apostila teórica cosmetologia 2012-02

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APOSTILA TEÓRICA DE COSMETOLOGIA Prof. Herbert Cristian de Souza 2012-02 Blog do curso de Farmácia da UNIPAC Araguari www.farmaciaunipac.com.br

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Page 1: Apostila Teórica Cosmetologia 2012-02

APOSTILA TEÓRICA DE

COSMETOLOGIA

Prof. Herbert Cristian de Souza 2012-02

Blog do curso de Farmácia da UNIPAC Araguari

www.farmaciaunipac.com.br

Page 2: Apostila Teórica Cosmetologia 2012-02

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 5

2 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS COSMÉTICOS ..................................................................................... 6

3 COMPONETES BÁSICOS DE UMA FORMULAÇÃO COSMÉTICA ............................................................. 7

3.1 VEÍCULOS ...................................................................................................................................... 8 3.1 UMECTANTES ................................................................................................................................ 9 3.2 EMOLIENTE ................................................................................................................................... 9 3.3 ESPESSANTES/VISCOSANTES ........................................................................................................ 10 3.4 TENSOATIVOS .............................................................................................................................. 10 3.5 HIDRATANTE ............................................................................................................................... 12 3.5.1 EXERCÍCIOS SOBRE OS HIDRATANTES ........................................................................................................... 12 3.6 ALCALINIZANTES, ACIDIFICANTES E NEUTRALIZANTES. .................................................................. 12 3.7 CONSERVANTES ........................................................................................................................... 12 3.8 SEQÜESTRANTES – QUELANTES .................................................................................................... 14 3.9 FRAGRÂNCIAS ............................................................................................................................. 15 3.10 CORANTES ................................................................................................................................. 16

4 NOMENCLATURA DE INGREDIENTES COSMÉTICOS (INCI) ................................................................. 16

4.1 EXERCÍCIOS AVALIATIVOS ............................................................................................................ 17 4.2 VÍDEO-AULA: INCORPORAÇÃO DE UM ATIVO DERMATOLÓGICO EM UM CREME. (1,0 PONTO) ............................. 20

5 PELE ............................................................................................................................................... 21

5.1 FLORA CUTÂNEA .......................................................................................................................... 22 5.2 FILME OU MANTO HIDROLIPÍDICO ................................................................................................ 22 5.3 VÍDEO AULA: PELE – A EMBALAGEM PERFEITA .............................................................................. 23 5.4 EPIDERME ................................................................................................................................... 24 5.5 APÊNDICES EPIDÉRMICOS ............................................................................................................ 26 5.5.1 GLÂNDULAS SEBÁCEAS ........................................................................................................................ 26 5.5.2 GLÂNDULAS SUDORÍPARAS ................................................................................................................. 26 5.6 DERME ........................................................................................................................................ 27 5.9 HIPODERME ................................................................................................................................ 29 5.10 TIPOS DE PELE ............................................................................................................................ 30 5.11 MELANINA – CÉLULAS DE PIGMENTO .......................................................................................... 30 5.12 GRAU DE ACIDEZ DA PELE ........................................................................................................... 30

6 CABELO E PÊLO ............................................................................................................................... 31

6.1 CICLO DE CRESCIMENTO DO PÊLO ................................................................................................. 32

7 XAMPUS (SHAMPOO) ..................................................................................................................... 33

7.1 COMPONENTES BÁSICOS DE UM XAMPU ...................................................................................... 34 7.1.1 TENSOATIVOS ...................................................................................................................................... 34 7.1.2 ESPESSANTES ....................................................................................................................................... 35

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7.1.3 SUAVIZANTES OU CONDICIONADORES ............................................................................................... 35 7.1.4 AGENTES QUELANTES .......................................................................................................................... 35 7.1.5 PRESERVANTES – CONSERVANTES ...................................................................................................... 36 7.1.6 PEROLIZANTES - OPACIFICANTES ......................................................................................................... 36 7.1.7 SUBSTÂNCIAS ESPUMANTES ............................................................................................................... 36 7.1.8 AJUSTADORES DE PH ........................................................................................................................... 36 7.1.9 CORANTES E ESSÊNCIAS ....................................................................................................................... 36 7.2 AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES DOS XAMPUS ............................................................................. 37

8 CONDICIONADORES ........................................................................................................................ 37

9 DESODORANTES E ANTIPERSPIRANTES ............................................................................................ 39

9.1 MECANISMO DE SECREÇÃO .......................................................................................................... 40

10 PROTETOR SOLAR ........................................................................................................................... 42

10.1 RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA E A PELE ............................................................................................ 42 10.2 MELANOGÊNESE ........................................................................................................................ 43 10.3 TIPOS DE FILTROS ....................................................................................................................... 43 10.4 FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR (FPS) .............................................................................................. 44 10.5 EFICÁCIA DOS PROTETORES ........................................................................................................ 45 10.6 EXCIPIENTES UTILIZADOS ........................................................................................................... 46 10.7 CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS ................................................................................................... 46 10.8 BRONZEAMENTO / AUTOBRONZEAMENTO ................................................................................. 46

11 BASES ............................................................................................................................................. 47

12 PÓS ................................................................................................................................................ 47

13 BLUSHES ......................................................................................................................................... 48

14 SOMBRAS PARA OLHOS .................................................................................................................. 48

15 DELINEADOR .................................................................................................................................. 48

16 PERFUMES...................................................................................................................................... 49

16.1 DIFERENTES FASES DO PERFUME: ............................................................................................... 49

17 MATERIAL INFORMATIVO DE DERMATOLOGIA (ANEXO) .................................................................. 51

17.2 ACNE ......................................................................................................................................... 53 17.3 DISCROMIAS .............................................................................................................................. 55 17.4 PEELING ..................................................................................................................................... 56 17.4.1 PEELING FÍSICO .................................................................................................................................. 56 17.4.2 PEELING QUÍMICO ............................................................................................................................. 57 17.4.3 PEELING BIOLÓGICO .......................................................................................................................... 57

18 LISTA DE UMECTANTES E HIDRATANTES SEGUNDO A INCI ............................................................... 58

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19 LISTA DE EMOLIENTES SEGUNDO A INCI .......................................................................................... 59

20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................................ 62

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1 INTRODUÇÃO

A busca da beleza e da juventude é gera exigências cada vez maiores dos pacientes no desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas e de novos procedimentos estéticos, pois, com o avanço da idade, a pele começa a sofrer alterações como aparecimento de rugas, diminuição da espessura da epiderme, ressecamento, que modificam seu aspecto, o qual é caracterizado pelo envelhecimento cutâneo. A aparência pessoal é hoje requisito de grande importância em todos os segmentos, levando a população atual a dar maior valor a sua aparência, e buscar nos cosméticos as ferramentas para essa realização. A natureza expressa sua perfeição através dos três reinos naturais: mineral, vegetal e animal. Em todos há manifestação do ciclo vital que envolve concepção, crescimento, maturidade, envelhecimento e colapso. A diferença entre os três reinos é o grau de complexidade de suas estruturas. Atualmente o homem entendeu que deve atuar em harmonia com seus processos vitais e buscar nestes reinos os recursos naturais para a manutenção e aprimoramento da estética de seu corpo. A cosmética e os bioativos têm como proposta atuar nas estruturas extremas do corpo humano (pele e cabelos) de forma idêntica aos processos vitais, auxiliando o metabolismo para que se possa prolongar a juventude, retardando o envelhecimento. Cosmetologia é a ciência que serve de suporte à fabricação dos produtos de beleza e permite verificar as suas propriedades. A utilização tópica de itens que tenham identidade com a pele e cabelos baseia-se em:

Fornecimento de precursores biológicos;

Catálise de reações vitais;

Seqüestro de radicais livres;

Manutenção do teor de água;

Formação de filmes protetores;

Reestruturação de estruturas danificadas;

Lubrificação adequada dos tecidos;

Condicionamento e brilho. O conhecimento das leis naturais e a correta utilização dos bioativos fazem da cosmética moderna uma opção no atendimento das necessidades dos homens. Ao atender tais expectativas, os cosméticos estão sendo transformados em verdadeiros agentes de tratamento, com propostas e sugestões que podem modificar a estrutura e a atividade da pele. Fato este que confronta a legislação vigente, a qual considera cosméticos como preparações que justamente não modificam a estrutura e atividade da pele. Foi neste momento que o termo Cosmecêutico foi criado. Existem várias substâncias que já há tempos vem sendo utilizadas em cosméticos e que estão sendo investigadas, revelando ter alta bioatividade podendo, portanto, serem classificadas como substâncias médicas. Normalmente produtos cosméticos os quais não necessitam de intervenção do governo

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podem ser produzidos muito mais rapidamente, sendo então, por este motivo é uma desvantagem para a indústria cosmética se estes ingredientes forem classificados como substância ativa.

2 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS COSMÉTICOS Cosméticos, Produtos de Higiene e Perfumes são preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado. Os grupos de produtos estão enquadrados em quatro categorias e classificados quanto ao grau de risco (Resolução RDC nº 79, de 28 de agosto de 2000) a que oferecem dados a sua finalidade de uso, para fins de análise técnica, quanto do seu pedido de registro, a saber: A - Categorias:

Produto de Higiene Cosmético Perfume Produto de Uso Infantil

B - Grau de Risco: Grau 1 - Produtos com risco mínimo, ou seja, são produtos de higiene pessoal,

cosméticos e perfumes cuja formulação se caracteriza por possuírem propriedades básicas ou elementares, cuja comprovação não seja inicialmente necessária e não requeiram informações detalhadas quanto ao seu modo de usar e suas restrições de uso, devido às características intrínsecas do produto.

Grau 2 - Produtos com risco potencial, ou seja, são produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes cuja formulação possui indicações específicas, cujas características exigem comprovação de segurança e/ou eficácia, bem como informações e cuidados, modo e restrições de uso.

Os critérios para essa classificação foram definidos em função da finalidade de uso do produto, áreas do corpo abrangidas, modo de usar e cuidados a serem observados, quando de sua utilização.

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3 COMPONETES BÁSICOS DE UMA FORMULAÇÃO COSMÉTICA A grande dificuldade encontrada em classificar e estudar os diversos itens que compõem as preparações cosméticas sob variadas formas de apresentação, nos impulsiona a agrupar as matérias-primas utilizadas e a partir destes grupos, discutirem as diversas possibilidades de composição que estas preparações estão sujeitas. As matérias-primas são utilizadas nas formulações de acordo com suas propriedades funcionais e físico-químicas. Estas propriedades são derivadas de suas respectivas estruturas químicas. As matérias-primas são classificadas:

Quanto à origem:

Inorgânicos

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Orgânicos

Quanto à constituição química

Ester

Éter

Aldeído

Cetona

Ácido carboxílico

Amina

Amida

Quanto à função:

Conservantes, Veículos/excipientes, Umectantes, Emolientes, Espessantes, viscosantes, Neutralizantes, Detergentes, Emulsionantes, Espumantes, Sobreengordurantes, Antioxidantes, Sequestrantes, Fragrâncias, Colorantes

Exemplo de uma formulação:

3.1 VEÍCULOS

É o componente que geralmente aparece em maior quantidade na fórmula e que tem a função de receber os outros componentes, isto é, nele são incorporadas estas outras substâncias. Devem ter grande capacidade de solubilização ou de dispersão, conforme o caso. A escolha do tipo de veículo deve se basear na compatibilidade com os outros componentes e também no tipo de pele a que se destina o produto. Podem ser: água, álcool, mistura hidroalcoólica, óleo, glicerina, loções base, cremes base.

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3.1 UMECTANTES

São substâncias higroscópicas que tem o objetivo de reduzir a dessecação superficial pelo contato com o ar (das fórmulas) e sobre a pele forma uma película que permanece sobre esta após a aplicação do produto favorecendo a hidratação. Estes reduzem a velocidade da perda da água, porém este efeito pode ser reforçado com adequado nível de vedação dado pelas tampas das embalagens. Podem ser:

Polióis (glicois): álcoois contendo mais de um grupo OH, solúveis em água, possuem toque untuoso (pegajoso). Ex.: propilenoglicol, glicerina, sorbitol

Poliglicois: São solúveis e água, seu estado físico depende do grau de etoxilação (PM). Ex.: polietilenoglicol

Carboidratos: aldeídos ou cetonas que são ao mesmo tempo polióis. Ex.: Açucares (glicose, frutose), amido, celulose.

Derivados do ácido carboxílico: ac. Carb. Reagem com bases e formam Sais Orgânicos com capacidade de hidratação. Ex.: Lactato de Sódio (ac. Lático + NaOH), Glicolato de Sódio

3.2 EMOLIENTE

São responsáveis pelo espalhamento e lubrificação da pele e cabelo, que juntamente com os umectantes serão responsáveis pela hidratação da pele e cabelo. São responsáveis nas formulações por consistência e aparência.

EMOLIENTE ESPALHABILIDADE CARÁTER OLEOSO

Vaselina Baixa Alto

Óleo de amêndoa Baixa Alto

Óleo mineral Baixa Alto

Triglicerídeo cáprico-caprílico Média Médio

Esqualano Média Médio

Álcool oleílico Média Médio

Miristato de miristila Média Médio

Dimeticone ou fluido de silicone Média Médio

Palmitato de isopropila Alta Baixo

Adipato de butila Alta Baixo

Éter dicaprílico Alta Baixo

PPG-15 estearil éter Alta Baixo

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3.3 ESPESSANTES/VISCOSANTES

Substâncias responsáveis por aumentar a viscosidade das formulações. Os espessantes podem ser orgânicos e inorgânicos. Os espessantes orgânicos dividem-se por sua vez em 2 classes: Agentes orgânicos

(1) De fase oleosa São espessantes de fase oleosa, que são insolúveis em água e solúveis em óleo. São empregados em cremes, loções e condicionadores. Exemplos: Álcoois graxos; Monoestearato de gliceríla; Ésteres de álcoois e ácidos graxos; Ceras naturais e minerais, óleos e gorduras.

(2) De fase aquosa

Conferem viscosidade à fase aquosa. São normalmente insolúveis na fase oleosa. Exemplos: CMC – carboximetilcelulose; HEC - hidroxietilcelulose – natrosol; Vinílicos: Carbômero, PVP, álcool polivinílico; Polissacarídeos: amido, agar-agar, gomas e alginatos;

Agentes Inorgânicos (eletrólitos) Cloreto de sódio Citrato de sódio Fosfato de sódio ou amônio

3.4 TENSOATIVOS

São substâncias que por possuírem em sua estrutura grupos hidrofílicos e lipofílicos tem a capacidade de alterar a tensão superficial ou interficial do sistema, gerando as seguintes propriedades:

Detergência: se difere dos demais tensoativos pela habilidade que o grupo polar possui para sujidades de uma superfície.

Espuma: nem todos detergentes eficientes fazem espuma.

Emulsificação: formação de emulsões. As moléculas dos tensoativos são compostas principalmente por: Parte hidrófoba ou hidrofóbica: cadeias de hidrocarbonetos alifáticos linerares ou

ramificados. São insolúveis em água. CH3-CH2-(CH2)N N = geralmente entre 10 e 18

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Parte hidrófila ou hidrofílica: grupos ácidos ou básicos. São solúveis em água.

COOH grupo carboxila SO3H grupo sulfônico OSO3H grupo monoéster sulfúrico

-NH2 amina primária =NH amina secundária =N amina terciária =N+ amina quaternário

É justamente esta dupla afinidade da molécula que determina a tendência destes compostos se concentrarem nas interfaces. Os tensoativos apresentam a propriedade de reduzir a tensão superficial da água e de outros líquidos. Podem ser classificados em aniônicos, catiônicos, não iônicos e anfóteros. ANIÔNICOS: Quando em solução aquosa sofrem dissociação, sendo a parte lipofílica do tipo aniônica. São superiores quanto a espuma, capacidade detergente, capacidade emulsiva. Geralmente são mais usados em xampus e sabonetes CATIÔNICOS: Atuam por neutralização de carga no cabelo; muito usados em condicionadores, como os creme rinse. Irritam bastante a mucosa ocular. Exemplos: Sais quaternários de amônio Cloreto de cetil trimetril amônio Cloreto de dimetil benzil amônio Cloreto de benzalcônico

Polímeros Quaternizados Polyquartenium 10 Polyquartenium 7 Polyquartenium 44

NÃO IÔNICO: Em solução aquosa não sofrem ionização, não possuem carga. Geralmente utilizados como emulsionantes em cremes e loções. Ex.: Alcanol amidas de ácido graxo de coco Ésteres glicois Ésteres de glicerol

Ésteres de polietilenoglicol Ésteres de sorbitano Álcoois graxos etoxilados

ANFÓTEROS Quando em solução aquosa são dependentes do pH, onde liberam cargas + ou -. São recomendados para pele frágil. Usados também em produtos infantis. Exemplos betaínicos: Betaína de coco; Coco-amido-propil betaína; Coco-carboxi-anfo-glicinato de sódio;

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3.5 HIDRATANTE

São matérias-primas higroscópicas intracelulares, ou seja, substâncias que intervem no processo de reposição do teor de água da pele de maneira ativa. Por isso, diferenciam-se dos umectantes, que são um processo passivo.

3.5.1 Exercícios sobre os Hidratantes

1) CONCEITUE PELE SECA, PELE NORMAL E PELE HIDRATADA; 2) QUAIS AS CONDIÇÕES AMBIENTAIS QUE LEVAM A DESIITRATAÇÃO DA PELE? 3) CONCEITUE UMECTANTE 4) CONCEITUE HIDRATANTE 5) QUAL O MODO DE AÇÃO DOS UMECTANTES E DOS HIDRATANTES NA PELE E NOS

PRODUTOS

3.6 ALCALINIZANTES, ACIDIFICANTES E NEUTRALIZANTES.

São usados em cosméticos para conferir alcalinidade às soluções, para neutralizar ácidos graxos e obter sabões, umectantes, géis de carbomeros e corrigir pH. Podem ser de origem inorgânica e orgânica. Exemplos: TEA - trietanolamina e NaOH. Os ácidos mais usados em cosméticos são os orgânicos. São usados para obtenção de sabões e umectantes e correção de pH. Exemplos: Ácido cítrico e Ácido fosfórico;

3.7 CONSERVANTES

As preparações cosméticas estão sujeitas a contaminação microbiológica, seja ela por bactérias ou fungos. Estes são transmitidos por diversas fontes, tais como: água, insetos, matérias-primas, vidrarias, equipamentos, tanques de armazenagem, embalagens, manipuladores e usuários. Na verdade, quando em pequenas quantidades estas são aceitáveis, porém ao extrapolar os limites pré-determinados já são considerados como contaminação e, portanto devem ser evitadas. Os conservantes são, portanto, aquelas substâncias que adicionadas aos produtos tem como finalidade preservá-los de danos causados por microorganismos durante a estocagem, ou mesmo de contaminações acidentais produzidas pelos consumidores durante o uso. Para cada tipo de agente conservante e dependendo da formulação existe uma concentração máxima permitida que deve ser seguida rigorosamente. Os contaminantes se dividem entre bactérias e fungos e algumas características destes estão descritas a seguir:

Bactérias:

Encontram-se bastantes difundidas (ar, água e terra)

pH ótimo para crescimento de 6 a 8

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Temperatura ideal: 35-40 °C

Utilizam como substrato: proteínas, vitaminas, sais, dentre outros.

Principais: Pseudomonas, Enterobacter, Klebsiella, Staphylococcus Fungos (bolores e leveduras):

Utilizam como substrato: sais minerais, celulose, ácidos orgânicos, amido, açúcares,...

pH varia com a espécie A presença de água e de vários componentes orgânicos nas formulações é que favorecem a proliferação dos microorganismos. Quando a contaminação acontece, alguns fatores que envolvem produto, produtor e consumidor devem ser considerados: Os agentes conservantes são substâncias que incorporadas aos produtos cosméticos e de higiene, têm por finalidade, evitar a proliferação microbiana nos mesmos, assegurando sua estabilidade e a segurança dos consumidores. Estes devem ter como características:

Boa solubilidade em água;

Boa estabilidade;

Ser inodoro e incolor;

Ser economicamente viável;

Ser atóxico;

Ser efetivo a baixas concentrações;

Ter amplo espectro de ação;

Se estável e efetivo em extensa faixa de pH.;

Não afetar as características físicas do produto (cor, odor, sabor);

Ter adequado coeficiente de partição;

Inativar rapidamente os contaminantes;

Ser compatível. O mecanismo de ação dos conservantes pode ser por alteração da permeabilidade da membrana citoplasmática, inibição de sistemas enzimáticos essenciais, destruição da estrutura protéica da parede celular ou oxidação dos componentes celulares. Os conservantes não podem ser empregados como substitutos das Boas Práticas de Fabricação.

A seleção do agente conservante ideal deve ser baseada nos critérios abaixo: Conhecer os componentes da fórmula e avalia a compatibilidade;

Alteração do produto: fermentações, cor e odor diferentes, turvação, separação e fases, decomposição de p.a.; Credibilidade do fabricante; Saúde do consumidor: infecção ocular, inflamação dérmica, acne, caspa, mal odor do suor.

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Conhecer os fatores que influenciam a concentração efetiva do conservante (pH, qualidade da água);

Aspectos legais;

Sua eficácia. Os agentes conservantes podem ser utilizados individualmente ou principalmente em associações, o que assegura maior espectro de atividade, sinergismo e cada um poderão estar em menor quantidade gerando possivelmente menos efeitos tóxicos. LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE AÇÃO CONSERVANTE PERMITIDAS PARA PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES.

3.8 SEQÜESTRANTES – QUELANTES

Substâncias que inibem ou bloqueiam o processo de oxidação dos componentes orgânicos (óleos vegetais, gorduras vegetais ou animais, óleos essenciais e vitaminas). Estes processos de oxidação podem se manifestar principalmente por modificações do odor e da cor podendo até provocar irritações no tecido cutâneo. Os componentes mais propensos a sofrerem oxidação são as fragrâncias, os corantes, alguns ativos e os óleos (emolientes).

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Antioxidantes verdadeiros: interropem as cadeias de radicais livres

BHT butilhidroxitolueno (0,03% a 0,1%) Lipossolúvel

BHA butilhidroxianisol (0,005% a 0,01%) Lipossolúvel

Galato de propila (0,005% a 0,15%) Lipossolúvel

Tocoferol (0,05% a 2%) Lipossolúvel

Antioxidantes que atuam sofrendo oxidação (agentes redutores)

Metabissulfito de Sódio (0,02% a 1,0%) Hidrossolúvel

Bissulfito de Sódio (0,1%) Hidrossolúvel

Ac. Ascórbico (vit. C) (0,05% a 3,0%) Hidrossolúvel

Palminato de Ascorbila (0,01% a 0,2%) Lipossolúvel

Antioxidante que atua por mecanismos preventivos

EDTA (ac. Etilenodiaminotetracético) 0,1% Hidrossolúvel

3.9 FRAGRÂNCIAS

a) Substâncias que geram odores agradáveis aos produtos; b) Sua escolha deve ser baseada em um consenso entre os corantes, a finalidade e o tipo

do produto. Deve estar harmonizada com atributos do produto e expectativas do consumidor;

c) A constituição de uma fragrância é identificada através das notas (odor): notas de cabeça ou saída, notas de corpo, notas de fundo. A fragrância é uma sucessão de impressões olfativas e não um conjunto homogêneo de todas elas;

d) Cada tipo de fragrância é uma mistura de diferentes funções químicas e estas matérias primas podem ser de origem natural (animal ou vegetal) e sintética.

Antiperspirante 0,5 – 1,0%

Sabonete comum 1,0 – 1,5%

Sabonete transparente 1,5 – 3,0%

Sabonete Líquido 1,0 – 1,5%

Talco 0,5 – 1,0%

Espuma de banho 1,0 – 3,0%

Creme de barbear 1,0%

Baton 0,5 – 1,0%

Shampoo 0,2 – 0,5%

Cremes 0,2 – 0,5%

Loções 0,2 – 0,5%

Condicionadores 0,2 – 0,5%

Bronzeadores 0,2 – 0,5%

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3.10 CORANTES

Substância responsável por conferir cor a um produto. De acordo com sua solubilidade podem ser nomeados de corantes ou pigmentos.

a. Corantes: substâncias que desenvolvem seu poder de colorir quando são dissolvidas no meio em que são utilizadas.

b. Pigmentos: substâncias que desenvolvem seu poder de colorir quando são dispersas no meio em que são utilizadas.

Estes produtos são classificados segundo 2 modos, um europeu (Colour Index) e um norte americano (D&C, FD&C, External D&C). Para a escolha do colorante deve ser consultada a lista da ANVISA que os classifica através do Colour Index, indica quais são permitidos em diversas situações e suas limitações.

4 NOMENCLATURA DE INGREDIENTES COSMÉTICOS (INCI) INCI é a sigla para “INTERNACIONAL NOMENCLATURE OF COSMETIC INGREDIENTS”. Em português seria, Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos. O INCI é um sistema internacional de codificação da nomenclatura de ingredientes cosméticos, reconhecido e adotado mundialmente, criado com a finalidade de padronizar os ingredientes na rotulagem dos produtos cosméticos. O INCI é regulado no Brasil pela RDC Nº 211/05 Anexo III item 1 (Anvisa) e Anexo IV-B-14 e C-13 (rótulo). Se não existisse o INCI, os ingredientes cosméticos poderiam ser classificados da seguinte maneira:

1. Nomes químicos (IUPAC) (International Union of Pure and Applied Chemistry); 2. Denominação comum internacional (INN – International Non-proprietary Name); 3. Denominações de farmacopéias (americana, brasileira, européia); 4. Nomes comerciais (um para cada fornecedor); 5. CAS – Chemical Abstracts Service (codificação mundial); 6. NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul (codificação regional); 7. EINECS – European Inventory of Existing Commercial Chemical Substances

(inventário europeu das substâncias químicas existentes no mercado); São mais de 9 MIL ingredientes usados nas formulações cosméticas e cada ingrediente pode ser descrito de diferentes maneiras. Com a INCI a identificação fica padronizada em nível mundial! Por exemplo temos o formol:

NOMES QUÍMICOS: metanal, formaldeído, aldeído fórmico, metil aldeído, oximetileno, oxometano, formalina

NOMES COMERCIAIS: Karsan, Ivalon, Fanoform, Lysoform

INCI: FORMALDEHYDE

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No que respeita à rotulagem dos ingredientes utilizados nos corantes cosméticos, deve utilizar-se o número do "Colour Index" (CI) ou a denominação prevista no anexo IV, em conformidade com o n.o 1, alínea g), do artigo 6.o da directiva dos produtos cosméticos. O número CI constitui, deste modo, a denominação INCI para este tipo de ingredientes. A classificação dos ingredientes cosméticos pelo INCI é importante para haver maior agilidade, precisão, clareza na identificação dos ingredientes, onde não há confusão com sinônimos e diferentes sistemas de nomenclatura, e facilitam o trabalho de localização de informações e de orientação para consumidores, profissionais de saúde e de vigilância sanitária. A organização dos componentes respeita uma ordem seqüenciada começando no ingrediente mais concentrado até ao menos concentrado. Em primeiro lugar aparece muitas vezes a água, porque é quase sempre um dos maiores constituintes. No final costumam encontram-se letras seguidas de números, que indicam os ingredientes usados como corantes ou conservantes também apresentados segundo uma escala internacional.

4.1 EXERCÍCIOS AVALIATIVOS

1) Dê as funções farmacotécnicas das seguintes matérias primas (1,0 ponto)

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2) As principais classes de matérias-primas em cosméticos estão listadas abaixo. Em cada uma explique a sua funcionalidade em um cosmético. (1,0 ponto)

1. Tensoativos:

2. Emolientes:

3. Umectantes:

4. Hidratantes:

5. Espessantes:

6. Conservantes:

7. Quelantes ou sequestrantes

8. Antioxidantes:

9. Corantes:

10. Perfumes:

11. Ativos dermatológicos:

3) O produto ao lado refere-se a uma Base Facial desenvolvida pelo Boticário.: (1,0 ponto)

1. Conforme os conhecimentos adquiridos até o momento nas várias

disciplinas do curso, explique as seguintes afirmativas:

a. O produto oferece uma “cobertura uniforme dissimulando de

forma natural pequenos sinais e linhas de expressão”.

b. Sua fórmula à base de água e silicone (oil-free) proporciona à

pele um efeito mate e aveludado.

c. Contém FPS 12 e ingredientes que tratam e protegem a pele.

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d. Possui uma textura leve, de rápida absorção e fácil espalhamento.

e. Dermatologicamente testado.

2. Quais as substâncias na sua formulação que induz o seu uso na face?

3. Este produto, pela suas características específicas, poderia ser utilizado em outras

partes do corpo?

3) Busque pelo menos dois produtos cosméticos em sua residência e extraia (liste) as matérias-primas dos mesmos. Indique a função cosmética de cada um (ou seja, qual a finalidade de uso), com base na relação completa do INCI. Baixe em http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2006:097:0001:0528:PT:PDF (1,0 ponto)

4.2 Vídeo-aula: incorporação de um ativo dermatológico em um creme. (1,0 ponto)

1. Qual a finalidade da assepsia das mãos na manipulação de um medicamento? 2. Quais os EPI’s que o manipulador está fazendo uso? 3. O que é a contaminação cruzada, e como evitar? 4. Porque se deve solubilizar o P.A em um solvente para depois incorporar no creme? 5. Qual o solvente utilizado na solubilização do P.A? 6. Porque se deve adicionar a base aos poucos no P.A? 7. Qual a função do pão-duro na manipulação do creme? 8. Porque a base não pode voltar para o pote depois de ser retirado? 9. Qual a finalidade do saco plástico? 10. Quais os outros materiais de embalagem que poderiam acondicionar o creme?

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5 PELE A pele forma a superfície externa contínua ou tegumento do corpo, sendo o maior órgão, constituindo quase um sexto do seu peso total (1,75m²). É representada pele epiderme com o seu manto córneo, a qual se assenta sobre um tecido de sustentação fibrilar, a derme, que repousa por sua vez sobre o panículo célulo-adiposo da hipoderme. Possui as seguintes funções principais:

Proteção contra lesões mecânicas, químicas e térmicas; Termo-regulação: a pele impede o corpo de perder calor; Impermeabilidade à água e impede que ela também saia (Conservação de fluídos); Barreira a organismos patogênicos – barreira física; Detecção de estímulos sensoriais;

Apesar dessas variações que refletem diferentes demandas funcionais, todos os tipos de pele possuem a mesma estrutura básica. A pele espessa cobre a palma da mão e a planta dos pés, possui glândulas sudoríparas, mas não possuem folículos pilosos (Pele glabra), músculos eretores do pêlo e glândulas sebáceas. A pele delgada cobre a maior parte do resto do corpo e contém folículos pilosos, músculos eretores do pêlo, glândulas sudoríparas e glândulas sebáceas (Pele pilificada).

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5.1 FLORA CUTÂNEA

A pele é preenchida em toda sua superfície por diversos tipos e microorganismos (fungos ou bactérias), constituindo a flora cutânea. Ela é formada:

Por uma flora chamada residente ou permanente, compostos por germes saprófitos, normalmente não patogênicos, mas podendo tornar-se devido a certas condições.

Por uma flora transitória ou patogênica, resultantes da contaminação diária. Os microorganismos que a compõem são hóspedes acidentais da pele, cuja sobrevivência sobre o território cutâneo é fraca e temporária.

A competição entre os microorganismos resistentes e os transitórios permite uma proteção relativa contra estes últimos. É, portanto primordial conservar a flora cutânea resistente em bom estado, garantindo maior proteção contra a inoculação de microorganismos patógenos.

5.2 FILME OU MANTO HIDROLIPÍDICO

É uma emulsão do tipo A/O que recobre a camada córnea, e tem como funções:

1. Manter a hidratação da camada córnea graças à presença dos componentes do NMF;

2. Manter a acidez cutânea devido ao poder tampão dos aminoácidos; 3. Desempenha a função de barreira contra agressões externas; 4. Permite a presença da flora saprófita que defende a pele contra os germes

patogênicos. O filme hidrolipídico varia conforme a idade, sexo, regiões do corpo, etc. e são formadas por substâncias como:

Produtos de desintegração dos queratinócitos: queratina Cimento intercelular: Colesterol, ceramidas, ácidos graxos, triglicerídeos; Componentes do NMF – Natural Moisturinzing Factor (uréia, ácido lático e PCA –

ácido pilorridônico carboxílico); Secreção sudoral: água e sais minerais como o cloreto de sódio, KCl, Ca e Mg;

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5.3 VÍDEO AULA: PELE – A EMBALAGEM PERFEITA

Assistir o vídeo e anotar os pontos mais importantes com relação à pele, protetor solar, melanina, vitaminas, glândulas, fibras, etc. Em seguida, responder as seguintes perguntas:

QUESTÕES SOBRE O VÍDEO: 3,0 pontos.

1) Qual o tamanho da epiderme?

2) Quais as características da pele?

3) Para que serve os protetores solares?

4) Para que serve a melanina?

5) Qual a principal vitamina que o sol produz na pele?

6) Qual o papel da elastina e do colágeno na pele?

7) Quanto de suor que as glândulas sudoríparas produzem por dia?

8) O que acontece com os pelos na presença do calor e do frio?

9) De que forma o pelo fica ereto?

10) Como os sensores no corpo agem?

11) Quais as partes do corpo sem pelos?

12) Quanto cresce um fio de cabelo?

13) Para que serve as sobrancelhas?

14) A idade é o principal fator de envelhecimento da pele?

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5.4 EPIDERME

A epiderme é a camada mais externa do corpo e está em contato direto com o meio externo. É um epitélio queratinizado estratificado pavimentoso composto principalmente de queratinócitos, as células epiteliais especializadas responsáveis pela renovação, coesão e barreira da epiderme. A figura abaixo mostra que esta camada externa da pele é subdividida em cinco camadas (de dentro para fora). Estas camadas são formadas pela diferenciação seqüencial de

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células migrando da camada basal para a superfície. A epiderme se renova a cada 20 a 30 dias dependendo da região da pele. A epiderme é composta por 4 tipos celulares: Queratinócitos, Melanócitos, Células de Merkel, Células de Langerhans.

A camada basal (stratum basale) ou camada germinativa é a mais profunda da epiderme e fica repousada sobre a derme. É a camada com a maior atividade mitótica, pois contêm células-fonte da epiderme, onde há constante renovação celular

A camada espinosa (stratum spinosum), nome este dado às suas características poligonais cubóides. É importante por conferir à epiderme coesão nas células e resistência ao atrito.

A camada granulosa (stratum granulosum). As células possuem grânulos que são expulsos para o meio extracelular, e que confere à epiderme impermeabilidade à água e a outras moléculas.

A camada lúcida (stratum lucidum). É pouco representativa, onde representa uma transição entre a camada granulosa e a camada córnea.

A camada córnea (stratum corneum), tem espessura muito variável e é constituída por células achatadas, mortas e sem núcleo. O citoplasma destas células apresenta-se repleto de uma escleroproteína dura chamada de QUERATINA, rica em ligações dissulfeto (S-S), que confere força e integridade. Esta camada fornece 98% de habilidade de retenção de água da epiderme. A membrana plasmática se torna grossa devido à deposição e ligação cruzada de proteínas, como a involucrina, ao longo da superfície interna para formar o envelope córneo. O stratum lucidum é parte desta camada. Outros integrantes da epiderme são as células de Langerhans apresentadoras de antígeno, os linfócitos T epidérmicos, ambos derivados da medula óssea; os melanócitos formadores de pigmentos e as células de Merkel neuroepiteliais, queratinócitos modificados que possuem queratinas e formam ligações desmossomais de queratinócitos.

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5.5 APÊNDICES EPIDÉRMICOS

1. Glândulas Sebáceas 2. Glândulas sudoríparas apócrinas 3. Glândulas sudoríparas écrinas 4. Pêlo 5. Unha

5.5.1 GLÂNDULAS SEBÁCEAS

As glândulas sebáceas são anexas dos folículos capilares e estão inseridas na derme e hipoderme. São predominantes sobre toda superfície do corpo, com exceção da palma das mãos, planta dos pés e lábio inferior. Progressivamente as células se carregam de gotículas lipídicas e tornam-se cada vez mais volumosas. Depois da lipidização completa, as células se desintegram totalmente, tornando-se, elas mesmas, o produto da secreção ou sebo. As células mortas são repostas por mitose na periferia da glândula. A secreção é o sebo, uma mistura de triglicérides e colesterol tipo cera. Funciona como um agente protetor e mantém a textura da pele e a flexibilidade do cabelo.

1. O tamanho da glândula é inversamente proporcional ao pêlo ao qual está anexado: ou seja, uma pele com pêlos curtos são mais propensos à acne.

2. Sua quantidade determina o tipo de pele. 3. A quantidade de sebo que é secretado é da ordem

de 1 a 2g por dia.

5.5.2 GLÂNDULAS SUDORÍPARAS

As glândulas sudoríparas distinguem-se em dois tipos: as écrinas e as apócrinas. As glândulas sudoríparas écrinas são glândulas tubulares em espiral, estão na camada profunda da derme ou sobre a hipoderme e estão presentes em todo o corpo. A sua função primária é o resfriamento por evaporação (transpiração). A secreção écrina consiste de um líquido aquoso, fino e inodoro, onde a ação microbiana não consegue degradar. São controladas por fibras colinérgicas do Sistema nervoso autônomo pelo estímulo térmico e fatores psicogênicos.

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1. Elas secretam o suor de maneira intermitente. 2. O suor é um liquido aquoso, incolor, ácido, que contêm 99% de água, de NaCl, de

amoníaco, de ácido lático, de ácido uricânio e de aminoácidos livres. 3. Respondem a estímulos físicos (temperatura, exercícios), e a estímulos psíquicos

(emoções – palma das mãos e planta dos pés).

As glândulas sudoríparas apócrinas são glândulas tubulares que desembocam nos folículos pilosos nas axilas e regiões urogenitais. A secreção é uma mistura de proteínas, carboidratos e íons férricos que não possui odor, porém torna-se fétida após ação de bactérias comensais da pele. São mais numerosas nas mulheres e na raça negra. São sensíveis aos hormônios androgênicos e reguladas por nervos adrenérgicos em resposta ao atrito, agentes farmacológicos e fatores emocionais.

5.6 DERME

A derme, localizada imediatamente sob a epiderme, é um tecido conjuntivo que contém fibras protéicas, vasos sangüíneos, terminações nervosas, órgãos sensoriais e glândulas. As principais células da derme são os fibroblastos, responsáveis pela produção de fibras e de uma substância gelatinosa, a substância amorfa, na qual os elementos dérmicos estão mergulhados. A epiderme penetra na derme e origina os folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas.

Na derme encontramos ainda: músculo eretor de pêlo, fibras elásticas (elasticidade), fibras colágenas (resistência), vasos sangúíneos e nervos. A derme é o elemento de sustentação e nutrição da epiderme e seus anexos. Contém entre 20% a 40% de água total do corpo graças, em parte, às propriedades hidrofílicas. A sua espessura aumenta no decorrer da infância e da adolescência, para estacionar e diminuir depois dos 50 anos.

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Outros componentes da DERME

a. Substância Fundamental: Responsável pelo volume da derme. Substância semelhante a gel em íntima relação com os componentes fibrosos, é a substância de preenchimento.

b. Vasos Sanguíneos Cutâneos: Plexo vascular profundo: na interface entre derme e gordura subcutânea. Plexo vascular superficial: nas porções superficiais da derme reticular.

c. Nervos Cutâneos: A pele recebe sistema eferente (controle vascular cutâneo) e sistema aferente (apreciação das sensações cutâneas).

d. Células Fibroblastos: São produtores de colágeno e elastina; e. Células Migratórias de Defesa: Linfócitos e mastócitos; f. Matriz Extracelular: Rede complexa de macromoleculares (é o conjunto de tudo)

5.7 FIBRAS DE COLÁGENO

As fibras de colágeno conferem resistência à tração, extensibilidade e estabilidade estrutural. Estas são fibras finas na derme papilar e são agrupamentos na derme reticular; Formado por 3 cadeias polipeptídicas, cada uma helicoidal e entrelaçadas entre si (super-helicoidal); Contém caracteristicamente os aminoácidos hidroxiprolinas e hidroxilisinas; São produzidos pelos fibroblastos.

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5.8 FIBRAS DE ELÁSTINA Estão intimamente ligadas ao colágeno. Na derme papilar: fibras finas que tendem a correr perpendiculares à superfície da pele. Na derme reticular: as fibras são mais grossas e tendem a permanecer paralelos à superfície da pele. São produzidos pelos fibrobastos. É constituído pela elastina onde conferem as propriedades de estiramento e retração elástica. A elastina é sintetizada por fibroblastos em uma forma precursora conhecida como tropoelastina, que sofre polimerização no ambiente extracelular. A deposição de elastina na forma de fibras requer a presença de microfibrilas da glicoproteína estrutural fibrilina, que são incorporadas à estrutura.

5.9 HIPODERME

É um tecido subcutâneo que une a derme aos órgãos profundos. É formado por tecido conjuntivo adiposo de espessura muito variável conforme sua localização. A hipoderme tem as seguintes funções:

Reserva de gorduras: gorduras provenientes do fígado e do intestino chegam ao adipócito pela corrente sanguínea sob a forma de ácidos graxos e de triglicerídeos.

Energética: em caso de necessidade a lipólise libera rapidamente os ácidos graxos;

Termorregulação: regula a temperatura corporal;

Mecânica: amortecimento, sobretudo no nível dos órgãos internos.

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5.10 TIPOS DE PELE

1. Pele normal ou eudérmica - pele ideal ou de criança, secreções equilibradas, emulsão

epicutânea perfeita (tipo O/A). 2. Pele oleosa - espessura aumentada e bem hidratada, produção de sebo alterada (pH

ácido), emulsão tipo A/O, aspecto oleoso (untuoso, com brilho acentuado), pele resistente a problemas alérgicos. Complicações comuns como seborréia, acne e desidratação.

3. Pele seca - secreção sebácea insuficiente, pessoas de pele muito clara, fina e sensível, frágil e facilmente irritável, rugas finas e precoces.

4. Pele mista - óstios dilatados na região do T, secura e irritação nas outras áreas.

5.11 MELANINA – CÉLULAS DE PIGMENTO

A melanina é um pigmento que determina a cor da pele, filtram os raios UV (protege o núcleo celular, agrupando-se em torno dele), neutralizam os radicais livres (que são fatores de envelhecimento celular). As melaninas são produzidas por células especializadas da camada basal germinativa: os melanócitos, que repousam sobre a camada basal. Seus dedritos se desenvolvem lateralmente e para cima, o que permite entrar em contato com os queratinócitos vizinhos. No pêlo os melanócitos se localizam no bulbo pilar. Depois dos 40 anos, o número de melanócitos diminui, assim como sua atividade de síntese. O melanócito, a partir do aparelho de golgi, sintetiza o melanossomo, organela complexa que contém melanina. O melanossomo possa por 4 estágios de maturação graças a uma enzima, a tirosinase: é a melanização do melanossomo. Os pigmentos melânicos podem ser classificados em dois grupos:

Eumelanina: são os mais escuros (castanhos ou marrons). Encontram-se na epiderme, nos cabelos e nos pêlos;

Feomelanina: são pigmentos mais claros (castanhos a louro, inclusive ruivos). Composição química da melanina

A síntese da melanina resulta da ação de uma enzima, a tirosinase, sobre um aminoácido, a tirosina, com produção de DOPA.

5.12 GRAU DE ACIDEZ DA PELE

Para que seja sadia é essencial haver equilíbrio ácido-base. No estado normal, a superfície da pele tem sempre reação ácida, devido à presença de ácido orgânica (propiônico, acético, caprílico, lático, cítrico, ascórbico) que se encontra em alta concentração devido a evaporação do suor que os contém.

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O grau de acidez varia com idade, sexo e de indivíduo para indivíduo. A reação torna-se alcalina à medida que se penetra nos tecidos. O manto ácido é importante em relação aos agentes exteriores, barreira à penetração dos microorganismos e fungos, que toleram mal a acidez.

Valores fisiológicos de ph:

Couro cabeludo: 4,0; Rosto: 4,7; Axila: 6,5; Tronco: 4,7; Linhas mamárias: 6,0; Perna, tornozelo: 4,5; Seios: 6,2; Mãos: 4,5; Pés: 7,2; Vagina: 4,5;

6 CABELO E PÊLO

Os pêlos originam nos folículos pilosos que provem de uma interação entre a epiderme e a derme. As células de Malpighi se invaginam profundamente na derme, até a hipoderme, formando uma cavidade onde será alojado o pêlo. No folículo piloso mais especificamente no bulbo piloso ocorre a formação do pêlo pela matriz e sua nutrição pela papila pilar. Inserindo sobre o folículo piloso está o músculo eretor do pêlo. Os pêlos são filamentos de queratina flexível que estão distribuídos sobre quase toda superfície do corpo. Fazem parte do pêlo duas estruturas principais: Haste: constituída por células mortas queratinizadas

dispostas em três camadas, a cutícula, camada mais externa e escamosa, o córtex, que dá cor ao pêlo e a medula, parte mais interna.

Raiz: é a parte inferior do pêlo, se dilatando na base para

formar o bulbo piloso. É constituída por células vivas que se queratinizam e perdem seu núcleo à medida que se exteriorizam.

Ao conjunto de folículo piloso, glândula sebácea e músculo eretor do pelo, dá se o nome de folículo pilossebáceo.

Bainha epitelial externa: é o prolongamento da epiderme. Suas células não se queratinizam-se.

Bulbo piloso: é a dilatação terminal do folículo piloso. Tem forma de pêra e contém

Papila dérmica que nutre o pêlo. Matriz do pêlo que contém células de melanócitos e o transferem aos

queratinócitos, que formam o córtex da fibra capilar. Diferentemente da pele, os melanócitos do folículo piloso não precisam da luz do sol para produzir melanina. Deste modo, o cabelo é incolor no início.

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6.1 CICLO DE CRESCIMENTO DO PÊLO

Possuímos em torno de 120.000 folículos capilares determinados geneticamente. A implantação do cabelo na derme se dá por invaginação da epiderme, constituindo o folículo capilar, tendo uma dilatação terminal, o bulbo capilar, contendo no centro a papila dérmica, recobrindo a papila, estão às células que formam a raiz do cabelo. O crescimento do cabelo é feito pela proliferação basal, ou seja, existe aposição de queratina (uma escleroproteína) na base do fio e conseqüente extrusão deste para fora do folículo. Então, a parte externa do fio, que apresenta um crescimento aparente, não se modifica em toda a sua extensão. São três as fases de crescimento do cabelo: 1. Anagênese: é a fase ativa, onde há intensa atividade

mitótica. O folículo cresce para a derme. Sua penetração no bulbo origina a multiplicação de

células matrizes; Um pelo jovem adquire raiz; nota-se a presença

momentânea do pelo antigo, que se desprende da raiz e vai ser eliminado.

Esta fase dura aproximadamente de 2 a 5 anos e cresce 0,4 mm por dia.

2. Catagênese: também chamada de fase de regressão. A atividade das células matrizes cessa, assim como a

melanogênese; O bulbo afina e sua parte baixa se destrói

progressivamente e a bainha epitelial externa desaparece; O pêlo se separa da matriz e sobe para o folículo piloso. Dura poucas semanas, quando então, se dá a sua

separação da papila e tem inicio a terceira fase.

3. Telogênese: a fase de repouso. O pêlo completamente queratinizado, progride para a

superfície; O bulbo é atrofiado; A papila é isolada do folículo.

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7 XAMPUS (SHAMPOO) Xampus são formas cosméticas líquidas ou semi-sólidas formuladas a partir de tensoativos, que tem como finalidade limpar os cabelos e couro cabeludo, além de embelezá-los, deixando suaves, flexíveis, brilhantes e fácies de pentear. Mesmo limpando devem preservar parte do óleo natural que cobre o cabelo e sobretudo o couro cabeludo, o qual é justamente o responsável pela proteção, brilho e lubrificação. Cabe ao formulador encontrar o equilíbrio exato entre a adequada eliminação das sujidades e a manutenção das características desejáveis do cabelo. Os xampus têm, efetivamente, a finalidade de: Remover o sebo, componentes do suor, estrato córneo descamado, produtos de

pintura e poeira ambiental. Tratar o cabelo na superfície mediante substâncias que se fixam nas fibras

queratínicas e ainda no couro cabeludo.

Para lavar é necessário eliminar tanto produtos lipossolúveis quanto hidrossolúveis, daí a necessidade de um tensoativo. A classe de sujidades a ser retirada varia com o clima, estilo de vida, tipo de trabalho, funções fisiológicas e práticas de higiene. As sujidades podem ser compostas por corpos oleosos secretadas pelas glândulas sebáceas, restos queratínicos, provenientes da descamação do couro cabeludo, derivados minerais ou orgânicos, resultantes da evaporação do suor, poeiras depositadas, restos de cosméticos diversos. Sua remoção ocorre como descrita a seguir:

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A sujidade, em contato com a água, adquire carga elétrica positiva enquanto o substrato (cabelo e couro cabeludo) apresenta carga negativa. Assim se explica a força aderente das sujidades do cabelo.

A molécula tensoativa, por sua ação na tensão superficial da água, confere maior poder molhante, introduzem-se nos intertícios existentes entre substrato e eliminam as sujidades.

Uma vez iniciada a remoção das sujidades, o processo pode ser continuado por meios mecânicos, dispersando as partículas na água, havendo simultaneamente a formação de micelas nas quais as partículas de sujidades ficam envolvidas por cadeias carbônicas com os pólos hidrofílicos virados para o exterior.

7.1 COMPONENTES BÁSICOS DE UM XAMPU

7.1.1 TENSOATIVOS

Todos os tensoativos podem ter características emulsionantes, umectantes, formadores de espuma e detergente. Como detergentes removem sebo e poeira, sendo que sua remoção excessiva leva a um cabelo opaco com aumentada susceptibilidade à eletricidade estática e então dificuldade para pentear. Para a escolha de um detergente deve-se estar atento à sua capacidade de limpeza e também aos efeitos que têm sobre o fio após a lavagem. Devem ser considerados:

Facilidade de extensibilidade: facilidade com que o xampu de distribui pelo cabelo;

Poder de ensaboar: velocidade com que gera espuma, o volume, a consistência (cremosa ou fluida) e a estabilidade desta;

Eliminação eficaz das sujidades: eliminação em água branda e dura de sujidades do cabelo e couro cabeludo;

Facilidade de enxágüe: alguns são eliminados rapidamente, outros permanecem formando espuma depois de enxaguar;

Brilho: alguns xampus com insuficiente poder de suspensão podem também voltar a depositar as sujidades deixando o cabelo sem brilho;

Velocidade de secagem: alguns deixam os fios muito úmidos e lentos de secar, outros tendem a deixar a superfície ligeiramente hidrófoba, permitindo a rápida eliminação da água;

Penteabilidade (em cabelo seco): o xampu não deve deixar o cabelo com eletricidade estática, pois se um fio repelir o outro dificulta o seu manunseio;

Segurança: não deve ocasionar nenhum processo irritativo. Os tensoativos detergentes usados em xampus podem ser divididos em: Aniônicos:

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Lauril sulfato de sódio, de amônio e de trietanolamina, lauriléter sulfato de sódio, sarcosinas e sulfossuccinatos. Funcionam bem em ph alcalino e ph neutro; Produzem muita espuma; Facilmente removíveis.

Anfóteros: Betaínicos e imidazolínicos Não irritantes, geralmente usados em produtos infantis; Espumam moderadamente; Boa escolha para cabelos finos e quimicamente tratados.

Não iônicos: Ésteres de PEG, ésteres de sorbitano, ésteres de sorbitano polietoxilados, alquilamidas. São mais brandos; Utilizados em combinação com iônicos como um limpador secundário.

7.1.2 ESPESSANTES

Substâncias que promovem o aumento da viscosidade do xampu. Podem ser de dois tipos, promovendo o espessamento por processos diferentes:

1° Processo: modificação dos parâmetros reológicos do sistema água-tensoativo mediante adição de eletrólitos (NaCL, NH4CI, Na2SO4) ou de amidas de ácidos graxos. O aumento da viscosidade não é proporcional ao aumento dos eletrólitos, chega a um ponto máximo depois decresce.

2° Processo: pela incorporação de substâncias espessantes convencionais, tais como gomas (adraganta, arábica), derivados da celulose, polímeros carboxivinílicos (carbopol), álcool polivinílico e derivados de PVP. Sua adição não é sempre conveniente, pois pode se separar quando em repouso.

7.1.3 SUAVIZANTES OU CONDICIONADORES

Para evitar ou diminuir uma possível ação detergente excessiva, recorre-se ao emprego de substâncias que promoverão certa lubrificação ou, ainda, diminuição de atrito que permitirá pentear mais fácil, com maior volume. Esses efeitos são conseguidos pela adição, quer de derivados de lanolina, de polivinilpirrolidona, de óleos vegetais, de derivados de lecitina, de ésteres graxos de glicol ou glicerol e ainda de hidrocolóides e derivados de proteína.

7.1.4 AGENTES QUELANTES

Destinados a complexar os íons Ca++ ou Mg++ das águas de enxágüe a fim de evitar a formação de sais insolúveis, são, em geral sais de ácido diamino etileno tetracético (EDTA).

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7.1.5 PRESERVANTES – CONSERVANTES

Têm como finalidade evitar aparecimento e desenvolvimento de microorganismos nas formulações dos xampus que provocariam alterações nas formulações, a curto e a longo prazos, comprometendo os requisitos iniciais dos produtos.

7.1.6 PEROLIZANTES - OPACIFICANTES

Substâncias incorporadas com o objetivo de evitar a transparência dos xampus lhes conferindo um aspecto cremoso. Como exemplo tem-se: ácido esteárico, álccol cetílico, álcool estearílico, diestearatos de etilenoglicol, dibeinatos de etilenoglicol, monoésteres de etinoglicol, monoésteres de propileno glicol, emulsões viscosas de polímeros viscosos e estearatos de magnésio e zinco. Estas substâncias dissolvidas a quente na formulação, emulsionam ou cristalizam com o resfriamento, conferindo o aspecto pretendido.

7.1.7 SUBSTÂNCIAS ESPUMANTES

A espuma é uma característica desejada pelo consumidor, não tem relação com o poder detergente do produto, pois a espuma é formada na interface ar/líquido, enquanto que a remoção do sebo ocorre na interface cabelo/líquido. Estes agem introduzindo bolhas de gás na água. Com a remoção do sebo, a espuma aumentará, porque o sebo inibe a formação de bolhas Exemplo: dietanolamida láurica.

7.1.8 AJUSTADORES DE PH

Como a maioria dos xampus é alcalina, o que ocasiona o aumento de feixe do cabelo, isto é a abertura das escamas da cutícula, devem ser usadas substâncias que permitam sua neutralização. Exemplos: ácido cítrico, ácido lático, ácido glicólico.

7.1.9 CORANTES E ESSÊNCIAS

ADITIVOS “COSMIÁTRICOS”: silicones, hidrolisados de proteínas, trigo, queratina, colágeno.

ADITIVOS FITOTERÁPICOS: extratos glicólicos de jaborandi, hamamelis, camomila, algas.

ATIVOS MEDICAMENTOSOS: anticaspa, seborréia, antiqueda, anti-psoríase.

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7.2 AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES DOS XAMPUS

Medidas que permitem comparações e verificação da performance cosmética dos xampus:

A melhoria na superfície do cabelo pode ser constatada mediante observação com microscópio eletrônico;

A facilidade em pentear pode ser medida, nos cabelos molhados, mediante uma experiência com pene especial que registra a resistência oposta à sua passagem (intensidade de cada passagem do pente e número de passagens);

Pode-se medir a eletricidade estática existente no cabelo após a lavagem: o cabelo eletrizado se torna difícil de pentear e fica “arrepiado”: (para calcular a quantidade de cargas elétricas desenvolvidas mede-se o afastamento da extremidade da mecha dos cabelos);

O brilho pode ser igualmente medido por reflectometria (quando um feixe de luz incide sobre uma superfície perfeitamente lisa, como um espelho, o ângulo de incidência é exatamente igual ao ângulo de reflexão).

8 CONDICIONADORES O condicionador de cabelo é uma associação de diversos produtos que apresentam características que complementam o tratamento do cabelo. São os produtos a serem utilizados após a lavagem dos cabelos e são constituídos basicamente por:

Tensoativo Não-iônico

Tensoativos catiônicos (quaternários de amônio – Cloreto de cetiltrimetilamônio)

Agentes lubrificantes (óleos, álcoois graxos, lanolina, silicones)

Aditivos (vitaminas)

Fragrâncias

Estabilizantes (EDTA, espessantes, conservantes)

Veículo: água.

a. O efeito condicionador se baseia na deposição ao longo da superfície dos cabelos, dos componentes catiônicos e graxos resistentes ao enxágüe subseqüente.

b. Alguns tipos de cabelos, como os mais ressecados, tendem a uma aparência sem vida, tornando-se ásperos e quebradiços, ficando patente a necessidade de suprir-se uma deficiência natural de gordura com o emprego de condicionadores.

c. Também, o rápido crescimento destes produtos, se deve ao aumento de tratamentos químicos e então à necessidade de tratar-se os cabelos danificados ou enfraquecidos.

d. Além do aspecto reposição graxa, o condicionamento está baseado na concepção de substantividade, ou seja, na absorção de ingredientes capazes de modificar as propriedades superficiais e estruturais do cabelo. Tal característica se explica pelo fato do fio do cabelo que é formado por queratina adquirir carga negativa após tratamentos químicos, vento, exposições solares etc. Os agentes catiônicos, por

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neutralizarem as cargas negativas, são capazes de dar maleabilidade, maciez e volume aos cabelos.

Funções e Requisitos Desejados aos Condicionadores:

Manter a aparência dos cabelos atraente e saudável;

Ser de fácil aplicação e enxágüe;

Ser adaptado ao tipo e condição do cabelo;

Proporcionar boa penteabilidade a úmido e a seco;

Ser suave, não tóxico, não irritante;

Deixar os cabelos desembaraçados, com brilho, maciez, volume e maleabilidade;

Não causar a formação de carga estática;

Ter fragrância agradável com boa expansão e fixação;

Ser estável durante o período de validade;

Não ser susceptível a contaminação microbiológica;

Ter boa relação custo/benefício;

Ter pequena quantidade de espuma; Ph de 3,8 a 4,5.

Ter viscosidade adequada; Ter baixa irritabilidade a pele, olhos e ao cabelo; Importante na proteção contra radiação UV e produção de vit. D na epiderme; Excelente via de administração de fármacos

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9 DESODORANTES E ANTIPERSPIRANTES A sociedade moderna exige cuidados especiais para prevenir o excesso de transpiração (hiperhidrose) e ainda os odores que a acompanham. Este fenômeno da transpiração é natural e indispensável ao bom funcionamento do organismo, no entanto quando excessivo, provoca problemas quanto ao desconforto pelo odor e também quanto às lesões que podem ser geradas. Nós suamos constantemente mesmo sem perceber. Suar é a maneira pela qual nosso corpo se livra do excesso de calor que é produzido pelo metabolismo ou pelo trabalho muscular. A quantidade de suor produzida depende de nosso estado emocional e do tipo de atividade física. O suor pode ser produzido em resposta a um estímulo nervoso, elevação da temperatura do ar e/ou exercícios físicos. Primeiro, vamos nos concentrar em como o suor é produzido em uma glândula sudorípara écrina. Quando a glândula sudorípara é estimulada, as células secretam um fluido (secreção primária) similar ao plasma, ou seja, basicamente composto de água, altas concentrações de sódio e cloreto e baixa concentração de potássio, mas sem as proteínas e ácidos graxos geralmente encontrados no plasma. Esse fluido surge nos espaços entre as células (espaços intersticiais) que o recebem dos vasos sangüíneos (capilares) da derme. O fluido se desloca da porção espiralada e sobe através do duto reto. O que acontece no duto reto depende da taxa ou fluxo de produção de suor.

Baixa produção de suor (descanso, temperatura amena): as células no duto reto absorvem a maior parte do sódio e do cloro presentes no fluido. Isso acontece porque há tempo suficiente para a reabsorção. Além disso, a água é reabsorvida osmoticamente. Assim, pouco suor chega ao lado externo, sendo sua composição significativamente diferente da secreção primária. Não há tanto sódio e cloreto, e há mais potássio.

Alta produção de suor (exercício físico, alta temperatura): as células, na parte reta

do duto, não têm tempo hábil para reabsorver todo o sódio e cloreto da secreção primária. Assim, grande parte do suor chega à superfície da pele e sua composição é quase a mesma da secreção primária. As concentrações de sódio e cloreto são aproximadamente a metade e a de potássio é cerca de 20% maior.

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As glândulas sudoríparas são excretoras do suor e são cerca de 3 milhões, as quais, se distribuem por 1,6 m2 de pele. Podem ser distinguidas dois tipos, as glândulas écrinas e as apócrinas. As glândulas Apócrinas estão localizadas e anexadas ao aparelho sebáceo, em número bastante inferior; localizadas nas axilas, regiões genitais, paragenitais, mamilo, canal auricular esterno.

Estas são ativadas durante a puberdade; sua secreção é acompanhada pela desintegração de parte das células glandulares; ph na zona alcalina; não são inervadas e o estímulo é de ordem hormonal; são responsáveis pelos odores característicos da transpiração, devido à degradação dos produtos de secreção. O suor proveniente das glândulas apócrinas contém proteínas e ácidos graxos que dão a ele um aspecto mais espesso e uma coloração leitosa ou amarelada.

É por isso que as manchas que aparecem nas roupas (região das axilas) são amareladas, pois o suor em si não possui cor. Quando as bactérias e os pêlos da pele metabolizam as proteínas e os ácidos graxos, eles produzem um odor desagradável. É por isso que os desodorantes e antitranspirantes são aplicados sob as axilas e não no corpo todo.

9.1 MECANISMO DE SECREÇÃO

A secreção sudoral é desencadeada por estímulos de origem central ou periférica, sendo controlada pelo sistema nervoso simpático. A sudação écrina pode ser desencadeada por excitação térmica e psíquica (emoções, reflexos). A sudação térmica é um dos elementos essenciais do termo regulação. As várias regiões do corpo não são igualmente sensíveis aos dois estímulos da sudação. As glândulas palmo-plantares são exclusivamente sensíveis ao estímulo psíquico. As glândulas do tronco e dos membros são sensíveis ao estímulo térmico. As glândulas da fronte e das axilas são sensíveis às duas modalidades. Tanto o suor écrino quanto apócrino, no momento de sua produção, não apresenta nenhum odor significativo. Este só se evidencia com o tempo, quando bactérias e leveduras agem sobre a degradação de moléculas orgânicas. Foram feitos estudos que comprovaram que caso estas secreções fossem mantidas estéreis seu odor permaneceria pouco significativo. Além do odor característico, deve-se considerar também o incômodo do excesso de suor. O processo mais antigo para combater odores desagradáveis era o de mascarar esses odores por outros mais agradáveis. Embora o odor agradável seja o objetivo desejado é necessário também evitar ou eliminar as causas dos odores desagradáveis. Entre as alternativas temos:

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Antitranspirante; Antiperspirantes; Desodorantes; Inibidores enzimáticos; Absorventes de odores.

A) ANTITRANSPIRANTE

São produtos destinados a bloquear a secreção sudoral obstruindo o orifício dos canais excretores das glândulas sudoríparas através da precipitação das proteínas da superfície da pele. Geralmente são compostos por sais de alumínio (cloreto de alumínio), de zinco, de zircônio

B) ANTIPERSPIRANTES

Têm como função reduzir a transpiração, sem no entanto bloquear completamente a sudação natural. Os adstringentes tem sido muito utilizados para este fim (alúmen- pouco usado, taninos, sulfato de zinco, sulfato de alumínio, cloreto de alumínio, hidrocloretos).

C) DESODORANTES São constituídos por veículos (líquidos, sólidos, pastosos ou fluidos) contendo bactericidas ou bacteriostáticos. Ao limitar o desenvolvimento das bactérias à superfície da pele, estas não podem degradar os derivados protéicos do suor em animais e amidas e portanto pode-se evitar o desenvolvimento do odor corporal. O banho diário utilizando sabão, faz desaparecer momentaneamente estas bactérias, as quais depois de 2 a 3 horas voltam a aparecer, multiplicam-se e voltam a atuar. Os princípios ativos mais usados são: irgasan DP 300, sais de amônio quaternário, ésteres solubilizantes de alguns p.as., mas como rapidamente se evapora sua ação se torna efêmera, permitindo somente a sensação de frescor. O hexaclorofeno que antes foi muito usado, hoje foi totalmente proibido.

D) INIBIDORES ENZIMÁTICOS Devido ao fato de que o odor do suor decomposto tem como origem a formação de ácidos graxos livres, surgiu a idéia de utilizar como agente desodorante, um fator enzimático, inibidor da estearase. Destes podem ser citados: lactato de etilo, éster trietílico do ácido citrônico, éster hidroxicarboxílico. Uma vez sob a pele, éster trietílico do ácido citrônico é atacado pelas estearases da superfície da pele, sendo lentamente, hidrolizadas em siéster ou ácido cítrico, que diminuirá o valor do ph da pele, ocorrendo a inibição da atividade de outras enzimas da superfície da pele acarretando assim a não decomposição das secreções cutâneas (suor, sebo, ...) e a não formação do mal odor.

E) ABSORVENTE DE ODORES Estas moléculas procuram inibir o aparecimento do odor ou evitar sua presença, sem recorrer a bactericidas ou a substâncias antitranspirantes. Esta está registrada sob o nome de Grillocin e é constituída essencialmente por ricinoleato de zinco (C18H33O3)Zn. Sua

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atuação baseia-se em um fenômeno de captação físico-química, retém no interior de suas moléculas as frações que provocam o mal odor, provenientes da degradação das matérias orgânicas do suor. Moléculas captáveis: mercaptanos, tioésteres, aldeídos.

10 PROTETOR SOLAR

São produtos cosméticos formulados com o objetivo principal de filtra ou bloquear as radiações solares nocivas à pele, conservando a sua pele. A ANVISA classifica esses produtos na categoria I, conforme a RDC nº 79 de 28 de agosto de 2000. A luz e o calor fornecidos pelo sol são muito importantes para o bem estar fisiológico e psicológico do organismo, pois ativam a circulação e estimulam a produção de vitamina D, tão necessária para a formação óssea. Porém, exposições prolongadas e excessivas em horários inadequados agridem a pele, deixando-a mais seca, enrugada e com manchas senis, sendo responsáveis pelo câncer de pele. Assim, a utilização dos filtros solares faz-s indispensável.

10.1 RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA E A PELE

A radiação solar é composta por radiações de diversos comprimentos de ondas, o chamado espectro eletromagnético. Quase 99% deste espectro são compostos pela chamada radiação não-ionizante, composta por raios ultravioletas (5%), infravermelhos (60%) e luz visível (35%). O espectro ultravioleta pode ser dividido em 3 faixas, de acordo com o comprimento de onda:

UVA (320-400nm) UVB (280-320nm)

Características Atinge a DERME. Uma das principais causas de envelhecimento cutâneo, pois penetra mais fundo.

Atinge em 90% a EPIDERME e 10% a derme. Principais responsáveis pelo eritema (vermelhidão); é parcialmente filtrada pela camada de ozônio.

Efeitos Causa bronzeamento direto na pele com eritema fraco. O pico máximo de eritema é atingido em 72 horas.

Produz eritema, queimadura solar (edemas e bolhas), hiper-pigmentação da pele e imunosupressão local e sistêmica. Causa eritema de 6 a 20 horas após a exposição. Induz a formação de melanina

Perigos Responsável pelo envelhecimento cutâneo; dão origem a radicais livres que desnaturam as fibras de colágeno e elastina. Provocam câncer nos horários das 10 as 16 horas.

Podem provocar alterações no DNA. Seus efeitos são cumulativos e está diretamente relacionada ao câncer de pele. Induz a síntese de vitamina D3 na pele, essencial para a incorporação de minerais como cálcio e fósforo (ossos e dentes).

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10.2 MELANOGÊNESE

É o processo pelo qual ocorre a formação da melanina, que é produzida no interior dos melanócitos, encontrados na camada basal da epiderme. No interior dos melanócitos há organelas chamadas melanossomas, que são transportadas por dendritos melanócitos para queratinócitos da epiderme. A pele é então pigmentada pela melanina, tornando-se bronzeada. Por meio desse mecanismo, o organismo se defende dos efeitos danosos da radiação. Portanto, a melanina é um filtro solar natural.

10.3 TIPOS DE FILTROS

Os filtros solares são formulações que protegem a pele da radiação ultravioleta (A e B), impedindo sua passagem. São usados nos protetores solares, bloqueadores e bronzeadores. Na formulação podem entrar 2 tipos produtos: os físicos e químicos:

Filtros físicos: são substâncias opacas que refletem ou espalha a luz, impedindo que a

radiação UV penetre na pele. São recomendados para uso infantil e para pessoas de pele sensível. No passado eram utilizados na forma bruta, que resultavam em produtos “brancos” na pele. Hoje, suas partículas são micronizadas e passaram a ser transparente, passando a refletir os raios UVA e UVB. Exemplos: óxido de zinco e dióxido de titânio. Também possuem ação antiinflamatória.

Filtros químicos: são substâncias que absorvem a energia luminosa, convertendo-a em

energia não danosa. A absorção da energia provoca a alteração na configuração dos elétrons do fotoprotetor por ressonância dos grupos aromáticos. Quando os elétrons voltam à configuração original, a energia absorvida é liberada na forma de radiação visível e calor. Existem 21 tipos de compostos aprovados pela RDC 217, cada qual com um pico de absorção em determinada faixa de comprimento de onda: UVB, UVA ou UVB+UVA.

Exemplos: benzofenonas – indicadas por números, sendo a benzofenona 3 uma das mais utilizadas. Tem sua principal atividade em UVB, com absorção relativamente baixa em UVA. Possui nomes comerciais de Avobenzona, Neo Heliopan.

FPS FILTRO SOLAR USADO CONC. USUAL ABS. DE RAIOS

FPS 4,4 Octil metoxicinamato Benzofenona 3

3,0% 0,5%

UVA E UVB

FPS 6,0 Octil metoxicinamato 6,0% UVB

FPS 7,0 Octil metoxicinamato Butil metoxidibenzoilcinamato

6,0% 1,5%

UVB

FPS 9,8 Octil metoxicinamato Benzofenona 3

6,0% 0,6%

UVA E UVB

FPS 15 Octil metoxicinamato Benzofenona 3

7,5% 4,0%

UVA E UVB

FPS 15 Octil metoxicinamato 5,0% UVA E UVB

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Benzofenona 4 5,0%

FPS 20

Octil metoxicinamato Etil diidroxi propil paba Octil dimetil paba Benzofenona 3

6,0% 4,0% 6,0% 2,0%

UVA E UVB

FPS 30

Octil metoxicinamato Etil diidroxi propil paba Octil dimetil paba Benzofenona 3

7,5% 8,0% 3,0% 5,0%

UVA E UVB

10.4 FATOR DE PROTEÇÃO SOLAR (FPS)

A eficácia dos filtros solares é avaliada por um índice denominado Fator de Proteção Solar (FPS), que exprime a relação existente entre o tempo de desenvolvimento de eritema com o uso do filtro e o desenvolvimento do mesmo eritema sem o uso do filtro solar. São determinados através de testes “in vivo” com voluntários. Para as formulações magistrais, o FPS é calculado com base em informações fornecidas pelo fabricante. Se, por exemplo, é necessário cinco vezes mais tempo de exposição para causar eritema na área protegida do que foi necessário para causar em eritema na área desprotegida, então o FPS do produto será cinco. O FPS informa ao consumidor quanto tempo a mais ele poderia se expor sem se queimar, assumindo que o protetor continua na pele para fazer efeito. Assim, um FPS 15 aplicado num indivíduo que normalmente necessitaria de cerca de 20 minutos para queimar, terá uma proteção durante cerca de 300 minutos, ou seja, 5 horas. O cálculo do FPS real é dado pela relação:

FPS= DME (pele protegida) DME (pele desprotegida)

Exemplos em sala de aula:

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10.5 EFICÁCIA DOS PROTETORES

A eficácia depende de vários fatores como: faixa de absorção, resistência a água (mínimo de 40minutos com pelo menos 50% da proteção) e ao suor, estabilidade do produto antes e depois de aplicação, não penetração cutânea, etc. Os valores de FPS não aumentam proporcionalmente a proteção UVB, mas o risco potencial aumenta com a concentração dos princípios ativos: O FDA adotou a posição de que o FPS máximo dos filtros solares não deve exceder a 30. O uso de protetores deve ser evitado em bebes até 6 meses por sua absorção e metabolização. Nenhum filtro atinge o FPS solar sozinho, por isso é indicado o uso de filtros físicos e químicos. Filtros hidrossolúveis e lipossolúveis potencializam o efeito. Protetor solar: indica na maioria das vezes proteção UVB ou UVA; Bloqueador solar: termo proibido nos Estados Unidos

FPS 8 87,5%

FPS 15 94,5%

FPS 20 95,8%

FPS 30 96,7%

FPS 40 97,5%

FPS 70 98,6%

FPS 100 99,0%

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10.6 EXCIPIENTES UTILIZADOS

Óleos Proporciona menor proteção. O álcool etílico resseca a pele

Géis hidrossolúveis Excipiente clássico, ainda usual, principalmente em formulações com FPS baixo.

Proporcionam maior proteção que as loções hidroalcoolicas; Ex. miristato de

isopropila, Cetiol HE etc

Géis lipossolúveis São formulações oleosas gelificadas. Proporcionam maior proteção que os óleos

tradicionais.

Emulsão O/A Proporcionam alta proteção. São mais usuais, pela estabilidade e facilidade de

aplicação;

Emulsão A/O Aumentam a maior proteções possíveis, porem traz o desconforto da oleosidade.

10.7 CARACTERÍSTICAS SENSORIAIS

Quanto maior a quantidade aplicada melhor é a proteção. Os mais viscosos proporcionam maior proteção. Fatores como: esfregar ou enxugar com a toalha, o suor, am imersão em água e as atividades físicas diminuem o FPS, mesmo aquelas resistentes à água, por isso o foto-protetor deve ser reaplicado após 2 horas de exposição.

10.8 BRONZEAMENTO / AUTOBRONZEAMENTO

É uma reação fisiológica de defesa do organismo, que se manifesta pela pigmentação cutânea devido à produção de melanina na epiderme. Os produtos autobronzeadores são mais comuns à base de dihidroxiacetona (DHA) que se combina com um aminoácido presente na pele, a arginina, e desenvolve a coloração marron que dura vários dias. Ex.: complexo de tirosina, adenosina e colágeno (Unipertan e Unitan).

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11 BASES Produtos coloridos a base de pigmentos destinados a unificar a cor, modificar a pele, esconder as imperfeições cutâneas, acentuar ou atenuar as saliências do rosto. Deve espalhar-se facilmente, ter bom deslizamento, bom poder de cobertura. São emulsões com as seguintes características:

Pigmentos;

Talco (deslizamento);

Óxido de titânio/zinco/caulim (cobertura);

Estearato de zinco ou de magnésio (opacidade);

Ac. hialurônico (hidratantes);

Antiradicais livres;

Filtros UVA e UVB;

Silicones (aumentam a durabilidade) Tipos de Bases:

Bases fluidas (O/A)

Bases gel (subs. gelificantes + loção hidroalcólica)

Bases cremes (A/O, O/A)

Bases compactas (são acondicionadas em potes ou sticks e são à base de emulsões desidratadas e de corantes ou corpos graxos e corantes).

12 PÓS Usados para unificar cor, disfarçar as imperfeições cutâneas e dar opacidade. Preferencialmente devem se caracterizar por:

Bom poder de cobertura;

Boa espalhabilidade;

Capacidade de absorver secreções cutâneas;

Não devem ser irritantes; Componentes mais usados: Quanto à cobertura:

Dióxido de titânio

Óxido de zinco

Caulim

Carbonato de cálcio

Estearato de magnésio

Quanto ao espalhamento:

Talco (silicato de magnésio hidratado)

Estearato de Mg, Ca, Al.

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Quanto à aderência:

Estearato de Mg e Zn

Caulim

Amido Quanto à absorção:

Caulim

Silício finamente pulverizado

Carbonato de Ca

Quanto à cor:

Óxido de ferro

Fetalina Pigmentos:

Para efeitos especiais: cristais de mica titânio

Perfumes:

Leves e hipoalérgicos

13 BLUSHES Para clarear a maquiagem e salientar a maça do rosto. Podem ser encontrados três tipos: Blushes compactos: mistura de pós (talco, estearato zinco, carbonato de Mg) aglomerados ou comprimidos com pigmentos. Blushes gordurosos ou cremes: compostos por corpos graxos (cera, vaselina, parafina) e pigmentos. Blushes fluidos: a base de emulsões e pigmentos.

14 SOMBRAS PARA OLHOS Destinados à maquiagem das pálpebras. Permitem homogeneizar a maquiagem do conjunto, corrigir o tamanho e a forma do olho.

Não devem ser irritantes

Fáceis de espalhar

Boa aderência

15 DELINEADOR Permitem intensificar a maquiagem, corrigir e modificar a forma do olho. Podem ser encontrados em 2 tipos: Delineador líquido: a base de emulsão não gordurosa, pigmentos e agentes filmógenos. Delineador compacto: a base de pós-prensados e pigmentos.

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16 PERFUMES Os perfumes e as fragrâncias são de suma importância nas formulações cosméticas por seu valor intrínseco de adicionar cheiro agradável ao corpo e por sua habilidade de mascarar odores desagradáveis. A diferença entre perfumes, águas de toalete e colônias estão nas concentrações adicionadas de óleos essenciais, 25%, 5% e 3%, respectivamente ao álcool (70 a 85%). Matérias-Primas principais: Origem vegetal

Flores: rosa, jasmim, gerânio, íris, lavanda,...

Frutos: limão, laranjeira,...

Folhas: patchuli, gerânio, eucalipto, violeta,...

Vagem: vanila

Raízes: vetiver, valeriana, cactos,...

Madeira: cedro, sândalo

Cascas: canela do ceilão, bétula

Resinas e bálsamos: benjoim, bálsamo de tolu. Origem animal: Estes são ao mesmo tempo, perfumadores e fixadores.

Âmbar Cinza: secreção intestinal do cachalote

Castóreo: secreção sebácea do castor

Civeta: secreção de uma glândula sebácea perineal de um pequeno mamífero carnívoro da Ásia e da África

Musc: secreção sebácea genital da cabra montesa da Ásia Origem sintética: estes pertencem às seguintes famílias químicas:

Os aldeídos

Os álcoois aromáticos

As cetonas

16.1 DIFERENTES FASES DO PERFUME:

Os componentes de um perfume se evaporam em fases sucessivas. Primeira fase: as notas da cabeça É a fase fugitiva na saída do frasco que dá a nota de saída do perfume. É constituída por matérias-primas voláteis, pouco tenazes. Segunda fase: as notas de coração

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É a fase que dura várias horas. É constituída por matérias-primas medianamente voláteis e tenazes que fazem a ligação entre as notas da cabeça e as notas de base. Terceira fase: as notas de base ou notas de fundo É a fase que caracteriza o perfume e dura vários dias. Ela é constituída por matérias-primas muito tenazes e muito pouco voláteis que vão determinar o caráter principal do perfume.

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17 MATERIAL INFORMATIVO DE DERMATOLOGIA (ANEXO) 17.1 ENVELHECIMENTO DA PELE

A pele torna-se menos elástica, ocasionando-se o abatimento dos traços nos maxilares (bochechas caídas), pescoço (papada), queixo (queixo duplo), ou nos olhos (bolsas e queda do ângulo externo dos olhos). Além disso há a diminuição da tonicidade, adelgamento e secura. O envelhecimento é um fator fisiológico fatal, mas acelerado por certos fatores:

Sol: os raios UV destroem as fibras elásticas e colágenas. Alteram o DNA dos núcleos celulares; A pele envelhecida pelo sol apresenta alterações na matriz do colágeno extracelular; também é caracterizada por ressecamento da pele, pigmentação irregular, rugas, redução do tecido adiposo e atrofia. Além de surgir o aparecimento de sulcos e flacidez, devido ao acúmulo de material anormal na pele.

Fumo: desidrata a pele, reduz o calibre dos vasos da derme

(baixa oxigenação) e produzem radicais livres. Ele acentua as rugas dos pés de galinha;

O envelhecimento, de modo geral, é atribuído aos radicais livres, que são compostos altamente reativos e instáveis que contém um número ímpar de elétrons em sua órbita mais externa. Existem substâncias que interferem, protegendo os organismos como os radicais livres, ao se complementar, por via oral ou tópica, com substâncias anti-radicais livres, podendo então obter uma diminuição dos efeitos danosos provocados por eles. Exemplos:

Alfa-hidroxiácidos; Beta-hidroxiácidos; Betaglucan; Raffermine; Vitamina A; Vitamina C;

Na figura ao lado está representada uma PELE JOVEM. A pele normal repousa sobre a gordura subcutânea (g), e é constituída pela epiderme (e), e a derme (d). Na derme encontram-se estruturas importantes: folículos pilosos (fo): bulbos onde se originam pêlos; fibras colágenas (verdes): que formam redes densas e bem ordenadas (paralelas entre si), para dar resistência à pele; fibras elásticas (azuis): mais finas e em menor número, permitem que a pele possa ser esticada sem se romper, retornando depois ao seu estado normal.

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Já na figura 2, representa uma pele com envelhecimento, onde as fibras colágenas (verdes) tornam-se mais finas e escassas; a rede formada por elas fica irregular e desordenada, perdendo resistência em alguns pontos. Nesses pontos, a epiderme e a parte mais alta da derme acabam desabando, dando origem aos sulcos visíveis na superfície da pele (há 2 sulcos representados no desenho). As fibras elásticas (azuis), por sua vez, tornam-se mais espessas e numerosas, formando aglomerados desordenados que prejudicam seu funcionamento. O resultado é uma perda da elasticidade da pele.

17.1.1 MECANISMOS DE CORREÇÃO

A. Preenchimento cutâneo O preenchimento cutâneo é uma técnica utilizada para a correção de sulcos, rugas e cicatrizes. Consiste na injeção de substâncias sob a área a ser tratada elevando-a e diminuindo a sua profundidade, com consequente melhora do aspecto. A técnica, desenvolvida por dermatologistas, pode ser realizada no consultório, sendo um procedimento rápido e que não necessita nem mesmo de anestesia na maioria das vezes. Se desejado, podem ser utilizados anestésicos tópicos, sob a forma de cremes, aplicados 30 a 60 minutos antes do preenchimento, para atenuar a sensação da picada da agulha. A técnica é mais utilizada para a correção do sulco nasogeniano (aquele que se acentua com o sorriso) ou os sulcos ao redor dos lábios. Algumas das substâncias mais usadas são o ácido hialurônico e o metacrilato.

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B. Botox As rugas dinâmicas, ou rugas de expressão são aquelas provocadas pela contração muscular da mímica facial, que leva, ao longo do tempo, à formação de vincos na pele. A toxina botulínica atua impedindo a contração dos músculos faciais que dão origem às rugas. Com a interrupção da contração, ocorre o relaxamento muscular e as rugas se atenuam. Os principais locais da face onde pode ser utilizado são a região frontal (testa), a glabela (entre os supercílios) e região peri-orbitária ("pés de galinha"). A substância é injetada em pontos específicos dos músculos responsáveis pela mímica facial que estão causando as rugas. C. DMAE: efeito "lifting" Alguns estudos apresentados no Meeting da Academia Americana de Dermatologia demonstraram que o Dimetilaminoetanol, conhecido com DMAE, exerce efeito positivo no combate à flacidez e na melhoria do aspecto da pele, apresentando resultados imediatos e a longo prazo. Os bons resultados estariam relacionados com a diminuição de rugas finas e um efeito "lifting" na pele da face, além de deixá-la mais macia e de reduzir a severidade das rugas ao redor dos olhos.

17.2 ACNE

É uma afecção da pele que ocorre por um transtorno da unidade pilossebácea. Afeta cerca de 80% da população jovem.

1. Causas Internas – são multifatoriais, por influência principal dos hormônios androgênicos. Externas – acne cosmética, que pode ser evitado pelo conhecimento da

comedogenicidade de certas substâncias ou fatores físicos, como a radiação UV.

2. Efeitos Hiperatividade da glândula sebácea; Queratinização folicular com obstrução do conduto e do óstio, resultando em

comedões; Proliferação de microorganismos, sendo particularmente importantes a bactéria

Propionebacterium acnes e o fungo Pityrosporum ovale. Esses microorganismos produzem enzimas (esterases) capazes de hidrolizar os triglicéridos do sebo, liberando ácidos graxos livres, que são irritantes;

Inflamação, com aparecimento de pápulas e pústulas.

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3. Profissional de estética

A atuação do profissional de estética com relação à acne restringe-se a minimizar seus efeitos pela orientação ao cliente e pela utilização de produtos cosméticos adequados e específicos para cada uma das manifestações apresentadas. Fundamentalmente é importante que o paciente evite manipular comedões e/ou pústulas, ocasionando lesões que podem tornar-se cicatrizes inestéticas. Evitar o uso de cremes gordurosos, dando preferência a géis e loções sem óleo (oil free). O uso de esfoliantes pode ser útil em alguns casos (microcomedões), sendo desaconselhável no estágio de pústula. A higienização correta da pele é essencial.

4. Princípios ativos mais usados em estética para o tratamento da acne Higienizantes – usa-se tensoativos capazes de emulsionar o material gorduroso e as

impurezas, removendo-os em seguida. Dá-se preferência aos tensoativos menos agressivos, como: anfóteros (amido coco propil betaína) e não-iônicos (alquil poliglicosídeos – plantaren);

Esfoliante – substâncias que promovem uma leve descamação das células

epidérmicas mortas por meio da ação mecânica. As principais são: Microesferas de polietileno; Pó de cavalinha: suas folhas são ricas em óxido de silício, atuando como

esfoliante suave. Pode ser adicionado ao sabonete cremoso no momento da aplicação;

Pó de semente de damasco (apricot), casca de nozes, etc; Púmice: consiste em um complexo de siicatos de alumínio, potássio é sódio Glicosferas de papaína;

Queratolíticos – significa “quebra” da queratina, ou seja, são substâncias capazes

de desorganizar quimicamente a molécula de queratina, removendo as células epiteliais em níveis que dependem da concentração do ativo. Pode-se obter essa ação com: Resorcina – de 1% a 4% tem ação queratolítica suave. De 20% a 40% tem

ação de forte descamação; Ácido salicílico – de 1% a 4% tem ação queratolítica suave; Ácido glicólico – enfraquece as ligações entre os corneócitos. Em cosméticos

é usado na concentração de 0,5% a 10%. Nas concentrações entre 40% e 70% proporciona um peeling químico, que deve ser realizado por médico dermatologista.

Cicatrizantes – regeneradores do epitélio;

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Alantoína – princípio ativo encontrado no confrei (0,8%), nas sementes de tabaco, na beterraba e no germe de trigo. Tem ação cicatrizante, calmante e amaciante de tecidos hiperqueratósicos;

Aloe vera – (Babosa): hidratante , suavizante e hidratante. Muito usados em queimaduras;

Antiinflamatórios e descongestionantes

Ácido glicirrízico; Alfa-bisabolol; Azuleno; Bardana; Calêndula; Camomila;

Anti-sépticos e adstringentes

Hamamelis; Gerânio; Arnica; Alecrim; Própolis;

Anti-seborréicos

Removem o sebo: muito usados sob a forma de máscaras de limpeza. Exemplos: bentonita, caulim e Takallophane (silicato de alumínio);

Normaliza a secreção sebácea:

17.3 DISCROMIAS

A. HIPERCROMIAS (AUMENTO DA PIGMENTAÇÃO) Melasma ou cloasma – hiperpigmentação facial que afeta frequentemente mulheres grávidas ou que usam estrógenos (anticoncepcional). Elas aumentam com de intensidade com a exposição solar, que é estimulante da formação da melanina. Sardas – são manchas castanho-claras que aparecem na infância, após a exposição solar. Melanose solar (senil) – manchas marrons, variando de claras a escuras, que surgem no dorso das mãos e antebraços em pessoas com mais de 40 anos.

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P.A DESPIGMENTANTES PROPRIEDADES OBSERVAÇÕES

Ácido glicólico Esfoliante Uso dermatológico. Pode ser usado junto com ácido Kójico e hidroquinona.

Ácido kojico

Atua como agente quelante do metal cobre, elemento do qual a enzima tirosinase depende para a formação da melanina.

Obtido a partir da fermentação de um substrato pelo fungo A. orizae.

Ácido retinóico Esfoliante Usado como coadjuvante.

Azeloglicina Atua como sebostático. É o diglicinato de azeloil potássio.

Hidroquinona Atua inibindo a tirosinase no estágio inicial da melanogênese

VC-PMG Atua inibindo a tirosinase. Tem ação anti-radicais livres.

B. ACROMIAS – AUSÊNCIA DE PIGMENTAÇÃO

1. Vitiligo – doença que pode ter origem hereditária, com orrencia de manchas acrômicas. Há um acometimento dos melanócitos, culminando com seu desaparecimento. Os pacientes com vitiligo devem ser encaminhados a um dermatologista. Exemplos: diidroxiacetona (indutor do bronzeamento), erythrulose (autobronzeamento).

17.4 PEELING

É um procedimento destinado a promover a renovação celular. Tem como finalidade atenuar rugas superficiais, remover comedões, corrigir cicatrizes de acne e atenuar as discromias. O Peeling ou Esfoliação é uma abrasão da pele. A palavra peeling origina-se do verbo inglês to peel significando pelar, descamar, esfolar, desprender. Visa à renovação da pele a partir da descamação as camadas mais superficiais (epiderme e/ou derme superficial), melhorando a textura da pele e seu contorno. Após um processo de esfoliação a pele fica: Mais macia, Mais limpa, Tonalidade mais clara e uniforme.

17.4.1 PEELING FÍSICO

Consiste em aplicar um cosmético que tenha substancias abrasivas para remover células mortas e atenuar a permeabilidade cutânea para absorção de outros princípios ativos. Aplica-se o cosmético no local desejado, fazendo massagens com movimentos circulares e

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pressão gradual, de acordo com a necessidade de maior ou menor abrasão. Exemplos que podem ser formulados em diferentes veículos, como cremes, géis , loções e sabonetes cremosos:

Sementes de apricot – é o pó de caroço de damasco, uma fruta, que possui partículas arredondadas. A concentração usual é de 1% a 6%;

Polietineno – produto de origem sintética, partículas arredondadas, cuja concentração usual é de 0,5% a 1%;

Sílica – produto de origem mineral. Partículas irregulares. A concentração usual é de 1% a 6%;

Microesferas de jojoba – óleo de jojoba hidrogenado, 100% natural, não agressivo à pele. Deixa a pele macia após a aplicação;

Glicoesferas de papaína – a papaína, uma enzima proteolítica, é encapsulada e liberada a aplicação;

17.4.2 PEELING QUÍMICO

Consiste na aplicação de um agente esfoliante, que irá produzir uma esfoliação de profundidade variável, seguida de uma lesão e posterior epitelização. Sua finalidade é rejuvenescer a pele, melhorando a sua textura e cor, além de suavizar as rugas. Quanto maior a profundidade do peeling, maiores são os riscos de ocorrem complicações, portanto, o peeling químico deve ser realizado com acompanhamento médico. Princípios ativos mais utilizados: Ácido glicólico: 40% a 70%. Tem sido utilizado diariamente como esfoliante da

epiderme em concentrações de 5% a 10%. Atuam diminuindo a adesão dos corneócitos.

Ácido azelaico: 15% a 20%; Ácido retinóico: 0,025% a 0,1%; Ácido tricloroacético (ATA ou TCA): 35% a 50%; Fenol: fórmula de fenol de Baker. Remove as queratoses, atenua o

fotoenvelhecimento, promovendo um peeling profundo; Resorcina: 30% a 40%

17.4.3 PEELING BIOLÓGICO

Utilizam-se enzimas proteolíticas que hidrolisam a queratina, diminuindo a espessura da camada córnea. As enzimas utilizadas atualmente são encontradas na papaia e no abacaxi

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18 LISTA DE UMECTANTES E HIDRATANTES SEGUNDO A INCI Acesse a lista completa no Blog da Farmácia: http://www.farmaciaunipac.com.br/p/downloads_7.html

ARACHIDYL GLYCOL ARGILLA ARGININE PCA BAMBUSA VULGARIS EXTRACT BENZYL HYALURONATE BUTOXYNOL-19 CARBOXYLIC ACID BUTYLENE GLYCOL BUTYLOCTANOIC ACID CALCIUM GLUCONATE CAPRYLYL GLYCOL CARBOXYMETHYL CHITOSAN SUCCINAMIDE CHITOSAN PCA COPPER ACETYL TYROSINATE METHYLSILANOL COPPER PCA DIGLYCERIN DIMETHICONE COPOLYOL DIMETHICONE COPOLYOL BUTYL ETHER DIMETHICONE COPOLYOL HYDROXYSTEARATE DIMETHICONE COPOLYOL ISOSTEARATE DIMETHICONE COPOLYOL LAURATE DIMETHICONE COPOLYOL METHYL ETHER DIMETHYL IMIDAZOLIDINONE DIMETHYLSILANOL HYALURONATE DIPOTASSIUM GLYCYRRHIZATE ERYTHRITOL ETILENOGLICOL ETHOXYDIGLYCOL ETHYLHEXYL PCA FRUCTOSE GALACTONOLACTONE GLUCONIC ACID GLUCONOLACTONE GLUCOSE GLUTAMIC ACID GLYCERETH-7 GLYCERIN GLYCOGEN

GLYCYRRHETINYL STEARATE GLYCYRRHIZIC ACID HEXACOSYL GLYCOL HEXANETRIOL HEXANETRIOL BEESWAX HEXYLDECANOL HISTIDINE HYDROXYETHYL SORBITOL INOSITOL HEXANICOTINATE ISOMALT ISOPROPYL HYDROXYBUTYRAMI DE DIMETHICONE COPOLYOL LACTAMIDE MEA LACTITOL LACTOSE LACTATO DE AMONIO LAURYL PCA LYSINE PCA MAGNESIUM PCA MANNITOL MEL METHOXY PEG-10 E 16, 100 METHOXYPROPYLGL UCONAMIDE METHYL GLUCETH-20 PEG-2 LACTAMIDE PEG-3 STEARATE PEG-4, 6, 7, 8, 10, 15, 45, 60, 70, 75, 100, 150 ETC PHYTANTRIOL PLACENTAL PROTEIN POLYAMINO SUGAR CONDENSATE POLYDEXTROSE POLYGLYCERIN-3 POLYGLYCERYL SORBITOL POLYSILICONE-1 POTASSIUM DIMETHICONE COPOLYOL PANTHENYL PHOSPHATE PPG-XXX-SORBETH-245 PROPYLENE GLYCOL XXX

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PVP PYRIDOXINE RHAMNOSE RIBONOLACTONE SORBITOL ÁCIDO LÁTICO LACTIC ACID ALGAS (DIVERSOS TIPOS) ALOE ARBORESCENS EXTRACT ALOE FEROX EXTRACT ALOE VERA ALTHAEA RÓSEA POWDER AMNIOTIC FLUID CENTAUREA CYANUS CENTAUREA CYANUS EXTRACT CENTAUREA CYANUS WATER COLLAGEN COLLAGEN AMINO ACIDS CONNECTIVE TISSUE EXTRACT ECHINACEA ANGUSTIFÓLIA EXTRACT HYALURONIC ACID

HYDROGENATED HYDROGENATED SOYBEAN OIL HYDROGENATED STARCH HYDROLYSATE HYDROLYZED CORN HYDROLYZED ELASTIN HYDROLYZED KERATIN HYDROLYZED SILK HYDROLYZED SOY PROTEIN HYDROXYETHYL PALMITYL OXYHYDROXYPROP YL PALMITAMIDE MENTHYL PCA PCA-NA PROTEÍNAS SACCHARUM OFFICINARUM EXTRACT SALVIA HISPÂNICA OIL TREHALOSE TRILACTIN ULMUS FULVA BARK URÉIA

19 LISTA DE EMOLIENTES SEGUNDO A INCI

MIRISTATO DE ISOPROPILA OLEATO DE DECILA MIRISTATO DE MIRISTILA AMÊNDOAS UVA CENOURA BABOSA ANDIROBA ARRUDA AVEIA BABAÇU CAMOMILA ALGAS MARINHAS GERMEM DE TRIGO JOJOBA

MACADAMIA MALVA TÍLIA AMINOÁCIDOS DA SEDA AMINOÁCIDOS DO LEITE DAMASCO CASTANHA-DO-PARÁ CUPUAÇU MANTEIGA DE KARITÉ MANTEIGA DE CACAU ALANTOINA HIDROLISADO DE COLÁGENO HIDROLISADO DE ELASTINA PLACENTA

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INCI NAME E BENEFÍCIOS Persea Gratissima (Avocado) Oil (Óleo de Abacate) Emoliente rico em ácido oleíco, ácido linoleíco e pró-vitamina A. Atua na epiderme e nos cabelos melhorando a maciez e a flexibilidade. Prunus Amygdalys Dulcis (Sweet Almond) Oil (Óleo de Amêndoas Doces) Rico em proteínas, ácido oleíco (60-70%) e ácido linoleíco (20-30%), atua como um excelente emoliente para pele e cabelos, proporcionando extraordinária maciez. Cocos Nucifera (Coconut) Oil (Óleo de Coco) Utilizado como emoliente em diferentes tipos de cosméticos. Normalmente utilizado na produção de base para sabonetes. Canola Oil (Óleo de Canola) Proporciona um sensorial diferenciado, indicado para produtos de cuidado da pele e dos cabelos. Ricinus Communis (Castor) Oil (Óleo de Rícino) Possui excelente propriedade emoliente e lubrificante. Ótimo agente dispersante para corantes e pigmentos. Vitis Vinifera (Grape Seed) Oil (Óleo de Semente de Uva) Rico em alfa-tocoferol, ácido linoleíco e ácido palmítico. Facilita a regeneração e hidratação do tecido cutâneo. Forma um filme emoliente sob o cabelo e a pele. Corylus Americana (Hazelnut) Oil (Óleo de Avelã) Excelente emoliente pode ser usado para cuidados com a pele e cabelo. Possui alto teor de ácido oleíco. Hydrogenated Soybean Oil (Óleo de Soja Hidrogenado) Apresenta excelente estabilidade, derivado da parte hidrogenada do óleo de soja. Composto de ácidos graxos essenciais (cerca de 65%), ácido oleíco (10%) e linoleíco. Buxus Chinensis (Jojoba) Oil (Óleo de Jojoba)

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Emoliente com excelente espalhabilidade e penetração na pele. Excelente condicionante e doador de brilho aos cabelos. Macadamia Ternifolia Nut Oil (Óleo de Macadâmia) Facilmente absorvido pela pele e cabelos, lubrificando e mantendo uma hidratação contínua. Possui alto teor de ácido palmitoleíco. Olea Europaea (Olive) Oil (Óleo de Oliva) Rico em ácido oléico, possui propriedades regenerativas e emolientes. Prunus Armeniaca (Apricot Kernel) Oil (Óleo de Damasco) Rico principalmente em ácido oleíco e linoleíco. Possui propriedades regenerativas do tecido cutâneo, e confere maciez e suavidade a pele. Elaeis Guineensis (Palm) Oil (Óleo de Palma) Emoliente rico, principalmente, em ácido palmítico, oleíco e linoleíco. Proporciona sensorial diferenciado, ideal para protetores solares. Rubus Idaeus (Raspberry) Seed Oil (Óleo de Framboesa) Óleo da semente de framboesa. Contém tocoferóis naturais, conhecidos por suas propriedades antioxidantes. É um triglicerídeo primário composto aproximadamente de 80 á 85 % de ácidos graxos essenciais. É rico em ácido linoleíco (50 – 60%). Oryza Sativa (Rice Bran) Oil (Óleo de Arroz) Óleo rico em antioxidantes naturais, que protegem a pele dos agentes causadores do envelhecimento cutâneo. Indicado para produtos anti-evelhecimento e protetores solares. Rosa Canina Fruit Oil (Óleo de Rosa Mosqueta) Emoliente rico em ácidos graxos essenciais, como os ácidos oleíco e linoleíco e traços de ácido retinóico, que são de grande importância para a saúde da pele. Além do fortalecimento da pele, confere umectação e maciez, ajuda a restaurar a elasticidade e estimula a regeneração dos tecidos. Sesamum Indicum (Sesame) Oil (Óleo de Sésamo) Óleo natural emoliente e hidratante, para maquiagens e produtos de cuidado pessoal. Rico em vitaminas A, B e C, além de uma alta concentração de cálcio, ferro e fósforo. Glycine Soja (Soybean) Oil

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(Óleo de Soja) A soja é uma rica fonte de vitamina E, conhecida por suas propriedades emolientes e antioxidantes. Excelentes para o tratamento da pele. Hellanthus Annuus (Sunflower Seed) Oil (Óleo de Girassol) Rico em vitaminas A, B, D e E, lecitina e ácidos graxos essenciais. Apresenta ação emoliente e reepitelizante com um grande poder nutritivo. Trictum Vulgare (Wheat Germ) Oil (Óleo de Gérmem de Trigo) Óleo rico em vitamina E, ácido linoleíco e fosfolipídios. Proporciona maciez e suavidade à pele e tem ação antioxidante. Persea Gratissima (Avocado) Butter (Manteiga de Abacate) Mistura de óleos hidrogenados de abacate, coco e palma. O resultado é uma manteiga sólida macia, de fácil incorporação. Composto principalmente do óleo de abacate, que é rico em vitaminas e nutrientes naturais. Excelente emoliente, com sensorial diferenciado, indicada para cremes e loções. Theobroma Cacao (Cocoa) Seed Butter (Manteiga de Cacau) Tradicional emoliente para cosméticos, conhecido por suas propriedades hidratantes e repositoras. Indicada para cremes, loções e produtos para os lábios.

20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS a) Bibliografia Básica:

1. BAUMANN, Leslie. Dermatologia cosmética: princípios e prática. Tradução

Nelson Gomes de Oliveira, Douglas Arthur Omena Futuro. Rio de Janeiro: Revinter, c2004. 223 p. Tradução de: Cosmetic dematology: principles and practice. ISBN 85-7309-858-9. (A biblioteca possui 4 ex. de c2004)

2. GOMES, Rosaline Kelly; DAMAZIO, Marlene Gabriel. Cosmetologia: descomplicando os princípios ativos. 3. ed. rev. São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora, 2009. xvi, 402 p. il. color. ISBN 978-85-99305-37-9. (A biblioteca possui 4 ex. da 3.ed. de 2009)

3. DRAELOS, Zoe Diana (Ed.). Cosmecêuticos. Tradução Denise Costa Rodrigues. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. xv, 276 p. il. color. (Procedimentos em Dermatologia Cosmética). Tradução de: Cosmeceuticals;

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Contém um CD-ROM como encarte em inglês com vídeos dos procedimentos. ISBN 978-85-352-3232-5. (A biblioteca possui 4 ex. da 2.ed. de 2009)

e) Bibliografia Complementar

1. FONSECA, Aureliano; PRISTA, L. Nogueira. Manual de terapêutica dermatológica

e cosmetologia. São Paulo: Roca, 1993. 436 p. il. ISBN 85-724-1304-9. (A biblioteca possui 1 ex. de 1993)

2. BRANDÃO, Luiz. Índex ABC: ingredientes para a indústria de produtos de higiene

pessoal, cosméticos e perfumes. 3. ed. São Paulo: ABC - Associação Brasileira de Cosmetologia, 2009. v.2. iii, 1446 p. ISBN 978-85-89731-30-0. (A biblioteca possui 1 ex. da 3.ed. v.2 de 2009)

3. RIBEIRO, Cláudio. Cosmetologia Aplicada à Dermatoestética. 2 ed.

PHARMABOOKS, 2010. (A biblioteca possui 1 ex. da 2.ed. de 2010)

4. PEYREFITTE, Gérard; MARTINI, Marie-Claude; CHIVOT, Martine. Cosmetologia, biologia geral, biologia da pele. Tradução José Ricardo Amaral de Souza Cruz. São Paulo: Andrei, 1998. 507 p. il. Tradução de: Cahier's d'esthétique: cosmétique. ISBN 85-747-6050-1. (A biblioteca possui 1 ex. de 1998)

5. LEONARDI, Gislaine Ricci. Cosmetologia Aplicada. Livraria e Editora Santa Isabel, 2008.