cromatografia
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Métodos de separação - Introdução a cromatografiaTRANSCRIPT
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CROMATOGRAFIA
Anlise Instrumental
Aula 1: Princpios bsicos
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Introduo definio e histrico
Modalidades
Mecanismos de separao
Teoria bsica
Cromatografia
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Cromatografia
Tcnicas de separao isolar o composto de interesse dos demais compostos e impurezas presentes na amostra, possibilitando sua deteco por instrumentos analticos.
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At a metade do sculo XX tcnicas clssicas (precipitao, extrao destilao). Avanos nos equipamentos e a descoberta de diferentes modos de separao cromatogrfica grande parte das separaes passaram a ser feitas por cromatografia. Cromatografia x tcnicas clssicas de separao Possibilidade de automao de todas as etapas da anlise. Anlises mais rpidas. Melhor desempenho.
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Cromatografia
A cromatografia um mtodo fsico-qumico de separao no qual os componentes a serem separados so distribudos entre duas fases: uma que permanece estacionria (FE) e outra que se movimenta atravs dela, denominada fase mvel (FM).
Separao: interao diferencial dos componentes entre a fase estacionria e a fase mvel.
Fase estacionria
Fase mvel Componentes da mistura
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Cromatografia
O termo cromatografia foi utilizado pela primeira vez em 1903: Mikhael Tswett
(botnico), na separao de misturas de pigmentos vegetais em colunas recheadas com
adsorventes slidos empregando hidrocarboneto como solvente (fase mvel).
Mistura de pigmentos
Solvente (FM)
CaCO3 Pigmentos separados
Origem grega: chrom (cor) e graphe (escrever) - o processo de separao no depende da cor, exceto para facilitar a identificao dos componentes.
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Cromatografia
Critrios usados para classificao das diferentes modalidades de cromatografia:
Disposio da fase estacionria (forma fsica do sistema).
Estado fsico da fase mvel (lquido, gs ou fluido supercrtico) e da fase estacionria
(lquido ou slido).
Mecanismos de separao.
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Cromatografia
De acordo com a disposio da fase estacionria forma fsica do sistema de separao:
Colunas
Recheadas Abertas
d.i.: de 0,02 mm (capilares) a 1,0 m (preparativas) Comprimento: de 3 cm a 100 m
Planar
Camada delgada Papel
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Cromatografia
Cromatografia em coluna - classificao de acordo com a natureza da fase mvel e da fase estacionria:
Colunas
Lquido
Gs
FSC
Fase ligada
Slido
Lquido
Fase ligada
Slido
Fase ligada
Slido
Lquido
Fase mvel Fase estacionria Sistema Tipo de cromatografia
Gasosa (Gs-lquido CGL)
Gasosa (Gs-slido CGS)
Gasosa com FE ligada - CGFL
Supercrtica com FE slida - CSS
Supercrtica com FE ligada - CSFL
Lquida (Lquido-lquido CLL)
Lquida (Lquido-slido CLS)
Lquida com FE ligada - CLFL
FM
Lquido (amostra solvel na FM) Gs (analitos volteis e termoestveis) Fluido supercrtico (T e P > ponto crtico)
FE
Slido Lquido espalhado sobre um suporte slido Lquido imobilizado/quimicamente ligado
Classificao universal
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Cromatografia
De acordo com o mecanismo de separao (processos fsicos, qumicos ou mecnicos):
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Partio
Adsoro
Lquido
Gs
Gs Coluna
Coluna
Planar
FSC
Permeao e Filtrao em gel
Lquida de troca inica
Coluna
Coluna
Coluna
Coluna
Coluna
Fase mvel Sistema Mecanismo Tipo de cromatografia
Lquido
Troca inica
Excluso molecular
Lquido
Lquido
Lquida (lquido-lquido)
Fluido supercrtico-lquido
Gs-lquido
Papel
Camada delgada
Lquida (lquido-slido)
Gasosa (gs-slido)
Planar
FSC Coluna Fluido supercrtico-slido
Bioafinidade
Lquido Coluna
Lquida de bioafinidade
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Cromatografia
FE slida Soluto adsorvido
Fase mvel (gs, lquido ou FSC)
Processo interfacial: ocorre na interface entre a FM e a FE slida.
ADSORO
Slidos com grandes reas superficiais (partculas finas, porosas).
Slidos com muitos stios ativos (hidroxilas, pares de eltrons etc).
Solutos polares.
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Cromatografia
Fase mvel (gs, lquido ou FSC)
Suporte slido
Fase estacionria lquida
Soluto absorvido na FE lquida
Processo intrafacial: ocorre no interior do filme de FE lquida.
ABSORO (PARTIO)
Filmes espessos de FE lquida. Grande superfcie lquida exposta fase mvel. Interao elevada entre a FE lquida e o analito (alta solubilidade).
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Fase mvel (soluo inica - tampo)
Cromatografia
Trocador aninico +
+ +
+ + + + + +
+
+
Grupos inicos ligados fase estacionria
-
-
- - - - - -
-
-
-
-
- - - - -
-
- -
Grupos sulfnicos (-SO3-)
cidos carboxlicos (-COO-) Aminas quaternrias (-NR3
+)
nions do soluto (ctions - trocador catinico)
Adsoro reversvel e diferencial de analitos inicos ou ionizveis sobre grupos
trocadores de ons presentes na superfcie da FE (resina de troca inica).
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Fase mvel lquida (alterao do pH ou fora inica para eluio da molcula de interesse)
Cromatografia
Suporte slido
Grupos biolgicos especficos ligados ao suporte
Substratos/enzimas Protenas/acares e protenas celulares
Molcula complementar especfica presente na amostra
Grupos com especificidade biolgica ligados ao suporte retiram da fase mvel somente
os grupos complementares, deixando passar todos os demais. Aps isolamento, a
molcula de interesse eluda da coluna por meio de mudanas nas propriedades da
fase mvel.
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Cromatografia
Partcula porosas de FE (gel de dextrano, agarose ou poliacrilamida)
Molculas de soluto de diferentes tamanhos
Fase mvel lquida
Mecanismo de separao essencialmente MECNICO
Molculas menores conseguem penetrar nos poros das partculas de FE, e ficam retidas.
Macromolculas com tamanho suficientemente grande no entram nos poros e so arrastadas
rapidamente pela fase mvel.
Separao de protenas, enzimas, polmeros, carboidratos e outras
molculas de peso molecular elevado.
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Cromatografia
Escolha a tcnica cromatogrfica mais adequada para cada uma das aplicaes a seguir, indicando o mecanismo envolvido.
a) Anlise de hidrocarbonetos de baixa massa molar (volteis e estveis termicamente) em amostras de combustveis.
b) Anlise de polmeros para determinao da massa molar aps a sntese.
c) Isolamento de uma protena presente em clulas sanguneas.
d) Separao de uma mistura de frmacos de carter neutro, presentes na formulao de um medicamento.
e) Determinao de aminas bioativas (triptamina, tiramina, feniletilamina e histamina) em amostras de alimento.
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Cromatografia
CROMATGRAFO ANALTICO - MDULOS FUNDAMENTAIS
Sistema de propulso de fase mvel
Mdulo de injeo
Coluna cromatogrfica
Detector
Bomba de alta presso (cromatografia lquida) ou a prpria presso do gs (cromatografia gasosa).
Introduo de parte da amostra diretamente no fluxo da fase mvel.
Contm a FE - onde ocorre a separao cromatogrfica.
Dispositivo que gera um sinal eltrico proporcional quantidade de analito eluda.
Registra e processa o sinal do detector em funo do tempo de anlise: CROMATOGRAMA.
Registrador ou computador
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Cromatografia
CROMATOGRAMA (SINAL x TEMPO DE ANLISE): representa o resultado final do
processo de separao cromatogrfica.
Idealmente, cada composto separado aparece
como um nico pico cromatogrfico, com
tempo de reteno tR caracterstico e rea
proporcional a sua concentrao na amostra.
0 5 10 15 20
tR
Sin
al (r
esp
osta
)
Tempo (min)17
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Cromatografia
Tempo de reteno tR o tempo necessrio, a partir da injeo da mistura na coluna, para que o composto chegue at o detector.
0 5 10 15 20
tR'
tM
tR
Re
sp
os
ta d
o d
ete
cto
r
Tempo (min)
tM = tempo de retardamento da FM (primeiro pico no cromatograma -tempo de eluio de um composto que no interage com a FE).
Tempo mdio que as molculas de soluto ficam retidas na FE.
tR = tR - tM
O parmetro diretamente mensurvel de reteno de um analito o
TEMPO DE RETENO AJUSTADO tR
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Cromatografia
Volume de reteno VR Volume de fase mvel necessrio para eluir o analito.
VM = volume de fase mvel necessrio para um composto no retido sair da coluna, representa o volume de FM contido no interior da coluna cromatogrfica.
(tR = tR tM) x FC VR = VR - VM
Embora no seja diretamente mensurvel, outro parmetro fundamental de reteno
o VOLUME DE RETENO AJUSTADO VR
vazo da faze mvel
Volume de fase mvel eludo enquanto o analito est retido na FE.
Medidas de tempo e volume utilizadas para fins qualitativos (para identificao dos
compostos) e para o clculo dos demais parmetros cromatogrficos (Resoluo, seletividade e
eficincia) que, do ponto de vista prtico, so os fatores que governam o sucesso da separao
cromatogrfica.
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Cromatografia
RELAO ENTRE RETENO E A CONSTANTE DE DISTRIBUIO(KC)
Coluna: srie de estgios hipotticos independentes onde ocorre o equilbrio entre o analito dissolvido na FE e na FM.
KC = constante de distribuio [A]S = concentrao do analito na FE [A]M = concentrao do analito na FM
Afinidade pela FE [A]S
[A]M Afinidade pela FM
MENOR RETENO
M
SC
[A]
[A]K
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Cromatografia
Razo entre as massas de analitos contidas na FE e na FM ou razo entre os tempos que o analito passa na FE e na FM.
Expressando o equilbrio em termos da MASSA do analito em cada fase, ao invs da concentrao:
M
SC
[A]
[A]K
S
SS
V
m[A]
S
M
M
S
M
M
S
S
CV
V
m
m
V
m
V
m
K
M
MM
V
m[A]
Fator de reteno ou fator de capacidade (k)
M
R
M
S
t
t'
m
mk
k
Razo entre os volumes de FM e FE na coluna
KC = k x k = KC/
O fator de reteno depende da constante termodinmica de distribuio e da razo de fases da coluna.
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Cromatografia
Para que ocorra a separao entre dois analitos necessrio que eles sejam retidos diferencialmente pelo sistema, isto , que este seja seletivo.
A SELETIVIDADE () expressa a diferena de reteno entre dois picos adjacentes.
Seletividade ou fator de separao ()
R2
R1
t'
t' Obs.: tR1 > tR2
Como k = tR / tM M2
M1
tk
tk
2
1
k
k
Como k funo das afinidades dos analitos pela FM e FE, a escolha correta destas determina a seletividade do sistema.
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Cromatografia
Uma outra medida da separao de dois compostos adjacentes a RESOLUO (RS).
INJ
E
O
tM
tR1
tR2
t
wb1 wb2
wh1 wh2
Tempo
h 2h 1
R1R2
b 2b 1
R1R2S
ww
tt 1,177
ww
tt 2R
tR1 e tR2 = tempos de reteno de dois picos adjacentes envolvidos no clculo; wb1 e wb2 = largura dos picos na base, em unidades de tempo;
wh1 e wh2 = largura dos picos a meia-altura, em unidades de tempo. 23
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Cromatografia
RESOLUO (RS)
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Cromatografia
EFICINCIA de sistemas cromatogrficos
Tempo
Capacidade de eluio com o mnimo de disperso do analito.
A migrao do analito pela coluna provoca inevitavelmente o alargamento de sua banda.
Problemas do alargamento excessivo de picos:
Picos mais largos e de menor intensidade = menor detectabilidade.
Separao deficiente de analitos com retenes prximas.
o parmetro mais utilizado por fabricantes de equipamentos e colunas.
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Cromatografia
Quantificao da eficincia
Supondo a coluna como uma srie de estgios hipotticos e separados onde ocorre o equilbrio entre o analito, a FE e a FM: Cada estgio de equilbrio
chamado de PRATO TERICO.
O nmero de pratos tericos (N) de uma coluna pode ser calculado a partir do cromatograma por:
2
h
R
2
b
R
w
t5,545
w
t16N
tR
wb N Coluna mais eficiente
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Cromatografia
O nmero de pratos pode ser afetado por vrios fatores, incluindo as condies de anlise, o tamanho da amostra, o tipo de soluto e, principalmente, o comprimento da coluna.
Por essa razo, a comparao entre diferentes colunas feita usando-se a medida da altura equivalente a um prato (H):
H = L / N sendo L=comprimento da coluna
Coluna mais eficiente H
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Exemplo:
Coluna 1 (L:5 cm) N=10.000 pratos H=0,0005 cm
Coluna 2 (L:15 cm) N=18.000 pratos H=0,0008 cm
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Cromatografia
Variveis que afetam a EFICINCIA da coluna
C
BAH
Existem vrios fatores que provocam o alargamento de picos, e consequentemente, perda de eficincia das separaes, e a relao entre estes fatores e a altura equivalente a um prato representada pela equao de van Deemter:
= velocidade linear da FM = L / tM
A alargamento dos picos devido aos mltiplos caminhos seguidos pelas molculas da amostra. (colunas recheadas)
A Colunas com d.i. pequenos.
Partculas pequenas e uniformes.
Recheio homogneo.
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Cromatografia
Variveis que afetam a EFICINCIA da coluna
B difuso molecular do soluto na FM. Quanto maior o tempo que o soluto permanece na FM, maior o valor de B. Inversamente proporcional velocidade linear da FM.
B Aumentar a vazo da FM.
C velocidade de transferncia de molculas do soluto da FE para a FM. Quanto maior a espessura do filme lquido de FE, maior o termo C e menor a eficincia. Diretamente proporcional velocidade linear da FM.
C Diminuir a vazo da FM.
Empregar FE com filmes finos.
H = A + B/ + C
C
AB/
Velocidade linear da FM (m s-1)tima
Hmnimo
H (
m)
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Cromatografia
Simetria de pico Fator de assimetria (As) Quando o formato do pico cromatogrfico se desvia do perfil descrito por uma distribuio gaussiana ele denominado assimtrico.
O fator de assimetria (As) calculado a 10 % da altura do pico.
Picos assimtricos prejudicam a resoluo e a repetibilidade das separaes cromatogrficas. 30
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Cromatografia
Equao geral da RESOLUO
Eficincia N Distribuio dos compostos dentro da coluna k Seletividade
1
kk
k
4
NR
12
2S
Otimizao da separao 1. Modificar o fator de reteno (k)
2. Modificar o fator de separao ()
3. Modificar a eficincia (N)
Cromatografia gasosa: programao de temperatura do forno da coluna. Lquida: trocar a FM; aumentar a temperatura do forno da coluna; variar a composio da FM.
Trocar a FE (coluna).
Alterar a vazo. Trocar a coluna por outra mais longa, ou com dimetro menor.
Como o objetivo principal da separao cromatogrfica resolver os compostos da amostra, para se otimizar uma separao devem-se considerar os parmetros que influenciam a resoluo, que so eficincia, seletividade e reteno relativa dos picos.
Relao entre RESOLUO, SELETIVIDADE e EFICINCIA
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Cromatografia
Efeito do aumento da eficincia e da seletividade na resoluo
N
N
1
2
3
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Cromatografia
O cromatograma apresentado a seguir foi obtido a partir da separao de quatro agrotxicos por cromatografia lquida de alta eficincia. O pico nmero 1 referente acetona que, neste caso, no apresenta interao com a FE. Calcule o TEMPO DE RETENO AJUSTADO, FATOR DE RETENO e EFICINCIA para todos os agrotxicos, e a SELETIVIDADE e RESOLUO para os dois compostos mais retidos.
wb5= 0,9 min wb4= 0,7 min wb3= 0,5 min wb2= 0,4 min
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Cromatografia
Dentre as colunas listadas na tabela a seguir, qual apresenta a maior eficincia?
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Coluna Comprimento (cm)
Nmero de pratos
A 85 115.000
B 3 4.800
C 15 9.000
D 100 3.200
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Fundamentos de Qumica Analtica. Douglas A.
Skoog, Donald M. West, F. James Holler e Stanley R.
Crouch; 8.ed., So Paulo, SP: Thomson, 2005.
Fundamentos de Cromatografia. Carol H. Collins, Gilberto L. Braga e
Pierina S. Bonato; Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2006.
Anlise Qumica Quantitativa. Daniel C. Harris; 6.ed.,
Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2005.
Princpios de Anlise Instrumental. Douglas A. Skoog,
F. James Holler e Timothy A. Niemam; 5.ed., Porto
Alegre, RS: Bookman, 2002.
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Aula 2 Cromatografia gasosa
Aula 3 Cromatografia lquida
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