cultura na rede
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O projeto “Cultura na rede”. Trata-se de um ambiente virtual, disponibilizado no site da Secretaria de Estado da Educação, voltado para os Núcleos de Tecnologias Educacionais e as Unidades Escolares do Estado de Santa Catarina. Dessa forma, os NTEs utilizam esse canal para divulgar e socializar as ações que fazem uso das tecnologias aplicadas à Educação.TRANSCRIPT
Um dos aspectos mais importantes
para a formação de professores no
curso de Licenciatura em Geogra-
fia à distância, é a construção do
conceito de rede de informação,
elemento fundamental para a soci-
edade informacional. A rede vem
sendo utilizada por grupos que não
conseguem espaço nos veículos
de transmissão de informação
institucionais, e até agora vem
servindo com eficiência na divulga-
ção de idéias, como instrumento
de denúncias e como agregador de
pessoas interessadas em contribuir
com determinados assuntos. Foi
divulgado no Fórum Social Mundial
que aconteceu em Belém, um ins-
trumento bem interessante de in-
formação e controle da realidade
dos municípios brasileiros. É o
Portal ODM, Acompanhamento
Municipal dos Objetivos do Milênio,
que apresenta informações deta
lhadas sobre indicadores do muni-
cípio em relação aos objetivos
(saúde, educação, meio-ambiente,
redução da mortalidade infan-
til,igualdade entre os sexos e valo-
rização da mulher etc), no formato
de relatórios dinâmicos. São dados
de diversos órgãos governamen-
tais (MEC, Ministério da Saúde,
Ministério do Trabalho e do Em-
prego, Atlas do Desenvolvimento
Humano), só que organizados de
forma clara e com foco nos indica-
dores de desenvolvimento huma-
no. Sem dúvida, uma ferramenta
poderosa não apenas para os pro-
fessores de Geografia que podem
acessar dados sobre o seu muni-
cípio, mas para qualquer cidadão
que queira exercer sua cidadania
no sentido pleno da palavra.
ANA BEATRIZ GOMES Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual da Paraíba e Coordenado-ra Pedagógica dos Cursos a Distância desenvol-vidos na UEPB. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação, na Linha Estudos Culturais da Educação na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Criação: Luiz Napoleão Vieira Revisão: Carlos Holb ein
CCoonnff ii rraa nneessttee IInnffoorrmmaatt iivvoo!!
� Fórum social e a
formação de redes
� Reforma Ortográfica
fazer o que?
� O uso solidário das
tecnologias no espa-ço escolar
� � Educação, Tecnolo-
gia e Sucata
� Tecnologias e M í-
dias: Refletindo a
ação docente e a
prática pedagógica
GGeerrêênncciiaa ddee TTeeccnnoollooggiiaass EEdduuccaacciioonnaaiiss ee IInnffrraa--eessttrruuttuurraa
Fórum social e a formação de redes
Março/2009 Nº 013
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Não você não está lendo errado,
agora ideia é sem acento. Entre
outras mudanças, muitas outras.
Um acordo ortográfico da Língua
portuguesa foi assinado em 29 de
setembro do ano passado pelo
presidente Lula, onde se estabele-
ce uma reforma ortográfica com o
objetivo de unificar a escrita na
Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), formados por
Brasil, Portugal, Angola, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Moçambi-
que, Timor Leste e São Tomé e
Príncipe. Desde 01 de janeiro de
2009 estão valendo (na teoria), as
novas regras ortográficas nos paí-
ses aderentes, inclusive no Brasil.
O tema virou assunto de destaque
entre os brasileiros e certa tensão
se estabeleceu a respeito, porque,
após anunciada a mudança pouco
foi dita sobre sua validação oficial.
Todos acharam que a aderência à
nova ortografia, deveria ser imedia-
ta. Mas o fato já foi esclarecido,
para alívio de jornalistas, concur-
seiros, blogueiros (e incluo-me nas
três categorias citadas) ou para
todos aqueles que fazem uso diá-
rio da escrita. A boa notícia é que
foi estabelecido um período de
transição, até 31 de dezembro de
2012, nesses 4 anos as duas for-
mas - a anterior e a nova - serão
consideradas válidas e aceitas em
concursos e vestibulares.A partir
de janeiro de 2013, serão corretas
apenas as novas grafias.
Oficialmente as bancas organiza-
doras de concursos, por exemplo,
serão devidamente orientadas para
aceitar as duas formas de escrita
nesse período de transição. Eu
particularmente posso dizer alivia-
da, ufa! Regra velha, regra nova
por mais que eu goste de brincar
com as palavras, convenhamos? A
língua portuguesa sempre foi muito
complicada. E não irá deixar de ser
agora.
Analisando um pouco as novas
mudanças, o que mais me pareceu
loucura, foi a questão: do hífen,
então aquilo que nunca foi fácil, se
tornou ainda mais complexo. Pelo
pouco que percebi nessa alteração
toda, o hífen é o calcanhar de
Aquiles do novo acordo, principal-
mente porque a reforma apresenta
indefinições, imprecisões e lacu-
nas. Há casos em que o hífen
permanece como era antes, há
casos em que desaparece e há
outros em que passa a existir, on-
de não aparecia. Que loucura! (Rs)
Pois bem agora como dica, a todos
que se valem da escrita, atenção
redobrada! E peço desculpas aqui
aos meus leitores, por possíveis
confusões na minha redação.
Uma matéria publicada hoje na
folha de São Paulo, sobre o tema,
um título me chamou a atenção –
“Nova regra de ortografia confunde
até dicionário”- por ai, podemos
deduzir o quanto essa brincadeira
ainda dará trabalho. Mas vamos
fazer nossa parte, vamos consultar
manuais de redação e dicionários,
que estão sendo lançados com as
novas alterações e apostar tam-
bém - sempre na boa leitura - para
aprender as novas regras, pois a
ortografia é principalmente uma
questão de registro da imagem
/forma das palavras.
Enquanto isso... por aqui tenho até
dezembro de 2012 (rs) para decidir
se retiro, já ou não, o acento do
Universo de Idéias... (agora idéia é
sem acento).
A diferença? Na minha opinião
nenhuma, diria até que uma tre-
menda falta do que fazer, mas
fazer o que?
Fonte: Daniela Valadares Figueiró
Jornalista
http://danielafigueiroevariasideias.blogspot.com/
Nova regra ortográfica: Você gostou da ideia?
Cultura na rede Página 3 Página 3
Foto disponibilizado no Blog: NTE Cachoeira do Sul Diferentes concepções historicamente
consolidadas permeiam a compreen-
são da função do espaço escolar. Há
quem o conceba como espaço de
operacionalização mecânica metodo-
logias e estratégias de ensino que
visam à assimilação de saberes histo-
ricamente elaborados e sistematiza-
dos. Entretanto esta concepção tem
abarcado um número cada vez mais
reduzido de adeptos. Há uma forte
tendência em compreender o espaço
escolar como locus de redenção de
seres humanos, pela consolidação de
práticas solidárias que busquem de-
mocratizar o acesso ao saber e à sua
elaboração.
Para tal há diferentes formas de estru-
turar o espaço escolar, através de
materiais, equipamentos estratégias de
ação pedagógica. Neste contexto, tem
se revelado significativa, a inserção
das tecnologias como mecanismos de
disseminação de saberes. Este papel,
sem dúvida, é desempenhado com
grande propriedade, porém é necessá-
rio que se estabeleçam políticas que
universalizem o seu acesso e métodos
que promovam a qualificação da rela-
ção entre os seres humanos e o co-
nhecimento.
Esta postura impõe aos educadores e
educadoras uma conduta flexível fren-
te a inovação introduzida pelas tecno-
logias no contexto escolar. Isto não é
adquirido por capacitações, mas pela
inserção de valores humanos a aplica-
ção de tecnologias à prática pedagógi-
ca. Um passo importante a dar nesta
direção é universalizar o acesso às
tecnologias com o devido auxilio e
comprometimento de educadores e
educadoras. Se este acesso ocorrer de
forma restrita servirá para ampliar
ainda mais a legião de excluídos do
processo de redenção cidadã.
Pode-se dizer que o acesso ao digital
e ao virtual se constitui num direito
humano, daí o caráter humanista a ser
assumido pela educação voltada a
inserção das tecnologias no processo
de formação de educandos e educan-
das. Assim em nível fundamental é
médio a educação necessita oferecer
universalmente a possibilidade de
interação entre o virtual e o presencial
de forma equilibrada. Este equilíbrio se
percebe através de uma atitude sensí-
vel e solidária do educador e da edu-
cadora frente a diversidade de seres
humanos que adentram ao ambiente
escolar. Surge então um novo para-
digma: a tecnologia construindo seres
humanos pela prática educativa solidá-
ria.
O uso da sensibilidade na percepção
deste novo paradigma educacional faz
a diferença em ralação educação con-
teudista constituída de currículos en-
gessados onde se privilegia a informa-
ção em detrimento da (trans)formação.
O acesso a informação é tarefa de
tecnologias, mas a sua compreensão e
otimização é função exclusiva de seres
humanos. Tecnologias estão impreg-
nadas de programas e sistemas, seres
humanos de valores, sentimentos,
desejos, necessidades e carências. Se
as tecnologias cumprirem universal-
mente a sua função haverá mais tem-
po para os seres humanos se dedica-
rem àquilo que é sua função exclusiva.
Algumas habilidades podem ser de-
senvolvidas através do treinamento
para o uso de determinada tecnologia,
porém, adequar estas habilidades à
realidade de cada aluno, à seu contex-
to e à sua historicidade é atribuição
essencialmente humana. Para tal é
necessária uma postura ética das
instituições escolares e dos educado-
res e educadoras. Ética vista como
prática radical do respeito à diversida-
de e à especificidade. Não é possível
estabelecer um ambiente solidário de
aprendizagem sem um engajamento
ético por parte dos que usam tecnolo-
gias educacionais. Do contrário a tela
do computador será tão útil quanto a
velha combinação quadro-giz, o uso de
um DVD será apenas assistir TV e
INTERNET será apenas uma enciclo-
pédia com atualização em tempo real.
Através de experiências diversas na
utilização de tecnologias no espaço
educativo foi possível perceber a com-
plexidade que envolve a questão. Há
crianças que sequer conhecem um
computador, outras o manipulam mas
desconhecem as suas potencialidades
e outros, mesmo conhecendo as po-
tencialidades apresentam dificuldades
em articulá-las ao seu contexto e a
dinâmica de sua realidade. Diante
disto se percebe que é preciso trans-
cender ao simples contato entre o ser
humano e a máquina.
Se estamos diante de um novo para
O uso solidário das tecnologias no espaço escolar
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digma, o de construir uma proposta
educativa solidário através das tecno-
logias, então é preciso qualificar o
encontro do ser humano com esta
nova possibilidade. Esta qualificação
pressupõe um comprometimento sín-
crono entre o que se apresenta ao
educando e à educanda e àquilo que é
fundamental para sua vida. Em última
instância é preciso fazer com cada ser
humano perceba a possibilidade de
construir sua própria história e seus
próprios saberes.
A educação não pode funcionar ape-
nas como uma mera prestação de
serviços munida de tecnologias que
apressam o processo. É umaação
libertadora que não admite a dicotomia
opressor-oprimido e que se consolida
como espaço de redenção humana. É
tecnologia é neste contexto, uma nova
possibilidade que, quando impregnada
de solidariedade e afetividade, pode
representar uma otimização de tempo.
O ato educativo não está mais alinha-
do a métodos de se ensinar geralmen-
te subsidiado pelo monólogo docente,
mas a estratégias de aprender e na
postura dialética frente a diversidade
de saberes e conceitos.
Dentre estas estratégias que fomen-
tam a dialética está o uso de tecnolo-
gias. Estas agilizam o acesso a infor-
mações e apresentam ao educando e
à educando uma grande diversidade
de formas de entendimento e opiniões
em relação a um mesmo conceito.
Noutra perspectiva é mister afirmar
que a grande variedade e volume de
informações possíveis de acessar por
meios eletrônicos pode representar um
grande perigo. Como saber se uma
determinada in
formação é confiável?
Qual a intenção de quem a produziu e
a divulgou na grande rede?
Responder a estas perguntas é um
desafio permanente, praticamente
intransponível. O educador que se
lança o novo paradigma citado haverá
de dispor da habilidade de questionar,
duvidar e criticar. Outra habilidade
significativa é a de conviver com a
incerteza e com o movimento perma-
nente do conhecimento. Estas habili-
dades, obviamente, não podem ser
exclusivas dos educadores e das edu-
cadores, mas de todos os seres hu-
manos.
A instituição escolar, promotora da
formação de seres humanos, é o es-
paço ideal e específico para que estas
habilidades sejam efetivamente de-
senvolvidas. Deve ser o espaço em
que os seres humanos ofereçam o que
tem e descubram o que precisam, para
fazer de sua vida um permanente
exercício de solidariedade. Uma edu-
cação para a solidariedade não prega
a passividade, a inércia e a submissão,
mas condutas claras, sustentadas em
argumentos e em conhecimento. Tudo
isto pode ser alcançado de forma mais
eficiente, eficaz e efetiva através da
tecnologia, de educadores e educado-
ras sensíveis a seus compromissos e
atentos a complexidade aderida à
diversidade do ambiente escolar. Es-
tamos portanto, diante de um caminho
sem volta, que nos propõe fazer do ato
educativo, um permanente exercício
de (re)humanização do homem e da
mulher tornando-os mais solidários.
NILTON BRUNOTOMELIN Graduado em Biologia e Mestre em Educação pela Fundação Universidade Regional de Blume-nau (FURB). Professor de Matemática, Ciências e Biologia na rede estadual de Santa Catarina e da UNIFEBE nos cursos de Administração, Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial e de Engenharia da Produção.
O uso solidário das tecnologias no espaço escolar
Cultura na rede Página 5 Página 5
O mote deste artigo é o famoso
jargão “Sucateamento da Edu-
cação”. Se observarem, os ter-
mos “mote” e “jargão” há muito
estão em desuso, portanto, fora
dos recursos tecnológicos lin-
güísticos atuais como “motiva-
ção”. Este funciona porque
chama atenção para necessi-
dades atuais e indicam que a
palestra vai ser de acordo com
o tempo atual.
O que me motivou (Oh o recur-
so lingüístico atual!) a escrever
este texto foi uma propaganda
sobre equipamentos de infor-
mática doados pelo Tribunal de
Justiça para escolas públicas.
Este maquinário estava “doado”
porque estava ultrapassado.
Como desfazer-se dele? Onde
armazená-lo? Qual o destino
dele, então? Doar para a Edu-
cação.
Refiro-me à Educação como “a
mediação dos seres humanos
entre si e deles com o mundo é
feita através de instrumentos
técnicos e os sistemas de sig-
nos, a linguagem” (Mirian Kato).
Educação como aprimoramento
das linguagens. Um caminho de
aprendizagem. Aprendizagem
seguida de desenvolvimento
em movimentos constantes,
sendo que a aprendizagem
qualifica o desenvolvimento.
Para promover a aprendizagem
requer qualificação de natureza
científica. Sabe-se, e quem não
sabe passa a saber, que os
mamíferos não se desenvolvem
instintivamente, mas por uma
complexa, porém compreensí-
vel, rede de ensino e aprendi-
zagem. Os mamíferos são pre-
cisos ao ensinarem seus filho-
tes a caçar, no agir em grupo,
cercar a presa e no partilhar o
alimento. Pertencentes a essa
forma de existência, estamos
nós os humanos. No entanto
temos uma diferença essencial
dos nossos irmãos mamíferos.
Nós aprendemos o errado. E
desenvolvemos técnicas preci-
sas para perpetuar o erro. Co-
mo nos diz o senso comum, um
segundo de ensinamento erra
do, leva anos para ser corrigido.
A história humana é repleta de
condutas erradas que nos a-
proximam da bestialidade e nos
distanciam de qualquer organi-
zação social deste planeta.
Nossa organização social difere
das outras porque ela é pensa-
da, baseada em ensinar e a-
prender, criando tecnologias e
modificando-se com elas. Per-
cebemos (aprendemos) que a
aprendizagem requer mais do
que a experiência do cotidiano.
Requer distanciar-se, ler outras
situações, esmiuçar a experiên-
cia afastando-se dela. Ouvir e
ouvir-se no outro. Ver e ver-se
no outro. Só quem consegue
pôr-se no lugar e estar com o
outro e não desejar-lhe o mau,
é humano. Agrupar-se e deba-
ter a experiência separado (s)
dela. Embaixo de uma árvore,
entorno de uma fogueira, abri-
gados numa caverna, numa
sala de aula. Se estas institui-
ções (escolas, universidades,
igrejas, partidos, clubes de es-
portes, tudo que reúna huma-
nos debruçando-se sobre uma
experiência) não estão mudan-
do o rumo dos educandos, não
estão proporcionando o a
Educação, Tecnologia e Sucata
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prendizado e sim “referendando
a idéia de instinto”, ou seja,
somos animais caçando (sem
ferir o papel dos animais, que
estão certos.). Para tanto, Edu-
cação é um processo de ensino
e aprendizagem. Para os mamí-
feros uma forma de perpetuar a
espécie por códigos precisos de
ação. Para nós humanos um
ato coletivo de modificar as
qualidades simbólicas de ex-
pressão, mediante os recursos
tecnológicos adequados, novos
ou velhos, de perpetuar a exis-
tência da espécie, ou de extin-
guir tudo por perpetuar a forma
errada de viver.
Num primeiro momento fiquei
lisonjeado com a iniciativa da
doação dos computadores ul-
trapassados, mas com o tempo,
as abóboras foram se acomo-
dando. Como um computador
com memória RAM 128, 20 Gb
de HD, vai beneficiar a Educa-
ção? Como os educandos vão
ter prazer em aprender com
este equipamento? Isso se
chama “nivelar por baixo”.A
idéia de inclusão digital é aces-
sar a tecnologia de ponta. As-
sim, podemos entender que ao
oferecer às escolas maquinário
inferior ao que não são compa-
tíveis com o que as redes ofe-
recem. Estamos oferecendo
tecnologia ultrapassada e uma
aprendizagem para trás. Esta-
mos oferecendo tecnologia ul-
trapassada e uma aprendiza-
gem para trás. Os ambientes
virtuais, os educacionais princi-
palmente, já trabalham com
programas de animação que
exigem mais das configurações
dos computadores. Nossa con-
dição humana nos impulsiona a
exigir mais e não menos. De
modificar-nos. Não ficando con-
tentes com nossas pernas, in-
ventamos a roda. Não ficando
contentes com o ambiente, nós
o modificamos. Somos seres de
tecnologia e nossa sobrevivên-
cia exige o aprendizado, o do-
mínio da técnica. Utilizando a
metáfora da teia, a Educação e
seu lugar pontual, a escola, são
somente um nó da teia, se este
for frágil e não corresponder
aos outros em qualidade, arre-
benta. Aqui entra a suca-
ta.Sucata é tudo que não é
mais utilizado, aquilo que não
tem mais finalidade, tanto por
estar quebrado ou por já ter
sido superado. A escola perde
a função quando a tecnologia
que ela usa, não acompanha o
que outras instituições necessi-
tam e portanto não oferece
mais possibilidade de transfor-
mação. Assim, sucatear a edu-
cação é tirar a função dela da
sociedade, instrumentalizando-
a com tecnologias ultrapassa-
das, pondo as mentes para
pensar sobre o que já não ser-
ve mais para ninguém e o pior
de tudo, sucatear as mentes, os
sonhos, o desenvolvimento.
Isso se chama aprender para
não se desenvolver, ou seja,
aprender o errado.
Ricardo Fernandes Braz
Graduado em Educação Artística – UNESC, Mestre em
Educação – UFSC, Especialista em Formação do Ator
– UDESC,Especialista em Arte-Educação
FUCRI/UNIFACRI, Analista Técnico em Gestão Educa-
cional - SED/DIOC/GETEI
Educação, Tecnologia e Sucata
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As tecnologias e mídias estão intensamente vivenciadas nas relações entre professor e aluno. No entanto, considera-se que muitos educadores estão dis-tante dos conhecimentos tecnoló-gicos por insistirem ainda em utili-zar em seus planejamentos de aula o distanciamento de práticas pedagógicas inovadoras, ou seja, contextualizar a dinâmica de sala de aula a uma nova sociedade.
Esta nova sociedade está conectada com o mundo e para entender as tecnologias e mídias no contexto educacional requer repensar sobre outras maneiras de interagir, provocando o aluno a pensar e atuar responsavelmente neste novo tempo.
Falar em mídia exige co-nhecer o termo para poder refletir e atuar pedagogicamente nas práti-cas educacionais. Segundo BELLONI e DIZARD (1998/2001) literalmente "mídia" é o plural da palavra "meio", cujos correspon-dentes em latim são "media" e "medium", respectivamente. Na atualidade, mídias é uma termino-logia usada para: suporte de difu-são e veiculação da informação (rádio, televisão, jornal), para gerar informação (máquina fotográfica e filmadora). A mídia também é organizada pela maneira como uma informação é transformada e disseminada (mídia impressa, mí-dia eletrônica, mídia digital...), além do seu aparato físico ou tecnológi-co empregado no registro de in-formações (fitas de videocassete, CD-ROM, DVDs). Também cabe definir o termo tecnologia, a fim de repensar sobre a dinâmica que envolve estes termos nos discur-sos pedagógicos. Do grego tekh-no- (de tékhné, 'arte',) e -logía (de lógos, ou 'linguagem, proposição'). Tecnologia é um termo usado para atividades de domínio humano, embasada no conhecimento ma-nuseio de um processo e ou ferra
mentas e que tem a possibilidade de acrescentar mudanças aos meios por resultados adicionais à competência natural, proporcio-nando desta forma, uma evolução na capacidade das atividades hu-manas, desde os primórdios do tempo, e historicamente relatadas como revoluções tecnológicas. Após repensar sobre as questões aqui apresentadas, cabe salientar a importância de conhe-cer as concepções pedagógicas para decidir a escola que se quer neste novo tempo. Queremos uma escola que apenas copia ou uma escola que provoca o aluno a pen-sar? Alguns pontos são relevantes para as aproximações das mídias com a prática pedagógica: Se tudo está mudando com tanta intensidade, como estão contex-tualizadas as praticas pedagógicas nestas transformações? Será que as mídias podem ser pensadas como solução para os problemas crônicos do processo ensino-aprendizagem? Há aproxi-mação da sala de aula com as linguagens e temas do cotidiano da sociedade? Os problemas são pensados para o processo de en-sino-aprendizagem? Como a escola discute estas ques-tões? O Projeto Político Pedagógico in-clui em suas ações as tecnologias e mídias e a formação continuada do professor? Há momentos para estudo e dis-cussões sobre tais assuntos? A escola facilita a isenção das mídias no contexto pedagógico? Por que com tantos aparatos tec-nológicos nas escolas, ainda te-mos índices altíssimos de evasão e repetência? Poderíamos levantar aqui muitos questionamentos, no entanto al-guns são pertinentes para iniciar um processo de discussão que
apontaria para a necessidade de investimento na formação continu-ada dos professores e na aquisi-ção de tecnologias e mídias no contexto educacional. Quando bem trabalhadas, as mí-dias envolvem os participantes a discutirem, escrever, criar e atuar em diferentes papéis. Mídias como papel impresso, TV e vídeo, rádio e computador valorizam o movi-mento, a expressão e autoria no aluno, envolvendo-os na pesquisa e no conhecimento porque estabe-lecem relação com a realidade em que vivem quando não estão em sala de aula. A exposição de idéias aqui pensa-das valoriza uma escola em que se possa dialogar, duvidar, discutir, questionar e compartilhar novos saberes. BELLONI, M. L. (2001) O que é mídia-educação / Maria Luiza Belloni - Campinas, SP: Autores Associados (Coleção polêmi-cas do nosso tempo; 78) DIZARD, W. P. (1998) A nova mídia: a comunicação de massa na era da infor-mação / Wilson Dizard Jr.; tradução [da 2ª ed.], Edmond Jorge; revisão técnica, Tony Queiroga - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.
http://www.eproinfo.mec.gov.br/mídias na educação
Wanderléa Pereira Damásio Maurício Graduada em Pedagogia/UDESC Pós-Graduação/Especialização em Tecnologias Educacio-nais/PUC/RJ Mestre em Educação/UDESC Professora do Curso de Pedagogia/Centro Universitário Municipal de São José/SC Analista Técnico em Gestão Educacional - SED/DIOC/GETEI
Tecnologias e Mídias: refletindo a ação docente e a prática pedagógica
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