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CRUZADA REVISTA MENSAL DO APOSTOLADO DA ORAÇÃO | ANO 86 Nº 12 | dezembro 2016

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Uma boa história ................ 9

Testemunhos Vivos ................ 21

Perguntas com resposta .......... 28

Passatempo ...................... 32

Daqui e Dali .................... 17

Grandes vidas ................... 3

Intenção do Papa para dezembro..1

Rezar com o Papa Francisco ..... 2

O Padre Dário Pedroso, sj ajuda--nos a rezar pelos meninos- -soldados, acompanhando a intenção universal do Santo Padre para este mês

CRUZADASumário

O Papa, os operários e os comunistas – Mais um episódio da vida de São João Paulo II narrado pelo Padre Miller Guerra, sj

Este mês, um conto sobre a origem da canção de Natal «Noite Feliz», contada por Silva Araújo, e uma história sobre a importância de estar disponível para os outros

Alguns testemunhos de assinantes e leitores da Cruzada, que mostram a sua fé e confiança em Deus e na intercessão de Nossa Senhora e dos santos

O relato de um dia de Natal diferente, em contexto hospitalar, o testemunho de um obstetra que oferecia um mimo aos filhos das suas pacientes e a história de Rebecca, uma cristã nigeriana raptada pelos islamitas

Uma reflexão de Elisabete Carvalho sobre o abominável uso de meninos-soldados nos conflitos armados

Uma explicação sobre as expressões «Santa Igreja» e «Igreja Católica» e um esclarecimento sobre o significado do Contributo Penitencial

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Intenção do Papa para dezembro

MENINOS-SOLDADOS, INFÂNCIAS NEGADASElisabete Carvalho

A realidade dos meninos-solda-dos é tão triste e atroz que mais parece uma história do mal. E é tão incómoda para o nosso imaginário que até preferimos nem saber. Des-cartamos o assunto considerando-o um problema daqueles povos lá lon-ge que vivem sempre em conflito. Mas é graças à indiferença de mui-tos que outros tantos sofrem.

A questão dos meninos-soldados é uma enorme crueldade a que o mundo assiste sem combater. São crianças em plena infância, algumas com menos de dez anos, que em vez de brinquedos têm armas, as brin-cadeiras de faz de conta são substi-tuídas por treinos militares e os jo-gos implicam matar seres humanos.

Nasceram e cresceram no meio da guerra. Umas integram as fileiras dos combatentes por vontade pró-pria, geralmente motivadas por si-tuações de extrema pobreza, orfan-dade e pouca escolarização. Outras são forçadas a fazê-lo, por exemplo, raptadas à saída da escola, quando vão buscar água ou estão a brincar na rua. Há ainda crianças que, ven-do-se em situações de violência e de caos, encontram proteção num gru-po armado.

Estas crianças vivem sobretudo no Médio Oriente e em África, mas também em alguns países da Amé-rica Latina. Neste último caso, são sobretudo usados pelos cartéis de droga. Embora a maioria seja rapa-zes, também há muitas raparigas. Os “senhores da guerra” recrutam propositadamente crianças porque são mais obedientes que os adultos, são fáceis de instrumentalizar e não questionam ordens.

O impacto dos conflitos armados na vida destas crianças é devastador mas muitas vezes invisível. As que so-brevivem sofrem em silêncio durante anos, sem auto estima, com medo, verdadeiramente atormentadas. A negação e destruição dos sonhos destes meninos é culpa e responsa- bilidade de todos. E todos é o resulta-do da soma de cada um de nós, aco-modados no nosso mundo de paz.

Este mês, o Papa pede, na sua intenção universal, «para que seja eliminada em todo o mundo a pra-ga dos meninos-soldados». Como? Através da oração, da compaixão e da ação. Porque não colaborar com as organizações que estão no terre-no a tentar resgatar estas crianças para uma nova vida?

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Rezar com o Papa Francisco

ORAÇÃO PELOS MENINOS-SOLDADOSDário Pedroso, sj

Senhor Jesus, nascido como nós, Deus Menino,tem compaixão das crianças feitas «meninos-soldados».

Faz que os corações daqueles que governam o mundo,que mandam, exploram, corrompem e se corrompem,olhem para Ti, Menino Deus no presépio,se deixem converter à justiça e acabem de vez com o crimedos «meninos-soldados», explorados, feitos carne para morrer,feitos objetos de exploração criminosa e morte hedionda.

Deus Menino,olha com bondade todas as crianças do mundo,sobretudo as que não têm paz e amor, casa e pão, carinho e alegria.

Olha e protege os «meninos-soldados», metidos na guerra, na violência, no crime, no derramar do sangue inocente,para que os grandes enriqueçam, vivam no luxo, na exploração,no prazer, na tirania que ceifa vidas tão belas e tão inocentes.

Menino Deus,Rei da justiça e do amor, da verdade e da vida,tem compaixão destes teus amigos: os «meninos-soldados».

Grandes Vidas

JOÃO PAULO II

O PAPA, OS OPERÁRIOS POLACOS E OS COMUNISTASP. Gonçalo Miller Guerra, sj

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No dia 2 de junho de 1979, João Paulo II foi à Polónia. No dia 3, cele-brou para 300.000 pessoas na Praça Vitória. No dia seguinte, abençoou 100.000 cruzes na mão de jovens. Visitou o santuário de Czestochowa, recebeu os professores da Univer-

O PAPA NA POLÓNIA

sidade de Lubline e os mineiros da Alta Silésia, Zaglebia e Dabroeskie. Depois, foi ao santuário de Kalwaria Zebrzydoskae, à cidade onde tinha nascido, Wadovice; aqui visitou a paróquia onde tinha sido batizado. Depois foi a Auschwitz, um antigo campo de extermínio onde os nazis mataram 1 milhão e 300.000 pes-soas. Rezou na campa onde estão os seus pais, em Rakowicki, e visitou operários em Nowy Targ.

No dia 10, regressou a Roma. Pa-ra além do significado religioso, a viagem teve um significado político profundo que nem o governo po-laco nem a União Soviética perce-beram na altura: a viagem do Papa deu força à oposição polaca, de que faziam parte muitos católicos.

O TIO PAPAO Papa conseguia sempre tempo

para os seus amigos polacos que o vinham visitar ao Vaticano. Foi assim que, nesse verão, recebeu um gru-po de amigos muito próximos, com quem partilhava algumas festas na Polónia, alguns que tinham sido membros do grupo teatral de que o Papa tinha feito parte, outros que o Papa tinha casado e a quem tinha batizado os filhos.

Num desses encontros, um dos jovens perguntou-lhe como é que haviam de o tratar, ao que o Papa respondeu: «Então não sou o mes-mo de sempre? Pois por ‘tio’». A este

João Paulo II em Auschwitz (junho de 1979)

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dias na Irlanda, onde peregrinou ao santuário da Virgem de Knock. Já nos Estados Unidos, celebrou para 400.000 pessoas em Filadélfia e um milhão em Chicago. Também cele-brou na catedral de Nova Iorque e discursou nas Nações Unidas. En-controu-se com jovens em Madison Square Garden e depois foi a S. Fran-cisco. Finalmente, rumou a Washin-gton, onde celebrou e foi recebido pelo presidente Jimmy Carter.

A MÃE NÚMERO 25 E A MULHER NÚMERO 14

De 28 a 30 de novembro foi à Tur-quia. O trabalho pastoral do Sumo Pontífice foi continuando e, na sex-ta-Feira Santa do ano seguinte, con-fessou na Basílica de S. Pedro, como um sacerdote normal. No princípio de maio, fez uma viagem a África: Zaire, República do Congo, Quénia,

1 Eusébio Ferrer, «Pregonero de la Verdad», Desclée de Brouwer, Bilbao, 2000, 261.

propósito, Eusébio Ferrer conta no seu livro «Pregonero de la Verdad»1

que um casal polaco foi visitar o Pa-pa a Castel Gandolfo, nesse verão. Depois do almoço, o Papa pegou na filha do casal, de nove anos, e disse--lhe: «Anda, vou mostrar-te a minha casa». E foi mostrar-lhe a parte do palácio interdita às visitas. No fim, perguntou à Mónica:

– «O que é que achas da minha casa?»

– «Acho que vives como um rei mas continuas o mesmo».

IRLANDA E ESTADOS UNIDOS

A 29 de setembro, foi aos Estados Unidos, fazendo uma escala de dois

Joao Paulo II acena para a multidão em Nova Iorque

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Gana, Alto Volta e Costa do Marfim. Ao chegar a um dos países (não con-segui saber qual), disseram ao Papa que não ia ser recebido pelo rei mas pela rainha mãe. E o Papa pergun-tou: a mãe do rei? E responderam- -lhe que não, que não era a mãe do rei. Que o rei era filho da mulher número vinte e cinco do pai do rei e que a rainha mãe (que, pelos vistos, não era a mãe do rei) era a mulher número catorze. Costumes (muito) diferentes dos nossos!

UMA GREVE MUITO PERIGOSA

Ainda em maio, foi a França. Pa-ris recebeu-o na grande Avenida dos Campos Elísios, em Paris, o correspondente da nossa Avenida da Liberdade, em Lisboa. No bairro de Saint-Denis teve um encontro com operários. Depois discursou na UNESCO, que é uma organização das Nações Unidas para promover a ciência, a cultura e a educação no mundo, onde estão representados 150 países.

Em agosto, enquanto passava uns dias de férias em Castel Gandolfo, os operários polacos de Gdansk en-traram em greve, o que era um ato muito grave, porque era um desafio direto à férrea ditadura polaca e ao poder soviético que controlava es-se governo. Ninguém sabia como é que o governo polaco iria reagir – a greve podia originar um banho de

sangue – e, se as reivindicações dos grevistas alastrassem a outros seto-res do país, a União Soviética podia mesmo invadir a Polónia e impor um regime ainda mais brutal do que o que já havia naquela altura.

O Papa estava muito preocupa-do e acompanhava as notícias pe-la televisão, na companhia do seu secretário particular, Monsenhor Estanislau. O Papa ficou muito es-pantado quando viu na televisão os operários a assistirem à missa, na fábrica onde trabalhavam, com um altar improvisado, ao lado do qual havia uma grande imagem de Nos-sa Senhora de Czestochowa e um grande retrato do Papa. Muitas pes-soas acharam que os operários se

Lech Walesa com apoiantes do «Solidariedade»

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tinham sentido encorajados a fazer a greve pela visita papal uns meses antes e também pelo facto de o Pa-pa ser polaco.

Além de participarem em eucaris-tias, os grevistas animavam-se com cânticos religiosos. Era algo que nunca tinha acontecido num país comunista e todo o mundo estava fascinado e preocupado por aqueles acontecimentos.

Daí a uns dias, Monsenhor Esta-nislau Dziwisz viajou para a Poló-nia, oficialmente para passar uns dias de férias, mas encontrou-se com os operários, com certeza pa-ra se inteirar melhor da situação e até terá levado alguma mensagem do Papa, o que não é difícil de con-

cluir. O chefe dos grevistas era Lech Walesa, que, anos depois, será pre-sidente da Polónia, e os grevistas agruparam-se num sindicato cha-mado «Solidariedade».

No fim de maio, os operários e o governo chegaram a um acordo so-bre as reivindicações, o que foi uma vitória extraordinária dos operários que, de algum modo, fizeram o go-verno vergar: o governo reconheceu que os operários tinham o direito de eleger sindicatos livres.

Mas, como veremos no próximo capítulo, a força que os operários polacos ganharam iria ter conse-quências muito más para o Papa.

Lech Walesa com apoiantes do «Solidariedade»

Uma boa história

Esta é uma caixa diferente, com um conteúdo pouco habitual. Dentro dela, existem nove puxadores de porta, com nove personagens, nove orações e nove desafios.

Uma forma de preparar o Natal em família, procurando o verdadeiro sentido para palavras tão simples como “descoberta”, “amizade”, “felicidade”, “libertação”, “paz”, “confiança”, “solidariedade”, “silêncio” e “alegria”.

Uma proposta do Apostolado da Oração – Rede Mundial de Oração do Papa e da Fundação AIS – Ajuda à Igreja que Sofre. Para utilizar, em família, entre os dias 17 e 25 de dezembro. Para guardar, no coração de cada um, durante todo o ano.

Preço: Portugal: 11,40euros; Europa: 13,20euros;Fora da Europa: 15,70euros

PARA REZAR O NATAL EM FAMÍLIA

17 dezPara rezar o Natal em Família

22 dezPara rezar o Natal em Família

24 dezPara rezar o Natal em Família

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Uma boa história

NOITE FELIZ – A «CANÇÃO DO CÉU»Silva Araújo, Viver o Natal

A mais famosa canção de Natal, «Noite Feliz», foi com posta nas vés-peras do Natal de 1818, numa aldeia dos Alpes, por um padre de nome Joseph Mohr, que fez os versos, e por um mestre-escola chamado Franz Xavier-Gruber, que escreveu a música.

Para a língua portuguesa foi feita uma feliz tradução por Frei Pedro Sinzig:

Noite Feliz! Noite Feliz!O Senhor, Deus de Amor,Pobrezinho, nasceu em Belém. Eis na lapa Jesus, nosso Bem. Dorme em paz, ó Jesus! Dorme em paz, ó Jesus!

Noite Feliz! Noite Feliz!Eis que no ar vêm cantarAos pastores os Anjos dos céusAnunciando a chegada de Deus,De Jesus Salvador!De Jesus Salvador!

Noite Feliz! Noite Feliz! Ó Jesus, Deus da luz, Quão afável é teu coraçãoQue quiseste nascer nosso irmãoE a nós todos salvar!E a nós todos salvar!

A canção nasceu numa peque-na aldeia dos Alpes austría cos, em Oberndorf. «Noite Feliz» nasceu para preencher uma lacuna: nas missas da meia-noite, as pessoas estavam acostuma das a ouvir a melhor música. Veio a descobrir-se, entretanto, que o órgão tinha sido estragado pelos ratos e não havia possibilidades de o reparar a tempo.

Surgiu então a ideia de uma so-lução de emergência: compor uma canção para que o organista, exímio tocador de violão, a apresentasse naquela noite.

Foi cantada por um coro de crian-ças acompanhado por uma viola de 12 cordas, instrumento típico do Tirol.

No original, a canção tem por títu-lo «Stille Nacht, Heilige Nacht» (noite silenciosa, noite santa).

Peter Krone, entretanto, conta as-sim a origem da letra e da música:

«É véspera de Natal. A pequena igreja, toda branca com a sua torre vermelha, domina as casas de telha-dos íngremes, como a galinha que protege os seus pintainhos. A pai-sagem está coberta de neve. Na ca-sa paroquial, o Padre Joseph Mohr, com 25 anos apenas, estuda o Evan-gelho, preparando o sermão daque-

Foto: © Kavita – Fotolia.com

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la noite. Batidas à porta quebram o seu recolhimento.

É uma camponesa que chama o vigário para assistir a uma criança que nascera naquele dia. Saiu en-tão o jovem pároco, subindo a pé a montanha coberta de neve, até chegar ao alto, à choupana do casal de camponeses que naquele dia ga-nhara um filho.

Voltando sozinho, sob a ténue claridade das estrelas refletida na brancura da neve, o Padre Mohr meditava sobre a cena que acabara de ver. Aquele menino, aquele casal de cam poneses, aquela choupana, haviam-no impressionado. Lembra-vam-lhe outro Menino, outro casal, outra choupana, em Belém de Judá.

Depois da Missa do Galo, o Padre Mohr não conseguia dormir. Com-pôs então um poema – a letra de

«Stille Nacht» – que até hoje ecoa nas noites de Natal, em tantas lín-guas e países.

Na manhã seguinte, dia de Natal de 1818, o jovem vigá rio procurou o seu amigo, o mestre-escola Franz Xavier-Gruber, de 31 anos. Ambos gostavam de cantar juntos. Eram as pessoas mais instruídas da al-deia. Logo que Gruber viu o poema, exclamou:

– Padre, esta é exatamente a can-ção de Natal de que precisamos! Louvado seja Deus!

E no mesmo dia compôs a música hoje universalmente conhecida».

A canção espalhou-se pela Euro-pa e pelo mundo devido à ação de Karl Mauracher, um construtor de órgãos de Zillertal, no Tirol, que gos-tava muito de cantar. Peter Krone conta como foi:

Foto: © lucag_g – Fotolia.com

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Perceberam logo que a nova canção aprendida com Mauracher atraía particularmente as pessoas, que fa-ziam roda para os ouvir.

E assim se foi tornando conhecida no Tirol a «Canção do Céu», como a chamavam, por não saberem quem era o seu autor. E logo a melodia chegava a outras partes da Áustria

e da Alemanha, pois os irmãos Strasser passaram a visi-

tar anualmente a feira internacional de Leipzig, na Saxónia, a fim de ali venderem as suas luvas.

Em Leipzig, acabaram por ser convidados a cantar para o próprio Rei da Saxónia, ocasião em que ficou consa-grada a fama da «Can-ção do Céu».

Depois desse suces-so, os irmãos Strasser viajaram por outras re-giões, sempre cantando

a «Stille Nacht», inclusive em Berlim, onde um músico da corte prussi ana incluiu a nova canção no repertório do coro da catedral da cidade. Mas, nesta altura, o espírito militar dos prussianos, bem como as sucessi-vas reproduções, já haviam alterado com pletamente a melodia e a letra originais».

«Mauracher consertava também os órgãos da região. E quando o da igrejinha de Oberndorf apresentou problemas, foi chamado a examiná--lo. Era apenas um buraco no fole. Conserto simples, após o qual con-vidou o organista Gruber a experi-mentar o instrumento.

Instintivamente, Gruber tocou a música «Stille Nacht» e o Padre Mohr, que ali se achava, cantou com ele a nova canção.

O construtor de ór-gãos ouviu encantado. Pediu para repetirem. E gravou na sua me-mória prodigiosa a nova melodia. Pergun-tou quem era o autor. Os dois sorriram, sem responder.

Karl Mauracher partiu cantarolando pelas mon-tanhas, até chegar a Zil-lertal, onde as crianças já o aguardavam, pois sabiam que ele sempre trazia de fora alguma can-ção nova. Num instante, os acordes de «Stille Nacht» estavam nos lábios dos melhores cantores de Zillertal: os irmãos Strasser, dois meninos e duas meninas. Eles cantavam como rouxinóis, dizia Mauracher.

A família Strasser, por longa tra-dição transmitida de pai a filho, fabricava e vendia ótimas luvas de camurça. E os irmãozinhos Stras-ser, para se distraírem, cantavam enquanto ofereciam o seu produto.

Foto: © lucag_g – Fotolia.com

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NÃO PODEMOSDEIXÁ-LO NA RUARedação

João é belga; Maria de Jesus, es-panhola. São um casal jovem, feliz e cristão.

Ele está empregado nos escri-tórios de uma companhia no ae-roporto de Bruxelas, que fica a 16 quilómetros de distância da cidade. Maria de Jesus é secretária numa empresa em que trabalha na parte de manhã. As restantes horas do dia e da noite, dedica-as à família.

A 10-12-1981, João trabalhou no turno da tarde. Saiu do aeroporto à uma hora da madrugada, entrou no seu automóvel e dirigiu-se para a capital. Os faróis do seu automóvel iluminavam as rajadas da neve que caía. Mas mostraram também um homem grande, que ia pela berma, caminhando na mesma direção.

É um homem altíssimo, com uma mochila às costas e uma mala de viagem na mão direita.

João, pensou: «Talvez tenha che-gado em algum dos aviões e não terá dinheiro para pagar um táxi. Se for a pé até Bruxelas, gastará perto de três horas. E com este frio e com esta neve!...».

Parou o carro e, aproximando-se do homem, perguntou:

– Vai para Bruxelas? Quer que o leve?

– Não compreendo francês! Se me puder falar em inglês, muito bem... – respondeu o homem.

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Pelo tom de voz e pelas feições do rosto, demonstra ser um jovem dos seus 20 anos. Como empregado de uma companhia internacional, João estudou inglês e não tem dificulda-de em dialogar com o caminhante.

– Para onde pretende ir?O estranho viajante responde:– Não sei para onde vou... Cheguei

de Frankfurt num avião da compa-nhia Sabena e tenho pago o bilhete de viagem até à minha Pátria, Kuala Lumpur, na Malásia.

Coloca a mala no chão, tira o pas-saporte e a passagem de avião. E continua:

– Mas a companhia que me de-sembarcou em Bruxelas disse-me que o avião da manhã para a Malá-sia estava totalmente repleto e que o meu bilhete estava reservado para daí a 20 dias!...

Guarda os documentos, pega na mala e acrescenta, com um tom de imensa preocupação:

– Aqui não conheço ninguém, nem tenho mais dinheiro que al-guns marcos alemães.

João observa o jovem que treme de frio e compreende que o mais ur-gente é oferecer-lhe o calor do seu automóvel. Desce, ajuda-o a colocar a bagagem no assento de trás, aco-moda-o a seu lado e... segue viagem.

Quando nota que o seu compa-nheiro está mais tranquilo, diz-lhe que está pronto a ajudá-lo até en-contrar repouso.

– Eu – desabafa o jovem – pro-curava alguma mesquita... algum

membro da minha religião. Sou mu-çulmano... Poderá levar-me?

– Não sei se haverá aqui alguma mesquita... Conheço um sacerdote católico, meu amigo, que é muito bom e talvez o possa ajudar.

– Então, leve-me até ele, se puder ser.

– Vamos lá – responde João.O que então aconteceu contou-

-o, numa carta de 11 de janeiro de 1982, Maria de Jesus a uma sua tia religiosa, residente em Espanha:

«Imagine a tia o que seria chega-rem ambos à casa do Padre Ângelo às duas horas da madrugada. Me-nos mal que o padre estava a termi-nar de escrever um sermão e ainda não se tinha deitado. O meu marido expôs-lhe o problema e decidiram que o mais urgente era buscar-lhe um abrigo para passar a noite. Co-mo na residência paroquial não ha-via uma cama livre dirigem-se para um hotel. O Padre acompanhou-o e pagou a dormida e o pequeno-al-moço do dia seguinte. Pela manhã, João dirigiu-se ao hotel e dedicou o tempo de que dispunha a falar com o seu amigo desconhecido.

Em primeiro lugar, levou-o aos es-critórios centrais da Sabena, para ver se conseguia arranjar-lhe passagem antes do dia 31 de dezembro. Expôs o caso, demostrou a sua eloquência e simpatia; acudiu às influências de bons amigos. Nada conseguiu e, de-pois de me telefonar, trouxe-o para nossa casa».

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Foto: © VadimGuzhva – Fotolia.com

Tanto ela como João conhecem a parábola do Samaritano e reco-nhecem que é por obras que se mostra a caridade. Admite-o à mesa familiar, trata-o carinhosamente e, nuns momentos com a sua esposa, declara-lhe:

– Na Sabena disseram-me que quem deve solucionar o problema é a embaixada da Malásia. Por isso, depois do almoço, lá iremos.

– Muito bem, João. Esse homem não é da nossa Pátria, não é da nos-sa raça, não é da nossa religião, mas é o próximo que Deus pôs no nosso caminho. Devemos atendê-lo em tu-do quanto pudermos.

– E se a embaixada não resolve a situação? – pergunta João.

– Então, deves trazê-lo para casa. Somos cristãos, não podemos dei-xá-lo na rua.

Assim: com simplicidade e gene-rosidade absoluta.

Da embaixada da Malásia chega um telefonema a dizer que conse-guiram passagem de avião daí a quatro dias, mas que não o podem hospedar.

Não importa! João e Maria que-rem resolver o problema. Durante quatro dias hospedam o gigantes-co asiático, atendendo-o em tudo quanto precisa.

Ele fica tão emocionado e agrade-cido que, ao chegar a hora de des-pedida, quer deixar-lhes uma recor-dação. Abre a sua mala de viagem e dela tira piedosamente o seu tapete de oração. É uma pequena carpete

artisticamente bordada que os mu-çulmanos piedosos levam consigo nas viagens prolongadas, para es-tendê-la no chão e de pé, em cima dela, depois de se terem descalça-do, oferecem a Deus as suas ora-ções de cada dia. O jovem malaio cumpre este rito, diante do silêncio respeitoso de João e Maria de Jesus. Depois, sai da carpete, calça-se, re-colhe-a, dobra-a cuidadosamente e entrega-a a João, dizendo:

– Não tenho bem mais precio-so para mostrar a ambos a minha imensa gratidão. Peço-lhes que me concedam o gosto de aceitar este ta-pete de oração, para ficar para sem-pre na casa de um cristão e de uma cristã, nos quais encontrei tanta fé e tanto amor a Deus.

Desde a Malásia, onde chegou, felizmente, escreveu uma carta por volta do Natal, enviando-lhes as boas festas pelo nascimento de Je-sus: «Esse Jesus, vosso Senhor, que nos ensina a ser bons, mesmo para com aqueles que não são cristãos».

NÃO HÁ MAIOR AMORSanta Madre Teresa de Calcutá

A fundadora das Missionárias da

Caridade dá-nos estes conselhos:

«Sê sempre fiel nas pequenas coi-sas, pois nelas reside a nossa força. Para Deus, nada é pequeno. A seus olhos nada tem pouco valor. Para Ele, todas as coisas são infinitas.

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Deves pôr fidelidade nas coisas mais mínimas, não pela virtude que lhes é própria, mas por essa coisa maior que é a vontade de Deus – e que, eu própria, respeito infinita-mente.

Não procures realizar ações espe-taculares. Devemos renunciar deli-beradamente ao desejo de contem-plar o fruto do nosso labor, devemos apenas fazer o que podemos, o me-lhor que pudermos, e deixar o resto nas mãos de Deus. O que importa, é a dádiva que fazes de ti mesmo, o grau de amor que pões em cada ação que realizas.

Não te desencorajes face aos fra-cassos, se deste de facto o teu me-lhor.

Recusa também a glória sempre que sejas bem-sucedido.

Oferece tudo a Deus com a mais profunda gratidão.

Se te sentires abatido, isso é sinal de orgulho, o que mostra quanto acreditas nas tuas forças.

Deixa de te preocupar com o que as pessoas pensam. Sê humilde e nunca mais coisa alguma te impor-tunará».

O Senhor ligou-me aqui, ao lugar onde estou; é Ele quem me desli- gará de onde estou.

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A misericórdia como forma eclesial

Stella Morra

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Deus Não Se Cansa

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Ser cristão, hoje, não é uma tarefa tão fácil como já foi. As categorias que, ao longo de séculos, definiram o modo de ser cristão dificilmente se aplicam ao contexto cultural da época pós-cristã que nos tocou viver. Importa, por isso, tentar novas categorias, novas formas que ajudem a viver, sem perder o essencial. É o que se e nos propõe Stella Morra, nesta obra: «A tese deste nosso trabalho é a de que a “misericórdia” deve ser usada e percorrida, hoje, como categoria teológica, isto é, como uma estrutura fundamental, uma forma da fé da Igreja. Neste momento histórico, ela é colocada diante de nós, não tanto como uma virtude individual ou uma questão espiritual, mas como um possível lugar de visibilidade da experiência cristã e do seu ser vivível».

STELLA MORRA, socióloga e teóloga, ensina na Pontifícia Universidade Gregoriana e no Pontifício Ateneu Santo Anselmo. O seu interesse e investigação referem-se sobretudo às práticas religiosas na vida quotidiana e à experiência eclesial como mundo vital.

“A LUZ DE DEUS EM MIM SAÚDA A LUZ DE DEUS EM TI”

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Paulo Teia

Fictio consed magnatur anducimusam que

nobitiae eosant.

Ruptas alit ad mo molorro vidusa volorer

chillaut quunt venimol uptatibus ut aut

omnis dolenima sinveliquo veliqui duciandi-

tias alitatem ipid entium eos sit quatem ium

necabor magnitat pa ne officab orerepel

esseque volupta sum et quatque ditam

ipsandi intiani as doluptatem harchit esequo

con nihictota sed mo doloriam voluptur, ium

ium quiateturit esciet assit veliquae alite-

cuptat alit ad et estorionsent esed untionse-

quia consecepe minullestios etur resti volupti

scilignam quae dolo quae. Icit, quiam, quia-

musciet vitassus.

Lecab idunt rendand iciate conse nonet

faccae volum non parit, sam doluptur autati

bea vendae sit unt, simi, quates pratios et

utem rem utem ipiduci aut quunt officiatur

acesecae eatemporro consendi cum facilles

con cor sectemporiae et volecus doloriam,

nimincto berchit occatem porestiis ut es idit

aruntur, int, occaborio bero volupta nectis alis

ium quam eum que optat aperibu sapist aut

rem. Omniae res nihil eos parcimagnis exces-

ciur magni blabor molorit atiissit faceatum

facest isqui dem eum et dollore, omnisciderae

vollam ipsam qui ducient, voloritatur? Quia

velland untiatem veni dolupta ernate se cum

idem harior raeria am dolupta eprovit abo.

Ullorestet de vit laut qui alit volorro estores

re natende volorei untotatio molorem sequa-

ment andem aces dit ut voloreium inihili tatur,

tem sim sum audiciam, quunt liquo im que nes

dolupta tiusapient lacepudi omnihiliqui dolor-

rumquid es nobitatem quatiori cusapid elici-

milique volorib usdantempos eaquodi conse-

quatem est

“A LUZ DE DEUS EM MIM SAÚDA A LUZ DE DEUS EM TI”

NA

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Paulo Teia

Fictio consed magnatur anducimusam que nobitiae eosant.

Ruptas alit ad mo molorro vidusa volorer chillaut quunt venimol uptatibus ut aut omnis dolenima sinveliquo veliqui duciandi-tias alitatem ipid entium eos sit quatem ium necabor magnitat pa ne officab orerepel esseque volupta sum et quatque ditam ipsandi intiani as doluptatem harchit esequo con nihictota sed mo doloriam voluptur, ium ium quiateturit esciet assit veliquae alite-cuptat alit ad et estorionsent esed untionse-quia consecepe minullestios etur resti volupti scilignam quae dolo quae. Icit, quiam, quia-musciet vitassus.

Lecab idunt rendand iciate conse nonet faccae volum non parit, sam doluptur autati bea vendae sit unt, simi, quates pratios et utem rem utem ipiduci aut quunt officiatur acesecae eatemporro consendi cum facilles con cor sectemporiae et volecus doloriam, nimincto berchit occatem porestiis ut es idit aruntur, int, occaborio bero volupta nectis alis ium quam eum que optat aperibu sapist aut rem. Omniae res nihil eos parcimagnis exces-ciur magni blabor molorit atiissit faceatum facest isqui dem eum et dollore, omnisciderae vollam ipsam qui ducient, voloritatur? Quia velland untiatem veni dolupta ernate se cum idem harior raeria am dolupta eprovit abo. Ullorestet de vit laut qui alit volorro estores re natende volorei untotatio molorem sequa-ment andem aces dit ut voloreium inihili tatur, tem sim sum audiciam, quunt liquo im que nes dolupta tiusapient lacepudi omnihiliqui dolor-rumquid es nobitatem quatiori cusapid elici-milique volorib usdantempos eaquodi conse-quatem est

Deus Não Se CansaStella Morra

NamastéPaulo Teia

NOVIDADESLivraria

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dedos desfiava ο rosário quando nós, seus filhos, rodeávamos a sua cama no hospital. Experimentei-o eu mesmo quando me inclinei para lhe dar um beijo.

Era a manhã do dia de Natal de 1980. Levámos-lhe um enorme bo-lo-rei e um cesto de frutas. O que maior alegria lhe causou não foram essas prendas, mas a presença de todos os filhos. Não sei se quis ce-

lebrar o Natal com o amor que ofe-rece tudo ou se teve em mente dar--nos a lição de ficar a sós com Deus. O certo é que nos mandou distribuir o bolo e as frutas pelos doentes do pavilhão.

Como se fôssemos uma Embaixa-da Diplomática, passámos de cama em cama, cumprimentando e dis-tribuindo a cada um a Consoada da mamã. Como o pavilhão era grande, demorámos mais de duas horas a percorrê-lo.

PRENDA DE NATALRedação

Portes de Correio incluídos nos preçosPedidos: Secretariado Nacional do A. O. Rua de S. Barnabé, 32 – 4710-309 Braga mail:[email protected] |www.livraria.apostoladodaoracao.pt (envio mediante pagamento prévio)

Portugal: 41,80€; Europa: 47,00€; Fora da Europa: 54,00€

Deus Não Se CansaStella Morra

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Com este título publicou ο jornal Times of India, de Bombaim, no dia de Natal de 1991, um relato, assina-do pelo escritor católico, de ori-gem goesa, Jorge Meneses:

«Naquele dia, na cama do hos-pital, a minha mãe pareceu-me mais bela que nunca. Entre len-çóis e almofadas, só se lhe via o rosto que pare-cia desprender- -se de tudo o que é corporal para voar depressa para o Céu, envolvido em nuvens brancas...

Antes de adoecer, víamo-la subir todas as manhãs até à igreja por uma encosta capaz de cansar um desportista. Mas ela nunca faltou à missa diária, de que regressava ani-mosa. Tinha um marido que parecia um génio e sete filhos que contro-lava como um perfeito diretor de orquestra.

Além da missa e da comunhão, também o terço, cada dia. Entre os

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Quando voltámos, contentes, a dizer-lhe que estava cumprido o seu encargo, a nossa mãe tinha fechado os olhos. Α sua mão sobressaía para fora da cama com o terço seguro en-tre os dedos, como se fosse o lenço branco com que o passageiro dá ο último adeus… Quis certamente que nós, depois de nos termos alegrado a distribuir os seus doces e frutas, nos confortássemos com a sereni-dade e piedade da sua morte.

A minha mãe era assim. E foi precisamente no dia de Natal que nos quis dar a prenda de uma bela morte».

O MÉDICO QUE TRICOTA GORRINHOSAleteia

Nestes tempos em que nos depa-ramos com constantes agressões à maternidade e em que muitas mães se sentem desrespeitadas num dos

momentos mais sublimes das suas vidas – o parto de um filho – algumas histórias tocam-nos e mostram-nos a humanidade de quem entendeu que trazer uma criança ao mundo é um ato de extrema responsabilida-de e uma grande honra.

Como presente de Natal para os seus filhos, Robert comprou o livro Hat Heads, que narra a aventura de um homem e cinquenta gorros cria-dos por ele para presentear os seus amigos. Daí veio a ideia de começar a tricotar para os bebés que ajudava a nascer – após o primeiro presen-te, a reação da mãe foi de tamanho agradecimento que ele decidiu con-tinuar. Nos últimos quatro anos, foram mais de 200 gorrinhos feitos com esse propósito! Cada um leva cerca de quatro horas para ser feito (e para que o obstetra dê conta da produção, acaba por trabalhar entre uma consulta e outra).

O gorro que cada bebé recebe não é apenas um mimo. É também importante para manter a cabeci-

nha aquecida, uma vez que o recém-nascido tende a perder muito calor após o nascimento. Como forma de agradecimento, muitos pais entregam a Robert um novelo de lã, para que ele tenha matéria-prima para presentear novos be-bés que vêm a caminho. É a corrente do bem, que o impulsiona a continuar esse trabalho tão doce.

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AS LÁGRIMAS DE REBECCAFundação AIS

Rebecca, uma cristã nigeriana, foi capturada pelos islamitas do Boko Haram a 21 de agosto de 2014. Al-guns homens armados irromperam aos gritos pela aldeia. Procuravam os homens. Andavam atrás deles como cães famintos. Bitrus, o mari-do de Rebecca, ficou em pânico. Na confusão daqueles instantes, ape-nas guarda os gritos da mulher a im-plorar-lhe que fugisse. Que não se inquietasse, pois ela e os dois filhos, Zacarias e Jonatán, de 3 e 1 ano de idade, ficariam a salvo. Bitrus fugiu. Ainda hoje não sabe como nenhuma bala o atingiu.

Alguns dias depois, já a salvo, começou a procurar a mulher e os filhos. Ninguém sabia deles. Frustra-dos por não terem capturado Bitrus, os terroristas viraram-se para a sua mulher, Rebecca, e obrigaram-na a acompanhá-los. Foram quilómetros e quilómetros pela selva. Foram dias e dias sem comer, sempre assusta-da com o que lhe iria acontecer.

Um dia, venderam-na a um ho-mem, Baga Guduma. Passou a ser a sua escrava. Todas as noites, Re-becca procurava esconder-se nas sombras, fugindo. Um dia, agarra-ram em Jonatán, o seu filho mais

novo, e mataram-no, atirando-o para o lago. Era o castigo por não querer entregar-se ao seu dono. A resistência de Rebecca, porém, du-rou pouco. Venderam-na a outro homem: Malla. «Ele violou-me várias vezes. Acabei por ficar grávida…». Foram nove meses de sofrimento, carregando no seu ventre o filho do homem que a violara. «Dei à luz em casa, sozinha…».

Finalmente, a fuga – Deram à criança o nome de Ibrahim. Era mais um soldado para o Boko Haram. Rebecca tinha cumprido a sua mis-

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Caro Assinante:

A Cruzada é a sua revista e sem si não pode crescer. Ajude-nos a torná-la mais conhecida, para que mais pessoas possam assiná--la, tirando proveito do muito que esta pequena revista lhe oferece. Consiga novos assinantes para a Cruzada. Por cada nova assinatura que nos enviar oferecemos-lhe um dos seguintes livros, à sua escolha:

Para nascer de novo

O caminho da Cruz

As três Avé-Marias

“Se fizerem o que eu vos disser...”

CONTACTE-NOS:[email protected] | Tel.: 253 689 442Rua S. Barnabé, 32 – 4710-309 BRAGA

CRUZADAOfertasão. Agora, poderia ser vendi-

da a outro homem e a outro, a outro… As vezes que fossem necessárias.

Um dia, Rebecca ousou fugir com os dois filhos: Zacarias e o pequeno Ibrahim. Teve sor-te. Conseguiu chegar a Diffa, uma aldeia onde estavam sol-dados do Governo. «Eles tra-taram de mim e levaram-me de volta para o meu marido». Agora, estão todos a viver em Maiduguri, ao cuidado do Bis-po, D. Oliver Doeme. Como eles, há outros 500 deslocados que transportam consigo tam-bém experiências de dor e de sofrimento. A diocese é pobre mas providencia-lhes roupa, alimentos, medicamentos.

Rebecca conseguiu fugir, mas quantas mulheres, quan-tas raparigas não continuam, ainda hoje, nas mãos dos ter-roristas? Como nos diz D. Oli-ver, as nossas orações são o bem mais precioso que pode-mos oferecer. Só elas podem mudar os corações dos terro-ristas, só elas podem secar as lágrimas de Rebecca.

Foto: © 0608195706081957 – Fotolia.com

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Testemunhos Vivos

Oferta

VONTADE DE VIVERAnónima

Sou uma jovem de 24 anos. Que-ro dar os parabéns à vossa revista pelas riquíssimas histórias que pu-blica. São, acima de tudo, grandes exemplos de vida a seguir, que aca-bam também por nos enriquecer e motivar.

Começo por dizer que me conside-ro uma pessoa com grande espírito de luta, com muita vontade de viver a minha fé.

A dada altura da minha vida estava a entrar por um caminho sem saí-da: uma depressão provocada por motivos profissionais, pois já não aguentava psicologicamente o tra-balho que tinha; mas também não podia despedir-me, porque depen-dia dele para sobreviver. Nesta fase pedi muito a Nossa Senhora que me ajudasse a arranjar outro trabalho, para me libertar daquela depressão. A Mãe do Céu ajudou-me a realizar esse desejo.

Continuo a assumir-me como uma pessoa de fé, que tem muito a agra-decer a Deus e que continua a preci-sar muito d’Ele e de sua Mãe.

Não me canso de agradecer todas as graças e dádivas obtidas, princi-palmente a saúde minha e a dos meus familiares e amigos.

TUMOR VENCIDO Pendilhe, Viseu

Em março de 2010, foi diagnostica-do um tumor na minha filha. A mé-dica que a avaliou disse que se ela fosse operada poderia ficar numa cadeira de rodas. Foi enorme a dor para toda a família. O mundo tinha desabado sobre nós.

Com fé, recorri a São João Paulo II para que intercedesse junto dos Sa-grados Corações de Jesus e Maria para que tudo corresse pelo melhor.

Foi feita a cirurgia. Tudo decorreu muito bem e verificou-se que o tu-mor não era maligno. Não foram

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necessários tratamentos posterio-res e a minha filha encontra-se bem. Agradeço a Deus a graça recebida.

«A SENHORA ESTÁ CURADA!» T. Costa

A minha mãe, há cerca de dez anos, tinha ela 83 anos de idade, foi acometida de um problema grave de saúde. Segundo a médica que a acompanhava, tudo levava a crer que tinha um cancro no pulmão.

Eu, como filha aflita, recorri de ime-diato à mediação de Nossa Senhora e aos Beatos Pastorinhos de Fátima, para que, junto de Deus, intercedes-sem pela minha mãe.

Prometi que, se o terrível diagnósti-co não se confirmasse, pediria à Cru-zada para publicar este meu teste-munho e tornar-me-ia sua assinante.

Posteriormente, a minha mãe foi de novo reavaliada pela médica, que lhe perguntou se ela rezava muito… Ao que a minha mãe respondeu: «Como tenho vagar, rezo por mim e por todos». Logo a médica replicou: «Há coisas que até a nós, médicos, nos surpreendem! A senhora está curada!»

A minha mãe tem hoje 93 anos e encontra-se bem de saúde.

ILIBADO PELA JUÍZAAnónimo

O ano de 2016 ficará para sempre marcado negativamente no meu coração, pois vi-me envolvido num processo, como arguido, num caso com o qual nada tinha a ver.

Este processo já tinha corrido no Ministério Público mas havia sido arquivado. No entanto, os advoga-dos dos acusados pelo Ministério Público quiseram arranjar outros culpados, um dos quais eu, e pedi-ram que fosse constituído arguido.

Tive que arranjar um advogado, em quem depositei toda a minha confiança. Neste período, vivi uma tamanha pressão interior que, se não fosse a minha fé em Deus, teria entrado numa depressão profunda.

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Perguntava a mim mesmo como era possível estar a acontecer uma si-tuação destas, tendo eu um percur-so de vida exemplar, como iria expli-car aos meus filhos e aos meus pais.

Rezei, rezei muito e pedi a Maria Santíssima e santos da minha de-voção para que intercedessem por mim junto do Senhor e me libertas-sem deste pesadelo.

Graças a Deus, depois de ser ouvi-do pela juíza do processo, o mesmo não passou da instrução, sendo ili-bado deste caso.

Em resumo, se tivermos o Senhor na nossa vida, Ele com toda a certe-za guiará os nossos caminhos. Nada melhor que diariamente arranjar-mos tempo para falar com Ele e re-zarmos, se possível o terço. Fica aqui a sugestão, com Ele na nossa vida nada nos acontecerá.

A MINHA MELHOR AMIGAAssin. 289736

Para mim, a Cruzada é a melhor re-vista do mundo. Dá bons conselhos e ajuda-nos a suportar com resigna-ção a nossa cruz. Deus vos dê muita saúde para nos transmitirem tão be-la leitura espiritual.

Por este meio quero agradecer a Deus as muitas graças recebidas por intercessão de Nossa Senhora, Beatos Pastorinhos de Fátima e to-dos os santos da minha devoção, a quem tanto pedi e rezei pela cura do meu marido, que sofreu uma trombose. Esteve numa cadeira de rodas, mas agora já se encontra me-lhor. Contudo, ainda tem que andar muito tempo na fisioterapia.

Também eu tive um esgotamento cerebral, que me provocou muito sofrimento. Tudo me aconteceu simultaneamente. Agora, graças a Deus, já me encontro melhor e a trabalhar.

Agradeço a Deus as graças obtidas.

EMPREGOAssin. 283626

Um dos meus filhos esteve em ris-co de ficar sem emprego, o que me causou muita preocupação. Assim, com fé, e em vista de um final feliz, pedi muita ajuda a Deus, mediante a intercessão de Nossa Senhora e

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santos da minha devoção e obtive a graça tão desejada. O contrato foi renovado.

Nunca percam a esperança por-que Deus está sempre connosco e ouve as nossas preces. Tenhamos sempre muita fé! A Deus, agradeço a graça concedida.

RESULTADO NEGATIVOAnónima

Tive um problema de saúde loca-lizado no seio esquerdo que muito me preocupou.

Decidi consultar o médico, mas an-tes iniciei uma novena a Nossa Se-nhora de Lourdes, Saúde dos Enfer-mos, e a São João Paulo II. Graças a Deus, os exames apresentaram um resultado negativo, o que muito me pacificou.

Estou muito agradecida a Nos-sa Senhora. Ela é Mãe carinhosa e

atenta. Devemos confiar n’Ela e em Jesus Cristo

VISTA RESTABELECIDAAnónima

A minha mãe teve um problema numa vista e corria o risco, segundo disse o médico, de ficar cega.

De imediato recorri a Deus, atra-vés da mediação de Nossa Senhora e São José, pedindo a ajuda neces-sária para este caso. Graças a Deus, concluímos posteriormente que na-da de grave se passou.

Também eu e uma minha irmã tivemos alguns problemas de saú-de. Em ambos os casos, recorre-mos à mesma ajuda. Tudo ficou solucionado.

Agradeço a Deus estas graças e peço para publicarem este pequeno testemunho na Cruzada. Parabéns pelo vosso trabalho.

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DEPRESSÃO ULTRAPASSADAAssin. 44524

Sou assinante desta revista há al-guns anos. Escrevo-vos para agrade-cer uma graça recebida.

Uma minha filha esteve com uma grande depressão, que superou com a ajuda de Deus, a quem recorri através da mediação de Nossa Se-nhora e São João Paulo II. Depois de curada, tirou o seu curso universitá-rio, que ela tanto desejava.

Agradeço a Deus as graças recebi-das e peço que a Cruzada publique este pequeno testemunho.

A CURA DO MEU MARIDOAnónima

O meu marido encontrava-se com um grave problema no sangue. Todos os anos, tinha de fazer vários testes e análises. Os especialistas não sabiam a causa do problema e, embora me dissessem que não era grave, estava preocupada e receava o pior…

Pedi a Nossa Senhora a sua cura, prometi-lhe ir a Fátima a pé e publi-car a graça na Cruzada.

No ano seguinte, seguiu-se a mes-ma rotina: novos exames e novas análises. Só Deus sabe como eu me sentia confiante, pois sabia que Nos-sa Senhora estava presente. A todo o momento esperávamos os resul-

tados. Fomos chamados à presença do especialista. Este olhou o meu marido e disse-lhe: «Não precisa de vir aqui mais! Está tudo normal!». Palavras para quê?

Dois anos depois, fui a Portugal, de propósito, para cumprir a minha promessa. Publico este testemunho na Cruzada para completar a minha promessa.

NAS MÃOS DE DEUSAssin. 30125

Há cerca de três anos, o meu pai teve um cancro. Os médicos não me davam muitas esperanças, devido ao estado avançado da doença. Pe-rante isto, e sentindo-me impotente, coloquei nas mãos de Deus a saúde do meu pai.

Mais uma vez, Deus atendeu as mi-nhas preces! Obrigado, meu Deus!

Parabéns a todas as pessoas que fazem esta magnífica revista.

HEMODIÁLISE EVITADAAssin. 284451

Sou assinante desta revista há vários anos. Tenho um filho que padece de problemas nos rins. Os médicos disseram-me que, se não melhorasse, teria de recorrer à he-modiálise. Fiquei apavorada com esta possibilidade, pois o meu filho ainda é muito jovem.

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Recorri a Deus, através da media-ção de São João Paulo II e da Beata Alexandrina, para que intercedes-sem pelo meu filho e o ajudassem a superar esta dificuldade. A graça foi-nos concedida!

Agradeço e publico este pequeno testemunho.

O CÉU OUVIU-MEAnónima

Sou uma jovem que muito tem que agradecer a Nossa Senhora do Ro-sário de Fátima e a seu amado Filho, pela proteção e ajuda que me têm dado ao longo da vida.

Há pouco tempo, tive uma preocu-pação do foro escolar que não me deixava dormir em paz. Recorri com toda a confiança ao Coração de Ma-ria, a fim de obter a graça que tanto ansiava. E assim foi: o Céu ouviu-me!

Quero dizer a todas as pessoas que leem esta querida revista, que amem muito Nossa Senhora, que a respeitem e que se lembrem sem-pre do amor que Ela tem por nós.

CURA DA NORAAnónima

A minha nora teve de ser interna-da e operada a um quisto na cabeça. Recorri à ajuda de Deus, através de São João e outros santos da minha devoção, para que ela ficasse bem.

Se tal se verificasse, publicaria esta graça na revista Cruzada.

Hoje, agradeço a Deus e aos Santos da minha devoção que me atende-ram. Nunca devemos desanimar, pois Deus está sempre ao nosso lado.

CRISE DE EPILEPSIAGlória Lopes

Sou uma pessoa de fé. Venho por este meio agradecer a Deus uma grande graça alcançada através da mediação de Nossa Senhora de Fáti-ma e das almas do Purgatório.

No dia 26 de setembro, fui aco-metida de uma crise de epilepsia grave. Deixei de sentir as pernas e percebi que tinha ficado paralisada da cintura para baixo. Logo recorri a Nossa Senhora e às almas do Pur-gatório para que me ajudassem na-quela aflição. Consegui, com muita dificuldade, levantar-me e começar a caminhar, embora muito devagar. Hoje sinto-me restabelecida.

Agradeço a toda a equipa da Cru-zada pela magnífica revista que pro-duzem, com temas que alimentam a nossa fé.

PEDIDO DE ORAÇÕES

Muitos leitores e assinantes da Cruzada pedem-nos orações. Não os esqueçamos nas nossas preces!

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fonte e recuperar o frescor original do

Evangelho, despontam novas estradas,

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expressão, sinais mais eloquentes,

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para o mundo atual. Na realidade, toda

a ação evangelizadora autêntica é

sempre «nova».

Papa Francisco, Evangelii gaudium, 11

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Perguntas com resposta

Qual o sentido das expressões «Santa Igreja» e «Igreja Católica»?

Resposta: 1. Embora se use, com frequência, a expressão «Santa Igre-ja» como um nome dado à Igreja, esta expressão não é, propriamen-te, um nome, antes designa uma característica essencial da Igreja: a Igreja é santa, não devido aos méri-tos dos seus membros, mas devido Àquele que é a sua cabeça e o seu fundador, Jesus Cristo. Esta santida-de transmite-se aos seus filhos, em primeiro lugar à Virgem Maria, Ima-culada desde a sua conceção, por graça única de Deus, em vista dos méritos futuros do seu filho Jesus; mas também à multidão de santos e santas que, ao longo da história da Igreja, foram plenamente fiéis ao Se-nhor Jesus e ao seu Evangelho. Não só a estes, porém, antes a todos os membros da Igreja, que podem com propriedade ser chamados santos, porque membros da Igreja santa, mesmo se pessoalmente pecadores sempre necessitados de conversão. Afirma, a este propósito, o Catecismo da Igreja Católica: «A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele. Por ele e n’Ele torna-se também santificante.

«SANTA IGREJA» E «IGREJA CATÓLICA»Anónimo

[...]. Na terra, a Igreja está revestida duma verdadeira, ainda que imper-feita santidade. Nos seus membros, a santidade perfeita é ainda algo a adquirir» (nn. 824-825).

2. O termo católica significa univer-sal. Assim, «Igreja católica» significa, antes de tudo, Igreja universal, uni-versalidade que lhe vem do próprio Cristo, seu fundador e Senhor de toda a criação: nela está a plenitude dos meios de salvação instituídos por Cristo para perpetuar no tempo a redenção por Ele realizada em fa-vor de todos os homens; todos estão chamados a ela, embora nem todos a conheçam ainda nem a ela tenham aderido; ela é enviada a todos os homens, em todos os tempos e lu-gares. Entendido deste modo, o ser «católica» é próprio da Igreja, desde o Pentecostes até à Última Vinda do Senhor (cf. Catecismo da Igreja Cató-lica, nn. 830-835). Num sentido mais restrito e mais comum, a expressão

tamente o Matrimónio importa que: 1. Se façam secretamente as in-

vestigações pré-matrimoniais; 2. O Bispo do lugar, o Assistente,

as testemunhas e os cônjuges guar-dem segredo acerca da celebração do matrimónio.

Inscreva-se o Matrimónio, cele-brado secretamente, só no livro especial, que se deve guardar no Ar-quivo secreto da Cúria Diocesana» (Cânones 1130-1133).

Em teoria, é possível a celebração de um tal matrimónio, se a Igreja o permi-tir. Na prática é muito difícil ou quase impossível, devido às disposições do Direito Civil. Por isso, nunca ou raris-simamente acontece entre nós.

CONTRIBUTO PENITENCIALUma assinante

Qual é a quantia que se deve ofe-recer para o Contributo Penitencial e para o Pároco?

Resposta: Direitos paroquiais – O dever dos fiéis de contribuírem para a sustentação do clero, através dos chamados «direitos paroquiais», com-preende-se facilmente. Se a Igreja envia um sacerdote para servir uma comunidade cristã, é natural que os membros da comunidade sintam o dever de assegurar o seu sustento e as condições para uma vida digna.

«Igreja católica» usa-se para designar as Igrejas que se reconhecem unidas ao Papa e sob a sua autoridade. Não se pode dizer que este uso seja incor-reto, na medida em que as caracte-

rísticas acima indicadas como sinal da universalidade (catolicidade) da Igreja apenas se verificam em toda a plenitude nestas Igrejas.

CASAMENTO SECRETOM. A. Pereira

Ouvi dizer que se podem cele-brar casamentos secretos só pela Igreja, sem passar pelo civil? Será isto verdade?

Resposta: O Código de Direito Ca-nónico diz-nos o seguinte a este res-peito: «Por causa grave e urgente, o Bispo do lugar pode permitir que o Matrimónio se celebre secretamente. A licença de se poder celebrar secre-

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Não é, pois, de estranhar que a Igreja o recomende vivamente aos seus filhos, tradicionalmente sob a forma de um «mandamento»: «Contribuir para as despesas do culto e para a sustenta-ção do clero». Relativamente à quantia em causa, há naturalmente uma gran-de liberdade e, também, uma diversi-dade de tradições e costumes locais que importa respeitar. Como norma geral, os nossos bispos indicam: «Con-tribua-se para a sustentação do Páro-co, com o equivalente ao rendimento de um dia de trabalho ou, quem viver dos seus rendimentos, com o equiva-lente ao que ganharia uma pessoa da sua condição».

Contributo Penitencial – O chama-do «contributo penitencial» é, atual-mente, a forma mais comum de dar cumprimento à recomendação da Igreja de que os fiéis vivam em atitu-

de penitencial as sextas-feiras do ano (fora da Quaresma). Naturalmente, mantêm-se válidas as recomendações de sempre sobre a penitência nestes dias, ou privando-se de alimentos, ou aumentando o tempo de oração, ou sendo mais generoso no socorro dos necessitados através da esmola. Para aqueles que escolhem a modalidade penitencial da esmola, vai sendo habi-tual fazê-lo de forma mais organizada e concreta através do «contributo pe-nitencial», recolhido durante a Quares-ma e com uma finalidade indicada pe-lo bispo diocesano. O uso do dinheiro justifica-se por ser a forma mais prá-tica de doar algo. Importante mesmo é a dimensão penitencial e, por isso, a Igreja recomenda que o donativo seja «proporcional às posses de cada um» e signifique «uma renúncia a algo que se tem ou a gastos disponíveis e supérfluos».

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Caro Assinante:

A REVISTA CRUZADA deseja a todos os seus assinantes um

Santo e feliz Natal cheio das maiores bênçãos de Deus-Menino.

Que a paz e a alegria de Jesus encha o coração de todas as famílias do mundo, em

particular as que passam maiores dificuldades.

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Cruz

ada

Pass

atem

po

Passatempo

Sopa de letrasPedro Jasmim

Encontrar, em todas as direções a seguinte frase: «Menino Jesus: que candura Ele tem, que a todos seduz».

O S N A J S E U QO N I N E M L M AQ D O C S O E E CU A S O U U R T AE V Q O S T N O NJ I S T O D O S DS I E I F A S V UZ U D E S U F E RS M I D O C R S A

AdivinhasPedro Jasmim

1. Era branca de candura, depois mudei de cor, tornei-me cinzento-escura, desfiz-me em pranto e dor;

2. Branca como a neve, preta como pez, fala e não tem boca, anda e não tem pés;

3. Sou frio e também sou quente, sou fraco e também sou forte, nunca posso estar parado, vejam lá a minha sorte;

4. Qual é coisa, qual é ela, que respira sem pulmões e tem pés mas não anda?

_ N _ _ _ M _ _ _ J _ _ _

_ A _ _ _ E _ _ _ _ E _ _ _

_ _ _ S _ _ _ N _ _ _ _ _ S _

_ _ _ C _ I _ _ _ U _ _ _

_ _ E _ _ _ N _ _ _ S _ _ _

_ _ U _ _ _ _ O _ _ _

ProblemaPedro Jasmim

Substituindo os traços por letras, encontrar nomes de mulheres.

O pai chama o filho para uma conversa:

– Filho, a tua professora disse que, dos 20 alunos da turma, tu és o pior.

– Pai, podia ser pior!– Como podia ser pior?– A turma podia ter 40 alunos.

A professora pergunta:– Qual o dia da semana que mais

gosta da escola, Joãozinho?– Domingo!– Porquê?– Porque a escola está fechada!

No pátio do manicómio:– Qual é o teu nome? – pergunta

um utente a um colega.– Sei lá, esqueci-me. E o teu?– Também me esqueci!– Olha, temos nomes iguais!

Numa loja de animais, o cliente diz para o empregado:

– Estive aqui a semana passada a saber do preço daquele gato siamês, mas achei-o muito caro. Não faz uma atençãozinha?

O empregado:– Caro senhor, esse gato, agora,

até está mais caro. Acabou de comer um canário…

Paciente pergunta ao médico:– Doutor, eu estou a morrer?– Todos nós estamos a morrer a

diferentes velocidades – responde o doutor.

O paciente questiona:– Doutor, mas e no meu caso?E o doutor explica:– Bem, no seu caso, você é o atleta

Usain Bolt.

SOLUÇÕES DE NOVEMBRO

Palavras Cruzadas – Horizontais: 1. Stop, cave; 2. Orca, atar; 3. Leis, Raça; 4. Amos, Mias; 5. Age; 6. Roer, Lima; 7. Irmã, iris; 8. Doar (inv), Tara; 9. Arca, aros. Verticais: 1. Sola, rira; 2. Trem, orar; 3. Ócio, come (inv); 4. Passarada; 6. Carmelita; 7. Atai, irar; 8. Vaca, miro; 9. Eras, asas.

Adivinhas: 1. Ovo; 2. Estrelas; 3. Fogo; 4. Noz.

CAROS ASSINANTES: Para 2017

mantêm-se os preços

da assinatura da Cruzada.

CRUZADARua S. Barnabé, 324710-309 BRAGA(Portugal)

DiretorP. António Valério, s.j.

RedaçãoP. António Valério, s.j.Alberto Pinheiro

Desenhador GráficoVirgílio Cunha

PropriedadeSecretariado Nacionaldo Apostolado da Oração da Província Portuguesa da Companhia de Jesus

NIPC: 500825343ISSN: 0870-5208Dep. Legal: 11761/86Isento de Registo na ERC,ao abrigo do Dec. Regulamentar8/99 de 9/6, art.º 12º, nº 1 a.

Tels. (Geral): 253 689 440(Revistas): 253 689 442(Livros/Encomendas): 253 689 443Fax: 253 689 441E-mail: [email protected]

Impressão e acabamento: Gráfica AlmondinaTorres Novas

Tiragem: 80.000 exemplares

Na capaFoto: © AnnaMaria – Fotolia.com

ASSINATURA PARA 2017:

Portugal: 9,00 € (dois anos: 17,00 €)Cada exemplar: 0,80 €

Estrangeiro (normal): 16,00 €; 25 Dól. – Usa; 25 Dól. – Canadá; 250 Rands – África do Sul; 25 Frc. Suiços; 14,00 Libras.

Estrangeiro (avião): 20,00 €; 35 Dól. – USA; 35 Dól. – Canadá; 300 Rands – África do Sul.

Imagem publicada na Cruzada de janeiro de 1978.

Calisto: – Ó s’tor, doi-me muito a barriga! Não serão lombrigas?...

Dr. Libório: – Qual lombriga, qual quê, homem! Pela minha auscultação a trovoada que eu escuto é provocada por calotite aguda!

Calisto: – E isso é grave, s’tor?

Dr. Libório: – Nada que um supositório não resolva!

Calisto: – Se me receitar um supositório eu vou de foguete a Braga pagar a Cruzada, que me esqueci!

Dr. Libório: – Então vá de foguete, avião, a pé ou bicicleta, pire-se daqui e vá pagar a Cruzada – a melhor revista portuguesa, que eu conheço muito bem. Eu logo vi que a sua trovoada na barriga era provocada pela ansiedade…