para calar, do que para

falar. Para observar, analisar, interpretar e muita humildade são pré-requisitos para

quem quer atuar nesta área.

Page 56: Curso Básico de Psicologia Clínica

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Necessita-se de muita disposição para trabalhar, sem horários fixos e

disposição para dedicar-se, horas a fio, a analisar casos, avaliar testes, redefinir

linhas de ação... Por fim, para quem se apaixonou pelo que leu. Aconselho que

procure uma boa faculdade de Psicologia, que disponibilize do Curso de Formação

(Única modalidade que dá direito a clinicar) e faça a graduação, ponto de partida da

carreira profissional.

Lembre-se: O psicólogo está em constante formação e deve se comportar

como estudante sempre, jamais como dono de um saber acabado, pronto. De

certeza, apenas uma: A Psicologia é a profissão mais complexa, mais difícil e mais

fascinante que existe! Ame-a ou deixe-a! Sucesso a todos!

Page 57: Curso Básico de Psicologia Clínica

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GLOSSÁRIO

ANAMNESE: do Gr. anámnesis, lembranças. f., Ret., Recordação do que

se finge esquecido; reminiscência; recordação. Na área de saúde, trata-se de um

levantamento do histórico do paciente, direcionado e de acordo com os objetivos

traçados pelo profissional. Faz parte do levantamento diagnóstico.

CONTRATRANSFERÊNCIA: Reações inconscientes e não racionais do

psicoterapeuta, em relação às atuações transferenciais do paciente.

NOSOGRAFIA: do Gr. nósos, moléstia + graph, r. de gráphein, descrever. s.

f., descrição ou classificação metódica das doenças, segundo as suas

características.

OBJETAL: Referente a “objeto”, alvo de vínculo afetivo.

PSICODIAGNÓSTICO: Fase anterior à psicoterapia, propriamente dita, na

qual são investigadas as queixas do paciente, analisando-as a fundo, ao tempo em

que se verifica se há algum tipo de transtorno mental ou psicológico. Corresponde às

dez primeiras sessões, em média, a depender dos objetivos do caso.

ROLLYPLAYS: Refere-se ao momento sensível ou tempo sensível.

SETTING: Diz-se do momento da sessão e dos papéis ali representados.

Refere-se ao momento atemporal e não ao tempo cronometrado. Para tempo de

relógio (De 45min à 1h), local, forma, pagamento, contrato de acompanhamento

psicológico, denomina-se “enquadre”. São os acordos feitos normalmente na

primeira consulta.

TESTAGEM: Termo utilizado em qualquer tipo de pesquisa de saúde que

envolva experimentos com grupos-teste e grupo-controle.

TRANSFERÊNCIA: Atuações inconscientes durante a sessão psicológica. É

quando ele “representa um papel”.

-----------FIM DO MÓDULO IV-----------

Page 58: Curso Básico de Psicologia Clínica

220

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-----------FIM DO CURSO!-----------