crítica como unidade de conhecimento e interesse jürgen habermas

17
“Crítica como unidade de conhecimento e interesse“ Jürgen Habermas

Upload: internet

Post on 18-Apr-2015

116 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

Page 1: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

“Crítica como unidade de conhecimento e interesse“

Jürgen Habermas

Page 2: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas
Page 3: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

1- Sobre Habermas - biobibliografia

• 1928 – nascimento em Düsseldorf• 1949 – 1954 – estudo em Göttingen e Bonn –

filosofia, história, psicologia, literatura alemã e economia

• 1950 – estudos sobre Heidegger, Marx, filosofia analítica e Peirce

• 1952 – primeira publicação: “A nova voz de Gottfied Benn”

• 1953 – publicação sobre Heidegger: “Não tivemos 18 anos para enfrentar o risco de confrontação com o que foi, com o que nós fomos?“

Page 4: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

• 1954 – doutorado – tese sobre Schelling: “O absoluto e a história”.

• Trabalho como jornalista• 1955 – casamento com Ute Wesselhöft – com

que teve três filhos• 1956 – encontro com Marcuse – aproximação

teórica com a Escola de Frankfurt• 1959 – briga com Horkheimer• 1963 – polêmica sobre o positivismo – que o

conduziu à publicação posterior de “Conhecimento e interesse”

• 1965 – assume a cátedra de Filosofia Social da Universidade de Frankfurt ocupada por Horkheimer.

Page 5: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

• [1962] (1994), The Structural Transformation of the Public Sphere, Cambridge, Polity Press.

• [1968] (1994), Técnica e Ciência como “Ideologia”, Lisboa, Edições 70.

• [1968] (1983), Conhecimento e Interesse”, Rio de Janeiro: Zahar Editores.

• (1970), “On Sistematically Distorted Communication”, in Inquiry, vol. 13, nº 3, pp. 205-218.

• [1972] (1998), “A Postscript to Knowledge and Human Interests”, in Knowledge and Human Interests, Cambridge, Polity Press, pp. 351-86

• [1973] (1976), Legitimation Crisis, London, Heinemann. • (1974), “The Public Sphere: An Encyclopedia Article (1964)”, in New German

Critique, vol. 1, nº 3, pp.49-55. • [1976] (1995), Communication and the Evolution of Society, Cambridge,

Polity Press. • [1981a], (1986), The Theory of Communicative Action: Reason and the

Rationalization of Society, vol. 1, Cambridge, Polity Press. • [1981b], (1986), The Theory of Communicative Action: The Critique of

Functionalist Reason, vol. 2, Cambridge, Polity Press. • [1981c] (1999), “Modernity: An Unfinished Project”, in Habermas and the

Unfinished Project of Modernity, eds. Maurizio Passerin D’Entrèves e Seyla Benhabib, Cambridge, Polity Press, pp. 38-56.

Page 6: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

• [1983] (1990), Moral Consciousness and Communicative Action, Cambridge, Polity Press.

• (1985a), “A Nova Opacidade: A Crise do Estado-Providência e o Esgotamento das Energias Utópicas”, in Revista Comunicação e Linguagens, Dezembro, Porto, Edições Afrontamento.

• [1985b] (1990), O Discurso Filosófico da Modernidade, Lisboa, Publicações Dom Quixote.

• (1986), Autonomy and Solidarity: Interviews with Jürgen Habermas, ed. Peter Dews, London, Verso.

• (1987), “Tendências de Juridicização”, trad. Pierre Guibentif, in Sociologia – Problemas e Práticas, nº. 2, pp. 185-204.

• [1988] (1998), Postmetaphysical Thinking, Cambridge, Polity Press. • (1989), The New Conservatism, Cambridge, Polity Press. • [1991a] (1993), Justification and Application, Cambridge, Polity Press. • (1991b), “Comments on John Searle: «Meaning, Communication, and

Representation»”, in John Searle and His Critics, eds. Ernest Lepore e Robert Van Gulick, Oxford, Basil Blackwell, pp. 17-29.

• [1992a] (1996), Between Facts and Norms. Contributions to a Discourse Theory of Law and Democracy, Cambridge, Polity Press.

• [1992b] (1996), “Further Reflections on the Public Sphere”, in Habermas and the Public Sphere, ed. Craig Calhoun, Cambridge, Massachussets, MIT Press, pp. 421-461.

• [1992c] (1996), “Concluding Remarks”, in Calhoun, C., (ed.), Habermas and the Public Sphere, Cambridge, Massachussets, MIT Press, pp. 462-470.

Page 7: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

• (1994), «Carl Schmitt dans l`histoire des idées politiques de la RFA», in Les Temps Modernes, 49 année, nº 575, pp. 27-35.

• (1996a), “Three Normative Models of Democracy”, in Democracy and Difference. Contesting the Boundaries of the Political, ed. Seyla Benhabib, Princeton, Princeton University Press, pp. 21-30.

• [1996b] (1998), The Inclusion of the Other. Studies in Political Theory, Cambridge, Polity Press.

• (1997a), “Sur le droit et la démocratie. Note pur un débat”, in Le Débat, nº 97, Nov./Dez.

• (1997b), Débat sur la Justice Politique, Paris, Éditions du Cerf. Com John Rawls.

• (1997c), “Popular Sovereignty as Procedure”, in Deliberative Democracy: Essays on Reason and Politics, eds. James Bohman e William Rehg, Cambridge, Massachussets, MIT Press, pp. 35-65.

• (1998a), On the Pragmatics of Communication, ed. Maeve Cooke, Cambridge, Polity Press.

• [1998b] (2001), The Postnational Constellation. Political Essays, Cambridge, Polity Press.

• (2006) The Divided West, Cambridge, Polity Press. • (2007) The Dialectics of Secularization: On Reason and Religion, São

Francisco, Ignatius Press. Com Joseph Ratzinger. • (2008) Between Naturalism and Religion: Philosophical Essays, Cambridge,

Polity Press. • (2009) Europe. The Faltering Project, Cambridge, Polity Press. • (2010) An Awareness of What is Missing: Faith and Reason in a Post-secular

Age, Cambridge, Polity Press

Page 8: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas
Page 9: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

2. Contexto histórico alemão

• 1924 – (1971) - Escola de Frankfurt (Instituto de Pesquisa social):

Teoria crítica: “uma forma secularizada e adaptada às circunstâncias modernas do conceito de apreensão da totalidade”.

• 1967 – 1969 – revolta estudantil - “fascismo de esquerda”

• Outono alemão: “situação de tensão que beirava o pogrom” – “sair da torre de marfim da teoria pura para tomar partido na política concreta”.

• “Positivismusstreit”: polêmica sobre o positivismo na sociologia alemã

Page 10: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

3. Considerações gerais sobre a obra

• Crítica epistemológica ao positivismo

• Teoria do conhecimento como teoria crítica - com vistas à construção de uma teoria da sociedade

• Metodologia histórico-hermenêutica: - reconstituição reflexiva de teorias - propostas para o futuro (através da elaboração

de experiências do passado) - medium da linguagem

Page 11: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

• o conhecimento é meio para o interesse emancipatório

• Interesse emancipatório: “razão inerente ao processo de autoconstituição da espécie humana” (Freitag, p. 12).

• Para concretizar a emancipação, o conhecimento precisa transcender a linguagem e refletir os fatos que a condicionam.

• Apropriação de conceitos da Escola de Frankfurt: auto-reflexão, crítica e quesionamento das ciências positivas

Page 12: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

4. “Crítica como unidade de conhecimento e interesse“

• Razão e interesse: retrospecção – Kant e Fichte. - para que haja um interesse congnitivo é preciso concectar a razão

especulativa com a razão prática: “interesse puro-prático”

- Kant: não consegue resolver a ambiguidade presente no “uso especulativo da razão”

- Fichte: razão como auto-reflexão – afirmação do “Eu” no processo de conhecimento ( X dogmáticos: crença nas coisas em função delas mesmas)

- crítica de Fichte a Kant - “intuição intelectual” como ponto de interseção entre razão pura e razão prática:

O sujeito (das Ich) seria para o autor o ponto de partida de todo pensamento e demandaria o objeto, não-eu (das Nicht-Ich). A mediação entre eles seria possível através do que ele denomina “Einbildungskraft”, que poderia ser traduzido por faculdade imaginativa, e revela a capacidade criativa do sujeito.

Page 13: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

• Auto-reflexão como ciência: a crítica psicanalítica do sentido em Freud.

- vantagem da interpretação psicanalítica (abrange o incosnsciente latente) sobre a hermenêutico-filológica (restringe-se ao consciente intencionado)

- sobre a interpretação psicanalítica

- aporte crítico da psicanálise: permite que evidências dissolvam atitudes dogmáticas

- auto-reflexão: “o ato de compreensão ao qual a prática psicanalítica conduz é uma forma de auto-reflexão”

- simbiose da linguagem empírica e linguagem teórica

Page 14: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

• O auto-equívoco cientificista da metapsicologia. A lógica da interpretação genérico-universal.

- a psicanálise não visa à compreensão de contextos simbólicos em geral

-”Teorias são válidas, caso o sejam, para todos aqueles que podem assumir a posição do sujeito que examina. As interpretações genérico-universais valem, caso valham, para o sujeito investigador, e para todos os que podem assumir seu lugar, apenas na medida em que aqueles que aqueles que são feitos objetos de interpretações particulares se reconheçam a si próprios em tais interpretações”.

Page 15: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

• Psicanálise e teoria societária. A redução dos interesses do conhecimento em Nietzsche.

- somente a partir de um interesse prático é que se definem os instrumentos de análise e a reconstrução da experiência vivida

- crítica a Nietzsche: “Nietzsche, e isso o distingue de qualquer outro, denega a força crítica da reflexão, única e exclusivamente,com meios inerentes à própria reflexão” (Habermas, p. 311).

- só é possível desconstruir o positivismo forçando-o à auto-reflexão

Page 16: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

Nada é Impossível de Mudar

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.E examinai, sobretudo, o que parece habitual.Suplicamos expressamente:não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,pois em tempo de desordem sangrenta,de confusão organizada, de arbitrariedade consciente,de humanidade desumanizada,nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar..

Bertolt Brecht

Page 17: Crítica como unidade de conhecimento e interesse Jürgen Habermas

BibliografiaHABERMAS, Jürgen. Conhecimento e interesse. Tradução de José N.

Heck. Rio de Janeiro: Zahar Editores,1982.

FREITAG, Bárbara. Dialogando com Jürgen Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2005.