correio braziliense (df) · clipping de notícias do dia 14/09/2016 correio braziliense (df)...
TRANSCRIPT
1
Clipping de notícias do dia 14/09/2016
CORREIO BRAZILIENSE (DF)
14/09/2016
BRASIL
Campanha nacional de vacinação começa na
próxima segunda-feira
Neste ano, o esquema de aplicação de quatro imunizantes foi alterado: poliomielite,
HPV, meningocócica C e pneumocócica 10 valente
Começa na próxima segunda-feira, 19, e vai até 30 deste mês, a campanha nacional
de multivacinação. Trinta e seis mil postos oferecerão vacinas a crianças de até 5
anos, de 9 anos e entre 10 e 15 anos. A atualização de hepatite C, no entanto, corre o
risco de não ser feita neste momento. Há problemas nos estoques da vacina, que,
pelos cálculos do ministério, serão solucionados somente quando a campanha estiver
na sua fase final. A maior preocupação com hepatite C é com jovens, pois a cobertura
vacinal de crianças, de acordo com a pasta, é alta.
A recomendação é de que, no caso de não haver vacina, funcionários entrem em
contato com jovens para que retornem aos postos, assim que o imunizante chegar. A
diretora substituta do Programa Nacional de Imunização, Ana Gorete, afirmou que, no
caso das outras doenças, há doses suficientes para realizar a campanha. “O
desabastecimento enfrentado nos últimos dois anos foi solucionado”, disse. Foram
adquiridas 19 mil doses extras para fazer a campanha.
Neste ano, o esquema de aplicação de quatro imunizantes foi alterado: poliomielite,
HPV, meningocócica C e pneumocócica 10 valente. O da pólio passou a ser feito por
meio de três doses da vacina injetável (aos 2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de
vacina oral, a da gotinha. Até ano passado, o esquema era feito com duas doses
injetáveis e três orais. A mudança atende a uma recomendação da Organização
Mundial da Saúde.
No caso do HPV, o esquema vacinal passou este ano de três para duas doses, com
intervalo de seis meses entre elas. O esquema anterior, no entanto, continua valendo
para mulheres com HIV em idade entre 9 e 26 anos. No caso da vacina meningocócia,
a mudança ocorreu no reforço. Antes, era feito aos 15 meses. A partir de agora, pode
ser feito aos 12 meses. Há possibilidade, no entanto, de o reforço ser feito até 4 anos.
No caso da pneumocócia, houve também uma mudança: agora são dois em vez de
três reforços. “Vacinação é todo dia. Este é um esforço para regularizar as
cadernetas”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ao apresentar as peças da
campanha, que começam a ser veiculadas a partir de hoje.
2
CORREIO BRAZILIENSE (DF)
14/09/2016
SAÚDE
Filho prematuro, mais risco de depressão
Estudo americano mostra que a incidência da doença é quase o dobro nas mães de
bebês que demandam muito cuidado médico após o parto. Entre os fatores
desencadeantes, está a diminuição da percepção de bem-estar e de conforto com o
filho
Por dia, 41.095 bebês nascem antes de completar 37 semanas de gestação, estima a
Organização Mundial da Saúde (OMS). Primeira causa de mortalidade de meninos e
meninas com menos de 5 anos, a prematuridade também é responsável por
problemas visuais e auditivos e incapacidades de aprendizagem. Um estudo da
Warren Alpert Medical School, da Universidade de Brown, nos Estados Unidos, traz o
impacto do parto antecipado nas mães. Segundo pesquisa divulgada na última edição
do The Journal of Pediatrics, a incidência da depressão pós-parto nessas mulheres
chega a ser o dobro da registrada entre as que chegaram ao fim recomendado da
gravidez.
Os cientistas observaram que as condições são piores para aquelas cujos filhos
precisam ser assistidos em unidades de terapia intensiva (UTI) e quando há a
ocorrência de problemas psiquiátricos antes do parto e/ou da gravidez. “Descobrimos
que mulheres com um distúrbio de saúde mental prévio experimentam percepções
negativas sobre elas próprias e os filhos no momento da alta da UTI
independentemente da idade gestacional do recém-nascido no momento do
nascimento”, explicou, em comunicado à imprensa, Katheleen Hawes, autora principal
da pesquisa.
O estudo foi feito com 724 mães de bebês prematuros, cuidados por mais de cinco
dias em UTIs. As mulheres frequentaram um programa de transição, com
especialistas, antes de levarem as crianças para casa. Um mês depois, participaram
de uma atividade que avaliou a percepção delas sobre o suporte profissional na UTI; o
bem-estar infantil e materno, incluindo aptidão emocional e habilidades práticas; e o
conforto materno, ligado a preocupações com o bebê. O histórico de saúde mental e o
risco social das participantes, incluindo, por exemplo, questões econômicas, também
foram considerados pelos pesquisadores.
“Mães cuja prematuridade dos bebês foi extrema, moderada e tardia apresentaram
taxa de depressão de 20%, 22% e 18%, respectivamente”, detalhou Hawes. De uma
forma geral, a OMS estima que a depressão pós-parto acomete de 10% a 15% das
mulheres no mundo. Prematuros tardios são aqueles com idade gestacional entre 34
3
semanas e 36 semanas; os moderados, entre 31 e 35 semanas; e os extremos, entre
24 e 30 semanas. Segundo a pesquisadora, um mês depois de as crianças receberam
alta, foram constatadas diminuição da percepção de bem-estar materno, do conforto
em relação ao filho e da percepção de coesão familiar. “Esses fatores também estão
associados à possível depressão”, complementou.
Razões diversas
O sentimento de melancolia ou tristeza nos dias posteriores ao parto ocorre
frequentemente nas mulheres e não é encarado como problema pelos médicos. A
depressão pós-parto caracteriza-se por uma mudança de humor mais grave e que
pode durar semanas ou meses. Alterações hormonais, principalmente nas taxas de
estrógenos e progesterona; histórico anterior de problemas psiquiátricos; a tensão
emocional e o estresse do parto; e as preocupações com os cuidados com o recém-
nascido são fatores que desencadeiam o quadro. Especialistas, porém, têm relatado a
influência de questões mais externas, como a condição socioeconômica e o
sedentarismo de mulheres. (Leia Para saber mais)
Hawes e a equipe, que consideraram esses fatores no estudo, defendem uma
avaliação global da saúde mental das grávidas para a identificação daquelas mais
suscetíveis a serem acometidas pela doença, principalmente quando o nascimento do
filho não ocorre como o esperado. “A Avaliação mais abrangente e intervenções para
reduzir a ansiedade e reforçar a saúde mental, a confiança e a prontidão são
necessárias para identificar e tratar as mães de bebês prematuros que precisarão de
apoios”, escreveram, no artigo divulgado.
Oportunidade
Panorama brasileiro
Divulgado em abril no Journal of Affective Disorders, um estudo da Escola Nacional de
Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz), mostrou
que, em cada quatro brasileiras, mais de uma apresenta sintomas de depressão no
período de seis a 18 meses após o nascimento do filho. O trabalho, baseado na
entrevista com 23.896 mães, fez também uma espécie de raios X do problema
psiquiátrico no Brasil considerando fatores econômicos e sociais.
De uma forma geral, as pacientes têm cor parda, baixa condição socioeconômica,
antecedentes de transtorno mental, hábitos não saudáveis, como a ingestão excessiva
de álcool, e tiveram uma gravidez não planejada. Segundo Mariza Theme, a
responsável pelo estudo, os resultados foram coerentes com o demonstrado pela
literatura internacional.
Também chamou a atenção o fato de o transtorno ter sido mais diagnosticado nas
participantes que pior avaliaram o atendimento recebido durante o parto. Nelas, a
probabilidade de apresentar os sintomas da doença foi duas vezes maior. “Isso
suscitou algumas interpretações, mas, como a investigação da depressão foi realizada
em um único momento, não sabemos se a avaliação foi ruim porque a mulher estava
deprimida ou se o atendimento, de fato, foi inadequado e desencadeou o surgimento
dos sintomas”, ponderou Theme, em entrevista ao Informe ENSP.
4
Alerta para a psicose
Grávidas com transtorno bipolar, seus parentes e médicos devem ficar atentos para o
risco aumentado de desenvolvimento da psicose pós-parto. O alerta foi feito no último
dia 9 por cientistas da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e do Centro
Médico Erasmus, na Holanda, durante a divulgação, no The American Journal of
Psychiatry, uma nova revisão sobre a literatura da doença.
Rara e pouco pesquisada, a psicose pós-parto acomete de uma a duas a cada mil
mulheres. Além dos sintomas da depressão, a paciente pode ter pensamentos
suicidas ou violentos, alucinações e, por vezes, o desejo de fazer mal ao bebê.
Katherine Wisner, autora principal da revisão científica, conta que a mãe tem delírios,
como “uma força escura ou fora do corpo que a faz querer prejudicar o bebê”. “Essa é
uma doença muito séria e ninguém gosta de tratar mulheres com medicação durante a
gravidez ou a amamentação, mas há, certamente, muito alto risco em não tratar, como
o de suicídio”, ressaltou.
Segundo os autores, existe uma relutância dos médicos em prescrever o lítio para
mulheres que amamentam por medo de que a droga impacte negativamente o bebê.
Eles dizem, porém, que o acompanhamento de um pequeno número de mães que
ingerem o medicamento e amamentam os filhos não tem detectado efeitos adversos
nas crianças. “Na maioria das vezes, o risco de o medicamento é menor do que o risco
de a doença não controlada”, reforçou Wisner.
CORREIO BRAZILIENSE (DF)
14/09/2016
CIDADES
Perigo ronda as crianças
Vulneráveis, os pequenos são vítimas constantes de acidentes. Em pouco mais de um
ano, a capital apresentou 417 casos de intoxicação. Mas levantamento aponta que o
DF foi a 5ª unidade da Federação que mais reduziu o número de mortes por causas
domésticas
Um lapso de atenção de poucos segundos pode ser fatal: quedas, queimaduras,
afogamentos, sufocação, engasgos, envenenamentos e mais uma série de acidentes
domésticos que colocam em risco a vida das crianças. Não há outra alternativa: a
vigilância constante livra a infância de traumas — muitas vezes, indeléveis. Na capital
federal, entre janeiro de 2015 e abril passado, a Secretaria de Saúde registrou 417
casos de intoxicação em crianças. Além disso, em média, 40% dos atendimentos na
Unidade de Queimados do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) são nessa faixa
etária.
5
Apesar dos registros alarmantes, o DF ocupa um ranking de estatísticas mais
positivas. Em 15 anos, apenas 12 unidades da Federação diminuíram índices de
mortes por acidentes domésticos com crianças. A capital federal está em 5º lugar, com
redução de 40,1% dos casos. Quando são mortes por sufocação, nove recuaram e o
DF está na liderança dos índices, com uma queda de 71,8%. Os dados são parte do
levantamento inédito da Criança Segura, instituição dedicada à prevenção de
acidentes com crianças, que analisou informações dos últimos 15 anos no Brasil. Na
capital federal, um dos grandes problemas ainda são os acidentes de trânsito
envolvendo os pequenos. Apesar de o índice também ter recuado (17,7%), a queda no
DF ficou acima da média nacional.
De acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde —
recorte do Distrito Federal —, as principais causas de acidentes são de transporte,
sobretudo entre 5 e 14 anos, agressões, demais causas externas (quedas, cortes,
etc.) e afogamento. Na maioria das vezes, os problemas ocorrem na cozinha. Os
atendimentos relacionados aos pequenos representam 50% do volume de trabalho do
Centro de Informações Toxicológicas (CIT) da Secretaria de Saúde. Situações que
envolvem crianças de até 4 anos são as mais frequentes. Intoxicação por
medicamentos (41%) e animais peçonhentos (25%) centralizam os casos.
Sem prevenção
A falta de atenção, segundo especialistas ouvidos pelo Correio, é o principal
combustível para as tragédias. O cenário é acentuado pela falta de campanhas
educativas e políticas públicas de prevenção. A casa é um universo suscetível a
grandes perigos, qualquer descuido pode ser fatal, mesmo que as crianças
apresentem um nível de habilidades psicomotoras, como andar com poucos meses de
vida, acima da média para a idade. “As crianças reúnem um conjunto de fatores
perigosos: são curiosas, não têm noção de risco e se movimentam com agilidade”,
alerta a Veroni Medeiros, responsável pela área técnica de Desenvolvimento Infantil
da Pastoral da Criança (leia Três perguntas para).
A redução dos casos fatais não diminui o alerta para a ameaça dos acidentes. A
coordenadora nacional da Criança Segura, Gabriela Guida de Freitas, cobra
investimentos na segurança das crianças e na prevenção de riscos. O levantamento
da instituição mostra que somente em unidades da Federação com alta renda per
capita — no DF, esse cálculo é de R$ 2.055, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), entre as mais altas do país — foi possível reduzir o
índice de ocorrências. “Falta ação do governo. É importante falar disso. O brasileiro
não tem a cultura de prevenção”, critica.
Na última década, houve queda nas internações de crianças vítimas de acidentes
domésticos, segundo o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva), do
Ministério da Saúde. Em 2010, foram 11,6 mil cuidados intensivos por acidentes
domésticos, que custaram R$ 8,2 milhões aos cofres públicos. No ano seguinte, o
número de hospitalizações caiu para 10,2 mil. Segundo o levantamento da Criança
Segura, o DF reduziu em 11,4% esse tipo de internação — 15 unidades da Federação
apresentaram a mesma tendência, na última década e meia, sendo o Distrito Federal o
quinto colocado. Em 2000, as mortes chegaram a 376, contra 253 em 2010.
6
Trauma
A experiência é impactante para o cuidador e para a criança. Sarar as lesões
desencadeados pelo acidente também exigem cuidado. “No interior dessa relação
pais/criança é que se encontra uma resposta positiva ou negativa. A criança carece de
proteção. Já os pais devem ter com clareza que acidentes acontecem em qualquer
fase da vida, e a resposta deve vir com carinho, amor e acolhimento. Isso já é um ato
curativo”, explica Vitor Santiago Borges, psicólogo especialista em tratamento infantil
do Instituto de Medicina e Psicologia Integradas.
Naturalizar uma situação, por exemplo, de queda, pode trazer ensinamentos. Vitor
ressalta que há uma onda crescente de pais superprotetores que comprometem o
desenvolvimento e o amadurecimento. “Pais superprotetores criam pessoas
incapacitadas, que não conseguem se adaptar a atividades da vida e são dependentes
do cuidado do outro. São adultos que não aprendem a se autocuidar e se tornam
frágeis. Em determinados casos, pode desencadear um trastorno de personalidade
dependente, ou seja, um adulto que não desenvolveu autonomia”, completa.
Três perguntas para Veroni Medeiros, responsável pela área técnica de
Desenvolvimento Infantil da Pastoral da Criança
Por que ainda ocorrem tantos acidentes?
São falhas na vigilância. Não podemos estar juntos da criança e não estarmos atentos.
Uma das questões é o descuido. As crianças são rápidas, frágeis e não têm
consciência de perigo. Muitas vezes, criamos ambientes que não são favoráveis, como
a organização da casa, o uso de toalhas de pontas longas nas mesas e o
armazenamento de produtos tóxicos. Precisamos adequar os ambientes à idade da
criança. As mãos e os olhos são curiosos, e as crianças, observadoras.
Para evitar acidentes com as crianças, quais são os cuidados que se deve ter?
Na casa, alguns cuidados são necessários, como: usar os protetores de tomada;
colocar chaves ou trava de segurança nas gavetas, principalmente as gavetas que
tenham facas ou tesouras; na cozinha, pôr os cabos de frigideiras e panelas sempre
virados para o lado interno do fogão; evitar brincar e correr de meia dentro de casa —
isso pode ocasionar queda das crianças e, às vezes, até se machucar muito; evitar
cadeiras e bancos perto de janelas, pois as crianças podem subir e se machucar; ter
sempre muito cuidado com as janelas nos prédios, mantendo-as sempre fechadas.
Qual a principal dificuldade em reduzir os acidentes?
Faltam campanhas e políticas públicas para mobilizar as famílias, mas temos uma
cultura de construir a casa para os adultos e não para as crianças. O ambiente da
casa não é pensado para que as crianças vivam tranquilamente. Por isso, ouvimos
tanto “não mexa ali”, “não faça isso”. Isso precisa ser repensado, projetar espaços
seguros. As crianças precisam se movimentar.
7
CORREIO BRAZILIENSE (DF)
14/09/2016
CIDADES
Por menos lágrimas e mais sorrisos
A prevenção é a melhor estratégia para reduzir o número de acidentes envolvendo
crianças e adolescentes. No entanto, apesar da simplicidade da abordagem e das
medidas a serem adotadas no cotidiano, esse desafio depende de um ponto
fundamental: o compromisso da família, das escolas e do governo para que os
pressupostos de proteção sejam efetivamente colocados em prática.
A morte acidental de uma pessoa tão jovem não pode ser vista como algo corriqueiro,
uma ação do destino. Os números existem para nos lembrar a existência de dramas
que poderiam ter sido evitados. Mais que isso, as estatísticas devem provocar uma
profunda reflexão, fazendo com que possamos entender o que é possível e necessário
fazer a mais para proteger esses indivíduos.
Na base de tudo, está a união de esforços. Se cabe ao Estado a tarefa de elaborar e
implementar políticas públicas que prevejam o uso de produtos mais seguros e a
disseminação do treinamento em primeiros socorros, por sua vez, é preciso que as
regras criadas deixem o campo teórico e passem a ser exercidas na prática.
Nesse ponto, a sociedade como um todo — pais, responsáveis, professores, médicos
etc. — deve se irmanar pela adequação dos espaços de moradia e convivência. O
país está diante de uma epidemia, que afeta todas as regiões geográficas, gêneros,
etnias e níveis socioeconômicos e educacionais.
Acreditar que uma criança — ou adolescente — é incapaz de se ferir dentro de casa
ou na escola não é o melhor caminho. Agir assim é pensar que, se fecharmos os
olhos, o mundo será azul ou cor-de-rosa. Pelo contrário, a realidade é multifacetada e,
por isso, é preciso estar atento, alerta, para que os representantes das futuras
gerações continuem a sorrir, e os pais tenham apenas lágrimas de alegria.
Luciana Rodrigues Silva é residente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
JORNAL DE BRASÍLIA (DF)
14/09/2016
CIDADES
Governo ignora decisão da Justiça e bebê morre
8
Recém-nascido aguardava cirurgia no coração. Há 11 crianças na fila
Anexo.
FOLHA DE SÃO PAULO (SP)
14/09/2016
COTIDIANO
Investigação sobre médicos do Einstein ouvirá ex-
pacientes
A Polícia Civil de São Paulo vai convocar ex-pacientes do hospital Albert Einstein que
tenham sido submetidos a cirurgias cardíacas sob o comando de médicos suspeitos
de ligação com empresa fornecedora de próteses.
Os investigadores querem saber se alguma dessas pessoas recebeu implante de
prótese cardíaca sem necessidade. Um grupo de médicos do IML (Instituto Médico
Legal) do Estado poderá ajudar a polícia nessa apuração.
Como a Folha revelou nesta terça (13), o Einstein apresentou à polícia denúncia
contra dois médicos do hospital suspeitos de receber pagamentos e favorecer uma
fornecedora de próteses.
Os médicos investigados, Marco Antonio Perin e Fábio Sandoli de Brito Júnior,
comandavam até junho deste ano o Centro de Intervenção Cardiovascular do hospital
–especializado em tratamento por cateterismo como angioplastia e implante de stent.
Perin foi demitido do Einstein, e Brito Júnior, afastado do comando do centro de
cardiologia. Ambos negam terem cometido irregularidades.
A empresa supostamente envolvida no esquema, a CIC Cardiovascular, teve um
aumento de 541% nas vendas de stents para o hospital entre 2012 e 2013 e, desde
então, teve "clara preferência" dos médicos –segundo representação do Einstein à
polícia.
As suspeitas contra os cardiologistas foram levantadas por investigação interna do
próprio Einstein após receber denúncias de "envolvimento espúrio" entre profissionais
do hospital com fornecedores.
Análise de e-mails corporativos dos médicos encontrou informações sobre repasses
de dinheiro na conta pessoal deles de até R$ 200 mil, além de viagens e presentes.
FICHAS
9
De acordo com a polícia, fichas médicas de pacientes deverão ser solicitadas à
direção do hospital já nesta quarta (14), assim como outros documentos de interesse
na investigação.
O número de ex-pacientes a serem ouvidos ainda não está definido porque vai
depender da quantidade de intervenções realizadas pelos médicos no hospital.
Segundo informações disponíveis na plataforma Lattes (banco de dados de
pesquisadores), Perin trabalhava no Einstein desde 1992; Brito Júnior, desde 1997.
A Folha apurou que uma auditoria interna por amostragem em cirurgias cardíacas
feitas por esses profissionais não detectou intervenções desnecessárias. Os dados
dessa auditoria, além de uma sindicância interna da instituição, também serão
solicitados pelos policiais.
Os dois médicos denunciados pelo Einstein serão ouvidos nos próximos dias.
Primeiro, a polícia quer entender o funcionamento do sistema de compras do hospital
–se os dois cardiologistas tinham poderes para fechar contratos ou apenas faziam
indicação do produto.
OUTRO LADO
O Einstein foi procurado nesta terça (13) pela Folha para comentar o assunto, mas
não quis se manifestar.
Perin foi procurado novamente nesta terça, mas também não quis se pronunciar,
assim como já havia ocorrido na segunda-feira (12).
De acordo com representação do Einstein, os profissionais alegam terem feito
empréstimo à CIC e, nos últimos anos, estariam recebendo a devolução desse
dinheiro. Assim, para eles, não haveria nenhuma irregularidade.
À Folha, em entrevista anterior, Brito Jr. disse não ter envolvimento com fornecedores.
"Não tenho absolutamente nada a ver com isso. Nunca recebi nada [de fornecedor]",
afirmou.
Disse ainda que explicou ao hospital seu posicionamento. "Continuo trabalhando no
Einstein todos os dias. Fazendo angioplastia, cateterismo. Continuo normalmente
trabalhando lá."
A CIC não se manifestou.
FOLHA DE SÃO PAULO (SP)
14/09/2016
COTIDIANO
10
Para prevenir zika, Saúde aumenta regras de
doação de sangue
O Ministério da Saúde e a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
divulgaram nesta terça-feira (13) novas regras para os procedimentos de doação de
sangue devido ao risco de transmissão do vírus da zika.
As medidas ampliam os critérios que devem ser observados durante a etapa de
triagem de doadores de sangue. Desde dezembro de 2015, pessoas com suspeita de
infecção por zika ou que tiveram o diagnóstico clínico ou laboratorial da doença são
consideradas inaptas a doar sangue por 30 dias.
Agora, as regras foram ampliadas também para as pessoas que tiveram contato
sexual com parceiros que tiveram sintomas e diagnóstico do vírus da zika nos três
meses anteriores. Neste caso, a pessoa também se torna inapta a doar sangue por 30
dias.
Segundo o governo, a atualização foi necessária "frente a novas evidências científicas
de transmissão do vírus zika por transfusão e contato sexual". A transmissão por
mosquitos vetores, no entanto, ainda é considerada a principal via de infecção pelo
vírus.
CHIKUNGUNYA
Além do zika, nota técnica assinada pelo ministério e pela Anvisa também traz
recomendações semelhantes em relação ao vírus chikungunya. Neste caso, pessoas
que tiveram o diagnóstico de infecção ficam impedidas de doar sangue por até 30 dias
após a recuperação completa.
Mesmo período vale para pessoas que se deslocaram ou que procedem de regiões
endêmicas, com alto número de casos da doença.
Em nota, o Ministério da Saúde afirma que os serviços de hemoterapia "já estão
atentos às condutas de triagem" que devem ser adotadas frente ao zika e
chikungunya.
Segundo a pasta, doadores que apresentarem sintomas dessas infecções até 14 dias
após a doação também devem informar os serviços de hemoterapia para que sejam
tomadas as medidas necessárias, como recolhimento dos estoques e monitoramento
dos receptores do sangue doado.
"É importante destacar que a contaminação por transfusão é muito rara, sendo que a
principal forma de transmissão por zika e chikungunya continua sendo via vetor
(mosquitos), com risco muito superior à via transfusional", informa. O ministério lembra
ainda que "é fundamental que a população mantenha a doação de sangue, um ato
que ajuda a salvar vidas."
O governo também estuda a incorporação, nos serviços de hemoterapia do país, de
testes para identificação da presença do vírus da zika no sangue.
11
O ESTADO DE SÃO PAULO (SP)
14/09/2016
SAÚDE
Cubanos do Mais Médicos devem ter reajuste de
10%
Governo brasileiro negocia aumento a partir de 2017; ideia é que haja rotatividade dos
profissionais. País paga R$ 1,6 bi por ano para Cuba
BRASÍLIA - Depois de mais de dois meses de negociações, Ministério da Saúde,
Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e governo de Cuba devem acertar nos
próximos dias o acordo para renovação do Mais Médicos. O contrato deverá prever
um reajuste em torno de 10% no valor do primeiro convênio, firmado há três anos. Mas
a tendência é de que haja rotatividade de profissionais estrangeiros, apesar da
extensão de três anos da iniciativa, divulgada nesta segunda.
Atualmente, o governo paga R$ 1,6 bilhão por ano pela atuação de 11.400
profissionais no projeto. A proposta é que o aumento seja aplicado em 2017. Nos dois
anos seguintes, o reajuste tomaria como base a variação da inflação no período. Os
termos do acerto, no entanto, passarão longe da discussão sobre a permanência dos
profissionais recrutados na primeira leva do convênio.
A lei sancionada pelo presidente Michel Temer na segunda permite que os médicos
que chegaram ao Brasil no primeiro contrato firmado com a Opas permaneçam por
mais três anos no programa, sem necessidade de validação do diploma. Na prática,
são três anos a mais do que havia sido estabelecido pela Lei do Mais Médicos.
Resistência. A extensão dessa prerrogativa deverá ser usada apenas para evitar uma
debandada de profissionais nos próximos meses, o que poderia provocar uma crise no
atendimento, sobretudo em municípios distantes de grandes centros e considerados
de difícil provimento. Trata-se de uma estratégia para se ganhar tempo até que novos
profissionais sejam recrutados em Cuba, treinados e enviados para trabalhar no Brasil
no lugar dos profissionais que atualmente estão no programa.
Há uma clara resistência do governo cubano em permitir que os médicos que
chegaram ao Brasil há três anos permaneçam nos municípios para os quais foram
designados por mais tempo. Os sinais repassados até o momento indicam que o
governo cubano prefere trocar profissionais, para evitar o risco de que se estabeleçam
fortes vínculos com a população e a região. Para Cuba, o melhor é garantir a
rotatividade dos médicos.
12
Embora prefeitos tenham mostrado interesse em manter profissionais, o Ministério da
Saúde decidiu que não vai fazer nenhum pedido para o governo cubano, justamente
para evitar problemas nas negociações. O número de profissionais que deverão ser
recrutados para a iniciativa é semelhante ao da primeira rodada. Não haverá redução
significativa, como se cogitou logo depois de o ministro Ricardo Barros assumir o
cargo, em maio.
Na primeira rodada de entendimentos, Cuba havia reivindicado um aumento de 30%
nos valores do convênio. As negociações agora estão próximas do acordo. O
Ministério da Saúde argumenta que, embora o porcentual de reajuste seja menor do
que o reivindicado pelos países parceiros, há agora a possibilidade de reajuste nos
anos seguintes, algo que não estava previsto no contrato anterior.
Prefeitos, sobretudo de cidades de menor porte, estavam apreensivos com a
possibilidade de um naufrágio nas negociações com o governo cubano. O programa,
criado como uma resposta às manifestações de rua que aconteceram em 2013, foi
duramente criticado por associações médicas, mas acabou bem avaliado pela
população. Assim que o ministro da Saúde, Ricardo Barros, assumiu o cargo, ele
ouviu de prefeitos um pedido que já havia sido feito a seu antecessor, Marcelo Castro,
de que o projeto fosse mantido.
O ESTADO DE SÃO PAULO (SP)
14/09/2016
SAÚDE
Estado de São Paulo diz investir em serviço similar
ao Samu
Explicação veio após reportagem revelar que governo é alvo de ação por descumprir
norma que prevê que 25% dos recursos do Samu venham da esfera estadual
O secretário estadual da Saúde, David Uip, disse nesta terça-feira, 13, que a pasta
não faz o repasse obrigatório ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)
por já investir em outro serviço de emergência: o Grupo de Resgate e Atendimento a
Urgências (Grau). A explicação veio após o Estadopublicar reportagem nesta terça
revelando que o governo estadual é alvo de ação civil movida pelo Ministério Público
Estadual (MPE) por não cumprir norma do Ministério da Saúde que prevê que 25%
dos recursos do Samu venham da esfera estadual. Desde 2003, quando o serviço foi
criado, o Estado não colabora com o custeio do equipamento, cabendo ao ministério e
à Prefeitura a cobertura das despesas.
Segundo Uip, o pagamento não é feito porque a secretaria já investe R$ 60 milhões
por ano no Grau, valor três vezes maior do que o que deveria ser repassado ao Samu.
13
“O Grau foi criado em 1989. Quando veio o Samu, em 2003, o Estado não aderiu a
esse financiamento por já ter um serviço de resgate bem estruturado. Não faz sentido
desmontar essa estrutura.”
De acordo com o secretário, a saída é unificar os dois serviços, o que deve ser
acordado amanhã em reunião entre as secretarias municipal e estadual. “A ideia é
conectar os dois sistemas e ter só um número para receber chamados, para que uma
central de regulação única defina qual serviço fará cada atendimento”, diz.
O Grau funciona em parceria com o resgate dos bombeiros. A integração entre os
serviços estadual e municipal foi determinada pela Justiça em resposta a outro pedido
da ação civil pública.
G1
14/09/2016
DISTRITO FEDERAL
OAB-DF pede quebra do sigilo do inquérito da
Operação Drácon
Requerimento foi apresentado após STF e STJ negarem pedido de distritais.
Deputados são investigados por suposto esquema de cobrança de propina.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu a quebra do sigilo do inquérito da
Operação Drácon, que investiga suposto esquema de cobrança de propina por
deputados distritais. O requerimento foi apresentado depois de o Supremo Tribunal
Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negarem a Celina Leão (PPS),
Cristiano Araújo (PSD) e Bispo Renato (PR) acesso à decisão que autorizou busca e
apreensão nas casas e gabinetes, condução coercitiva e o afastamento deles da Mesa
Diretora da Câmara Legislativa.
Os deputados foram afastados em 22 de agosto, depois de uma decisão do Tribunal
de Justiça do DF. No mesmo dia, o juiz também determinou o cumprimento de 14
mandados de busca e apreensão e 8 de condução coercitiva. As ações foram
realizadas na Câmara Legislativa, na casa dos parlamentares da Mesa Diretora, na de
servidores e ex-servidores.
Os alvos da operação policial eram os membros da Mesa Diretora: Celina Leão, o
primeiro secretário, Raimundo Ribeiro (PPS), o segundo secretário, Júlio César (PRB),
e o terceiro secretário Bispo Renato Andrade. Mesmo sem fazer parte da Mesa,
Cristiano Araújo foi um dos alvos porque é suspeito de articular o esquema de
recebimento de propina. Apesar do afastamento, os distritais mantêm os mandatos.
Investigação
14
A investigação policial busca apurar as denúncias apresentadas pela deputada Liliane
Roriz (PTB), em que colocam os deputados sob suspeita por integrar um esquema de
pagamento de propina em contratos de UTI.
Nos áudios feitos por Liliane, Celina fala sobre mudança de finalidade de uma emenda
parlamentar que direcionou R$ 30 milhões da sobra orçamentária da Câmara a um
grupo de seis empresas que prestam serviço de UTI. Segundo as denúncias, o
repasse acabou beneficiando deputados da Mesa Diretora.
Em entrevista exclusiva à TV Globo, Liliane detalhou parte do suposto "acordo".
Segundo ela, a negociação tratava de uma "sobra orçamentária" de R$ 30 milhões,
destinada originalmente à reforma de escolas e unidades de saúde.
No começo de dezembro, os distritais aprovaram uma mudança no texto, direcionando
o aporte para pagar dívidas do Palácio do Buriti com prestadoras de serviço em UTIs.
O esquema teria sido montado pelo distrital Cristiano Araújo. Pela denúncia, o acordo
envolveria repasse aos deputados de 7% sobre o valor das emendas.
Celina negou irregularidades e disse que Liliane mentiu porque sente "inveja" dela. Ela
também adiantou que vai encaminhar documentos ao Ministério Público para provar
que não agiu de forma ilegal na destinação de recursos de emendas parlamentares.
"A acusação é falha porque a emenda é da deputada. A emenda é dela, da vice-
presidente. Ela que propôs. Se existe ilegalidade, ela que remoque responder",
afirmou Celina. Segundo ela, o termo "projeto" se refere ao texto da emenda.
Liliane seria julgada pelo Tribunal de Justiça naquela quarta em um processo que
poderia cassar a possibilidade de ela se reeleger. A audiência foi adiada por falta de
quórum. "No dia do julgamento, ela tenta criar esse circo, colocando suspeição sobre
os deputados. Se ela tinha percepcao de ilegalidade, por que ela propôs isso? Todo o
trâmite tem que ser respondido por ela."
G1
14/09/2016
CIÊNCIA E SAÚDE
Pesquisadores da USP trabalham em aplicativo
contra o Aedes aegypti
Equipe do ICMC em São Carlos vai receber 500 mil dólares para pesquisa. Armadilha
identifica mosquito da dengue, chikungunya e do vírus da zika.
Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da
Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos trabalham no desenvolvimento de
15
um aplicativo para monitorar o Aedes aegypti. A tecnologia vai operar junto a uma
armadilha que ajuda a mapear o mosquito fêmea, transmissor da dengue,
chikungunya e do vírus da zika. O projeto é o único brasileiro a receber uma bolsa do
governo norte-americano de 500 mil dólares (cerca de R$ 1,6 milhão) para pesquisas
no combate às doenças.
O objetivo é que em breve a armadilha esteja pronta para venda. O mais importante é
que as pessoas percebam que o mosquito está por perto. “A gente está em uma fase
de redução da verba de pesquisa por causa da crise econômica. Ter uma verba que
vem de fora é uma forma diferente de angariar fundos para continuarmos”, disse o
pesquisador do ICMC Gustavo Batista.
Armadilha inteligente
Batista criou um sensor que identifica o mosquito pelo barulho que ele faz.
“Isto está mais ou menos relacionado com o número de asas que ele tem, o formato, o
tamanho do corpo. Um inseto muito grande como a borboleta tende a bater asas bem
devagar. Já um mosquito bate asas 600 vezes por segundo. Então, como diferentes
insetos têm diferentes frequências, a gente acaba fazendo reconhecimento por essa
informação”, explicou.
O Aedes aegypti bate as asas muito mais rápido que outros mosquitos e quando
passa pela luz de laser da armadilha inteligente, o barulhinho fica registrado e ainda é
possível saber se o mosquito é macho ou fêmea e quantos entraram. Depois é preciso
transformar tudo isso em dados, explicou o doutorando André Gustavo Maletzke. “Ele
consegue identificar qual a espécie e gênero do inseto. A ideia é conseguir contabilizar
isso de modo que essa informação possa depois ser repassada para o usuário”,
explicou.
Mapeamento do mosquito
Com o aplicativo, os pesquisadores querem chamar a atenção para que os moradores,
ao saberem da presença do mosquito, tomem medidas para fazer o controle. O
sistema permite que se faça um comparativo da quantidade de mosquitos capturada
de cada espécie no ambiente ao longo do tempo.
"É importante que as pessoas saibam que o mosquito voa pouco. Então se ele está
presente dentro da casa ele provavelmente nasceu lá dentro. A gente vai utilizar o
aplicativo móvel por celular, a armadilha vai informar às pessoas sobre a quantidade
de mosquitos que estão presentes e vai instruir como fazer o controle de forma
correta", disse.
Segundo Batista, a armadilha não é cara, já que os equipamentos eletrônicos usados
são simples e fáceis de achar. A expectativa é que entre um a dois anos já exista um
protótipo que possa ser inserido no mercado.
16
AGÊNCIA BRASIL
14/09/2016
GERAL
Organização pede que pesquisas de saúde se
alinhem a interesses da população
A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) divulgou hoje (14) relatório em que faz
um apelo aos governos para que alinhem as políticas de pesquisa na área da saúde
aos interesses da população. Segundo o documento, as empresas farmacêuticas
negligenciam algumas das maiores ameaças à saúde, com por exemplo o aumento de
infecções resistentes e o ebola.
A tuberculose é outro exemplo, dado pela organização, de doença com lacunas no
tratamento. De acordo com o levantamento, nos últimos 50 anos só foram lançados
dois medicamentos contra a doença infecciosa que mais mata no mundo, responsável
por 1,5 milhão de mortes por ano.
O relatório da MSF, Lives on the Edge: Time to Align Medical Research and
Development with People’s Health Needs (Vidas no limite: é hora de alinhar pesquisa
e desenvolvimento médicos às necessidades de saúde da população), está sendo
divulgado às vésperas da Assembleia Geral das Nações Unidas, que ocorrerá na
próxima semana e, entre outros assuntos, vai discutir a busca por novos modelos de
pesquisas médicas que incentivem a produção de medicamentos com custo mais
acessível para doenças negligenciadas.
“Tanto em países pobres quanto em países ricos, as pessoas estão descobrindo que
os medicamentos de que precisam ou não existem ou são tão caros que elas não
podem comprá-los, e os governos precisam resolver esses problemas”, disse em nota
Katy Athersuch, assessora para políticas de inovação da Campanha de Acesso da
MSF.
Segundo o levantamento do MSF, os governos não fazem com que as pesquisas
financiadas com o dinheiro dos impostos atendam às necessidades de saúde
prioritárias. “Governos financiam US$ 70 bilhões, dos US$ 240 bilhões gastos
anualmente com pesquisas médicas, mas falham em usar as doses corretas de
incentivos e regulação para conseguir os produtos de que precisamos. Em 2014,
apenas 16% dos investimentos em pesquisa sobre doenças relacionadas à pobreza
vieram de empresas farmacêuticas”, diz o documento.
A organização também defende que se os governos oferecem financiamento para
pesquisas médicas, eles devem exigir que o produto final seja acessível à população.
“Governos concedem a empresas direitos sobre produtos desenvolvidos com dinheiro
público por meio da concessão de patentes a corporações farmacêuticas – direitos
exclusivos para comercializar e usar invenções, incluindo remédios. Isso mantém os
17
preços altos porque cria monopólios; sem concorrentes, empresas farmacêuticas
ficam livres para cobrar o que quiserem”, acrescenta o relatório.
Para a organização, a falta de ferramentas de diagnóstico, de vacinas e de
medicamentos para ebola e infecções resistentes, por exemplo, ilustra como o foco da
indústria está na receita financeira esperada pelas empresas e seus acionistas, e não
nas necessidades médicas mais urgentes.
BBC BRASIL
14/09/2016
NOTÍCIAS
A luta de um grupo de crianças e de hospital contra
as doenças mais raras do mundo
Fotos e histórias de 11 crianças que enfrentam algumas das mais raras doenças do
mundo foram parar na rua, no centro de Birmingham, a segunda maior cidade da
Inglaterra.
A iniciativa faz parte de uma exposição organizada pelo Hospital Infantil da cidade
inglesa para angariar fundos e criar o primeiro centro de pesquisas e tratamento de
doenças raras no Reino Unido. O hospital já conseguiu levantar 1,5 milhão de libras
esterlinas (aproximadamente R$ 6,7 milhões). O objetivo é atingir a cifra de 3,65
milhões de libras.
Segundo a médica Larissa Kerecuk, responsável pelo departamento de doenças raras
do Hospital Infantil de Birmingham, a ideia "é dar mais qualidade de vida e oferecer
uma estrutura para ajudar pacientes e seus familiares a lidar com essas doenças, ao
invés de deixar a doença dominá-los".
Kerecuk é uma pediatra brasileira que há 30 anos vive no Reino Unido. Ela conta que
a ideia de fazer fotos dos pacientes veio de uma das mães e o hospital abraçou o
projeto, inspirado numa iniciativa similar de Nova York.
"As crianças adoraram as fotos e foi muito bom para as pessoas saberem que
Birmingham já é uma referência. Tem muito estigma e, ao mesmo tempo, é muito
difícil de lidar. Às vezes não têm cura e muitos dos pacientes morrem antes de chegar
à idade adulta. Queremos dar mais qualidade de vida às crianças e aos seus
familiares", diz, emendando que gostaria de estender a iniciativa ao Brasil.
"Se eu pudesse fazer algo para também ajudar pacientes no Brasil seria ótimo",
completa a médica que nasceu em São Paulo e morou em Curitiba, antes de se mudar
para a Inglaterra.
18
A médica brasileira Larissa Kerecuk é a responsável pelo departamento de doenças
raras do hospital em Birmingham e tem planos de firmar uma parceria com o Brasil
para tratar crianças
Kerecuk conta que, por ano, o hospital onde trabalha atende 9 mil crianças com
doenças raras e outras 5 mil que ainda buscam por um diagnóstico. Doenças raras
agrupam as que colocam em risco ou debilitam cronicamente até cinco pessoas num
grupo de 10 mil e que requerem esforços especiais de tratamento.
Veja alguns dos retratos, feitos pelo fotógrafo britânico Kris Askey, e conheça as
histórias de cinco dessas estrelas que lutam todo dia para viver.
Kadie-Leigh ainda espera por um diagnóstico
Kadie-Leigh Hamilton, de 2 anos, tem uma doença tão rara que permanece sem
diagnóstico.
Sua família tem conhecimento de apenas outras três crianças no mundo com o
mesmo problema, que afeta os rins e bexiga.
Antes mesmo da garota nascer, a mãe dela ouviu de especialistas que Kadie-Leigh
não iria sobreviver. Depois de passar as primeiras 11 semanas de vida no hospital,
Kadie-Leigh se tranformou no que a própria mãe chama de "pequeno milagre".
Kadie-Leigh é suscetível a infecções urinárias e é submetida a consultas regulares no
hospital infantil Birmingham para monitorar sua condição renal.
Apesar da saúde frágil, Kadie-Leigh tenta ter uma infância o mais próximo possível do
normal. Gosta de se vestir de princesa e de brincar de faz de conta com seus amigos
na creche.
Thomas aguarda transplante de rim
Thomas Davies, de 4 anos, é falante e adora assistir filmes repetidamente - os
musicais Mamma Mia e Les Misérables são os seus favoritos.
Seus rins não se desenvolveram como deveriam - um não funciona o outro tem
apenas 4% da capacidade de um rim normal.
Por causa da rara condição renal, ele corre sério risco de morte e aguarda um
transplante. Ele também segue uma rígida dieta.
Durante os últimos três anos, Thomas tem sido submetido à sessões de quatro horas
de diálise quatro vezes por semana. Estava no hospital no dia de seu aniversário de 4
anos.
Os pais e os três irmãos do garoto vivem a ansiedade diária de quem espera por um
doador compatível, capaz de dar uma vida nova ao garoto.
Skye fez sete cirurgias e tem futuro incerto
Quando Skye Gardner, de 8 anos, nasceu, os médicos acreditavam que ela não
viveria nem 24 horas.
19
Ela é portadora de uma doença genética conhecida como Síndrome de Williams,
caracterizada por atrasos de desenvolvimento, como dificuldade moderada de
aprendizagem, problemas cardíacos e renais.
Skye foi diagnosticada quando tinha três anos de idade e nunca conheceu outra
pessoa com a mesma síndrome.
A família diz que há muito pouca informação sobre essa doença e um grande número
de incógnitas sobre como será o futuro da garota.
Skye já foi submetida a sete cirurgias, entre elas uma no coração. Apesar de tudo, é
sociável, sorridente e adora o cantor britânico Olly Murs.
Jordan deu os primeiros passos aos 3 anos de idade
Jordan Haywood tem 15 anos de idade, mas sua própria mãe diz que ele tem idade
mental de uma criança de 5 anos. Ele adora brincar com carrinhos e aviões, mas
precisa de ajuda constante para comer, tomar banho e se vestir.
Quando tinha seis semanas de idade, foi diagnosticado com a Síndrome de Klinefelter
- em que meninos nascem com cromossomo "X" extra. No caso de Jordan, ele tem
três ou quatro cromossomos 'X' extras.
Ele também nasceu com três furos no coração e tem distúrbios de fala, muscular e
sensorial, além de epilepsia, asma, ansiedade e problemas gastrointestinais - e
apenas um rim funciona normalmente.
Médicos disseram aos pais de Jordan que ele jamais andaria. Mas, aos três anos,
desafiou todas as expectativas e deu seus primeiros passos.
A maior preocupação da família de Jordan é saber quem vai cuidar do garoto na
ausência dos pais.
Sophia, o bebê que fez uma cirurgia de cinco horas no cérebro
Sophia tem 13 meses e nasceu no País de Gales com uma deformação rara no crânio,
conhecida como "cranioestenose Mercedes Benz".
A garota teve uma fusão prematura das suturas craniais na parte de trás da cabeça,
na forma do conhecido logotipo da montadora Mercedes Benz, que causa uma imensa
pressão em seu cérebro.
Para prevenir danos cerebrais, ela teve que ser submetida a uma cirurgia. Ficou na
mesa de operação por aproximadamente cinco horas e meia.
Desde então, Sophia e os pais dividem o tempo entre sua casa no País de Gales e
Birmingham. Ela precisa estar sob acompanhamento médico periódico.
Para a família de Sophia, um Centro de Doenças Raras é mais do que bem vindo para
oferecer estrutura e cuidados aos que sofrem com problemas de diagnóstico e
tratamento adequado.
20
DONNY SILVA
14/09/2016
BRASÍLIA
Aprovado projeto que institui a semana de combate
à automedicação no DF
Foi aprovado em primeiro turno pela Câmara Legislativa o projeto de lei nº 1.667/2013,
de autoria da deputada Luzia de Paula (PSB), que institui a Semana de
Conscientização e Combate à Automedicação no Distrito Federal. A proposta,
segundo a parlamentar, objetiva alertar os cidadãos sobre o perigo da automedicação.
A Semana de Conscientização e Combate à Automedicação será realizada
anualmente, na primeira semana do mês de agosto e passará a integrar o Calendário
Oficial de Eventos do DF.
A criação da data possibilitará que os Poderes Públicos do DF realizem palestras,
conferências, seminários, simpósios e outros eventos, além de campanhas
publicitárias e distribuição de materiais informativos visando o esclarecimento da
população sobre o tema.
Outro fator de destaque é que as ações deverão contar com a participação das redes
públicas de educação e saúde, das instituições de defesa e proteção dos direitos do
consumidor e entidades do terceiro setor. “A Semana de Conscientização e Combate
à Automedicação pretende assegurar proteção à saúde das pessoas, tendo em vista
os males e óbitos ocorridos por causa dessa prática desaconselhável que resulta em
danos à vida. Precisamos conscientizar a população para o fim do uso de
medicamentos sem prescrição médica”, afirma a deputada.
O projeto segue agora para votação em segundo turno no Plenário da Câmara
Legislativa, para, em seguida, ser submetido à sanção do governador Rodrigo
Rollemberg.
Outras de dias anteriores
CORREIO BRAZILIENSE (DF)
21
13/09/2016
CIDADES
Médico não deveria receitar antirrábica para jovem,
diz Secretaria de Saúde
Vitória Neres Negrini aplicou acidentalmente a vacina para cães em si e, por
recomendação médica, teve que procura antídoto em Alexânia
A estudante que aplicou acidentalmente uma dose de vacina antirrábica para animais
em si mesma corre um risco ainda maior de contrair a doença agora que ela tomou a
imunização para humanos, segundo informou a Secretaria de Saúde do DF nesta
terça-feira (13/9). Vitória Neres Negrini, 18 anos, se feriu com a agulha que usava para
vacinar seu cachorro neste fim de semana e, por orientação de um médico, correu a
um posto de saúde para tomar a vacina específica para humanos, que seria um
"antídoto" contra a doença.
Por não encontrar a vacina na rede pública do DF, e para seguir o que o médico
receitou, Vitória teve de ir ao município de Alexânia - a quase 100km da capital - para
encontrar a substância e se imunizar. Porém, segundo a própria Secretaria de Saúde
do DF, a recomendação correta que deveria ser passada à jovem é de que ela não
tomasse mais nenhuma vacina contra a raiva, já que isso aumentaria o risco de
contrair a raiva, pois ela só estaria "colocando mais vírus em seu organismo".
A vacina, tanto para animais quanto para humanos, coloca fragmentos de vírus
inativos para que o organismo "aprenda a se defender da doença". A diferença entre
as duas substâncias, entretanto, seria o grau de pureza delas. Dessa forma, o risco
que Vitória corre por ter inoculado a vacina de seu cachorro seria de ela desenvolver
uma reação alérgica, conforme explicou o médico veterinário Lauricio Monteiro.
"Um caso muito parecido com este já aconteceu em 2013. Um veterinário acabou se
ferindo enquanto aplicava a vacina em um animal. A gente seguiu o manual de
Normas Técnicas de Profilaxia de Raiva Humana que diz que o procedimento nestas
circunstância seria esperar", explica Monteiro.
Em nota, a Secretaria de Saúde do DF negou que as vacinas estejam em falta na rede
pública do DF e afirmou que a jovem só não foi imunizada por não que essa não seria
a recomendação correta. O órgão também disse que médico que recomendou
erroneamente uma nova dose de vacina para Vitória será orientado pela direção do
Hospital.
O caso
O acidente ocorreu por volta das 18h deste domingo (11/9). Com 11 gatos e quatro
cachorros em casa, a estudante Vitória Neres Negrini, 18 anos, preferiu buscar e
aplicar a vacina contra a raiva nos animais. Porém durante a aplicação, um dos cães
se exaltou e acidentalmente ela foi atingida pela agulha. Depois do fato, a jovem
procurou o Hospital Regional do Paranoá (HRPa) e foi informada que deveria procurar
22
o Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Lá, ela foi consultada por um médico que
receitou que ela tomasse a vacina antirrábica para uso humano.
JORNAL DE BRASÍLIA (DF)
13/09/2016
BRASIL
Governadores e presidente do STF discutem
judicialização da saúde e centros para presas
grávidas
O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, e 24 chefes de Executivos estaduais
estiveram no Supremo Tribunal Federal (STF) na manhã desta terça-feira (13) para a
primeira reunião de trabalho da ministra Cármen Lúcia como presidente da Corte.
Apenas os do Espírito Santo e de Santa Catarina não compareceram. No encontro,
feito a convite da ministra, ela mostrou interesse na pauta federativa e disse querer
fazer do Supremo um conciliador entre as unidades da Federação, com reuniões a
cada 60 dias com os governadores.
“É um momento histórico, em que a presidente do STF demonstra seu compromisso
federativo e convida os governadores para buscar contribuir juntos com soluções para
melhorar o ambiente econômico”, disse Rollemberg.
Precatórios e dívidas entre unidades da Federação
Entre outros assuntos, estavam na pauta os precatórios, ou seja, dívidas que os
governos têm com cidadãos e empresas, decorrentes de processos judiciais
transitados em julgado. Tramita no Congresso Nacional a Proposta de Emenda à
Constituição nº 159, de 2012, que permite o uso de dinheiro depositado na Justiça
para pagar essas pendências.
Outro ponto debatido foi o papel do STF como mediador em questões que envolvem
desequilíbrios fiscais entre as unidades da Federação. Correm diversas ações na
Suprema Corte em que uma unidade cobra valores de crédito de ICMS (Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) de outra, travando a pauta e
criando impasses fiscais entre elas.
Judicialização da saúde e centros de proteção para detentas grávidas
Os governadores também trataram da judicialização da saúde, que compromete
grande parte dos respectivos orçamentos para cumprir decisões judiciais,
principalmente na compra de medicamentos que não constam da lista do Ministério da
23
Saúde. Cármen Lúcia sugeriu que os tribunais de Justiça criem câmaras técnicas para
avaliar as demandas e embasar cientificamente as decisões dos juízes.
Na área da segurança pública, a recém-empossada presidente do STF levantou o
debate sobre a situação carcerária do País. A ministra cobrou a criação de centros de
proteção para que detentas grávidas possam ter os filhos fora da prisão.
O encontro, parte da agenda do Fórum Permanente de Governadores, durou cerca de
cinco horas. No fim da conversa, os governadores seguiram para a Câmara dos
Deputados. Lá, se reuniram com o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-
RJ).
O GLOBO
13/09/2016
SAÚDE
Indústria pagou cientistas para minimizar risco do
açúcar à saúde, diz estudo
Entidade do setor teria atuado para minimizar relação entre produto e doenças
coronárias
RIO - A Sugar Research Foundation, nos Estados Unidos, chegou a pagar US$ 48.900
(em valores atuais) a pesquisadores por um artigo que, publicado pelo "The New
England Journal of Medicine" (NEJM) em 1967, minimizou o consumo de açúcar como
fator de risco para doenças coronárias. A revelação é de um estudo publicado nesta
segunda-feira no periódico científico "JAMA".
O artigo "Sugar industry and coronary disease research: a historical analysis of internal
industry documents" ("Indústria do açúcar e pesquisa sobre doença coronária: uma
análise histórica de documentos internos da indústria") é assinado por Stanton Glantz,
da Universidade da Califórnia, e outros dois pesquisadores. Eles se debruçaram sobre
documentos sigilosos e outros registros históricos da Sugar Research Foundation
(SRF).
Na década de 50, começaram os primeiros debates sobre a possível influência do
açúcar nos problemas cardiovasculares. A pesquisa publicada no NEJM foi a primeira
financiada pela fundação e classificou como limitados os métodos das pesquisas que
associaram o açúcar a um fator de risco.
Segundo o estudo do JAMA, porém, a SRF participou de todo o processo, desde a
determinação das metas para a pesquisa até a revisão de rascunhos. No trabalho
final, a gordura e o colesterol figuraram como os fatores de riscos principais para
doença. Somente em 1984, o "New England Journal" passou a aplicar uma política de
24
conflito de interesses para as publicações científicas, exigindo a divulgação de valores
e condições dos financiamentos a pesquisas.
Analisando outros documentos, pesquisadores sugerem que a indústria do açúcar
patrocinou diferentes pesquisas entre 1960 e 1970, que minimizaram, com êxito, o
papel do açúcar como fator de risco de diversas doenças. O Programa Nacional de
Cáries, do Instituto Nacional de Pesquisa Dentária, por exemplo, teria sido influenciado
a mudar o foco, nos tratamentos dentários, da restrição à sucrose para intervenções
diretas em cáries dentárias.
Provavelmente como resultado de todo esse lobby, em 1980, poucos cientistas
acreditavam que os açúcares tivessem um papel significativo na doença da artéria
coronária. Hoje, a relação entre o açúcar e a doença ainda está em aberto, mas os
autores do estudo sugerem que as políticas públicas deem menos peso a pesquisas
financiadas pela indústria alimentícia.
G1
13/09/2016
CIÊNCIA E SAÚDE
Em uma semana, PE tem quase 700 novas
confirmações de arboviroses
Casos confirmados de dengue, zika e chikungunya já somam 49.419. Até semana
passada, número era de 48.768 casos confirmados.
Em sete dias, Pernambuco teve 651 novos casos confirmados de dengue, zika e
chikungunya. Segundo boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) na
última quinta-feira (8), o estado tinha, até o dia 3 de setembro, 48.768 confirmações
para as três arboviroses. Porém, nesta terça (13), o número subiu para 49.419. Os
dados foram obtidos entre os dias 3 de janeiro e 10 deste mês.
Após sofrer uma queda, a quantidade de casos confirmados de dengue voltou a
aumentar, embora ainda esteja em saldo positivo. Esta semana, foram 370 novas
confirmações. No último boletim, a SES informou que houve uma retirada de 486,
tendo, portanto, 116 menos casos em relação a duas semanas atrás.
Quanto à chikungunya, o número de confirmações subiu de 21.905 para 22.182, um
aumento de 277 novos casos. Já em relação ao vírus da zika, o estado registrou
quatro novos casos confirmados: de 148 para 152. Ao todo, foram notificados 53.601
casos de chikungunya, 102.209 de dengue e 10.918 de zika.
O número de mortes se manteve. Foram 88 até o boletim anterior, mesma quantidade
divulgada nesta terça (13). Desse total, 18 tiverem resultados positivos para dengue,
25
53 para chikungunya e 17 para as duas doenças simultaneamente. Ao todo, 313
óbitos foram notificados.
Microcefalia
Ainda de acordo com a SES, Pernambuco tem 379 casos confirmados de microcefalia,
um a mais do que na semana passada. Estão sendo investigados mais 278 casos e
outros 1.387, descartados. No total, até agora foram notificados 90 óbitos de bebês
com a malformação. Desses, 45 morreram antes do parto e 44 m faleceram pouco
depois do nascimento.
G1
13/09/2016
CIÊNCIA E SAÚDE
Quatro em cada 10 mortes por infarto são de
mulheres
Os dados são da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Há 50 anos, a cada 10 mortes
por infarto, uma era de mulher.
O infarto sempre foi considerado uma doença masculina. É um grande mito pensar
que mulheres não enfartam, porque, além de ser mentira, os números veem
aumentando e preocupando os médicos.
O Dr. Roberto Kalil, cardiologista e consultor do Bem Estar, e a cardiologista Dra.
Roberta Saretta estão no programa desta terça-feira (13) para comentar este dado
alarmante para a saúde da mulher.
Há 50 anos, a cada 10 mortes por infarto, uma era de mulher. Atualmente, essa
proporção aumentou para quatro mulheres, de acordo com a Sociedade Brasileira de
Cardiologia. Se nenhuma mudança acontecer, não é difícil que as mulheres
ultrapassem os homens.
A inserção da mulher no mercado de trabalho pode ser a resposta para esse aumento.
Além de ter uma jornada dupla (cuidar da casa/filhos e trabalhar), com o emprego veio
também o hábito de fumar, beber e não fazer exercícios, que são fatores de risco para
o infarto.
Vamos nos atentar para alguns fatores de risco:
- colesterol alto
- diabetes
26
- hipertensão
- menopausa (o estrógeno, hormônio protetor das artérias, para de ser fabricado)
- tabagismo (o cigarro aumenta em três vezes o risco de desenvolver uma doença
coronariana independentemente de qualquer outro fator)
- sedentarismo
- pílula anticoncepcional (porque aumenta o risco de trombose)
- transtorno de ansiedade e depressão
- estresse
- quem teve diabetes e hipertensão durante a gravidez
Para prevenir e diminuir os casos é necessário o alerta de que o check-up cardiológico
é muito importante, principalmente, para aquelas mulheres que têm algum fator de
risco ou histórico familiar.
Após a menopausa é imprescindível a visita ao cardiologista. Além disso, uma
alimentação equilibrada e a prática de exercícios físicos previnem a ocorrência de
doenças cardíacas.
IG
13/09/2016
SAÚDE
Febre maculosa faz vítima em MG e cria impasse
sobre presença de capivaras
Presença dos animais – hospedeiros do carrapato transmissor da doença – no Parque
Ecológico da Pampulha pode aumentar risco de transmissão
A presença de capivaras no Parque Ecológica da Pampulha, na cidade de Belo
Horizonte, Minas Gerais, se tornou um impasse para prefeitura. Os animais são
hospedeiros da bactéria causadora da febre maculosa, doença que causou a morte de
um menino de 10 anos. A suspeita é que a criança tenha sido contagiada durante uma
visita ao parque.
A febre maculosa é transmitida por carrapatos, tendo como principal hospedeiro os
cavalos, mas também pode ocorrer em cães, aves e nas capivaras. Os principais
sintomas da doença são manchas e dores pelo corpo, dor de cabeça, amarelamento
da pele, náuseas e febre.
27
Na orla da Lagoa da Pampulha há dezenas de capivaras. Em setembro de 2014, a
prefeitura de Belo Horizonte começou um trabalho de captura dos animais após
constatar que alguns deles portavam a bactéria Rickettsia rickettsii. De 46 animais
capturados, 19 morreram no cativeiro.
Em março de 2015, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama) notificou a prefeitura para que os animais fossem soltos. O órgão
considerou que o prazo para manutenção das capivaras em cativeiro havia expirado e
que não havia um plano de manejo elaborado. Na ocasião, o município conseguiu uma
liminar impedindo a soltura, mas os animais foram finalmente devolvidos à orla da
Lagoa da Pampulha em março deste ano, após revogação da liminar pela Justiça
Federal a pedido do Ministério Público Federal (MPF).
O MPF argumentou que um laudo técnico veterinário da Fundação Zoo-Botânica de
Belo Horizonte havia comprovado que os animais viviam em péssimas condições
ambientais no abrigo
Na época, a sentença do juiz Itelmar Raydan Evangelista destacou que “a captura e a
manutenção desses animais em cativeiro, sem um plano de manejo adequado,
representa ofensa a um bem protegido por lei”. O magistrado considerou ainda que, ao
tentar solucionar um problema ambiental antigo, criou-se outro mais grave e imediato.
Prevenção
A morte do menino de 10 anos foi o primeiro caso confirmado da febre maculosa em
Belo Horizonte desde 2015. Nos últimos dez anos, foram registradas quatro
ocorrências na capital mineira. A prefeitura afirmou que vai intensificar as ações de
prevenção, realizando a capacitação de profissionais e distribuindo material
informativo à população.
AGÊNCIA SAÚDE
13/09/2016
NOTÍCIAS
Distrito Federal recebeu 335,9 mil de doses para
Campanha de Multivacinação
Até 30 de setembro, pais ou responsáveis devem atualizar a caderneta das crianças.
A campanha é direcionada a menores de 5 anos, crianças de 9 e adolescentes (10 a
15 anos incompletos)
Entre 19 e 30 de setembro, todas as crianças menores de cinco anos, crianças com
nove anos e adolescentes de 10 a 15 anos incompletos devem participar da
Campanha Nacional de Multivacinação 2016. O objetivo da mobilização é convocar
28
pais e responsáveis a levarem seus filhos aos postos de vacinação, seja para iniciar o
esquema de vacinal ou completar as doses que estiverem pendentes. Para todo o
país, o Ministério da Saúde disponibilizou 19,2 milhões doses extras das 14 vacinas
ofertadas na campanha. Ao Distrito Federal serão enviadas 335,9 mil doses.
“Neste ano, estamos incluindo os adolescentes porque esse grupo prioritário é um dos
apresenta uma maior resistência a se vacinar. Além disso, muitos pais acreditam que
não há necessidade de imunizar os filhos nesta faixa etária” explicou Ricardo Barros.
Segundo o ministro, com a campanha serão atualizadas 14 vacinas nesses públicos.
“Isso servirá para reduzir o número de não vacinados e aumentar a cobertura vacinal
nas crianças e adolescentes”, completou. Ricardo Barros reforçou que é fundamental
que toda a população alvo compareça aos serviços de saúde levando a caderneta de
vacinação, para que os profissionais de saúde possam avaliar se há doses que
necessitam ser aplicadas.
O dia D da mobilização nacional será no sábado (24), mas a campanha começa na
próxima segunda-feira (19) e vai até 30 de setembro. Ao todo, foram enviadas às
unidades da federação 26,8 milhões de doses, que serve tanto para a vacinação de
rotina, no mês de setembro (7,6 milhões), como doses extras para a campanha (19,2
milhões). Serão cerca de 36 mil postos fixos de vacinação e 350 mil profissionais de
saúde envolvidos nos 12 dias de mobilização.
Com a campanha de vacinação, o Ministério espera a redução das doenças
imunopreveníveis no país e a diminuir o abandono à vacinação. Como a vacinação
será de forma seletiva para a população alvo, não há meta a ser alcançada.
Para reforçar a mobilização, o Ministério da Saúde lançou uma campanha publicitária
que será divulgada em todo o país. Com o slogan “Todo mundo unido, fica mais
protegido”, a campanha publicitária será veiculada na televisão, rádio e internet, com
vídeos, banners, cartazes, jingles e filme especial com a Carreta Furação para ser
veiculado nas redes sociais, lançando a campanha.
Para a coordenadora substituta do Programa Nacional de Imunização (PNI), Ana
Goretti Maranhão, o lançamento dessa campanha é importante, também, porque
marca os 43 anos do PNI. “Em todos esses 43 anos de programa, temos uma história
de sucesso: erradicamos a poliomielite e temos, ao longo dos anos, reduzido
drasticamente uma série de doenças, além de manter as coberturas altas na maioria
das oferecidas”, afirmou.
MUDANÇAS NO CALENDÁRIO - Em janeiro de 2016, o ministério promoveu alteração
no esquema vacinal de quatro vacinas: poliomielite, HPV, meningocócica C
(conjugada) e pneumocócica 10 valente. O Calendário Nacional de Vacinação tem
alterações rotineiras e periódicas em função de mudança na situação epidemiológica,
nas indicações das vacinas ou na incorporação de novas vacinas. Mudanças deste
ano:
POLIOMIELITE - O esquema vacinal contra a poliomielite passou a ser de três doses
da vacina injetável – VIP (2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina
oral – VOP (gotinha). Até 2015, o esquema era de duas injetáveis (VIP) e três orais
(VOP). A mudança está de acordo com a orientação da Organização Mundial de
29
Saúde (OMS) e como parte do processo de erradicação mundial da pólio. Vale
ressaltar que essa substituição não prejudica a proteção das crianças, que já ficam
imunizadas com as três doses injetáveis.
HPV - O esquema vacinal passou de três para duas doses, com intervalo de seis
meses entre elas. Os estudos recentes mostram que o esquema com duas doses
apresenta uma resposta de anticorpos em meninas saudáveis de 9 a 14 anos não
inferior quando comparada com a resposta imune de mulheres de 15 a 25 anos que
receberam três doses. As mulheres vivendo com HIV entre 9 a 26 anos devem
continuar recebendo o esquema de três doses.
MENINGOCÓCICA - O reforço, que anteriormente era administrado aos 15 meses,
passou a ser administrado aos 12 meses, preferencialmente, podendo ser feito até os
4 anos. As primeiras doses da meningocócica continuam sendo realizadas aos 3 e 5
meses.
PNEUMOCÓCICA- Redução de uma dose na vacina pneumocócica 10 valente.
Passou a ser administrada em duas doses, aos 2 e 4 meses, com um reforço
preferencialmente aos 12 meses, que pode ser recebido até os 4 anos. Essa
recomendação também foi tomada em virtude dos estudos mostrarem que o esquema
de duas doses mais um reforço tem a mesma efetividade do esquema três doses mais
um reforço.
PNI - Atualmente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) distribui cerca de 300
milhões de imunobiológicos anualmente, dentre vacinas e soros, além de oferecer à
população todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) no Calendário Nacional de Vacinação. Nos últimos cinco anos, o orçamento do
PNI cresceu mais de 140%, passando de R$ 1,2 bilhão, em 2010, para R$ 2,9 bilhões,
em 2015.
A GAZETA (ES)
13/09/2016
SAÚDE
Isolamento é um dos sinais de quem precisa de
ajuda
Identificar essa e outras atitudes alheias ajuda a evitar suicídio de quem apresenta o
quadro
Alguém querido passa a se isolar. Tem excessos no comportamento, como
agressividade, sono demais ou de menos, come demais ou se alimenta muito pouco.
Tudo embalado por tristeza ou melancolia profunda. A reação natural é pensar que
30
com "um pouco deforçade vontade", a pessoa possa sair dessa situação. Mas não é
nem de longe assim. "O sujeito que está em sofrimento vai demonstrar isso", afirma o
psiquiatra e psicanalista José Nazar, sobre os principais sinais de depressão,
característica principal de quem apresenta pensamentos suicidas.
"O que não pode é demonstrar desdém sobre esse sofrimento ou ignorar. Ele vai
deixando pegadas. É hora de procurar ajuda de especialistas. O que está na base dos
suicídios são as depressões", alerta o psicanalista, que dará palestra amanhã, no
auditório da Rede Gazeta, no simposio "Suicídio: como diagnosticar, prevenir e tratar
em crianças, adolescentes e adultos". Ele relata que, na maioria das vezes, as
pessoas próximas só reconhecem os sinais quando o fato já foi consumado.
O presidente da Associação Psiquiátrica do Espírito Santo (Apes), Fausto Amarante,
chama a atenção para o preconceito que ainda ronda as doenças psiquiátricas. "Se
tem uma doença orgânica, como um câncer, você procura um médico. Por que não
fazer isso quando é uma doença psiquiátrica? Ainda há muito preconceito. Depressão
é doença grave e chega ao suicídio", reforça o psiquiatra.
O psicanalista José Na-zar lembra que, segundo estimativa da Organização Mundial
de Saúde (OMS), em 90% dos casos é possível detectar o pensamento suicida.
COMPREENSÃO
O psicanalista pondera ainda sobre o tratamento dado à família de quem tentou ou
concluiu o suicídio. "A tendência quando alguém morre é a família cair em depressão
por achar que poderia ter feito alguma coisa. É importante não culpabilizar a família",
defende José Nazar.
ALERTA
DEPRESSÃO
Sinais
A depressão está na base da maioria dos pensamentos suicidas. Por isso é importante
ficar atento aos sinais da presença dessa doença psiquiátrica. Sintomas
Isolamento, tristeza ou melancolia, que é sentimento de negatividade, de que nada
dará certo. Além disso, comportamento marcado por excessos, como comer demais
ou de menos, e agressividade.
O QUE FAZER
Ajuda
Evite comportamentos como impaciência com quem tem os sinais de depressão. Além
disso, não trate como se fosse algo que dependesse de um esforço pessoal da
pessoa. Depressão é doença e deve ser tratada como tal. Procure ajuda de psicólogo
ou psiquiatra. t Auxílio
Caso você precise de ajuda, pode ligar para o número 141, do Centro de Valorização
da Vida (CVV).
31
VÍDEOS
REDE RECORD
13/09/2016
JORNAL DA RECORD
Aumento de casos de linfoma preocupa classe
médica
De acordo com Instituto Nacional do Câncer, nos últimos 25 anos, o número de
pacientes diagnosticados com linfoma não Hodgkin dobrou. A doença ataca o sistema
linfático, responsável pelas defesas do organismo. O aumento da expectativa de vida
tem contribuído para o crescimento no número de casos; segundo especialista,
quando mais vivemos, mais ficamos vulneráveis ao contato de alguns vírus e
infecções. Uma alimentação inadequada, com altas doses de hormônios, também
pode influenciar no aparecimento da doença.
Vídeo disponível aqui.