cotidianizaÇÃo do ensino de quÍmica orgÂnica no … · 2011-03-16 · dentro de uma concepção...
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COTIDIANIZAÇÃO DO ENSINO DE QUÍMICA ORGÂNICA NO ENSINO MÉDIO
Josilda Virgínio da Silva (estudante), Keldyna Vasconcelos Calvacante (estudante)
José Arimateia Nóbrega (pesquisador)
Palavras chaves: Ensino de Química, Química Orgânica e Cotidianização.
Universidade Estadual da Paraíba. Departamento de Química. Centro de Ciências e Tecnologia
1 INTRODUÇÃO
A LDB/96, considera o ensino médio a ultima e complementar etapa da educação básica. Nessa etapa pode-se contar com uma maior maturidade do aluno, na qual os objetivos educacionais podem passar a ter maior ambição formativa, tanto em termos da natureza das informações tratadas, dos procedimentos e atitudes envolvidas, como em termos das habilidades, competências e dos valores desenvolvidos.
Os PCN’s nos mostra que expandindo-se a sistematização das propriedades gerais da matéria, a química da ênfase as transformações geradoras de novos materiais. Ela está presente e deve ser reconhecida nos alimentos e medicamentos, nas fibras têxteis e nos corantes, nos materiais de construção e nos papeis, nos combustíveis e nos lubrificantes, nas embalagens e nos recipientes.
Considerando que as aulas no nível médio ainda são ministradas de forma tradicionalmente teórica, este trabalho realiza-se com intuito de buscar uma melhor aplicação dos conteúdos de química orgânica, dando aos estudantes a oportunidade de reconhecê-la no meio em que vive, pois é no cotidiano que deve-se visualizar o que estuda-se em sala de aula. Porém, qual será a definição de cotidiano? O minidicionário escolar da língua portuguesa nos traz a seguinte definição: “De todos os dias; diário. S.m o que se faz diariamente, o habitual”.
A partir dessa definição pode-se relacionar o cotidiano com o ensino de química, pois o que aprendemos deve ser usado no nosso dia-a-dia. Porém, se as aulas de química orgânica fossem lecionadas na perspectiva da cotidianização dos conteúdos, elas seriam mais significativas para a vida dos alunos. Enquanto isso não acontece, continuará existindo dificuldades no processo ensino-aprendizagem, devido a pouca articulação dos seus conteúdos com questões do cotidiano, dos atores do processo educativo.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ENSINO DE QUÍMICA
A Química é a ciência da matéria e de suas transformações, as quais são estudadas através das diferentes propriedades macroscópicas que os elementos existentes na natureza apresentam, procurando explicar o seu comportamento ao nível microscópico.
Dentro de uma concepção histórico-cultural de ensino e aprendizagem, de aluno e professor, de matéria e currículo, é possível melhorar, sensivelmente, o nível de conhecimento químico aprendido na escola. Para isso, temos de superar a posição tradicional das propostas de ensino de química que colocam todo o esforço do trabalho escolar em torno dos conteúdos descontextualizados, segundo uma lógica de conhecimento sistematizado que é adequada apenas para quem já conhece Química. Este é o caso da maioria dos programas de Química e que são, normalmente, contemplados nos livros didáticos utilizados pelos professores. Temos de superar, também, as posições que centram todo o esforço pedagógico no aluno em contexto escolar, mesmo em postura construtivista, esquecendo que o sentido mais profundo da aprendizagem escolar é o de inserir o aprendiz, de forma intencional e sistemática, no contexto sociocultural em que vive.
Freqüentemente, nota-se grande ênfase aos modelos atômicos, modelos de ligações Químicas, classificação de ácidos e bases, nomenclatura de compostos, enquanto uma aproximação com aquela Química que esta mais perto dos alunos, e de sua realidade, são tratados de forma aleatória. A educação deve visar a compreensão e utilização da ciência como elemento de interpretação do mundo e a tecnologia como conhecimento sistemático prático. Por isso os conhecimentos difundidos no ensino de química devem permitir a construção de uma visão de mundo mais articulada e menos fragmentada, contribuindo para que o indivíduo se veja como participante de um mundo em constante transformação.
Focalizando o ensino de ciências, pode-se dizer que todo o imenso esforço de investigação e experimentação que levou as revoluções científicas dos últimos séculos, poucas vezes tem penetrado na prática escolar. É possível, no entanto, encontrarmos currículos e programas bastante atualizados, porém submetidos a tratamento didáticos obsoletos, em desacordo com o processo de fazer e de pensar a ciência na busca das incertezas que desafiam o futuro, enfim, avessos as condições de uma mente cientifica. Nesse caso, há uma dupla traição: às condições próprias ao desenvolvimento da Ciência e às exigências de um processo de ensino/aprendizagem que faça justiça à inteligência do aluno.
Deve-se ter uma educação cientifica que enfatize a necessidade de uma contextualização e de uma politização da abordagem do conhecimento químico em sala de aula, tornando-o útil para a formação do cidadão.
2.2 COTIDIANIZANDO O ENSINO DE QUÍMICA ORGÂNICA
A promoção do conhecimento químico em escala mundial, nestes últimos quarenta anos, incorporou novas abordagens, objetivando a formação de futuros cientistas, de cidadãos mais conscientes e também o desenvolvimento de conhecimento aplicáveis ao sistema produtivo, industrial e agrícola. Apesar disso, no Brasil, a abordagem da química escolar continua praticamente a mesma. Embora às vezes “maquiada” com uma aparência de modernidade, a essência permanece a mesma, priorizando-se as informações desligadas da realidade vivida pelos alunos e pelos professores. Vale lembrar que o ensino de Química tem se reduzido às transmissões, definições e leis isoladas, sem qualquer relação com a vida do aluno, exigindo deste quase sempre a pura memorização, restrita a baixos níveis cognitivos.
GILLESPIE, apud Maldaner;
A idéia de Química entre os estudantes do grau médio,quando deve ocorrer um estudo mais sistemático dessa matéria,é a de que ela se relaciona com o espetacular, o diferente, a explosão, a magia da transformação inexplicável. Os professores de Química, em sua maioria, além de não conseguirem reverter essa idéia, acabam criando uma negativa da Química como objeto de conhecimento escolar e científico. Os alunos, em geral, saem do ensino médio tendo a sensação de não terem tido contato com um conhecimento realmente importante, além de achá-lo abstrato e de difícil compreensão,que usa(desenvolve)apenas,a memória mecânica.
A partir dessa observação de Maldaner, nota-se que a sobrevivência do ser humano, individual e grupal, nos dias de hoje, cada vez mais solicita os conhecimentos químicos que permitam a utilização competente e responsável dos novos materiais, reconhecendo as implicações sociopolíticas, econômicas e ambientais do seu uso.
Para que a linguagem Química seja mais compreensível e faça sentido para o aluno, ela deve apresentar as substâncias em sua forma natural, e estudando as reações químicas com os alunos, mostrando as propriedades dos reagentes e dos produtos e relacionando-as ao dia-a-dia. Os PCNs mostram que “o ensino atualmente pressupõe um número muito grande de conteúdos a serem tratados, com detalhamento muitas vezes exagerado, alega-se falta de tempo e a necessidade de “correr com matéria”, desconsiderando-se a participação efetiva do estudante no diálogo mediador da construção do conhecimento. Além de promover esse diálogo, é preciso objetivar um ensino de Química que possa contribuir para uma visão mais ampla do conhecimento, que possibilite melhor compreensão do mundo físico e para a construção da cidadania, colocando em pauta, na sala de aula, conhecimentos socialmente relevantes, que façam sentido e possam se integrar à vida do aluno.
Os livros didáticos tradicionais, comumente utilizados nas escolas como livros-textos, raramente abordam essas questões.
“Considerando que a seleção dos conteúdos escolares de química é usualmente determinada pelos livros didáticos, é possível que haja a limitação da capacidade criativa e reflexiva do professor, uma vez que este não participa da escolha dos temas ou da metodologia de abordagem dos conteúdos selecionados pelos autores desses livros. E mesmo que consideremos as críticas que vêm sendo feitas aos livros didáticos, sabemos que isso ainda não é suficiente para reverter o papel “direcionador” do livro didático. Entendemos, também ser muito difícil para o professor, individualmente, produzir materiais didáticos alternativos, Isso porque, além das dificuldades inerentes a sua formação, tal atividade requer tempo, dedicação, infra-estrutura e recursos,o que, muitas vezes, o impede de realizar essa prática”. ( FERREIRA,Maria. p.8.2007)
O conhecimento químico só é valido se servir para um melhor entendimento das coisas, dos fatos e fenômenos diversos que nos cercam. Não interessa, a não ser para o profissional da Química, a informação técnica destituída de utilidade. É muito importante que a Química, enquanto ciência, se ocupe em formar o cidadão, na sua área de atuação. É uma pena que os responsáveis pela elaboração dos currículos escolares não sigam essas idéias. Enfim, as competências e habilidades cognitivas e afetivas desenvolvidas no ensino de Química deverão capacitar os alunos a tomarem suas próprias decisões em situações problemáticas, contribuindo assim para o desenvolvimento do educando como pessoa humana e como cidadão.
3 METODOLOGIA
Este trabalho representa um estudo de caso e utilizou como método de procedimento, o analítico-descritivo. A coleta de dados foi realizada a partir da observação direta extensiva e o instrumento de coleta de dados foi um questionário avaliativo, direcionado aos estudantes da 3ª série do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental Solon de Lucena, localizada na zona urbana da cidade de Campina Grande (PB).
O questionário avaliativo foi estruturado com 8 questões de cunho tanto objetivo como subjetivo que buscam traçar o nível de compreensão do alunado com relação a temática da cotidianização da química orgânica em sala de aula.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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