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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Rafael França: obra como testamento / Instituto Arte na Escola ; autoria de Ana

Maria Schultze ; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. – São

Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 60)

Foco: LA-16/2006 Linguagens Artísticas

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-98009-39-3

1. Artes - Estudo e ensino 2. Videoarte 3. Arte e tecnologia 4. França,

Rafael I. Schultze, Ana Maria II. Martins, Mirian Celeste III. Picosque, Gisa

IV. Título V. Série

CDD-700.7

RAFAEL FRANÇA: obra como testamento

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Ana Maria Schultze

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

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DVD

RAFAEL FRANÇA: obra como testamento

Ficha técnica

Gênero: Documentário a partir de entrevistas com Rafael Fran-ça, artistas e teóricos.

Palavras-chave: Videoarte; sexualidade; tempo; arte e vida;procedimentos técnicos inventivos; projeto poético; arte etecnologia; arte contemporânea.

Foco: Linguagens Artísticas.

Tema: O percurso artístico de Rafael França e sua poética pes-soal na videoarte.

Artistas abordados: Rafael França, Regina Silveira, HudnilsonJr., Mário Ramiro e Arlindo Machado.

Indicação: Ensino Médio.

Direção: Alex Gabassi e Marco Del Fiol.

Realização/Produção: Associação Cultural Videobrasil, São Paulo.

Ano de produção: 2001.

Duração: 25’.

Coleção/Série: Videobrasil coleção de autores.

Sinopse

O documentário aborda a breve e singular trajetória do artistaRafael França, marcada por um crescente afastamento dosmeios tradicionais artísticos e uma enorme vontade de experi-mentar novas técnicas. Com depoimentos de Regina Silveira,Arlindo Machado, Mário Ramiro e Hudnilson Jr., os dois últi-mos companheiros do artista no Grupo 3NÓS3, o documentárioreúne trechos e declarações do artista, precursor da videoarteno Brasil. Morto precocemente em 1991, Rafael França tratoude questões como a sexualidade e o corpo em obras caracte-rizadas também por uma intensa pesquisa das possibilidades

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de narrativa. O documentário traz ainda imagens pouco conhe-cidas, provenientes do acervo pessoal do artista.

Trama inventiva

Falar sem palavras. Falar a si mesmo, ao outro. Arte, lingua-gem não-verbal de força estranha que ousa, se aventura a to-car assuntos que podem ser muitos, vários, infinitos, do mundodas coisas e das gentes. São invenções do persistente ato cri-ador que elabora e experimenta códigos imantados na articula-ção de significados. Sua riqueza: ultrapassar limites processu-ais, técnicos, formais, temáticos, poéticos. Sua ressonância:provocar, incomodar, abrir fissuras na percepção, arranhar a sen-sibilidade. A obra, o artista, a época geram linguagens ou cru-zamentos e hibridismo entre elas. Na cartografia, estedocumentário é impulsionado para o território das Linguagens

Artísticas com o intuito de desvendar como elas se produzem.

O passeio da câmeraDiante de nossos olhos, Rafael França testemunha. Suas fa-las, suas obras e fotografias de época oferecem ao nosso olharo testemunho de sua trajetória artística, cuja produção, rebel-de e corajosa, expôs de forma direta sua própria vida. Comoespectadores, testemunhamos os depoimentos emocionadosde Hugo França, seu irmão; da artista Regina Silveira1 , suaprofessora; do teórico Arlindo Machado e dos companheiros doGrupo 3NÓS3, Hudnilson Jr. e Mário Ramiro.

O documentário traz um material precioso, como a entrevistadada pelo artista ao pesquisador americano Charles Nafus e asimagens cedidas pelo Video Data Bank, de Chicago, onde RafaelFrança estudou e deu aulas. Além disso, conta com um materialpouco conhecido oriundo de cento e noventa fitas de estudo dopróprio Rafael França, de diferentes formatos, e doadas por eleao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Pau-lo (MAC). Trata-se de imagens brutas usadas nas instalações,material institucional dirigido pelo autor, além de gravações deprogramas de tv e filmes usados em suas pesquisas.

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material educativo para o professor-propositor

RAFAEL FRANÇA – OBRA COMO TESTAMENTO

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O documentário nos conduz à percepção do procedimento seriale da construção/desconstrução de narrativas em diferenteslinguagens, como foco de seu trabalho.

O documentário abre brechas para proposições pedagógicasem: poética da Materialidade, abordando as imagensvideográficas; Processo de Criação, a pesquisa em arte e apoética pessoal intimista; Forma-Conteúdo, a narrativa ficcionalna temática contemporânea e o tempo como elemento davisualidade da videoarte; Conexões Transdisciplinares, as ques-tões sobre a aids; e Saberes Estéticos Culturais, focalizando oestudo dos pioneiros da arte e tecnologia, da artemídia.

Por celebrar o pioneirismo de Rafael França na videoarte2 , odocumentário está alocado no território das Linguagens Ar-

tísticas, para que a investigação possa movimentar-se nos có-digos das imagens videográficas.

Sobre Rafael França(Porto Alegre/RS, 1957 – Chicago/EUA, 1991)

Meu nome é Rafael. Rafael França. Eu me interesso por um tipo

experimental de arte.

Rafael França

Rafael França, no ano de 1991, produz o vídeo3 Prelúdio de uma

morte anunciada. Nele, França aparece trocando carícias comseu então companheiro, Geraldo Rivello. Enquanto isso, pas-sam flutuando na tela nomes de amigos vitimados pela aids. Acâmera lenta fecha em mãos, braços, bocas, pescoços, orelhasem (pro)fusão. A imagem crua é quase naturalista. Ao fundo,uma dilacerante interpretação de La Traviata pela soprano bra-sileira Bidu Saião, gravada em 1943. A última coisa que apare-ce no vídeo é a frase: Above all they had no fear of vertigo

(Apesar de tudo, eles não tiveram nenhum medo da vertigem).

Em 43 minutos, as imagens revelam o corpo de um, como abri-go para o corpo do outro, e os nomes, lembrança do que aindavai ser. Rafael França produz o vídeo em Chicago, poucos diasantes de sua morte, vítima da aids. No vídeo, a narrativa de

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gestos e nomes próprios encarnam uma emoção, em vez designificá-la. Há testemunho, há testamento. França traz todoum questionamento que incide sobre a sua própria imagem, emtorno da questão da identidade de um homossexual e toda asua problemática inserida dentro da sociedade. Uma verdadei-ra celebração dos valores que nortearam sua vida e dos quaisele jamais abriu mão, nem mesmo nos momentos de maioragonia de sua doença.

Pioneiro no questionamento e na pesquisa das narrativas emvídeo, Rafael França tem uma curta carreira, porém intensae diversificada, marcada por um crescente afastamento dosmeios tradicionais artísticos.

Sua produção inicia-se com desenhos e gravuras no Ateliê Li-vre da Prefeitura de Porto Alegre. França muda-se para SãoPaulo para estudar na Universidade de São Paulo. Logo ligaseu nome a Regina Silveira, sua conterrânea e também grava-dora, professora daquela escola.

A formação do Grupo 3NÓS3 é lembrada no documentário porMário Ramiro e Hudnilson Jr. e em entrevistas deixadas pelopróprio Rafael. O trio se dedica a intervenções urbanas, comoo ensacamento de estátuas em São Paulo, e explora habilmen-te a mídia: as ações só são iniciadas com a chegada de jorna-listas, num jogo envolvendo idéias como a visibilidade, a mani-pulação e a comunicação de massa.

Em 1982, França muda-se para Chicago, graças a uma bolsade estudos. Ali seu trabalho se direciona para uma nova mídia:a videoarte. Primeiro experimenta lidar com a geometria dasrelações entre tv e câmera. Câmeras apontavam para tvs queprojetavam a imagem delas mesmas gravadas pelas câmeras.Depois, seu trabalho evolui para a narrativa ficcional do vídeoe, em seguida, passa a trabalhar com vídeo e computador, fa-zendo videoinstalações.

Rafael França, na história da videoarte brasileira, é um artistaque se mantém fiel a sua visão crítica da televisão. Nessa pers-pectiva, ao se dedicar seriamente à pesquisa da linguagemexpressiva do vídeo, aponta caminhos criativos para a organi-

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zação das idéias plásticas e acústicas em termos de adequa-ção ao meio.

Como acontece em quase toda obra da primeira geração de vídeo,o personagem principal dos trabalhos de França é quase sempreele mesmo, seja figurando pessoalmente como protagonista, sejase fazendo projetar num outro. Dentre seus importantes traba-lhos ressalta-se O profundo silêncio das coisas mortas (1988),Insônia (1989) e Prelúdio de uma morte anunciada (1991).

Rafael França, na linguagem videográfica, busca refúgio parameditar e especular sobre seus próprios conflitos interiores, cri-ando uma fabulação que deixa emergir traços de uma subjetivida-de singular, irredutível, quase incomunicável. Suas imagens ele-trônicas, ao contrário das imagens clichê dos filmes de ação e dosrealities shows, não pretendem ser uma cópia do mundo, literal eem tempo real. Talvez sejam nelas que encontremos o refúgio paraolhar o mundo nos olhos, deixando as coisas nos olhar.

Os olhos da arteEu acho que a importância principal do trabalho do França foi apresentar

alternativas para a ficção no vídeo. O vídeo sempre teve muita dificulda-

de de lidar com a narração fictícia, e eu acho que o Rafael foi uma das

poucas pessoas que experimentou essencialmente a ficção no vídeo.

Arlindo Machado

O mote da primeira geração de videoartistas é criar uma rela-ção crítica com a sociedade televisiva. Assim, a intenção dovideoartista opõe-se à do produtor de tv ou do realizador defilmes/vídeos publicitários. Sua estética exige um ponto departida artístico. Nesse sentido, a arte reside na intenção doartista: conceber um objeto sem levar em consideração qual-quer tipo de aplicação prática.

Em sua experimentação de novas formas narrativas para o vídeo,França destaca-se pela criação de uma ficção videográfica, semprejuízo, entretanto, aos aspectos confessionais ou auto-teste-munhais, básicos dessa obra. Suas narrativas exploram coisascomo o contraste dinâmico entre cortes muito rápidos e muito

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lentos, seqüências inteiras apresenta-das quadro a quadro, como se fosseuma projeção de slides, imagens forade foco, ausência de sincronia entresom e imagem, com diálogos sem sin-cronização labial, longos trechos em si-lêncio, uso de diferentes texturas decores ou preto-e-branco e assim pordiante, além dos cenários serem co-tidianos ou banais. A realidade daficção pode ser muito mais real doque a vida real televisionada.

O início da videoarte é atribuído aNaum June Paik, seguido por traba-lhos dos artistas Dan Grahan, BruceNauman, Joan Jonas, John Baldessarie Bill Viola. No Brasil, algumas expe-rimentações são realizadas nos anos70 e com mais intensidade nos anos80. Os primeiros artistas que apresen-tam trabalhos experimentais emsuper-8 e vídeo são: Carlos Zílio,Marcello Nitsche, Anna Bella Geiger,Antonio Dias, José Roberto Aguilar,Paulo Bruscky, Regina Silveira, SôniaAndrade, dentre outros.

A artista e professora Suzete Venturelli4

comenta que, para a crítica de arteSheila Leirner, a videoarte cobre quatrointeresses relacionados à principal pro-priedade do vídeo: o tempo.

O primeiro interesse leva para uma consciência diferente do tempo,

principalmente para o espectador; o segundo está voltado para a

própria técnica do vídeo e suas múltiplas possibilidades de edição da

imagem, que se complementa com a música; o terceiro é que o vídeo

facilita a criatividade e a espontaneidade por meio de estímulos pre-

viamente registrados e da observação de eventos contínuos e, final-

Rafael França

Imagens do vídeo

Prelúdio de uma morte

anunciada, 1991

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mente, o último interesse é a possibilidade que ele tem para a criação

das instalações e videobjetos, cujo modo de apresentação pode es-

tabelecer a simultaneidade entre o real e o simulacro.

De um modo geral, a videoarte chega para revolucionar a esté-tica e a linguagem da arte. A edição é recurso imprescindívelpara a montagem da multiplicidade de fragmentos da imagemvideográfica.

De outro modo, no início dos anos 90, o artista Otávio Donasci,em São Paulo, produz, no contexto da videoarte, suas incríveisvideocriaturas (atores vestidos com uma tv sobre a cabeça).Os vídeos apresentados são pré-gravados e buscam dialogarcom os espectadores em apresentações performáticas.

Se, em princípio, a videoarte é concebida como um prolonga-mento do eu, quando passou a ser exposta em espaços artísti-cos, o ambiente passa a fazer parte da obra, proporcionando osurgimento das videoinstalações. Artistas como DianeDomingues, Lucas Bambozzi. Eder Santos, Kiko Goifman eJurandir Muller, entre outros, se destacam por suas videoins-talações e nas discussões contemporâneas da relação da artecom a tecnologia do vídeo.

Como uma arte dos fluxos ininterruptos, o vídeo abre novas possi-bilidades de moldar e subverter o espaço-tempo, bem como ofere-

Rafael França - Sem título, 1979

Fotocópia sobre papel – seqüência de 4 imagens, 25,1 x 40,7 cm

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ce uma nova dimensão para a ação artística. Ao tornar as mensa-gens legíveis ao espectador no mesmo momento em que elas aindaestão sendo enunciadas, a linguagem videográfica se constitui emum fenômeno inédito em toda a história das artes visuais.

O passeio dos olhos do professorConvidamos você a ser um leitor do documentário, antes doplanejamento de sua utilização. Neste momento, é importantevocê registrar suas impressões durante a exibição. Nossa su-gestão é que suas anotações iniciem um diário de bordo, numfazer narrativo como instrumento para sua ação pedagógicadurante todo o processo de trabalho junto aos alunos.

A seguir, uma pauta do olhar que pode ajudá-lo:

Que impressões o documentário desperta em você?

Como você percebe o percurso artístico de Rafael França?Entre as diferentes linguagens experimentadas por ele, hápontos de contato?

As entrevistas do documentário oferecem uma “ilha de lem-branças” sobre Rafael França. O que isso desperta em você?

O documentário mostra imagens das obras de França. Quaise como essas obras lhe chamam a atenção?

O documentário lhe faz perguntas? Quais?

O que você imagina que os alunos gostariam de ver nodocumentário?

O que causaria atração ou estranhamento?

Para você, qual o foco de trabalho em sala de aula que podeser desencadeado pelo documentário?

Agora, reveja suas anotações. Elas revelam o modo singular desua percepção e análise. A partir delas e da escolha do foco detrabalho, quais questões você faria numa pauta do olhar para opasseio dos olhos dos seus alunos pelo documentário?

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Percursos com desafios estéticosNo mapa, você pode visualizar as diferentes trilhas potenciaisque podem ser percorridas, considerando a sensibilidade, ointeresse e a motivação que o documentário pode gerar em seusalunos. O território que escolhemos desliza o documentário paraLinguagens Artísticas, para o qual apresentamos os possí-veis modos de percursos de trabalho impulsionadores de pro-jetos para o aprender-ensinar arte.

O passeio dos olhos dos alunos

Algumas possibilidades:

Um modo de conduzir o olhar dos alunos para o documentárioé propondo a eles que tragam para a sala de aula gravaçõesde videoclipes exibidos na tv. Depois da exibição dosvideoclipes, no mínimo dois, proponha uma conversa sobreo modo como foram produzidos. Buscando focalizar a lin-guagem videográfica, você pode problematizar a percepçãodos alunos sobre a narrativa, a seqüência dos planos, ocenário, a textura e cor das imagens, a sobreposição, omovimento da câmera, etc. Escolha, no documentário, umtrecho que mostre imagens de um vídeo de Rafael França.Após a conversa sobre os videoclipes, exiba o trecho esco-lhido. Quais as semelhanças e diferenças que os alunospercebem em relação à linguagem? Para eles, tanto as ima-gens videográficas de França como aquelas dos videoclipessão manifestações artísticas?

Uma outra via de acesso dos alunos ao documentário podeser a realização de uma animação, já que uma animação ésimplesmente um desenho em movimento. A animação en-gana o olho humano através da exibição seqüencial de ima-gens em um curto espaço de tempo, assim como a imagemeletrônica que se dá pelos múltiplos quadros (ou frames)que se sucedem na fita de vídeo. Como forma prática demontar uma animação, pode-se utilizar o conceito de

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qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Zarpand

imagens videográficas,criações multimídias

câmera de vídeo,monitor de tv

natureza da matéria

poética da imaterialidade

procedimentosferramentas

suporte

imagens analógicas,imagens digitaisfita de vídeo,

computador, fax,máquina de cópia(xerox)

Materialidade

procedimentos técnicos inventivos,subversão de usos, experimentação

ConexõesTransdisciplinares

arte e ciênciashumanas

arte, ciênciae tecnologia

informática, eletrônica

aids, homossexualidade, sexualidade

do

Forma - Conteúdo

elementos davisualidade planos, movimento da câmera

relações entre elementosda visualidade

tempo, ritmo lento,recurso do feedback,relações entre imagensda câmera e do monitorde tv

temática contemporânea

memória, narrativa ficcional,arte e vida, subjetividade, diário pessoal

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte

estética e filosofia da arte

arte e tecnologia, artemídia,arte contemporânea

estética experimental

Linguagens Artísticas

videoarte, videoinstalação,off-set, xerografia, fotografia,intervenções urbanas

artesvisuais

meiosnovos

Processo deCriação

ação criadora

ambiência de trabalho

produtor-artista-pesquisador

poética pessoal intimista, percurso de experimentação,arte como experiência da vida, montagem, storyboard

viagens de estudo, ilha de edição,locação externa, locação interna

projeto poético, a pesquisa em arte,investigação do próprio processo

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flipbook, um livro pequeno que, ao ser folheado rapidamente,apresenta uma seqüência de imagens desenhadas. Após aconfecção e apreciação dos flipbooks produzidos, você podeproblematizar: quais relações os alunos percebem entre tem-po, seqüência, movimento na animação? Exiba, depois, odocumentário. O que a obra de Rafael França desperta nosalunos para saber mais sobre a questão do tempo na videoarte?

A experimentação com a máquina xerox está presente nopercurso artístico de Rafael França. Uma possibilidade deaguçar o olhar dos alunos para o documentário pode ter comoprovocação a criação em xerografia. O desafio pode ser a com-posição visual de um auto-retrato, explorando como elemen-tos uma fotografia de si mesmo e a própria assinatura dese-nhada. Oriente os alunos para a importância na xerografia,do trabalho com o meio-tom de preto sobre o branco, porquea cópia não prima pela nitidez - o branco é sempre ressaltadoem detrimento ao tom escuro. Depois das composições se-rem copiadas, proponha uma leitura dos resultados obtidos,problematizando: o que pensam sobre a possibilidade dessaforma de arte como um meio simples e de fácil distribuição?Após a conversa, exiba o documentário. O que causa nos alu-nos maior atração e estranhamento?

Essas sugestões podem gerar outras, com a intenção de con-vocar os alunos para assistir ao documentário, inteiro ou empartes, despertando novos fatos, idéias e sentidos para a re-flexão sobre as questões da linguagem videográfica. Pode-setambém pedir que eles lancem questões prévias que gostari-am de ver respondidas pelo documentário.

Desvelando a poética pessoalA proposta, nesse momento, é para que seus alunos possamfazer experimentações com imagens eletrônicas, criando comuma câmera de vídeo. Isso será possível em sua comunidade?Se não for, os alunos podem criar storyboards, planejando ce-nas. Algumas idéias estão aqui esboçadas, para utilizar a câmerainvestigando elementos da linguagem videográfica:

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Seguindo a poética de Rafael França, os alunos podem cri-ar pequenos vídeos onde haja contraste entre a cena foca-lizada e a trilha sonora. Por exemplo: uma cena com duaspessoas jogando dominó ou dama onde a câmera grava aação no jogo, o movimento das mãos, das peças, a tensãono rosto dos jogadores e a trilha sonora se inicie com o somdas peças, passando para o som de uma música frenética.

Os alunos podem escolher um tema, como, por exemplo: oque é o olhar para você? O que é a alegria? A pressa? A tris-teza? O que é ficar sozinho para você? Depois, podem gra-var um rápido depoimento de pessoas falando sobre o tema.Como posicionar a câmera? Posicionada na frente da pes-soa, como se estivesse fazendo uma confissão ao especta-dor? Apresentando um objeto que possa representar o seudepoimento (como uma flor murcha para expressar tristeza)?Para essa experimentação, qual cenário será montado? Paraa gravação dos objetos, qual a trilha sonora?

A experimentação pode se dar por meio dos planos em con-junto com o tempo, criando narrativas, como por exemplo:

Plano detalhe visto de cima: um objeto que tenha forma larga e profun-

da, por exemplo, um balde translúcido visto de cima e, muito lentamen-

te, a câmera vai descendo até a base do balde, entrando dentro dele.

Plano médio: um objeto que possa ser aberto, como um caderno apoi-

ado numa superfície, por exemplo. A câmera pode aproximar-se mui-

to lentamente da capa do caderno e ao chegar perto, o caderno tam-

bém vai sendo aberto (por alguém que não aparece) lentamente.

Depois as páginas em branco começam a virar rapidamente sob o

vento de um ventilador.

Plano de baixo para cima: um conjunto de objetos, como por exemplo,

gavetas vazias, sobrepostas verticalmente, deixando aparecer o seu inte-

rior vazio. A câmera começa gravando de baixo para cima, lentamente,

até chegar à última, que frustra a expectativa de que há algo dentro dela.

As imagens gravadas devem ser exibidas na tv para discussãodos grupos sobre os resultados, que devem ser retomados paranovas criações, pois o apuramento técnico e imagético podecrescer com outros desafios.

Outra possibilidade é a visita a um estúdio de gravação para queas imagens sejam editadas, possibilitando que os alunos conhe-

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çam o processo de montagem/edição. Ou, ainda, se no labora-tório da escola houver condições de edição, que ela ocorra pormeio de alguns programas específicos para isso. O professor deinformática pode vir a ser um parceiro nesta experimentação.

Ampliando o olhar

Realizando uma performance em conjunto com outra esco-la: os alunos da primeira escola criam imagens, que sãoenviadas para a escola parceira por meios diversos: fax, e-mail, ou mesmo correio. Os alunos da segunda escola inter-ferem nas imagens recebidas, devolvendo-as à escola ori-ginal, e assim continuamente, até que se atinja um fim de-terminado previamente (de tempo, de quantidade deinterferências, de ocupação da superfície, etc.).

Em relação à recepção, a videoarte trata de iniciar o públiconuma outra linguagem, distinta da lógica da televisão. Noentanto, não raro, os espectadores consideram as propos-tas artísticas em vídeo aborrecíveis e entediantes. Por queisso ocorre? Promova uma discussão sobre essa questão,sempre problematizando as semelhanças e diferenças es-téticas entre as duas linguagens: a televisiva e a videoarte.A construção de um quadro comparativo das duas lingua-gens é um modo interessante de sintetizar o levantamentode motivos dados pelos alunos.

Organizar uma visita dos alunos a um estúdio de tv ou a umapequena produtora de vídeos (por exemplo, uma produtorade vídeos de casamentos), onde possam conhecer as diver-sas etapas da produção de um vídeo. Os alunos podem pre-parar um roteiro com perguntas para entrevistar os profis-sionais do estúdio ou produtora. No retorno à sala de aula,os alunos podem organizar um texto coletivo alinhavandoas impressões sobre a visita.

Na internet, há bons concursos e festivais que usam a lingua-gem do vídeo, como o Festival do Minuto, ou o Anima Mundi.Em ambos, é possível concorrer com pequenas animações, até

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feitas por alunos, ou ainda, na época da premiação, solicitarque sua escola seja um pólo para exibição dos filmes concor-rentes. Eventualmente, até oficinas podem ser programadas.Consulte a indicação de sites na bibliografia.

A exibição dos documentários [art.digital] e Videoarte – ex-

perimentos de imagem, disponíveis na DVDteca Arte na Es-cola – oferece uma ampliação do estudo sobre a presençadas imagens eletrônicas na arte e os desdobramentos comas novas tecnologias.

Rafael França não teve tempo de utilizar as tecnologias hojedisponíveis para a criação de imagens. Com o acesso àinternet cada vez mais comum, podemos refletir sobre quaissão os recursos que a rede disponibiliza para o contato comobras de arte e para a criação de imagens e outros tiposde obras. Velejar no informar, criar novos conjuntossignificantes. O que a música Pela internet, de GilbertoGil5 , pode trazer sobre os sentidos dessa grande maré quenão pára nunca?

Pela internet

Criar meu web site

Fazer minha home-page

Com quantos gigabytes

Se faz uma jangada

Um barco que veleje

Que veleje nesse infomar

Que aproveite a vazante da infomaré

Que leve um oriki do meu velho orixá

Ao porto de um disquete de um micro em Taipé

Um barco que veleje nesse infomar

Que aproveite a vazante da infomaré

Que leve meu e-mail até Calcutá

Depois de um hot-link

Num site de Helsinque

Para abastecer

Eu quero entrar na rede

Promover um debate

Juntar via Internet

Um grupo de tietes de Connecticut

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De Connecticut acessar

O chefe da Macmilícia de Milão

Um hacker mafioso acaba de soltar

Um vírus pra atacar programas no Japão

Eu quero entrar na rede pra contactar

Os lares do Nepal, os bares do Gabão

Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular

Que lá na praça Onze tem um vídeopôquer para se jogar

Conhecendo pela pesquisaArtistas brasileiros como Diane Domingues, LucasBambozzi, Eder Santos, Kiko Goifman e Jurandir Muller,entre outros, destacam-se na artemídia e nas discussõescontemporâneas da relação da arte com a tecnologia dovídeo e do computador. A investigação sobre o trabalhodesses artistas é um modo de conhecer seus temas e for-mas de trabalho com imagens eletrônicas.

O Grupo 3NÓS3, do qual Rafael França foi integrante, re-alizava, nos anos 70, intervenções urbanas buscando en-globar o ambiente, a participação do espectador, o espaçourbano e a mídia. Desde 1994, o evento Arte/Cidade é umprojeto de intervenções urbanas que se realiza em São Paulo.Há também o projeto de intervenção urbana Cow parade,que consiste em espalhar por grandes cidades vacas de fi-bra de vidro, em tamanho natural, assinadas por artistaslocais das mais diversas gerações e linguagens, como acon-tece em São Paulo, em 2005. O que os alunos podem inves-tigar sobre esses projetos? Esses eventos de hoje são se-melhantes à proposta do Grupo 3NÓS3? O que mudou?Quais conceitos das intervenções dos anos 70 permanecemainda nas propostas atuais de intervenção urbana?

Câmeras fotográficas digitais, cada vez mais acessíveis, sãoatualmente uma forma bastante prática de criar imagens.De que outras maneiras tais tipos de câmeras podem serutilizadas?

A obra de cunho bastante pessoal de Rafael França está

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material educativo para o professor-propositor

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também centrada em uma indagação dramática sobre aquestão da homossexualidade. Não se pode esquecer quea obra videográfica de França foi construída nos anos 80,num momento em que a aids aparece como um flageloincontornável, sobretudo para as comunidades de homos-sexuais e hemofílicos. O drama homossexual por excelên-cia, naquele contexto, era menos a exclusão social do que ainevitabilidade da morte. O que os alunos sabem sobre aaids? Essa pode ser uma investigação a ser feita em parce-ria com professores de biologia.

Nos vídeos de França, a narrativa não é clássica. Quais osdiferentes modos de construção de narrativas? Qual a dife-rença entre a narrativa da literatura e do cinema? As narra-tivas de França se assemelham a qual modelo?

Para os pioneiros, a videoarte se constitui, ao menos po-tencialmente, em uma “contra-televisão”, pois sob o véu dafantasia, o realismo instala-se na tv tornando suas imagens“duplos do mundo”. Para investigar os aspectos da aliena-ção da tv, um ponto de partida pode ser assistir ao filmeShow de Truman. Nele, um pacato vendedor de seguros temsua vida virada de cabeça para baixo quando descobre queé o astro, desde que nasceu, de um show de televisão de-dicado a acompanhar todos os passos de sua existência.

Os percursos aqui sugeridos não correspondem a uma ordemseqüencial. Qualquer um deles pode vir a ser o início ou serproposto paralelamente.

Amarrações de sentidos: portfólioDar sentidos ao que se estudou é um momento especial. Asbagagens estéticas, organizadas num portfólio, podem ganharuma marca pessoal pela proposta de apresentação de modoestético. A proposta é a criação de uma espécie de diárioconstruído em folhas coloridas de tamanho A3. Nelas, os alu-nos podem anotar trechos de “fala interior”, isto é, do quepensam à medida que vão elaborando os trabalhos de discus-

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são, as pesquisas realizadas, as reflexões sobre os trabalhospropostos para a poética pessoal; ou seja, a trajetória de estu-do durante o projeto. As fitas gravadas na produção em vídeopodem ser guardadas em envelopes e anexadas às folhas.

Valorizando a processualidadeToda experiência provoca conhecimento. O que os alunos per-cebem que aprenderam?

A partir da apresentação do portfólio, individualmente ou empequenos grupos, os alunos podem levantar questões paraconversar sobre todo o processo vivido, buscando cercar o queconheceram, como conheceram, o que ficou de mais impor-tante, o que levam desse projeto, o que gostariam de sabermais, quais idéias para novos projetos, etc. Você também podeaproveitar e fazer sua reflexão como professor-propositor apartir das narrativas de seu diário de bordo. O que você per-cebe que conquistou com esse projeto? Quais os novos acha-dos para sua ação pedagógica? O projeto germina novas idéi-as em você? Instiga você a se deslocar para qual território daDVDteca Arte na Escola?

Glossário

Artemídia – termo proposto por Arlindo Machado para designar a produ-ção que envolve as tecnologias da imagem. O vocábulo é usado por artis-tas e teóricos como subtítulo para as produções de videoinstalações evideoarte. Fonte: VENTURELLI, Suzete. Arte: espaço_tempo_imagem.Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2004, p.49.

Frame – qualquer animação, seja de vídeo ou cinema, é composta de umaseqüência de frames (quadros) cujo conteúdo varia ligeiramente. Umasucessão de frames (ou quadros) cria a ilusão de movimento. No vídeo,normalmente usa-se 30 frames/segundo, e no cinema 24 frames/segun-do. Fonte: <milenio.com.br/sos/flash/animacao.htm>

Movimentos de câmera – além de ocupar uma posição fixa, cons-tante, a câmera é capaz de se deslocar para seguir uma ação dramá-tica ou para apresentar outros pontos de vista, seja mantendo oumodificando o plano de cena. De forma genérica, são basicamente trêsos tipos de movimento: travelling – consiste nos deslocamentos hori-

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zontal, vertical ou circular executado sobre um pequeno carro (dolly),com a câmera na mão, ou ainda com o auxílio da grua (estrutura móvel,como a de um braço mecânico); panorâmica – a câmera move-se emseu próprio eixo, semelhante a uma pessoa que mexe sua cabeça deum lado para outro ou de cima para baixo, alterando o ângulo de vi-são; trajetória – combina o “andar” da própria câmera (o travelling),com o deslocamento do eixo (panorâmico), obtendo-se um efeito ver-tiginoso ou agonístico de movimentos simultâneos. Fonte: CUNHA,Newton. Dicionário Sesc: a linguagem da cultura. São Paulo: Pers-pectiva: Sesc São Paulo, 2003, p. 141-142.

Planos – são definidos pelas variadas distâncias entre os objetos e perso-nagens a serem filmados e a posição da câmera ou da capacidade focal desua lente. Fonte: CUNHA, Newton. Dicionário Sesc: a linguagem da cul-tura. São Paulo: Perspectiva: Sesc São Paulo, 2003, p. 141.

Storyboard – é um esboço, feito normalmente com ilustrações, de comoserá o filme/vídeo, com as diversas cenas. Fonte:<www.estudehtml.com.br/dicas/adobe/ftps.asp?ID=50>.

Xerografia – a denominação internacional das atividades artísticas uti-lizando-se como meio as cópias electrostáticas tem o nome francês“electrografia”. Nascida nos Estados Unidos, nos anos 1962-1965, aCopy art se fez objeto de exposições e publicações de grupos artísti-cos entre 1976 e 1979. Desde 1980, esse meio passou a ser chamado,popularmente, xerografia. O termo, criado pelos artistas brasileiros, sedá em virtude de as primeiras máquinas copiadoras que aqui chegaramserem da multinacional XEROX. Fonte: <www.artepostal.com.br/txtxerox.php>

Bibliografia

DOMINGUES, Diana (org.). A arte no século XXI : a humanização dastecnologias. São Paulo: Editora da Unesp, 1997.

FRANÇA, Rafael. Sem medo da vertigem. São Paulo: Marca d’Água, 1997.

MACHADO, Arlindo. A arte do vídeo. São Paulo: Brasiliense, 1988.

____. Máquina e imaginário: o desafio das poéticas tecnológicas. São Pau-lo: Edusp, 1996.

PLAZA, Julio; TAVARES, Monica. Processos criativos com os meios ele-

trônicos: poéticas digitais. São Paulo: Hucitec, 1998.

SANTAELLA, Lucia. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídiasà cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003.

VENTURELLI, Suzete. Arte: espaço_tempo_imagem. Brasília: Editora Uni-versidade de Brasília, 2004.

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Seleção de endereços de artistas e sobre arte na rede internet

Os sites abaixo foram acessados em 17 set. 2005.

ANIMA MUNDI. Disponível em: <www.animamundi.com.br/>.

ARTE CIDADE. Disponível em: <www.pucsp.br/artecidade/>.

BAMBOZZI, Lucas. Disponível em: <www.terreno.baldio.nom.br/terre-no/lucasbambozzi/lucas_bambozzi.htm>.

DOMINGUES, Diana. Disponível em: <artecno.ucs.br/>

COW PARADE. Disponível em: <saopaulopt.cowparade.com/>.

FESTIVAL DO MINUTO. Disponível em: <htpp://festivaldominuto.uol.com.br/>.

FRANÇA, Rafael. Disponível em: <www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/comunica/video/pioneiro/rfranca/>.

____. Disponível em: <www.mam.org.br/acervo/online/>.

____. Disponível em: <www.videobrasil.org.br>.

GOIFMAN, Kiko e MULLER, Jurandir. Disponível em: <www.estadao.com.br/divirtaseonline/galeria/estadao/morte.htm>.

GRUPO 3NÓS3. Disponível em: <www.cotianet.com.br/photo/alr/3nos3.htm>.

SANTOS, Eder. Disponível em: <www2.uol.com.br/edersantos/>.

SILVEIRA, Regina. Disponível em: <www2.uol.com.br/reginasilveira/>.

VENTURELLI, Suzete. Disponível em: <www.unb.br/vis/lvpa/xmantic/suzete.htm>.

Notas1 Na DVDteca você encontrará um documentário sobre Regina Silveira.2 Procure na DVDteca um documentário sobre a videoarte.3 O termo vídeo está aqui sendo usado na acepção extensiva que ArlindoMachado confere a ele em seu livro A arte do vídeo (1988). Ou seja, apalavra vídeo engloba todos os tipos de imagens eletrônicas, como “ima-gem codificada em linhas sucessivas de retículas luminosas”, o que incluiaquilo que genericamente é chamado de televisão.4 Suzete VENTURELLI. Arte: espaço_tempo_imagem, p. 46-47.5 A música Pela internet faz parte do CD Quanta, editado em 1997.

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