criador de mim

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CRIADOR DE MIM, poemas do brasileiro ANTONIO MIRANDA, ilustrado pelo chileno ROLAND GRAU, texto das orelhas por JOSÉ FERNANDES, foi publicado na ilha de Santa Catarina, Brasil, pelo editor CAMILO PRADO, edição artesanal de apenas 69 exemplares, pela NEPHELIBATA, dirigida a leitores e colecionadores de livros alternativos. Difusão por e-book, de uso livre – CREATIVE COMMONS, FAIR USE, permitida a reprodução desde que citando autor e origem do texto: www.antoniomiranda.com.br

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Antonio Miranda _________________________________

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Antonio Miranda: Criador de mim

Capa e ilustrações de Roland Grau

Edições Nephelibata – São Pedro de Alcântara – SC – Brasil edicoesnephelibata.blogspot.com

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Antonio Miranda _________________________________

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Apresentação CRIADOR DE MIM é um conjunto de poemas breves, reflexivos, líricos. Não pretende sejam autobio-gráficos. O “mim” é o de qualquer um... Como todo mundo, cria-se e recria-se em contato com o mundo, com as pessoas, nas leituras e vivências de todo tipo. No meu caso, tive a sorte de viver no Rio de Janeiro, na juventude. Os anos 50 foram considerados os mais venturosos da história do Brasil... Exageros à parte, 1958 foi o ano em que o Brasil mais se internacionalizou. País do futuro, com projeto de futuro... Iniciavam a cons-trução de Brasília, ganhávamos a Copa do Mundo de Futebol, a Bossa Nova “grassava” por toda parte, misses conquistavam troféus, a poesia concreta era um pas-saporte para o mundo... Eu, em plena formação, criando-me. Autodidata. Vivia na Biblioteca Nacional lendo quanto podia; levava livros de uma biblioteca pública do bairro para casa e fazia uma lista das obras lidas: Nietzsche, Bertrand Russell, Lin Yutang, Ionesco, Arrabal, Paul Éluard, e os brasileiros Drummond, João Cabral, Nelson Rodrigues. E escrevia o tempo todo: teatro, poesia, diários de viagem, e até uns artigos para os jornais (o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, entre eles). O Rio de Janeiro fervilhava nos teatros, nas galerias de arte, no calçadão de Copacabana, nos bares de Ipanema, nas gafieiras da Lapa (estas eu não frequentava, era menor de idade!). Andava com Ziembinsky, ia às palestras no Pen Clube, não perdia uma exposição da Bonino (onde

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sempre encontrava o Walmir Ayala e o Roberto Pontual). Ia sempre às mostras nacionais e internacionais do Museu de Arte Moderna, muitas vezes na companhia do artista plástico chileno ROLAND GRAU. Passava horas no ateliê dele no (então ainda quase deserto) Corte de Cantagalo, na passagem de Copacabana para a Lagoa Rodrigo de Freitas. Roland era o meu mestre. Sábio, genial. Virávamos noites discutindo temas como o surrealismo, o concretismo (que ele não entendia bem) e o que estivesse em voga. Fez muitos retratos meus. E me deu um pseudô-nimo ao traduzir meus textos para o espanhol: DA NIRHAM EROS. Da Nirham acho que vinha de Miranda... EROS por conta de minha vida sensual, ainda que recatada. Retratos mais realistas, oníricos, cubistas. Muitos daqueles retratos se perderam. O mais impor-tante era um pintado a óleo, nos meus 18 anos de idade. Quando eu fui para a Venezuela, em 1966, fugindo da ditadura militar, ficou em casa de minha irmã. No sótão. Mofou, acabou-se. Foi um pedaço de mim que eu chorei de desalento: desmaterializei-me, em metamorfose virei pó, antes do tempo.

* * * As ilustrações do presente livro são retratos meus desenhados por Roland Grau no final da década de 50, quando eu ainda estava em formação. Estou mais nesses esboços do que em mim. Reconheço-me neles, enquanto fujo do espelho mais próximo. Os poemas deste livro são atuais, mas carregam toda esta existência, são versões textuais destes retratos.

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1. INVOCAÇÃO Minha metafísica é a poesia. Teu cérebro é um painel iluminado. O corpo volátil, plainando sobre horizontes impossíveis, inalcançáveis. Vamos juntos. Eu, criação de mim, criado de fora para dentro, de sempre para jamais.

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2. NADA Nada é mais importante. Que importa? Não pedi para nascer. Condenado à vida, um bilionésimo de quase nada, deixe-nos sonhar. Maldito espermatozóide! Palmada que ainda dói. Morrer, eu posso. Mas não quero. Se estou vivo, é pra viver. Viver não depende só de mim. Por que justamente (???) nasci em Calcutá, em Jerusalém, em Pindamonhangaba como uma goiaba?!!!

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3. ENTÃO Circuitos elétricos, correntes sanguíneas, retóricas à parte, bílis, excrementos, suspiros, abismos de consciências, memórias deturpadas, calcadas, euforias. Os valores morais dependem de nosso estômago, nossas crenças mais profundas vêm das necessidades insatisfeitas. Sou tantos de uma só vez. Talvez.

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4. MONTAGEM Partes de mim eu não admito. Escondo, extirparia com um bisturi. Toco a lira de Pilatos, lavo as mãos como Nero, nas Sagradas Escrituras busco os segredos, os degredos, os medos. Palavras. Saímos dos trilhos, elegeram-me herege, galinhas no poleiro, moscas obsessivas, rebanhos felizes! Vou ao poço, ao entulho, lá no fundo de mim, para encontrar-te — só, irrrrrrremediavelmente só com os eus que se digladiam — jardins sem fundo, aromas irreconhecíveis. Labirintos. Circuncisões. Circunstâncias definem destinos. Desatinos.

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5. PAZ Quero dormir. Deixem-me só. Curto-circuito, faz escuro, baratas saem dos esconderijos, quero ver-me como sou: verme. Eu, plural. Desdobrável. Luto. Digressão polissêmica. Morro a conta-gotas. Quotas. Certeza, nenhuma.

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6. MORTE PREMATURA Morri algumas vezes. A quilo. Células em decom posição. Borbulhas, fagulhas no trem de antes, distantes paisagens. Dissolução. Quero que me entendam, queremos ser inteligíveis!!! Incêndios em mim, bibliotecas crepitando, frases trocadas de uma estante para outra. Sou um plágio. Cabelos em dispersão, ideias em desalinho. Entendam-me!

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7. MEMENTO Vou ruminando, reprocessando ideias e imagens. Desconexas. Incisivas. Ideias visíveis!!! Tudo dentro de nós!!! Nós, tecidos, relações, choques,

desafios. Fios. Atropelos. Elos. As estrelas estão em outras esferas. Sim, Ideias! Ei-las. Cérebro ativo. Teias. Sementes. Ser-ebro. Meu cérebro é portátil, um circuito iluminado:

Veias. Amores e temores. Dores. Sequência e consequência. Fé.

Fezes.

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8. ESCAMBO Troco meu fígado pelo coração; troque seu pulmão pelo cérebro. Amputo uma perna e instalo uma roda. Corte uma orelha e implante um i-pod, pode mais. Troque um rim por uma rima. Cadáver animado na festa errada. Ossos vivos no freezer , línguas clonadas, discursos emprestados, gargantas treinadas e servidas na bandeja, próteses. Mergulho no escuro, sondagens abissais, nas entranhas do corpo-tempo enclausurado. Cofre. Trevas. Enquanto pensamos na morte, vivemos! A morte é incognoscível. A vida, um lance de dados que não abolirá o azar.

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9. AMOSTRA GRÁTIS Teu cérebro exposto na vitrine. Enredo. Arremedo. Efeitos de luz, rajadas de ideias brotam

de livros, redes sociais disseminam pre-conceitos. Vírus propagam-se

alegres como cogumelos. Salve-se quem puder. A deus! Ostra e ostracismo. Sombras humanas por corredores sem saída. Como livrar-se de si mesmo? Ensimesmamento, espelho reflexo de Borges. Nexo? Agora vives o absurdo. Absconso, abstruso. Sen idade, corpo que envelheceu antes de mim. Corporal-mente, completa-mente.

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10. PRÓTESES Andar por instrumentos, programas, slogans. Escrito com a memória, falar pelas extremidades. Teus sensores são universos radicais transplantados— só me conhecem pelo que exteriorizes, não tem dentro, os outros estão em nós pelo avesso/aversão ao fora: re-volta dos ignor-antes. Saída: Seduzir o corpo e apossar-se da mente: conheci-mento nas palavras dentro-fora teu corpo desidratando no crematório da existência: um tempo-espaço na ampulheta do homem-enciclopédia: vazio silencioso do nada após-tudo: subst-a(n)tivo; queimem meus versos que o vento e o mar os disseminem voltem à origem física de sua fundament-ação.

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11. POIESOFIA A poesia na contramão do racional e prático — pratica o inusual e o inútil para que a vida transcenda, retire a venda dos olhos, desvenda o real refletido para que a vida flua entre pedras: pedra não é pedra, é nuvem. Pior são as pedras na vesícula, que a ciência elucida — pedras meta físicas em estado de dicionário, contrapondo Drummond e Fernando Pessoa. A pedra no caminho de Drummond já estava em Fernando Pessoa, soa estranha em Itabira. A pedra só é moral como fotografia na parede. Que venha a pedra cabralina, de cabra, de cacto, de sertão. Só existem pedras na paisagem? — esta de ser e estar. Firma-mento, vento e chuva, pre-sentimento. A pedra que se vê, e a outra, inconsútil. Não lhe interessa o mundo que é só o que se mostra — demonstração. Sou outro para quem me vê. Apenas um nome.

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12. INCERTEZAS Todos os gatos são de cor nenhuma. Que tristeza! Certeza, não tenho. Mas a cor não existe. Ledo engano. Lêdo Ivo. Vã filosofia, ou poesia. Apenas a sombra disfarça, sua farsa furta-cor — opaca, inibida. Relógios inúteis seguem a trajetória da sombra a destempo. Arco-íris da ilusão, emoção descabida aprofunda nossa relação fractal com a vida. O tempo das coisas é único — o nosso é descompasso. Passo de um lado a outro e as coisas é que se movem em outro compasso.

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13. TE N/S ÃO Come e dorme. Meu corpo nem sempre me satisfaz —vontades próprias? Fome enorme. Queremos dominar o animal dormido, mas aceso. Haja argumento. Tenso, o corpo é ventríloquo propenso a resistência e dissidência. Equilíbrio forçado: paciência e leniência. Maria ama José que ama Fernando que ama João. Músculos pensam, mandíbulas raciocinam, joelhos claudicam? Dizem que sim, dizem que não. Corpo e mente, corporalmente, desmente raciocínio e religião. Afinal, senhor juiz, sexo é mesmo opção? Hipotálamos de plantão. Vísceras às vésperas de vontade inconsciente? Sendo vegetal, estaciono; animal, em movimento —o sangue circula, meus pés não saem sozinhos. O pênis é um músculo arredio, auto-suficiente. Pássaros voando, vacas pastando, abutres insaciáveis. Luzes invisíveis iluminam passos contingentes. Sapo sapiens. Anta e onto. Agindo antes de pensar, ejaculando antes do prazer. Tornar-se palavra, sílaba na ântese do desejo condicionado. A(e)fetivamente.

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14. EFEITO E CAUSA Diante de mim, por antecipação — eu em outro momento, teleológico. Bazófia generosa. Gosma e ânsia. Mudo o enredo do filme, na platéia. Queres, logo existes. Dever sujeito ao dever. Desamparo e despreparo, obstinação ou resignação. E então? A fé que esquenta o café. Não me importa que as galinhas não cantem ópera; que você, leitor, não possa voar; e que Deus não exista porque não responde e-mail. Não consigo sair de mim. Meu clone talvez não possa escrever poemas. Mentira!!! Ouço galinhas esguelando árias de Verdi. Somos íntimos de Deus; teu clone faz amor contigo, e daí? Na viagem de volta, as paisagens eram as mesmas, apesar da escuridão. Um morto ressuscitou, está no Livro. Há um deus escondido no trovão e a realidade não cabe na fotografia. Cada vez mais lúcido, discursivo.

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15. REFLEXÃO Queimem tudo que eu escrevi, para salvar-me do inferno. Eu não posso. Conheço o inverno, buscando a salvação. A saída, onde é a saída? Preferes a remissão, com medo da solidão. Pelo sim e pelo não, caldo de galinha não faz mal a

ninguém. Porém. Apenas acreditar no mundo das ideias. Não importa de

onde vêm. Aqui escritas, elas existem. Representam, ou são elas

mesmas. Independ(entes). Passíveis, possíveis de si, vos, eles.

Contagiantes como vírus. Fora da razão que as anule. Queremos uma escrita automática. Uma leitura fora da

gramática. Letras vivas. Átomos reproduzindo-se no espaço.

Mensagens em todas as direções. Refazendo-se, capazes de auto-imolação.

Livres de nós, nós dependentes delas.

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16. ORATÓRIO Repetir os versículos, desde que nascemos. Um livro único. Que nos inventa, incute medo e respeito. Vindo do Além, ou de alguém. Vou explodir. Estamos doentes. Vomitam o que não

comeram, e do vômito se alimentam. Anjos libidinosos, virgens

eternas por condição, escolha nenhuma: Não era voto de castidade, era voto de caridade!!! Que me importa o gnosticismo do Willer, a tara libertária de

Sade, o beco sem saída de Sartre. Não dialogo mais comigo, para não contradizer — paranóia de Roberto Piva — me. Morte à

dialética! Viva o oxímoro! Tumores, temores, estertores. Estar vivo já é demais. Para

quê não é problema nosso. Horas únicas. Tempos simultâneos, lugares inexistentes. Eu, infinitas vezes, eu — diria Augusto

dos Anjos, sem reconhecer-se. Que liberdade é esta? Células descoladas, vagando solitárias.

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17. ENTERRADO Não, eu não quero morrer, mas morrer seria um prazer. Morrer, como rotina, hora marcada sujeita a postergações, acidentes, nãos. Estações do ano. Morrer é higiênico, econômico. Necessário. Ecologica mente correto. Crediário ou duplicata. Desiderata. Adubo. Que EU sobrevive ao seu enterro? Enterrado, olhando para o céu inalcançável. Cul de sac.

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18. ABISSAL Apito e descarrilho. O abismo não tem fundo. Pilhas descarregadas. Cemitério de automóveis, de Arrabal. Amores contaminados, sentidos trocados, astros em diáspora. Gene e desvario. Gênio e loucura. Amálgama. Escolho o que me escolhe. Além é uma extensão de tempo. Amém. Amem.

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ANTONIO MIRANDA nasceu no Maranhão em 1940, passou a juventude no Rio de Janeiro, depois viveu em muitos países da América Latina nos anos da ditadura. Bibliotecário pela Universidad Central de Venezuela (1970), mestre em Information Science pela Loughbo-rough University of Technology, UK (1974), doutor em Comunicação pela ECA/USP (1988). Professor titular da Universidade de Brasília. Autor de mais de 40 títulos de poesia, romance, conto, crônica e livros técnicos, alguns deles traduzidos e publicados em diversos países (Argentina, Colômbia. Espanha, Itália, Porto Rico, Uruguai, Venezuela). Montou o espetáculo poético-musical Tu País está Feliz com o músico Xulio Formoso, em Caracas (1971), com o qual ganhou prêmios internacionais, apresentado em duas dezenas de países nas Américas e na Europa. O livro já teve 13 edições em espanhol e português, e foi traduzido a vários idiomas e o espetáculo vem sendo apresentado de tempos em tempos, inclusive em 2011 para celebrar os 40 anos da estreia, havendo versões em video na web. Mantém o site www.antoniomiranda.com.br desde 2003, dedicado à difusão da poesia iberoamericana.

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Índice Apresentação .............................................. 09

Invocação .................................................................. 13 Nada .......................................................................... 15 Então ......................................................................... 17 Montagem ................................................................ 19 Paz ............................................................................. 21 Morte prematura ..................................................... 23 Memento ................................................................... 25 Escambo .................................................................... 27 Amostra grátis ......................................................... 29 Próteses ..................................................................... 31 Poiesofia .................................................................... 33 Incertezas .................................................................. 35 Te n/s ão ................................................................. 37 Efeito e causa ........................................................... 39 Reflexão .................................................................... 41 Oratório .................................................................... 43 Enterrado ................................................................. 45 Abissal ...................................................................... 47

Sobre o autor ................................................. 49

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Exemplar no.:

Deste livro foram feitos 69 exemplares

(numerados de 01 a 69); em fonte Georgia (poemas) e Book Antiqua (títulos) tamanho 10,5 em

papel Bold 90grs. (miolo), Micro-cotelê 180grs. (folha-de-guarda), Pergaminho 230grs. (capa) e Cartão 400grs. (sobre-capa)

confeccionados artesanalmente nas Oficinas Gráficas Nephelibata

no inverno de 2012.

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