cuidar em fim de vida - impacto nos profissionais

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Escola Superior de Enfermagem De Francisco Gentil Módulo VII – Opção Cuidados Paliativos DOCENTES: Sra. Enfª. I. Félix Sra. Enfª. A. Loff ALUNOS: Susana Lourenço, nº52 Tiago Cunha, nº46 Lisboa 2006

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Page 1: Cuidar em Fim de Vida - Impacto nos Profissionais

Escola Superior de Enfermagem

De

Francisco Gentil

Módulo VII – Opção Cuidados Paliativos

DOCENTES:

Sra. Enfª. I. Félix

Sra. Enfª. A. Loff

ALUNOS:

Susana Lourenço, nº52

Tiago Cunha, nº46

Lisboa 2006

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Escola Superior de Enfermagem de Francisco Gentil 3º Curso de Pós-Graduação em Enfermagem Oncológica

Módulo VII – Cuidados Paliativos

Índice

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Índice

0. Introdução................................................................................. 3

1. Enquadramento Teórico ......................................................... 4

1.1. Cuidar em fim de vida: A Morte! ........................................ 4

1.2. Dicotomia Cuidados Curativos versus Cuidados Paliativos:

A Nossa Realidade ...................................................................... 6

1.3. Dicotomia Cuidados Curativos versus Cuidados Paliativos:

O Nosso Objectivo ...................................................................... 7

1.4. Sensações do Enfermeiro Perante o Doente em Fim de Vida

..................................................................................................... 9

1.5. Factores Desencadeadores de Stress nos Enfermeiros ...... 11

1.6. Estratégias para Resolução do Stress nos Enfermeiros ..... 12

1.7. Esgotamento Profissional / Burnout .................................. 13

1.7.1. Sinais e Sintomas do Burnout ....................................................14

1.7.2. Esgotamento Profissional / Burnout em Cuidados Paliativos....14

1.7.3. Como Prevenir o Burnout? Oportunidade de Crescimento .......17

1.7.4. O Que é Recompensador nos Cuidados Paliativos? ..................17

2. Conclusão ................................................................................ 19

Referências Bibliográficas......................................................... 20

Apêndice………………………………………………………..22

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Módulo VII – Cuidados Paliativos

Introdução

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0. Introdução

O presente trabalho surge no âmbito do Módulo VII – Opção Cuidados

Paliativos, inserido no 3º Curso de Pós-graduação em Enfermagem Oncológica. Este

trabalho pretende abordar a temática do cuidar em fim de vida e do seu impacto nos

profissionais de saúde, dando ênfase aos enfermeiros.

Para tal delineamos os seguintes objectivos pessoais para a elaboração deste

trabalho:

• Compreender o impacto nos Enfermeiros do cuidar em fim de vida;

• Identificar factores de Stress nos profissionais em Cuidados Paliativos;

• Conhecer estratégias para resolução de Stress nos Enfermeiros;

• Enumerar as sensações dos Enfermeiros perante o doente em fim de vida;

• Definir o conceito de Esgotamento Profissional/Burnout;

• Apontar sinais e sintomas do Burnout;

• Contextualizar o Burnout em Cuidados Paliativos;

• Exemplificar as Oportunidades de Crescimento nos Cuidados Paliativos;

• Identificar o que é recompensador nos cuidados Paliativos.

O seguinte trabalho divide-se em três partes principais: a Introdução; o

Enquadramento Teórico – onde serão abordados os aspectos da temática; e a Conclusão

– onde serão sumarizados os aspectos mais relevantes da temática.

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Módulo VII – Cuidados Paliativos

Enquadramento Teórico

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1. Enquadramento Teórico

1.1. Cuidar em fim de vida: A Morte!

“Assistir à morte em paz de um ser humano faz-nos recordar uma estrela

cadente, uma de milhões de luzes num vasto céu que brilha durante um curto instante

para se extinguir para sempre na noite sem fim”. (Kübler-Ross, 2005)

De uma forma geral a morte é um acontecimento que a todos assusta e que nos

lembra a nossa vulnerabilidade humana. A morte lembra-nos a nossa impotência e traz-

nos frustração.

Segundo Neves (2000) nascer é desde logo morrer um pouco e sempre foi a

única certeza do homem.

A morte deveria ser vista como uma fase da vida, mais uma etapa tal como o é o

nascimento, a adolescência, a juventude, o casamento, o ter filhos, são fases da vida que

todos temos hipótese de ultrapassar.

Apesar de todos os avanços científicos e técnicos e do aumento da esperança de

vida, a morte continua e continuará a ser uma ameaça do sentimento de omnipotência

do homem. Cada um de nós reconhece que a sua vida é limitada no tempo, mas apesar

disso, a morte continua a ser rejeitada e a ser recusada obstinadamente e ainda hoje é

considerada um tabu na nossa sociedade.

Sousa (1997) refere que o homem é, de facto, o único ser vivo que tem presente

durante toda a sua vida, a ideia de morte, que acredita na sobrevivência, na continuidade

e na imortalidade.

Todos os doentes e famílias, durante a evolução da doença, mesmo na fase

terminal, de uma forma mais ou menos nítida, recusam a sua morte sempre na esperança

de um novo medicamento, de um tratamento novo, de uma nova cura milagrosa para a

sua situação ou através do recurso terapêuticas alternativas.

No entanto, a vivência da morte varia de sociedade para sociedade, de cultura

para cultura, de família para família, de pessoa para pessoa, pelo que a sua reacção à

ideia de aproximação da morte varia e é diferente de caso para caso. Assim, a forma de

reagir à morte de cada pessoa é influenciada por diversos factores que segundo

Rodrigues (1999), se destacam: a idade do doente, o sexo, a sua personalidade, os seus

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valores, crenças e atitudes, o tipo e localização da doença, as sequelas da doença e dos

tratamentos, o estilo de vida do doente, a sua interacção social, o ambiente familiar e a

posição que o doente ocupa na família, o seu modo de reagir face aos problemas, a sua

capacidade de verbalizar o que sente e as experiências anteriores vividas com pessoas

que morreram com a mesma doença.

Apesar de sabermos que um dia vamos e temos que morrer, há sempre um misto

de incerteza e desespero quando nos encontramos perante a morte.

Poucos são os doentes que se encontram preparados para a morte e, muito menos

são os profissionais de saúde preparados para a morte dos seus doentes. Face à

aproximação da morte, o doente vive um processo psicológico dramático e “…enquanto

o doente faz este percurso, o técnico de saúde percorre um outro itinerário semelhante,

sempre a convergir para a tentação de fuga e é essa tentação de fuga que urge vencer.”

(Pinto, 1994).

Na nossa sociedade tem havido um constante afastamento da morte do seu

ambiente familiar, levando-a para as instituições hospitalares e é lá que cada vez mais

morrem os nossos doentes, num ambiente frio, que não conhecem e rodeados de pessoas

que não conhecem, com quem não criaram laços de amizade.

“A sociedade dessocializou a morte e encurralou-a nos hospitais ou noutras

instituições onde o doente morre sozinho num quarto isolado, numa enfermaria ou

junto de sofisticadas máquina numa unidade de cuidados intensivos, mas sempre

sozinho… sem ninguém que compartilhe o medo, a angustia, o sofrimento ou quem

sabe, a paz e a alegria de quem parte. Morrer tornou-se hoje um momento solitário e

demasiado triste para ser lembrado.” (Sapeta, 1998)

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Enquadramento Teórico

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1.2. Dicotomia Cuidados Curativos versus Cuidados

Paliativos: A Nossa Realidade

Na nossa sociedade ainda se cura muito e cuida-se pouco. O nosso objectivo não

deveria ser só curar…deverá ser também aliviar. O que as pessoas precisam quando

estão em fim de vida é de estarem aliviadas do sofrimento, num ambiente que lhes dê

segurança, sustentado por um sistema de cuidados e terem a certeza que eles próprios e

as suas famílias não serão abandonadas.

Neste momento quando é feito o diagnóstico a um doente, trata-se logo de

executar técnicas e tratamentos para curar a pessoa, aqui os cuidados curativos são

exercidos até aos últimos dias de vida da pessoa doente, altura em que se faz a

articulação com os Cuidados Paliativos, no sentido de aliviar os sintomas nos últimos

dias de vida da pessoa. Após a sua morte não existe apoio no luto!

Assim, tendo em conta a definição de cuidados paliativos elaborada por

Gonçalves (1996) em que os define como: “…cuidados totais e activos prestados aos

enfermos cuja doença já não responde ao tratamento curativo, com o objectivo de obter

a melhor qualidade de vida possível até que a morte ocorra, controlando a dor e outros

sintomas e integrando os aspectos psicológicos, sociais e espirituais nesses

cuidados…”, estes cuidados não poderão ser prestados de forma completa e

individualizada se o doente só for acompanhado nos últimos dias ou, por vezes, horas

de vida, o que não permitirá ao doente ter a hipótese de se preparar para a sua morte e

resolver os seus problemas atempadamente.

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Enquadramento Teórico

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1.3. Dicotomia Cuidados Curativos versus Cuidados

Paliativos: O Nosso Objectivo

Analisando a definição de Cuidados Paliativos definidos pela OMS em 1990,

como “…cuidados activos, totais prestados aos doentes que não respondem aos

tratamentos curativos. Uma das grandes finalidades é o controlo da dor e alívio dos

outros sintomas, dos problemas psicológicos, sociais e espirituais, o objectivo dos

cuidados paliativos é proporcionar a melhor qualidade de vida aos doentes e

familiares. Os cuidados paliativos…afirmam a vida e encaram a morte como um

processo normal nunca antecipam nem atrasam a morte…proporcionam alívio da dor e

para outro sintomas incómodos…integram os aspectos psicológicos e espirituais dos

cuidados… oferecem um sistema de suporte para ajudar os doentes a viver tão

activamente quanto possível até à morte.”

Os Cuidados Paliativos centram-se na pessoa doente e não na doença,

representam a capacidade de reconhecer a finitude do ser humano e a tomada de

consciência de que quando a cura já não é possível é muito importante assumir que o

tratamento curativo da doença deve terminar. Passa a ser, então, cuidar a pessoa

doente/família, pois em cuidados paliativos cuida-se sempre a pessoa doente e também

a família.

Em 1991, o sub-comité para os Cuidados Paliativos, nomeado pelo programa

“Europa contra o cancro, na União Europeia” publicou a sua própria definição de

Cuidados Paliativos. “…cuidados continuados, activos, totais aos doentes e familiares,

por uma equipa multidisciplinar, a partir do momento em que não há expectativas

médicas de cura e o objectivo primeiro do tratamento não é prolongar a vida. Os

cuidados paliativos dão resposta às necessidades físicas, psicológicas, sociais e

espirituais. Se necessário prolongam a sua acção até ao luto.”

Assim indo de encontro a esta definição Twycross os cuidados paliativos e os

cuidados curativos deveriam iniciar-se em conjunto desde o momento do diagnóstico da

doença, inicialmente os cuidados curativos seriam mais importantes, mais valorizados e

aqueles que seriam utilizados como primeira linha, e à medida que os cuidados

curativos fossem perdendo a sua influência e as hipóteses de cura fossem diminuindo,

os cuidados paliativos iam aumentando a actividade e cuidando o doente/família em

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relação ao alívio de sintomas, apoio psicológico e espiritual, cuidando a pessoa

doente/família de forma holística até à sua morte. No entanto, a família deveria ser

acompanhada no luto sempre que necessário e durante o tempo que fosse benéfico para

ela.

Este seria o verdadeiro objectivo da implementação dos Cuidados Paliativos,

mas neste momento ainda não é a nossa realidade, causando stress e frustração nos

enfermeiros que cuidam em fim de vida, mas esperamos que este seja o modelo a

implementar num futuro muito próximo.

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1.4. Sensações do Enfermeiro Perante o Doente em Fim de

Vida

“Quando um profissional é apenas treinado para curar, as situações de doenças

crónicas e incuráveis são, de certo modo, olhadas como insucessos, como fonte de

frustração e até como algo que questiona a sua própria qualidade técnica. Apesar da

morte continuar a ser uma inevitabilidade (…), é frequente continuar a encarar a morte

como um falhanço, como uma derrota, como algo que não era sequer possível de

acontecer” (Neto, 2004:41). “É (…) comum encontrar enfermeiros que, incapazes de se

libertarem do seu próprio medo de cancro, do sofrimento e da morte, adoptam

estratégias de fuga argumentando muitas vezes falta de tempo e disponibilidade para

ouvir e estar junto dos doentes” (Domingues, 2005: 9).

Ao lidar com o doente em fim de vida, o profissional de saúde tem tendência a

afastar-se, cuidando o doente em fim de vida de forma distante, demorando o mínimo de

tempo possível a cuidar desse doente, foge do doente em fim de vida, alegando que por

falta de tempo não pode cuidar desse doente de outra forma. A falta de tempo é uma das

principais desculpas para não cuidar desse doente de uma forma holística, foge com

medo das perguntas para as quais nem sempre tem resposta e para não se envolver.

“… para não ser tão afectado, o profissional de saúde tenta manter uma certa

distancia, diminuir as visitas, responder com frases feitas, conselhos fáceis e

autoritários no sentido de tornar a relação o mais profissional possível para que a

emoção não se sobreponha ao racional” (Lopes, 2005: 95).

Feytor Pinto citado por Loff (2000:48) afirma que são quatro, as sensações do

profissional de saúde perante o doente em fase terminal:

� “A sensação do fracasso (ter-se-ia o doente salvo noutras condições? Será que

a assistência foi a melhor? Será que tudo foi feito?);

� A sensação do espelho ou projecção (fá-lo imaginar-se a si próprio com uma

situação idêntica, preferindo afastar-se para não ter de enfrentar o problema);

� A sensação de pudor (fá-lo pensar que é bom deixar o doente só, uma vez que

ele está a viver o momento mais importante da sua vida e não deve ser

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perturbado na sua relação com os valores, filosofias ou crenças que marcaram

a sua vida);

� A sensação de mistério (fá-lo percorrer fantasias intelectuais sobre a morte, e

sente o peso das contradições, deixando o doente sozinho com o problema…)”.

É muito importante vencer estas sensações enumeradas por Feytor Pinto, para que

seja possível prestar cuidados de qualidade ao doente em fim de vida de forma a dar-lhe

um maior conforto e acompanhá-lo nesta última etapa da sua vida.

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1.5. Factores Desencadeadores de Stress nos Enfermeiros

Ao lidar com doentes em fim de vida, somos confrontados com a finitude da nossa

vida.

Ao longo do curso de base, somos ensinados a tratar e a curar segundo o modelo

biomédico e assim vemo-nos sempre a lutar pela vida de outro ser humano até ao limite,

reanimamos a pessoa, provocamos-lhe sofrimento sempre no intuito de salvar a vida do

outro, não nos é ensinado a cuidar da pessoa em fim de vida e a acompanhar alguém na

fase final da sua vida.

Esta prática é típica do modelo de tratar que é adoptado por um grande número de

enfermeiros cada vez mais seduzidos pelo fascínio da tecnologia, desvalorizando o

modelo orientador da actuação de enfermagem que é o cuidar

Cuidar em fim de vida é um trabalho que exige muito de cada profissional de saúde,

assim, ao lidar com o doente em fim de vida e sua família são vários os factores

desencadeadores de stress nos profissionais de saúde.

Apesar de toda a motivação que o enfermeiro deve ter para cuidar doentes em fim

de vida, na opinião de Marques Outon. (1991), estes profissionais poderão defrontar-se

com situações geradoras de stress, podendo experimentar reacções de emocionais de

impotência, culpa, frustração, medo, ansiedade, angústia, insegurança ou revolta, à

medida que são confrontados com a realidade do sofrimento, da morte e da doença

terminal.

Segundo Twycross (2003), os factores desencadeadores de stress nos profissionais

de saúde são:

• Comunicação de más notícias;

• Adaptação ao insucesso da cura médica;

• Exposição repetida à morte de pessoas, com as quais estabeleceu uma

relação;

• Envolvimento em conflitos emocionais;

• Absorção da cólera e da mágoa expressa pelo doente e família;

• Manter um papel obscuro na equipa de cuidados;

• Idealismo pessoal;

• Desafios ao sistema de crenças pessoal.

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1.6. Estratégias para Resolução do Stress nos Enfermeiros

“…ajudar uma pessoa a morrer bem, é apoiar o sentido de amor próprio, dignidade

e escolha dessa pessoa até ao último momento de vida. Para o conseguir, devemos

prestar cuidados calmos, sensíveis e individualizados a cada pessoa de forma a que a

sua experiência humana final, seja tão livre de dor, sentindo-se reconfortada, por ser

vista como uma pessoa digna de cuidados mais atentos.” (Rodeia, 1998:112).

Ao lidar diariamente com o sofrimento, com a morte de pessoas com as quais

mantivemos relações, é deveras causador de stress para qualquer profissional de saúde,

no entanto, podemos desenvolver estratégias para evitar entrar em stress e muitas vezes

em burnout. O enfermeiro é o profissional de saúde que mais tempo passa junto do

doente, é ele que melhor conhece o doente e, normalmente, é com o enfermeiro que o

doente estabelece uma relação mais próxima, daí ser muito importante desenvolver

estratégias para resolver situações de stress quando se cuida o doente em fim de vida.

Twycross (2003) refere algumas formas de resolução de stress nos enfermeiros e

que são:

• Trabalhar em equipa:

� Partilha de decisões e responsabilidades;

� Apoio e respeito mútuos.

• Boa comunicação dentro da equipa multidisciplinar;

• Recursos e serviços de apoio adequados;

• Metas realistas;

• Manter-se aberto para receber apoio dos doentes;

• Folgas, alimentação e repouso adequados;

• Tempo disponível para recreação:

� Hobbies;

� Restauração espiritual.

“(…) cuidar do doente oncológico constitui uma das actividades mais exigente e

desgastante a nível físico e psíquico a que estão sujeitos os profissionais de saúde

requerendo maturidade profissional e estabilidade emocional face à doença”

(Domingues, 2005: 9). Neste sentido, e perante a progressão da doença, “Trabalhar

com doentes terminais não é fácil e requer toda uma filosofia de cuidar para a qual,

reconhecidamente, não fomos preparados e treinados” (Loff, 2000: 43).

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1.7. Esgotamento Profissional / Burnout

Quando não são resolvidas as situações de stress dos profissionais de saúde ao

cuidar o doente em fim de vida poderá surgir o burnout.

Segundo Loreto (2001:19) “O contacto permanente com situações de ameaça à vida

a par do sofrimento físico e psicológico com que se deparam os enfermeiros em

serviços de Oncologia torna este grupo profissional bastante vulnerável a situações de

burnout.” – “um estado de exaustão física, emocional e mental, que resulta do

envolvimento intenso com pessoas, numa situação prolongada e emocionalmente

demandante” (Neto,2004:44), que constitui um problema real nos cuidados de saúde e

para o qual é necessário estar atento para melhor cuidar de nós e dos nossos doentes.

Neste sentido, o burnout é considerado um síndrome que, de acordo com Loreto

(2001:19), “… surge como resultado de uma tensão emocional crónica e do excessivo

esforço que supõe o contacto contínuo e exaustivo com outras pessoas, particularmente

quando estas estão em situações difíceis, sendo os elementos que se revelam

característicos desta síndroma, a exaustão emocional, a despersonalização e a perda

de realização pessoal”.

Cuidar de alguém cuja fase fina de vida se aproxima é sempre difícil, pois

confronta-nos com a nossa própria finitude, obrigando-nos a imaginar-nos na mesma

situação, no entanto, temos que ser ensinados a viver a morte como mais uma fase

natural da vida.

Em 2001, Loff salienta que “Não há dúvida que ao técnico de saúde, neste caso

o enfermeiro, se torna difícil de lidar com a morte porque ela representa o fracasso, a

derrota, perante o objectivo de cuidar, tratar e curar, objectivos para que os técnicos

foram preparados (…). O contacto constante com as várias derrotas têm um certo peso

psicossocial, e este é o maior risco dos técnicos que assistem doentes terminais (…).”

O burnout pode surgir em qualquer profissional de saúde que cuida de pessoas,

no entanto, é mais frequente em enfermeiros, pela relação que estabelecem com os seus

doentes e porque passam 24 sob 24 horas junto do doente, e também tem tendência a ser

mais frequente em enfermeiros que cuidam de doentes em fim de vida, pela

proximidade da morte, pelo sofrimento, não só físico mas também psicológico do

doente e família.

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1.7.1. Sinais e Sintomas do Burnout

De acordo com as definições enunciadas, o burnout é apresentado como um

processo, não é “qualquer coisa que se teve mas que já não se tem mas sim um

fenómeno que se decompõe em sequências temporais e graduais que podem ter diversos

efeitos ou manifestações.” (Neveu, 1995 citado por Garcia, 1990: 27).

Neste sentido, de acordo com a Sociedade Francesa de Acompanhamento e de

Cuidados Paliativos (2000), podem ocorrer sinais e sintomas a nível pessoal, mas

também em relação à pessoa/família que cuidamos, manifestando-se essencialmente

por:

� Perda de interesse, aborrecimento, decepção profissional, desencorajamento,

depressão;

� Impressão de ser ultrapassado, incompetente, incapaz de se organizar;

� Perturbações da esfera intelectual (dificuldades de atenção, de concentração e

memória;

� Perturbações psicossomáticas (fadiga acumulada, insónia, cefaleias, problemas

funcionais, alergias, etc.);

� Perturbações do comportamento (dificuldades relacionais com os colegas,

instabilidade, isolamento, toxicomania, auto-medicação, absentismo)

� Empatia impossível, desapego emocional, irritabilidade e, mesmo, agressividade

e rejeição”.

1.7.2. Esgotamento Profissional / Burnout em Cuidados

Paliativos

Os profissionais de enfermagem, porque submetidos, diariamente, ao sofrimento

do próximo, à constatação da morte, ao contacto de ajuda com os sujeitos receptores de

cuidados, representam um grupo de risco de burnout.

De acordo com Neto (2004:45), “…a experiência evidencia que a principal

fonte de stress nos profissionais de cuidados paliativos se relaciona com as tensões do

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trabalho de equipa, aparecendo depois os aspectos relacionados com os

constrangimentos conjunturais (escassez de materiais, limitações no contexto laboral) e

só depois surgem as questões relacionadas com a exposição frequente à morte”. No

entanto, “O contacto com a doença, o sofrimento e a morte faz surgir no assistente

emoções ou sentimentos: esta componente psíquica ou afectiva intervém na carga de

trabalho e pode tornar este doloroso” (Sagehomme, 1997: 55).

De acordo com Sagehomme (1997:58) “As situações – fontes de carga psíquica

resultam essencialmente:

� Da sua relação com o doente, da sua inquietação, do seu sofrimento, mas

também da sua inconsciência, da sua morte…

� Do contacto com a sua família, por vezes excessivamente alarmada, por vezes

demasiado exigente, por vezes hostil ao doente…

� Da insuficiência da sua formação para a resposta, para a comunicação: devido

à dificuldade de encontrar as palavras adequadas…

� Do confronto com a própria moral e com a ética da sua profissão, com a

deontologia.

O enfermeiro que cuida e acompanha alguém na fase final da sua vida é o

profissional que mais tendência tem para desenvolver situações de burnout, isto porque,

“A exposição à doença terminal e à morte, se não for devidamente enquadrada num

verdadeiro trabalho de equipa e numa formação profissional credível, pode conduzir à

exaustão, ao chamado burnout” (Neto, 2004: 44).

Partilhamos da opinião de Pacheco (2002:128), que afirma que “… muitos

enfermeiros sentem dificuldade em lidar tão perto com o morrer e, sobretudo, em

comunicar com o doente, quer com a família. A atitude mais comum do enfermeiro é,

então, muitas vezes desligar-se do doente e da própria morte, desenvolvendo

mecanismos de defesa e os mais variados comportamentos de fuga. Uma vez instalado

o burnout, surgem, geralmente, queixas de perda de grande parte do idealismo, firmeza

e energia iniciais. O interesse e os sentimentos positivos acerca de si próprio mas

também em relação aos outros desaparecem podendo desenvolver-se o desânimo, a

quebra de rendimento e a falta de significação do trabalho. O indivíduo compromete-se

menos em termos laborais, devido à sua insatisfação profissional, assistindo-se,

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concomitantemente, a um aumento dos índices de absentismo, rotação interna (entre

serviços de uma mesma instituição) e abandono do emprego.”

Como Loff (2000:52), Vachon (2004) reconhece:

� “Interferências casa-trabalho (trazem-se problemas de trabalho para casa e

levam-se problemas familiares para o trabalho, o que tem consequências

negativas em ambos os ambientes);

� Conflitos interpessoais (lutas de poder, rivalidade, processos de antagonismo);

� Sentimentos de culpa e impotência, depressão (consequentes da perda de auto-

estima e de amizade com doentes colegas e/ou amigos);

� Irritabilidade, frustração, revolta (que dão origem a comportamentos

desajustados perante as situações e as relações de trabalho);

� Sentimentos de insegurança, inadequação e falta de apoio (relacionados com

expectativas irrealistas, pela sensação de falhanço face aos objectivos

profissionais e interferem muito com a capacidade para viver a vida fora das

instituições;

� Distanciamento, despersonalização e intelectualização (manifestações de

defesas intelectuais que constituem uma forma de fuga ao desconforto inerente

aos processo de morte da pessoa doente);

� Erros de julgamento (associados à fadiga e a sentimentos ambivalentes entre a

pessoa doente e seus familiares);

� Fuga aos doentes (o comportamento mais comum face à pessoa em fim de

vida.)”

Quando se lida com a pessoa em fim de vida e se desenvolve este síndrome

podem surgir muitas alterações a nível profissional e pessoal, que como salienta Leal

(1998) “Níveis significativos de burnout nos prestadores de cuidados reflectem-se na

diminuição da qualidade dos serviços, no absentismo, na baixa realização pessoal, na

insatisfação dos doentes e no estado da saúde física e psíquica dos profissionais de

saúde.”

Segundo Lopes (2005: 97), “As estratégias de coping que parecem ser as mais

adequadas para minimizar o impacte da situação de doença grave são as que permitem

ao clínico auto-observar-se e reconhecer os sintomas que indicam a necessidade de

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mudança …. Também a discussão dos problemas de trabalho com os colegas e a

disponibilidade para estar aberto a novos métodos de trabalho são estratégias eficazes

…”, assim como o suporte organizacional através de reuniões semanais

interdisciplinares (para a discussão de temas clínicos e abordagem das dificuldades),

encontros informais (para fortalecer a coesão de grupo) e ter o apoio de um psicólogo só

para a equipa é fundamental para prevenir o burnout.

1.7.3. Como Prevenir o Burnout? Oportunidade de Crescimento

Twycross em 2003 refere que:

• Enfrentar a sua própria mortalidade;

• Enfrentar as limitações próprias pessoais e profissionais;

• Partilhar o controlo;

• Aprender a estar com os doentes e não só a prestar-lhes serviços;

• Enfrentar o desafio às próprias crenças;

• Lidar honestamente com as emoções próprias.

Acreditamos que estas são algumas formas de podermos crescer, levando-nos a

adquirir uma maior maturidade pessoal e profissional que nos poderá permitir

desenvolver estratégias para superar e prevenir o burnout, podendo ajudar-nos a ajudar

outros a preveni-lo também.

1.7.4. O Que é Recompensador nos Cuidados Paliativos?

Cuidar de pessoas em fim de vida implica lidar com experiências profundas e

enigmas sem resposta. É este contacto interpessoal entre o enfermeiro e o doente, que

constitui um fenómeno complexo, que faz com que se cruzem valores, crenças,

percepções, emoções e sentimentos.

Cuidar em fim de vida não deve ser associado a sentimentos negativos, pois

cuidar de alguém na sua fase terminal tem aspectos recompensadores, tal como descreve

Twycross em 2003, que são:

• Conseguir aliviar os sintomas;

• Facilitar a adaptação psicológica;

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Enquadramento Teórico

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• Pertencer a uma equipa de apoio;

• Um meio para realizar coisas de forma completa ( pois cuidamos o doente como

pessoa e não cuidamos ou tratamos a doença);

• Inspirar-se nos doentes e família;

• Desenvolvimento pessoal e profissional.

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Módulo VII – Cuidados Paliativos

Conclusão

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2. Conclusão

Os objectivos por nós traçados foram atingidos na sua totalidade. Foram vários

os novos conhecimentos adquiridos nesta área que ainda não tínhamos explorado, mas

que foi gratificante conhecer pois também nós, profissionais de saúde, estamos sujeitos

a factores de stress ao cuidar o doente em fim de vida. Assim, é importante cuidar de

nós para que nós possamos também cuidar dos outros de forma a proporcionar-lhe uma

qualidade de cuidados adequada e realista em relação ao doente que temos perante nós.

“Deslizais no meu quarto para me trazer os medicamentos ou medir a tensão,

para se eclipsarem uma vez realizada a tarefa. Será porque sou aluna de enfermagem

ou simplesmente porque sou ser humano que tenho consciência do vosso medo e sei que

o vosso medo aumenta o meu? De que é que têm medo afinal? Sou eu que estou a

morrer. Tenho consciência do vosso mal-estar, mas não sei o que fazer nem o que dizer.

Mas peço-vos que me acreditem, se vocês se preocuparem verdadeiramente comigo,

não conseguem fazer-me mal. Aceitem essa preocupação, nada mais preciso. Sem

dúvida que nos acontece, às vezes, perguntarmos porque é que isto nos acontece e para

quê, mas não queremos nenhuma resposta.

Não fujam. Tenham paciência. Tudo o que eu preciso de saber é que terei

sempre alguém para me segurar a mão quando o precisar. Tenho medo. Talvez já

estejam insensíveis perante a morte: para mim é novidade. Nunca me tinha acontecido

morrer… Se tivéssemos ao menos a coragem de fazer o ponto da nossa situação e

admitirmos os nossos medos, vós, tal como eu, seria que isto vos iria prejudicar na

vossa preciosa competência profissional? Será proibido comunicarmos como pessoas,

de maneira a sentir-me rodeada de amigos no momento da minha morte?” Kübbler-

Ross (1994)

Lidar com doentes em fim de vida faz-nos vivenciar e relembrar o

carácter finito da nossa vida, é gerador de stress e poderá levar-nos ao burnout.

Pensamos que isto nos assusta um pouco, mas na realidade a pessoa em fim de vida

ensina-nos a conhecer o valor da vida e como ela é breve, bem como nos ensinam a dar

sentido a cada momento que passa, porque cada momento é único e precioso. Assim

cuidar em fim de vida tem as suas recompensas na nossa vida como pessoas e como

profissionais. “Os que vão morrer ensinam-nos a viver.” (Hennezel, 1993).

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Módulo VII – Cuidados Paliativos

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