crescimento e variação diurna da condutância estomática e ... · ii nilvanda dos santos...

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MINISTERIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA – MCT INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA Crescimento e variação diurna da condutância estomática e taxas fotossintéticas de cinco espécies arbóreas da flora amazônica Nilvanda dos Santos Magalhães Manaus, Amazonas Fevereiro, 2010

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MINISTERIO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA – MCT

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA

PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA

Crescimento e variação diurna da condutância estomática e taxas fotossintéticas de cinco espécies

arbóreas da flora amazônica

Nilvanda dos Santos Magalhães

Manaus, Amazonas

Fevereiro, 2010

Page 2: Crescimento e variação diurna da condutância estomática e ... · ii Nilvanda dos Santos Magalhães Crescimento e variação diurna da condutância estomática e taxas fotossintéticas

ii

Nilvanda dos Santos Magalhães

Crescimento e variação diurna da condutância estomática e taxas fotossintéticas de cinco espécies

arbóreas da flora amazônica

Orientado: Dr. Ricardo Antonio Marenco

Dissertação apresentada ao Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia

como parte dos requisitos para a

obtenção do título de Mestre em

Botânica.

Manaus, Amazonas

Fevereiro, 2010

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Banca examinadora do projeto de dissertação (aula de qualificação): 1. Dr.Antonio Manzi – LBA-INPA – Mudanças climáticas.

2. Dr. Joaquim dos Santos - INPA- CPST - Manejo Florestal.

3. Dr. Kaoru Yuyama – INPA / CPCA- Plantas cultivadas.

Banca examinadora do trabalho de conclusão do curso (defesa oral):

1. Dr. Charles E. Zartaman – INPA - Botânica

2. Dra. Maria Tereza Fernadez Piedade – INPA – Max-Planck- Ecofisilogia vegetal

3. Dr. Joaquim dos Santos - INPA- CPST - Manejo Florestal

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iv

FICHA CATALOGRÁFICA

Sinopse:

Estudou-se o efeito da variação diurna da luminosidade e da

sazonalidade da precipitação no funcionamento dos estômatos, na

taxa fotossintética e no crescimento de arvoretas numa floresta de

terra-firme na Amazônia Central e avaliou-se as variações inter-

específicas nas variáveis estudadas.

Palavras-chave: Características foliares, fotossíntese, sub-bosque,

variação diurna, condutância estomática.

N952

M188 Magalhães, Nilvanda dos Santos Crescimento e variação diurna da condutância estomática e taxas fotossintéticas de cinco espécies arbóreas da flora Amazônica / Nilvanda dos Santos Magalhães. --- Manaus : [s.n.], 2010. 88 f. : il. color. Dissertação (mestrado)-- INPA, Manaus, 2010 Orientador : Ricardo Antonio Marenco Área de concentração : Ciências Biológicas, Agrárias e Humanas 1. Fotossíntese. 2. Características foliares. 3. Sub-bosque. 4. Variação diurna. 5. Condutância estomática. I. Título. CDD 19. ed. 634.95

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v

Aos minha mãe, Nilza dos Santos Magalhães,

Ao meus irmãos Márcio, Marcelo e Silvério,

Pelo amor e incentivo que recebi durante toda vida,

Ao meu esposo Darcy Rodrigues Pimentel e meu filho Dimithris dos S. M. Pimentel

Pelo amor carinho e companheirismo, compreensão e incentivo às minhas conquistas.

Com muito amor.

Dedico

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vi

Agradecimentos

À Deus, pela vida, saúde e por está sempre comigo.

A minha mãe Nilza dos Santos Magalhães e meus irmãos Marcio, Marcelo e Silvério,

que sempre me deram força para que mais esse sonho fosse realizado.

Ao meu esposo Darcy Rodrigues Pimentel e ao meu filho Dimithris dos Santos

Magalhães Pimentel, pelo carinho, companheirismo, compreensão durante toda esta

caminhada. Amo demais vocês.

Ao meu orientador Dr. Ricardo A. Marenco, que é muito mais que um orientador, um

amigo e que jamais deixou de acreditar em mim e me incentivar. Obrigada por tudo, pelos

ensinamentos, pela orientação e troca de experiências profissionais e de vida.

Ao Programa de Pós-graduação em Botânica do Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia –INPA, em especial, a Coordenadora do Programa de Botânica, Dra. Maria Lúcia

Absy, pelo empenho em buscar o melhor para o Curso.

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) pelo auxílio

financeiro (Projeto PIPT-1746/08) e pela concessão de bolsa de mestrado;

Aos Professores Doutores John Evans, João Domingos, Jeffrey Chambers e Lucas

Cernusak pelos valiosos comentários ao plano de trabalho.

Aos Professores Doutores Antonio Manzi, Kaoru Yuyama e Joaquim dos Santos por

aceitarem formar parte da Banca Examinadora (aula de qualificação) e pelos valiosos

comentários e sugestões que enriqueceram ainda mais o projeto de dissertação.

Aos Professores Doutores Maria Tereza F. Piedade, Charles E. Zartaman e Joaquim dos

Santos por aceitarem formar parte da Banca Examinadora (Defesa) e pelos valiosos

comentários e sugestões.

Aos colegas do Laboratório de Ecofisiologia de Árvores: Miguel Branco, Saul

Antezana, José Cintra, Keila Mendes, Helena Nascimento, Simone Verdes, Enedina, Priscila,

pelo apoio, colaboração e amizade.

As secretárias do curso de Botânica, Neide, Giselle e Jéssica pelo carinho e bom

atendimento.

A todos da Secretaria da CPST-INPA, em especial a D. Valdecira, Sr. Alcione (chefe

administrativo), Sr. Jesus e Sr. Geraldo (motoristas) por me ajudarem nesta difícil jornada.

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vii

Aos pesquisadores e amigos: Dra Rosalee C. Netto, Dr. Joaquim Santos, MSc. Luiz

Alberto G. Assis pela atenção, colaboração e apoio logístico oferecido.

À equipe do Laboratório Temático de Solos e Plantas – INPA: Msc. Tânia Pena

Pimentel, Tec. Orlando F.C. Junior, Alexandre, Márcio Correa e Jonas.

Aos professores e alunos do curso de Botânica, que de alguma forma contribuíram

nesses dois anos de curso.

Enfim, a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram direta ou indiretamente

para a realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS ..............................................................................................................ix LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................x RESUMO ................................................................................................................................xiii ABSTRACT ............................................................................................................................xiv 1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................1 2. OBJETIVOS...........................................................................................................................4 2.1. Geral ....................................................................................................................................4 2.2. Específicos...........................................................................................................................4 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...............................................................................................5 3.1. Dinâmica de crescimento em florestas tropicais .................................................................5 3.2. Relações hídricas .................................................................................................................5 3.3. Irradiância............................................................................................................................6 3.4. Area foliar específica e espessura foliar ..............................................................................6 3.5. Nutrientes ............................................................................................................................7 3.6. Efeito da temperatura ..........................................................................................................7 3.7. Fluorescência da clorofila e fotoinibição.............................................................................7 3.8. Clorofilas .............................................................................................................................8 4. MATERIAL E MÉTODOS....................................................................................................9 4.1. Área de estudo .....................................................................................................................9 4.2. Espécies estudadas.............................................................................................................10 4.3. Variáveis estudadas ...........................................................................................................10 4.3.1. Condições ambientais .....................................................................................................10 4.3.2. Crescimento em diâmetro (caule) e altura da planta ......................................................11 4.3.3. Parâmetros das trocas gasosas ........................................................................................11 4.3.4. Índice de área foliar e fração de céu visível ...................................................................14 4.3.5. Área foliar específica e espessura da folha.....................................................................14 4.3.6. Determinação do teor relativo e do teor absoluto de clorofila .......................................14 4.3.7. Teor de nutrientes das folhas ..........................................................................................15 4.3.8. Estudo da fluorescência ..................................................................................................15 4.4. Delineamento experimental e análise estatística ...............................................................16 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................................17 5.1. Condições ambientais ........................................................................................................17 5.2. Taxas de incremento anual em diâmetro e altura ..............................................................19 5.3. Trocas gasosas ...................................................................................................................22 5.3.1. Fotossíntese máxima (Amax) e parâmetros da curva resposta à luz ................................22 5.3.2. Fotossíntese potencial (Apot) e parâmetros da curva resposta ao CO2............................26 5.3.3. Velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (Vc-max) e taxa de transporte de elétrons (Jmax) .........................................................................................................................................29 5.3.4. Efeito do horário do dia nas trocas gasosas....................................................................35 5.3.5 Características fotossintéticas em função da condutância estomática.............................37 5.4. Luminosidade no sub-bosque ............................................................................................38 5.5. Conteúdos de clorofila e nutrientes, área foliar específica, relação Fv/Fm e espessura foliar..................................................................................................................................................44 6. CONCLUSÃO......................................................................................................................57 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................58 8. APÊNDICE A - Símbolos e abreviaturas mais usadas no texto..........................................71 9. APÊNDICE B – Curva resposta à luz em cinco espécies florestais na Amazônia Central. 72 10.APÊNDICE C – Ata da aula de qualicação e defesa oral. ..................................................73 ANEXO (Tabela 1A)................................................................................................................75

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Espécies estudadas com respectivos intervalos de altura e diâmetro das arvoretas no

início do período experimental......................................................................................10

Tabela 2. Médias dos dados climáticos do sub-bosque, observados no período do estudo.....18

Tabela 3. Incremento médio anual em diâmetro (IAD) e altura (IAA) em função da espécie e

da época do ano (seca e chuva).....................................................................................19

Tabela 4. Fotossíntese máxima (Amax), rendimento quântico aparente (Φ), ponto de

compensação à luz (Ic) em função da espécie e da época do ano (seca e chuva) .........24

Tabela 5. Condutância estomática (gs[380] ), parâmetro de convexidade (Θ) e respiração foliar

(Rd) em função da espécie e da época do ano (seca e chuva).......................................25

Tabela 6. Fotossíntese potencial (Apot), condutância estomática (gs[2000]) e ponto de

compensação de CO2 (Γ) em função da espécie e da época do ano (seca e chuva)......28

Tabela 7. Conteúdo de clorofila (a, b e a+b) em função da espécie e da época do ano (seca e

chuva)............................................................................................................................45

Tabela 8. Conteúdo de clorofila a/b, clorofila/carotenóides e no conteúdo de carotenóides em

função da espécie e da época do ano (seca e chuva).....................................................46

Tabela 9. Área foliar específica (AFE) e relação Fv/Fm em função da espécie e da época do

ano (seca e chuva).........................................................................................................48

Tabela 10. Espessura foliar fresca e desidratada em função da espécie e da época do ano (seca

e chuva).........................................................................................................................49

Tabela 11. Conteúdo de nitrogênio (N) e fósforo (P) em função da espécie e da época do ano

(seca e chuva)................................................................................................................52

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x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Localização da área do estudo, Estação Experimental de Silvicultura Tropical........9

Figura 2. Precipitação mensal durante o período de estudo.....................................................17

Figura 3. Relação entre as taxas de incremento mensal em diâmetro (IMD) e altura (IMA)

com a precipitação mensal do período de estudo..........................................................20

Figura 4. Relação entre as taxas de incremento anual em diâmetro (IAD) e diâmetro inicial e

altura inicial e as taxas de incremento anual em altura (IAA) em cinco espécies nativas

da Amazônia.................................................................................................................21

Figura 5. Variação sazonal da fotossíntese saturada por luz (Amax) em cinco espécies

florestais de terra-firme na Amazônia Central..............................................................22

Figura 6. Variação sazonal da fotossíntese (Apot) de cinco espécies florestais de terra-firme na

Amazônia Central.........................................................................................................26

Figura 7. Variação sazonal da velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (Vc-max) e taxa

de transporte de elétrons (Jmax) em cinco espécies florestais da flora amazônica ........29

Figura 8. Taxa de fotossíntese (Apot) em função da concentração de CO2 intercelular (Ci) em

cinco espécies arbóreas da flora amazônica. ...............................................................31

Figura 9. Taxa de transporte de elétrons (Jmax) em função da velocidade máxima de

carboxilação da Rubisco (Vc-max) em cinco espécies florestais da flora

amazônica......................................................................................................................32

Figura 10. Relação entre taxa de fotossíntese (Amax e Apot) em função da velocidade máxima

de carboxilação da Rubisco (Vc-max) e taxa de transporte de elétrons (Jmax) em cinco

espécies florestais da flora amazônica..........................................................................33

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xi

Figura 11. Relação entre a fotossíntese potencial (Apot) com a taxa de incremento anual em

diâmetro (IAD) e altura (IAA) em cinco espécies nativas da Amazônia .....................34

Figura 12. Variação diurna da fotossíntese máxima (Amax), condutância estomática (gs[380]) e

transpiração (E) obtidos com cinco espécies florestais da Amazônia...........................35

Figura 13. Relação entre a condutância estomática (gs) e a fotossiíntese saturada por luz

(Amax), capacidade fotossintética (Apot), a velocidade máxima de carboxilação da

Rubisco (Vc-max) e taxa de transporte de elétrons (Jmax) em cinco espécies florestais da

Amazônia......................................................................................................................37

Figura 14. Relação entre a irradiância média diária no sub-bosque e a fração de céu visível

(FCV), nas épocas de chuva e de seca..........................................................................38

Figura 15. Variação sazonal do índice de área foliar (IAF) e da fração de céu visível (FCV),

nas duas épocas do ano (seca e chuva) de 2008............................................................39

Figura 16. Relação entre o índice de área foliar do dossel (IAF) e a fração de céu visível

(FCV)............................................................................................................................40

Figura 17. Fotossíntese saturada por luz (Amax), capacidade fotossintética (Apot) em função da

irradiância no sub-bosque cinco espécies florestais da Amazônia................................41

Figura 18. Relação entre irradiância no sub-bosque e a velocidade máxima de carboxilação

da Rubisco (Vc-max) e a taxa de transporte de elétrons (Jmax) em cinco espécies

florestais da Amazônia..................................................................................................42

Figura 19. Relação entre as taxas de incremento médio anual em altura (IAA) e diâmetro

(IAD) e a irradiância diária no sub-bosque...................................................................43

Figura 20. Relação entre fotossíntese potencial (Apot), velocidade máxima de carboxilação da

Rubisco (Vc-max), taxa máxima de transporte de elétrons (Jmax) e o conteúdo de

clorofila total.................................................................................................................47

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xii

Figura 21. Relação entre fotossíntese saturada por luz (Amax), fotossíntese potencial (Apot),

velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (Vc-max) e taxa de transporte de

elétrons (Jmax) e a área foliar específica (AFE) em cinco espécies florestais da

Amazônia......................................................................................................................50

Figura 22. Relação entre clorofila total, espessura foliar desidratada (EFD), e a área foliar

específica (AFE) em cinco espécies florestais da Amazônia........................................51

Figura 23. Relação entre fotossíntese saturada por luz (Amax), fotossíntese potencial (Apot),

velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (Vc-max) e taxa máxima de transporte

de elétrons (Jmax) e conteúdo de nitrogênio (N)............................................................53

Figura 24. Relação entre clorofila total, espessura foliar desidratada (EFD) e o conteúdo de

nitrogênio (N)................................................................................................................54

Figura 25. Relação entre o conteúdo de nitrogênio (N) e fósforo (P) e a área foliar específica

(AFE) e em cinco espécies florestais da Amazônia......................................................55

Figura 26. Relação entre fotossíntese potencial (Apot), a taxa máxima de transporte de elétrons

(Jmax), a velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (Vc-max) e o conteúdo de

fósforo (P) em cinco espécies florestais da Amazônia..................................................56

Figura 27. Taxa de fotossíntese (Amax) em função do fluxo de fótons fotossintéticamente

ativos (Q) em cinco espécies arbóreas da flora amazônica ..........................................72

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RESUMO

Os objetivos deste trabalho foram determinar o efeito da variação diurna no ambiente físico e a sazonalidade da precipitação no funcionamento dos estômatos, na taxa fotossintética e no crescimento de arvoretas numa floresta de terra-firme na Amazônia Central e avaliar as variações inter-específicas nas variáveis estudadas. O estudo foi realizado na Estação Experimental de Silvicultura Tropical (Núcleo ZF-2) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. Foram utilizadas cinco espécies arbóreas, na fase juvenil, com até 3 m de altura. As trocas gasosas foram mensuradas com um sistema portátil de trocas gasosas utilizando-se duas folhas por planta e três plantas por espécie. Os dados de crescimento (altura e diâmetro) foram coletados nos anos de 2007 a 2009 e as demais variáveis foram coletadas nas épocas de seca e chuva de 2008. A fotossíntese saturada por luz (Amax) e a fotossíntese potencial da folha (Apot) foram medidas com luz saturante e concentração de CO2 em 380 µmol mol-1 e 2000 µmol mol-1, respectivamente, em folhas com bom aspecto fitosanitário e totalmente expandidas. O efeito do horário do dia no movimento estomático e nas taxas fotossintéticas (Amax) foi avaliado mediante a coleta de dados entre 06:00 e 18:00 h. Foi também determinado os conteúdos de clorofila e de nutrientes. A fotossíntese máxima (Amax), a condutância estomática (gs) e a transpiração (E) apresentaram forte variação diurna, com valores máximos observados entre 09:00 e 14:00 h. Não houve efeito da época do ano (seca e chuva) nos valores de incremento anual em diâmetro (IAD) e incremento anual em altura (IAA), fotossíntese saturada por luz (Amax) e CO2 (Apot), velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (Vc-max), taxa máxima de regeneração da ribulose bisfosfato, (Jmax) e nos teores de clorofila e nutrientes, espessura da folha, fluorescênca da clorofila (Fv/Fm) e área foliar específica (AFE). Todavia, observou-se diferença significativa (p ≤ 0,05) entre as espécies nas características anatômicas e fotossintéticas. Espessura foliar, Amax, Apot, Vc-max e Jmax foram maiores em Simarouba amara. O incremento anual em diâmetro oscilou entre 0,19 à 0,80 mm ano-1 e o incremento anual em altura variou de 0,01 à 0,10 m ano-1. A luminosidade do sub-bosque teve efeito positivo (p ≤ 0,05) em IAD, Amax, Apot, Vc-max, Jmax. Concluiu-se que a falta de efeito da época do ano (seca e chuva) na capacidade fotossintética e anatômica nas espécies estudadas pode ser devido ao fato de que durante o período estudado a estação seca não foi tão forte a ponto de reduzir a umidade do solo a níveis que poderiam afetar negativamente a assimilação de carbono e de outras características foliares nas espécies examinadas. A variações na luminosidade do sub-bosque parece influenciar significativamente o crescimento das plantas e a fisiologia foliar. Finalmente, o horário do dia influencia significativamente as taxas fotossintéticas e a condutância estomática nas espécies estudadas.

Palavras-chave: Amazônia Central, características foliares, fotossíntese, sazonalidade da precipitação, crescimento de arvoretas, luminosidade no sub-bosque.

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xiv

ABSTRACT

The aims of this study were to determine the effect of diurnal variation in the physical environment and rainfall seasonality on stomatal functioning, photosynthetic rates and sapling growth in a terra-firme rainforest in Central Amazonia, and to assess inter-specific variations in studied variables. The study was conducted at the Tropical Forest Experimental Station (ZF-2 reserve) of the National Institute for Research in the Amazon. I used saplings of five tree species, up to 3 m high. Gas exchanges were measured with a portable gas exchange system using two leaves per plant and three plants per species. Growth data (height and diameter) were collected between 2007 and 2009, whereas the other variables were collected in the dry and rainy season of 2008. Light-saturated (Amax) was measured in healthy and fully expanded leaves under saturating light and a CO2 concentration of 380 µmol mol-1. Whereas potential photosynthesis (Apot) was measured under saturating light and a [CO2] of 2000 µmol mol-1 in the same leaves used for determining Amax. The effect of time of day on stomatal movement and Amax was assessed by collecting data between 06:00 and 18:00 h. I also determined chlorophyll and nutrient content of leaves. Amax, stomatal conductance (gs) and transpiration (E) showed strong diurnal variation, with maximum values observed between 09:00 and 14:00 h. There was no effect of rainfall seasonality (dry and wet period) on the annual increment in diameter (IAD) and height (IAA) of saplings, Amax, Apot, maximum carboxylation velocity of Rubisco (Vc-max), maximum rate of ribulose bisphosphate regeneration (Jmax), chlorophyll and nutrient content of leaves, leaf thickness, chlorophyll fluorescence (Fv/Fm), and specific leaf area (SLA). However, there was a significant difference (p ≤ 0.05) among species on anatomical and photosynthetic traits. Leaf thickness and Amax, Apot, Vc-max and Jmax were higher in Simarouba amara. The annual increment in diameter ranged between 0.19 and 0.80 mm year-1 and the annual increment in height oscillated from 0.01 to 0.10 m year-1. Understory illumination had a positive effect (p ≤ 0.05) on IAD, Amax, Apot, Vc-max, and Jmax. It was concluded that the lack of an effect of rainfall seasonality on anatomical and photosynthetic traits of studied species may be due to the fact that during the studied period the dry season was not so strong as to reduce soil moisture to levels that could negatively affect carbon assimilation and other leaf traits of examined species. Variation in understory irradiance seems to significantly influence sapling growth and leaf physiology. Finally, the time of day significantly influences photosynthetic rates and stomatal conductance in saplings of studied species. Key words: Central Amazonia, leaf characteristics, photosynthesis, rainfall seasonality, sapling growth, understory illumination.

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1

1. INTRODUÇÃO

A vegetação e o clima coexistem em um equilíbrio dinâmico, que pode ser alterado

por pertubações diversas como desflorestamento, agricultura, pecuária intensiva, urbanização,

emissão de combustíveis fósseis e outras emissões químicas que modificam a atmosfera

enriquecendo-a com os gases do efeito estufa (Körner, 2003). Dentre estes gases, a principal

mudança ocorre na concentração do CO2. Desde o início da era industrial, a concentração

deste gás aumentou de 280 para 380 µmol mol-1, e as previsões antecipam que sua

concentração irá dobrar até a metade do século XXI (Prentice, 2001).

Na Amazônia Central pouco se sabe sobre o potencial efeito da alta concentração de

CO2 na assimilação de carbono de espécies de árvores no sub-bosque da floresta. Todavia,

tem sido amplamente discutida a relação positiva entre aumentos na concentração de CO2 na

atmosfera e aumentos nas taxas fotossintéticas e taxa de crescimento das plantas. O

crescimento dos vegetais depende da atividade fotossintética, por sua vez a eficiência

fotossintética das plantas depende das condições abióticas (luz, temperatura, disponibilidade

de CO2, água e disponibilidade de nutrientes), além de estar associada às características

intrínsecas das plantas (Lee et al., 1996; Stuefer & Huber, 1998; Dewar et al., 1998;

Thornley, 1998). Sob esta óptica, se torna imperativo entender os processos responsáveis pela

captação do CO2 atmosférico e sua fixação na matéria orgânica, bem como os processos

responsáveis pelo acúmulo de biomassa nas plantas (que servem como estoques temporários

de carbono).

A fotossíntese é um dos principais processos que atenuam o impacto do dióxido de

carbono na atmosfera, pois ao converter o CO2 da atmosfera em carbono orgânico, a

fotossintese liga diretamente a biosfera com a atmosfera, e também liga o funcionamento das

plantas com as mudanças globais. Contudo, não se sabe ainda o quanto as mudanças

ambientais podem influenciar na capacidade fotossintética das plantas principalmente quanto

variações no regime luminoso, disponibilidade de água e de nutrientes.

A disponibilidade de luz é provavelmente o fator ambiental mais importante que afeta

o estabelecimento, o crescimento e a sobrevivência das plantas (Pooter, 2001). Os vários

estratos encontrados nas florestas tropicais, bem como os distúrbios provocados pela abertura

e fechamento de clareiras ocasionam a formação de vários gradientes de luminosidade, os

quais impõem o desenvolvimento de diferentes estratégias para a captação e otimização deste

recurso (Corrêa, 2004), como variações na estrutura foliar (Vogelmann et al., 1996; Givnish,

1988), haja vista ser este o órgão da planta que mais responde anatomicamente às variações

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lumínicas de um determinado habitat (Dickison, 2000). Dessa forma, modificações nos níveis

de luminosidade à qual uma espécie está adaptada podem condicionar diferentes respostas

fisiológicas em suas características bioquímicas, anatômicas e de crescimento (Atroch et al.,

2001).

Variações no regime luminoso durante o crescimento normalmente levam a diferenças

nas taxas de fotossíntese (A), em razão das diferenças na velocidade máxima de carboxilação

da rubisco (Vc-max) e na taxa máxima de regeneração da ribulose bisfosfato, RuBP (Jmax),

dependente do transporte de elétrons, bem como das diferenças nas taxas de difusão de CO2

para os cloroplastos (Bjorkman, 1981). Segundo Farquhar et al., (1980), o valor de A

representa o valor mínimo de dois fatores limitantes: a atividade da rubisco (Ac) e a taxa de

regeneração da RuBp (Aj) . Isto é, A = min { Ac, Aj}- Rd em que Rd indica a taxa de respiração

da folha na presença de luz.

A resposta da fotossíntese à irradiância é comumente descrita por uma hipérbole não

retangular que inclui os parâmetros teta (Θ) e fi (Φ), em que teta (Θ) representa a

convexidade da curva e fi (Φ) o rendimento quântico máximo (Ogren, 1993). Em condições

naturais, A é geralmente limitada pela luz, por isso Φ e Θ são parâmetros importantes. Em

plantas C3 em concentração de CO2 ambiente, Φ é uma função dessa concentração nos

espaços intercelulares (Ci) e pode ser diminuído pela alta irradiância devido à fotoinibição.

Em alta irradiância as folhas absorvem mais energia radiante do que a capacidade de

processamento do aparato fotossintético, podendo o excesso de energia radiante levar a

fotoinibição da fotossíntese, ou seja, redução nos valores de Φ (Choudhury & Behera, 2001;

Demmig-Adams & Adams, 2006). A irradiância excessiva, estresse hídrico e aumentos na

temperatura (aumento na fotorrespiração) podem também levar a decréscimos em Φ.

Além da luminosidade existem outros fatores que induzem a planta a criar estratégias

para a sua sobrevivência, entre eles a exigência de nutrientes e a disponibilidade hídrica. Para

as florestas tropicais são poucos os estudos que investigam a concentração de nutrientes

foliares. A análise de nutrientes foliares tem-se mostrado bom indicador do estresse

nutricional de várias espécies, especialmente por comparação de plantas com pouco e ótimo

suprimento de nutrientes (Malavolta, 1980). A concentração de nutrientes foliares varia de

acordo com a sazonalidade e com a idade da folha (Sobrado & Medina, 1980; Marin &

Medina, 1981), com a luz disponível (Drechsel & Zech, 1991), lixiviação (Waring &

Schlesinger, 1985; Marschner, 1986) e com o tipo de solo florestal (Vitousek & Stanford,

1986; Thompson et al., 1992). Em alguns ecossistemas florestais as folhas jovens tendem a ter

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3

maiores concentrações de N, P e K. À medida que as folhas envelhecem, ocorre diminuição

destes nutrientes, enquanto as concentrações de Ca, Mg e Fe aumentam, em função dos

processos de translocação dos nutrientes e do acúmulo dos produtos fotossintéticos na folha

(Binkley, 1986; Marin & Medina, 1981).

O regime hídrico também pode afetar a taxa de crescimento e as oscilações em

diâmetro da planta ao longo do ano. As variações no teor de água da planta podem afetar o

diâmetro das árvores ao alterar a hidratação da madeira ou do súber (Simonneau et al., 1993).

Além disso, a baixa umidade no solo leva à diminuição gradual da fotossíntese pela maior

resistência à fixação do CO2 em decorrência do fechamento dos estômatos (Marenco &

Lopes, 2009).

Os estômatos são constituídos por duas células-guarda. Isto é, o poro estomático está

situados entre essas duas células especializadas, as quais controlam a abertura e fechamento

do mesmo. Os estômatos são regulados por estímulos que maximizam a absorção de CO2 e

minimizam as perdas de vapor de água pela transpiração, em um processo de interação entre

diversos fatores endógenos e exógenos. Podem responder de uma forma rápida aos estímulos

do meio, sendo um mecanismo de controle das interações entre a planta e o meio ambiente

(Assmann, 1993). Quando o potencial hídrico foliar diminui, os estômatos se fecham mesmo

em condições ótimas de luz, temperatura e CO2. Portanto, o movimento estomático é baseado

na turgescência das células-guarda. Os estômatos permanecem abertos em folhas com baixo

nível de estresse hídrico e se fecham com um moderado ou severo déficit hídrico, podendo

abrir-se quando for restituído o fluxo de água da folha (Larcher, 2000).

Poucos estudos têm sido feitos para caracterizar o funcionamento dos estômatos ao

longo do dia em árvores da Amazônia (Costa & Marenco, 2007). A maioria dos trabalhos

efetuados com árvores tropicais têm avaliado o desempenho estomático e fotossíntetico em

condições estáticas, ou seja, com mensurações realizadas em determinados horários durante o

dia, fornecendo pouca informação sobre como estes dois parâmetros (gs, Amax) se relacionam

com variáveis ambientais (irradiância, temperatura, velocidade do ar).

Assim sendo, os objetivos desta pesquisa foram determinar o efeito da variação diurna

no ambiente físico e a sazonalidade da precipitação no funcionamento dos estômatos, na taxa

fotossintética e no crescimento de arvoretas numa floresta de terra-firme na Amazônia Central

e avaliar as variações inter-específicas nas variáveis estudadas. Neste estudo, considerou-se a

premissa que a sazonalidade da precipitação e da luminosidade têm influencia direta nas

trocas gasosas e que espécies do mesmo grupo sucessional e até ecótipos da mesma espécie

reagem de igual forma às alterações na irradiância do entorno.

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2. OBJETIVOS

2.1. Geral

Os objetivos deste trabalho foram determinar o efeito da variação diurna no ambiente

físico e a sazonalidade da precipitação no funcionamento dos estômatos, na taxa fotossintética

e no crescimento de arvoretas numa floresta de terra-firme na Amazônia Central e avaliar as

variações inter-específicas nas variáveis estudadas.

2.2. Específicos

Determinar o efeito do horário do dia nos parâmetros de trocas gasosas, bem como

determinar a relação entre fotossíntese e condutância estomática (A/gs);

Determinar o efeito da variação inter-específica nas características fotossintéticas de

arvoretas em uma floresta de terra-firme na Amazônia Central;

Determinar o efeito da sazonalidade da precipitação nas características fotossintéticas

de arvoretas em uma floresta de terra-firme na Amazônia Central;

Determinar o efeito da sazonalidade da precipitação no incremento em altura e

diâmetro das arvoretas durante o intervalo de dois anos;

Determinar o efeito da luminosidade disponível no sub-bosque no incremento em

diâmetro e altura das arvoretas;

Determinar o efeito da capacidade fotossintética da folha no incremento em diâmetro e

altura das arvoretas;

Determinar a relação entre os teores de clorofila, nitrogênio, fósforo, área foliar

específica, fração de céu visível (FCV) e as taxas de fotossíntese, Vc-max e Jmax da

folha.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Dinâmica de crescimento em florestas tropicais

O crescimento da planta é o resultado da diferença entre os ganhos de carbono, via

fotossíntese, e as perdas de carbono (por respiração, liberação de compostos carbonados

voláteis, produção de exsudatos). Na Amazônia Central as árvores apresentam um

crescimento mais lento do que em outras florestas tropicais, variando o crescimento em

diâmetro entre 1 e 2 mm por ano (Vieira et al., 2005). Árvores na fase juvenil, por outro lado,

crescem a taxas ainda menores do que árvores adultas, assim, árvores jovens podem levar até

150 anos para atingir o dossel da floresta (Clark & Clark, 1992). Mudanças nas taxas de

acumulação de carbono das árvores tropicais podem ocorrer por variações no ambiente físico

(Clark & Clark, 1994), dentre os quais podemos mencionar a disponibilidade de luz (Chazdon

& Fetcher, 1984), disponibilidade de água (Lewis et al., 2004) e provavelmente pode também

ser limitado pela quantidade de CO2 disponível na atmosfera (Lloyd & Farquhar, 2008).

A mensuração do crescimento das plantas é importante por que: primeiro, o

crescimento da planta integra efeitos ambientais nos processos fisiológicos primários

(fotossíntese e respiração); segundo, muitos estudos têm mostrado que parâmetros, tais como

sobrevivência, capacidade competitiva e reprodução, são fortemente correlacionados com

tamanho da planta (Fetcher et al., 1994).

3.2. Relações hídricas

A água é um componente essencial na reação fotossintética. Escassez de água ou seca

extrema na atmosfera e no solo criam um estresse hídrico que afeta a eficiência da reação

fotossintética na planta. O estresse de umidade afeta a fotossíntese através de um grande

número de mecanismos: por afetar o nível dos metabólicos intermediários, por inibir o

sistema de transporte de elétrons fotossintéticos, por causar fechamento dos estômatos e por

alterar a taxa de respiração.

Uma influência direta da disponibilidade de água na fotossíntese é através do impacto

sobre a abertura estomatal (Marenco & Lopes, 2009). Como os estômatos fecham em resposta

ao estresse, a resistência para a difusão do CO2 dentro das folhas aumenta. Assim, quando o

estresse de umidade do solo aumenta a taxa fotossintética ótima é atingida em irradiâncias

mais baixas; no entanto, quando o estresse de umidade do solo é baixo e com pouca demanda

evaporativa da atmosfera a fotossíntese continua a aumentar mesmo em altas irradiâncias.

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Baixa umidade do ar reduz a fotossíntese, provavelmente devido à indução de rápida

evaporação que reduz o turgor nas células guarda causando o fechamento dos estômatos.

3.3. Irradiância

A luz é um dos fatores ambientais que mais limita o crescimento, a sobrevivência e a

reprodução das plantas. No entanto, nem toda a radiação fotossinteticamente ativa (RFA), que

compreende comprimento de onda de 400 a 700 nm, incidente no dossel da floresta é

interceptada ou absorvida pelas folhas, pois ao atingir a lâmina foliar uma fração é refletida

para a atmosfera e outra é transmitida, dependendo de fatores da planta e do ambiente. A

radiação que será absorvida pela planta é determinada pelo índice de área foliar (IAF). O IAF

é definido como a área foliar do dossel integrada por unidade de superfície projetada no solo,

m2/m2 (Watson, 1947) e está relacionado com a interceptação da água no dossel, trocas

gasosas e a radiação no sub-bosque da floresta.

Do ponto de vista fotossintético, as respostas da planta a variações na irradiância

ocorrem muito rapidamente. A fotossíntese (A) aumenta com a irradiância até atingir o ponto

de saturação por luz (Is), em que o aumento na luminosidade não causa aumento na taxa de

fotossíntese. Entre a irradiância de saturação (Is) e a escuridão, está a irradiância de

compensação (Ic) fase em que a fotossíntese bruta apenas compensa as perdas de CO2 por

respiração, sendo a fotossíntese líquida igual à zero. A irradiância de compensação varia de

acordo com a espécie, com as condições ambientais e com a densidade de fluxo de luz durante

o crescimento da planta, concentração de CO2 e a temperatura (Boardman, 1977).

3.4. Area foliar específica e espessura foliar

A área foliar específica é importante para avaliação de trocas gasosas com a atmosfera.

Estudos mostram que geralmente a área foliar específica (AFE) responde de forma variada às

condições ambientais; porém, há um padrão similar encontrado na maioria dos estudos, em

que a AFE é influenciada principalmente pela disponibilidade de luz no ambiente (Poorter,

1999). Alguns trabalhos têm mostrado que em baixa luminosidade a espessura da folha tende

a diminuir enquanto que a área foliar tende a aumentar, como uma estratégia para assegurar

de maneira mais eficiente a captura de luz em baixas intensidades luminosas (Dale, 1988;

Jones & McLeod, 1990).

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7

3.5. Nutrientes

A baixa disponibilidade de alguns nutrientes, como N e P, assim como as adaptações

das plantas a estes baixos níveis têm recebido especial atenção, principalmente nos trópicos

(Chapin III, 1980; Jordan, 1985; Medina et al., 1990; Drechsel & Zech, 1991; Bergmann et

al., 1994; Turner et al., 1995; Kapelle & Leal, 1996; Aerts & Chapin III, 2000). A

disponibilidade de nutrientes minerais influencia indiretamente a fotossíntese através do seu

efeito no crescimento da planta. Um suprimento inadequado de nutrientes minerais (N, Mg,

Fe) produz redução no teor de clorofila, manifestada por uma clorose foliar cuja intensidade

depende do grau de deficiência e da mobilidade do elemento na planta. Assim, a clorose pode

aparecer nas folhas mais velhas quando o íon carente é móvel (N, K, Mg), ou nas novas se ele

é pouco móvel (Fe, Mn, Zn) (Epstein, 1972).

3.6. Efeito da temperatura

Os efeitos da temperatura nos processo fisiológicos da planta podem ser classificados

em efeitos diretos, ocorrendo nos processos fotossintéticos (Berry & Bjorkman, 1980), e

indiretos, alterando o funcionamento dos estômatos. Altas temperaturas podem levar ao

fechamento dos estômatos, ao provocar aumentos na concentração de CO2 na câmara

subestomática, seja por aumento na respiração ou pela redução na atividade fotossintética

(Salisbury & Ross, 1992). No entanto, os efeitos da temperatura na fotossíntese dependem

principalmente da espécie e das condições ambientais durante o crescimento da planta,

havendo, portanto, uma ampla variação na temperatura ótima de diferentes grupos de plantas

(Feller et al., 1998; Marenco & Lopes, 2009).

3.7. Fluorescência da clorofila e fotoinibição

A fluorescência é, no entendimento físico, a re-emissão de fótons em um comprimento

de onda maior daquele que incidiu na folha, podendo dissipar entre 1 a 3% da energia

recebida pela planta (Muller et al., 2001). Assim, a intensidade da fluorescência pode ser

determinada expondo a folha a um determinado comprimento de onda e medindo a

quantidade de luz re-emitida em um comprimento de onda maior. Alguns parâmetros são

importantes na medição da fluorescência, a fluorescência máxima (Fm), a fluorescência

mínima (F0) e a relação Fv/Fm. O rendimento quântico máximo do fotossistema II pode ser

obtido ao se determinar a razão entre a fluorescência variável e a fluorescência máxima,

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representada por Fv /Fm, enquanto que os valores de F0 parecem ser muito úteis para se inferir

sobre a ocorrência de fotoinibição crônica ou dinâmica (Dias & Marenco, 2006). A

fotoinibição é um estado de stress fisiológico que ocorre em todos os organismos

fotossintetizantes que liberam oxigênio quando expostos à luz. Segundo Long et al. (1994) a

fotoinibição é a redução da fotossíntese lentamente reversível que após uma exposição

prolongada a luz pode levar a redução da fotossíntese máxima A fotoinibição pode ser

exacerbada via redução da capacidade fotossintética induzida por estresses ambientais, tais

como alta temperatura da folha e déficit hídrico, sendo que nos trópicos, a luz do sol pode

aumentar a temperatura da folha acima de 40 ºC. Adicionalmente, danos causados pela alta

temperatura no FSII podem ser inferidos a partir da medição do valor de F0 (Kitao et al.,

2000). Dependendo do tempo que uma planta leva para se recuperar da fotoinibição, esta pode

ser dinâmica (a planta se recupera do estresse radiativo durante a noite) ou crônica, a planta

leva vários dias para se recuperar do estresse fotoinibitório em condições de baixa

luminosidade (Castro et al., 1995).

3.8. Clorofilas

As clorofilas são responsáveis pela captura da radiação luminosa, que finalmente leva

a formação de ATP e NADPH e por essa razão são estreitamente relacionadas com a

eficiência fotossintética das plantas e consequentemente, ao crescimento e a adaptabilidade a

diversos ambientes (Almeida et al., 2004).

Presentes nos vegetais superiores sob as formas a e b, as clorofilas são

constantemente sintetizadas e destruídas, em processos influenciados por fatores internos e

externos as plantas. Entre os fatores externos, os nutrientes minerais se destacam, por

integrarem a estrutura molecular das plantas, como também por atuarem em alguma etapa das

reações que levam à síntese desses pigmentos.

As concentrações de clorofilas podem variar com o ambiente luminoso em que a

planta está adaptada. Em condições de baixa luminosidade (plantas de sombra) apresentam

maior concentração de clorofila por unidade de área do que folhas de sol (Boardmann, 1977,

Oguchi et al., 2005). Assim, uma planta com alto conteúdo de clorofila é potencialmente

capaz de atingir taxas fotossintéticas mais altas (Chappelle & Kim, 1992).

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1. Área de estudo

O estudo foi realizado na Estação Experimental de Silvicultura Tropical (Núcleo ZF2),

área de Pesquisa da Coordenação de Pesquisa em Silvicultura Tropical (CPST) do Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), localizada à 60 km a noroeste de Manaus (02º

36’ 21” Sul, 60º 08’ 11” Oeste) (Figura 1).

Figura 1. Localização da área do estudo (Estação Experimental de Silvicultura Tropical –

Núcleo ZF-2 (02º 36’ 21” Sul, 60º 08’ 11” Oeste).

A região apresenta características de clima equatorial úmido, com duas épocas do ano

distintas: uma com precipitação elevada (de outubro a junho) e outra com baixa precipitação

(50 a 100 mm de chuva por mês – denominada estação seca) de julho a setembro. A

temperatura média anual é de 26,7 ºC, apresentando valores médios para as máximas e

mínimas de 31,2 ºC e 23,5 ºC, respectivamente. A precipitação anual é de 2.240 mm (Instituto

Nacional de Metereologia, INMET, média de 1961 a 1990) e a umidade relativa apresenta

uma média anual de 84%, variando de 77% a 88%. A vegetação da região é constituída por

uma floresta densa de terra firme (Higuchi et al., 1997) e os solos são classificados como

latossolos, com baixa fertilidade e alta acidez (Ferraz et al., 1998).

Área do estudo Torre

INPA-V8 Manaus

60 km

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4.2. Espécies estudadas

No estudo foram selecionadas cinco espécies de plantas de importância econômica e

ecológica na fase juvenil (Tabela 1), com até três metros de altura. As repetições foram

formadas por três arvoretas por espécie, estando cada amostra em diferentes microambientes

dispersos ao longo das trilhas. Nestas espécies os dados de crescimento de árvores foram

coletados nos anos 2007 a 2009, e os parâmetros de trocas gasosas e características

anatômicas foram coletados na época de seca e chuva, tendo como referência os meses de

agosto e dezembro de 2008.

Tabela 1. Espécies estudadas com respectivos intervalos de altura e diâmetro das arvoretas no

início do período experimental (janeiro de 2007).

4.3. Variáveis estudadas

4.3.1. Condições ambientais

Foram realizadas coletas de dados de irradiância, temperatura e umidade do ar

utilizando sensores específicos conectados a um datalogger (Li-1400, Li-Cor, NE, EUA)

adicionalmente foi medida a precipitação com um pluviômetro convencional instalados em

uma torre de observação a 40 metros de altura, a 3,3 km da área do estudo. Instalou-se

equipamento similar (medidor de irradiância, temperatura e umidade) na área do estudo. As

coletas dos dados climáticos foram realizadas a uma freqüência semanal. A irradiancia do

sub-bosque foi estimada multiplicando-se a média de irradiância total (acima do dossel) pela

fração de céu visível do microsítio de cada arvoreta. Para os meses que não foram realizadas

as coletas de precipitação, devido a problemas técnicos, utilizou-se dados da CEPLAC

(Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira, 02° 33´ 45” S, 60° 01´57” O), sendo a

estação metereológica mais próxima da área do estudo. Nas épocas de seca e chuva foi

Espécies Família Altura Inicial (m)

Diâmetro inicial (mm)

1-Minquartia guianensis Olacaceae 0,92 a 1,57 4,33 a 9,49

2-Guateria olivacea Annonaceae 1,04 a 1,51 6,61 a 8,33

3-Rinorea guianensis Violaceae 0,92 a 1,45 5,35 a 13,0

4-Simarouba amara Simaroubaceae 0,87 a 1,00 6,69 a 8,42

5-Duroia saccifera Rubiaceae 0,79 a 2,37 5,15 a 14,0

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também determinada a umidade do solo gravimetricamente como a relação: (Su – Sc)/Su, em

que Su e Sc representam à massa do solo úmido e seco, respectivamente.

4.3.2. Crescimento em diâmetro (caule) e altura da planta

As coletas dos dados em diâmetro e altura foram realizadas mensalmente. Para o

diâmetro, as medidas foram realizadas a uma altura de 50 cm acima do nível do solo, nos

sentidos norte-sul e leste-oeste, para obtenção do valor médio do diâmetro do caule, com

auxílio de um paquímetro digital (precisão de 0,01 mm). A altura foi medida utilizando-se

uma trena com precisão de 1 mm. As taxas de incremento médio anual e mensal em diâmetro

e altura foram determinadas utilizando as seguintes equações:

IMD = (D1 – D0)/t Equação (1)

IAD = (D1 – D0)/t Equação (2)

Onde, IMD, incremento mensal em diâmetro (mm); IAD, incremento anual em

diâmetro (mm), D1, corresponde ao diâmetro final, D0 diâmetro inicial; t, corresponde ao

tempo em meses (Equação 1) ou anos (Equação 2).

IMA = (A1 – A0)/t Equação (3)

IAA = (A1 – A0)/t Equação (4)

Em que, IMA, incremento mensal em altura (m); IAA, incremento anual em altura

(m); A1, corresponde a altura final; A0, diâmetro inicial, dividido pelo tempo (t, em meses

para Equação 3 ou anos para Equação 4).

4.3.3. Parâmetros das trocas gasosas

Para a realização das medições de trocas gasosas (taxa de assimilação de CO2 ,

transpiração e condutância estomática) foi utilizado medidor de fotossíntese (LI-6400, Li-Cor,

Lincoln, EUA), com controle independente de luz (Li-6400-02B) e CO2 (6400-01). Antes das

coletas destrutivas foram realizadas curvas da taxa de assimilação líquida de CO2 (A) em

função do fluxo de fótons fotossinteticamente ativos (curvas resposta à luz) e em função da

concentração de CO2 (curvas resposta ao CO2) na mesma folha. As medições de trocas

gasosas foram realizadas em três plantas por espécie e duas a quatro folhas por planta com

bom aspecto fitossanitário e totalmente expandidas.

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Antes da construção das curvas resposta à luz [curva A(Q)] e ao CO2 [curva A(Ci)] e

medição dos outros parâmetros fotossintéticos, foi medido a condutância estomática (gs) entre

07:00 e 18:00 h, em duas folhas por planta, para verificar os horários do dia nos quais gs

permanece relativamente estável. A condutância estomática foi determinada em [CO2]

ambiente (gs[380]) e em [CO2] saturante (gs[2000]). Depois de efetuadas essas medições (gs ao

longo do dia) foram coletados os dados referentes às características fotossintéticas da folha,

naqueles horários do dia de maior estabilidade da condutância estomática. Todas as medições

de trocas gasosas foram efetuadas com valores altos de condutância da camada limítrofe (gbl)

de 1,42 mol m-2 s-1.

As curvas resposta à luz [curva A(Q)] foram construídas a uma concentração de CO2

de 380 μmol mol-1. Os valores A foram registrados em valores de fluxo de fótons (Q) de 2000,

1500, 1000, 500, 250, 100, 50 e 0 μmol m-2 s-1(ver exemplo no Apêndice B). A partir da curva

A(Q) foram determinados a fotossíntese saturada por luz (Amax), Φ, Θ e Ic.

As curvas resposta ao CO2 [curva A(Ci)] foram geradas conforme descrito por Long &

Bernacchi (2003), intensidades de CO2 de 380, 250, 200, 150, 100, 50, 0, 380, 450, 550, 650,

800, 1000 e 2000 μmol mol-1, com fluxo de fóton de 1000 μmol m-2 s-1. Dados da curva A(Ci)

foram utilizados para determinar fotossíntese saturada por luz e [CO2] (Apot), Vc-max, Jmax e a

concentração de CO2 de compensação (Γ).

Para ajustar os dados obtidos das curvas resposta à luz [curva A(Q)] foi utilizada a

equação da hipérbole não retangular;

(ΘAg²-(ΦQ + Agmax)A+ ΦQAgmax = 0) Equação (5)

Nesta equação, Ag representa a fotossíntese bruta (Ag = A – Rd). A equação 5 é uma

quadrática de segunda ordem da forma: y = ax2 + bx + c = 0, que pode ser resolvida para;

x = [-b ± (b2 – 4ac)0,5]/2a Equação (6)

Os coeficientes, a, b e c da equação (6), representam: teta (Θ), (ΦQ + Agmax) e

ΦQAgmax, respectivamente. Substituindo na equação 6 temos:

A ={[(ΦQ +Amax+ Rd) – ((ΦQ+ Amax + Rd)2 - 4ΦQΘ( Amax+ Rd))0,5]/2Θ} – Rd Equação (7)

Onde A é a taxa de fotossíntese líquida (µmol (CO2) m-2 s-1); Φ, declividade inicial ou

rendimento quântico aparente (mol (CO2) mol fótons-1); Θ, parâmetro de convexidade que

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descreve grau de curvatura na curva de luz (sem dimensões); Q, fluxo de fótons na folha

(µmol (fótons) m-2 s-1); Amax, taxas de fotossíntese saturada por luz, Rd a taxa de respiração no

escuro (µmol (CO2) m-2 s-1).

A convexidade (Θ) foi calculada seguindo a metodologia de Magalhães et al. (2009).

A irradiância de compensação (Ic) foi calculado dividindo-se a respiração no escuro (Rd) pelo

rendimento quântico (Φ), (i. e, Ic = Rd/Φ), determinados com o intercepto (valor de “A”

quando “Q” é zero) do segmento linear da curva A(Q) (Villar et al., 1994).

As taxas de fotossíntese em função da atividade da rubisco (Ac) e da taxa de transporte

de elétrons (Aj) foram estimadas conforme a seguir (Farquhar et al., 1980):

Ac = [Vcmax (Ci -Γ*)]/[Ci + Kc(1+ O/Ko)] Equação (8)

Aj = [Jmax (Ci -Γ*)]/([4Ci + 8Γ*)] Equação (9)

Em que: Γ* é a concentração de CO2 de compensação na ausência de respiração e na

presença de luz; Kc e Ko representam as constantes de Michaelis-Mentem da Rubisco para

CO2 e O2, respectivamente e O representa a concentração de oxigênio nos espaços

intercelulares.

O valor do ponto de compensação de CO2 ausência de respiração e na presença de luz

(Γ*) foi de 36,9 µmol. mol-1 a 25º

C, corrigido para temperatura conforme Brooks & Farquhar

(1985):

Γ* = 36,9 + 1,88(T -25) + 0,036(T -25)2 Equação (10)

Os valores das constantes cinéticas da reação de carboxilação (Kc) e da reação de

oxigenação (Ko) da enzima Rubisco utilizados foram: Kc 404 µmol(CO2)mol-1, Ko

248

mmol(O2)mol-1 a 25º C (Caemmerer, 2000). Para corrigir as constantes cinéticas em função da

temperatura medida na folha em graus Celsius (T) foi utilizada a equação de Arrhenius:

Kc (T) = Kc 25 e (59400 (T - 25) / (8,314 * 298,15 * (T + 273,15))) Equação (11)

Ko (T ) = Ko 25 e (36000 (T - 25) / (8,314 * 298,15 * (T + 273,15))) Equação (12)

Sendo Kc 25 o valor de Kc

a 25º C, Ko 25

o valor de Ko a 25º

C, 59400 e 36000 J.mol-1a

energia de ativação das respectivas constantes e 8,314 J K-1 mol-1 a constante universal dos

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14

gases (Caemmerer, 2000). Os valores de Vc-max e Jmax foram normalizado a 25 °C utilizando

as equações (11) e (12) descritas por Medlyn et al. (1999).

4.3.4. Índice de área foliar e fração de céu visível

O índice de área foliar (IAF) foi estimado utilizando-se um analisador de dossel (LAI-

2000, Plant Canopy Analyser - Li-Cor, NE, EUA). Este aparelho possui um filtro óptico que

restringe a transmissão radiativa para comprimentos de onda menores que 490 nm (abaixo de

490 nm as folhas refletem e transmitem pouca radiação). Um dos sensores foi instalado acima

do dossel da floresta em uma torre de observação próximo da área do estudo e outro foi

utilizado na área experimental.

Além do IAF, o LAI-2000 também calcula a fração de céu visível (FCV) que é a

quantidade de aberturas e mini-aberturas no dossel da floresta, variável importante que

determina a quantidade de luz que passa pelo dossel e atinge o sub-bosque. Foram realizadas

duas coletas em cada época do ano (seca e chuvosa). Os dados de IAF e FCV foram coletados

no inicio da manhã.

4.3.5. Área foliar específica e espessura da folha

Após as medições da fotossíntese, as mesmas folhas foram coletadas para a

determinação da área foliar específica (AFE), calculada como a relação entre área foliar e

biomassa de folhas. A área da folha foi medida com um medidor de área da folha (Li-3000A,

Li-Cor, EUA). A espessura da folha foi medida com um paquímetro digital (precisão de 10

µm) entre as nervuras maiores da folha; efetuando-se a coleta dos dados antes e depois da

desidratação (72 ºC até massa constante) do tecido foliar.

4.3.6. Determinação do teor relativo e do teor absoluto de clorofila

Para analisar o conteúdo de clorofila e carotenóides, a relação clorofila/carotenóides e

a relação clorofila a/b, selecionou-se folhas totalmente expandidas e com bom aspecto

fitossanitário. Devido a distância da área do estudo para o laboratório de análise no INPA, as

folhas foram colocadas em sacos plásticos e transportados em caixas de isopor contendo gelo,

para evitar a desidratação das folhas. A clorofila foi extraída (mesmo dia) retirando-se disco

foliares (5 mm de diâmetro), que foram pesados e imediatamente macerados com uma

solução aquosa contendo acetona 80% (10 mL / amostra) e posterior determinação

espectrometricamente (SP-2000 UV, Spectrum, Shangai, China), nos comprimentos de onda

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15

480, 645 e 663 nm. Os conteúdos de clorofilas e carotenóides foram obtidos segundo

metodologia descrita por Hendry & Price (1993):

Clorofila a (mg L-1) = 12.7A663 - 2.69A645 Equação (13)

Clorofila b (mg L-1) = 22.9A645 - 4.68A663 Equação (14)

Carotenóides (µmol m-2) = [(A480 + 0.114A663 - 0.638A645)V]/(112.5Af) . Equação (15)

Onde: V, indica o volume de extrato (mL); Af, área foliar (m2). Os valores de clorofila,

foram transformados de unidades de miligramas para micromoles, tendo-se como base a

massa molecular desses compostos, isto é, multiplicando por 1,119 (clorofila a) e 1,102

(clorofila b).

4.3.7. Teor de nutrientes das folhas

Para determinação dos teores de nutrientes amostras de folhas das plantas (duas a

quatro por planta em função do tamanho) foram desidratadas em estufa (Tecnal TE – 394/I) a

72 ºC até massa constante, moídas e submetidas à análise química para determinação das

concentrações de nitrogênio (N) e fósforo (P). Para determinação do conteúdo de nitrogênio

foliar utilizou-se o método Kjeldahl. O teor de fósforo foi determinado por calorimetria e as

leituras das absorbâncias em 690 nm no espectrofotômetro usando molibidato de amônio e

ácido ascórbico a 3% (Rorison et al., 1993).

4.3.8. Estudo da fluorescência

A fluorescência da clorofila foi medida em duas folhas por planta utilizando-se um

analisador da eficiência da planta (PEA, MK2 – 9600 – Hansatech, UK). Antes de efetuar a

medição, a folha foi aclimatada a escuridão por 20 min. Posteriormente, em uma área de 4

mm de diâmetro foi aplicado um pulso de luz de 3000 µmol m-2 s-1. A fluorescência da

clorofila foi detectada usando um fotodiodo depois do feixe de luz atravessar um filtro para

ondas longas. Foram registrados os valores de fluorescência inicial (F0), máxima (Fm),

variável (Fv) e a eficiência quântica potencial máxima do fotossistema II ou relação Fv/Fm.

Onde:

Fluorescência inicial (F0) - Intensidade de fluorescência quando todos os centros de

reação do FSII estão abertos (folha aclimatada ao escuro).

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16

Fluorescência máxima (Fm) - Intensidade de fluorescência quando todos os centros de

reação do FSII estão fechados (após receber um pulso de luz intensa).

Fluorescência variável (Fv) - Diferença entre Fm e F0.

Razão Fv/Fm - representa a eficiência quântica potencial do FS II (Krause, 1991)

4.4. Delineamento experimental e análise estatística O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, tendo como

tratamentos as cinco espécies e as épocas do ano (de seca e chuvosa). As repetições foram,

três plantas por espécie e de duas a quatro folhas por planta. Os dados foram submetidos a

análise de variância (ANOVA) e as diferenças entre as espécies analisadas mediante o teste de

Tukey (p≤ 0,05). O efeito das variáveis quantitativas (trocas gasosas, incremento anual,

irradiância e fração de céu visível, características foliares e teores de nutrientes e clorofila)

das arvoretas foram analisadas por meio de analises de regressão. Utilizou-se o programa

estatístico SAEG 9.0 (Universidade Feferal de Viçosa). No ANOVA considerou-se como

unidade experimental “a planta”. Assim, os graus de liberdade (gl) no ANOVA, foram

distribuídos como segue: épocas (2-1), espécies (5-1), interação época x espécie (4x1) e

resíduo (total (30-1) – (2-1) – (5-1) – 4) = 20. Para os dados de crescimento, a unidade

experimental foi a planta individual, os gl foram calculados de forma similar.

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17

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Condições ambientais

Durante o período de coleta de dados de crescimento a variação na precipitação

oscilou conforme mostrado no gráfico abaixo (Figura 2). Durante o estudo a precipitação

mensal foi superior a 100 mm, com exceção do mês de setembro que apresentou 90 mm.

Esses valores estão dentro das médias históricas (1961-1990) registradas na região do estudo

(Inmet, 2009). A precipitação no mês de agosto (época seca) foi 80% menor em relação a

dezembro (época chuvosa), no entanto a umidade do solo mostrou-se similar nas duas épocas

do estudo (Tabela 2).

Figura 2. Precipitação mensal durante o período de estudo. Os dados correspondem à média

dos meses de janeiro a dezembro de 2007 a 2009. A linha horizontal contínua mostra o valor

da temperatura (°C) e as linhas verticais nas barras indicam o desvio padrão (DP). No gráfico

a linha tracejada representa o valor de 100 mm, abaixo do qual um determinado mês é

considerado seco (Walsh, 1996).

0

100

200

300

400

500

600

700

800

Jane

iroFe

verei

roM

arço

Abril

Maio

Junh

oJu

lho

Agos

toSe

tembr

oOu

tubr

oNo

vem

bro

Deze

mbr

o

Meses

Prec

ipita

ção

(mm

)

0

10

20

30

Temperatura (°C

)

Temperatura

Precipitação

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18

A média diária de irradiância no sub-bosque e acima do dossel foi 7% e 20% menor na

época de chuva em relação a época seca, respectivamente (Tabela 2). Em contrapartida, a

temperatura do ar, apresentou tendência similar nas duas épocas do ano, com valores de 25,2

°C na época seca e 24,22 °C na época chuvosa.

Tabela 2. Médias (desvio padrão) dos dados climáticos do sub-bosque, observados no

período do estudo na época de chuva e de seca de 2008.

Variável Seca Chuva 1Irradiância acima do dossel (mol m-2 dia-1) 30,7 (5,80) 24,6 (11,46) 2Irradiância no sub-bosque (mol m-2 dia-1) 0,81 (0,46) 0,75 (0,52)

Temperatura média (ºC) 25,2 (0,88) 24,22 (0,68)

Umidade relativa (%) 96,2 (2,82) 98,50 (0,89)

Chuva (mm) 106 (14,00) 574 (114,00)

Umidade do solo (%) 31,81 (2,19) 33,30 (3,95) 1. Medida acima do dossel numa torre de observação a 40 m de solo. 2.Estimada como a irradiância total acima do dossel multiplicada pela fração de céu visível e não inclui a fração de luz difusa no sub-bosque.

A média da umidade do ar do sub-bosque mostrou pouca variação, oscilando entre 96

a 98% nos meses de seca e de chuva respectivamente. Os valores de irradiância no sub-

bosque encontrados neste estudo são similares aos encontrados por outros autores (Molion,

1987; Marenco & Vieira, 2005; Kursar & Coley, 1999) ou em florestas tropicais (Chadzon &

Fetcher, 1984). Vale ressaltar que a quantidade de luz que atinge o sub-bosque da floresta

variou muito de um ponto a outro no microsítio da medição devido às aberturas e mini-

aberturas do dossel.

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19

5.2. Taxas de incremento anual em diâmetro e altura

As épocas do ano (seca e chuvosa) não apresentaram efeito sobre as taxas de

incremento médio anual em diâmetro (IAD) e altura (IAA) das arvoretas (p > 0,05), assim

como também a interação época/espécie não foi significativa (Tabela 1A). Porém houve

diferença significativa (p < 0,05) das taxas de IAD e IAA entre as espécies (Tabela 3).

O menor incremento em diâmetro e o maior acréscimo em altura foi observado em R.

guianensis. Os resultados das médias de crescimento relatados nesse estudo (Tabela 3) são

menores do que as médias relatadas para espécies com DAP (diâmetro acima do peito) acima

de 10 cm em florestas tropicais (Clark & Clark, 2001), e por exemplo na Amazônia, 1 mm

ano-1 (Vieira et al., 2005). Os baixos valores de incremento em espécies de sub-bosque podem

está relacionado à baixa luminosidade a que as arvoretas estão expostas, limitando a baixa

assimilação de CO2 o crescimento da planta. Além disso, árvores na fase juvenil podem

apresentar crescimento nulo em altura em períodos curtos de tempo (Clark & Clark, 2001).

Tabela 3. Incremento médio anual em diâmetro (IAD) e altura (IAA) em arvoretas de cinco

espécies nativas da Amazônia nos anos de 2007 a 2009. Cada valor corresponde à média de

três plantas (desvio padrão). Mostra-se também o valor de F entre espécies.

Espécies

IAD

(mm ano-1)

IAA

(m ano-1)

M. guianensis 0,32 (0,15)ab 0,06 (0,04)a

G. olivacea 0,64 (0,30)a 0,09 (0,06)ab

R. guianensis 0,19 (0,15)bc 0,10 (0,12)ab

S. amara 0,54 (0,45)ab 0,05 (0,03)b

D. saccifera 0,80 (0,80)a 0,01 (0,01)c

Média 0,49 (0,23) 0,06 (0,04)

F (entre espécies) 2,51* 2,35*

CV (%) 56 44

Médias seguidas pela mesma letra, minúsculas nas colunas, não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. *: significativo a 5% de probabilidade.

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20

Alguns estudos comprovam que a variabilidade no regime hídrico pode acarretar

alterações nas taxas de crescimento das plantas (Clark & Clark, 1994; Vieira et al., 2005;

Feeley et al., 2002). No entanto, não houve relação significativa entre as taxas de incremento

em diâmetro e altura mensal (p > 0,05) com a precipitação (Figura 3A-B). De acordo com

Vieira et al. (2005) árvores com DAP acima de 50 cm, respondem melhor a variações na

precipitação do que árvores com DAP menor que 30 cm. Assim, o resultado encontrado neste

estudo pode ser explicado pela quantidade de chuva ocorrida durante o ano, ou, seja, a

inexistência de época seca bem intensa, já que o menor valor de precipitação no período de

estudo foi de 100 mm.

Figura 3. Relação entre as taxas de incremento mensal em diâmetro (IMD, A) e altura (IMA,

B) com a precipitação mensal do período de estudo. Dados coletados nos anos de 2007 e 2009

em cinco espécies nativas da Amazônia. ns: não significativo a 5% de probabilidade.

Muitos estudos têm avaliado o crescimento em diâmetro em árvores adultas da

Amazônia (Vieira et al., 2005; Silva et al., 2002), porém ainda são escassos estudos

envolvendo crescimento em altura e diâmetro na fase juvenil.

A relação entre altura inicial e sua respectiva taxa de incremento anual (IAA) não

apresentou efeito significativo (p > 0,05). No entanto o mesmo não foi observado para relação

y = 0,0004x - 0,0581R2 = 0,0142

-3,0

-0,5

2,0

4,5

0 200 400 600Precipitação (mm)

IMD

(mm

mês-1

)

y = 1E-05x + 0,0024R2 = 0,0004

0 200 400 600Precipitação (mm)

IMA

(m m

ês -1)

-0,3

-0,1

0,2

0,5

ns ns

A B

r² = 0,01ns r² r² = 0,0004ns

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21

entre o diâmetro inicial e taxas de incremento anual (IAD) (Figura 4 A-B). Observou-se

decréscimo no IAD em espécies que possuem maior diâmetro inicial. Essa constatação é

contraditória a apoiada por alguns autores como Clark et al. (1999) e Vieira et al. (2005) que

afirmam que árvores de maior diâmetro tendem a apresentar taxas de crescimento maior do

que as árvores de menor diâmetro.

Figura 4. Relação entre as taxas de incremento anual em diâmetro (IAD, A) e diâmetro inicial

e altura inicial e as taxas de incremento anual em altura (IAA, B). Dados coletados em cinco

espécies nativas da Amazônia. ns: não significativo a 5% de probabilidade. *: significativo a

5% de probabilidade.

y = -0,0691x + 1,0578R2 = 0,2242

-0,3

0,7

1,7

2,7

0 5 10 15

Diâmetro inicial (mm)

IAD

(mm

ano

-1)

y = -0,0083x + 0,0749R2 = 0,0026

0 1 2 3

Altura inicial (m)

-0,1

0,1

0,3

0,5

IAA

(m ano -1)

ns *

A B

r² r² r² = 0,22* r² = 0,003ns

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5.3. Trocas gasosas

5.3.1. Fotossíntese máxima (Amax) e parâmetros da curva resposta à luz

Não houve efeito da época do ano (seca e chuva) nos valores de Amax, Φ, Ic, Rd, gs[380]

e Θ. No entanto observou-se diferença significativa (p<0,05) entre espécies para Amax, Ic e Rd

(Tabela 4,5).

A falta de efeito da época do ano (seca e chuva) nos parâmetros analisados pode ser

atribuída ao fato dos teores de umidade do solo terem sido similares em ambas as épocas

(seca e chuva) (Tabela 2), resultado de chuvas frequentes ocorridas durante o mês de agosto

(o mês mais seco do ano) (Inmet, 2009).

Os valores de Amax variaram de 2,62 µmol m-2 s-1 encontrados em Duroia saccifera

para 5,87 µmol m-2 s-1 em Simarouba amara (Figura 5), o que está de acordo com resultados

encontrados em plantas aclimatadas à sombra relatados por outros autores (McMillen &

McClendon, 1983; Kaiser e Kappen, 2000). Em estudos com espécies de arvores no sub-

bosque de uma floresta de terra-firme da Amazônia Central, Mendes (2009) e Nascimento

(2009) encontraram valores de Amax, entre 1 a 6 µmol m-2 s-1, similares aos citados neste

estudo.

Figura 5. Variação sazonal da fotossíntese (Amax) de cinco espécies florestais de terra-firme

na Amazônia Central. Cada barra corresponde a média de três plantas por espécie. As linhas

verticais nas barras indicam o erro padrão da média.

0

3

6

9

M. guia

nens

is

G. oliv

acea

e

R. guia

nens

is

S. amara

D. sac

cifera

Espécies

A max

(μm

ol m

-2 s

-1) seca chuva

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Os valores de Amax e Φ observados neste estudo estão dentro da faixa de valores

encontrados em outras espécies da sucessão tardia, tais como Hydrophyllum virginianum,

Quecus rubra e Aesculus glabra (Bazzaz & Carlson, 1982) e Minquartia guianensis

(Magalhães et al., 2009). Marenco & Vieira (2005) também encontraram valores similares de

Amax, Φ e Θ aos relatados neste trabalho. Entretanto, vale ressaltar que os valores de Φ

relatados neste estudo (Tabela 4) são menores do que os valores máximos potenciais (em

torno de 0,08) observados em plantas C3 em baixa [O2] ou alto Ci (Bjorkman, 1981), o que

pode ser inferido devido ao fato de Φ neste estudo ter sido determinado em [CO2] e [O2]

ambiente no presente trabalho.

Valores de condutância estomática (gs[380]) similares aos encontrados neste trabalho

(Tabela 5) foram relatados por Kaiser & Kappen (2000) em espécies de sub-bosque na

Amazônia.

Os valores de Rd e Ic oscilaram entre 0,19 e 4,69 µmol m-2 s-1 em Rinorea guianensis

para 0,52 e 12,47 µmol m-2 s-1 Simarouba amara, respectivamente (Tabela 4,5). A maior

irradiância de compensação (Ic) é o resultado de uma maior taxa de respiração (Rd) o que pode

estar relacionado a maior espessura da folha de Simarouba amara como será mostrado na

seção 5.5. Além disso, Simarouba amara encontra-se em microsítios com maior FCV, como

mostrado na seção 5.4. Assim, plantas em alta luminosidade apresentam um maior

investimento em proteínas envolvidas no ciclo de Calvin (Bjorkman, 1981).

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24

Tabela 4. Fotossíntese máxima (Amax), rendimento quântico aparente (Φ), irradiância de compensação (Ic) em função da espécie e da época do

ano (seca e chuva). Dados coletados nos meses de agosto (seca) e dezembro (chuva) de 2008. Cada valor corresponde a médias de três arvoretas

(desvio padrão). Mostra-se também o valor de F entre espécies e para a interação espécie x época.

Amax (µmol m-2 s-1) Φ (mol (CO2) mol-1 (fótons)) Ic (µmol m-2 s-1) Espécie seca Chuva Seca Chuva Seca Chuva

M. guianensis 2,88(0,24)Aa 3,11(0,41)Ab 0,04(0,01)Aa 0,04(0,00)Aa 11,04(3,24)Aab 5,25(1,02)Ba G. olivacea 5,07(1,97)Aa 4,62(0,92)Aab 0,05(0,00)Aa 0,04(0,01)Aa 8,32(2,05)Aabc 8,47(3,73)Aa

R. guianensis 3,86(0,52)Aa 4,07(0,87)Aab 0,04(0,00)Aa 0,06(0,02)Aa 5,26(1,62)Ac 4,69(1,83)Aa

S. amara 4,32(1,89)Aa 5,87(0,58)Aa 0,04(0,01)Aa 0,04(0,01)Aa 12,45(1,19)Aa 12,47(3,09)Aa

D. saccifera 2,62(0,62)Aa 3,19(1,62)Ab 0,04(0,01)Aa 0,03(0,01)Aa 6,59(1,14)Abc 9,05(7,17)Aa

Média 3,75(1,43) 4,17(1.34) 0,04(0.01) 0,04(0,013) 8,73(3,25) 7,99(4,45)

CV (%) 34,01 23,36 18,81 23,20 22,93 49,81

F (entre espécies) 1,89 ns 4,08* 1,14 ns 3,26 ns 6,71* 1,88 ns

F (sp x época) 0,63 ns 2,44 ns 1,39 ns

Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. ns: não significativo a 5% de probabilidade. *: significativo a 5% de probabilidade.

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25

Tabela 5. Condutância estomática em [CO2] ambiente (gs[380] ), convexidade da curva de luz (Θ), respiração foliar (Rd) em função da espécie e da

época do ano (seca e chuva). Dados coletados nos meses de agosto (seca) e dezembro (chuva) de 2008. Cada valor corresponde a médias de três

arvoretas (desvio padrão). Mostra-se também o valor de F entre espécies e para a interação espécie x época.

gs[380] (mol m-2 s-1) Θ (sem unidade) Rd (µmol m-2 s-1) Espécie Seca chuva Seca Chuva Seca Chuva

M. guianensis 0,06(0,01)Aa 0,08(0,01)Aa 0,78(0,02)Aa 0,77(0,06)Aa 0,36(0,01)Aab 0,20(0,04)Ba G. olivacea 0,13(0,07)Aa 0,11(0,02)Aa 0,73(0,11)Aa 0,71(0,80)Aa 0,40(0,09)Aa 0,36(0,18)Aa

R. guianensis 0,11(0,03)Aa 0,12(0,01)Aa 0,70(0,12)Aa 0,78(0,02)Aa 0,19(0,06)Ab 0,25(0,05)Aa

S. amara 0,11(0,08)Aa 0,16(0,06)Aa 0,76(0,08)Aa 0,78(0,13)Aa 0,43(0,13)Aa 0,52(0,12)Aa

D. saccifera 0,13(0,07)Aa 0,12(0,07)Aa 0,79(0,06)Aa 0,79(0,03)Aa 0,26(0,02)Aab 0.24(0,15)Aa

Média 0,12(0,04) 0,11(0,06) 0,75(0,08) 0,76(0,07) 0,33(0.11) 0,31(0,16)

CV (%) 55,19 35,30 11,31 9,91 23,42 38,24

F (entre espécies) 0,57 ns 1,54 ns 0,58 ns 0,52 ns 5,16* 3,47 ns

F (sp x época) 0,43 ns 0,30 ns 1,36 ns

Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. ns: não significativo a 5% de probabilidade. *: significativo a 5% de probabilidade.

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26

5.3.2. Fotossíntese potencial (Apot) e parâmetros da curva resposta ao CO2

A fotossíntese potencial (Apot) e a condutância estomática em [CO2] saturante (gs[2000])

nas espécies estudadas resultou similar nas épocas seca e chuvosa (Tabela 6). No entanto, a

concentração de CO2 de compensação (Γ) foi 30% maior na época seca. Não houve diferença

significativa entre as espécies apenas para gs[2000].

A semelhança entre valores de fotossíntese potencial (Apot) entre as épocas do ano

(seca e chuva) pode ser atribuída à alta umidade do solo medida durante o estudo, como

resultado das chuvas frequentes no mês de agosto (106 mm) (Tabela 2) tipicamente o mês

mais seco do ano (Inmet, 2009). Vale ressaltar que, embora Apot tenha sido similar nas

espécies estudadas em ambas as épocas (seca e chuva) não é possível concluir que o mesmo

pode ser esperado para as próximas décadas, haja vista que alguns modelos climáticos

prognosticam intensificação da época de seca (Cox et al., 2004) em decorrências das

mudanças associadas ao aquecimento do planeta.

Os valores de Apot variaram de 6,75 µmol m-2 s-1 em Duroia saccifera para 12,32 µmol

m-2 s-1 em Simarouba amara (Figura 6).

Figura 6. Variação sazonal da fotossíntese (Apot) de cinco espécies florestais de terra-firme na

Amazônia Central. Cada barra corresponde a média de três plantas por espécie. As linhas

verticais nas barras indicam o erro padrão da média.

0

7

14

21

M. guia

nens

is

G. oliv

acea

e

R. guia

nens

is

S. amara

D. sac

cifera

Espécies

A pot

(μm

ol m

-2 s

-1) seca chuva

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27

Esses valores são equivalentes aos relatados por outros autores (Mendes, 2009;

Nascimento, 2009) em espécies no sub-bosque da floresta. Em três variedades de citros

(‘Valência’, ‘Murcote’ e ‘Tahiti) Machado et al. (2005) também encontram valores de Apot (9,8

a 13 µmol m-2 s-1) semelhantes aos relatados neste trabalho. Oliveira et al. (2002) estudando

as trocas gasosas em mudas de pupunheira (Bactris gasipaes Kunth) observaram que o valor

de Apot foi de 10,1 µmol m-2 s-1. Entretanto, os valores máximos de Apot obtidos neste estudo

são menores do que os encontrados por Marenco et al. (2003) em Ochroma pyramidale (24

µmol m-2 s-1), talvez pelo fato de em O. pyramidale ser uma espécie pioneira crescida em

ambiente ensolarado.

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28

Tabela 6. Fotossíntese potencial (Apot), condutância estomática em [CO2] saturante (gs[2000]) e concentração de CO2 de compensação (Γ) em

função da espécie e da época do ano (seca e chuva). Dados coletados nos meses de agosto (seca) e dezembro (chuva) de 2008. Cada valor

corresponde a médias de três arvoretas (desvio padrão). Mostra-se também o valor de F entre espécies e para a interação espécie x época.

Apot (µmol m-2 s-1) gs[2000] (mol m-2 s-1) Γ* (µmol mol-1) Espécie Seca chuva Seca Chuva seca Chuva

M. guianensis 8,35(1,24)Aa 8,65(0,04)Aa 0,07(0,00)Aa 0,08(0,01)Aa 100,8(9,9)Aa 84,9(3,88)Aa G. olivacea 11,08(2,10)Aa 9,26(1,71)Aa 0,14(0,07)Aa 0,10(0,03)Aa 94,1(22,6)Aa 79,3(10,5)Aa

R. guianensis 9,71(2,09)Aa 8,92(2,45)Aa 0,09(0,04)Aa 0,10(0,06)Aa 82,1(2,73)Aa 76,8(1,27)Ba

S. amara 11,11(3,25)Aa 12,32(2,38)Aa 0,11(0,09)Aa 0,14(0,08)Aa 105,0(14,6)Aa 82,3(1,87)Aa

D. saccifera 6,75(0,83)Aa 7,13(1,86)Aa 0,10(0,04)Aa 0,13(0,08)Aa 104,2(9,8)Aa 87,2(14,4)Aa

Média 9,39(2,46) 9,26(2,38) 0,10(0,05) 0,11(0,05) 97,2(14,46) 82,1(7,97)

CV (%) 22,09 20,53 57,89 51,73 13,98 10,03

F (entre espécies) 2,42 ns 2,97 ns 0,51 ns 0,57 ns 1,45 ns 0,77 ns

F (sp x época) 0,52 ns 0,32 ns 0,46 ns

Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. ns: não significativo a 5% de probabilidade.

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29

5.3.3. Velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (Vc-max) e taxa de transporte de

elétrons (Jmax)

Não houve efeito da época do ano (seca e chuva) nos valores de Vcmax, Jmax, calculada

a partir da curva A-Ci, no entanto a diferença nos valores de Vcmax entre as espécies foi

significativa (p<0,05) (Tabela 1A).

A velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (Vc-max) e a taxa máxima de

transporte de elétrons (Jmax) variaram de 14,3 µmol m-2 s-1 e 30,6 µmol m-2 s-1 em Duroia

saccifera para 22,4 µmol m-2 s-1 e 50,1 µmol m-2 s-1em Simarouba amara (Figura 7).

Figura 7. Variação sazonal da velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (Vc-max) e taxa

de transporte de elétrons (Jmax) nas épocas de seca e chuva referentes ao ano de 2008 em

cinco espécies nativas da Amazônia. Cada barra corresponde a média de três plantas por

espécie. As linhas verticais nas barras indicam o erro padrão da média.

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30

Os valores de Vc-max e Jmax observados neste estudo estão dentro da faixa de valores

encontrados em outras espécies da floresta tropical, variando entre 9 e 126 µmol m-2 s-1 e 30 e

222 µmol m-2 s-1, respectivamente (Wullschleger, 1993). Também Manter & Kerrigan (2004)

observaram que Vcmax oscilou entre 20 e 75 µmol m-2 s-1 em espécies de folhas largas.

Conforme o modelo de Farquhar et al. (1980) a fotossíntese é limitada,

principalmente, por dois fatores (Vc-max e Jmax). Assim observa-se que em M. guianensis, G.

olivacea, S. amara, R. guianensis e D. saccifera a transição da fotossíntese limitada por Ac

para limitada por Aj ocorreu em Ci de 670, 400, 405, 590 e 420 µmol mol-1, respectivamente

(Figura 8). Contudo, independente da espécie, o fator limitante da fotossíntese em níveis CO2

do ambiente (CO2 no ar de 380 µmol mol-1) foi a velocidade de carboxilação da Rubisco e em

alta [CO2] o fator limitante da fotossíntese foi o transporte de elétrons (Figura 8, linhas

verticais tracejadas) o que está de acordo com os resultados de Sage & Kubien (2007), que

mostram, exceto em temperaturas muito altas, que a fotossíntese é mais comumente limitada

pela atividade da Rubisco. Os resultados desta pesquisa concordam com os relatados por

outros autores que mostram que a fotossíntese é limitada, principalmente, pela atividade da

Rubisco (Ellsworth et al., 2004; Onoda et al., 2005).

Assim, como a enzima Rubisco possui baixa afinidade (Km alto) pelo CO2, na

concentração atual de CO2, ela está limitada por este substrato (Drake et al., 1997; Bowes,

1991; Stitt,1991; Yeoh et al., 1981) e possui também atividade como oxigenase. Uma vez que

esta reação com o oxigênio é inibida competitivamente pelo CO2 (Drake et al., 1997; Bowes,

1991; Stitt, 1991), espera-se que, se a fotossíntese estiver limitada pela Rubisco, um aumento

da concentração atmosférica de CO2 de 350 ppm para 700 ppm aumente a taxa de assimilação

em torno de 78% (Stitt, 1991). Se a fotossíntese estiver limitada pela regeneração de seu

substrato (a ribulose 1,5-bisfosfato), esta deve se beneficiar apenas do deslocamento da reação

de oxigenação e, portanto, com o mesmo aumento na concentração atmosférica de CO2 deve

aumentar apenas em torno de 27% (Stitt, 1991).

Entretanto, vários estudos têm mostrado (Delucia et al.,1985; Drake et al., 1997;

Webber et al., 1994) que plantas cultivadas em uma atmosfera enriquecida de CO2 podem

apresentar aclimatação (perda da sensibilidade) à alta concentração de dióxido de carbono no

ar. Desse modo, a magnitude do aumento da fotossíntese obtidos neste estudo em nível de

folha (curva de resposta da fotossíntese ao CO2) pode não se refletir em estudos de longo

prazo.

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31

Figura 8. Taxa de fotossíntese (Apot) em função da concentração de CO2 intercelular (Ci) para

M. guianensis (A) G. olivacea (B), S. amara (C), R. guianensis (D), D. saccifera (E). A curva

tracejada mostra à limitação da fotossíntese imposta pela taxa de carboxilação da Rubisco (Ac,

calculada conforme a Equação 9). A linha continua indica a limitação da fotossíntese imposta

pelo transporte de elétrons (Aj, calculada conforme a Equação 8). A linha continua vertical

mostra o valor de Ci em que ocorre a transição de fotossíntese limitada por Ac para limitada

por Aj. Os números (dentro dos gráficos) mostram os valores de Ci em µmol mol-1. Cada

ponto corresponde a média de duas épocas e três plantas por espécie. As barras em cada

símbolo correspondem ao erro padrão da média.

0 500 1000 1500 2000Ci (μmol m-1)

420

Ac

Aj

-2

7

16

25

A ( μm

ol m

-2 s-1

)

A

-2

7

16

25

A ( μm

ol m

-2 s-1

)

B C

-2

7

16

25

0 500 1000 1500 2000

Ci (μmol m-1)

A ( μm

ol m

-2 s-1

) D E

400 405

590

670

Ac

Aj

Ac

Ac

Ac

Aj

Aj

Aj

Ci (µmol mol-1) Ci (µmol mol-1)

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32

Observou-se uma relação significativa (r2 = 0,87, p<0,05) entre Vc-max e Jmax (Figura

9), que está de acordo com os resultados encontrados por outros autores (Wullschleger, 1993;

Manter & Kerrigan, 2004; Kattge & Knorr, 2007) que observaram relação positiva entre

ambos os parâmetros. A regeneração da RuBP envolve o transporte de elétrons, à síntese de

ATP (e NADPH) e parte das reações do ciclo de Calvin, o que torna evidente a relação

positiva entre esses parâmetros.

Figura 9. Taxa máxima de transporte de elétrons (Jmax) em função da velocidade máxima de

carboxilação da Rubisco (Vc-max) de cinco espécies florestais de terra-firme na Amazônia

Central. Cada símbolo representa uma planta por espécie na época chuvosa (circulo aberto, ○)

e na época seca (circulo fechado, ●). **: significativo a 1% de probabilidade. Valores de Jmax

e Vc-max calculados a 25 ºC.

Muitos estudos têm mostrado relação significativa entre a Rubisco e Amax (Evans,

1983; Evans & Terashima 1988) atribuída a variação no estado de ativação da rubisco e/ou a

resistência na transferência de CO2 dos espaços intercelulares para os sítios de carboxilação

(Evans & Terashima 1988; Cheng & Fuchigami 2000). Warren & Adams (2001) também

registraram forte relação entre Amax e o conteúdo da Rubisco por unidade de área. Analisando

o comportamento da fotossíntese saturada por luz (Amax) e por CO2 (Apot) em relação a Vc-max e

y = 1,7161x + 7,5516R2 = 0,8668

0

33

67

100

0 12 24 36

Vc-max (μmol m-2 s-1)

J max

(μm

ol m

-2 s

-1) **

r² = 0,87**

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33

Jmax, observou-se relação linear altamente significativa (p<0,05) entre esses parâmetros em

espécies de sub-bosque (Figura 10).

Figura 10 - Taxa de fotossíntese (Amax e Apot) em função da velocidade máxima de

carboxilação da Rubisco (Vc-max) e taxa máxima de transporte de elétrons (Jmax) a 25˚ C de

cinco espécies florestais de terra-firme da Amazônia. Cada ponto representa uma planta por

espécie na época chuvosa (circulo aberto, ○) e na época seca (circulo fechado, ●). **:

significativo a 1% de probabilidade. Valores de Jmax e Vc-max calculados a 25 ºC.

Não houve relação (p > 0,05) entre a fotossíntese potencial (Apot) e o incremento anual

(IAD e IAA) (Figura 11A-B), o que não confirma os resultados encontrados por Kruger &

Volin (2006) onde relatam que as taxas fotossintéticas afetam o crescimento das arvoretas. A

falta de efeito da fotossíntese (Apot) nas médias de crescimento anual indica que o crescimento

(em diâmetro e altura) das arvoretas está relacionado não somente a capacidade fotossintética

da planta, mas a outros fatores como a área foliar, a força de drenos e a translocação de

y = 0,1244x - 0,8291R2 = 0,7271

0

4

8

12

5 30 55 80

Jmax

Am

ax

y = 0,2445x - 0,1292R2 = 0,9585

0

7

14

21

5 30 55 80

Jmax (μmol m-2 s-1)

Apo

t

r² = 0,96**

** r² = 0,73** y = 0,2313x - 0,2091

R2 = 0,7395

0

4

8

12

0 11 22 33

Vcmax

Am

ax (μ

mol

m-2

s-1)

r² = 0,74**

y = 0,4041x + 1,9979R2 = 0,7702

0

7

14

21

0 11 22 33

Vc-max (μmol m-2 s-1)

Apo

t (μm

ol m

-2 s-1

) r² = 0,77**

A B

C D

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34

assimilados que também interagem de forma complexa (Gifford & Evans, 1981; Ueda &

Shibata, 2001).

Figura 11. Relação entre a fotossíntese potencial (Apot) com a taxa de incremento anual em

diâmetro (IAD) e altura (IAA) de cinco espécies florestais de terra-firme na Amazônia

Central. ns: não significativo a 5% de probabilidade.

y = 8,9003x + 8,7515R2 = 0,0574

0

10

20

30

-0,1 0,02 0,14 0,26

IAA (m ano-1)

y = 0,4492x + 9,107R2 = 0,0064

0

10

20

30

-0,3 0,25 0,8 1,35

IAD (mm ano-1)

Apo

t (μm

ol m

-2 s-1

)

ns ns

A B

r² r² r² = 0,006 ns r² = 0,06 ns

IAD (mm ano-1) IAA (m ano-1)

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35

5.3.4. Efeito do horário do dia nas trocas gasosas

As taxas fotossintéticas (A) assim como a condutância estomática (gs) e a transpiração

(E) em [CO2] ambiente apresentaram forte variação diurna para as espécies analisadas em

ambas as épocas, apresentando valores de A, gs e E maiores entre 09 e 14:00 h (Figura 12 A-

C).

Figura 12 - Variação diurna da fotossíntese máxima (A, Amax), condutância estomática (B, gs)

e transpiração (C, E) em cinco espécies florestais da Amazônia. Cada símbolo representa uma

folha por planta na época chuvosa (circulo aberto, ○) e na época seca (circulo fechado, ●).

Medições efetuadas a 380 µmol mol-1, luz saturante (1000 µmol m-2 s-1) e temperatura foliar

de 28 ± 1 ºC. A linha contínua mostra a tendência observada ao longo do dia. **: significativo

a 1% de probabilidade.

**

**

**

A

B

C

y = -0,0878x2 + 1,9982x - 7,5534R2 = 0,2878

0

4

8

12A

max

(μm

ol m

-2 s-1

)

y = -0,0331x2 + 0,7549x - 2,941R2 = 0,3584

0

2

3

5

4 9 14 19

Tempo (h)

E (μ

mol

m-2

s-1)

y = -0,0026x2 + 0,0589x - 0,2264R2 = 0,2712

0,0

0,1

0,2

0,3

g s (μ

mol

m-2

s-1)

g s (m

ol m

-2 s-1

)

R² = 0,28 **

R² = 0,27 **

R² = 0,36 **

m

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36

Os resultados encontrados nesse estudo concordam com os relatados por outros

autores (Kaiser & Kappen, 2000; Zotz & Winter, 1994) que observaram valores máximos de

gs nos horários da manhã e valores mínimos de gs ao final da tarde. O aumento da Amax, gs

nesse período pode ser explicada pelo aumento da luminosidade nesse período conforme

descrito por Marenco & Vieira (2005).

Embora seja bem conhecido que a luz estimula a abertura dos estômatos (Raschke et

al., 1979; Mooney et al., 1983; Mooney & Chu, 1983, Shimazaki et al., 2007; Baroli et al.,

2008) e que os estômatos abrem em irradiância acima de 2-8 µmol m-2 s-1 (Habermann, 1973;

Hsiao et al., 1973), logo ao amanhecer a luminosidade foi ineficaz em induzir a abertura dos

estômatos, mesmo após uma hora de iluminação contínua na câmara foliar.

Como observado neste trabalho os maiores valores de gs coincidiram com os horários

de maior luminosidade, maior temperatura e menor umidade do ar, o que sugere que alguns

ou todos esses fatores, podem de alguma forma ter papel importante na modulação do

movimento estomático durante o dia. Porém, tais fatores não explicam a variação diurna no

movimento estomático, haja vista que as condições ambientais foram mantidas constantes na

câmera foliar durante todo o dia. Assim, é provável que fatores endógenos tenham também

contribuído para a variação diurna no movimento estomático observado neste estudo.

Doughty et al. (2006) mostraram que os ritmos circadianos podem contribuir para oscilações

diurnas na fotossíntese e gs .

Os valores de transpiração encontrados nesse estudo são menores do que os relatados

por Maruyama et al. (2005), mas o padrão de declínio ao final da tarde foi semelhante. O

aumento da transpiração ao meio dia (Figura 12-C) foi atribuído à maior temperatura do ar

nesses horários, bem como o aumento da gs. Já o declínio ao final da tarde pode ser explicado

pela baixa condutância estomática, pois o fechamento estomático impede a saída da molécula

de água da folha para o ambiente externo, haja vista que nas condições de mensuração

(valores altos da condutância da camada limítrofe: 1,42 mol m-2 s-1) a transpiração depende

diretamente de gs. Padrões semelhantes do efeito do horário do dia na transpiração foliar

foram descritos em estudos no sub-bosque (Kaiser & Kappen, 2000) com mudas de espécies

florestais (Maruyama et al., 2005) e em espécies pioneiras (Ishida et al., 1999).

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37

5.3.5 Características fotossintéticas em função da condutância estomática

Diversos estudos têm mostrado que há uma estreita relação entre as taxas

fotossintéticas e condutância estomática gs (Kumar et al., 1999; Park & Furukawa, 1999;

Marenco et al., 2006). Neste estudo observou-se uma forte correlação entre fotossíntese

máxima (Amax) e condutância estomática (gs) (p<0,05), bem como fotossíntese potencial

(Apot), a velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (Vc-max) e a taxa máxima de

transporte de elétrons (Jmax) e a condutância estomática (gs) (Figura 13).

Figura 13. Relação entre a condutância estomática (gs) e a fotossíntese saturada por luz (A,

Amax), capacidade fotossintética (B, Apot), a velocidade máxima de carboxilação da Rubisco

(C, Vc-max) e a taxa máxima de transporte de elétrons (D, Jmax) de cinco espécies florestais da

Amazônia. Medições efetuadas em concentração de CO2 380 (Amax) e 2000 (Apot) e

temperatura foliar de 28 ± 1 ºC. Cada símbolo representa uma folha por planta na época

chuvosa (circulo aberto, ○) e na época seca (circulo fechado, ●). *: significativo a 5% de

probabilidade. **: significativo a 1% de probabilidade,

y = 2,24Ln(x) + 9,4103R2 = 0,6072

-2

4

10

16

0,00 0,13 0,25 0,38

gs (mol m-2 s-1)

Am

ax (μ

mol

m-2

s-1

) y = 12,83x + 8,2319R2 = 0,1346

0,00 0,13 0,25 0,38

gs (mol m-2 s-1)

Apot (μm

ol m-2 s -1)

0

10

20

30

y = 32,518x + 15,113R2 = 0,176

0

20

40

60

0,00 0,13 0,25 0,38

gs (mol m-2 s-1)

Vc-

max

(μm

ol m

-2 s

-1) y = 45,498x + 34,62

R2 = 0,1117

0,00 0,13 0,25 0,38

gs (mol m-2 s-1)

Jmax (μm

ol m-2 s -1)

0

40

80

120

A B

C D

** *

* *

r² r²

r² r²

r² = 0,61** r² = 0,13*

r² = 0,17* r² = 0,11*

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38

Os dados mostram que valores baixos de gs limitam a capacidade fotossintética das

folhas mesmo em altas (5 vezes) concentrações de CO2 na câmera foliar. Isto pode ser

explicado pelo fato da entrada de CO2 na cavidade subestomática ocorrer quase que

exclusivamente através dos estômatos (Boyer et al., 1977), obviamente o efeito de gs no

controle da [CO2] é mais evidente em [CO2] ambiente (Figura 13 A versus B).

5.4. Luminosidade no sub-bosque

Uma estimativa de luminosidade no sub-bosque foi obtida multiplicando a irradiância

absoluta acima do dossel pelos valores de FCV. Dessa forma, obteve-se uma estimativa da

luminosidade em cada um dos microsítios em que as arvoretas usadas neste estudo cresciam.

Observou-se que a quantidade de luz que atinge o sub-bosque da floresta é menor na época de

chuva do que na época de seca (Figura 14), fato este que pode ser explicado pela alta

nebulosidade durante os meses de maior precipitação.

Figura 14. Relação entre a irradiância no sub-bosque (estimada como a irradiância acima do

sub-bosque multiplicado por FCV) e a fração de céu visível (FCV), nas épocas de chuva

(círculo aberto, ○) e de seca (círculo fechado, ●) de 2008.

0,0

1,0

2,0

3,0

0,00 0,04 0,08 0,12FCV

Irrad

iânc

ia d

iária

(mol

m -2di

a-1)

Irra

diân

cia

(mol

m-2

dia

-1)

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39

O índice de área foliar (IAF) e a fração de céu visível (FCV) não apresentaram

diferença significativa (p > 0,05) com as épocas do ano (seca e chuva) (Tabela 1A). No

entanto, somente FCV apresentou diferenças significativas (p > 0,05) entre espécies.

A média do IAF oscilou de 3 a 5 (Figura15), o que está dentro da faixa de valores

observados por outros autores (Clark et al., 2008; Myneni et al., 2007; Asner et al., 2003;

McWillians et al.,1993). Por exemplo, McWillians et al. (1993) relatam o índice de área foliar

numa floresta de terra-firme a Amazônia foi em média 5,7 e Clark et al. (2008) encontraram

IAF de 6,0 numa floresta úmida da Costa Rica.

Os valores da FCV oscilaram de 0,02 a 0,06, onde valor menor de IAF e maior de

FCV foi encontrado na espécie Simarouba amara em ambas as épocas (seca e chuvosa)

(Figura 15).

Figura 15. Variação sazonal do índice de área foliar (IAF, A) e da fração de céu visível

(FCV, B), nas épocas de chuva e de seca referentes ao ano de 2008. Cada barra corresponde a

média de três plantas por espécie. As linhas verticais nas barras indicam o erro padrão da

média. Os dados de IAF e FCV correspondem aos valores observados nos microsítios do sub-

bosque ocupados pelas arvoretas das espécies estudadas.

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40

O índice de área foliar (IAF) teve relação altamente significativa com a fração de céu

visível (FCV) (r2 = 0,88**) no sub-bosque. Essa relação é possível porque o IAF é

quantificado a partir da quantidade de folhagem no dossel; isto é, maior FCV implica em

menor IAF (Figura 16).

Figura 16. Relação entre o índice de área foliar do dossel (IAF – m2 área foliar/m2 superfície)

e a fração de céu visível (FCV, fração de abertura do dossel/céu aberto). Cada símbolo

representa medição de uma planta por espécie na época chuvosa (circulo aberto, ○) e na época

seca (circulo fechado, ●). **: significativo a 1% de probabilidade,

A irradiância no sub-bosque interferiu significativamente (p < 0,01) nas taxas de

fotossíntese máxima (Amax) e potencial (Apot) (Figura 17), o que mostra que pequenas

alterações no ambiente luminoso do sub-bosque influenciam de forma significativa o

desempenho fotossintético da planta. Porém, este estudo não permite inferir sobre a

capacidade de resposta da folha aos sunflecks, embora, seja relatado por Pearcy (1990) que as

folhas de plantas do sub-bosque tenham potencial para responder rapidamente aos sunflecks.

Pearcy (1990) relata que a grande parte dos valores de fotossíntese podem ser

atribuídos a utilização do sunflecks pelas folhas das plantas do sub-bosque. Porém deve se

considerar um conjunto de fatores que atuam preliminarmente para a assimilação de CO2,

como a condutância estomática, as enzimas fotossintéticas e a taxa de luminosidade do

entorno.

y = 2,0291x-0,2084

R2 = 0,886

2,0

3,7

5,3

7,0

0,00 0,04 0,08 0,12

FCV

IAF

** r²r² = 0,88**

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41

Segundo Oguchi et al. (2005) o aumento nas taxas de fotossíntese de plantas

adaptadas à baixa irradiância, e que passam a receber mais luz, só é possível quando as folhas

possuem capacidade para aumentar o tamanho dos cloroplastos nas células do mesofilo; isto

é, na interface cloroplasto/espaço intercelulares. Esses autores ainda sugerem que plantas que

possuem grande espaço vazios nas células do mesofilo (área da membrana celular não

ocupada por cloroplastos) conseguem desenvolver-se rapidamente após uma abertura no

dossel.

Figura 17. Fotossíntese saturada por luz (A, Amax), capacidade fotossintética (B, Apot) em

função da irradiância no sub-bosque cinco espécies florestais da Amazônia. Cada símbolo

representa uma planta por espécie na época chuvosa (circulo aberto, ○) e na época seca

(circulo fechado, ●). **: significativo a 1% de probabilidade.

A y = 1,7218x + 2,5934

R2 = 0,3603

0

5

10

15

0,00 1,00 2,00 3,00

Irradiância diária (mol m -2dia-1)

Am

ax (μ

mol

m-2

s-1)

r² = 0,36**

y = 3,535x + 6,4795R2 = 0,5181

0

9

18

27

0,00 1,00 2,00 3,00

Irradiância diária (mol m -2dia-1)

Apo

t (μm

ol m

-2 s-1

) r² = 0,52**

Irradiância (mol m-2 dia-1)

B

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42

Warren & Adams (2001) encontraram fraca relação entre o conteúdo da Rubisco por

unidade de área e a irradiância relativa em Pinus pinaster. No entanto, neste estudo, a

velocidade máxima de carboxilação da rubisco (Vc-max) e taxa máxima de transporte de

elétrons (Jmax) mostraram-se sensíveis a variações de luminosidade no sub-bosque da floresta

(Figura 18).

Figura 18. Relação entre irradiância no sub-bosque e a velocidade máxima de carboxilação

da Rubisco (A, Vc-max) e a taxa máxima de transporte de elétrons (B, Jmax) em cinco espécies

florestais de terra-firme na Amazônia Central. Cada símbolo representa uma planta por

espécie na época chuvosa (circulo aberto, ○) e na época seca (circulo fechado, ●). **:

significativo a 1% de probabilidade.

y = 7,0014x + 12,467R2 = 0,4309

0

20

40

60

0,00 1,00 2,00 3,00

Irradiância diária (mol m -2dia-1)

Vc-

max

(μm

ol m

-2 s-1

)

y = 14,188x + 27,235

R2 = 0,5207

0

40

80

120

0,00 1,00 2,00 3,00

Irradiância diária (mol m -2dia-1)

J max

(μm

ol m

-2 s-1

)

A

B

**

**

r² = 0,43**

r² = 0,52**

Irradiância (mol m-2 dia-1)

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43

A irradiância no sub-bosque apresentou relação significativa (p < 0,05) com o

incremento médio anual em diâmetro (IAD) (Figura 19B), o que corrobora com Clark et al.,

(1999) que observaram uma forte associação entre o incremento anual em diâmetro e a

irradiância do ambiente em espécies tropicais de árvores juvenis. No entanto o mesmo

comportamento não foi observado para o incremento médio anual em altura (IAA) (Figura

19A). Este fato pode ser explicado devido a mudanças ocorridas no ambiente da plantas

promovidas por aberturas de clareiras, o qual influenciou nos dados de FCV em dado

momento.

Figura 19. Relação entre as taxas de incremento médio anual em altura (IAA, A) e diâmetro

(IAD, B) e a irradiância no sub-bosque. Dados coletados em cinco espécies florestais de terra-

firme na Amazônia Central. ns: não significativo a 5% de probabilidade. *: significativo a 5%

de probabilidade.

y = -0,0249x + 0,0841R2 = 0,035

-0,1

0,1

0,3

0,5

-0,50 0,50 1,50 2,50

Irradiância (mol m-2 dia-1)

IAA

(m a

no-1

)

y = 0,2668x + 0,2826R2 = 0,0928

-0,2

0,9

2,0

3,0

-0,50 0,50 1,50 2,50

Irradiância (mol m-2 dia-1)

IAD

(mm

ano

-1)

A

B

ns

*

r² = 0,03ns

r² = 0,09*

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44

5.5. Conteúdos de clorofila e nutrientes, área foliar específica, relação Fv/Fm e espessura

foliar

A época do ano não influenciou significativamente (p < 0,05) nos teores de clorofila,

na razão clorofila a/b, nos teores de carotenóides, relação clorofila/carotenóides, AFE, relação

Fv/Fm, espessura foliar e teores de nutrientes (Tabelas 7-11). Os teores de clorofila total por

unidade de área encontrados neste estudo (Tabelas 7) são comparáveis aos relatados em

estudos anteriores (Bjorkman & Demmig, 1995). Em relação à razão clorofila a/b todas as

espécies apresentaram entre 1 e 3 µmol m-2 (Tabela 8). Os resultados obtidos neste estudo

concordam com valores encontrados em espécies na fase juvenil crescidas sob baixa

luminosidade (McMillen & McClendon, 1983; Boardman, 1977). Segundo Torres Netto et al.

(2005) a razão a/b em plantas que crescem nos ambientes com baixa luminosidade tem uma

relação em torno de 2,5-2,9. O teor de carotenóide variou entre 64,6 em Rinorea guianensis e

108,0 em Duroia saccifera (Tabela 8). A relação clorofila/carotenóide oscilou entre 3,42 em

Minquartia guianensis e 4,90 µmol m-2 em Duroia saccifera. Estes resultados corroboram

com os encontrados por Oguchi et al. (2005) e Carvalho et al. (2006) que têm mostrado

diferenças nas concentrações de clorofila em folhas que recebem níveis diferentes de

luminosidade. Segundo Hikosaka & Terashima (1995) plantas aclimatadas à sombra

apresentam uma maior concentração de complexos coletores de luz (FSII e FSI), o que

explica maior concentração de clorofila em espécies na fase juvenil crescidas sob baixa

luminosidade.

É importante observar que a relação clorofila/carotenóide foi maior do que valores

reportados por outros autores para plantas aclimatadas ao sol (4,1 neste estudo contra 2,25

relatado por Magalhães et al. (2009) para planta de sol). Isto se deve ao fato de plantas de

sombra apresentarem menor proporção de carotenóides com relação ao teor de clorofila total,

haja vista que os carotenóides participam na fotoproteção.

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45

Tabela 7. Teores absolutos de clorofila (a, b e a+b) em função da espécie e da época do ano (chuva e seca). Dados coletados nos meses de

agosto (seca) e Dezembro (chuva) de 2008. Cada valor corresponde a médias de três arvoretas (desvio padrão). Mostra-se também o valor de F

entre espécies e para a interação espécie x época.

Clorofila a

(µmol m-2)

Clorofila b

(µmol m-2)

Clorofila a+b

(µmol m-2) Espécie

Seca Chuva Seca Chuva Seca Chuva

M. guianensis 210,53(83,52)Aa 177,11(44,66)Aa 134,46(18,73)Aa 184,82(23,43)Aa 344,99(102,25)Aa 261,93(67,32)Aa

G. olivacea 318,85(50,22)Aa 252,78(31,75)Aa 134,28(22,21)Aa 107,03(17,10)Aa 453,14(72,43)Aa 359,81(48,84)Aa

R. guianensis 202,00(55,57)Aa 193,54(30,99)Aa 126,33(44,05)Aa 84,34(18,30)Aa 328,39(77,73)Aa 277,89(48,68)Aa

S. amara 259,03(33.81)Aa 250,23(63,74)Aa 122,43(7,80)Aa 128,36(47,33)Aa 381,46(40,60)Aa 378,59(102,21)Aa

D. saccifera 218,66(28,54)Aa 267,33(52,13)Aa 99,44(19,77)Aa 112,66(21,03)Aa 318,10(47,61)Aa 380,00(72,56)Aa

Média 241,81(63,85) 228,20(53,97) 123,40(25,27) 123,44(29,28) 365,21(78,94) 331,64(79,84)

CV (%) 22,30 20,31 20,61 26,85 19,61 21,32

F (espécie) 2,40 ns 2,24 ns 0,95 ns 1,39 ns 1,75 ns 1,96 ns

F (sp x época) 1,05 ns 1,68 ns 1,21 ns

Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. ns: não significativo a 5% de probabilidade.

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46

Tabela 8. Razão clorofila a/b, teores de carotenóides e na relação clorofila/carotenóides em função da espécie e da época do ano (seca e chuva).

Dados coletados nos meses de agosto (seca) e dezembro (chuva) de 2008. Cada valor corresponde a médias de três arvoretas (desvio padrão).

Mostra-se também o valor de F entre espécies e para a interação espécie x época.

Razão clorofila a/b Carotenóides (µmol m-2) Relação chl/car Espécie

Seca Chuva Seca Chuva Seca Chuva

M. guianensis 1,53(0,43)Aa 2,10(0,17)Aa 100,66(28,58)Aa 67,03(15,14)Ab 3,42(0,13)Aa 3,89(0,16)Aa

G. olivacea 2,38(0,02)Aa 2,37(0,08)Aa 103,54(33,22)Aa 91,52(1,86)Aab 4,54(0,82)Aa 3,93(0,45)Aa

R. guianensis 1,70(0,55)Aa 2,31(0,17)Aa 92,05(24,00)Aa 64,60(9,19)Ab 3,58(0,10)Aa 4,29(0,17)Aa

S. amara 2,11(0,18)Aa 2,07(0,54)Aa 84,20(14,05)Aa 88,65(26,44)Aab 4,56(0,29)Aa 4,30(0,20)Aa

D. saccifera 2,22(0,22)Aa 2,37(0,13)Aa 69,36(22,69)Aa 108,08(10,89)Aa 4,90(1,50)Aa 3,58(0,99)Aa

Média 1,98(0,43) 2,24(0,27) 89,96(24,92) 83,97(21,10) 4,20(0,89) 3,99(0,51)

CV (%) 17,00 12,07 28,16 17,94 18,47 12,62

F (espécie) 3,42 ns 0,92 ns 0,88 ns 4,36* 2,14 ns 1,08 ns

F (sp x época) 1,61 ns 2,90ns 2,35 ns

Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. ns: não significativo a 5% de probabilidade. *: significativo a 5% de probabilidade.

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47

Alguns estudos mostram que em condições de sombreamento a eficiência da

fotossíntese possue relação positiva com a concentração de clorofila (Gabrielsen, 1948), o que

corrobora com os resultados encontrados neste estudo, onde os parâmetros fotossintéticos

(Apot, Vc-max e Jmax) foram significativamente (p≤0,05) influenciados pelo aumento do

contéudo de clorofila, ou seja, a medida que aumenta os valores de clorofila total aumenta as

taxas fotossintéticas da folha (Figura 20 ).

Figura 20 - Relação entre fotossíntese potencial (Apot), velocidade máxima de carboxilação da

Rubisco (Vc-max), taxa máxima de transporte de elétrons (Jmax) e o conteúdo de clorofila total.

Os dados mostram os resultados obtidos com cinco espécies. Cada ponto representa uma

folha por planta. *: significativo a 5% de probabilidade.

r2 = 0,15*

0

10

20

30

50 250 450 650

Clorofila total (μmol m-2)

Apo

t (μm

ol m

-2 s-1

)

r2 = 0,23*

0

20

40

60

50 250 450 650

Clorofila total (μmol m-2)

Vc-

max

(μm

ol m

-2 s-1

)

r2 = 0,19*

0

40

80

120

50 250 450 650

Clorofila total (μmol m-2)

Jmax

(μm

ol m

-2 s-1

)

A

B

C

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48

Os valores de AFE variaram de 14,38 m2 kg-1 em G. olivacea para 24,52 m2 kg-1 em

Rinorea guianensis (Tabela 9). Estes valores de AFE estão na faixa de valores observados por

Marenco & Vieira (2005) que encontraram valores de AFE entre 15 m2 kg-1 e 24 m2 kg-1 para

espécies de dossel na fase juvenil. Em estudo com mudas de Guapira opposita, Lima- Junior

(2005) encontrou maior AFE em folhas de sombra. Groninger et al. (1996), observaram em

plantas jovens, tolerantes a sombra, maior AFE em condições de sombreamento. Rego &

Possamai (2006) também observaram que mudas de Cariniana legalis (Martius) tem maior

AFE em baixa luminosidade. A eficiência fotoquímica do fotossistema II, avaliada pela razão

Fv/Fm apresentaram oscilaram entre 0,58 a 0,78 (Tabela 9). De acordo com Boardman (1977),

valores da razão Fv/Fm entre 0,75 e 0,85 são característicos de plantas em ótimas condições de

desenvolvimento.

Tabela 9. Área foliar específica (AFE) e relação Fv/Fm em função da espécie e da época do

ano (seca e chuva). Dados coletados nos meses de agosto (seca) e dezembro (chuva) de 2008.

Cada valor corresponde a médias de três arvoretas (desvio padrão). Mostra-se também o valor

de F entre espécies e para a interação spécie x época.

AFE (m2 kg-1) Fv/Fm Espécie

Seca Chuva Seca Chuva

M. guianensis 18,54(3,67)Aa 16,74(1,31)Aa 0,69(0,03)Aa 0,73(0,01)Aa

G. olivacea 14,38(0,67)Aa 14,44(1,96)Aa 0,67(0,13)Aa 0,58(0,04)Ab R. guianensis 24,52(6,42)Aa 20,72(1,86)Aa 0,67(0,18)Aa 0,71(0,03)Aa

S. amara 21,64(0,75)Aa 20,97(0,93)Aa 0,70(0,05)Aa 0,59(0,05)Ab D. saccifera 20,55(5,00)Aa 19,71(4,61)Aa 0,78(0,02)Aa 0,75(0,02)Aa Média 19,92(4,87) 18,51(3,15) 0,70(0,09) 0,67(0,08)

CV (%) 20,14 13,77 14,34 5,06

F (espécie) 2,65 ns 3,04 ns 0,60 ns 17,13*

F (sp x época) 0,30 ns 1,34 ns Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. ns: não significativo a 5% de probabilidade. *: significativo a 5% de probabilidade.

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49

Em relação a espessura foliar, os valores oscilaram entre 0,09 e 0,20 mm em folhas

desidratadas (Tabela 10), o que está dentro dos padrões encontrados para folhas desenvolvidas

em baixa intensidade luminosa (McMillen & McClendon, 1983; Niinemets, 2001). Estudos

comprovam que plantas de sombra apresentam espessura foliar mais fina do que plantas

crescidas sob alta radiação solar (Oguchi et al., 2005). O baixo valor de espessura foliar pode

ser explicado pelo fato de que as plantas adaptadas a baixa intensidade luminosa investem

muito pouco em espessura foliar, mas podem aumentar após serem transferidas a maior

irradiância (Oguchi et al., 2005).

Tabela 10. Espessura foliar fresca (EFF) e desidratada (EFD) em função da espécie e da

época do ano (seca e chuva). Dados coletados nos meses de agosto (seca) e dezembro (chuva)

de 2008. Cada valor corresponde a médias de três arvoretas (desvio padrão). Mostra-se

também o valor de F entre espécies e para a interação spécie x época.

EFF (mm) EFD (mm) Espécie

Seca Chuva Seca Chuva

M. guianensis 0,12(0,01)Aa 0,14(0,01)Ab 0,09(0,01)Aa 0,11(0,01)Ab

G. olivacea 0,21(0,06)Aa 0,22(0,04)Aab 0,16(0,06)Aa 0,17(0,04)Aab R. guianensis 0,14(0,01)Aa 0,15(0,01)Ab 0,09(0,02)Aa 0,13(0,02)Ab

S. amara 0,21(0,03)Aa 0,24(0,03)Aa 0,18(0,03)Aa 0,20(0,02)Aa D. saccifera 0,15(0,06)Aa 0,17(0,06)Aab 0,12(0,04)Aa 0,14(0,04)Aab Média 0,17(0,05) 0,18(0,05) 0,13(0,05) 0,15(0,04)

CV (%) 23,95 17,75 25,89 18,62

F (espécie) 3,29 ns 5,22* 3,98ns 5,70*

F (sp x época) 0,60 ns 0,18 ns

Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. ns: não significativo a 5% de probabilidade. *: significativo a 5% de probabilidade.

A área foliar específica (AFE) foi positivamente correlacionada (p ≤ 0,05) com Apot,

Amax, Vc-max e Jmax (Figura 21). O aumento da AFE está relacionado com a diminuição das

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50

variáveis acima mencionadas, seguindo o mesmo padrão encontrado por outros autores

(Evans, 1983; Reich et al., 1992, 1999; Poorter & Evans, 1998).

Figura 21. Relação entre fotossíntese saturada por luz (A, Amax), fotossintética potencial (B,

Apot) velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (C, Vc-max) e taxa máxima de transporte

de elétrons (D, Jmax) e a área foliar específica (AFE) em cinco espécies florestais de terra-

firme na Amazônia Central. Cada símbolo representa uma planta por espécie na época

chuvosa (circulo aberto, ○) e na época seca (circulo fechado, ●). *: significativo a 5% de

probabilidade. Valores de Jmax e Vc-max calculados a 25 ºC.

A área foliar específica foi positivamente correlacionada com clorofila total ( r2= 0,11,

p ≤ 0,05) e espessura foliar ( r2= 0,10, p ≤ 0,05) (Figura 22), haja vista que o aumento da AFE

esta relacionado com a diminuição da espessura foliar e conteúdos de clorofila, o que

corrobora com os resultados encontrados por outros estudos (Evans, 1983; Reich et al., 1992,

1999; Poorter & Evans, 1998), onde mostra forte e positiva relação entre a área foliar

específica (AFE) e espessura.

r2 = 0,12*

0

4

8

12

0 11 22 33

AFE (m-2 kg-1)

Am

ax (μ

mol

m-2

s-1) r2 = 0,15*

0 11 22 33

AFE (m-2 kg-1)

Apot (μm

ol m-2 s -1)

0

10

20

30

r2 = 0,15*

0

20

40

60

0 11 22 33

AFE (m-2 kg-1)

Vc-

max

(μm

ol m

-2 s-1

)

r2 = 0,16*

0 11 22 33

AFE (m-2 kg-1)

Jmax (μm

ol m-2 s -1)

0

40

80

120

A B

C D

Page 65: Crescimento e variação diurna da condutância estomática e ... · ii Nilvanda dos Santos Magalhães Crescimento e variação diurna da condutância estomática e taxas fotossintéticas

51

Figura 22. Relação entre , clorofila total (clorofila (a+b)), espessura foliar desidratada (EFD)

e a área foliar específica (AFE) em cinco espécies florestais da Amazônia. Cada símbolo

representa uma planta por espécie na época chuvosa (circulo aberto, ○) e na época seca

(circulo fechado, ●). *: significativo a 5% de probabilidade.

Folhas de G. olivacea, em ambas as épocas, exibiram o maior conteúdo de nitrogênio

(N), 1.07 enquanto que o menor conteúdo de nitrogênio foi encontrado em R. guianensis com

0.78 g m-2, respectivamente (Tabela 11). Esses valores são comparáveis aos relatados em

diversos estudos em diferentes espécies (Evans, 1983; Reich et al., 1995; Osone et al., 2008).

Quanto ao conteúdo de fósforo (P), as folhas das cinco espécies exibiram teores

similares no período “seco” e chuvoso. Os dados obtidos corroboram com os resultados de

vários autores que concluíram que o P está quase sempre em baixo suprimento nas florestas

tropicais (Medina et al. 1990; Thompson et al. 1992; Turner et al. 1995), devido ao alto

y = -7,9939x + 496,81R2 = 0,1169

0

400

800

1200

10 17 23 30

AFE (m-2 kg-1)

Clo

rofil

a (a

+b) (μm

ol m-2

)

*

*

r² y = -0,004x + 0,2155

R2 = 0,1004

0,0

0,1

0,3

0,4

10 17 23 30

AFE (m-2 kg-1)

EFD

(mm

)

r² = 0,12*

r² = 0,10*

Clo

rofil

a to

tal (

µmol

m-2

) EF

D (m

m)

1200

800

400

0

A

B

Page 66: Crescimento e variação diurna da condutância estomática e ... · ii Nilvanda dos Santos Magalhães Crescimento e variação diurna da condutância estomática e taxas fotossintéticas

52

intemperismo dos solos e aos processos de imobilização deste nutriente no solo (Waring &

Schlisinger 1985).

Tabela 11. Conteúdo de nitrogênio (N) e fósforo (P) em função da espécie e da época do ano

(seca e chuva). Dados coletados nos meses de agosto (seca) e dezembro (chuva) de 2008.

Cada valor corresponde a médias de três arvoretas (desvio padrão). Mostra-se também o valor

de F entre espécies e para a interação spécie x época.

N (g m-2)

P (g m-2)

Espécie Seca Chuva Seca Chuva

M. guianensis 0,91(0,19)Aa 0,84(0,07)Aa 0,03(0,01)Aa 0,03(0,00)Aa

G. olivacea 1,07(0,11)Aa 1,03(0,10)Aa 0,03(0,01)Aa 0,02(0,00)Aa

R. guianensis 0,78(0,16)Aa 1,02(0,11)Aa 0,02(0,01)Aa 0,02(0,00)Aa

S. amara 0,92(0,02)Aa 0,99(0,13)Aa 0,03(0,01)Aa 0,03(0,01)Aa

D. saccifera 0,85(0,23)Aa 0,97(0,28)Aa 0,02(0,01)Aa 0,02(0,01)Aa

Média 0,90(0,17) 0.97(0,15) 0,024(0,009) 0.023(0,005)

CV (%) 17,85 16,09 31,78 19,51

F (espécie) 1,32 ns 0,74 ns 0,56 ns 1,80 ns

F (sp x época) 0,95ns 0,21ns

Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas, não diferem ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. ns: não significativo a 5% de probabilidade.

A relação entre a capacidade fotossintética (Amax, Apot, Vc-max e Jmax), e o conteúdo de

nitrogênio foliar foi significativa (p≤0,05) (Figura 23), o que corrobora com resultados

encontrados por outros autores (Field & Mooney, 1986; Medlyn et al., 1999; Peterson et al.,

1999; Warren & Adams, 2001) que relatam que a fotossíntese saturada por luz (Amax) e a

capacidade de carboxilação da rubisco (Vc-max) possuem relação linear com o conteúdo de

nitrogênio por unidade de área.

Page 67: Crescimento e variação diurna da condutância estomática e ... · ii Nilvanda dos Santos Magalhães Crescimento e variação diurna da condutância estomática e taxas fotossintéticas

53

Figura 23 - Relação entre fotossíntese saturada por luz (A, Amax), fotossíntese potencial (B,

Apot), velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (C, Vc-max), a taxa máxima de transporte

de elétrons (D, Jmax) e conteúdo de nitrogênio (N). Os dados mostram os resultados obtidos

com cinco espécies. Cada ponto representa uma folha por planta. **: significativo a 1% de

probabilidade.

O efeito positivo do nitrogênio foliar em Apot, clorofila total (Figura 24) foi consistente

aos resultados relatados por Evans (1983), Reich et al. (1992) e Hikosaka (2004; 2005)

confirmando a importância desse nutriente no aparato fotossintético.

Assim, plantas com maiores concentrações de nitrogênio foliar apresentaram maiores

taxas fotossintéticas, sendo estas taxas fotossintéticas maiores em plantas com menor área

foliar específica, ou seja, maior espessura foliar.

r2 = 0,24**

0

4

8

12

0,5 0,8 1,0 1,3

N (m-2 kg-1)

Am

ax (μ

mol

m-2

s-1)

r2 = 0,12**

0,5 0,8 1,0 1,3

N (m-2 kg-1)

Apot (μm

ol m-2 s -1)

0

10

20

30

r2 = 0,22**

0

20

40

60

0,5 0,8 1,0 1,3

N (m-2 kg-1)

Vc-

max

(μm

ol m

-2 s-1

)

r2 = 0,17**

0,5 0,8 1,0 1,3

N (m-2 kg-1)

Jmax (μm

ol m-2 s -1)

0

40

80

120

A B

C D

Nitrogênio (g m-2) Nitrogênio (g m-2)

Page 68: Crescimento e variação diurna da condutância estomática e ... · ii Nilvanda dos Santos Magalhães Crescimento e variação diurna da condutância estomática e taxas fotossintéticas

54

O aumento na espessura da folha (baixos valores de AFE) está relacionado às maiores

taxas fotossintéticas por unidade de área, provavelmente pelo aumento no acúmulo da rubisco

e aumento nos teores de nitrogênio foliar por unidade de área em comparação a folha com

maior AFE (Reich et al., 1992). Aproximadamente 80% do nitrogênio total da folha são

investidos nos cloroplastos, particularmente na rubisco (Evans & Seeman, 1989). O que leva a

relação positiva entre o teor de nitrogênio e a capacidade fotossintética da folha. Vários

estudos mostraram que a baixa irradiância aumenta a divisão do nitrogênio e a quantidade de

clorofila nos tilacóides, pois a capacidade de transporte dos elétrons por unidade de clorofila

diminui (Evans, 1983).

Figura 24 - Relação entre clorofila total, espessura foliar desidratada (EFD) e conteúdo de

nitrogênio (N). Os dados mostram os resultados obtidos com cinco espécies. Cada ponto

representa uma folha por planta. **: significativo a 1% de probabilidade.

O conteúdo de nitrogênio (N) e fósforo (P) da folha apresentou correlação positiva (P

≤ 0,05) com a AFE (Figura 25). Osone et al. (2008) observaram declínio de 47% no conteúdo

de nitrogênio total da planta com o aumento no gradiente da AFE o que sugere que o aumento

na AFE esteja associado ao um declínio na concentração de N foliar, que por sua vez é um

outro componente ligado ao crescimento.

r2 = 0,31**

0,5 0,8 1,0 1,3

N (m-2 kg-1)

EFD(m

m)

0,00

0,20

0,40

0,60

r2 = 0,20**

0

400

800

1200

0,5 0,8 1,0 1,3

N (m-2 kg-1)

Cho

rofil

a to

tal (μm

ol m

-2)

Nitrogênio (g m-2) Nitrogênio (g m-2)

A B

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55

Figura 25. Relação entre conteúdo de nitrogênio (N) e fósforo (P) e a área foliar específica

(AFE) em cinco espécies florestais da Amazônia. Cada simbolo representa uma planta por

espécie na época chuvosa (circulo aberto, ○) e na época seca (circulo fechado, ●). **:

significativo a 1% de probabilidade.

O fósforo (P) foi positivamente relacionado (P ≤ 0,05) com Apot, Vc-max e Jmax (Figura

26), o que confirma a importância deste nutriente no processo fotossintético (ATP, NAPH). A

oferta de fósforo inorgânico regula o ciclo de Calvin e o transporte de metabólicos e de

compostos assimilados. Contudo, a deficiência do mesmo resulta em uma acumulação de

assimilados (sacarose e amido) no cloroplasto, deprimindo a fotossíntese até mesmo sob

condições favoráveis (Senft, 1978; Lauer et al., 1989). Reich et al. (1995) também observou

correlação significativa entre a capacidade fotossintética e o conteúdo de fósforo, o que

corrobora com os resultados apresentados neste trabalho.

r2 = 0,21**

0 11 22 33

AFE (m-2 kg-1)

Fósforo (g m -2)

0,00

0,03

0,05

0,08

r2 = 0,45**

0

1

2

3

0 11 22 33

AFE (m-2 kg-1)

Nitr

ogên

io (g

m -2)

3,0

2,0

1,0

0,0

Nitr

ogên

io (g

m-2

)

A B

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56

Figura 26 - Relação entre fotossíntese potencial (A, Apot), a taxa máxima de transporte de

elétrons (B, Jmax), a velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (C, Vc-max), e o conteúdo

de fósforo (P) em cinco espécies florestais da Amazônia. Cada símbolo representa uma planta

por espécie na época chuvosa (circulo aberto, ○) e na época seca (circulo fechado, ●). *:

significativo a 5% de probabilidade. **: significativo a 1% de probabilidade.

y = 217,97x + 3,8855R2 = 0,3286

0

10

20

30

0,01 0,02 0,03 0,04

P (m-2 kg-1)

Apo

t (μm

ol m

-2 s-1

)

y = 829,05x + 17,954R2 = 0,2966

0

40

80

120

0,01 0,02 0,03 0,04

P (m-2 kg-1)

J max

(μm

ol m

-2 s-1

)

y = 284,4x + 10,965R2 = 0,1186

0

20

40

60

0,01 0,02 0,03 0,04

P (m-2 kg-1)

Vc-

max

(μm

ol m

-2 s-1

)

A

B

C

**

**

*

Fósforo (g m-2)

r² = 0,33**

r² = 0,30**

r² = 0,12*

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57

6. CONCLUSÃO

As taxas de fotossíntese máxima (Amax) e a condutância estomática (gs) mostraram ser

influenciadas pelo horário do dia, o que indica que medições das taxas fotossintéticas

devem ser realizadas entre 9 e 14 h.

A variação sazonal da precipitação nas épocas seca e chuvosa não teve efeito na

fotossíntese máxima e potêncial, velocidade máxima de carboxilação da Rubisco (Vc-

max), a taxa máxima de transporte de elétrons (Jmax), provavelmente devido ao curto

período de seca na época de estudo.

A espécie Simarouba amara apresentou maiores taxas fotossintéticas (Amax e Apot), Vc-

max e Jmax e maior espessura foliar. Microsítios do sub-bosque ocupados por esta

espécie apresentaram menor índice de área foliar (IAF) e maior valor de fração de céu

visível (FCV), indicando que variações na luminosidade do sub-bosque influenciam

significativamente os parâmetros fisiologicos e anatômicos da folha.

O fator limitante da fotossíntese em níveis CO2 do ambiente (CO2 no ar de 380 µmol

mol-1), independente da espécie, foi a velocidade de carboxilação da Rubisco,

mostrando que, aumentos na [CO2] de 380 a 700 µmol mol-1 pode incrementar a taxa

fotossintética da planta.

Houve relação positiva entre a capacidade fotossintética (Amax, Apot, Vc-max e Jmax) e os

conteúdos de nitrogênio e fósforo, o que mostra que taxas fotossintéticas podem ser

limitadas pela disponibilidade de nutrientes.

A taxa de crescimento de arvoretas no sub-bosque é relativamente baixa (0,8 mm ano-

1) e tende a ser maiores nos ambientes mais iluminados. Porém, aparentemente não há

correlação com a capacidade fotossintética da folha, o que mostra que o crescimento

da planta é o resultado de uma complexa interação de fatores, como fotossíntese foliar,

translocação de assimilados e respiração.

Page 72: Crescimento e variação diurna da condutância estomática e ... · ii Nilvanda dos Santos Magalhães Crescimento e variação diurna da condutância estomática e taxas fotossintéticas

58

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8. APÊNDICE A - Símbolos e abreviaturas mais usadas no texto

Amax – fotosíntese maxima (µmol m-2 s-1)

Apot – fotossíntese potencial (µmol m-2 s-1)

AFE – área foliar específica (m2 kg-1)

Chl a – clorofila a (µmol m-2) (µmol m-2)

Chl a/b – razão clorofila a/b

Chl a+b – clorofila a + b(µmol m-2)

Chl b – clorofila b (µmol m-2)

Chl/car – relação clorofila a + b /carotenóides

E – transpiração (mmol m-2 s-1)

FCV – fração de céu visível

gs[380] – condutância estomática em [CO2] ambiente (mol m-2 s-1)

gs[2000] – condutância estomática em [CO2] saturante (mol m-2 s-1)

IAF – índice de área foliar

Ic – irradiância de compensação (µmol m-2 s-1)

Jmax,25 °C - taxa de transporte de elétrons normalizado à 25°C (µmol m-2 s-1)

Rd – a taxa de respiração no escuro (µmol m-2 s-1)

Vc-max, 25 °C - velocidade máxima de carboxilação da Rubisco normalizado à 25°C

(µmol m-2 s-1)

Γ* - concentração de CO2 de compensação (µmol mol-1)

Θ – convexidade da curva de luz (sem dimensões)

Φ – rendimento quântico aparente (mol (CO2) mol-1 (fótons))

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9. APÊNDICE B – Curva resposta à luz em cinco espécies florestais na Amazônia Central.

Figura 27. Taxa de fotossíntese (Amax) em função da radiação fotossintéticamente ativa (Q)

para M. guianensis (A), G .olivacea (B), S. amara (C), R. guianensis (D), D. saccifera (E).

Cada ponto corresponde a média de duas épocas, três plantas por espécie e duas a quatro

folhas por planta. As barras em cada símbolo correspondem ao erro padrão da média.

-2

1

4

7

A ( μm

ol m

-2 s-1

)

-2

1

4

7

0 500 1000 1500 2000

Q( μmol m-2 s-1)

A ( μm

ol m

-2 s-1

)

0 500 1000 1500 2000

Q( μmol m-2 s-1)

-2

1

4

7

A ( μm

ol m

-2 s-1

)

C

A

D E

B

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10. APÊNDICE C – Ata da aula de qualicação e defesa oral.

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ANEXO (Tabela 1A)

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Tabela 1A. Resumo das análises de variância, mostrando F (de Fisher), grau de liberdade (gl)

e significância das variáveis analisadas no estudo, em função das épocas (epo) e das espécies

(spp). NS: não significativo (p > 0,05), * significativo (p < 0,05) e ** altamente significativo

(p < 0,01).

Variáveis/ efeitos gl

(efeito, res) F Variáveis/ efeitos

gl

(efeito, res) F

Amax Rd

Epo 1,20 1,03ns Epo 1,20 0,10ns

Spp 4,20 4,77** Spp 4,20 6,55**

Epo x spp 4,20 0,63ns Epo x spp 4,20 1,36ns

Apot Φ

Epo 1,20 0,04ns Epo 1,20 0,69ns

Spp 4,20 4,83** Spp 4,20 2,53 ns

Epo x spp 4,20 0,52ns Epo x spp 4,20 2,44 ns

gs[380] Rd/Φ

Epo 1,20 0,31ns Epo 1,20 0,41ns

Spp 4,20 1,36ns Spp 4,20 4,32*

Epo x spp 4,20 0,43ns Epo x spp 4,20 1,39 ns

gs[2000] Fv/Fm

Epo 1,20 0,216ns Epo 1,20 1,32 ns

Spp 4,20 0,762ns Spp 4,20 3,24*

Epo x spp 4,20 0,323ns Epo x spp 4,20 1,34 ns

Vc-max a 25ºC IAF

Epo 1,20 0,001ns Epo 1,20 1,25 ns

Spp 4,20 9,35** Spp 4,20 2,51 ns

Epo x spp 4,20 0,58ns Epo x spp 4,20 0,32 ns

Jmax a 25ºC FCV

Epo 1,20 0,137ns Epo 1,20 0,54ns

Spp 4,20 5,18** Spp 4,20 4,28*

Epo x spp 4,20 0,59ns Epo x spp 4,20 0,15 ns

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Variáveis / efeitos gl

(efeito, res) F Variáveis / efeitos

gl

(efeito, res) F

Γ Chl a

Epo 1,20 13,5** Epo 1,20 0,55 ns

Spp 4,20 2,08ns Spp 4,20 3,62 *

Epo x spp 4,20 0,468ns Epo x spp 4,20 1,05 ns

Chl b Espessura seca

Epo 1,20 4,21ns Epo 1,20 2,75 ns

Spp 4,20 0,69ns Spp 4,20 9,17 **

Epo x spp 4,20 1,68 ns Epo x spp 4,20 0,18 ns

Chl a/b N

Epo 1,20 5,31ns Epo 1,20 1,34 ns

Spp 4,20 3,27* Spp 4,20 1,13 ns

Epo x spp 4,20 1,61ns Epo x spp 4,20 0,95 ns

Chl a+ b P

Epo 1,20 1,66 ns Epo 1,20 1,01 ns

Spp 4,20 2,50 ns Spp 4,20 1,50 ns

Epo x spp 4,20 1,21 ns Epo x spp 4,20 0,21 ns

Carotenóides IAD

Epo 1,20 0,62ns Epo 1,20 1,25 ns

Spp 4,20 0,68 ns Spp 4,20 2,51 *

Epo x spp 4,20 2,90 ns Epo x spp 4,20 0,32 ns

Chl a+ b/Car IAA

Epo 1,20 0,73 ns Epo 1,20 0,69ns

Spp 4,20 1,30 ns Spp 4,20 2,53 *

Epo x spp 4,20 2,35 ns Epo x spp 4,20 2,44 ns

AFE Espessura fresca

Epo 1,20 2,19 ns Epo 1,20 1,57 ns

Spp 4,20 5,23* Spp 4,20 8,05 **

Epo x spp 4,20 0,30 ns Epo x spp 4,20 0,06 ns