crónica nº 142

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  • 7/28/2019 Crnica N 142

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    Crnica N 142 A gigantesca teia de aranhaque nos mantm presos. -- 1 Parte

    Por Henrique de Almeida Cayolla

    Nome da aranha: SISCORPAREspcie altamente venenosa, mortfera.

    Prembulo: Estou neste momento a ler, simultaneamente, trs livros: Basta deCamilo Loureno, O meu programa de governo de Jos Gomes Ferreira, e Da

    corrupo crise. Que fazer de Paulo Morais.Qualquer deles para mim muito bom, para se obter informao,verificar as anlises que fazem ao pas, e assim me ir formando, eformatando um conceito verdadeiro, sobre a gravssima crise emque estamos mergulhados, sua origem, e possveis solues.Se h coisas em que eu tinha uma ideia, e h outras que sabiaalguns pormenores, h muitas mais que nem sonhava!

    Fico perfeitamente escandalizado com o SISTEMA, e a maneiracomo funciona, com a CORRUPO e a forma como estenraizada, e com a PARTIDOCRACIA, e como transformou um

    regime que se queria democrtico, numa verdadeira ditadura!

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    O povo portugus est prisioneiro de umagigantesca teia, sendo esta elaborada por umaimplacvel aranha, cujo nome est escrito junto imagem da teia, nome esse proveniente de umbaptismo da minha autoria, formado com as

    trs primeiras letras das trs palavras atrsreferidas. urgente, necessrio, fundamental, bsico,que cada cidado esteja o melhor informado

    possvel sobre os trs temas acima focados, para no se vender aos que hoje so seusinimigos, e no se submeter ao livre arbtrio e opresso que impendem sobre o povo

    portugus.

    * CIDADO MAL OU DEFICIENTEMENTE INFORMADO, PRESA FCILPARA SER MENTALMENTE MANOBRADO!

    ASSIM QUE SURGEM AS DITADURAS E OS DITADORES, COM O SEUSQUITO DE OPORTUNISTAS, LACAIOS E SERVIDORES.

    Para se ter uma ideia da TEIA a que fao aluso no ttulo, vou-me servir de que voulendo nos livros em cima referidos, comeando pelo livro de Paulo Morais Dacorrupo crise. Que fazer, de onde vou extrair alguns excertos do Captulo 4 Promiscuidades.

    Fao notar que so de facto excertos, no vou mencionar todo ocaptulo, como bvio, mas uma forma de dar a conhecer algumasinformaes to importantes, para que os cidados se mentalizem e

    percebam o que est por trs de tantas atitudes que muitas vezes noentendemos.O realce ou o aumento de determinadas frases, da minha autoria,

    para mais facilmente chamar a ateno para os temas abordados.

    Em crnicas minhas anteriores, tenho referido uma ideiaque reforo aqui mais uma vez:

    O maior nmero possvel de cidados deveria ter acesso a este livro,atravs das seguintes formas:1 Adquirindo-o, e depois facultando a sua leitura, por emprstimo,

    a familiares e amigos, mas de uma maneira intensiva e interessada.2 Um grande nmero de freguesias do pas, deveriam possuir o livro,para o emprestar aos seus habitantes.3 Dever-se-ia fazer uma campanha urgente junto das bibliotecasfixas ou itinerantes, para que adquirissem o livro e o publicitassem.4 As Cmaras Municipais deveriam interessar-se pela difuso dolivro.5 Deveriam organizar-se palestras, por pessoas competentes,

    pertencentes s parquias ou s freguesias, para explicar o contedo dolivro, e promover a sua venda.

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    6 Muitas firmas deveriam adquirir o livro e emprest-lo aos seuscolaboradores.7 Muitas entidades, tais como Bombeiros, Clubes com seco deLazer, etc., deveriam tambm ter o livro.

    Resumindo: Inventar todas as maneiras possveis de fazer chegar o livroao maior n possvel de cidados. A cidadania, seus direitos e deveres,constitui uma enorme lacuna na sociedade portuguesa.

    NOTA: Mais do que uma vez referi, que no estou mandatado por quem quer que seja,nem me movem interesses para que o livro seja comprado. Apenas me move a minhansia, para que as informaes a que tenho acesso cheguem a uma grande universo de

    pessoas. Leiam as frases realadas mais acima e sinalizadas com um *.

    CAPTULO 4 PROMISCUIDADESPgina 81A confuso, a proximidade e mesmo a promiscuidade entre interessesprivados e o bem pblico a regra vigente na poltica em Portugal. Esta habitada por pessoas que vivem nos dois mundos de forma despudorada econfundindo fidelidades.O maior antro deste trfico de influncias a Assembleia daRepblica. So vrias dezenas, os deputados que, de forma aparente, potencial oureal, esto em situao de conflito de interesses. As ligaes empresariais dos deputados

    fazem-se sentir em mltiplos sectores, e principalmente naqueles em que apromiscuidade com o Estado mais rentvel, das obras pblicas ao ambiente, dasfinanas sade. H dezenas de deputados que acumulam a funo parlamentar com ade administrador, director ou consultor de empresas que desenvolvem grandes negcioscom o Estado.Os parlamentares membros de grandes escritrios de advogados so a face mais visveldesta realidade. De cada vez que um deputado/advogado debate, preparaPgina 82 (parte)e elabora uma qualquer legislao, vacila entre a lealdade ao povo que o elege e a

    fidelidade s empresas que lhe pagam.Esta duplicidade de papis perceptvel em cada recanto da Assembleia da Repblica.

    No tempo do governo de Jos Scrates, quando reunia a ento comisso parlamentar deobras pblicas que decidiu e supervisionou legislao relativa a parcerias pblico-

    privadas rodovirias, mais parecia estar reunida uma associao empresarial do sector.Quase metade dos seus membros estava ento directamente ligada ao meio. Afinal, queinteresses ali se defendiam? Os deputados/empresrios representavam o povo, oscidados que os elegeram, junto do sector, ou o sector empresarial das obras pblicas

    junto do Estado?Pgina 83 (parte)Para erradicar esta teia de negcios que domina a poltica, o Parlamento devecriar um regime de incompatibilidades muito restritivo para os detentores de cargos

    pblicos. Que deve, num perodo transitrio de higienizao, ser de exclusividade total.Pgina 84 (parte)

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    Tambm muito difcil aceitar que o actual presidente da comisso parlamentar deDefesa, Matos Correia, seja advogado no mesmo escritrio que o seu antecessor nafuno, Jos Lus Arnaut, cujo principal scio o ex-ministro, tambm da Defesa, RuiPena. Que competncias to peculiares ter esse gabinete jurdico para obter to forterepresentao em sector to importante?

    Os exemplos so inmeros, a promiscuidade entre poltica e negcios regra. A Assembleia aviltou-se e j nem parece um parlamentodemocrtico. mais um escritrio de representaes.Pgina 85 (parte)A legislao impe ainda responsabilidade criminal aos titulares de cargos polticos queviolem regras urbansticas. Mas so prticas reiteradas as alteraes ilcitas e ilegtimasaos planos directores. Os promotores imobilirios, que financiam os partidos, ganhamassim milhes. Por todo o territrio grassam urbanizaes ilegais, do Vale do Galantena Figueira da Foz, ao edifcio Cidade do Porto... mas a culpa sempre morre solteira.

    Em Espanha, aqui ao lado, h mais de cem autarcas presos por crimes urbansticos.

    Acresce a esta falta de responsabilizao e a esta impunidade que nunca sorecuperados os bens que os corruptos roubam sociedade. O que no seria difcil. Ademolio dos edifcios ilegais seria uma medida, ou, em alternativa, expropriados porvalor zero. As fortunas acumuladas em casos de fraude fiscal ou de processos decorrupo, como o do BPN, deveriam ser confiscadas.Tanto o patrimnio possudo em territrio nacional como at os depsitos em bancos

    estrangeiros deveriam ser arrestados, tal como vem acontecendo em outros pases, comoa Alemanha, a Frana, a Itlia ou at a Grcia.

    Pgina 86 (parte)

    S neste caldo de cultura poderiam nascer negcios ruinosos como asrendas para a EDP, os emprstimos portugueses contratados a jurosaltssimos e as parcerias pblico-privadas rodovirias.

    Pgina 87 (parte)Na Europa ou nos Estados Unidos, os bons profissionais, depois de terminarem o seupercurso universitrio, iniciam a sua actividade em empresas e instituies. Criamriqueza. Depois de terem demonstrado as suas capacidades e competncias, alguns

    optam por disponibilizar os seus conhecimentos e aptides ao servio da comunidade edo interesse geral. E a comeam a ter um papel mais activo na poltica. No final destepercurso, muitos regressam s universidades para transmitir o saber que alcanaram aolongo da vida.Em Portugal, a carreira bem diferente. Concluda a formao universitria, e muitasvezes com uma passagem pelas juventudes partidrias, os dirigentes polticos anseiamdesde logo por um cargo. Para o qual so nomeados devido ao seu currculo partidriohabilidosa mente construdo e nunca por demonstrada competncia acadmica ou

    profissional. Investidos em funes pblicas, a maioria logo pe de lado os cidados eat a lei, pondo o seu lugar ao servio da rede perversa de negcios em que os partidosesto envolvidos.

    Depois, e ao fim de alguns anos, confortavelmente assumem um qualquer tacho numafirma privada onde ganham milhes.

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    Pgina 88 (parte)A influncia dos negcios sobre o interesse pblico de tal ordem que um grupoempresarial privado, o grupo Mello, conseguiu obter um emprstimo de quinhentosmilhes dum banco pblico, a Caixa, para uma operao de compra de uma empresa

    privada, a Brisa. Em tempo de falta de crdito, o banco pblico colocou os seus recursosfinanceiros disposio da estratgia de negcios de um grupo privado. Osadministradores da Caixa, nomeados politicamente, j no so s promscuos, parecemmercenrios.

    Com toda esta rede de ligaes entre negcios e poltica, o sistema organizou-se deforma a garantir que as entidades reguladoras e fiscalizadoras estejam, elas tambm,submetidas aos detentores dos grandes grupos econmicos. Em particular, asubordinao do Banco de Portugal aos interesses da Banca portuguesa fundamental

    para uma estratgia de subjugao de todo o regime ao sector financeiro.

    TEM CONTINUAO NUMA 2 PARTE DE CRNICA COM O MESMOTTULO.