criaÇÃo de empresa de hospitalidade: estudo de viabilidade
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Projeto de Moradia Estudantil para Universitários na cidade de Niterói no Estado do Rio de Janeiro - Niterói 2011TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
DEPARTAMENTO DE TURISMO
CURSO DE HOTELARIA
DISCIPLINA: Desenvolvimento de novos negócios de hospedagem e restauração
PROFESSORA: Ana Paula Spolon
ALUNOS:
Dóris Leina Ando
Fátima Perbeils Martins
Helena Barboza Silva
Nilza do Nascimento Pessoa
Maria Cristina Coelho de Oliveira
Maria Cristina Nogueras Gonzalez
Palmira Fernandes da Costa
CRIAÇÃO DE EMPRESA DE HOSPITALIDADE: Estudo de viabilidade
TEMA: Projeto de Moradia Estudantil para Universitários na cidade de Niterói no Estado do Rio de Janeiro
Niterói
2011
ESCOLHA DO TEMA:
A opção pelo estudo voltado para a criação de um produto de hospitalidade/restauração destinado ao público universitário decorreu da identificação do universo de estudantes universitários em Niterói, município do Estado do Rio de Janeiro, no Brasil - onde se localiza a Universidade Federal Fluminense (ver anexo um figura 1) -, e da intenção de buscar atender às necessidades desse segmento, em função das deficiências percebidas, de maneira informal, na oferta de mercado.
FIGURA 1: Localização de Niterói no Estado do Rio de Janeiro
Fonte: www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=330330, consulta
em 21.08.2011
Através do presente estudo de viabilidade será desenvolvida a análise
dos cenários e tendências, voltada para a possível instalação do
empreendimento em questão, levando-se em conta a demanda potencial
identificada e o contexto sócio-econômico e ambiental.
FIGURA 2: Imagens da Universidade Federal Fluminense
Fonte: http://www.uff.br, consulta em 16.09.2011
1 - CARACTERÍSTICAS GERAIS DO MERCADO
1.1 A localização
FIGURA 3: Mapa da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
Fonte: http://www.google.com.br/search?q=regi
%C3%A3o+metropolitana+do+rio+de+janeiro, consulta em 21.08.2011
O município de Niterói, com área de 134 kMc, está situado entre a
Baía de Guanabara (a oeste), o Oceano Atlântico (ao sul), o município de
Maricá (ao leste) e o município de São Gonçalo (ao norte). Faz parte da região
metropolitana do Rio de Janeiro, composta pela capital do Estado, a cidade do
Rio de Janeiro, e pelos municípios da Baixada Fluminense (Guapimirim, Magé,
Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Belford Roxo, São João de Meriti, Nilópolis,
Japeri, Queimados, Seropédica, Paracambi, Itaguaí e Mangaratiba) e da
porção leste da região, na margem oriental da Baía de Guanabara (São
Gonçalo, Itaboraí, Tanguá e Maricá) (Anexos – Imagem 1) Sua população é de
487.462 habitantes, segundo os dados do CENSO 2010.
O município é cortado pela rodovia BR 101, com a ligação com a cidade
do Rio do Janeiro (e suas vias expressas como a Linha Vermelha, a Linha
Amarela e a Avenida Brasil) através da Ponte Presidente Costa e Silva (Ponte
Rio Niterói), e com o município vizinho São Gonçalo, via Rodovias RJ 104 ou
BR 101, em direção a Itaboraí e Rio Bonito. Rumo à região dos municípios de
Maricá, Saquarema e Araruama, há a Rodovia RJ 106. Figuras em anexos 4:5
Essas principais artérias são, em sua maioria, estradas
operacionalizadas por concessionárias que administram seus pedágios e sua
conservação, havendo projetos de melhorias em andamento como a
duplicação da BR 101, tendo em vista a existência de congestionamentos em
horários de grande movimento, a partir de Itaboraí em direção ao Rio de
Janeiro, nos horários da manhã, e no percurso inverso à tarde/noite.
A ligação com a capital do Estado se faz também por meio do transporte
aquaviário, a partir das Estações localizadas nos bairros do Centro e de
Charitas, em direção ao Centro da cidade do Rio de Janeiro, na Praça Quinze.
Há embarcações tradicionais com capacidade para 2000 passageiros e
embarcações do tipo catamarãs modelo de dupla proa para 1300 pessoas,
além de catamarãs menores para até 420 pessoas. As viagens ocorrem em
intervalos entre 10 e 30 minutos, de acordo com os horários de maior ou menor
movimento, e o tempo de travessia é de aproximadamente 15 a 20 minutos. Os
usuários enfrentam problemas de grandes filas para acesso às estações,
extinção de alternativas de horários durante a madrugada, e também convivem
com a má conservação de embarcações antigas (as de novo modelo de dupla
proa oferecem o serviço de forma mais rápida e com maior conforto, mais são
insuficientes para atender à grande demanda). anexo figura6
A cidade não possui aeroportos, mas conta com a proximidade da cidade
do Rio de Janeiro, da qual dista cerca de 17 km (considerando-se como ponto
de referência a Estação Rodoviária Novo Rio), utilizando-se de seus dois
terminais, podendo o acesso ser feito por linhas de ônibus intermunicipais, ou
através de taxis, com valores das corridas entre R$ 50,00 a R$ 70,00, no caso
do Aeroporto Santos Dumont, e em torno de R$ 100,00 para o Aeroporto Tom
Jobim.
Está distante cerca de 454 km de São Paulo (SP), através das Rodovias
Presidente Dutra e Carvalho Pinto, 447 km de Belo Horizonte (MG), via BR
040, e 502 km de Vitória (ES), pela BR 101. figura 7 8 9 (anexo)
O município está dividido em cinco regiões – Litoral da Baía, Norte,
Oceânica, Pendotiba e Leste - com um total de 48 bairros.
O serviço de ônibus urbanos consiste no único meio de transporte
público intramunicipal. Há pouco menos de cinqüenta linhas em atividade,
todas operadas por empresas particulares. A maior parte dessas linhas de
ônibus municipais tem ponto final no Centro, no Terminal Rodoviário João
Goulart, ou passam pelo Centro. Os ônibus são, em sua maioria, de razoável
qualidade (alguns com ar condicionado e opções para pessoas com
deficiências), mas, em horários de grande movimento, atingem sua capacidade
máxima, com pessoas sentadas e em pé; há dificuldades em relação ao
trânsito, em geral, congestionado nesses mesmos horários, pela dificuldade de
escoamento do tráfego de veículos na chegada e saída da Ponte Rio - Niterói.
Os bairros Ingá, Boa Viagem e São Domingos, por estarem próximos ao
Centro, são atendidos por várias linhas originadas nos demais bairros mais
distantes.
Há projetos para implantação de parte da Linha 3 do Metrô, que faria a
ligação com o município de São Gonçalo, com aproveitamento do leito de
ramal ferroviário existente para transporte de passageiros, mas em decadência,
o que desafogaria o trânsito no Centro de Niterói, com a diminuição da
circulação dos ônibus intermunicipais.
1.2. A Universidade Federal Fluminense
Na região do litoral da Baía, localiza-se o Campus da Universidade
Federal Fluminense, nos bairros vizinhos da Boa Viagem, Centro, Gragoatá,
Ingá e São Domingos, em sua maior parte, e também em Icaraí, Vital Brasil e
Santa Rosa. Anexo FIGURA 10
:
O bairro de São Domingos, onde se concentram as instalações da
universidade federal, está localizado na Zona Sul, é um dos mais antigos do
município e tem grande importância histórica. Suas ruas ainda preservam
exemplares da arquitetura do fim do século XIX. A localização, próxima da
cidade do Rio de Janeiro e do Centro favoreceram a ocupação e urbanização
ainda no período colonial. O bairro também sediava um porto de atracação e
abrigava um povoado em torno do largo de São Domingos, ainda no período
colonial. Em 1816, recebeu a visita do Imperador D. João VI que passou uma
temporada na região e mais tarde elevou-a a condição de Vila Real. Foi
também em São Domingos que morou José Bonifácio, amigo do imperador, na
rua que hoje leva seu nome.
Em torno da atual Praça Leoni Ramos, prédios residenciais foram
construídos e abrigaram diversos nomes ilustres, bem como armazéns,
farmácias, colégios, gráficas e pensões. A construção da Companhia
Cantareira, um estaleiro para reparos e hoje um dos símbolos do bairro,
impulsionou o movimento do atracadouro e os serviços de transporte marítimo.
Hoje esses arredores são conhecidos popularmente como Cantareira, reduto
de diversão noturna, com vários bares, pubs e restaurantes em seus casarões
históricos, que reúnem jovens e estudantes, principalmente da Universidade
Federal Fluminense.
1.3. Aspectos geofísicos locais
O município apresenta clima quente e úmido, com temperaturas
médias entre 19°C (no inverno) e 26°C (no verão) e índices pluviométricos
entre 50 mm (em agosto) e 150 mm (em março), com concentração de chuvas
no período do verão e estiagem no inverno.
O relevo é composto por maciços com altitude em torno de 400 m,
com formações na região Sudeste do município denominado Serra da Tiririca,
Serra do Malheiro e Serra do Calaboca, e por uma grande área de colinas em
direção ao interior da cidade, de baixas altitudes e topografia suavemente
ondulada, além de planícies costeiras entre os terrenos cristalinos e o mar.
A vegetação está representada por coberturas vegetais, sobre alguns
maciços e colinas (mata secundária em manchas isoladas), de resquícios da
Mata Atlântica, em virtude da degradação da floresta nativa pelo processo de
ocupação e uso do solo ao longo dos anos (plantio de cana-de-açúcar, cultura
de café, produção de carvão vegetal e urbanização/arruamentos e instalação
de loteamentos e condomínios), sem demais exemplares significativos.
Seus rios e a Baía da Guanabara se encontram visivelmente
poluídos, sofrendo lançamento de esgotos domésticos e industriais,
derramamento de óleo e recebimento de lixo, tudo isso contribuindo para a
contaminação das águas.
A ocupação desordenada por favelas em topos de morros com fortes
declives, e solos compostos por fragmentos de rochas com pouca espessura,
traz problemas de estabilidade; há casos recentes de desmoronamento como o
do Morro do Bumba, noticiado amplamente pela imprensa. Em abril de 2010,
uma grande tragédia, onde quase 200 pessoas morreram após as chuvas que
causaram o desabamento de encostas. As casas do local foram construídas
em cima de um lixão desativado, num terreno fragilizado e que não suportou a
quantidade de chuvas de verão. anexo FIGURA 11,12
1.4. O histórico
1.4.1. A cidade
Em área ocupada inicialmente com objetivo de manter a segurança da
Baía da Guanabara em 1573, denominada São Lourenço dos Índios, depois
elevada à categoria de Vila Real da Praia Grande, e, em 1834, à categoria de
cidade com o nome de Nictheroy (águas escondidas em tupi-guarani), e
tornando-se a capital da Província do Rio de Janeiro (com breve interrupção
entre 1893 e 1903, quando a sede esteve em Petrópolis) até 1975, após a
fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, seu desenvolvimento
está atrelado à importância político-administrativa, ao longo da história:
- as atividades navais foram responsáveis pelo progresso, a partir do início do
século XIX, com embarcações impulsionadas por escravos, depois barcas a
vapor ligando Niterói ao Rio de Janeiro, e mais tarde mais confortáveis e
luxuosas;
- como capital recebeu melhorias como iluminação pública, abastecimento de
água, novos meios de transporte como os bondes, construção de parques e
praças, estação hidroviária, rede de esgotos, alargamento de ruas e avenidas
como a pavimentação da Alameda São Boa ventura, no Fonseca, e da Avenida
junto à Praia de Icaraí, no início do século XX, quando ganhou projeto de
urbanização;
- na segunda metade do século XX, se modernizou com a abertura da Avenida
Amaral Peixoto, que cortou o Centro da cidade, desmembrado em terrenos,
com o aterro da Praia Grande e os parcelamentos de áreas na região oceânica,
além da Avenida do Contorno, no Barreto, ligando a região portuária e
ferroviária ao centro de São Gonçalo;
- a partir de 1974, com a inauguração da Ponte Rio - Niterói intensifica-se a
ocupação do solo, com a especulação imobiliária, e o surgimento das
necessidades de novos investimentos em infra-estrutura;
- com a perda da condição de capital do Estado, precisou se readaptar e
buscar novas formas de desenvolvimento, através de projetos e programas que
resultaram na cidade atual (o aterro da Praia Grande, por exemplo, possibilitou
(Grandes obras de potencialidades econômicas e turísticas, como o Caminho
Niemeyer).
1.4.2. A Universidade
Em 1960, a incorporação de cinco faculdades federais já existentes em
Niterói (Direito, Medicina, Odontologia, Farmácia e Veterinária), três escolas
estaduais (Engenharia, Serviço Social e Enfermagem) e duas faculdades
particulares (Filosofia e Ciências Econômicas), deu origem à atual
Universidade Federal Fluminense, passando a conferir a Niterói características
de uma cidade universitária.
As unidades da universidade encontram-se nos campus do Gragoatá, no
bairro de São Domingos; do Valonguinho, no Centro; e da Praia Vermelha, no
bairro de Boa Viagem; a Faculdade de Direito, a Faculdade de Economia e o
Instituto de Artes e Comunicação Social situados no Ingá; a Faculdade de
Veterinária no Vital Brasil e a de Farmácia em Santa Rosa, a Reitoria em Icaraí
e o Hospital Universitário Antônio Pedro no Centro.
A instituição é uma das mais renomadas do país ocupando, em janeiro
de 2011, o posto de 20ª instituição em excelência de ensino da América Latina,
14ª do Brasil e 2ª do Estado do Rio. No entanto, são muitos os problemas
enfrentados pela Reitoria e pelos universitários. Há dificuldades para
manutenção e conservação das instalações, para realizar a expansão exigida e
ampliar a oferta (não só para acompanhar as novas necessidades em termos
de números de alunos a atender, mas também para acompanhar a acelerada
mudança da tecnologia e do conhecimento, no mundo moderno), e para
realizar a conseqüente necessidade de atualização de pessoal e de
equipamentos. Os alunos enfrentam cursos, muitas vezes em horário integral,
desacompanhados de infra-estrutura de qualidade, relativa a salas de aula e
laboratórios devidamente equipados, a refeições e restaurantes e lanchonetes
ou outros locais para estudo ou, simplesmente, descanso em seus intervalos.
1.5 O entorno
O bairro de São Domingos está ligado ao Centro da cidade pela Rua
Andrade Neves e pela Avenida Visconde de Rio Branco. Por serem pequenos
E muito próximos, São Domingos e os bairros vizinhos Ingá, Gragoatá e Boa
Viagem se confundem em sua geografia e história. FIGURA 14
O comércio local se compõe por açougues, lanchonetes e pontos de
táxi e ônibus, farmácias, lava-jatos e oficinas, e lojas de material de construção.
Nas vizinhanças, há ateliers de artes plásticas, formando um corredor
cultural e artístico, reforçando o perfil cultural e artístico do bairro.
A tendência atual do bairro é de verticalização. Muitos casarões antigos
estão sendo demolidos e prédios estão sendo construído, voltado
majoritariamente à classe média alta, atraída pela proximidade do bairro com o
mar, o Centro de Niterói e do Rio e dos principais pontos turísticos de Niterói.
A região é composta também por residências de classe média, entre
prédios e casas antigas, que dividem o espaço com algumas casas
abandonadas.
A favelização também já chegou ao local, ocupando morros que separam
a região dos seus bairros vizinhos.
Também estão localizados na região o Solar do Jambeiro (um antigo
palacete do século XIX transformado em museu), o Restaurante Jambeiro, a
sede da empresa de energia Ampla, o Clube Canto do Rio, o Caminho
Niemeyer, o Museu Petrobras de Cinema e o Plaza Shopping. FIGURA
15,16
1.6. Índices econômicos com dados comparativos
A cidade de Niterói é um dos principais centros financeiros,
comerciais e industriais do Rio de Janeiro e vem recebendo um alto índice de
investimentos nos campos imobiliários e do comércio.
Apesar de problemas como a favelização, a falta de segurança e o
trânsito super-congestionado (resultado do crescimento acelerado e da
especulação imobiliária, desacompanhados de planejamento urbano), segundo
os dados do censo do IBGE 2010, a cidade é a que possui a maior renda per
capita domiciliar do Brasil, com média de 2 031 reais.Figura 17;18
Entre as principais atividades econômicas do município estão os
serviços, a administração pública e a indústria de transformação.
Através da adoção de estratégias voltadas para suas vocações
econômicas, houve recuperação de sua tradicional indústria naval e a
alavancagem de negócios nos setores de pesquisa tecnológica e científica, da
construção civil, do comércio, do turismo e, conseqüentemente, forte impulso
no setor de serviços.
Nos últimos anos, Niterói vem funcionando como ponto de apoio às
cidades produtoras de petróleo do país. Por sua localização privilegiada entre
as duas maiores bacias de petróleo e gás natural do Brasil - Bacia de Campos
e de Santos -, o município tem importância estratégica para o crescimento
nacional do setor.
Os investimentos na qualificação da mão de obra impulsionaram o
desenvolvimento do município que está entre os 100 melhores do Brasil para
negócios. Somente no setor de petróleo, de acordo com o Instituto Brasileiro de
Petróleo e Gás (IBP), a região responde por 70% do parque instalado
fluminense, concentrando empresas de off-shore e estaleiros.Figura
19;20 ;21
De certa maneira, Niterói continua polarizando os municípios
próximos e vizinhos (São Gonçalo, Maricá, Itaboraí e Rio Bonito), que formam
um conjunto com uma dinâmica econômica e urbana própria, na porção leste
da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, demandando planejamento urbano
e políticas públicas próprias. Esses municípios, por sua vez, possuem relações
com aqueles que compõem a Região dos Lagos, exigindo também uma
avaliação conjunta em termos de escoamento de produção ou de alavancagem
de negócios. Figura 22;23;24
Da análise da evolução dos dados populacionais e econômicos,
pode-se concluir, a permanecer a tendência de desenvolvimento econômico,
que haverá atratividade cada vez maior pelo município em função dos
negócios, e, conseqüentemente, em relação ao aperfeiçoamento necessário
para fazer frente às exigências do mercado. A Universidade terá que
acompanhar esse desenvolvimento com expansão de suas atividades, de
modo a atender à procura por maior qualificação profissional, ou seja, ao
incremento provável da demanda.
1.7. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDH-M
Já em 2000, em relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento- PNDU, Niterói apresentou um Índice de
Desenvolvimento Humano entre os mais elevados do país (o terceiro lugar
dentre os 5.700 municípios brasileiros), de acordo com os padrões da ONU.
Nesse índice foram conjugadas informações de âmbito demográfico, cultural e
econômico, comparando mundialmente a concretização de necessidades
humanas básicas e prioritárias. O indicador levou em consideração a
esperança média de vida para medir a longevidade, a taxa de analfabetismo
para medir o nível de instrução, e o PIB-Produto Interno Bruto per capita como
indicador de rendimento.
Agora, novamente em 2010, em relatório recentemente divulgado, foi
confirmada a terceira posição no ranking, que combina agora três dimensões:
expectativa de vida ao nascer (vida longa e saudável), acesso ao
conhecimento (anos médios de estudo e anos esperados de escolaridade) e
PIB per capita (padrão de vida). A leitura dessa classificação nos leva a
entender que o morador de Niterói tem boa qualidade de vida, baseada nos
quesitos de longevidade, educação e renda, e que tais resultados provem de
programas sociais desenvolvidos com estes objetivos. Figuras 25; 26;
Em ranking elaborado pela Fundação Getúlio Vargas-FGV, com base
nos dados do Censo demográfico de 2010, Niterói aparece em primeiro lugar
entre os municípios mais ricos do país, com 30,7% de sua população inserida
na classe A.
1.8. Infra- estrutura
Da análise da infra-estruturar existente na região, com relação aos serviços
necessários à operacionalização de empreendimentos da natureza do
estudado, identificamos a presença de instituições de ensino com programas
regulares de formação técnica e superior e de cursos livres e escolas de
formação em idiomas estrangeiros, com aumento da oferta em função dos
eventos da Copa e dos Jogos Olímpicos, configurando a existência de fontes
formadoras de mão-de-obra e afins, em nível de:
. cursos livres no SENAC Unidades Niterói ou Rio de Janeiro:
– Camareira em Meios de Hospedagem (limpeza, higienização, arrumação
e reposição de materiais em apartamentos);
– Comissário Offshore (respeito às normas de segurança, meio ambiente e
saúde, garantindo sua integridade física e de seus colegas);
– Etiqueta, Cerimonial e Protocolo (organização e execução de
procedimentos de cerimonial nos eventos);
– Gestão de Pousadas e Pequenos Meios de Hospedagem;
– Supervisão de Governança (liderança em hotéis e responsabilização pelo
bem-estar dos hospedes);
– Técnicas de Recepção em Meios de Hospedagem (recepcionista em
hotéis, pousadas e navios);
. cursos técnicos na FAETEC- Fundação de Apoio à Escola Técnica do
Estado do Rio de Janeiro;
. cursos de graduação em universidades particulares nas cidades mais
próximas como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e em
universidades particulares em Niterói, onde há também, na universidade
federal, o curso de Hotelaria;
. cursos de pós-graduação em convênios firmados com as universidades,
para diversas áreas, especialmente em gestão.
Em relação à infra-estruturar básica, o município conta com água tratada
e 75% do seu território é coberto com tratamento de esgoto.
1.9. Vocação do local
A universidade federal representa um atrativo da cidade na medida em
que têm tradição e boa conceituação no mercado, é gratuita, possui boa
estrutura e localização e oferece grande número de vagas em cursos variados
de graduação e também de pós-graduação, com perspectivas de crescimento
nos próximos anos de forma a acompanhar o desenvolvimento previsto para a
região em termos de negócios e serviços, relativos às atividades econômicas e
também aos eventos da Copa e das Olimpíadas.
A cidade acolhe pessoas das mais variadas procedências com a
motivação de se hospedar durante a semana para freqüentar os cursos na
universidade, retornando a origem, em geral, nos finais de semana. Se isso
ocorria somente para origens de maior distância em relação a Niterói, cada vez
mais há procura por locais para estadia por parte daqueles que moram em
locais não tão distantes geograficamente, mas com tempo de percurso
demasiadamente longo, em função de congestionamentos do trânsito entre as
regiões.
Como pólo universitário acolhe também outros integrantes do meio
acadêmico como os professores e palestrantes, em função de convênios ou
projetos.
Embora se verifique a tendência de interiorização dos cursos de
graduação (a universidade mantém pólos em cidades do interior do Estado),
ainda é pequeno o número de vagas ali ofertadas, fazendo com que as
pessoas continuem precisando deixar as suas cidades em busca das vagas em
Niterói.
A cidade precisa oferecer locais para abrigar essas pessoas, que
atualmente optam por pensões, apartamentos alugados/compartilhados, Casa
do Estudante e vagas ofertadas em residências previamente cadastradas.
Essas pessoas chegam em geral por via rodoviária, pelas estradas
BR101 ou RJ 106, via Rodoviária ou Terminal Rodoviário no Centro da cidade,
ou aquaviário, a partir da cidade do Rio de Janeiro, proveniente de sua cidade
de origem.
A cidade tem também a característica de estar próxima a um grande
centro com todas as suas vantagens, inclusive propiciar a futura
empregabilidade, mas ainda com a imagem de local mais calmo e menos
violento, o que atrai os interessados como opção para moradia.
Entre os atrativos naturais, há 11 quilômetros de praias como
Camboinhas, itacoatiara, Piratininga, Itaipu e Sossego, na região oceânica, e
Icaraí, São Francisco e Charitas na Baía da Guanabara, e a Serra da Tiririca,
na divisa com o município de Maricá, com opção de trilhas para
caminhadas.Figura 27;28;29;30
Na arquitetura, destacam-se o Complexo dos Fortes (Imbuí, Barão
do Rio Branco, Pico, Gragoatá e Fortaleza de Santa Cruz), conjunto grandioso
que funcionou como proteção da Baía de Guanabara, o Museu de Arte
Contemporânea e as outras obras, algumas ainda em construção, que
compõem o Caminho Niemeyer (Estação das Barcas das Charitas, a Praça JK,
o Memorial Roberto Silveira, o Centro PETROBRAS de Cinema, o Teatro
Popular e a Fundação Oscar Niemeyer), e os prédios históricos que compõem
o conjunto arquitetônico da Praça da República (Câmara Municipal, Liceu Nilo
Peçanha, Palácio da Justiça e Biblioteca Pública), além do Solar do Jambeiro e
o Teatro Municipal João Caetano.
Há, ainda, o Parque da Cidade, reserva biológica e florestal do município numa
altitude de 270 metros, ocupando uma área de 149 mil m², com um mirante de
onde pode-se ter uma visão panorâmica da Região Oceânica, de Icaraí, da
Baía da Guanabara, em toda a sua extensão, e do mar aberto. local para
caminhadas e voos de asa delta, e também Shoppings, cinemas e teatros.
Embora a rede hoteleira venha se expandindo, a maioria dos turistas de
lazer vêm a Niterói somente como uma extensão de seu passeio ao Rio de
Janeiro, se hospedando lá. Hoje, a cidade concentra em seus meios de
hospedagem pessoas em viagens de negócios ou a trabalho, especialmente na
área de petróleo e gás, o que vem conferindo à cidade a potencialidade para o
turismo de negócios e eventos, com tendência a grande incremento após a
instalação do Complexo Petroquímico- COMPERJ, em Itaboraí, cuja
construção está em andamento.
1.10. Legislação ambiental
Em relatório contendo análise de respostas referentes a estudo de
competitividade como destino turístico, realizado pela Fundação Getúlio
Vargas-FGV, o SEBRAE e o Ministério do Turismo, Niterói teve analisado o
quesito “aspectos ambientais” , onde foram considerados a estrutura e
legislação municipal do meio ambiente, as atividades em curso potencialmente
poluidoras, a rede pública de distribuição de água e de coleta e tratamento de
esgoto, a coleta e destinação pública de resíduos. Alcançou 77,8 pontos na
escala de 0 a 100, pela existência de uma secretaria municipal com atribuição
de coordenar e incentivar a preservação do meio-ambiente, e também de
Código ambiental municipal, contra o qual não há ação judicial pública, e pela
atividade de um conselho municipal de meio-ambiente, com disponibilidade de
um fundo municipal com essa finalidade; para elevação do índice também
influíram a adoção de campanhas periódicas para o uso racional e econômico
da água, a existência de sistema público de coleta de esgoto e de rede pública
de distribuição de água, direcionamento e tratamento de resíduos hospitalares,
coleta seletiva de lixo e adoção de campanhas de educação periódicas.Não há
entretanto estação de tratamento de água para reutilização e o destino público
dos resíduos é fechado sem tratamento.Figura 31;
O Código Municipal Ambiental dispõe, em seu Capítulo III, sobre o zoneamento
ambiental, definindo áreas de restrição à ocupação urbana, de conservação ou
preservação da vida silvestre, de proteção ou recuperação ambiental, de
produção mineral ou de especial interesse ambiental. Trata, ainda, de questões
como a avaliação de impactos ambientais, os programas educacionais, o
controle da poluição sonora, do ar e das águas, e prevê o incentivo a ações de
preservação ambiental.
1.11. Incentivos municipais
De acordo com a Lei 1689/98, publicada no Diário Oficial de
16.12.1998, há isenção de Imposto Predial Territorial Urbano – IPTU, pelo
prazo de dez anos, contados do mês seguinte ao da data da emissão do aceite
de obras, respeitando o disposto no artigo 13 da Lei 480/83, de 24/11/83, as
novas edificações destinadas a hotéis, pousadas e similares,reconhecidas
como relevante interesse turístico.
1.12. Conclusão
A tendência de crescimento e desenvolvimento do município – de acordo
com análise de seus índices econômicos - aponta para a necessidade de
incremento da capacitação da mão-de-obra local, e, em consequência, para a
expansão das
atividades da Universidade, e também da demanda por moradia estudantil,
confirmando a pertinência da oferta do produto através do empreendimento em
questão.
A infraestrutura básica da região favorece a implantação do negócio,
com facilidades para o abastecimento de insumos, em função da localização do
município, próxima a grandes centros, com vias para escoamento, e, ainda, na
área de capacitação, com opções diversificadas para treinamento de pessoal
em vários níveis.
De acordo com os dados coletados, não há impedimentos legais ou
ambientais para a implantação do empreendimento.
2. LOCALIZAÇÃO
2.1. O local
O local disponível para instalação do empreendimento se encontra no
bairro de São Domingos, nas Ruas Hernani Pires de Mello e Visconde do Rio
Branco, em posição centralizada entre dois dos principais Campus da
Universidade Federal Fluminense, o Campus do Valonguinho e o Campus do
Gragoatá.
Trata-se de área que engloba o prédio tombado pela Prefeitura
Municipal de Niterói, situado na esquina das duas ruas citadas acima, onde
funciona a Casa do Estudante Fluminense, e seu terreno vizinho onde há casa
que serve como Posto de Coleta de lixo reciclável e estacionamento de
veículos de passeio, ambos de responsabilidade da empresa de energia
Ampla. Figura 32;33
FIGURA 34: Localização do empreendimento
2.2. As características físicas da área
2.2.1. A edificação
A Casa do Estudante Fluminense tem como endereço a Rua Hernani
Pires de Mello n° 2, em prédio de dois pavimentos sobre porão alto, com área
aproximada de 270 m², com fachadas no limite do lote, este em formato de L,
com aproximadamente 440 m², onde há mais dois prédios anexos, ambos com
apenas um pavimento e área aproximada de 80 m².
O seu tombamento em 1996 (Decreto 7448) pela Prefeitura de
Niterói se deu mais pela sua importância histórica como moradia estudantil, e
nem tanto pelo exemplar arquitetônico, edificação típica da segunda década do
século XX.
Hospeda estudantes carentes desde 1925, acolhidos então pela sua
antiga proprietária, e, a partir de 1949, com a criação efetiva da Casa que
passou a ser administrada pela Secretaria de Educação e Cultura do Estado do
Rio de Janeiro, com a finalidade de prestar assistência e oferecer hospedagem
e alimentação a alunos que buscavam formação profissional em Niterói, com
poucas condições para se manter. Em 1968, o Estado passou a ser o
proprietário da Casa, permutada em 1978 com a Cia Brasileira de Energia
Elétrica, mas mantida a administração da Secretaria de Educação, hoje
funcionando em parceria com a Universidade Federal Fluminense abrigando
cerca de 30 de seus alunos.
O prédio principal, embora tenha recebido reforma em 2004/2005 (para
recuperar o seu espaço e para ampliar áreas), e venha recebendo manutenção
periódica, após passar por alguns anos de má administração e degradação,
ainda carece de obras e reparos, especialmente no que se refere à sua
cobertura. Hoje, o primeiro andar abriga salão de convivência, salas de estudo
e de informática e cozinha; no segundo andar ficam seis quartos femininos e
um banheiro coletivo. Nos anexos existentes na parte dos fundos do terreno,
estão a lavanderia, o depósito, sete quartos para rapazes, banheiro coletivo e
jardim.
2.2.2 O terreno
O terreno vizinho à Casa do Estudante é plano e retangular, com cerca
de 1000 metros quadrados e endereço à Rua Visconde do Rio Branco n° 731,
possuindo edificação de dois pavimentos (posto de coleta de lixo), além de
pequeno escritório e portaria do estacionamento.
2.3. As condições de acesso ao local
O acesso ao local do empreendimento se faz através das Ruas
Visconde do Rio Branco e Professor Hernani Pires de Mello, ambas vias
pavimentadas, bem sinalizadas, com grande circulação de veículos de
passeio, caminhões e ônibus municipais e intermunicipais (Rio-Niterói), a
primeira com fluxo dos bairros de Icaraí e Ingá em direção ao Centro, e a
segunda com o fluxo inverso. Figura 35
FIGURA 35: Sinalização do fluxo em frente a Casa do Estudante
Fonte própria
Pode-se chegar a partir da Estação das Barcas ou do Terminal João
Goulart, no Centro de Niterói, em cerca de dez minutos a pé; a partir de um dos
dois Campus da Universidade Federal Fluminense - Valonguinho e Gragoatá -
pode-se chegar também caminhando de dez a quinze minutos. Do Terminal
Rodoviário de Niterói até o local há linhas de ônibus, com um trajeto em torno
de vinte minutos. Há também linhas que fazem o trajeto Rio de Janeiro-Niterói,
que podem trazer pessoas da Rodoviária Novo Rio, na cidade do Rio de
Janeiro, o mesmo ocorrendo em relação aos Aeroportos também no Rio de
Janeiro.
O local está inserido em trajeto diariamente percorrido pelos estudantes
da Universidade Federal Fluminense, entre dois de seus principais campus, -
Valonguinho e Gragoatá -, e também próximo ao Campus da Praia Vermelha,
no bairro de Boa Viagem. Figura37
2. 4. A legislação
As normas referentes ao zoneamento constam do Plano Diretor do
Município (lei 1157, de 29.12.1992, modificada pela Lei 2123, de 04.02.2004),
estabelecendo a divisão do solo em Zona Urbana (adequada e destinada à
expansão da cidade) e Zona de restrição à ocupação urbana (condições físicas
adversas e/ou de importância para preservação do meio-ambiente), definindo a
possibilidade de delimitação de Áreas de especial interesse (social, ambiental,
econômico ou urbanístico).
Prevê em suas diretrizes de desenvolvimento econômico o
estabelecimento de mecanismos de cooperação com a Universidade Federal
Fluminense, nas áreas científica e tecnológica, e nas diretrizes das atividades
industriais, comerciais e de serviços, o estímulo à atividade comercial e de
serviços no centro da cidade, com vistas à sua revitalização.
Trata, ainda, da divisão do município em regiões de planejamento com o
estabelecimento do modelo de uso e ocupação do solo, de acordo com
diagnóstico ambiental/viário, estando o local do empreendimento inserido na
chamada Região das Praias da Baía.
Quanto ao uso e ocupação do solo, o Plano Diretor define as variáveis a
serem consideradas nas edificações, como cota de controle de densidade,
número de unidades habitacionais, taxa de ocupação do lote, gabarito de
altura, taxa máxima de impermeabilização do lote, número de vagas para
estacionamento, limite de profundidade de ocupação, afastamentos e recuos,
faixa não edificáveis e prismas de ventilação e iluminação.
Em consulta prévia realizada, em 14.09.2011, junto ao Departamento de
Urbanismo da Prefeitura Municipal de Niterói, foram identificados os
parâmetros urbanísticos permitidos para a Região das Praias da Baía e, mais
especificamente, para a Fração Urbana CT13, onde se localiza a área
estudada, conforme Tabela 2, a seguir anexada, contida no Anexo II da Lei de
Edificações 1967/2002; a Tabela 12, também anexada, do Anexo II, da mesma
Lei, estabelece a quantidade mínima exigida de vagas de estacionamento.
Figura 38;39;40;41
Em seu artigo 92, o Plano Diretor define que as edificações de uso
hoteleiro podem se instalar em qualquer local da cidade, exceto em áreas de
conservação ou proteção ambiental.
O Plano também normatiza projetos de
reconstrução/recuperação/modificação de uso de prédios tombados, que ficam
sujeitos à aprovação conjunta da Secretaria de Urbanismo e Controle Urbano e
de Cultura. O assunto consta da Lei 2575, de 09.07.2008, que cria condições
de incentivo ao aproveitamento e conservação de prédios tombados,
estabelecendo parâmetros para alterações físicas nas edificações, como
aproveitamento de sótão, criação de novos pisos no interior/mezaninos e
condições de ventilação e iluminação.
Quanto a normas relativas a atividade hoteleira, o Decreto 1830/1971,
de 19.02.1971, estabelece parâmetros para regulamentar as edificações do
tipo hoteleiras, com o estabelecimento de áreas mínimas para determinados
ambientes, exigências relativas a instalações sanitárias e de proteção contra
incêndio.
Dos dados coletados, percebemos que a área em estudo está
localilzada em zona urbana, não classificada, portanto, como de restrição à
ocupação urbana e nem como área de especial interesse, conforme
demonstram os mapas a seguir.
Além disso, o reconhecimento pelo Município da importância da
Universidade, no processo de desenvolvimento da cidade, demonstra a sua
disposição de estabelecer mecanismos de cooperação.
O estímulo à revitalização do Centro da cidade e seu entorno, tendência
em várias grandes cidades, também parece fazer parte dos planos da
Prefeitura do município, a julgar pela preocupação com a demarcação de áreas
de especial interesse turístico e urbanístico, como as do Caminho Niemeyer e
da Orla das Praias da Baía.
Quanto a trabalhar com um prédio tombado, embora haja necessidade
de aprovação de projetos junto a secretarias municipais, parece haver
flexibilidade para possíveis adaptações no seu interior, resguardadas, é claro,
as características da construção.
2.5. A vizinhança
A área de influência imediata do local escolhido, dadas as características
do projeto pretendido, é aquela compreendida basicamente nos trajetos
realizados para deslocamento entre os vários Campus da Universidade,
concentrados na mesma região, e considerada a vocação natural do bairro de
São Domingos, e seus vizinhos Centro, Boa Viagem e Ingá, vinculada à
atividade universitária.Foto 01;02;03
O uso predominante do solo, no entorno dos campus universitários, é
residencial, representado por casas de um ou dois pavimentos, algumas
dispostas em vilas, e prédios variando de três a quinze andares, os mais altos
de construção mais recente e instalados, em geral, após demolição das casas
antigas; há pouca disponibilidade de terrenos livres para novas
edificações .Foto04;05
O comércio local está instalado em casas antigas ou lojas no pavimento
térreo dos edifícios residenciais, voltadas para as calçadas. Há lojas de
material de construção, de produtos para animais, de veículos, mas,
principalmente, papelarias, copiadoras, lan-houses, bares/lanchonetes e
restaurantes a quilo, além de banca de jornal e revistas e posto de gasolina
(não foi identificado comércio de ambulantes).Foto06
O maior shopping da cidade (rede Plaza) fica próximo do terreno,
oferecendo todo tipo de lojas comerciais ou de prestação de serviços, além de
cinema, caixas automáticos de bancos e praça de alimentação. Nas suas
proximidades, está o Teatro Municipal, com programação variada,
contemplando também as promocionais, a preços populares.Foto 08
O chamado pólo gastronômico da Cantareira está em frente à entrada
do Campus do Gragoatá, ao redor da Praça Leoni Ramos, onde se concentram
bares e restaurantes e casa noturna, para o divertimento da população jovem
universitária, à noite.Foto
09;10
As empresas de energia Ampla/Endesa estão instaladas no bairro, em
grande sede em construção moderna .Foto 11
O Clube Canto do Rio, tradicional na cidade, se localiza bem próximo
do local, mas suas instalações demonstram necessidade de conservação,
provavelmente não realizadas pelas dificuldades por que passam os clubes
associativos, abrindo, inclusive seu espaço à comunidade com serviços de
academia, festas ou shows.Foto12
No bairro há também igrejas e loja maçônica, além de escolas públicas
de ensino regular tradicionais, Faculdade Maria Thereza e o Centro Petrobras
de Cinema, em construção.Foto 12
À frente do terreno, pela Rua Visconde do Rio Branco, há extensa área
administrada pela Prefeitura, onde se encontra instalada a sua Secretaria de
Esportes, com quadras, campo de futebol, palco para shows e área para
eventos ao ar livre, área gramada, arborizada e cercada. Entre essa área e a
Baía, há a estrutura do departamento de Educação Física da Universidade –
piscina, quadra coberta, campo de areia, pista de atletismo e pista para corrida
e caminhada.Foto13
Beirando a orla, pode-se visualizar o Caminho Niemeyer. A proximidade
com a Baía e a arborização na região amenizam os efeitos do calor no verão,
tornando o ambiente mais atrativo e agradável.Foto14
Há relativa proximidade com áreas de favelas como o Morro do Estado,
no Centro, e o Morro do Palácio, no Ingá.
A Universidade realiza seu programa de expansão, com várias obras em
andamento, de reformas de antigos prédios e construção de novos, além do
desenvolvimento de projetos de acessibilidade e desenvolvimento de
atividades esportivas.
Há locais para estacionamento no entorno da estação das Barcas,
inclusive subterrâneo e também no Plaza Shopping. Foto15
O local apresenta grande movimentação de pessoas de dia e à noite, em
função das atividades da universidade, onde professores e alunos realizam
trajetos entre os campus ou em direção às suas residências, percorrendo locais
ermos, que oferecem risco de assaltos, conforme registros na imprensa local.
Os trajetos estão sinalizados: placas indicam a direção a seguir para os
bairros vizinhos, há semáforos nos principais cruzamentos e faixas de
pedestre. As calçadas em vários pontos são irregulares, afunilando a
passagem do pedestre; o calçamento não é bem cuidado, com falhas que
dificultam a circulação e sujeitam o pedestre a quedas.Foto 16
A limpeza urbana ocorre principalmente em horários noturnos, para
evitar transtornos ao trânsito; há poucas latas coletoras de lixo nos trajetos
percorridos.
Há excesso de velocidade em alguns trechos, especialmente na Avenida
Visconde do Rio Branco, que liga o Centro/Estação das Barcas ao Campus do
Gragoatá, com risco de atropelamentos em função do grande número de
estudantes que ali circulam; a universidade não oferece transporte alternativo
dentro dos seus campus.
O material de publicidade utilizado pelo comércio em geral é
diversificado em excesso, provocando grande confusão visual.
A qualidade dos serviços é razoável no que diz respeito à diversidade da
oferta, mas no quesito atendimento, tanto no comércio como nas prestadoras
de serviço, parece haver pouca qualificação.
2.6. A infaestrutura
2.6.1. Do local
O bairro é atendido por infraestrutura básica, contando com serviços
de água e esgoto encanados, energia elétrica e telefonia, administrados por
concessionárias, e de limpeza e de coleta de lixo (com opção para coleta
seletiva, se solicitado), prestados por empresa vinculada à Prefeitura.
Quanto aos serviços de saúde, há o Hospital Universitário Antônio
Pedro (Rua Marques do Paraná, Centro), o Hospital Estadual Azevedo Lima
(Rua Teixeira de Freitas, Fonseca) e outros da rede particular, que atendem
pelos convênios dos planos de saúde como o Hospital de Clínicas de Niterói
(Rua La Salle, Centro) ou o Hospital Santa Cruz (Rua Dr Celestino, Centro).
Há quartel do Corpo de Bombeiros (Rua Marques do Paraná,
Centro), com equipamentos e veículos destinados aos procedimentos contra
incêndio e de socorro em ambulâncias.
A segurança pública está representada por suas delegacias, as mais
próximas a 76ª. (Rua São João, Centro) e a 77ª. (Rua Lemos Cunha, Icaraí).
Na área de alimentação, há opções gastronômicas como o
restaurante universitário, que oferece refeições a preços subsidiados, pensões
com pratos prontos, restaurantes a quilo, além da praça de alimentação do
shopping.
No Centro, há várias agências bancárias, com distribuição de caixas
automáticos em pontos estratégicos, inclusive na própria universidade.
2.6.2. Da Universidade
As condições locais, em sua maioria, favorecem a atratividade do local
como destino com objetivo de cursar a universidade pública. No entanto, a
infraestrutura básica oferecida pela universidade apresenta inúmeras falhas e
não atende às expectativas dos usuários.
Há dificuldades para acesso de pessoas com deficiência (pisos
irregulares, grandes distâncias a percorrer entre os prédios), a sinalização é
deficiente em alguns locais, dificultando o deslocamento das pessoas.
A limpeza, a cargo de empresas terceirizadas, não recebe o devido
acompanhamento e não ocorre a contento, seja nas áreas internas (pisos,
janelas e portas, banheiros) ou nas externas (jardins, calçadas).
Não há transporte universitário para deslocamento de alunos entre os
campus.
A oferta de alimentação se resume à oferecida pelo restaurante
universitário no almoço e no jantar; as instalações do refeitório são limpas, mas
o serviço se resume a um cardápio básico, com opção única de refeição diária.
O preço é atrativo (R$ 0,70/refeição), mas as filas na entrada são longas,
demandando tempo de espera em torno de uma hora para o atendimento.
Nos prédios, os elevadores apresentam problemas de manutenção
periodicamente.
Não se identifica programas de reciclagem ou de reaproveitamento de
recursos.
Não há sistema de escaninhos para guarda de material didático pelos
alunos, a não ser para os alunos do curso de educação física;
Em alguns prédios, não há previsão de locais para descanso em
intervalos de aula e os estudantes acabam por se aglomerarem nos
corredores, atrapalhando a circulação e tumultuando o ambiente.
2.7. Conclusão
Conclui-se que a implantação do novo negócio poderá promover a
revitalização e a divulgação do prédio da Casa do Estudante Fluminense – uma
vez que, se prédio tombado, presume-se que de valor histórico – permitindo a
sua integração com o bairro e a cidade, e o seu uso pela população, ou ao
menos parte significativa dela, uma vez que abrigar cerca de trinta alunos a
cada ciclo de curso parece ser um uso menos importante do que a construção
mereceria ter.
Agregando a esse prédio o terreno vizinho, poderão ser criadas
condições para atender a demanda por hospedagem temporária, através de
projeto que, além da localização privilegiada de proximidade aos campus da
Universidade Federal Fluminense, mas também em região central, com
infraestrutura de serviços, transporte, comércio, saúde e lazer, ofereça opção
de moradia estudantil de qualidade, atendendo aos anseios de estudantes e
familiares, a preços compatíveis com o mercado.
A localização privilegiada em relação aos campus também pode vir a
compatibilizar o projeto desejado com a demanda por espaço para laboratórios
de hospedagem e alimentos e bebidas para o curso de Hotelaria, ou, até
mesmo, vislumbrar a possibilidade de criação de um futuro hotel-escola.
3. OFERTA/DEMANDA
3.1. Análise do universo concorrencial
A análise foi iniciada a partir da busca pela identificação das opções
oferecidas pelo mercado para a demanda de moradia estudantil, na região
geográfica imediatamente vizinha ao local do empreendimento em questão,
correspondente à área de influência em torno do Campus da Universidade.
Não foram identificados agentes econômicos que ofereçam produtos e
serviços com as características do empreendimento em questão e com imagem
similar à pretendida. No entanto, existe oferta direcionada para o segmento-
alvo – estudantes universitários que moram em outros municípios – através de
diferentes alternativas, que analisaremos como concorrentes.
As características do segmento-alvo foram entendidas como:
- a motivação para estarem na cidade a partir do êxito no exame Vestibular, ou
seja, estudar em uma universidade pública de qualidade;
- a necessidade de otimizar as despesas com moradia, que se estenderão por
um período longo em torno de quatro ou cinco anos, duração da maioria dos
cursos oferecidos;
- a busca por proximidade do campus universitário, onde estarão mais
familiarizados como o ambiente e onde se concentram seus hábitos de
consumo (cinema, bares, faculdades, shopping), oferecendo também o
deslocamento rápido e a baixo custo;
- a procura por satisfação de necessidades básicas, com um nível de
instalações e serviços resumidos a local para dormir, descansar e alimentar-se,
uma vez que a maior parte do tempo estará direcionada para o objetivo
principal acadêmico, nas instalações da universidade.
3.2. Investigação do comportamento dos concorrentes
Nas pesquisas de campo realizadas, identificamos tipos de moradia
adotadas pelos estudantes: pensões, apartamentos alugados compartilhados
por mais de um estudante, hotéis, vagas em casas cadastradas pela
universidade, vagas na Casa do Estudante concedidas através da assistência
social, ou, ainda, vagas em casa de parentes.
Para pesquisa da oferta, foram visitados os empreendimentos e
realizadas entrevistas, onde foram extraídas as informações a seguir
transcritas.
3.3. Informações básicas de locais de hospedagem existentes
3.3.1. Casa do Estudante (alojamento tradicional na cidade, para estudantes
da universidade, mediante aprovação em avaliação de cadastro sócio-
econômico feita pelo serviço de assistência social):
Casa do Estudante - R Prof Hernani Pires de Mello, 2 - São Domingos
Uhs pessoas/UH tx ocupaçãoWC
coletivorefeições
uso
cozinhagênero R$/mês
13 4 a 6 80% sim sim sim misto 0,00
3.3.2. Pensionatos (em geral casas antigas com disponibilidade de quartos,
oferecidos de forma individual ou coletiva, através de troca monetária):
Rua Noronha Torrezão - Santa Rosa - tel 2711 22626
Preço: apartamento individual por R$ 450,00 e apartamento compartilhado por
R$ 370,00
Serviços incluídos: café da manhã e almoço, uso de internet
3.3.3. Moradias cadastradas na Universidade (pessoas que tem
disponibilidade de espaço em imóveis de sua propriedade, em geral nas suas
próprias residências, e que se cadastram na universidade, a fim de conferir
maior segurança a quem chega de outra cidade, e se dispõem a receber os
estudantes universitários, através de troca monetária):Foto17
3.3.4. Hotéis e Pousadas
Hotéis/PousadasUHs leitos
tx
ocupação tarifa serviços oferecidos
Niterói Palace Hotel 62 124 100% single R$ 210ar condicionado, tv a
cabo, minibar,
R Andrade Neves,134
- Centro
double R$
260
estacionamento, café
da manhã
tel 2620 2155 Triple R$ 320
Plaza Hotel 49 98 100% single R$ 170ar condicionado, tv a
cabo, minibar,
R São Sebastião, 118 Centro double R$
230
estacionamento, café
da manhã
tel 2620 8008 triple R$ 280
suite R$ 250
Hotel Cantareira 30 60 100% single R$ 200Ar condicionado/
ventilador de teto,
R General Osório, 62
– São Domingos
double R$
240
Tv, interfone,
frigobar,
tel 36041681 triple R$ 280internet gratuita, café
da manhã
tarifas especiais para pessoas vinculadas a UFF - single R$ 140- double R$ 180 -
triple R$ 210
Foto: 18
3.3.5. Apartamentos alugados (em geral compartilhados por mais de um
estudante, mediante divisão de despesas do aluguel e taxas):
Apartamentos alugados 1 ou 2 quartos nas proximidades da Universidade,
conforme oferta dos Classificados de jornal local
Aluguel faixa de preço entre R$ 800,00 e R$ 1.600,00
Taxas – IPTU +
condomínio
Valor aproximado em torno de R$ 1.000,00
3.4. Informações básicas de locais de hospedagem em fase de planejamento:
Nome: Moradia Estudantil da Universidade Federal Fluminense
Endereço: Campus do Gragoatá, em fase de construção
Capacidade de atendimento: 360 alunos
Quantidade de unidades habitacionais: 100 UHs (vinte alas com cinco quartos
cada), distribuídas em dois pavimentos, com acessos por escadas, sendo oito
unidades projetadas para pessoas com necessidades especiais (previstas
plataformas para acesso), todas de frente, contendo ventilador de teto.
Quantidade de pessoas por quarto (com área aproximada de 16 m²): quatro
pessoas
Serviços oferecidos: ambientes de lavanderia (20 m²), cozinha (23 m²),
refeitório (90 m²), banheiros coletivos nos dois pavimentos (três vasos e quatro
chuveiros), sala de convívio, jardim frontal e central, ambulatório, sala de
direção, sala do zelador, bicicletário, salas de estudo e sala multimídia.
Preço a ser cobrado: serviço gratuito, em princípio, mediante aprovação de
cadastro sócio-econômico junto ao setor de assistência social.Foto19
3.5. Análise do universo da demanda
3.5.1. Pesquisa indireta de dados
Em consulta à página eletrônica da Universidade Federal Fluminense,
identificamos os seguintes dados relativos aos quantitativos de alunos e
professores, que guardam estreita relação com o estudo da demanda por
moradia estudantil.
UFF em Números
Cursos de graduação presencial: 66 (em 9 municípios do Estado do Rio de Janeiro)
Cursos de graduação a distância: 2 (em 27 municípios do Estado do Rio de Janeiro)
Cursos de pós-graduação: 78 cursos stricto sensu (30 doutorados, 43 mestrados e
5 mestrados profissionalizantes) e 131 cursos lato sensu (especializações e MBAs)
Estudantes de graduação: 33464, dos quais: 32097 em cursos presenciais e 6.386
em cursos a distância
Estudantes de pós-graduação (lato e stricto sensu): 11.675, dos quais:1.328 em
doutorados, 2.253 em mestrados acadêmicos, 449 em mestrados
profissionalizantes, 7.500 em especializações e MBAs e 145 em residência médica
Professores (quadro efetivo): 2.852
Servidores técnico-administrativos: 4.005
Polos Universitários: 4 - Campos dos Goytacazes (PUCG), Nova Friburgo (Punf),
Rio das Ostras (Puro) e Volta Redonda (PUVR)
Unidades de ensino (escolas, faculdades e institutos): 33
Departamentos de ensino: 94
Por solicitação ao Departamento de Estatística da Universidade, foram
obtidos os dados a seguir, em complementação aos acima especificados e
descontados o percentual de alunos não inscritos em disciplinas, referentes
aos quantitativos de alunos provenientes de outras cidades. Foram apartados
os dados relativos a alunos moradores de Niterói, das cidades mais próximas –
São Gonçalo e Rio de Janeiro (que oferecem possibilidade de realização do
trajeto residência-faculdade diariamente), das demais cidades do Estado do
Rio de Janeiro e das cidades de outros Estados:
Quantidade de alunos inscritos (2° semestre de 2011) 27078
Alunos residentes na cidade de Niterói 6457
Alunos residentes na cidade de São Gonçalo 3014
Alunos residentes na cidade do Rio de Janeiro 7469
Alunos residentes nas demais cidades do Estado do Rio de Janeiro 7398
Total de alunos residentes no Estado do Rio de Janeiro 24338
Alunos residentes em cidades de outros Estados 2740
Total de alunos residentes em outros Estados 2740
Da análise dos números obtidos, concluímos que a composição, no que diz respeito ao local de moradia do aluno, por ocasião do exame Vestibular, ou seja, ao se interessar pelo curso oferecido, se apresenta da seguinte forma:
Alunos que residiam em Niterói por ocasião do exame Vestibular 23,85%
Alunos que residiam em São Gonçalo por ocasião do exame Vestibular 11,13%
Alunos que residiam no Rio de Janeiro por ocasião do exame Vestibular 27,58%
Alunos que residiam nas demais cidades do Estado por ocasião do
exame Vestibular
27,32%
Alunos que residiam em outros Estados por ocasião do exame Vestibular 10,12%
Dessa forma, podemos identificar que o percentual de alunos não residentes na cidade de Niterói soma 76,15%, ou, se considerarmos aqueles residentes nas cidades mais próximas (Rio de Janeiro e São Gonçalo), que tem, em princípio a possibilidade de ir e vir de casa à universidade diariamente, podemos considerar, ainda assim, o percentual de 37,44% de pessoas que estão distantes de suas residências. Se considerarmos o total de alunos, esses montantes são de 20621 alunos ou de, pelo menos, 10138, se desconsiderados os residentes no Rio de Janeiro e em São Gonçalo.
3.5.2. Pesquisa direta de dados
Para identificação dos prováveis geradores de demanda por moradia estudantil, foi elaborado modelo de pesquisa, abaixo transcrito, para coleta de dados relativos ao perfil psicográfico (idade,sexo, origem, renda, curso) e ao perfil de consumo (gastos médios com moradia, transporte e alimentação) dos alunos da Universidade:
PESQUISA +++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Objetivo da pesquisa: coleta de dados para estudo de viabilidade de criação de
produto de hospitalidade, na disciplina “Desenvolvimento de novos negócios de
hospedagem e restauração” do curso de Hotelaria da Universidade Federal
Fluminense.
Não é necessária a identificação do pesquisado.
1. Idade: ( ) menos de 18 anos ( ) entre 18 e 25 anos ( ) mais
de 25 anos
2. Sexo ( ) masculino ( ) feminino
3. Curso que freqüenta __________________
4.Município e bairro onde morava antes de ingressar na UFF:___________________________
5.Município e bairro onde mora após ingresso na UFF:_________________________________
6. Onde e como mora: 7. Quanto gasta mensalmente com moradia:
( ) com a família ( ) menos de R$ 100,00
( ) em casa de parentes ( ) de R$ 101,00 a R$
400,00
( ) com outros estudantes,em imóvel alugado ( ) de R$ 401,00 a R$
700,00
( ) em quarto individual de pensionato ( ) de R$ 701,00 a R$
1000,00
( ) em quarto coletivo de pensionato ( ) mais de R$ 1000,00
( ) em quarto em residência de terceiros
( ) sozinho, em imóvel alugado
( ) hotel ( ) outros ___________________
8. Onde costuma fazer as refeições: 9. Quanto gasta diariamente com refeições
( ) em casa ( ) menos de R$ 5,00
( ) no restaurante universitário (bandejão) ( ) entre R$ 5,01 e R$
10,00
( ) restaurante a quilo ( ) entre R$10,01 e R$
20,00
( ) restaurante com prato pronto ( ) entre R$ 20,01 e R$
30,00
( ) pensionato ( ) mais de R$ 30,00
( ) lanchonete/padaria
( ) outros ____________________________
10. Que tipos de transporte utiliza para se 11. Quanto gasta diariamente com o(s)
deslocar entre residência e Universidade: transporte(s) indicado(s):
( ) nenhum ( ) bicicleta ( ) menos de R$
5,00
( ) ônibus ( ) Barcas ( ) entre R$ 5,01 e R$
10,00
( ) moto ( ) metrô ( ) entre R$ 10,01 e R$
20,00
( ) carro próprio ( ) entre R$ 20,01 e R$
30,00
( ) outros ___________________ ( ) mais de R$ 30,00
12. Quanto tempo utiliza diariamente para 13. Que tipo de renda possui:
se deslocar entre residência e universidade ( ) formal
(trabalho,estágio,bolsa-auxílio,etc)
(ida e volta): ( ) informal (mesada,
etc)
( ) menos de meia hora 14. Se houvesse oferta de moradia
( ) mais de meia hora e menos de uma hora estudantil pela UFF, você se
( ) de uma a duas horas candidataria a uma vaga?
( ) de duas a três horas ( ) não
( ) de três a quatro horas ( ) sim, desde que o
serviço fosse gratuito
( ) mais de quatro horas ( ) sim,mesmo se o
serviço não fosse gratuito
________________________________________________________________________________
15. Como você gostaria que fosse oferecido o serviço de moradia estudantil?
( ) em acomodações individuais
( ) em acomodações compartilhadas, com otimização das despesas
( ) com opção de refeições ( ) sem opção de refeições ( ) outros
___________________
16. Que facilidades gostaria de ter no quarto de sua moradia estudantil?
________________________________________________________________________________
17. Que facilidades gostaria de ter no conjunto da moradia estudantil?
________________________________________________________________________________
18. Quais instalações ou serviços gostaria de encontrar na vizinhança da moradia estudantil?
________________________________________________________________________________
Para comentários adicionais, se desejar, favor utilizar o verso do formulário.
++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
+++++++++++++++++++++++++++++++++++++
Definidas as perguntas para identificação do perfil do aluno
demandante, foi identificado o tamanho da amostra a ser colhida, por
proporção, da seguinte forma:
– calculando-se o número de entrevistados da amostra, através da fórmula
estatística n° > z² . p(1 – p)/A², onde z = 2,645 (valor tabulado); p = 50% =
0,5 (proporção) e A= 4% (margem de erro), onde se alcançará o resultado
de 219 estudantes, com margem de erro de quatro por cento;
– incluindo o universo de alunos, através da fórmula n > N.n°/ (N + n° - 1), onde N = número de alunos e n° = o número da amostra obtida no item
anterior, se alcançará o resultado de 216,70, se considerarmos o total de
20621 alunos, ou o resultado de 214,38, se considerado o total de 10138
(excluídos os residentes no Rio de Janeiro e Niterói).
Assim, ficou definido o tamanho da amostra em 215 questionários a serem
aplicados a alunos selecionados aleatoriamente.
Obtida a autorização da Universidade, foram aplicadas as pesquisas de
campo, entre os dias 19 de setembro e 11 de outubro de 2011, nos campus da
Universidade. Os dados a seguir expostos são advindos dos questionários
obtidos.
3.5.2.1 Resultados da pesquisa
Os dados foram coletados através dos 215 questionários aplicados.
Quanto ao perfil psicográfico, podemos dizer que, dos entrevistados:
80,46% possuem entre 18 e 25 anos de idade;
58,14% são mulheres e 41,86% homens;
40% possuem renda formal, decorrente de trabalho, estágio ou bolsa
auxílio, enquanto 60% contam com renda informal (mesada);
Quanto aos hábitos, identificamos que, dos entrevistados ,com relação
a:
moradia, 73,49% moram com a família, 9,30% com outros estudantes
em apartamentos alugados e 6,05% em casa de parentes;
refeições, 51,16% se utilizam do restaurante universitário, 25,52%
comem em casa e 15,81% no restaurante a quilo;
transportes, 52,09% utilizam os ônibus como meio de deslocamento
entre residência e faculdade, 21,87% os ônibus e as Barcas e 12,56%
nenhum tipo;
Quanto ao perfil de consumo, os gastos realizados pelos entrevistados
se apresentam da seguinte forma, em relação a:
moradia, 47,44% gastam mensalmente menos de R$ 100,00, 19,06%
de R$ 101,00 a R$ 400,00, 16,74% de R$ 401,00 a R$ 700,00, 8,83%
acima de R$ 1.000,00 e 7,90% de R$ 701 a R$ 1.000,00;
refeições, 41,39% tem uma despesa diária entre R$ 5,00 e R$ 10,00,
37,20% menos de R$ 5,00 e 18,60% entre R$ 10,01 e R$ 20,00;
transportes, 47,90% gastam diariamente entre R$ 5,01 e R$ 10,00,
22,79% entre R$ 10,01 e R$ 20,00 e 21,86% menos de R$ 5,00, sendo
que em relação ao tempo diário gasto, para ida e volta da residência à
faculdade, 42,79% utilizam de uma a duas horas no percurso, 18,60%
mais de meia hora e menos de uma hora e 17,67% menos de meia hora.
Nas perguntas relativas a opções da moradia estudantil, coletamos os
seguintes dados:
quanto ao desejo em relação a utilizar do serviço de moradia
estudantil, 44,19% dos entrevistados se manifestaram interessados na
oferta desde que ela fosse gratuita, 22,32% têm interesse ainda que
tenham que pagar por isso, e 33,49% não têm interesse;
quanto ao tipo de acomodações, 48,44% preferem as individuais e
36,28 concordam com as coletivas para otimização das despesas;
quanto a opção por refeições na moradia, 36,28% preferem a inclusão
no serviço e 11,16% acham que não deve ser oferecida alimentação.
No tocante às facilidades que gostariam de ver contempladas pelo
conjunto da moradia estudantil, as mais citadas foram:
- com relação à unidade habitacional/quarto, ar condicionado, armários,
escrivaninha, internet, televisão, ventilador e geladeira;
- em relação ao conjunto, ou seja, relativas à área comum da edificação,
local para estudo, cozinha, internet, lavanderia, segurança, refeições,
acessibilidade e televisão;
- quanto à vizinhança, supermercado, farmácia, padaria, banco, posto
médico, transporte, restaurante e biblioteca.
Foram ainda apontadas as seguintes facilidades: ver com Cristina
- no quarto:
- na área comum:
- na vizinhança:
Deixamos de computar a quantidade e espécie do curso que freqüentam
os entrevistados, por considerar informação sem relevância para o estudo,
entendido que a pesquisa foi realizada em diferentes campus, abordando,
portanto, pessoas de cursos variados.
3.5.2.2 Análise da pesquisa
O cruzamento dos dados obtidos permite análise do comportamento dos
entrevistados, a partir da decisão de se tornar um estudante da Universidade
Federal Fluminense, enquanto morador à época em outra cidade:
- do total de 215 (duzentos e quinze) alunos pesquisados, quarenta e
quatro (20,46% do total) mudaram-se para a cidade de Niterói, após a
aprovação no exame Vestibular e se considerarmos dos oitenta e nove
residentes na cidade do Rio de Janeiro, apenas um (1,12%); dos cinqüenta e
um de São Gonçalo, cinco (9,80%); e dos setenta e cinco de outras cidades,
vinte e quatro ( 32,00%);
- do total de 215 (duzentos e quinze) alunos pesquisados, quarenta e
oito pessoas (22,33% do total) afirmaram que se candidatariam a uma vaga de
moradia estudantil, mesmo se não fosse gratuita, sendo 33 (trinta e três) entre
os 89 (oitenta e nove) da cidade do Rio de Janeiro (37,07%), 02 (dois) entre os
51 (cinqüenta e um) de São Gonçalo (3,92%), e 13 (treze) de 75 (setenta e
cinco) de outras cidades (17,33%).
- do total de 215 (duzentos e quinze) alunos pesquisados, cento e trinta
e sete (63,72% do total) utilizam mais de uma hora para deslocamento
residência-faculdade, e sessenta e cinco (30,23% do total) tem despesa
mensal com transportes acima de R$ 220,00, o que provavelmente reflete na
pouca disponibilidade de tempo livre para estudo e descanso, com reflexos no
desempenho escolar e na saúde.
- do total de 215 (duzentos e quinze) alunos pesquisados, cento e
cinqüenta e oito (73,48% do total) moram com a família, e cento e vinte e nove
(60% do total) não tem renda formal, sendo mantidos também pela família, o
que indica o perfil majoritário de alunos patrocinados pelos responsáveis.
3.6. Análise da demanda
Para análise da demanda existente para o empreendimento em questão,
há que se considerar como mais relevante o percentual de pessoas que
efetivamente decidiu pela mudança para a cidade de Niterói, procurando
solução para a nova moradia, dentre as ofertadas pelo mercado, e aquele que
se comprometeu com a idéia de desembolso financeiro para a concretização
desse desejo.
Dessa forma, se aplicarmos o percentual de 20,46% de estudantes que
migraram para a cidade de Niterói sobre o total de alunos não residentes em
Niterói (20.621), temos uma demanda estimada por moradia estudantil de 4219
alunos.
Se aplicarmos o percentual de 22,33% de estudantes que concordariam
em pagar pela moradia sobre o mesmo total de alunos não residentes em
Niterói (20621), temos uma demanda estimada de 4604 alunos.
Se sobre o percentual de estudantes que migraram para Niterói,
considerarmos somente os que atualmente fazem despesas com moradia, nos
valores de oferta existentes no mercado, ou seja, a partir de R$ 400,00, (39
pessoas dentre as 44 que migraram – 88,63%), passamos a considerar essa
demanda estimada em 3739 alunos. Se considerarmos a oferta existente no
mercado em valor superior a R$ 700,00 (12 pessoas dentre as 44 que
migraram – 27,27%), passamos a uma demanda estimada de 1150 alunos,
número mais conservador em relação à possibilidade de adequação de custos.
Haveria a considerar a oferta futura que se apresenta, representada pelo
projeto em andamento de alojamento estudantil da universidade, porém, como
em princípio, deve estar destinada a atender pessoas sob anáise de cadastro
sócio-econômico, entendemos que se possa desconsiderar o número previsto
de 350 leitos como demanda atendida.
Há, entretanto necessidade de se estimar a demanda futura, seja pela
perspectiva de crescimento da disponibilidade de vagas em cursos da
universidade, ou pelo poder de atratividade do novo empreendimento no
mercado.
.