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  AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE COSMETOLOGIA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação

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Introdução: A busca da beleza e da juventude gera exigências cada vez maiores dos pacientes no desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e de novos procedimentos estéticos, pois, com o avanço da idade, a pele começa a sofrer alterações como aparecimento de rugas, diminuição da espessura da epiderme, ressecamento, que modificam seu aspecto caraterizado pelo envelhecimento

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PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIAPortal Educação

CURSO DE

COSMETOLOGIA

Aluno:EaD - Educação a Distância Portal Educação

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CURSO DE

COSMETOLOGIA

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para estePrograma de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição

do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contidosão dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO2 HISTÓRICO3 LEGISLAÇÃO4 MERCADO COSMÉTICO4.1 EVOLUÇÃO4.2 CRESCIMENTO DO SETOR E CRESCIMENTO DA ECONOMIA4.3 COMÉRCIO EXTERIOR4.4 PERFIL EMPRESARIAL4.5 MERCADO BRASILEIRO4.6 CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO 5 CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES GERAIS5.1 DEFINIÇÕES5.2 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS6 PELE/ANEXOS EPIDÉRMICOS/CABELO6.1 EPIDERME6.2 DERME6.3 HIPODERME

6.4 RENOVAÇÃO DA PELE6.5 A MATRIZ EXTRACELULAR - INTEGRAÇÃO DAS CÉLULAS EM TECIDOS6.6 ELASTINA6.7 FLORA CUTÂNEA6.8 ENVELHECIMENTO6.9 TIPOS DE PELE

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MÓDULO II

6.10 APÊNDICES EPIDÉRMICOS6.11 CABELO7 ABSORÇÃO CUTÂNEA E PROBLEMAS DA PELE7.1 PERMEABILIDADE CUTÂNEA7.2 PERMEABILIDADE CUTÂNEA EM FUNÇÃO DA NATUREZA QUÍMICA DAS

SUBSTÂNCIAS7.3 FATORES QUE AFETAM A PENETRAÇÃO DE PELE7.4 VIAS DE PENETRAÇÃO7.5 PROBLEMAS DE PELE

MÓDULO III

8. INSUMOS COSMÉTICOS (INERTES E ATIVOS)8.1 TENSOATIVO

8.2 UMECTANTES8.3 EMOLIENTE8.4 ESPESSANTES8.5 ALCALINIZANTES E NEUTRALIZANTES8.6 ACIDIFICANTES E NEUTRALIZANTES8.7 SEQUESTRANTES8.8 CONSERVANTES

8.9 ANTIOXIDANTES8.10 TABELA RESTRITIVA DE SUBSTÂNCIAS8.11 LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE USO PROIBIDO 9 SISTEMAS EMULSIONADOS9.1 TIPOS DE EMULSÕES9.2 COMPONENTES BÁSICOS9.3 TÉCNICAS DE EMULSIFICAÇÃO

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MÓDULO IV

10 PRODUTOS PARA PELE10.1 SEQUÊNCIA DO TRATAMENTO ESTÉTICO10.2 LIMPEZA10.3 TONIFICAÇÃO10.4 HIDRATAÇÃO10.5 OUTROS PRODUTOS PARA PELE11 PRODUTOS PARA CABELO11.1 XAMPUS11.2 CONDICIONADORES11.3 TINTURAS12 PRODUTOS SOLARES12.1 RADIAÇÃO SOLAR12.2 FATORES QUE AFETAM A RADIAÇÃO NA SUPERFÍCIE DA TERRA12.3 RADIAÇÃO SOLAR E PELE12.4 SISTEMA MELÂNICO12.5 BRONZEAMENTO12.6 FOTOSSENSIBLIZAÇÃO12.7 FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR12.8 FOTOPROTETORES12.9 PRODUTOS SOLARES13 PRODUTOS DE TOALETE13.1 DESODORANTES E ANTIPERSPIRANTE

13.2 PERFUME14 FORMULAÇÕESREFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MÓDULO I

1 INTRODUÇÃO

A busca da beleza e da juventude gera exigências cada vez maiores dospacientes no desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e de novosprocedimentos estéticos, pois, com o avanço da idade, a pele começa a sofreralterações como aparecimento de rugas, diminuição da espessura da epiderme,ressecamento, que modificam seu aspecto caracterizado pelo envelhecimentocutâneo.

A cosmética e os bioativos atuam nas estruturas externas do corpo humano(pele e cabelos) de forma idêntica aos processos vitais, auxiliando o metabolismocom o objetivo direcionado de prolongar a juventude e retardar o envelhecimento.

A aparência pessoal é hoje requisito de grande importância em todos ossegmentos, levando a população atual a dar maior valor a sua aparência e buscarnos cosméticos as ferramentas para essa realização.

2 HISTÓRICO

Os cosméticos são utilizados há pelo menos 30.000 anos. Os homens dapré-história faziam gravações em rochas e cavernas e também pintavam o corpo ese tatuavam.

Rituais tribais praticados pelos aborígines dependiam muito da decoração docorpo para proporcionar efeitos especiais, como a pintura de guerra. A religião era,

também, uma razão para o uso desses produtos. Cerimônias religiosasfrequentemente empregavam resinas e unguentos de perfumes agradáveis. A

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queima de incenso deu origem à palavra perfume, que no latim quer dizer “por meio

da fumaça”.

Aparentemente os Egípcios foram os primeiros usuários de cosméticos eprodutos de toucador1 em larga escala. Alguns minérios foram usados comosombras de olhos e rouge , assim como usavam extratos vegetais, como a henna . Afamosa Cleópatra se banhava com leite de cabra para ter uma tez suave e macia, eincorporou o símbolo da beleza eterna. Também nesta época os faraós eramsepultados em sarcófagos que continham tudo o que era necessário para semantiver belo. No sarcófago de Tutankamon (1400 a. C.) foram encontrados cremes,incenso e potes de azeite usados na decoração e no tratamento.

Durante a dominação Grega na Europa, 400 a.C., os cosméticos tornaram-se mais do que uma ciência, estavam menos conectados aos religiosos do que aoscientistas, que davam conselhos sobre dieta, exercícios físicos e higiene, assimcomo, sobre cosméticos.

Nos manuscritos de Hipócrates, considerado o pai da medicina, já seencontrava orientações sobre higiene, banhos de água e sol, a importância do arpuro e da atividade física. Nesta época, século II a. C., venerava-se uma deusa dabeleza feminina, chamada Vênus de Milo.

Na era Romana, por volta do uno 180 d. C., um médico grego chamadoClaudius Galen realizou sua própria pesquisa científica na manipulação de produtoscosméticos, iniciando assim a era galênica dos produtos químico-farmacêuticos.Galen desenvolveu um produto chamado Unguentum Refrigerans , o famoso Cold

cream , baseado em cera de abelha e bórax.Os famosos banhos romanos eram centro de discussões e reuniões sociais

para os senadores e aristocratas da época, mas caíram posteriormente em atosimorais condenados pela religião.

Também nesta época surgiu à alquimia, uma ciência oculta que se utilizavade formulações cosméticas para atos de magia e ocultismo. Na mesma época queOvídio escreveu um livro voltado à beleza da mulher "Os produtos de beleza para orosto da mulher”, em que ensina a mulher a cuidar de sua beleza por intermédio de

receitas caseiras.

1 Produtos de toucador: produtos de penteadeira, produtos de toalete.

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Com a Idade Média vieram os anos de clausura para a ciência cosmética,um período em que o rigor religioso do cristianismo reprimiu o culto à higiene e a

exaltação da beleza, impondo recatadas vestimentas. Esta época também chamadade "Idade das Trevas" foi muito repressiva na Europa, no qual o uso de cosméticosdesapareceu completamente, por isso também é chamada de "500 anos sem umbanho".

As Cruzadas devolveram a este período os costumes "do culto à beleza e aternura", que se incluíam os cosméticos e os perfumes.

Com o Renascentismo e com o descobrimento da América, no século XV,percebemos o retorno à busca do embelezamento. Todos os costumes e hábitos devida da época são retratados pelos pintores, como por exemplo, a Mona Lisa, deLeonardo da Vinci, que retrata a mulher sem sobrancelhas, face ampla e alva, de tezsuave e delicada. Miguelangelo também retrata na Capela Cistina os anjos,apóstolos, Maria - mãe de Jesus - e outros personagens, de forma clara, jovial cujabeleza é exaltada em sua plenitude. Porém, a falta de higiene persiste e osperfumes são criados para mascarar o odor corporal.

Durante a Idade Moderna, séculos XVII e XVIII, notam-se a crescenteevolução dos cosméticos e também da utilização de perucas cacheadas. Nesteperíodo ainda persistiam os costumes de não tomar banho regularmente, o queproporcionou o crescimento da produção de perfumes, tornando-se de grandeimportância para a economia francesa desde o reinado de Luiz XIV. Contudo, ogrande salto dos perfumes se deu quando Giovanni Maria Farina, em 1725,estabeleceu-se em Colônia, na Aleman ha. Lá ele desenvolveu a famosa “água de

colônia"

No final desse século, os Puritanos, liderados por Oliver Cromwell,trouxeram outro período, no qual o uso de cosméticos e perfumes ficou fora demoda. Este, talvez, tenha sido o período de maior decadência da história doscosméticos, principalmente quando o Parlamento Inglês em 1770 estabeleceu que:"qualquer mulher (...) que se imponha, seduza e traia no matrimônio qualquer umdos súditos de Sua Majestade, por utilizar perfumes, pinturas, cosméticos, produtosde limpeza, dentes artificiais, cabelos falsos, espartilho de ferro, sapatos de saltos

altos, enchimento nos quadris, irá incorrer nas penalidades previstas pela Lei contraa bruxaria, etc. E o casamento será considerado nulo e sem validade."

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Já na Idade Contemporânea, século XIX, período Vitoriano na Inglaterra,Isabelina na Espanha e dos déspotas esclarecidos na França pós-Napoleão, os

cosméticos retomaram a popularidade.Os cosméticos e produtos de toucador eram feitos em casa, cada família

tinha suas próprias e favoritas receitas. As mulheres passaram a expor um pouco ocorpo e tomavam banho utilizando trajes fechados.

Foi um período rico para o surgimento de indústrias de matérias-primas paraa fabricação de cosméticos e produtos de higiene nos Estados Unidos, França,Japão, Inglaterra e Alemanha. Estávamos presenciando o início do mercado decosméticos e produtos de higiene no mundo.

No início do século XX, os cosméticos saíram das cozinhas e passaram aser produzidos industrialmente. A liberação da mulher foi o fator fundamental para osucesso dos cosméticos, uma vez que não se pode falar de cosméticos sem falarem mulher.

Uma jovem polonesa chegou a Melbourne, na Austrália, em 1902. Ela traziaconsigo alguns frascos contendo cremes para a pele, preparados com receitas dafamília. A pele das mulheres australianas sofria em razão aos efeitos do calor, doclima seco, impressionada por isso, Helena Rubinstein abriu seu primeiro salão debeleza. Mais tarde foi para os Estados Unidos e se tornou a principal força nodesenvolvimento da indústria de beleza.

A principal concorrente de Helena Rubinstein neste campo foi FlorenceNightingale Graham, mais conhecida como Elizabeth Arden. Ambas foramdesafiadas por Charles Revlon, que estabeleceu sua empresa, Revlon, com umproduto inicialmente - verniz de unha -, posteriormente vindo a se chamar esmalte

de unha.Max Factor começou com maquiagem para teatro, na costa oeste dos

Estados Unidos, mas logo percebeu o potencial do mercado doméstico de consumo.David McConnell vendia livros (incluindo Bíblias) de porta em porta, adotou a

estratégia de presentear com pequenas amostras de perfume cada venda. Elerapidamente percebeu que seus clientes estavam mais interessados nos perfumesdo que nos livros, assim surgiu a gigante empresa Avon.

No Brasil, na segunda metade do século, uma nova empresa surgia na RuaOscar Freire em São Paulo, onde dois jovens talentosos desenvolviam produtos de

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beleza e ensinavam a forma correta de utilização, nascia ali a Natura Cosméticos.Em Curitiba, Paraná, um farmacêutico em sua botica manipulava fórmulas galênicas

e perfumes, e em pouco tempo despontou para a indústria cosmética,transformando-se em O Boticário.

Nas últimas décadas a indústria cosmética brasileira tem evoluído por umasérie de fatores:

Avanços tecnológicos que devido à rapidez na sua transferência,permitiu que nossa indústria se beneficiasse dos avanços mundiais no setor;

A criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) quematerializou os anseios da indústria na desburocratização dos regulamentos queregem a fabricação de cosméticos, proporcionando, entre outros, o aumento navelocidade dos lançamentos de novos produtos, essencial para qualquer tipo deindústria que segue os ditames da moda.

As atividades das entidades privadas representativas do setor: ABC - Associação Brasileira de Cosmetologia, representando os químicos cosméticos, edos representantes das empresas do setor, liderados pela Associação Brasileira deProdutos de Higiene, Perfumes e Cosméticos e do Sindicato das Indústrias deProdutos de Toucador do Estado de São Paulo - Abihpec/Sipatesp, cujo trabalhoassociativo proporcionou resultados no aprimoramento as atividades da indústria;

O surgimento das sociedades médicas de dermatologia e de cirurgiaplástica, das sociedades profissionais de estética, entre outras, que instituíram o usodos cosméticos específicos com muitos dos seus procedimentos;

Evidentemente, não se pode deixar de mencionar o motivo principal daindústria - o consumidor - que se tornou mais exigente com a qualidade e com os

benefícios prometidos.

No final do século XX, a ciência dos cosméticos foi um fato inegável, poistrabalha não só com o embelezamento do corpo, melhorando a imagem pessoal,mas também contribuindo para a prevenção do envelhecimento da pele comotambém de outros fatores nocivos à saúde.

Tanto se fala nesta evolução da Cosmetologia que em alguns mercados se

preconizam o uso de produtos denominados "cosmecêuticos," que na excelência dapalavra se referem a um produto cosmético com propriedades terapêuticas.

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3 LEGISLAÇÃO

Portaria nº 348, de 18 de agosto de 1997.

Ementa : Determinar a todos os estabelecimentos produtores de Produtos deHigiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, o cumprimento das Diretrizes estabelecidas

no Regulamento Técnico - Manual de Boas Práticas de Fabricação para Produtos deHigiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

Resolução nº 481, de 23 de setembro de 1999.

Ementa : Estabelece os parâmetros de controle microbiológico para osprodutos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes conforme o anexo desta

resolução.

Resolução RDC nº 162, de 11 de setembro de 2001.

Ementa : Estabelece a Lista de Substâncias de Ação Conservantes paraProdutos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes.

Resolução RDC nº 237, de 22 de agosto de 2002.

Ementa : Aprova Regulamento Técnico Sobre Protetores Solares emCosméticos.

Resolução RDC nº 277, de 22 de outubro de 2002.

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Ementa : Amplia a proibição contida no art. 1º da RE nº 552, de 20 de abrilde 2001, a todas as formas farmacêuticas de medicamentos antissépticos de uso

tópico indicados para uso infantil contendo ácido bórico e dá outras providências.

Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005.

Ementa : Ficam estabelecidas a Definição e a Classificação de Produtos deHigiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, conforme Anexos I e II desta Resolução.

Resolução RDC nº 215, de 25 de julho de 2005.

Ementa : Aprova o Regulamento Técnico Listas de Substâncias que osProdutos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes não Devem Conter Excetonas Condições e com as Restrições Estabelecidas, que consta como Anexo e fazparte da presente Resolução.

Resolução RDC nº 48, de 16 de março de 2006.

Ementa : Aprova o Regulamento Técnico "lista de substâncias que nãopodem ser utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes".

Resolução RDC nº 47, de 16 de março de 2006.

Ementa : Aprova o Regulamento Técnico "lista de filtros ultravioletaspermitidos para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes".

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4 MERCADO COSMÉTICO

4.1 EVOLUÇÃO

A Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticosapresentou um crescimento médio deflacionado composto de 10,7% nos últimoscinco anos, tendo passado de um faturamento “ Ex Factory ”, líquido de impostos

sobre vendas de R$ 7,5 bilhões em 2000 para R$ 15,4 bilhões em 2005. A quedaem dólares, US$ 3,3 bilhões em 2002 versus US$ 4,1 bilhões em 2000 e US$ 3,6bilhões em 2001, reflete a maxidesvalorização ocorrida em 1999, em 2001 e em2002. Já o crescimento em dólares em 2004 e 2005 foi influenciado pela apreciaçãodo real, na média do ano, em relação ao dólar de 3,9% em 2004 e 17,7% em 2005(FIGURA 1):

FIGURA 1 - EVOLUÇÃO DO MERCADO COSMÉTICO

FONTE: Arquivo pessoal do autor.

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Vários fatores têm contribuído para este excelente crescimento do Setor,dentre os quais destacamos:

Participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho; A utilização de tecnologia de ponta e o consequente aumento da

produtividade, favorecendo os preços praticados pelo setor, que têm aumentosmenores do que os índices de preços da economia em geral;

Lançamentos constantes de novos produtos atendendo cada vez maisàs necessidades do mercado;

Aumento da expectativa de vida, o que traz a necessidade deconservar uma impressão de juventude.

4.2 CRESCIMENTO DO SETOR E CRESCIMENTO DA ECONOMIA

Com exceção do ano 2004, o país apresentou índices baixos de crescimentonos últimos anos. O quadro abaixo compara a evolução do Produto Interno Bruto,com a da indústria em geral e com os índices da Indústria de Produtos de HigienePessoal, Perfumaria e Cosméticos, demonstrando que o setor apresentou nesteperíodo, crescimento bem mais vigoroso que o restante da indústria (10,7% decrescimento médio no setor contra 2,2% do PIB Total e 2,1% da Indústria Geral):

FIGURA 2 - COMPARAÇÃO DO CRESCIMENTO DO MERCADO COSMÉTICO

COMO MERCADO GERAL

FONTE: IBGE – Banco Central – ABIHPEC. ANO 2009

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4.3 COMÉRCIO EXTERIOR

Até 1994, o país manteve superávits em sua Balança Comercial entre 10 e15 bilhões de dólares. Entre 1995 e 1998, com o advento do Plano Real e autilização do câmbio como âncora principal para a estabilização da moeda, aBalança Comercial Brasileira apresentou déficits entre três e sete bilhões de dólares. A partir de 1999, com a introdução do câmbio flutuante, observou-se fortedesvalorização do real e o déficit foi reduzido para 1,2 e 0,7 bilhão de dólares no anoseguinte. Em 2001, o real foi novamente desvalorizado, principalmente em razão àcrise econômica na Argentina, provocando um superávit de US$ 2,7 bilhões. Seguiu-se em 2002, outra forte depreciação do Real incrementando o superávit para US$13,1 bilhões, em 2003 o superávit foi de US$ 24,8 bilhões. Em 2005, apesar darecuperação das importações e da apreciação do real, novo salto foi verificado nosuperávit de US$ 44,8 bilhões.

FIGURA 3 - BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA GERAL

FONTE: Arquivo pessoal do autor

A próxima figura (FIGURA 4) mostra a balança comercial dos produtos de

Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos nos últimos cinco anos, demonstrandoum crescimento acumulado de 120,7% nas exportações entre 2001 e 2005,

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enquanto que as importações diminuíram 4,1% no mesmo período. O déficitcomercial do setor, que atingiu US$ 163,1 milhões em 1997, foi sendo reduzido nos

anos seguintes, atingindo US$ 8 milhões em 2001 e, a partir de 2002, revertido pararesultados superavitários. Em 2005, o superávit atingiu US$ 196,3 milhões, umcrescimento de 12% sobre 2004, apesar do significativo aumento nas importaçõesprovocado pela apreciação do real.

FIGURA 4 - BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA DE PRODUTOS COSMÉTICOS

FONTE: Relatório ABIHPEC, 2008, p.4

Por grupo de produtos, as exportações brasileiras de Higiene Pessoal,Perfumaria e Cosméticos, apresentaram a seguinte composição em 2005 (FIGURA5):

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FIGURA 5 - COMPOSIÇÃO DOS PRODUTOS DE HIGIENE.

FONTE: Adaptado da ABIHPEC, 2007, p.4

A América do Sul tem sido o principal mercado brasileiro para os produtosdo setor, porém, dada a conquista de mercados não tradicionais, a participação dasexportações para os países sul-americanos foi reduzida entre 2001 e 2004. Oaumento na participação em 2005 foi provocado pela recuperação da economia Argentina.

FIGURA 6 – RELAÇÃO EXPORTAÇÃO POR PERÍODO.

FONTE: Arquivo pessoal do autor.

4.4. PERFIL EMPRESARIAL

Existem no Brasil 1.415 empresas atuando no mercado de produtos deHigiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, sendo que 15 empresas de grande

porte, com faturamento líquido de impostos acima dos R$ 100 milhões, representam

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73,4% do faturamento total. As empresas estão distribuídas por região/estado daseguinte forma:

FIGURA 7 - DIVISÃO DO MERCADO PRODUTIVO DE COSMÉTICOS EM 2006.

FONTE: Anvisa. Jan. 2006.

4. 5. MERCADO BRASILEIRO

Em relação ao mercado mundial de Higiene Pessoal, Perfumaria eCosméticos, conforme dados do Euromonitor de 2005, o Brasil ocupa a quartaposição. É o segundo mercado em desodorantes e em produtos infantis, terceiro emprodutos para cabelo e perfumaria; o quarto em higiene oral; o quinto em banho e

produtos masculinos; sétimo em cosméticos (cores); oitavo em proteção solar; onono em pele; e o décimo em depilatórios.

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4. 6. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

Os produtos do setor são distribuídos por meio de três canais básicos: Distribuições tradicionais, incluindo o atacado e as lojas de varejo; Venda direta, evolução do conceito de vendas domiciliares; Franquia, lojas especializadas e personalizadas.

5 CONCEITOS BÁSICOS E NOÇÕES GERAIS

5.1 DEFINIÇÕES

Cosmecêuticos: produtos cosméticos com propriedades terapêuticas.Este termo não é reconhecido pela ANVISA.

Cosmético: originalmente, era o nome dado às substâncias naturaisdestinadas a suavizar o cabelo e dar-lhe brilho. Depois da primeira guerra, o domíniodos produtos de beleza aumentou e o nome cosmético tomou sentido mais amplo,designando toda substância de origem animal, vegetal e mineral utilizada para

limpar, hidratar, corrigir, embelezar e proteger sem irritar, sensibilizar ou causarqualquer alteração fisiológica oriunda de sua permeação cutânea ou sistêmica apele e seus anexos (cabelos, unhas, dedos);

Cosmetologia: ciência que serve de suporte à fabricação dos produtosde beleza e permite verificar as suas propriedades, estuda as matérias-primas e osprodutos cosméticos destinados ao embelezamento, limpeza, manutenção e

melhoria das características do cabelo, pele e seus anexos;

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Cosmetologista: técnico que estuda e aprimora as formulações efabrica produtos de beleza, aplicando os métodos científicos determinados pela

cosmetologia;

Embalagem Primária: envoltório ou recipiente que se encontra emcontato direto com os produtos;

Embalagem Secundária: é a embalagem destinada a conter aembalagem primária ou as embalagens primárias;

Esteticista: profissional que sabe escolher os cosméticos, segundo assuas propriedades, qualidades e indicações e os aplica de acordo com as técnicas emétodos ligados à profissão;

Garantia da Qualidade: todas as ações sistemáticas necessárias paraprover segurança de que um produto ou serviço irá satisfazer os requerimentos de

qualidade estabelecidos;

Material de Embalagem: cada um dos elementos de acondicionamentoque estarão no produto final conforme entrem ou não em contato com o produto,dividem-se em primários ou secundários;

Matéria-prima: qualquer substância envolvida na obtenção de um

produto a granel que faça parte deste na sua forma original ou modificada;

Prazo de Validade: tempo em que o produto mantém suaspropriedades, quando conservado na embalagem original e sem avarias, emcondições adequadas de armazenamento e utilização;

Produto a Granel: produto que sofreu todas as etapas de fabricação, à

exceção do envase e embalagem;

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Produto Acabado: produto pronto para ser colocado no mercado; Produto Semiacabado: produto obtido a partir de um envase primário,

que necessita no mínimo de uma operação posterior antes de ser considerado umproduto terminado;

Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes: sãopreparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nasdiversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãosgenitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivoexclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e/ou corrigirodores corporais e/ou protegê-los ou mantê-los em bom estado;

Sistema da Qualidade: estrutura organizacional de procedimentos erecursos para implementar a Administração da Qualidade.

5.2 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS

A classificação de cosméticos, produtos de higiene, perfumes e outros denatureza e finalidade idênticas estão baseados nos artigos 3° e 26° da Lei 6.360/76e artigos 3°, 49° e 50°, do Decreto 79094/77.

Os grupos de produtos estão enquadrados em quatro categorias eclassificados quanto ao grau de risco a que oferecem, dada a sua finalidade de uso,

para fins de análise técnica, quanto do seu pedido de registro, a saber:

A - Categorias: Produto de Higiene; Cosmético; Perfume; Produto de Uso Infantil.

B - Grau de Risco:

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Grau 1 - Produtos com risco mínimo, ou seja, são produtos de higienepessoal, cosméticos e perfumes cujas formulações se caracterizam por possuírem

propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmentenecessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar esuas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto ;

Grau 2 - Produtos com risco potencial, ou seja, são produtos de higienepessoal, cosméticos e perfumes cujas formulações possuem indicações específicas,cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem comoinformações e cuidados, modo e restrições de uso.

Os critérios para essa classificação foram definidos em função da finalidadede uso do produto, áreas do corpo abrangidas, modo de usar e cuidados a seremobservados, quando de sua utilização.

TABELA 1: EXEMPLOS DE PRODUTOS E GRAUS DE RISCOS

CATEGORIA: PRODUTO DE HIGIENEGRUPO GRAUSabonetes (líquidos, gel, cremoso ou sólido)Sabonete facial e/ou corporal 1

Sabonete abrasivo/esfoliante 1Sabonete antisséptico 2Sabonete desodorante 1

Outros a definir

Produtos para Higiene dos Cabelos e Couro Cabeludo (líquido,gel, creme, pós ou sólido)

Xampu 1

Xampu condicionador 1Xampu para lavagem a seco 1Xampu anticaspa 2

Creme rinse 1Enxaguatório capilar 1

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Condicionador 1

Condicionador anticaspa 2

Enxaguatório capilar anticaspa 2Outros produtos para higiene dos

cabelos e couro cabeludoa definir

A tabela completa encontra-se na Resolução RDC nº 211, de 14 de julho de 2005.FONTE: Resolução RDC nº 211, 14 jul. 2005.

6 PELE/ANEXOS EPIDÉRMICOS/CABELO

FIGURA 8 - CORTE DA PELE

FONTE: Arquivo pessoal do autor

A pele (FIGURA 8) forma a superfície externa contínua ou tegumento do

corpo, sendo o maior órgão, constituindo quase um sexto do seu peso total. Possuiquatro funções principais:

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Proteção: a pele fornece proteção contra a luz ultravioleta e agressões

mecânicas, químicas e térmicas; sua superfície relativamente impermeável impede adesidratação e atua como uma barreira física à invasão por microrganismos;

Sensibilidade: a pele é o maior órgão sensitivo do corpo e contémvários receptores para o tato, pressão, dor e temperatura;

Termorregulação: em humanos, a pele é um importante órgão de

termorregulação. O corpo é isolado contra a perda de calor pela presença de pelos etecido adiposo subcutâneo (insulação). A perda de calor é facilitada pela evaporaçãodo suor na superfície cutânea e aumento do fluxo sanguíneo por meio da rica redevascular da derme;

Funções metabólicas: o tecido adiposo subcutâneo constitui umimportante reservatório de energia, principalmente na forma de triacilglicerois. Porexemplo, a vitamina D é sintetizada na epiderme. Em diferentes regiões do corpo apele varia em espessura, cor, presença de pelos, glândulas e unhas. Apesar dessasvariações que refletem diferentes demandas funcionais, todos os tipos de pelepossuem a mesma estrutura básica. A pele espessa cobre a palma da mão e a solados pés, possui glândulas sudoríparas, mas não possuem folículos pilosos,músculos eretores do pelo e glândulas sebáceas. A pele delgada cobre a maiorparte do resto do corpo, contém folículos pilosos, músculos eretores do pelo,glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas.

A superfície externa da pele consiste de um epitélio pavimentosoestratificado queratinizado denominado epiderme; sua espessura varia de acordocom as forças funcionais e as influências de desidratação às quais é submetida.

A epiderme é sustentada e nutrida por uma camada espessa de tecidofibroelástico denso denominado derme, que é altamente vascularizada e contémmuitos receptores sensitivos. A derme é fixada aos tecidos subjacentes por uma

lâmina de tecido frouxo, denominada hipoderme ou camada subcutânea, quecontém quantidade variável de tecido adiposo.

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FIGURA 9 - A PELE

FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acessoem: 06 Mar. 2012

6.1 EPIDERME

A epiderme é a camada mais externa do corpo e está em contato direto como meio externo. É um epitélio queratinizado estratificado composto principalmente dequeratinócitos, as células epiteliais especializadas responsáveis pela renovação,coesão e barreira da epiderme. A figura acima mostra que esta camada externa dapele é subdividida em cinco camadas (de dentro para fora): stratum basale , stratum

spinosum , stratum granulosum , stratum lucidum e stratum corneum . Estas camadassão formadas pela diferenciação sequencial de células, migrando da camada basal

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para a superfície. A epiderme se renova a cada 14-30 dias dependendo da região dapele.

A camada basal ( stratum basale ) é a camada mais profunda e fica logoacima da derme. É a camada com a maior atividade mitótica. As camadas de célulasbasais se ligam à lâmina basal ( basement membrane ).

A camada espinosa ( stratum spinosum ) é a camada mais grossa daepiderme. As células nesta camada chegam por migração da camada basal,perdendo sua adesão à lâmina basal e se aderindo a outros queranócitos.

A camada granular (stratum granulosum ) é caracterizada pelapresença de grânulos de queratohialina entre os filamentos de queratina; consisteem 3-5 camadas de queratinócitos achatados. Esta é a camada mais superficial emque as células ainda possuem núcleo.

A camada córnea ( stratum corneum ) é a camada mais superficial e écomposta de células mortas. O alto conteúdo lipídico forma uma barreira pararetenção de água e resistência. Esta camada fornece 98% de habilidade de retençãode água da epiderme. A membrana plasmática se torna grossa em razão àdeposição e ligação cruzada de proteínas, como a involucrina, ao longo dasuperfície interna para formar o envelope córneo. Estas células não possuem núcleoe outras organelas, mas possuem inúmeros filamentos de queratina. O stratum

lucidum é parte desta camada.

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FIGURA 10 - EPIDERME E SUAS CAMADAS.

FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acesso em: 06Mar. 2012

Outros integrantes da epiderme são as células de Langerhans

apresentadoras de antígeno, os linfócitos T epidérmicos, ambos derivados damedula óssea, os melanócitos formadores de pigmentos e as células de Merkel

neuroepiteliais, queratinócitos modificados que possuem queratinas e formamligações desmossomais de queratinócitos.

6.2 DERME

A derme é um tecido conectivo, irregular e denso, composto de colágeno,elastina e glicosaminoglicanos. É mais grossa que a epiderme, contém extensivavascularização, neurônios, músculo liso e fibroblastos. É a principal barreiramecânica da pele.

Sua rede de fibras elásticas funciona para suportar a epiderme e ligar àhipoderme. A derme contém duas camadas, a camada papilar e a camada reticular.

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FIGURA 11 – (A) ARQUITETURA DA PELE. - (B) MICROGRAFIA DE UMASEÇÃO TRANSVERSAL DA SOLA DE UM PÉ HUMANO.

FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acesso em: 06Mar. 2012

A figura acima representa a pele espessa de mamíferos. Na figura (A) estes

diagramas mostram a arquitetura da pele. Na (B) é apresentado a micrografia deuma seção transversal da sola de um pé humano, corado com hematoxilina eeosina. A pele pode ser vista como um grande órgão composto de dois tecidosprincipais: a epiderme e o tecido conectivo que fica abaixo da epiderme, o qualconsiste da derme e hipoderme. Cada tecido é composto de vários tipos celulares. Aderme e a hipoderme são ricamente irrigadas com vasos sanguíneos e nervos. Algumas fibras nervosas se estendem até a epiderme.

A derme possui elementos neuronais para percepção de toque, dor, coceirae temperatura. Os corpúsculos de Meisser residem na camada papilar e funcionamcomo mecanorreceptores na percepção do toque. Os corpúsculos de Pacini são

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encontrados na porção profunda da derme (e na hipoderme) e são responsáveispela sensação de pressão.

6.3 HIPODERME

A hipoderme é composta de tecido conectivo frouxo com um grande númerode células adiposas. A hipoderme confere insulação, absorção de impacto, estoquede energia e flexibilidade. Também contém o maior número de vasos sanguíneos dapele. Muitos dos anexos epidérmicos se estendem até a hipoderme. Eles são umafonte de queratinócitos quando a epiderme é destruída por abrasão ou queimadura.

6.4 RENOVAÇÃO DA PELE

A epiderme é um tecido autorrenovador: uma única célula-tronco adulta temcapacidade proliferativa para produzir epiderme nova suficiente para cobrir asuperfície corpórea. Na pele de mamíferos, células-tronco epiteliais de ciclo lentoresidem em uma porção saliente do folículo piloso (bulge ) (FIGURA 12).

Estas células-tronco são multipotentes (células-tronco que têm o potencialde dar origem a múltiplas linhagens) e podem dar origem não só a células daepiderme como também a folículos pilosos e glândulas sebáceas. Estas células-

tronco presentes na saliência do folículo piloso e que migram para a epiderme vivemna camada (basal) mais interna. A taxa de proliferação e migração é muito aceleradaquando a pele foi danificada e a ferida está sendo cicatrizada.

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FIGURA 12 - FOLÍCULO PILOSO DE MAMÍFERO

Observe a posição da saliência ( bulge ), onde as células-tronco estão localizadas.

6.5 A MATRIZ EXTRACELULAR - INTEGRAÇÃO DAS CÉLULAS EM TECIDOS

Para que as células se organizem em tecidos, é necessário que haja adesãoentre elas, de forma a manterem-se juntas. Proteínas integrais de membrana,chamadas de moléculas de adesão celular – CAMs (de cell-adhesion molecules ) -,

permitem adesão forte e específica de muitas células animais com células domesmo tipo ou similares. Outras proteínas formam junções celulares especializadas

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que estabilizam estas interações e promovem a comunicação local entre célulasadjacentes.

- Adesão celular

As CAMs podem mediar à adesão homofílica (entre células do mesmo tipo)e heterofílica (entre células diferentes). A porção citossólica destas proteínas estánormalmente conectada a elementos do citoesqueleto. Há cinco classes principaisde CAMs: as caderinas, a superfamília de imunoglobulinas (Ig), as selectinas, asmucinas e as integrinas. Além das ligações estruturais, as células em tecidos estãoem comunicação direta por gap junctions . As gap junctions estão distribuídas pelasuperfície lateral de células adjacentes e permitem a troca de pequenas moléculas.

- Matriz Extracelular

As células animais organizadas em tecido também secretam uma ampladiversidade de proteínas e carboidratos, chamada de matriz extracelular – ECM (deExtra Cellular Matrix ), criando um ambiente especial nos espaços entre as células. Amatriz auxilia a ligação das células em tecidos e é um reservatório para muitoshormônios que controlam o crescimento e a diferenciação celular. A matriz tambémserve como um suporte por meio do qual as células podem se mover, especialmentedurante os estágios primários de diferenciação. Problemas nestas conexões podemlevar ao câncer e malformações durante o desenvolvimento.

A matriz extracelular possui três componentes proteicos majoritários:

Proteínas estruturais: insolúveis, que proporcionam força e resistência(colágeno e elastina);

Proteínas especializadas (multiadesivas solúveis): ligação, sinalização(fibrilina, fibronectina e laminina);

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Proteoglicanos: altamente viscosas e compostas de um núcleo proteico aoqual se ligam longas cadeias de dissacarídeos repetidos (glicosaminoglicanos),

formando componentes da ECM altamente complexos e de alto peso molecular.Compostos específicos da matriz extracelular podem ativar diretamente vias

de transdução de sinal citossólicos, ao ligar-se aos receptores de proteínas deadesão celular na membrana plasmática. Alternativamente, pela ligação de fatoresde crescimento e outros hormônios, a matriz extracelular pode tanto sequestrarestes sinais das células ou contrariamente, apresentá-los às células, assiminduzindo ou inibindo indiretamente as vias de sinalização intracelular.

- Colágeno

O colágeno é a principal proteína fibrosa encontrada na matriz extracelular.Em vertebrados, há pelo menos 27 tipos de colágenos com 42 cadeiaspolipeptídicas distintas. Todas as moléculas de colágeno consistem em três cadeiaspolipeptídicas, chamadas de cadeias, contendo pelo menos um domínio com asequência Gly-X-Y, formando uma estrutura de tripla hélice característica,semelhante a uma trança (FIGURA 13-A). Os diferentes colágenos se distinguempela habilidade das suas regiões helicoidais e não helicoidais de se associarem emfibrilas, formando folhas, ou de se ligarem com diferentes tipos de colágeno.Moléculas de colágeno fibroso (tipos I, II e III) se associam em fibrilas. Na tabela aseguir (TABELA 2) estão descritos alguns tipos de colágeno e algumas de suaspropriedades.

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FIGURA 13 - COLÁGENO E ELASTINA. A - COLÁGENO. B - CADEIASPOLIPEPTÍDICAS DE ELASTINA

FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acessoem: 06 Mar. 2012

Na figura acima, estão representados o colágeno e a elastina. Na figura (A)o colágeno, é uma tripla hélice formado por três cadeias proteicas estendidas que seentrelaçam. Muitas moléculas de colágeno em forma de haste sofrem cross-link noespaço extracelular, formando fibrilas de colágeno que apresentam a força tensorado aço. As listas na fibrila de colágeno são em consequência à repetição regular doarranjo das moléculas de colágeno na fibrila. Na figura (B) Cadeias polipeptídicas deelastina sofrem cross-link formando fibras elásticas. Quando a fibra é estendida,

cada molécula de elastina se desenrola em uma conformação mais estendida,retomando espontaneamente a conformação original quando a força tensora érelaxada.

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TABELA 2 - ALGUNS TIPOS DE COLÁGENOS E SUAS PROPRIEDADES

Tipo Forma polimerizada Distribuição nos tecidosFormação de fibrila(fibrilar)

I Fibrila Ossos, pele, tendões,ligamentos, córnea, órgãos internos(90% do colágeno corpóreo)

II Fibrila Cartilagem, discoinvertebral, notocorda, humor vítreodos olhos.

III Fibrila Pele, vasos sanguíneos,órgãos internos.

V Fibrila (com tipo I) Como tipo IXI Fibrila (com tipo II) Como tipo II

Associada à fibrila VI Associação lateralcom tipo I

Tecidos intersticiais

IX Associação lateralcom algumas fibrilas

tipo II

Cartilagem

XII Associação lateralcom algumas fibrilastipo I

Tendões, ligamentos

Formação de rede IV Rede tipo folhas Lâmina basal

VII Fibrilas deancoramento

Epitélio escamosoestratificado

Transmembrana XVII Não conhecida HemidesmossomosOutros XVIII Não conhecida Lâmina basal nos vasos

sanguíneos

A maioria dos colágenos é fibrilar e composto de moléculas do tipo I. Umarede bidimensional de colágeno tipo IV é característica da lâmina basal (FIGURA14).

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FIGURA 14 - Modelo da estrutura molecular da lâmina basal

FONTE: Disponível em: <http://www.iq.usp.br/bayardo/bioqbeleza/bioqbeleza.pdf> Acessoem: 06 Mar. 2012

A figura acima mostra o modelo da estrutura molecular da lâmina basal. Nafigura (A) a lâmina basal é formada por interações específicas (B) entre as proteínasde colágeno tipo IV, laminina e nidogena, e a proteglicano perlecan. As setas em (B)conectam moléculas que podem se ligar diretamente umas às outras. Há váriasisoformas do colágeno tipo IV e laminina, cada uma com uma distribuição específicanos diferentes tecidos. Acredita-se que os receptores de laminina transmembranares(integrinas e distroglicanas) na membrana plasmática organizam o arranjo da lâmina

basal. Somente as integrinas estão mostradas.O colágeno é secretado para a matriz extracelular na forma de procolágeno,

que consiste em três cadeias polipeptídicas (cadeias) unidas para formar umaestrutura helicoidal. Na matriz extracelular, as moléculas de procolágenopolimerizam-se para formar o colágeno.

As fibrilas de colágeno, compostas de diversas triplas hélices de colágeno,mantêm sua estrutura por meio da formação de ligações covalentes (entre as triplas

hélices). O colágeno fibroso possui exigências estruturais específicas e é muitosusceptível à mutação, especialmente nos resíduos de glicina. Como as cadeias de

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colágeno mutante podem afetar a função das cadeias selvagens, estas mutaçõestêm um fenótipo dominante.

6.6 ELASTINA

Moléculas de elastina formam uma rede interligada de fibras e folhas namatriz extracelular, particularmente na pele, pulmão e vasos sanguíneos, ondeconferem as propriedades de estiramento e retração elástica. A elastina ésintetizada por fibroblastos em uma forma precursora conhecida como tropoelastina,que sofre polimerização no ambiente extracelular. A deposição de elastina na formade fibras requer a presença de microfibrilas da glicoproteína estrutural fibrilina, quesão incorporadas à estrutura. A figura 13 (B) mostra detalhes da elastina.

6.7 FLORA CUTÂNEA

A pele é preenchida em toda sua superfície por diversos tipos e micro-organismos, constituindo a flora cutânea.

Ela é formada:

Por uma flora chamada residente, que existe naturalmente na

superfície da pele. Ela é constituída por micro-organismos chamados saprófitas;

Por uma flora transitória. Os micro-organismos que a compõem sãohóspedes acidentais da pele, cuja sobrevivência sobre o território cutâneo é fraca etemporária. Esses micro-organismos são chamados contaminadores ou tambémpatógenos.

A flora redente:

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Localização: na camada descamante e nos infundíbulos pilares.Pela necessidade de água e nutrientes para seu desenvolvimento, os locais

onde eles encontram tais substâncias para sua proliferação são os anexoscutâneos. Portanto, regiões com grandes quantidades de glândulas sebácease glândulas sudoríparas são ideais para o desenvolvimento dos micro-organismos;

Composição: depende da localização e da idade. Mas em geralhá três grandes espécies que são as propionibactérias, os estafilococos eleveduras;

Importância: a competição entre os micro-organismos residentese os transitórios permite uma proteção relativa contra estes últimos. É,portanto primordial conservar a flora cutânea residente em bom estado,garantindo maior proteção contra a inoculação de micro-organismospatógenos.

A flora transitória:

São provenientes de uma contaminação . São, portanto encontrados emregiões “descobertas” do corpo, expostas ao meio ambiente. As principais são:

Estafilococo dourado; Estreptococos; Leveduras.

6.8 ENVELHECIMENTO

O envelhecimento é um processo biológico e dinâmico que ocorre desde odia em que o ser humano nasce. Para as células e enzimas não seria diferente, elas

nascem, crescem, cumprem sua função e morrem. Para isto, o organismo tem certacapacidade de regeneração celular, pois a pele humana é a que mais sofre com o

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envelhecimento, a pele fisiologicamente envelhecida altera suas funções deproteção por falta de cuidados e agressões ocorridas.

Os tecidos gradualmente passam por mudanças de acordo com a idade,sendo que, na pele, essas alterações são mais facilmente reconhecidas. Atrofiaenrugamento, ptose e lassidão representam os sinais mais aparentes de uma pelesenil. As figuras 15 e 16 representam uma pele jovem e uma pele envelhecida.

FIGURA 15: PELE JOVEM

FONTE: Fonte pessoal do autor

A figura acima representa uma pele jovem. A pele normal repousa sobre agordura subcutânea (g) e é constituída pela epiderme (e) e a derme (d). Na dermeencontram-se estruturas importantes: folículos pilosos (fo): bulbos onde se originampelos; fibras colágenas (verdes): que formam redes densas e bem ordenadas(paralelas entre si), para dar resistência à pele; fibras elásticas (azuis): mais finas eem menor número, permitem que a pele possa ser esticada sem se romper,retornando depois ao seu estado normal.

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FIGURA 16 - PELE EM ENVELHECIMENTO

FONTE: Fonte pessoal do autor

A figura acima representa uma pele com o envelhecimento. As fibrascolágenas (verdes) tornam-se mais finas e escassas; a rede formada por elas ficairregular e desordenada, perdendo resistência em alguns pontos. Nesses pontos, aepiderme e a parte mais alta da derme acabam desabando, dando origem aossulcos visíveis na superfície da pele (há dois sulcos representados no desenho). Asfibras elásticas (azuis), por sua vez, tornam-se mais espessas e numerosas,formando aglomerados desordenados que prejudicam seu funcionamento. Oresultado é uma perda da elasticidade da pele.

Há dois tipos de influência para o envelhecimento: os processos genéticosou cronológicos que resume no envelhecimento intrínseco e o envelhecimentoextrínseco, que inclui o fotoenvelhecimento e os diversos fatores provocados pelomeio ambientes, sendo o principal, a luz solar abundante nos horários em que osraios ultravioletas (UV) são mais agressivos.

- Envelhecimento Intrínseco

Resume no envelhecimento em que todas as transformações que conduzemo organismo à perda da vitalidade. São alterações que acontecem desde onascimento e podem ser causadas por diversos fatores, como a queda dos níveishormonais, a formação de radicais livres e o envelhecimento do sistema nervoso.

O envelhecimento intrínseco (FIGURA 17), ou cronológico, é aqueledeterminado por condições genéticas e que se caracteriza por tornar a pele fina,

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frágil e inelástica, ocorrendo por volta dos 30 a 35 anos de idade. Por maiores quesejam os cuidados com o processo do envelhecimento, chega uma hora que a perda

de suas funções orgânicas é inevitável.

FIGURA 17 – REPRESENTAÇÃO DA MUDANÇA CELULAR DOENVELHECIMENTO INTRÍNSECO.

FONTE: Arquivo pessoal do autor

Neste processo, estruturalmente a epiderme se torna mais fina, oscorneócitos se tornam menos aderentes uns aos outros, e a interfacedermoepidérmica se achata. O número de melanócitos e células de Langerhansdiminuem, assim também como o tecido subcutâneo em algumas áreas,especialmente na face, bochechas e mãos. Com a idade avançada, há uma

degeneração e redução das fibras elásticas, tornando a matriz destas fibras maisopaca e as fibrilas mais curtas e alinhadas longitudinalmente.

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Com uma exposição crônica a radiação ultravioleta pode diminuir a respostaimunológica, tanto nas áreas expostas ao sol como de forma generalizada ou

sistêmica, ocorre também o aparecimento de linfócitos T supressores, o que tornaráa pele susceptível ao desenvolvimento de tumores.

- Envelhecimento Extrínseco

Refere-se ao envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento, é umprocesso biológico complexo que afeta várias camadas da pele, principalmente otecido conectivo da derme. Os principais componentes do tecido conectivo são asfibras de colágeno, a rede de fibras elásticas e os glicosaminoglicanos. Ele éresponsável pela maneira de alterações clínicas visíveis na pele habitualmenteexposta ao sol, como pele áspera, alterações pigmentares e enrugamento profundo.

Os processos externos como poluição, vento, umidade, calor, que podemcausar lesões celulares, porém, o que mais afeta a pele é o sol. As radiações UVA eUVB são prejudiciais à pele e podem causar transformações celulares irreversíveis.

A pele envelhecida pelo sol apresenta alterações na matriz do colágenoextracelular; também é caracterizada por ressecamento da pele, pigmentaçãoirregular, rugas, redução do tecido adiposo e atrofia. Além de surgir o aparecimentode sulcos e flacidez, em razão ao acúmulo de material anormal na pele.

- Teorias do envelhecimento

O envelhecimento reporta todas as alterações, que levam a uma diminuição

nas habilidades de um organismo. Das muitas teorias sobre o envelhecimento,quase todas são plausíveis e possuem na sua maioria, base científica sólida. Umadas razões porque não se chega a um consenso e a uma sistematização de todasas teorias, é a complexidade inerente ao universo vivo, não se podendo cometer aingenuidade de atribuir um determinado efeito a uma só causa, pois estará acontrariar a noção de organismo vivo, como sistema integrado.

Há várias teorias que explicam o processo de envelhecimento, por isso

muitos cientistas ficam fascinados pelo estudo dos mecanismos de tal processo.

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Teoria do desgaste: esta teoria afirma que cada organismo estariacomposto de partes impermeáveis e que a acumulação de falhas em suas partes

vitais levaria à morte das células, tecidos, órgãos e finalmente do organismo comoum todo.

Teoria do erro catastrófico: propõe que com o passar do tempo seproduziria uma acumulação de erros na síntese proteica, que finalmentedeterminaria prejuízos na função celular.

Teoria dos radicais livres: é uma das teorias mais populares, pois,defende que o envelhecimento seria o resultado de uma inadequada proteção contraos danos produzidos nos tecidos pelos radicais livres.

Teoria do relógio biológico: esta teoria foi umas das pioneiras paraexplicar o processo do envelhecimento, ela consta que cada organismo possui umrelógio, que determina quando se inicia o envelhecimento e marca as épocas emque suas características seriam mais visíveis.

- Alterações morfológicas e funcionais causadas pelo envelhecimento

As alterações causadas pelo envelhecimento intrínseco são maisharmônicas, ocorrendo à diminuição da função cardiocirculatória e queda daatividade respiratória, a pele torna-se mais delgada, e em alguns lugares enrugadas,ela se torna mais permeável permitindo a passagem mais rápida de micro-

organismos. As fibras de colágeno da derme tornam-se mais grossa e as fibraselásticas perdem parte de sua elasticidade, aumentando gordura no tecidosubcutâneo.

- Alterações celulares causadas pelo envelhecimento

As funções de cada célula do organismo também passam por alteraçõescom o processo do envelhecimento, a função celular declina progressivamente com

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a idade, as células que vão ficando velhas têm menor capacidade de captação denutrientes e reparo de danos cromossômicos, além de possuírem núcleos

irregulares e diminuição do retículo endoplasmático.

- Envelhecimento x Pele

Com o envelhecimento a pele começa a sofrer mudanças que modificarãoseu aspecto. As fibras elásticas irão se alterar, ocasionando a perda da elasticidade,haverá uma diminuição da espessura da pele e do tecido subcutâneo, o que levaráao aparecimento de rugas.

Linhas de expressão

As linhas de expressão (FIGURA 17) são observadas em toda a pele, sendomais visíveis em áreas que foram expostas abundantemente à luz solar, vento e frioe podem ser causadas também por diminuição de nutrição e oxigenação.

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FIGURA 18 - A SEGUNDA REPRESENTA A FORMAÇÃO DAS RUGAS

FONTE: Arquivo pessoal do autor

O aparecimento das primeiras linhas de expressão aparece na adolescência,porém não são muitos visíveis. Aos 25 anos surgem linhas pequenas, finas junto aosulco nasogenianos. Até cerca dos 40 anos aparecem rugas que adquiremdimensão média, e a partir desta idade as rugas já estão mais acentuadas e tambémhá um aparecimento de rugas na área do pescoço. A face fica com aspecto decansada e com rugas profundas.

6.9 TIPOS DE PELE

Apesar das peles parecerem semelhantes do ponto de vista anatômico,funcional e bioquímico existem variações entre elas que devem ser levadas emconta na preparação dos cosméticos.

Atendendo a um perfil cosmetológico, a pele dos adultos normais pode serclassificada, considerando os seguintes critérios:

Avaliação qualitativa e quantitativa das secreções; Produção de sebo; Grau de hidratação;

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Emulsão epicutânea2; Espessura da pele.

Segundo o critério de classificação a pele pode apresentar as seguintescaracterísticas:

Pele normal ou eudérmica: pele ideal ou de criança, secreçõesequilibradas, emulsão epicutânea perfeita (tipo O/A);

Pele oleosa: espessura aumentada e bem hidratada, produçãode sebo alterada (pH ácido), emulsão tipo A/O, aspecto oleoso (untuoso, combrilho acentuado), pele resistente a problemas alérgicos. Complicaçõescomuns como seborreia, acne e desidratação.

Pele seca: secreção sebácea insuficiente, pessoas de pele muitoclara, fina e sensível, frágil e facilmente irritável, rugas finas e precoces;

Pele mista: óstios3 (FIGURA 18) dilatados na região do T,secura e irritação nas outras áreas.

2 Emulsão epicutânea: é uma película que recobre a pele é formada pela secreção sebácea e sudorípara eemulgente. Também chamada de manto hidrolipídico.3 Óstios - poros

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FIGURA 19 - IMAGEM DO ÓSTIO

FONTE: Arquivo pessoal do autor

Recentemente foi publicado que a pele pode ter mais de quatro tiposbásicos, porém ainda são apenas considerados como classificação na literatura.

FIM DO MÓDULO I