coutinho intro principios gerais processo penal

Upload: luis-fernando-milla-sass

Post on 08-Apr-2018

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    1/36

    INTRODU

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    2/36

    d -']1 + "reurar ' ar corira, 0 qu.e" se nao servisse para naua, servma para Jus.tincar 0mno'tivo de segu~r vivendo, 0 que: :!laO ,e pOUGO, dig.a-se en pasStuu.,

    De qualquer sorre, nso sedeve desconhecer que dizer motiuo conce itttC lI ,

    aqui, e dizer mite I " ou seja, no mfnimo abrir UID campo de discussao que naopode ser olvidado masq we, agora~ nao ha como desvendar, na esrreirezadesrasingda. investigacao, Nao obstante" sempre se reve pre:senteque ha algo 'que aspalavras nao expressam, nao conseguern dizer, isro e ~h a sempre urn antes doprimeiro momenta; urn lugar que I, masdo qual nuda Sf! sabe, a ndo ref'depoiSJql.llli1do a l inguagemcomeca afoxer sentido. Nesta parca dimens::lo. 0 mito podeser rOJl1I~.o como a I 'L lld ura ,qu e;.dita, parlJ dar sentido, noJ : l ~ g a rdaquilo que. an

    sendo, nda loJe ser ditq. Daf .0 big-.bang 2 a fls.wca moderna; Deus a teologia; 0paiprilneV(}'a Freud e a psicanaljse; a Grundnornz aKelseri e UlTI rnundo de[uristas, 56 para ter-se a1guns exemplos.

    a importance" sem embargo, e 'que, seja na ci,enc~a; seja na teoria, noprincipium esra urn mito; sernprel S6 isso, par sinal ja seria suficieJl'te pararetirar, dos impertinenres ~fgaHstasj.,a rnulera com a qual querern, em g,erat.sustenrar, a qualquer preco, a .s.eguranra jttr.idictl:,56 possfvel no imaginario, porelernentar 0 lugar do logro, do engano, como disse Lacan; e a f est~.o direiro."Para espa,cos mal-resolvidos nas pessoas - e veja-se ,que 0 individual estd aqui e,ponanto" todos -, o rnelhor continua. sendo a rerapia, que se ha. de preferir a sinvesridas marotas'' que, usaudo par desculpa ,0 juridic,o,. investem canna urna,aJg,uruas., dezenas, milhares, milhoes de pessoas.

    I N ai,!)se descon hece a impon~.nciJi fund :llf'l"H~n[:1J I, q'Ii,l::lIUO l'i.n.o~aod(> Inltia d e C k ud eUv,i.-SU3U5:5,.morrnenre i l lM t[op ologia; deC arlo G iu m b ul'g ,morrnenre a Hisrcria:de Slgmuml fr,eud e Jacques Lacan,morrnenrea ps ican31i .se,assim.como tanrosOUHI)~ n om e s v ita ls03.0 c on hec irn en ro hu man e. S cm em b argop ara e D ireiro, qui~ a0 n om e im p ie sc in df ve l, n es ra m a u!.ria ,se ja0 d e P ie rre L eg en dre '. p rin cip ah ne nre n aLeccienes IV; d inC'Sl[l rnab.l t:cbjere de la [. l!a.nsmbi6n -esrudio sobre d principia gen.tak'lgi,(;O en Occidenee.Trsd, de Isab el Veric..af N"h1 ez."M e x i c o ,Sigle Vci.rniu[lO; 1 99'6, ernespecial pol ClOcSS.

    2 DeHneado lnagis~.[a~.m.eme pm Ag'05t~nho Ramalho Mnques NelO rHl CulSO de ExeensaoUn.i1j\tf.sitarl:l realiaadona F ac uldad ede Dieeiroda UFPR,. em Cuririba, entre 21 e 25 de serembro de1998. sob0 r itu lo ';E,ti !C3e lei :um a I . e . i tu rada Al"ufgona.de S o f o c l e s " ,

    -~fUfredoA ugusto B ec ker,com < IIgenialidadeque Ih.r;era peculiar.xieixou para osmeDOSavisadosa li< ?o de Bartolo de Sa.~.sofeHato03B-1.357), que, segundo diz, ~e.riaensinadoa TuU io Ascarelli,q.u>ctc FiO J .ensinado a. i'tl]bcns Gom.es de Souza cesre a ele: "1 rnerl Ieg;gi$.~i$lJDOp uri asi ni", (Cunav

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    3/36

    Dausrina Nacional

    Par outre lado - epara n6s iS50 e fundanlenta1~Jdepois domito h a,quese pe.nsar" necessariamente, no rita. J a se passa para outra dimensao, de vitalimporcancia, morrnenre quando ern jogo estao questao referent,e:sao Direito

    ProcessualC:,

    em. especial, aquele Processual Penal ..o papd dos principios, portanto, transoende a rnera analise: que scacostumou fazer nas Faculdades, pressupondo-se urn conhecimento qac senao tem, de regra, Neste espacoe que se coloca a feliz asserrivalancada pOIJorge de Figueiredo D~as: f ;iio estes

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    4/36

    1 66 D'()utrina Nadon,al

    Com efei(o~,pode-se dizer que' 0 sistema in~lm,isi(o,do~H~gido pelopr~nd pioi rlIquisitivo, tern como principal caracrerfstica a extrema concen'tra~aode poder nasrna.osdo ,6rgaojulgador, 0' qua] derem 3. , ges tiW 'do ,prova . A'qui) 0

    acusado e mero objcto de invesriga;:ao e ddo como0

    detentor da verdade deurn crime, da quai devera dar contas ao ju lgador.

    Neste s ,enr ido ," 'A caraceerts ticafundarnenral do sistema inquts.it6rwo,em verdade, e s t - ana gestio da PfOV2 j confiada essencialmente an ma,{;;istradoque. ern gera~~no modele ern andhse, recolhe-a secreearnente, sendo que 'a\"allragem (aparente) de uma ta.l estrutura residiria en] que 0 juiz poderia, maistacH e amplamente mnfo,rm,ar-se sobrc a verdade dos fa[05 - de todos as farO's

    penalmenre rejcvanres, mesrno ,que n~o conridos na acusacao -, dado 0 seudommio unico e oniporenre do processo em quaiguerdas su as fa ses.? Comorefere Foucault, com razao, 'ele constituta, sozinho, e. com plene poder, urnaverdade (lorna qual invesria ,0 ' acusado" ",9

    J ano sistema :aClI!S.9.n),rio. '0 processo continua sendo urn irtsrrurnenro de'descoberta de uma verdade hisrorics. Enrreranto, considerando que agestaoda provaesta nas mjios das panes, 0 juiz di r, a" ,corn base cxclusivamerue nessasprovas, > 0 direiro ,il ser aplicado no caso concreto (0 que os ingleses chamarn dejudge' made [aw), Alias) "0 processo penal ing~es, assim, dentro do. common];I\\,! nasce como urn autenrico processo de panes" diverse daquele antes exisrente oN a esse nc ia ,Q conrradirorio e p lene: e0 juiz esratal estd emposicaopass iva"sempre longe da colheira da prova. ,0 processo, destarre, surge como urnadisputa entre as p3l[(!esque,em local p ub lic o O ll1 dusiv e p rac as),argurnenravam

    '. t - d' m' , d d ,. .,.;:;perarHit:0 j un, 0 quai, enq uanrosoc~e, ace, a..EZJa a vet aoe, vere dictum . . t . . .elementar que urn processo calc.:adoem tal base esrrururasse uma culrarraprocessual rnais aFred~a a manjpulacoes, rnormenre porque 0 reu, antes de sermn3lcusadol< e urn cidadao e, PQ'[tanlO, scnhor de' direiros inafasraveis erespeiradoaPor iseo,~,inCellliv,i3ldopela ideo~ogia liberal que se desp rendeja da~i.'1:ag,naCharta Lihenatum de Joao-sem- Terra (1215) e acenruado sobretudopclo Bm of R ights (1689) e pelo A cr a ,fS ettlem enr (1 701 );de ganha 0 seu

    O ias",jo.tgl:: de F iguc i red o.Dir~it();..0/. cit. p. 2li7.

    ~FOUCAULT~ .Michel.Vigiar e punir. 6oied", rrad, Iigia M . P,aodeVassalo, Pen'dpQ~js: VOles,!?SS. ,pJ6"

    ; COUTINHO. J~cinto Ndson de Mil"ilII.nda.0 P ' L p d. c i o'U]w juiz rtfl pr ( Jc ( s ! ( )pmat. In: D ueiroalrernativo: semiJ1l ir~Qnseional sobre 0 uso alrernarivo do din~i,r,o.Rio de J:.lnei.ro ,A D V, Jun/93. ],,38.Confer ir. ,a .inda. CORDERO.France. G uida alb p rocedura p erl3i~ e.Toriii() :Beet, 1986"p,31, ss ,

    4 d4 1J k dtDi it8 UFPRC i t i b 30 11130 J9!)B 16 198

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    5/36

    D,(}ut~rin.tl N'ac:io n a l 167

    maiore vivazflorescimen to, a ponto de aiada hoje se manreraf essencialmenre~modificado' .. lOA par da gesrao da prava naoestar nas maos dos ju(zes;,.masser confieda aspanes -aqui existences na sua concep'l=aomais radical, outras

    l'

    caracrertsticas dio ao sisrema acusatorio luna, visao disrin ta daq uele~nquisiloriaLDeste m odo, comBarrejros!' ~ e POSS{VIC~ referrnrque0 org,3!oj lu~gador.eumaAssernbleia 00 juradospopulares (juri); que h ai g u r u d : : : l o d edaspanes eo juiz (,es(aral) e arbi.[ro~sern ini.ciac;aode investiga?-o; que a a.cusa~i:onos dle~~cospubli(:os e desencadeada par a\ao popular, 010 paS50 que nos ddil:osprivados a a[ribu~~iio !edo ofend~do:lmas nunca e puhl~ca.;que .0 processo e )por excelencia eobviamente, oral, plibHcoeconrraditcrio; que a .prova e avaliadadentro da livreconviccao: qU.II! a. s entence passaem julgado e, par firn, quea tIiberdade doacusado e a regra.!a.ntes:da condenaeao, ate para. poder der conrada In f f ' r>V. . . ..a ser p ': ' 0 , d--- .d -"I 2. Q . . rrl v ~. ..j. - .. L u z m .a .-

    Finalmea[e~. dianre da breve analise dos sistemas processuais e desprincfpios que os esrruturarn, pode-se concluir que 0. sistema processual penalbrasileiro e ,na essencia, inquisitorio, porque regido pelof'Eindpio inquj_si[ivo~

    ja .qu.e a gestao da. pn:Jw esra,p'rirrlo.rdialffwente, "as roans do juiz, 0 que eimprescindfvel para acornpreensao do Direiro Processual Penal vigeuh:::noBrasil. No entanro, como eprimario, nao ha. .mais sistema processus] PU,[O,.razao pela qualtem-se, rodos, com o sistemas rnisto s. N atoobstan re, nan ,e 'preciso grande: e sfcrcopara enrender que nao ha -e nem pede haver >- urnprincfpio misto, 0 que, porevidente, desconfigurao diro sistema.Assirn, paraentende-lo, fa_'z~semister observar (II Eu:o de 'que, ser misto s~gni6ca ser, naes..s;@j]':b.~inc;uiS'::t6rio cu 2.CU9.(O'f~O~ f.e'(E'1,pndo.:; 'IirefeF~d~adJ,etivacio "or c onraJJ . ;;1 -~,dos elementos (t,odos sec!lJncMrios), que de urn s:iStelua. s a oempres[aaos aoOU([o. E o caso, pOI exernplo, do. PIrOCCSSO comp~)rtar a.existencia de: pa.ne:~ 0qu.e para muitos, entre nos, faz I{) sisremarornar-se acusatdrio. No. enranro, 0argumento nao e feliz, 0 que' se percebe por uma breve avaJiacaohisrorica:qui~a omaior monumento inquisirorio fomda Igrejlarenha sido as Ordonnance

    Criminelle (l670)~ de Luis XlV, em Franca; mas manrinha urn proces:so quecomportava panes.

    iD DW , orgedJe lFigue:i1'edo.Di:nrita.. .. 0,. Cil;, p ..66.

    II BARRE-IROS.Jo~eAnro~ iO. Pr:~(:Jll;J .Pt'I1Lll_ COl mbr>l;AJm(;~~tnl.

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    6/36

    m 6 8 DOlurina Nilcional

    3 PRINCiP lOS , R E L AT I V O SA JURlSor

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    7/36

    Doutrina Naciun:al ~69

    "Problema de essencia que sc enfrenta no ambito do direiro e ,0 que serefere a neutralidade e imparcialidade do jusz, Para que se possa analisarconvenienremen te esra queseio, faz-se necessaria b uscar elementos basilares de

    crftica no arsenal reorico da episternologia.Duranre det'erminaa.o pertodo da hisr.6ria do pensa,mento, acredicou-se

    que era posslvel ao ho mem " enquanto sujejto cognoscente,) a.nular-sccompleramenre nas f,ela~oes de conhecimento. Corn isro, prOCiUrav,a-seobrerum ripo de saberque 11&0 estivesse eivado de qualquer hnpeIJ~,~aohumana..Daf 0 merodo perfeiro p;ara a consecucao deste desideratovproposro peloernpirismo. Para.esre, '0 metodo consisteem urn conjunto de proceelimcntosque por srnmesrnos garanrem a cienrificidade das reoriaselaboradas sobre 0real, Como o sujeito se limiraria a captar 0 objeto, essa capta~ao seria tanromais eficaz e neurra quanto mais precise e rigoroso fosse o metodo utilizado'" .As,sim, a : eIabo.ra~o cien(Hica se ~~mi[ari~ ao curnpri rnenao ri:gorosode certastecnica:s preestabelecidas, que conreriam 0 poder quase' miraculoso de con.ferircienti6cidade aos conhccirncn ros elaborados acraves delas,

    A busca desra neurralidade do sujeiro rinha a~gun5,mo rivosdererrninantes: 1Q:) a cren~ em uma razao que rivesse validade universal, serviadode paradigma para rodos [crenca esta que~ de cerra forma, seguiu todo 0pensarnento da historia moderna no Ocidente, desde 0' d.[scurso,da Igreja -pO f influencias platonicas =" passando p elo p en sam ento de Descartes, Bacon,Kant, are chegarern Augusto Comte]: 2, a necessidade de legitima[ 0 discursodo Estado rnoderno nascemre, que vinha falar ern nome de roda a nJt~~o. umaVf'7_ q~U' os sujeiros da hist6 ria passaram a set 'iguais' e nao eramais posdvelsustentar os privilegios do clero e da no'breru: 0 < Estado agora e de rodos e,finalrnenre; ,30 ) a urgenda em oculrar que os intelresses do Estado, ao corirrariodo que Sf acredirava, cram de classes; e nao do PQVO como urn ~OdO.l4

    Tais necessidades e crencas nao apenas fazern esrrada na insrancia dahist6riam,oderna, como acompanharn rodo 0 discurso cientffico e fi~'osoJko

    da epoca e, de conseqiiencia,0

    jurfdico .Assirn, POl[' mais q ue rnuitos soubessem que gelriimerne Sf' rrarava de

    uma. filrsa - niioobstante a importancia hiscoricado seu discurso e ate algunsavan~os materiais -) paSSara!l.Dos ju cista .se ju sfiM 6 so fo sa pen;s.a.rem terjmcs de

    U MARQUESNErO. Ag1OS(inhoRamalho.Jii!i'():du,ftUUlO Bltilh d()dirtito_,wne~ito, obj'o ,e metoda,RiQ de janeiro : Porense, 1990, p.49'.

    14 CHAUl, Marilena de Souza" 0que , l~ck,logig-: 3 - 4 "ed., S,iij.(lPaY~'Q + Br-

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    8/36

    17,0

    igualdade jurfdica; todos sao iguais peranre a jei, E 0 En.adot cnquantopenenc,entle a rodos (mas ao m esm o h~ lnpo sempertencer 3lninguem), deveriaassegurar tal igualdade, Isto se reflete no discurso des civilistas, penalistas e, an~mesmo, no incipiente desenvolvirnento do dirciro processua] que comecava aganhar foros de auaonomia ern relaciio 300 direiro material,

    E x ,ernp lo qu.e["cHete ta l pensamenro e a visaoque sc c:ome~;a a ref sobrea ,3 i t ; :aoe oprocesso, A a~ao nao Iemais urn direito rnatetia] violado que se poeern movlmenro, de cunho marcadarnente individualista; e 0 processo nao ,ernais sinonimo de meros riros, Passa-sea falarern urn "interesse publico" naresolucao dos confliros. 0 Estado preocupa-se com amanurcncao da .i.g:ualdade

    e 0 papel do juiz passa a ser mais eterivo na re l ac ; : aoprocessual, refercando,com isto, aparenremenre, a. ideia de Bulgaro do ludiciurn accipitur actus asminus trium personarum: acroris intenden tis, rei in renrio nem evi tantis, iudicisin rrredio cognoscenris, OU) na formula sinterica antes referida, Iudiciurn estactus trjurn personarum.: iudicis, acroris er rei, BIas a.g-ora com ourra ccnoracao

    . . ~

    em deconelillcia das mudancas do discurso no dcsenvojver hisrorico,

    Corolario desta concepcao, que ,chegaare os dias aruais, e 0 de que 0" " . - ;

    ...:' - ~JUwzconsntur-se um urg.ao super et IRterpanes ou, em outra aceps :ao~ supe rornnja, como supracirado,

    Sabe-se que, com esra v]sao; 0 que se pretendc I~ a preservacao da ~deiado juiz como urn orgao neutro e imparcial, que pOf nao ter interesse d~reto no

    I' . ld d JI r ,. J I 'caso, [u teia n a a ] gU:l - a.e das pa rtes no .pro cesso, ~O m ! sto, esrar-se- Ja buseando.: .:1.manuten~ao do seu escopo ultimo: a. pad.ficas:ao dQS conf]:[tos de .inte-ressesA -:'I ; I" 'I ~T; r", 1 ,5. . . .

    -}' . . . . .~

    -~~' ..... . .

    C ab e indagar, entretanto, ate!que p onto essaneurralldade e imparcial idadesao reais?Qual 0 interesseem manter vivas, com o eseio, essascaregoriasi

    Hd quem afirme que -0 [udiciario s o ,exisre porque e imparcial ,esujeito..II . .... . I d d d . -' -. Ca lei e que a jusncaconsiste em urn meta 1,0- e decrsoes imparctars. .umprf'salientar, en tretan to, Ique,nao 0 bstanre a possibiiidade de se vislurnbrar certaimporrancia nesre ripo de ahrmayaO, pr incipalrnenre no p1ano de uma

    dogrnarica processual em que aarividade do Estado e subs rituriva l. faz-se- ~ JI d . . . .I 1 "'~I 16necessaria uma tQnlau,a c e pOS~ClOnanl,cnto enrico ern re acao aeta. ., .

    15 DINAl"v{ARCQ,C ~ nd id .o R an ge l.A im rru m m ta lid ad , d oPt'OUf5(J, Sio Paulo ; RT, 198.7,p.22 Jij e ss,

    16 rORTANOVA, Rui, A 1 m ir ;tI {O c s iJ e oio g iC a sda munl~ll. Porro A Jc gn.: : Livraria doAdvogado,1992, p_40 e ss,

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    9/36

    DOUi-rina .No cio ,'utl 17]

    A epoca de aceitar os disc ursos universaiisras, c omo devido respeito dequem possa pensar 0 contrario, passou. ,0 Estado se desenvolveu, Os sujeirosrenovararn suas necessidades e interesses eagora, ao con trario &0 que- ja se

    sustentou, sabem-que sao cap~zes de (nn.HII"UWf sua historia, social e pessoal,Em outras palavras: os sujeiros vao tomando consciencia.de que po.dem consrruir

    seu rmsndo, ([a~ar certos projetos e III uda.r 0 rumo da .historia para 0 vetor queoptarern, de acordo corn as escolhas a.xiologicas que tomarcm por .refere n cia..

    Nao por outro v m orivo as epiatemologias contempor.ineas,principalmente as crfricas, veem ,0 sujeito cit) conhecimentocomo urn agenteparricipctivo, construrer da realidade,que nao tern mais motives para,escondersua ideologia e escolhas diante do mundo.'7Torn:d.-se~ enrao, insustentavel a,rese da neutralidade do sujeiro e vige, para rodos os efem(os~a ideiade dialericada panicipas:30.18

    Assim, constara-se que todo conhecimento e h isrorico if dialerico.Histori,co,porque ~ semp.re fnno de determinado m em ento de um a certasociedade, D ialetico p(nquel a i l lemde serrellexe das condicoesmaceriais de seu

    tempo, arua sobre esta materialidade, alteraado-a. Em ourras palavrac m dosaber e condicionado e condicionante."

    o saber ,enquanto elemento condiceonado fowrnujro exploeada pelasdoutrinas rnarxianas, 0,u.e viam os discursos cientfficos como meres rreo,exosda, .m aterialidade soc ial. T ilposicionamento flao ede todo falso. M as 0 qUt'SC ternque rer em mente e ,que os discursos, de modo geral, rarnbem aruam sobre ae... .Iid a d -'0 "la"!""CO h _ ."'I""'" r: 5 C - 120 DO 1 1M" '"1 c-2 ,1 , e t hi- - O '. . ,~ "n ar '.' .e; co rno ... .._: nr..eceramvsram '. l I r U anrzas ,n rc OU!.~ os, .' que ~

    retira disro, inicialrnente,rransportando tai lpensarnentopara 0. direito , ~ qu:c ujuiz 1130 e mero '~sujeito passive' nas Ida~6es de conhecim ento. Com orodos osoutros sereshu:manos., tarnbern e 'ccnsrrutor darealidade ern que vivemos,e naornero aplicador de norm as, ex erc endo arividade sim p lesm ente recognitivaA i , e mdo mais, como parece sinrornaeico, ele, 200 a,pJicara lei,arua sobre a realidade,pdomcnos, de duas rnaneiras: 1, buscando reconsrruir a. verdade dos facos no processo

    17jA fllA S SU , H i!ron, lnrl 'vtiufibJ 00 / ' J emammt( )ep';stem'ol6glcO.6 a ed . Rio de Jm eiw : FraaciscoA lves. 1 99 ],p.1S.

    II!C O E LH O , L eiz F ern (llu do .Teor.iac.r/tic4 tiodirei.Cuririba : HD\~ 1987,1 ' , .46ss,u~ 'M A R QU fS N ET O . A gosdnlw. R a r n a l h o ,introdu{iic . .. Op.at . . .capfrulos I e iI, pd-~O..lIn GM MSC 1 A nconlo.Scritn~ gio1Jtmili.Torino; E inaudi, 1 95& ,.p,28(J.-281.:! APO ULA NT ZA S; Nic os,0' .eltouio,( )p tJd 'e , r,o , soc i td i s~m{) .2 a ed., trad, Rita.Lima. Rio,de J:aneiiro:

    G r< ia J, 1 9 85 ,p.19.

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    10/36

    172 Dn'utrina Nacional

    e, 2, interp retando as regras jundicas que serao ap lic adasa t esse faroaU j em outraspalavras, acertando0 caso que lhee posto a . resolver.

    Nao basrasse esras afirrnacoes pa.ra afas[a.r oprirnado da neutfalida.de

    do ju ~z~urge reconhecer 'que a. djreiro, de modo. ,~negave~~. e i d e o I 6 g , W , c ;o . 1T utela nas SU::1S regras i n.teresses que podem facament'e ser iden tificadosdentro de cada sociedade e !quc~ rnuitas -Y,eZt8, to 111.am. cal!~her de ucu.has;:aodos confJIiil:os cxisrerrtes no seu inferior, OU se]a, rorna urna dimen.saoalicnanre. Ca(egorias Hngldstkas generlcascornotbem comurn', "interessecalerivo', 'dern ocracia' ,e~igua.ldade', por exernplo, mostrarn bern estasituacao. Quanros de nos nau acredira que hi urna etetiva igualdade detodos perante da lei; ou entao que 0 Estado esta sempre buscando a 'bem

    cornurn'? Ora, isro ~. inescureclve] discurso ideolOgic,o.

    De acordo com exausriva producao teorica de Norberta Bohbjo 23, a

    democracia exige~soh urn enfoque estriramcnrc fornlat! uma prev.~addmll1~ra

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    11/36

    173

    Em outras palavras; democracia - a comecara processual+ exige que ossujeitos se assumam ideologicarnenre. Por esta razaoe' que na.o Sf: exige que 0l,egi.da.dor~ede conseqiiencia 0 juiz, sejatomado completarnenre ~)or neut[o25,

    m as que pro(:u~'~}~ v.iJ~~;;ldO$r,esub:;l(Jo$pr:arrucos dodireito" assumir urncompromisso eferivo com as reais aspim90es das bases sociajs.16 Ex~gt>senaornais a neur[ralidade~ mas a dara assun~o de uma postura Idco~ogica,~istoe, quesejarn redradasas rnascaras hip oc riras d os d isc urso s n eu trais,0 qu.t;OORle~pelodom fnio dadogmatics, a.p n ~en dhia.e c on stru id a n a b aseda transdisclplinaridade, Y?

    Por finr.l~a. princlpio da irnparcialidadefuncione como uma meta a ser

    ~uirng~dapelo juiz no exercicio da judsdit;io~r:a.z.Jo por que se buscacriarrnecanisrnos capazes de gararni-la.

    Desta forma;> ,e {OHrOSQrecorihecer ,quea imparcialidacle ,e urna garanliaran to pam aqueleq ue exerce a . jud.sdi~a.o, COmTlO para aqude que demandaperante ela, mas nan deixa de ser meta oprada. Unica 0015

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    12/36

    1 74 Doutrin4 Nacion:al

    aceitar, na especie, euma visao ing.enua;permissiva des esplritos amod a P~latos,que a tomam cOfll0afgo dado por natureza (como evidence rnecanismo dedefesa) quando, em verdade, 0 que se passa. ,e ;exatamente 0 contnir~o.28

    3,2 PRINCfpIO D"O lUIZ NATURAL

    o princlpio do juiz natural e expressao do principio da isonom ia etarnbem urn pressupost'o de imparcialidade,

    Vale salienrar qu(: esre princtpio esta vinculado ao pensame nroilurninista e, consequenremenre, a Revolucsc Francesa. ICcn1.0 Sf sabe, comela foram supr i midas as j U $ T m ~as senho rja.is e tod.os passaranl a se rsubmeridos aos rnesmos tribu nais,

    Desta forma, veJTI a lume 0 princlpio do juiz natura] (ou juizl.'egaI,com o. querern os alernaes)com o'escopo de exringuir os p rivilegios dasjusticassenhoriais (foro privilegia,dQ), assim comoalastar a cria~ao de tribunals deexcecao, daos ad boc ou } ,r)stfllCtum.

    Desrarre, todos passarn a ser ju~gados pelo "seu" juiz; 0 qual encorrrra-sccom. sua. cornperencia previarnerrte esrabelecida pcla l,ei, ou scja, em uma Ieivigente antes da prarica do crime ..

    Por outre lado, e precise questionar a . respeito da sua ex tensao, des-deque sempre toi descurado no Brasil e, mais ainda, depois da ConstiruicaoFed,eral de 1988, na qua] se procurou - e se fez~- esrabelecer regra (art. 5o~

    Lin) que escapa=se c1 t : 'q !j~_!Iql!ermanipulacfio p oIitic a/j!.1 d'd ic :a so bre3-cornperencia, a qual sernpre foi abordada/quesricnada p'e~a doutrina e veradapela jurisprudencis europeia quando d~scute-se a materia a partir de suas baseslegais, rnormersre na halia (Ccseiruzione della Repubblica), fonce principal donosso modo de pensar.. 29

    11 1 PO RTANO VA, R ut./ItfO.tiWl[fHS.".O p.tit. p A ,I:: -A d ifie uld ad e n a c on cre riza t;3 o d e e le m enconCeil la . lalSdeve-se, pOor '(:~f\ro.:itg;rou'Hi;::'C:Kt(:n~~odk (

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    13/36

    Doutrina Nacional 175

    Assim, nosso legislador oonsriruinte de 1988, como se sabe, nao tratouexpressamente do juiz narural, como havianl. fe~to os eUfopeus conrirrentais

    :aposa R e v o I D u . : ; a Q 'Francesa,de urn modo gerat exaramente para que n a o sc

    alegas.se nao estar inserido nele at questao reference a cornpet,encia.. Ao contrario,porexemplo, do an. IS, daConstiniicao ItaJiana atual, ern vigor desde < 01.01.48CNessuno puo essere disolto dal giudice naturale precosrituito per legge~') Ipreferiu nosso legislador constituinte, s,eguindo 0 , alerta da nossa melhordourrina, em face' dos acontecimeruos ocorridos no. pais e prohindarnenteconhecidos (veja-se a atuacao do Ato Instieucional fl. O 2, de 27.1.0.65, e adiscussao no S'rF a respeito da materia, com seus respectivos resultadosprarjccs) . tradl-~a de modo a n:io deixarmargem ~s d u . v r u d a s ,como garalu:it:aconseirucional do cidadao, no an. S, LIIl:. '''ningruenl sed. processado nem

    "J - 1 idad .,,(.)sentencra 0 senao pe a autorrda e COUlpetente ,.,-gn-.Parte- consideravel de nossa dourrma, no enranto, qui,~.apar nao Sf' dar

    corna da. s~[uas:ao~mormente apos a definicao constirucional, continuainsistinde que amateria referencea corrapctencianao tern aplicacio no princfpio

    em discussao, Em verdade, 0 0 que se esta a nega[~ aquive a propr ia CF,emp' ecando-se a sua efetiv:arao". ~ y

    A r' .. '"" h' d d l' ida : .' j ". 'qu'estao, entao, a ,_e ser cnscutic a a pa.rnr 000 que vern. a ser JUIZOcnwnpttem:,e. Ao que pare'ce, nao h a nO'mundo queillTIrnelhor trare desta materiaque 0 professor Jorge de figueir,edo Dias, sernpre fundado nos pre'ssupostosco nstirucionais de seu pals; de todo aplicados ao nosso entendimenro. Esclarece,e.~e"que 0 0 princlpio do jiuiz natural visa,entre outras finalidadesestabelecer aorganizacio fixa dos tri bunais" jU) mas ela "nao e ainda condicao basranre paradar a administracao da justica - hoc sensu, a jurisdicao - a ordenacaoindispensavel que per mite deterrninar, relativarnente a urn caso concreto qualo tribunal a qlJJ~. segundo a sua especie, deve ser ennegile e . ([U::1tdenrre os

    'b .. Ji" d h ' JI .l "'d' ~l' 31trtbuners ua. mesma espeCle,:e'V'e concreramenre sercnamaco a aecac :.1-10.'Assim, seguindo 0 pen.sa.mento doprofes.5or de Coimbra, faz - : ; erreccssarjo

    egulaJneru:ar 0 1 ambito de a(u~u?o de cada tribunal, de modoa que cada casoconcreto. seja da cornperencia de apenas urn tribunal: 0 j U I D Znatural."

    30 0DW. Jorge de Figueiredo, Direito...._0 ) " ell. 1"328.~i D l . A . s ,Jorge d e Figueiredo,DittitfJ.." 0' ;" ca. p.328~329.]2 p'o[ . imp.r,tsCl[icHvd,h

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    14/36

    Dour:rina Naciof'Jnl

    Alias, pensamen to diverse podena abri r urn precedenre capaz depos:sibi~.inu a esco~ha de urn juiz "mais interessante" para -0 ju~gamenro dedeter.minadJos casas .. dlepoisdesses terern acontecido, segundo crirerios pe'sso.a~s(mais ~ibera~ou mais conservadcr, par exernplo), oqu,e pede indicar ria d]re~ao

    d .. cia '" . ld d' ( .. /.. ~!l ) -~, .3!sospeiea c ...sua [mparC1a 1.' ,a , .e I. em. jU1ZO apnOIl~ nerurarrnenrcj, algo sernpreaborninado pela rera Jusd'ira leq ue, COHlD' 5e: .:sahr;,servju de base eSlfuluralaopensamento da Revolucao Francesa, a qual, virorlosa, editou, como a primeirade suas leis processuais, em II. 08.,m789'~fegramento rendenre a verar qualquerrnanipulacao neste sentido [terrnina a justisa senhorial), consolidando-se 0 0princfpio do. juiz natural na Constiruicao de 17'91 e na legislat;aosubsequente,

    E precise ressaltar, ainda~ .que 0 prindpio daklendda.de HSlca do jui:z.n.io se cQounde ( :JOJ1l I) princjpic do Juiz NaturaL ComQ se sabe, par esre,

    . 'd ,' .. d iad ...n~n:guem poera,:ser processaao ou sentencraaopor jIU~Z incompercnrc, ou.seja,o juiz narural e o [uiz oomperence", aquele que tern sua comperencia lcgalnlenrepreestabelecida para julgar dererminado caso concreto, ja,por aquele (0. princfpjoda identidade flsica) a$s:egura,~seaos jurisdicionadosa vinculacac d.a pessoa.dojuiz ao proceSS0. Assirn, por exernplo, pelo disposro no Codigo de' Processo

    Civil, 0 juiz comperenre responsavel pela ccnclusao da audiencia demstrucsoe julgamenro vincular-se-a ao processo e deverd, entao, julgar a lide, Restaclaro, destarte, que os principios supracitados nao se confundem e que 0 an.1 3 2 d Cp C . . .r . .' . ~..' .... . f." ]I d . . ." d " ~ ~ ; rt "'.. r d I.. . lI\J........'.,.' 0 ., ." rerere-se tao-so :10. prlnclp10 rna t lerrn .ade nS].ca,o fUIZ, rvonosso prOGesso pens], todavia) jaroais reve effie aplicas;aoJ pela peopR"~anaturezado sisrema adotado, ernboraseja ternade grand.es discussoes,

    'COmo,ebasico~quando. seretirou do particulara possibilidadede realizacao.J" "1::_- d ,. 'm ]. ~ . . .dI 0 doa aum'J u.s ' t : l ( ;a .0 J::.S lila.!o 2SSUO:Ul!! 0 rno f1opono na l~eso,u'tao, 005 casas, .'!E:$ , ,eentao, pa:ssar,am des a ser resolvidos apareir do exercfcic da jurisdi~o.

    N:io por oetro motivo, tal atividade estata] passon a ser indeclinavel,

    Dests formal desde que provocado, 0 Estado, arraves do Poder judiciario, nao

    um p r~ l1 J.c lp jod!( '!i r r : r t1 : ( ) . f t c r iv idad( :a f1xa~o do juiz. e da su a competencia ~"Cmde se r fe~ta par uma le ivigenre j.iiao relT ipo em q'UCfoi praricadee fa,u),crimineso qll .e se ra ebjeeodoproc,essoJlc) Ern. rereeiroiugl1[,pretendeo principiovincular a uma ordem legal eaxariva dt(ompetbuia. que exclua qualqucr.dr,ernariva ;;I. decidirarbltrsst a . 01i.Imesrno discricionariamen [e.~ (D1AS, JO['g~:de .fjguEiredo. D j reiro...O}'_ .cit., p322-323}.

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    15/36

    Dousrina NacitJnal IT?

    pede furtar-se :3 tresoluc ao deuma lide ou.jto que diz com 0 P'rocessoPenal, aoacertamenro de urn caso penal

    Assim, tendo em vjsta 0 que j,~ sc expo:5ace'rca do princlpio do jlLaiz

    natural, tern-Sf:que 0 juiz compet,ence para j'lll~gdlfdeterminada causa, ou seja,para. exercer a t [urisdicac em relacao a dererrninado caso concreto, BaO poderadeclinar de tal exerclcio, 'Ora, pOi: sua face operacionalizada (oornpetencia),rem-se a jurisdicao como exclusiva de quem a derem e excludenre dos dernais;daiporque nao se admire) ademais, a prorrogaeio e a delega,~o da competencia(outros dois principios dee,orren.es;.daindedinabilidade), sob penade usurpaciodc:fi .rm;ao piiblica,Aparentemente, porem" poder-se-ia pensar~. com Carnellutti,que ha, no ambito do proce'SSo penal, uma especie devalvula de escape no quediz com 0 princfpio ora analisado,

    Como frisou CarneHuu],''A charnada absolvicao por insuficiencia depro.vas, de faro,nao esenao Uln a recusade cscolha; e, par isso, denuncia, comoja disse m ais deuma vez, 0 insucessoda administracio da jusrica Enrre 0 sime 0. naco" 0 juiz, quando absolve par i]lJsufici,ellciade provas, confessa a suaincapacidade de supenu a .duvida e deixa 0 impatado na condicao em que seenconrrava antes da discussao: impuradc por roda a vida, Recordo, a essepropcsiro, quando ptes .dia a, Comissao para a t Ol'mas:ao de urn projeto dierelorma do codigo d,e proc,esso penal, ,dleter observado que essa e uma .solus:aocornoda para 0 juiz.~porque o libera do peso da sua [arcfa j mas nociva par,a ajusrica, a.quaJ deve dirigir-se com urn sim au com urn aao':'.!!J

    A posicao,todavia, nao e 'correta, se observada no nosso processo FenaLCom dFeito" na absolvicao por falra de' p rovas(In dubio pro reo); a opcaoedada pelapropria lei, ern faLcede nao ter 0 juiz - e a acusacio -produzidoprovas capazes de fund:ar urn juho condenarorio. E tanto e vero 0. acertamento,que a senrenca absolutoria, na hipotese, passa em julgado materjalmenae,

    Destarte, a r1eg;rn e que a atividade jurisdicional de acertamenro dos

    casas penais e :indeclinavel.Entao, pode-se concluir que' (A _0p

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    16/36

    1'78 D ' . AT'. O''Utrlna[ 'IIoao,n at

    rnaneira possivel, nas questdes limfcrofes, rentar fixa.r,algt~nspa.ra.metros e,apartir deles, exigir respeito, n a , Qfc]sse.antes, urn compeomerimenro eti(

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    17/36

    179

    elemenrar, (em de a ~ivre dics:aodo direi~o (iura novit curia) , jluSH) porque Sf"nio subordina 'q_uanro ao direiro, mas tao-se a irnpu[a-;ao (an'ibu~s:ao do fatopenalmerne relevance 30 acusado, 00111 codas as suas circunstancias) ~,que

    circunscreve 0 espaco e a extensao da decisao, Assirn, ao juiz [eva-s,e0 f:.no. ~0 Uos fates -~ respondendo de '0 direito aplicavel: narra mihi rnc[urn, , c b . h otjbiius, NiQ e POf outre motive que as ' q u a 1 ~ f i c ~ o e sjluddmcas, e : x m g i d a spela leiantes da sentenca, todas,saoprovis6rias. ISt()permiteq ue ,0 juiz corrija a i i"l l ik:~at(que (em tm p uta< ;i!o p recisa eerronea qua~Hica~iojurfdicar.aplicando a regrado art. 383! doCP~ a qual rrara da. chamada emendario l~belli., ainda quecomo resuleado d:t emenels sobrevenhs uma condenacso, Por outre ~ado) 0rncsmc 1150 ~ucede se 0 erro estiver na impuracao: 113:0.setrata rnais de meraGI)rrig:enda ~mas de verdadcira m iIJIdanli

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    18/36

    H : t O Dout:rina Nacional

    cata da prava suficiente para ju,st~fica~'a decisao previamente tomada. Enfinl,faZ-Sf mister deixar asp:arteso onus probandi, como ameaca fa'l!~ra CPp,.ern

    156 .. . -. JI ... ., .. . dseu au'._" pnmerra pane, para aesmennr-se Ja na segun~ p'arre~,qlLllando

    susrenta ,1 rr,a,dir;aoinquisircna:''A prova da aleg:a,~,o inCUUlbwni a QUf'fi1 afizer; mas 0 juiz poderd, no curse da insuus:io ou antes de proferir sentenca,,delUerm.inar, de oncio,~ dHigencias para dir,wJuir duvida sobre ponto relevante".

    Alga cornpleramente disnnro, par seu rurno, e 0 impulse processual,por p.:l li rtedo ; ulgador.rendente a evirar procrasrinacoesindevidas"Porevidente,a par da questaoreferente a tpfit~dus,ao,he.de se ver que cabe aojuiz doprocessoo cumprimenro lid do rito, sem qualquer vilipendio aos princlpios e regras

    - . . .11 . . -. .. . _ . 1 p. h" .' . a ll ("-que gara.nrc m, aoernocracra processuai .. ara tanto, na mstrurnenra sunciente

    . r d ~ domf 'I I ~ 1na nossa estrutura, mas e prec:l.so ueia Iter urn ..' orrunio PCIQ menos razoavcpo is, do corit rar io, ter-se-a, sornado aoucn:J 'S farores) urn resultadoconjun!turalment,e procrastinador, quase sem SO~lI

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    19/36

    D'oucrinaNacio.n.al 1 .8 ]

    Assim, segundo .Figueiredo Dias, "Traea-se aqui aguestio de saber aquem compete a iniciativa (0 impulso) de inve~(j;~gara pratiea de umainflrayioea. decisao dIe a .subrnerer au naoa! jl1J~ga.nlento. 1[. , . ]no sentido de estabelecer se

    uma ta l iniciariva [de provocar a ) u . i s { H ~ a . o ]deve pcner:HJeIa urn entidadepublica ou estadual - que inrerprete 0 interesse da cornunidade, ccnstiruidaem . E srado, napersegeicao o fic io sa daslr1fr3l90eS-vou arues.3 quaisqueren ridades particulares, designadarnente 300 o:feudidopela infm~ol~. 39'

    Com efeiro, e ' possfve] ~Ji!rm.arque 0 conteudo do principjo da.C " "Id I ~ _ . # j .. dl '~ J onciauc at .e~quanito a as:ao, e aerermmac o pe.il3 natureza d.o mteresse q!!le

    impulsicna 0 exercicio jurisdicional. Entende-se, assim, de regra, que se i[a~hu~ere:sse:: t p'Lib~ico e pertenoe a eolelivldad.e, a a'f30 dev,eser pffiiomov~d:a por6rgaos oficiais: rrara-se dos charuados crimes publ~cos e semi-publicos, ,dosquais decorreriama acao penal pub licaincondicionada e a a o penal p lib lic :acond.icion ada, respectjvamente; do eontrario, se () interesse perrenceexclusivamenre ao particular, cabe a ele a iniciativ.a de pTovocar ' I ,} .orgiojurisdicional:'0 crimeseria particular ou privado e dele decorre riaacharnada

    a~a~openal deiniciariva privada,Nesta medida, e possfvel identificar a raiz da oficialidade110 Direito

    Processual Romano. no qual a aJ~ao,..aacusa9io, era eminememente popular.mas quem agia 0 .fa:da ern nome da. colerividade.~ -

    De acordo comJorgc de F i g LW. e i r - o d oDias~"no ant rugo d ireito fOID.aJlO vi,gurava'0 pininclprnnda a~o popular, segundo 0 quail qualquer p(:'ssoa (quivis expopulo)poderla deduzir a acusaJ;ao penal:0 que, p arecendo rraduzir um a pr.M tizru;exrwrna do nrocesso n en al, seriaantes, no entanto, sinaide urna : : : I_o . .udaconsciencia.i. Li. - . ~daco-responsabilidade dequalquer m em bro dacomunidade rn,aadrn.~nfus[:ra~Qdajltsti~ p enal. [...J Noantigo d ireitogennankov~go.rava,diferentffiiente,0 prindpioda aCl1sa

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    20/36

    182 Doutl'ina Nacional

    Alias, e forcoso reconhecerque, de certa fornla, tal prindpio le,gii:dm.ouo sistem a inquisitorio, na rnedidaque se entendia que

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    21/36

    Doutrin.a Nadonal

    Por fim, a distincao entre elas ~:dadape,~oCodigo Penal: sendo :re,gm":alaw;:ao penal puhlica incondicionada, sabe-se (~uese esra dianrc de caso de 3'ia:apenal pu~licacendicionada quando, no C~ ern p a r a g r@ tfo sdos anigo5 da Pane

    Especia]ou mesmo ern a,nigos ql!Jf se d~rigem ,3 regular os capirulos, restarexpresso que' s o 'se precede mediante represenracao, c m T I . O ,pO Iexernplo, noart, 147, Panig,[,afounico e no :3LH.i 82. Trara-sedo analogonacionala querela,do d~reiu) italiano (art, 3,36e SS.~ do CPfl) ~o que' exige um pouco de a[e~l9fi:oquando de afi~Uw,sesc o rn p a ra riv a s , P o rourro 1 ; ; 1 ) 0 0 'e da mesma maneira, quando.for case deat;ao penal de inic iativ a p riv ad a,di.ri0 CP qilIDe"som ente se p recedemediante queixa", Por elernentar, .;1.0 referh-se ao verba proceder, quis 0

    IIep! ..I , , , JIo~r ,'" :I 'pe'0 rI C'""'f - ~ ,a t';i '" 'me-''''''S~m - '"' no "" . ( ' I ,'I "e ..",Q""','" iI"l,L.,..ie '" p .," 'it" '" '". '("A'Fro,. < 1 .~ q . .'i';;> ",",co:",,'," H"I, In,a, I- 'b .- J! Iii: .L CIl_Gl. 1 -..'"IL,!UI". u..".~'I!.J,. , .. -!!; .., ... 'I!..J.! r- .w" 'IU . . - .) ~,~,U' l! i. r~r t ::"' -l i . . -:!l (.,t, I 'iir.-r.'!U.[!l.,.i, .' lI . ,,~'I!.;,..~n;!I'-'(:YI~IIj.[!;".,,_'0' Sell exercfcio rccebc O~.Oincill iuris de q ucixa e, parrantO', colaca-.se" naesrrutura, como. correspondenre .ademlncia, quando 0 caso foOrde a~ao penalpublica. S a O 'cxemplos, no 'C lP~dehipcteses de a~ao penal de :inidativa privada

    34' P fi " _ l45 ,. A ' 1 ~o an. _"._j'" _ aragrao uruco e art, .~..caput .... SSJlTI~ por exciusao, s:empreque nao houver previsao desra ou daquela, 00 case sera,de a:~aopenalpublica

    incondicionada,

    4.2 PRINClp[ODA OBRIGATORIEDADE (LEGALEDAD'E)

    Este principle diz coma obrigatoriedade do exercfcio da a

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    22/36

    184 D'o;w,trina Nacionai

    o prindpio cia ]egaHdade impee-lhe outre dever, qu.al,0 de promover a aciopenal sem inspirar-se ern motives politicos au de urilidade social, [... ,r..~1

    E precise salientar, ainda, que urn dos fundamenros do princlpio da

    obrigatoriedade" '4 est3:vinculado s independencia do Min .istth10Publico. Antes defU nc iona.r co rnog r m f h a op,ar,a a ins ti tu i,~ :a.o)escuda-a de ,wng:e[~[lcias externasimpertinenres, deseabidas, dosmais variados segmento:s cia sodedade.Assim, rnesmosern previsa.olegal 0 rernoscomo plenarnente vigentee cremes nele, nos conformes,pela necessidadee pelos rnais variados argum,en{o .s~alguns coerenres e aceiraveis,outros sem qualquer cabida, (JOU10 anorou Frederico Marques,

    o princfpio, de ,~inha rnais vinculadora, opoe-se ao da oporrunidade audiscricionariedade e ambos projetarn-se no mundo informando os sistemasprocessuais, .D'eregra, ospafsesdo Common Law e os inlluenciados dkc'[anu;':fltepar elf' tendem par.a:;l:oportunidade, ao passo que os pafses de traces germane-romenlsricos, via d.e regra adotam o principio da obrlgaroriedade, Isto naoimplica, 'c clare, ern rcgras ,t;stanques .. Os pafses mesclam a . u:riliza:~aodosprincfpios contorrne suas necessidades, A analise, nesre sentido, serve bern paraqawesdonar-",seace que ponte a argurr~en to das ~nfluendas externas seria vru.ido.

    Por esse caminho, sahe-se que nao se rem podido desacredirar - rnuiro pelocontrario - na seriedade do MP nos pafses onde prevalece a discricionariedadeno exercfcio do direiro de :a~o. Die HUla forma IO U de outra, os sistemascaminham. Vale.a seriedade do ME independenremenre de obrig:hiGOlega~ aunao, ]SSO e ,0 que' menos imporra, A discussso, desra forma; deve fica.r para 0-controle de exercitar '0 direiro de a~o au na,o. Assim, urn controie serio,exclusivarnenre hi~r~rqlii.::o~ t 0 , siUfidente p&r~ J[csbu~urdar 0 0 6r,ga o ~ comohomens e, como tal, pMsi!veis de crro - c a insricuicao, fie! defensora daConsrircuis:ao do Estado, e po.naFHO~ do rodo, sern ,espa-; .o parainrerferenciasesrranhas, rnaxi~ne do Executive. Basta; de pronto, seriedade,

    o CPP de 41 delimira 0 conrrole em urn sistema rnisro. Sem vontadealguma de decretar a existencia da obrigatoriedade, o art. 28) do C6digo d.eProcesso 1 fecha na figura do juiz 0 conrrole doexercicio do d.ireiro de ayaoe,sornente em easo de dis,cordancia ,deste, remere a queseaoao Prccurador-Geral.

    A s inconvenienciss do sistema sao paten'tcs,:a, u]timapaiavW",a,

    se for.0

    case,esra

    soh a responsabjlidade do Procurador-Geral, que ocup.a cargo de confianca doGovernador; exelui-se 0 6r-gao maximo da instituicao, au seja, 0 0 Conselho

    4 0 1TOURlNHO FILHO, Fernando d,l lCosta. llrv'Ctsu).,. . o p .cis. p3 :0-315.

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    23/36

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    24/36

    186, DO,U:hrina Nadonal

    adequa

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    25/36

    D.()'J,(,~rinaN,u:iotttll 187

    o p'rindp~~) do conrradirorio edpico de urn processo de panes~ rsoqualo julgador manrem-se eqii.id~stantce ddas no exercicio da ~uiv~(btd.ejl1ritldicion811(contorrne detcrmina 0 principio da impaTcialidade)~ embora, presenandos,oo E seado na relac ao p roc essual,e 0' derenror do Poder e,porconta disto, fuucionacomo orgao rnediador, arraves do qual passalll]os plejtos.

    Traduz-se, entao, nat necessidade de se dar as partes apossibilidade deexporem suas razoese requere.ma producio das provas que jlulgarem imporrantespar~ a solncao do caso penal, Assirn, "e, pois, em resume, ciencia bilateral dosatos e termos processuaise possibilidsde de coniu:,,:~ui;i-los.U 5 1 Ex.p.r~me-$e~assim,ela paremia auditur er al[era pars, Por sinal, a audiencia das partes de modo

    parita.r~o e vi[a~ a pr6pria. existencia do prOGess:o~ morrnenre porqueexpzessao,' qU]< ramaxima, do principia da igualdade (isonomia). Afina~~cornoanoradoem B ellavisra-Tranc hina, dove: non c 'ec ontestazione, nonc . ' erappono gi'Ulridic()processuale; dove non ,c"econtradinorio, non c'e processo.?"

    DianTred~s[oj e forcoso reconhecerque, per ta lp rincfpio , reflete-se umdever ser que reclarna (exige) a dialetica de um processo de pontes. OUl seja, 0.dialogo entre aacusacao e a ,defesil, perante rsm jMizimparcia].

    Ademais, e precise ressaltar que, "oprincfpio do con uadjr6 do o'poe-se,decerto, a uma esrrurura pu.nunenre lnquisitoria do processo penal, em que 0juiz p udesse prolerir a decisio sem p reviarnente rer confronradoo'arguidocom as provas que contra ele houvesse recolhido -e nao falraremexem ploshisrtoricos de processos penais assim estruturados > ou sem lheter dado, erngeral, qualquer possibilidade de contestacao da aousa~:a( )contra ele fo[mu~,ada.Excepcao fdta. porem a cases de esrrutura mais asperamente inquisirdria, 0 >principia. encabecado sobreaudo na peSSQa do arguido."lnef~[eU semprtE:gera~aceru[~H;aO-nos direiros anrigos (canto no g[,ego como no rornenolcomo nos

    rnedievais (ap6s a rcccps:ao, do dirciro romano, l1 l )goem seguida obscurecida,

    s~!,A uo~~o,'perfeir;l par;;u.caeacrerisar > 0 >que sucede,edre PO NT E S DEMIRANDA,f[m(i~c.o"TmttJd~d e din:ituptiwtdfJ.3 ~ c d . , Rj,[)de Janeiro :Bnr.:w.i, 1970,pA 1 2 e ss

    ~!, A lM E IDA , joaquim Canuto M endes de.P r iJ .u i p io J. .. , O p .cit'. , . 82 .~1 BELu\ViS'JA. Gi.mbmo &. TRANCHINA, Glov.mi.. l ,z io :ne d iJir i .tU JpnJcf .JJWlkpt:r l ff . . le ,7a

    ed, > Mi]ano : G~ti ffn:, 1982., p.18 L "onde n:liJoe;ds;( 'ewme$ a::~p.o> n~,[)erl~(.e ~ d < 1 ! ~ ~ oj,urfdicap i i ' o c e : s - s u aonde niio exisre conrradi rorio, nfio o . ' : K 1 S 1 i : Cprocc-sso. ~

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    26/36

    Dousrina Naciona I

    c orn ua ses a b e ,p elo p rocesso inquisirerio) e, de tOlfma inquesriondvel, nosprocesses penais -c-creforrnadossc-consequentes ,3 Revo~us:io Fl"an.cesa.~'5}

    Assim, no processo penal hrasi lejro, da mesm a rnaneira 'que nos

    supracirados pro(essos de essencia inquisitorial, ,eassegurado 0' princfpio do,contrad~r,6ri(J. Nao obstante, na prarica,nao ha eferividade formal (a lei natade manter a desigualdade, entre outros e por exemplo, nos arts. 222, 370, 1 ' 0 ;50], [ados do ICPP)e muiro rnenos maleria~54)dependendo-se, sobremaneim,em primeiro lugar, do conhecimento do org,aojulgador e, depois, do rigor que~mp5e' a si rnesrno quanro an respeito pela garantia oonstitucional, ~u:,eporqUJeos principios relatives as invalidades abre urn C:.l.mpo t~io amplo de a,~ao a

    d b d ,~ . . b ilid d A " .po-nco oe, if:' oern opera_os~ quase [ornarpossrveJlla sua mvrae ~il"a. ..e. . gUlsade exemplo, veja-se 0 pas de nulHre sans grief (nao ha,nttlwdadesern prejufzo),iriser to no art .. 563, do ,cpp, o nde p.rejulzo, em scrido U01 conceiroindererrninado (como tanros ourros dos quaisestd prenhe a nossa legislacaoprocessual penal), vai enconrrar seu referendal semamico naquilo que entender(I julgador; e ai nao e difkil perceber, manuseando as cornpilacoesde juig,ados]que nao rare ex pressam d ec iso es terarolo gic as,

    Veja-s,e.Eodavia, que a Consril[uic;::io Fed,eral,em seu art. 5', L~ preveexpressamenre que "aos litig,anes~. em processo judicial ou adrninisrrativo, eaos acusados em geral sao assegurados 0 contradirorio e aampla defesa, con)

    . . I " "os meres e recursos a.e a mererrtes ~ go -

    Em sendo ,de; 0 conrradirorio, uma garantia constitucional, para Sf terurn p rccesso p enal dem ocraric onao se pode pensar ,emre strin gi-lo , salv o q uan doesbarrar ern outre princfpio tambern previsto na Constiruicao, como ocorre,por exernplo, nas hiporesesem que saoprotegidos, os direitos a intrmidade e aprivacidade, Tal confronto ha de ser resolvido pela ap1icasa.e,do principio daproporcionalidade (,COJll0qllerem os alemjies) au principmo da razoabilidadc,nat vis-ao dos americanos,

    P.Of derradeiro, hi de ressaltar ique o contradirorio, em sendo urn

    princlpio 16g~co) esta inserido em ambito mais aUlJpio55

    , ou seja, aquele do

    5~FIGUE IRE DO D.LA S,Jorg,ede, D irea o. .. ,. O J .dt., p.lSO.,. COUnNHO. la.drno N~~sonde Miranda. Pr.indpio~."_0, . cu. p.214)) T U C CI, R og c!rio L au ria.Direitos e gil'rtll1ritlJ, iT ldiv id ua ij ,wpmcmopenal br:4si!eiro"Sao Psulo:

    S,;;l.!;itYil, 1993, p.47 e ss. _

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    27/36

    Dousrina Na,donal 189

    pr~ndpio do devido processo iegat hoje consrirudonaim.enc estahelecido (an,5 LIV ~ ' , ,t" , ,~ ",., Ji d ' lib d ' d d . b --lll -d -(\ .i v: nlnguem sera pnvauo, auoer a e ou oe seus lens sem 0 (]levi -.0processo legat~), razaopdaqua~e recomcndavelquc 0 sell. escudo inicie pela

    materia constintcional, ainda tilo carente na nossa dogmarica,

    5.2 PRINCIPIODA VERDAOE M'ATERIAL

    0, prindpio cia verciade materia] remere-nos ao esrudo&o proces.so

    enguanto reconstrucao de tirn faroO preterite.

    C om o j3 tivernos a op ortunidade de analisartarnmateria, basta,POf

    brevidade,adora-la, a:go~~;),de for.ma integral, 111eSnl0porquea avali~~o e'recence_)6

    {.c,of~to, neste diapasao~ e aconrecimento historico,dado a lUI poradequacaoau iruuleguap.o ao jlurdico.Con"l.O nll,rraduz-.seem uma verdade tallubeJ.l1h.ist6ricae~ assim,.recogno.sdvd. 0, meio, sahe-se bern, de fa ze ]" -ou se rentar f32!er- cornque apone no pmccsso Ie :a. prova. E~: '5por que se dizquea pruva e 0' meio queconsumi aconviccao do ju~:zsobre 00 caso concreto ou, rarnbem e no mesmosentido, con] unto de elementos que formam a c onv io;:ao dojuiz, em quepese,saberem rodos, nao ser s6ela a verdadeira formadora dojufzo.

    De quaJ.quer sorte, Carnelurri mostrou, ja i ern 1925 ~que e , e s t e r r u }adiscussao : .1!respeiro de vrugera verdade material on a verdade formal, olhancloa diferenca que se insistio - c. alguns ainda insisrem -em fazer entre' elas:~.no.processo penal e civil, Se Eugenio Flor~.an (Prove penal], Milano; VaUardi,

    .1924, F.G ~5~) 3:po)'n~'(H~ !1~:qucla dir,('"'s:a()~Carnduni~ao responder (Prov'e civi]ee prove penali, in Rivisra di dirirto processuale civile, Padova: La liroripo,r925~ volume [1 ~parte 1, p.3 e $ S , .especialmente, ,Pop.17-18)~ mostrou q l L l . e acomparacao era equivocada, a urn, porque 00 ,escopolde ambos era a.verdade e;a dois~ porque t'se l'irnpiego di dati rnezzr, i quali ra lvohaservono a farlaco noscere, ralvolta no, viene prescritto, il risolraro cbe saba fuori s~ chiamav erita fo rm ale0 lega le volendosisigniticare che il lo ro risultatodeve essere dalgiudice postoa base dena d,edsione.,.come Sf: fosse v,erita. anche se non sia, [... Jn che signlific2lche neanche :a 1prOGesso pena]e s:~deveassegnare, come rjsulrscoanziche (orne scopo.ja verira materiale." (p. 18). Com tal fQHll ui

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    28/36

    1:90 Doutrin.a Ivacional

    processuale civile] Padova : Cedarn ( g w aLiroripo), 1926, Volume Ill, Parte 1 ,iJ,.221e ss), ainda que bern lancada, fo~convincente, porque necessarb.n1Jentedrcunscrira a pontos secundarios, Basta ver 'llue. no essencia], asseverou que"Lo scopo generko delle vade proye~che nei d.ue processi si p05S0nQ syol,gcre,

    c scmpre queUo di scoprire hi verita; rna - ahime - la v,el[~dl:)g iatanto ardua a. . . . . . , . d di 1 1 alie .~~.. . 1 " conse,guns], S~ atteggla in mo 0 ,__rverso ne. e prove pen. ] e neue prove CiV.~1.

    (p . 223). Daf par dianre, nao havia como confrontar escopo.se resultados,embora fosse - econtinue sendo - visivel a diferencaque se manifests quanco.abusca, dada a origem sisternica inequivocamente disrinta entre ambos osramos dO 'direito processual: 0 p enal c ontinuasendo es senc ialrnen re inqu isito rir,

    eo civU segue COInsuaessencia acusaror ia -d ispos ic iva; s is temasd~fel'enres (veja-se, pOI evidente, 0 conceito de sistema, antes de tudo}, princfpios reitoresdiferenres naquele inquisitive: neste, dispositmvo.Nao exisre, rodavia, prindpio

    ..- rr 1.- " ' It'rmsto, razao por que nan se sustenra - a nao sell retorrcamen te - U.n1.sistema

    . t ~'. -d . ..- . ..., ,! ( .,misto, ern 00 raj noje, [0, os 00 sejam, 1.'3[0 e, manrem 0 seu nucteo e assrmde-vern ser visros}, mas elencam elementos secundarios imporrados do outre

    sistema. POl' este vies e meraforicamenre falando, hi urna disrancia de ano-luz

    entre eles, a qual s o n a o . v equeiTI nao quer;, ou tern interesse em manter aswtua,s:aocomo esra 0 que flao e de born alvitre, dada a surna imporrancia damateria, para 00 que basta pensar nas refo rmas leg]da.tivas..

    A a~6rm3.:~aode Carnelurti, algo como: lnrsca-se u verdade material eobrern-se COITJ.Q resultado a verdade form aJ - eque Ihe marcoua carreiraeavida inrelecaual :ate 196.5~,quando publica. 0 Verdade, duv[da e certeza -~ acaba

    1. , . ~ .' 1 - .: ! -' ~ .' I ~ . I 'IJI_,r - . I )senco oglanoc;; pon[o oe parnua"

    PCiiil llCi;d:':rau Ui1. uremia 'VCluaue rorrna ..,po,rque a p~'inl,eir~ U jl3mais pede ser alcancadapeki .horne-m". A verdade, seassim 0 e, hade ser, ou melhcr, e uma 56; e aquela dira formal, par evidente,ern sendo uma mero reflexo no espelho.Ynao ea verdade" ..0, processo" porern,continua tendo conreudov rnas ede outra coisa que se nata.

    A ]. ,. !L '1 1 . bi~.J I _I,. C 1 .qLU~como saita a .vista; na uma gr:anne responsa ruoane etica: . :ar.ne urnfu.nda as bases para que se .susrenreque os julganlen:cos sao lancados sobre

    aquila que, a priQ'['~, sabe-se nao ser verdadeiro .. Da-n.os,enrao, por primarj.o" atpossibilidade ~ qui,~a pclaprirneira vez! - de qu(:St~onal a malfadada seguraIls:ajurfdica, des-de sempn:: ta'o-so retorica e que rransforrnou herois em viloes evice- versa.

    N~o bastava, todavia, dispararconrra - e rlesrnontar - 0 susrentaculomaier da aparente tranqiiilidade dos senhores que nao queriam ~ e nao querem!

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    29/36

    DousrinaNacionai

    - assurni r as suas respoElsabil rudade : sI no conrnlponro dos poderes e deveres .quede[er:n,!a1go s6 passfvel de enrendimenro a partir de Freud e d:a psican:i1ise l rrrasdesde logo compreensfvel, para sorre i t a . dernocracia. Eraneccssario, nio

    cbsrante.Ir alem e explicarpor quee~ dep ois, oferecer a.lgopara

    colocar-seno

    sell. ~tlgar~ Carnelurti, nesre pequeno-grande rexro, nao deixa pormenos, emborao f~s:;a de modo inacei ravel

    C O lin efeirc , averdade esra no rodo, m as elenaopode, pelo homem, serapreensfve], ao depois, a . BaO ser par uma, ou algumasvdas parres ,que acompoern. Seria, enquanro vislurnbravel como .flgnra,ge'omeni.ca, corno Urn,poHgol1o, do. qua~ s o se pode receber :apercepcao algumas faces. Aque:tats dasombra, que nja aparecenl~ faz..f:lll pane ~ ou sao inrcgranres - do todo, masnao sao percebidas porque iJl:aorefletem no espelho da perceppo.Ademais,esca fig:ura~multifacetada, porevidenre, llIaopode ser ramada. -.ou confimdida-scom apenas urna das suasIaces, P:or isro, sern que se fira 0 principio da n30-contradicio (ARIST,OTELES.M etaHslca. rradide Leone] Vallano, Po no A [,: Globe, ]969', LivroIv, p.86 e ss; Livre X~p.206 e SS:~iIO mesrno aaributo nao

    pode, ao mesrno tempo, perrencer e nao peerencer ao mesmo sujeirocom rd:a90a mesrna coisa" [p. 92]).e plenamente P05S]V,el alirmar que a parte-face e enao~e

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    30/36

    192 Dousrin Nacional

    a pcrsleria. Mas os fil6sofos colonials da periteria reperem Ulna visao que lhese esrranha, que . l1aolhes e 'propria: ve,em"'"sea partir do centro como nao-'ser~nada, e ensinarn a seus discfpulos, que aindasao algo (viseo que sao analfabetos

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    31/36

    Douzrina .Nacional

    demonsrrar algo ha que rnostrar 0 princfpio 'a partir' do qual se p receade'de"-monstrar, 0 que se mostra e 0 ponte departida da de-monstracio e nao se 0podle por sua vez de-monstrar - porque se iria ao infinite, jamais podendodemonstrar ;algo. 0 ponto de partida ,eindemonsrrdvel. O IUa. ciencio pane deprincipios evidentes ou nao hai ciencia, [...] A ciencia pa-rte do conhecido porevidencia: a. evidend.a) porem, fuuda-se na. cotidianid.ade dentro da qual 0principio e considerado (as vezes por m era .eon vi.c s:iiohistdrjco-cultural)evidente .. [.... J :A ciencia nao parte de duas poss ib i lidades,mas de urn principioau axioma. A ciencia nao, seinterroga acerca de seus axiomas, Considera-osevidenres; do contrarionao haveria dencia. [...]1A c~encia,capta com evidencsa

    seus principios: estes princlpios sao postos-debaixo: sub-postos", (DUSSEL,E .. M etodapara uma filosofia da libertacao. trad, de jandir Joao Zanotell i,s.aoPaulo: Loyola. 1996. pp. 24-25-29), R esta evidente, p orobvio, queestamosdianle de uma irnpossibilidade, de uma inse_guran~a tnquanto pretende-seexat-amen't 0 0poStO, istoe, aquilo queproporciona a se.gu!"an~a; assim, estarnos

    diante de urna vcrdade acejta, corroborada, quando efetivamente 0 e por'que,de seguro rnesmo, so. a cerreza de q lie sepode rrsanipular (I a:xiome, E nao ha de

    se duvidar ser a prerrogadva usada por aqueles COOl poderes para canto ... 5cmpreem nome da "verdade" ~ da ~'te"':lda "rnaioria", do "pa vo" , da "segurancanacional", "da falra", ou seja, do argumenco retorico mats apropriado para 0memento, Sern embargo, ]5(0 e possivel porquese rnanrern vivo - e manrern-se mesmo' ~; no irnaginario colerivova arneaca &0 inirnigo, do conrrario, doinvasor, au quem se presrara tanto: sern embargo, no limite, cria-se uru "bodeexpiat6do~~ (em sociedades autoritarias), au desenvolve-se 0 racismo, naquelasridas como mais dernocraricas, corno Sf fez na Europa ocidenral com osirnigrantes,. mormenre apos aqueda do muro de BerHm: ~hsmm os grupossocials mantem sua coesao em urna osc.aa

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    32/36

    exara - e font..:;detoda a apa.fe.n{,eseguran~ -" m as de mera "opinlao cetidiana" ~julg~da despreztvelpelosadeptos de Platao (e a 19reja ]laO se construiria -econsolidar-se- ia - se nio fosse assirn: veja-se 0 Nome da Rosa" de UrnbertoEco)~[,aJZaopor que se caminhou ac outre extreme, isto e ,a. de se pensar quea t cienc]aer31 0. supremo". (DUSSEl) E. ob, cit, Merodo, p.2S).

    No lugar de ambas (anahrica e d~al,etica}~ faz-se mister refe:rir - embo.ra~liiose renha muiro .espaso neste desprerensioso ensaio -I' quc Dusselvai apontarda direcao da analeptica, a qual mereceria uma rnais profunda observacao,dada a . rlqueza corn 'qUE'se apresenra "Levinas fab sempre do outre como'absolutamenre cuero'. Tende, enrao, para 0 equfvoco. Par QUOU lade, nunca

    pensou que 0 OlUfO pudesse ser urn rund io~tun africano) urn asiarico ..'0 outre,para nos, f' a A m e ric a Larinaem relacaoa [ooralwd.adeelJ!ro'peia;e (:I' povo pobree oprimido da Am,erica Larina em relacao a s oHgarquias dominadoras e,comudo, dependences .. 0 metodo do qua~ que;n~mos falar~, 0 analeptic, valrnais a]em~m:a~:5acjma, vern de u,m nfvel rnajs ~lio (an:1-) ~ue >0 do mere rnerodo

    dia-leeico. 0 merode dia-letico e 0 caminho qu,e a toralidadle reahzaem ~5imesrna: dos errtes ao fundamento e do fundan'1enro :3005 enres, Tra.l[a-se agora de

    urn metodo (au do dorrunio explfcito das oondicoes de possibilidade) quep~rlr.edo outre enquanto Iivre, come tun alcm do sistema da roralidade; [... ]Esta ana-leticanao leva em conra someme 0 rosto sensivel do outre (a no~-~oheheaica de basar, 'carne' ~ indica adequadaluente o ser un~t~r~o inteligfvel-sensfvel do homem, sern dualismo de corpo-alma}, do anna antropologico,mas exige igualmente colccar f~ldcamente a (serv~'9oJ do OU[[10 urn trabalho-C"{; - .J "'", - 1._ ... -,~ ... ~I~.~-.._, __,. -"' ' ' -11 '1 '/J . _ ~... .' t _ L -Hl 1'"' IE) ~',!o ~.J (1' _.. " " , ' ~~d 'a ,I ....~ u'u;;i.Y'v,1L lP~. t . , ; ; : i :o&:I!..,.u~~lU.~\') 4:;';::'i!JlU "'yO v 1~V~.1.) 41 .,.;;; .r&iIll"_ Un lCLC;",,,. _ U..:; !lJ...4:arx).. A ana~e.ptka anrropologica ,eentaou,ma , e C C H 1 . & . m . i c a .(um por a rrarurezaa service do Ou[[oJ!um.a erorica e uJnapoHt~ca ..O ourro nun(;a e "urn s6,!~,masramb,em e scmprc", r ,6s".Cada rosro no face-a-Iace ,e~gualrnen[e a epifalllf!. deumafamtlia, de uma classe, de 1I..m.POVO, de urna epoca da huma!1idad~ e dapropria humanidade como urn rode, e aindamais, do outre absoluro.0 rosrodo outro e urn ana-logos: de e a . "palavra" prjmejrae suprema~ ,e0 dizer en]pessoa, e 0 gesro sign~ficanre essencial,,e0 conteudo de 'Coda signific:tl-;3.oposstvelde urn :aro.Asmgnifica\ioantropologica, economica, politics e [atino-americanado roscoe nossa rarefa e WilOSS.a eriginalidade.DizelllOS sincera e simplesmen re:o rosto do pobre fJ],cHodom inado,. do.mestico oprimido, do povo larino-amerieano e Q "~emi) da : f i los o : f lala.~ino~~unericana. Esre pens~r analeprice,porque parte da revelacao do outre e pensa sua palavra, e a f i I o s - u S alatino-

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    33/36

    19'5

    americanav unica e nova, a primeira reajrnente pds-moderna if: superadora doeuropeidade. [.. , .JA conv'ersao ao pensiu analeprico ou meta-Hsico e expo_~j!c;;aoa IUn1pe 'J1sa rpopular, dos demais, dos oprim~do8) do outre forado sisrema; econrudo UlTI poder aprender 0 novo. 0 filosofoanalepricc, ou elieo devedescerde sua oligarquia cultural academica e universiraria para 'saber-ouvir' a vozque vem de mais alem do alro (ana ...), da exrerioridade da dominacao",(DUSSEL!E. ob, cit, M,eiodo"p.l96-7 e I 99).

    Carnehnti mosrrou-nos, ao colo,car em crise-> e destruir- a.no~o de verdadeprocessual, ,;,1 corda bamba pela qual temos que passa.r para sobreviver, Resta-nos,porem, uma erica na qua] 0 Dutro conre - e deve conrar - alguma coisa~,a f:t~ca cia

    alteridade,Ja nao somes, pDf outre lado, os rnesrnos < lost'empos dos nossos avos,onde a p alavra valia ac im adequalquer lei (au com elase confundia) ,Iqui~ pOl'queestarnos perdendo 0 r-egisnodo. sirnbolico,em Hoe-ade urn crescentedeslizar noirnag inano, As ~parencEas"comodiz 0 dirado popular, enganam;e enganarnlTICSmo!D iagnostic ada a F allada verdade,n o lu g.ardela Carnelurr iprop6e'que noprocessopasse-se a h'L]scare investigara cerrzza, No fundo, e born que se diga desde ]ogo,nao vai mudar muiro; mas val, ddlni ivamente, colocar 0

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    34/36

    196 Dot.(,,~rirla Nacional

    Nesse memento, reconstinndos os fa~osJsurge a . questao refe~,el1t,e:,~apreciacao d ,Qprova, Como ,eprimdrio, h a )hisroricamente, [n~sprincfpios q ueorienram a reg,encia da dita apreciacac, em que pest nao neoessariarnenre ernraJ crdem cironomogica: (i) 0 < valor das prQva.s e dado pelo juiz ,que, livremenrc,iempresta a da a sua subjetividade: rrara-se do princfpio da. convic

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    35/36

    ,Dourri,ut Nil'; .io1'1al 197

    Vale salientar que, por evidente, tal princlpio do i~vre convencirnentonJlo deve im plicar numavaloracio arbitraria da prova par parte do juiz, Ora,"se a apn~cia~io da prova ,ena verdade . discricio naria, terrr evidentemenre estadiscrjcionarjedade (como j ,oi ,dissemos que a tern roda a discricionariedadejluridlica) os seus lirnires que n a npocie'm ser licit:llmen(euhrapassados:: a liberdadede apreciacao da prova t.j, no fundal uma liberdadc de acordo com urn dever-sQ dever de perseguir a chamadaccverdade materia] --~, de tal sorte que a .apreciacao ha de ser, ern concreto, recondurfvel a criterios objetivos e~ ponanto"ern gera~ suscepnvel de morivacio e de contrelo (possa embora 4 lei renunciara mnoriva 'c ;ao eao controlo efcltlvos,f',.5,(

    Sobre 0 rema, Ada Pellegr.ni Grinove.f assevera, ainda, que t',Com aliberdade da vajoracao naose pode confundi r princfpio diverse, que e 0 daliberdade da producao da prova 0 qual resulrane poder inquisieivo d o .juiz d,ebUSGU e introduzir no processo ex offi.do elementos probarcrios, alern domateria] produzido pelas partes, ..:;~

    Per fin1, f~7_-"""irnprescirtdfvei reconhecer que' 0 principio do livreconvencimenro pode ser manipulado pelo julgador, razaopar ,que'a conscienciade ranro e necessario at Srn de conrrolar-se, dando eferividade' a garanriaconstirucional.Tslesre scnrido, NiA o B airros de B rum a6rm at que"~'Ger:llm,en[e~chegado 0 momento de prolatar a sentenca pcna], '0 juiz ja dccidiu se condenaraau absolvera 0. reu, Chegou a essa decisao (ou rendencia a decidlr) pOl' variosmotives, nem sernpre logicos ou denvados da lei, Muiras vezes, a tendencia decondenar esta onem.ence !nflueuciada pda extensao da foUtade antecedentes

    doH~UOU~

    ainda, pela repugnancia quedeterminado delito (t'!m si)provo-ca,0.0

    es;plriro do juiz. Por outro lade, 0 fi,elda balanea pode ter pendido p,ara aabsolvl~ao em razao da gll"an.deprole do ft:!Uou em virtude do fiuo de estar Idepcrleitamente in regrado ria comunidade QU" ~inda.~ pelo Eu:o de que .0 delitocornerldo nenhurna r.epugnanCltl causa. 30 juiz, 0 que < 0 faa visualizar tal figu,ra,penal como, excrescencia legisla:r~v,~ 0111 urn anacronisrno jurldi:co. Sabe 0ju.lgador, entretanro, ,que essasmotivacoes nao seriarn aceiras pcla cormmidade

    juridka sern urna roup.agem racional e recnicam ente Iegfrim a ..Se declararfrancamente que condena 0 reu em. ramo de seus pessimos antecedentes ou

    57 HGUEIREDO DlAS" Jorge de. Direito". 0;. cit., 1 '.202 . .

    5~ GR]NOVER, Ada. Peih:grini. L il'l!1 '"d m i l!i-ltth fic 4J (/,'"(j,USJ()' JU!tUIl- tIS im .errt"j).tflt'Std~.fl.n;caJ.Rio de janeiro : SaJra.uva"1976,1'.132.

  • 8/7/2019 Coutinho Intro Principios Gerais Processo Penal

    36/36

    198 Doutrina .Nacional

    que 0 absolve pCHque e 'trabalhador e rem muitos fiillhos~sua.sentclIlya faralmen't,es e - r arelorrnsda por faha , debase jurfdica. 1[""]Buscar,a"C iH .:ao" 00j u I D g a d . o routrecaminho que pode SCI" arraves daava1ias:aoda provaou por meio da inrerpretacao

    d'.anorma. ,Geraimelu:,e) pelo men os entre nos, os julzes preferern 0 primeiroearninho, ja ,que a prova C produzida lange des tribunals e apossibilidade decontrole e maisdiHcH. [ ... ] M a s 0 julgador rem de justificar sua escolha: ternde convencer que ei,egenamelhor prova. S urge aqui0 primeiro requisite reroricoda senrenca, que nao ,eoutre senao ,0 da verossimiihanca farica_Trata-se de urnefeiro de verdade. 'l5,9

    ,0 irnporrante, ellfim; nesre rerna, ,e(cr~s.e:urn julgado~' conscienre das

    suas pr6prwas hmita