correio da usalma n.º 35

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junho2014 Novembro 2012- Número 30 junho 2014 Número 35

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Correio da USALMA n.º 35 junho 2014

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Correio da Usalma 1

Novembro 2012- Número 30 junho 2014 Número 35

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Editorial

Prof. Jerónimo de Matos

Ficha TécnicaDiretor: Jerónimo de MatosRedação : Ernesto Fernandes (coord.), Carmo Manique, Edite Prada, Feliciano Oleiro, Joaquim Silva, José Monteiro, Julieta Ferreira,Teodolinda SilveiraConceção gráfica, paginação efotografia: Joaquim RibeiroGravura da Capa: Joaquim Ribeiro

Secretariado: Sónia Tomás Propriedade e Editor: Associação de Prrofessores do Concelho de Almada Depósito Legal: 284512/08ISSN 1647-1067Redação e Administração: Rua Conde Ferreira 2800-077 AlmadaTelefone e fax: 21 274 39 28E-Mail: [email protected]: www.apcalmada.orgPeriodicidade: Trimestral

ÍndiceEditorial, 2Memórias de uma prisão, 3Poesia e Ficção, 5 Conferências, 9Eventos Socioculturais, 14Reuniôes Institucionais, 16Programa de Encerramento do ano letivo, 18Edições Apcalmada - USALMA, 20

1 Nas páginas 18 19 deste boletim inserimos o programa das atividades de encerramento do ano letivo, de cuja realização daremos notícia desenvolvida no próximo número do Correio da USALMA.

Os meses de maio e junho constituem o período mais intenso de atividades e convívio no seio da USALMA e ao mesmo tempo de abertura à cidade, através de exposições de artes, espetáculos e concertos.

Cumpre-se assim um dos objetivos da criação da Universidade Sénior: participar na dinâmica cultural e cívica da cidade, quer através da presença nos eventos produzidos pelos agentes culturais de Almada (Município, Associações, Instituições de Cultura…) quer mostrando em exposições, concertos, espetáculos, resultados do trabalho ao longo do ano letivo das disciplinas mais vocacionadas para manifestações artísticas abertas ao público.

É grato constatar a evolução na qualidade das várias vertentes artísticas: do teatro aos concertos corais e instrumentais, das danças à poesia encenada, da pintura à escultura, à fotografia e ao vídeo… tem sido uma caminhada de progresso em que é patente o trabalho exigente dos professores e aplicação e entusiasmo dos estudantes.

No próximo ano letivo comemoram-se os 10 anos da criação da USALMA, um ano depois da fundação da Associação de Professores, que celebraram, com a solenidade devida e a participação entusiasta dos associados, o seu 10.º aniversário.

Estamos a preparar um programa de eventos que conta, na sua elaboração, com a participação de toda a comunidade académica da USALMA, Corpos Sociais, Conselho Cientifico e Pedagógico, Professores, Assembleia e Conselho de Delegados e Estudantes de todas as áreas disciplinares.

Comemorar é reviver o caminho percorrido, fazer balanço do percurso e, com o saber da experiência, traçar novos rumos que contemplem os aspetos positivos e adquiridos e a abertura à inovação.

2 Este número do Correio da USALMA, sendo o último do ano letivo, reflete, em certa medida, a atividade de complemento letivo: as visitas de estudo, os encontros de

convívio, as conferências, as comemorações cívicas (com destaque para a comemoração dos 40 anos de abril que na capa ainda ecoa), as assembleias e reuniões institucionais e a criatividade poética e ficcional de professores e estudantes da USALMA. Fica de fora o trabalho letivo quotidiano, pão nosso de cada dia, essencial indispensável com o alimento diário. Boa leitura e Boas Férias. Em outubro cá estaremos a iniciar o 10.º ano e a preparar o novo Correio.

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Memórias de uma prisão:as décimas de Bento dos Ramos Boino (1893-1977)

Leonor Boino

Entende-se geralmente por décima toda a estrofe de dez versos. Contudo, quando se fala a respeito da cultura popular portuguesa, a referência às décimas é feita em relação a um género poético da literatura oral que tem sido especialmente cultivado nas regiões

alentejanas. E não se pense que é um género exclusivo de Portugal. Na verdade, compõem-se décimas noutras paragens, em regiões que guardam afinidades profundas com a cultura do Alentejo, como sejam o Sul de Espanha e toda a América Latina, incluindo o Brasil. As décimas alentejanas são geralmente constituídas por um mote seguido por quatro estrofes de dez versos, cada qual terminando com um verso da quadra inicial. A rima obedece tradicionalmente ao esquema abbaaccddc, e o verso costuma ser de sete sílabas.

O autor dos versos a seguir apresentados chamava-se Bento dos Ramos Boino. Nascido em 1893, em Alcôrrego, no concelho de Avis, Boino foi toda a vida agricultor, mas também gostava de cantar o fado, cantigas ao desafio e sobretudo versejar, muitas vezes aos fins de semana, entre amigos, numa ou noutra tasca (em Alcôrrego, ficou famosa a tasca do Paulino, que já não existe). Em meados dos anos 60 do século passado, ainda durante o regime autoritário de Salazar, o talento de Bento Boino para compor décimas motivou um familiar seu a pedir-lhe uns

versos dedicados a um irmão que estava preso no forte da Trafaria. Passados 50 anos, as décimas agora divulgadas são o registo esquemático mas comovente de uma visita a esse “irmão”, cuja situação é referida como injusta e se explica provavelmente pelo clima de perseguição política da época. O poema documenta, portanto, um drama pessoal e familiar que se somou aos muitos que caracterizaram esses tempos sombrios da vida coletiva portuguesa.

—————Nota:Trabalho elaborado no âmbito da disciplina “O português e os seus falares regionais”; agradece-se a colaboração

do sénior António Amável na redação do texto introdutório e na edição das décimas.

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—————Notas:1 Prenderem: na quadra do mote, pode estar por prenderam, porque a confusão de –em e –am é um dialectalismo muito frequente

nos dialetos portugueses centro-meridionais. No entanto, é também de admitir que prenderem ocorre conforme o uso da norma-padrão e que a articulação gramatical dos versos no mote não é a mais convencional, permitindo-se o autor justapor diferentes sequências ou orações que depois poderão ter um encadeamento mais regular como acontece na terceira estrofe (“Foi uma grande tirania/prenderem quem mal não faz”).

2 Dois versos obscuros: o sujeito do enunciado também já teria estado preso injustamente?3 “Virania”, por vilania.

IEu já sei avaliarQual é o teu sofrimento,Porque já estive algum tempoSem ter culpas a pagar2

Hoje tens que te conformar,Porque és sempre o mesmo rapazE tu nunca voltas para trás,És estimado por toda a gente.A pagar inocentemente,Eu já sei que tu que estás.

IINo dia 1 de NovembroTive um gosto e um desgosto,Fiquei tão mal disposto,Que toda a vida me lembroFazerem de ti um membroPara essa direcção.Eu sei que muitos aí estão;Ao vê-los tenho que chorar,E tu não devias estarPreso aí nessa prisão.

IIIChorei, nossa mãe chorouAo chegar à TrafariaE ela chorou de alegriaE eu ainda a chorar estou.Ela a chorar continuou,Susteve-se, não foi capaz.Ao sair olhou para trás,Disse: “É grande virania.”3

Foi uma grande tirania,Prenderem quem mal não faz.

IVNosso pai nunca pensouNuma tão infeliz sorte.Teve um desgosto tão forteQue até à cama o levou.Eu mesmo, novo como sou,Faço a minha reclamação,Porque tu és meu irmão.Se eu tenho que reclamar,Quem te mandou encerrarSão homens sem coração.

Mote

Ó irmão, já sei que estásPreso aí nessa prisão.

Prenderem1 quem mal não faz,São homens sem coração.

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Duas bagas de orvalhono verdebreve do pensamento;duas papoilas de lumeque ardeno vértice do sentimento.

Um leve ramo floridode brumasinebriantes como o vinho;um fresco pano de linhoembainhado por estevas e rosmaninho.

Ou serãodois púrpuros botões de rosae a levez branca do jasmim?

Sim!

Entãodigamos que o poematem um tema bem preciso:

Dois olhos e um sorriso.

José Monteiro

Poesia e Ficção

CasaA casa sem paredes é virada a sule tem pinheiros altos, negros de bruma.A alma está trancada lá forae o sol rasga as ilhotas de sal.No cheiro picante dos fins de tardeestá o marA casa sem paredes não adormece,treslouca e remexe os sonhos repartidos.

M Julia

Dormir ao som das “Matracas”E ouvir até as FracasDá um prazer profundo,Esses registos que ficamSe os corações palpitamLeva-nos a outro mundo.

Tudo o que ouço e vejoMais tarde vem o desejoDe novo volta a ter,O cheiro de coisas belasPassar nas tuas ruelasÉ coisa a não esquecer.

Em dias de chuvada O cheiro a terra molhadaQua sai daquela terra,Assim quem já cheirouEsse registo ficouMesmo em dias de guerra.

Dormir de janela abertaO ar sempre refrescaAté vir a madrugada,Vê-se o céu estreladoÀs vezes todo riscado.P’los raios da trovoada.

Os pregões da tua maltaD’voz estridente e altaE um sorriso sem igual,Cada um canta diferenteO produto ao seu clienteFazem-no com o ritual.

Vitor Costa

Sons e Cheiros de África

O tema do poema

Lágrima paradaChove por entre as luzes da cidadee a luz molhada, penduradaà frente da janelaé o tempo parado de nadae é tão bom este intervaloem que não penso, não sounem nada acabouapenas, vejo.

A chuva há-de parara luz expandiro coração acordar e partir.

Eu fico no tempo árvore, floronde meu amor vive comigopara a dor.

O sofrimento é lágrima paradaalegria magoada que voltará a sorrir.

Américo Morgado

O chamar da vida No silêncio do quarto vazioo recolhimento, joelhos no peitono jeito de pensamento fechado, sombrio.

Lá fora o vento a chuva o frioaqui, o sossego do corpo por dentroa alma vibrante, cantantesem reparar no que é feio.

É um coração que resiste á agressão ao lixoo chamar da vida persisteinteressadoonda em devaneio sem pensar em pecadoe, não envelhecepor mais ou menos rodeio ou rebuliço.

Vive, vive com vigor exaltanteuma alegria constantecalando a dordesgostos, tropeços, arremessosde um corpo sofredor, que não desiste.

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Alunos produzem sloganssobre a USALMA

Não se deixe envelhecerNão fique em casa sozinhoPara aprender e conviverA USALMA é o caminho

Maria da Graça Neves

Respondendo a um desafio pouco estruturado da nossa parte e no sentido de assinalar a iniciativa Sete dias com os média, alguns alunos corresponderam com a elaboração de slogans, veiculando a ideia de que a USALMA é facilitadora e ajuda a derrubar

barreiras. Aqui se dá conta da colaboração recebida:

1 - Trabalha a sério, com dedicação, junta-te à USALMA e vencerás os obstáculos da solidão.

Edite Afonso

2 - USALMA: o conhecimento não tem idade

Maria da Graça Neves

Sentimos um profundo orgulho no trabalho e na participação dos nosso seniores.

Prof. Edite Prada

Pintura evocativa do 25 de Abril, de Louro Artur

O artista, membro da Apcalmada e professor da USALMA, comemora 40 anos de Abril em pintura inédita, em formato A3, editada pela Associação de Professores do Concelho de Almada, cujo lançamento teve lugar no Externato Frei Luís de Sousa, a 24 de Abril, no contexto da Conferência Censores e Censura à Imprensa no Estado Novo de Salazar e Caetano por Joaquim Cardoso Gomes.Para que a memória seja futuro faça desta pintura um dos quadros da sua casa e um presente para certos amigos, pelo valor de 5,00€, disponível na sede da Associação.Colabore na ampliação da atividade editorial da Apcalmada e USALMA.40 anos de Abril

Associação de Professores do Concelho de Almada

Informação Editorial

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Ao desacostar o cacilheiro estremece.- Recebeste um elogio pelo trabalho…Julieta não ouviu.

Na manobra de marcha à ré, motor e hélice repercutiram um ruído mecânico ensurdecedor, insuportável…

Apontada a proa na direção do Cristo Rei, o cacilheiro desliza agora suavemente.

Julieta olha através da janela…O sol tombava para além da foz do rio, tingindo

de vermelho o poente…- Julieta, não ouves? Há dias que não pareces a

mesma… Já sei “Ce sont Les Fleurs du Mal”…Esse Baudelaire dá-te a volta…

- As minhas preocupações são outras, Ana…- É o teu irmão em Paris…Julieta olhou a companheira de viagem… Era uma boa amiga. Desde a escola primária

que eram condiscípulas… Confidentes, não tinham segredos…

- Aí é que está… já não está em Paris - tapando a boca com as mãos segredou:

- Mais para Leste, nem sabemos onde… Quando puder conto-te pormenores…

De novo o ruído do motor, outro estremeção e o cacilheiro atraca.

Os passageiros desembarcam correndo para as paragens de autocarro.

Ana e Julieta despedem-se com um Xau sorridente.

Julieta ao chegar junto ao prédio onde morava viu à porta muitos vizinhos.

Não pode deixar de estranhar tal ajuntamento… àquela hora ao anoitecer!

Algo de inusitado e grave teria acontecido!Deu as “boas noites”, ouviu alguns “olá”. Hesitou - mas perguntar o quê…? Entrou subindo

preocupada e apressadamente até à morada, no segundo direito.

Ao abrir a porta de entrada, a mãe veio da cozinha e abraçou-se-lhe a chorar desatinadamente.

- Vi a vizinhança quase toda lá em baixo, mãe… que aconteceu, mãe?

- O Tomasino, filha… o Tomasino morreu… já não está entre nós…

O pai veio da sala com o jornal A Bola na mão.Entraram para a cozinha e foi o pai que contou…

pela manhã vieram dois tropas, dois oficiais, perguntar pela morada do alferes Tomás Correia. Deviam ter perguntado no café pois veio o Aníbal com eles. Bateram primeiro à porta do rés-do-chão esquerdo. Estava lá a mãe do Eduardo. Pediram-lhe que fosse com eles à vizinha do lado para darem a notícia. O Tomasino foi apanhado numa emboscada lá na Guiné e morreu.

Julieta escutava o pai abraçada à mãe e choravam as duas.

A mãe, contendo o choro, interveio na narrativa:- Filha, um desgosto assim… ouvi-lhe os gritos

e corri para lá… A dona Isabel desmaiou. Veio o doutor Lacerda e a esposa, veio meio mundo… teve de tomar um calmante… fui eu que telefonei para a Suíça, para a filha… vem já a caminho… o pai está embarcado, até à tarde ainda não tinha sido contactado.

Entretanto, foi retirando de um armário pratos e talheres.

- Ponho a sopa na mesa vocês tem que comer…- Mãe, não quero nada… mas vamos lá…

comemos todos.O pai sentou-se à mesa, foi desabafando:- Esta guerra! Esta guerra…!Julieta, revoltada, foi assertiva:- Isto tem de acabar! É uma injustiça. Mandam

para a morte a juventude deste país. Temos de agir!- Concordo filha que é uma injustiça… não sei

como é que se pode acabar com isto… Mas não te metas em política… isto vai mudar…

- Mudar, como, pai? Sem fazer nada? Olhe, eu já sou grandinha, entretenha-se lá a ouvir as “Conversas em Família” do Caetano…

A mãe atalhou:- Vá, não estejam para aí com essas conversas…

não é o momento.- Com certeza mãe…- Desculpa, filha… Sei que és grandinha e sabes

mais que eu que sou uma ignorante…Mãe e filha desataram de novo num choro pegado.

O pai levantou-se e foi abraçá-las e beijá-las, retirando-se depois para a sala.

Isto tem de acabar!

Fernando Antunes

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A filha tinha razão, esta guerra já devia ter acabado, ou nem começado….

Temia por ela. Aquelas ideias de democracia, de ser do contra, poderiam comprometer-lhe o futuro…

Não houve serão. Deitaram-se todos. Júlia ainda desfolhou umas páginas da Teoria Geral de Literatura mas não conseguiu concentrar-se.

Sete horas da manhã…Ouviu a mãe sair e pouco depois chegar.

Chamou-a.- Fui ver da dona Isabel, ainda está a dormir,

falei com a esposa do doutor Lacerda que passou lá a noite… teve uma noite agitada, lá conseguiu adormecer a poder de calmantes…. Vens tomar o pequeno-almoço?

Ao toque do telefone a mãe foi atender:- É para ti filha, é o Afonso… já sabe…Combinou encontrar-se à porta do externato Frei

Luís de Sousa.- Mãe vou sair… venho almoçar, só tenho uma

aula à tarde… queres que te traga alguma coisa?- Passa pela Lãs Labeth, traz-me uns novelos que

estão encomendados, diz que são para mim…Saiu… a mãe ficou agarrada à máquina de

tricotar…A mãe… em casa, a tudo deitava a mão para

poder aumentar o orçamento familiar… trabalhos de modista, crochet, tricot… tinha já a vista cansada mas dizia que só parava quando a filha tirasse o curso…

Ao sair certificou-se de que em casa da mãe do Tomasino havia silêncio e não quis perturbar… a esposa do doutor Lacerda deveria lá estar, para quê incomodar?

A manhã estava ainda meio enevoada, triste… como tantas vezes a natureza se conjuga com o estado de espírito…!

Para atalhar caminho, Júlia encaminhou-se até ao Mercado de Levante, uma feira ao ar livre, também chamada a “feira dos ciganos”. Em tempos, todo aquele espaço era uma quinta com hortas e árvores de fruto.

Júlia atravessou a feira, os feirantes já com as bancas montadas; de um lado frutas, hortaliças e legumes, umas bancadas com peixe e, do outro lado, os feirantes de roupas e quinquilharias…

Junto ao portão do Frei Luís de Sousa estavam o Afonso, frequentava Agronomia, o Miguel e a Ana, estagiavam advocacia, e alguém que conhecia

apenas de vista, ao que julgava saber, jogador de futebol…

O Afonso e o Miguel apresentavam-se com um fumo preto no braço.

Após alguns comentários de consternação a Ana apresentou:

- Julieta… o Jorge é nosso amigo… amigo do Tomasino…

Decidiram ir até ao Café Central…Juntaram duas mesasMiguel recordou:- Vínhamos para aqui estudar…E foi um desfiar de recordações, as viagens de

finalista, as férias na praia na Costa de Caparica e no Algarve, os professores…

Jorge foi avisando:- Não olhem… ali junto ao balcão há um tipo que

não tira os olhos de nós… Ana desaparece e Julieta vá-se também embora. Eu pago os cafés…

- Quem paga sou eu - objetou Afonso.Ana foi avisando:- Eu comi um bolo e bebi um galão…Jorge levantou a voz em tom provocatório:- Eu pago, sou capitalista…Ana ironizou:- Gosto dos capitalistas, dos que pagam bolos e

galões…Jorge voltou a avisar:- Meninas, vamos a andar, o gajo está de olho em

nósJulieta lembrou:- Tenho um recado para a minha mãe… tenho de

passar nas Lãs Labeth.Quando mais tarde Afonso e Jorge se levantaram,

deixaram escrito sobre as duas mesas e na parede a tinta preta e vermelha: Abaixo a Guerra Colonial…

Foi à tarde, já dentro do cacilheiro, que Julieta soube:

- O Afonso e o Jorge foram presos…O cacilheiro deslizava agora a meio do Tejo. Júlia e Ana limpam lágrimas, inconformadas.Júlia, mordendo os lábios exclama:- Isto tem de acabar…! Realmente…

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Conferências

Pelos 40 Anos do 25 de Abril

No dia 24 de abril, pelas 15.00 horas, no Auditório do Externato Frei Luís de Sousa, teve lugar a conferência Censores e Censura à Imprensa no Estado Novo de Salazar a Caetano, proferi-da pelo investigador Dr. Joaquim Cardoso Gomes.

A sessão foi presidida por Teodolinda Silveira (vice presidente da Associação) e contou com a presença de Jerónimo de Matos (diretor da USALMA), António José Matos (vereador da Educação e Cul-tura), José Zaluar (académico, exilado em Paris à época do 25 de Abril), para além do orador Dr. Joaquim Cardoso.

A moldura deste evento comemorativo é musical e poética: coros polifónicos da USALMA e da Escola Anselmo de Andrade e poemas de Abril pela turma Encontro com a poesia. Uma atuação brilhante que se pautou, nomeadamente por Acordai e Grândola Vila Morena, em arranjos de Fernando Lopes Graça.

Neste contexto, houve lugar ao lançamento da pintura inédita 40 Anos de Abril, de Louro Artur, editada pela Apcalmada.

Dada a relevância da problemática da conferência, transcreve-se a síntese elaborada pelo orador:Nesta conferência o autor começa por colocar o problema do acesso às fontes para a história da censura

à imprensa na ditadura salazarista-marcelista. Após traçar em linhas gerais a evolução do aparelho da censura de 1926 a 1945, evidenciando os aspectos de natureza organizacional e, em particular, o seu pes-soal político exclusivamente militar, questiona-se a existência de um particularismo português, no quadro dos regimes autoritários, no que concerne ao modelo de censura prévia.

Para o período do pós-guerra serão analisados , a nível da direcção, a persistência de um núcleo duro de oficiais superiores do Exército, sinalizados na memória colectiva como os “coronéis” da censura e os condicionalismos que explicam a entrada tardia de civis na censura, fenómeno extensível aos corpos inter-médios do aparelho, as comissões do Porto e Coimbra e as delegações da província e ilhas.

Tomando como ponto central da sessão os censores à data do 25 de Abril de 1974, procura-se encon-trar os sinais de renovação e de inércia na máquina censória, quanto ao seu pessoal político, sobretudo no período marcelista, acentuando a crescente perda de autonomia funcional de um aparelho anquilosado no estertor do regime ditatorial.

Prof. Ernesto Fernandes

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O Grupo de Saúde da USALMA levou a efeito, no dia 16 de maio de 2014, uma conferência a que deu o nome de Saúde numa tarde.

Abriu a sessão o Professor Jerónimo de Matos, Diretor da USALMA. Dirigiu palavras de saudação a todos os presentes, agradeceu aos organizadores e à Direção do Externato Frei Luís de Sousa e con-gratulou-se com o elevado número de participantes, sinal do grande interesse que a saúde desperta no seio da comunidade de professores e alunos da nossa Universidade.

Os temas são, na verdade, de grande interesse.I - O Equilíbrio Emocional, em que usaram da

palavra os psicólogos Dra. Rosa Almeida e Dr. Hugo Guerra.

Destacaram a importância do bem-estar mental na prossecução do estado de saúde geral, que não é ape-nas a ausência de doença, mas um estado sustentável de bem-estar físico, mental e social.

Apresentaram alguns exercícios de criatividade, atenção, concentração fáceis de executar, que melho-ram o funcionamento do cérebro, com vista a preve-nir o declínio acentuado das suas funções.

Salientaram os benefícios psicológicos do exer-cício físico ao proporcionar maior eficácia na re-solução dos problemas do dia-a-dia, bem como no aumento da autoestima. Não foram esquecidos os exercícios respiratórios e de relaxamento.

II – Dieta Mediterrânica – padrão alimentar de referência para a Saúde Pública.

O Professor Doutor Manuel Carrageta apresentou o tema, baseando-se em estudos científicos efetuados por entidades altamente conceituadas.

O orador fez a caracterização do clima mediter-rânico, entre 30º e 45º de latitude, que condiciona a existência de uma agricultura com base em cereais, leguminosas, hortaliças, fruta fresca, frutos secos, vinha e oliveiras. Os alimentos dela obtidos, alia-dos a um consumo considerável de peixe (sardinha, cavala) e a um estilo de vida tranquilo, assente num

ambiente psicossocial estável e numa estrutura fami-liar alargada, constituem o segredo da Dieta Medi-terrânica considerada pela Unesco como património imaterial da Humanidade. O azeite assume um papel muito importante ao fornecer a gordura de qualidade de que o organismo necessita. O vinho, especial-mente o tinto, desempenha o papel de antioxidante, anti-inflamatório, vasodilatador e mitigador da arte-riosclerose. “O vinho é um alimento, um remédio ou um veneno – é só uma questão de dose”, como dizia Paracelso.

Duas palavras fundamentais em questões de ali-mentação: variedade e moderação.

III – O Exercício FísicoO Dr. Hugo Gonçalves apresentou o sedentaris-

mo como um fator de risco equiparado ao vício do tabaco e à alimentação incorreta no desencadear de doenças coronárias e cerebrovasculares.

A atividade física, por seu lado, contribui para o controlo de diabetes, colesterol, hipertensão arterial, osteoporose, dores osteoarticulares e, como ficou dito no I tema, reduz a ansiedade e melhora a autoes-tima.

Estes benefícios podem ser alcançados com apenas 30 minutos de exercício físico diário, como caminhadas, natação, ciclismo, corridas e outras for-mas de ginástica.

Importante é a orientação médica para que qual-quer pessoa possa e deva praticar exercício físico.

Nota final: “Quem não tem tempo para o exercí-cio físico irá encontrá-lo para as doenças”.

Uma surpresa para terminar: o Dr. Marco Passi-nhas orientou uma agradável sessão de exercícios físicos, executados ali mesmo entre as cadeiras do auditório, mostrando que qualquer pessoa os pode executar até na própria casa.

O Professor Jerónimo encerrou a sessão, cum-primentando o Grupo de Saúde por tão interessante Saúde numa tarde.

José Monteiro

Saúde

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Correio da Usalma 11

A Vida entre MarésO Dr. Manuel Lima, bacharel em Geologia e licen-

ciado em Animação Sociocultural, proferiu uma pa-lestra subordinada ao tema em epígrafe, no dia 27 de fevereiro de 2014, no Auditório da Escola Secundária Emídio Navarro.

Atualmente, já reformado, é professor da disciplina

Património Histórico e Natural na Universidade Sé-nior do Seixal. É autor de dezassete obras relativas ao património histórico e natural da zona ribeirinha do Tejo, especialmente do Município do Seixal.

O palestrante explicou a razão de ser do título A Vida entre Marés: O resultado do estudo de algumas formas de vida, efetuado durante os anos de 2012 e 2013, na zona litoral compreendida entre o nível mais profundo da baixa-mar e o nível mais elevado

A Emigração Portuguesa antes de 25 de Abril de 74 uma experiência vivida

A Emigração Portuguesa antes de 25 de Abril de 74 – uma experiência vivida foi o tema da conferência realizada no Auditório da Escola Secundária Emídio Navarro, no dia 13 de março de 2014, tendo como convidado o escritor Gabriel Raimundo. Integrada nas Comemorações dos 40 anos do 25 de Abril levadas a cabo pela Apcalmada-USALMA, teve a participação do grupo musical Renascer, proporcionando ao evento o ambiente alegre e colorido de várias canções de raiz popular.

Introduziu o tema o Professor Jerónimo de Matos, Diretor da USALMA, que salientou as semelhanças e contrastes entre a emigração anterior ao 25 de Abril e a que se verifica atualmente. Em ambos os casos está envolvido um Povo que sabe estar entre todos os povos, respeitando e sendo respeitado, ao pôr em prática o ideal da Fraternidade.

O Professor José Zaluar apresentou o orador, Gabriel Raimundo, autor de 23 títulos, distribuídos por diversos géneros: romance (9), infanto-juvenil (5), entrevista (3), crónica (2), “estórias” (2), monografia (1), novela (1). O facto de terem sido ambos exilados e ativistas políticos em Paris, em maio de 1968, fez com que apresentação oração (de orador) se articulassem de modo natural, como as cerejas. Ora as cerejas foram mote dado pelo último romance do conferencista, Cerejeiras em Paris (Chiado Editora, 2013), que foi aproveitado pelo apresentador para lembrar O Tempo das Cerejas, de Yves Montand, e afirmar “as revoluções sabem-me a cerejas”.

Com uma articulação rápida das palavras, sem esconder a pronúncia típica da aba sul da Serra da Estrela (Tortosendo, Covilhã), o almadense por adoção pôs em evidência algumas características da emigração portuguesa anterior a 1974.

Foram de dois tipos os motivos principais que levaram os portugueses a abandonarem as suas terras: os económicos e os políticos.

Os emigrantes conseguiram certa melhoria económica evidente, mas tornada possível, muitas vezes, por associar a uma capacidade de resistência muito elevada, condições físicas e morais adversas: habitações rudimentares, dificuldades de comunicação, submissão ao “deus” absoluto chamado produção, desencontro de horários entre casais, desenraizamento social e cultural.

O orador enalteceu a capacidade associativa e solidária manifestada pela grande maioria dos nossos compatriotas. A tendência natural era a de se agruparem conforme a região da sua procedência (transmontanos, beirões, alentejanos, etc.) atraídos pelos costumes e tradições, nomeadamente folclóricas e alimentares, dando origem a associações legalmente constituídas que, ainda hoje, constituem um sinal de afirmação cultural e de apoio comunitário.

No diálogo muito vivo que entretanto se estabeleceu foram reveladas situações, umas caricatas, outras de extrema carência, bem como ações de grande generosidade praticadas por alguns compatriotas mais bem integrados ou de maiores recursos materiais.

Após as palavras de encerramento do Professor Jerónimo, que enfatizaram a capacidade de integração e o sentimento de fraternidade dos portugueses espalhados pelo mundo, o orador/autor autografou exemplares da sua última obra, enquanto os participantes se envolveram em animada confraternização.

José Monteiro

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Correio da Usalma 12

O caso galego no mundo da Língua Portuguesa

No dia 21 de Fevereiro de 2014, dia internacional da língua materna, teve lugar, no auditório da Escola Secundária Cacilhas-Tejo, um colóquio com o tema «O caso galego no mundo da língua portuguesa».

O orador, Doutor Isaac Lourido, natural da Galiza, foi apresentado pelo Prof Carlos Rocha, que acentuou a sua formação universitária em Filologia Hispânica e Galega na Universidade de Santiago de Compostela. Desde Outubro de 2013 é leitor do Centro de Estudos Galegos da Faculdade de Ciências Sociais e Huma-nas, da Universidade Nova de Lisboa.

Iniciou a palestra dizendo que ia falar na sua língua materna, o galego. É uma língua idêntica ao português, um pouco com o «xe» da beira alta, com

caraterísticas próprias, perfeitamente compreensível para nós, portugueses.

A Galiza, nome que vem da província romana Galla-ecia, é uma comunidade autónoma do estado espanhol, com língua própria. Verifica-se atualmente uma ten-dência para o castelhano se tornar preponderante no universo urbano, sendo a língua utilizada nos bancos, farmácias, até no comércio, adotada pelos mais jovens, permanecendo o galego a língua dos mais velhos e do mundo rural. O orador citou o seu caso pessoal – os pais falavam com ele em castelhano até aos dezasseis anos e aí ele decidiu aperfeiçoar o galego.

Fala-se mesmo de um auto-ódio, expressão que causou estranheza na assistência e o Doutor Isaac Lourido explicou: os galegos desprezam a sua própria língua e cultura, ao contrário, por exemplo, dos bascos que são mais aguerridos na luta pela sua autonomia.

Nos últimos tempos, desencadeou-se na Ga-liza um movimento de nível cultural e linguís-

da preia-mar. A um ritmo muito vivo e com diapositivos de

grande qualidade o orador revelou imensos tesouros que connosco partilham a grande aventura da Vida. Foi uma tão breve hora e meia de descoberta e espan-to.

As algas foram as primeiras a desfilar. Vegetais tão simples que não precisam de sistema vascular, folhas, caules ou raízes. Para elas um talo chega (talófitas). E alimento? O mais simples: tendo pigmentos verdes (clorofila), o dióxido de carbono, a água e a energia solar bastam. Tão simples, mas com preferências co-lorísticas. As verdes (clorofíceas) expõem sem pre-conceitos toda a sua clorofila. As castanhas (feofíce-as) mascaram a clorofila fundamental por entre pig-mentos castanhos. Algumas disfarçam mal a tendên-cia para o azul. As vermelhas (rodofíceas) disfarçam bem, mas lá no fundo está sempre a clorofila. As que mais se empenham ficam negras ou azuis (gostos…).

Ao passar para o reino animal surgiram as esponjas. Primitivas e simples são formadas por uma cavidade e uma única abertura exalante, o ósculo. Bombeiam a água para fixarem, por filtração, os alimentos direta-mente nas células.

Subindo na escala da complexidade, vieram as ané-monas, as alforrecas (ambas urticantes), as minhocas (Anelídeos) sem esqueleto; pulgas-do-mar, bichos--de-conta-marinhos, baratas-do-mar, camarões, ca-marinhas, caranguejos (Crustáceos) com esqueleto externo (exosqueleto) que é mudado várias vezes du-rante a vida.

Com batentes de porta (valva em latim) chegaram os Moluscos. Univalves (uma valva só), os Gastrópo-des (pé no estômago) – búzios de vários tamanhos, lapas, burriés, vinagreiras, lesmas do mar, etc.; os Bi-valves (duas valvas) – os sedentários mexilhão e ostra e os livres amêijoa, berbigão, lambujinha, longueirão (canivete) e cadelinha (conquilha).

Entretanto compareceram os Cefalópodes (pés na cabeça) discretos, protegendo-se em nuvens de tinta, o choco e o polvo.

Os Equinodermes (espinhos na pele) pepino-do--mar, asterina, estrela-do-mar, ofiúrios com e sem es-pinhos e ouriço-do-mar não faltaram.

Finalmente os peixes, com seu esqueleto interno (endosqueleto) mostraram o que é variedade. Con-tando bem, eram vinte e sete espécies. Entre os mais conhecidos viram-se cavalo-marinho, xarroco, sal-monete, enguia, linguado, tainha, congro, robalo e dourada.

Como quem remata a moldura o orador mostrou uma coleção de conchas que bem podia ser feita por qualquer um de nós, dando atenção aos nossos vizi-nhos habitantes deste maravilhoso condomínio Estu-ário do Tejo.

Tudo ficou à disposição de quem adquiriu ou venha a adquirir a obra A VIDA ENTRE MARÉS, do estuário do Tejo à costa atlântica, 176 pp., Edição do autor, que vivamente se recomenda, pela riqueza da infor-mação e a qualidade fotográfica.

José Monteiro

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VideoconferênciaDesenvolvimento Sustentável – Falácia Conveniente foi o tema da videoconferência realizada no Auditório do

Externato Frei Luís de Sousa, no dia 21 de Março de 2014, tendo como oradores João Corte-Real, Professor Catedrático Emérito da Universidade de Évora e Ricardo Augusto Felício, Professor da Universidade de S. Paulo, Brasil.

O Professor Jerónimo de Matos, Diretor da USALMA, apresentou os oradores e realçou o concerto das disponibilidades e das capacidades técnicas que tornaram possível esta videoconferência, especialmente o empenho do Eng. Luís Amorim.

Usou da palavra, em primeiro lugar, o Professor Corte-Real que, em traços largos, fez uma retrospetiva histórica das ações levadas a cabo pelas Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, desde 1972.

Segundo o orador, os princípios que nortearam essas realizações são louváveis, mas não a maneira de os pôr em prática, porque, em muitos casos, os benefícios são canalizados para o enriquecimento de alguns grupos económicos. Como exemplo o orador apontou o facto de o preço das energias renováveis estar duas a três vezes acima do seu custo real e de, em certos casos, as opções ditas amigas do ambiente serem perigosas, como as lâmpadas economizadoras, devido ao mercúrio, um dos seus componentes.

Quanto às Alterações Climáticas, o Professor Corte-Real mostrou-se convencido de que a ação humana não é determinante no jogo de todas as variáveis. Destacou como causas de maior impacto a atividade solar, as oscilações da temperatura do Atlântico Norte, (La Niña) e do Oceano Pacífico (El Niño), a atividade vulcânica. Em seu entender, dados científicos mostram que o aquecimento global foi interrompido. No entanto, sustentou que existe um problema energético no mundo e que a luta pela sustentabilidade tem aspetos muito positivos.

A intervenção do Professor Ricardo Augusto Felício, a partir do Brasil, começou por tratar o conceito de Economia Verde e o Desenvolvimento Sustentável de modo incisivo: “Uma falácia. Ninguém sabe o que é o Desenvolvimento Sustentável, como ninguém sabe pô-lo em prática”.

O orador acrescentou que o Desenvolvimento Sustentável é imposto com base em três fatores (Tríade do Medo): Aquecimento Global, Alterações Climáticas e Caos Ambiental, Na sua opinião, não existem evidências científicas quanto ao aquecimento global, nem quanto ao efeito de estufa provocado pelo CO2 e que a ação humana é insignificante tanto para provocar alterações climáticas como para as evitar.

O medo incutido na opinião pública pelos defensores do Desenvolvimento Sustentável terá como objetivo fazer com que as sociedades emergentes não atinjam níveis de desenvolvimento que ponham em causa o modo de vida das sociedades desenvolvidas, desviando as atenções das verdadeiras questões que se põem à Humanidade, como a fome gerada pela iníqua distribuição da riqueza, a falta de água e a concentração populacional desordenada em megacidades.

Antes de se ausentar para dar uma aula, o Professor Jerónimo agradeceu a disponibilidade dos conferencistas, bem como a preciosa colaboração do Externato Frei Luís de Sousa e deixou um apelo: “É necessário usar a inteligência para não nos deixarmos manipular”.

Da viva troca de opiniões que se seguiu salientamos: o gás natural é subsidiado como se de uma energia renovável se tratasse; as centrais térmicas mantêm-se em funcionamento para prevenir eventuais ausências de vento; a indústria petrolífera subsidia os ambientalistas; os antiambientalistas não divulgam as suas ideias por medo de represálias; as ideias das alterações climáticas não são divulgadas no Reino Unido por não serem científicas, mas políticas; os modelos matemáticos estão preparados para darem os resultados pretendidos, não levando em conta outros fatores de grande relevância; devido às alternâncias orbitais da Terra podemos estar a caminho de uma nova era glaciar e não do aquecimento progressivo.

J. Monteiro

tico para valorizar o galego. Partiu de intelectuais e escritores, sendo os mais conhecidos Manuel Rivas, Mendez Ferrin e Carlos Quiroga.

Terminou a sua exposição, referindo a identidade entre os dois idiomas – o português e o galego, para a qual apontou uma razão: o português tem por base a língua romana, mas foi beber o romano já assimi-lado na Galiza, é portanto um português de origem

românica, mas por via do galego, língua que foi des-cendo da Galiza por esse retângulo abaixo que tem o nome de Portugal.

Após um vivo debate, a Prof ª Edite Prada encerrou o colóquio, com palavras de agradecimento a um docen-te, investigador e grande defensor da língua galega.

A aluna Luísa Elvas

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Eventos So cioculturaisViagem à GalizaNos dias 29 e 30 de abril e 1 e 2 de maio de 2014, realizou-se uma viagem

cultural à Galiza, no âmbito da disciplina História da Cultura e da Arte da Prof. Júlia Carrapo, aberta a outros professores e alunos da Usalma.

Partimos de manhã cedo e almoçámos em Vila Nova de Cerveira, num restaurante típico, lá bem no alto, a pouca distância do emblema da região, o cervo de metal que do cimo da serra rasga o céu em contraluz!

De espírito aberto e curiosidade aguçada, desvendámos os segredos da Galiza.

Castro de Santa Tecla, onde existiu uma assinalável civilização castreja, de origem celta, cujas habitações, algumas reconstruídas, ainda hoje se podem admirar.

Pontevedra, com ruas típicas e casas brasonadas. Uma estátua chamou a nossa atenção: era a de um homem pequeno e magro, com uma longa barbicha e bengala - o escritor Ramon Maria Valle. Visitámos a Real Basílica de Santa Maria, a Capela da Peregrina e a Praça da Ferraria, onde o guia referiu o dito popular: Maria, se queres casar/ não te cases com o ferreiro/ Qu’es mui duro de lavar/ Casa-te com o marinheiro/Que vem lavado do mar!

Vigo, a maior cidade da Galiza, cujo porto de pesca é um dos maiores do mundo. Nas palavras bem-humoradas do guia, Vigo trabalha, Santiago reza e a Corunha diverte-se. A zona portuária, Bairro da Ribeira, com suas casas antigas e estreitas, cujo caraterístico rés-do-chão tinha sido destinado à venda de peixe, e a longa avenida à beira das praias, sendo a mais conhecida a Praia do Samil, ocupou-nos um dia.

Seguindo para norte, surpreendeu-nos a Galiza verdejante, onde, aqui e além, sobressaiem os típicos espigueiros ou combarros.

A Corunha, cidade cosmopolita, embelezada por rotundas com pedras coloridas e arvoredo. As suas praias são muito frequentadas de 24 de Junho a fins de Setembro. A Praça Maria Pita, onde se encontra a Câmara Municipal, é imponente. Do passeio público da La Marina vê-se o Rio Mero que se transforma em ria ao misturar-se com as águas do mar. Curiosamente, as rias de Pontevedra e Vigo são baixas e as da Corunha são altas. Admirámos o Aquário Finisterra, com as suas espécies marinhas e assistimos à alimentação das focas, mantidas em reservatórios exteriores.

No ponto mais a norte, fica o mais antigo farol em funcionamento, denominado Torre de Hércules. No século XVI, foi revestido com uma pele neoclássica, para evitar ser corroído pelo sal. No ano 2000 foi considerado património cultural da Unesco.

Santiago de Compostela, um dos principais locais de peregrinação da Europa, onde confluem os bem conhecidos Caminhos de Santiago. Da Praça Rosalia de Castro avistam-se as torres da catedral, através de árvores de grande porte. Curiosa a estátua de duas velhas, de trajes garridos, a Maria e a Corália, filhas de um anarquista. Pelo facto de irem passear ao parque sempre à mesma hora, são conhecidas pelas «duas em ponto».

Digno de nota o Museu da Catedral pela sua enorme riqueza. Da missa solene na Catedral destaca-se a impressionante cerimónia do lançamento do turíbulo ou botafumeiro, que, em vigoroso movimento, liberta o cheiro mágico e inebriante do incenso…O guia Jesus Anjo (duplamente divino para o seu humor) conduziu uma visita ao interior da Catedral, chamando a atenção para pormenores relevantes e terminando-a no Pórtico da Glória, cujo arco central é apoiado por um decorado mainel com a escultura de Santiago.

O almoço no restaurante D. Quixote pôs termo Cerimónia do Botafumeiro Santiago de Compostela

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Eventos So cioculturais

Visita duplaAs turmas de Língua e Cultura Portuguesa,

Iniciação ao Jornalismo e Literatura Portuguesa, realizaram uma dupla visita de estudo, no dia 21 de maio de 2014.

Acompanhadas das respetivas professoras, Edite Prada e Glória Brito, ocuparam a manhã na Casa Fernando Pessoa, percorrendo, na voz de uma jovem cicerone, os factos e datas mais importantes da vida do autor da Mensagem, único livro por si publicado em português. Algum mobiliário e outros pertences testemunharam a vida absolutamente comum de um dos maiores poetas portugueses, cuja poesia “primeiro estranha-se, depois entranha-se”, no dizer do próprio, mas num projeto de anúncio a uma bebida, afinal proibida pelo regime político de então.

Apreciável é a biblioteca do 1º piso, constituída pela biblioteca particular do poeta, por todas as suas obras, por tudo o que se tem escrito sobre a sua vida e obra e por um fundo considerável de poesia portuguesa e estrangeira

A parte da tarde foi dedicada à Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago, onde os visitantes foram transportados nas palavras calorosas daquela que, durante mais de trinta anos, foi a revisora literária do autor de O Ano da Morte de Ricardo Reis, seguindo a criança nascida em casa de chão térreo até ao faustoso banquete de Oslo, onde o Nobel Português de Literatura não esqueceu o avô Jerónimo, aquele que se despediu de cada árvore do quintal com um abraço, quando a falta de saúde o empurrou para a Cidade Grande. Seguramente, a obra de José Saramago ganhou mais leitores, depois de ouvidas as referências feitas por quem esteve tão próxima da edição da grande maioria dos livros do escritor.

Digna de realce é a exposição permanente da vida e obra de José Saramago, onde se podem encontrar quase todas as traduções dos seus livros.

O trabalho de recuperação arquitetónica da casa de Brás de Albuquerque, filho de Afonso de Albuquerque, Vice-Rei da Índia, é outro motivo de interesse.

José Monteiro

2.º Festival de Música SéniorO Núcleo de Academias do Universo Sénior

(NAUS) realizou o 2.º Festival de Música Sénior, no Auditório Ruy de Carvalho, em Carnaxide, nos dias 20, 21 e 22 de maio de 2014, com o intuito de “ continuidade aos diversos eventos culturais já realizados no sentido do fortalecimento da união, intercâmbio e convívio entre as entidades integrantes e universidades seniores portuguesas”, como explicita o Programa do evento.

Participaram grupos de várias localidades, tais como Barreiro, Benfica, Oeiras, Massamá, Linda-a-Velha, Ajuda, Carnaxide, Campo Grande, Queluz, Sintra e Almada. No terceiro dia coube a vez à USALMA, representada pelo Coro Polifónico e o Ensemble de Guitarras.

O Coro, dirigido pelo Maestro, Victor Gaspar, interpretou as peças Aleluia, Cantiga 100, Porque me não vês Joana, Venide a sospirar al verde prado, Gaudeamos igitur, Ó rama da oliveira, Acordai e Grândola, vila morena. O Ensemble, sob a direção do Professor Francisco Sabrosa, apresentou Rondó, Taconeado, Noche en los Andes, Nas voltinhas do Marão, Yellow bird e Gotinha de água.

Foram seguidos pela atuação do Grupo Coral e Grupo de Cavaquinhos da UNIQUE de Queluz e o Grupo de Cantares da Nova Atena de Linda-a-Velha.

Cada um, à sua maneira, contribuiu para uma tarde muito agradável de música e convívio.

De modo a preencher o tempo de preparação do palco para a atuação dos sucessivos grupos, o apresentador deu voltas à imaginação e desafiou voluntários a cantar o fado, tarefa arriscada por não se dispor de qualquer acompanhamento. Não esteve com hesitações o nosso colega e professor da USALMA, Joaquim Silva, cantando a Samaritana, no que foi acompanhado pela assistência, que lhe prestou a devida ovação.

A encerrar foi entregue a cada academia um troféu comemorativo do Festival.

O Professor Jerónimo de Matos, Presidente do NAUS, realçou a importância da fruição artística na contínua melhoria da qualidade de vida da população sénior e anunciou a realização de um Festival de Teatro Sénior, no início do próximo ano letivo, em Almada.

O Presidente da Nova Atena, Dr. Vitor Carvalho, organizador do evento, deu conta do entusiasmo, empenhamento e dedicação de todos os que tornaram possível o 2.º Festival de Música, a quem agradeceu.

José Monteiro

à visita e regressamos a Almada, satisfeitos com a variedade e beleza dos locais visitados e com o

agradável convívio que se gerou.

Luísa Elvas/ José Monteiro

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Corpos Sociais Triénio 2012-2014 da ApcalmadaAssembleia Geral – Presidente – sócio n.º 9 – Jerónimo Augusto Guerra de Matos, 1.º Secretário – sócio n.º 266 – Joaquim António da Silva Gomes Barbosa, 2.º Secretário – sócio n.º 4 – Maria Carreiras Costa Saldanha SeabraDireção – Presidente – sócia n.º 865 – Maria de Lourdes Almeida Oliveira ALbano, Vice-Presidente – sócia n.º 863 – Maria Teodolinda Monteiro Silveira, Tesoureiro – sócia n.º 722 – Edite da Conceição Fernandes Prada, 1.º Secretário – sócia n.º 123 – Maria José Sampaio Lopes, 2.º Secretário – sócia n.º 246 – Maria do Carmo de Oliveira Martins Manique, 1.º Vogal efetivo – sócia n.º 864 – Maria Teresa Bellino Athayde Antunes Varela, Vogal suplente – sócia n.º 652 – Rosa Maria Franco Fernandes Pita, Vogal suplen-te – sócia n.º 862 – Maria Madalena Cabrita MendesConselho Fiscal – Presidente – sócio n.º 473 – Joaquim Santos Silva, 1.º Secretário – sócio n.º 254 – Jorge Álvaro Teixeira de Sintra, 2.º Secretário – sócio n.º 95 – Maria Adelaide Paredes da Silva

Sessão de Homenagem a Romeu Correia e Maria Rosa Colaço

Prof.ª Carmo Manique

A sala Pablo Neruda encheu-se, na tarde do dia 24 de maio, para celebrar a obra destes dois escritores e os valores que intransigentemente defenderam: a Liberdade, a Justiça Social, a Luta contra os Preconceitos, a Fraternidade e a Solidariedade.

Numa organização conjunta da Apcalmada/Usalma e da Câmara Municipal de Almada, esta Homenagem integrou, para além da sessão comemorativa, em que nos honrou com a sua presença o Sr. vice-presidente da CMA, José Gonçalves, uma Exposição Bibliográfica, com cartazes e ilustrações de passagens de obras dos escritores, realizadas por alunos da turma de Técnicas de Desenho e Pintura da USALMA e alunos juniores do Agrupamento de Escolas Emídio Navarro e Escola Secundária Cacilhas-Tejo.

Alunos das turmas de Escritores Almadenses, Teatro, Encontro com a Poesia, Encontro com o Tejo, Alfabetização de Adultos e Informática, e alunos juniores da escola D. António da Costa colaboraram nesta homenagem, com representações e leituras coletivas de excertos de obras dos dois escritores, acompanhadas da projeção de imagens alusivas da autoria de artistas plásticos locais.

Ponto alto desta Homenagem foram os testemunhos dos filhos e do amigo comum de ambos os escritores, Dr. Alexandre Castanheira. Presentes na sessão, eles deram-nos a conhecer aspetos da maneira de ser e estar na vida de Romeu Correia e Maria Rosa Colaço.

A professora Helena Peixinho fez uma comovente leitura dramatizada de um excerto de uma obra de Maria Rosa Colaço, e Almerinda Gaspar e Francisco Naia, respetivamente aluna e professor da USALMA, enriqueceram esta sessão com belas interpretações de composições alusivas à nossa terra e aos valores de Abril, acompanhados à viola por Ricardo Fonseca.

Parabéns à professora Edite Condeixa, principal dinamizadora desta Celebração de dois Escritores de Abril, e a todos os professores e alunos intervenientes, sem esquecer um sincero agradecimento à Câmara Municipal e em especial à Direção do Fórum Romeu Correia por toda a colaboração e apoio prestado!

A reunião de 24 de fevereiro do Conselho Pedagógico tinha como principais pontos da sua agenda o balanço das atividades desenvolvidas no primeiro semestre e a apresentação de propostas de atividades a integrar o programa de Encerramento do Ano Letivo.

São 14 as áreas disciplinares da USALMA e os respetivos professores coordenadores presentes na reunião fizeram um balanço positivo da atividade desenvolvida em aulas, visitas de estudo, organização e participa-ção em colóquios, conferências e sessões culturais e participação em projetos. Os professores representan-tes das áreas habitualmente mais envolvidas nas atividades de Encerramento do Ano Letivo apresentaram algumas propostas para o programa deste ano.

Os 2 alunos representantes do Conselho de Delegados que participaram na reunião deram também al-

Reuniões Institucionais Prof.ª Carmo Manique

Conselho Pedagógico e Conselho Científico

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gumas informações e apresentaram sugestões no sentido de haver maior divulgação das atividades da USALMA nos meios de comunicação, quer a nível local, quer nacional.

O Conselho Científico, nas suas reuniões de 3 e 17 de maio, tratou, entre outros assuntos, da aprovação de novas disciplinas e professores propostos para 2014-2015 que irão enriquecer o já vasto e diversificado leque de oferta da USALMA. Foram, também, aprovados novos modelos de fichas de professor e de disci-plina, tentando corresponder aos pedidos por parte dos nossos alunos de comunicar os programas das ofer-tas letivas de um modo mais uniforme e de disponibilizar esta informação (ficha de disciplina) de um modo mais acessível, na secretaria da USALMA e online.

Na reunião de 3 de maio, o Conselho Científico procedeu, ainda, à eleição dos seus presidente e vice--presidente para o biénio 2014-2016. Assim, foi reeleito presidente o Professor Doutor Alexandre Cerveira, professor de Informática da USALMA, e eleito vice-presidente o professor João Leandro, coordenador da área de Ciências da Vida.

Encontro de Professores da USALMAO habitual Encontro de Professores de final do 1º semestre realizou-se no dia 15 de março, nas instalações

do INATEL. Durante a manhã, a mais de meia centena de professores presentes fez o balanço das atividades desenvolvidas nas suas disciplinas e perspetivou atividades futuras.

Após uma saudação inicial feita pelo Diretor da USALMA, os professores reuniram, primeiro, por áreas, para debater o trabalho realizado e apresentar propostas sobre a estrutura e evolução das suas áreas discipli-nares e propor atividades para o Encerramento do ano letivo.

Depois de uma breve pausa para café, foi a vez de os professores coordenadores apresentarem ao Plenário as conclusões e propostas das respetivas áreas, mas também de divulgarem algumas iniciativas em curso, no-meadamente as atividades interdisciplinares do projeto internacional PLALE, à qual já aderiram, com êxito, turmas das áreas das Línguas e Literaturas, Artes e Informática, e se espera que mais áreas venham a aderir.

Após a intensa manhã de trabalho, nada melhor que um almoço de confraternização, seguido de um agradável momento musical, da responsabilidade do nosso professor Francisco Naia, que nos encantou com belas canções de sua autoria, acompanhado à viola por Ricardo Fonseca.

Este foi mais um momento de partilha de experiências e de debate de propostas para o futuro, por par-te dos nossos professores que, em regime de voluntariado, na sua quase totalidade, continuam a fazer da USALMA uma das maiores universidades seniores a nível nacional.

Conselho de Delegados e Assembleia de Delegados A segunda reunião do Conselho de Delegados, no presente ano letivo, aconteceu no dia 23 de abril e teve

como objetivo principal preparar as propostas de Atividades de Encerramento do ano, a propor à próxima Assembleia de Delegados. O Conselho aprovou manter o modelo de atividades já tradicional na USALMA, que inclui Exposições de trabalhos de alunos das turmas das áreas de Artes e Fotografia e Vídeo, Sessão de Homenagem aos Professores da USALMA, Espetáculo de Música, Poesia e Dança e Espetáculo de Teatro.

Marcados, com a necessária antecedência, os espaços para a realização das Exposições e dos Espetáculos, foi discutido o local, data e hora para a realização da Homenagem, tendo sido acordada a proposta de reali-zação de um Jantar num espaço adequado para a confraternização de um número elevado de participantes, contemplando a inclusão de momentos de música e dança.

A apresentação destas propostas de atividades de encerramento do ano letivo foi feita pela Direção da USALMA à Assembleia de Delegados de dia 9 de maio, que se realizou no Ginásio do Seminário de S. Paulo. Os delegados presentes discutiram e concordaram com estas propostas, tendo apresentado sugestões várias quanto à sua concretização. Foi ainda proposta a realização de um Torneio de Golfe, a exemplo de anos anteriores.

Para além deste ponto principal, a Direção deu informações várias e alguns delegados presentes apresenta-ram um conjunto de sugestões, cumprindo o seu papel de dinamizadores imprescindíveis nesta Universidade Sénior que vai entrar no seu décimo ano de vida ao serviço da comunidade almadense.

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Programa de atividades de encer ramento do ano letivo da USALMA28 de maio 15:00 Envelhecer com prazer – cidadãos seniores ativos na Europa – colóquio/formação pela Dr.ª Mafalda Vigia Auditório da Escola Secundária Emídio Navarro29 de maio 15:00 A Construção da Felicidade Palestra pela Drª Luciana Couto Auditório da Escola Secundária Emídio Navarro30 de maio 16:30 Restaurante do Teatro Municipal Joaquim Benite Chá com Poesia30 de maio 18:00 Átrio da Academia Almadense Abertura da exposição de trabalhos dos alunos de Fotografia Digital do Prof.

Carlos Guilherme30 de maio 20:30 O Tejo e o Fado – Passeio de barco Com sessão de fados com artistas profissionais e amadores. Jantar volante a

bordo. Embarque no cais de Cacilhas31 de maio 17:00 Oficina da Cultura (aberta até 15 de junho) Abertura da exposição coletiva de alunos de Artes Plásticas, Fotografia e

Vídeo da USALMA5 de junho 17:00 Lançamento do livro Incêndio na Floresta dos alunos do 8.º 1 da disciplina de

Educação para a Cidadania Escola Secundária Fernão Mendes Pinto

6 de junho 11:00 Piquenique das Línguas Confraternização e degustação de comida dos países das línguas ensinadas na

USALMA Parque da Paz

Última horaAs atividades de encerramento do ano letivo tiveram início nos últimos dias de maio, com a realização de

dois colóquios e a abertura de duas exposições de artes plásticas, dos quais damos breve notícia. Das restantes atividades, que constam do programa geral inserto nestas páginas, faremos desenvolvida reportagem no próximo número do Correio da USALMA.

ColóquiosEnvelhecer com prazer – Cidadãos ativos na Europa, realizado pela formadora, creditada pela U.E. Drª.

Mafalda Vigia. O colóquio formativo teve lugar no dia 28 de maio no auditório da escola secundária Emídio Navarro, tendo participado um grupo muito interessado de seniores. O colóquio muito elucidativo dos direitos dos seniores na U.E., suscitou animado debate e oportunos esclarecimentos da formadora, exortando os presentes à participação cívica e defesa dos seus direitos nas instâncias políticas da Europa.

A Construção da Felicidade – Teve como formadoras as Dr.as Luciana Couto e Maria Amélia Ramos. Realizado no dia 29 de maio, também no auditório da escola secundária Emídio Navarro, atraiu numerosos participantes, dado o interesse do tema e o ambiente criado pelas formadoras. O colóqui constituiu, mais do que uma conferência, uma vivência muito participada.

ExposiçõesNo dia 30 de maio pelas 18:00 no átrio da Academia Almadense teve lugar a abertura da exposição de

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Programa de atividades de encer ramento do ano letivo da USALMA7 de junho 08:30 Grândola Participação da USALMA no XII Encontro Nacional das Universidades

Seniores membros da Rutis7 de junho 16:00 Abertura da exposição de trabalhos dos alunos do Professor Louro Artur Sede da antiga Junta de Freguesia da Cova da Piedade8 de junho 18:00 Abertura da exposição de trabalhos dos alunos da Professora Felicidade

Vieira. Átrio da Academia Almadense9 de junho 10:00 Visita de estudo à Torre do Tombo Alunos e convidados da Prof. Edite Prada11 de junho 09:30 3.º Torneio de Golfe da USALMA no campo de Golfe dos CApuchos11 de junho 19:30 Jantar de homenagem aos professores da USALMA Instalações do INATEL, Costa da Caparica13 de junho 21:00 Espetáculo de música, poesia e dança pelos professores e alunos da

USALMA Sala Principal do Teatro Municipal Joaquim Benite15 de junho 16:00 Espetáculo de teatro com a peça “Grito no outono” pelos alunos da turma de

teatro da USALMA Sala experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite16 de junho Visita de estudo às Astúrias (até 22 de junho)27 de junho III Encontro Anual do Núcleo de Academias e Universidades do Universo

Sénior (NAUS) Casa do Alentejo, Lisboa28 de junho 3ª Reunião Geral de Professores deste ano letivo Setúbal30 de junho Encontro internacional de Professores do projeto PLALE (até 6 de julho) Bordéus Fotografia Digital dos alunos do professor Carlos Guilherme, com a participação dos alunos de Informática da professora Domitila Cardoso. Mais do que uma exposição, o evento constitui um encontro de convívio social e cultural, com a participação do Ensemble de Guitarras e das turmas de Piano e Encontro com a Poesia.

Exposição coletiva dos alunos de Artes Plásticas, Fotografia e Vídeo da USALMA – Com a presença do representante da Câmara Municipal vereador António Matos e do diretor da USALMA professor Jerónimo de Matos, teve lugar no dia 31 de maio, na Oficina da Cultura a abertura da 2ª exposição coletiva dos alunos dos 8 professores de Artes da USALMA. Muito concorrida e apreciada, quer nas intervenções do senhor Vereador da cultura e educação e do senhor Diretor da USALMA, quer nas calorosas apreciações dos participantes, a exposição teve a colaboração musical do Ensemble de Guitarras, dirigido pelo professor Francisco Sabrosa.

Rota do RomânicoNos dias 23, 24 e 25 de maio um grupo de professores e alunos da USALMA deslocou-se a Guimarães

e à bacia dos rios Sousa e Tâmega, para uma visita de estudo a uma das zonas mais ricas em monumentos de estilo Românico. A visita aos vários monumentos românicos, acompanhada por um guia da Rota do Românico, decorreu com muito agrado dos participantes, que, além dos monumentos românicos da cidade berço de Portugal (castelo, capela de S. Miguel, Paços dos Duques de Bragança, Igreja da colegiada de Nª Sra. da Oliveira e museus Alberto Sampaio e Martins Sarmento), deambularam pelas bacias dos rios Sousa e Tâmega à descoberta das pequenas igrejas e dos grandes mosteiros que, na época românica, contribuíram decisivamente para a formação de Portugal, dos pontos de vista cultural, social e económico. Os participantes avaliaram a visita de estudo com a nota de excelente.

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junho 2014

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José Monteiro

Associação de Professores do Concelho de Almada