corridas de rua: estratÉgias de marketing de empresas...

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CORRIDAS DE RUA: ESTRATÉGIAS DE MARKETING DE EMPRESAS ORGANIZADORAS DE EVENTOS Mário Antônio Dawid Pedro UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE INTRODUÇÃO O fenômeno das corridas de rua, que surgiu na Inglaterra no século XVIII (RUNNERS WORLD, 1999), tem demonstrado um expressivo crescimento desde o início deste século (SALGADO, 2006). Dados da Federação Paulista de Atletismo (FPA) mostram que em 2001 ocorreram 11 provas com alvará Secretaria Municipal de Esporte e Lazer na cidade de São Paulo, e em 2005 esse número aumentou para 174. Dados mais recentes da FPA em seu balanço do ano de 2008 mostram que o fenômeno das corridas de rua não parou de crescer no Estado de São Paulo, com 253 provas realizadas em 2007 e 282 provas realizadas em 2008 (217 provas com alvará) (FPA, 2009). Tal expansão do número de provas e do número de participantes (de 8430 em 1997 a 103280 em 2005) nas corridas promovidas pela CORPORE tem atraído cada vez mais o interesse de diversas empresas, com objetivos específicos na organização e patrocínio desses eventos (CORPORE, 2005). No entanto, o universo da Corrida de Rua é pouco explorado cientificamente quanto a aspectos de gestão e de marketing, conforme demonstraram BASTOS, PEDRO e PALHARES (2009), que identificaram dissertações e teses voltadas as áreas do conhecimento como medicina, psicologia, pedagogia e biomecânica. A perspectiva mais ampla de crescimento das corridas de rua na cidade de São Paulo, atraindo cada vez mais adeptos ao esporte e tornando-o mais interessante a empresas que venha interessar-se em patrociná-los, auxilia também no desenvolvimento do atletismo no Brasil, pois segundo MIRANDA (2007), muitos atletas profissionais tem nestes eventos uma forma de obter recursos financeiros, seja por premiações ou patrocínios, afim de “viver de atletismo”. Outro estudo (TRUCCOLO, MADURO e FEIJÓ, 2008), aponta os fatores motivacionais para a adesão de participantes em corridas de rua, em termos de benefícios à saúde pela prática de atividade física. Para SOMOGGI (2006), grandes marcas já disponibilizam parte de suas verbas de marketing e comunicação no esporte. Empresas como FIAT, Coca-Cola, Nike e Banco do Brasil atrelam um de seus principais ativos no esporte a investimentos em eventos, atletas, propriedades esportivas e novos canais de distribuição de seus produtos, para associar o interesse dos consumidores pelo esporte à divulgação de promoções e campanhas publicitárias e para reposicionar e rejuvenescer suas marcas, além de fidelizar seu consumidor.

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CORRIDAS DE RUA: ESTRATÉGIAS DE MARKETING DE

EMPRESAS ORGANIZADORAS DE EVENTOS

Mário Antônio Dawid Pedro

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

INTRODUÇÃO

O fenômeno das corridas de rua, que surgiu na Inglaterra no século XVIII

(RUNNERS WORLD, 1999), tem demonstrado um expressivo crescimento desde o

início deste século (SALGADO, 2006).

Dados da Federação Paulista de Atletismo (FPA) mostram que em 2001

ocorreram 11 provas com alvará Secretaria Municipal de Esporte e Lazer na cidade de

São Paulo, e em 2005 esse número aumentou para 174. Dados mais recentes da FPA em

seu balanço do ano de 2008 mostram que o fenômeno das corridas de rua não parou de

crescer no Estado de São Paulo, com 253 provas realizadas em 2007 e 282 provas

realizadas em 2008 (217 provas com alvará) (FPA, 2009).

Tal expansão do número de provas e do número de participantes (de 8430 em

1997 a 103280 em 2005) nas corridas promovidas pela CORPORE tem atraído cada vez

mais o interesse de diversas empresas, com objetivos específicos na organização e

patrocínio desses eventos (CORPORE, 2005).

No entanto, o universo da Corrida de Rua é pouco explorado cientificamente

quanto a aspectos de gestão e de marketing, conforme demonstraram BASTOS, PEDRO

e PALHARES (2009), que identificaram dissertações e teses voltadas as áreas do

conhecimento como medicina, psicologia, pedagogia e biomecânica.

A perspectiva mais ampla de crescimento das corridas de rua na cidade de São

Paulo, atraindo cada vez mais adeptos ao esporte e tornando-o mais interessante a

empresas que venha interessar-se em patrociná-los, auxilia também no desenvolvimento

do atletismo no Brasil, pois segundo MIRANDA (2007), muitos atletas profissionais

tem nestes eventos uma forma de obter recursos financeiros, seja por premiações ou

patrocínios, afim de “viver de atletismo”. Outro estudo (TRUCCOLO, MADURO e

FEIJÓ, 2008), aponta os fatores motivacionais para a adesão de participantes em

corridas de rua, em termos de benefícios à saúde pela prática de atividade física.

Para SOMOGGI (2006), grandes marcas já disponibilizam parte de suas verbas

de marketing e comunicação no esporte. Empresas como FIAT, Coca-Cola, Nike e

Banco do Brasil atrelam um de seus principais ativos no esporte a investimentos em

eventos, atletas, propriedades esportivas e novos canais de distribuição de seus

produtos, para associar o interesse dos consumidores pelo esporte à divulgação de

promoções e campanhas publicitárias e para reposicionar e rejuvenescer suas marcas,

além de fidelizar seu consumidor.

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A maneira mais imediata de percepção da utilização do marketing esportivo no

mercado está em sua função como merchandising, ou seja, exposição direta de produtos

nos eventos esportivos (ALBUQUERQUE, 2007). Isso ocorre porque cada modalidade

esportiva permite segundo MELO NETO (1995, p. 154), “uma pesquisa de espaço,

considerando o local da competição, os uniformes dos atletas, o posicionamento do

equipamento, o local destinado ao público e os demais personagens coadjuvantes que

participam do evento esportivo”.

Estudos referentes ao patrocínio e aos fatores que tem levado empresas a

patrocinar eventos são recentes no País. O estudo referente à Corrida de São Silvestre

como um produto de marketing (PEREIRA NETTO, 2004) revela que as empresas

estão cada vez mais dispostas a patrocinar eventos de corrida de rua, mas para isso elas

devem estar bem organizadas e estruturadas pela organização do evento.

Já segundo OTA (2008), a empresa CORPORE, que se apresenta em grande

expansão no ramo da organização e divulgação de corridas de rua, trabalha, em seu

departamento de marketing, desenvolvendo e criando seu produto (corrida de rua) a fim

de atrair cada vez mais associados e participantes (provas com quilometragens

diferentes, em ambientes diferentes, provas para gêneros e idades distintas),

concordando, na prática, com PEREIRA NETTO (2004) que afirma que sobreviverá no

ramo do marketing esportivo as empresas que melhor apresentarem os seus produtos

aos seus clientes. Este posicionamento é reforçado por ARAKAKI (2007) que afirma

que as empresas organizadoras de eventos esportivos devem apresentar um evento bem

estruturado e rentável aos possíveis patrocinadores.

Em pesquisa junto a corredores consumidores de produtos esportivos

ALBUQUERQUE (2007) levantou a percepção dos entrevistados sobre as motivações

que levam uma empresa a patrocinar um evento esportivo. Os resultados indicam que a

variável responsabilidade ficou em segundo lugar, com 27%, o que denota que a

percepção do praticante sobre a empresa que patrocina o esporte não está somente

vinculada a produtos e marca.

TABELA 1 - Motivações que levam uma marca a patrocinar eventos esportivos

Freqüência Percentual

Responsabilidade 25 27%

Oportunidade de negócio 69 71%

Exibição da marca 1 1%

Vender o produto 1 1%

Total Múltiplo 97

Fonte: Banco de dados da pesquisa (ALBUQUERQUE, 2007, p. 75)

Frente a estas colocações, verifica-se que há a necessidade de se conhecer mais

especificamente a visão das empresas organizadoras de eventos de corrida de rua tendo

em vista a proposta e organização de eventos que atendam as necessidades de

praticantes e investidores. Assim, o estudo busca identificar os principais objetivos que

levam as empresas (agências de marketing esportivo) a organizar ou patrocinar eventos

de pedestrianismo (corridas de rua) e compreender os fatores que levaram as empresas a

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escolher a corrida de rua como uma das estratégias de investimentos em marketing,

principalmente na Universidade de São Paulo (USP).

METODOLOGIA

A presente pesquisa se caracteriza como estudo exploratório e de campo, tendo

em vista existir pouco conhecimento produzido sobre o tema na realidade brasileira,

conforme os critérios determinados por VERGARA (2006).

As informações foram obtidas através de fontes primárias, obtidas em entrevistas

semi-estruturadas, construída com base em MATTAR (2007) e ARAKAKI (2007). Os

sujeitos foram entrevistados os responsáveis pela área de marketing de quatro empresas

(A, B, C e D), sendo todas as organizadoras de provas de corrida de rua

(pedestrianismo) na Universidade de São Paulo – Cidade Universitária; Campus da

Capital – no ano de 2010. Os contatos para agendamento de visita as empresas, onde

foram realizadas as entrevistas, foram intermediados pela Coordenadoria do Campus da

Capital, responsável pela elaboração do calendário e pela realização de corridas na

Cidade Universitária. Na ocasião da entrevista (antes da realização dos eventos)

apresentou-se a Carta de Informação ao Sujeito da Pesquisa e o Termo de

Consentimento, conforme normas do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de

São Paulo.

As entrevistas foram realizadas pelo pesquisador. Imediatamente antes de iniciar

a entrevista o solicitou-se autorização para realizar gravação por meio do equipamento

Gravador de Voz Digital Sony Ericsson W580i. Após a realização das entrevistas, os

arquivos das mesmas foram transferidos para um PC e as entrevistas transcritas pelo

pesquisador. A primeira transcrição literal foi enviada aos entrevistados para possíveis

correções e complementações, conforme procedimento preconizado por MEIHY (2005).

Realizada a análise descritiva dos dados obtidos através das respostas obtidas

nas entrevistas foram analisadas em termos de seu conteúdo, identificando-se as

variáveis: objetivos e motivos de escolha da modalidade. A abordagem, portanto, é

qualitativa, por sua característica descritiva, com ênfase no processo, de análise

indutiva, de busca de significados, possibilitando uma interpretação de dados

provenientes do ambiente natural em que ocorrem (BOGDAN; BIKLEN, 1994).

Caracterização dos sujeitos

A empresa A caracteriza-se como uma entidade com fins lucrativos, voltada ao

marketing e a eventos esportivos e atua em provas de triatlhon e duathlon, modalidade

esportiva que envolve também corrida de rua, há 20 anos, sendo referência nacional na

modalidade. Seus mercados-alvos são praticantes profissionais e amadores de triathlon,

portadores ou não de deficiência física, além de outras entidades interessadas.

A empresa B é uma entidade sem fins lucrativos, voltada ao treinamento

esportivo, além do desenvolvimento de corredores e competições de pedestrianismo

com provas de 5 km, 10 km, 15 km, 20 km, meias-maratonas, ultra-maratonas,

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revezamentos, provas de aventura e infanto-juvenis, há 28 anos. Seus mercados-alvos

são praticantes profissionais e amadores de corrida de rua, além de outras entidades

interessadas.

A empresa C trata-se de uma entidade com fins lucrativos voltada ao marketing

e eventos esportivos, principalmente corridas de rua, com provas de 5 km, 6 km, 10 km,

meias-maratonas, infanto-juvenis, noturnas e triatlhon, há 17 anos. Seus mercados-alvos

são empresas que buscam ações em marketing esportivo e praticantes profissionais e

amadores de corrida de rua.

A empresa D é uma entidade com fins lucrativos voltada ao entretenimento, ao

esporte e a comunicação, que tem a organização de eventos de pedestrianismo como o

seu principal produto, com provas de 5 km, 6 km, 8 km, 10 km, 15 km, 18 km, meias-

maratonas, maratonas, caminhadas, revezamentos e provas em pista de atletismo, há 20

anos. Seus mercados-alvos são pessoas interessadas em uma prática de atividade física

como forma de entretenimento ou que buscam uma melhor qualidade de vida, além de

empresas interessadas, excetuando-se concorrentes.

TABELA 2 – Caracterização das empresas entrevistadas

EMPRESA SETOR DE

ATIVIDADE

PRODUTOS MERCADO AÇÕES DE

MARKETING

TEMPO DE

MERCADO

A Marketing e

Eventos

Esportivos

Competições

de Triathlon e

Duathlon

Profissionais e

amadores de

Triatlhon;

Empresas

Desenvolver o

produto;

Promover o

Triathlon

20 anos

B Clube Esportivo

(corredores)

sem fins

lucrativos

Competições

de

Pedestrianismo

e Treinamento

para corredores

Profissionais e

amadores de

Pedestrianismo;

Empresas

Desenvolver o

produto;

28 anos

C Marketing e

Eventos

Esportivos

Competições

de

Pedestrianismo

Profissionais e

amadores de

Pedestrianismo;

Empresas

Desenvolver o

produto

17 anos

D Entretenimento,

Esporte e

Comunicação

Competições

de

Pedestrianismo

Profissionais e

amadores da

prática de

atividade física;

Empresas

Desenvolver o

produto

20 anos

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Devido ao crescimento da modalidade triatlhon no mundo e a carência de

eventos dessa modalidade no Brasil, a empresa A decidiu atuar nesse mercado e tem

como objetivos em organizar provas de triathlon fomentar a modalidade no Brasil,

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buscando o crescimento de adeptos a modalidade no país, com formação e a inclusão

social. Para auxiliar nesses objetivos, A, como estratégia de marketing, foca no seu

produto, buscando realizar uma boa competição, com organização e infra-estrutura,

além de inovações e divulgação de sua marca e de patrocinadores durante os eventos,

para atrair cada vez mais participantes e parceiros.

Concordando com a empresa A, a empresa B decidiu atuar em corridas de rua

devido ao crescimento do pedestrianismo no mundo, a carência de competições para os

praticantes no Brasil, além da falta de apoio técnico e financeiro a atletas amadores da

modalidade para que pudessem atuar em grandes eventos esportivos entre eles os Jogos

Olímpicos. Os objetivos de B em organizar corridas de rua são de fomentar a

modalidade no Brasil, buscar o crescimento do número de associados praticantes da

modalidade ou não, com formação, promoção da saúde e inclusão social. Para alcançar

tais objetivos, a entidade tem com ações de marketing a oferta de bons e inovadores

serviços, focando no produto e no cliente, com treinamentos específicos, eventos

diversificados, que agreguem diferentes grupos sociais.

A empresa C decidiu atuar em corridas de rua devido ao gosto de seu fundador

pela prática de atividade física e pelo crescimento do Esporte e da modalidade no país.

As ações de marketing de C estão focadas no produto da empresa, que busca realizar

boas e inovadoras competições de pedestrianismo, para atender e surpreender a

expectativas dos participantes e parceiros a cada etapa do evento, além da divulgação de

patrocinadores durante todo o processo.

Por fim, a empresa D decidiu atuar em corridas de rua devido à descoberta

desse segmento e o seu potencial, que necessitava de uma maior profissionalização dos

eventos, visando oferecer uma forma de entretenimento à sociedade, agindo de forma

sinérgica com o poder público. Suas ações de marketing também estão centradas no

produto, onde a empresa busca manter sua marca, imagem, e forma de atuação com a

sociedade, com uma forma diferenciada de agir a cada evento, buscando sempre inovar

e melhorar a cada competição, para atrair cada vez mais clientes, consumidores e

retorno financeiro.

O crescimento do pedestrianismo no Estado de São Paulo, tanto no número de

provas, como apontado por dados da Federação Paulista de Atletismo (2009), quanto no

número de participantes, como dados apontados pela Corpore (2005), foi o principal

motivo que levou as empresas a escolher e atuar em corridas de rua, a fim de atingir

seus respectivos objetivos.

Todas as empresas (A, B, C e D), buscando alcançar seus objetivos, buscam

desenvolver cada vez mais o seu produto (corridas de rua) que, segundo MULLIN,

HARDY e SUTTON (2004), são a “alma” da empresa e que acabam por atingir direta e

indiretamente os outros aspectos do mix de estratégia marketing (preço, ponto e

produto) deste mesmo produto, para atender a expectativas de seus exigentes

consumidores e clientes, a fim de atrair cada vez mais adeptos e participantes (provas

com quilometragens diferentes, em ambientes diferentes, provas para gêneros e idades

distintas, etc.), concordando, na prática, com PEREIRA NETTO (2004) que afirma que

sobreviverá no ramo do marketing esportivo as empresas que melhor apresentarem os

seus produtos aos seus clientes e com ARAKAKI (2007) que afirma que as empresas

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organizadoras de eventos esportivos devem apresentar um evento bem estruturado e

rentável aos possíveis patrocinadores.

Outro aspecto comum apontado pelas empresas é a preocupação da manutenção

e o desenvolvimento de uma boa imagem perante a sociedade e os seus clientes e

consumidores, que, segundo PITTS e STOTLAR (2002), essa é uma das razões para

investimentos em promoção, que no caso das provas de pedestrianismo, essa imagem

está relacionada a aspectos como a saúde, o prestígio, a sustentabilidade, qualidade de

vida, etc., potencializando, também, as ações de marketing dessas empresas.

CONCLUSÃO

Analisadas as respostas obtidas pode-se concluir que as empresas decidiram

atuar em corridas de rua devido, principalmente ao potencial de crescimento e

desenvolvimento da modalidade no país, o que concomitantemente, fez com que

surgissem mais praticantes e adeptos ao pedestrianismo.

Para alcançar seus objetivos com as corridas de ruas, a principal estratégia de

marketing apontada por essas empresas é a criação e o desenvolvimento de provas de

corrida de rua (produto), de forma organizada, bem estruturada, responsável e rentável,

tanto para a empresa, quanto para os clientes, consumidores e a própria comunidade, o

que leva a empresa também a manter ou obter uma boa imagem, tanto da própria

empresa quanto da modalidade, frente ao seu público, atraindo mais investidores e

consumidores, formando e dando estrutura para cada vez mais atletas profissionais e

amadores.

Com provas cada vez mais estruturadas e com o crescimento da idéia de uma

pratica esportiva geradora de qualidade de vida, que combate as doenças da vida

moderna como a depressão e a obesidade, tanto essas empresas quanto o atletismo tem a

se desenvolver cada vez mais com as corridas de rua, gerando uma espécie de ciclo

vicioso crescente que só tem a beneficiar o Esporte no Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, R. C. Comportamento do consumidor de materiais esportivos para a

prática da corrida de rua na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 2007, 101 p.

Dissertação (Mestrado) Mestrado em Administração, Pedro Leopoldo– MG, Faculdades

Integradas de Pedro Leopoldo, 2007.

ARAKAKI, B. B. Formas de obtenção de informação no processo decisório de

investimento em Marketing Esportivo: um estudo exploratório em empresas de

telecomunicação no Brasil. USP (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação

Científica – CNPq) 2006/2007. Submetido à Revista Portuguesa de Ciências do

Desporto em junho de 2008.

BASTOS, F. C.; PEDRO, M. A.; PALHARES, J. Corrida de Rua: estudo exploratório

da produção científica em universidades estaduais paulistas. Revista Mineira de

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introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora, 1994. 336 p.

CORPORE. Corredores Paulista Reunido Disponível em:

<http://www.corpore.org.br/cor_estatisticas.asp>. Acesso em: 27 Abr. 2005.

FEDERAÇÃO PAULISTA DE ATLETISMO (FPA). Departamento de Corrida de Rua.

Banco de dados. Disponível em: http://www.nosamamosatletismo.net. Acesso em: 3

abr. 2009.

MATTAR, M. F. A Estrutura do Processo Decisório das Empresas para Investimentos

em Ações de Patrocínio Esportivo – um estudo exploratório. Comunicação pessoal do

Ensaio apresentado como requisito junto a disciplina “Tópicos de Marketing”, do Curso

de Pós-Graduação em Administração da Faculdade de Economia e Administração da

Universidade de São Paulo, 2005.

MELO NETO, F. P. Marketing esportivo. São Paulo: Record, 1995. 252 p.

MEIHY, José Carlos Sebe Bom. Manual de História Oral. 5ª ed. São Paulo: Edições

Loyola, 2005. 291p.

MIRANDA, C. F. Como se vive de Atletismo: um estudo sobre profissionalismo e

amadorismo no esporte, com olhar para as configurações esportivas. Dissertação

(Mestrado), Ciência do Movimento Humano da Escola de Educação Física da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2007.

MULLIN, B. J.; HARDY, S.; SUTTON, W. A. Marketing Esportivo. 2ª ed. Rio Grande

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Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, 2008.

PEREIRA NETTO, H. E. A Corrida Internacional de São Silvestre vista como um

produto esportivo. Monografia (Conclusão de Curso). Bacharelado em Educação Física.

Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo, 2004.

PITTS, B. G.; STOTLAR, D. K. Fundamentos de Marketing Esportivo. 1º edição. São

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RUNNER'S WORLD, Corredor de Rua. Disponível em:

<http://www.corredores.com.br >. Acesso em: 29 jun. 2005.

SALGADO, J. V. V.; CHACON-MIKAHIL, M. P. T. Corrida de Rua: análise do

crescimento do número de provas e de praticantes. Conexões, v.4, 1, pp. 100-109, 2006.

TRUCCOLO, A. B.; MADURO, P. A.; FEIJÓ, E. A. Fatores motivacionais de adesão a

grupos de corrida. Motriz, Rio Claro, v.14 n.2 p.108-114, abr./jun. 2008

VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São Paulo:

Atlas, 2006.

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CORRIDAS DE RUA: ESTRATÉGIAS DE MARKETING DE

EMPRESAS ORGANIZADORAS DE EVENTOS

Mário Antônio Dawid Pedro

SÃO PAULO

2010

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CORRIDAS DE RUA: ESTRATÉGIAS DE MARKETING DE EMPRESAS

ORGANIZADORAS DE EVENTOS

MÁRIO ANTÔNIO DAWID PEDRO

Monografia apresentada ao Departamento

de Esporte da Escola de Educação Física e

Esporte da Universidade de São Paulo,

como requisito parcial para a obtenção do

grau de Bacharel em Esporte.

ORIENTADOR: PROFª. DRA. FLÁVIA DA CUNHA BASTOS

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SUMÁRIO

Páginas

Resumo ............................................................................................................................ iii

Abstract ............................................................................................................................ iv

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 01

2. REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................... 04

2.1 Marketing ............................................................................................................. 04

2.2 Marketing Esportivo ............................................................................................ 04

2.3 Estratégias de Marketing Esportivo ..................................................................... 05

2.4 Agências de Marketing Esportivo ....................................................................... 08

3. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 10

3.1 Caracterização das empresas ............................................................................... 10

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 13

4.1 Objetivos e escolha da modalidade pelas empresas............................................. 13

4.2 Objetivos e estratégias de marketing ................................................................... 14

4.3 O Ponto Cidade Universitária .............................................................................. 15

5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 19

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RESUMO

CORRIDAS DE RUA: ESTRATÉGIAS DE MARKETING DE EMPRESAS

ORGANIZADORAS DE EVENTOS

Autor: Mário Antônio Dawid Pedro

Orientadora: PROFª. DRA. FLÁVIA DA CUNHA BASTOS

As corridas de rua vêm se tornando um verdadeiro fenômeno no Brasil,

crescendo tanto no número de participantes quanto no número de eventos. Tal

crescimento tem despertado em empresas e agências de marketing esportivo o interesse

em investir e organizar eventos de pedestrianismo. Essas agências vêm adotando

diferentes estratégias de mix de marketing com o objetivo de atrair cada vez mais

patrocinadores, colaboradores e participantes para os seus eventos. Neste cenário, o

presente estudo teve por objetivo identificar os motivos que levaram a agências de

marketing esportivo, que atuam dentro da Cidade Universitária – USP, a investir em

corridas de rua, tendo esse tipo de evento como seu produto, e identificar as estratégias

de marketing utilizadas pelas mesmas para atrair cada vez mais clientes e consumidores,

aprofundando no caso da Cidade Universitária como ponto para execução das provas de

pedestrianismo destas empresas. Através do estudo, pode-se concluir que as agências

decidiram atuar em corridas de rua devido ao crescimento e ao potencial da modalidade

e que suas ações de marketing estão voltadas a entregar um produto de qualidade e

rentável aos seus clientes e consumidores, sendo a Universidade de São Paulo um ponto

adequado para que essa qualidade possa ser atingida.

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ABSTRACT

STREET RACING: MARKETING STRATEGIES FOR BUSINESS ORGANAZING

EVENTS

Author: Mário Antônio Dawid Pedro

Adviser: PROFª. DRA. FLÁVIA DA CUNHA BASTOS

The road races are becoming a real phenomenon in Brazil, growing both in

number of participants or the number of events. This growth has attracted business and

in sports marketing agency's interest in investing in and organize events for trekkers.

These agencies have adopted different strategies marketing mix in order to attract more

sponsors, contributors and participants for their events. In this scenario, this study aimed

to identify the reasons why the sports marketing agency, operating within the City

University - USP, to invest in road races, having this kind of event like your product,

and identify strategies the same marketing techniques to attract more customers and

consumers, deepening in the case of University City as a point for the implementation

of evidence hiking these companies. Through the study, one can conclude that the

agency decided to act in street races due to growth and potential of the sport and that

their marketing efforts are focused on delivering a quality product and cost to its

customers and consumers, and the University of Sao Paulo for a adequate point where

that quality can be attained.

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1. Introdução

O fenômeno das corridas de rua, que surgiu na Inglaterra no século XVIII

(RUNNERS WORLD, 1999), tem demonstrado um expressivo crescimento desde o

início deste século (SALGADO, 2006).

Dados da Federação Paulista de Atletismo (FPA) mostram que em 2001

ocorreram 11 provas com alvará Secretaria Municipal de Esporte e Lazer na cidade de

São Paulo, e em 2005 esse número aumentou para 174. Dados mais recentes da FPA em

seu balanço do ano de 2008 mostram que o fenômeno das corridas de rua não parou de

crescer no Estado de São Paulo, com 253 provas realizadas em 2007 e 282 provas

realizadas em 2008 (217 provas com alvará) (FPA, 2009).

Tal expansão do número de provas e do número de participantes (de 9400 em

1997 a 117000 em 2009) nas corridas promovidas pela CORPORE tem atraído cada vez

mais o interesse de diversas empresas, com objetivos específicos na organização e

patrocínio desses eventos (CORPORE, 2010).

No entanto, o universo da Corrida de Rua é pouco explorado cientificamente

quanto a aspectos de gestão e de marketing, conforme demonstraram Bastos, Pedro e

Palhares (2009), que identificaram predomínio de dissertações e teses voltadas as áreas

do conhecimento como medicina, psicologia, pedagogia e biomecânica.

A perspectiva mais ampla de crescimento das corridas de rua na cidade de São

Paulo, atraindo cada vez mais adeptos ao esporte e tornando-o mais interessante a

empresas que venha interessar-se em patrociná-los, auxilia também no desenvolvimento

do atletismo no Brasil, pois segundo Miranda (2007), muitos atletas profissionais tem

nestes eventos uma forma de obter recursos financeiros, seja por premiações ou

patrocínios, afim de “viver de atletismo”. Outro estudo (TRUCCOLO, MADURO e

FEIJÓ, 2008), aponta os fatores motivacionais para a adesão de participantes em

corridas de rua, em termos de benefícios à saúde pela prática de atividade física.

Para Somoggi (2006), grandes marcas já disponibilizam parte de suas verbas de

marketing e comunicação no esporte. Empresas como FIAT, Coca-Cola, Nike e Banco

do Brasil atrelam um de seus principais ativos no esporte a investimentos em eventos,

atletas, propriedades esportivas e novos canais de distribuição de seus produtos, para

associar o interesse dos consumidores pelo esporte à divulgação de promoções e

campanhas publicitárias e para reposicionar e rejuvenescer suas marcas, além de

fidelizar seu consumidor.

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A maneira mais imediata de percepção da utilização do marketing esportivo no

mercado está em sua função como merchandising, ou seja, exposição direta de produtos

nos eventos esportivos (ALBUQUERQUE, 2007). Isso ocorre porque cada modalidade

esportiva permite segundo Melo Neto (1995, p. 154), “uma pesquisa de espaço,

considerando o local da competição, os uniformes dos atletas, o posicionamento do

equipamento, o local destinado ao público e os demais personagens coadjuvantes que

participam do evento esportivo”.

Estudos referentes ao patrocínio e aos fatores que tem levado empresas a

patrocinar eventos são recentes no País. O estudo referente à Corrida de São Silvestre

como um produto de marketing (PEREIRA NETTO, 2004) revela que as empresas

estão cada vez mais dispostas a patrocinar eventos de corrida de rua, mas para isso elas

devem estar bem organizadas e estruturadas pela organização do evento.

Já segundo Ota (2008), a empresa CORPORE, que se apresenta em grande

expansão no ramo da organização e divulgação de corridas de rua, trabalha, em seu

departamento de marketing, desenvolvendo e criando seu produto (corrida de rua) a fim

de atrair cada vez mais associados e participantes (provas com quilometragens

diferentes, em ambientes diferentes, provas para gêneros e idades distintas),

concordando, na prática, com Pereira Netto (2004) que afirma que sobreviverá no ramo

do marketing esportivo as empresas que melhor apresentarem os seus produtos aos seus

clientes. Este posicionamento é reforçado por Arakaki (2007) que afirma que as

empresas organizadoras de eventos esportivos devem apresentar um evento bem

estruturado e rentável aos possíveis patrocinadores.

Em pesquisa junto a corredores consumidores de produtos esportivos

Albuquerque (2007) levantou a percepção dos entrevistados sobre as motivações que

levam uma empresa a patrocinar um evento esportivo (TABELA 1). Os resultados

indicam que a variável responsabilidade ficou em segundo lugar, com 27%, o que

denota que a percepção do praticante sobre a empresa que patrocina o esporte não está

somente vinculada a produtos e marca.

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TABELA 1 - Percepção dos consumidores sobre as motivações de empresas a

patrocinar eventos esportivos

Freqüência Percentual

Responsabilidade 25 27%

Oportunidade de negócio 69 71%

Exibição da marca 1 1%

Vender o produto 1 1%

Total Múltiplo 97

Fonte: Banco de dados da pesquisa (ALBUQUERQUE, 2007, p. 75)

Frente a estas colocações, verifica-se que há a necessidade de se conhecer mais

especificamente a visão das empresas organizadoras de eventos de corrida de rua tendo

em vista a proposta e organização de eventos que atendam as necessidades de

praticantes e investidores. Assim, o estudo busca identificar os principais objetivos que

levam as empresas (agências de marketing esportivo) a organizar eventos de

pedestrianismo (corridas de rua) e compreender os fatores que levaram as empresas que

atuam na Cidade Universitária a escolher a corrida de rua como uma das estratégias de

investimentos em marketing e sua suas formas de atuação, principalmente na

Universidade de São Paulo (USP), onde algumas das principais provas do calendário

das corridas de rua paulistas ocorrem.

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2. Revisão da Literatura

2.1. Marketing

Marketing é um processo empresarial que se desenvolveu com o crescimento das

empresas, seus elementos, funções, princípios e teorias de marketing desenvolveram-se

por meio de estudo de muitos fatores como a produção industrial, a inovação de

produtos, a psicologia e a sociologia do consumidor, com as empresas cada vez mais

atentas aos consumidores (PITTS e STOTLAR, 2002).

Kotler (1996) define marketing como um processo social e gerencial através do

quais indivíduos e grupos obtém o que necessitam e desejam por meio da criação e troca

de produtos e valores com outras pessoas.

Outros autores na área de marketing ainda o dividem em dois segmentos,

micromarketing (performance de atividades que uma organização busca executar para

antecipar as necessidades de seu público, através do fluxo de bens e serviços) e

macromarketing(processo social de direcionamento do fluxo econômico de bens e

serviços dos produtores para os consumidores, buscando suprir as necessidades e

realizar os objetivos da sociedade) (McCARTHY e PERREAULT, 1990 apud

CARDIA, 2004, p. 19).

Em síntese, o marketing trata-se de um processo dinâmico em constante

desenvolvimento no qual as empresas buscam atender, antes dos seus concorrentes, as

necessidades, os anseios e os objetivos de seus clientes e consumidores, aos quais

devem sempre estar atentos os profissionais da área.

2.2. Marketing Esportivo

Segundo Mullin, Hardy e Sutton (2004), o termo “marketing esportivo” foi

criado em 1978 pela Advertising Age em 1978 a fim de descrever as atividades

realizadas por profissionais de marketing de produtos, de consumo e de serviços, que se

utilizavam cada vez mais do Esporte como ferramenta profissional. Os autores, então,

definem o marketing esportivo como todas as atividades destinadas a satisfazer as

necessidades e anseios dos consumidores esportivos através de processos de troca, essa

categoria de marketing desenvolveu dois eixos principais: o marketing de produto e

serviços esportivos diretamente para os consumidores esportivos e o marketing de

outros produtos e serviços através da utilização das promoções esportivas.

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Outra definição complementar de marketing esportivo é a de Pitts e Stotlar

(2002) que o consideram como processo de elaboração e execução de atividade de

produção, formação de preço, promoção e distribuição de um produto ligado ao Esporte,

para atingir as expectativas dos consumidores e clientes e os objetivos da empresa.

2.3. Estratégias de Marketing Esportivo

O marketing se caracteriza por aquilo que muitos autores definem como os

quatro “P”s do marketing, sendo cada um deles: produto, preço, ponto e promoção

(PITTS e STOTLAR, 2002).

O produto trata-se da “alma” da empresa, sendo um termo abrangente que inclui

serviços, pessoas, lugares e atributos tangíveis (concreto) e intangíveis (indefinido; não

é objeto), do qual o consumidor ou cliente espera obter uma satisfação desejada

(MULLIN, HARDY e SUTTON, 2004). Como exemplos de bens tangíveis no esporte

têm: um taco de softball, uma raquete, uma bola de futebol, etc. Já como bens

intangíveis bons exemplos são os eventos esportivos como uma liga de basquetebol,

uma partida amistosa, um evento de corrida de rua, etc. (PITTS e STOTLAR, 2002). Os

bens intangíveis dentro do Esporte são diferentes a cada vez consumido e do ponto de

vista de cada consumidor, pois cada partida é uma partida diferente, cada evento é um

evento diferente, mesmo que tenham os mesmos nomes e os mesmos participantes, o

que faz com que o profissional de marketing tenha pouco controle sobre o produto

essencial, a disputa, concentrando seus esforços em subprodutos gerados pelo Esporte

(MULLIN, HARDY e SUTTON, 2004), tomando decisões concernentes quanto aos

produtos da empresa esportiva que envolve: quantidade e tipos, ajuste, criação e

eliminação de produtos a oferecer (PITTS e STOTLAR, 2002).

Todo produto esportivo passa por mudanças de estágio, sendo seu primeiro

estágio apenas uma idéia, que em seguida, torna-se uma realidade, é introduzido no

mercado, desenvolve-se, passa por uma fase de maturidade até chegar a seu declínio e

ser retirado do mercado, não tendo esses períodos claramente divididos, mas podendo

ser medidos através de diversos fatores como as vendas e o lucro (PITTS e STOTLAR,

2002) (FIGURA 1).

Segundo Morgan e Summers (2008), em seu estágio de evolução do ciclo de

vida os produtos esportivos experimentam rápido crescimento e aceitação no mercado

como o rúgbi no Brasil. Os produtos em fase de maturidade apresentam uma queda no

crescimento das vendas e uma estabilização na demanda, como a maioria dos esportes

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profissionais e programas de esporte, por exemplo, o futebol no Brasil. Já no estágio de

declínio, onde as vendas e os lucros começam a cair. Em geral, nesse estágio, os

produtos desaparecem ou são reinventados, iniciando um novo ciclo, como por

exemplo, as lutas de vale-tudo substituídas pelas competições de MMA. Ainda,

segundo Morgan e Summers (2008), cabem aos profissionais de marketing esportivo

adotar estratégias diferenciadas nesses distintos estágios do produto.

FIGURA 1 - Os estágios do ciclo de vida do produto

Fonte: Adaptado de Pitts e Stotlar (2008), p. 169

O preço é quanto se paga por determinado produto esportivo, seu valor é

influenciado por diversos fatores como o conhecimento do consumidor, o quanto ele

está disposto a pagar pelo produto, a demanda e a oferta, os custos para a empresa e

suas estratégias para obtenção de lucro. Cabe ao profissional analisar bem cada fator

que influi sobre o preço de um produto e tomar a melhor decisão para que esse seja

estabelecido, pois, o preço, afeta muito no sucesso do produto (PITTS e STOTLAR,

2002).

Segundo Mullin, Hardy e Sutton (2004), a promoção é uma categoria receptiva

para qualquer atividade desenvolvida para estimular o interesse do consumidor, a

consciência sobre o produto e sua compra, informando-o sobre o que é o produto, o

local e o seu preço, incluindo atividades destinadas a informar, chamar atenção,

incentivar ações como participação ou compra e disseminar informações. A promoção

possui como principais ferramentas: propaganda, vendas pessoais, publicidade e

Estágio de

introdução

Estágio de

crescimento

Estágio de

maturidade

Estágio de declínio

Lucros

Vendas

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promoção de vendas. Kotler (1996) ainda inclui as relações públicas como ferramenta

da promoção. Para Pitts e Stotlar (2002), a promoção deve passar por três etapas a

serem coordenadas pelos profissionais de marketing na seguinte ordem: chamar a

atenção do consumidor, transmitir uma mensagem e informar os ouvintes e levar a

pessoa a consumir o produto e cabe as empresas esportivas selecionar um tipo

específico de promoção ou forma de comunicação com base nos objetivos, que passam

por: estabilizar a imagem da empresa, reposicionar a imagem de um produto deficiente,

criar consciência para novos produtos, alertar para vendas especiais, informar sobre

onde se localiza sua empresa.

O ponto é o local onde a empresa leva e distribui o seu produto onde o

consumidor possa ter acesso (PITTS e STOTLAR, 2002), no caso dos eventos

esportivos, o que inclui as corridas de rua, o produto é consumido no local onde ele é

produzido, comparando com o presente estudo, as corridas de rua são produzidas e

consumidas simultaneamente na Universidade de São Paulo. O ponto deve ser adaptado

ao produto, pois a localização da instalação é decisiva para o sucesso da maioria dos

negócios esportivos (MULLIN, HARDY e SUTTON, 2004). Para a seleção do local de

realização ou distribuição de um produto esportivo deve-se levar em conta fatores como

o consumidor (características, número, localização geográfica, seus anseios e

necessidades e características psicográficas), a empresa esportiva (pontos fortes e

fracos), o produto esportivo (tipo de produto e suas exigências particulares), a

concorrência, o clima (ambiental, legal, político, econômico e ético) (adaptado de

EVANS e BERMAN (1987); BOONE e KURTZ (1992); CRAVENS e WOODRUFF

(1986); PETER e DONNELLY apud PITTS e STOTLAR, 2002, p. 221).

A combinação de produto, preço, promoção e ponto formam o chamado mix de

marketing, a partir da qual são desenvolvidas as estratégias de marketing, que tem como

objetivo afetar a posição da empresa no mercado visando influenciar o pensamento do

consumidor sobre a qualidade do produto, o valor do produto, as particularidades do

produto, status, conveniência, dentre outros fatores (PITTS e STOTLAR, 2002). Assim,

profissionais do marketing esportivo acabam por tomar decisões científicas, através de

pesquisas, que visam conhecer seus clientes, consumidores e concorrentes e oferecer ao

seu público-alvo satisfação e alcance de seus objetivos (TABELA 2).

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TABELA 2 – Estratégias típicas de marketing durante o ciclo de vida do

produto.

Estratégia de mix

de marketing

Introdução Crescimento Maturidade Declínio

Estratégia de

produto

Número limitado

de modelos;

modificações

freqüentes no

produto

Número

ampliado de

modelos;

modificações

freqüentes no

produto

Grande número de

modelos

Eliminação de

modelos e marcas

não-lucrativos

Estratégia de

distribuição

Distribuição

geralmente

limitada,

dependendo do

produto; esforços

intensos e margens

altas são

geralmente

necessários para

atrair atacadistas e

varejistas

Número

ampliado de

revendedores;

esforços

intensos para

estabelecer

relações de

longo prazo

com atacadistas

e varejistas

Número ampliado

de revendedores;

esforços intensos

para reter

distribuidores e

espaço na

prateleira

Eliminação de

pontos-de-venda

não lucrativos

Estratégia de

promoção

Tornar o produto

conhecido;

estimular a

demanda primária;

valer-se de um

esforço de vendas

pessoal intenso aos

distribuidores;

utilizar amostras e

cupons para os

consumidores

Estimular a

demanda

seletiva;

promover a

publicidade da

marca de forma

dinâmica

Estimular a

demanda seletiva;

promover a

publicidade da

marca de forma

dinâmica; investir

pesado na retenção

de revendedores e

clientes

Promoção

encerrada

Estratégia de

precificação

Os preços

geralmente são

altos para que haja

uma recuperação

dos custos de

desenvolvimento

Preços

começam a cair

rumo ao fim do

estágio de

crescimento

como resultado

de pressão

competitiva

Preços continuam

caindo

Preços se

estabilizam em um

nível

relativamente

baixo; pequenos

aumentos nos

preços são

possíveis se a

concorrência for

mínima

Fonte: Summers et al. (2003, p. 216) apud Morgan e Summers (2008, p. 205)

2.4. Agências de Marketing Esportivo

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Segundo Cardia (2004), uma agência de marketing esportivo é uma empresa

cujas atribuições englobam a construção, o gerenciamento, o aprimoramento e a

comercialização do objeto esportivo, bem como a sua imagem, de suas relações com a

mídia, com as agências de publicidade e comunicação, com parceiros de negócios e

patrocinadores. Sua meta, por meio de sua expertise em esporte e marketing, é

potencializar os resultados das diversas partes envolvidas. Essas agências surgiram

devido à necessidade do mercado, pois os serviços envolvendo marketing esportivo

eram desenvolvidos, inicialmente, por empresas de eventos, agência de publicidade ou

freelancers. Assim, as empresas de marketing esportivo, que tem crescido nos últimos

anos, têm como área de atuação a comercialização de direitos de televisão, a criação e

gerenciamento de eventos esportivos, a comercialização de patrocínios, a gestão

comercial e de marketing de entidades, a gestão de arenas esportivas, o gerenciamento e

a comercialização publicitária de estágios, arenas e complexos esportivos e o

gerenciamento de carreiras de atletas.

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3. Materiais e Métodos

A presente pesquisa se caracteriza como estudo exploratório e de campo, tendo

em vista existir pouco conhecimento produzido sobre o tema na realidade brasileira,

conforme os critérios determinados por Vergara (2006).

As informações foram obtidas através de fontes primárias, obtidas em entrevistas

semi-estruturadas, construída com base em Mattar (2007) e Arakaki (2007). Os sujeitos

foram entrevistados os responsáveis pela área de marketing de quatro empresas (A, B, C

e D) (agências de marketing esportivo), sendo todas as organizadoras de provas de

corrida de rua (pedestrianismo) na Universidade de São Paulo – Cidade Universitária;

Campus da Capital – no ano de 2010. Os contatos para agendamento de visita as

empresas, onde foram realizadas as entrevistas, foram intermediados pela

Coordenadoria do Campus da Capital, responsável pela elaboração do calendário e pela

realização de corridas na Cidade Universitária. Na ocasião da entrevista (antes da

realização dos eventos) apresentou-se a Carta de Informação ao Sujeito da Pesquisa e o

Termo de Consentimento, conforme normas do Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade de São Paulo.

As entrevistas foram realizadas pelo pesquisador. Imediatamente antes de

iniciar a entrevista o solicitou-se autorização para realizar gravação por meio do

equipamento Gravador de Voz Digital Sony Ericsson W580i. Após a realização das

entrevistas, os arquivos das mesmas foram transferidos para um PC e as entrevistas

transcritas pelo pesquisador. A primeira transcrição literal foi enviada aos entrevistados

para possíveis correções e complementações, conforme procedimento preconizado por

Meihy (2005).

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Realizada a análise descritiva dos dados obtidos através das respostas obtidas

nas entrevistas foram analisadas em termos de seu conteúdo, identificando-se as

variáveis: objetivos e motivos de escolha da modalidade. A abordagem, portanto, é

qualitativa, por sua característica descritiva, com ênfase no processo, de análise

indutiva, de busca de significados, possibilitando uma interpretação de dados

provenientes do ambiente natural em que ocorrem (BOGDAN; BIKLEN, 1994).

3.1. Caracterização das empresas

Uma vez identificadas as entidades e obtendo-se a concordância em participar da

pesquisa, foi elaborado, a partir de fontes secundárias, um panorama das características

das empresas (TABELA 3).

A empresa A caracteriza-se como uma entidade com fins lucrativos, voltada ao

marketing e a eventos esportivos e atua em provas de triatlhon e duathlon, modalidade

esportiva que envolve também corrida de rua, há 20 anos, sendo referência nacional na

modalidade. Seus mercados-alvos são praticantes profissionais e amadores de triathlon,

portadores ou não de deficiência física, além de outras entidades interessadas.

A empresa B é uma entidade sem fins lucrativos, voltada ao treinamento

esportivo, além do desenvolvimento de corredores e competições de pedestrianismo

com provas de 5 km, 10 km, 15 km, 20 km, meias-maratonas, ultra maratonas,

revezamentos, provas de aventura e infanto-juvenis, há 28 anos. Seus mercados-alvos

são praticantes profissionais e amadores de corrida de rua, além de outras entidades

interessadas.

A empresa C trata-se de uma entidade com fins lucrativos voltada ao marketing

e eventos esportivos, principalmente corridas de rua, com provas de 5 km, 6 km, 10 km,

meias-maratonas, infanto-juvenis, noturnas e triatlhon, há 17 anos. Seus mercados-alvos

são empresas que buscam ações em marketing esportivo e praticantes profissionais e

amadores de corrida de rua.

A empresa D é uma entidade com fins lucrativos voltada ao entretenimento, ao

esporte e a comunicação, que tem a organização de eventos de pedestrianismo como o

seu principal produto, com provas de 5 km, 6 km, 8 km, 10 km, 15 km, 18 km, meias-

maratonas, maratonas, caminhadas, revezamentos e provas em pista de atletismo, há 20

anos. Seus mercados-alvos são pessoas interessadas em uma prática de atividade física

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como forma de entretenimento ou que buscam uma melhor qualidade de vida, além de

empresas interessadas, excetuando-se concorrentes.

TABELA 3 – Caracterização das empresas entrevistadas

EMPRESA SETOR DE

ATIVIDADE

PRODUTOS MERCADO AÇÕES DE

MARKETING

TEMPO DE

MERCADO

A Marketing e

Eventos

Esportivos

Competições de

Triathlon e

Duathlon

Profissionais e

amadores de

Triatlhon;

Empresas

Desenvolver o

produto;

Promover o

Triathlon

20 anos

B Clube Esportivo

(corredores) sem

fins lucrativos

Competições de

Pedestrianismo

e Treinamento

para corredores

Profissionais e

amadores de

Pedestrianismo;

Empresas

Desenvolver o

produto;

Desenvolver o

cliente

28 anos

C Marketing e

Eventos

Esportivos

Competições de

Pedestrianismo

Profissionais e

amadores de

Pedestrianismo;

Empresas

Desenvolver o

produto

17 anos

D Entretenimento,

Esporte e

Comunicação

Competições de

Pedestrianismo

Profissionais e

amadores da

prática de

atividade física;

Empresas

Desenvolver o

produto

20 anos

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4. Resultados e Discussão

Os resultados obtidos em relação aos objetivos das empresas, aos motivos de

escolha da modalidade e os principais objetivos e estratégias de marketing

desenvolvidas pelas empresas ao organizar eventos de pedestrianismo são apresentados

e comparados entre as entidades.

4.1. Objetivos e escolha da modalidade pelas empresas

Quanto aos objetivos das empresas identificamos que, devido ao crescimento da

modalidade triatlhon no mundo e a carência de eventos dessa modalidade no Brasil, a

empresa A decidiu atuar nesse mercado e tem como objetivo, ao organizar provas de

triathlon, fomentar a modalidade no Brasil, buscando o crescimento de adeptos a

modalidade no país, com formação e a inclusão social.

No mesmo sentido do que foi obtido em relação à empresa A, a empresa B

decidiu atuar em corridas de rua devido ao crescimento do pedestrianismo no mundo, a

carência de competições para os praticantes no Brasil, além da falta de apoio técnico e

financeiro a atletas amadores da modalidade para que pudessem atuar em grandes

eventos esportivos entre eles os Jogos Olímpicos.

Além dos objetivos relacionados a competição esportiva, os objetivos de B em

organizar corridas de rua são ainda fomentar a modalidade no Brasil, buscar o

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crescimento do número de associados praticantes da modalidade ou não, com formação,

promoção da saúde e inclusão social.

A empresa C decidiu atuar em corridas de rua devido ao gosto de seu fundador

pela prática de atividade física e pelo crescimento do Esporte e da modalidade no país.

Por fim, a empresa D decidiu atuar em corridas de rua devido à descoberta

desse segmento e o seu potencial, que necessitava de uma maior profissionalização dos

eventos, visando oferecer uma forma de entretenimento à sociedade, agindo de forma

sinérgica com o poder público.

Fomentar a modalidade e o crescimento do pedestrianismo, tanto no número de

provas como quanto no número de participantes, foram os principais motivos que

levaram as empresas a escolher e atuar em corridas de rua, o que reafirma a tendência

de crescimento apontada pelos dados da Federação Paulista de Atletismo (2009) e da

Corpore (2010). Destacam-se ainda outros motivos, voltados a promoção da saúde,

bastante referenciada em estudos da área; ao entretenimento e a inclusão social, que

ainda não foram estudados em nosso meio.

Dessa forma, é interessante notar que três das empresas direcionam suas ações

pelo envolvimento com a modalidade esportiva e apenas uma passou a atuar no

segmento de corrida de rua, visando a promoção, ou seja, consumindo o esporte como

atividade de macromarketing.

4.2. Objetivos e estratégias de marketing

Para alcançar seus objetivos, A, como estratégia de marketing, foca no seu

produto, buscando realizar uma boa competição, com organização e infra-estrutura,

além de inovações e divulgação de sua marca e de patrocinadores durante os eventos,

para atrair cada vez mais participantes e parceiros.

A entidade B tem com ações de marketing a oferta de bons e inovadores

serviços, focando no produto e no cliente, com treinamentos específicos, eventos

diversificados, que agreguem diferentes grupos sociais.

As ações de marketing de C estão focadas no produto da empresa, que busca

realizar boas e inovadoras competições de pedestrianismo, para atender e surpreender a

expectativas dos participantes e parceiros a cada etapa do evento, além da divulgação de

patrocinadores durante todo o processo.

A empresa D centraliza suas ações de marketing no produto, através do qual a

empresa busca manter sua marca, imagem, e forma de atuação com a sociedade, com

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uma forma diferenciada de agir a cada evento, buscando sempre inovar e melhorar a

cada competição.

Todas as empresas (A, B, C e D), buscando alcançar seus objetivos,

desenvolvem cada vez mais o seu produto (corridas de rua) que, segundo Mullin, Hardy

e Sutton (2004), são a “alma” da empresa e que acabam por atingir direta e

indiretamente os outros aspectos do mix de estratégia marketing (preço, ponto e

produto) deste mesmo produto.

Para atender a expectativas de seus exigentes consumidores e clientes, a fim de

atrair cada vez mais adeptos e participantes, as empresas demonstram preocupação

constante em aprimorar e inovar seus produtos, realizando provas com quilometragens

diferentes, em ambientes diferentes, provas para gêneros e idades distintas, etc.,

conforme preconiza a teoria, quanto à sobrevivência de empresas no ramo do marketing

esportivo (PEREIRA NETTO, 2004) especialmente quanto à apresentação dos produtos

aos clientes.

A atenção quanto aos aspectos relativos à organização e a infra-estrutura dos

eventos, citados pelos entrevistados, demonstra sua preocupação com o que diversos

autores, entre eles Araraki (2007) que afirmam que as empresas organizadoras de

eventos esportivos devem apresentar um evento bem estruturado e rentável aos

possíveis patrocinadores.

Outro aspecto comum apontado pelas empresas é a preocupação da manutenção

e o desenvolvimento de uma boa imagem perante a sociedade e os seus clientes e

consumidores, que, segundo Pitts e Stotlar (2002), essa é uma das razões para

investimentos em promoção. No caso das provas de pedestrianismo, essa imagem está

relacionada a aspectos como a saúde, o prestígio, a sustentabilidade, qualidade de vida,

etc., potencializando, também, as ações de marketing dessas empresas.

4.3. O Ponto Cidade Universitária

No tocante a Universidade de São Paulo (TABELA 4), a empresa A escolheu a

Cidade Universitária para realização de seus eventos, devido principalmente a presença

da Raia Olímpica do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo

(CEPEUSP), pois como a natação, assim como a corrida, faz parte do triatlhon, assim,

raia olímpica torna-se fundamental para a execução das provas, além do campus

apresentar um bom percurso para as provas de corrida e ciclismo.

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No entender da empresa os fatores que dificultam a execução das provas de

corrida de Rua na Cidade Universitária são a demora na divulgação de datas disponíveis

para a realização das provas no campus além da grande restrição do número de provas

que ocorreu do ano de 2009 para o ano de 2010.

Quanto a ações de marketing, para a empresa A, a realização de eventos na

Cidade Universitária, ao contrário da cidade de São Paulo com a Lei “Cidade Limpa”

em vigor, permite, além da realização de um bom evento, a divulgação de sua marca e

de parceiros e alguns de seus produtos através de banners, cartazes, etc. para o público.

A empresa B, tem preferência por realizar eventos na Cidade Universitária

devido às boas condições de estrutura, de trajeto para as provas e de acesso aos

corredores, além de ser um ponto de treinamento de diversos corredores e a Cidade de

São Paulo é carente de espaços que possam abrigar grandes eventos.

Entretanto, assim como a empresa A, a empresa B vê como dificuldade à

execução das provas de pedestrianismo na Cidade Universitária, a demora na

divulgação de datas disponíveis para a realização das provas no campus além da grande

restrição do número de provas que ocorreu do ano de 2009 para o ano de 2010.

Já suas ações de marketing dentro do Campus estão voltadas também para o seu

produto, buscando entregar uma boa competição a seus clientes e consumidores, além

de divulgar sua marca e de seus parceiros.

A empresa C realiza eventos na Cidade Universitária devido às boas condições

de percurso, acesso e paisagismo que o local apresenta para a realização do evento, além

de ser um local onde diversos praticantes treinam costumeiramente.

Dentre fatores negativos, a empresa aponta que as regulamentações que estão

ocorrendo na Cidade Universitária quanto aos eventos de corrida de Rua devem ser

feitas, entretanto essas regulamentações não devem prejudicar de forma drástica os

organizadores das corridas, buscando um consenso entre a Coordenação do Campus,

sua comunidade e os organizadores.

Quanto às ações de marketing, assim como faz em eventos fora da Cidade

Universitária, a empresa C busca realizar um evento de destaque, bem organizado e

rentável para todas as partes envolvidas, em todas as etapas do evento.

Já a empresa D, escolheu a Cidade Universitária por acaso, pois um dos eventos

do qual o entrevistado fazia parte possuía parte de seu percurso dentro da Cidade

Universitária e como o evento possuía 42 km de extensão não era fácil encontrar espaço

disponível na cidade de São Paulo. Assim, para que esse evento ocorresse, a Cidade

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Universitária foi selecionada. Outro fator determinante para a escolha da empresa é a

forma como a Cidade Universitária se apresenta às pessoas (ambiente saudável,

arborizado, organizado, circuito plano e segurança).

No entender da empresa não há dificuldades em se organizar eventos dentro da

Cidade Universitária, que possui independência e suas regras, que devem ser

obedecidas, mantendo-se uma boa relação. Buscando se adequar ao formato exigido

pela Cidade Universitária para a realização dos eventos, e a empresa nunca passou do

limite em demonstrar que os produtos oferecidos durante as provas são essenciais ao

consumidor (corredor) para a realização das provas, sendo para o consumo e não para

promoção de algum patrocinador, assim como a aferição da glicemia e a pressão

arterial, serviço médico, etc., sendo ações de troca com o participante, importantes para

a realização dos eventos, não buscando ações de marketing puro, além da organização

de uma excelente competição, dentro da Cidade Universitária.

TABELA 4 - Organização de provas de pedestrianismo na Cidade Universitária

EMPRESA FATORES POSITIVOS FATORES NEGATIVOS AÇÕES DE

MARKETING

A Raia Olímpica;

Estrutura

Redução do número de

provas; Atraso na

divulgação de datas

disponíveis

Desenvolver o produto;

Promover o triathlon;

Promover a própria marca

e marcas parceiras

B Estrutura Redução do número de

provas; Atraso na

divulgação de datas

disponíveis.

Desenvolver o produto;

Promover a própria marca

e marcas parceiras

C Estrutura Alteração na

regulamentação interna

Desenvolver o produto;

Promover a própria marca

e marcas parceiras

D Estrutura Desenvolver o produto;

Promover a própria marca

Como destacado na fundamentação teórica em relação ao mix de marketing,

verifica-se que o Ponto é um aspecto relevante no processo decisório quanto ao produto

evento esportivo.

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As empresas estudadas vêm na Universidade de São Paulo um local ideal para

desenvolver as suas competições de pedestrianismo, devido ao modo com o qual o

campus da Cidade Universitária se apresenta com bons trajetos para as provas,

arborização, segurança, acessibilidade, etc., além de permitir a divulgação de marcas e

patrocínios de forma mais ampla em relação à cidade de São Paulo, especialmente com

as limitações impostas pela Lei “Cidade Limpa”.

Por outro lado, para desagrado de algumas empresas, houve uma redução de

datas disponíveis para organização de eventos do ano de 2009 para 2010, além do atraso

comum da Coordenadoria do Campus em apresentar as empresas essas datas

disponíveis, dificultando no planejamento das provas pelas empresas.

5. Conclusão

A partir das análises realizadas pode-se concluir que as empresas decidiram

atuar em corridas de rua devido, principalmente ao potencial de crescimento e

desenvolvimento da modalidade no país, o que concomitantemente, fez com que

surgissem mais praticantes e adeptos ao pedestrianismo, demonstrando que o produto

corrida de rua apresenta-se no estágio de crescimento e maturidade do seu ciclo de vida.

Para alcançar seus objetivos com as corridas de ruas, a principal estratégia de

marketing apontada por essas empresas é a criação e o desenvolvimento de provas de

corrida de rua (produto), de forma organizada, bem estruturada, responsável e rentável,

tanto para a empresa, quanto para os clientes, consumidores e a própria comunidade, o

que leva a empresa também a manter ou obter uma boa imagem, tanto da própria

empresa quanto da modalidade, frente ao seu público, atraindo mais investidores e

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consumidores, formando e dando estrutura para cada vez mais atletas profissionais e

amadores.

Na Cidade Universitária, essas empresas têm a oportunidade de fazer esse plano

de marketing ocorrer devido à estrutura apresentada pelo campus. Assim, cabe a

Coordenadoria do Campus organizar-se para que a Cidade Universitária esteja cada vez

mais preparada para receber tais eventos e buscar com esses mesmos eventos, numa

ação mútua entre as empresas e a Universidade de São Paulo, desenvolver sua principal

missão que é o ensino e a pesquisa, a pesquisa e a extensão universitária.

Na realização dessas provas seria possível envolver estudantes e pesquisadores

da área da saúde como a Educação Física, o Esporte, a Medicina e a Fisioterapia, da

área de ciências exatas como a Engenharia e da área de ciências humanas como a

Administração e a Propaganda e Marketing, pois as corridas de ruas são um evento

multidisciplinar e buscar ações que ajudem no desenvolvimento de outras modalidades

esportivas, trazendo benefícios para as empresas e para a comunidade.

Por fim, com provas cada vez mais estruturadas e com o crescimento da idéia de

uma pratica esportiva geradora de qualidade de vida, que combate as doenças da vida

moderna como a depressão e a obesidade, tanto essas empresas quanto o atletismo tem a

se desenvolver cada vez mais com as corridas de rua, gerando uma espécie de ciclo

virtuoso crescente que só tem a beneficiar o Esporte no Brasil.

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