crÍtica de danÇa: história e contextos atuais de são paulo

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USP - Universidade de São Paulo ECA - Escola de Comunicações e Artes PROJETO DE PESQUISA CRÍTICA DE DANÇA: História e Contextos Atuais de São Paulo LUIZ FERNANDO RAMOS Pesquisador Responsável (Supervisor) HENRIQUE ROCHELLE MENEGHINI Candidato RESUMO Discutir a crítica de dança, em seus papeis históricos e seus contextos atuais é uma forma de avançar o entendimento desse tipo de produção, que tem acompanhado a criação artística na área, desempenhando diversas funções na mediação entre públicos e obras de arte, e cumprindo papeis cada vez mais relacionados a aspectos mercadológicos da validação, circulação, e economia da dança. O que aqui se propõe é um estudo que foca a produção já desenvolvida e em desenvolvimento na cidade de São Paulo, identificando seus autores e meios de circulação em uma abordagem comparativa a partir de meados da década de 1950, discutindo como é e como foi a crítica de dança, caracterizando seu desenvolvimento no tempo, as mudanças em seus propósitos, formas e estilos, com o objetivo de alcançar questões maiores e ontológicas, tais quais o que é a crítica de dança, quem se interessa por ela, e qual o seu papel na economia da arte e sua midiatização dentro do jornalismo cultural histórico e atual. Através de um intenso contato e trabalho com acervos presentes e passados, propõe-se a investigação, elaboração, e divulgação de informações e de um entendimento circunstanciado da crítica de dança enquanto fator relevante nas dinâmicas de recepção das obras, preenchendo uma lacuna teórica dentro desse campo de estudo, uma lacuna histórica dentro dessa área, e oferecendo subsídios para pesquisas futuras. Agosto, 2017

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Page 1: CRÍTICA DE DANÇA: História e Contextos Atuais de São Paulo

USP - Universidade de São Paulo

ECA - Escola de Comunicações e Artes

PROJETO DE PESQUISA

CRÍTICA DE DANÇA: História e Contextos Atuais de São Paulo

LUIZ FERNANDO RAMOS

Pesquisador Responsável (Supervisor)

HENRIQUE ROCHELLE MENEGHINI

Candidato

RESUMO

Discutir a crítica de dança, em seus papeis históricos e seus contextos atuais é uma forma de

avançar o entendimento desse tipo de produção, que tem acompanhado a criação artística na

área, desempenhando diversas funções na mediação entre públicos e obras de arte, e

cumprindo papeis cada vez mais relacionados a aspectos mercadológicos da validação,

circulação, e economia da dança. O que aqui se propõe é um estudo que foca a produção já

desenvolvida e em desenvolvimento na cidade de São Paulo, identificando seus autores e

meios de circulação em uma abordagem comparativa a partir de meados da década de 1950,

discutindo como é e como foi a crítica de dança, caracterizando seu desenvolvimento no

tempo, as mudanças em seus propósitos, formas e estilos, com o objetivo de alcançar questões

maiores e ontológicas, tais quais o que é a crítica de dança, quem se interessa por ela, e qual o

seu papel na economia da arte e sua midiatização dentro do jornalismo cultural histórico e

atual. Através de um intenso contato e trabalho com acervos presentes e passados, propõe-se a

investigação, elaboração, e divulgação de informações e de um entendimento circunstanciado

da crítica de dança enquanto fator relevante nas dinâmicas de recepção das obras,

preenchendo uma lacuna teórica dentro desse campo de estudo, uma lacuna histórica dentro

dessa área, e oferecendo subsídios para pesquisas futuras.

Agosto, 2017

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USP - Universidade de São Paulo

ECA - Escola de Comunicações e Artes

RESEARCH PROJECT

DANCE CRITICISM: History and Current Contexts in São Paulo

LUIZ FERNANDO RAMOS

Responsible Researcher (Supervisor)

HENRIQUE ROCHELLE MENEGHINI

Candidate

ABSTRACT

Discussing dance criticism, its historical capacities and current contexts is a way of advancing

the understanding of this kind of production, that has accompanied artistic creation in the area

and played various roles in the mediation between audiences and works of art, assuming

functions increasingly related to the marketing aspects of dance validation, circulation and

economy. Here is proposed a study focused on the production already developed and in

development in the city of São Paulo, identifying its authors and means of publication, in a

comparative analysis starting in the 1950s, to discuss how dance criticism is made and has

been made, characterising its development in time, the changes in its purposes, forms and

styles, with the objective of debating bigger ontological questions, such as what is dance

criticism, who is interested in it, and what is its role in art economy and its mediatisation,

regarding historic and contemporary cultural journalism. Through intense contact and work

with past and present archives, this research proposes to investigate, build and divulge

information and knowledge of dance criticism as a relevant factor to spectatorship dynamics

of dance works, fulfilling a theoretical void in this field of study, a historical gap in this area,

and offering subsidies to future researches.

August, 2017

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1. ENUNCIADO DO PROBLEMA

A partir da pesquisa de doutorado desenvolvida com Bolsa FAPESP, intitulada A

Crítica como Metodologia e Análise da Recepção na Dança (ROCHELLE, 2017b), foi

observada uma deficiência em estudos comparativos da atividade crítica, que acompanha a

produção artística em dança desde muito cedo e que cumpre um papel relevante na atual

circulação e apreciação de obras de dança (OLIVEIRA, 2016). O papel do crítico moderno,

associado em sua origem aos salões de arte, aos espaços públicos de convívio e discussão, e

aos processos de apresentação das obras para uma burguesia socialmente ascendente no

século XVIII (EAGLETON, 1984) ainda possui reflexos contemporâneos (LAVENDER,

2000). Com o aumento da produção e circulação das obras, a partir da modernidade, a crítica

passou a se mostrar importante elemento da economia da dança, sendo usada por seus leitores

como indicativo das escolhas de repertório, assim atuando como atividade de mediação na

formação no gosto e no juízo de valor (COELHO, 2006; MOSTAÇO, 2015), sobretudo nos

grandes centros de produção e de circulação.

Independentemente da relevância que os estudos teóricos apontam para a atividade

crítica, seu espaço nas publicações periódicas encontra-se notavelmente reduzido, não apenas

em frequência de publicações, mas também quanto aos tamanhos dos textos que são

publicados (COELHO, 2007, MARTINS, 2007), levantando traços da atual crise do

jornalismo opinativo. Ao mesmo tempo, a persistência de editores e autores e, sobretudo, a

utilização de novas mídias e novas propostas de escrita (SIEGEL, 1996; ZIMMER, 2002;

MORRIS, 2006), são fatores que pontuam o interesse na produção e na leitura desse tipo de

texto. Nos estudos já desenvolvidos acerca do tema, podem ser encontrados múltiplos, ainda

que frequentemente breves, apontamentos do que certos autores consideram como a

característica da atividade crítica na dança (ADSHEAD-LANDSDALE, 1993; CARTER,

1998; BORNHEIM, 2007; ABREU, 2012), bem como estudos mais verticalizados dentro da

obra de um autor ou de um pequeno grupo de autores (BEAUMONT, 1950; SWINSON,

1950; MCDONALD, 1975; MILLER, 1993; THEODORES, 1996; CERBINO, 2011), além

de uma pequena produção brasileira em estudos pós-graduados que, em sua maioria, investem

na especificidade dos acervos (ROSSI, 2009), nos recortes espaciais (FONTES, 2007;

ARRAIS, 2008; XAVIER, 2009), ou na pontualidade dos textos que abordam as obras de uma

companhia de dança (BENVEGNU, 2007).

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O que se encontra pouco dentro desse domínio são estudos que atravessem as

peculiaridades de um ou outro caso e estabeleçam as comparações que permitam o

entendimento daquilo que foi feito em matéria de crítica de dança e de seu percurso

transformativo (BRITTO, 1993) até se tornar aquilo que hoje figura publicado dentro desse

espectro. As diversas mudanças que ocorreram na crítica de dança ao longo de sua história por

vezes dificultam um entendimento daquilo que seja, ontologicamente, a crítica, em oposição a

outras formas textuais, como a análise ou a notícia, por exemplo (ROCHELLE, 2016b), traço

que vem da estrutura própria do jornalismo opinativo e de seu grau de pessoalidade

(MEDINA, 1998). O que aqui se propõe é que tal entendimento é fundamental para que se

possa discutir o papel da crítica de dança na economia da arte e na sua mediação e

midiatização contemporâneas, bem como o seu público.

Para determinar o campo de estudo dessa atividade é considerada a construção e a

modificação da atividade crítica dentro do espaço jornalístico. Se a crítica, enquanto

legitimação da burguesia, no século XVIII dominava quase totalmente as publicações

culturais (BALLERINI, 2015), o que se observou foi que o paradigma da cultura enquanto

conhecimento foi paulatinamente substituído pelo paradigma da cultura enquanto

acontecimento, e então aparecem os guias, com os editores preferindo informar o público

daquilo que é imperdível, e não daquilo relevante que o leitor não necessariamente tenha visto

(SIEGEL, 1996): a imprensa diminuindo seu espaço para as obras que não estejam em cartaz

(HAN, 2015a), e se prendendo a um domínio do best-seller (WERNECK, 2007).

Frente a temporadas de dança cada vez mais curtas, o trabalho de mediação do crítico

— enquanto um especialista, que se dirige a um público geral, de formação, conhecimento e

experiência diversa, mas interessado pelas obras (EAGLETON, 1984; COELHO, 2010) — é

progressivamente substituído por um domínio de um trabalho de midiatização, profundamente

ligado às assessorias de imprensa (STYCER, 2007). Assim, o polo ideológico do jornalismo

(a notícia enquanto serviço público) cede espaço ao polo econômico (a notícia enquanto

produto) (MEDINA, 1988; TRAQUINA, 2012), e a crítica se coloca cada vez mais ligada à

divulgação, a um jornalismo de serviço (MEDINA, 2007), uma forma de promoção (CARRÉ,

CHÂTELET, 2015) que deixa o jornalismo cultural opinativo cada vez menos influente na

recepção das obras (PIZA, 2011).

No entanto, o valor da crítica se situa além da divulgação e da atração de públicos.

Ainda que a crítica, em um primeiro grau, reporte o evento das obras, ela se articula em

esferas maiores. Enquanto espaço de criação e de contribuição, a crítica ultrapassa obra,

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artista e imprensa, fazendo a ligação entre passado e futuro (SIRACH, 2015), sendo, ela

própria, instrumento de registro histórico, e, portanto, testemunhando uma responsabilidade

cultural a longo prazo (MORAES, 2007), para além da carência reflexiva para a qual, na

crítica, encontram referências tanto o público (OLIVEIRA, 2016) quanto o meio artístico

(PIZA, 2011).

Um tal entendimento informa acerca dos processos de interação que se deram e que se

dão entre as obras e os públicos através da crítica, prestando-se a orientar, e, sobretudo, a

evidenciar aspectos do ciclo de recepção da dança. O que se espera com esse projeto é

esclarecer alguns desses aspectos de interlocução, com um paralelo analítico focal no caso de

São Paulo. Assim, partindo e ampliando o que já existe no que tange os mapeamentos da

produção crítica daqui, espera-se chegar às reflexões sobre esse conjunto e, mais ainda, sobre

as modificações que se deram na crítica ao longo da história da dança que aqui se faz e que

por aqui circula.

A pesquisa que se mostra necessária e que neste projeto se propõe, articula-se

investigando historicamente a produção crítica de São Paulo, em seus veículos de maior

circulação e caracterizando-a através da comparação com outros grandes centros de circulação

de dança e de produção de crítica de dança no mundo, a partir dos pontos em que esses

espaços convergem — sobretudo na observação da circulação de artistas, de grupos e de

escritores. Para tanto, esse projeto propõe um mapeamento analítico comentado — de acordo

com procedimentos de documentação aplicáveis aos registros escritos a partir de produtos

artísticos (tais quais os apresentados em DANCE HERITAGE COALITION, 1994, 2006;

LOPEZ, 1998; JOHNSON & SNYDER, 1999; THE NEW YORK PUBLIC LIBRARY, 2001)

— da produção crítica em São Paulo, e, paralelamente, uma reflexão comparativa — a partir

de pontos de encontro — dos modos como a crítica de São Paulo reflete, se inspira e dialoga

com as críticas de outros lugares.

Com isso, pretende-se discutir a crítica de dança de São Paulo como uma forma de

aproximação da nossa histórica produção em dança, cuja memória está guardada de forma

esparsa em múltiplos acervos, cujo apagamento tem ocorrido com o tempo e situações

administrativas específicas (ROCHELLE, 2015a). Através desse estudo, pode haver não

apenas a compreensão acerca da crítica paulistana enquanto evento específico, mas também

torna-se possível através de comparações desenvolver as generalizações que abordem

elementos ontológicos da crítica de dança, evidenciando-se os aspectos de múltiplas ordens,

sobre os quais propõe debruçar esta pesquisa:

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- suas características identitárias (STODELLE, 1970; CARTER, 1976; COPELAND,

COHEN, 1983; FERREIRA, 1995; THODOROV, 2015);

- as funções percebidas na crítica tanto como material de estudo (TAPLIN, 1979;

BANES, 1994; THEODORES, 1996; ROCHELLE, 2016b) quanto como campo de atividade

profissional (BOAS, 1937; HASKELL, 1960; SORELL, 1965; FERDUN, 1967; COHEN,

1970; CROCE, 1978; VAN CAMP, 1980; ACOCELLA, 1992; SIEGEL, 1992; PEREIRA,

2004; ARRAIS, 2013).

- sua função dentro do ciclo da economia da arte (BOURDIEU, 1971; VENTURI,

1984; RUBIN, 2010; BERNARD, 2011);

- o espaço da crítica (e, especificamente, da crítica de dança) dentro do domínio do

jornalismo cultural (VARGAS, 2004; JANUÁRIO, 2005, FARO, 2006; GADINI, 2006;

LEÃO, 2012; CAMARGO, 2014);

- as modificações de seus espaços de publicação ao longo do tempo (THEODORES,

1996; JOWITT, 2000; CERBINO, 2010; KERI, 2015; MAINWARDING, 2015; BETTMAN,

2017);

- e, consequentemente, as características do leitor que desse tipo de texto se serve

(HAUSMAN, 1966; TAPLIN, 1979; HELIODORA, DEL RIOS, MAGALDI, 2012;

BALLERINI, 2015; ROCHELLE, 2017d).

Para discutir tais questões, o presente projeto se propõe investigar como foi e como é a

crítica de dança, caracterizando seu desenvolvimento no tempo, as mudanças em seus

propósitos, formas e estilos, para, a partir dessa constatação, chegar às indagações maiores de

o que é a crítica de dança, quem se interessa por ela, e qual seja o seu papel na economia da

arte e na sua midiatização; numa proposta determinada e atravessada por uma incursão

topológica demonstrativa que qualifique e evidencie a história da crítica de dança em São

Paulo, comparativamente com o que se deu e se dá em outros pólos de circulação de dança e

de produção de crítica.

2. RESULTADOS ESPERADOS

O que se espera principalmente dessa pesquisa é um entendimento circunstanciado e

comparativo da crítica enquanto fator relevante nas dinâmicas de recepção das obras de

dança, assim preenchendo uma lacuna teórica dentro desse campo de estudo. A partir do

trabalho com múltiplas fontes de acervos, espera-se um mapeamento em dois níveis: um

deles, mais imediato, traçando o panorama e as especificidades da crítica de dança em São

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Paulo; o segundo, mais abrangente, desenhando características mais gerais da crítica,

enquanto um fenômeno que tem acompanhado continuamente a produção de dança, e

pontuando as particularidades desse acompanhamento.

A comparação e o contraste entre esses mapeamentos proporciona um entendimento

da crítica dentro de seus propósitos e a partir de seus materiais, mostra a sua relevância, tanto

histórica quanto atual, e oferece subsídios que servem para a compreensão daquilo que se

percebe e se transmite da dança (MONAHAN, 1962; MONTERO, 2013). Contando com as

características específicas dessa linguagem (ROCHELLE, 2013, 2015b), que deixa rastros de

sua comunicação em múltiplas e perecíveis formas (ROCHELLE, 2017a), desponta como

fundamental o entendimento de um tipo de registro tal qual a crítica, que, não raro, dada sua

mídia de apresentação e sua possibilidade de conservação, resta como determinante indício

para a pesquisa histórica e para o conhecimento que se tem de danças que não são mais

dançadas, que não estão mais presentes em palcos, temporadas e repertórios (GUEST, 1962;

ROCHELLE, 2016a, 2017d).

A esses resultados, sustentados por um ensejo de avanço acadêmico desse campo de

estudo, se somam resultados de uma outra natureza. Trata-se da identificação dos

profissionais envolvidos com essa atividade, ao longo da história, para além da compilação de

seus nomes, incluindo — à parte uma caracterização específica dos indivíduos, suas origens e

percursos profissionais — a apresentação de suas particularidades de escritura. Essas

identificações, que cabem bem em formatos de listas e tabelas, serão apresentadas ao longo de

relatórios de pesquisa, e podem se tornar novas formas de subsídio para a pesquisa na área.

Além disso, entendendo a importância da crítica como agente historiográfico contínuo,

dentro dos preceitos anteriormente estudados das suas possibilidades de realização levando

em conta o registro da recepção das obras (ROCHELLE, 2017b), propõe-se manter a

produção contínua de textos de crítica de dança iniciada em 2013 dentro da pesquisa doutoral

já mencionada, agora expandida para publicações tanto em português como em inglês.

Dessa forma, pode-se pontuar que os resultados dessa pesquisa tratam tanto da ordem

do informativo, no sentido de esclarecerem processos e elementos caros à cultura da dança,

quanto da ordem do indicativo, organizando referências e materiais que possam atuar,

futuramente, como fonte para pesquisas que não se limitam unicamente à crítica, mas se

expandem à produção, circulação, divulgação e recepção da dança.

Estes resultados se estruturam tanto dentro do espaço de São Paulo como para fora

dele. Através da comparação que visa situar a produção daqui no mundo, espera-se uma

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projeção teórica da dança e da discussão da dança de São Paulo em outros lugares, numa

forma de reconhecimento do trabalho que aqui se faz dentro desse campo pouco discutido do

estudo das artes. Por outro lado, considerando o nível ainda tímido de avanço dos estudos

contínuos desse campo, espera-se que o resultado intelectual desse trabalho possa ser recebido

pela comunidade acadêmica internacional dentro de sua característica de inovação.

Finalmente, espera-se que a proposta de elucidar os aspectos da mediação e da

midiatização da dança através do jornalismo cultural esclareça detalhes dessa produção dentro

do contexto atual do jornalismo, de forma a oferecer subsídios acadêmicos para essa

discussão, mas, também, potencialmente de ordem prática, alcançando artistas e gestores de

cultura através de um maior entendimento das operações que organizam tais processos, frente

aos fenômenos de recepção da dança (HAN, 2015b).

3. DESAFIOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS, MEIOS E MÉTODOS DE

SUPERAÇÃO

Para o entendimento de como a crítica opera enquanto sistema de produção de

conhecimento, o grande trabalho para esta pesquisa é transpor a parcialidade apontada nos

estudos já existentes acerca da crítica de dança, que se debruçam pontualmente sobre

determinados indivíduos, companhias, curtos períodos temporais e assim por diante, como já

retratado. Considerando a crítica de dança publicada em São Paulo como objeto da pesquisa,

o recorte que a ele aqui se aplica é construído a partir da consideração do seu espaço dentro

do jornalismo cultural. As editorias críticas de dança despontam com um processo de

profissionalização e oficialização da dança em São Paulo, que serve para a seleção do ponto

de partida desse estudo.

Quatro grandes datas para essa possibilidade são marcadas pela criação do Ballet do

IV Centenário, em 1953, pela criação do Balé da Cidade de São Paulo (fundado como Corpo

de Baile Municipal) em 1968, pela fundação do Ballet Stagium em 1971, e pela inclusão da

dança enquanto linguagem na premiação da APCA (Associação Paulista de Críticos de Artes)

em 1973. Esses marcos retratam um ápice da produção profissional de dança na capital

paulista e de sua discussão dentro das editorias de cultura. Seria possível usar a premiação de

dança na APCA como ponto de corte, e seus membros ao longo desses 44 anos como as fontes

dessa pesquisa, mas, ainda que sirvam como interessante ponto de partida, a investigação

inicial realizada para a organização desse projeto revela outros nomes relevantes, bem como

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uma necessidade de retroceder a esse momento mencionado na década de 1950 para um

mapeamento mais completo da atividade crítica.

É também a esse ponto na história se começa a se dar o estabelecimento e evolução

das editorias culturais dos grandes jornais da cidade, que serão as fontes que formam o recorte

do objeto dessa pesquisa. É importante um mapeamento que considere esse histórico, partindo

da identificação dos profissionais envolvidos nessa atividade e de seus veículos de publicação,

que demarcam o tom do qual despontam as figuras notáveis da crítica em São Paulo, muitas

delas ligadas a esses quatro eventos pautados como ponto inicial, como Nicanor Miranda,

Lineu Dias, Casemiro Xavier de Mendonça, Suzana Braga, Fausto Fuser, Rui Fontana Lopez,

Sérgio Viotti, Acácio Vallim Junior, Ana Francisca Ponzio, Helena Katz, Erika Palomino,

Marcos Bragatto, Inês Bogéa, Fabiana Dultra Britto, Karla Dunder, Flávia Couto, Joubert

Arrais, Kátia Calsavara, e Iara Biderman — alguns desses autores ainda em atividade.

Para além de sua participação, e do reconhecimento de alguns desses dentro da APCA,

esses autores contribuíram com regularidade, durante distintos tempos de trabalho para os

múltiplos veículos que formam o escopo dessa pesquisa. Inicialmente, o recorte que aqui se

propõe além do tempo e do espaço, foca os veículos de maior circulação, e que marcaram as

estruturas da publicação da crítica de dança em São Paulo. São eles O Estado de São Paulo

(fundado em 1875, como A Província de São Paulo), a Folha de São Paulo (fundada em

1921, e vindo de uma trajetória de três diários, a Folha da Noite, a Folha da Manhã e a Folha

da Tarde), o Diário de São Paulo (fundado em 1884, e vindo de duas outras publicações, o

Diário Popular e Popular da Tarde), e os já extintos Correio Paulistano (1854 - 2007) e

Jornal da Tarde (1966 - 2012).

O tratamento que se dará a esses materiais, através da consulta de seus acervos, em

primeiro momento é o de trabalho de tabulação. Listar e organizar em tabelas as informações

referentes a cada texto, como seu autor, veículo de publicação (com identificação do caderno

e da editoria), data de publicação (com identificação do dia da semana), artista(s),

companhia(s) e obra(s) discutidas no texto, e tamanho do texto. Assim cria-se um banco de

dados inicial de referência, que será constantemente alimentado para atualização. Deseja-se

também a constituição de um acervo desses materiais, através de registro fotográfico digital

— item que depende de questões e permissões específicas de cada acervo.

Há aqui uma etapa intermediária, de pesquisa acerca desses autores, a se construir

através de documentos oficiais, pessoais, e entrevistas, no sentido de caracterizar as

informações básicas acerca de suas vidas e percursos profissionais. Após a tabulação dos

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materiais encontrados na primeira etapa, passa-se à segunda etapa dessa pesquisa, o momento

de análise e de discussão comparativa desse objeto, assim passando para as possibilidades de

se evidenciar tendências, e para a possibilidade de construção de generalizações e de

inferências acerca dessa produção e de seu espaço.

O que se pretende com isso é verificar em que graus e de que modos a produção crítica

constrói um mapeamento historiográfico da produção de dança da cidade de São Paulo. Para

essa atividade, a pesquisa se alimenta não apenas daquelas outras pesquisas já realizadas

dentro de determinados segmentos, mas também de constantes revisões bibliográficas dos

temas de trabalho e de seus desdobramentos, sobretudo frente à historiografia da dança e ao

jornalismo cultural.

Para a abordagem comparativa dos textos de crítica, a metodologia proposta foca nas

diversas operações desenvolvidas pela crítica de dança, a partir da seminal proposta de Sally

Banes (1994), já trabalhada dentro de outras pesquisas próprias (ROCHELLE, 2016b, 2017b,

2017e), que aplicam e discutem esses elementos em textos de crítica, sugerindo uma

percepção qualitativa dos aspectos formativos e estruturantes desses textos e da forma como

eles abordam as obras de dança.

A partir do uso, defesa e oposição que múltiplos autores fazem às quatro operações

nomeadas por Banes (1994) — descrição (BEARDSLEY, 1982; COPELAND, 1993; HAN,

2015a), contextualização (DENBY, 1979; BURNSIDE, 1991; WALLON, 2015), interpretação

(VAN CAMP, 1996) e avaliação (FARNDALE, 1990; BARRET, 1994) — e à variação de sua

proeminência nos discursos críticos, já se aponta uma forma de caracterização que identifica

tendências estilísticas específicas ao longo do tempo e uma ligação direta entre essas

tendências e as formas de dança que elas discutem. Assim, o primeiro tratamento a ser feito

com os múltiplos textos que formam o corpus dessa pesquisa consiste na sua análise a partir

dessas operações textuais, de onde se espera depreender as características formadoras de

estilos e tendências, e, comparativamente, a qualificação de tendências maiores, sejam elas

ligadas a indivíduos, a locais, à publicações, ou a momentos históricos.

Especificada a natureza dos objetos e a forma de trabalho com eles, restam alguns

desafios com o encontro desses materiais. O caráter segmentar identificado nas pesquisas já

realizadas neste campo também se reflete na obtenção desses objetos, posto que não há um

acervo que centralize os textos desse interesse. Este é um dos motivos pelos quais aqui se

propõe a tabulação e a reunião desses materiais. Para tanto, a pesquisa se constituirá a partir

do corpus encontrável em Bibliotecas, em Arquivos (Públicos e privados), em Museus, e

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outras instituições que tenham como propósito a guarda e disponibilização a pesquisadores

dos textos críticos, além dos acervos específicos das publicações que constituem o recorte

desta pesquisa.

Além desse tipo de acervo, existe uma produção que é importante levar em conta, de

livros que apresentam coletâneas de textos de crítica. Esses materiais (GAUTIER, 1932;

DENBY, 1968; JOHNSTON, 1971; SIEGEL, 1972; VAN VECHTEN, 1974; AUSTIN, 1975;

COTON, 1975; JOWITT, 1977; CROCE, 1978; ANDERSON, 1987; NETROVSKY, 2004;

BANES, 2007; PEREIRA, 2009; PERRON, 2013) não podem ser desconsiderados, mas o

tratamento deles precisa ser ainda mais cuidadoso para a verificação de suas fontes e de sua

inserção histórica: posto que são materiais feitos como registro parcial dos trabalhos dos

autores, é importante identificar as mídias e formas de publicação originais dos textos, bem

como possíveis aspectos de sua alteração entre a publicação original e a publicação no

formato livro. Fundamentalmente, observa-se nessa ordem de materiais, a partir das

referências acima listadas, que o mercado editorial dá pouca atenção a essas coletâneas, sendo

poucos esses livros (frente à produção crítica de dança) e ainda menos no caso específico

brasileiro, observando-se na lista uma única publicação encontrada até o momento com o foco

específico dentro do recorte de estudo aqui proposto (NETROVSKY, 2004 — que trata da

crítica na Folha, mas a partir da seleção de alguns dos textos publicados entre 1990 e 2003).

Esses materiais, devido à verticalização que possuem em seus objetos, se associam à

mesma dificuldade encontrada nas pesquisas já realizadas na área: são informativos, mas

apegadas a estudos de caso limitados. Com relação a essa carência, o foco de trabalho dessa

pesquisa está em uma abordagem mais completa dentro do recorte proposto, com o universo

do objeto de estudo sendo investigado e apresentado a partir de um exercício rigoroso de

mapeamento e tabulação das informações coletadas através da observação e do trabalho com

as fontes cotejadas. Somente partindo dessa extensa organização desse universo de

publicações dentro de um sistema padronizado será possível proceder a uma atividade

historiográfica que se dedique a atravessar o apontamento — que, sim, é reconhecidamente

fundamental, ainda que inexistente em seu sentido amplo, para além dos estudos de caso —

dos aspectos envolvidos na realização e publicação da crítica de dança em São Paulo,

passando para o trabalho com esses dados e sua análise contextual e conceitual.

Também em resposta à dificuldade da verticalização dos estudos observados, essa

pesquisa propõe o estabelecimento de redes, inicialmente através da organização cruzada e da

análise comparativa desses muitos objetos de pesquisa, mas, também no nível das parcerias

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acadêmicas, com o objetivo da organização de eventos de discussão, apresentação de

pesquisas e publicações ligadas a esses debates. Previamente, na construção conceitual deste

projeto e organização de sua proposta, foram estabelecidos contatos com duas pesquisadoras

que lideram grupos de pesquisa nos quais se inserem programaticamente as discussões da

historiografia e da crítica de dança. São elas Cássia Navas e Beatriz Cerbino.

Os trabalhos de Cássia Navas em pesquisa histórica e em documentação, que

frequentemente se utilizam ou discutem a produção em crítica de dança (NAVAS, 1997, 1999,

2001, 2009, 2013), seu desenvolvimento atual da Plataforma Digital Dança Para Todos (um

site agregando textos e áudios de crítica para espetáculos de dança, realizado com

financiamento ProAC Publicações), sua participação na APCA, e, sobretudo, a sua contínua

atuação em São Paulo, a apontam como importante referência para aquilo que aqui se postula

realizar, bem como — tanto a pesquisadora quanto seu grupo de pesquisa (o GEPETO -

Grupo de Pesquisas Topologias do Espetáculo), que conta com críticos de dança de São Paulo

— relevante interlocutora da pesquisa a se desenvolver.

Beatriz Cerbino, da Universidade Federal Fluminense, lidera o Grupo de Pesquisa

Arte, Crítica e Pensamento, que conta com historiadores ligados às questões da crítica de

dança, e possui um histórico de pesquisas dedicadas ao traçado dessa história no Rio de

Janeiro (CERBINO, 2003, 2010, 2011), cujas abordagens historiográficas servem como

exemplo para a metodologia de trabalho que aqui se propõe construir. Consultadas, ambas as

pesquisadoras se mostram interessadas pelas possibilidades de troca e organização de

encontros dedicados aos debates dessa área, que frutificarão a partir desta pesquisa pós-

doutoral.

4. CRONOGRAMA

A pesquisa proposta tem um intenso trabalho com materiais, em múltiplos acervos, e

uma intensa carga de reflexão e produção teórica e analítica, motivos que justificam sua

extensão temporal, proposta em 24 meses — para este cronograma distribuídos em 4

Semestres —, aos quais pode vir a ser somado o tempo de Estágio de Pesquisa no Exterior,

previsto pelas possibilidades de Bolsa BEPE, caso, no momento da análise dos materiais, se

mostre interessante investir seja na comparação com acervos internacionais, seja na interação

com pesquisadores de instituições internacionais onde a discussão aqui proposta possa ser

produtivamente desenvolvida. Na organização que segue abaixo, em formato de tabela, é

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Page 13: CRÍTICA DE DANÇA: História e Contextos Atuais de São Paulo

possível observar as ações contínuas da pesquisa, e aquelas que se propõem realizar

especificamente dentro de cada bloco temporal do trabalho.

5. DISSEMINAÇÃO E AVALIAÇÃO

Cronograma de Atividades, organização semestral

1º Sem

2º Sem

3º Sem

4º Sem

Atividades

X revisão bibliográfica 1: acervos e mapeamento de dados

X recolhimento e tabulação do material do corpus de pesquisa 1: Folha de São Paulo

X verificação da proposta de tabulação de dados

X Xrecolhimento e tabulação do material do corpus de pesquisa 2:

O Estado de São Paulo

X X X revisão bibliográfica 2: crítica de dança

X recolhimento e tabulação do material do corpus de pesquisa 3: Diário de São Paulo

X recolhimento e tabulação do material do corpus de pesquisa 4: Correio Paulistano

Xrecolhimento e tabulação do material do corpus de pesquisa 5:

Jornal da Tarde

X produção de relatório de acompanhamento

X X análise comparativa dos materiais do corpus

X X revisão bibliográfica 3: jornalismo cultural

X X revisão bibliográfica 4: a crítica dentro do jornalismo cultural

X investigação: críticos de dança de São Paulo

X X revisão bibliográfica 5 - a crítica e o leitor

X X atualização do corpus, para inclusão de publicações recentes

X produção de relatório final de pesquisa

X X X X produção e alimentação de banco de dados do corpus

X X X X participação em cursos de interesse para a pesquisa (eventual)

X X X X produção de textos de crítica de dança (português e inglês)

X X X X participação em eventos acadêmicos e científicos

X X X X estabelecimento de redes entre grupos e pesquisadores da área

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Page 14: CRÍTICA DE DANÇA: História e Contextos Atuais de São Paulo

O que se espera principalmente da pesquisa é a produção de um material de referência

e de análise comparativa que não existe. Suas muitas etapas podem ser disseminadas ao longo

de sua realização na participação em eventos científicos nacionais e internacionais,

desenvolvendo a produção intelectual da área a partir de uma iniciativa inaugural e que, dada

a sua referencialidade ao Brasil, tem grande potencial de aumento da percepção e recepção do

conhecimento aqui produzido, academicamente, mas também artisticamente: colocar a

produção artística brasileira e a produção crítica brasileira nas escalas comparativas àquelas

de outros grandes centros é uma forma de valorização daquilo que aqui se faz.

Após o término da pesquisa, deseja-se estruturar os seus resultados em forma de livro,

num estudo que almeja o caráter seminal de obras como História da Crítica de Arte, de

Lionello Venturi (1984), que figura entre as poucas publicações centradas no tema da crítica,

ainda que não discuta em seu escopo a dança.

Além da participação intensa em eventos acadêmicos e científicos há outras duas

formas de disseminação de resultados fundamentais para a pesquisa proposta: tratam-se da

escrita e publicação de críticas de dança, e da publicização de relatórios dos acervos

estudados. Desde 2013, como parte da já mencionada pesquisa de doutorado levada a cabo

com o financiamento da FAPESP e convidada para apresentação em múltiplos eventos

internacionais, um site tem sido mantido pelo pesquisador, no qual se apresentam textos de

crítica de dança. Propõe-se para este pós-doutoramento, a manutenção e expansão do site Da

Quarta Parede (https://daquartaparede.wordpress.com), com um aumento das publicações de

textos de crítica de dança que têm informado diversos leitores sobre a produção brasileira de

dança, mas também a inserção desses textos em novas plataformas de apresentação, como o

Criticatividade (www.criticatividade.com), um site criado em 2017 formado por dossiês

críticos com textos de seus dois autores e de outros convidados, assim aumentando o espaço e

as vozes da crítica de dança em São Paulo.

Tendo em vista a importância da recepção desses textos no exterior, para que a crítica

produzida no Brasil também possa se tornar material de referência para futuros pesquisadores,

se propõe a criação e um novo site, para a publicação de textos de mesmo conteúdo, porém

em língua inglesa, um pedido reiterado por pesquisadores internacionais que tomaram contato

com a produção crítica associada à pesquisa doutoral mencionada. Uma outra alternativa para

suprir essa demanda seria a inserção desses textos em plataformas internacionais

colaborativas de crítica de dança, que incluem autores e discutem a produção que circula por

diversos pólos globais, porém nenhuma delas até o momento trata de São Paulo, ou do Brasil.

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Page 15: CRÍTICA DE DANÇA: História e Contextos Atuais de São Paulo

Contatos iniciais já foram estabelecidos com os editores de plataformas como a Critical

Dance e a Dance Tabs, e há uma inicial demonstração de interesse na possibilidade de uma

parceria com um correspondente brasileiro, que será levada adiante e, espera-se, efetivada.

Finalmente, o que se propõe é incluir a apresentação seriada de etapas e estágios da

pesquisa em desenvolvimento, através de relatos públicos, dentro do ambiente e dos formatos

previstos para o Da Quarta Parede e seu site-irmão, do passo-a-passo dos contatos com os

arquivos. Assim, quando se encerrar, por exemplo, a pesquisa dos textos críticos dentro do

acervo da Folha de São Paulo, textos informativos e/ou tabelas de conteúdos podem ser

disponibilizadas online, criando-se, sem custos operacionais, sem desvios do plano de

trabalho, e sem dependência de chamadas para publicação, uma divulgação contínua e

publicização dos resultados da pesquisa, assim disponibilizando, para outros pesquisadores e

para pesquisas futuras, materiais de consulta de fácil acesso; enquanto, para o público em

geral, mostra-se uma identificação e um mapeamento das fontes, que valoriza os resultados e

dimensiona a percepção da produção aqui realizada e estudada.

Assim, os resultados que serão obtidos durante essa pesquisa, também se mostram

permanentemente durante a sua realização, através dessas propostas múltiplas: participação

em eventos acadêmicos e científicos; publicação em revistas especializadas; manutenção e

ampliação do site Da Quarta Parede; apresentação de textos de críticas a outras plataformas

colaborativas, nacionais e internacionais; e criação de um site para publicação de textos

críticos em inglês.

A melhor forma de avaliação dos resultados esperados dessa pesquisa é a identificação

de seu impacto, através de sua apresentação à comunidade acadêmica da área, de sua

publicação em respeitadas revistas ou como capítulo de obras maiores; de seu impacto social,

que poderá ser mesurado a partir dos acessos dos leitores aos textos publicados online; e da

verificação da concretização de uma maior exposição internacional, seja através da inclusão

do autor como colaborador em plataformas globais, seja através da repercussão em eventos,

revistas e livros de outros países.

6. OUTROS APOIOS

A grande massa dos materiais dessa pesquisa é sustentada pelos múltiplos acervos

específicos de cada uma das publicações cotejadas, ou que se encontram em bibliotecas e

arquivos, em sua quase totalidade de acesso público para pesquisadores. Bibliotecas

universitárias, bibliotecas especializadas, museus e arquivos municipais são as estruturas onde

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Page 16: CRÍTICA DE DANÇA: História e Contextos Atuais de São Paulo

se buscarão as publicações que divulgaram os textos de crítica de dança que são o objeto de

trabalho primeiro dessa pesquisa. Com as possibilidades da bolsa FAPESP não há necessidade

de solicitar outras formas de apoio a esse projeto, para além daquelas fornecidas pela

mensalidade da bolsa, sua reserva técnica, e suas possibilidades de desdobramento, como a

Bolsa BEPE.

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