revista weril nº 142

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Diogo Pacheco: polêmico e talentoso Pág. 3 Angelino Bozzini testou a nova trompa dupla Weril Pág. 5 r e v r e v r e v r e v r e v i s t a i s t a i s t a i s t a i s t a JULHO/AGOSTO.2002.ANO 24.Nº142.WWW.WERIL.COM.BR Dicas do trombonista Bocato para curtir música em São Paulo Pág. 10

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Revista sobre instrumentos musicias, acessórios e música em geral.

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Page 1: Revista Weril nº 142

DiogoPacheco:polêmico etalentoso

Pág. 3

AngelinoBozzini

testou anova trompadupla Weril

Pág. 5

r e vr e vr e vr e vr e v i s t a i s t a i s t a i s t a i s t a

JULHO/AGOSTO.2002.ANO 24.Nº142.WWW.WERIL.COM.BR

Dicas do trombonista Bocato paracurtir música em São PauloPág. 10

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REVISTA WERIL é uma publicação bimes-tral da Weril Instrumentos Musicais Ltda.Conselho Editorial: Angelino Bozzini,Dalmário Oliveira, Domingos Sacco, GilbertoSiqueira, Mônica Giardini, RadegundisFeitosa, Renato Farias, Sílvio DepieriEditora: Aurea Andrade Figueira (MTb12.333) - Redatores: Mônica Ranieri,Nelson Lourenço e Rafael Argemon -Fotos de capa: Beatriz Weingrill - Redaçãoe correspondência: Em Foco Assessoriade Comunicação - Rua Dr. Renato Paes deBarros, 926, São Paulo/SP 04530-001e-mail: [email protected] gráfico, diagramação e edito-ração eletrônica: Yvonne Sarué DesignTiragem: 35.100 exemplares

As matérias desta edição podem ser utili-zadas em outras mídias ou veículos, des-de que citada a fonte.

Matérias assinadas não expressam obri-gatoriamente a opinião da Weril Instru-mentos Musicais

Distribuição gratuita

Atendimento ao ConsumidorWeril 0800 175900

S U A S N O T A S

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2 08/2002

Í N D I C E

E D I T O R I A L

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Perfil - Maestro Diogo Pacheco

Efeito Sonoro – Conheça a trompa dupla

Papo com o Mestre – Angelino, do Theatro Municipal de SP

Por Estas Bandas – o ritmo contagiante do Berimbrown

Intercâmbio

Fique de Olho – lançamentos em CDs, livros e DVDs

Música Viva – dicas de Bocato para curtir música em Sampa

Dicas Técnicas

Todos os tons– os profissionais dos “mil” empregos

Entrevista – o norte-americano Steven Trinkle

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“Gostaria de parabenizar a equipe de edição e redação da Revista Weril peloexcelente trabalho feito durante estes anos e, é claro, pelas ótimas modifica-ções na publicação, que a deixaram com cara de século XXI. Parabéns tambémpela nova linha de trompetes. Muito me orgulha saber que temos instrumen-tos de tão alta qualidade produzidos no Brasil.”

Deivson Ferreira dos Santos (por e-mail)

“Parabéns pela inovação gráfica da revista. Ficou simplesmente ‘brilhante’.As dicas técnicas estão muito melhores anexadas à revista. Valeu Weril!”

Diego Coelho Adam (RS)

“Continuem nos mantendo sempre atualizados a respeito dos eventos queacontecem no Brasil e no mundo. Gostaria que, nas próximas edições, publi-cassem uma matéria sobre festivais de músicas no Brasil”

Douglas Vieira (SP)

“Comecei a estudar clarinete e gostaria de pedir uma matéria na próximaedição sobre o clarinete baixo e o sax barítono, mostrando grandes músicosdestes instrumentos”.

José Aderaldo (PB)

R.: Obrigado pelo seu contato, José. Sua sugestão foi anotada para publica-ção em uma próxima oportunidade.

Agradecemos todas as correspondências recebidas. Se você também querentrar em contato conosco, confira no expediente nosso endereço e e-mail.

CorreçãoO instrumento tocado por Quinzinho Oliveira é o trom-pete, e não o trombone, conforme publicado no ro-dapé da Dica Técnica 58, edição 141 da Revista WerilOs contatos também podem ser feitos através dostelefones (11) 4990-7401 e (11) 9620-8246.

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Batuta

P E R F I L

polêmicaCom talento proporcional à sua língua afiada, omaestro Diogo Pacheco não tem pudor em dizerque, no Brasil, o que falta para a música erudita“dar as caras” é pura vontade política do poder

iogo Pacheco, hoje com 73 anos, poderia ser classi-ficado como uma pessoa polêmica. Diz que a músi-ca está em seu sangue: “Logo que saí da barriga deminha mãe, cantei uma ária de ópera”, brinca omaestro paulistano. Afirma ainda que ninguém temcoragem de fazer música erudita de vanguardaatualmente, pois as pessoas não se atrevem a se-rem execradas pelo público.

Nascido em uma família cheia de músicos –seu irmão era tenor e sua irmã pianista, Pachecoconta que a primeira coisa que comprou na vidafoi uma vitrola com rádio, na época, um móvelenorme. E foi graças aos programas que ali ouvia,que sua paixão pela música, erudita e popular, co-meçou a crescer.

Talvez por isso, o maestro sempre tenha gosta-do de misturar esses dois mundos, participando demovimentos vanguardistas e realizando concertoscom artistas contemporâneos da música popular,como a turma da Jovem Guarda. “Em 65, fui ex-pulso do Theatro Municipal, tive que sair pela ja-nela! Só porque fiz música de vanguarda. Fui oprimeiro a fazer John Cage no Brasil (compositorvanguardista norte-americano que produziu algunsdos trabalhos mais radicais de experimentação den-tro da música, como a composição 4’33’’, toda fei-ta por pausas). Me desculpe a modéstia, mas nãoexiste ninguém hoje para fazer esse tipo de coisa,como eu fazia”, afirma, enfatizando a constantenecessidade da junção do antigo com o novo, dopopular com o erudito e assim por diante. “Seriamuito bom se os jovens músicos retomassem essa

interação entre gerações e estilos musicais. Isso sóenriqueceria nossa música e a eles mesmos”, acon-selha. Sobre o espaço que a música erudita tinha(e não tem mais) em redes grandes de TV, ele éenfático: “Não é espaço que falta à música eruditana TV, é patrocínio, vontade política. Quando o Boni,ex-diretor da Rede Globo, estava na emissora, sem-pre havia programas com música erudita. E paradar uma idéia da populari-dade que a TV dá a qual-quer coisa, na época emque eu apresentava o ‘Con-certos Internacionais’, nãopagava conta de restaurante nenhum! Nem táxi!Uma vez um mendigo me parou na rua, no Rio deJaneiro, e me falou: ‘Bonita aquela música que osenhor faz de madrugada.’ Um mendigo! Isso pro-va que não precisa entender de música para gostardela. Ora, não precisa entender de costura para sevestir, não?”, questiona.

Quanto à sua intensa participação nos Festivaisde Inverno de Campos de Jordão, Pacheco, queesteve presente já na primeira edição, em 1969,acha-o importantíssimo, mas afirma que a grandesacada do festival, idealizado pelo maestro Elea-zar de Carvalho, é a oportunidade dada a músicosbolsistas: estudar com grandes nomes durante odia e de noite assistir artistas consagrados do cená-rio erudito nacional e internacional. Esse aprendi-zado é essencial para o jovem músico, que segun-do Pacheco, mesmo tendo talento, necessita demuito estudo bem direcionado e experiência.

Um apaixonadopela música

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D“Em 65, fui expulso doTheatro Municipal, tive quesair pela janela! Só porquefiz música de vanguarda”

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E F E I T O S O N O R O

Sonoridade “Made in

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Brazil”

m ano de muitos lançamentos, a Weril colocano mercado mais uma novidade: a trompa du-pla com mecânica 100% brasileira, fabricada apartir do que existe de mais moderno em tecno-logia para produção de instrumentos de sopro.

A trompa, em Sib e Fá, apresenta quatroválvulas rotativas duplas, desenvolvidas no se-tor de projetos e confeccionadas no Centro deTorneamento Weril através do sistema compu-tadorizado CNC. O resultado foi um instrumen-to preciso, bem afinado, com perfeição sonorana execução dos mais diversos arranjos. Namedida exata para realização de performancesinesquecíveis!

O projeto, que custou aos engenheiros cer-ca de seis meses de pesquisa, incluiu no instru-mento a campana rosqueável, que permite aomúsico “desmontar” a trompa, tornando seutransporte ainda mais fácil.

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Gatilho e travessimdo Flugelhorn Regium

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Campana rosqueável

Máquina dupla totalmenteproduzida na Weril

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Trompa dupla:agora com o

H O M E N A G E M

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Maestro Eleazar de Carvalho

r e v i s t a

radicionalmente utilizada em orquestras,a trompa dupla funciona com se fossemdois instrumentos em um só: uma trompaem Sib e outra em Fá, tocando toda a ex-tensão com mais facilidade e naturalida-de. Além de permitir a mudança de umapara outra, conforme a exigência da peçaque está sendo executada. Mas engana-se quem pensa que esse modelo só atendebem à música erudita. A trompa dupla tam-bém já está presente em um bom númerode bandas. A preferência é compreensível:os arranjos para banda estão mais comple-xos atualmente, incorporando arranjos sin-fônicos e uma linguagem mais sofisticada.

“Dentre todos os instrumentos de me-tal, a trompa é o que apresenta mecâni-ca mais sofisticada. Por isso, considero umgrande avanço para nós, brasileiros, quea Weril esteja desenvolvendo o instrumen-to inteiramente no país e com resultadossonoros tão positivos”, afirma AngelinoBozzini, professor e trompista da Orques-tra Sinfônica Municipal de São Paulo, que

experimentou a nova trompa dupladurante seus estudos e ensaios. Se-gundo ele, o segredo da boa sonori-dade está justamente no funciona-mento perfeito das válvulas rotativas,que devem estar bem vedadas eapresentarem movimento ágil. “Esseajuste é obtido na fabricação da vál-vula, e exige muito cuidado ao serconstruído”, revela o músico, que dizter ficado satisfeito também com aafinação do instrumento. Para quemquer se aprimorar na trompa, duplaou não, Angelino recomenda traba-lhar para cultivar o timbre específicodo instrumento. “Isso é obtido ouvin-do-se bons concertos, como os Con-certos para Trompa de Mozart, Triode Brahms, Concertos de RichardStrauss e Sonata de Beethoven. Umbom exemplo de músico da atualida-de que também vale a pena conferiré o professor iugoslavo RadovanVlaktovic”, sugere.

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P A P O C O M 0 M E S T R E

Ele conquistou o respeito das platéias de todoo mundo, tanto por sua concepção musical na-tural e sincera, quanto por seus profundos co-

nhecimentos da Sinfonia Fantástica, de Berlioz,e das sinfonias de Mahler e de Beethoven. Essecearense talentoso, de nome Eleazar de Carva-lho, iniciou na carreira aos 11 anos de idade e,aos 30, já havia composto uma ópera, intitulada“A Descoberta do Brasil”, e sido convidado parao cargo de regente assistente da Orquestra Sin-fônica Brasileira.

O maestro completaria 90 anos em 28 de ju-nho de 2002, grande parte dos quais dedicados à

“Cultivar o timbreespecífico da trompaé fundamental”

divulgação da música brasileira, regendo e ensinan-do sua arte em diversas orquestras e escolas de mú-sica de todo o mundo. Foi sob sua batuta que aOSESP teve seu primeiro período de prestígio a par-tir de 1973, quando, como diretor artístico, iniciouum trabalho para reerguer a orquestra: promoveuuma grande modernização, abrindo concursos noBrasil e convidando diversos músicos estrangeirospara completarem as vagas não ocupadas. A OSESPpassou a se apresentar regularmente, com progra-mas muitas vezes inéditos, em São Paulo e no Bra-sil. Ali permaneceu como regente até sua morte,em 1996, aos 84 anos.

nosso gingado

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P 0 R E S T A S B A N D A S

Suingue

Um dia, assistindo a um programasobre funk na TV Cultura, o trombonista Bocato ouviu um som queo deixou fascinado. “Depois damorte do Chico Science, havia um

vazio na nossa música”, diz o instru-mentista, garantindo que, naquelemomento, viu uma chama de espe-rança se acender. Eram os meninosdo Berimbrown tocando. Meses de-pois, assistiu um show do grupo aovivo, em São Paulo. Foi o início deuma forte amizade.

O Berimbrown nasceu no começodos anos 90, com o nome de BlocoAfro do Povo de Minas. A propostaera resgatar a cultura africana exis-

tente em Minas Gerais, e que é qua-se desconhecida do resto do Brasil. Ocaminho encontrado pelo idealizadordo projeto, o mestre de capoeira Ne-gro Ativo, foi uma espécie de açãosocial voltada para crianças e adoles-centes da periferia de Belo Horizon-te, em que se ensinava a tocar tam-bor, bem ao estilo do grupo Ilê Ayê,da Bahia. Aos poucos, o que era ape-nas um grupo de percussão começoua tomar outra dimensão. Além de con-tar com a participação de 80 jovens,a vizinhança foi se aproximando eagregando novos instrumentos, for-mando um novo núcleo, mais bemestruturado, dentro daquele grupo

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afro-mineiromaior. Já no final da década, o grupovenceu o Festival de Novas Bandasde Minas Gerais e, além de um vide-oclipe como prêmio, ganhou tambéma simpatia do público e da mídia.

“O som que eles fazem é uma mis-tura muito forte de funk com a músicacongada, as folias de reis de MinasGerais, o folclore mineiro e a world mu-sic. É tudo muito original. Daqui a cin-co anos, o trabalho já vai estar consoli-dado e o Brasil inteiro estará conhecen-do esses talentos”, prevê Bocato.

O grupo, que é formado por dozeintegrantes, inclui, além dos tambo-res, bateria, percussão – com algunsinstrumentos próprios da capoeira –,instrumentos como o baixo, guitarra eum naipe de sopros, composto portrombone (Marcelo Oliveira), trompe-te (Adriano George) e sax (Marcelo Ro-cha). O Berimbrown tem um CD pron-to, e acabou de gravar uma músicade Jorge Benjor para integrar a trilhasonora da Casa dos Artistas, progra-ma exibido pelo SBT. “O naipe de so-pros deixou de ser apenas um detalhee cresceu dentro da banda. Descobri-mos que podemos apoiar a harmoniade forma mais efetiva, auxiliar nas fra-ses, nos ritmos, etc. Além disso, so-mos todos autodidatas, e agimos mui-to pelo sentimento, o que facilita najunção entre os metais e percussão”,conclui o trompetista Adriano.

do rádioManter viva a tradição das bandasde música – civis ou militares, nãoé uma tarefa das mais simples, maso programa “Vamos Ouvir a Ban-da”, transmitido pela Rádio Ban-deirantes do Rio de Janeiro, e co-

mandado pelo jornalista e radialis-ta Zair Cansado, tem exercido umpapel determinante nesse sentido.O programa vai ao ar todas as sex-tas-feiras, das 22 às 23 horas, na fre-qüência 1360 kHZ, AM. Confira.

Nas bandas

CONTATOS:Berimbrown: (31) 9672-3945 –com Adriano e (31) 3432-2534 –com Mestre Nego AtivoQuinteto de Metais Goiânia Brass:(62) 943-7957 – com Alessandro

Naipe desopros doBerimbrown:amizadecom Bocato

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Interação

Goiânia Brass não deixa escapar um de-talhe. Além dos recitais tradicionais, pro-curam tocar também em escolas, emconcertos didáticos, onde apresentamos instrumentos e contam histórias so-bre as peças. “Nossa proposta é inte-ragir com a platéia, e conseguimos issoatravés da variedade de repertório e atédo acompanhamento do público, emcertas músicas populares”, acredita.

Produzir música de câmara de qua-lidade, na cidade de Goiânia (GO).Esse foi o ponto de partida paraque cinco músicos, integrantes da

Orquestra Sinfônica de Goiânia e daBanda Sinfônica do CEFET - CentroFederal de Ensino Tecnológico, apos-tassem na formação do Quinteto deMetais Goiânia Brass. Criado em2001, o grupo apresenta um vastorepertório, que mistura música popu-lar, especialmente a brasileira, e eru-dita. Nesse caso, são valorizadascomposições feitas para essa forma-ção, com arranjos a partir de peçaspara orquestras, conjunto de cordas,de sopros e até mesmo para órgão.“Não temos material próprio. Pesqui-samos e compramos pela internet,procuramos em editoras e encomen-damos peças para compositores”,

conta o trompetista Alessandro daCosta, que compõe o grupo ao ladode Jonas Figueiredo (trompete), Fer-nando Ferreira (trombone), CristianoAparecido da Costa (trompa), Eliel-son Paulo Dantas (tuba) e Wallace daSilva Patriarca (participação especialna percussão).

A intenção do Quinteto é gravar umCD em 2003. Para isso, estão sepreparando desde já. “Além defazer uma intensa pesquisa domercado musical, também de-dicamos bastante esforçoàs apresentações, poisa receptividade dopúblico é funda-mental para o mú-sico”, explica Ales-sandro. No quesitoapresentações, aliás, o

com a platéia

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Resgate da tradição

Criado em 1997 pela Secretaria deEstado e Cultura do Estado de SãoPaulo, o Projeto Pró Bandas vem se

destacando como um ambicioso pro-jeto de apoio e resgate das bandas,ministrando cursos no interior paulis-ta, com a inclusão, este ano, das ban-das marciais e fanfarras.

Os cursos (flauta, clarinete, saxofo-ne, trompete, fanfarra e banda-metais,trombone, tuba, informática ligada àmúsica, saxofone, improvisação e arran-jos) percorrerão 25 cidades do interiorpaulista até setembro, e são ministra-dos por três equipes diferentes, comprofissionais gabaritados, como o maes-tro Domingos Sacco e o trombonistaMarcelo de Jesus da Silva, o Bam Bam.

Outro destaque do projeto é a dis-tribuição de material didático para os

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Repertório do Goiânia Brassmistura música popular e erudita

alunos, auxiliando ainda mais no res-gate da cultura, especialmente nosmunicípios em que as bandas e fan-farras ainda são o único núcleo de ati-vidade musical.

O curso tem alcançado enorme su-cesso e receptividade, e as inscriçõespodem ser feitas pelo telefone (15) 251-4573, no Conservatório Dramático Dr.Carlos de Campos, em Tatuí.

Onde estarão acontecendo ospróximos cursos do Pró Bandas:17 e 18/08 - Queluz, Jaú e São Josédo Rio Preto24 e 25/08 - São João da Barra, TupiPaulista e Altinópolis14 e 15/09 - Cafelândia, São Bernardodo Campo e São Luiz do Paraitinga28 e 29/09 - Tatuí

Três equipes se dividem paraministrar cursos em várias cidades

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I N T E R C Â M B I O

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e escolas) – [email protected] (com músicos de todo o Bra-sil) – R. GB 36 Q70 L22 casa A, JardimGuanabara 3, Goiânia (GO) – CEP:74683-350Denis Lima (com músicos de fanfar-ras, filarmônicas e orquestras) – R. Altoda Cruz, 29, Camaçari (BA) – CEP:42800-000Luciano de Lima Leite (com músi-cos cristãos) – R. Francisco RodriguesAlves, 60, CECAP, Lorena (SP) – CEP:22600-000Luiz Cezar G. Serafín (com músi-cos de todo o Brasil) – R. Mme. Pom-mery, 825, Suzano (SP) – CEP:08615-090Joel Dionísio de Carvalho (com trom-pistas) – R. 3, 60, Chácara São José,Jd. Aeroporto, Campinas (SP) – CEP:13054-052

QUEREM RECEBER DOAÇÕESDE TÉCNICAS / MATERIAIS

João Muleano da Silva (para sax) –R. Santa Rita de Cássia, 396, Santa

Rosa, Caruaru (PE) – CEP: 55000-000Bárbara da Costa Araújo (para saxou clarineta) – R. Valentim CezarTafner, 116, Vila Nova, Socorro (SP)– CEP: 13960-000Romerito Santos de Souza (parainiciantes de trompete e trombone depisto) – R. Loíde Alcântara, 78, (BA) –CEP: 45850-000Edson Rocha (para trombone de pis-to) – R. Kaloré, 54, Pirituba, São Pau-lo (SP) – CEP: 02976-240Ezequias de S. Cândida (para trom-pa) – R. V, 69, Vila Margarida, Itaguaí(RJ) – CEP: 23820-000Arnaldo Roque da Silva (para prin-cipiantes em sax) – R. Heitor Azeve-do Hummell, 543, Parque Manches-ter, Sorocaba (SP) – CEP: 18056-340Wagner Feliciano da Silva (para saxalto) – R. Renascensia, 1031, Praze-res, Jaboatão dos Guararapes (PE) –CEP: 54330-510Renan Azambuja (CDs de bandasinstrumentais e militares) – R. Lapla-ce, 61, Oficinas, Ponta Grossa (PR) –CEP: 84045-450

QUEREM TROCAR PARTITURAS

Anderson Cleber Cardoso (sax tenor)– R. Flor de Lótus, 167, Jd. Maria Cân-dida, São Paulo (SP) – CEP: 02318-400Aurélio Nunes Bezerra (dobrados,samba e chorinho para trombone) –R. Antônio Gomes de Sá, 01, Centro,Mirandiba (PE) – CEP: 56980-000Odair Carlos (arranjos para bandasmarciais e musicais) – Caixa Postal4404, Presidente Prudente (SP) – CEP:19020-990Evandro de Souza (para tromboneem Dó e flauta doce) – R. Veiga Filho,547, Higienópolis, São Paulo (SP) –CEP: 01229-001Renan Azambuja (solos de sax alto)– R. Laplace, 61, Oficinas, Ponta Gros-sa (PR) – CEP: 84045-450

QUEREM TROCARCORRESPONDÊNCIAS

Edmilson Ângelo da Silva(com entidades, federações musicais

NAVEGUE

www.jornalmovimento.comNeste site, dedicado à MPB, além de in-formações sobre a música nacional, ointernauta encontra lançamentos em CD,cadastro de músicos, arquivos musicaise notícias atualizadas.

http://certasmusicas.digi.com.brO site apresenta compositores e intérpre-tes de jazz, blues, MPB e música erudita.Fornece dados biográficos de Bach, Mo-zart, Billie Holiday, Janis Joplin, Elis Regi-na e Tom Jobim, entre outros artistas,além de entrevistas e notas exclusivas.

EU RECOMENDO

Arcádio Minczuk - Oboísta da Or-questra Sinfônica do Estado de SãoPaulo“Sinfonias de Camargo Guarnieri”- Sinfonias 2 e 3Orquestra Sinfônica de São Paulo,regência de Jonh NeshlingSelo: BISInformações: (11) 3744-9720

“Recomendo este CD porque é um dospoucos registros existentes de compo-sitores brasileiros. Além disso, possuium altíssimo nível técnico de gravação”

Edu Moreno, saxofonista“Do pedra espia” - Itiberê Orques-tra FamíliaGravadora: Jam MusicInformações: (11) 3272-8585 –Distribuidora Caravelas

“É um trabalho muito interessante,composto por jovens músicos que, li-derados por Itiberê, executam cercade 22 instrumentos. É uma das me-lhores obras da atual música instru-mental brasileira”

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Chorinhos Didáticospara Flauta,Altamiro CarrilhoGravadora:Movie PlayInformações: (11)3115-6833

O grande flautistaAltamiro Carrilho apresenta neste traba-lho 12 chorinhos de sua autoria, acompa-nhados de partituras para flauta ou qual-quer instrumento em clave de Sol. Incluiplaybacks de todas as faixas. Um CD quevai agradar professores e alunos.

Vênus, Mauro SeniseGravadora IndependenteInformações sobreonde encontrar o CD:(21) 2294-8113 ou pore-mail:[email protected]

Sexto CD solo do saxofonista e flautistaMauro Senise, “Vênus” é composto só commúsicas brasileiras com nome de mulher.A gravação conta com a participação dealguns dos mais competentes músicos earranjadores do cenário brasileiro.

CD

F I Q U E D E O L H O

“Jazz”, de Ken BurnsGNT/Som LivrePreço médio: R$ 165,00Informações: (21) 2503-7738

O canal GNT e a Som Livre lançam no mercado umbox set com 4 DVDs, que trazem a íntegra dos 12programas da série “Jazz”, de Ken Burns, exibida háum ano pelo canal, com recorde de audiência. Consi-derada a obra definitiva sobre este gênero musical, asérie vai além do simples estudo de um ritmo musical,retratando o gênero como uma testemunha da histó-ria dos Estados Unidos no século 20. Traz 498 músicase mais de 2,4 mil fotografias, além de depoimentos demúsicos como Wynton Marsalis e Harry Connick

DVD

Body and Soul, Billie HolidayGravadora: Universal MusicInformações sobre onde o CD pode ser encon-trado: (11) 3889-5800

Conhecida como “Lady Day”, este relançamentoreúne pérolas do repertório da artista, como “DarnThat Dream” e “They Can´t Take That Away FromMe”, além de presentear os fãs do jazz com trêstakes da canção “Comes Love”.

LIVROS

A Arte de OuvirAdamo Prince – Lumiar50 páginas cada volumePreço: R$ 29,00 por volumeInformações: (21) 2597-2323/2596-7104, [email protected] ouno site: www.lumiar.com.br

Lançado em dois volumes bilíngües, o li-vro reúne material fonográfico de alto ní-vel artístico e didaticamente elaboradopara evolução passo-a-passo da percepção rítmica. Cada volumeé acompanhado de um CD, que traz estudos baseados em temasuniversais (clássicos e populares) ou em grooves percussivos.

9r e v i s t a

História Social do JazzEric J. Hobsbawm - Paz e Terra316 páginasPreço:R$ 29,50Informações: (11) 3337-8399

O historiador Hobsbawm analisa ojazz como uma criação revolucioná-ria dos negros. Em seu ensaio, elenos oferece um belo quadro de comoa industrialização e as transformaçõesno padrão de consumo de pretos e bran-cos influenciou o jazz, sua indústria de dis-cos e espetáculos.

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P E R F I LM Ú S I C A V I V A

Vai a São Paulo nos próximos meses?Então aproveite as dicas do trombo-nista Bocato e cheque tudo que a ci-

dade oferece para o músico. De um sim-ples CD até equipamentos eletrônicos:

“A melhor opção para quem desem-barca em São Paulo é localizar a esta-ção de metrô mais próxima. Assim ficatudo fácil e muito mais rápido. Pegue ometrô para a linha Paulista e então des-ça na Estação Clínicas. É a mais pertoda rua Teodoro Sampaio, o quadriláteromusical da cidade. Ali, o amante demúsica tem à disposição uma infinidadede lojas, com as mais variadas opções epreços. Eu, pessoalmente, gosto muitoda Gang Instrumentos, onde pode serencontrado o que há de melhor em equi-pamentos eletrônicos, como mesas desom, equalizadores, guitarras e teclados.Sérgio, o proprietário, entende muito doassunto e pode dar boas informações.Outra loja que costumo freqüentar, ain-da na Teodoro Sampaio, é a Ébano. Es-pecializada em instrumentos de sopro,o atendimento é de primeira linha, e tam-bém há grande variedade de acessóri-os. Seu proprietário, João Cuca, enten-de muito do assunto, e pode auxiliá-lono que for preciso.

Como sempre fui autodidata, não sa-beria indicar um local para compra desongbooks, métodos e partituras, mas,certamente, na região da Teodoro Sam-paio, existem excelentes opções paramúsicos amadores e profissionais.

Se sua visita a Sampa for num sába-do, desça até a Praça Benedito Calixto,ali mesmo, na Teodoro Sampaio. Alémde encontrar antiguidades de todos ostipos e muita gente interessante, vocêpode trocar, vender e comprar discos devinil e CDs usados bem legais. A região,aliás, é o lugar certo para quem quercruzar com músicos amadores e pro-fissionais. Ali também acontece, na par-

te da tarde, uma das rodas de samba-choro mais tradicionais da Capital, como pessoal da velha guarda do choro pau-listano apresentando-se a céu aberto.

Outra opção para quem procura CDsé continuar descendo mais alguns quar-teirões, entrar na Av. Pedroso de Mora-es, e conhecer a Fnac, uma grande lojade vídeo e som, que oferece uma gamaimensa de álbuns para todos os gostos eestilos, especialmente na área de jazz.Os atendentes são bem informados econhecem bem o assunto. A loja tam-bém dispõe de uma seção de revistasimportadas, onde você pode encontrarpublicações específicas na área musical.Perca um pouco de tempo por lá, poisvale a pena!

Volte pela mesma Teodoro Sampaioe, se for uma tarde de sábado, pare naloja Matic. Você logo vai reconhecer olocal, já que, nesses dias, a partir das 16horas, sempre acontece uma apresen-tação gratuita de música com grandesnomes. Os shows são na calçada mes-mo, e reúnem um bom número de inte-ressados.

Ficando na cidade durante a sema-na, a dica para ouvir um bom som gas-tando quase nada é o Sesc InstrumentalPaulista, no Sesc Paulista. A programa-ção musical acontece sempre a partir das18h30 de segunda-feira. Já nas terças-fei-ras, às 20 horas, o bom é conferir o querola no Teatro do Sesi, que oferece umaprogramação gratuita bem diversificada.

A Expomusic, que neste ano aconte-ce de 25 a 29 de setembro, também éuma excelente oportunidade para quemquer aproveitar o máximo seu tempo emSão Paulo. Ali, o artista vai encontrartudo o que se refere à música, de parti-turas e instrumentos até programas decomputador. A Feira da Música aconte-ce no Expo Center Norte, Pavilhões Azul,Branco I e Branco II“

10 08/2002

S E R V I Ç O

Um dia musicalem Sampa

As sugestões de Bocato para ouvir música, comprar CDs,equipamentos eletrônicos e ver gente do meio musical em São Paulo

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Praça Benedito Calixto – delimitadapelas ruas Cardeal Arcoverde e TeodoroSampaio, fica em frente à Igreja doCalvário. As vias paralelas, entre asquais fica a Praça, são a avenidaHenrique Schaumann e a rua JoãoMoura

Ébano – Rua Teodoro Sampaio, 782 –Tel.: (11) 3062-8974

Fnac - Av. Pedroso de Moraes, 858 -Pinheiros – Tel.: (11) 3097-0022

Gang – R. Teodoro Sampaio, 806 –Pinheiros – Tel.: (11) 3061-5000

Matic – R. Teodoro Sampaio, 850 –Pinheiros – Tel.: (11) 3061-1914/3063-1627

Sesc Paulista – Av. Paulista, 119 –auditório – Tel.: (11) 3179-3400

Teatro Popular do Sesi – Av. Paulista,1313 – Tel.: (11) 3284-3639

Expomusic – Feira Internacional daMúsica, Instrumentos Musicais,Áudio, Iluminação e Afins – ExpoCenter Norte – R. José Bernardo Pinto,333 – Vila Guilherme (de 25 a 29 desetembro).

Page 11: Revista Weril nº 142

Use escala cromática paragliss curtos

Use escala cromática oudiatônica para gliss longos

D I C A T É C N I C A 60

As bandas logo se tornam familiares com as figuras rít-micas sincopadas (figuras que aparecem no tempo fra-co). Por esta razão, poderá ser um aspecto dificultante

para alunos com pouca experiência em seguir o tempoforte do compasso. Portanto pede-se ao regente uma ins-trução especial neste sentido, particularmente se existiruma síncopa com nota longa, esta deve ser acentuada.Exemplo 22

Estudantes jovens podem ter a tendência em entraratrasado nas mínimas. Veja o exemplo 22a. A pausa desemínima no tempo forte é passada antes que eles sedêem conta. Ensine-os a não se perderem. A pausa desemínima, particularmente em andamentos rápidos, é difí-cil de contar. Os alunos devem aprender a “ler na frente”.Ritmos tais como os do exemplo 23 podem apresentarproblemas similares devido à alternância entre tocar notempo forte e fora de tempo. Os alunos devem ser ins-truídos a marcar as notas tocadas no tempo.Exemplo 23

Em vez de explicar uma síncopa de colcheia comosendo a segunda metade de um tempo cheio, tente ex-plicá-la como sendo uma antecipação do próximo tempo.Exemplo 24

Falls off (queda) podem apresentar muitos problemas, omaestro deve instruir os alunos acerca do tamanho do fall.Alguns arranjadores são bastante específicos e indicam seo fall é short (curto) ou long (longo) - veja a tabela sobrearticulações no final desta matéria. Confusões poderão serevitadas, aconselhando os alunos a terminarem o fall numdeterminado tempo. O fall não deve ser abrupto, masdesaparecer gradualmente, seguido de um diminuendo aolongo do fall. Os alunos não precisam se preocupar comuma escala particular, pois o fall é meramente um efeito.Exemplo 25

Bandas e Fanfarras:Análise técnica dos problemas constantes II

Maestro Beto Barros*

No caso do fall off, os músicos não devem se perderno compasso. Eles precisam continuar contando cuidado-samente através de seu comprimento inteiro. O fall deveser curto se existe uma entrada imediatamente após, as-sim como no exemplo 26. Existem outros termos para falloff, como por exemplo, spill ou gliss, ou ainda drop, todascom o mesmo significado, que seria “cair fora da nota”.Veja exemplo 26. No caso deste exemplo, não existe muitadiferença se o fall off não for executado, já que ele estámuito perto do compasso seguinte. Em outros casos elefunciona com muita propriedade.Exemplo 26

Quando for realizar um gliss, glissando entre duas no-tas como no exemplo 27. A nota que aparece no final doglissando deverá ser ligeiramente acentuada, já que ela éa culminação do glissando. A escolha da escala para oglissando é livre, em alguns casos, é governada pela dis-tância entre as notas das pontas do glissando.Exemplo 27

Os alunos devem ser informados da importância deum bom ataque antes de se preocupar com os gliss oufalls. Jovens músicos são freqüentemente culpados de co-meçarem um gliss ou fall off antes que tenham executa-do um bom ataque na nota precedente. O arranque parao ataque do glissando ascendente é similar para o glissdescendente (fall off). Diferente do glissando descenden-te, o ascendente normalmente incorpora um crescendo.Os saxes poderão iniciar o gliss ascendente pianissimo, oupossivelmente em sub tone (sub tone é um efeito muitousado e bastante bonito. É utilizado basicamente em doiscontextos: o backing, “cama” para um solo de metal ousoli, ou para um solo de saxs. Consiste em um som maciocom um pouco de ar presente, produzido por um leverelaxamento, soltura da embocadura e com a colocaçãode ar nas bochechas e nas cavidades da boca). Os trom-bones têm uma vantagem óbvia em executá-los. Os trom-petes poderão usar a técnica de ½ válvula. Uma localiza-ção determinada da nota da culminância do glissando émuito importante e realmente muito difícil para jovensmúsicos com pouca experiência.

Nesta edição, vamos finalizar o tema iniciado na Revista Weril 141: Fraseadoe Articulações, com dicas particularmente indicadas para os mestres de banda.

Page 12: Revista Weril nº 142

Heavy Accent / Acento PesadoMantenha o valor total da nota

Heavy Accent / Acento PesadoMantenha menos do que o valor total

Heavy Accent / Acento PesadoMais curto possível

Staccato / DestacadoCurto, não pesado

Legato Tongue / Ligado de LínguaMantenha o valor total da nota

The Shake / Parecido com TrinadoVariação da nota para cima

Lip Trill / Trinado de LábioParecido com o shake, porém mais lento ecom controle labial

Wide Lip Trill / Trinado de LábioComo lip trill porém com intervalo mais longo

The Flip / Impulso RepentinoToque a nota, suba para o agudo edesça com um glissando

The Smear / DeslizarDeslizar para a nota indicada

The Doit / BrincarToque a nota e faça um glissando ascendente

Du / FechadoFalso ou abafado, surdina fechada

Exemplo 30

Aguarde os próximos tópicos que serão abordadosem edições futuras. Esta matéria é complicada e difícil,tanto para os alunos com pouca experiência, quanto paraos instrutores. No entanto, a chave para o sucesso com abanda ou fanfarra é muito trabalho, ensaio e experi-mentação, por isso, o instrutor/maestro poderá mudarou acrescentar marcações de articulações no seu reper-tório, adaptando-as para o seu grupo. O importante é teruma direção da articulação que será usada para todos.Uma banda afinada e com fraseado e articulações bemresolvidos, já está um passo à frente.

Wah / AbertoNota cheia, não abafada. Surdina aberta

Short Gliss Up / Gliss Asc. CurtoDeslize para a nota ascendentemente; nenhumanota individual é escutada

Long Gliss Up / Gliss Asc. LongoMais longo do que o de cima

Short Gliss Down / Gliss Desc. CurtoO contrário do short gliss up

Long Gliss Down / Gliss Desc. LongoO contrário do long gliss up

Short Lift / Elevação CurtaEntre na nota via escala cromáticaou diatônica começando +/- terça abaixo

Long Lift / Elevação LongaComo o exemplo acima, porém com a entradamais longa

Short Spill / Queda CurtaQueda rápida diatônica ou cromática; ocontrário do short lift

Long Spill / Queda LongaComo o exemplo acima, porém com a quedamais longa

The Plop / EsquemaRápido deslizamento descendente antes desoar a nota

Indefinite Sound / Nota FantasmaNota indefinida ou nota engolida

Tabela de Padronização das Articulações

* Maestro Beto Barros dirige sua própria empresa de produçõesartísticas e culturais. Contatos para cursos e workshops:(11) 3257-7385 e 3151-4047 ou [email protected]

Exemplo 28

Notas fantasmas (ghost notes) são aquelas dedilha-das, mas que não soam realmente com a mesma força,peso e ataque, ou importância de uma nota regular. Oexemplo 29 mostra o uso das notas fantasmas.Exemplo 29

É responsabilidade do líder, primeiro sax alto, decidir ondeas notas fantasmas são apropriadas. Mesmo que não sejamindicadas, elas são muito usadas em andamentos rápidos ecomplexos. Normalmente em colcheias e semicolcheias,para facilitar um fraseado suave e equilibrado. O exemplo30 ilustra a notação apropriada para trompetes e trombo-nes nas notas abertas e fechadas. Com surdina plungermute, o sinal (+) indica fechado e o sinal (0) indica aberto.

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D I C A T É C N I C A 6 1

Otrombone de vara, assim como os demais instrumen-tos, requer uma adaptação físico-motora domúsico, afim de que seja executado com naturalida-de e obedeça as exigências técnicas particulares de

cada um. Portanto, antes mesmo de pensar na execu-ção musical, é necessário ter consciência de que estaráexercendo uma atividade física da qual resultará umaexpressão musical. Assim sendo, faz-se necessário bus-car condições físicas satisfatórias, para que se tenhauma boa produtividade nos estudos e na atividade elegida:a artística musical.

A família dos trombones de vara é constituída por vá-rios modelos, sendo os mais usuais os trombones tenorese baixos. Outros modelos são o soprano, o alto e o contra-baixo. Dos três tenores, os modelos básicos são: tenor Sib(sem rotor) calibre médio com ∅ 12,70 mm e campanacom ∅ 203mm, e o tenor Sib calibre largo com ∅ 13,90mme campana com ∅ 216mm. Este modelo tem acopladoao corpo da campana um conjunto de voltas tubulares quepossibilita, ao acionar o gatilho, utilizá-lo em Fá, recursoresponsável pela aproximação, por exemplo, das posições6 e 7 para 1 e 2, bem como aumentar a extensão origi-nal do instrumento em uma quadra abaixo. O conjun-to, quando acoplado ao instrumento original, torna-oum pouco mais pesado. O trombone baixo (com 2 rotores)Sib/Fá/Solb/Ré ou Sib/Fá/Ré/Si (com pompa adicionalem Ré) calibre ∅ 14,30mm e campana com ∅ 241mm ou∅ 267mm, tem um peso ainda maior do que o tenor

com 1 rotor, pois possui2 rotores corresponden-tes a 2 conjuntos de vol-tas tubulares, que alte-ram sua extensão emquase 1 oitava.

Para a boa utilizaçãoe proveito de todos es-tes sistemas, dois pon-tos são extremamenteimportantes:

TTTTTrombones de vara tenor e baixo:rombones de vara tenor e baixo:rombones de vara tenor e baixo:rombones de vara tenor e baixo:rombones de vara tenor e baixo:Empunhadura, postura e função dos rotoresEmpunhadura, postura e função dos rotoresEmpunhadura, postura e função dos rotoresEmpunhadura, postura e função dos rotoresEmpunhadura, postura e função dos rotores

Renato Farias*

. As diferentes empunhaduras, dependendo do modelo :

. A postura correta decorpo e mãos, como nafoto ao lado.

1. para os trombones tenoresSib (sem rotor) e Sib/Fá (com1 rotor)2. para os trombones baixoscom a pompa normal (Solb)acionando os 2 rotores simul-taneamente3. para os trombones baixoscom pompa adicional em Réacionando o 2º rotor inde-pendente

A variação da empunhadura nos trombones baixos,quando da utilização do 2ª pompa (adicional em Ré), édevido à necessidade de se ter o independente aciona-mento do 2° rotor ou o registro em Ré com o dedo anular,sendo que com o trombone com a 2ª pompa normal (emSolb), para se ter o registro em Ré, terá que estar aciona-do os dois rotores simultaneamente, permitindo maior fir-meza e equilíbrio na sustentação do instrumento. Obser-ve como o dedo indicador da mão esquerda funciona comoescoramento, impossibilitando o desequilíbrio e o tomba-mento ao transpor para o lado esquerdo. Com estas vari-ações de empunhadura, o instrumento também poderáestar mais apoiado na palma da mão esquerda, permitin-do melhor acionamento dos rotores de forma indepen-dente ou simultânea. Deve-se levar em conta a necessi-dade de alongamento prévio e pós dos braços, pulsos ededos, no caso do instrumentista passar longo tempo desua atividade com o instrumento empunhado.

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Nos trombones de vara, tenores e baixos com roto-res, é possível a utilização destes recursos através deestudos específicos de acionamento dos mesmos, utili-zando certas passagens ou combinações de intervalosprimeiramente na mesma posição e, posteriormente, com-binando com outras posições. Algumas passagens, naregião da extensão original do trombone em Sib (sem autilização do rotor), devem ser estudadas e preparadasem suas posições e combinações normais para que adigitação não se acomode à utilização contínua do rotor.Isto, para evitar que a execução fique comprometida,caso ocorra por algum impedimento ou incidente, a ne-cessidade de tocar em um instrumento sem rotor. O trom-bone, quando utilizado com os rotores, passa a ter me-nos posições. Acionado o registro em Fá (rotor 1 tenor ebaixo), dispõe somente de 6 posições. O trombone baixocom os dois rotores acionados dispõe de 5 posições. Otrombone baixo, quando utilizado o 2º rotor indepen-dente com a pompa em Sol terá 6 posições. Já com a

pompa adicional em Ré acionando somente o 2º rotor,obterá 5 posições. A prática de exercícios sistemáticosutilizando as várias combinações do rotor com notas exe-cutadas sem o mesmo, dará mais liberdade na utilizaçãodo sistema, proporcionando melhor qualidade musical emfrases rápidas ou com intervalos mais distantes, principal-mente na região média para a grave. O rotor tambémpode ser utilizado em trinados ou trilos em algumas regi-ões do instrumento.

Alguns métodos Importantes para estudos sistemáti-cos e utilização do rotor:

G. Gagliardi – Coletânea de Estudos Diários para TromboneJoannes Rochut – Melodious Études for TromboneJacques Toulon – Dix Études pour le Trombone Basse Fa et RéA. Slama – Estudo de Escalas

* Renato Farias é trombonista, professor e artista Weril.Contatos: (11) 9612-1296 ou e-mail: [email protected]

Posições básicas do trombone

* Pode ser utilizado com a pompa em Ré, acionando somente o 2° rotor.

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CD passo a passo*

Maratonistasmusicais

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Delícias e agruras dequem sobrevive demúsica em nosso país

O músico e militarAristóteles: vida corrida

Muita gente acha que vida de mú-sico é moleza. Tem um dia-a-diasem rotinas, acorda tarde, nãotem que bater ponto e, muito

menos, passar grande parte de suavida dentro de um escritório, cum-prindo horários. Além disso, se di-verte. Mas a “tal liberdade” tambémcobra seu preço. No Brasil, o instru-mentista muitas vezes precisa se des-dobrar entre vários empregos e “bi-cos” para poder garantir o pagamen-to de suas contas no fim do mês.“Vou pegando tudo o que aparece:trabalhos em estúdios, aulas particu-lares e casamentos”, afirma MarcusVinicius Manfredi, o Zão, trompetis-ta “pau pra toda obra”, que toca nabanda Funkacid, de São Paulo.

A carga horária de um músico,muitas vezes, pode ser comparadaà de uma maratona. Zão que o diga:“Em um final de semana, já chegueia tocar em casamentos às 17,18 e19 horas, depois sai correndo para a

fazer a entrada de uma noiva naHebraica (clube paulistano), e voeipara um show, pois também toco emalgumas bandas que se apresentamna noite”, revela. Aliás, casamen-tos são um grande negócio para ostrompetistas, que têm nesse nichouma excelente oportunidade de ren-da. “Para nós é ótimo, pois é sem-pre um dinheiro que entra, mas meespanto como essa gente gosta decasar!”, comenta.

Histórias de corre-corre tambémsão contadas pelo saxofonista Sa-muel Pompeu, que certa vez seapresentou com a orquestra daOsesp, em São Paulo, das 17 às 18horas e, no mesmo dia, às 22 horas,fez um show com o grupo Fat Fami-ly, em Juiz de Fora (MG). “O táxi jáestava na porta do aeroporto me es-perando. Se tivesse chegado algunsminutos depois, iria perder a apre-sentação”, diz Samuel, que, mesmotendo no currículo apresentações

com bandas de artistas como Gilber-to Gil, Maria Bethânia, Skank, Mo-raes Moreira e muitos outros, aindatem que participar do cotidiano“olímpico” do músico brasileiro.

E a vida pessoal, como fica? Sa-muel revela que sua mulher tambémestá acostumada à rotina de shows.“Ela é backing vocal do cantor ro-mântico Vavá. Como trabalha noshow business, ela entende a situa-ção. Mas, mesmo assim, a genteacaba não se vendo por um bomtempo e, às vezes, isso é complica-do”, lamenta. Para evitar essa dis-tância, o trombonista Aristóteles San-tos, o Totty, leva a esposa em algu-mas apresentações, já que seu rit-mo é intenso - além de músico, émilitar. Além dos ensaios e compro-missos da corporação, ele toca nanoite em duas bandas, grava comalguns grupos de pagode e, até pou-co tempo, atuava como músico subs-tituto no musical Les Misérables.

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Page 16: Revista Weril nº 142

16 08/2002

RW: O sr. vê diferença entre os mú-sicos de sua geração e os atuaisestudantes? Quais?ST: Meus alunos estão tocando mú-sicas que eu não tocava quando es-tava nesse mesmo estágio. Eles to-cam melhor, são melhores nas téc-nicas, e isso acontece porque o con-tato com as diferentes técnicas dis-poníveis é mais fácil hoje em dia.Com isso, a possibilidade de cresci-mento musical é imensa, pois seaprende a tocar músicas de diversasculturas, e esse intercâmbio é ma-ravilhoso. Em contrapartida, eles têmbem menos experiência de palco.RW: O que o sr. aconselha a seusalunos para que se mantenham“musicalmente em forma”?ST: Para se manter sempre em suamelhor forma, o estudante deve se-guir uma rotina de prática diária deduas a três horas, que deve incluir

Ficando em forma.

ENTREVISTA

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exercícios de flexibilidade, interva-los, oitavas, escalas (estudo de afi-nação), arpejos, tocar sons em pia-no, notas longas, golpes de língua(1 múltiplo, 2 simples), ornamenta-ção, trinados labiais (trompetes emSib, Dó e Ré), leitura à primeira vis-ta, treinamento de digitação, sonspedais, estudos de transposição epassagens orquestrais. Os treina-mentos também podem ser combi-nados, por exemplo: golpes de lín-gua com passagens orquestrais, di-gitação com flexibilidade.RW: Quais métodos e estudos con-sidera essenciais para o estudanteiniciante?ST: Uma boa bibliografia consiste emEscalas Maiores e Menores e Arpegi-os Maiores e Menores, ambos do Ar-ban, Estudos, de Hering e Kopprasch,Flexibilidade, de Schlossberg e Solos,de Haydn, Hummel, Ropartz e Balay.

Musicalmente

Revista Weril: Quais atitudes o sr.considera importantes para quemquer obter um amadurecimentomusical adequado?Steven Trinkle: Em primeiro lugar,é preciso não ser arrogante. O músi-co tem de ter humildade, tem queentender que ele é parte do todo.Muitos pensam que são melhores doque o colega ao lado e acabam com-prometendo o resultado do todo.Também é preciso estar em cons-tante atualização. A arte da músicamuda. O que aprendi há dez anoscontinua sendo importante, mas édiferente do que ensino hoje.RW: Na sua opinião, qual a situa-ção mais motivadora para ummúsico?ST: Para mim, tocar uma peça total-mente inédita, que nunca tenha ouvi-do, antes é um desafio genial. Umasituação realmente muito motivadora.

Steven Trinkle, mestre em música eperformance pelo Ithaca College, éprofessor de trompete da Shenan-doah Conservatory e ShenandoahUniversity. O músico, que nasceu emSilver Lake, Kansas, EUA, tambématua como regente e tem diversasaparições em renomadas orquestrasdo país e do Exterior, como asSinfônicas de Houston e Maracaibo,na Venezuela. Atualmente, Trinkleé o diretor artístico do Trinkle BrassWorks e membro honorário da ATB(Associação dos Trompetistas doBrasil), por seus esforços nodesenvolvimento dos trompetistasno Brasil. Em recente visita à fábricada Weril, o músico norte-americanoconcedeu esta entrevista:

Para Trinkle, o músico deve incorporar uma rotinadiária de duas a três horas de estudos práticos