cultura na rede

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Um dos aspectos mais importantes para a formação de professores no curso de Licenciatura em Geogra- fia à distância, é a construção do conceito de rede de informação, elemento fundamental para a soci- edade informacional. A rede vem sendo utilizada por grupos que não conseguem espaço nos veículos de transmissão de informação institucionais, e até agora vem servindo com eficiência na divulga- ção de idéias, como instrumento de denúncias e como agregador de pessoas interessadas em contribuir com determinados assuntos. Foi divulgado no Fórum Social Mundial que aconteceu em Belém, um ins- trumento bem interessante de in- formação e controle da realidade dos municípios brasileiros. É o Portal ODM , Acompanhamento Municipal dos Objetivos do Milênio, que apresenta informações deta lhadas sobre indicadores do muni- cípio em relação aos objetivos (saúde, educação, meio-ambiente, redução da mortalidade infan- til,igualdade entre os sexos e valo- rização da mulher etc), no formato de relatórios dinâmicos. São dados de diversos órgãos governamen- tais (MEC, Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho e do Em- prego, Atlas do Desenvolvimento Humano), só que organizados de forma clara e com foco nos indica- dores de desenvolvimento huma- no. Sem dúvida, uma ferramenta poderosa não apenas para os pro- fessores de Geografia que podem acessar dados sobre o seu muni- cípio, mas para qualquer cidadão que queira exercer sua cidadania no sentido pleno da palavra. ANA BEATRIZ GOMES Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual da Paraíba e Coordenado- ra Pedagógica dos Cursos a Distância desenvol- vidos na UEPB. Doutoranda do Programa de Pós- Graduação em Educação, na Linha Estudos Culturais da Educação na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Criação: Luiz Napoleão Vieira Revisão: Carlos Holbein Confira neste Informativo! Fórum social e a formação de redes Reforma Ortográfica fazer o que? O uso solidário das tecnologias no espa- ço escolar Educação, Tecnolo- gia e Sucata Tecnologias e Mí- dias: Refletindo a ação docente e a prática pedagógica G Ge er rê ên nc ci i a a d de e T Te ec cn no ol l o og gi i a as s E Ed du uc ca ac ci i o on na ai i s s e e I I n nf fr ra a- -e es st tr ru ut tu ur ra a Fórum social e a formação de redes Março/2009 Nº 013

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O projeto “Cultura na rede”. Trata-se de um ambiente virtual, disponibilizado no site da Secretaria de Estado da Educação, voltado para os Núcleos de Tecnologias Educacionais e as Unidades Escolares do Estado de Santa Catarina. Dessa forma, os NTEs utilizam esse canal para divulgar e socializar as ações que fazem uso das tecnologias aplicadas à Educação.

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Page 1: Cultura na Rede

Um dos aspectos mais importantes

para a formação de professores no

curso de Licenciatura em Geogra-

fia à distância, é a construção do

conceito de rede de informação,

elemento fundamental para a soci-

edade informacional. A rede vem

sendo utilizada por grupos que não

conseguem espaço nos veículos

de transmissão de informação

institucionais, e até agora vem

servindo com eficiência na divulga-

ção de idéias, como instrumento

de denúncias e como agregador de

pessoas interessadas em contribuir

com determinados assuntos. Foi

divulgado no Fórum Social Mundial

que aconteceu em Belém, um ins-

trumento bem interessante de in-

formação e controle da realidade

dos municípios brasileiros. É o

Portal ODM, Acompanhamento

Municipal dos Objetivos do Milênio,

que apresenta informações deta

lhadas sobre indicadores do muni-

cípio em relação aos objetivos

(saúde, educação, meio-ambiente,

redução da mortalidade infan-

til,igualdade entre os sexos e valo-

rização da mulher etc), no formato

de relatórios dinâmicos. São dados

de diversos órgãos governamen-

tais (MEC, Ministério da Saúde,

Ministério do Trabalho e do Em-

prego, Atlas do Desenvolvimento

Humano), só que organizados de

forma clara e com foco nos indica-

dores de desenvolvimento huma-

no. Sem dúvida, uma ferramenta

poderosa não apenas para os pro-

fessores de Geografia que podem

acessar dados sobre o seu muni-

cípio, mas para qualquer cidadão

que queira exercer sua cidadania

no sentido pleno da palavra.

ANA BEATRIZ GOMES Professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual da Paraíba e Coordenado-ra Pedagógica dos Cursos a Distância desenvol-vidos na UEPB. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação, na Linha Estudos Culturais da Educação na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Criação: Luiz Napoleão Vieira Revisão: Carlos Holb ein

CCoonnff ii rraa nneessttee IInnffoorrmmaatt iivvoo!!

� Fórum social e a

formação de redes

� Reforma Ortográfica

fazer o que?

� O uso solidário das

tecnologias no espa-ço escolar

� � Educação, Tecnolo-

gia e Sucata

� Tecnologias e M í-

dias: Refletindo a

ação docente e a

prática pedagógica

GGeerrêênncciiaa ddee TTeeccnnoollooggiiaass EEdduuccaacciioonnaaiiss ee IInnffrraa--eessttrruuttuurraa

Fórum social e a formação de redes

Março/2009 Nº 013

Page 2: Cultura na Rede

Página 2

Não você não está lendo errado,

agora ideia é sem acento. Entre

outras mudanças, muitas outras.

Um acordo ortográfico da Língua

portuguesa foi assinado em 29 de

setembro do ano passado pelo

presidente Lula, onde se estabele-

ce uma reforma ortográfica com o

objetivo de unificar a escrita na

Comunidade dos Países de Língua

Portuguesa (CPLP), formados por

Brasil, Portugal, Angola, Cabo

Verde, Guiné-Bissau, Moçambi-

que, Timor Leste e São Tomé e

Príncipe. Desde 01 de janeiro de

2009 estão valendo (na teoria), as

novas regras ortográficas nos paí-

ses aderentes, inclusive no Brasil.

O tema virou assunto de destaque

entre os brasileiros e certa tensão

se estabeleceu a respeito, porque,

após anunciada a mudança pouco

foi dita sobre sua validação oficial.

Todos acharam que a aderência à

nova ortografia, deveria ser imedia-

ta. Mas o fato já foi esclarecido,

para alívio de jornalistas, concur-

seiros, blogueiros (e incluo-me nas

três categorias citadas) ou para

todos aqueles que fazem uso diá-

rio da escrita. A boa notícia é que

foi estabelecido um período de

transição, até 31 de dezembro de

2012, nesses 4 anos as duas for-

mas - a anterior e a nova - serão

consideradas válidas e aceitas em

concursos e vestibulares.A partir

de janeiro de 2013, serão corretas

apenas as novas grafias.

Oficialmente as bancas organiza-

doras de concursos, por exemplo,

serão devidamente orientadas para

aceitar as duas formas de escrita

nesse período de transição. Eu

particularmente posso dizer alivia-

da, ufa! Regra velha, regra nova

por mais que eu goste de brincar

com as palavras, convenhamos? A

língua portuguesa sempre foi muito

complicada. E não irá deixar de ser

agora.

Analisando um pouco as novas

mudanças, o que mais me pareceu

loucura, foi a questão: do hífen,

então aquilo que nunca foi fácil, se

tornou ainda mais complexo. Pelo

pouco que percebi nessa alteração

toda, o hífen é o calcanhar de

Aquiles do novo acordo, principal-

mente porque a reforma apresenta

indefinições, imprecisões e lacu-

nas. Há casos em que o hífen

permanece como era antes, há

casos em que desaparece e há

outros em que passa a existir, on-

de não aparecia. Que loucura! (Rs)

Pois bem agora como dica, a todos

que se valem da escrita, atenção

redobrada! E peço desculpas aqui

aos meus leitores, por possíveis

confusões na minha redação.

Uma matéria publicada hoje na

folha de São Paulo, sobre o tema,

um título me chamou a atenção –

“Nova regra de ortografia confunde

até dicionário”- por ai, podemos

deduzir o quanto essa brincadeira

ainda dará trabalho. Mas vamos

fazer nossa parte, vamos consultar

manuais de redação e dicionários,

que estão sendo lançados com as

novas alterações e apostar tam-

bém - sempre na boa leitura - para

aprender as novas regras, pois a

ortografia é principalmente uma

questão de registro da imagem

/forma das palavras.

Enquanto isso... por aqui tenho até

dezembro de 2012 (rs) para decidir

se retiro, já ou não, o acento do

Universo de Idéias... (agora idéia é

sem acento).

A diferença? Na minha opinião

nenhuma, diria até que uma tre-

menda falta do que fazer, mas

fazer o que?

Fonte: Daniela Valadares Figueiró

Jornalista

http://danielafigueiroevariasideias.blogspot.com/

Nova regra ortográfica: Você gostou da ideia?

Page 3: Cultura na Rede

Cultura na rede Página 3 Página 3

Foto disponibilizado no Blog: NTE Cachoeira do Sul Diferentes concepções historicamente

consolidadas permeiam a compreen-

são da função do espaço escolar. Há

quem o conceba como espaço de

operacionalização mecânica metodo-

logias e estratégias de ensino que

visam à assimilação de saberes histo-

ricamente elaborados e sistematiza-

dos. Entretanto esta concepção tem

abarcado um número cada vez mais

reduzido de adeptos. Há uma forte

tendência em compreender o espaço

escolar como locus de redenção de

seres humanos, pela consolidação de

práticas solidárias que busquem de-

mocratizar o acesso ao saber e à sua

elaboração.

Para tal há diferentes formas de estru-

turar o espaço escolar, através de

materiais, equipamentos estratégias de

ação pedagógica. Neste contexto, tem

se revelado significativa, a inserção

das tecnologias como mecanismos de

disseminação de saberes. Este papel,

sem dúvida, é desempenhado com

grande propriedade, porém é necessá-

rio que se estabeleçam políticas que

universalizem o seu acesso e métodos

que promovam a qualificação da rela-

ção entre os seres humanos e o co-

nhecimento.

Esta postura impõe aos educadores e

educadoras uma conduta flexível fren-

te a inovação introduzida pelas tecno-

logias no contexto escolar. Isto não é

adquirido por capacitações, mas pela

inserção de valores humanos a aplica-

ção de tecnologias à prática pedagógi-

ca. Um passo importante a dar nesta

direção é universalizar o acesso às

tecnologias com o devido auxilio e

comprometimento de educadores e

educadoras. Se este acesso ocorrer de

forma restrita servirá para ampliar

ainda mais a legião de excluídos do

processo de redenção cidadã.

Pode-se dizer que o acesso ao digital

e ao virtual se constitui num direito

humano, daí o caráter humanista a ser

assumido pela educação voltada a

inserção das tecnologias no processo

de formação de educandos e educan-

das. Assim em nível fundamental é

médio a educação necessita oferecer

universalmente a possibilidade de

interação entre o virtual e o presencial

de forma equilibrada. Este equilíbrio se

percebe através de uma atitude sensí-

vel e solidária do educador e da edu-

cadora frente a diversidade de seres

humanos que adentram ao ambiente

escolar. Surge então um novo para-

digma: a tecnologia construindo seres

humanos pela prática educativa solidá-

ria.

O uso da sensibilidade na percepção

deste novo paradigma educacional faz

a diferença em ralação educação con-

teudista constituída de currículos en-

gessados onde se privilegia a informa-

ção em detrimento da (trans)formação.

O acesso a informação é tarefa de

tecnologias, mas a sua compreensão e

otimização é função exclusiva de seres

humanos. Tecnologias estão impreg-

nadas de programas e sistemas, seres

humanos de valores, sentimentos,

desejos, necessidades e carências. Se

as tecnologias cumprirem universal-

mente a sua função haverá mais tem-

po para os seres humanos se dedica-

rem àquilo que é sua função exclusiva.

Algumas habilidades podem ser de-

senvolvidas através do treinamento

para o uso de determinada tecnologia,

porém, adequar estas habilidades à

realidade de cada aluno, à seu contex-

to e à sua historicidade é atribuição

essencialmente humana. Para tal é

necessária uma postura ética das

instituições escolares e dos educado-

res e educadoras. Ética vista como

prática radical do respeito à diversida-

de e à especificidade. Não é possível

estabelecer um ambiente solidário de

aprendizagem sem um engajamento

ético por parte dos que usam tecnolo-

gias educacionais. Do contrário a tela

do computador será tão útil quanto a

velha combinação quadro-giz, o uso de

um DVD será apenas assistir TV e

INTERNET será apenas uma enciclo-

pédia com atualização em tempo real.

Através de experiências diversas na

utilização de tecnologias no espaço

educativo foi possível perceber a com-

plexidade que envolve a questão. Há

crianças que sequer conhecem um

computador, outras o manipulam mas

desconhecem as suas potencialidades

e outros, mesmo conhecendo as po-

tencialidades apresentam dificuldades

em articulá-las ao seu contexto e a

dinâmica de sua realidade. Diante

disto se percebe que é preciso trans-

cender ao simples contato entre o ser

humano e a máquina.

Se estamos diante de um novo para

O uso solidário das tecnologias no espaço escolar

Page 4: Cultura na Rede

Página 4

digma, o de construir uma proposta

educativa solidário através das tecno-

logias, então é preciso qualificar o

encontro do ser humano com esta

nova possibilidade. Esta qualificação

pressupõe um comprometimento sín-

crono entre o que se apresenta ao

educando e à educanda e àquilo que é

fundamental para sua vida. Em última

instância é preciso fazer com cada ser

humano perceba a possibilidade de

construir sua própria história e seus

próprios saberes.

A educação não pode funcionar ape-

nas como uma mera prestação de

serviços munida de tecnologias que

apressam o processo. É umaação

libertadora que não admite a dicotomia

opressor-oprimido e que se consolida

como espaço de redenção humana. É

tecnologia é neste contexto, uma nova

possibilidade que, quando impregnada

de solidariedade e afetividade, pode

representar uma otimização de tempo.

O ato educativo não está mais alinha-

do a métodos de se ensinar geralmen-

te subsidiado pelo monólogo docente,

mas a estratégias de aprender e na

postura dialética frente a diversidade

de saberes e conceitos.

Dentre estas estratégias que fomen-

tam a dialética está o uso de tecnolo-

gias. Estas agilizam o acesso a infor-

mações e apresentam ao educando e

à educando uma grande diversidade

de formas de entendimento e opiniões

em relação a um mesmo conceito.

Noutra perspectiva é mister afirmar

que a grande variedade e volume de

informações possíveis de acessar por

meios eletrônicos pode representar um

grande perigo. Como saber se uma

determinada in

formação é confiável?

Qual a intenção de quem a produziu e

a divulgou na grande rede?

Responder a estas perguntas é um

desafio permanente, praticamente

intransponível. O educador que se

lança o novo paradigma citado haverá

de dispor da habilidade de questionar,

duvidar e criticar. Outra habilidade

significativa é a de conviver com a

incerteza e com o movimento perma-

nente do conhecimento. Estas habili-

dades, obviamente, não podem ser

exclusivas dos educadores e das edu-

cadores, mas de todos os seres hu-

manos.

A instituição escolar, promotora da

formação de seres humanos, é o es-

paço ideal e específico para que estas

habilidades sejam efetivamente de-

senvolvidas. Deve ser o espaço em

que os seres humanos ofereçam o que

tem e descubram o que precisam, para

fazer de sua vida um permanente

exercício de solidariedade. Uma edu-

cação para a solidariedade não prega

a passividade, a inércia e a submissão,

mas condutas claras, sustentadas em

argumentos e em conhecimento. Tudo

isto pode ser alcançado de forma mais

eficiente, eficaz e efetiva através da

tecnologia, de educadores e educado-

ras sensíveis a seus compromissos e

atentos a complexidade aderida à

diversidade do ambiente escolar. Es-

tamos portanto, diante de um caminho

sem volta, que nos propõe fazer do ato

educativo, um permanente exercício

de (re)humanização do homem e da

mulher tornando-os mais solidários.

NILTON BRUNOTOMELIN Graduado em Biologia e Mestre em Educação pela Fundação Universidade Regional de Blume-nau (FURB). Professor de Matemática, Ciências e Biologia na rede estadual de Santa Catarina e da UNIFEBE nos cursos de Administração, Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial e de Engenharia da Produção.

O uso solidário das tecnologias no espaço escolar

Page 5: Cultura na Rede

Cultura na rede Página 5 Página 5

O mote deste artigo é o famoso

jargão “Sucateamento da Edu-

cação”. Se observarem, os ter-

mos “mote” e “jargão” há muito

estão em desuso, portanto, fora

dos recursos tecnológicos lin-

güísticos atuais como “motiva-

ção”. Este funciona porque

chama atenção para necessi-

dades atuais e indicam que a

palestra vai ser de acordo com

o tempo atual.

O que me motivou (Oh o recur-

so lingüístico atual!) a escrever

este texto foi uma propaganda

sobre equipamentos de infor-

mática doados pelo Tribunal de

Justiça para escolas públicas.

Este maquinário estava “doado”

porque estava ultrapassado.

Como desfazer-se dele? Onde

armazená-lo? Qual o destino

dele, então? Doar para a Edu-

cação.

Refiro-me à Educação como “a

mediação dos seres humanos

entre si e deles com o mundo é

feita através de instrumentos

técnicos e os sistemas de sig-

nos, a linguagem” (Mirian Kato).

Educação como aprimoramento

das linguagens. Um caminho de

aprendizagem. Aprendizagem

seguida de desenvolvimento

em movimentos constantes,

sendo que a aprendizagem

qualifica o desenvolvimento.

Para promover a aprendizagem

requer qualificação de natureza

científica. Sabe-se, e quem não

sabe passa a saber, que os

mamíferos não se desenvolvem

instintivamente, mas por uma

complexa, porém compreensí-

vel, rede de ensino e aprendi-

zagem. Os mamíferos são pre-

cisos ao ensinarem seus filho-

tes a caçar, no agir em grupo,

cercar a presa e no partilhar o

alimento. Pertencentes a essa

forma de existência, estamos

nós os humanos. No entanto

temos uma diferença essencial

dos nossos irmãos mamíferos.

Nós aprendemos o errado. E

desenvolvemos técnicas preci-

sas para perpetuar o erro. Co-

mo nos diz o senso comum, um

segundo de ensinamento erra

do, leva anos para ser corrigido.

A história humana é repleta de

condutas erradas que nos a-

proximam da bestialidade e nos

distanciam de qualquer organi-

zação social deste planeta.

Nossa organização social difere

das outras porque ela é pensa-

da, baseada em ensinar e a-

prender, criando tecnologias e

modificando-se com elas. Per-

cebemos (aprendemos) que a

aprendizagem requer mais do

que a experiência do cotidiano.

Requer distanciar-se, ler outras

situações, esmiuçar a experiên-

cia afastando-se dela. Ouvir e

ouvir-se no outro. Ver e ver-se

no outro. Só quem consegue

pôr-se no lugar e estar com o

outro e não desejar-lhe o mau,

é humano. Agrupar-se e deba-

ter a experiência separado (s)

dela. Embaixo de uma árvore,

entorno de uma fogueira, abri-

gados numa caverna, numa

sala de aula. Se estas institui-

ções (escolas, universidades,

igrejas, partidos, clubes de es-

portes, tudo que reúna huma-

nos debruçando-se sobre uma

experiência) não estão mudan-

do o rumo dos educandos, não

estão proporcionando o a

Educação, Tecnologia e Sucata

Page 6: Cultura na Rede

Página 6

prendizado e sim “referendando

a idéia de instinto”, ou seja,

somos animais caçando (sem

ferir o papel dos animais, que

estão certos.). Para tanto, Edu-

cação é um processo de ensino

e aprendizagem. Para os mamí-

feros uma forma de perpetuar a

espécie por códigos precisos de

ação. Para nós humanos um

ato coletivo de modificar as

qualidades simbólicas de ex-

pressão, mediante os recursos

tecnológicos adequados, novos

ou velhos, de perpetuar a exis-

tência da espécie, ou de extin-

guir tudo por perpetuar a forma

errada de viver.

Num primeiro momento fiquei

lisonjeado com a iniciativa da

doação dos computadores ul-

trapassados, mas com o tempo,

as abóboras foram se acomo-

dando. Como um computador

com memória RAM 128, 20 Gb

de HD, vai beneficiar a Educa-

ção? Como os educandos vão

ter prazer em aprender com

este equipamento? Isso se

chama “nivelar por baixo”.A

idéia de inclusão digital é aces-

sar a tecnologia de ponta. As-

sim, podemos entender que ao

oferecer às escolas maquinário

inferior ao que não são compa-

tíveis com o que as redes ofe-

recem. Estamos oferecendo

tecnologia ultrapassada e uma

aprendizagem para trás. Esta-

mos oferecendo tecnologia ul-

trapassada e uma aprendiza-

gem para trás. Os ambientes

virtuais, os educacionais princi-

palmente, já trabalham com

programas de animação que

exigem mais das configurações

dos computadores. Nossa con-

dição humana nos impulsiona a

exigir mais e não menos. De

modificar-nos. Não ficando con-

tentes com nossas pernas, in-

ventamos a roda. Não ficando

contentes com o ambiente, nós

o modificamos. Somos seres de

tecnologia e nossa sobrevivên-

cia exige o aprendizado, o do-

mínio da técnica. Utilizando a

metáfora da teia, a Educação e

seu lugar pontual, a escola, são

somente um nó da teia, se este

for frágil e não corresponder

aos outros em qualidade, arre-

benta. Aqui entra a suca-

ta.Sucata é tudo que não é

mais utilizado, aquilo que não

tem mais finalidade, tanto por

estar quebrado ou por já ter

sido superado. A escola perde

a função quando a tecnologia

que ela usa, não acompanha o

que outras instituições necessi-

tam e portanto não oferece

mais possibilidade de transfor-

mação. Assim, sucatear a edu-

cação é tirar a função dela da

sociedade, instrumentalizando-

a com tecnologias ultrapassa-

das, pondo as mentes para

pensar sobre o que já não ser-

ve mais para ninguém e o pior

de tudo, sucatear as mentes, os

sonhos, o desenvolvimento.

Isso se chama aprender para

não se desenvolver, ou seja,

aprender o errado.

Ricardo Fernandes Braz

Graduado em Educação Artística – UNESC, Mestre em

Educação – UFSC, Especialista em Formação do Ator

– UDESC,Especialista em Arte-Educação

FUCRI/UNIFACRI, Analista Técnico em Gestão Educa-

cional - SED/DIOC/GETEI

Educação, Tecnologia e Sucata

Page 7: Cultura na Rede

Cultura na rede Página 7 Página 7

As tecnologias e mídias estão intensamente vivenciadas nas relações entre professor e aluno. No entanto, considera-se que muitos educadores estão dis-tante dos conhecimentos tecnoló-gicos por insistirem ainda em utili-zar em seus planejamentos de aula o distanciamento de práticas pedagógicas inovadoras, ou seja, contextualizar a dinâmica de sala de aula a uma nova sociedade.

Esta nova sociedade está conectada com o mundo e para entender as tecnologias e mídias no contexto educacional requer repensar sobre outras maneiras de interagir, provocando o aluno a pensar e atuar responsavelmente neste novo tempo.

Falar em mídia exige co-nhecer o termo para poder refletir e atuar pedagogicamente nas práti-cas educacionais. Segundo BELLONI e DIZARD (1998/2001) literalmente "mídia" é o plural da palavra "meio", cujos correspon-dentes em latim são "media" e "medium", respectivamente. Na atualidade, mídias é uma termino-logia usada para: suporte de difu-são e veiculação da informação (rádio, televisão, jornal), para gerar informação (máquina fotográfica e filmadora). A mídia também é organizada pela maneira como uma informação é transformada e disseminada (mídia impressa, mí-dia eletrônica, mídia digital...), além do seu aparato físico ou tecnológi-co empregado no registro de in-formações (fitas de videocassete, CD-ROM, DVDs). Também cabe definir o termo tecnologia, a fim de repensar sobre a dinâmica que envolve estes termos nos discur-sos pedagógicos. Do grego tekh-no- (de tékhné, 'arte',) e -logía (de lógos, ou 'linguagem, proposição'). Tecnologia é um termo usado para atividades de domínio humano, embasada no conhecimento ma-nuseio de um processo e ou ferra

mentas e que tem a possibilidade de acrescentar mudanças aos meios por resultados adicionais à competência natural, proporcio-nando desta forma, uma evolução na capacidade das atividades hu-manas, desde os primórdios do tempo, e historicamente relatadas como revoluções tecnológicas. Após repensar sobre as questões aqui apresentadas, cabe salientar a importância de conhe-cer as concepções pedagógicas para decidir a escola que se quer neste novo tempo. Queremos uma escola que apenas copia ou uma escola que provoca o aluno a pen-sar? Alguns pontos são relevantes para as aproximações das mídias com a prática pedagógica: Se tudo está mudando com tanta intensidade, como estão contex-tualizadas as praticas pedagógicas nestas transformações? Será que as mídias podem ser pensadas como solução para os problemas crônicos do processo ensino-aprendizagem? Há aproxi-mação da sala de aula com as linguagens e temas do cotidiano da sociedade? Os problemas são pensados para o processo de en-sino-aprendizagem? Como a escola discute estas ques-tões? O Projeto Político Pedagógico in-clui em suas ações as tecnologias e mídias e a formação continuada do professor? Há momentos para estudo e dis-cussões sobre tais assuntos? A escola facilita a isenção das mídias no contexto pedagógico? Por que com tantos aparatos tec-nológicos nas escolas, ainda te-mos índices altíssimos de evasão e repetência? Poderíamos levantar aqui muitos questionamentos, no entanto al-guns são pertinentes para iniciar um processo de discussão que

apontaria para a necessidade de investimento na formação continu-ada dos professores e na aquisi-ção de tecnologias e mídias no contexto educacional. Quando bem trabalhadas, as mí-dias envolvem os participantes a discutirem, escrever, criar e atuar em diferentes papéis. Mídias como papel impresso, TV e vídeo, rádio e computador valorizam o movi-mento, a expressão e autoria no aluno, envolvendo-os na pesquisa e no conhecimento porque estabe-lecem relação com a realidade em que vivem quando não estão em sala de aula. A exposição de idéias aqui pensa-das valoriza uma escola em que se possa dialogar, duvidar, discutir, questionar e compartilhar novos saberes. BELLONI, M. L. (2001) O que é mídia-educação / Maria Luiza Belloni - Campinas, SP: Autores Associados (Coleção polêmi-cas do nosso tempo; 78) DIZARD, W. P. (1998) A nova mídia: a comunicação de massa na era da infor-mação / Wilson Dizard Jr.; tradução [da 2ª ed.], Edmond Jorge; revisão técnica, Tony Queiroga - Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.

http://www.eproinfo.mec.gov.br/mídias na educação

Wanderléa Pereira Damásio Maurício Graduada em Pedagogia/UDESC Pós-Graduação/Especialização em Tecnologias Educacio-nais/PUC/RJ Mestre em Educação/UDESC Professora do Curso de Pedagogia/Centro Universitário Municipal de São José/SC Analista Técnico em Gestão Educacional - SED/DIOC/GETEI

Tecnologias e Mídias: refletindo a ação docente e a prática pedagógica

Page 8: Cultura na Rede

Página 8

PROJETO CULTURA NA REDE Visite-nos em:

http://www.sed.sc.gov.br

PROGRAMAS E PROJETOS

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Diretoria de Organização, Controle e Avaliação

GERÊNCIA DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS E INFRA-ESTRUT URA

RUA ANTÔNIO LUZ, 111 – CENTRO – FLORIANÓPOLIS/SC.

TELEFONE: (048) 3221-6315 CAIXA POSTAL 159

CEP: 88.010-410

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NTE DIVULGUE AS AÇÕES EM DESTAQUE DE SUAS REGIÕES

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